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DA ESCRITURA SAGRADA - DAVID DICKSON
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NADERE REFORMATIE PUBLICAÇÕESem parceria com Curso Apologético A Vitória da Verdade sobre o ErroeEaD Mente Reformada__________________________________________________O presente e-book é o capítulo primeiro da obra de David Dickson
(1583-1663)Truth’s Victory Over Error [A Vitória da Verdade sobre o Erro]Originalmente publicado em 1684
E-book português:Da Escritura SagradaDavid DicksonMaio de 2020
Disponibilizado, gratuitamente, apenas em PDF, pela plataforma EaD Mente Reformada.
______________________________________Editor: Christopher Vicente;Tradutor: Christopher Vicente;Revisor: Christopher Vicente.______________________________________
DICKSON, David. Da Escritura Sagrada. Natal: Nadere Reformatie Publicações, 2020.
Apresentação do ebook
Truth’s Victory over Error foi o primeiro comentário, na História, da Confissão de Fé de Westminster. Seu peso não se deve apenas por ser o primeiro, mas por quem o comen-tou. David Dickson foi um puritano, presbiteriano, esco-cês; contemporâneo da Assembleia de Westminster. Embo-ra, ele não tenha tido o privilégio de ser um dos delegados escoceses à Assembleia, foi um grande influenciador dos que o foram. O valor desse comentário, então, se dá por isto: o primeiro da história, comentado por um contempo-râneo da Assembleia, cujas raízes e convicções são, solida-mente, presbiterianas; sendo um influenciador dos delega-dos que foram fundamentais para a feitura dessa Confissão.
O presente e-book é apenas o primeiro capítulo que, naturalmente, trata do primeiro capítulo da Con-fissão de Fé de Westminster, Da Escritura Sagrada. Nele, Dickson expõe a Doutrina da Escritura refutando: Ro-manistas; Socinianos (os racionalistas de sua época, an-cestrais do liberalismo teológico); os libertários; os quakers, anabatistas e entusiastas (tipos de carismáticos de sua época); arminianos, etc. Extremamente útil para nossos dias cujos descendentes desses grupos, não ape-
nas existem, mas passaram a ter marcada voz no Brasil.
A escolha do material e do tema para essa publicação se deu porque a Doutrina da Escritura, conforme Westminster, será a base para as duas primeiras séries do Curso Apologé-tico. Atual e infelizmente, essa doutrina tão fundamental tem sido muito desprezada ou distorcida. Dickson, com sua objetividade e solidez doutrinária, nos é de grande serventia nesse contexto. Que Deus abençoe a Sua Igreja no Brasil.
SumárioPREFÁCIO ....................................................................................................6
CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER .......................... 9
COMENTÁRIO DE DAVID DICKSON AO CAPÍTULO PRIMEIRO .............................................................................17
DA ESCRITURA SAGRADA ..................................................................17QUESTÃO 1 ...............................................................................................17QUESTÃO 2 ...............................................................................................19QUESTÃO 3 ...............................................................................................21QUESTÃO 4 ...............................................................................................23QUESTÃO 5 ...............................................................................................26QUESTÃO 6 ...............................................................................................29QUESTÃO 7 ...............................................................................................31QUESTÃO 8 ...............................................................................................32QUESTÃO 9 ................................................................................................33QUESTÃO 10 .............................................................................................35QUESTÃO 11 .............................................................................................37QUESTÃO 12 .............................................................................................38QUESTÃO 13 ..............................................................................................39QUESTÃO 14 ..............................................................................................43QUESTÃO 15 ..............................................................................................44
CHRISTOPHER VICENTE
6
PREFÁCIO
Truth’s Victory over Error foi o primeiro comentário, na
História, da Confissão de Fé de Westminster. Seu peso não se
deve apenas por ser o primeiro, mas por quem o comentou.
David Dickson foi um puritano, presbiteriano, escocês; con-
temporâneo da Assembleia de Westminster. Embora, ele não
tenha tido o privilégio de ser um dos delegados escoceses à
Assembleia, foi um grande influenciador dos que o foram. O
valor desse comentário, então, se dá por isto: o primeiro da his-
tória, comentado por um contemporâneo da Assembleia, cujas
raízes e convicções são, solidamente, presbiterianas; sendo um
influenciador dos delegados que foram fundamentais para a fei-
tura dessa Confissão.
Dickson comenta capítulo por capítulo, seção por se-
ção. Seu método consiste em: (1) tomar um trecho da seção
tratada em forma de questão a ser comprovada; (2) compro-
var, positivamente, que o que foi afirmado pelos teólogos de
Westminster é a verdade bíblica; (3) refutar todos os sistemas e
erros contrários àquela doutrina (normalmente, romanistas, ar-
minianos, socinianos e entusiastas). E tudo isso de forma bem
esquemática.
A primeira obra publicada pela Nadere Refor-
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matie Publicações, fundada em fevereiro de 2019, foi
de David Dickson, O Resumo do Conhecimento Salvífico1.
Desde, então, sonhávamos em publicar Truth’s Victory
over Error de forma completa. Porém, diante de outras
demandas, ainda não o conseguimos. Querendo o Se-
nhor, ainda o faremos.
