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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Versão Online ISBN 978-85-8015-037-7 Cadernos PDE 2007 VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Versão Online ISBN 978-85-8015-037-7Cadernos PDE

2007

VOLU

ME I

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

CURITIBA-PARANÁ

AUTOCONCEITO, AUTO-ESTIMA E CRENÇAS DE AUTO-EFICÁCIA

COMO FATORES QUE INFLUENCIAM O INTERESSE PELA APRENDIZAGEM

ESCOLAR

Maria Aparecida Torres Cúnico Schuertz

Orientadora: Profª Dra. Helga Loos

RESUMO:

O presente artigo apresenta estudos bibliográficos e uma pesquisa de campo sobre

crenças auto-referenciadas – autoconceito, auto-estima e crenças de auto-eficácia e

a influência destas sobre o interesse pela aprendizagem escolar. É um trabalho que

objetiva levar pedagogos e docentes à reflexão sobre questões afetivo-motivacionais

que entremeiam o contexto humano no espaço escolar. Demonstra que as crenças

auto-referenciadas do aluno influenciam a sua motivação e a quantidade de esforço

investida para realizar suas atividades escolares. As pessoas que têm grande auto-

estima e crença de auto-eficácia tendem a se esforçar mais para atingir seus

objetivos e são mais persistentes perante as dificuldades e obstáculos encontrados.

Por isso o artigo ressalta a importância do professor favorecer em sala de aula um

clima favorável ao aumento da auto-estima e das crenças de auto-eficácia nos

alunos.

PALAVRAS- CHAVE: Motivação. Autoconceito. Auto-estima. Crenças de auto

eficácia.

1-INTRODUÇÃO:

Não são raras as vezes que nos deparamos com o desânimo e reclamações

dos professores frente a ausência de interesse dos alunos em executarem as tarefas

e trabalhos escolares, bem como em estudarem para as provas, fazendo com que

seus desempenhos escolares fiquem cada vez mais baixos e a aprendizagem de

cada um deles cada vez mais deficiente.

Muitos professores se perguntam por que há alunos que demonstram

interesse pelos estudos enquanto que há outros –grande parte – que são apáticos ou

até aversivos frente às atividades escolares. Onde estaria a causa desta apatia ou

até aversão aos estudos?

Frente a esta realidade nos perguntamos:

Há interesse dos alunos pela aprendizagem escolar? E que fatores

influenciam o interesse pela aprendizagem escolar.

Pesquisar o interesse dos alunos pelos estudos é algo muito importante

porque o interesse influenciará no sucesso ou insucesso da vida escolar do aluno. A

interpretação que a pessoa faz dos fatos por ela vividos dá origem à crenças e

expectativas da pessoa sobre si mesma, como aluno e de sua inteligência. Estas

crenças auto-referenciadas do aluno, como o autoconceito, a auto-estima e a auto-

eficácia, influenciam a sua motivação e a quantidade de esforço investida para

realizar suas atividades escolares. São interpretações aprendidas, pois é no

relacionamento com as outras pessoas que o ser humano desenvolve suas

percepções e constrói crenças sobre si mesmo.

Verificar se há interesse dos alunos pelos estudos e como o autoconceito, a

auto-estima e as crenças de auto-eficácia influenciam o interesse pela aprendizagem

escolar foi o objetivo geral da pesquisa. A pesquisa teve como objetivos específicos:

Verificar, a importância dos sentimentos –emoções, envolvendo o interesse-

para a aprendizagem escolar.

Verificar se há interesse dos alunos pelos estudos e se não houver, pedir aos

participantes das pesquisas sugestões de como a Escola poderá reverter ou

minimizar esta situação.

Verificar o grau de auto-estima e de senso de auto-eficácia que o aluno tem de

si mesmo e como estas crenças auto-referenciadas influenciam no desenvolvimento

da aprendizagem.

Verificar quais seriam as possíveis causas de desinteresse dos alunos pelos

estudos.

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O papel da afetividade na constituição do ser humano vem há muito sendo

discutido. Já houve grandes debates entre estudiosos: uns considerando os conflitos

existentes entre razão e emoção, outros a dicotomia ou a prevalência de um aspecto

sobre o outro.

Com a consolidação das grandes teorias psicológicas como a gestalt, a

psicanálise, o behaviorismo, a epistemologia genética, a psicologia cultural e a

psicologia sócio-histórica, começam a aparecer estudos entre a cognição e a

emoção. Mesmo assim continuou o dualismo pois cada teoria acabou estudando

mais um aspecto do que outro e ainda hoje na Psicologia há esta tendência dualista

em dissociar um aspecto do outro. Este dualismo se estende na Pedagogia pois

ainda hoje nossas escolas dividem o aluno em duas partes: a cognitiva e a afetiva,

dando ênfase à cognição porque consideram que o sentimento não leva ao

conhecimento e pode induzir o ser humano a atitudes irracionais. Por outro lado, há

também teorias que, de forma distorcida, privilegiam os aspectos afetivos no

pensamento humano, colocando a cognição em segundo plano.

Existem no campo da psicologia e da neurologia estudos que criticam o

dualismo do pensamento Ocidental e apontam caminhos para associar

dialeticamente razão e emoção.

Jean Piaget (1896-1980) foi um dos primeiros a questionar a dicotomia entre

afetividade e cognição. Ele afirmava que, apesar da afetividade e da cognição serem

de natureza diferentes, estes dois aspectos são inseparáveis no desenvolvimento

psicológico do ser humano

Para ele toda ação e pensamento apresentam um aspecto cognitivo,

representado pelas estruturas mentais e um aspecto afetivo representado por uma

energética que é a afetividade. Ou seja, segundo ele é a afetividade quem oferece

energia à cognição para seu funcionamento. A afetividade é o “combustível” para a

cognição que é o “motor”. E, ainda, a afetividade não se limita apenas às emoções e

sentimentos – prazer, desprazer, simpatias, emoções - mas abrange também as

tendências e a vontade, pois faz-se necessário um desejo que mobilize o sujeito a

agir em direção à sua meta. Afirma ainda, que só a afetividade não sustenta a meta,

faz-se, portanto, necessária a intervenção das estruturas cognitivas. Diz, também,

que as técnicas ou os meios não são exclusivamente cognitivos pois incluem as

motivações – que são de cunho afetivo- em direção às metas.

Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1963), assim como Piaget, também

criticou as concepções reducionistas da época. Ele propõe um estudo da pessoa

completa, abrangendo seu caráter cognitivo, o afetivo e o motor. Para ele, afetividade

e cognição não são estanques e se revezam na dominância dos estágios de

desenvolvimento do ser humano.

Segundo Wallon, a afetividade, assim como a inteligência, não surge pronta

e não é imutável. As duas evoluem no decorrer do desenvolvimento e à medida que

o indivíduo se desenvolve as necessidades afetivas se tornam cognitivas. Uma

conquista no campo intelectual faz com que o indivíduo passe a ter relações afetivas

mais complexas como a paixão e o sentimento. Fica claro, portanto, que os

sentimentos e as paixões só aparecem quando começam a atuar as representações

mentais. Torna-se evidente a relação entre os domínios afetivo e cognitivo para

Wallon na medida em que criou uma teoria de desenvolvimento da personalidade.

