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da Rede SESI de EducaçãoCases premiados 2013/2014
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA
Presidente
Antonio Ricardo Alvarez Alban
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA
DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA
Diretor Executivo e Superintendente Executivo de Serviços Coorporativos
Vladson Menezes
Superintendente do SESI
Armando Alberto da Costa Neto
Gerente de Educação do SESI
Cléssia Lobo de Morais
Equipe Técnica da Gerência de Educação
Adriana Campos
Alan Rangel
Camila Neves Santa Barbara
Elisabete Mercadante
Fernando Didier
Iara Soares
Gisele Márcia Oliveira
Lara Fernandez
Luciana de Azevedo Brito
Renata Araújo Costa
Salvador2015
© 2015. SESI - Departamento Regional Bahia
É autorizada a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.
ApoioServiço Social da Indústria - Departamento Nacional
Projeto Gráfico e Diagramação
Revisão NormalizaçãoBiblioteca Sede/ Sistema FIEB
FICHA CATALOGRÁFICA
S491s
Serviço Social da Indústria. Departamento Regional Bahia.
Seminário de Boas Práticas da Rede SESI de Educação: projetos premiados 2013/2014 – Salvador: SESI/DR Bahia, 2015.
117 p.: il.
1. Lideranças 2. Cadeias de Atendimento 3. Gestão de Recursos I.
Título CDU: 658.3
SEDERua Edistio Pondé, 342 - Stiep, Salvador - BahiaCEP: 41770-395Tel.: (71) 3343-1200www.fieb.org.br/sesi
SESIServiço Social da IndústriaDepartamento Regional Bahia
Salvador2015
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO
1. PREFÁCIO
2. TRABALHOS PREMIADOS EM 2013
2.1 EDUCAÇÃO CONTINUADA
2.1.1 Práticas de leitura e escrita através de gêneros textuais: uma experiência com
o suporte textual “Revista” no PRONATEC
2.2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
2.2.1 Arte é vida: o uso da arte para encantar e transformar os estudantes da EJA
da Rede SESI
2.3 EDUCAÇÃO REGULAR
2.3.1 Karatê: uma parceria entre a educação e o esporte
2.3.2 Parlamento Jovem Brasileiro
3. TRABALHOS PREMIADOS EM 2014
3.1 EDUCAÇÃO CONTINUADA
3.1.1 Curso básico de libras
3.1.2 Jovens empreendedores
3.2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
3.2.1 Modelagem matemática - processo de confecção e precificação de uma
peça do vestuário feminino
3.2.2 Patrimônio histórico industrial de Ilhéus e uma nova organização para o
mundo do trabalho
3.3 EDUCAÇÃO REGULAR
3.3.1 Projeto educando, profissionalizando e incluindo
3.3.2 Segurança e saúde: da escola para o trabalho
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 20156
APRESENTAÇÃO DO TRABALHO
A cada ano, o Seminário de Boas Práticas vem fortalecendo a sua identidade e
comprovando o aprimoramento profissional de uma equipe empenhada e dedicada
ao fazer pedagógico. Esse importante evento se firma na busca incessante por uma
educação de qualidade fundamentada pela gestão focada em resultados e por educadores
comprometidos com práticas de pesquisa e contextualização dos conteúdos.
Congratulo todos os profissionais envolvidos por serem os protagonistas fundamentais
para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem. Com grande
satisfação, apresento-lhes os cases vencedores nos anos de 2013 e 2014. Estimo
ótima leitura e desejo que essas excelentes práticas proporcionem ação e reflexão aos
processos educativos.
Armando Alberto da Costa Neto
Superintendente do SESI Bahia
Esta publicação tem a finalidade de disseminar práticas educativas de excelência
vencedoras do Seminário de Boas Práticas realizado pela Gerência de Educação do
Serviço Social da Indústria-SESI, Departamento Regional Bahia, com o apoio de todas
as unidades que formam a Rede SESI Bahia de Educação.
O Seminário de Boas Práticas da Rede SESI ocorre anualmente e é um evento muito
importante para os profissionais da área de Educação por apresentar valiosas trocas de
experiências e conhecimentos acerca de temáticas relevantes e atuais que permeiam
a educação, além da valorização profissional.
Por meio desta publicação, buscamos contribuir com as diversas instituições educativas
a partir da exposição de referenciais teóricos e práticas metodológicas e avaliativas
diferenciadas. Parabenizamos toda equipe pedagógica da Rede SESI de Educação,
com destaque para todos os educadores, os participantes e os selecionados, deste
significativo evento. Desejamos uma excelente leitura e reiteramos os nossos votos de
agradecimentos a todos os profissionais envolvidos neste belíssimo trabalho.
Cléssia Lobo de Morais
Gerente de Educação | SESI Bahia
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 20157
1. PREFÁCIO
Talvez um dos maiores desafios da atualidade seja promover um eficaz processo de
motivação dos professores. Fruto de longa história de desvalorização e desconstrução
de sua identidade profissional, o professor, hoje, luta para se reinventar e redimensionar
sua prática, como forma de solidificar sua importância social. Nessa luta reconstrutiva,
alguns caminhos têm-se mostrado bem sucedidos, dentre eles, a formação continuada
voltada para atender às reais necessidades e dificuldades de seu cotidiano e a valorização
e difusão de práticas inovadoras e eficazes.
É no enfoque da valorização das práticas que se enquadra o presente trabalho. Fruto
de incentivo e esforço de uma equipe de gestão comprometida e integrada com a ação
docente, o Seminário de Boas Práticas da Rede SESI de Educação vem se firmando a
cada edição como fonte de inovação didática e inspiração para os docentes. O empenho
e a ansiedade dos professores na realização dos projetos e a vibração que caracteriza a
apresentação de cada um é um termômetro inconteste do nível de motivação que o evento
promove, cumprindo assim seu principal papel que é energizar e motivar os docentes
para que renovem e inovem cada vez os processos de mediação da aprendizagem.
A necessidade de diversificação das atividades de mediação da aprendizagem se deve
à dinâmica do mundo atual, que dominada pelos aparatos tecnológicos e pela incerteza,
implantou no jovem (e em todos nós) a necessidade de encurtar os caminhos entre o
aprender e o colocar em prática. O professor, hoje, precisa estar em contínua atenção aos
movimentos, vocabulário e interesses que mobilizam a juventude para que possa fazer
deles, matéria-prima para criação de técnicas de mediação.
Confeccionar uma revista como pano e fundo para aprender gêneros textuais, usar a
arte para favorecer o autoconhecimento e elevar a autoestima e colocar em prática um
processo de precificação para desenvolver o espírito empreendedor são algumas das
atividades que compõem essa publicação que concretiza os esforços dos professores e
dos gestores da Rede SESI na contínua busca pela excelência do fazer pedagógico. Que
esse terreno fértil continue a germinar inovações.
Prof. Dr. Júlio Furtado: Professor Universitário. Mestre em Educação pela UFRJ. Doutor
em Ciências da Educação pela Universidade de Havana, Cuba. Parceiro na realização
do I Seminário de Boas Práticas do SESI Bahia.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 20158
2. TRABALHOS PREMIADOS EM 2013
2.1 EDUCAÇÃO CONTINUADA
2.1.1 Práticas de leitura e escrita através de Gêneros textuais: uma experiência
com o suporte textual “Revista” no PRONATEC
Autor(es) : Sâmara Souza Azevedo de Jesus
Unidade: SESI EJA RMS
Resumo do Trabalho:
O ensino de Língua Portuguesa vem passando por mudanças ao longo do tempo.
As diretrizes propostas pelos PCN’S (Parâmetros Curriculares Nacionais), o caráter
interdisciplinar do ENEM e as novas demandas surgidas a partir das redes sociais e
das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) nos induzem às novas práti-
cas na sala de aula, as quais possam associar a teoria e a prática, visando o avanço
do nível de leitura e escrita dos estudantes.
Por outro lado, experimenta-se nas salas de aula uma nova vertente no ensino de
Língua Portuguesa, através de gêneros textuais, que já vem sendo vivenciada há
tempos pelos professores de Português, por ser uma estratégia plausível quando
se objetiva um ensino-aprendizagem mais funcional da Língua.
A perspectiva dos gêneros textuais traz para dentro da escola o cotidiano do alu-
no, por meio da assimilação da malha discursiva que concebe o corpo social em
que ele vive. Além disso, a utilização dos gêneros nas aulas de Língua Portuguesa
permite trabalhar diversas questões que estão imbricadas aos textos, assegurando
ampla discussão sobre temas variados, fazendo que o ensino de Língua Portugue-
sa deixe de ser singular e passe a ser plural.
O projeto que ora se apresenta dá ênfase ao trabalho com os gêneros textuais –
notícia, reportagem, artigo de opinião, editorial e entrevista, por meio do suporte
textual revista, com os alunos dos cursos de Manutenção Automotiva e Mecânica
do PRONATEC, atendidos pelo SENAI (LTA - CAMAÇARI), que foram acompanha-
dos pelo SESI, na disciplina de Língua Portuguesa.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 20159
A escolha do suporte textual revista deu-se em função de seu cunho histórico.
Pesquisas dão conta de que as revistas “eram publicações semanais ou de peri-
odicidade maior, que surgiram para atender à demanda de um público que bus-
cava, sobretudo, entretenimento e educação. As primeiras revistas de variedades,
denominadas magazines, reuniam textos de assuntos variados, escritos em lin-
guagem leve e agradável, com muitas ilustrações.” (Souto e Sousa, 2009).
Além disso, a revista é um suporte que pode agregar gêneros textuais diversos,
tornando-se, por isso, um campo vasto para as produções dos alunos. Após a
escolha dos gêneros e suporte textuais, foi a vez de pensar no tema da revista.
Levando em consideração o contexto em que estávamos inseridos, foi inevitável
escolher o próprio curso como sendo a temática a ser abordada.
“Manutenção Evolution” e “Mecânica em Foco” foram os nomes escolhidos pelas
turmas de Manutenção Automotiva e Mecânica, respectivamente.
Análise Diagnóstica
Dados apontam sérias deficiências no ensino-aprendizagem das habilidades rela-
tivas à língua materna, tanto na esfera da leitura e compreensão de textos, quanto
na esfera da produção escrita. O acompanhamento pedagógico de Língua Portu-
guesa e Matemática, oferecido pelo SESI aos alunos do PRONATEC, surge para
reverter esse quadro, tendo em vista o público-alvo atendido pelo programa.
As turmas participantes do projeto são oriundas do PRONATEC (Programa Na-
cional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), iniciativa do governo federal, em
parceria com escolas técnicas e outras instituições por todo o Brasil. Desde que
surgiu, em 2011, o programa oferece aos jovens de baixa renda da rede pública de
ensino a possibilidade de ingressar gratuitamente no mundo do trabalho, através
de cursos técnicos profissionalizantes.
No SENAI, os alunos que ingressam nos cursos técnicos profissionalizantes par-
ticipam do acompanhamento pedagógico oferecido pelo SESI,uma espécie de
‘reforço escolar’ nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, ministradas
pelos professores do SESI. O intuito desse acompanhamento é sanar possíveis
deficiências dos alunos nessas áreas, bem como visa subsidiá-los nas disciplinas
específicas dos cursos, possibilitando assim, melhor rendimento nos estudos.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201510
Nesses termos, coube a mim, professora de Língua Portuguesa, buscar práticas
inovadoras, que atendessem ao que era proposto pelo SESI em sua matriz de con-
teúdos, da mesma forma que o conteúdo abordado não parecesse desgastante ou
estranho para os alunos. Conforme dito antes, a minha proposta enquanto docente
de Língua Portuguesa é a abordagem funcional da língua, ou seja, aprender es-
sencialmente a verificar como se processa a comunicação na Língua Portuguesa,
onde o aluno perceba uma aplicabilidade efetiva dos conteúdos que estuda nas
aulas de Português em sua vida.
Diante disso, e após longas conversas com as turmas, optei por um trabalho com o
suporte textual revista, e os gêneros textuais característicos desse suporte.
Recursos Utilizados
• Data show;
• Computadores;
• Internet;
• Livros;
• Caderno.
Desenvolvimento do Trabalho
A disciplina começou, em maio de 2013, quando identifiquei as características das
turmas e busquei uma prática condizente com as mesmas. Após análises e conver-
sas, optamos por trabalhar com o suporte textual revista.
As turmas foram divididas em equipes e os temas designados. Os grupos foram
a campo, visitando empresas, oficinas, concessionárias, entrevistando profissionais
e coordenadores do SENAI, pesquisando os conteúdos em livros, internet, etc.
Todo o material pesquisado e vivenciado transformava-se em texto, obedecendo
os gêneros textuais escolhidos, ao mesmo tempo em que trabalhávamos em sala
de aula os conteúdos da disciplina.
A cada aula, o que os alunos produziam era socializado, corrigido, e, se necessário,
devolvido para correção. Após algumas semanas, com a maioria das equipes tendo
produzido seu material, iniciou-se o processo de diagramação, edição e formatação.
A partir daí, os alunos tiraram fotos, sugeriram capa e selecionaram imagens. Final-
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201511
mente, conseguimos reunir os textos e concluir a revista, que foi reproduzida pelo
SESI, e ‘lançada’ em um encontro de confraternização com os alunos.
Período de Desenvolvimento do Trabalho
Maio a Agosto de 2013
Resultados alcançados (em relação ao previsto/planejado)
Confecção e lançamento das revistas:
“MANUTENÇÃO EVOLUTION:” http://issuu.com/s-azevedo/docs/revista_de_ma-
nuten____o_
“MECÂNICA EM FOCO” http://issuu.com/s-azevedo/docs/mec__nica_em_foco_
definitiva
Depoimento de estudantes atendidos (as)
Depoimento 1:
“Vim declarar a minha grande experiência ao participar da realização da revista
‘Mecânica em foco’, que pôde me proporcionar um imenso prazer em conhecer
ainda mais a área da mecânica e entender que nós, mulheres, podemos sim,
seguir carreira nesta área como qualquer outro homem, porque a área da
mecânica vai muito além de sujarmos nossas mãos de graxa.