O presente e-book é apenas o primeiro capítulo que,
naturalmente, trata do primeiro capítulo da Confissão de Fé
de Westminster, Da Escritura Sagrada. Nele, Dickson expõe a
Doutrina da Escritura refutando: Romanistas; Socinianos (os
racionalistas de sua época, ancestrais do liberalismo teológico);
os libertários; os quakers, anabatistas e entusiastas (tipos de ca-
rismáticos de sua época); arminianos, etc. Extremamente útil
para nossos dias cujos descendentes desses grupos, não apenas
existem, mas passaram a ter marcada voz no Brasil.
O material, também, é publicado em parceria com o
Curso Apologético A Vitória da Verdade sobre o Erro, produ-
zido por mim (Christopher Vicente, editor da NR Publicações),
inspirado nessa obra de Dickson - não apenas o nome, mas a
1 Disponível em: < https://www.amazon.com.br/Resumo-Conheci-mento-Salv%C3%ADfico-sucessivamente-Westminster-ebook/dp/B07N7L-J5P5/ >.
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abordagem; e em parceria com a plataforma EaD Mente Refor-
mada, a responsável pela disponibilização desse curso. Pela NR
Publicações, o material estará disponível no formato Kindle/
Amazon, de forma paga. Porém, pelo site da Mente Reformada,
estará disponível em formato PDF, gratuito.
A escolha do material e do tema para essa publicação
se deu porque a Doutrina da Escritura, conforme Westminster,
será a base para as duas primeiras séries do Curso Apologético.2
Atual e infelizmente, essa doutrina tão fundamental tem sido
muito desprezada ou distorcida. Dickson, com sua objetividade
e solidez doutrinária, nos é de grande serventia nesse contexto.
Que Deus abençoe a Sua Igreja no Brasil.
Rev. Christopher Vicente.
03 de junho de 2020, Natal-RN.
2 Para mais informações, acesse: https://avitoriadaverdades.wixsite.com/christophervicente/copia-recursos.
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CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER
DA ESCRITURA SAGRADA3
I. Ainda que a luz da natureza e as obras da cria-
ção e da providência de tal modo manifestem a bonda-
de, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens fi-
cam inescusáveis, contudo, não são suficientes para dar
aquele conhecimento de Deus e da sua vontade neces-
sário para a salvação. Por isso, foi o Senhor servido, em
diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e de-
clarar à sua Igreja aquela sua vontade. E, depois, para
melhor preservação e propagação da verdade; para o
mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra
a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo,
foi, igualmente, servido fazê-la escrever toda. Isto torna
indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aque-
les antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu
povo.
3 Tradução disponível em: < http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm > e revisada para essa edição.
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Salmo 19:1-4; Romanos 1:32; 2:1; 1:19-20; 2:14-15; 1
Coríntios 1:21; 2:13-14; Hebreus 1:1-2; Lucas 1:3-4; Romanos
15:4; Mateus 4:4, 7, 10; Isaías 8: 20; 1 Timóteo 3:15; 2 Pedro
1:19.
II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de
Deus escrita, incluem-se, agora, todos os livros do Antigo e do
Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspi-
ração de Deus para serem a regra de fé e de prática:
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Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cântico dos Cânticos
Isaías
Jeremias
Lamentações de Jeremias
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
O VELHO TESTAMENTO
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Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
O NOVO TESTAMENTO
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
Apocalipse
Efésios 2:20; Apocalipse 22:18-19; 2 Timóteo 3:16;
Mateus 11:27.
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III. Os livros, geralmente, chamados Apócrifos, não
sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escri-
tura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem
de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão
como escritos humanos.
Lucas 24:27, 44; Romanos 3:2; 2 Pedro 1:21.
IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual
deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de
qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a
mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebi-
da, porque é a Palavra de Deus.
2 Timóteo 3:16; 1 João 5:9; 1 Tessalonicenses 2:13.
V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e
incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a
suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina,
a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes,
o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena
revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas
muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição,
são argumentos pelos quais, abundantemente, se evidencia ser
ela a Palavra de Deus. Contudo, a nossa plena persuasão e cer-
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teza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da
operação interna do Espírito Santo, que pela Palavra e com a
Palavra testifica em nossos corações.
2 Timóteo 3:15; 1 João 2:20, 27; João 16:13-14; 1
Coríntios 2:10-12.
VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as
coisas necessárias para a glória dEle e para a salvação, fé e vida
do homem, ou é, expressamente, declarado na Escritura ou
pode ser, lógica e claramente, deduzido dela. À Escritura, nada
se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do
Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entre-
tanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus
para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra,
e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e
ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas,
as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela pru-
dência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre
devem ser observadas.
2 Timóteo 3:15-17; Gálatas 1:8; 2 Tessalonicenses 2:2;
João 6:45; I Coríntios 2:9, 10, l2; 1 Coríntios 11:13-14.
VII. Na Escritura, não são todas as coisas, igualmente,
claras, em si, nem do mesmo modo evidentes a todos. Contu-
do, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas
para a salvação, em um ou outro lugar da Escritura, são tão
claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas
ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem
alcançar uma suficiente compreensão delas.
