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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 20
08
Versão On-line ISBN 978-85-8015-039-1Cadernos PDE
VOLU
ME I
Ficha Catalográfica Artigo – trabalho final
Professor PDE/2008
Título Sequências Especiais
Autor Ailton M. Bach
Escola de Atuação Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves
Município da escola Palmeira
Núcleo Regional de Educação Ponta Grossa
Orientador Luiza Takako Matumoto
Instituição de Ensino Superior UEPG
Área do Conhecimento/Disciplina Matemática
Público Alvo Alunos
Localização Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves, Rua Santos Dumont 268 - Centro
Resumo:
O trabalho tem como objeto as progressões aritméticas e geométricas que estão presentes no cotidiano dos alunos e apresenta uma sequência de atividades diferenciadas para estudá-los. É uma proposta para sair do comum ensino aos alunos somente de forma mecânica, pontuada, por meio de fórmulas prontas e o aprendizado pelo uso de técnicas de repetição e tem como intenção ajudar os alunos a compreender as progressões. Para atingir o objetivo, foi realizada a construção de progressão aritmética e geométrica através de relatos históricos curiosos, do uso de situações problema instigantes e de aplicações cotidianas ilustrativas. Para o desenvolvimento do conteúdo, usou-se também aritmética, álgebra, potenciação, resolução de equações e matemática financeira, entre outras. A intervenção foi em uma turma da 1ª série do ensino médio e teve a TV multimídia, atividades individuais e em grupo e materiais de manuseio como ferramentas de apoio para a execução do trabalho. Verificou-se que para o aluno possa ter sucesso em matemática, não
basta ensinar definições, regras, esquemas e treinar tais procedimentos repetidamente, deve-se preocupar muito mais com a compreensão e com a formação dos conceitos levando assim ao desenvolvimento do pensamento matemático.
Palavras-chave “Progressões; História; Situações-problema;
Pedagógico”.
ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CONTRATO DE CESSÃO GRATUITA DE DIREITOS AUTORAIS
Pelo presente instrumento particular, de um lado Ailton Cesar Monteiro Bach , brasileiro, casado, Professor, CPF nº 742106379-04, Cédula de Identidade RG nº 43888587 residente e domiciliado à Rua das Aleluias 14, na cidade de Palmeira, Estado do Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, Secretária de Estado da Educação, brasileiro, portadora do CPF nº 392820159-04, ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:
Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra (título ou descrição do texto / poesia / letra de música / ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio / etc.), cede, a título gratuito e universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse contrato, como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 – sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA.
Cláusula 2ª – A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra autoral ao qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia, como exemplificativamente impressa, digital, audiovisual e web, que se fizer necessária para sua divulgação, bem como utilizá-la para fins específicos, educativos, técnicos e culturais.
Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições.
Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias
quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias.
Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web.
Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em audiovisual.
Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento.
Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a respeitar todos os direitos morais do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988.
Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em outra(s) obra(s) e meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela CESSIONÁRIA, desde que indique ou referencie expressamente que a obra foi, anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR.
Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua exclusiva autoria e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação.
Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida, anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada (na forma como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor.
Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada.
Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao cumprimento do presente contrato.
E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.
Curitiba, 04 de dezembro de 2009.
______________________________________CEDENTE
______________________________________CESSIONÁRIA
______________________________________TESTEMUNHA 1
______________________________________TESTEMUNHA 2
SEQUÊNCIAS ESPECIAIS
Ailton Cesar Monteiro Bach1
Luiza Takako Matumoto2
RESUMO
O trabalho tem como objeto as progressões aritméticas e geométricas que estão presentes no cotidiano dos alunos e apresenta uma sequência de atividades diferenciadas para estudá-los. É uma proposta para sair do comum ensino aos alunos somente de forma mecânica, pontuada, por meio de fórmulas prontas e o aprendizado pelo uso de técnicas de repetição e tem como intenção ajudar os alunos a compreender as progressões. Para atingir o objetivo, foi realizada a construção de progressão aritmética e geométrica através de relatos históricos curiosos, do uso de situações- problema instigantes e de aplicações cotidianas ilustrativas. Para o desenvolvimento do conteúdo, usou-se também aritmética, álgebra, potenciação, resolução de equações e matemática financeira, entre outras. A intervenção foi em uma turma da 1ª série do ensino médio e teve a TV multimídia, atividades individuais e em grupo e materiais de manuseio como ferramentas de apoio para a execução do trabalho. Verificou-se que para o aluno possa ter sucesso em matemática, não basta ensinar definições, regras, esquemas e treinar tais procedimentos repetidamente, deve-se preocupar muito mais com a compreensão e com a formação dos conceitos levando assim ao desenvolvimento do pensamento matemático.
Palavras-chave: Progressões. História. Situações-problema. Pedagógico.
SPECIAL SEQUENCES
ABSTRACT
The paper studies the arithmetic and geometric progressions that are present in the daily life of students and presents a sequence of different activities to study them. It is a proposal to get out of the ordinary school students only in a mechanical way, punctuated by means of formulas and learning by using techniques of repetition and is intended to help students understand the progressions. To achieve the goal, was carried out the construction of arithmetic and geometric progression through historical accounts curious, use of intriguing problem-situations in everyday applications and illustrations. For the development of content, it also used to arithmetic, algebra, empowerment, solving equations and financial mathematics, among others. The intervention was in a class of 1st grade school and had the TV media, individual activities and group and material handling as tools to support the execution of work. It was found that for students to succeed in mathematics, not just teach definitions, rules, schedules and train these procedures repeatedly, you should worry much more about the understanding and the formation of concepts thus leading to the development of mathematical thinking.
Keywords: Progressions. History. Problem-Situations. Teaching.
1 Profº. de Matemática, SEED, Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves. Rua Santos Dumont, 268 – Centro, Palmeira. Escola Estadual Quero Quero, Colônia Quero Quero, Escola do campo, Palmeira. CEP: 84.130-000. E-mail: [email protected] r , Professor PDE.2 Profª. Ms. do Departamento de Matemática e Estatística, UEPG, Avenida Carlos Cavalcanti, 4748 – Bairro Uvaranas, Ponta Grossa. CEP: 84.030-900. E-mail:[email protected], Orientadora PDE .
21 INTRODUÇÃO
A realização desta pesquisa justifica-se pelas dificuldades que influenciam o
processo de aprendizagem dos conceitos de sequências especiais, particularmente
de progressões aritméticas e geométricas.
Acreditando que um estudo histórico e uso de situações problema para
introduzir os conceitos são fatores de suma importância para todos os participantes
do processo de ensino aprendizagem, por considerar como um enriquecimento para
as aulas, assim como ser esta uma maneira de fornecer a todos os alunos uma
visão das dificuldades encontradas na época para a construção da teoria do
conhecimento de um conceito. Com o estudo das dificuldades vividas pelos
matemáticos do passado, tem-se a possibilidade de obter algumas explicações a
respeito das dificuldades que se apresentam em tempos atuais.