Para ele, o desenvolvimento da personalidade oscila entre movimentos ora afetivos,

ora cognitivos, que são interdependentes, ou seja, o desenvolvimento da afetividade

interfere na inteligência e vice-versa.

Wallon identifica uma relação dialética entre a inteligência e a emoção que é

uma das manifestações da afetividade. Por um lado não há nada no pensamento

que não tenha surgido das primeiras sensibilidades e por outro a razão oferece às

sensibilidades um novo conteúdo.

O psicólogo Lev Semionovitch Vygotski (1896-1934) também estabelece

relações entre afeto e cognição. Vygotsky considerava as teorias que falavam sobre

emoções, de sua época, dualistas pois separavam corpo e alma. Considerava

também que afeto e cognição também eram tratados de forma dissociada. Para ele ,

afeto e cognição estariam desde cedo, íntima e dialeticamente relacionados.

Aborda uma perspectiva de desenvolvimento para as emoções onde, no

início elas aparecem como parte da herança genética mas no decorrer das

interações sociais ela deixa de ser instintiva para tornar-se mais complexa, elevando-

se a um nível de atuação consciente e auto-determinada do ser humano. Vygotsky

não descarta as explicações mecanicistas e biológicas para estudar os processos

psicológicos superiores. Apenas submete estas explicações à análise histórico-

social. Assim sendo, a pessoa, segundo a psicologia histórico-cultural é resultado do

desenvolvimento de processos físicos e mentais, cognitivos e afetivos, internos (

constituídos na história anterior da pessoa) e externos (referentes às situações

sociais de desenvolvimento em que a pessoa está envolvida). O ser humano

aprende, por meio do legado de sua cultura e da interação com outros seres

humanos a agir, a pensar, a falar e também a sentir. A aprendizagem das emoções e

afetos começa nas primeiras horas após o nascimento do ser humano e se prolonga

por toda a sua vida.

Aspectos afetivos como a motivação, o auto-conceito, a auto-eficácia,

crenças pessoais são variáveis psicológicas que causam grande impacto na

aprendizagem dos alunos.

“A palavra motivação origina-se do latim “movere” que quer dizer mover e

tem a mesma origem da palavra emoção. Na Pedagogia, motivação diz respeito à

ação do educando de, por si próprio, ocupar a posição de protagonista nos estudos

e nas atividades escolares e assumi-los como seus. Na Psicologia, o conceito de

motivação engloba todos os processos e estados psíquicos que põem em

movimento o comportamento do indivíduo e o orientam para objetivos.”

(CAMARGO,2004).

A motivação influencia por demais na aprendizagem e no desempenho

escolar do estudante. Alunos que não têm motivação, não estudam e, por

conseqüência, não aprendem os conteúdos escolares.

São vários os motivos que fazem com que o estudante sinta ou não vontade

de aprender, invista ou não no desenvolvimento de sua aprendizagem. Motivo diz

respeito à razão que leva a pessoa a fazer algo e a agir de determinada maneira. E é

a falta de um motivo para estudar, para investir nos estudos que leva muitos alunos à

lentidão ou a não aprendizagem. “Para aprender é preciso estar motivado, para

realizar é necessário ter um motivo, para se manter trabalhando é necessário que se

mantenha a motivação para o trabalho” (Witter,1984 apud Lima ).

Relembrando os pensamentos de Piaget: “ Os aspectos afetivos e

cognitivos da ação são indissociáveis, irredutíveis e complementares ( Piaget, 1974

apud Brenelli ),consistindo os primeiros a energética, o motor da ação e os segundos

a sua estruturação. Ou seja, a ação quer física ou mental, para alcançar um objetivo

necessita de instrumentos fornecidos pela inteligência, revelando um poder. Por

outro lado, é preciso o desejo, isto é, algo que mobilizará o sujeito para agir em

direção ao objetivo, revelando um querer,o qual se encontra circunscrito na

afetividade. Não basta “poder” realizar uma ação, é preciso antes de tudo “querer”

realizá-la. Este “querer realizar a ação” trata-se da motivação, ou seja, o “motor que

leva a ação”. Assim sendo, fica evidente que sem a vontade ou o desejo – que é um

aspecto integrante da afetividade – não se consegue aprender, pois sem a “mola

impulsionadora” que é a motivação, o aluno não obterá êxito nos estudos. A

motivação, o auto-conceito, a auto-eficácia, crenças pessoais são variáveis

psicológicas que causam grande impacto na aprendizagem dos alunos. Na realidade

são muitas as causas que influenciam no processo de aprendizagem mas a

motivação é a principal por ser ela quem dá movimento à ação de aprender.

A motivação, o autoconceito, a auto-eficácia, crenças são variáveis

psicológicas que causam grande impacto na aprendizagem dos alunos. Na realidade

são muitas as causas que influenciam no processo de aprendizagem mas a

motivação é a principal por ser ela quem dá movimento à ação de aprender.

Investigações recentes sobre a motivação para aprender têm salientado que

a forma como o indivíduo interpreta as situações vivenciadas, ou seja, o significado

que elas adquirem para ele, desencadeia a formação de crenças e expectativas

sobre si mesmo como aluno, seus pontos fortes, fracos, bem como sua inteligência

(Zimmerman, 2000). Tais convicções, por outro lado, influenciam a motivação e a

quantidade de esforço dispensada à realização das atividades acadêmicas.

A crença de auto-eficácia é o julgamento que a pessoa faz de sua

capacidade em cumprir determinadas tarefas para alcançar certos objetivos. E

essas crenças influenciam a motivação e o grau de esforço utilizado para a

realização das tarefas escolares.

Um conceito bastante próximo da auto-eficácia é o autoconceito. Enquanto a

auto-eficácia diz respeito exclusivamente às expectativas sobre o desempenho em

tarefas específicas, o autoconceito refere-se a uma percepção mais ampla de si

mesmo, envolvendo autoconhecimento e sentimentos de auto-avaliação (Marsh,

Walker & Debus, 1991).

Autoconceito é a forma como a pessoa vê a si própria e a partir daí como vai

se valorizar e se relacionar com outras pessoas. Ou seja, é a percepção que a

pessoa tem de si. Trata-se de um juízo descritivo que a pessoa tem sobre si própria.

Refere-se a um aspecto cognitivo, pois envolve a percepção. A partir desta

percepção descritiva a pessoa realiza juízos avaliativos de auto-valorização que vem

a ser a auto-estima. Neste juízo avaliativo entram aspectos afetivos.

Estas crenças auto-referenciadas que a pessoa possui influenciam no êxito

escolar, pois contribuem para a motivação. As pessoas que têm grande auto-estima

e crença de auto-eficácia tendem a se esforçar mais para atingir seus objetivos e são

mais persistentes perante as dificuldades e obstáculos encontrados. As expectativas

de auto-eficácia percebida são importantes tanto para o início quanto para a

manutenção de uma conduta determinada e, desde logo são de enorme relevância

para qualquer processo de aprendizagem (BANDURA, 1986, apud COLL e outros).

