Da morte para a vida - interpretação de Efésios
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A474 Alves, Silvio Dutra Da morte para a vida./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2015. 92p.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Efésios. 3. Vida Cristã. 4.Perfeição. 5. Epístola. I. Título.
CDD 230.227
3
Sumário
Introdução..................................................................
4
Nossa Presente Condição...................................
6
A Causa e a Fonte da Vida...................................
8
Despertados para a Vida...................................
22
O Mistério da Vida Revelado..............................
30
Aperfeiçoamento da Vida Recebida..............
36
Práticas na Nova Vida........................................
49
Defesa e Manutenção da Nova Vida..............
65
4
Introdução
Ao som do constante marchar de tropas, e na
atmosfera empoeirada da cidade de Roma, alguém como que alheio a tudo isto e respirando
os ares de outra pátria, não deste mundo,
encontrava-se em espírito em outro lugar,
muito diferente do cárcere frio em que estava aprisionado.
Na verdade, não apenas em um só lugar, mas em três cidades – Éfeso, Filipos, Colossos; e nesta
última, particularmente no lar de uma pessoa
chamada Filemom.
Impedido de estar dirigindo e orientando seus
discípulos em corpo presente, pôs-se a escrever incansavelmente tudo aquilo que pesava em seu
coração, conforme era inspirado pelo Espírito
Santo.
Certamente não com o propósito de ocupar seu
tempo na prisão, mas com toda a certeza, na expectativa de que as coisas que escrevia como
líder fossem atendidas e praticadas pelos
destinatários.
É possível que soubesse que o produto da sua
pena viria a ser considerado como Escrituras Sagradas autoritativas, de autoria do próprio de
5
Deus, para ser pregada e ensinada por séculos
em todas as partes do mundo.
Verdadeiramente, ao lermos as epístolas que
foram destinadas aos Efésios, aos Filipenses, aos
Colossenses, e a Filemom, podemos constatar e comprovar em nossa própria experiência,
quanto à sua proveniência divina e celestial.
O material ali contido não é algo deste mundo,
não é algo que fosse fruto da imaginação do
apóstolo, mas, a mais pura revelação celestial quanto à vontade de Deus para conosco.
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Nossa Presente Condição
A coisa mais difícil de ser aceita e entendida é
a de que apesar de estarmos vivos, também podemos estar ao mesmo tempo mortos.
Não há aqui um jogo de palavras ou um contrassenso, senão a declaração de uma
verdade universal que se aplica a todas as
pessoas.
Isto decorre de uma sentença que se cumpriu em razão da transgressão original, quando Deus declarou que no dia em que o homem que havia
criado perfeito viesse a se corromper por
desobedecê-Lo, andando contrariamente à Sua
vontade, desde aquele dia não somente ele como toda a sua descendência morreria, ou
seja, haveria uma separação entre Ele e o
homem; e no próprio homem ocorreria, no
tempo por Ele determinado, uma separação entre seu corpo físico e seu espírito, pela
cessação das funções vitais do primeiro.
Temos então aqui uma morte física, uma morte espiritual e uma morte eterna.
A morte espiritual é uma realidade ainda que estejamos vivos fisicamente. A morte espiritual eterna se cumpre no momento em que morre o
corpo físico.
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Daí podemos entender as seguintes palavras de Jesus:
“Deixai aos mortos o sepultar os seus mortos.”
Os primeiros “mortos” da frase são os que estão mortos espiritualmente, apesar de estarem
vivos fisicamente. E os segundos são aqueles que morreram fisicamente.
Daí entendermos também, porque disse que veio a este mundo para que tivéssemos vida, e a
tivéssemos em abundância. Veio nos livrar da
morte espiritual e eterna, dando-nos a vida espiritual eterna, com a promessa da
ressurreição futura do corpo físico.
É basicamente isto que Paulo aborda na Epístola aos Efésios, apontando as causas e as
consequências desta verdade.
Há implicações, especialmente para aqueles que transpuseram os portais da morte e encontraram os portais da vida, quanto ao modo
como devem proceder por terem sido feitos
novas criaturas pelo poder de Deus.
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A Causa e a Fonte da Vida
(Efésios 1)
Cerca de seis ou sete anos já haviam se passado
desde que Paulo fundara a Igreja de Éfeso até a ocasião da escrita desta epístola.
Mas ele era informado sobre a situação de Éfeso, por Tíquico, e também, certamente por outros
seus cooperadores na obra missionária.
Paulo, como em todas as suas demais epístolas, orou para que a graça e a paz fossem dadas aos efésios pelo Senhor, como lemos no segundo
versículo.
A paz é fruto da graça, e por isso sempre vêm juntas, porque a paz que é tão desejada não pode
existir sem a graça do Senhor nos nossos corações, dirigindo a nossa vida.
Logo em seguida, Paulo não fez qualquer menção a circunstâncias em que estivessem
vivendo os cristãos efésios, e tendo
simplesmente lhes chamado na saudação
inicial de santos e fiéis em Cristo Jesus, passou a exaltar e a bendizer a Deus Pai por todas as
bênçãos espirituais com as quais abençoou os
cristãos nas regiões celestes em Cristo, como se vê no verso 3.
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Note que os apóstolos nunca fizeram qualquer menção em seus escritos a promessas de
bênçãos materiais que nos tenham sido feitas
em caráter absoluto na Nova Aliança, ainda que estas nos sejam também concedidas por Deus,
como acréscimo ao fato de buscarmos em
primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça.
É fácil entendermos porque não há promessas
específicas e absolutas quanto á concessão de bênçãos materiais para os cristãos na Nova
Aliança, conforme havia na Antiga.
Em primeiro lugar porque a quase totalidade delas está ao alcance das mãos.
Elas são deste mundo.
São obtidas como recompensa do nosso próprio trabalho e esforço. E a quase totalidade das
coisas que são providas por Deus para o nosso sustento, fazem parte do mundo natural que Ele
criou nos seis dias da criação, e elas se
reproduzem no mundo animal e vegetal; e as minerais, como por exemplo a água, foram
espalhadas por Deus por sobre toda a superfície
da terra, ao alcance de todos os homens, sejam
eles cristãos ou não.
Uma outra razão para não existir qualquer
ênfase na doação de bênçãos materiais como uma promessa da Nova Aliança, para a Igreja,
consiste no fato de que tudo o que é material se
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desfaz pelo uso e tudo passará um dia, e além
disso não poderemos levar conosco nenhuma
destas coisas materiais quando sairmos deste
mundo, nem mesmo o nosso corpo físico.
No entanto, as bênçãos espirituais não são deste mundo, e dizem respeito à vida eterna, porque
elas são eternas em sua própria natureza.
Elas são recebidas a partir do céu e por um ato doador e específico de Deus para aqueles que as
buscam pela fé.
De modo que somos incentivados por Jesus a buscar não o alimento que perece, mas aquele
que subsiste para a vida eterna. E a não
ajuntarmos tesouros na terra, mas no céu.
Ninguém deve ser insensato de chegar a pensar que não precisa de bens materiais,
especialmente os necessários ao sustento do corpo.
O próprio Jesus afirmou que o Pai sabe que necessitamos destas coisas materiais, mas Ele
também disse que são aqueles que não
conhecem a Deus que têm os seus corações naturalmente dispostos somente para estas
coisas, pois mais do que alimentar o corpo
precisamos ter o espirito alimentado pela
Palavra de Deus.
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O cristão não deve, portanto, deixar-se dominar por nenhuma delas, e fazer de quaisquer delas o
seu objetivo de vida, senão somente o reino de
Deus e a sua justiça; sabendo que o Senhor acrescentará estas coisas àqueles que Lhe
forem fiéis, enquanto se empenham em
trabalhar exaustivamente no que tiverem sido chamados por Deus a fazerem neste mundo.
É dito pelo apóstolo Paulo que as bênçãos espirituais são obtidas nas regiões celestiais em
Cristo Jesus, a saber, elas nos vêm a partir do céu
e elas nos vêm de nosso Senhor Jesus Cristo, em
quem se encontram, e de quem procedem todas estas bênçãos.
Por isso estas bênçãos são exclusivas para aqueles que creem em Cristo e que se
encontram unidos a Ele em espirito.
As bênçãos espirituais são dadas aos homens por causa do ato de Deus em Jesus Cristo, conforme planejado no conselho eterno da Sua
própria vontade divina.
Paulo se referiu à eleição como sendo a primeira e principal causa das bênçãos espirituais que os
cristãos têm nas regiões celestiais em Cristo Jesus, e, porque ela é a razão de todas as demais
bênçãos espirituais que serão concedidas por
Deus ao eleito, a saber, a justificação, a
redenção, a regeneração, a santificação, os dons e o fruto do Espírito Santo, e a glorificação.
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Estas bênçãos espirituais não podem, portanto, ser experimentadas por aqueles que não se
convertem a Cristo, pois é dEle que elas
procedem.
Elas estão projetadas por Deus para prepararem os cristãos para o céu, conforme Ele havia
planejado desde antes da fundação do mundo.
Por isso não devemos colocar nas coisas terrenas o nosso principal propósito de vida,
mas naquelas coisas pelas quais nós somos santificados em Cristo, porque fomos
projetados para sermos como os anjos, por toda
a eternidade, os quais não são dependentes de
nenhuma coisa criada para que sejam sustentados em vida, senão somente da graça e
da glória de Deus, que eles têm em plenitude.
Todos os cristãos devem ser santos; e, se alguém não tiver sido santo na terra, jamais será santo
no céu. E ninguém poderá ser santo sem estas bênçãos espirituais que nos são concedidas
somente por Cristo.
E quando nos referimos à santidade, reportamos à santidade bíblica que não significa
reclusão em mosteiros ou em qualquer outra forma de separação física do mundo e da
sociedade, pois somos chamados a permanecer
no mundo e agir nele, apesar de não
pertencermos mais ao mundo quando estamos em Cristo.
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Deus criou a humanidade para se prover de filhos amados semelhantes em caráter a Jesus
Cristo.
E Deus fez isto segundo o bom desejo da Sua própria vontade, de maneira que esta escolha não foi causada por nada externo ou pelos
próprios eleitos, senão exclusivamente pela Sua
soberana vontade, como Paulo afirma no verso
5.