A preocupação é essencialmente pedagógica, e tem a finalidade de criar
situações que possibilitem surgir discussões para a aprendizagem dos conceitos de
progressões aritméticas e geométricas. Com esse intuito procurou-se buscar
procedimentos diferentes daqueles que atualmente possuem certa preponderância
no ensino de matemática, utilizando a história e situações problema para a
promoção de uma aprendizagem mais significativa.
A intenção é associar o conhecimento atualizado de matemática e suas
aplicações, o que levaria o estudante a perceber a matemática como sendo uma
criação humana, buscando razões pelas quais é feita, assim como as conexões que
existem entre a matemática e as outras ciências ou conhecimentos.
Enfatiza-se em nosso estudo sobre as progressões, as necessidades práticas
e sociais, que frequentemente servem de estímulo ao desenvolvimento de ideias
matemáticas, assim como a percepção por parte do aluno da natureza e do papel
desempenhado pela abstração e generalização na história do pensamento
matemático.
Para que o ensino da matemática possa alcançar esse objetivo, a orientação
do professor é fundamental para o desenvolvimento da investigação como princípio
da aprendizagem matemática, o mesmo deve perceber a necessidade da inserção
em suas aulas de uma dinâmica de investigação, a qual deve ser vista como
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princípio que norteará o processo educativo, ou seja, como o fator formativo dos
alunos.
Por isso deve-se estimular a curiosidade, o interesse e a criatividade do
aluno, para que ele explore novas ideias e descubra novos caminhos na aplicação
dos conceitos adquiridos e na resolução de problemas.
Assim as aplicações do conhecimento matemático, que incluem a resolução
de problemas, são uma arte intrigante que, por meio de desafios, desenvolve a
criatividade, estimula a imaginação e recompensa o esforço de aprender.
Além disso, as aplicações constituem a principal razão pela qual o ensino da
matemática é tão difundido e necessário, desde o início da civilização até os dias de
hoje e certamente cada vez mais no futuro.
É comum os professores sugerirem que o ensino de matemática seja
realizado em práticas contextualizadas, ou seja, parta-se de situações do cotidiano
para o conhecimento elaborado cientificamente. Entretanto, ficar apenas na
perspectiva do dia-a-dia é ensinar matemática sob uma ótica funcionalista; isto é,
perde-se o caráter científico da disciplina e do conteúdo matemático. Não é com
essa atitude superficial e de senso comum que se entende o ensino de Matemática.
“Os conceitos entendidos como cotidianos são as aparências reais, porém
superficiais, que, ao serem registradas como ideias espontâneas dos indivíduos,
fazem parte do senso comum” (VYGOTSKY, 2000).
“Ir além do senso comum pressupõe conhecer a teoria científica, cujo papel é
oferecer condições para apropriação dos aspectos que vão além daqueles
observados pela aparência da realidade” (RAMOS, 2001).
Procurando nunca se esquecer do caráter científico da disciplina este trabalho
tem por objetivo partir de situações do cotidiano, mostrando que o aluno vivencia a
utilização de sequências, mesmo sem percebê-las. Se as sequências numéricas
seguem uma regularidade, passam passam a se chamar progressões e o importante
é saber quais são os elementos e a ordem em que são colocados.
Aplica-se o conceito dessas sequências em aritmética, álgebra, potenciação e
resolução de equações. Esses conceitos são utilizados em vários exemplos do
mundo real como em aplicações financeiras, crescimento populacional (animal,
vegetal), construção de escadas, crescimento/decrescimento de substâncias
radioativas, altura de uma pessoa no passar do tempo, entre outros.
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Comumentemente progressões é ensinado aos alunos de forma mecânica,
por meio de fórmulas e o aprendizado do uso por técnicas de repetição. Os
conceitos não são construídos e nem abordados historicamente.
Visando mudar essa situação se faz necessário a construção destes
conteúdos através da história e de situações problema, pois a história mostra os
processos geniais que tantos homens encontraram para enfrentar os problemas do
dia-a-dia e as situações problema instigam os alunos na busca de respostas e na
consequente necessidade de aprender os conceitos para solucionar os problemas. É
proveitoso trabalhar os conteúdos sempre que possível e for interessante vinculada
à sua aplicação, pois vale ressaltar que os conceitos, fórmulas e suas
demonstrações não são inventadas, são construídas.
Com respeito ao objeto de estudo através dos tempos, o homem tem
mostrado enorme interesse em sequências numéricas.
Os árabes, hindus e gregos estudaram sequências de números e alguns
grupos chegaram mesmo a atribuir poderes místicos a certas combinações
numéricas.
As sequências numéricas estão estreitamente associadas aos processos de
contagem e com respeito ao objeto de estudo, através dos tempos, o homem tem
mostrado desenvolvimento dos sistemas de numeração. Por essa razão,
encontramos registros de problemas envolvendo diversos tipos de sequências nos
principais documentos das civilizações antigas.
2 POR QUE TRABALHAR COM A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA?
A história pode ser um recurso para atingir o objetivo de formação acima
citado, pois seria uma saída para retirar o aluno da condição passiva. Mesmo com
algumas dificuldades, sua utilização pode tornar a aprendizagem mais significativa.
A história da construção do conhecimento dá oportunidade ao aluno para
estabelecer um diálogo tanto com o professor, quanto com seu objeto de
conhecimento, levando a uma reflexão contínua sobre o ensino dado pelo professor
e as suas experiências.
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O contexto histórico em sala de aula é de grande valor, pois procura que o
aluno veja a matemática como uma criação humana, e o professor tenta criar
condições para que o aluno desenvolva atitudes e valores mais favoráveis e motivos
para estudar história.
O conhecimento histórico pode contribuir para que os alunos reflitam,
formalizem leis matemáticas a partir de certas propriedades e artifícios usados hoje,
mas que foram construídos no passado, o que poderá dar ao aluno a oportunidade
de compreender mais amplamente essas propriedades.
A história da matemática atuaria como um elemento de motivação e geração
de habilidades, cuja apresentação traria o esclarecimento de “porquês” matemáticos
que comumente são questionados pelos alunos em quase todos os níveis de ensino.
3 POR QUE TRABALHAR COM RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ?
“ Um dos principais objetivos do ensino da matemática é fazer o aluno pensar
produtivamente e para isso, nada melhor que apresentar-lhes situações problemas
que o envolvam, o desafiem e o motivem a querer resolvê-las”. ( DANTE, 2000,
p.11).