Eu pude adquirir ainda mais conhecimento com a ajuda da professora Sâmara
Azevedo, que foi muito importante na criação da revista. A professora nos
incentivou junto à coordenadora Elisangela Leão, do SESI, o SENAI e o
PRONATEC. Sem esquecer que, através do projeto, pude conhecer uma mulher
que exerce essa função que ainda é bastante dominada pelos homens. Ela
influenciou bastante na minha decisão para seguir nessa carreira. Hoje, tenho
orgulho de dizer a todos que eu vou me formar como uma nova Técnica em
Mecânica.”
Lanuzi dos Santos Santana - curso Técnico em Mecânica (turma: 42280)
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201512
Depoimento 2:
“A experiência de fazer o projeto da revista ‘Mecânica em Foco’ foi muito bom.
Fiquei por dentro das ferramentas da Mecânica e máquinas Industriais e aprendi
a importância da Matemática para o profissional da área, bem como a função de
um Técnico em Mecânica. Pesquisamos o tema de EPI ‘Equipamento de Proteção
Individual’: Como usar, protegendo a saúde e evitando acidentes na área de tra-
balho’. Com muita dedicação e força de vontade, tive o prazer de ter participado
da revista. Espero que gostem e que entrem no mundo da Mecânica, que é muito
interessante. Um agradecimento a todos que os participantes e facilitadores, que
contribuíram para que o trabalho fosse desenvolvido.”
Anderson Silva de Almeida - Curso Técnico em Mecânica (Turma 42280)
Depoimento 3:
“Vim aqui agradecer pela experiência que adquiri ao participar da criação da
revista ‘Mecânica em foco’. Foi um trabalho criativo que teve como objetivo nos
incentivar ainda mais. Com essa experiência, pude me encantar cada vez mais
por essa profissão e tive ainda a oportunidade deconhecer uma mulher que
dedica-se a essa profissão e tem orgulho de exercê-la.
Ela serviu de inspiração para mim, por isso venho aqui, também, agradecer a
professora Sâmara Azevedo, a Elisangela Leão, ao SENAI, SESI e ao PRONATEC,
que nos apoiaram nessa grande realização.”
Itamara Kalline Alves da Silva - curso Técnico em Mecânica (turma: 42280)
Depoimento 4:
“Nos foi lançado o desafio de fazer a revista ‘Mecânica em foco’. A experiência foi úni-
ca, bastante interessante diferente. Digo, com todas as letras, que valeu a pena ter
gastado tempo para fazer a revista. Todas as vezes que recebi de volta o texto para
refazer , com a professora dizendo: ‘vocês tem capacidade, vocês conseguem!’, acred-
itava mais em mim. . E, foi o que mais me motivou, ter o apoio dela e dos colegas. No
fim de tudo isso, saiu a nossa revista. Muito grata pela oportunidade.”
Gleissiane de Santana Santos - Curso Técnico em Mecânica (turma: 42280)
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201513
Depoimento 5:
“Foi gratificante participar da construção da revista. Com a ajuda da professora Sâma-
ra Azevedo e o apoio do Senai e FIEB, pude conhecer um pouco mais sobre o curso
que estou fazendo. Minha equipe ficou com o tema ‘Loucas por Carros’ e eu fiquei
responsável pela pesquisa nas oficinas de Camaçari-BA. Cheguei a visitar algumas
oficinas, e vi que é uma raridade ver mulheres trabalhando na área da Mecânica.
De 10 oficinas visitadas, só uma tinha duas mulheres trabalhando e, ainda, como
ajudante. Essa constatação me deu mais força para continuar no curso e ser uma
grande profissional na área de Manutenção Automotiva. Que venham os próximos
semestres... Muito obrigada pela oportunidade de fazer parte dessa história”.
Norlândia Santos Lima - Curso Técnico em Manutenção Automotiva (turma: 42238)
Depoimento 6:
“Para mim, foi uma experiência única ter participado de um projeto que foi elabo-
rado, com tanto amor e carinho pela professora e alunos e que estimulou a sala a
entender e aprender um pouco sobre Mecânica. Confesso, que no início do proje-
to, fiquei um pouco desmotivado, mas o profissionalismo e a dedicação da turma
fizeram que eu mudasse de ideia e compartilhasse um pouco do meu aprendizado
para a turma 42279. Obrigado professora e colegas por me proporcionar mais uma
vitória e conquista na minha vida. Com muito carinho.”
Danilo dos Santos Alves – Curso técnico em Mecânica (turma 42279)
Depoimento 7:
“Foi um prazer participar deste projeto, que foi apenas o início da jornada de
aprendizagem. ‘Manutenção Evolution’ foi a nossa “menina dos olhos” durante sua
fabricação. É um sonho realizado de um grupo de alunos que deram seu sangue e
esforço para fazê-la. De fato, foi uma experiência gratificante, pois foi o primeiro
contato de muitos com coisas relacionadas aos carros. Tivemos que pesquisar a
fundo sobre eles e também sobre o mundo que os envolve.
Pra mim, não tenho nem como dizer o quão realizador foi ver o meu nome na
revista como uma das colaboradoras desse projeto. Tive que pesquisar bastante,
pois era completamente leiga em relação aos carros (apesar de gostar muito de-
les). Escolhi um assunto que gosto que é moda, que quis levar um pouco para o
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201514
mundo dos carros com o tutorial feminino. Foi uma maravilha e interessantíssima
experiência, que gostaria de repetir. E, por essa honra concebida a nós, agradeço
por toda a turma, ‘Manutenção Evolution’. Esse é o primeiro degrau para o nosso
futuro como estudantes e profissionais.”
Mirian Bispo Salomão, Líder da turma 42237 - Técnico em Manutenção Automotiva.
Considerações Finais
A confecção das revistas “MANUTENÇÃO EVOLUTION” e “MECÂNICA EM FOCO”
foi gratificante não só pra os alunos, mas também, e principalmente, para mim.
Senti-me realizada em várias maneiras, e pude entender o verdadeiro sentido de
minha profissão.
Na caminhada, aprendi muito mais do que ensinei. Me redescobri, me superei. Pude
ter o reconhecimento que esperei durante 12 anos de magistério. Foram muitos de-
safios e dificuldades, mas algo me dizia que todo esforço e sacrifício valeriam a pena.
Esse trabalho me revelou também a função didática das redes sociais, pois in-
úmeras vezes a tela do computador serviu de sala de aula quando eu precisava
orientar algum aluno fora do horário convencional da aula.
Pude extrair o máximo da capacidade que um aluno pode oferecer em uma disci-
plina. Muitos ficaram surpresos com o próprio desempenho!
Referências:
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia dig-
ital. Em: MARCUSCHI, L. A. & XAVIER, A. C. (Orgs.) Hipertexto e gêneros digitais.
Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2004.
SOUTO, Ângela Maria da Silva. e SOUSA, Vilma de. O suporte revista. Minas Gerais:
SEEMG 2009.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201515
2.2.1 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
2.2.1 Arte é vida: o uso da arte para encantar e transformar os estudantes da
EJA da rede SESI
Autor (es): Dulcineia Pereira Fair Simões e Janaina Luanda dos Santos Silva
Unidade: SESI Sul - Ilhéus
Resumo do Trabalho:
O Projeto Arte é vida foi elaborado para promover vivências, experiências, conheci-
mento dos estudantes diante da arte e transformar a rotina das aulas, possibilitando
momentos de socialização do conhecimento dos discentes da Educação de Jovens
e Adultos do Fundamental II. O tema foi de interesse coletivo, que visou oportunizar
aos sujeitos da EJA a execução de uma oficina criativa, de conscientização, elevando
a sua autoestima, a criatividade, o bem-estar físico, mental e emocional, focando na
preservação do meio ambiente e, por consequência, na sustentabilidade. Para tanto,
na efetivação do projeto tivemos que trabalhar os três componentes da atitude (afe-
tivo, cognitivo e comportamental). Assim, os estudantes tiveram a oportunidade de
obter mais informações e esclarecimentos acerca do conteúdo estudado. O projeto
foi desenvolvido em etapas, sendo a primeira destinada a apresentação do trabalho
para toda a comunidade estudantil. Em seguida, realizou-se uma reunião com os
discentes para orientação do projeto, leitura de textos informativos, monitoramento,
mediação da pesquisa e debates do tema proposto. Na terceira etapa, selecionamos
os materiais para o desenvolvimento da atividade e, por fim, foi feita a exposição em
sala de aula. A avaliação ocorreu de maneira processual e diagnóstica durante todo
o percurso do projeto, fez-se uma análise das produções artísticas dos estudantes,
observou-se também, a participação individual e coletiva dos alunos nas oficinas. A
atividade proposta dinamizou as aulas, despertando nos protagonistas a produção
contemporânea da arte.
Palavras-Chave: Arte; Papietagem; Meio Ambiente; Preservação; Qualidade de Vida.
Análise Diagnóstica
No início das aulas de arte foi possível perceber o cansaço dos estudantes após um
dia de trabalho, bem como a baixa estima dos mesmos. Por entender que com a
arte é possível externar os nossos sentimentos e nos mantermos mais tranquilos,
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201516
sugeri aos estudantes que realizássemos uma mostra de arte, com o material con-
struído por eles em sala de aula, a partir da papietagem.
Recursos Utilizados
Para a execução do trabalho foram utilizados: cartolina, papel cartaz, papel metro,
lápis, borracha, tintas coloridas, cola quente, papel de ofício, barbante, maisena,
folha de ofício, pincéis, papel higiênico, placas de polietileno (que iriam para o lixo)
e textos impressos.
Desenvolvimento do Trabalho
Por compreender que a arte significa técnica, habilidade e é entendida como uma
atividade humana ligada a várias manifestações, em conversa com os discentes,
pude perceber a necessidade dos mesmos expressarem os sentimentos através da
arte, expressando – assim – suas emoções, sua história e a sua cultura, por meio de
valores estéticos, da beleza, da harmonia e do equilíbrio. Nesse contexto, propus,
junto com a coordenação que fizéssemos uma oficina de arte.
No início, alguns estudantes se mostraram introspectivos e pareciam não acreditar
que seriam capazes de desenvolver esse trabalho. Ao pegarem nos pincéis, não
tinham leveza, nem sabiam o que expressar, nem como deixar-se envolver com a
arte, porém com o decorrer do tempo, a leveza e o sentimento eram notórios.
A metodologia utilizada para a confecção dos materiais foi a papietagem. Uma
técnica francesa utilizada pelo pintor Cubista Georges Braque, que é baseada no
método de Pablo Picasso, de empregar papel recortado e cola para dar forma a
uma escultura ou objeto.
A oficina foi ministrada pela professora e mediadora, a qual utilizou a técnica de
forma artesanal e ecológica, reaproveitando materiais diversos como, jornais, revis-
tas, folha de ofício e papéis, que geralmente são jogados no lixo, e outros materi-
ais, dentre eles barbante, maisena, tintas, pincéis, cola branca e telas de polietileno.
A docente apresentou o processo aos estudantes e, em seguida, eles criaram di-
versos quadros, com figuras geométricas e abstratas, onde demonstraram através
das cores e desenhos o momento que estavam vivendo em suas vidas.
Além disso, houve conscientização da necessidade da reutilização de materiais que
se tornariam lixo, como forma de preservar o meio ambiente. No decorrer das aulas,
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201517
os estudantes narraram a aplicabilidade do trabalho em suas casas e como ensinaram
aos seus filhos, o que pode servir como um acréscimo para a renda familiar desses
estudantes. Diante desse cenário, podemos concluir que arte é vida, é movimento, é
corpo e é espaço. Educar com arte significa trocar, mudar e transpor.
Por tal motivo, vale lembrar que a disciplina “Artes” é obrigatória no Currículo Esco-
lar e permite que o educando possa desenvolver suas habilidades por meio de uma
aprendizagem significativa e que favorece crescimento e formação do indivíduo.
Segundo a lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9394/96, o ensino de
Artes é obrigatório na educação básica, e os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) apontam as quatros linguagens artísticas (música, dança, teatro e artes
visuais), que devem ser contempladas. De acordo com os PCNs, a disciplina exerce
uma importante função com relação às demais áreas de conhecimento no proces-
so ensino-aprendizagem.
Conforme, ainda, os PCNs, 2003:32, ao fazer e conhecer arte, o estudante per-
corre trajetos de aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre
sua relação com o mundo. Além disso, desenvolvem potencialidades (como per-
cepção, observação, imaginação e sensibilidade) que podem alicerçar a consciên-
cia do seu lugar no mund
e, também, contribuem inegavelmente para sua apreensão significativa dos con-
teúdos das outras disciplinas do currículo.
A arte pode ser usada por qualquer disciplina, desde que haja um planejamento
prévio. Segundo Strazzacappa (2006), os professores, os gestores e os coorde-
nadores da área educacional devem se conscientizar de que a aula de arte não se
resume somente a atividade de desenho e pintura, e que o ensino de arte é parte
integrante da formação do cidadão. Tal disciplina foi muito tempo tratada com
descaso e sem muita importância em relação às outras áreas do conhecimento.
E, justamente por acreditarmos no contrário, que focamos o nosso trabalho no
desabrochar do lado artístico dos alunos.
A nossa avaliação ocorreu de maneira processual e diagnóstica durante todo o per-
curso do projeto. A partir de uma análise das produções , observou-se também, a
participação individual e coletiva dos estudantes nas oficinas.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201518
Partindo desses pressupostos, o projeto “Arte é vida: O uso da arte para encantar
e transformar os estudantes da EJA” foi desenvolvido no período entre maio e
julho com os estudantes do Ensino da Educação de Jovens e Adultos, do Funda-
mental II, do noturno da rede SESI, Ilhéus, Bahia. O público-alvo foi um grupo de
trabalhadores de indústrias, em busca de resgatar nos estudos, um sonho possível.