3-METODOLOGIA

A pesquisa de campo foi realizada com 245 alunos de 5ª série do Ensino

Fundamental de três escolas públicas do Estado do Paraná: uma situada no

município de Curitiba, uma na Região Metropolitana de Curitiba e uma no Litoral

Paranaense. O instrumento utilizado na pesquisa foi um questionário composto por

37 perguntas e foi aplicado aos alunos em sala de aula. As perguntas do

questionário foram agrupadas dentro dos seguintes tópicos: identificação (idade,

sexo, escolaridade, pontos fortes, qualidades, talentos na vida, maiores dificuldades

e problemas na vida, atendimentos especializados e quais, se freqüenta ou não a

classe de apoio, qual área escolar tem maior dificuldade, que atividades extra

escolares pratica, quantas horas diárias e semanais pratica estas atividades, o que

gosta de fazer nas horas vagas); autoconhecimento (sente-se feliz como é, sente-se

querido e respeitado pelos pais, irmãos, professores e colegas de classe, como se

relaciona com os professores e colegas da escola, sente-se bem na escola, na

escola há alguém que você confia de modo especial, como se considera como aluno,

como pensa que os professores e colegas o consideram como aluno); interesse (a

disciplina que menos gosta de estudar e por quê, a disciplina que mais gosta de

estudar e por quê, o grau de interesse do aluno pelos estudos); hábitos de estudo( se

estuda sempre ou não, se faz ou não as atividades escolares e em que

circunstâncias, se tem ou não o hábito de estudar e em que circunstâncias, o que o

impede de realizar as atividades escolares, o que faz quando tem dificuldades de

realizar tarefas escolares, o que mais o impede de prestar atenção nas explicações

do professor, o que o impede de estudar conteúdos/matérias ensinados, o que mais

faz ele gostar da matéria); o professor ideal ( que qualidades deve ter o professor

ideal, se acham que seus professores gostam ou não de serem professores, como

avalia seus professores, se os professores utilizam ou não recursos didáticos em

sala de aula e quais recursos, como é a metodologia dos professores, porque

consideram que os alunos perdem o interesse pelos estudos, o que fazer para

diminuir o desinteresse dos alunos em sala de aula.

4-ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No presente trabalho estão descritas e analisadas apenas aquelas

questões do questionário de maior relevância para os propósitos do presente

trabalho. São elas:

Minhas maiores dificuldades e problemas na vida:

Problema de natureza Familiar

55

Dor da perda/afastamento de ente querido e/ou

separação dos pais 7pais separados +6

familiares mortos + Saudades 6

Conflitos familiares Brigas 11

• Dificuldades na execução, adaptação e na

motivação para realizar tarefas da rotina

doméstica Dificuldades 12

• Alcoolismo na família 3

• Carência afetiva 1

Problema de natureza Social 5 Problemas de relacionamento interpessoal,

Problema de natureza

Pessoal ( auto-estima )

19

Baixa auto-estima (complexo de inferioridade,

de obesidade, de dentes tortos 2,

Desobediência 3, ficar triste

Xingamentos/apelidos 2, Falta de limites 4,

Medo 2, Notas baixas 1, Timidez 2, Sair de

casa 1, Preguiça 1

Problema de Saúde e/ou

Esportiva 08

Problemas de saúde (fazer regime para

enfrentar a obesidade, dificuld. para enxergar,

nervosismo, fazer atividade física)

Problema de natureza Dificuldades de aprendizagem

Pedagógica 105 Indisciplina Coordenação motora, entregar

recados 2

Atividades Domésticas

(Laborais) 12

Problema de natureza

Financeira 07

Problemas financeiros da família, tocar bateria,

tocar violão

Problema de natureza

Organizacional;

Problemas da Vida Diária

12

Organização do tempo

Horários: levantar cedo, dormir tarde – 4

Problemas de locomoção : ônibus lotado

demais- 5

Proibições dos pais: andar de bicicleta, nadar

no rio, morar no Japão - 3

Não respondeu 12

Não tem dificuldades e

problemas

10

Total de respostas 245 respostas

A maioria dos alunos afirma que suas maiores dificuldades e problemas

na vida são de natureza pedagógica (105 citações) entre os quais aparecem as

dificuldades de aprendizagem. Problemas de natureza familiar aparecem em seguida

( 55 citações), seguidos de problemas de natureza pessoal –auto estima ( 19

citações). Como afirma Zimmerman (Costa e Boruchovitch) maneira como a pessoa

interpreta as suas experiências na vida faz surgir sua auto-estima e suas crenças de

auto-eficácia, ou seja, os julgamentos que a pessoa faz de si mesma e de suas

capacidades em cumprir tarefas. E essas crenças influenciam a motivação e o grau

de esforço que a pessoa utiliza para realizar suas atividades escolares. Ou seja,

quanto mais uma pessoa acredita em si mesma e em suas potencialidades mais

motivação ela terá para realizar suas atividades

Você sente-se feliz como você é?

Resposta Por quê?

Auto-estima elevada ,

Espiritualmente

fortalecida 10

Não sei 1

Família unida 4 Minha vida é legal e eu

gosto, tenho tudo o que

quero 6

Sempre 131

53,5%

Gosto do que faço 2 Tenho que me aceitar

como eu sou 2

Auto-estima rebaixada 9 Conflitos

familiares/separação dos

pais, precisa de carinho Solidão / longe do pai ou

da mãe 4

Às vezes acontecem

coisas legais, às vezes

não Porque às vezes faço

coisas erradas e fico de

castigo

Quando tenho aula com

as professoras x e y

Às vezes 101

41,3%

Quando meu pai compra

presentes

Nunca 03

1,2%

Auto-estima rebaixada 1

Não sei 10

4,0%

Não respondeu 00

Total de

respostas

245

Pouco mais da metade dos alunos questionados responderam que sentem-

se felizes como são. 41,3 % somente ás vezes sentem-se felizes como são, o que

demonstra um percentual grande de pessoas que não estão totalmente satisfeitas

com o seu “jeito de ser”. Os motivos são diversos mas aqui pode-se salientar a baixa

auto-estima que alguns alunos demonstram ter. Além da motivação há outras

variáveis psicológicas que bastante influenciam a aprendizagem e o desempenho

escolar dos alunos. São elas: auto-conceito, auto-estima e crenças de auto-eficácia.

Auto-conceito é a forma como a pessoa vê a si própria e a percepção que

ela tem de si. É um juízo descritivo. A partir dessa percepção descritiva a pessoa

realiza juízos avaliativos de si própria originando aí a auto-estima.

Sente-se querido(a) e respeitado(a) por:

Seus pais/responsáveis 223 = 91,0 %

Seu(s) irmão(s) 145 = 59,1 %

Seus professores 147 = 60 %

Seus colegas de escola 121 = 49,3 %

Não respondeu 02 = 0,8 %

Percebe-se que grande parte dos alunos não se consideram queridos por

professores e colegas de escola. Até que ponto nossas escolas cria um ambiente de

boa-convivência entre as pessoas que dela fazem parte? Como as pessoas têm se

relacionado umas com as outras no ambiente escolar? Observando-se o quadro a

seguir chega-se à conclusão que há uma grande dificuldade no relacionamento

interpessoal em nossas escolas.

