DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · ... de interação com o meio e com as demais formas de ......

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Fundação Universidade Estadual de Maringá

MATERIAL DIDÁTICO: CADERNO PEDAQGÓGICO

ÁREA: Língua Portuguesa NOME DA PROFESSORA PDE: Rosana Aparecida Santana dos Santos

NOME DO ORIENTADOR: PROF João Bacellar de Siqueira

MARINGÁ 2010

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1 Área: Língua Portuguesa

1.2 Professora PDE:Rosana Aparecida Santana dos Santos

1.3 Professor Orientador: Prof Me João Bacellar de Siqueira

1.4 IES Vinculada: Universidade Estadual de Maringá

1.5 NRE: Umuarama

1.6 Escola de Implementação: Escola Estadual Vila Nilza Ensino Fundamental-

Distrito Nilza Iporã Paraná

1.7 Público Objeto da Intervenção: Alunos da 7ª. série – Ensino Fundamental

1.8 Projeto: PDE 2009

2. TEMA DE ESTUDO DA INTERVENÇÃO:

A FORMAÇÃO DO LEITOR COMPETENTE

3. TITULO:

A LEITURA ALÉM DA PALAVRA

4. MATERIAL DIDÁTICO SELECIONADO:

CADERNO PEDAGÓGICO

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO _________________________________________________ 6

2. CONCEPÇÕES DE LEITURA _____________________________________ 7

3. METODOLOGIA _______________________________________________ 9

4. AVALIAÇÃO __________________________________________________ 10

5. RESULTADOS ESPERADOSCURSOS _____________________________ 10

6. RECURSOS UTILIZADOS _______________________________________ 10

7. UNIDADES ___________________________________________________ 11

7.1.Primeira Unidade ____________________________________________ 11

7.2. Segunda Unidade ____________________________________________ 12

7.3. Terceira Unidade ____________________________________________ 14

7.4. Quarta Unidade _____________________________________________ 15

7.5. Quinta Unidade_______________________________________________ 17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________ 19

APRESENTAÇÃO

Este Caderno Pedagógico faz parte do projeto de intervenção pedagógica na

escola e contém atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional Turma-

2009, tendo como proposta a formação do leitor competente.

A escolha por esta temática surgiu pela constatação a respeito da falta de

interesse pela leitura que os alunos apresentam na escola, bem como pelas

dificuldades de interpretação de texto, entre outros.

Ao visualizar este problema, entende-se que a disciplina de Língua

Portuguesa tem o compromisso de intervir neste contexto, buscando nas atividades

de leitura e interpretação de textos, usando como estratégia a dramatização de

texto, como meio para solucionar esse problema e, assim, desenvolver nos alunos o

gosto e o hábito pela leitura, a fim de formar leitores competentes e críticos,

munidos, dessa forma, de habilidades fundamentais para exercer o papel de

cidadãos.

O caderno está organizado em cinco unidades, trazendo atividades de leitura

reflexão, interpretação de vários gêneros textuais dando maior enfoque ao gênero

dramático de textos.

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1 INTRODUCÃO

Este Caderno Pedagógico aborda questões relativas à leitura no ensino

fundamental considerando que a leitura na escola tem sido fundamentalmente, um

objeto de ensino, onde o objetivo maior é formar cidadãos capazes de compreender

os diferentes sentidos dos textos com os quais se defrontam. Para que esse objetivo

seja alcançado é necessário que a escola do Ensino Fundamental ofereça materiais

de qualidade e práticas de leitura eficazes, desmistifique a prática da leitura somente

em sala de aula e tão somente quando o professor solicita que os alunos façam.

Na aprendizagem da leitura é preciso entender que ler não é simplesmente

decodificar letras em sons, mas, sim, a descoberta de um universo novo de

conhecimentos até então desconhecidos, ler é aprender um novo conceito de vida

social, de interação com o meio e com as demais formas de vida.

E, para essa aprendizagem, a escola precisa buscar novas formas de

estimulação para professores e alunos, onde seja primordial a prática sadia da

leitura, não como instrumento para cômputo de notas, mas, sim, como objeto de

satisfação pessoal, de descoberta, de conhecimento, de valorização, de superação

frente ao novo, e esses aspectos sejam compartilhados com toda a sociedade,

ficando ao alcance de todas as camadas sociais.

E esse estímulo para a leitura por meio de dramatização é uma forma muito

pessoal de comunicar através de uma personagem que se assume, de uma história

que lhe dá sentido e de uma criança que lhe dá vida e que faz porque vivencia a sua

versão do texto.