O propósito desta eleição e adoção em amor, e o trabalho de santificação por Ele realizado, de
maneira que estes eleitos sejam santos e
irrepreensíveis, traz muito louvor à glória desta
Sua graça que Ele concedeu gratuitamente a estes que são transformados por ela, por causa
da união deles com Jesus Cristo, como se lê no
verso 6.
Todos os que atendem ao chamado à salvação pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, são estes que a Bíblia chama de eleitos de Deus.
Este trabalho rico da graça em favor dos eleitos se tornou possível porque Jesus Cristo os
redimiu dos seus pecados com o Seu sangue,
como Paulo afirma no verso 7.
O texto de Romanos 8.28-30 nos ajuda a
entender o modo desta eleição.
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“28 E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu
propósito.
29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem
de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos;
30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também
glorificou.”
Este texto no diz que aqueles que amam a Deus têm todas as coisas concorrendo para o bem
deles, porque os tais são chamados segundo o Seu propósito.
Estes que amam a Deus não são chamados porque O conheciam e O amavam antes da
chamada deles por Deus, mas, porque Deus se
revelou a eles, por meio de Jesus Cristo e do trabalho do Espírito Santo.
Assim, eles amam a Deus porque Ele os amou primeiro.
Além disso, é dito diretamente que esta chamada é segundo o propósito eterno de Deus
de adotar como Seus filhos aqueles que dentre
os pecadores viessem a Lhe amar.
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Todos aqueles que têm sido diligentes para a santificação das suas vidas têm recebido a graça
necessária, conforme distribuída por Deus, para
conhecer o mistério da Sua vontade, segundo o Seu bom desejo que propusera em Cristo, para
que na presente dispensação da plenitude dos
tempos, que é a da graça ou do derramar do Espírito Santo em todas as nações, faça
convergir em Cristo todas as coisas, quer as do
céu, quer as da terra, de maneira que Ele tenha
autoridade, tanto sobre os espíritos aperfeiçoados no céu, quanto sobre os que se
encontram na terra, como se vê nos versos 9 e
10.
A união com Cristo é um grande privilégio e bênção espiritual, e o fundamento de toda vida
espiritual verdadeira que existe na terra e no céu.
Por causa desta união com Cristo os cristãos têm recebido por promessa de Deus uma
herança incorruptível no céu, e para terem a
certeza de que serão herdeiros juntamente com Cristo, conforme Deus havia predestinado
desde antes da fundação do mundo, para que
assim fosse, conforme o conselho da Sua
vontade, o Espírito Santo habita nos cristãos como um selo e penhor divino de que entrarão
de fato na posse desta herança que eles
alcançaram por causa da união deles com
Cristo, como se vê nos versos 11 a 14. (O conselho
16
da própria vontade de Deus é tudo aquilo que Ele
tem planejado desde toda a eternidade
conforme a Sua exclusiva autoridade e
soberania.)
Quanto à nossa salvação nós vemos em Hebreus 6.17 que este conselho é imutável.
Em Atos 2.23 nós vemos que Jesus foi entregue por nós conforme o conselho determinado e
presciência de Deus.
Em Atos 4.28 é dito que a perseguição de Herodes, de Pilatos e do povo contra a Igreja estava acontecendo conforme Deus havia
predeterminado no Seu conselho eterno,
porque Ele planejou que o evangelho avançaria
em meio a perseguições e oposições, para que Ele receba muita glória nas vitórias sobre os
poderes que se opõem à Sua santa vontade.
Em Atos 20.27 nós vemos Paulo afirmando aos Efésios que não havia se esquivado de lhes
anunciar todo o conselho de Deus.
A palavra boulê usada no original grego para
conselho, no texto de Ef 1.11 é a mesma que é usada em todos estes demais textos, que
acabamos de citar.
Então as ações contra a Igreja já estavam determinadas por Deus desde antes da fundação
do mundo, como vemos em At 4.28, para a Sua
17
exclusiva glória, pelo testemunho dos Seus
servos no amor a Ele e à verdade, na medida em
que teriam a fé deles aperfeiçoada por estas
tribulações, que vêm aos cristãos como oposições de Satanás.
É declarado quanto à salvação dos que creem em Cristo, que o caráter do decreto eterno é
imutável, isto é, os que foram salvos, jamais
poderão perder a condição de filhos de Deus porque foram marcados por um conselho que é
imutável e absoluto quanto a isto.
De igual modo é também imutável o conselho quanto ao crescimento destes eleitos na graça e
no conhecimento de Jesus, mas ele não é absoluto quanto à sua execução relativamente a
todos os cristãos, porque este crescimento não
dependerá somente da vontade de Deus, mas
também do empenho e diligência de cada cristão em santificação.
(Quando aqui se fala em santificação a referência não é a ritos, cerimonias, tradições
religiosas, mas ao crescimento progressivo e
espiritual em se conhecer e se praticar a Palavra de Deus por meio do poder transformador do
Espírito Santo.)
Ainda que esteja determinado que todos eles serão perfeitos em santidade na glória, porque
Deus é santo, e importa que Seus filhos sejam santos, no entanto, enquanto eles estiverem
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neste mundo se verá mais progresso em
santidade em uns do que em outros.
Aqui se revela que eles devem crescer por um ato de escolha voluntária, porque não há amor e
obediência verdadeiros que não sejam voluntários.
Isto implica a necessidade de cooperação com o trabalho do Espírito Santo para que haja
crescimento espiritual.
A habitação do Espírito Santo em nós é também um penhor de que a santificação que Ele está operando agora será uma santificação perfeita
na glória, quando os cristãos entrarem na posse
da plenitude da sua herança no céu.
A alegria e o consolo que são gerados no presente pelo Espírito são também um penhor
daquela alegria e consolo que serão perfeitos no céu.
Tudo isto foi comprado para os cristãos pelo sangue de Cristo.
A herança que nos foi prometida antes da fundação do mundo foi perdida por causa do
pecado, mas Cristo comprou a nossa hipoteca e a resgatou para nós, pela redenção do Seu
sangue, que foi o preço da compra ajustado para
que pudéssemos ter o resgate da posse da nossa
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herança, que havia sido perdida, e que Cristo
recuperou para nós.
Depois de ter falado da obra que Deus fez em favor dos cristãos através de Cristo, Paulo orou
na parte final deste capítulo pelos efésios, dando graças a Deus pelo que Ele havia feito por eles, e
para que continuasse operando em suas vidas,
dando-lhes espírito de sabedoria e de revelação
dEle, através da iluminação dos seus olhos espirituais, para que pudessem conhecer qual
era a esperança da vocação deles, e as riquezas
da glória da herança deles nos santos, e também
qual é a suprema grandeza do poder de Deus para com os cristãos, segundo a força do Seu
poder, como lemos nos versos 15 a 19.
Poder este que Deus manifestou no próprio Cristo quando o ressuscitou dentre os mortos e
fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, muito acima de todo principado, autoridade,
poder e domínio, tendo sujeitado tudo aos pés
de Cristo, dando-o como Cabeça à Igreja, a qual
é o seu corpo e a Sua plenitude, como lemos nos versos 20 a 23.
Veja que nos versos 15 a 19 se fala em relação aos cristãos que eles devem ter espírito de
sabedoria e revelação da pessoa do próprio
Deus; iluminação dos olhos espirituais, para o conhecimento das coisas espirituais relativas
àquilo que eles devem ser e da herança que têm
em Cristo; e finalmente conhecerem de forma
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também experimental qual é o poder de Deus
que neles opera.
Isso tudo fala de vida de experiência com a realidade das coisas espirituais que estão em
Cristo.
Isto é muito mais do que mero conhecimento intelectual.
Este poder espiritual foi manifestado em Cristo e tem sido manifestado por Deus na Igreja
(conjunto de todos os que conhecem a Cristo),
porque esta é o corpo de Cristo, e tem sido por meio dela que o poder de Cristo tem se
manifestado na presente dispensação.
O conhecimento do poder de Deus por experiência pessoal e real com o Espírito Santo
é absolutamente necessário para um caminhar
íntimo e constante com Ele.
É da vontade de Deus que conheçamos o poder da Sua graça operando em nosso espírito de
maneira experimental.
É uma coisa difícil trazer um espírito a crer em Cristo e a confiar na Sua justiça e na esperança
da vida eterna.
Somente o poder do Todo-Poderoso poderá fazer tal trabalho nos pecadores.
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O caráter deste poder é o mesmo que ressuscitou Jesus dentre os mortos, e assim não
é fácil defini-lo com palavras. Não serão,
portanto, palavras persuasivas de sabedoria humana que poderão fazer este trabalho de
conversão e de santificação, senão somente o
poder operante de Deus.
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Despertados Para a Vida
(Efésios 2)
Todo pecador convertido é um pecador que foi
salvo, porque ninguém pode vir verdadeiramente a Deus a não ser que tenha
sido salvo por Jesus Cristo.
Mesmo depois de convertido é por causa de Jesus Cristo que todo homem pode continuar se
aproximando de Deus, como lemos em João 14.6.
Estes efésios aos quais Paulo chamou de santos e fiéis em Cristo Jesus, no primeiro versículo
deste segundo capítulo, estavam mortos nos
seus delitos e pecados, e foram vivificados por
Cristo quando se uniram a Ele, e é esta união com Cristo que nos torna santos e fiéis.
Isto não é uma qualidade propriamente nossa, porque não temos qualquer santidade e
fidelidade à verdade em nós mesmos.
Isto está em Cristo e é dEle que o temos recebido por meio da Sua bondade e graça, que são
favores imerecidos, que recebemos livre e gratuitamente de Deus.
Cristo fez tudo o que era necessário para sermos livrados do pecado e da condenação eterna, e
agora Deus pode nos oferecer livre e
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gratuitamente a salvação, sem que seja exigida
qualquer obra de nossa parte para sermos
salvos, a não ser a nossa fé nEle.
Esta salvação, que recebemos deve ser desenvolvida (crescer, amadurecer) pela nossa obediência à verdade (Palavra de Deus), porque
foi para este fim que fomos salvos, e isto deve ser
feito principalmente pelas boas obras de justiça
que Deus preparou desde antes que houvesse mundo, para que as praticássemos e vivêssemos
nelas, em demonstrações, principalmente, do
nosso amor ao próximo.