Período de Desenvolvimento do Trabalho
O projeto foi desenvolvido em três meses. Em maio ocorreu a definição do tema
e a elaboração do trabalho. Em junho, ocorreram a elaboração do projeto e acom-
panhamento da coleta, bem como e separação do material para a execução das
atividades. Já no período de julho, foram feitas as seguintes atividades: elabo-
ração do projeto, apresentação do projeto à comunidade estudantil, realização da
pesquisa e debates, acompanhamento da coleta e separação do material para a
execução da atividade, oficina de arte e culminância.
Resultados alcançados (em relação ao previsto/ planejado)
A realização dessa atividade envolveu situações desafiadoras, onde os estudantes
não acreditavam que seriam capazes de executar o trabalho proposto, porém, no
decorrer do processo, foi possível despertar a criatividade dos mesmos. Com o
uso do pincel, a mistura de cores, a pintura e a utilização de materiais alternativos,
os alunos fizeram produções artísticas, combinando cores, formas geométricas
e abstratas. A tinta sobre a tela proporcionou um prazer e um encantamento em
descobrir-se pintando. Suas utilizações permitiram dinamizar as aulas e estimular
a criatividade, despertando a produção contemporânea de cada um.
Para que a aprendizagem ocorresse, foi necessário que a docente mudasse a sua
dinâmica nas aulas, melhorando a sua forma de agir para de fato conseguir al-
cançar o seu alunado.
Depoimento de estudantes atendidos (as)
A prática realizada tem depoimentos dos estudantes em vídeo, com o relato so-
bre o processo ensino-aprendizagem. As demais filmagens serão apresentadas no
Relato de Práticas.
Considerações Finais
Ao término do projeto, foi possível perceber a mudança significativa dos es-
tudantes, nas suas atitudes, bem como em seus comportamentos. A estima que
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201519
tanto nos preocupava foi elevada e por consequência a vontade de estar em sala
de aula. Passaram, então, a observar a arte, refletindo e investigando.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9.394/1996. Parâmetros
Curriculares Nacionais.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: A pedagogia crítica –
social dos conteúdos / José Carlos Libâneo. Edições Loyola, São Paulo, 1985.
MOURA, Tânia Maria de Melo. Metodologia do Ensino Superior: saberes e fazeres
/ para a prática docente / Tânia Maria de Melo Moura. 2. ed. rev. e atual – Maceió.
EDUFAL, 2009.
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Encontros e encantamentos na educação infantil:
Partilhando experiências de estágios / Luciana Esmeralda Ostetto (org.). – Campi-
nas, SP: Papírus, 2000.
STRAZZACAPPA, Marcia. Entre a arte e a docência: A formação do artista da
dança / Marcia Strazzacappa e Carla Morandi. – Campinas, SP: Papírus. 2006.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201520
2.3 EDUCAÇÃO REGULAR
2.3.1 Karatê: uma parceria entre a educação e o esporte
Autor (es): João Luis Alves Júnior e Edmar Silva Dantas
Unidade: SESI Retiro
Resumo do Trabalho:
Tal prática tem como tema central a inclusão do karatê entre as atividades desen-
volvidas junto aos estudantes e como essa ação possibilitou a melhoria no compor-
tamento e nas questões comportamentais e atitudinais. O objetivo geral consistiu
em possibilitar o desenvolvimento físico e emocional dos estudantes, bem como
o respeito às regras de convivência social, favorecendo o espírito de cooperação
entre os referidos e a comunidade escolar. Os objetivos específicos buscaram atin-
gir equilíbrio físico e emocional, trabalhar a psicomotricidade, socialização e inte-
gração do praticante, estimular os sentidos de atenção e alerta além de melhorar
a concentração, disciplina e respeito com o próximo.
A metodologia aplicada fundamentou-se em aulas dialógicas, pesquisas, rodas de
discussão, movimentos básicos do esporte, utilizando a ludicidade com vistas a
oportunizar uma atividade mais prazerosa e significativa para os estudantes. A
avaliação deu-se de forma processual e qualitativa, onde foi possível detectar a
mudança comportamental dos estudantes. Os resultados alcançados mais que su-
peraram as expectativas, haja vista que foi notória a mudança de comportamento
dos discentes , favorecendo inclusive a concentração em sala de aula. Outro fator
importante foi a diminuição dos atendimentos na Central do Aluno.
Análise Diagnóstica
Ao observar o perfil de alguns estudantes do Ensino Fundamental que apresenta-
vam uma postura agressiva, desrespeitosa e com dificuldades para seguir regras,
percebeu-se que os mesmos demonstravam a necessidade de serem inseridos em
atividades que viabilizassem a autonomia, a disciplina, o respeito e a autocon-
fiança. , Por tal motivo, viu-se a importância de realizar atividades desportivas,
que proporcionassem aos jovens o desenvolvimento de capacidades conceituais,
procedimentais e, principalmente, atitudinais, que fomentassem neles mudança de
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201521
comportamento, oportunizando um melhor convívio no grupo.
Vale ainda destacar que, de acordo com várias pesquisas sobre juventude feitas pela
UNESCO no Brasil, como cita Noleto (2008), os jovens são os que mais se envolvem
em situações de violência, tanto na condição de agentes quanto de vítimas, sendo
premente a necessidade de promoção de momentos que possibilitem o protagonis-
mo desses jovens, permitindo-lhes aprenderem a ser, a fazer e a conviver.
A prática baseou-se prioritariamente na mediação estabelecida entre o educador
e os educandos, pois como afirmado por Bulgraen (2010, p. 31):
Sem dúvida, o professor além de ser educador e transmissor de con-
hecimento, deve atuar, ao mesmo tempo, como mediador. Ou seja, o
professor deve se colocar como ponte entre o estudante e o conhe-
cimento para que, dessa forma, o aluno aprenda a “pensar” e a ques-
tionar por si mesmo e não mais receba passivamente as informações
como se fosse um depósito do educador.
(...) harmonia, princípios de respeito, domínio próprio, determinação
e humildade, bem como promove a integração e socialização entre
os alunos, desenvolvendo o espírito de esforço e cooperação.
Outro aspecto, que merece destaque é que o karatê, enquanto ação educativa,
proporciona, como destacado por Sasaki (1991, p. 8):
Outro aspecto, que merece destaque é que o karatê, enquanto ação educativa,
proporciona, como destacado por Sasaki (1991, p. 8):
Recursos Utilizados
Recursos Materiais: Espaço físico adequado contendo: tatames, kimono, luvas de com-
petição, caneleira, capacete, corda, colchonete, giz, arcos, borracha extensora, apara-
dor de chute, raquete, bola de assoprar, cones, câmera fotográfica, computador para
realização de relatórios de acompanhamento, datashow e telões para apresentação
de vídeos motivacionais, de competições e documentários sobre o esporte.
Recursos Humanos: Apoio da coordenação pedagógica no acompanhamento às
turmas e aos professores na condução dos trabalhos.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201522
Desenvolvimento do Trabalho
O projeto de inserção do karatê na escola surge como uma ação voltada à for-
mação holística dos estudantes numa perspectiva de educação integral em tempo
integral. Para tanto, fez-se necessária a revisão da matriz curricular dos estudantes,
inserindo o karatê como disciplina. A apresentação dessa proposta de trabalho a
toda comunidade escolar, estudantes, pais e funcionários da escola transcorreu
de maneira muito tranquila, devida a percepção imediata das vantagens para real-
ização desse trabalho.
A metodologia aplicada consistiu em aulas dialógicas que envolveram os es-
tudantes no seu desenvolvimento e aprendizado. Foram inseridos, na proposta de
trabalho, vídeos, textos, realização de pesquisa sobre o objeto de estudo, rodas de
discussões sobre os temas propostos, com o intuito de ampliar o conhecimento e
oportunizar o desenvolvimento da oralidade.
Podemos destacar o início das aulas com a inserção dos movimentos básicos ao
esporte, utilizando a ludicidade como forma de estimular os estudantes e median-
do continuamente o desenvolvimento do trabalho. Vale ressaltar que todo o proje-
to obedeceu e obedece a estrutura de organização das aulas regulares e perpassa
pelo planejamento pedagógico, destacando o registro de cada um dos encontros.
A avaliação ocorreu de maneira processual e mediadora, incidindo sob o avanço
dos estudantes que receberam autorização para participar de campeonatos em
que, ao demonstrarem as competências necessárias, realizaram a troca de faixa.
Dessa maneira, o trabalho foi realizado em cinco etapas:
1ª etapa - Diálogo com o corpo docente para verificar a característica de cada tur-
ma e a necessidade de ações mais específicas com alguns estudantes;
2ª etapa - Realização de anamnese com os estudantes para conhecer o perfil das
turmas e o que já tinham de conhecimento sobre a modalidade esportiva;
3ª etapa - Planejamento das atividades inerentes às aulas de karatê e às ações que
envolvem a proposta do projeto: cronograma das atividades anuais, planos de cur-
so, planos de unidade e aula, organização dos pré-exames,
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201523
4ª etapa - Execução de trabalho, elaboração de relatórios e intervenções junto aos
estudantes, coordenação e corpo docente;
5ª etapa - Participação dos estudantes em cursos, festivais e campeonatos vincu-
lados ao desempenho dos estudantes;
6ª etapa - Participação nos exames de faixa.
Os estudantes demonstraram-se animados e motivados diante da possibilidade da
nova prática. A curiosidade impulsionou-os a participarem efetivamente das aulas,
gerando mudança de atitudes e alcance dos objetivos propostos no projeto. É notória
a importância da prática de Karatê junto aos estudantes, devido aos relatos dos pais,
professores, coordenação pedagógica, serviço psicopedagógico e Central do Aluno,
que atestam as mudanças no comportamento e atitudes dos estudantes, bem como
melhoria no seu desempenho escolar de ordem qualitativa e quantitativa.
Período de Desenvolvimento do Trabalho
Nos anos de 2012 e 2013.
Resultados alcançados (em relação ao previsto/ planejado)
Através dos trabalhos desenvolvidos com foco no karatê como prática educativa,
podemos perceber entre os resultados alcançados:
- Inserção dos estudantes em campeonatos de karatê dos quais vários alunos de
diferentes faixas etárias foram campeões, revelando as competências adquiridas e
o esporte como ação social;
- Utilização do esporte como forma de promover constantes oportunidades para
o desenvolvimento das qualidades cognitivas, físicas, motoras e de saúde, tendo
como consequência hábitos saudáveis de vida;
- Estimulação do aprendizado do esporte na escola, possibilitando a socialização
dos estudantes através da prática desportiva;
- Manutenção do respeito mútuo, da dignidade e solidariedade em situações es-
portivas, resolvendo conflitos de forma pacífica.
Depoimento de estudantes atendidos (as)
Será apresentado através de vídeos gravados com relatos dos estudantes.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201524
Considerações Finais
A prática de karatê tem relevância indiscutível no desenvolvimento das capaci-
dades e habilidades dos estudantes do Ensino Fundamental. Nesse sentido, o
esporte cumpre o seu papel de formação não só do sujeito aprendente, como
também da formação para a cidadania.
Referências:
OLIVEIRA, Ramiro Antônio Moreira. Historia do karatê na Bahia. Itapetinga, Bahia,
Brasil, 2002.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodolo-
gia Cientifica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARINHO, Sérgio, Karatê-Dô. Salvador: EGBA, 1997.
FUNAKOSHI, Gichin. Karatê-Dô nyumon. Copyright, 1988. Tradução Euclides Luiz
Calloni. São Paulo: Cultrix, 1998.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacion-
ais: Educação física, volume 7. Brasília: MEC/SEF,1997.
SASAKI, Y. Karatê-Do: o caminho educativo. São Paulo: USP.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201525
2.3.2 Parlamento Jovem Brasileiro
Autor(es): Gleide Elioterio dos Santos, Gueven de Cassia Simões Brito e Luiz
Carlos Sacramento da Luz
Unidade: SESI Piatã
Resumo do Trabalho:
A constante busca por uma educação emancipadora em todos os níveis de en-
sino tem contribuído para que o estudo da filosofia seja pensado e aplicado em
diversos públicos, incluindo-se aqueles com pouca familiaridade com os con-
ceitos filosóficos, constituindo-se, assim, em um desafio tanto para educadores
quanto educandos. Desta forma, para responder tal busca didático-filosófica, o
Sistema FIEB - tem promovido, de forma exitosa, o Ensino Articulado da Edu-
cação Básica com a Profissional (EBEP), que possui no ensino de Filosofia um
dos elementos fundantes para a construção de um indivíduo não meramente
reprodutor de atividades dentro do setor produtivo da indústria, mas em um
ser capaz de contribuir criticamente nos mais diversos aspectos inerentes à sua
realidade profissional. Essa abordagem desconstrói paulatinamente o senso co-
mum taylorista e fordista, de que na indústria não pode haver pessoas críticas
e reflexivas e sim bons cumpridores de ordens.
