DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta...

38
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

Transcript of DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta...

Page 1: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Page 2: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA UNIDADE DIDÁTICA

TÍTULO

TUIUTI: BEM MAIS DO QUE UM CLUBE...

Autora: Josete Maria Finatto Andrade

Orientador: Professor Dr. Paulo José Koling

PDE / História / UNIOESTE

Área de Atuação: HISTÓRIA

CASCAVEL 2010

Page 3: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

JOSETE MARIA FINATTO ANDRADE

TUIUTI: BEM MAIS DO QUE UM CLUBE...

Produção Didático-Pedagógica (Unidade Didáti-ca) apresentada ao Programa de Desenvolvimen-to Educacional PDE pela Professora Josete Maria Finatto Andrade do Núcleo Regional de Educa-ção de Cascavel, sob a orientação do Professor Dr. Paulo José Koling da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE.

CASCAVEL

2010

Page 4: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

APRESENTAÇÃO

O Clube Tuiuti foi apenas um clube de lazer e divertimento? Que outra participação

o Clube teve na historia de Cascavel e sua inserção na sociedade política? Com este questio-

namento pretendemos desenvolver a Unidade Didática Pedagógica do PDE.

Para desenvolver o projeto TUIUTI: bem mais do que um Clube..., foi realizada a

pesquisa sobre o clube e o município durante a primeira fase do Curso do PDE 2009/2010. O

tema da pesquisa envolve o Clube Tuiuti, as relações de poder e as questões agrárias que en-

volveram a criação e o desenvolvimento do município. Parte da preocupação do estudo esteve

voltada à história regional e local, que constam no rol de conteúdos a serem estudados na 1ª

Série do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino

Fundamental em Nível Médio na modalidade Normal.

O projeto é resultado de pesquisas realizadas com fontes históricas escritas e orais e

cartográficas. A História Oral narrada por moradores antigos da cidade permite dialogar com

as memórias vivas. Com relação ao recorte temporal optou-se pelo período de 1949 a 1964,

um espaço de 15 anos, entre a criação do Tuiuti e da Associação Atlética Comercial no muni-

cípio de Cascavel, no Estado do Paraná, Brasil. O chamado Clube Comercial está comemo-

rando, neste ano de 2010, 46 anos de criação. Conforme Alceu Formigueri Sperança abordou

em sua obra que trata do Tuiuti, o motivo que levou a criação do Comercial foi narrado por

Amadeu Pompeu da seguinte forma:

Houve uma dissidência no interior do Tuiuti. Não eram os fundadores, foram pessoas que ingressaram mais tarde no clube. É o caso de Ferdinando Mas-chio, Waldemar Bonn, Geni Lago e outros. A crise surgiu numa disputa pela presidência. Os perdedores não se conformaram com a derrota e resolveram fundar uma nova sociedade (SPERANÇA, 1994, p.156 e 157).

O município de Cascavel foi criado por homens organizados em sociedade, que vie-

ram morar no local com o apoio do Estado ou não, isto é, com o sonho de obter um lote da

terra para plantar, colher, assim, colonizar a região. Todavia, entre os primeiros membros do

Tuiuti e demais migrantes havia diferenças ideológicas, política no interesse do grupo, a e-

xemplo do rompimento de relações dentro do próprio Tuiuti que levou a formação do Clube

Comercial.

A Unidade Didática tem o objetivo de compreender o processo histórico do desen-

volvimento do município de Cascavel, a partir do estudo Clube Tuiuti, cuja sede está situada

na área urbana do município. A coleta de matérias para a pesquisa foi realizada na Biblioteca

Pública Municipal, na sessão de Periódicos, e a leitura de obras bibliográficas e de temas a-

Page 5: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

4

fins. Os recortes de jornais e as demais referências serão utilizados para trabalhos com os es-

tudantes nas atividades de sala de aula.

Recontar a história de Cascavel problematizando a bibliografia existente nos livros,

teses, monografias, dissertações e jornais da cidade são os objetivos da disciplina de História.

Reescrever a História dos homens que chegaram ao que é, hoje, a cidade de Cascavel e região

no fim da década de 1940 até meado da década de 1960, que tinham como projeto de vida a

ocupação e posse da terra. Sendo a terra conquistada pela distribuição do governo do Estado,

ou pela opressão e força do poder de mando. Estas práticas promoveram o desalojamento de

colonos e a exploração da madeira. A extração da madeira existente na região veio ao encon-

tro com conjuntura histórica da Pós-Segunda Guerra Mundial e a necessidade de se reconstru-

ir a Europa, provocando na região intervenções de cunho político e socioeconômico. O desen-

volvimento do projeto de exploração da madeira ocorreu em meio a uma realidade hostil, sen-

do várias famílias sendo desapropriadas de seus rincões com uso de violência, tanto no espaço

urbano como no rural. Alceu Sperança (1994) relata com riqueza de detalhes como esta vio-

lência era sentida pela comunidade e o medo dos moradores da cidade de Cascavel. Vander

Piaia (2004), em seu trabalho de pesquisa histórica sobre o Município de Cascavel, também

menciona a violência entre os posseiros e jagunços, contratados por grileiros. Mas, quem pa-

gou os jagunços, assassinos dos muitos pais de família ou mesmo homens livres e jovens com

sonhos de construir seus patrimônios e constituírem suas famílias na novel cidade de Casca-

vel? Esta violência ocorrida entre a sociedade civil que lutavam pela terra devoluta, com os

mesmos direitos entre as classes existentes, mas não com as mesmas condições de armamen-

to, moradias, dignidade e qualidades de vida que os mais poderosos e abastados senhores da

terra. Essa disputa de poder seja o poder econômico ou o político é o objeto de análise no de-

senvolvimento do trabalho.

Questionar as relações de forças existentes naquela sociedade onde ocorreu o desen-

volvimento socioeconômico e cultural, ou mesmo a dificuldade naquele instante do processo

cultural artístico do Município, problematizando as fontes históricas escritas por profissionais

que deixaram sua versão histórica. Um exemplo desta literatura é o livro de comemoração de

45 anos do Clube Tuiuti, escrito pelo jornalista cascavelense Alceu Formigueri Speran-

ça,TUIUTI: A Presença Azul. O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos ocorri-

dos no município na zona urbana. A descrição se confunde entre aqueles protagonistas da

classe mais abastada do poder participantes do Clube e influentes cidadãos e políticos do Mu-

Page 6: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

5

nicípio. O que está exposto é verdade? Ou cabem outras indagações? É possível constatar ou

contestar essa verdade? Ou deve-se relevar qualquer questionamento e aceitar o fato do jorna-

lista ter sido pago pelo clube Tuiuti para escrever uma história sobre o Clube. Também outros

meios de comunicações pertencem a grupos que tem o poder econômico e político. Os recor-

tes de jornais são fontes que ampliam o suporte à pesquisa. Por exemplo. O Jornal Diário

D’Oeste, pertencente ao médico e proprietário de terras, Wilson Joffre1 e Celso Sperança. O

lançamento ocorreu no dia 11 de novembro de 1962. A promessa era que o jornal iria apresen-

tar uma outra Cascavel, não mais “como um núcleo de jagunços e aventureiros", para ser

divulgada no âmbito estadual e mesmo para outras regiões do país.

Mas, o primeiro jornal criado na cidade foi o Correio D'Oeste e a primeira edição foi

publicada no dia em 6 de maio de 1953. O fundador e jornalista era Celso Formigueri Speran-

ça e para manter o jornal recebia verbas da Prefeitura. O Correio D'Oeste era publicado para

ser lido pelas autoridades políticas (governador, prefeitos e outras autoridades) do Estado do

Paraná e estendendo-se até o Rio de Janeiro (ainda capital do país). O jornal possuía cunho

eleitoreiro e era uma forma de contar a história daquela fração social dominante. Outro jornal

utilizado foi O Paraná, ainda em circulação na região, tendo a primeira edição lançada no dia

15 de maio de 1976. Possuía o intuito de apoiar as diretrizes estabelecidas pelo poder político

e continua com esta posição, na defesa da classe dominante. A imprensa é um instrumento de

consenso ou um aparelho de hegemonia.

Questionar a história produzida pelas classes sociais e pesquisar o conhecimento sis-

tematizado faz do homem um cidadão do seu tempo. Isto permite a ampliação do conheci-

mento e o entendimento do meio onde vive e convive, tendo capacidade e autonomia para

pensar, identificar e dar significado as coisas. Portanto, de posse das fontes históricas, a relei-

tura tem o propósito de subsidiar uma reescrita da história, com análises cognitivas e a nova

finalidade de mostrar ao aluno o interesse pelo conhecimento da formação histórica, socioe-

conômica e social do Município de Cascavel.