O aluno precisa compreender o problema, mas não só isto: deve também desejar resolve-lo. Se lhe faltar compreensão e interesse, isto nem sempre será culpa sua. O problema deve ser bem escolhido, nem muito difícil nem muito fácil, natural e interessante, e um certo tempo deve ser dedicado à sua apresentação natural e interessante. (POLYA, 2006, p.5) .
As situações problema propostas, neste trabalho, procuram apresentar uma
sequência que possam desencadear questionamentos e descobertas por parte dos
alunos.
Os problemas são de grande importância, pois a matemática se desenvolveu
pela necessidade de resolver problemas, desde os mais simples presentes no dia-a
dia, até os mais complicados.
Buscam-se com as situações-problema os fatos que de uma forma ou outra
provocam discussões ou estudos.
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4 INSERÇÃO HISTÓRICA DE SEQUÊNCIAS
Os babilônios (aproximadamente 2000 a.C.) possuíam tábuas de cálculo
muito interessantes onde era comum encontrar sequências de quadrados e cubos
de números inteiros, mas nenhuma delas foi tão extraordinária quanto a tábuas
Plimpton 322 ( 1900 a 1600 a.C.). Numa dessas tábuas, a sequência
1,2,22 , ... ,29 é somada de forma que a série de quadrados 122232.. .102
é achada. Uma sequência numérica como a dada acima em que cada termo, a partir
do segundo, é igual ao produto do termo anterior por uma constante foi chamada
progressão geométrica. Nesse período, os egípcios utilizavam sequências
numéricas para fazer a decomposição de frações em soma de outras frações, como
indicam os registros encontrados no papiro de Ahmés (entre 2000 e 1700 a.C.). O
papiro de Ahmés data aproximadamente de 1650 a.C. e nada mais é do que um
texto matemático na forma de manual prático que contém 85 problemas. No papiro
de Ahmés aparece um dos únicos problemas sobre progressões geométricas do
antigo Egito que é conhecido, sendo ainda o primeiro exemplo de matemática
recreativa. Trata-se de uma progressão geométrica em que o primeiro termo e a
razão são ambos 7. O enunciado do problema está exposto de uma forma estranha
e diz: 7 casas, 49 gatos, 343 ratos, 2401 espigas de trigo, 16807 hectares de trigo.
Supõe-se que Ahmés se referia a um problema, possivelmente já conhecido,
em que cada casa há 7 gatos, cada gato comeu 7 ratos, cada rato comeu 7 espigas
de trigo, cada espiga produziu 7 hectares de trigo e se pretende saber a soma de
todos as coisas enumeradas.
Na civilização grega, encontramos diversos exemplos de sequências
numéricas notáveis. Entre elas destacam-se aquelas estudadas pela escola
pitagórica (séc. VI a.C.) que envolviam números denominados figurados.
Os números figurados são números que podem ser representados por uma
construção geométrica de pontos equidistantes. Se o arranjo formar um polígono
regular, estes números chamam-se números poligonais. Dentro destes vamos
destacar os números triangulares, quadrados e hexagonais.
Os números figurados também podem ter outras formas ou dimensões, como
por exemplo, os números “pentatopes” ou num espaço tridimensional, os números
tetraédricos.
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Euclides (século III a.C.) apresentou no livro IX de Os Elementos uma regra
que se destinava ao cálculo da soma dos termos de determinadas sequências, as
chamadas progressões geométricas: Se tantos números quantos quisermos estão
em proporção continuada, e se subtrai do segundo e último número iguais ao
primeiro, então assim como o excesso do segundo está para o primeiro, o excesso
do último estará para todos os que o precedem (BOYER, 1974).
Esse enunciado, é claro, é equivalente à fórmula:
an+1−a1a1+a2. ..an
=a2−a1a1
que por sua vez equivale a:
Sn=an .q−a1q−1
O matemático hindu mais importante do século doze foi Bhaskara (1114 a
cerca de 1185). Ele foi também o último matemático medieval importante da Índia, e
sua obra representa a culminação de contribuições hindu anteriores. Conta-se que
Bhaskara tinha uma filha chamada Lilavati. Quando essa menina nasceu, consultou
ele as estrelas e verificou, pela disposição dos astros, que sua filha, condenada a
permanecer solteira toda a vida, ficaria esquecida pelo amor dos jovens patrícios.
Não se conformou Bhaskara com essa determinação do destino e recorreu aos
ensinamentos dos astrólogos mais famosos do tempo. Como fazer para que a
graciosa Lilavati pudesse obter marido, sendo feliz no casamento? Um astrólogo,
consultado por Bhaskara, aconselhou-a a casar Lilavati com o primeiro pretendente
que aparecesse, mas demonstrou que a única hora propícia para a cerimônia do
enlace seria marcada, em certo dia, pelo cilindro do tempo.
Os hindus mediam, calculavam e determinavam as horas do dia com o auxílio
de um cilindro colocado num vaso cheio d'água. Esse cilindro, aberto apenas em
cima, apresentava um pequeno orifício no centro da superfície da base. À proporção
que a água, entrando pelo orifício da base, invadia lentamente o cilindro, este
afundava no vaso e de tal modo que chegava a desaparecer por completo em hora
previamente determinada.
Lilavati foi, afinal, com agradável surpresa, pedida em casamento por um
jovem rico e de boa casta. Fixado o dia e marcada a hora, reuniram-se os amigos
para assistir à cerimônia.
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Bhaskara colocou o cilindro das horas e aguardou que a água chegasse ao
nível marcado. A noiva, levada por irreprimível curiosidade, verdadeiramente
feminina, quis observar a subida da água no cilindro. Aproximou-se para
acompanhar a determinação do tempo. Uma das pérolas de seu vestido
desprendeu-se e caiu no interior do vaso. Por uma fatalidade, a pérola levada pela
água foi obstruir o pequeno orifício do cilindro, impedindo que nele pudesse entrar a
água do vaso. O noivo e os convidados esperaram com paciência largo período de
tempo. Passou-se à hora propícia sem que o cilindro indicasse o tempo como
previra o sábio astrólogo. O noivo e os convidados retiraram-se para que fosse
fixado, depois de consultados os astros, outro dia para o casamento. O jovem
brâmane, que pedira Lilavati em casamento, desapareceu semanas depois e a filha
de Bhaskara ficou para sempre solteira.
Reconheceu sábio geômetra que é inútil ir contra o destino e disse à sua filha:
“Escreverei um livro que perpetuará o teu nome e ficarás na lembrança dos homens
mais do que viveriam os filhos que viessem a nascer do teu malogrado casamento.”
O “lilavati” contém numerosos problemas sobre os tópicos favoritos dos
hindus: equações lineares e quadráticas, tanto determinadas quanto indeterminadas,
simples mensuração, “progressões aritméticas e geométricas”, radicais, tríadas
pitagóricas e outros.