Satanás continua operando nos filhos da desobediência, ou seja, nos que tal como nós, antes de sermos tornados filhos da obediência
pela nossa identificação com Cristo, também
éramos, pela condição de sermos descendentes
do desobediente Adão, a cabeça rebelde da raça humana natural.
O grande amor de Deus pelos Seus eleitos faz com que Ele não perca a nenhum deles, de
maneira que todos encontrarão a salvação,
conforme afirmam as Escrituras em João 6.39 e em II Pe 3.9.
Este é o trabalho da graça com a qual somos salvos.
Não inclui nada de nós mesmos senão o ato voluntário de nos entregarmos a Deus, porque
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até mesmo a fé e o arrependimento, que são
necessários à salvação, também são recebidos
dEle, pela Sua graça e misericórdia
manifestadas a nós.
Por isso se diz no verso 5: “pela graça sois salvos”, e no verso 8: “pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Tendo sido salvos pela graça, Deus nos colocou na condição de ressuscitados juntamente com
Cristo, porque pela fé nos tornou participantes, tanto da Sua morte na cruz, para a nossa
redenção, quanto da Sua ressurreição, para a
nossa justificação, regeneração, santificação e
glorificação; porque morremos em Cristo, para podermos participar da plenitude da Sua vida,
como se afirma no verso 6.
Por conseguinte se diz no mesmo verso que Deus nos assentou nas regiões celestiais em
Cristo Jesus.
Isto indica uma posição de descanso espiritual que foi alcançada nEle, por meio dEle, isto é, a de
termos acesso às coisas celestiais, as quais
jamais poderíamos alcançar sem Cristo.
Na comunhão com Ele temos sido feitos participantes destas realidades celestiais,
espirituais e divinas.
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Deus fez tudo isto para mostrar por toda a eternidade a grandeza e supremacia da riqueza
da Sua graça, por meio da bondade que
demonstrou para conosco, pecadores, em Cristo Jesus, salvando-nos inteiramente pela
Sua graça, por meio da fé, e concedendo-nos
tudo isto como um dom, um presente que Ele nos deu gratuitamente, como se afirma nos
versos 7 e 8.
Diante disto, a terra e os céus proclamarão para todo o sempre: “Deus é verdadeiramente bom e
misericordioso”. “Quão grande é a Sua bondade
e misericórdia”. “A Ele somente todo o louvor e toda a glória, e ações de graças pelos séculos dos
séculos. Amém!”.
Afinal, tem exibido todo o Seu amor e misericórdia, adotando pecadores falhos,
imperfeitos, errados, transgressores da Sua vontade, como Seus filhos, e transformando-os
pacientemente à exata imagem de Jesus, os
quais somos nós, os que cremos em Cristo como
nosso Senhor e Salvador.
Se houvesse alguma participação meritória do homem na salvação por alguma obra que fosse
necessária que o homem praticasse pela sua
própria capacidade para que fosse salvo, toda
esta glória devida a Deus teria que ser repartida com o homem, e já não seria mais pela exclusiva
graça e misericórdia de Deus, e o homem teria
pelo menos algo em que se gloriar, como Paulo
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afirma no verso 9; mas estaria ao mesmo tempo
pisando no sangue do sacrifício que Jesus
derramou pelos pecadores.
Como toda glória humana está contaminada pelo pecado do orgulho, graças a Deus que em Sua infinita sabedoria planejou nos salvar
deixando toda a glória para o Seu Filho Jesus
Cristo, que fez todo o trabalho da nossa salvação.
As boas obras se seguirão à salvação, mas não terão nenhuma participação nela, para que continue sendo um dom gratuito de Deus para
nós.
Deus é justo e importa que sejamos justos pela prática da justiça.
Se fomos criados pela graça em Cristo Jesus, o qual é justo, então devemos viver da mesma
maneira justa como Ele viveu, como se vê no verso 10.
Os gentios eram chamados pelos judeus de incircuncisão, porque nos dias do Velho
Testamento, as nações pagãs não recebiam a
revelação direta de Deus, que era feita somente à nação de Israel.
Desta forma os gentios das demais nações não tinham esperança, porque eram estranhos aos
pactos que Deus havia feito com Israel, e viviam
sem o conhecimento do Deus verdadeiro,
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porque este somente é possível por um ato de
revelação do próprio Deus a nós, como se afirma
nos versos 11 e 12.
Daí ter o Senhor declarado através do profeta Isaías que estenderia a Sua mão e se revelaria a um povo que não procurava por Ele, porque não
O conhecia, como lemos em Is 65.1.
Ele se manifestaria a eles, em todas as nações, através da pregação do evangelho de Cristo, tal
como Paulo havia feito com os efésios, e muitos deles alcançaram a salvação porque o Senhor se
revelou a eles.
Foi o sangue de Jesus que derrubou a barreira de separação que havia no Velho Testamento entre
judeus e gentios. Porque este sangue derramado na cruz é o sangue que selou uma Nova Aliança,
um Novo Pacto que seria feito não somente com
Israel, mas com todas as nações da terra, porque
era este o caráter da promessa que Deus fez a Abraão se abençoar todas as nações da terra no
seu descendente, que é Cristo.
Jesus revogou a Antiga Aliança quando morreu na cruz, a qual Paulo chama no verso 15 de “lei
dos mandamentos contidos em ordenanças”.
Ele não revogou a lei, porque disse que não veio
revogar a lei e os profetas, fazendo com isto uma referência às Escrituras do Velho Testamento,
mas efetivamente revogou a Antiga Aliança,
28
para que entrasse em vigor a Nova, instituída no
Seu sangue.
Certamente os mandamentos cerimoniais da Lei também foram revogados porque todos eles
apontavam em figura para o próprio Cristo e se cumpriram totalmente nEle.
Hoje, tanto judeus quanto gentios são chamados a se aproximarem de Deus com base na Nova
Aliança, e de ambos, Deus fez um só povo, de
maneira que o verdadeiro Israel de Deus é composto agora somente por aqueles que
pertencem a Jesus Cristo, conforme foi
planejado por Deus desde antes que houvesse
mundo, e conforme havia revelado e prometido a Abraão, antes mesmo de formar o povo de
Israel através de Jacó, como se lê nos versos 13 a
18.
Paulo foi designado para ser apóstolo dos povos gentios (a palavra gentio significa estranho).
Por isso ele fez um jogo de palavras dizendo que os efésios não eram mais estrangeiros, ou seja,
gentios, estranhos a Deus, nem forasteiros, que
fossem assim estranhos à comunidade dos
santos e da família de Deus, porque foram colocados por Deus em Jesus Cristo para serem
edificados nEle.
Jesus é o alicerce, o fundamento do grande templo espiritual que Deus está construindo
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nEle, no qual os cristãos são as pedras vivas
deste edifício.
Paulo chama Jesus da maneira pela qual Ele fora designado pelos profetas, isto é, por pedra de
esquina, rocha.
Os profetas e os apóstolos foram chamados e inspirados por Deus para produzirem,
respectivamente, as Escrituras do Velho e do
Novo Testamento, às quais Paulo chama de
fundamento, porque é de fato o fundamento da verdade.
Foi neste fundamento do qual Jesus é a pedra de esquina que os efésios foram edificados, e
portanto estavam sendo construídos neste
grande e glorioso edifício espiritual que é a Igreja, e que manifestará toda a Sua plenitude
por ocasião da volta do Senhor, quando estará
completa a sua construção, para que seja um
templo espiritual eterno para a morada de Deus no Espírito, como se vê nos versos 19 a 22.
30
O Mistério da Vida Revelado
(Efésios 3)
Em face das coisas que havia dito nos capítulos
anteriores, Paulo orou em favor da consagração
e amadurecimento espiritual dos efésios, de maneira que pudessem compreender e
conhecer, na comunhão com todos os demais
santos, de modo experimental, toda a dimensão
destas realidades espirituais às quais ele havia se referido, e assim poderem conhecer de forma
viva e prática, por experiência pessoal, em
intimidade espiritual, qual é o amor de Cristo
que não pode ser compreendido inteiramente pela mente natural, porque é espiritual e excede
toda a capacidade de entendimento natural
humano, de maneira que assim fossem cheios de toda a plenitude de Deus, conforme lemos
nos versos 18 e 19.
Esta maturidade espiritual havia sido alcançada há muitos anos antes pelo próprio Paulo, porque
ele havia se consagrado inteiramente à vontade
de Deus, e por isso chamava agora os cristãos efésios a fazerem o mesmo, seguindo o seu
exemplo.
Os cristãos tessalonicenses foram elogiados por Paulo, quando ele escreveu a sua primeira
epístola dirigida à Igreja de Tessalônica, quanto
31
à maturidade que eles haviam alcançado em
cerca de seis meses, desde a conversão deles,
porque estavam dando bom testemunho de
Cristo, sendo missionários para o mundo, tendo recebido o evangelho debaixo de grande
perseguição e tribulação, e ainda assim
perseveravam firmes na fé, alegres e exultando no Espírito Santo.
Isto comprova que não há que se esperar muito tempo para crescer espiritualmente, senão que
isto depende inteiramente do grau da nossa
consagração e obediência a Deus, perseverando
na doutrina dos apóstolos tal como haviam permanecido os tessalonicenses e todos os
cristãos da Igreja Primitiva, conforme se vê no
relato do livro de Atos.
Se não podemos operar o crescimento espiritual, porque é fruto do trabalho da graça, no entanto podemos contribuir para a
aceleração deste trabalho, conforme é da
vontade de Deus, e vemos nestas palavras de
Paulo, através da consagração e da oração, para que Ele efetue este trabalho em nós,
despojando-nos dos feitos do velho homem, e
revestindo-nos mais e mais da nova criatura em
Cristo Jesus que somos agora, pela fé nEle.
Era por causa disto que Paulo se colocava de joelhos em favor de todas as igrejas, para que a
plenitude de Cristo fosse formada nos cristãos,
conforme vemos em suas palavras neste
32
capítulo, quando começa dizendo no verso 1
“Por esta razão, eu, Paulo”, e abre um parêntesis
para falar da autoridade apostólica que recebeu
de Deus para anunciar estas verdades do evangelho, e retoma a continuidade destas
palavras iniciais do primeiro versículo, a partir
do verso 14 onde diz que se colocava de joelhos diante do Pai para orar em favor dos efésios.
Ele o fazia com autoridade e com convicção de que suas orações seriam eficazes porque havia
sido constituído por Deus para isto.