1 “A nossa crítica será sempre construtiva. Estaremos sempre ao lado dos bons. Combateremos os maus. Os ternos derrotistas e políticos de ocasião não terão vez em nossas páginas. Aceitaremos sugestões e conselhos de homens prudentes, e que estejam ligados a qualquer setor de atividade desta imensa zona oeste paranaense. Seremos os arautos de todas as reivindicações justas da cole-tividade. Prestigiaremos o governo estadual, federal e municipal contanto que esses governos aten-dam as justas reivindicações do povo. Disponível em: http://www.eca.usp.br/pjbr-/arquivos. Acesso em: 25 abr. 2010.

Page 7: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

6

Para trabalhar a Unidade Didática sobre a história local é importante que a professora

incentive os alunos a fazer pesquisa e que pense o que está posto com um novo questionamen-

to, pois o objeto de estudo, o Clube Tuiuti, trás a tona uma sociedade que ainda está no poder

e dá direção às decisões políticas, econômicas ideológicas e sociais da cidade. Estes “donos

do poder” se mantêm, por gerações, na atuação continua no poder político e econômico da

cidade e região. Conhecendo a história local o aluno terá condições de agir e modificar o meio

social, entendendo as contradições existentes.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CONHECENDO O TERRITÓRIO DE CASCAVEL

É necessário entender o conceito de poder utilizado nas Diretrizes Curriculares da

Educação Básica (Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008), que tem nos historia-

dores da Nova Esquerda Inglesa procuraram “analisar a concepção de poder de forma a apre-

sentar outros atores e outros espaços de poder o que ficou conhecido como a ‘a história vista

por baixo’(p.54 e 55)”, entender as relações de poder e como são enfocados para além do po-

der político e no poder econômico e em diferentes Tempo e Espaço. No passado evidenciava-

se o poder no Estado na política, com as decisões tomadas por homens distantes de nós, pois,

que se afirmava que o poder estava distante, era inatingível, narrado numa história fragmenta-

da com intenções e interesses dos historiadores e de quem pagou para que a abordagem da

história fosse assim. Uma história feita por homens no poder. Segundo Francisco Falcon,

(1997, p. 62 e 63) “a história era prisioneira da visão centralizada institucionalizada do poder,

a história política tradicional foi definindo progressivamente temas, objetos, princípios e mé-

todos que pretendeu ser também memória” O conteúdo era selecionado, pelos professores

trabalhando-se com uma visão da história política, ou do poder do Estado, da Lei, etc. Os con-

teúdos escolares descreviam os diferentes momentos históricos com este olhar. Tanto a sele-

ção do conteúdo do currículo escolar presente nos livros didáticos e paradidáticos, nos jornais,

revistas, periódicos e demais mídias, o poder está presente tanto do Estado que previamente

seleciona e os professores que fazem o planejamento da sua disciplina, como os intelectuais

que estão envolvidos na produção ou reprodução do cotidiano no ato de selecioná-lo. A aula

Page 8: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

7

de história é para o estudante interpretar e entender a sociedade e como é organizada. Questi-

onar o que está posto. Lembrando que o poder político era separado da organização da socie-

dade e da economia. A política era prisioneira do poder ou desvinculada da totalidade segun-

do Falcon, (1997, p. 71), no entanto, há relações entre a política e o poder e também a econo-

mia e uma depende da outra. Há conseqüências na compreensão e na produção do conheci-

mento histórico em relação aos conteúdos de história quando ela é fragmentada. Conseqüên-

cias para a aprendizagem do estudante no entendimento ao analisar textos, na argumentação e

a maior conseqüência e ele não se entende como sujeito capaz de transformação da micro-

sociedade (família, Igreja, escola, trabalho, sua tribo, ou grupo da qual ele pertence.), ou a

sociedade (tribo) da qual convive participando ou não diretamente.

Portanto, no entendimento dos alunos o poder é estático faz parte do Estado (leis,

governo), longe do meio dele. Com a ideologia empregada o povo torna-se conformada res-

tando a obediência e aceitação e os desmandos. Francisco Falcon, em seu texto sobre “Histó-

ria e Poder” tece o seguinte comentário: “História e poder são como irmãos siameses - separá-

los é difícil; olhar para um sem perceber a presença do outro é quase impossível” (1997, p.

61). O autor chama atenção para a maneira como a humanidade deve olhar a relação entre a

história e o poder, que este se manifesta na produção do conhecimento histórico, é construído

com intenções de atingir uma determinada camada social com interesses, artimanhas que são

utilizadas pelos pesquisadores no ato de produzir o conhecimento investigado, ele conceitua a

palavra “cega” para mostrar que desconhecimento ou a falta deste para compreender o modo

como estes profissionais que produzem o saber histórico também são sujeitos e objetos da

sociedade.

No livro didático fundamentado nos historiadores da nova esquerda inglesa salientam

as concepções, mas só para ela, o poder está presente em todas as dimensões culturais, sociais,

econômicas e nas diversas relações sócio-histórica. O conceito de poder que consta no livro

didático produzido pelo Projeto Folhas da Secretaria do Estado do Paraná, define o poder:

É definido como a capacidade ou possibilidade de agir ou de produzir efeitos e refere-se a indivíduos e a grupos humanos. O poder não possui forma de coisa ou de objeto, mas se manifesta como relações sociais e ideológicas es-tabelecidas entre aqueles que exercem e aquele se submete, portanto, o que existe são relações de poder(Secretaria de Estado da Educação,Curitiba-PR, 2007, p.14)

Page 9: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

8

Segundo a proposta do livro, o poder deixa de ser analisado somente pela via política

institucional, passando a ser visto na dimensão cultural, social, econômica ou nas relações

entre os seres humanos, vivenciadas na coletividade.

Para estudar as relações de poder e a força que ele exerce no município de Cascavel,

na política e nas relações de trabalho é oportuno inserir o próprio Clube Tuiuti. O desenvol-

vimento do projeto tem o intuito de mostrar que a fração da sociedade que pensaram e decidi-

ram o desenvolvimento regional e do Município de Cascavel iniciando pelo nome, organiza-

ção espacial, a economia, o que explorar e como explorar a riqueza retirada da terra e o espa-

ço que esta ocupa o local onde construiram moradias, praças e a migração de que forma ocor-

reu. As decisões governamentais em aceitar e trazer levas e levas de imigrantes estrangeiros,

essas pessoas chegavam ao território e se instalavam com a promessa de concessão e posse

das terras cedidas pelo Estado. Assim sendo, o município de Cascavel foi o mais cobiçado da

Região Oeste do Paraná, Os fundadores do Clube Tuiuti acreditaram na proposta de enrique-

cimento estabelecida nos anos de desenvolvimento e expansionismo cascavelense, a terra

próspera e as facilidades para grandes negócios favoreciam o imaginário coletivo dos comer-

ciantes madeireiros e empreendedores da época a se unirem numa sociedade de castas for-

mando grupos sociais na exploração da madeira, gerentes de serrarias, contadores, farmacêu-

tico, trabalhadores de correio, carpinteiros, militares, funcionários públicos. Segundo Sônia

Regina Mendonça (Estado e Sociedade, 1998) era essa a casta social que iniciou as atividades

sócio culturais do Clube Tuiuti., com base em Gramsci conceitua a cultura como um conjunto

das visões de mundo: “valores, crenças e auto-percepções de seu lugar na sociedade desen-

volvidas por cada grupo social ou fração de classe.”. Seguindo a metodologia é possível traba-

lhar com os alunos conceitos que permitam o entendimento da organização de sua comunida-

de rumo a transformação sua e do mundo. Gramsci diz que a “escola é o instrumento para

elaborar os intelectuais de diversos níveis”. Analisando pesquisas do conhecimento sistemati-

zado, é possível mostrar ao educando que a sociedade não é formada por acaso, mas há inte-

resses políticos coletivos ou mesmo individuais e há artimanhas nas decisões políticas da so-

ciedade.

Galafassi, com sua visão de mundo e com o auxilio de autoridades ligadas ao gover-

no estadual, foi o mentor da criação do Clube, montou uma equipe de pessoas para organiza-

ção. Trouxe seus genros que organizaram a documentação (regimento e atas das reuniões)

para que o clube existisse. Para Antonio Gramsci, em seu texto, mostra como uma sociedade é

Page 10: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

9

organizada segundo a visão de mundo que tem “Uma das características mais marcantes de

todo grupo que se desenvolve no sentido do domínio é sua luta pela assimilação e pela con-

quista “ideológica” dos intelectuais tradicionais, assimilação e conquista que são tão mais

rápidas e eficazes quanto mais o grupo em questão for capaz de elaborar simultaneamente

seus próprios intelectuais orgânicos” (Apontamentos e notas dispersas para um grupo de en-

saios sobre a história dos intelectuais, 2001, p. 19).