“Há uma lenda famosa sobre o inventor do jogo de xadrez (um sábio
matemático chamado Sessa) . Ele pediu ao rei, como recompensa por sua invenção,
que enchesse os quadrados do tabuleiro de grãos de trigo, colocando um grão no
primeiro quadrado, dois no segundo, quatro no terceiro, e assim por diante, até o
sexagésimo quarto quadrado. O resultado foi assombroso, um número de grãos tão
impressionante que o rei não poderia pagar.”
Já no século XIII, na Europa, o italiano Leonard de Pisa, também conhecido
como Fibonacci (1175-1240), em seu livro Líber Abacci (1202), propôs o problema
dos pares de coelhos (paria coniculorum): Quantos pares de coelhos podem ser
gerados de um par de coelhos em um ano? Um homem tem um par de coelhos
em um ambiente inteiramente fechado. Deseja-se saber quantos pares de coelhos
podem ser gerados deste par em um ano, se de um modo natural a cada mês ocorre
a produção de um par e um par começa a produzir coelhos quando completa dois
meses de vida.
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Como o par adulto produz um par novo a cada 30 dias, no início do segundo
mês existirão dois pares de coelhos, sendo um par de adultos e outro de coelhos
jovens, assim no início do mês 1 existirão 2 pares: 1 par adulto + 1 par recém-
nascido.
No início do 3° mês o par adulto produzirá de novo mais um par enquanto que
o par jovem terá completado 1 mês de vida e ainda não estará apto a produzir,
assim no início do terceiro mês existirão três pares de coelhos, sendo: 1 par adulto +
1 par com 1 mês de idade + 1 par recém-nascido.
No início do 4° mês, existirão dois pares adultos sendo que cada um já
produziu um novo par e um par novo que completou 1 mês, logo teremos 5 pares: 2
pares adultos + 1 par com 1 mês + 2 pares recém- nascidos.
No início do 5° mês, existirão três pares adultos sendo que cada um já
produziu um novo par e dois pares novos que completaram 1 mês de vida, assim
teremos 8 pares: 3 pares adultos + 2 pares (1 mês) + 3 pares recém-nascidos.
No início do 6° mês, existirão cinco pares adultos sendo que cada um já
produziu um novo par e três pares novos que completaram 1 mês, assim existirão 13
pares: 5 pares adultos + 3 par com 1 mês + 5 pares recém-nascidos.
Esquematicamente temos:
Tal processo continua através dos diversos meses até completar um ano.
Observa-se que a sequência numérica, conhecida como a sequência de Fibonacci,
indica o número de pares ao final de cada mês:
1,1,2,3,5,8,13,21,34 ,...
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Esta sequência de números tem uma característica especial denominada
recursividade:
• 1° termo somado com o 2° termo gera o 3° termo
• 2° termo somado com o 3° termo gera o 4° termo
• 3° termo somado com o 4° termo gera o 5° termo
e assim por diante.
Denotando a sequência por an como o número de pares de coelhos ao
final do mês n , poderemos escrever:
a1a2=a3
a2a3=a4
a3a4=a5
a4a5=a6
... ... ...
que é uma propriedade recursiva, isto é, que cada termo pode ser obtido em função
dos termos anteriores. No final do mês 12, o número de pares de coelhos deverá ser
144.
Em geral, temos:
an1=an−1an
Além do problema dos coelhos, a sequência de Fibonacci pode ser associada
a outros fenômenos naturais. Entre eles temos o crescimento dos galhos de certas
espécies botânicas.
O termo progressão foi utilizado, pela primeira vez, em 1249, para designar
determinados tipos de sequências, por J. Holiwood - conhecido por Sacrobosco -,
em sua obra Tractatus de Arte Numerandi, publicada somente em 1488.
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Abraham De Moivre (1667-1754) era um huguenote francês que buscou
abrigo no clima politicamente mais ameno de Londres, depois da revogação do edito
de Nantes em 1685. De Moivre ganhava a vida na Inglaterra como professor
particular e tornou-se amigo íntimo de Isaac Newton.
Há uma lenda interessante envolvendo a morte De Moivre. Segundo ela, De
Moivre teria revelado, certa ocasião, que daí para frente teria que dormir, em cada
dia, quinze minutos a mais do que no dia precedente. E quando essa “progressão
aritmética”, que é uma sequência numérica em que cada termo, a partir do segundo,
é igual à soma do termo anterior com uma constante atingiu 24 horas, ele de fato
teria morrido.
Johann Friedrich Karl Benz Gauss, físico, matemático e astrônomo alemão,
nasceu a 30 de abril de 1777, em Braunshweig, filho de uma família de camponeses
muito pobres.
Gauss deu sinais de gênio antes dos três anos de idade. Nesta idade
aprendeu a ler e a fazer cálculos aritméticos mentalmente. Aos dez anos de idade,
durante uma aula de matemática seu professor pediu para que todos os alunos
obtivessem a soma dos números de 1 a 100. Em poucos minutos Gauss apresentou
o resultado correto. Até então ninguém era capaz desse feito. Ele se baseou no fato
de que a soma dos números opostos é sempre constante.
A relação de Gauss com as progressões geométricas foi influenciado pelas
ideias do famoso economista Thomas Robert Malthus (1766-1834), em seu trabalho
Ensaio sobre a População. Malthus diz que "As populações crescem em progressão
geométrica ao mesmo tempo em que as reservas alimentares para elas crescem
apenas em progressão aritmética". Assim, a fome acabaria por se impor a toda a
humanidade. As ideias de Malthus, refletidas neste trabalho, foram adotadas pelos
industriais que argumentavam ser prejudicial à sociedade melhorar a condição de
vida dos operários, pois estes assim teriam mais filhos, aumentando a população,
enquanto a quantidade de alimento permaneceria a mesma.
O Darwinismo é a teoria estudada em Biologia, criada por Charles Robert
Darwin. Na doutrina de Darwin também podemos encontrar as progressões
aritméticas e geométricas.
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5 DESENVOLVENDO SEQUÊNCIAS
Abordaremos os conceitos e propriedades de sequência, com ênfase nas que
possuem uma fórmula bem definida que permite calcular qualquer um de seus
termos. Ou seja, sequências que possuem uma lei de formação que estabelece uma
relação entre o valor de seus termos e sua posição, especificamente, duas das mais
conhecidas: a Progressão Aritmética e a Progressão Geométrica.
As sequências numéricas estão associadas aos processos de contagem e ao
desenvolvimento dos sistemas de numeração.
Sequência é um conjunto no qual se estabelece uma ordem, de tal forma que
cada elemento é associado a uma posição dentro do conjunto.
Logo a sequência está diretamente vinculada à ideia de ordem, pressupondo-
se a existência de um 1º termo, um 2º termo, um 3º termo e assim sucessivamente.