Por tal motivo, o SESI através da disciplina de Filosofia, possibilitou que os ed-
ucandos do 3º ano do Ensino Médio participassem de uma prática, por meio de
um concurso nacional, que abordava questões política-filosófica-pedagógica. O
projeto, denominado Parlamento Jovem Brasileiro (PJB), trata-se de um progra-
ma direcionado a jovens cidadãos brasileiros, que tem o intuito de permitir que
os mesmos vivenciem de forma prática e crítica, durante cinco dias, não só a jor-
nada de trabalho dos deputados federais, mas também as articulações políticas
e a compreensão de funcionamento da Câmara dos Deputados nos seus mais
diversos aspectos. ‘O Parlamento Jovem’ buscou responder aos paradigmas dos
setores sociais, econômicos, da indústria contemporânea, por meio de uma práxis,
crítica, reflexiva, consciente na formação “instigativa” dos alunos. Diante disto, o
relato de boas práticas apresentado aqui tem como objetivo avaliar a eficácia das
estratégias didática e pedagógica do Parlamento Jovem no desempenho do EBEP,
delimitando-se a análise no âmbito do Sistema FIEB.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201526
Tiveram-se como objetivos específicos, deste estudo, compreender a práxis do Par-
lamento Jovem no contexto industrial; analisar o estudo da filosofia enquanto ele-
mento colaborativo para ‘o fazer’ no contexto político e industrial; bem como avaliar
a proposta pedagógica da formação e preparação dos conhecimentos necessários
para a construção projeto – lei do desenvolvido no âmbito do ensino médio do SESI,
enquanto instrumento pedagógico contributivo para a inserção e sustentação do ed-
ucando no convívio político e profissional da indústria. Do ponto de vista metodológi-
co, trata-se de um estudo com uma abordagem qualitativa que utiliza como fonte de
dados um estudo da implementação e resultados. O estudo justifica-se pela premente
necessidade de análise e reflexão da práxis didático-pedagógica, no ensino de filo-
sofia, e sua relação com a inserção dos discentes no mercado de trabalho, buscando
assim responder de forma responsável as propostas da LDB, no tocante ao ensino e
aprendizagem da Filosofia frente às demandas da sociedade globalizada. O relato de
experiência conclui que a participação dos educandos no concurso do Parlamento
Jovem tem desenvolvido nos alunos um raciocínio crítico que os acompanha tanto
durante as demais séries do Ensino Médio, como no desenrolar de sua formação téc-
nica e no convívio social resultante.
Análise Diagnóstica
A motivação em apresentar o Parlamento Jovem, surge dos desafios de formar e
acompanhar o desenvolvimento crítico e reflexivo dos educandos, sobretudo na área
de filosofia. Assim, foi necessário comunicar a coordenação e direção da escola sobre
essa vontade e organizar um horário para a preparação dos educandos, pois o grupo
mostrava-se motivado pelos conhecimentos já adquiridos durante o ano letivo e pela
possibilidade de enfrentar os desafios proporcionados pelo seriado. Último da edu-
cação básica. Desta forma, quando foi apresentado o concurso, suas regras, quanti-
dades de vagas para o Estado da Bahia e os benefícios para os selecionados, a adesão
foi bem maior do que a planejada , ou seja, tivemos quase 10% dos educandos 3ºano
do Ensino Médio participando de forma ativa, o que foi confirmado com a aprovação
de 50% das vagas oferecidas para o Estado da Bahia.
Recursos Utilizados
Data Show, Internet, computador, jornais de grande circulação e revistas.
Desenvolvimento do Trabalho
O SESI/DR/BA Escola Djalma Pessoa, através do Departamento de Filosofia, to-
mou conhecimento do concurso através do coordenador de disciplina Luiz Luz
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201527
e com a autorização prévia da direção e aderência ao projeto da Escola, fez a
orientação dos estudantes interessados em participar. Mesmo sabendo que não
valeria pontos na unidade letiva, tivemos a participação de mais de 30 educandos
que se interessaram em participar. Vale ressaltar que alguns não se inscreveram
em função de concepções religiosas, mas participaram do processo de orientação
afirmando que estavam ampliando e firmando conhecimentos básicos e necessári-
os para seu desenvolvimento social e profissional.
O processo de orientação compreendeu um período de três meses ( julho, agos-
to e setembro) em horários variados que pudessem atender às necessidades dos
educando, que fazem parte Programa de Articulação da Educação Básica do SESI
com a Educação Profissional do SENAI - EBEP. Neste contexto, foi prazeroso fazer
essas orientações, pois, os educandos demostraram protagonismo, espírito de au-
tonomia e consciência crítica da realidade vivida.
A metodologia adotada para a atividade foi baseada em pesquisas, estudos dirigi-
dos, a fim de fornecer referencial teórico para a construção do projeto de lei.
Após uma rigorosa seleção que consistiu na produção de um anteprojeto relacio-
nado aos eixos determinados pelo regulamento, que foi avaliado em um primeiro
momento pelas Secretarias Estaduais de educação que indicaram quatros vezes
mais o número de vagas por Estados, os projetos seguiram para Brasília onde uma
comissão especializada fez a analise técnica e conceitual da aplicabilidade dos
anteprojetos e deveriam escolher 06. É importante salientar que dos 24 projetos
encaminhados para Brasília pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, 11
foram dos alunos do SESI Escola Djalma Pessoa.
Durante o período em que atuaram como Deputados Jovens, os nossos educan-
dos fizeram cursos e formações com o Centro de Formação - CEFOR, o mesmo
que ensinou e orientou os deputados recém-empossados. Neste período, os es-
tudantes foram empossados como Deputados Jovens e com o mandato simbólico
de 01 ano, além de participarem de discussões nas comissões de educação, cultu-
ra, esporte e turismo; comissão de economia, emprego e defesa do consumidor -
todas ligadas aos seus referidos projetos. Também, debateram com os deputados
federais a pertinência dos mesmos e a viabilidade de aplicação de cada um.
A escolha dos projetos dos nossos educandos coadunam com as macros estraté-
gias do Sistema FIEB e do SESI como: a Ampliação do Polo Industrial; Responsabil-
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201528
idade Social e desenvolvimento na qualidade da educação. Todos estes foram mui-
to bem vistos e elogiados pelos deputados federias e pelos parlamentares jovens.
As seis vagas destinadas para a Bahia foram disputadas por escolas públicas e
privadas de todo estado. Destas vagas, tivemos a felicidade de termos 50%, ou
seja, três vagas preenchidas por alunos do SESI-BA da Escola Djalma Pessoa, que
tive o prazer de orientá-los. Até o presente momento, não há registro de nenhuma
escola da Rede ter participado em edições anteriores.
Período de Desenvolvimento do Trabalho
Julho a Setembro de 2013
Resultados alcançados (em relação ao previsto/ planejado)
Os educandos que participaram da seleção e os três aprovados demonstraram
um interesse maior pelas questões sociais, econômicas e políticas. Além de mu-
dança significativa na postura em sala e com as demais disciplinas, segundo relato
dos alunos, percepção dos professores e coordenação pedagógica, houve uma
evolução na cognição, concentração além de se perceberem como protagonistas
da política brasileira.
Foi perceptível ver que os alunos passaram a entender e compreender o processo
político e econômico do Brasil, já que validaram e criticaram as posturas de parla-
mentares no processo legislativo do país.
O Parlamento Jovem demonstra que o discente é capaz de tomar consciência das
suas ações em relação a realidade vivida, percebendo-se como agente transfor-
mador do contexto social, filosófico, político e educacional, sendo seus resultados
percebidos durante todo o processo. A maturidade do educandos é instigada a
partir da escolha do seu projeto de lei, temas e condução das suas pesquisas. No
momento inicial das discussões, os grupos foram orientados pelo professor Luiz
Luz que contribuiu para a construção de suas pesquisas. Assim, as conexões en-
tre a proposta teórica do projeto e sua contextualização científica tornou-se uma
realidade percebida.
O momento em que apresentaram seus projetos, antes do envio final se caracter-
iza como um momento de percepção de resultados, onde pôde-se verificar que os
educandos são capazes de criar, desenvolver e criticar situações que questionam
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201529
e confrontam a realidade industrial e política vigente. Nesse contexto é notória a
percepção do fazer e de pensar de forma crítica.
Desta forma, o Parlamento Jovem demonstra que as relações de aprendizagem,
criticidade e de respeito com outras disciplinas formam uma ação integradora en-
tre o ensino médio e o técnico.
Os resultados obtidos com o Parlamento Jovem perpassam o imediatismo da dis-
ciplina, pois continua presente no ensino técnico, oferecido pelo SENAI. Assim,
o referido projeto contribui de forma direta para que a indústria e a sociedade
tenham profissionais capazes de entender, compreender e modificar a realidade e
situações necessárias para o seu fazer.
Depoimento de estudantes atendidos (as)
http://www.youtube.com/watch?v=bMfgUoKWzlY&feature=youtu.be
Considerações Finais (se houver)
O Parlamento Jovem Brasileiro é realizado anualmente e tem por objetivo pos-
sibilitar aos alunos de escolas públicas e particulares a vivência do processo de-
mocrático, mediante participação em uma jornada parlamentar na Câmara dos
Deputados, em que os estudantes tomam posse e atuam como Deputados Jovens.
Durante o período da Legislatura prevista para os estudantes, que tem a duração
de cinco dias, os participantes têm a oportunidade de experimentar o dia a dia
dos parlamentares brasileiros no desempenho de suas funções. O trâmite das
proposições apresentadas pelos deputados jovens se dá de acordo, na medida do
possível, com as normas regimentais vigentes na Câmara dos Deputados.
O ensino da filosofia dentro de uma concepção pedagógica que utiliza a política,
como exemplificado pela proposta do Parlamento Jovem, é percebido como uma
resposta afirmativa no processo de ensino e aprendizagem. Ademais, contribuir
para a formação de seres críticos, politizados e conscientes do processo produtivo
industrial é uma premissa da Rede SESI de Ensino e validado pelo SENAI através
do projeto articulados EBEP. Nesse contexto, entende-se que a filosofia passa a
ser definida não como uma disciplina que integra o currículo obrigatório, mas sim
como uma fonte de conhecimento necessário para formação de técnicos capazes
de repensar e modificar o processo produtivo industrial dentro dos conceitos éti-
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201530
cos necessários para a valorização da sociedade, bem como das questões deman-
dadas pela sociedade.
A inserção da filosofia na formação técnica do Sistema FIEB é validada pelos ed-
ucandos que percebem a carência e a necessidade da presença de uma educação
filosófica, enquanto instrumento capaz de sugerir mudanças e melhoras no pro-
cesso de ensino-aprendizagem.
O presente projeto buscou propiciar uma discussão social e sobretudo política
das necessidades do estudo da filosofia no Ensino Médio e na articulação com o
técnico industrial, assim como sugerir uma concepção crítica de fundamentação
pedagógica – filosófica que favoreça a ampliação e compreensão de eixos nortea-
dores necessários para a cidadania e o fazer industrial. Percebe-se, também, que o
estudo da política enquanto concepção não se limita ao universo educacional, mas
acompanhará os futuros profissionais em qualquer fase de sua vida.
Todavia, a proposta do Parlamento Jovem torna-se satisfatória aos educandos da Es-
cola Djalma Pessoa, quanto para os que já concluíram o Ensino Médio, quanto para os
que estão adentrando na escola e que ainda não vivenciaram a experiência. Nessa dis-
cussão, fica evidente que se faz necessário pensar em ações que valorizem e ampliem
o projeto do Parlamento Jovem no sentido de formar números maiores de sujeitos
cognoscentes, ou seja, que tenham plena consciência de sua realidade.
Por tal motivo, recomenda-se aplicar a educação filosófica de maneira política
com coerência para não banalizar o conceito de política. Pensar em temáticas
que relacionem cada vez mais a reflexão filosófica à prática industrial é uma ne-
cessidade que a disciplina não pode abandonar, a consciência filosófica pode ser
associada a quaisquer aspectos do contexto industrial, nas questões que discutam
a ética, política, linguagem, cultura, trabalho entre os mais diversos temas. Assim
como, discutir os problemas criados pela contemporaneidade a luz do pensamen-
to filosófico clássico passa a ser pertinente para o (re) pensar do fazer industrial.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201531
3. TRABALHOS PREMIADOS EM 2014
3.1 EDUCAÇÃO CONTINUADA
3.1.1 Curso básico de libras
Autor(es): Alane Alves Santos, Alvianne Alves dos Santos e Osvaldo Mota Lima.
Unidade: SESI Sudoeste
Resumo do Trabalho:
O curso de LIBRAS tem a finalidade de facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes
através da linguagem de sinais. Em gênese é imprescindível tratar da LIBRAS como
língua legalmente aceita pelo sociedade brasileira. De acordo com a Lei 10.436, de 24
de abril de 2002, a Língua Brasileira de Sinais – Libras – é reconhecida como meio le-
gal de comunicação e expressão. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais a forma
de expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura
gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos,
oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é uma importante ferramenta de inclusão
e, por isso, não poderia deixar de ser inserida no aprendizado oferecido pelo SESI
para os trabalhadores da indústria local.
Sendo assim, o projeto Curso Básico de Libras vem ao encontro das necessidades
da comunidade industrial, a fim de proporcionar a interação entre ouvinte e sur-
dos, usuários da Língua Brasileira de Sinais, que atuam como trabalhadores da in-
dústria, mostrando e justificando as necessidades de uma boa comunicação para
o melhor desempenho profissional.
O curso Básico de Libras partiu da solicitação de uma indústria calçadista da região,
que tinha no seu quadro de colaboradores um número considerável de portadores
de necessidades auditivas. Contudo, percebendo o SESI como parceiro, nos foi
solicitado um curso voltado para aquele público em questão. Portanto, utilizando
como base o curso de Libra oferecido no portfólio do DN, foi desenvolvido um
trabalho diferenciado com a referida turma da empresa.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201532
Nessa perspectiva, o referido curso, teve como premissa a promoção da inclusão
social, com o objetivo de ampliar as possibilidades de comunicação, interação
profissional e social às pessoas com deficiências auditivas, bem como aos demais
colaboradores (gestores e representantes de áreas comuns) que prescindem de
interações diárias.
O curso contou com uma carga horária total de 70 horas, acontecendo em dois
momentos, um de 40 horas e outro de 30 horas, e teve como objetivo principal
proporcionar conhecimento básico da Língua Brasileira de Sinais para os surdos e
ouvintes, trabalhadores da indústria. Os objetivos específicos foram: compreender
a importância da Língua Brasileira de Sinais na comunicação com surdos; adquirir
conhecimento básico da língua para uma comunicação efetiva com sujeitos surd-
os; melhorar a comunicação interna da empresa entre os surdos e ouvintes.
Como metodologia, optou-se em utilizar atividades desenvolvidas por meio de
aulas expositivas, com o mínimo possível de conversas, utilizando em grande parte
a língua de sinais e atividades práticas em grupo com a supervisão de monitores
surdos. Como fechamento, foi feito interpretação do Hino Nacional brasileiro.