Esse trabalho consiste em polemizar dentro do material fornecido nos anais históri-

cos a forma como a cidade foi construída: houve uma real intenção política na articulação de

povoamento, a migração e imigração, essas pessoas saíram de suas terras ou cidades e vieram

morar em Cascavel, poder midiático que o Estado imprimia nas propagandas com a finalidade

de sedução desses colonos em todo o território brasileiro para promover o desenvolvimento

social e rural no Oeste do Paraná e, conseqüentemente promover Cascavel. A migração de

famílias inteiras de diferentes partes do Brasil, ou parte delas a fim de procurar em Cascavel

segurança financeira, pessoal e também com o intuito de construir e contribuir com seu traba-

lho e mão de obra o enriquecimento e desenvolvimento da Pátria Amada. Esta decisão foi

tomada por pessoas que fazem parte da classe dominante que compunham a sociedade na é-

poca que envolve o trabalho não são somente os números de população, mas por muito que

também vieram para Cascavel atrás de sonhos de produzir mais e em melhores condições que

nas regiões de origem (EMER, 1991, p. 154).

Então o Clube Tuiuti, seria obra para o lazer dos filhos do Juiz, do gerente da madei-

reira? Ou teria sido vontade política? Organizados em torno da instituição Clube Tuiuti, seria

possível convencer a população a aceitar as decisões dos representantes desta sociedade orga-

nizada, pois o clube era formado pela casta mais elevada da sociedade conforme relato obtido

em entrevista com uma mulher que viveu na época da construção e desenvolvimento do Mu-

nicípio. Algumas famílias estavam incluídas e muitas excluídas do clube. O pagamento da

mensalidade era uma das formas de inclusão. No clube também se efetivava um modelo de

sociedade ditado ou pré-estabelecido que ainda perdura. O Clube Tuiuti passou a ser local de

organização do lazer, de encontros da comunidade, de reuniões dos comerciantes e dos profis-

sionais liberais. Como ponto de encontro de lideranças da comunidade, nas reuniões que a-

conteciam no e sobre o clube também ocorriam as articulações e indicações nomes de sócios

para cargos públicos e desta forma, era indicado representantes na sociedade como: vereado-

Page 11: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

10

res, secretários municipais, para os conselhos, etc. que interferiam e interferem na política

municipal, a fim de fortalecer e influenciar nas decisões do governo local, estadual.

ORGANIZAÇÃO E A AFIRMAÇÃO DE GRUPOS SOCIAIS

DOMI NANTES E DO PODER EM CASCAVEL

Com o estudo das relações de poder existentes e exercidas na comunidade da qual o

aluno está inserido, pode-se questionar a organização social e problematizar o meio onde vi-

vem e se organizam e quais os interesses que existem na composição da representação políti-

ca. Em matéria publicada no Jornal O Paraná, em 2004, há uma análise de Edgar Bueno so-

bre o surgimento de lideres em Cascavel e cita o Clube Tuiuti:

O Tuiuti, portanto, era um “caldeirão” em que fervilhavam todos os sonhos, esperanças e ansiedade da comunidade cascavelense, invariavelmente com a cabeça nas nuvens e os pés no chão, o Tuiuti forjou uma elite de líderes polí-ticos, empresariais e comunitários em dimensão local, regional, estadual e nacional. Gerou vereadores, prefeitos, secretários de Estado, senadores e até um governador, dentre inúmeras funções públicas e privadas não necessari-amente eletivas. E esta constatação não é apenas um registro sobre o passado mas uma evidência na história do Tuiuti. É a Presença Azul: “O Tuiuti deve fazer ainda grandes líderes. De alguns anos para cá as diretorias são muito jovens. O próprio mandato do Tuiuti ou de qualquer outro Clube, é uma es-cola de como lidar com as coisas que pertencem a outros. Isto dá um certo traquejo e como normalmente essas diretorias são jovens, o Tuiuti deverá o-ferecer a Cascavel, região e ao Estado grandes lideranças que deverão orgu-lhar a todos nós”(O Paraná, 08/02/2004, p. 25, Ed. 8344, Ano 28).

Não somente líderes, mas, o poder que a elite cascavelense exercia na composição

política e como interferia na construção histórica da cidade e na organização do governo no

município e dos munícipes. O estudante identificando e entendendo a forma como ocorreu a

organização social, econômica e ideológica “desconstruir o imaginário histórico” construído

na consciência do jovem, a consciência ou imaginário construído nos grupos sociais que ele

pertence, como a família, a igreja, a escola, a polícia e a própria instituição política de sua

comunidade, seja ela Câmara de Vereadores, a Prefeitura, o Fórum ou mesmo a sub-prefeitura

se relacionam. Aqueles que estão no governo, que dirigem a comunidade, estariam represen-

tando quem ou a quê interesses estariam ali representando os demais cidadãos? E de que for-

Page 12: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

11

ma este representante é escolhido ou indicado para tal cargo? Permitir ao educando, que refli-

ta e entenda a importância do poder de seu meio e que as decisões tomadas pelos representan-

tes desta, são do “acaso” ou “como obra divina”. Os representantes da comunidade têm de

interesses nas decisões tomadas e defendidas.

A disciplina de História tem o objetivo de permitir que o aluno forme a opinião e que

seja garantido no seu Currículo Básico estas preocupações a escola estará formando um ser

humano cidadão, participativo e capaz de interferir no meio, com ações na família, na rua, no

bairro, etc., problematizando a sociedade local e conduzindo a luta por um mundo mais hu-

mano para a coletividade.

PROPOSTA DE AÇÃO PEDAGÓGICA

Para a implementação do Material Didático (Unidade Didática) no Colégio, serão re-

alizadas as seguintes atividades:

No primeiro contato com a turma da 1ª Série do Curso de Formação de Docentes da Educação

Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em Nível Médio na modalidade Normal –

Colégio Wilson Joffre, será feita a apresentação do projeto TUIUTI: Bem mais do que um

Clube..., abordando a história do município de Cascavel pesquisada e contada a partir do obje-

to de estudo, o Clube Tuiuti, explicitando as disputas do poder e a posse da terra que estão

relacionado à emancipação política e territorial do município. Situando os alunos o período a

ser estudado, dando oportunidade para que expressem suas idéias prévias, com diálogo e

questionamentos.

A Unidade Didática, será trabalhada com os alunos(as) da 1ª Série do Curso

de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental

em Nível Médio na modalidade Normal. Diante da característica da turma ser potencialmente

docentes do Ensino Fundamental, as atividades a ser desenvolvidas estarão direcionadas ao

conhecimento histórico do espaço através dos mapas e fragmentos de jornais e do livro Ninho

de Cobras. Tendo a preocupação que este será a base para o trabalho da história local com os

estudantes.

Page 13: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

12

Conhecer o espaço em que vivemos utilizando os mapas é importante para a compre-

ensão das mudanças que ocorrem no processo histórico, sejam elas, por questões políticas ou

interesses econômicos de grupos organizados. Exemplo dessas mudanças é o mapa do Estado

do Paraná, que sofreu alterações a medida que os grupos incentivados pelo Estado ou capital

privado como: colonizadoras, empresas madeireiras e demais empresas com o intuito de ex-

plorar as riquezas promoveram mudanças espaciais, sociais, na geografia, no ambiente com a

formação das cidades, vilas, etc. Surgindo a divisão administrativa territórios com fronteiras

definidas.

Pode-se perceber observando a história através dos mapas do Estado do Paraná, no-

vas divisões administrativas. Iniciando pelo mapa de 1948 do Estado do Paraná, em relação

com o atual, que a colonização promoveu novos municípios recortando o território paranaense

com novas fronteiras.

O município de Cascavel foi criado no ano de 1951 e no processo histórico evolutivo

surgiram os novos municípios que fazem parte da Região Oeste. As emancipações municipais

ocorreram ao longo de 38 anos, ou seja, de 1961 ao ano de 1989, a com a criação de 2 muni-

cípios no dia 12 de junho. Sendo criada a divisão administrativa de Santa Tereza do Oeste e

Lindoeste.

HISTÓRICO DA REIGIÃO OESTE DO PARANÁ

O município de Cascavel está inserido num contexto histórico, geográfico, econômi-

co e social do mundo capitalista que se desenvolveu depois da revolução Industrial e, princi-

palmente no século XX. Para o desenvolvimento em sua totalidade e a manutenção no merca-

do os homens criam meios para estarem dominando uns aos outros. Para melhor entender um

relato de pesquisa, desta temática é oportuno citar uma passagem da analise:

Grupos organizados que estudam e formulam adequações às velhas formas de manutenção da hegemonia da(s) classes(s) dominante(s), visando, dentre outros, manter e/ou aumentar o poder sobre as classes subalternizadas. Uma dessas formas de atuação é na criação de instrumentos de classe para pensar novos projetos para este fim. (SMANIOTTO, p. 252).