Dessa forma, desenvolver um trabalho com leitura usando como estratégia a

dramatização de textos é uma maneira de tornar mais concreta a leitura do mundo

de materializar conceitos, bem como permitir uma maior compreensão da realidade

pela representação dos fatos.

A leitura começa a partir do contexto social em que vivemos, pela percepção

dos sentidos dos textos, das nossas relações com os outros e com o mundo. A

escola exerce um importante papel nesse processo de ensino-aprendizagem do

educando, funcionando como um espaço socializador do conhecimento. Baseado

nessa afirmação, este trabalho procura desenvolver atividades por meio de leitura,

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debates, atividades variadas e da dramatização de textos como instrumento da

produção de sentidos.

2 CONCEPÇÕES DE LEITURA

Inicia-se a problematização e a leitura por meio da questão: O que é ler?

Para Solé (1998, p. 22) a leitura ―é um processo de interação entre o leitor e o texto;

neste processo tenta-se satisfazer [obter uma informação pertinente para] os

objetivos que guiam sua leitura‖. (grifos da autora)

Segundo a autora, essa definição porta várias consequências. Em primeiro

lugar, envolve a presença de um leitor ativo que processa e examina o texto. Implica

que sempre deve existir um objetivo para guiar a leitura.

Em segundo lugar, dependendo do objetivo da leitura, a interpretação pode

ser diferente. É o leitor que constrói o significado do texto, isto é, não é o texto que

em si mesmo não tem significado, mas o significado de um texto para um leitor não

é uma réplica do significado que o autor quis lhe dar e, sim, uma construção que

envolve o texto, os conhecimentos prévios do leitor e seus objetivos.

Além disso, a estrutura de um texto varia, isto é, um conto, um romance

policial, um relatório de pesquisa possuem diferenças quanto à forma como se

organiza a informação escrita, obrigando o leitor a conhecê-las para compreender a

informação de modo adequado. Por isso é necessário que tenha conhecimentos

básicos de vários gêneros textuais.

Desta maneira, para ler necessitamos, simultaneamente, manejar com

destreza as habilidades de decodificação e aportar ao texto os nossos objetivos,

ideias e experiências prévias; precisamos nos envolver em um processo de previsão

e inferência contínua, que se apóiam na informação proporcionada pelo texto e na

nossa própria bagagem, e em um processo que permita encontrar evidências ou

rejeitar as previsões e inferências antes mencionadas.

Assim, as propostas de ensino baseadas nesse modelo enfatizam o

reconhecimento global de palavras a partir das habilidades de decodificação das

palavras, compreensão do sentido do texto e interpretação Centra-se, portanto, no

leitor capaz de leitura compreensiva e interpretativa.

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Assim, o leitor utiliza simultaneamente seu conhecimento do mundo e seu

conhecimento do texto para construir uma interpretação sobre aquele. (Solé, 1998,

p. 24).

Consequentemente, a leitura é um processo de construção do significado que

implica no reconhecimento de que o significado não está somente no texto, mas é

gerado pelo leitor a partir da sua interação com a informação do texto. Portanto, o

leitor constrói e reconstrói o significado interagindo com o texto. Isso leva a aceitar a

possibilidade de que diferentes leitores compreendem um mesmo texto de formas

diferentes sem que indique que uns compreenderam e outros não ou que cada leitor

entendeu algo totalmente diferente do outro.

Geraldi (1984) complementa esse conceito defendendo que a leitura é um

processo de interlocução entre leitor/autor mediado pelo texto. O autor deu uma

significação ao texto, imaginou seus interlocutores, mas não domina sozinho o

processo de leitura de seu leitor, pois este reconstrói o texto na sua leitura,

atribuindo-lhe a sua significação. É por isso que se pode falar em leituras possíveis e

em leitor maduro, isto é, em leitor que construiu a sua maturidade ao longo da

intimidade com muitos e muitos textos, que a ―cada nova leitura desloca e altera o

significado de tudo o que já leu, tornando mais profunda sua compreensão dos

livros, das gentes e da vida‖. (LAJOLO, 1982, p. 53, apud GERALDI, 1984, p. 80)

Em outro trabalho, Lajolo (2001) salienta que a prática de leitura na escola

deve estimular a participação do aluno no que diz respeito à leitura com liberdade

para que a mesma não se torne um ato mecânico e mera reprodução de palavras e

frases, e, sim, que seja um processo natural que venha priorizar o crescimento e a

formação do leitor crítico e criativo.

Assim, a leitura só se torna livre quando se respeita, ao menos em momentos

iniciais do aprendizado, o prazer ou a aversão de cada leitor em relação a cada livro.