A avaliação aconteceu por meio da observação e acompanhamento do desen-
volvimento da turma nas atividades propostas. Utilizou-se, também, a pesquisa
de satisfação e com o empresário ou outro representante da empresa, que partic-
iparam das atividades.
Análise Diagnóstica
O projeto foi desenvolvido em uma turma de surdos, deficientes auditivos (DA),
e ouvintes, trabalhadores de uma indústria calçadista e de Confecções (Grupo
DASS), situada na região Sudoeste do Estado da Bahia. A turma foi de 50 tra-
balhadores de ambos os sexos e tinha uma faixa etária de 20 a 45 anos de idade.
O trabalho foi desenvolvido a partir de uma solicitação da empresa, que tinha
como meta sanar a dificuldade de comunicação entre o grupo de ouvintes e surd-
os que fazem parte do quadro de funcionários da empresa.
O curso foi formado por um grupo misto, com pessoas que utilizava a Língua de
Sinais (LIBAS), Deficientes Auditivos (DA) - que não conheciam a LIBAS, mas eram
oralizados e faziam leitura labial - e pessoas ouvintes.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201533
Em princípio houve uma dificuldade de comunicação entre os membros do curso
por conta dessas barreiras. Porém, com o decorrer das atividades, essas limitações
foram superadas, obtendo satisfação tanto dos colaboradores que participaram
do curso, como dos dirigentes da empresa.
Salienta-se que por ser um curso de curta duração não foi possível sanar todas as
particularidades que envolvem a LIBRAS, mas de imediato supriu a necessidade da
empresa e abriu possibilidades de continuação do projeto em outros momentos.
Desenvolvimento do Trabalho
O projeto foi desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa trabalhou-se os
conteúdos através de aulas expositivas, dinâmicas de grupo e exibições de víde-
os. Durante as aulas, dividiu-se o grupo em cinco equipes. Conforme uma prévia
programação, essas equipes, acompanhadas pela professora, faziam visitas aos
setores da empresa, criando sinais para cada repartição e cada membro do grupo.
Em seguida, foi produzido um glossário (em vídeo) que foi disponibilizado para
cada participante. Os conteúdos trabalhados foram: A história da surdez no Brasil;
Libras como primeira língua; Datilologia - Alfabeto Manual; Configuração de Mãos;
Expressão Facial; Tipos de frases; Número e Numerais; Formação dos Sinais; Clas-
sificadores; Diálogos; Tipos de verbos na LIBRAS; Adjetivos; Cores; entre outros.
Nas aulas expositivas, utilizou-se o mínimo possível de conversas e o máximo da
língua de sinais.
Na segunda etapa, trabalhou-se a prática de conversação no dia a dia na fábrica,
utilizando os conteúdos aprendidos e como ponto forte, aproveitando o acontec-
imento da Copa do Mundo de Futebol, foi feito o estudo e interpretação do Hino
Nacional brasileiro através da LIBRAS.
Como recursos humanos e materiais, contou-se com a professora de LIBRAS e o
apoio de alunos monitores surdos e equipe de filmagem. Como materiais didáticos
foram utilizados: o computador, o Datashow, o quadro branco, pilotos, aparelhos
de som, apostilas com ilustrações, vídeos em CD para cada aluno e microfone.
Período de Desenvolvimento do Trabalho
• 07/10/13 à 09/12/2013 - primeira etapa;
• 19/03/2014 à 11/04/2014 - segunda etapa.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201534
Resultados alcançados (em relação ao previsto/ planejado)
Dentre os resultados alcançados, podemos citar:
• Promoção da inclusão social de 50 trabalhadores no mundo da LIBRA;
• Melhoria na comunicação interna entre o público assistido na empresa;
• Satisfação dos colaboradores em participar do evento, conforme pesquisa
de satisfação;
• Satisfação e agradecimento dos dirigentes da empresa com relação ao ob-
jetivo do curso, conforme relato abaixo, recebido por e-mail:
“Primeiramente, gostaria de agradecer pelo reconhecimento do SESI - Educação
Unidade Sudoeste ao Grupo DASS na consecução desta Boa Prática de Gestão,
a qual surgiu de uma demanda criada pelo Grupo DASS e contou com o pronto
atendimento da Equipe do SESI, ratificando nossa parceria profícua.” (Depoimento
do Gerente de Produção da empresa)
Depoimento de estudantes atendidos (as)
Endereço dos vídeos de depoimentos:
• Depoimentos Curso de Libras
Seu vídeo foi publicado em http://youtu.be/MZNT87PcVvg
• Hino Nacional
Seu vídeo foi publicado em: http://yoyu.be/13Ype5Ye5Q4
Considerações Finais
A realização do curso de Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS foi uma grande opor-
tunidade de poder oferecer aos colaboradores da empresa DASS o conhecimento
de uma segunda língua, oportunizando os mesmos a ter um melhor relacionamen-
to, tanto de nível pessoal quanto profissional no contexto da comunicação.
Com o conhecimento da LIBRAS, mais oportunidades o profissional terá, uma vez
que os atendimentos, prestação de serviços e as demais interações sociais ainda
não contemplam totalmente o atendimento à pessoa surda.
Portanto, compreender a importância e garantir o acesso e permanência de pes-
soas em condições diversas no mundo do trabalho implica novos conhecimentos
e posturas.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201535
3.1.2 Jovens empreendedores
Autor(es): Ana Paula Fernandes Marques e Edeltrudes Marçal dos Santos
Unidade: Sesi Oeste - Barreiras
Resumo do Trabalho:
Há cinco anos, foi assinado o compromisso de desenvolvimento do milênio para
termos um mundo melhor e mais seguro, em 2015. Há três anos, o SESI está na
Região Oeste da Bahia, com a missão de “promover a qualidade de vida do tra-
balhador e de seus dependentes, focando em educação, saúde e lazer, e estimular
a gestão socialmente responsável da empresa industrial”. Barreiras teve nos últimos
anos um crescimento econômico repentino, com a indústria de transformação e a
construção civil, aumentando cada dia sua participação no desenvolvimento dessa
cidade que é referencial no Oeste, considerada “polo econômico da região”. É esta
contínua perspectiva de crescimento que vem justificar a necessidade de firmar-
mos parcerias e buscarmos alternativas para qualificar mão de obra, desenvolver o
potencial produtivo dos trabalhadores e dos jovens potenciais trabalhadores da in-
dústria. É notória a discrepância entre a oferta e a procura. Muitas oportunidades e
pouca qualificação, questão que muitas vezes necessita-se importar mão de obra.
O Projeto Jovens Empreendedores é uma iniciativa do SESI com a Associação
de Jovens Empreendedores de Barreiras ( AJEB) e empresários da indústria da
região, com o objetivo de oportunizar a inserção dos jovens no mercado de tra-
balho, através da capacitação motivando-os a melhorar o seu perfil profissional.
A parceria SESI, AJEB e Industriais tem também como objetivo estimular a capacidade
dos jovens a ter visão e iniciativa, tornando-os cidadãos construtores da sua própria
história e capazes de saírem da condição de sujeito-objeto para de sujeito-sujeito.
Para a parceria 2013 x 2014, foram selecionados 36 jovens estudantes, dependentes
da indústria, que têm ideal de buscar melhores oportunidades na vida para num perío-
do de seis meses desenvolver atividades que foram propostas através de cursos con-
tidos no portfólio do SESI, tais como: Educação Orçamentária, Formação Social e
Pessoal, Significado do Trabalho, Produção Textual, Educação para Sustentabilidade,
Conhecendo os Negócios e os Valores da Empresa, Satisfação do Cliente, Informática.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201536
Tais cursos proporcionaram uma formação profissional básica e uma visão do mundo
empresarial e provocaram nos estudantes o espírito empreendedor.
O resultado final foi avaliado seguindo a máxima que diz: “não dê o peixe, ensina-se
a pescar” – o aprender fazendo! Dessa parceria resultou um trabalho de equipe
com saldos positivos. Alguns desses jovens já foram absorvidos pelo mercado de
trabalho industrial da região Oeste. A nossa pretensão é de complementar a for-
mação desses jovens, oferecendo-lhes mais chances de serem engajados no mer-
cado, uma vez que a inquietação do crescimento pessoal, intelectual e profissional
direcione para novas perspectivas de vida.
Análise Diagnóstica
Sentindo a necessidade de despertar o espírito empreendedor, proporcionando
uma capacitação profissional básica, qualificando jovens para competir no mer-
cado de trabalho, foram selecionados 36 dependentes da indústria, oriundos de
escola pública, estudantes do Ensino Médio para participar desse projeto atrelado
a situações práticas, despertando o educando para um espírito empreendedor e
iniciação empresarial.
Desenvolvimento do Trabalho
É notória a exigência de mercado no que tange a mão de obra qualificada. Na
região Oeste a situação tem uma complexidade maior, uma vez que a oferta so-
brepõe a procura. Nos últimos anos, o desenvolvimento industrial e econômico foi
de grande importância para a região deslanchar no cenário nacional como uma
das mais produtivas do país. No entanto, alguns fatores ainda atravancam o cresci-
mento, especificamente na cidade de Barreiras onde a baixa qualificação e esco-
larização dos profissionais deixam a desejar em vários setores.
Dessa feita, surgiu a oportunidade de parceria com a AJEB que o SESI abraçou, com o
objetivo de dar suporte aos trabalhadores da Indústria, estimulando os jovens a aden-
trar no campo da competitividade, ciente da importância que o nível de escolaridade
possui para o desenvolvimento pessoal e econômico no mercado de trabalho.
O projeto foi baseado no portfólio do SESI, nos cursos, nas atividades e nas, aval-
iações, todos com a finalidade de motivar os jovens a darem o melhor de si, de-
senvolvendo seu autoconhecimento na busca de melhores qualificações para o
mercado de trabalho.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201537
A metodologia foi sempre voltada para as necessidades da turma:
• Aulas expositivas – cada curso tinha seu módulo especifico.
• Leituras informativas, interpretação e compreensão textual.
• Uso de data show para filmes, vídeos, palestras, etc...
• Visitas às empresas.
• Palestras motivacionais.
• Seminários, saraus, trabalhos em equipe de forma a agregar valores ao grupo.
• Simulado: Criação e Manutenção de uma empresa;
• Atividades avaliativas.
Quanto à avaliação, essa sim, foi contínua e processual, baseada nas visitas às em-
presas de teor competitivo uma vez que o mercado exige.
Período de Desenvolvimento do Trabalho:
Julho/2013 à Março/2014. Carga horária 465h
Resultados alcançados (em relação ao previsto/ planejado)
A parceria resultou em qualificados, amadurecidos jovens preparados para o mer-
cado de trabalho; vários já foram absorvidos pela Indústria local. Percebeu-se o
espírito de competitividade entre eles, isso só nos comprova que o conhecimento
é o principal pré-requisito para inserção dos cidadãos no mundo do trabalho.
Depoimento de estudantes atendidos (as)
http://www.youtube.com/watch?v=dtb1DATnGFw&feature=youtu.be
Considerações Finais
Com essa parceria podemos potencializar nossas ações, atender demandas do
mercado. Em suma, levar a qualificação aos potenciais trabalhadores da Indústria
dessa região.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201538
3.2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
3.2.1 Modelagem matemática - processo de confecção e precificação de uma
peça do vestuário feminino
Autor(es): Carlos Rener Paes Oliveira
Unidade: SESI Norte
Resumo do Trabalho:
A indústria brasileira, atualmente, procura profissionais cada vez mais proativos e
capazes de compreender os processos de produção, seus lucros e despesas, assu-
mindo uma postura responsável, reduzindo custos e garantindo receitas fecundas.
Em discussão com as alunas do EBEP – Costureiro Industrial, foi percebido que as
mesmas entendiam muito dos processos operacionais de confecção, porém, nada
sabiam sobre o custo de uma peça, como cobrar a mão de obra e, dessa forma,
atribuir um valor justo às peças que virão a confeccionar no mercado em que pre-
tendem trabalhar.
Nesse sentido, elaboramos um projeto didático para ajudar as alunas a serem, além
de excelentes costureiras, boas administradoras, favorecendo o crescimento da
indústria têxtil na Bahia, visto que tendo consciência sobre custos, a profissional
torna-se mais econômica e, consequentemente, a indústria perde menos dinheiro
com o desperdício de matéria-prima e tempo.
A principal meta deste trabalho foi ensinar como calcular o custo de uma peça
do vestuário feminino e como calcular os preços dos elementos que a compõem
através de uma Modelagem Matemática passível de replicabilidade às demais
peças de roupa. De início, discutimos, entre outras coisas, sobre a peça a ser con-
feccionada para a realização dos cálculos, a eleita foi a calça feminina reta.
Para trazer ainda mais sentido à aprendizagem, trabalhamos textos sobre a história
da calça feminina - sua interferência sociocultural no processo de evolução da hu-
manidade - inserindo a temática no contexto histórico e, desse modo, relacionando a
Matemática às disciplinas: História/Português. Realizamos também pesquisas de mer-
cado para saber o preço dos elementos que seriam utilizados na produção da calça.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201539
Cada etapa de confecção da peça, desde o custo da linha até o produto final, foi
devidamente analisada e discutida com as alunas, que participavam ativamente,
expondo suas ideias e revelando novas formas de resolver as situações-proble-
ma que eram apresentadas pelo docente. Foram construídos gráficos para organ-
ização dos dados e posterior discussão sobre o custo específico dos produtos e
serviços necessários à confecção da peça, chegando ao resultado final que foi o
valor total da calça.
O projeto desenvolveu-se da melhor forma possível, pois foi bem aceito pelas ed-
ucandas, que a cada aula mostravam-se interessadas e dispostas a aprender. Um
trabalho árduo e instigante, mas que mostrou o perfil empreendedor das alunas e
revelou que é possível trabalharmos de forma contextualizada, atribuindo signifi-
cado aos conteúdos aprendidos pelos nossos discentes.