No entanto, a eficácia destas orações dependeria da consagração dos efésios à
vontade de Deus, e é por isso que ele declarou a eles que não lhes estava ordenando coisas de
sua própria iniciativa e vontade, mas por ter sido
encarregado por Deus para a edificação da Sua
Igreja.
Ele foi levantado por Deus como ministro da dispensação da graça, para revelação do
mistério de Cristo conforme havia recebido
diretamente do Senhor para ser pregado e
ensinado ao Seu povo, como se lê nos versos 2 a 4.
Jesus havia se manifestado na carne em Seu ministério terreno, mas prosseguiu se
manifestando aos homens pelo Espírito Santo,
aos santos apóstolos e profetas, revelando que os gentios são co-herdeiros e membros do
33
mesmo corpo e coparticipantes da promessa em
Cristo Jesus por meio do evangelho, como se vê
nos versos 5 e 6.
Paulo foi constituído ministro do evangelho porque o dom da graça havia também operado poderosamente nele próprio salvando-o e
preparando-o para esta missão, apesar dele se
considerar o menor dos santos, porque havia
perseguido a Igreja antes da sua conversão, mas Deus havia lhe escolhido desde o ventre para ser
o apóstolo dos gentios, para anunciar a eles as
riquezas insondáveis de Cristo, e lhes
demonstrar qual é a dispensação deste mistério que estava oculto por séculos no coração de
Deus, de maneira que este mistério viesse a ser
revelado e manifestado por meio da Igreja na
presente dispensação, a todos os principados e potestades nas regiões celestes, dando
cumprimento ao eterno propósito que Deus
fizera em Cristo Jesus, por meio de quem temos ousadia e confiança para poder acessar à
presença de Deus, por causa da nossa fé nEle,
como se vê nos versos 7 a 12.
Paulo estava preso por causa deste glorioso evangelho, e portanto, os efésios não deveriam
ficar desanimados por causa das tribulações que o apóstolo estava sofrendo por amor a eles,
porque isto era motivo para glória e não para
vergonha, como ele afirma no verso 13.
34
A compreensão do mistério de Cristo, pela iluminação do Espírito Santo somente poderia
ocorrer se os efésios fossem fortalecidos com o
poder do Espírito no homem interior, por um trabalho exclusivo e poderoso da graça de Deus,
e para que isto fosse conseguido seria, portanto,
necessário orar, e era o que Paulo estava fazendo para que tal revestimento de poder do
Espírito acontecesse com os efésios, como
lemos nos versos 14 a 16.
É assim que Cristo habita nos nossos corações, de maneira que todos os santos na Igreja
estejam enraizados e bem fundamentados no amor de Deus, como Paulo afirma no verso 17.
Não somente Paulo deveria orar para que isto acontecesse, mas todos os cristãos efésios
deveriam orar em tal sentido, sabendo que Deus
é poderoso para fazer tudo mais abundantemente, além do que pedimos ou
pensamos, por causa do Seu poder que opera em
nós.
Veja que estas petições citadas no verso 20 são específicas, relativas a este fortalecimento do homem interior pelo Espírito Santo para o
cumprimento do propósito de Deus através das
nossas vidas, e não para atender aos desejos e
paixões das almas dos cristãos, os quais, a propósito devem ser mortificados pela cruz.
35
Sabendo que somente Deus pode fazer este trabalho, e que Ele vinha operando
poderosamente nos efésios, Paulo exultou em
espírito pedindo que toda a glória fosse dada a Deus na Igreja e em Jesus Cristo, por todas as
gerações e para todo sempre. Amém.
36
Aperfeiçoamento da Vida Recebida
(Efésios 4)
Paulo estava orando em favor do
aperfeiçoamento espiritual dos efésios, para que fossem fortalecidos com poder no homem
interior, e agora ele os chamou a viverem de
modo digno da vocação deles, como vemos no
verso 1.
Ele lhes mostrou em que consistia este viver com poder no homem interior, e quais seriam os
frutos espirituais de uma tal forma de viver.
Se eles estivessem de fato andando no Espírito e sendo fortalecidos pela graça do Espírito, eles
produziriam consequentemente o fruto do Espírito, o qual seria manifestado de modo
prático no seu viver.
Isto se traduziria então em viverem com toda a humildade, mansidão, longanimidade e
suportando-se uns aos outros em amor, sendo diligentes em todo o esforço, para preservarem
a unidade do Espírito Santo pelo vínculo da paz,
como se lê nos versos 2 e 3.
Os cristãos devem ser de um mesmo sentir e pensamento, especialmente na obra de Deus,
37
porque é um só e o mesmo Espírito que opera
em todos, e que tudo faz.
A Igreja é por isso um só corpo, e a esperança dos cristãos quanto à chamada deles é a mesma.
O Senhor é um, a fé é a mesma, e o mesmo batismo e um só Deus, que é o Pai comum de todos os cristãos, e que tem a primazia sobre
todos os cristãos, e que age por meio de todos
eles, porque está em todos os Seus filhos, em
espírito, como lemos nos versos 4 a 6 deste quarto capítulo.
Então como podem os cristãos, diante disto, estarem divididos?
Como podem professar uma fé diferente da única que existe?
Como podem manifestar uma vida diferente se todos foram batizados na mesma morte e
ressurreição de Cristo?
De maneira que a vida ressurreta que opera neles é a mesma vida que receberam do alto
pelo poder e habitação do Espírito Santo.
A chamada deles por Deus para viverem em unidade implicará portanto em muitas
renúncias para que possam viver de fato de modo digno da sua vocação.
38
Terão que ser humildes e se amoldar às coisas humildes, conforme o exemplo que lhes foi
dado por Cristo, e pelos cristãos da Igreja
Primitiva de Jerusalém, os quais viviam como uma só alma, tendo tudo em comum união.
A preservação desta unidade no Espírito pelo vínculo da paz, demandará, portanto, a tomada
de atitudes, ou seja, aquelas atitudes
fundamentais cristãs que adornam a fé, como por exemplo, o amor ágape, a humildade, a
mansidão, a longanimidade, a bondade e o
perdão.
O cristão não foi chamado a falar bem disto, mas para viver isto, de maneira que se exige muito mais dele do que simples aprovação das virtudes
de Deus.
Eles são chamados por Deus a se esforçarem, diligentemente, para viverem em unidade em
amor, humildade, longanimidade, mansidão, e na paz de Cristo.
Veja que se diz esforço diligente. Isto significa muito empenho, muita dedicação,
especialmente em oração e serviço consagrado
a Deus.
Se é necessário esforço diligente, então se
conclui que não é fácil viver de tal maneira, e que é muito fácil perder tais coisas, caso não
39
sejamos diligentes em praticar as ordenanças
da Palavra de Deus.
Em resumo, os cristãos devem se esforçar pela unidade da fé, de maneira prática em suas vidas.
Em sentido prático, o amor mútuo dos cristãos deve se expressar em auxílio e socorro de uns aos outros, especialmente para que sejam
edificados na verdade.
O primeiro passo para a unidade é a humildade; sem isto não haverá nenhuma mansidão,
nenhuma paciência, longanimidade; e sem estas não há nenhuma unidade.
O orgulho quebra a paz, e produz toda sorte de dano.
A humildade e a mansidão restabelecem a paz, e a preservam.
Pelo orgulho vem a dissensão e a contenda; mas pela humildade vem o amor.
Agora, como dissemos antes, isto deve provir do Espírito. Estas virtudes são celestiais e não se encontram na nossa natureza.
Nós a recebemos do alto pelo Espírito, quando andamos no Espírito. É assim que se tem o fruto
do Espírito, que é composto por estas virtudes
divinas.
40
Logo, se os cristãos não estiverem andando no Espírito eles não podem ter esta unidade e paz.
Eles não estarão num só querer e sentir quando
se reunirem para adorar a Deus, porque isto é possível somente quando se está debaixo da
influência e poder do Espírito.
Por isso somos chamados a nos esforçar para manter a unidade do Espírito no vínculo da paz.
Isto significa que teremos que renunciar à nossa própria vontade, ao nosso ego, de maneira que sejamos dirigidos pelo Espírito.
Daí se entende a razão de Jesus ter dito que deveríamos tomar a nossa cruz, negar-nos a nós
mesmos para poder segui-lo.
Cristãos que vão para os locais de adoração não estando dispostos a renunciar ao ego deles,
jamais poderão contribuir para que se promova esta unidade espiritual que é tão desejada por
Deus e que dá à Igreja poder para fazer a Sua
obra e vontade.
É onde há unidade entre os irmãos que Deus
derrama o óleo da unção do Espírito, e é ali que Ele decreta a Sua bênção.
Ele jamais honrará a divisão agindo com poder na congregação.
41
Sempre haverá aquele sentimento de quebra, de vazio espiritual, por causa dos cristãos carnais
que não admitem submeter suas vontades à do
Espírito e à Palavra de Deus.
Eles continuarão resistindo ao Senhor e à Sua Palavra por causa das suas próprias
imaginações que eles geraram por suas próprias
convicções, e pela falta de revelação da verdade
aos seus espíritos pelo Espírito Santo, por causa da rebeldia deles, que traz prejuízos não
somente a eles próprios, como ao avanço do
reino de Deus, através da unidade da Igreja.
Estas resistências devem ser demolidas primeiro, e todo pensamento deve ser trazido cativo à obediência de Cristo, para que se possa
ver uma obra de Deus sendo efetivamente
realizada na nossa congregação (reunião,
ajuntamento).
Sabendo, entretanto, que nem todos terão a mesma estatura espiritual na Igreja, porque a
cada um a graça foi dada conforme a medida que
Cristo estabeleceu para cada cristão, como se vê
no verso 7.
Estes dons espirituais que são distribuídos pelo Espírito Santo, e todas as demais graças
espirituais, que são concedidas aos cristãos,
como um dom gratuito, que recebem por causa
de Cristo, lhes foram concedidos porque Ele não somente levou cativo, ou seja, suspendeu e
42
prendeu aquilo que nos prendia, a saber, a
escravidão ao pecado, ao diabo e à morte, como
também nos concedeu estes dons pela Sua
graça, como se vê nos versos 7 e 8, por ter morrido no nosso lugar.