Como você se relaciona com os colegas e professores da escola?

Respostas

Relaciono-me bem

com todos

143

58,4%

Qual(is) pessoas?

Relaciono-me bem

com algumas

pessoas....

77

31,4%

COLEGAS 22, PROFESSORES 10, FAMÍLIA

11, PROFESSORES E ALGUNS COLEGA 2,

PROFESSORES AMIGOS E PARENTES 7 ,

MÃE E COLEGAS 1

NÃO RESPONDEU (com quem não se

relaciona bem) - 24

Tenho dificuldade nos relacionamentos pessoais com...

25 10,2%

COLEGA X 14,

A DIRETORA

1, PAIS/E

RESPONSÁVE

IS 2,

PROFESSORE

S 5, NÃO

RESPONDEU

QUAIS

PESSOAS 3

ELA É PATRICINHA, ELA

FICA FALANDO MAL DE MIM

POR TRÁS

ELES ME CHAMAM DE

GORDO, ELES ME XINGAM

ELA ME MACHUCA, ELA É

MUITO BRAVA, SÃO MUITO

CHATOS, NÃO ME DÁ

CARINHO, ACHO QUE ELES

ME ACHAM PREGUIÇOSA

Total de respostas 245

São muitos os alunos que apresentam alguma dificuldade de

relacionamento –ou relacionam-se bem somente com algumas pessoas ou

assumem que têm dificuldades de relacionamentos com determinadas pessoas.

Estes somam um percentual de 41,6 % dos participantes da pesquisa.

O professor deve valorizar e estabelecer, com seus alunos, normas de

boa convivência. Desta forma estará ensinando todos a assumirem compromissos e

defenderem seus pontos de vista dentro de limites aceitáveis para cada um e pelo

grupo como tal. Isto faz com que todos sintam-se seguros e valorizem mais sua

própria atuação e a dos colegas enfatizando-se a autodisciplina e a responsabilidade

de cada um. Será que não está faltando este exercício em nossas escolas?

Sente-se bem nesta escola?

Sempre 123

O ensino é bom 62;muitos amigos 33; bons

relacionamentos,; porque sou tranqüilo; professores

dedicados, bons, gosto dos professores 19; adoro

geografia ; é legal, é boa,; porque em casa não tenho

nada para fazer; sou respeitado por todos 10; tiro notas

boas; não respondeu 5;

Às vezes

103 CARTEIRAS E CADEIRAS RUINS /PRÉDIO EM

CONSTRUÇÃO/ FALTA DE ESPAÇO 3; NÃO

CONSIGO ME ACOSTUMAR; OS OUTROS ERRAM E

CULPAM A GENTE; ÀS VEZES TENHO PREGUIÇA/

ESTOU ESTRESSADO 3; PORQUE É LEGAL; NÃO

RESPONDEU 6; NÃO TENHO AMIGOS; ACHO QUE

NÃO GOSTAM DE MIM 2; PORQUE OS

PROFESSORES BRIGAM, ME TRATAM MAL 2; TEM

PESSOAS MAL EDUCADAS; FALTA SEGURANÇA;

PORQUE EU TENHO AMIGOS; ÀS VEZES É RUIM

Nunca

08 TEM ALGUMAS PESSOAS CHATAS; NÃO GOSTO

DAQUI; EU QUERO ESTAR PERTO DA MINHA MÃE

Não

respondeu

11

Total de

respostas

245

Praticamente apenas metade dos alunos entrevistados sentem-se sempre

bem na escola. Dos demais, a maioria respondeu que às vezes sente-se bem. E os

motivos são diversos mas o que bastante se sobressaiu é a dificuldade nos

relacionamentos interpessoais e o sentimento de sentir-se rejeitado pelo grupo.

O professor deve sempre promover em sala de aula, situações para que

ninguém fique isolado e que todos possam provar suas qualidades e habilidades. É

importante que o professor aceite seus alunos como são, apreciando suas

diferenças pessoais dentro de uma perspectiva positiva de aprendizagem mútua e

superação. Estes exercícios favorecem a elevação da auto-estima dos alunos e de

suas crenças de auto-eficácia.

Nesta escola, há alguém em quem você confia de modo especial?

Resposta Quem?

Diretor(a):5 Colegas 132 Eq. Pedagógica:6 Meu irmão que estuda em outra

sala 4

Sim 186

76 % Professores:21 PROFESSORES E COLEGAS

Funcionários:3 Em todos

1

PROFESSORES , DIRETORA E

COLEGAS 1

Não 59

24 %

Ninguém

Total de

respostas

245

Apesar da grande maioria dos alunos responderem que há alguém na

escola que eles confiam de modo especial, a grande maioria respondeu ser este

alguém um colega e não um professor.

A relação ensinar-aprender se dá através do vínculo entre pessoas e tem seu

início na família e a base deste vínculo é afetiva. O vínculo afetivo entre o adulto e a

criança favorece avanços na capacidade cognitiva da criança. Portanto para a

criança torna-se importante o vínculo afetivo que se inicia na família e amplia-se na

figura do professor quando ela atinge a idade escolar. Este vínculo afetivo não

significa troca de carinhos físicos mas deve abranger acima de tudo respeito e

reciprocidade. O professor estará agindo de forma afetiva quando adapta os

conteúdos às capacidades dos alunos, possibilitando que eles realizem as atividades

escolares, quando confia na capacidade do aluno e demonstra atenção às suas

dificuldades e problemas. Professores que desejam mudanças e melhorias na

educação procuram manter uma maneira aberta e carinhosa de atuar e de

relacionar-se com seus alunos, suscitando com isso, a admiração, o respeito e o

carinho dos alunos .

Considero-me um (uma) aluno(a):

Respostas Por quê? Justifique sua resposta.

Prof. Sempre me dão

parabéns 3

Presto atenção/me

comporto 6 Gosto das matérias e me

esforço 1

Sou ótimo mesmo 1

Faço todas as lições E

ESTUDO 17

Tenho facilidade de

lembrar as coisas 1

Ótimo(a) 49

21%

Tiro notas boas 20 Apesar de sentar num

lugar ruim 1

Faço as lições 6 Sou estudioso e tiro notas

boas 18 Não faço as lições de casa

1

Não gosto de artes

Não tenho muita

dificuldade 8

Não faço bagunça/sou

comportado 2 Tenho algumas

dificuldades 30

Tenho pouca nota baixa 2

Estou me esforçando 4 Tem matéria que vou

bem 2 Tem matéria que sou

média/estudo mais ou

menos 2

Ás vezes me

prejudico/brigo demais 2

Bom(a)

111

45%

Não respondeu 2

Às vezes não estudo 2 Faço algumas

lições,outras não 2 Tenho algumas

dificuldades 8

Não respondeu 4

Regular

62

25%

Faço bagunça 2 Não me dou bem com

alguns professores

Sou preguiçoso Faço bagunça 2 Tenho dificuldades 18 Às vezes tiro notas boas

Me distraio muito Sou briguento

Com muitas

dificuldades

23

9%

Sento num lugar ruim; Não

sei

Muitos alunos na sala;

Tenho que freqüentar

sala de apoio

Total de respostas

245

Penso que meus colegas e professores me consideram um(a) aluno(a):

Resposta Por quê? Justifique sua resposta.