Análise Diagnóstica
A turma em que trabalho faz parte do EBEP – Costureiro Industrial, e conta com
um grupo de 28 alunas da comunidade juazeirense, que têm forte interesse em in-
gressar no mercado têxtil como industriárias ou mesmo de serem proprietárias de
uma pequena indústria de confecção.
O trabalho foi desenvolvido a partir da necessidade (percebida pelo professor
através de discussões informais), de estas discentes compreenderem o processo
de confecção e custos de uma peça do vestuário, neste caso, a calça feminina reta.
Acredita-se que, desse modo, o grupo terá mais segurança para fazer a diferença
no mercado de trabalho, confeccionando peças de qualidade, de forma ambiental-
mente responsável e com preço justo.
Desenvolvimento do trabalho
O desencadear do projeto fluiu de forma muito tranquila e positiva. As alunas se
mostraram abertas às atividades propostas e responderam muito bem ao trabalho
desenvolvido demonstrando suas potencialidades. O processo de aprendizagem
foi conduzido pela Modelagem Matemática, uma vez que:
Essa área do conhecimento matemático é bastante utilizada como
método de pesquisa, pois analisa situações e fenômenos existentes
na vida real tendo como um de seus objetivos chegar a um mod-
elo que represente uma situação estudada. Atualmente vem gan-
hando espaço nas discussões que permeiam o processo de ensino e
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201540
aprendizagem, pois discute-se que o processo para se chegar a um
modelo pode contribuir para um aprendizado diferenciado, em que
o aluno tem a oportunidade de aprender conceitos matemáticos uti-
lizando-os em um contexto social. (Taciana Baggio em http://www.
somaticaeducar.com.br).
Durante todo o período de execução, o trabalho adotou a seguinte metodologia:
• Levantamento de hipóteses acerca do conhecimento das alunas sobre o
processo de precificação de uma peça do vestuário feminino;
• Sugestão do projeto de Modelagem Matemática;
• Escolha da peça a ser produzida e precificada, tendo em vista todos os pas-
sos utilizados para este fim. A peça escolhida foi a calça feminina de corte reto que
favorece a maioria das mulheres;
• Pesquisa de texto, leitura e discussão sobre o percurso da calça feminina na
história e sua evolução ao longo dos anos (modelos, cortes, comprimento, tecidos,
pontos, etc.);
• Escolha do tecido e outros materiais a serem utilizados na confecção da calça;
• Pesquisa de mercado acerca do preço dos elementos necessários à con-
fecção da calça;
• Oficina de corte e costura - confecção da calça, analisando e realizando cál-
culos de medida, tempo, energia e mão de obra gastos na produção da peça.
• Resolução de atividades contendo situações-problema relacionando a
temática em questão com os conteúdos matemáticos.
• Construção - em pequenos grupos - de gráficos relacionados ao processo
de confecção e precificação da calça.
• Apresentação e análise dos gráficos de resultados para o grande grupo.
Dentre os conteúdos matemáticos trabalhados e relacionados às habilidades es-
pecíficas desse projeto, destacaram-se:
• Regra de três e Média: para estimar os custos dos itens de costura e o gasto
em KW durante a confecção da calça e/ou para calcular o salário do empregado e
o valor da hora de trabalho.
• Funções e Gráficos: para estatística de lançamentos e análise dos dados col-
hidos durante a produção.
• Grandezas e Medidas: para efetuar cálculos de medidas como áreas, taman-
ho da peça e tempo gasto na confecção da calça.
• Matemática financeira: para determinar o custo do imposto sobre a venda da
peça, da mão de obra e do lucro.
Para este trabalho foram usados os seguintes materiais: tecido (Oxford), botão,
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201541
zíper, linha, etiqueta, entretela, etiqueta de composição - Tag, embalagem plástica,
textos, projetor multimídia, atividades xerocopiadas e câmera fotográfica.
Durante toda a execução do trabalho, as alunas foram avaliadas sob os varia-
dos aspectos, primando pelo bom desenvolvimento e pela aprendizagem efeti-
va. Para Luckesi: [...] seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando
leva ao desenvolvimento do educando. Sendo assim, o processo avaliativo desse
trabalho partiu da premissa do equilíbrio, foram administrados instrumentos de
aprendizagem como: assiduidade, envolvimento nos trabalhos, desempenho me-
diante as atividades propostas e habilidades específicas - costura e cálculos. Para
quantificar esses instrumentos foram realizadas atividades individuais - de pesqui-
sa e solução de problemas - e coletivas envolvendo produções de gráficos e a
confecção da peça propriamente dita.
Período de Desenvolvimento do Trabalho
O projeto ocorreu no período de fevereiro a março de 2014.
Resultados alcançados (em relação ao previsto/ planejado)
Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas, se você não
fizer nada, não existirão resultados.
(Mahatma Gandhi)
Todo resultado exige empenho, serenidade e persistência. Não existem fórmulas
prontas para garantir a efetiva aprendizagem de um educando. O planejamento foi
cumprido, não sendo preciso realizar alterações e o tempo correspondeu às ne-
cessidades do projeto, uma vez que a temática atraiu as alunas contribuindo para
o avanço das aulas.
Felizmente, o resultado desse projeto superou as expectativas, visto que foi pos-
sível perceber o bom desenvolvimento das discentes e a revelação de novas habili-
dades, até então, desconhecidas por elas mesmas e pelo docente que se surpreen-
deu com o potencial de compreensão e criação de muitas estudantes.
É pretensioso por demais dizer que todas as alunas atingiram cem por cento em to-
das as atividades propostas, mas cada uma de acordo com a sua capacidade apre-
sentou uma notável evolução, visto que compreender o processo de confecção,
custo e precificação de peças de roupa facilitará o seu processo de inserção no
mercado de trabalho.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201542
Dentre outras coisas, as alunas aprenderam a calcular custos, analisar os valores do
mercado e precificar uma peça de roupa, bem como constataram que a calça reta,
por ser uma peça essencial no guarda-roupa feminino, tem uma grande aceitação
no comércio e um baixo custo de produção, por isso é tão lucrativa para a indústria
de confecção.
Com a vivência desse projeto, tivemos a oportunidade de avaliar todas as vanta-
gens e desvantagens do processo de confecção e futuramente será possível de-
senvolver uma nova proposta, com uma pesquisa de campo ainda mais detalhada
utilizando a Modelagem Matemática.
Mais do que ensinar, esse trabalho possibilita reafirmar a ideia de que o aluno
aprende muito mais quando a temática do conhecimento é dotada de sentido
e significado, quando o saber é construído em conjunto e quando nossas habili-
dades são valorizadas em virtude de um bem maior que é a construção de si mes-
mo como um ser humano apto à ação profissional.
Que fiquem registrados o apreço e a sincera admiração do docente por essas alu-
nas que com tanta dedicação o ensinam a cada dia que... quem sabe faz a hora,
não espera acontecer - (Geraldo Vandré).
Depoimento das estudantes atendidas
https://www.youtube.com/watch?v=W-jWvrrUloI&feature=youtu.be
Referências
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem Escolar. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
http://www.ebah.com.br/content
http://www.somaticaeducar.com.br
http://www.vagalume.com.br/geraldo-vandre/pra-nao-dizer-que-nao-falei-das- flores.html
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201543
3.2.2 Patrimônio histórico industrial de Ilhéus e uma nova organização para o
mundo do trabalho
Autor(es): Janaina Lunada dos Santos Silva e Nilza de Jesus Pereira Araújo
Unidade: SESI Sul - Ilhéus
Resumo do Trabalho:
O projeto Patrimônio Histórico Industrial de Ilhéus e uma nova organização para
o mundo do trabalho foi realizado com o objetivo de possibilitar aos estudantes
de elevação de escolaridade, trabalhadores da indústria, uma visão crítica sobre
a mudança do espaço industrial, por meio de visita ao patrimônio histórico da
cidade. Os estudantes puderam verificar as transformações ocorridas na mão de
obra trabalhista, tendo em vista a mudança da monocultura, ou seja, a decadência
do cacau, sendo necessário repensar um outro meio de sobrevivência para a so-
ciedade até então conhecida como cacaueira. Dessa forma, foi preciso estimular
o trabalhador a pesquisar, levando-o a entender a importância da valorização da
cultura local, criando assim espaços para uma reflexão crítica da realidade e afir-
mação positiva dos valores culturais. Para tanto, trabalhamos o espaço geográfico,
o fato histórico e a sociedade, levando os alunos a perceber que nada está disso-
ciado, mas em um único contexto, que é o da vida em sociedade. Nessa perspec-
tiva, a realização desse trabalho em equipe, despertou nos discentes a curiosidade
em conhecer a história local, sendo essa uma oportunidade em que esses conhec-
imentos foram de suma importância para a mudança de postura no convívio social
e comunitário, chegando até o ambiente de trabalho.
Palavras-Chave: patrimônio, espaço industrial, trabalhador.
Análise Diagnóstica
O projeto surgiu a partir da necessidade de retroceder na história para que os es-
tudantes compreendessem os seguimentos industriais que promoveram a evolução
das riquezas da cidade. A docente observou que a turma não tinha conhecimento
da riqueza patrimonial da história da cidade, bem como não possuía o entendi-
mento sobre as mudanças ocorridas no mundo do trabalho. Verificou, também, a
desmotivação e baixa estima dos estudantes nas turmas, identificando a necessi-
dade de adotar uma nova metodologia em sala de aula.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201544
Desenvolvimento do Trabalho:
Em nossa sociedade capitalista, a produção de cada objeto envolve uma complexa
rede de trabalhadores. Ao discutir o tema, foi possível notar o envolvimento dos
discentes pelas transformações no mundo do trabalho local, despertando curio-
sidades, novas formas de pensar, agir, abrindo horizontes e renovando a visão em
relação à pesquisa e ao construir, a troca de informação entre os mesmos.
Assim, fez-se necessário estudar a história para que os estudantes entendessem
que a crise de 1929 ao desorganizar a vida econômica da região, mostrou de forma
avassaladora a vulnerabilidade voltada para a exportação, num quadro de econo-
mia dependente que afora a situação estrutural oscilando a evasão de rendas. Os
discentes entenderam que, com essa transformação, o trabalhador deve estar dis-
ponível para adaptar-se às diversas funções existentes em uma empresa.
O projeto Patrimônio Histórico Industrial de Ilhéus e uma nova Organização para o
Mundo do Trabalho foi dividido em etapas para melhor interação com os discentes.
Sendo que a primeira etapa foi reservada ao momento de planejar como seria a
metodologia utilizada. Assim, já na segunda etapa, vimos a necessidade de irmos a
“locus”, mas era preciso selecionar alguns patrimônios a serem visitados e estudar sua
história, com o objetivo de entender o que ocorreu nesse tempo e nesse espaço. No
ensejo, realizamos entrevistas com proprietários de patrimônios, que conceituaram a
passagem de pessoas importantes da época do cacau, a evolução social, os objetivos
da cidadania, do capitalismo local, as regras, a política e as pessoas influentes. Na ter-
ceira etapa, foram realizados estudos prévios da história de cada patrimônio pesqui-
sado, sendo eles o Palácio do Paranaguá, Ilhéus Hotel, Bataclan, Teatro Municipal de
Ilhéus, Casa dos Artistas, Catedral de São Sebastião e a Igreja de São Jorge. Fizemos,
ainda, uma retrospectiva, visto que a maioria dos nossos discentes são do segui-
mento de eletroeletrônica. Assim, sentimos a necessidade de conhecermos a história
do polo de Informática e Eletroeletrônica, fundado em 1995, que de acordo com o
SINEC (Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores,
Informática e Similares de Ilhéus e Itabuna), produz 15% dos computadores comer-
cializados no Brasil, com mais de 50 Empresas instaladas na nossa cidade; de uma
Universidade Estadual que conta com pesquisadores altamente especializados nas
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), do CEPEDI - Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Informática e Eletroeletrônica, uma referência nacional na área,
de TIC’s, para então realizar o seminário Patrimônio Histórico Industrial de Ilhéus e
uma Nova Organização para o Mundo do Trabalho (anexo 01).
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201545
O objetivo dessas visitas foi despertar no estudante o interesse pela pesquisa e
entender a história de acordo com o seu período de transformação, que muito
interferiu na nossa realidade atual. Dessa forma, os discentes puderam interagir
e explanar tudo que vivenciaram no decorrer das atividades, escrevendo em sala
de aula um jornal informativo, onde cada grupo narrou sobre a construção da ci-
dadania e sociedade ilheense, perpassando pela evolução no mundo do trabalho.
Além disso, em algumas intervenções críticas, os discentes fizeram uma relação
das transformações no mundo do trabalho com as relações sociais históricas, o
processo de evolução do trabalho humano e a divisão do mesmo.
De acordo com os PCNs, verifica-se que existe a necessidade da abordagem da
cultura e valorização das singularidades locais através da transversalidade.
Nessa perspectiva, o entendimento do espaço como acumulação de tempos
desiguais, que permite uma abordagem do patrimônio histórico-cultural, geral-
mente resquícios de técnicas passadas. Assim, o novo e o velho fundem-se em
uma mesma paisagem. A ação do professor em sala de aula deve considerar a
diversidade dos alunos como, porém a distingue como relativa as diferenças indi-
viduais. (BRASIL, 1997, p. 63)
Período de Desenvolvimento do Trabalho
O projeto foi desenvolvido de forma interdisciplinar, intercalando-se entre as
disciplinas de História, Sociologia e Filosofia. Tendo início em fevereiro e en-
cerramento em julho do ano em vigor. O tema foi elaborado entre 10 e 11 de fe-
vereiro em sala de aula, onde todos puderam criar sua própria metodologia de
pesquisa, fotografar, e colher dados para elaboração do trabalho. Em julho, as
atividades foram desenvolvidas em sala de aula com a organização dos slides e
Na realização desse projeto foi possível entender que as transfor-
mações no mundo do trabalho são ao mesmo tempo, consequên-
cias e sustentáculo de mudanças mais gerais que vão ocorrendo na
política, na economia e na sociedade. Ou seja, essas transformações
não são mera consequência de um novo padrão tecnológico, mas
são determinadas socialmente. A adaptabilidade das normas colo-
ca a demanda por procedimentos que facilitem a alteração das
condições que regem o trabalho, pois na lógica de um capitalismo
sob a dominância do capital financeiro prevalece a dimensão do cur-
to prazo, exigindo também uma flexibilidade do trabalho.( SUPIOT,
Alain Genebra, 1999, pp. 31-46).