Como Cristo ascendeu aos céus depois da Sua ressurreição, isto prova que Ele havia descido do
mesmo céu à terra, tendo ido inclusive em
espírito pregar a vitória da cruz aos espíritos rebeldes que haviam sido condenados pelas
águas do dilúvio nos dias de Noé, e dali subiu
para ser glorificado pelo Pai nos céus, para
poder derramar o dom do Espírito Santo a partir do dia de Pentecostes, em Jerusalém, e fundar a
Sua Igreja em todas as partes do mundo (v. 9, 10).
Para isto Ele constituiu apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres e os deu à igreja
para que os santos fossem aperfeiçoados espiritualmente para o desempenho dos seus
respectivos ministérios, de maneira que a Igreja
seja edificada como corpo, o Seu próprio, como
se afirma nos versos 11 e 12.
Não foi, portanto, a Igreja que foi dada aos ministérios, mas estes que foram dados por
Cristo à Igreja, de maneira que todos, estando
vinculados em amor, cheguem à unidade da fé e
ao pleno conhecimento experimental do Filho de Deus, por atingirem a estatura de um perfeito
adulto espiritual, que é segundo a medida da
estatura da plenitude de Cristo, ou seja, que tem
43
em Cristo o seu modelo e exemplo até o ponto
em que deve crescer, e não no homem, como
lemos no verso 13.
É somente quando se atinge este amadurecimento espiritual que se deixa de ser menino na fé, bebê em Cristo, cristão carnal,
transformando-se em cristão espiritual, que
tudo discerne e de ninguém é discernido, senão
pelos que são também espirituais.
Quando se atinge a maturidade espiritual o cristão se torna uma coluna na casa de Deus,
que é a Igreja, porque já não poderá ser desviado
da sua firmeza de fé por qualquer vento de falsa
doutrina, engendrada pela astúcia e fraudulência dos homens, que maquinam o
erro; ao contrário eles crescem mais e mais em
tudo, seguindo a verdade em amor, nAquele que
é a cabeça da Igreja, a saber, Cristo, como lemos nos versos 14 a 15.
Fora de Cristo, da comunhão com Ele, não é possível haver tal crescimento harmonioso de
todos os membros da Igreja.
Por isso eles necessitam permanecer nEle para que seja operada esta justa cooperação de cada membro do Seu corpo, para que seja efetuado
este crescimento para a edificação da Igreja em
amor, como se vê no verso 16.
44
Quão verdadeiras e reais são estas palavras do apóstolo, e o quanto elas têm se confirmado ao
longo de toda a história da Igreja, porque é
somente quando se vive de modo digno da nossa vocação que podemos ver este crescimento
espiritual sendo realizado pela graça do Senhor.
É isto que distingue congregações de congregações, porque ainda que sejam
formadas por verdadeiros filhos de Deus, há de se ver crescimento espiritual naquelas em que
os cristãos estejam perseverando na obediência
à doutrina dos apóstolos.
Uma vez que os cristãos foram feitos filhos de Deus e fazem parte da Sua família, constituindo as pedras vivas do mesmo edifício espiritual que
devem estar bem ajustadas umas às outras;
sendo membros de um só corpo debaixo da
mesma Cabeça, eles devem definitivamente se desligar do seu antigo modo de viver, com seus
hábitos e costumes carnais que são
inteiramente contrários à nova vida que eles
têm agora em Cristo.
As coisas antigas já passaram porque são novas criaturas em Cristo Jesus.
As coisas antigas já ficaram para trás à vista de Deus e devem ficar à própria vista deles.
Esta nova vida deve começar pela renovação progressiva da mente, especialmente quanto à
45
fixação do pensamento que deve ser deixada
toda forma de impureza, porque isto
predominava quando não se tinha
conhecimento de Deus e da Sua vontade, agora revelada por Cristo e pelos Seus apóstolos a nós,
em confirmação da santidade que Deus exige do
Seu povo, desde a criação do mundo, e conforme revelado a partir do Velho
Testamento.
Não é somente pela razão e por palavras que se pode aprender esta verdade relativa ao
abandono de toda forma de impureza, porque é
o que se vive e se sente quando se está em comunhão com Cristo, porque o Espírito Santo
nos purifica de toda impureza.
Deste modo, o cristão deve se despojar do seu procedimento anterior, do velho homem, o qual
se corrompe pelos desejos do engano e que não pode se firmar na verdade.
Paralelamente a isto deve haver uma renovação progressiva do espírito, a qual começa pela
renovação da mente, fazendo com que ela esteja
a serviço do Espírito Santo e não do velho homem, estando ricamente habitada pela
Palavra de Deus, em pensamentos espirituais,
celestiais e divinos, e que se concentram em
tudo o que é, verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, e que seja de boa fama, e que tenha
alguma virtude ou louvor, como lemos em Fp
4.8.
46
É assim que se reveste do novo homem que foi criado segundo Deus em verdadeira justiça e
santidade, de maneira que toda mentira deve
ser deixada, e somente a verdade deve ser usada com o nosso próximo, porque os cristãos são
membros uns dos outros, como lemos nos
versos 17 a 25.
Toda forma de ira injustificada, a saber, que não
seja pelo pecado, deve ser deixada, de maneira que não pequemos por causa de um mau
temperamento.
Mesmo esta ira justificada não deve se transformar em ressentimento, de maneira que
não devemos nos deixar dominar por ela a não ser por um breve tempo, de maneira que
retornemos à paz de espírito e calma de mente,
que devem ser achadas permanentemente no
nosso viver (verso 26).
Com um coração longânimo e perdoador, e não vivendo na prática da impureza, e renovando a
nossa mente segundo aquilo que procede de
Deus, não daremos oportunidade ao diabo de
levar vantagem sobre nós roubando a nossa boa firmeza em Cristo (verso 27).
Os cristãos não devem praticar qualquer forma de furto, mas devem trabalhar naquilo que é
bom para que tenham sustento e o que repartir
com os necessitados (verso 28).
47
Não devem falar senão aquilo que seja bom e necessário para a edificação pessoal e mútua,
ministrando graça aos que os ouvem. Para isto
nunca deverão falar palavras torpes e vãs (verso 29).
A desconsideração destas recomendações, e a falta de empenho na prática de um viver
segundo a verdade revelada nesta epistola,
entristece o Espírito Santo, com o qual fomos selados para o dia da nossa redenção, quando da
volta do Senhor.
De maneira que este ato de entristecer o Espírito apaga o fogo do Espírito que é sumamente
necessário para que possamos viver tudo o que nos foi ordenado por Deus, como lemos no verso
30.
Por isso, toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia, bem como toda forma de
malícia, devem ser definitivamente arrancadas do nosso meio, como vemos no verso 31.
Em vez destas coisas que Deus abomina, devemos ser bondosos uns para com os outros,
compassivos, perdoando-nos uns aos outros,
como também Deus nos perdoou em Cristo, como lemos no verso 32.
A medida de fé é diferente de cristão para cristão.
48
A medida de graça é recebida por cada um deles conforme o dom de Cristo.
Mas a medida de pureza deve ser a mesma, independente da estatura espiritual de cada
cristão.
Tanto o copo pequeno quanto o copo grande devem estar inteiramente limpos pelo Espírito,
mediante o sangue de Cristo, para o uso de Deus.
Os cristãos devem ser amáveis mutuamente, e não poderão, portanto, viver isto caso se deixem
vencer por um espírito de impureza, gritarias, iras, mentiras e tudo o mais que é incompatível
com o Espírito de Cristo.
49
Práticas na Nova Vida
(Efésios 5)
Tão importante para uma vida de poder com
Deus é a prática das coisas que Paulo havia
ordenado aos cristãos no capítulo anterior, que ele as reafirma neste quinto capítulo, para
reforçar principalmente que não é possível ter
uma vida de comunhão com Deus e uns com os
outros, enquanto se vive debaixo do governo dos desejos e paixões da alma, os quais são vencidos
pela crucificação da carne por um andar no
Espírito, como se vê em Gál 5.24, 25.
Sem a crucificação da carne para a supressão destes desejos e paixões não é possível um viver e andar no Espírito.
Por isso Paulo é tão repetitivo, expressivo e incisivo nas afirmações que fez quanto à
necessidade de se deixar definitivamente para
trás todos os maus hábitos do passado que caracterizavam nossas vidas antes da
conversão, como ele nos diz nos versos 3 e 4
deste quinto capítulo:
“3 Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos,
50
4 nem conversação torpe, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas essas que não
convêm; mas antes ações de graças.”
Veja que ele disse que nem sequer deveríamos falar sobre prostituição, toda forma de impureza ou cobiça, quanto mais nos entregarmos à sua
prática.
Prosseguiu mostrando o tipo de conversação que convém a santos, a saber, que não seja torpe,
tola, com gracejos indecentes. Ele disse que nada disto convém a santos, senão ações de
graças.
O modo de se conseguir isto, de se viver de tal maneira, foi dito por ele nos dois primeiros
versos deste capítulo:
“1 Sede pois imitadores de Deus, como filhos
amados;
2 e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como
oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.”.
É sendo imitadores de Deus, da Sua santidade, amor, justiça, bondade e de todas as Suas
virtudes, e estando dispostos a Lhe oferecer nossas vidas como sacrifícios vivos e santos que
Lhe sejam agradáveis, assim como Cristo se
entregou a Si mesmo à vontade do Pai por amor
a nós.
51
Jesus disse que nós devemos ser misericordiosos assim como Deus é
misericordioso, e perfeitos, assim como Ele é
perfeito.
Isto significa que nada disto será possível sem uma verdadeira consagração a Deus e
submissão à Sua vontade.
É fácil entender porque toda forma de impureza e de pecado devem ser deixados pelos cristãos
para se revestirem de um modo santo no viver deles.
É porque será exatamente por causa destas impurezas e pecado que Deus condenará
eternamente aqueles que não foram
justificados e purificados destas coisas pelo sangue de Jesus.
O salário do pecado é a morte em todas as suas formas: física, espiritual e eterna.
É por causa do pecado que há condenação e morte.
Como podem então os cristãos abrigar a ideia de que podem viver no pecado, e ao mesmo tempo
agradarem a Deus?
Por isso o apóstolo disse nos versos 5 a 7:
52
“5 Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem
herança no reino de Cristo e de Deus.
6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
7 Portanto não sejais participantes com eles;”.
Tais palavras dispensam maiores comentários.