Podemos encontrar sequências em nosso dia-a-dia como a sequência dos
dias de uma semana, da organização dos livros de uma biblioteca, da enumeração
das casas de uma determinada rua, as estações do ano, os números das placas dos
veículos ou ainda se aplicamos dinheiro em um determinado período de tempo, com
rendimento mensal.
Como já sabemos as sequências especiais são chamadas progressões e
podem ser aritméticas ou geométricas.
Para diferenciar bem uma da outra, antes de detalhar cada uma delas, vamos
fazer uso de alguns materiais de manuseio como as moedas e a torre de Hanói.
Consideremos a relação do número de moedas e possibilidade de resultados:
Número de Moedas Resultados1 22 43 84 16
e assim sucessivamente.
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Dizemos que o número de moedas forma, nessa ordem, uma progressão
aritmética e os resultados também, nessa ordem, formam uma progressão
geométrica.
Consideremos agora a torre de Hanói, aonde teremos o número de discos e a
quantidade mínima de movimentos.
Número de Discos Número de Movimentos1 12 33 74 155 316 63
e assim sucessivamente.
Dizemos que o número de discos forma, nessa ordem, uma progressão
aritmética, e o número de movimentos também, nessa ordem, tende a uma
progressão geométrica.
5.1 PROGRESSÃO ARITMÉTICA (PA)
Imaginemos a seguinte situação:
Um contribuinte observou sua conta de água, e verificou que se gastar até
10m³ (10000 litros) paga um valor de R$ 16,35; e que a cada m³ (1000 litros) gasto a
mais vai pagar R$ 2,45. Se este cidadão gastar 21m³ (21000 litros) de água, qual
será o valor que ele vai pagar?
14
Conta de água (m³) Valor (R$)
10 16,35+0.2,45
11 16,35+1.2,45
12 16,35+2.2,45
13 16,35+3.2,45
... ...
Conforme vemos a sequência de valores, podemos deduzir que este cidadão
vai pagar de água 16,35 + 11.2,45 = 16,35+26,95 = 43,30.
Note que, na sequência (16,35; 18,80; 21,25; 23,70,...), cada termo, a partir
do segundo, é igual à soma do termo anterior com uma constante (no caso a
constante é 2,45) que como sabemos são chamadas progressões aritméticas.
De um modo geral, chamamos de progressão aritmética toda sequência
numérica em que cada termo, a partir do segundo, é igual à soma do termo anterior
com uma constante r, que é chamada de razão.
As olimpíadas que são realizadas de 4 em 4 anos, são um outro exemplo
disso. Se em 1896 ocorreu à primeira olimpíada temos a seguinte sequência: (1896,
1900, 1904, 1908,...).
5.1.1 TERMO GERAL DE UMA PA
Consideremos um sobrado onde uma escada com oito degraus une o
pavimento térreo ao pavimento superior. Ao pavimento térreo associamos o primeiro
número representado por a1 e aos patamares da escada associamos os respectivos
números obtendo a1 ,a2 , a3 , a4 ,a5 , a6 , a7 , a8 , a9 e ao pavimento superior associamos
o número representado por a10 .
Sendo r a altura de cada degrau, observe que forma, nessa ordem, uma PA
a1 ,a2 , a3 , a4 ,a5 , a6 , a7 , a8 , a9 , a10 . Se o indivíduo estiver no piso inferior a1 , quantos
degraus deverá subir para atingir o sétimo patamar a7 ?
15
Percebemos que o indivíduo deve subir seis degraus, ou seja 6r . Assim, a7
é igual à soma a16r , isto é: a7=a16r .
Logo, se o indivíduo estiver no piso inferior a1 , não terá subido nenhum
degrau; no a2 terá subido um degrau; no a3 terá subido dois degraus; e assim por
diante. Ou seja: a1=a10r , a2=a11r , a3=a12r , a4=a13r e assim
sucessivamente.
Generalizando, podemos dizer que para subir até o patamar an , o indivíduo
terá subido n−1 degraus. Assim, o patamar an pode ser expresso como
an=a1 n−1 r ,
para qualquer n , sendo que n pertence aos naturais, exceto o zero e r é a
razão.
Essa sentença é chamada de fórmula do termo geral da PA.
5.1.2 SOMA DOS TERMOS DE UMA PA
Em uma pequena escola na Alemanha, em 1785, o professor propôs a seus
alunos que somassem os números naturais de 1 a 100. Apenas três minutos depois,
um menino de oito anos de idade aproximou-se da mesa do professor e, mostra o
resultado. O professor, admirado, verificou que o resultado estava correto.
Aquele menino viria a ser um dos maiores matemáticos de todos os tempos:
Karl Friedrich Gauss (1777-1855). O cálculo efetuado por ele foi simples: o menino
percebeu que a soma do primeiro número, 1, com o último, 100, é igual a 101; a
soma segundo número, 2, com o penúltimo, 99, é igual a 101; também a soma do
terceiro número, 3, com o antepenúltimo, 98, é igual a 101; e assim por diante.
Ele observa que a soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à
soma dos extremos. Concluiu que:
S100=1100.100
2
Logo como são possíveis cinquenta somas iguais a 101, Gauss concluiu que
a soma é:
101.50 = 5050
16
Generalizando, podemos concluir que a soma dos n primeiros termos de
uma progressão aritmética qualquer é:
S n=a1an.n
2
5.2 PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG)
É fato conhecido que o jogo de xadrez se originou na Índia. Foi passado para
o ocidente medieval pelo intermédio dos persas e árabes. Na famosa lenda sobre o
inventor do jogo (um sábio matemático chamado Sessa). Ele pediu ao rei, como
recompensa por ter inventado tão brilhante jogo, que enchesse os quadrados do
tabuleiro de xadrez de grãos de trigo, colocando um grão no primeiro quadrado, dois
no segundo, quatro no terceiro, e assim por diante, até o sexagésimo quarto
quadrado. O monarca, no início admirado com tal ”modéstia”, ordenou que
contassem e lhe entregassem tal quantia. Qual não foi seu espanto quando soube
do resultado total da soma de todos os grãos. Seria o número
18.446.744.073.709.551.616, um número de grãos impossível de se pagar.
Na situação descrita acima os grãos de trigo crescem pelo produto de uma
taxa constante. Como visto antes esse tipo especial de sequência é chamado de
progressão geométrica.
Progressão Geométrica (PG) é toda sequência numérica em que cada termo,
a partir do segundo, é igual ao produto do termo anterior por uma constante
chamada razão.
5.2.1 TERMO GERAL DE UMA PG
Uma pessoa aplica R$ 10000 ,00 durante quatro meses à taxa de 10 ao
mês. Qual o montante acumulado ao final da aplicação?
17
Capital Aplicado 10000Montante no 1° mês 10000 1000 = 11000Montante no 2° mês 11000 1100 = 12100Montante no 3° mês 12100 1210 = 13310Montante no 4° mês 13310 1331= 14641
Assim o montante acumulado ao final do quarto mês será de
R$ 14641 .