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201546
do material de apoio para apresentação do seminário o estudo prévio do pat-
rimônio a ser apresentado para os colegas.
Resultados Alcançados
O trabalho de forma geral despertou o interesse, nos estudantes, em conhecer
outros patrimônios e criar novos ambientes culturais, percebendo as diferenças
vivenciadas e respeitando as do colega, apresentando uma postura crítica e ati-
tude de mudanças para o mundo do trabalho. Além de possibilitar aos mesmos um
novo olhar diante do local onde trabalham, assim como o entendimento da mu-
dança ocorrida na mão de obra da cidade de Ilhéus que saiu da cultura do cacau e
passou para a inovação no mundo das tecnologias.
Depoimentos dos estudantes atendidos
Os depoimentos foram realizados pelos alunos em vídeo, relatando as vivências
e construção dos trabalhos em sala de aula, onde relataram as oportunidades e a
importância do trabalho em equipe.
Considerações Finais
Nas informações históricas do projeto, os estudantes puderam mostrar uma grande
evolução no conhecimento econômico e social da região sobre as estruturas e trans-
formações na tecnologia, novas formas de transformação para o mundo do trabalho,
formas de produção, características dos setores e classes sociais envolvidas.
Este projeto além de ter sido um fator primordial para a motivação e autoesti-
ma dos discentes fora da sala de aula, pois os mesmos puderam sair, conhecer e
vivenciar o que foi estudado durante a construção da pesquisa. despertou nos dis-
centes a curiosidade e o entendimento da história local, sendo esses conhecimen-
tos bastante proveitosos, pois disseminaram para o convívio social e comunitário,
chegando até o ambiente de trabalho.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: História.
Brasília: MEC/SEF, BRASIL, 1997, p. 63
BRAVERMAN, HARRY.Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho
no século xx.Rio de Janeiro:Zahar,1977
CEPLAC/IICA. “Diagnóstico Sócio-Econômico da Região Cacaueira”, Vol. 8.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201547
3.3 EDUCAÇÃO REGULAR
3.3.1 Projeto educando, profissionalizando e incluindo
Autor(es) : Maria do Rosário Araújo e Sandra Bahia
Unidade: SESI - CAIS - Itapagipe
Resumo do Trabalho:
A cidadania não se limita a uma palavra, uma ideia, um discurso, nem está fora da
vida das pessoas com deficiência (PcD) . Ela começa na relação do homem consi-
go mesmo para, a partir daí, expandir-se até o outro se ampliando para o contexto
social no qual está inserido. É uma nova maneira de enxergar, ordenar e construir
o mundo, tendo como princípios básicos os direitos humanos, a responsabilidade
pessoal e o compromisso social na realização do destino coletivo.
A militância na área de Educação Especial levou à necessidade da realização de
um trabalho de reconhecimento e valorização dos direitos do cidadão, em espe-
cífico o de PcD, para que eles sejam respeitados e cumpridos, já que seu exercício
nem sempre ocorre de forma automática.
Dentre os diferentes temas que são relacionados à garantia de direitos, destaca-se
a Educação Profissional que, por sua vez, busca a conquista do direito ao trabalho.
Nesse contexto e acreditando na capacidade dos nossos aprendizes, foi proposto
um trabalho que se caracteriza por contemplar ações voltadas para identificação
de suas potencialidades e o desenvolvimento de competências e habilidades per-
tinentes a atividade laboral.
Segundo Sassaki (2000), desde 1999, a meta de todas as nações é de evoluírem
para sociedades que protejam os direitos das pessoas com deficiência, mediante o
apoio ao pleno empoderamento e inclusão em todos os aspectos da vida.
Considerando a legislação em vigor e as políticas de atenção a pessoa com deficiên-
cia para a formação e colocação no mundo do trabalho, visamos a ressignificação de
conceitos, a quebra de paradigmas que se materializam com ações que propiciam o
desenvolvimento de suas potencialidades e, consequentemente, sua inclusão social.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201548
A vinculação da educação profissional ao desenvolvimento de capacidades para a
vida produtiva serve de base para as ações do CAIS – Centro de Apoio à Inclusão/
SESI, quanto à formação do indivíduo. Desse modo, alinhados com as diretrizes
educacionais da Rede, contemplamos o desenvolvimento de habilidades básicas,
específicas e de gestão com conteúdos relevantes ao exercício profissional. Por
tratar-se de um Centro de Apoio à Inclusão e considerando a natureza de sua cli-
entela, as ações são desenvolvidas contemplando metodologias adequadas, pos-
sibilitando formas de treinamento e qualificação, compatíveis com os níveis de
escolaridade dos aprendizes. O Programa contempla além da dimensão cognitiva
do sujeito, a formação de valores e atitudes.
O cerne do planejamento consiste no desenvolvimento de habilidades e com-
petências relativas ao pensar e agir, concretizadas por conhecimentos, atitudes e
práticas do trabalho, considerando as expectativas do mercado, e principalmente,
as potencialidades, aptidões, interesses e aspirações dos aprendizes.
A avaliação é de suma importância em todos os âmbitos do processo educacional
para nortear as decisões e retroalimentá-las, impondo-se como condição para al-
cançar os resultados.
A prática relatada confere indicadores de desempenho bastante importantes na
relação de PcD incluídos no mercado de trabalho, egressos da educação profissional
do CAIS, porém é no aspecto qualitativo que refletem-se os maiores resultados. Jov-
ens e adultos estigmatizados como improdutivos, conquistaram o direito à cidadania,
afirmando-se como pessoas capazes de colaborar no desenvolvimento da sociedade.
Análise Diagnóstica:
Ainda persiste a ideia pré-concebida de que a diminuição das capacidades físicas,
mentais ou sensoriais reduz automaticamente a capacidade para o trabalho. Os
estudos e a própria prática comprovam que as pessoas com deficiência podem
ser tão produtivas quanto outras sem deficiência, se seu potencial e capacidades
forem corretamente avaliados e estimulados e se exercerem a função adequada.
O presente trabalho foi pensado a partir da necessidade de desenvolver um pro-
grama de Educação Profissional, instrumentalizando Pessoas com Deficiência In-
telectual, jovens e adultos acompanhados pelo CAIS, promovendo a sua real in-
clusão no mercado de trabalho. Outra causa importante e convergente com a
atuação do Sistema FIEB e diretrizes da Educação em Rede, é a oferta de solução
para empresas industriais que precisam cumprir sua cota de empregabilidade para
PcD (Pessoas com Deficiência).
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201549
Fazem parte do projeto pessoas com deficiência intelectual, com idade entre 14
e 35 anos que, após estímulos recebidos, conquistaram conhecimentos e habili-
dades, para integrar o Programa de Educação Profissional.
A análise inicial permite verificar a elegibilidade do aprendiz, identificando capacidades
e habilidades, além de aspectos pessoais, sociais e profissionais, direcionando-os aos
programas desenvolvidos. O interesse demonstrado pelo aprendiz na realização de
atividades laborais é considerado relevante para inclusão e ascensão no programa.
Desenvolvimento do Trabalho:
Após avaliação, os aprendizes passam a compor grupos, com programas com-
patíveis à sua zona de desenvolvimento proximal, buscando estimular o máximo
de suas habilidades. O atendimento é global, sistematizado, com atividades hier-
arquizadas em um nível de complexidade crescente: Iniciação Profissional, Habili-
tação Profissional, Gestão do Mundo do Trabalho e Acompanhamento Profissional.
Em consonância com as diretrizes do MEC, utiliza-se dados do Plano de Atendi-
mento de Educação Profissional (anexo 1), visando instrumentalizar os profissio-
nais envolvidos, na construção de uma proposta singular e que observe aspectos
indispensáveis da formação dos aprendizes: as condições laborais; as potencial-
idades e dificuldades nas áreas do desenvolvimento psicomotor, da linguagem,
do desenvolvimento cognitivo, da sociabilidade/afetividade, da aprendizagem e
do meio social/família. São descritos também o objetivo do trabalho com cada
aprendiz, as atividades a serem desenvolvidas, profissionais envolvidos, resultados
esperados e avaliação dos resultados.
As atividades dos grupos de Iniciação Profissional, Habilitação Profissional e Gestão
do Mundo do Trabalho são desenvolvidas com a frequência de duas ou três vezes
por semana e são integralmente planejadas e orientadas, com vistas à formação
de competências e habilidades que promovam o pleno empoderamento, possibil-
itando a inclusão no mercado de trabalho e em todos os aspectos da vida.
São desenvolvidas atividades de compreensão e formação de conhecimentos de
temas relevantes com debates e exposição participada e também com vistas às
habilidades concernentes às práticas administrativas como atendimento telefôni-
co, cópias, arquivo, transporte e entrega de documentos, etc.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201550
Compõe o programa curricular, atividades que favorecem o processo de
aprendizagem como: esporte, teatro, música, apoio pedagógico e artes, aliados ao
contexto terapêutico-ocupacional para o desenvolvimento da autonomia e quali-
dade de vida.
Já o Acompanhamento Profissional acontece uma vez por mês e está direciona-
do aos egressos do Programa de Educação Profissional que já estão incluídos no
mercado de trabalho. Nos encontros são desenvolvidas atividades com o objetivo
de discutir e orientar sobre situações vivenciadas no dia a dia do trabalho e dis-
ponibilizar informações para uma atuação assertiva.
Concomitantemente, são realizados atendimentos aos familiares com o objetivo
de orientá-los e envolvê-los em todo o processo, completando a rede de apoio in-
dispensável para uma efetiva inclusão no mercado de trabalho. O papel da família
é decisivo, uma vez que o processo de inclusão depende também da atuação do
sistema familiar em prover condições e oportunidades para que o aprendiz desen-
volva sua independência e autonomia, apesar das barreiras estruturais e sociais.
O planejamento utiliza elementos do Programa da Educação de Jovens e Adultos,
considerando a faixa etária de seu público, sendo elaborado de modo a atender
às necessidades de cada aprendiz. Contempla o desenvolvimento de habilidades
básicas, especificas e de gestão:
• Habilidades Básicas são competências e conhecimentos gerais essenciais
para o mercado de trabalho e para a construção da cidadania, como: comunicação
verbal e escrita, leitura e compreensão de textos, raciocínio, saúde e segurança
no trabalho, preservação ambiental, direitos humanos, informação e orientação
profissional e outros eventuais requisitos para as demais habilidades;
• Habilidades Específicas estão estreitamente relacionadas ao trabalho e
dizem respeito aos saberes, saber-fazer e saber ser exigidas por postos, profis-
sionais ou trabalhos em uma ou mais áreas correlatas. Atualmente, as atividades
estão direcionadas a função de auxiliar administrativo júnior;
• Habilidade de Gestão está relacionada às competências de autogestão, de
empreendimento, de trabalho em equipe.
A equipe envolvida no processo é composta de 01 Terapeuta Ocupacional, 01 Ped-
agoga, 01 Médico Neurologista e 06 Professores.
A avaliação se dá de forma processual e o período destinado aos resultados de
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201551
aprendizagem de cada etapa é variável, dependendo do tempo de cada aprendiz
e do modo como ele se desenvolve.
Os grupos de Iniciação Profissional, Habilitação Profissional e Gestão do Mundo
do Trabalho, têm o registro de suas aprendizagens acompanhado no instrumento
Ficha de Acompanhamento (Anexo 02), que contempla vários aspectos do desen-
volvimento como: assiduidade e pontualidade; relações interpessoais; autonomia
e independência; iniciativa; interesse pelas atividades laborais; além de outros rel-
acionados com a produtividade nas oficinas de reciclagem de papel e artes que
servem de parâmetro para avaliá-los em situações que envolvam prazos e metas.
Nas empresas que possuem em seu quadro funcional, integrantes do Grupo de
Acompanhamento Profissional, são realizadas, quando necessárias, visitas téc-
nicas aos postos de trabalhos, observando in loco as dificuldades apresentadas,
oferecendo aos colaboradores orientações quanto à acessibilidade atitudinal,
metodológica, comunicacional e instrumental. Além dos encontros mensais, as
PCD incluídas também são atendidas individualmente para tratar de alguma situ-
ação específica, sinalizada nas visitas técnicas.
No caso do aprendiz não se adaptar ao posto de trabalho no qual estava incluído
anteriormente é desenvolvido um trabalho de requalificação profissional, através
de atividades que promovam um aprimoramento das competências necessárias
para seu retorno ao mercado competitivo.
Período de Desenvolvimento do Trabalho:
Anos 2013 e 2014
Resultados alcançados (em relação ao previsto/ planejado):
O Projeto Educando, Profissionalizando e Incluindo apoia as empresas no cumpri-
mento da Lei de Cotas de Empregabilidade de PcD, incluindo e acompanhando em
empresas de serviços, industriais e comércio.
Nos últimos dois anos foram incluídos no mercado de trabalho 12 aprendizes com
deficiência egressos do CAIS.
Temos um percentual de Inclusão e Permanência no Emprego, dos egressos do Pro-
grama de 94,7%. Tal resultado ratifica a eficácia das ações e o alcance dos objetivos.
O índice de satisfação das pessoas com deficiência incluídas no mercado de tra-
balho e suas famílias é de 99,9%.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201552
O índice de satisfação das empresas para com os encaminhamentos, revelados
através da absorção e permanência é de 88,9%.
Depoimento de estudantes atendidos (as):
Link:https://www.youtube.com/watch?v=BJ712cjfLGI&feature=youtube_gdata
Considerações finais:
O trabalho desenvolvido, com vistas à promoção da Educação Profissional para
PcD, vem minimizar uma dificuldade histórica na formação laboral dessa clientela.