2 Pedro 3:16; Salmos 119:105, 130; Atos 17:11.
VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar
do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a
língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em
que ele foi escrito), sendo inspirados, imediatamente por Deus,
e, pelo seu singular cuidado e providência, conservados puros
em todos os séculos, são por isso autênticos e, assim, em todas
as controvérsias religiosas, a Igreja deve apelar para eles como
para um supremo tribunal. Porém, não sendo essas línguas co-
nhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse
nas Escrituras e que deve, no temor de Deus, lê-las e estudá-las,
esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas
as nações onde chegarem, a fim de que a Palavra de Deus, per-
manecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo
aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das
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escrituras.
Mateus 5:18; Isaías 8:20; 2 Timóteo 3:14-15; 1 Coríntios
14; 6, 9, 11, 12, 24, 27-28; Colossenses 3:16; Romanos 15:4.
IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a
mesma Escritura. Portanto, quando houver questão sobre o ver-
dadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido
que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado
e compreendido por outros textos que falem mais claramente.
Atos 15:15; João 5:46; 2 Pedro 1:20-21.
X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias re-
ligiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados
todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos es-
critores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares; o
Juiz Supremo, em cuja sentença nós devemos firmar, não pode
ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.
Mateus 22:29, 31; Atos 28:25; Gálatas 1:10.
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COMENTÁRIO DE DAVID DICKSON AO CAPÍTULO PRIMEIRODA ESCRITURA SAGRADA
QUESTÃO 1
“A luz da natureza e as obras da criação e da providên-
cia são suficientes para dar o conhecimento de Deus e de Sua
Vontade, os quais são necessários para a salvação?”. Resposta:
Não! 1 Coríntios 1.21; 2.13-14.
ENTÃO, ERRAM os socinianos, os quais sustentam
que homens que vivem de acordo com a lei e a luz da natureza
podem ser salvos? Resposta: Sim.
E, POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRADOS?
Primeiro, porque ninguém pode ser salvo, a me-
nos que nasça pela semente incorruptível da Palavra
conforme ensina 1 Pedro 1.23.
Segundo, porque Cristo é o caminho, a verdade e
a vida e ninguém vai ao Pai senão for pelo Filho (João
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14.6).
Terceiro, não há nenhum outro nome, debaixo do
céu, dado entre os homens, pelo qual, nós devemos ser
salvos, senão o nome de Jesus (Atos 4.12).
Quarto, porque os homens não podem crer em
Cristo sem uma revelação sobrenatural. Portanto, não
podem ser santificados, porque toda justificação, san-
tificação e remissão de pecados são pela graça de Deus
e pela fé em Jesus Cristo (Romanos 3.24-25; Atos 26.18);
não podem os homens serem salvos vivendo de acordo
com a luz da natureza, porque a salvação é prometida
apenas aos crentes em Cristo (Atos 16.31; João 3.16).
Quinto, porque todo aquele que não conhecer a
Deus será punido eternamente (1 Tessalonicenses 1.8).
Mas, os homens, sem revelação sobrenatural, não po-
dem conhecer a Deus salvadoramente (1 Coríntios 1.21;
Mateus 11.27).
Sexto, os homens destituídos da Revelação So-
brenatural não podem conhecer sua própria corrupção
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e miséria, pelo primeiro Adão; nem o remédio que é
oferecido por Cristo, o Segundo Adão. Eles estão sem
Deus, sem esperança, sem as promessas, sem a Igreja,
sem a Aliança de Deus. E os mistérios da fé são ocultos
e desconhecidos por todos eles que perecem e se per-
dem (Efésios 2.11-12; Romanos 9.4; 2 Coríntios 4.3; Ma-
teus 13.11-12; 11.25-27).
QUESTÃO 2
“As Santas Escrituras são tão necessárias para a
Igreja”? Resposta: Sim; 2 Timóteo 3.15; 2 Pedro 1.19.
ENTÃO, ERRA a Igreja Papista quando afirma
que a verdadeira igreja é infalível, no ensino e na pro-
posição de artigos de fé, tanto sem quanto contra a Es-
critura; e que suas tradições não escritas são de divina
e igual autoridade com o cânon da Escritura, ela está
errada? Resposta: Sim.
Fazem o mesmo os Libertários e os Quakers,
quando creem que Deus tanto ensina quanto guia seus
eleitos em toda verdade apenas pelo instituto e luz do
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Espírito, sem qualquer palavra escrita? Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque as Escritura são fundamento
sobre o qual a Igreja é edificada (Efésios 2.20).
Segundo, porque todas as coisas são examinadas
pela regra da Palavra, como os nobres Bereanos fizeram
(Atos 17.11-12).
Terceiro, porque tradições não-escritas estão su-
jeitas e propensas a muitas corrupções e são logo e ra-
pidamente esquecidas.
Quarto, porque nós temos vida eterna na Escri-
tura, portanto, elas devem ser necessárias para a Igreja
(João 5.39).