Ótimo(a) 43

18%

Tenho valores (respeito, amizade,bom comportamento)

19; eu estudo e faço todas as tarefas, sou assíduo às

aulas 14; auto-estima elevada (sou linda, legal, gata) 13;

Bom(a)

119

49%

Sempre faço as lições,sou bom, comportado,recebo

elogios 34; Não sou bom em tudo 20; Tenho notas na

média 4; Não faço as lições de casa; Professores dizem

que estou com notas baixas; Não respondeu 2

Regular 69

27%

Às vezes esqueço trabalhos /não faço lições /não presto

atenção nas lições/converso muito 13; Eles me disseram

8; Tenho algumas dificuldades ,tirei nota baixa/sou

repetente 12; Às vezes vou bem nas provas, posso

melhorar 5; Sou mais ou menos bom /sou assim/sou burro

4; Às vezes não gosto da profª X ou dos colegas 1; Não

respondeu 6

Com muitas

dificuldades

12

5,2

%

Todo mundo reclama 3; em matemática; não respondeu;

não gostam de mim/sou um aluno ruim 2; Tiro notas

baixas, tenho dificuldades nas lições 2; Porque falto muito

às aulas

Não

respondeu

02

0,8

%

Não respondeu por extenso a dissertativa

Apesar da maioria dos alunos participantes da pesquisa se considerarem

bons alunos e também acharem que os outros assim os consideram.,como

demonstram os dois quadros acima, são muitos os que se consideram regulares ou

com muitas dificuldades . Como já foi comentado anteriormente, a auto-estima é

uma variável psicológica que causa grande impacto na aprendizagem. Muitas vezes

nossas escolas dirigem a atenção àquilo que , segundo nosso critério, o aluno fez

errado ou mal feito. Dessa forma, faz-se críticas que acabam reforçando o

sentimento de incapacidade da pessoa. Nascem, muitas vezes, dessa forma, os

sentimentos de inferioridade, insegurança, solidão, desmotivação e incompetência

do ser humano. É papel do professor ajudar seus alunos a perceberem seus próprios

dons, qualidades, destreza, habilidades, tirando proveitos deles mas, ao mesmo

tempo, deve-se ensinar os alunos a considerarem seus defeitos, limitações e

fraquezas como algo superável, como fonte de aprendizagem e auto-superação.

Como já foi comentado anteriormente, a maneira como a pessoa interpreta

suas experiências do dia-a-dia possibilita a formação de crenças de auto-eficácia da

pessoa como aluno, seus pontos fortes, fracos, bem como sua inteligência . Estas

convicções influenciam a motivação e a quantidade de esforço dispensada à

realização das atividades acadêmicas.

A crença de auto-eficácia é o julgamento que a pessoa faz de sua

capacidade em realizar determinadas ações para atingir determinadas metas, como

já foi comentado anteriormente.

As crenças auto-referenciadas da pessoa – autoconceito, auto-estima e

crenças de auto-eficácia - influenciam no êxito escolar, pois contribuem para a

motivação. As pessoas que têm grande auto-estima e crença de auto-eficácia

tendem a se esforçar mais para atingir seus objetivos e são mais persistentes

perante as dificuldades e obstáculos encontrados.

As crenças de auto-eficácia permitem que a pessoa inicie e mantenha uma

ação determinada e são de extrema importância para o processo de aprendizagem,

de acordo com Bandura.

O professor que tem elevada crença de auto-eficácia possibilitará, em sala

de aula, a criação de crenças de auto-eficácia que facilitarão a aprendizagem dos

alunos.

A disciplina que menos gosto de estudar é:

Resposta A disciplina que menos gosto é ............ porque

..............

Português 46

18,7%

de 245

alunos

Muita lição para casa/é chato, cansativo/ tem que

escrever muito 22; a prof é chata/não gosto da

professora 9; tenho dificuldade 4

Matemática 69

28%

Tenho dificuldades 39; matéria ruim, odeio números,

prof passa muitos exercícios 10; a prof é chata /não

gosto da profª / a profª não gosta de mim 5 ; não

respondeu 2

História 61

25%

A prof chata/ não gosto / não explica direito/

metodologia ruim 21; tenho dificuldades 20; não

gosto da matéria/ é chata, cansativa 9; não deixam

copiar conteúdos/bagunça na sala 5; não respondeu

3

Geografia 47

19%

Matéria chata/ não gosto 12; tenho dificuldade 11;

prof chata/ não gosto/não explica 10; tem muita

lição/texto 5; não respondeu

Ciências 21

8,5%

Não entendo 8; prof chata/ brava/ não gosta de

mim/ não explica 5; não respondeu 2 ; matéria chata

2

Educação Física 7

2,8%

Prof não deixa sair/ não faz brincadeira 2 ; não

entendo/ tirei nota baixa 2; não gosto da matéria 1;

não respondeu

Arte

37

15%

1. Eu não gosto de artes 12; o prof não é legal/

briga conosco 7; tenho dificuldades 5; não

respondeu 4; não deixam copiar conteúdos

Inglês 33

13,4%

Tenho dificuldade 15; a prof é chata/ não gosto 6;

não gosto da matéria 3; passa muita lição; não

respondeu

Ensino Religioso 72

29,3%

A prof é chata /grita / 44; matéria chata/ não gosto

12; não entendo /muito difícil 8;

não respondeu 5; não gosto da metodologia do prof

3; não deixam copiar conteúdos

Não respondeu 3

1,2%

10 não responderam a questão dissertativa; 2

gostam de todas

A disciplina que mais gosto de estudar é:

Resposta A disciplina que mais gosto é ............ porque

..............

Português 60

24%

A matéria é fácil, eu entendo 2; prof legal/explica

bem/ gosto da metodologia 16; tem coisas

interessantes/ gosto da matéria 25

Matemática 76

31%

Prof é lega/explica bem 30; legal de estudar/ gosto

da matéria 34

História 50

20%

Legal de estudar/ entendo a matéria 15; professora

legal /explica bem16

Geografia

53

22%

Prof é legal/explica bem/ tem boa metodologia 16;

legal de estudar/entendo a matéria/gosto da matéria

24; não respondeu

Ciências 94

38%

Gosto da professora/ explica bem 36; legal de

estudar/ gosto de estudar/entendo bem a matéria 42;

não respondeu 2

Educação Física 93

38%

Prof é legal/explica bem /metodologia legal 24 ;não

respondeu 2; legal de estudar/gosto de

jogar,atividades físicas,esportes 38

Arte

49

20%

Prof passa bastante conteúdos/gosto do professor,

da metodologia 8; legal de estudar/entendo a

matéria 25

Inglês 50

20%

Prof é legal/explica bem 12; eu entendo/gosto da

matéria /legal de estudar 25

Ensino Religioso 41

17%

Prof passa bastante conteúdo/gosto do professor 9;

legal de estudar/ gosto dos conteúdos 7

Não respondeu 18

7%

Todas 2

Total de

participantes

Quanto ao meu interesse pelos estudos:

Tenho total interesse pelos estudos. 168 = 68,5%

Tenho pouco interesse pelos estudos.