Page 14: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

13

A casta social que organizou tomou posse da terra e planejou o desenvolvimento de

Cascavel, montou ou projetos para a intervenção da política criando Partidos Políticos e tam-

bém o Clube Tuiuti, instituições que permitiam a sustentação do projeto da re-colonização e

da exploração da terra. Há interesses comuns e antagônicos de cada grupo. Mesmo tendo inte-

resses comuns, de cunho coletivo mais amplo e particular de cada grupo mais específico, pois

estes eram divididos em diferentes correntes políticas, no município o PTB e UDN mostra-

vam diferença ideológica e partidária. Havia disputas internas da classe dominante pelo poder

em vários os setores da sociedade política, por exemplo: Câmara Municipal, poder Legislati-

vo, Prefeitura, presidente de partido, presidente do Clube, pois estes davam a sustentação que

era necessária e convenciam a população pela continuidade do projeto e hegemonia.

Tendo em vista esta abordagem, cabe apresentar alguns dados sobre a história e a lo-

calização do município. Cascavel faz parte do território do Estado do Paraná, localizado na

Região Oeste, tem uma população de aproximadamente 300 mil habitantes, sendo em 7%

residentes na zona rural e 93% na zona urbana. É uma cidade específica e sua organização não

foi planejada pelas colonizadoras como outras cidades que existem na região. Na história do

Oeste do Paraná, as cidades de Medianeira, Céu Azul, Palotina, São Miguel do Iguaçu, Tole-

do e Marechal Candido Rondon são exemplos de cidades que as colonizadoras projetaram o

espaço urbano e rural em seu conjunto o que não ocorreu com Cascavel. Para entender isto,

segundo é preciso perceber que este território foi no inicio de colonização ibérica uma espaço

de mais atuação dos jesuítas, porém Guairá também foi lugar, naquele momento, de disputas

como na região não havia riqueza que pudessem “faiscar” os olhos dos portugueses e espa-

nhóis por muito, as atenções voltaram-se para as regiões produtoras de outras riquezas como a

cana de açúcar e, depois, a mineração. A região não foi explorada sob este ponto de vista eco-

nômico-colonial até fins do século XIX.

A Obrage era uma propriedade ou um sistema de exportação de erva-mate e madeira

existente nas matas subtropicais, em território argentino, paraguaio e do Guairá paranaense. O

interesse fundamental de um obragero era a extração de erva-mate e a madeira em toros (E-

MER, 1991, p.53). As obrages, para sua instalação e funcionamento, não exigiam a aplicação

de um grande volume de capitais e o retorno era imediato. Por este motivo para uma empresa

mudar de local era muito fácil por construírem navios, portos particulares e monopolizavam o

transporte e a atividade comercial que abastecia os mensus. As empresas argentinas, ao se

deslocarem de uma região para outra, não abandonavam as terras. Elas vendiam os lotes para

Page 15: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

14

serem desenvolvidas outras atividades, principalmente a agricultura. Com o capital adquirido

com a da venda chegaram na região do Oeste do Paraná e se instalaram, exercendo um domí-

nio na divisão e da compra da força de trabalho. Mas essas empresas se instalaram na região

obtendo terras do território paranaense através da navegação com o Estado. Segundo Emer

(1991, p.55). O Estado necessitava de recursos financeiros, pois no início do século XX pas-

sava por uma crise econômica e havia a preocupação em colonizar o território, porém não

havia interesse pela região Oeste do Paraná, tampouco por ter população para acelerar a urba-

nização. E o Estado era dominado pela elite oligárquica dos Campos Gerais. Com a permissão

do Estado às empresas obrageras adquiriram legalmente terras para a instalação de empresas,

porém adentravam em terras devolutas. Segundo Emer: (1991, p. 64). “Em 1905, a companhia

argentina Nunes y Gibaia adquiriu do Estado do Paraná, por compra, o imóvel denominado

Lopeí perfazendo um total de 43.973 hectares, localizado na parte norte e noroeste do atual

município de Cascavel e municípios vizinhos nesta direção”. Esta obrageira, utilizando a

mesma forma de aquisição de terras por compra, tinha um total de 53.973 hectares. Da mesma

forma o obrageiro Gibaia Tomas Allica adquiriu do estado do Paraná às margens do rio Para-

ná (EMER, 1991, p. 65).

Os trabalhadores eram os chamados guarani moderno, isto é, uma população indíge-

na que após a destruição das missões jesuíticas do século XVII pelos bandeirantes paulistas

sobreviveram e se miscigenaram com a população paraguaia. (EMER, 1991, p. 56). Tendo

mão-de-obra abundante e barata os trabalhadores ou mensus, termo que significa mensalista,

era um tipo de “servo da gleba medieval”, não ligado a terra, mas a conta corrente do arma-

zém. Por estarem isoladas havia controle rígido sobre os trabalhadores. O isolamento dificul-

tava também a comunicação com a Colônia Militar criada em Foz do Iguaçu no ano de 1889

que tinha por objetivo de fiscalizar as fronteiras com a Argentina e o Paraguai. Mas devido a

distância e a falta de estrutura, como pousadas ou hotel, o Estado não proporcionou as condi-

ções para a Colônia Militar realizar tal tarefa. Moisés Lupion adquiriu as terras do Oeste do

Paraná, segundo Anselmo Cordeiro Ninho de Cobras:

“Em 1946, Moisés Lupion assumiu o Governo do Paraná, sucedendo a Clo-tário Portugal, que havia sucedido o interventor Manoel Ribas, que cancela-va as concessões de exploração da erva mate na região, por parte das empre-sas argentinas Julio Álica, Domingos Barte e Nunes Gibaia. O decreto desapropriaria praticamente todo o Oeste do Paraná, mas não tinha validade, pois Manoel Ribas esqueceu de publicá-lo e de fazer a averbação

Page 16: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

15

em Foz do Iguaçu, que era a sede da Comarca. Mais que depressa, Lupion procurou os aregntinos, mostrou a situação e estes, sabendo que tão logo o Governo publicasse o Decreto acabariam perdendo as terras, acabaram ven-dendo as mesmas por um preço módico ao governador do Paraná. Lupion “pensou ter sido esperto e registrou as terras em nome de um irmão seu e de um grupo de Caxias do Sul, composto pela Família Festugato e ou-tros, entre os quais o pioneiro Florêncio Galafassi, que era o ‘testa de ferro’ do Lupion”(CORDEIRO,198-. p. 92).

Com o relato histórico pode-se entender o motivo de Cascavel não estar nos planos

das colonizadoras. Mas quem eram as colonizadoras, mas, algumas colonizadoras faziam par-

te do projeto do governo.

A origem da cidade de Cascavel ocorreu na década de 1920, quando tropeiros guara-

puavanos passavam por aqui em direção a Foz do Iguaçu. Sobre a origem da cidade há con-

trovérsias sobre o nome, como Piaia comenta:

Não há precisão sobre a data do surgimento da cidade de Cascavel, não há um registro de nascimento, ou informações exatas sobre o aparecimento do nome e sua consolidação. De certa forma, a ânsia de buscar suas raízes mais profundas é um reflexo da necessidade de responder a questões que a própria história formula. As origens costumam mais cativar do que elucidar, pois as cidades contem em sua história uma contaminação orgânica irresistível; sur-gem em torno de uma referência, um botequim, um cruzamento, uma trilha, um rio – depois passam por etapas que as transformam em povoados, vilas, distritos, ate por fim serem agraciadas com o nobre título de cidades, onde supõe-se a existência de inter-relações sociais e econômicas mais complexas, e um intercâmbio de idéias e pessoas, onde o aspecto político se torna muito mais relevante e visível do que no meio rural (PIAIA. 2004, p. 255)

No texto abaixo consta uma das muitas lendas que dão o significado do nome a cida-

de de Cascavel:

Nas memórias da pioneira Ana Maria Alves da Silva, o nome de Cascavel teria sido batizado por uma tropa militar, onde um soldado foi atacado por um ofídio. Segundo ela: “Conta-se que ao passar por aqui, uma tropa do e-xército, vindo de Curitiba indo para Foz do Iguaçu, estando cansados, para-ram para repousar uma noite na encruzilhada. Um dos soldados deitou-se a par de um tronco de árvore que estava caído, do tronco saiu uma cobra cas-cavel e picou o soldado que dormia. Seus companheiros preocupados no so-corro do soldado, fizeram uma espécie de maca para transportar o ferido ate o hospital mais próximo em Foz do Iguaçu, mas esqueceram seu fuzil que estava pendurado numa árvore onde tinha sido atacado pela cobra. Quando chegaram ao quartel lembraram que em Foz do Iguaçu, foram interrogados a respeito do fuzil do soldado doente, ai é que estava pendurado na árvore la na ‘cascavel’. Logo foi lhes ordenado que voltassem a ‘cascavel’ buscar o

Page 17: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

16

fuzil. E assim o lugar que se chamava ‘encruzilhada’ passou a chamar-se ‘cascavel’, pois ao voltarem ali encontraram em baixo do tronco de árvore uma ninhada de cascavéis (PIAIA.2004, p. 258).