Quinto, porque as Escritura são dadas para que
o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habili-
tado para todo boa obra (2 Timóteo 3.16-17); e as Escri-
turas foram escritas para que o homem possa crer (João
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20.31).
QUESTÃO 3
“As antigas formas de Deus revelar Sua vontade
ao seu povo cessaram, no presente?”. Resposta: Sim.
ENTÃO, ERRAM os entusiastas e os quakers, os
quais crerem que Deus ainda não deixou de revelar Sua
vontade, como fez antigamente? Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque “Havendo Deus, outrora, fala-
do, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pe-
los profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a
quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual
também fez o universo” (Hebreus 1.1-2). O apóstolo
chama o tempo do Novo Testamento de “os últimos
dias”, porque sob o mesmo, não há mais alterações a
serem esperadas. Antes, todas as coisas devem perma-
necer, sem acrescentar ou tirar, como foi ensinado e or-
denado por Cristo, até o último dia. (cf. Joel 2.18; Atos
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2.17).
Os meios e modos antigos foram:
Em primeiro, por inspiração (2 Crônicas
15.1; Isaías 59.21 2 Pedro 1.21).
Em segundo lugar, por visões (Números
12.6, 8).
Em terceiro lugar, por sonhos (Jó 33.14-
15; Gênesis 40.8).
Em quarto, por Urim e Tumim (Números
27.21; 1 Samuel 33.7-8).
Em quinto lugar, por sinais (Gênesis
32.24; Êxodo 13.21).
Em sexto, por voz audível (Êxodo 20.1;
Gênesis 22.15).
Tudo isso terminou por escrito (Êxodo 17.14) que
é a maneira mais segura e infalível de o Senhor revelar
sua vontade ao seu povo.
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QUESTÃO 4
“Os livros do Antigo e Novo Testamento estão
sob o título de Santa Escritura e Palavra de Deus?”. Res-
posta: Sim.
ENTÃO, ERRAM os Quakers que ensinam que a
Escritura não devem ser chamadas de Palavra de Deus?
Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque Cristo disse: “se ele os chamou
deuses, a quem a Palavra de Deus veio, e a Escritura
não pode falhar” (João 10.35). Aqui, está evidente que a
Palavra de Deus e a Escritura são a mesma coisa.
Segundo, porque as predições dos profetas são,
expressamente, chamadas de Palavra de Deus. Agora,
nos cinco primeiros anos de Ciro, rei da Pérsia, que a
Palavra do Senhor dita pela boca de Jeremias pode ser
cumprida (2 Crônicas 36.22). Aqui, nós vimos que é evi-
dente que as escrituras proféticas de Jeremias, as quais
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são parte das Santas Escrituras, são chamadas de Pala-
vra de Deus.
Terceiro, porque o que Cristo chama de manda-
mentos de Deus, ele chama de Palavra de Deus (Marcos
7.9-10, compare com o v. 13).
Quarto, porque o apóstolo chama, de espada do
Espírito, a Palavra de Deus. Essa espada é a espada do
Espírito Santo, a qual Ele, por assim dizer, põe em nos-
sas mãos, para resistir a Satanás, contra todas as suas
tentações (Efésios 6.17). Portanto, por espada do Espíri-
to devemos entender ser a Escritura, não o Espírito em
si mesmo, como alguns Quakers afirmam. Isso é evi-
denciado, também, a partir de Mateus 4, onde Cristo
foi tentado, pelo Diabo, com três diferentes tentações,
e resistiu a ele com três diferentes porções da Escritura.
E sendo perguntado pelos fariseus, por que seus discí-
pulos colheram espigas de milho no dia de sábado, res-
pondeu com a Escritura (Mateus 12.1-4); ensinando-nos
que as tentações de Satanás devem ser, cuidadosamen-
te, respondidas, pela Escritura, como o único meio de
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vencer a ele e a seus instrumentos.
Quinto, porque a Palavra de Deus é viva e po-
derosa e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes (Hebreus 4.12). Isso não pode ser entendi-
do como sendo Cristo, porque Paulo, em outros escri-
tos seus, não chama a Pessoa de Cristo por esse nome.
Portanto, deve ser entendido como sendo a Palavra do
Evangelho, e, portanto, está sendo descrito o seu poder
(Romanos 1.16).
Sexto, veja as seguintes passagens da Escritura:
Salmo 119.172. 1 Reis 16.12; 2 Reis 9.36, 23.16; Isaías
28.13; Oséias 1.1, 2; Isaías 37.22; Provérbios 30.5. Por Es-
critura, ou Palavra de Deus, não entendemos as letras
nuas, nem as várias palavras escritas da sagrada Escri-
tura, que os adversários podem imaginar que chama-
mos de Palavra de Deus. Estas são apenas veículos, os
quais transportar e transmitir essa luz celestial até nós.
Assim, nós entendemos que a doutrina ou vontade de
Deus Revelada às suas criaturas racionais, ensina-as o
que fazer, crer ou deixar de fazer (Deuteronômio 19.29).
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QUESTÃO 5
“As Escritura foram dadas por Deus para serem
a regra de fé e vida”? Resposta: Sim; Lucas 16.29, 31;
Efésios 2.20; Apocalipse 20.18-19; 2 Timóteo 3.10.