Lembramos somente que ele disse que nenhum, devasso, impuro ou avarento tem
herança no reino de Cristo e de Deus, e como
poderíamos esperar as bênçãos de Deus,
enquanto vivemos seguindo a inclinação da carne ainda que não em devassidão ou avareza,
mas em impureza?
Deus nos criou para vivermos no Seu amor, e a prova de que o amamos está no fato de
guardarmos os Seus mandamentos, obedecendo a Sua vontade, de forma livre,
amorosa e voluntária, no Espírito.
Onde falta isto, há rebelião, inimizade contra o Senhor, e justo Juiz que é, não poderá deixar
seus praticantes na impunidade.
Ele se mostrará longânimo e continuará manifestando o Seu favor e graça somente
àqueles que ainda que errados, ignorantes e
53
imperfeitos, desejam sinceramente conhecer e
fazer a Sua vontade, e que nunca usam a
imperfeição e fraqueza deles como justificativa
para continuarem errando e na prática deliberada do pecado.
É necessário compromisso com Deus, com Sua obra, com a Igreja, na determinação de fazer a
Sua vontade, porque onde isto não for achado o
pecado prevalecerá, e consequentemente o desagrado e desaprovação do Senhor.
Paulo diz ainda no verso 6 que não nos deixemos enganar por ninguém que venha justificar a
prática de tais impurezas, e pecados, usando de
palavras vãs.
Deus por acaso aprovaria o nosso mau procedimento dando-nos um viver abençoado,
e fazendo uma obra do Espírito Santo através de
nós?
Ninguém se iluda querendo fazer um evangelho diferente do único evangelho que existe e que nos foi revelado por Cristo e pelos seus
apóstolos.
Se desejarmos ter um viver de vitória em Deus, é necessário obedecer estas coisas que nos são
ordenadas, e nos empenharmos para sermos
achados santos e irrepreensíveis na presença de Deus.
54
Nós não somos mais as trevas que éramos no passado, e se somos luz no Senhor, devemos
andar como filhos da luz, porque a iluminação
do Espírito na nossa vida, e da nossa vida para os outros, não pode se manifestar se não andarmos
na verdade, nesta luz que não é da terra, mas do
céu.
Paulo está dizendo o mesmo que o apóstolo João
diz no primeiro capítulo da sua primeira epístola. Há concordância no ensino deles
porque é a mesma verdade que nos convém
obedecer conforme é da vontade de Deus, como
se afirma no verso 8.
Este andar na luz tem o seu próprio fruto que é toda bondade, justiça e verdade, e tudo aquilo
que é agradável ao Senhor, como vemos nos
versos 9 e 10.
Deste modo não pode haver comunhão entre luz e trevas, e isto impõe aos cristãos que não podem mais viver em sociedade com as obras
infrutíferas das trevas; ao contrário devem
rejeitá-las e reprová-las porque esta é a vontade
de Deus para com os Seus filhos, como se afirma no verso 11.
Os cristãos não podem viver em comunhão com os que vivem na prática contínua da impiedade.
Eles não podem participar das mesmas obras
deles. Eles foram resgatados do meio deles para viverem na luz e não mais nas trevas.
55
As obras das trevas são geralmente feitas em oculto, o que comprova que são condenáveis, de
outra sorte seriam feitas claramente.
Elas são vergonhosas em sua própria natureza. E assim são condenadas quando manifestadas pela luz, como se lê nos versos 11 a 13.
Aqueles que se levantarem entre estes que estão no mundo, dormindo o sono da morte, por
causa das trevas em que vivem, serão
iluminados por Cristo, de maneira que poderão ser transportados das trevas para a Sua luz,
como Paulo afirma no verso 14.
Os cristãos devem ajudar tais pessoas a saírem das trevas em que elas se encontram e não irem
para as trevas em que elas estão.
Importa que venham para a luz, e aqueles que
Deus mover para saírem das trevas e que se submeterem a esta ação divina, devem ser
ajudados pelos cristãos, tal como Pedro ajudou
Cornélio no passado.
Não temos a missão de obrigar as pessoas a
virem para a luz de Cristo, até mesmo porque muitos permanecerão como escarnecedores do
evangelho por toda a sua vida, e a eles se aplica
o mandamento de Cristo que não devemos
lançar nossas pérolas e coisas santas aos cães e aos porcos, porque desprezarão e pisarão estas
56
pérolas e coisas santas. Não devemos fazer um
uso inadequado das coisas de Deus.
Mas a todo que vier voluntariamente a se colocar debaixo da pregação do evangelho, e a se
interessar pelas coisas do reino de Deus, devemos prestar o nosso auxílio em amor para
que possam também vir para a luz do Senhor.
Por isso devemos discernir bem todas as coisas, e ser cuidadosos com nossa própria vida pessoal
e bom testemunho em Cristo, de maneira que agindo como sábios, e não como néscios,
possamos aproveitar cada oportunidade de
fazer o bem, sabendo, entretanto, que os dias
são maus, e não devemos ser insensatos por não conhecer qual seja a vontade de Deus, em tudo o
que fizermos, especialmente no testemunho
que damos de Cristo a outros, como vemos nos
versos 14 a 17.
Para um tal discernimento como este é preciso estar cheio do Espírito Santo, e não há medida
para este enchimento, que deve ser renovado e
aumentado em cada dia, como se afirma no
verso 18.
Isto se faz estando sóbrios, no domínio de todas as nossas faculdades, e não dispersivos ou com
estados de consciência alterados como quem
está, por exemplo, embriagado com vinho.
57
Este enchimento do Espírito é feito sobretudo na comunhão na Igreja, falando em salmos,
hinos, e cânticos espirituais, cantando e
louvando ao Senhor de coração, e sempre dando graças a Deus por tudo, em nome de Cristo, e
sendo submissos mutuamente, por temor a
Cristo, em todas as formas de relacionamento determinadas por Deus, que o apóstolo passou a
descrever a partir do verso 22.
Assim, Paulo começou a descrever a submissão de coração que deve ser encontrada nos
cristãos, com o dever de maridos e esposas,
dizendo que a esposa deve ser achada em submissão ao seu marido, assim como este deve
ser achado em relação a Cristo, e estabeleceu
um paralelo da união do marido com sua esposa,
com a que existe entre Cristo e a Igreja.
A esposa deve ser submissa ao marido, como ao próprio Senhor, porque esta é a vontade de Deus
para as esposas, como lemos no verso 22.
Ao honrar seu marido e ao Senhor, a mulher cristã também será honrada pelo marido cristão
e pelo próprio Deus.
Sara honrou a Abraão e ao Deus de Abraão, e assim não somente Abraão honrou Sara, como o
próprio Deus a honrou, por causa da honra que
ela dava a Abraão.
58
Isto foi comprovado no fato de Deus ter repreendido até mesmo reis, como foi o caso de
faraó no Egito, e o rei dos filisteus, que eles
chamavam de Abimeleque, pelo que intentaram fazer com Sara.
Deus repreendeu a ambos, não propriamente por Sara, mas por causa de Abraão, e da honra
que ela dava ao seu marido, porque honrando a
Abraão, estava honrando o próprio Deus, e caso não honrasse o marido, não seria somente ele
que ela estaria desonrando, mas aquele a quem
Deus honrou com a chamada que lhe fizera.
O mesmo se aplica especialmente às esposas de pastores, porque estes são chamados também de um modo honroso por Deus, tal como foi o
caso de Abraão.
As mulheres que honram seus maridos, especialmente no caso daqueles que são
chamados de maneira destacada por Deus, como os ministros do evangelho, devem
também receber honra da parte de todos,
porque aqueles que a honrarem estarão
honrando seus maridos, porque eles são honrados pelo próprio Deus.
A mulher tipifica a Igreja, e o marido tipifica Cristo, de maneira que assim como a Igreja deve
estar submetida a Cristo que é a Sua Cabeça, a
mulher de igual modo deve ser submissa ao seu
59
marido, porque ele é a cabeça da mulher no
matrimônio, como lemos no verso 23 e 24.
Cristo dever ser honrado por todos, porque Ele honra perfeitamente ao Pai. E de igual maneira
a Igreja deve ser honrada por todos, quando ela é verdadeiramente submissa e honra a Sua
cabeça que é Cristo.
Assim como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela para santificá-la, de igual modo os
maridos devem amar suas mulheres como Cristo amou a Igreja, dando-lhes a provisão
necessária tal como eles cuidam dos seus
próprios corpos, como lemos nos versos 25 a 29.
Como marido e mulher formam uma unidade, assim como Cristo e a Igreja, o homem deve deixar o lar paterno para se unir à sua mulher,
formando uma nova família, porque Deus
planejou isto desde o princípio, para servir de
ilustração da união que há entre Cristo e a Igreja, como lemos nos versos 30 a 33.
Quando disse que a mulher deve reverenciar o marido no final do verso 33, não está em foco a
reverência que é devida a Deus, mas a
reverência que honra alguém. É honrando o marido que a mulher o reverencia do modo que
Deus lhe exige.
Lembremos que Paulo está falando da necessidade do cumprimento deste dever da
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submissão para que sejamos cheios do Espírito
Santo.
E ele prosseguiu falando deste assunto no sexto capítulo, seguinte a este que estamos
comentando.
Quando Deus criou o homem à Sua própria imagem e semelhança, o homem estava
perfeito sem pecado, e Deus não lhe havia
predestinado para cair, senão para estar de pé
diante dEle, e para governar, vigiando e guardando o que o Senhor lhe dera, para que
não viesse a perdê-lo.
Ao criar a humanidade à Sua semelhança, Deus fez o homem e a mulher e os uniu em
casamento, para que fossem um tipo de Cristo, sendo o homem, o esposo, a cabeça; e um tipo da
Igreja, a saber, a mulher, a esposa, submissa à
cabeça.
Assim o propósito de Deus se cumpre tanto em Cristo quanto na Igreja.
Adão tipificava o Cristo que deveria vir, e Eva
tipificava a Igreja que seria formada a partir de Cristo, tal como Eva foi criada a partir de uma
das costelas de Adão.
Assim como Adão e Eva estavam ligados pelos laços indissolúveis do matrimônio, de igual
modo Cristo está ligado à Igreja.
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Por sua vez, todo homem é nascido de mulher, e por isso Deus disse que seria a descendência da
mulher que estaria em inimizade contra a
descendência da serpente, a saber os que são gerados na Igreja, que estava tipificada em Eva,
são aqueles que pisam na cabeça da serpente
juntamente com Cristo.