De acordo com o texto acima, as terras pertenciam a empresas ervateiras de proprie-

dade de argentinos. Entende-se que esse foi um dos fatores que impediram às colonizadoras

fundarem a cidade. Outra dificuldade que há refere-se localização de documentos que tratam

origem do nome de Cascavel. São as inúmeras versões lendas Histórias transmitidas de gera-

ção a geração através da oralidade, da existência de ninho de cobras ou mesmo do couro de

uma grande cobra pendurada na forquilha de uma árvore. Essas lendas constam nos livros que

narram às histórias de Cascavel: Piaia, afirma que Cascavel teve três momentos históricos o

primeiro foi com os tropeiros, viajantes, obrageros e algumas famílias polonesas que se fixa-

ram próximo ao Rio Cascavel na década de 1920. O segundo seria na década de 1930, quando

paranaenses conhecidos como caboclos de Guarapuava se fixaram em busca de terras e pre-

tendiam formar comunidades. Esta ocupação foi possível pelo Decreto 300, pois com este

documento retorna ao domínio do Estado as terras concedidas às empresas da estrada de ferro,

em conseqüência a posse das terras devolutas. Na história oficial consta que Antonio José

Elias, teria o fundado Cascavel. No entanto, é necessário observar que esta história foi escrita

a partir da vinda dos primeiros comerciantes e não das famílias pioneiras caboclas agriculto-

ras. A história municipal teria outro olhar caso fosse levado em consideração a vida das fa-

mílias no território cascavelense. É importante analisar o que Falcon comenta, “existe um

olhar, por parte do pesquisador, que se manifesta na produção do conhecimento histórico, e

tem intenções e artimanhas na escrita da história.” (1997, p. 61) E necessário possibilitar ao

aluno o entendimento da contextualização da produção do próprio conhecimento histórico. Já

a terceira Cascavel, está localizada no período da guerra no pós-guerra, e depois de 1946, com

a utilização da madeira e a formação do Território do Iguaçu durante o Estado Novo varguis-

ta. Após a Revolução de 1930, o país passou por transformações na conjuntura mundial que

alterava o projeto de desenvolvimento brasileiro.

Na história do Oeste do Paraná é necessário lembrar a presença das empresas obrage-

ras estrangeiras que estavam explorando a erva-mate e a madeira na região. O movimento de

1924 ou a chamada Coluna Prestes, tanto os militares revoltosos e legalistas denunciaram o

descaso do governo em relação à exploração e ocupação das terras na região e a “desnaciona-

lização” do oeste do Paraná. Esta realidade mobilizou o governo no pós-1930, que assumiu o

Page 18: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

17

poder no Estado, o desconforto provocou um direcionamento político do grupo vargista. Se-

gundo Emer, (1991, p, 06), “é possível deduzir que os militares sediados em Curitiba, líderes

da Revolução de 30 no Estado, já tinham alguns estudos prontos para alterar a situação no

Oeste do Paraná.” As medidas tomadas pelo General Tourinho, de “nacionalizar” a região

Oeste e nomear para Prefeitura de Foz do Iguaçu, o engenheiro Otto Mader. E este tomou

algumas medidas no sentido de “abrasileirar” a região: a) a obrigatoriedade do uso da língua

portuguesa nos avisos, listas de preços, informativos comerciais, etc: b) a circulação e uso da

moeda brasileira no pagamento dos impostos e demais taxas. Mas, estas medidas não atingi-

ram o uso e o domínio do espaço geográfico. Como a terra precisa ser nacionalizada e inte-

grada ao espaço geográfico nacional, pode-se perceber e entender a forma com que a socieda-

de civil dominou este espaço. Com milhões de hectares de terras disponíveis sem “rei” e sem

“lei”, abriu-se uma “verdadeira competição entre a interventora estadual e governo federal”

(EMER, 1991, p.107). Desta forma justifica-se o projeto do Território Federal criado por Ge-

túlio Vargas em 1943, o qual durou até 1946 quando foi “descriado” ou extinto e a não aceita-

ção deste projeto por parte dos políticos paranaenses (EMER, 1991, p. 108). O desenvolvi-

mento capitalista gerou mudanças no país, no Estado do Paraná e na região Oeste, que passou

a ser vista como fronteira da ocupação da terra. A industrialização brasileira criava novas di-

visões de trabalho na cidade e no campo (EMER, 1991, p. 100).

CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL

O município de Cascavel foi criado através da Lei Estadual número 790, de 14 de

novembro de 1951, desmembrando-se de Foz do Iguaçu. O território municipal abrangia as

áreas entre o Rio Iguaçu e o Rio Piquiri. Na entrevista de José Neves Formigueri concedida ao

Jornal O Paraná, no dia 29 de julho de 1984, (p.4 e 5), ele contou sobre a criação do municí-

pio de Cascavel, que foi um projeto aprovado em 3 dias, pois Toledo estava sendo criado na

Assembléia Legislativa do Paraná, e os lideres locais, sabendo da intenção da cidade vizinha

ser emancipada e este não queriam pertencer ao município de Toledo, através de contatos po-

líticos com lideres de Curitiba foi montado um processo para a emancipação de Cascavel e

Guaraniaçu, sendo aprovados juntamente com a emancipação de Toledo houve a emancipação

da vila de Cascavel. Pelo senso de 1940 a vila de Cascavel constava com 404 habitantes.

Page 19: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

18

(Sperança). Distrito de Cascavel passou a ter 1.109 habitantes 1950 e no mesmo ano o territó-

rio municipal moravam 4.411 habitantes, com cerca de 90% desta população residente na zo-

na rural em 1950. No ano de 1956, a vila constava com aproximadamente 2000 habitantes.

O município de Cascavel foi emancipado do território de Foz do Iguaçu no ano de

1951. Da área total de Cascavel, desmembrou os seguintes municípios:

Corbélia – 1961; Formosa do Oeste – 1961; Capitão Leônidas Marques – 1964; parte da área formou o município de Assis Chateubriand – 1966; parte do território também formou Nova Aurora – 1967; Cafelândia – 1979; Lin-doeste -1989 e Santa Tereza do Oeste -1989. Do município de Corbélia fo-ram desmembrados três novas municipalidades, a de Braganey – 1982 e des-te no ano de 1990 desmembrou-se Iguatu e Anahy. De Formosa do Oeste surgiram mais dois municípios: Jesuítas –1980, e no ano de 1990 foi criado o município de Iracema do Oeste. Do município de Capitão Leônidas Marques surgiram também dois novos municípios: Boa Vista da Aparecida – 1980 e deste, Santa Lúcia em 1990Fonte: Estratégias de Desenvolvimento Regional: Região Oeste do Paraná. In:Criação dos Municípios e Processos Emancipa-tórios. PIERUCCINI Mariângela Alice, TSCHÁ Olga da C. P. e IWAKE, Shiguero. PERIS, Alfredo Fonseca(Org), EDUNIOESTE, 2003, p.110)

ATIVIDADE 1

A atividade 1, será desenvolvida no Laboratório de Informática, com acesso a internet,

do Colégio Wilson Joffre, onde os alunos acessarão os links abaixo para encontrar os seguin-

tes documentos: (mapas) pesquisados nos referidos links na PASTA do computador ou no pen

drive, pois este conteúdo será utilizado num outro momento.

Os estudantes observarão as imagens dos mapas e irão comparar as mudanças e per-

manências das representações que constam no documento relatando em seu caderno.

A atividade tem o objetivo permitir ao aluno conhecer as mudanças dos limites e no-

vas fronteiras verificadas na história de Cascavel.

1.1- Disponível em: http://webgeo.pr.gov.br/website/atlas/viewer.htm. Acesso em: 20 abr.

2010. 1.2- Disponível em: http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/livro/mapas_iap.html. Acesso dia 20

abr. 2010. 1.3- Disponível: http://www.cascavel.pr.gov.br/secretarias/seplan/pagina.php?id=202. Acesso

em: 20 abr. 2010.

Page 20: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

19

Mapa Político do Estado do Paraná, atualmente com 399 municípios.

Mapa do Paraná Político de 1948

Page 21: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

20

O mapa de Cascavel na atualidade está dividido em oito Distritos Administrativos:

Distrito sede: ............................................... 142,09 km². Sede Alvorada:............................................... 193,03 km² Juvinópolis:..................................................... 275,28 km² Rio do Salto: ....................................................265,05 km² São João: ........................................................477,10 km² Espigão Azul: ...................................................282,64 km² Distrito 07:...................................................... 246,53 km² São Salvador: ..................................................231,01 km².

Page 22: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

21

ATIVIDADE 2

Para a atividade 2, a professora utilizará a TV pendrive. O documento a ser analisado é

o mapa do Paraná, de 1948. Há várias representações neste documento. Uma delas é a divisão

política do Primeiro e Segundo Planalto paranaense, com seus inúmeros municípios.