Esse problema pode ser resolvido de um modo muito mais simples. Observe
que o montante acumulado num determinado mês é igual ao do mês anterior
multiplicado por 1,1 :
11000 = 10000 .1,1 ;12100 = 11000 .1,1 ;13310 = 12100 .1,1 ;14641 = 13310 .1,1 .
Portanto o montante acumulado ao final do quarto mês pode ser calculado
como:
M=10000 . 1,1 4
Seguindo o mesmo raciocínio tem-se:
a1=10000;a2=10000.1,1;
a3=10000.1,12 ;
a 4=10000.1,13 ;
a5=10000.1,14 .
Conclui-se que qualquer termo da PG é igual ao produto do primeiro termo
por uma potência da razão, que será denominada q .
Generalizando, obtém-se:
an=a1 . qn−1
que é a fórmula do termo geral de uma progressão geométrica.
5.2.2 SOMA DOS n TERMOS DE UMA PG
Considere que o seu pai comprou uma moto e vai pagá-la em 6 prestações
crescentes, de modo que a primeira prestação seja de 100 reais e cada uma das
seguintes seja o dobro da anterior. Qual é o preço pago pela moto?
18
Observe que a sequência das parcelas é uma PG de razão 2 :
( 100 , 200 , 400 , 800 , 1600 , 3200 )
As parcelas representam a soma dos seis termos dessa PG, e indicando essa
soma por S6 , tem-se:
S6=10020040080016003200
Fatorando todos os termos, tem-se:
S6=100100 .2100.22100. 23100 .24100 .25 (I)
Multiplicando pela razão ambos os membros da igualdade acima, obtém-se:
S6 .q=100. 2100 .22100 .23100. 24100.25100 .26 (II)
Subtraindo, membro a membro, as igualdades (II) e (I), tem-se:
S6 .q=100. 2100 .22100 .23100. 24100.25100 .26
−S6=100100.2100.22100.23
100.24100.25
S6 .q−S 6=100 .26−100
Logo:
S6=10026−1
2−1=
10064−11
=100 .63=6300
Ele pagou pela moto R$ 6300 ,00 .
Esse método para somar os termos da PG pode ser generalizado:
Sendo Sn a soma dos n primeiros termos de uma PG de razão q , temos:
S n=a1q
n−1
q−1
5.2.3 SOMA DOS TERMOS DE UMA PG INFINITA
Fractais (do latim fractus, fração, quebrado) são figuras da geometria não-
euclidiana.
Um fractal (anteriormente conhecido como curva monstro) é um objeto
geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao
objeto original.
19
A região fractal F, construída a partir de um quadrado de lado 1cm , é
constituída por uma infinidade de quadrados e construída em uma infinidade de
etapas. A cada nova etapa consideram-se os quadrados de menor lado L
acrescentados na etapa anterior e acrescentam-se, para cada um destes, três
novos quadrados de lado L3
. As três primeiras etapas de construção de F são
apresentadas a seguir.
Na etapa 1 a área é:
S= 1x1 cm2 .
Na etapa 2 tem-se a área:
S=113
2
13
2
13
2
=13 19 =11
3.
Na terceira etapa tem-se a área
S=11391
9 2
=113
19
.
Na quarta etapa tem-se a área:
S=113
1927 1
27 2
=113
19
127
.
e assim por diante. Então, a área do fractal é a soma infinita
S=113
19
127
.
Observe que S é a soma dos termos de uma PG infinita: a1=1 e a razão
q=13
.
20
Perceba que a razão está compreendida entre -1 e 1 −1q1 e o número
de parcelas tende ao infinito n∞ , enquanto a expressão qn tende a zero e fica
sendo q n0 . Nessas condições, a fórmula da soma dos n termos de uma PG:
S n=a1q
n−1
q−1
fica:
Sn=a1q
n−1
q−1=a10−1q−1
=a1 .−1q−1
=−a1
q−1=
a1
1−q
Consequentemente a soma dos termos de uma PG infinita, fica definida
como:
S=a1
1−q , com −1q1
Logo a soma da área do fractal F é:
S=1
1−13
=123
=32= 1,5 cm2
6 ATIVIDADE LÚDICA E SITUAÇÕES-PROBLEMA
Para uma melhor compreensão e diferenciação entre PA e PG, outros
exercícios com situações problema foram dados. Alguns deles foram relacionados
com física, biologia e com juros. Um exemplo foi: “Durante nove semanas, um
biólogo estudou o crescimento de uma planta. Observou que na primeira semana a
planta havia crescido 16 mm . Constatou ainda que em cada uma das oito
semanas seguintes o crescimento foi a metade do da semana anterior. Quanto
cresceu a planta nessas nove semanas?”
Para fixar o conteúdo trabalhado foi dado uma atividade lúdica, que
chamaremos de corrida.
Instruções: Com um tabuleiro que representa a trilha do caminho a ser
percorrido, pinos que representam a equipe participante e um baralho com questões
21
sobre progressões aritméticas e geométricas que indicam quantas casas cada
participante deve percorrer caso acerte a questão ou quantas deve recuar caso erre.
Dividi-se a turma em equipes e para saber quem começa é feito um sorteio. A
primeira equipe deve virar a primeira carta da pilha e seguir as instruções da
mesma, respondendo a questão proposta e andando ou recuando tantas casas
quanto indicar, caso acerte ou erre a questão. Os demais grupos devem fazer o
mesmo, seguindo a ordem do sorteio dos grupos. Ganha o jogo a equipe que cruzar
primeiro a linha de chegada.
O andamento das equipes no tabuleiro depende da resposta para a questão,
se acertar anda 2 casas e se errar volta 1 casa. Para todas as questões que não
forem respondidas a equipe deve voltar 3 casas e essa carta volta para o final da
pilha. Além disso, há também 3 cartas curinga: uma, passe a vez, outra avance 2
casas e outra volte 3 casas.
7 INTERVENÇÃO
O objetivo desta intervenção foi de trabalhar com progressões aritméticas e
progressões geométricas utilizando a história da matemática e a resolução de
situações-problema.
O trabalho foi desenvolvido na 1ª série C, do ensino médio no período
vespertino do Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves – Ensino Fundamental e
Médio, na cidade de Palmeira.
A turma conta com 36 alunos matriculados, sendo que 25% da turma é
oriunda da zona rural. Este trabalho foi uma proposta de intervenção desenvolvida
no ano de 2008, para ser aplicada no primeiro semestre de 2009, e faz parte das
atividades atribuídas aos participantes do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE. O PDE é um programa de formação continuada, implementado
pela Secretaria de Estado da Educação, em parceria com a Secretaria de Estado da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Universidades Públicas Estaduais e
Federais do Paraná, direcionado para a melhoria das práticas docentes e de gestão
escolar, através do aperfeiçoamento dos professores da educação básica.