75 = 30,7%

Não tenho interesse pelos estudos. 2 = 0,8%

Total de participantes 245

Para ensinar não basta ter conhecimento do conteúdo a ser ensinado. O

professor deve conhecer o próprio aluno: as características de sua personalidade, a

etapa de desenvolvimento motor, emocional, cognitivo e social na qual ele se

encontra e ainda, o modo como ele aprende. Neste último, para se entender as

ações dos alunos no ato de aprender é importante salientar o “princípio psicológico

segundo o qual nenhum comportamento existe sem uma causa motivadora que o

determine”.(Angelini,1955: 19 in LIMA, Luiza Mara Silva).

Como já foi salientado anteriormente, são vários os motivos que levam a pessoa a

mudar o grau de seu desejo de aprender. As teorias que estudam a motivação

partem do princípio que deve existir algum motivo que desencadeia a ação e que

mantém o seu percurso em direção a um objetivo.

O motivo é algo criado pela pessoa para explicar a razão que ela tem para

agir de determinada maneira. Uma das causas que faz grande parte dos alunos

gostarem ou não de uma determinada disciplina é a simpatia que eles têm ou não

pelos professores. Isto ficou bem evidente na pesquisa realizada. O quadro 3.a.

demonstra que ensino religioso é a disciplina que os alunos menos gostam de

estudar e a causa mais apontada é o fato de não gostarem do professor. O inverso

também ocorre. No quadro 3. b. está demonstrado que a disciplina que os alunos

mais gostam é Ciências e quando se pede para justificar a resposta a maioria diz que

é porque o professor é legal, ou porque gosta do professor.Outro motivo também

merece destaque para justificar o gosto ou não por uma disciplina: entender ou não a

matéria .

Apesar da maioria dos participantes da pesquisa afirmarem que têm

interesse pelos estudos, são muitos os que admitem ter pouco interesse( quase

31%). A motivação pode ser a responsável pela facilidade de aprender de um aluno.

Mas a falta de motivação é um dos fatores que leva o aluno à lentidão e até a

ausência de aprendizagem. Nas atividades escolares o aspecto motivacional é

responsável pelo ato de iniciar e manter certos comportamentos e a ausência ou um

nível baixo de motivação acarreta falta de interesse e de esforço por parte do aluno.

Aluno desmotivado não aprende e não se esforça para desenvolver sua capacidade

ao máximo.

Quanto aos meus hábitos de estudo:

Estudo todos os dias, tenho hábito de estudar em casa, para

aprender a saber cada vez mais.

79 =

32,2%

Estudo às vezes, somente quando há prova. 137 =

56%

Estudo porque meus pais me obrigam. 19 =

7,8%

Raramente estudo em casa, não gosto de estudar. 10 = 4%

Total de participantes 245

A maioria dos alunos que participaram da pesquisa responderam que só

estudam às vezes, quando há prova (56%) e apenas 32,2% responderam que

estudam todos os dias em casa para aprender e saber cada vez mais. Os dados

citados na tabela acima vêm demonstrar que não é muito grande o interesse dos

alunos que participaram da pesquisa, em estudar para aprimorar seus

conhecimentos.

O que mais me impede de realizar as tarefas escolares é quando:

Não gosto da

matéria

41

Não entendo a

matéria

84

Não gosto do

professor

40

Não entendo a

explicação

do professor

57

Não sinto vontade

de estudar,

tenho preguiça

12

Quais outros motivos? Professor não explica matéria Esquecimento Não tenho tempo

Outros motivos que

me impedem de

realizar as tarefas

escolares...

24

Bagunça conversa 2

Não respondeu 5

Não entender a matéria é o motivo mais apontado,pelos alunos que

participaram das pesquisas, para deixarem de realizar as atividades escolares.

Quando o professor facilita a compreensão por parte dos alunos, dos conteúdos que

ensina e não a simples memorização, estará contribuindo também para que eles

passem a acreditar mais em suas próprias capacidades e se sintam mais motivados

para a aprendizagem.

O que mais me faz gostar de uma matéria é quando:

O assunto/ conteúdo é

interessante

100

Considero a disciplina

importante para a vida

50

Gosto do professor 57

Gosto da explicação do professor

52

O professor utiliza-se de

variados recursos didáticos

como filmes, CDs, rádio,

computador e outros recursos

32

didáticos

Quais outros motivos? Outros motivos que

dificultam os

meus estudos...

01 Matemática é muito legal

Não respondeu 22

Nulos (assinalou tudo) 03

O que mais faz a maioria dos alunos participantes da pesquisa gostarem de

estudar é considerar o assunto/conteúdo interessante. Professores que procuram

relacionar os conteúdos e metodologias aos interesses da turma estarão

colaborando para melhorias na educação. Agindo desta forma, estes professores

estarão incentivando seus alunos a estudarem e a elevarem sua auto-estima e as

suas crenças de auto-eficácia.

Ações que seriam de sua responsabilidade, em sala de aula, como aluno(a):

Ações DE SUA RESPONSABILIDADE COMO ALUNO(A)

para diminuir o desinteresse dos alunos pelos estudos em nossas

escolas

Nº de

registros

1. não brigar, não bagunçar, parar de conversar, ficar mais

quieto,ter mais respeito com professores e colegas/ não gazear

aulas/ dar bronca.

102

2. fazer todas as tarefas, ser mais responsável, estudar mais/

fazer muita tarefa em casa/ ser exemplo de bom aluno/ prestar

atenção/ aprender o que não sabe/ ler livros

98

3. ajudar quem não sabe/ colaborar/ ser amigo/ deixar aula mais

agradável/ aconselhar/ falar para colega voltar para o colégio/

incentivar para não desistir/ ajudar alunos com problemas

41

4. fazer com que todos os alunos façam silêncio/ não deixar ter

briga no recreio

2

5. que os pais ensinem

6.não rabiscar paredes e cuidar da sala 4

7. ser mais amigo de alguns professores

8.mandar um email para o Gugu para arrumar a biblioteca da

escola

9 não sei 27

10. fazer abaixo-assinados por causa dos professores

8. namorar

9. nada

não respondeu 08

A maior parte dos participantes da pesquisa considera como ações estudos o

respeito com professores e colegas.Professores que desejam melhorias na

educação estabelecem com seus alunos, normas de convivência, a fim de que haja

em sala de aula autodisciplina e cada um tenha consciência de suas

responsabilidades. Estas são atitudes que favorecem também a construção de

elevadas crenças de auto-eficácia e auto-estima nos alunos.

Ações que seriam da responsabilidade dos(as) seus(as) professores(as), em sala de

aula, junto a você e seus colegas:

Ações DA RESPONSABILIDADE DE SEUS(AS)

PROFESSORES(AS)

para diminuir o desinteresse dos alunos pelos estudos em nossas

escolas

Nº de

registros

1. explicar e chamar no quadro/ ensinar mais/ explicar bem/

mostrar interesse/ trabalhos legais em sala de aula/ passeios/

aulas criativas/ professores legais/ diversificar estratégias/

deixar o estudo mais divertido/ fazer brincadeiras de acordo

com a matéria/ fazer coisas interessantes/ diversificar as

estratégias/ passar conteúdos novos/ utilizar recursos

diversos/ dosar tarefas/ usar computador, TV, pen drive/ ler

mais livros.