Para entender o contexto histórico que ocorreu na ocupação do espaço, serão levados

para a sala de aula os livros de história da SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO.

O capítulo a ser estudado é RELAÇÕES DE PODER: URBANIZAÇÃO E IN-

DUSTRIALIZAÇÃO NO PARANÁ , páginas 181 a 184.

O encaminhamento abordará os seguintes questionamentos com base nas leituras:

2.1 - De que forma o Estado português teve participação na ocupação do espaço paranaen-

se e no surgimento das cidades?

2.2 - Depois de realizada a leitura e tendo a resposta do questionamento. Será promovido

debate, a fim de proporcionar um momento de troca de informações entre os colegas de

classe e a professora sobre o tema em questão.

2.3 - A professora lançará uma questão para a turma a fim de direcionar o debate: O espaço

de uma região é ocupado de forma espontânea, ou há interesses econômicos, políticos,

ambientais, público e privado? Na Região Oeste estes interesses estavam presentes na

colonização?

2.4 - Observe no mapa que representa o Paraná até o ano de 1948, as fronteiras territoriais

estabelecidas dos municípios ou divisões administrativas no Estado do Paraná. Escre-

va no seu caderno a região do Paraná onde existe maior concentração de municípios.

2.5 - Pesquise no mesmo livro no item A OCUPAÇÃO DO INTERIOR: o surgimento de

novas cidades vinculadas ao agro-extrativismo, nas páginas 191 e 192 e responda: em

que contesto histórico ocorreu a ocupação da terra por madeireiros e a exploração da

madeira na região Oeste?

2.6 - Em seguida os alunos analisarão o mapa que representa os limites estabelecidos no

ano de 1951, na criação do município de Cascavel.Com auxilio da TV pendrive, o ma-

pa será exposto na TV, sendo analisados e confrontados com as atuais fronteiras, ci-

tando-as no caderno.

2.7 - Cite os municípios que se emanciparam do território cascavelense, entre os anos de

1961 a 1989.

Page 23: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

22

O mapa abaixo representa os limites definidos no ano de 1951, data da emancipação munici-

pal, entre os municípios de Foz do Iguaçu e de Cascavel. Internamente consta a linha de

fronteira que demarca os limites dos municípios com o território de Cascavel, na atualidade

Page 24: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

23

ATIVIDADE 3

A atividade 3, será encaminhado em forma de trabalho, a sala será dividida em grupos

de alunos (o tempo disponibilizado para esta atividade é de uma semana), as pesquisas serão

realizadas na literatura oficial paranaense, como também em teses, dissertações e monografias

e internet, sobre a política de ocupação do espaço da região Oeste no primeiro governo de

Moisés Lupion.

O aluno irá pesquisar a política de ocupação territorial da região Oeste nos a-

nos de 1955 a 1960, e relacionar com a história de Cascavel no mesmo tempo histórico. A

pesquisa será realizada em forma de trabalho científico e apresentada oralmente e em mapa

conceitual com o tema central: A POSSE DA TERRA EM CASCAVEL-PARANÁ.

Com a pesquisa já realizada na semana anterior, os alunos se organizarão em grupo,

na sala de aula, o objetivo É o de confeccionar um mapa conceitual em folha de papel A3. A

atividade será desenvolvida no coletivo da sala, proporcionando troca de informações entre

os grupos, o que enriquece o trabalho e a compreensão do tema pesquisado, através da ima-

gem do mapa conceitual.

ATIVIDADE 4

Na atividade 4, cada aluno receberá uma apostila contendo o fragmento da Revista

Oeste. A leitura do texto ocorrerá na sala de aula. Com esta metodologia é possível problema-

tizar, questionar a posse da terra no território cascavelense. Relacionando com o conhecimen-

to estudado nesta Unidade Didática até o momento.

Sugestão de questionamento e encaminhamento da aula:

4.1- O autor descreve conflitos armados que ocorreram em meados da década de 50,

comandado por diferentes grupos políticos, que travavam disputas pela posse da

terra. Nestas disputas quem eram os participantes?

4.2- Havia participantes ocultos que promoviam a violência no campo?

4.3- O autor descreve o medo da sociedade “Medo” de que?

Page 25: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

24

4.4- E quem sentia medo, a população pela presença dos “jagunços”? Ou a sociedade

dominante?

4.5- Existe a relação da posse da terra no município de Cascavel com a disputa de po-

deres (nos setores econômicos, ideológicos, políticos, social)?

4.6- A partir de leituras e análises realizar a seguinte pesquisa com familiares, para a-

firmar ou negar o texto:

a) A família tem informações sobre a luta pela terra na região de Cascavel?

b) A família lembra e consegue relatar histórias sobre os conflitos sociais que marcaram

a vivência deles no município de Cascavel ou região?

c) A luta pela terra é um direito inquestionável?

d) A família acredita que a história produziu impunidades que hoje geram violência?

e) Depois de realizada a pesquisa promover um debate para compartilhar as informações.

f) Com as informações e estudo das questões do poder e a posse da terra no município,

os grupos de alunos com auxilio das ferramentas disponíveis no computador irão cons-

truir o mapa conceitual, para a apresentação na TV Pendrive e a sua impressão. O re-

sultado será apresentado para o coletivo. Tanto o trabalho escrito como o mapa con-

ceitual serão entregues imprimidos para a professora.

O fragmento da Revista Oeste, nº 21, Ano III, 1987, p.36/41, problematiza as questões da

posse das terras no território do município de Cascavel nos anos de 1956/1960.

Page 26: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

25

Page 27: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

26

Page 28: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

27

ATIVIDADE 5

CRIAÇÃO DO CLUBE TUIUTI

Nesta atividade o aluno lerá os recortes do jornal O Paraná, de circulação no municí-

pio e na Região Oeste. Nos fragmentos selecionados, será abordado o tema Clube Tuiuti o

poder político e econômico, ideológico e social.

Para trabalhar com recorte de jornais o estudante deve de questionar o jornal, quem é

o proprietário do jornal, que modelo sociedade defende, para quem está escrevendo.

O jornal é um dos instrumentos das mídias que tem poder de informar e de formar

opinião. Com esse poder passa a responsável pela formação da opinião de um determinado

grupo social ou o que chamamos de hegemonia. Para tanto, no convencimento não é utilizado

a força, mas, é conquistada através da mudança de opinião ou no modo da ação em relação a

sociedade. Na formação da hegemonia a imprensa escrita desempenha um papel importante

no ato de escolher, selecionar as suas matérias. Também que será a pessoa que será evidenci-

ada, passando para a população como “natural: as matérias jornalísticas”.

O jornal deve ser analisado como um documento que é passível de interesses. Inte-

resses que desempenharão uma função na construção e na manutenção do poder. Analisar se

há preocupação por parte dos políticos e do jornal em enfocar o Clube Tuiuti e por quê? O

Tuiuti foi uma das muitas instituições importantes nas decisões políticas, econômicas e ideo-

lógicas do município. Lembramos que não é a instituição, mas, são as pessoas que compõe a

micro sociedade que tomam as decisões. E existe uma sociedade organizada, seja, partido

político, igrejas, escolas, sindicatos, trabalhadores urbanos e rurais, pequenos proprietário de

terras, que estavam e estão fora do clube. Estes cidadãos não participaram do clube, nem nas

reuniões sociais, mas, fazem parte da sociedade civil, promovendo junto a classe dominante a

contra-hegemonia ou novas articulações. Daí o papel da imprensa no convencimento da im-

portância deste para o município. Com a formação de consenso, segundo Gramsci, efetiva-se

uma hegemonia.

Nesta hegemonia, com o consenso forma-se uma visão de mundo, há uma massifica-

ção dos homens (ou do homem-massa), capazes de pensar coerentemente de modo unitário,

significando a conquista do consenso da sociedade civil, para implementação do projeto do

Page 29: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

28

governo daquele que está no poder municipal e Estadual. E são exercidos por aparelhos “pri-

vados”.

Sociedade civil, é o espaço de embate hegemônico, é o espaço fundamental de clas-

ses.

Partindo do questionamento trabalharemos com os recortes de jornais que focam o

Clube Tuiuti relacionado com o poder local. Foram selecionados fragmentos do jornal O Pa-

raná. É importante lembrar que a seleção realizada pela professora não é neutra, há intenção

com a escolha destes fragmentos. Concluindo que em nossas ações existem escolhas e são

essas escolhas, é o “motor” da história.

A partir da leitura dos recortes de jornais, responda:

5.1 - Quem é o dono do jornal e que grupo social pertence e defende?

5.2 - Existe no texto mensagens de convencimento ou de consenso para a população sobre o

Clube Tuiuti? Registre em seu caderno essas mensagens.

5.3 - Há relação da instituição com o poder local e estadual?

5.4 - De 1949 a 1964, cite os ciclos econômicos que se desenvolveram no município de Cas-

cavel?

5.5 - É possível relacionar a criação do Clube com o poder político ou a manutenção dele jun-

to população? De a sua opinião.