ENTÃO, ERRA a Igreja Papista que ensina que
suas tradições não-escritas são a regra de fé? Resposta:
Sim!
Cometem erro similar os Entusiastas e os Quakers
que ensinam que o Espírito interior, que ensina o eleito,
é a única regra de fé; e que a dita luz interior são de tão
grande autoridade quanto a Escritura? Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque a Escritura é chamadas de uma
regra (Gálatas 6.16).
Segundo, porque nada deve ser acrescentado às
Escrituras (Deuteronômio 4.2; 12.32; Provérbios 30.6;
Apocalipse 22.19-20).
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Terceiro, porque nós devemos preferir seguir as
Escrituras, nesta vida, a que uma voz falada do céu (2
Pedro 1.19, 21).
Quarto, porque a Escritura está escrita, na qual
nós podemos acreditar (João 20.31).
Quinto, porque a Escritura é dada para fazer o
homem de Deus perfeito (2 Timóteo 3.17).
Sexto, porque nós devemos nos comprometer
em toda a religião com a lei e com o testemunho (Isaías
8.20).
Sétimo, porque o próprio Cristo lida com a maior
questão (que sempre foi ‘se ele é o Filho de Deus ou
não’) com as Escrituras (João 5.38, 39). “Exame a Escri-
tura”, Ele disse, “pois elas testificam de mim”.
Oitavo, porque o Santo Espírito nunca deu tal
designação à Sua própria Palavra, como um regra histó-
rica e letra morta; ou, como alguns Quakers dizem dela:
“ela não é nem o principal fundamento da verdade e
do conhecimento, nem a primeira regra de fé e modos”,
CHRISTOPHER VICENTE
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mas a regula secundaria, subordinada ao Espírito. Daí,
como eles afirmam: “a Santa Escritura tem toda sua ver-
dadeira dignidade, excelência e certeza”. Ao passo que
Paulo disse, explicitamente: a fé vem pelo ouvir e ouvir
pela Palavra de Deus (Romanos 10.14).
Novo, porque os espíritos não podem ser conhe-
cidos por nenhuma outra regra senão pela Palavra Es-
crita. Isto é, é certeza que o Diabo transforma a si mesmo
em um anjo de luz (2 Coríntios 11.14). Há um espírito
do mundo (1 Coríntios 2.12). Um espírito que coman-
da o coração dos filhos das desobediências (Efésios 2.2).
Há um espírito de mentira (1 Reis 22.22). E um espírito
de erro e ilusão (1 João 4.6). Como saber se esses são ou
o Espírito, que os quakers querem fazer com que acre-
ditemos; ou um desses outros espírito, senão pelo do-
mínio da palavra?
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QUESTÃO 6
“Os livros comumente chamado apócrifos são
de inspiração divina”? Resposta: Não; Lucas 24.27, 44;
Romanos 3.2; 2 Pedro 1.21.
ENTÃO, ERRAM os papistas, os quais afirmam
que os livros chamados apócrifos são de inspiração di-
vina e de igual autoridade com as palavras indubitá-
veis? Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque eles nem foram escritos na lín-
gua hebraica nem por nenhum dos profetas.
Segundo, porque eles nunca foram citados, no
Novo Testamento, por Cristo ou por algum dos apósto-
los, como o foram os livros da Escritura Canônica.
Terceiro, porque eles contêm muitas fábulas e
doutrinas e histórias ímpias.
(1) Tobias 5.21: “o anjo disse: ele foi Aza-
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ria, o filho de Ananias”. Esta foi uma mentira
manifesta, a qual é atribuída a um anjo bom. Por-
tanto, o Espírito de Deus não ditou esta história.
(2) Isto está relatado em Tobias 6.6-7, 16-17, que
o coração e o fígado de um peixe eram bons para
fazer perfume para afastar o diabo, se alguém es-
tava preocupado com ele ou com algum espírito
maligno. (3) E é dito, Tobias 12.15, pelo anjo, eu
sou Rafael, um dos sete santos anjos, que apre-
senta as orações dos santos, [quando apresentar
as orações dos santos] é próprio apenas do ofício
de Cristo. (4) Porque o ato de Simão e Levi, con-
denado por Jacó (guiado pelo Espírito de Deus,
Gênesis 34.25), de terem matado os siquemitas,
é ordenado por Judite 9.2-3. (5) Porque você lerá
sobre uma oferta pelos mortos, orações e recon-
ciliação pelos mortos, para que eles sejam liber-
tados do pecado, 2 Macabeus 12.43-45. (6) Veja
as contradições presentes na comparação entre
os seguintes textos: 1 Macabeus 6.8; 2 Macabeus
15.16; 9.5.
DA ESCRITURA SAGRADA - DAVID DICKSON
31
QUESTÃO 7
“A autoridade da Escritura, pela qual ela deve
ser crida e obedecida, depende do testemunho de al-
gum homem ou da Igreja”? Resposta: Não; 2 Pedro 1.19,
21. 2 Timóteo 3.16; 1 Tessalonicenses 1.13.