Quando Deus disse que o homem e a mulher
deveriam exercer domínio sobre a criação, nós podemos entender que esta palavra se estende
principalmente ao domínio de Cristo e da Igreja
sobre os principados e potestades.
Satanás deve ser dominado tanto por Cristo quanto pela Igreja, conforme se presume da palavra proferida por Deus para Adão e para Eva
no princípio da criação. Por isso se diz que a
esposa é uma auxiliadora do marido, e foi criada
para tal propósito, assim como a Igreja é a auxiliadora de Cristo.
Assim, se a Igreja não prevalecer tanto quanto Cristo contra o Inimigo, o propósito de Deus
para ela não é cumprido.
A guerra de Satanás contra Deus deve ser vencida tanto por Cristo quanto pela Igreja em justa cooperação e comunhão.
O senhorio de Cristo como cabeça da Igreja, deve conduzi-la a triunfar sobre o Inimigo,
62
porque isto foi planejado por Deus desde o
princípio.
Como o esposo é inteiramente santo, a esposa deve ser também. Por isso nós lemos em Efésios
5.25 a 27 que:
“Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra,
27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa
semelhante, mas santa e irrepreensível.”
Importa que a igreja seja santa para que tenha poder e assim possa cumprir o propósito de Deus para ela, especialmente de prevalecer
contra o Inimigo. Ela deve cooperar com Cristo
no Seu trabalho de resgatar os filhos de Deus
que Satanás tem trazido em cativeiro.
Como os propósitos de Deus não podem ser frustrados, então por mais trevas e pecado que
haja no mundo, Ele trará à existência, pelo Seu
poder uma Igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. A esposa que Ele
planejou para dar ao Seu Filho deve ser assim, e
assim Ele fará com que ela seja pelo Seu próprio
poder.
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Esta esposa auxiliará a Cristo no Seu trabalho de reinar sobre todas as coisas, porque Deus
declarou no princípio que faria uma auxiliadora
para Adão, o qual tipificava Cristo. E a auxiliadora, a esposa, sabemos que é a
Igreja. Por isso a Igreja é co-herdeira com Cristo
e reinará juntamente com Ele em glória.
Adão e Eva foram unidos por Deus para serem
uma só carne. Eles eram pessoas individuais, mas deveriam ser apenas um, com o mesmo
propósito e unidade espiritual.
De igual modo a Igreja e Cristo são pessoas distintas, mas todos os membros da Igreja e
Cristo devem ser uma unidade, tal como o Pai, o Filho e o Espírito são um. Este propósito em
unidade está declarado particularmente em
João 17.
Eva foi criada a partir de Adão para formar uma unidade com ele, de maneira a prefigurar que a Igreja seria formada a partir de Cristo para
formar também uma unidade com Ele.
Deus determinou ter uma Igreja santa e gloriosa, e Ele a terá. Nada poderá impedir o Seu
propósito eterno, e isto deve nos animar em prosseguir em nossa santificação, rumo à
perfeição espiritual, porque Deus nos criou para
este propósito e está operando para que a Sua
graça nos conduza a isto.
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Deus fez uma Nova Aliança com a Igreja através do sangue do Seu Filho, e Ele jamais anulará a
aliança que fez conosco.
Ele nunca nos dará carta de divórcio, porque importa que as bodas do Cordeiro sejam celebradas com a Igreja que está sendo formada,
e que depois de completada com todos aqueles
que serão salvos pelo Senhor, seja apresentada
ao Noivo, santa, sem ruga, gloriosa, para a celebração das bodas no céu, sem qualquer
resquício de pecado, sem qualquer sombra do
que seja terreno, dando-se cumprimento ao
plano eterno de Deus de ter muitos filhos semelhantes a Cristo.
Tal é a unidade de Cristo com a Igreja que Deus deu à Igreja a autoridade de ligar e desligar na
terra tudo o que for ligado e desligado no céu.
Deu também à Igreja autoridade para que Ele perdoe ou retenha pecados através dela. Isto
significa que os propósitos do céu serão
cumpridos na terra através da Igreja, porque ela
e Cristo são uma unidade.
Jesus está salvando pecadores para edificar a Sua Igreja sobre a Rocha. Os apóstolos tiveram a
honra que lhes foi dada por Deus de
construírem sobre este fundamento firme
como a rocha, que é Cristo.
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Defesa e Manutenção da Nova Vida
(Efésios 6)
Do primeiro ao nono verso deste capítulo,
Paulo continuou apresentando o dever da
submissão que é necessária para que sejamos cheios do Espírito, juntamente com os deveres
que ele havia apontado para tal propósito, no
capítulo anterior.
Depois de ter falado do dever dos maridos em relação às esposas e destas em relação a seus maridos, ele começou este capítulo falando do
dever dos filhos em relação a seus pais, nos
versos 1 a 3, e dos pais em relação aos filhos, no
verso 4.
Os filhos devem obedecer a seus pais no Senhor, porque isto é justo aos olhos de Deus, porque Ele
ordenou a criação de tal forma, sujeitando os
filhos aos pais, de maneira que Paulo disse que
isto é justo.
É dever dos filhos honrar a seus pais, e o apóstolo lembrou que este foi o primeiro
mandamento do decálogo a ter uma promessa
associada a ele, a saber, que aqueles que o
fizessem receberiam da parte de Deus, vida bem-sucedida e longa na terra.
66
Os pais, por seu turno, têm o dever de criar os filhos na disciplina e admoestação do Senhor,
isto é, segundo a Sua vontade e Palavra.
Mas devem fazer isto com amor, paciência e sabedoria, de maneira que em vez de educarem seus filhos nos caminhos de Deus, fazendo com
que amem ao Senhor voluntariamente e de
coração, eles tão somente os deixem irados com
suas exortações desprovidas da verdadeira disciplina que tem por conteúdo a
longanimidade e a sã doutrina, como se vê no
verso 4.
Dentre as submissões ordenadas por Deus há ainda a dos servos em relação a seus senhores terrenos, os quais devem ser servidos com
temor e tremor, com sinceridade de coração,
como se fosse ao próprio Cristo, e não
obedecendo e trabalhando somente debaixo do olhar dos seus senhores, mas como quem faz de
coração a vontade de Deus.
Aqueles que servirem deste modo, ainda que aos maus senhores, receberão do Senhor a
devida recompensa, porque estão agindo de boa vontade como servindo a Ele próprio e não como
aos homens, como se afirma nos versos 5 a 8.
Os senhores devem lembrar que devem agir com justiça, não oprimindo os seus servos com
ameaças, sabendo que ambos têm um Senhor que está no céu, ao qual devem ser submissos, e
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que não faz acepção de pessoas, isto é, nenhum
homem está em melhor condição diante dEle
em razão da posição de autoridade que ocupe
neste mundo.
Ao contrário, muito se pedirá a quem muito foi dado.
Quem desobedece estas ordenanças tem desobedecido não apenas ao homem, mas
sobretudo a Deus que é o autor das mesmas e
que tudo criou para existir debaixo de tal ordem.
Paulo estava falando da execução de todos estes deveres para que os cristãos fossem cheios do
Espírito Santo, e assim, estando revestidos de
poder, pudessem viver de modo agradável a
Deus, fazendo sobretudo a Sua vontade nos deveres que tem ordenado à Igreja de Cristo,
para que cumpra a Sua missão de evangelizar o
mundo.
Depois de ter se referido aos deveres de submissão dos cristãos, Paulo prosseguiu ensinando as coisas necessárias para que os
santos estivessem equipados para o serviço de
Deus, e por isso os exortou a partir do décimo
versículo a estarem fortalecidos no Senhor e na força do seu poder, e mostrou que o modo de
fazer isto é se revestindo permanentemente de
toda a armadura de Deus, para poderem
permanecer firmes contra as ciladas do diabo, o arqui-inimigo de Deus e também deles que não
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lhes dará trégua por um só instante, enquanto
eles viverem neste mundo, como se vê no verso
11.
A luta espiritual que os cristãos empreendem neste mundo não é uma guerra civil contra os homens, contra os corpos deles, ou seja, contra
a carne e sangue, mas uma guerra nas regiões
celestes contra os principados e potestades, os
príncipes do mundo de trevas e contra todas as hostes espirituais da iniquidade que estão
debaixo do governo deles, como se lê no verso
12.
Para vencê-los e não sermos vencidos pelos ataques e tentações deles é preciso estarmos revestidos de toda a armadura de Deus, veja,
uma armadura espiritual que recebemos de
Deus, e que não se encontra naturalmente em
nós, e que pertence ao Senhor e não aos cristãos.
Sem esta armadura não é possível resistir no dia mau quando estes poderes do inferno vêm
contra nós.
Mas revestidos com a armadura divina podemos vencê-los e permanecer firmes nos
ataques que vierem desferir contra nós, como se afirma no verso 13.
É preciso portanto que os cristãos estejam firmes, e vestidos com a verdade e com a
couraça da justiça; tendo os pés calçados com a
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preparação do evangelho da paz; empunhando o
escudo da fé, para apagar todos os dardos
inflamados do Maligno; usando também o
capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, como se vê nos versos 14 a
17.
Então o cristão deve viver na verdade, na justiça e na paz do evangelho; deve usar a fé por defesa
e atacar o reino das trevas com a palavra de Deus, estando firme e seguro da sua salvação em
Cristo Jesus, sabendo que é por meio dEle que
será capacitado para esta guerra espiritual.
E deve fazer isto orando e suplicando em todo o tempo no Espírito, e também vigiando com perseverança, intercedendo em favor de todos
os santos, como lemos no verso 18.
Paulo pediu aos efésios que orassem por ele, para que lhe fosse dada a palavra que deveria ser
pregada e ensinada ao abrir da sua boca, para tornar o mistério do evangelho conhecido, com
toda intrepidez, como vemos no verso 19,
porque apesar de estar preso em Roma, ele
continuava no exercício de embaixador do evangelho que ele devia proclamar com
coragem, como afirma no verso 20.
O grande propósito do diabo e pelo qual ele luta, é o de manter o mundo em ignorância quanto a
ele, quanto aos seus procedimentos e dos espíritos malignos que operam com ele, e assim
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a Igreja está tomando partido com ele ao apoiar
a ignorância sobre ele.