- “Gramsci (1891-1937), afirmou que a existência de um discurso ou pratica hegemônica

dele uma determinada classe domina, significados, valores, crenças e a impõe a outras

classes. Para ele, a hegemonia produz também contra-hegemonias, de modo que a cultura

deixe de ser reflexo de uma determinada base, isto é, torna-se elemento constitutivo do

processo social”. (Diretrizes Curriculares da Educação Básica, Paraná, 2008, p. 54).

a) Interpretando Gramsci e relacionando com os recortes de jornais, encontram-se nos es-

critos destes textos a construção da hegemonia e a contra-hegemonia? Cite trechos que é

possível encontrar essas práticas.

5.6 – Depois de ter conhecido o projeto TUIUTI: bem mais do que um Clube..., você concorda

com o titulo do projeto? Explique.

Page 30: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

29

Fragmentos de jornais:

O PARANÁ. 23/08/2009, Ed.10.105, Ano 34, p.C8.

Page 31: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

30

O PARANÁ. 08/02/2004, Ed.8.351, Ano 28, p.25.

O PARANÁ. 15/02/2004, Ed.8.351, Ano 28, p.25.

Page 32: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

31

O PARANÁ. 23/08/2009, Ed.10.105, Ano 34, p.C8.

O PARANÁ. 04/04/2010, Ed. 10.319, Ano 34, p.C7.

Page 33: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

32

ATIVIDADE 6

6.1 - Para desenvolver a atividade 6, será necessário a devolução da pesquisa realiza-

da e o mapa conceitual e a narrativa para os grupos. Organizados em grupo, elegerão um rela-

tor, a tarefa do reator é de sistematizar as conclusões que o grupo chegou após os estudos rea-

lizados e o do fragmento do texto Ninho de Cobras, em um único documento. O texto terá

um título desenvolvimento e conclusão.

6.2 - Terminada a elaboração do texto, haverá uma reorganização dos grupos. Será a

feita a junção de 2 grupos. O objetivo é o de debater entre os alunos de dois grupos diferentes,

o que é singular e o diferente de cada texto produzido. A medida que trabalho está sendo de-

senvolvido e o debate ocorrendo, o relator escolhido elaborará um texto, contendo a sistemati-

zação do debate. No fim será entregue o trabalho, o mapa conceitual e o documento de cada

grupo para a professora. Com os mapas conceituais da folha A3, desenhado a mão e o impri-

mido será montado um painel.

6.3 - Agora você é o historiador, escreva uma narrativa histórica da história local. O

aluno pode optar pelo mesmo titulo ou não para o texto.

Depois de elaborada a narrativa, o aluno apresentará a sua argumentação para o grande

grupo. Sendo que o texto da narrativa serão expostos em um painel no ambiente sala de aula.

RECURSOS

● Alunos da 1ª série A, do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos

Iniciais do Ensino Fundamental em Nível Médio na modalidade Normal.

do Colégio Estadual Wilson Joffre, da cidade de Cascavel no Estado do Paraná;

● Sala de aula com quadro para uso de giz;

● Papel A3, caneta, lápis, réguas, etc.

● TV Pendrive, pendrive;

● Multimídia;

● Laboratório de Informática;

● Computador;

● Acesso à internet no laboratório de informática da escola;

Page 34: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

33

● Livro Didático;

● Fragmentos de livro e de jornal;

● Biblioteca da escola.

AVALIAÇÃO

A avaliação terá caráter formativo, diagnóstico e contínuo e os alunos serão avalia-

dos pela participação individual e coletiva no decorrer de todo processo, nas aulas de sala de

aula e também no laboratório de Informática.

● Participação nas discussões em sala de aula referentes ao tema da Unidade didático-

Pedagógica, TUIUTI: Bem mais do que um Clube...;

● Interesse na produção dos textos e nas leituras;

● Organização e envolvimento no trabalho em grupo e individual.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARDOSO, Ciro. F. S. e VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História: ensaios de teoria e de metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. CORDEIRO, Anselmo. Ninho de Cobras. Cascavel, PR: Editora Independente Ltda., [198--]. COLODEL, José Augusto. Obras & Companhias Colonizadoras. Santa Helena na História do Oeste do Paranaense até 1960. Prefeitura Municipal. Santa Helena, 1998. COSTA, Leda Maria da. Futebol e gênero no Brasil: comentários a partir do filme Onda no-va. In: MELO, Victor Andrade, ALVITO, Marcos. (org.) Futebol por todo o mundo: diálogos com o cinema. Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2006 p. 115-128 . DIAS, Fernando Edmundo. Hegemonia: racionalidade que faz a história. In: DIAS, Edmundo (org.) O Outro Gramsci. São Paulo, Xamã, 1996. FALCON, Francisco. História e Sociedade. In: CARDOSO, Ciro.F. S. e VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História: ensaios de teoria e de metodologia. Rio de Janeiro, 1997). FONTES, Virginia. História e Conflitos. In: MATTOS, Marcelo Badaró (org.). MOTTA, Marcia. MENDONÇA, Sonia Regina. FONTES, Virginia. História Pensar & Fazer. LDH, Rio de Janeiro, 1998. GRAMSCI, Antonio. Apontamentos e notas dispersas para um grupo de ensaios sobre a his-tória dos intelectuais. In: ____; Cadernos do Cárceres. VI2: RJ: Civ. Brasileira, 2001. GONÇALVES, Valdenir. Saga e Colendas: História de São João do Oeste- Cascavel-Pr. Cascavel, Coluna Saber, 2005.

Page 35: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

34

MENDONÇA, Sonia Regina. Estado e Sociedade. In: MATTOS, Marcelo Badaró (org.) MATTOS, Marcelo Badaró. MOTTA, Marcia. MENDONÇA, Sonia Regina. FONTES, Vir-ginia. História Pensar & Fazer. LDH, Rio de Janeiro, 1998. MOTTA, Marcia. MENDONÇA, Sonia Regina. Fontes, Virginia. História Pensar & Fazer. LDH, Rio de Janeiro, 1998. MELO, Victor Andrade, ALVITO, Marcos.(org) Futebol por todo o mundo: diálogos com o cinema. Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2006. MELO, Victor Andrade. Futebol e cinema: duas paixões, um planeta. In: MELO, VicAndra-de, ALVITO, Marcos (org.). Futebol por todo o mundo: diálogos com o cinema. Rio de Janei-ro, Ed. FGV, 2006. PIERRE, Bourdieu. O Poder Simbólico. Tradutor- Fernando Tomaz. Bertrand Brasil, 11ª Ed., Rio de Janeiro, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. HISTÓRIA – Ensino Médio. 2ª Ed., Curitiba, 2007. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Fundamental e Ensino Médio.Curitiba, SEED, 2008. PERIS, Alfredo Fonceca (Org). Estratégias de Desenvolvimento Regional: Região oeste do Paraná. Cascavel, EDUNIOESTE, 2003 PIERUCCINI, Mariângela Alice. TSCHÁ, Olga da C. P. IWAKA, Shiguero.Criação dos Mu-nicípios e Processos Emancipatórios. In: PERIS, Alfredo Fonceca (Org). Estratégias de De-senvolvimento Regional: Região oeste do Paraná. Cascavel, EDUNIOESTE, 2003. SILVA, Carla Luciana. CALIL, Gilberto Grassi. KOLING, Paulo José. Estado e Poder: A-bordagens e perspectivas. Edunioeste, Cascavel, 2008. SMANIOTTO, Marcos Alexandre. A Rádio Difusora como fonte para a pesquisa sobre a burguesia rondonense: um relato de pesquisa. In: SILVA, Carla Luciana. CALIL, Gilberto Grassi. KOLING, Paulo Jose. Estado e Poder: Abordagens e perspectivas. Edunioeste, Cas-cavel, 2008). SPERANÇA, Alceu. CASCAVEL: a história. Lagarto. Curitiba, 1992. SPERANÇA, Alceu. SPERANÇA, Regina. TUIUTI: A Presença Azul. Curitiba, Imprensa Oficial, 1994. SÍTIOS PESQUISADOS ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA COMERCIAL-CLUBE COMERCIAL- CASCAVEL Disponí-vel em: <http://www.clubecomercial.com/?secao=historico.Acesso> Acesso em: 15 jan 2010. ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO OESTE DO PARANÁ-BRASIL-AMOP. Disponí-vel em: <http://www.amop.org.br/001/00101001.asp?ttCD_CHAVE=8310&btOperacao>. Acesso em: 22 nov. 2009. CLUBE ESPORTIVO RECREATIVO TUIUTI- CASCAVEL-PARANÁ. Disponível em: <http://www.tuiuticlube.com.br/tuiuti-sempre-fez-história.html> Acesso em: 12 set. 2009. PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL – PARANÁ - BRASIL. Disponível em: < http://www.cascavel.pr.gov.br> .Acesso dia 31 mar. 2010. PORTAL DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ - MAPAS http://webgeo.pr.gov.br/website/atlas/viewer.htm>Acesso em: 20 abr. 2010. COLETÂNEA DE MAPAS HISTÓRICOS DO PARANÁ- http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/livro/mapas_iap.html> Acesso dia 20 abr. 2010.