22
8 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS DA INTERVENÇÃO
A implementação começou utilizando a TV multimídia para a apresentação de
slides sobre a parte histórica das progressões.
A TV aproxima a sala de aula do cotidiano, a um contexto de lazer, e
entretenimento, que passa imperceptivelmente para a sala de aula. Aproveitando
essa expectativa positiva foi utilizada uma apresentação de slides para iniciar o
conteúdo a ser trabalhado.
Os alunos receberam o conteúdo dos slides em folhas, para que não
precisassem copiar e consequentemente prestassem atenção no que estava sendo
explicado.
Eles acharam muito interessante iniciar um conteúdo de matemática com a
parte histórica, pois quase não se trabalha com a história da matemática e
dificilmente se inicia um conteúdo fazendo-se um histórico dele através de slides.
Logo após a apresentação dos slides sobre a história das progressões, foi
discutido com os alunos:
• Como é contada essa história;
• O que lhe chamou a atenção;
• O que você destacaria;
• O que diz claramente esta história.
Após essa discussão, verificou-se que os alunos compreenderam que a
matemática foi sendo criada ao longo dos séculos, por várias pessoas, para suprir
suas necessidades e das outras. Eles enxergaram que a matemática sempre foi
muito útil para o desenvolvimento das civilizações.
Feita essa discussão sobre a parte histórica, os alunos observaram várias
sequências através de exemplos e chegaram a conclusão que as mesmas estão
presentes no seu dia-a-dia, em seguida foi passado alguns slides sobre uma
sequência famosa chamada de sequência de Fibonacci.
Nestes slides é mostrado o problema dos pares de coelhos e em seguida os
alunos fizeram alguns problemas utilizando essa sequência.
Continuando o desenvolvimento do conteúdo foi mostrada a diferença de
duas sequências especiais, através de materiais de manuseio como moedas e a
torre de Hanói.
23
Jogando uma moeda, em seguida duas, depois três, os alunos observaram
que conforme aumentava o número de moedas o número de possibilidades de cair
cara ou coroa aumentava muito mais rápido. Com essa observação foi feita a
introdução as progressões aritméticas e progressões geométricas, mostrando que o
número de moedas representa uma progressão aritmética (PA) e a quantidade de
possibilidades de cair cara ou coroa representa uma progressão geométrica (PG).
Com a torre de Hanói foi interessante, pois nenhum dos alunos tinha ouvido
falar sobre ela, diante disso foi contada a história da torre de Hanói e em seguida
mostrado como se joga. Após mostrar qual é o objetivo do jogo, foi explicado com
uma torre que conforme aumenta o número de discos numa progressão aritmética o
número de movimentos tende a uma progressão geométrica.
Feita a explicação os alunos receberam torres confeccionadas pelo professor
para jogarem entre eles na sala. Os alunos ficaram animados e começaram a
interagir entre eles e a manusear progressões.
Para começar as progressões aritméticas e mostrar porque ela é uma
sequência especial foi pedido para que os alunos trouxessem a conta de água, a
maioria dos alunos trouxe, e observando elas notei que em algumas tinha sido gasto
mais que a taxa mínima. Os alunos ficaram interessados em saber o que tinha haver
a sua conta de água com uma progressão aritmética. Foi explicado que cada m³
gasto acima da taxa mínima que é de 10m³ mês é somado um valor constante.
Nota-se que esse valor, a partir do segundo, é igual à soma do anterior com uma
constante chamada razão e que sequências como essa são denominadas
progressões aritméticas. Feita essa introdução das progressões aritméticas usando
a conta de água, os alunos compreenderam e se surpreenderam como essa
sequência está presente no seu cotidiano.
Depois de mostrar quando uma sequência é chamada progressão aritmética e
feito atividades para fixar bem essa definição, foi demonstrada a fórmula do termo
geral de uma progressão aritmética, utilizando como exemplo a escada do colégio,
aonde os alunos usam todo dia para chegar a sua sala de aula.
Considerou-se a escada que une o pavimento térreo ao pavimento superior.
Ao pavimento térreo associamos o primeiro número e aos patamares da escada
associamos os números seguintes. Sendo que a razão representava a altura de
cada degrau. Com esse exemplo eles observaram que se algum deles estiver
24
parado no pavimento térreo e quiser subir até o patamar seis, vai ter de subir cinco
degraus, logo se o aluno estiver no térreo não terá subido nenhum degrau, se estiver
no patamar dois terá subido um degrau, se estiver no patamar três terá subido dois
degraus, e assim por diante.
Os alunos entenderam o significado da fórmula através do exemplo e na
sequência fizeram atividades e resolveram outras situações problema.
A soma dos termos de uma progressão aritmética foi iniciada propondo um
desafio para os alunos.
O aluno que somasse em três minutos os números de 1 a 100, sem usar
calculadora, ganharia um prêmio. Após esse desafio foi iniciada a soma dos termos
de uma progressão aritmética contando a história de um menino de oito anos que
em apenas três minutos fez a soma dos números de 1 a 100. Aquele menino viria a
ser um dos maiores matemáticos de todos os tempos: Gauss.
Através da história foi mostrado como ele fez a soma e consequentemente
criou a fórmula da soma dos termos de uma progressão aritmética.
Após feito o desafio, e contada a história desse menino prodígio a maioria
dos alunos entendeu a importância de se padronizar um conceito por
procedimento.
Para fixar bem a progressão aritmética e iniciar a progressão geométrica,
mostrando novamente a sua diferença foi contada uma lenda famosa sobre o
inventor do jogo de xadrez, só que em vez de grãos de trigo foi usado chocolates.
Como todos os alunos sabem que o tabuleiro de xadrez tem 64 casas, foi pedido
que eles somassem quantos chocolates ganharia o inventor do jogo de xadrez se
este pedisse como recompensa, um chocolate na primeira casa, dois chocolates na
segunda casa, três na terceira casa, e assim por diante até a sexagésima quarta
casa.
Após a resolução foi pedido que fizessem o mesmo problema, mas agora com
um chocolate na primeira casa, dois chocolates na segunda casa, quatro chocolates
na terceira casa, e assim por diante até a sexagésima quarta casa.
Resolvidos os dois problemas os alunos ficaram surpresos e não imaginavam
resultados tão diferentes. Com esse exemplo foi mostrado como se define uma
progressão aritmética e uma progressão geométrica.
25
Para chegar à fórmula do termo geral de uma progressão geométrica, foi
utilizada como exemplo a caderneta de poupança. Foi mostrado que se eles aplicam
uma quantia x, durante um determinado tempo a uma taxa y ao mês, teremos após
esse tempo o montante acumulado ao final da aplicação.