Por falta de conhecimento, até mesmo a maioria das pessoas mais espirituais, não leva a cabo
uma guerra completa e perpétua contra este exército de espíritos malignos; e muitos
afirmam que se Cristo é pregado, que não é
necessário dar ênfase à existência do diabo,
nem entrar em conflito direto com ele, e os exércitos dele.
Assim, um grande número dos filhos de Deus está se tornando uma presa ao Inimigo por falta
deste conhecimento, e pelo silêncio dos
pastores e mestres da Igreja quanto a esta verdade vital, a Igreja de Cristo está passando
por grande perigo nestes dias finais, por estar
desprevenida por não conhecer o ataque do
Inimigo.
Aparte de tal conhecimento, é até possível que cristãos, por pensarem que estão lutando pela
verdade, em sua ignorância, estejam lutando
para defender e proteger espíritos malignos, e
os trabalhos deles e ensino, acreditando que estão defendendo Deus, e a Sua obra; porque por
pensarem equivocadamente que se trata de
uma coisa divina se esforçarão para defendê-la.
É possível para um homem, por causa da ignorância se levantar contra Deus e atacar a própria verdade de Deus, e também defender o
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diabo, e opor-se a Deus, a menos que ele tenha
conhecimento da verdade divina, inclusive no
que se refere às operações do diabo.
Nós vemos o diabo sugestionando permanentemente a prática do mal para produzir um suposto bem. Foi assim ele
conseguiu enganar Eva, como lemos em I Tim
2.14.
Então, a inocência não é nenhuma garantia de proteção do engano. O modo mais agudo no qual o diabo engana o mundo, e a Igreja, é quando ele
entra no disfarce de alguém, ou algo, que
aparentemente está falando dos interesses de
Deus.
Ele disse a Eva que ela e Adão seriam como deuses, mas escondeu dela que seriam como
demônios. O alvo verdadeiro dele era enganar
Eva fazendo com que desobedecesse a Deus,
mas com o argumento de que ela seria como Deus. Veja que ele costuma argumentar
aparentemente em favor de Deus. Ele não disse
que o pecado tornaria o homem semelhante ao
diabo, mas que seria semelhante a Deus.
Por isso, o Espírito Santo, através do apóstolo Paulo ordena a todos os cristãos, neste sexto
capítulo da epístola aos Efésios, a estarem
revestidos permanentemente com toda a
armadura de Deus para poderem empreender a luta na qual têm que se empenhar contra os
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principados e potestades, de maneira que
possam resistir às ciladas do diabo e
permanecerem inabaláveis.
A autoridade de Cristo sobre Satanás e seu exército de demônios é realizada por meio do equipamento que os cristãos podem receber do
Espírito Santo, e Cristo tem dado autoridade em
Seu Nome aos seus seguidores sobre os
espíritos malignos.
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Anexo: Epístola aos Efésios
Efésios 1
“1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis
em Cristo Jesus:
2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em
Cristo;
4 assim como nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis
diante dele em amor;
5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6 para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado;
7 em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as
riquezas da sua graça,
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8 que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência,
9 fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele
propôs
10 para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas,
tanto as que estão nos céus como as que estão na
terra,
11 nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas
segundo o conselho da sua vontade,
12 com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em
Cristo;
13 no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o
Espírito Santo da promessa,
14 o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da
sua glória.
15 Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé que entre vós há no Senhor Jesus e do vosso
amor para com todos os santos,
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16 não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,
17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e
de revelação no pleno conhecimento dele;
18 sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua
vocação, e quais as riquezas da glória da sua
herança nos santos,
19 e qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,
20 que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua
direita nos céus,
21 muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome
que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro;
22 e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu
à igreja,
23 que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas.”
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Efésios 2
“1 Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2 nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das
potestades do ar, do espírito que agora opera nos
filhos da desobediência,
3 entre os quais todos nós também antes
andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos
por natureza filhos da ira, como também os
demais.
4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo - pela graça
sois salvos,
6 e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em
Cristo Jesus,
7 para mostrar nos séculos vindouros a suprema
riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus.
8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;
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9 não vem das obras, para que ninguém se glorie.
10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes
preparou para que andássemos nelas.
11 Portanto, lembrai-vos que outrora vós, gentios na carne, chamados incircuncisão, por
aqueles que se intitulam circuncisos, na carne,
feita pela mão dos homens,
12 estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não tendo esperança, e
sem Deus no mundo.
13 Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue
de Cristo.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne
desfez a inimizade,
15 isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois
um novo homem, assim fazendo a paz,
16 e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade;
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17 e, vindo, ele evangelizou paz a vós que estáveis longe, e paz aos que estavam perto;
18 porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.
19 Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a
principal pedra da esquina;
21 no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor,
22 no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.”
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Efésios 3
“1 Por esta razão eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vós gentios,
2 se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada;
3 como pela revelação me foi manifestado o mistério, conforme acima em poucas palavras
vos escrevi,
4 pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo,
5 o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora
no Espírito aos seus santos apóstolos e profetas,
6 a saber, que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e coparticipantes da
promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;
7 do qual fui feito ministro, segundo o dom da graça de Deus, que me foi dada conforme a
operação do seu poder.
8 A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios as
riquezas inescrutáveis de Cristo,
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9 e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério que desde os séculos esteve oculto
em Deus, que tudo criou,
10 para que agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e potestades nas regiões celestes,
11 segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor,
12 no qual temos ousadia e acesso em confiança, pela nossa fé nele.
13 Portanto vos peço que não desfaleçais diante das minhas tribulações por vós, as quais são a
vossa glória.
14 Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai,
15 do qual toda família nos céus e na terra toma o nome,
16 para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder
pelo seu Espírito no homem interior;
17 que Cristo habite pela fé nos vossos corações,
a fim de que, estando arraigados e fundados em amor,
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18 possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura,
e a profundidade,
19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus.
20 Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que
pedimos ou pensamos, segundo o poder que em
nós opera,
21 a ele seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre.
Amém.”
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Efésios 4
“1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que
fostes chamados,
2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros
em amor,
3 procurando diligentemente guardar a unidade
do Espírito no vínculo da paz.
4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança
da vossa vocação;
5 um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos.
7 Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo.
8 Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
9 Ora, que quer dizer subiu, senão que também desceu às partes mais baixas da terra?
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10 Aquele que desceu é também o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, para
cumprir todas as coisas.
11 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres,
12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo;
13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da
plenitude de Cristo;
14 para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de
doutrina, pela fraudulência dos homens, pela
astúcia tendente à maquinação do erro;
15 antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo,
16 do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa
operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em
amor.
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17 Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os gentios, na
vaidade da sua mente,
18 entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;
19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram-se à lascívia para cometerem com
avidez toda sorte de impureza.
20 Mas vós não aprendestes assim a Cristo.
21 se é que o ouvistes, e nele fostes instruídos, conforme é a verdade em Jesus,
22 a despojar-vos, quanto ao procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;
23 a vos renovar no espírito da vossa mente;
24 e a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e
santidade.
25 Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos
membros uns dos outros.
26 Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira;
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27 nem deis lugar ao Diabo.
28 Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para
que tenha o que repartir com o que tem
necessidade.
29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas ó a que seja boa para a necessária
edificação, a fim de que ministre graça aos que a
ouvem.
30 E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
31 Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e
blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia.
32 Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus vos perdoou em Cristo.”.
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Efésios 5
“1 Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados;
2 e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como
oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.
3 Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como
convém a santos,
4 nem baixeza, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas essas que não convêm; mas
antes ações de graças.
5 Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem
herança no reino de Cristo e de Deus.
6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos
da desobediência.
7 Portanto não sejais participantes com eles;
8 pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
9 (pois o fruto da luz está em toda a bondade, e justiça e verdade),
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10 provando o que é agradável ao Senhor;
11 e não vos associeis às obras infrutíferas das trevas, antes, porém, condenai-as;
12 porque as coisas feitas por eles em oculto, até o dizê-las é vergonhoso.
13 Mas todas estas coisas, sendo condenadas, se manifestam pela luz, pois tudo o que se manifesta é luz.
14 Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te
iluminará.
15 Portanto, vede diligentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
16 usando bem cada oportunidade, porquanto os dias são maus.
17 Por isso, não sejais insensatos, mas entendei
qual seja a vontade do Senhor.
18 E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito,
19 falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao
Senhor no vosso coração,
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20 sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.
22 Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
23 porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele
próprio o Salvador do corpo.
24 Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a
seus maridos.
25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra,
27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa
semelhante, mas santa e irrepreensível.
28 Assim devem os maridos amar a suas
próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si
mesmo.
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29 Pois nunca ninguém aborreceu a sua própria carne, antes a nutre e preza, como também
Cristo à igreja;
30 porque somos membros do seu corpo.
31 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne.
32 Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja.
33 Todavia também vós, cada um de per si, assim ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a
mulher reverencie a seu marido.”.
90
Efésios 6
“1 Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2 Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa),
3 para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.
4 E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do
Senhor.
5 Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na
sinceridade de vosso coração, como a Cristo,
6 não servindo somente à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de
Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus,
7 servindo de boa vontade como ao Senhor, e
não como aos homens.
8 Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer.
9 E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor
tanto deles como vosso está no céu, e que para
com ele não há acepção de pessoas.
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10 Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas
do Diabo;
12 pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra
as potestades, contra os príncipes do mundo
destas trevas, contra as hostes espirituais da
iniquidade nas regiões celestes.
13 Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito
tudo, permanecer firmes.
14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da
justiça,
15 e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz,
16 tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do Maligno.
17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
18 com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando
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com toda a perseverança e súplica, por todos os
santos,
19 e por mim, para que me seja dada a palavra, no abrir da minha boca, para, com intrepidez,
fazer conhecido o mistério do evangelho,
20 pelo qual sou embaixador em cadeias, para que nele eu tenha coragem para falar como devo
falar.
21 Ora, para que vós também possais saber como estou e o que estou fazendo, Tíquico, irmão
amado e fiel ministro no Senhor, vos informará de tudo;
22 o qual vos envio para este mesmo fim, para que saibais do nosso estado, e ele vos conforte o
coração.
23 Paz seja com os irmãos, e amor com fé, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo.
24 A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo com amor incorruptível.”.