Page 36: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

35

PERFIL DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL - http://www.cascavel.pr.gov.br/secretarias/seplan/pagina.p?id=20hp2> Acesso em: 20 abr. 2010. DISSERTAÇÕES E TESES BRENNEISEM, Eliane Cardoso. Lutas pela terra no Oeste Paranaense do movimento ao assentamento: limites e contradições de um projeto coletivo de produção. (Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais – PUC – UNIOESTE). PUC - São Paulo, 1994. EMER, Ivo Oss. Desenvolvimento histórico do Oeste do Paraná e a Construção Escola. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1991. PIAIA, Vander. A Ocupação do Oeste Paranaense e a Formação de Cascavel: As singulari-dades de uma cidade comum. Niterói, RJ. 2004. GREGORY, Valdir. Os Euro-brasileiros e o Espaço Colonial: A Dinâmica da História Soci-al, UFRJ). Niterói – RJ, 1997. MONOGRAFIA FINATTO, Josete Maria. O vivido em Santa Tereza do Oeste. UNIOESTE, 2000. (Monogra-fia de conclusão de Curso de Especialização “História Contemporânea). JORNAIS e REVISTA DALAZONI, Fernando. O Paraná Jornal de fato. José Neves Formighieri exclusivo: Quan-do assumi a Prefeitura, eu era de contínuo a prefeito. Ano, 08, Ed. 2450, 29/07/1984, p. 04, Cascavel-Paraná. O PARANÁ Jornal de Fato. Cascavel-Paraná. Tuiuti iniciou Cascavel (59). Ano 28, Ed,8.338, 01/02/2004, p. 25. (Máquina do Tempo). O PARANÁ Jornal de fato. Cascavel-Paraná. Tuiuti iniciou Cascavel (60). Ano 28, Ed,8.344, 08/02/2004, p. 25. (Máquina do Tempo). O PARANÁ Jornal de fato . Cascavel-Paraná. O iniciador de Cascavel. Ano 28, Ed. 8.350, 15/02/2004, p. 25. (Máquina do Tempo). O PARANÁ Jornal de fato. Cascavel-Paraná. Tuiuti iniciou Cascavel 62). Ano 28, Ed. 8.356, 22/02/2004, p. 25. (Máquina do Tempo). O PARANÁ Jornal de fato. Cascavel-Paraná. Tuiuti iniciou Cascavel (63). Ano 28, ed,8.360, 29/02/2004, p. 25. (Máquina do Tempo). O PARANÁ Jornal de fato. Cascavel-Paraná. Tuiuti iniciou Cascavel (60). Ano 28, ed,8.344, 08/02/2004, p. 25. (Máquina do Tempo). O PARANÁ Jornal de fato. Cascavel-Paraná. Tuiuti criou o município e mais clubes. Ano 34, Ed. 10.105, 23/08/2009, p. C8. (Máquina do Tempo) O PARANÁ Jornal de fato. Cascavel-Paraná. Uma entidade para salvar uma cidade. Ano 34, Ed. 10.319, 04/04/2010, p.C7. (Máquyina do Tempo)

Page 37: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

36

DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Cascavel-Paraná. Meta do Tuiuti: Formação de Poderosa equipe. Ano, I, Ed. 01, 11/11/1962, p.07. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Construção da nova.sede. Cascavel-Paraná. Ano, I, Ed. 01, 11/11/1962, p.07. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Tuiuti Esporte clube- Comunicado. Cascavel-Paraná. Ano, II, Ed. 255, 06/02/1964, p.06. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Cascavel-Paraná. Tuiuti Esporte Clube- AVISO No. 1-63. Ano II, Ed. 255, 06/02/ 1964, p.06. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Reunião dançante no Tuiuti. Cascavel-Paraná. Ano II, Ed. 255, 06/02/1964, p.06. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Cascavel-Paraná. Tuiuti E.C. AVISA. Ano, II, Ed. 280, 09/04/1964, p.07. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Cascavel-Paraná. Tuiuti presenteia os sócios . Ano II, Ed. 249, 29 /10/1964, p.02. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Cascavel-Paraná. Tuiuti constrói seu novo Estádio. Ano, III, Ed. 371, 04/06/1967, p. 6. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Cascavel-Paraná. Foi composto o Hino à Cascavel. Ano III, Ed. 384, 24/0.92/1967, p. 6. DIÁRIO d’OESTE um jornal a serviço do município do Estado e do Brasil. Cascavel-Paraná. Para um grande público, teremos logo mais no municipal: o clássico TUI-CIAL. Ano III, Ed. 401, 14/04/19648, p. 8. REVISTA OESTE. CONFLITO: A Gang da terra Ataca em Cafelândia. Cascavel, setembro de 1987, Ano III, nº 21, p.36-41.

ANEXO

FUNDADORES DO CLUBE TUIUTI – no dia 25 de agosto de 1949.

Helberto Edwino Schwarz – Genro do Galafassi e Gerente da Industrial Madeireira . José Bartinik- Marcineiro - Carpinteiro e comerciante proprietário de Hotel. Adelino André Cattani – Comerciante e Delegado de Polícia. Adelar Bertolucci - Genro do Galafassi e Gerente da Industrial Madeireira do Paraná. Antonio Alves Massaneiro – Enfermeiro do Estado e Farmacêutico. Arlindo Cattani - Camionheiro. Clary Boaretto – Carpinteiro da COPAL

Mário Thomasi – Chefe do Serviço Rodoviário de Cascavel.

Antonio Rodrigues de Almeida – Funcionário da CER-1. Maria Nogueira Maceno – Agente Postal de Cascavel – Correios. Emiliano Afonso da Silva – Sargento do Exército – CER-1.

Amadeu Rodrigues Pompeu – Participava da comunidade de Cascavel.

Watzlaf Nieradka - Ministério da Agricultura de Foz do Iguaçu.

Gabriel Fialho Gurgel - Dentista.

Arci Labourdette - Contador da COPAL.

Pedro Smeniuk - Pintor de placas de letreiros.

Albino João Cherutt -“Rosso”- Carpinteiro.

Page 38: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Reescrever a História dos homens que ... Um exemplo desta literatura é o livro de ... O autor relata a história do Clube com detalhes de fatos

37

João Alves dos Santos - Contador da Serraria Central Lupion.

Nestor Camargo - Agente da Fundação Paranaense de Colonização e Migração.

Itacir Antonio Luchesa – Comerciante.

Paulo “Dodô” Rodrigues Pompeu - Professor e Comerciante.

Vivaldino Zandoná - Comerciante – dono da sorveteria de Cascavel

Agenor Miotto – Comerciante e proprietário do Transporte Coletivo de Cascavel. Aurides Antônio Cattani - Trabalhador da COPAL

José Rufino Teixeira - 2º Sargento – piloto de avião e radiotelegrafista do Posto de Força Aérea Brasi-leira em Cascavel.

José Alves dos Santos - Contador e gerente da serraria de propriedade de Lupion.

Sebastião Krassuski - Corretor de Imóveis - fundador do Clube Tuiuti.

José Silvério de Oliveira - “ Tio Jeca” Comerciante.

Florêncio Galafassi - Chefe da Industrial Madeireira do Paraná. (Serrarias Central Lupion e São Do-mingos) e proprietário de serrarias localizadas na Estrada do Rio da Paz.

Aníbal Lopes da Silva - Veio de São Paulo- Professor e comerciante.

Carlos Neppel - Sapateiro - veio de SC em 1939.

Leão Jankoski – Veio de Laranjeiras do Sul- PR, Ferreiro.

Dimas Pires Bastos - Gerente da Serraria São Domingos, vinculada a Industrial Madeireira do Paraná. Titular do Cartório de Registros de Imóveis da Comarca, agente das linhas aéreas do Cruzeiro do Sul.

Horácio Ribeiro dos Reis - Funcionário dos Correios em 1938, que atendia o trecho entre Catanduvas e Porto Mendes. Comerciante ramo de hotelaria e armazém.

Sandálio dos Santos -Veio de RS- no inicio dos anos 30, foi escrivão, Delegado de Polícia.

Dos 35 fundadores do Clube Tuiuti, cinco membros da diretoria do Clube foram eleitos para

representarem a sociedade cascavelense na primeira gestão da Câmara dos Vereadores de 1953

a 1956, sendo: Adelar Bertolucci; Adelino André Catani; Antonio Alves Massaneiro; Dimas Pires

Bastos; Donato Matheus Antonio; Francisco Stocker; Helberto Edwin Schwarz; Jacob Munhak e

José Bartinick.