ENTÃO, ERRAM os papistas, os quais susten-
tam que a autoridade das Escrituras depende do teste-
munho da Igreja a nós? Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque a Palavra deve ser recebida por
nós, não como palavra de homem, mas como a Palavra
de Deus (1 Tessalonicenses 2.13).
Segundo, porque a Doutrina de Cristo, a ser re-
cebida pelos crentes, não depende do testemunho do
homem (João 5.34).
Terceiro, porque apenas Deus é verdadeiro e infa-
lível, e todos os homens são mentirosos (Romanos 3.4;
CHRISTOPHER VICENTE
32
Hebreus 6.18). Ele é de sabedoria incompreensível (Sal-
mo 147.5); de grande bondade (Êxodo 18.7; Romanos
11.12; Salmo 34.8); de absoluto poder e domínio (Gê-
nesis 17.1; Salmo 50.1,2); de infalível verdade, que não
pode enganar ou ser enganado (Romanos 3.4; Tito 1.2;
Hebreus 6.18).
Portanto, ela deve ser crida, em todos as suas
narrativas, promessas, ameaças, e profecias; e obedeci-
da em todos os seus mandamentos, porque Ele mesmo
disse isso.
QUESTÃO 8
“Todo o conselho de Deus concernentes a todas
as coisas necessárias para a sua própria Glória, salvação
do homem, fé e amor, ou é, expressamente, declarado
na Escritura ou pode ser, lógica e claramente, deduzido
dela”? Resposta: Sim; 2 Timóteo 3.15; Gálatas 1.8-9; 2
Tessalonicenses 2.2.
ENTÃO, ERRAM os papistas, os quais creem
que a Escritura é uma regra imperfeita e, portanto, pre-
DA ESCRITURA SAGRADA - DAVID DICKSON
33
cisa de um suplemento de tradições não escritas? Res-
posta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque toda Escritura é dada para que
o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habili-
tado para toda boa obra (2 Timóteo 3.16-17).
Segundo, porque o salmista disse, explicitamen-
te, que a Lei do Senhor é perfeita e restaura a alma (Sal-
mo 19.7, 8).
Terceiro, porque nada deve ser adicionado à Pa-
lavra de Deus (Deuteronômio 4.2; Provérbios 30.6).
Portanto, as Escrituras devem ser uma comple-
ta e perfeita regra de fé e não uma imperfeita regra ou
ainda uma incompleta regra, como [os romanistas] en-
sinam.
QUESTÃO 9
“É garantido argumentar em questões de fé, por
CHRISTOPHER VICENTE
34
lógica e clara consequência deduzidas das Escrituras”?
Resposta: Sim.
ENTÃO, ERRAM os Socinianos, Quakers, Ana-
batistas e Arminianos, os quais sustentam que todas
as questões de fé são, explicitamente, estabelecidas em
muitas passagens nas Escrituras; e que nenhuma ques-
tão de fé, pelo menos necessária à salvação, pode ser
construída sobre as consequências extraídas das Escri-
turas? Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque o próprio Cristo prova um ne-
cessário ponto da fé, a ressurreição dos mortos, a partir
das Escrituras por lógica e clara consequência (Mateus
23.29, 31-32); Deus pertencer a alguém [um povo], é dar
vida eterna a esta pessoa (Salmo 33.12; 144.15). Daí re-
sulta que aqueles patriarcas, ainda viviam com Deus,
no tocante às suas almas, o que esses saduceus também
negaram (Atos 23.8). Também, deve concluir, em rela-
ção a seus corpos, vivem eternamente, visto que ele é
DA ESCRITURA SAGRADA - DAVID DICKSON
35
chamado de Deus - não foi chamada apenas uma parte
deles, mas a pessoa toda. E, nesse mesmo capítulo (Ma-
teus 23.43, 45), Cristo prova sua divindade, contra os
fariseus, por consequência das Escrituras.
Segundo, tanto Apolo (Atos 18.28) quanto Paulo
(Atos 19.22) provaram, a partir do Antigo Testamento,
que Jesus é o Cristo. Mas, isto não é, explicitamente, dito
no Antigo Testamento, isto é, que Ele [Jesus] é o Cristo.
Não é infalível verdade isso que, necessariamente, é ti-
rado da Escritura e, implicitamente, contido e revelado
por Deus?
QUESTÃO 10
“A externa iluminação do Espírito de Deus é ne-
cessária para o entendimento salvífico das coisas reve-
ladas na Escritura”? Resposta: Sim; João 6.45; 1 Corín-
tios 2.9-12.
ENTÃO, ERRAM os socinianos e arminianos,
os quais sustentam que os homens, sem a revelação do
Espírito, são capazes de entender a Escritura para a sal-
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36
vação deles? Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque os discípulos de Cristo não fo-
ram capazes de entender a Escrituras antes de Ele lhes
abrir os olhos (Lucas 24.45).
Segundo, porque os judeus, até hoje, não pude-
ram entender as Escrituras do Antigo Testamento até
que o véu, pelo Espírito de Deus, seja retirado (2 Corín-
tios 3.14-16, 18).