Conhecida a fórmula da progressão geométrica, os alunos resolveram
atividades e várias situações-problema para assimilar o conteúdo.
Continuando com o conteúdo, foi iniciada a soma dos termos de uma
progressão geométrica com o seguinte exemplo: Supondo que eles seriam
contratados para trabalhar como vendedores de segunda a sábado nas últimas
semanas que antecederiam o natal e que o dono da loja ofereceu um real pelo
primeiro dia de trabalho e nos dias seguintes o dobro do que eles receberam no dia
anterior. Num primeiro momento os alunos acharam a proposta humilhante e
recusariam o trabalho, mas com a explicação do exemplo, eles observaram que a
proposta era excelente.
Após ser mostrada a fórmula da soma dos termos de uma progressão
geométrica, os alunos resolveram situações problemas para assimilar o conteúdo.
Em seguida, através de slides, foi mostrado exemplos de fractais. De modo
simples, um fractal é uma figura que pode ser quebrada em pequenos pedaços,
sendo cada um desses pedaços uma reprodução do todo.
Depois da explicação foi iniciada a soma das áreas das partes de um fractal
associada a soma dos termos de uma progressão geométrica infinita mostrando
que não se pode ver um fractal porque é uma figura limite, mas através das etapas
de sua construção pode-se ter uma ideia da figura toda.
Com o exemplo dos fractais foi determinada a fórmula da soma dos termos de
uma progressão geométrica infinita e em seguida resolvidos exercícios utilizando a
fórmula.
Após encerrar o conteúdo os alunos resolveram atividades com o objetivo de
diferenciar progressão aritmética de progressão geométrica.
Procurando fixar o conteúdo trabalhado os alunos fizeram uma atividade
lúdica.
Essa atividade foi uma corrida feita através de um tabuleiro que representava
a trilha do caminho a ser percorrido, pinos que representavam as equipes
participantes e um baralho com questões sobre progressões aritméticas e
26
geométricas que indicavam quantas casas cada participante deveria percorrer caso
acertasse ou quantas deveria recuar, caso errasse.
Esta forma de trabalhar o conteúdo causou um pouco de relutância, pois os
alunos não estavam acostumados a esse tipo de atividade, mas durante o
transcorrer da atividade observou-se que a mesma promoveu um melhor
entendimento do conteúdo bem como os alunos, entre eles e com o professor
tiveram um melhor relacionamento.
Além de o jogo desenvolver nos estudantes a capacidade de trabalhar em
equipe, oportunizou um melhor entendimento do conteúdo de uma maneira
divertida.
9 CONCLUSÃO
A proposta deste trabalho foi desenvolver uma maneira diferente da
tradicional de ensinar os conteúdos de progressão aritmética (PA) e geométrica (PG)
ao aluno. A finalidade foi de fazer os alunos compreenderem e observarem que há
ligação entre ideias de um escrito que se aprende e que é possível aplicar esse
conhecimento em diversas situações.
Desde o início, foi pensado em desenvolver o projeto em sala de aula, com
alunos de uma 1ª série do ensino médio regular. A partir da experiência
desenvolvida com essa turma foi possível concluir que os objetivos do trabalho foram
atingidos satisfatoriamente.
Durante a execução do projeto a maior dificuldade encontrada na turma foi o
comprometimento dos alunos, os quais acharam que PA e PG seriam apenas mais
um conteúdo para se “decorar” fórmulas, mas isso mudou conforme a intervenção foi
ocorrendo.
Outro ponto foi que o desenvolvimento do trabalho demandou mais tempo
que o normal para um único assunto e por isso, um projeto amplo como esse, se
mostra praticamente impossível de aplicar a todos os conteúdos durante o ano letivo.
Se o fosse, em virtude disso os alunos seriam prejudicados, pois não receberiam
todo o conteúdo programado e necessário para aquela série.
27
Foi trabalhado junto com os alunos a diferença entre progressão aritmética e
geométrica, utilizando materiais de manuseio como a torre de Hanói e as moedas.
Verificou-se que essa ferramenta foi válida, pois motivou os alunos e o resultado
esperado foi alcançado.
Dando continuidade ao conteúdo foi usada a TV multimídia para explanar
sobre progressões em diferentes momentos históricos. Foi uma ferramenta útil
porque deu agilidade e facilitou o processo de mostrar que a matemática faz parte
da história do ser humano, foi construída por ele ao longo dos séculos e está viva e
em constante transformação.
Em seguida os conceitos matemáticos foram abordados por meio de
situações-problema. As resoluções desses problemas foram o ponto de partida para
a construção dos conceitos. Dessa forma foi possível expressar conceitos
matemáticos em uma linguagem não necessariamente formal, pelo uso de um
vocabulário mais acessível, sem abrir mão do necessário rigor matemático, tudo em
prol de uma melhor compreensão. Na sequência houve a oportunidade de se ver as
demonstrações mais formais dos mesmos, onde é passado um melhor entendimento
mostrando a necessidade, a generalização e a padronização de um conceito por um
procedimento.
No que diz respeito às aplicações dos conceitos em nosso cotidiano, alguns
alunos se conscientizaram com as atividades aplicadas que alguns desses conceitos
estavam presentes no nosso dia-a-dia em diferentes situações.
Para fixar o conteúdo trabalhado optou-se por fazer uma atividade lúdica.
Esta forma de trabalhar o conteúdo, causou um pouco de relutância, pois os alunos
não estão acostumados a esse tipo de atividade, mas durante o transcorrer da
atividade observou-se que a mesma foi estimulante e promoveu um melhor
entendimento do conteúdo bem como os alunos entre eles e com o professor
tiveram um melhor relacionamento. Foi uma boa escolha, uma vez que promoveu
outros benefícios como a sociabilidade, a interação e estimulou a capacidade de
trabalhar em grupo.
Pode-se observar que a matemática como um todo, se mostra importante na
medida em que a sociedade necessita e se utiliza dos conhecimentos dessa área,
que por sua vez são essenciais para a inserção das pessoas como cidadãos no
mundo do trabalho, da cultura e das relações sociais.
28
Os alunos perceberam que a matemática não é uma disciplina em que só se
trabalha com um grande número de fórmulas sem sentido e com cálculos
intermináveis.
O resultado obtido mostrou que ensinar matemática de uma maneira diferente
da tradicional aos alunos, às vezes é viável.
Esse tipo de proposta é interessante em relação a alguns conteúdos e seria
proveitoso aplicar a outras turmas e séries para promover a um melhor
entendimento do que é matemática.
Portanto para que o aluno possa ter sucesso em matemática é necessário,
preocupar-se muito mais com a compreensão e com a formação dos conceitos que
levam ao desenvolvimento do pensamento matemático do que ensinar definições,
regras, esquemas e treinar tais procedimentos repetidamente.
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