122

2. respeitar mais os alunos/ parar de brigar/ parar de gritar/ ser 92

mais atencioso/ entrar sorrindo na sala/ ser brincalhão/ dar

mais atenção/ ser mais amigo/ não xingar alunos/ falar com

alunos e ajudá-los/ mostrar que é bom estudar/ mostrar carinho

dizendo que todos os amam/ explicar com paciência/ não

reclamar quando perguntamos/ mostrar interesse/ fazer

revisões.

3. não sei 43

4. pegar cartinhas de alunos e entregar ao pedagogo/ dar

castigos/ não dar mais carimbo/ não deixar sair da sala/ tirar

bagunceiros da sala.

20

5. chamar a atenção/ fazer ficarem quietos e dar bons exemplos/

domínio de turma/ manter ordem/ ter voz ativa e não voltar

atrás/ separar alunos bons dos bagunceiros.

16

6. dar nota de bom comportamento/ dar doce para os alunos/

deixar o aluno fazer o que ele gosta.

05

7. atendimento especial a esses alunos/ ensino individualizado/

oferecer aulas vagas

05

8. passar lições de 5ª série e não de 6ª ou 7ª/ provas mais fáceis 02

9. não faltar em seu trabalho/ mostrar que sabem 02

10. chamar pais 02

11. nada

12. não deixar ir muito ao banheiro

13. não respondeu 09

A metodologia e a relação afetiva foram os dois itens mais citados pela

maioria dos alunos entrevistados como ações que seriam de responsabilidade dos

professores para diminuir o desinteresse dos alunos pelos estudos.

5. CONSIDERAÇOES FINAIS

Estas crenças auto-referenciadas que a pessoa possui influenciam no êxito

escolar, pois contribuem para a motivação. As pessoas que têm grande auto-estima

e crença de auto-eficácia tendem a se esforçar mais para atingir seus objetivos e são

mais persistentes perante as dificuldades e obstáculos encontrados. As expectativas

de auto-eficácia percebida são importantes tanto para o início quanto para a

manutenção de uma conduta determinada e, desde logo são de enorme relevância

para qualquer processo de aprendizagem (BANDURA, 1986, apud COLL e outros).

Os professores que acreditam na sua auto-eficácia enquanto professor e

acreditam no potencial do ensino são muito mais capazes de criar um clima, em sala

de aula, favorável à construção de crenças de auto-eficácia facilitadoras da

aprendizagem. Professores com elevada auto-eficácia na sua capacidade de ensinar

possuem a consciência de que o fortalecimento das crenças de auto-eficácia nos

estudantes requer tarefas que exijam esforço e perseverança. Esses professores

propõem atividades desafiadoras, porém passíveis de serem realizadas, nas quais o

progresso do aluno é constantemente monitorado e os feedbacks dados são

centrados no progresso ao invés de nas deficiências (Schunk & Gunn, 1985). Ao se

apontar para os alunos os ganhos, o senso de auto-eficácia, o pensamento analítico,

e as aspirações melhoram. Assim, professores com auto-eficácia criam um clima em

sala de aula não voltado para a competição. Ao invés disso, colocam maior ênfase

na auto-avaliação do progresso do aluno em relação a si mesmo, auto-avaliação

essa, segundo Bandura (1989), muito mais benéfica para o desenvolvimento e

manutenção das crenças de auto-eficácia. Crianças com o mesmo nível de

habilidades cognitivas podem ter desempenhos intelectuais diferentes dependendo

da força da sua auto-eficácia percebida.

A relação ensinar-aprender se dá através do vínculo entre pessoas e tem

seu início na família, sendo afetiva a base deste vínculo. É através do vínculo afetivo

entre o adulto e a criança que esta vai conquistando avanços no âmbito cognitivo.

Portanto, para a criança torna-se importante o vínculo afetivo que se inicia na família

e amplia-se na figura do professor quando ela atinge a idade escolar. Convém

salientar que este vínculo afetivo não é sinônimo de troca de carinhos físicos e

elogios mas abrange acima de tudo respeito e reciprocidade.

Quando o professor em sala de aula adapta a tarefa às possibilidades do

aluno, fornecendo meios para que ele realize as tarefas, confia na capacidade do

aluno e demonstra atenção às suas dificuldades e problemas, está agindo de forma

afetiva. Professores que desejam mudanças e melhorias na educação procuram

seguir algumas tendências, atitudes ou características:

* Estes professores procuram acreditar na sua própria capacidade e

importância enquanto educadores e que a medida em que se relacionam com seus

alunos “crescem” cada vez mais. Sempre estão motivados a revisar sua prática

docente pedindo sempre que necessário, conselhos e orientações de alunos e

colegas.

* Realimentam sempre a confiança em si mesmos enquanto pessoas e com

isso projetam nos seus alunos uma maior segurança pelo simples fato de serem

pessoas dotadas de inteligência e capazes de aprender.

* Procuram relacionar os conteúdos e as metodologias aos interesses da

turma. Por exemplo: o esporte, as férias, as festas, a música, as brincadeiras que

são do interesse da turma podem ser relacionados à Matemática, História,

Geografia, Ciências naturais e outras disciplinas. Os professores devem sempre, em

sala de aula, considerar a cultura de seus alunos como ponto de partida ao trabalhar

os conteúdos em sala de aula para que a aprendizagem seja realmente significativa.

* Levam os alunos a acreditarem em sua própria capacidade e os

incentivam a participarem na busca de possíveis soluções para os problemas.

* Facilitam a compreensão, por parte dos alunos, dos conceitos que

ensinam e não a simples memorização. Os alunos devem ser estimulados a

compreenderem desde o início o significado do que estudam e se não conseguirem,

devem ser incentivados a pedir ajuda aos colegas ou ao próprio professor.

* Por sua maneira de ser, de falar e de compartilhar dos interesses e

conflitos dos alunos, conseguem sua atenção, facilitando desta forma a

compreensão dos conteúdos trabalhados. Incentivam também a participação dos

alunos nas aulas onde estes podem e devem intervir com observações e perguntas.

* Respeitam e confiam em seus alunos, considerando-os capazes de

aprender, compreender, participar e também de ensinar.

* Mantêm uma maneira aberta e carinhosa de atuar e de relacionar-se com

seus alunos, suscitando com isso, a admiração, o respeito e o carinho dos alunos

pelo professor.

* Aceitam as diferenças pessoais de cada aluno dentro de uma perspectiva

positiva de aprendizagem e superação.

* Auxiliam os alunos a reconhecerem as habilidades pessoais, a tirarem

proveito delas, a aceitarem seus próprios defeitos e a lutarem para superá-los.

* Estabelecem boas relações com os alunos e os levam a interagirem entre

si desenvolvendo em cada um o senso de pertença através de trabalhos em equipes.

