Daniela

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Tradições da Páscoa Continente

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Tradições da Páscoa

Continente

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Em Portugal Continental em quase todas as zonas o Domingo de Páscoa, começava com toda agente a

despertar mais cedo, pois não havia tempo a perder. As donas de casa apressavam o almoço e davam os

últimos retoques nas respectivas casas.

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Na Figueira da Foz, antigamente, desde o início da Quaresma até ao Domingo de Ramos, aquele que fosse o primeiro a chamar «padrinho» ou a «pedir as amêndoas» a quem encontrasse ao sair de casa tinha direito a recebê-las no domingo de Páscoa. Costume idêntico regista-se ainda hoje em Monsanto (Beira Baixa), praticado pelos mais idosos que, à laia de brincadeira, lembrando tempos antigos, dizem ao encontrar alguém conhecido após as «aleluias», na noite de Sábado Santo: «Belamente se passou a Quaresma, passe para cá as amêndoas!» – como era costume dizer então.

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Outro jogo/ritual da Quaresma com o nome «gancho dos compadres», acontecia nas aldeias do concelho de Alenquer (Estremadura), consistindo a praxe em duas pessoas (geralmente um rapaz e uma rapariga), na Quarta-Feira de Cinzas assumirem o «contrato» de ficarem «compadres». Como assentimento, enganchavam os dedos mindinhos de ambos. A partir desse momento sempre que um deles fosse o primeiro a ver o outro, dizia: «Contratar, contratar, ao almoço e ao jantar, quando eu te mandar rezar, reza!» Repetia-se isto tantas vezes quantas as que acontecia encontrarem-se. Havia quem chegasse a esconder-se para apanhar o «compadre» ou a comadre» de surpresa e somar pontos.

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O jogo era interrompido na Quinta e na Sexta-Feira Santa, para recomeçar no Sábado Santo e terminar no domingo de Páscoa.

Se ganhava o «compadre», a «comadre» oferecia-lhe um folar, se acontecia o contrário, era o «compadre» que oferecia amêndoas à

«comadre».

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Em Afife (Minho) era hábito nesta quadra as raparigas oferecerem ovos aos rapazes, pedindo-lhes em troca um presente de amêndoas.

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Na Sertã (Beira Baixa) eram os rapazes a oferecer em primeiro lugar as amêndoas às raparigas, para que estas lhas retribuíssem depois com bolos especialmente feitos para esta ocasião. Também em Nisa (Alto Alentejo) se cumpria o ritual de serem os rapazes a oferecerem às namoradas um pacote de amêndoas na Semana Santa. O cerimonial desta oferta repetia-se em Estremoz (ainda no Alto Alentejo), na Quinta-Feira Santa depois da missa, à porta da igreja.

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Refira-se, por isso, o antigo uso verificado em Beja (Baixo Alentejo) na Quinta-Feira Santa, durante a cerimónia do «lava-pés» («lava-pedes» no dizer local).

Nesse dia, as senhoras da melhor sociedade levavam à igreja salvas de prata com amêndoas – os «caroços de alcorça» –, recheadas com ovos-moles ou com chocolate, destinadas a treze idosos do lar da Misericórdia.

Os pobres recebiam ainda vestuário completo, uma esmola em dinheiro e uma «maçã de alcorça» (ou alcorce) em tamanho natural. As treze «maçãs» (tal como o número de idosos a simbolizar Cristo e os Apóstolos), eram dispostas numa salva de prata, sobre uma credência apropriada para o efeito.

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No final da cerimónia cada idoso oferecia a sua «maçã» ao mesário, em casa do qual, nesse dia, todos eram recebidos para jantar, como mandava a tradição. Ainda em Beja, as «amêndoas de alcorce» eram distribuídas aos «anjinhos» para que se «aquietassem e seguissem sossegados nas procissões».

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O bacalhau reina o ano inteiro.

É um hábito herdado da igreja na Idade Média, quando o calendário impunha restrições alimentares que duravam quase um terço do ano, obrigando as pessoas a comer peixe.

Mas há outras receitas na Páscoa portuguesa como o bolo folar, da região de Trás-os-Montes, um tipo de empadão recheado de guisado de frango.

Para a sobremesa, os tradicionais da doçaria portuguesa, desde massa de amêndoas, doce de gemas de ovos ou ovos de chocolate.

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A tradição em redor da Páscoa traz também consigo a gastronomia típica desta celebração religiosa bastante popular em Portugal e no mundo.

Vejamos que pratos tradicionais da Páscoa se preparam no país.

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É comum em todo o país comer-se o borrego ou cabrito (assado ou ensopado). Na região do Porto é popular o lombo de boi, também conhecido como “boi da

Páscoa” e, na zona da Beira Litoral, a chanfana (já apresentada na nossa rota de sabores) e o leitão assado. Em Trás-os-Montes, o folar de carne e o

Alentejo é famoso pelos pratos de cordeiro.

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No que diz respeito às sobremesas, não podemos deixar de mencionar os 3 doces típicos tradicionais da Páscoa:

o folar (havendo vários tipos, como o folar doce e o folar gordo)

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Há mais doces, claro: na região do Minho, por exemplo, é tradicional comer-se o pão de ló.

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Páscoa em Portugal

É nesta altura em que se limpam muito bem as casas, se pintam (ou caiam, nas zonas em que isso é habitual) e se arranjam pois irá passar o

Compasso (a Visita Pascal), que é uma ida do padre a cada casa para abençoar (e benzer) aquele lar e os que ali vivem.

Compasso

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Tudo isto ligado à Ressurreição de Cristo e à celebração da Vida.

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Para além de todas as celebrações e significados da Páscoa, em Portugal é também uma festa especial dos padrinhos (e madrinhas).

Luz

Sacrifício de CristoNascimento

de novos Cristãos

Nova vidaRessurreição de Cristo

Jesus escolheu o pão e o vinho para espalhar o

amor

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Tradicionalmente, para além das amêndoas (porque parecem ovos pequeninos) e dos ovos (símbolo da vida), existe o pão-de-ló e os folares

que se oferecem às crianças (especialmente pelos padrinhos).

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Estes doces também estão em cada casa para receber o Compasso.É um sinal de hospitalidade para o padre e os seus acompanhantes (que, para não ficarem embuchados, têm também à disposição um copinho de

licor ou um cálice de vinho do Porto).

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Os folares, como sabem, têm um ou mais ovos dentro - e lá voltamos aos símbolos da Páscoa.

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Antes da Páscoa, na Quaresma, o tempo é de jejum - evita-se comer carne e a ementa das sextas-feiras deve ser peixe (bem, na verdade, não

deve é ser carne) por respeito, pois foi na sexta-feira que Jesus foi crucificado e morreu.

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Mas como no Domingo de Páscoa se celebra a festa da Ressurreição (voltar à vida, ressuscitar), volta a comer-se carne: cabrito ou borrego, como se fazia nos tempos antigos. E os doces, claro, que incluem todos

os tradicionais e os folares, como dissemos.

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Também acontece em muitas localidades celebrar-se a Semana Santa (a semana em que Jesus foi preso, julgado e condenado) com procissões

de velas, à noite, ou representações teatrais (populares) desses acontecimentos.