Terceiro, porque o salmista Davi buscou, da parte
do Senhor, a iluminação de seus olhos, para que ele pu-
desse contemplar as maravilhas da Lei (Salmo 119.18).
DA ESCRITURA SAGRADA - DAVID DICKSON
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QUESTÃO 11
“Em um ou outro lugar da Escritura, são tão
claramente expostas e explicadas, que não só os dou-
tos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios
ordinários, podem alcançar uma suficiente compreen-
são delas para a salvação delas”? Resposta: Sim; Salmo
119.105, 130.
ENTÃO, ERRAM os papistas que sustentam
que as coisas necessárias para a salvação são obscuras
e sombrias na Escritura; e que, sem a ajuda da tradição
não-escrita e da infalível exposição da igreja, as Escritu-
ras não podem ser entendidas? Resposta: Sim.
POR QUAIS RAZÕES ELES ESTÃO ERRA-
DOS?
Primeiro, porque a Palavra é lâmpada para nos-
sos pés e luz para nossos passos (Salmo 119.105).
Segundo, porque a Escritura é uma luz que brilha
em lugar escuro (2 Pedro 1.19).
CHRISTOPHER VICENTE
38
Terceiro, porque a Escritura ilumina os olhos e
faz do simples um sábio (Salmo 19.7-8).
QUESTÃO 12
“Não tem o Senhor, por sua providência e cui-
dado singular, mantidos puros em todas as épocas o
Antigo Testamento em hebraico e o Novo Testamento
em grego”? Resposta: Sim; Mateus 5.18.
ENTÃO, ERRAM os papistas, os quais susten-
tam que o Antigo Testamento em hebraico e o Novo
Testamento em grego, que são as fontes, sejam corrom-
pidos e que sua versão latina comum [Vulgata] é autên-
tica? Resposta: Sim.
POR QUE RAZÕES ELES SÃO ERRADOS?
Primeiro, porque Cristo diz que, até que o céu e a
terra passem, nem um jota ou um til se desviará da lei,
até que tudo seja cumprido (Mateus 5.18).
Segundo, porque não pode ser mostrada uma ne-
cessidade urgente, por que as fontes estão corrompidas.
DA ESCRITURA SAGRADA - DAVID DICKSON
39
Terceiro, se havia alguma corrupção nas Escritu-
ras, Cristo e seus apóstolos e os pais ortodoxos teriam
declarado tanto.
Quarto, porque eles nunca tiveram nem podem
detectar nenhuma corrupção manifesta nas fontes, em-
bora as demonstrações mais manifestas e inegáveis se-
jam dadas das corrupções de sua versão latina, que tor-
nam autênticas.
QUESTÃO 13
“As línguas originais, a saber, o hebraico e o gre-
go, devem ser traduzidas na língua vulgar de toda na-
ção em que se inserem?” Resposta: Sim. “No temor de
Deus, somos ordenados a ler e pesquisar as escrituras”?
Resposta: Sim; João 5.39; 1 Coríntios 14.6, 9, 11-12, 14,
24, 27-28.
ENTÃO, ERRAM os papistas os quais susten-
tam que não há necessidade de traduzir as línguas ori-
ginais, o hebraico e o grego, para o idioma vernacular
de todas as nações para as quais eles vêm; mas, ao con-
CHRISTOPHER VICENTE
40
trário, dizem que um risco muito grande, e perigo de
erros e heresias? Resposta: Sim.
Da mesma forma, os mesmos papistas erram,
por proibirem a leitura das Escrituras nas línguas vul-
gares? Resposta: Sim.
POR QUE RAZÕES ELES ESTÃO ERRADOS?
Primeiro, porque as Escrituras foram dadas há
muito tempo aos judeus, em sua própria linguagem
vulgar, para que possam ser lidas, pública e em particu-
larmente, por todos (Deuteronômio 31.10-12; 11.18-20).
Segundo, porque o Novo Testamento foi escrito
na língua grega, que na época era, geralmente, conheci-
da por todas as nações.
Terceiro, porque Cristo oferta a todos, indiscrimi-
nada, que examinem todas as Escrituras, João 5.39.
Quarto, porque os profetas e apóstolos pregaram
suas doutrinas ao povo e às nações em suas línguas co-
nhecidas, Jeremias 46.15-16; Atos 2.6.
DA ESCRITURA SAGRADA - DAVID DICKSON
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Quinto, porque, imediatamente, após o tempo
dos apóstolos, muitas traduções existiam.
Sexto, porque todas as coisas devem ser feitas na
congregação para edificação, cf. 1 Coríntios 14.26, mas
uma língua desconhecida não edifica.
Sétimo, porque todos são ordenados a experi-
mentar os espíritos (1 Tessalonicenses 5.21; 1 Coríntios
10.15).
Oitavo, porque as Escrituras ensinam o modo de
vida (Provérbios 2.9; Lucas 16.19; Atos 24.14).
Nono, porque as Escrituras estabelecem o de-
ver de todo homem, em seu lugar e estado de sua vida
(Deuteronômio 17.8, 19-20; Josué 1.8; Salmo 119.24; 2
Crônicas 23.11).