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica preconizam
que a educação profissional é um direito do aluno com necessidades especiais e
visa sua integração produtiva e cidadã na sociedade, devendo efetivar-se nas es-
colas das redes regulares públicas e privadas.
A falta de informação das empresas quanto ao potencial laboral e o estigma rela-
cionado principalmente a deficiência intelectual, constituem-se, ainda hoje, barrei-
ras que tornam tímidas as conquistas apresentadas, apesar de serem significativas
ao se comparar com períodos de exclusão e segregação.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201553
Referências:
BATISTA, C. et al. Educação Profissional e Colocação no Mercado de Trabalho:
Uma nova proposta de trabalho junto à pessoa portadora de deficiência. Brasília:
Federação Nacional das APAES, 1997.
Inclusão: Construção na diversidade. Belo Horizonte: Armazém de Ideias 2004.
BRASIL. MEC. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf
MEC. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Espe-
cial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
SASSAKI, R.S. Inclusão: O Paradigma do Século XXI INCLUSÃO - Revista da Edu-
cação Especial - Out/2005 – MEC Disponível em: portal.mec.gov.br/seesp/arquiv-
os/pdf/revistainclusao1.pdf
Inclusão da Trabalho. Belo Horizonte: Armazém de Ideias, 2000.
Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 2002.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201554
Anexo 1
Formulário de Registro do Plano de Atendimento de Educação Profissional
1 - Identificação do Aprendiz
2 – Condições laborais
O aprendiz
nascido em / / filho de e
residente à
na cidade de , atualmente com anos (idade).
Possui BPC? ( ) Sim ( ) Não
Possui todos os documentos de identificação? Quais?
Possui passe livre? ( ) Sim ( ) Não
Possui laudo médico?
Tempo de permanência na oficina:
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201555
Potencialidades e dificuldades do aprendiz
Desenvolvimento Psicomotor
Linguagem
Desenvolvimento Cognitivo
Sociabilidade / Afetividade
Aprendizagem
Meio social / família
Dificuldades Potencialidades
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Dificuldades Potencialidades
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Dificuldades Potencialidades
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Dificuldades Potencialidades
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Dificuldades Potencialidades
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SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201556
PLANO DO ATENDIMENTO
Assinatura do Professor Data / /
1. Objetivos do plano
2. Atividades a serem desenvolvidas no atendimento ao aprendiz
3. Profissionais que deverão ser envolvidos no atendimento ao aprendiz
4. Resultados esperados
5. Avaliação dos resultados
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201557
Terapeuta Ocupacional Professor
Anexo 2
FICHA DE ACOMPANHAMENTO
( A ) APROXIMADO ( N ) NIVELADO ( D ) DISTANCIADO
1 - Identificação do Aprendiz
ASPECTO
1. Apresenta interação com professor:
2. Apresenta interação com colegas em sala de aula:
3. Apresenta pontualidade e assiduidade:
4. Percebe a hierarquia do seu grupo de trabalho:
5. Orientação temporal:
6. Orientação espacial:
7. Coordenação motora fina:
8. Demonstra criatividade:
9. Demonstra interesse pelas atividades desenvolvidas:
10. É organizado durante a realização das atividades:
11. Aceita as orientações feitas sem crises de temperamento:
12. É ágil ao realizar atividades:
13. Participa de todas as etapas da atividade desenvolvida:
14. É autônomo na utilização dos materiais e recursos disponíveis:
15. Reconhece as funções de materiais e equipamentos, utilizando-os adequadamente:
16. Utiliza os materiais e equipamento observando medidas de segurança:
17. Interage com o grupo socializando o material utilizado:
18. Demonstra aquisição de conhecimento sobre as técnicas desenvolvidas:
19. Apresenta produtividade atendendo o padrão estipulado p/ atividade:
20. Cumpre prazos estipulados em situação produtiva:
21. Avalia o produto final, observando a estética e qualidade do trabalho:
22. Demonstra interesse em desenvolver atividades laborais:
DESEMPENHO
APRENDIZ:
PROFa: GRUPO:
PERÍODO: DATA:
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201558
3.3.2 Segurança e Saúde: da escola para o trabalho
Autor(es): Kennessy Mnemosyne Souza Moreira
Unidade: SESI Candeias
Resumo do Trabalho:
Todos os anos, milhares de pessoas sofrem acidentes que levam à incapacitação
parcial, total ou mesmo à morte.
Por conta disso, empresas têm buscado, cada vez mais, capacitar seus funcionári-
os de acordo com a certificação OHSAS 18001, que é voltada para a gestão em
Segurança e Saúde no Trabalho.
Apesar de tudo, essa cultura prevencionista encontra dificuldade em ser implanta-
da e mantida nas instituições por mais que os funcionários recebam capacitações
anuais. O fato é que, no ambiente externo ao profissional, os hábitos culturais são
distintos das normas aprendidas.
Sendo assim, torna-se relevante trabalhar a conscientização quanto à Segurança e
Saúde, desde a juventude, de modo adequado à cognição do indivíduo, pois assim
a aceitação futura desta conduta será muito maior e consciente na fase adulta,
evitando dezenas de tragédias diárias.
Aproveitando a temática trabalhada no Concurso Nacional Sobre SST – SESI/SE-
NAI, no ano de 2013, os estudantes do SESI Candeias vivenciaram atividades que
buscaram evidenciar como os acidentes podem prejudicar toda a história de vida
de uma família. Eles assistiram a vídeos, desenhos e reportagens relacionados ao
tema. Através dos debates ricos de experiências dos estudantes, os mesmos foram
convocados a disseminar o conteúdo assimilado em casa com os responsáveis e
parentes, aplicando também dentro da escola com todos os colegas. Por fim, fo-
ram orientados a produzir um desenho para participar do concurso citado. Destas
produções, um trabalho foi eleito, dentre 2.226 trabalhos da Rede SESI Nacional,
garantindo para o SESI BAHIA o 1º lugar na categoria desenho entre alunos do
Fundamental II. O prêmio foi recebido em Dezembro de 2013 pela estudante Ana
Lídia do SESI Candeias.
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201559
Análise diagnóstica
Os alunos que participaram das atividades relatadas, no ano de 2013, foram das
turmas do Fundamental II, do 6º ao 9º ano. Eles residem em cidades próximas a
áreas industriais. Seus responsáveis, em maioria, são funcionários das indústrias
ou de empresas terceirizadas às indústrias. A cidade de Candeias possui histórico
de abrigar trabalhadores de diversas áreas industriais há várias décadas desde o
surgimento da Refinaria Landulfo Alves, conhecida como Mataripe. Além disso, a
maioria dos estudantes afirma, durante as aulas, o desejo de trabalhar em grandes
empresas. A relação de proximidade família x escola é outra característica mar-
cante da comunidade escolar, o que fortalece bastante os vínculos com a institu-
ição, sendo este fator importantíssimo dentro do projeto por sua necessidade em
ser reproduzido. Sendo uma escola de pequeno porte (possui em torno de 600
alunos) e com pouco espaço de circulação, alguns eventos acidentais ocorreram e
foram notificados devidamente, mas também trouxeram grande afirmação para o
desenvolvimento deste projeto anual.
Desenvolvimento do trabalho
Os Conteúdos abordados nessa prática foram: Segurança e Saúde no Trabalho:
Alimentação Saudável / Prática de Atividades Físicas / Exames de rotina / Uso de
EPC e EPI / Acidentes, Lesões, afastamento e morte. / Desenho e pintura.
Objetivou-se, nessa prática, estimular uma postura que favoreça a segurança e a
saúde no ambiente doméstico e escolar, bem como promover este conhecimento
para as pessoas do seu meio. A esse respeito, o PCN Saúde (Brasil, p.269) afirma:
A educação para a Saúde cumprirá seus objetivos ao promover a
conscientização dos alunos para o direito à saúde, sensibilizá-los
para a busca permanente da compreensão de seus condicionantes
e capacitá-los para a utilização de medidas práticas de promoção,
proteção e recuperação da saúde ao seu alcance.
O PCN afirma ainda que grande parte, senão a maioria, das causas de doenças e
deficiências poderiam ser evitadas por meio de ações preventivas. Pensando nisso,
evidenciou-se a relevância desse trabalho com os estudantes.
A primeira etapa do projeto foi desenvolvida durante duas semanas, sendo duas
aulas por semana com todos os estudantes do 6º, 7º 8º e 9º anos. De modo expos-
itivo, foi incitado o tema através de questionamentos acerca de acidentes acon-
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201560
tecidos em seu meio comum entre familiares, vizinhos, conhecidos, entre outros.
Neste momento, em todas as turmas sempre houve uma participação intensa dos
jovens, pois sempre havia muita experiência a ser compartilhada. Casos divulgados
na mídia foram debatidos também.
Depois do primeiro momento de diálogo, alguns vídeos foram apresentados em
sala de aula com o uso de notebook, projetor de multimídia e caixa de som. Re-
portagens sobre acidentes em indústrias, em diversas obras, foram analisadas pe-
los alunos e comentadas por todos. A primeira aula do Telecurso Profissionali-
zante, do módulo - Higiene e Segurança no Trabalho (https://www.youtube.com/
watch?v=-jjzGdsUtW4), foi apreciada pelos estudantes que compreenderam o que
é acidente e o que é uma visão prevencionista.
Finalizamos com uma sequência de vídeos da série NAPO (http://www.napofilm.
net/pt/the-napo-story), que apresenta uma personagem que vivencia situações
de risco a todo o momento, e aprende em cada episódio como agir de acordo com
os princípios de SST de modo divertido.
Os alunos foram provocados a refletir o quanto agem de maneira prevencionista
dentro da escola e em casa. Em seguida, receberam a orientação para conversar-
em com os pais e responsáveis sobre tudo que haviam aprendido em sala e quais
eram os EPIs que eles utilizavam ou deveriam utilizar para evitar acidentes. Na se-
mana seguinte, os alunos deram retorno dos debates em casa.
Assim, ao fim desta etapa do projeto e durante as semanas seguintes, foi perceptível que
os estudantes sensibilizaram-se quanto ao tema e perceberam a relevância do debate.
Após esta primeira etapa, os estudantes, devidamente informados, foram convi-
dados a participar do Concurso Nacional Sobre Segurança e Saúde no Trabalho,
promovido pelo SESI / SENAI. Nessa fase, eles disputariam a etapa estadual do
concurso, para em caso de vitória, disputarem com os vencedores de todos os
estados, na etapa Nacional. Eles deveriam criar um desenho sobre o tema: “Como
a segurança e a saúde no trabalho contribuem na promoção da qualidade de vida
do trabalhador da Indústria”. Os trabalhos foram desenvolvidos utilizando técnicas
de desenho e pintura já trabalhadas em sala de aula durante o ano letivo.
A empresa britânica BSI (The British Standards Institution) desenvolveu o sistema
de Gestão em Saúde e Segurança Ocupacional, o OHSAS 18001 (Occupational
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201561
Health and Safety Assessment Series), que é referência mundial para a certificação
em SST visando a redução dos prejuízos humanos, sociais e econômicos para as
empresas e para a sociedade. Segundo a empresa, o uso da norma pode trazer,
entre outros benefícios:
• Create the best possible working conditions across your organization;
• Identify hazards and put in place controls to manage them;
• Reduce workplace accidents and illness to cut related costs and downtime;
• Engage and motivate staff with better, safer working conditions;
• Demonstrate compliance to customers and suppliers;
Período de desenvolvimento do trabalho
Agosto / Setembro de 2013
Resultados alcançados
O objetivo previsto foi alcançado, pois uma sensível mudança atitudinal dos es-
tudantes foi criada e vivenciada. A redução de casos de acidentes entre alunos em
situações comuns também foi constatada junto a melhor compreensão e aceit-
ação dos mesmos quando advertidos quanto aos comportamentos indevidos por
educadores ou mesmo pelo colega de sala.
Outro objetivo alcançado e de grande relevância para a REDE SESI BAHIA foi a
vitória de um dos trabalhos da Etapa Estadual e posteriormente da Etapa Nacional
do Concurso Nacional sobre Segurança e Saúde no Trabalho, superando alunos de
todas as escolas SESI do Brasil.
Depoimentos de estudantes atendidos:
https://www.youtube.com/watch?v=t9n5x6XB4yA - Monstruário do Trabalho
Vencedor/ Premiação
https://www.youtube.com/watch?v=O0N7keYTFYg - Depoimento 1 Ana
https://www.youtube.com/watch?v=oXuSIIKVq2I - Abertura Evento de Premiação
SST 2013 -SESI/SENAI
https://www.youtube.com/watch?v=-F6ogb9Vs1c - Depoimento do Aluno Caio
https://www.youtube.com/watch?v=xoBocVJ94Qo - Depoimento de Ana 2 https://
www.youtube.com/watch?v=vr7KZy-f3sY - Depoimento Ana 3
https://www.youtube.com/watch?v=eU6-7hQhIWs - Depoimento Ana 4
https://www.youtube.com/watch?v=eQAKmdtH4I8 - Depoimento Ana 5
https://www.youtube.com/watch?v=f0oxuAXCDLc - Evento 1
SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS | 201562
Considerações finais
O trabalho vem sendo executado todos os anos, desde 2009, e o debate continua
na escola do SESI Candeias durante todo ano, pois a prevenção de acidentes deve
ser prática e diária em todas as situações, em todos os ambientes, e certamente
estes estudantes, futuros trabalhadores, seguirão com muito mais naturalidade as
regras para uma certificação OHSAS 18001
Referências:
PCN DA SAÚDE-TEMAS TRANSVERSAIS
Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/saude.pdf> acesso em:
agosto 2014.
CERTIFICAÇÃO OHSAS 18001 -
Disponível em <http://www.bsigroup.com/en-GB/ohsas-18001-occupational-health-
and-safety/> acesso em: agosto 2014.