* Estabelecem juntamente com os alunos as normas de convivência a fim de

que haja em sala de aula autodisciplina e a responsabilidade de cada um.

* Sem fugir das normas de convivência pré-estabelecidas com o grupo, são

pacientes e flexíveis com o comportamento de seus alunos.

* Em suas atitudes, compreendem os sentimentos e as emoções dos

alunos.

* Mantêm um relacionamento de colaboração e apoio mútuo com seus

colegas professores, caracterizando um trabalho conjunto. É importante a escola

promover encontros entre os docentes dentro e fora do estabelecimento através de

dinâmicas de grupos, grupos de apoio, etc.

* Solicitam o apoio e a participação dos pais dos alunos nas atividades

escolares aumentando desta forma, a integração Escola-Comunidade.

* Organizam suas atividades contando com a participação dos alunos, de

outros professores da sua e das demais disciplinas, dos pais, para que suas aulas se

tornem divertidas, desejáveis, úteis e eficazes.

* Utilizam e promovem o ensino interdisciplinar pedindo e contando com a

colaboração dos professores de outras disciplinas.

* Consideram a cultura e os conhecimentos que os alunos “trazem” consigo

para a sala de aula como ponto de partida para trabalharem com o conhecimento

científico.

* Incentivam os alunos a aprenderem a pensar ao invés de lhes darem o

trabalho feito. Propõem atividades que estimulem o pensamento, a interpretação, a

criatividade, a compreensão dos significados do que se quer aprender.

* Inteiram-se das inovações no campo da Educação e as utilizam de forma

efetiva.

* Estão sempre disponíveis para os estudos, a pesquisa durante o seu

período de atuação.

* Segundo estudos, a disciplina em classe é resultado das projeções

psíquicas do professor recebidas pelos alunos. Professores com auto-segurança,

grande auto-estima, projetam em seus alunos uma carga suficiente de segurança,

carinho, interesse e compreensão, ajudando a estabelecer um ambiente de auto-

disciplina. Há alunos que apresentam problemas comportamentais. Para enfrentar e

resolver estes problemas os professores devem ter segurança, autoridade e nervos

para conseguir desativar situações difíceis através da empatia, da compreensão, da

simpatia e não de confrontos, castigos e outras atitudes negativas. Conseguem

estabelecer o diálogo solucionando situações de conflito.

* Incentivam a criatividade em seus alunos utilizando-se de dinâmicas

lúdicas, cooperativas e participativas. Propõem tarefas, em sala de aula, com

soluções alternativas, simulações, jogos, trabalhos artísticos,etc..

* Participam de cursos de atualização ou reciclagem. Dedicam-se à leitura

de livros especializados em sua disciplina e em qualquer outro tema que os ajudem a

melhorar seus conhecimentos e metodologias.

* Acreditam nas capacidades e potencialidades dos alunos, tendo

esperanças realistas sobre cada um deles dentro de seu desenvolvimento e

amadurecimento. Para isto, criam atividades e situações que possibilitem aos alunos

o alcance de resultados que reforcem a autoconfiança.

* Reconhecem os seus próprios estilos de aprendizagem e preferência e

também os de seus alunos. Têm consciência de que cada pessoa responde a

diferentes estilos de aprendizagem (ativos, reflexivos, etc.) e a preferências

sensoriais (visual, auditiva, cinestésica). Com isso os professores procuram adaptar

sua forma de ensino aos estilos e necessidades de cada um e promovem também a

integração dos diversos estilos de aprendizagem entre seus alunos.

Quando o professor, em sala de aula adapta as tarefas às possibilidades do

aluno, fornecendo meios para que ele realize as tarefas e confia em suas

capacidades, demonstra atenção em suas dificuldades e problemas está agindo de

forma afetiva.

Dantas (1992, 1993) refere-se a estas formas de interação como

“cognitivação” da afetividade.

O professor deve combater o excesso de ansiedade que surge no decorrer

das aulas, procurando contagiar os alunos com sentimentos que tranqüilizam,

encorajam e fortalecem-nos na execução das atividades. Sentimentos como medo,

angústia, ansiedade, frustração, desgastam o aluno fazendo com que se sintam

desmotivados a estudar e a realizar as tarefas. Assim sendo, os sentimentos e as

emoções dos alunos não devem ser desconsiderado pois podem ser favoráveis ou

desfavoráveis ao seu desenvolvimento cognitivo. Os docentes devem ter

conhecimento de aspectos teóricos do desenvolvimento cognitivo-afetivo do ser

humano.

Estamos acostumados com uma Escola cúmplice de uma sociedade que

sempre acreditou que a razão deve predominar sobre a emoção. Mais importante do

que aprender era memorizar conhecimentos porque considerava-se que um dia, no

futuro, seria importante para a vida da pessoa. Temos que romper com este

pensamento tradicional sobre Educação e ter consciência de que a Escola é o

espaço destinado à reflexão sobre os saberes científicos e os saberes espontâneos

onde se possibilita a construção de novos conhecimentos.

O papel da Educação é formar o cidadão num sentido amplo, capaz de

atuar no mundo em que vive e contribuir na construção de uma sociedade mais justa

e humana. A Escola deve contribuir na formação de um novo homem, dotado de

razão, afetividade, corpo e desejo, de um homem comprometido com as questões

políticas e sociais de seu tempo. Ela é o local destinado à construção dos saberes

através do diálogo, da reflexão, da pesquisa e da interação entre todos – professores

e alunos entre si – de maneira crítica e politizada.

REFERÊNCIAS

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2004.

COSTA, Elis Regina da; BORUCHOVITCH, Evely. “A Auto-eficácia e a Motivação

para Aprender : Considerações para o desempenho Escolar dos Alunos”. In:

Azze, G. A.; Polidori, S. A. J.(org.). Auto Eficácia em diferentes Contextos.

DANTAS, Heloysa. “A Afetividade e a Construção do Sujeito na Psicogenética

de Wallon”. In: La Taille, Y, ; Oliveira, M. K.; Dantas, H. Piaget, Vygotsky, Wallon-

Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, 1992

FIERRO, Alfredo. “Personalidade e Aprendizagem no Contexto Escolar”. In:

COLL,C.; PALACIOS,J.; MARCHESI, Alvaro (org.). Desenvolvimento Psicológico e

Educação: Psicologia da Educação. Porto Alegre: Artes Médicas,1996.

OLIVEIRA, Marta Kohl de; REGO, Teresa Cristina. “Vygotsky e as complexas

relações entre Cognição e afeto”. In: Arantes, Valéria Amorin (org.)

Afetividade na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus,2003.

SOUZA, Maria Thereza Costa Coelho de. “O desenvolvimento Afetivo segundo

Piaget” In: Afetividade na Escola: alternativas teóricas e práticas. São

Paulo:Summus, 2003.

VOLI, Franco. A Auto-Estima do Professor – Manual de Reflexão e Ação Educativa.

São Paulo: Edições Loyola.

LOOS, Helga. Atitude e desempenho em matemática, crenças auto-referenciadas e

família: uma path-analysis. Tese de Doutorado, Faculdade de Educação da

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, São Paulo, 2003.