Décimo, porque são os fundamentos da fé (Ro-
manos 4.20; 2 Crônicas 20.20).
Décimo primeiro, porque [as Escrituras] são a
epístola de Deus enviada à Sua igreja (Oséias 8.12; Apo-
calipse 2.1, 8, 12.
Décimo segundo, porque são o seu testamento, no
qual podemos encontrar que legados ele nos deixou (2
Coríntios 3.14, 16; Hebreus 10.16; João 14.16).
Décimo terceiro, porque são a espada do Espírito
(Efésios 6.17).
Décimo quarto, por serem abraçados e conheci-
dos, eles fazem um homem feliz (Salmo 119.97-98; Lu-
cas 10.42; 16.29; Salmo 1.2; Apocalipse 1.3).
Décimo quinto, porque quando as Escrituras são
negligenciadas ou desprezadas, isso mergulha os ho-
mens em completa miséria (Hebreus 2.3; Mateus 22.29;
Salmo 50.16).
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QUESTÃO 14
“Quando houver dúvida sobre o verdadeiro
significado e o sentido pleno de qualquer [passagem
da] Escritura, ela deve ser conhecida e pesquisada por
outros lugares que falem mais claramente”? Resposta:
Sim; 2 Pedro 1.21; Atos 15.15-16.
ENTÃO, ERRAM os papistas, os quais creem
que a Escritura não é um intérprete suficiente [de si
mesma]; e que, quando o texto é duvidoso, o sentido
dela não pode ser reunido infalivelmente de outras pas-
sagens que falem mais claramente, porém, apenas de
tradições magisteriais e opiniões não escritas da igreja
de Roma? Resposta: Sim.
POR QUE RAZÕES ELES ESTÃO ERRADOS?
Primeiro, porque os nobres bereanos compara-
ram as escrituras com as escrituras, para descobrir o
verdadeiro e certo sentido delas (Atos 17.11).
Segundo, porque o apóstolo Paulo fez o mesmo
(Atos 28.23).
CHRISTOPHER VICENTE
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Terceiro, porque o mesmo foi feito pelo conselho
dos apóstolos e anciãos (Atos 15.15-17).
QUESTÃO 15
“É o Espírito Santo, falando nas Escrituras, o Juiz
supremo, pelo qual todas as controvérsias da religião
são determinadas, e todos os decretos de conselhos,
opiniões de escritores antigos, doutrinas de homens e
espíritos particulares devem ser examinados e em cuja
sentença devemos descansar”? Resposta: Sim; Mateus
22.29, 31, Efésios 2.20, Atos 28.25.
ENTÃO, ERRAM os papistas que sustentam
que a Igreja de Roma e o Papa são os juízes supremos
de todas as controvérsias da fé; e que seus decretos e
determinações devem ser criados sem exame e implici-
tamente cridos [com a fé implícita]4 por todos. Resposta:
Sim.
4 Fé implícita é uma doutrina romanista a qual ensina que os fiéis da Igreja de Roma “adere de modo indefectível à fé, sob a conduta do Magisté-rio vivo da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica 889”. Em outras palavras, a confiança dos fiéis não é posta sobre o fundamento da Palavra, mas sob o fundamento do Magistério da Igreja. Para mais acerca desse pernicioso erro, veja: Catecismo da Igreja Católica 85-100; 888-892 [N. do Editor].
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Da mesma forma, erram os quakers que susten-
tam que a luz interior5, que ensina aos eleitos, é o único
juiz de todas as controvérsias da fé? Resposta: Sim.
POR QUE RAZÕES ELES ESTÃO ERRADOS?
Primeiro, porque Deus ordena a todos os homens
que procurem a lei e o testemunho, em questões duvi-
dosas (Isaías 8.20).
Segundo, porque todas as dúvidas na religião de-
vem ser examinadas pela regra da palavra (Atos 17.11;
Gálatas 6.16).
Terceiro, porque Cristo e seus apóstolos sempre
contestam e raciocinam das Escrituras contra os inimi-
gos da verdade, Mateus. 22,31 Garota. 3.13
5 Luz interior é o ensino dos grupos chamados “entusiastas” ou “faná-ticos” ou “tremedeiros”, grupos de linha carismática do período da Reforma Protestante, isto é: quakers, anabatistas, etc. Luz interior, para estes, é um tipo de direção privada e interna do Espírito no crente, independente e, às vezes, maior que a Escritura. Eles “não negavam que Deus podia falar, e realmente falava, por meio do texto escrito das Escrituras, mas estavam convencidos de que também conheciam e experimentavam a inspiração direta do Espírito, conforme aconteceu com os apóstolos e santos da era do Novo Testamento” (BEEKE, Joel. JONES, Mark. Teologia Puritana: doutrina para a vida. São Pau-lo: Vida Nova, 2016. p. 623).
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Quarto, porque a Igreja de Deus está fundada
nos escritos dos profetas e apóstolos (Efésios 2.20).
Quinto, porque somos ordenados a provar todas
as coisas e a experimentar os espíritos (1 Tessalonicen-
ses 5.2; 1 João 4.1, 6).