Ou seja, quando não se obriga toda uma classe à leitura de um mesmo livro, com a

justificativa de que tal livro é apropriado para a faixa etária daqueles alunos,

Depreende-se que, apesar dessas acepções de leitura também revelarem o

leitor como ator único de leitura, vão além das acepções anteriores por

considerarem que a compreensão e interpretação de texto dependem do

processamento de informações que o leitor faz e dos seus propósitos ou dos

propósitos do professor e do conhecimento de que dispõe na interação com o texto

e o autor.

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Aponta-se, também, uma perspectiva sociológica na compreensão da leitura,

ou seja, a interação social entre o leitor e o autor por meio do texto. Dessa maneira,

o leitor reconstrói o sentido do texto mediante seu conhecimento de mundo que está

carregado de sistema de valores, crenças e atitudes.

Ler é um processo dinâmico no qual leitor e autor interagem mediados pelo

texto. Quando alguém lê tem a possibilidade de inferir dados e situações, refletindo

após o ato de ler. Através da leitura o leitor pode se colocar no lugar do

personagem, identificando-se com ele. O leitor dá sentido ao texto; pois, a partir das

suas experiências de vida, da sua visão de mundo, ele estabelece várias relações,

completando assim os vazios deixados pelo autor.

Desse modo precisamos prever, para a sala de aula, a finalidade da leitura.

Conhecendo esta finalidade poderemos entender a sua importância, a sua

necessidade, para que ela deixe de ser trabalhada como ato mecânico sem sentido,

sem objetivo. Com esse propósito, este projeto levará para escola a dramatização

como forma de estimular a leitura, elegendo esta como atividade fundamental que

possibilita a formação integral do aluno. E assim, a escola cria condições para que

os alunos leiam, possibilitando a interação, a reflexão e a discussão.

3 METODOLOGIA

Saber ler no mundo competitivo atual é imprescindível para que a pessoa

busque sempre aprimorar seus conhecimentos. E em nossas escolas verifica-se a

falta do gosto pela leitura e a falta de competência na realização da mesma, mas

entende-se que é ela que deve ser a responsável pela formação do leitor

competente por meio do desenvolvimento sistemático e progressivo das habilidades

de leitura, além de incentivar a leitura como prazer e lazer, o que se faz promovendo

o convívio dos alunos com diferentes gêneros de textos.

Ressalta-se que, por meio da leitura, o aluno descobre o prazer de ler e a

satisfação de conseguir expressar por escrito o que sente e pensa; que se

conscientiza do valor do conhecimento e dá asas à imaginação; que entende o

funcionamento da linguagem e desenvolve a capacidade de interpretar a realidade e

de interagir nela.

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Para desenvolver um trabalho de forma que o aluno tenha mais interesse

pela leitura e que a mesma expresse a produção de sentidos, elegemos a estratégia

dramatização de textos.

Com a seleção desse gênero, visa-se à formação de um leitor competente

que saiba compreender as entrelinhas.

4 AVALIAÇÃO OU ACOMPANHAMENTO

A avaliação dar-se-á no decorrer de todo o processo. Será contínua,

diagnóstica e formativa e efetivada em todas as atividades desenvolvidas.

Os alunos serão avaliados com base na sua participação nas atividades, na

apresentação dos resultados das atividades propostas e na contribuição dada aos

colegas, durante discussões promovidas em sala, por meio de observação direta e

controle feito pelo professor.

Serão analisados durante o processo de desenvolvimento do projeto, os

seguintes aspectos:

Interesse do aluno na realização das atividades.

Participação do aluno quando solicitado.

Conclusão das tarefas nos prazos determinados.

Desenvoltura na leitura e interpretação.

Capacidade de transformar texto em gênero dramático.

Participação na elaboração e apresentação das atividades.

5 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se com este trabalho que o aluno perceba que a leitura é de suma

importância na vida e que só por meio dela o cidadão consegue o pleno exercício da

autonomia.

Espera-se, também, que ele sinta estimulado e adquira o prazer, a fruição do

ato de ler e o compromisso com a leitura, bem como perceba a proposta e a

intencionalidade do texto dotando-se da capacidade autônoma de compreensão e

interpretação.

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6 RECURSOS UTILIZADOS

Para o desenvolvimento das atividades elaboradas abaixo, será necessário o

uso de fantoches, TV multimídia, laboratório de informática, internet, textos digitados

ou xerocados, Power point entre outros.

7 CRONOGRAMA

Este Caderno pedagógico será desenvolvido no segundo semestre letivo de

2010. Na Escola Estadual Vila Nilza - Ensino Fundamental com alunos da 7ª. Série.

8 ATIVIDADES

8.1 Primeira Unidade

Objetivo

Refletir sobre a importância da leitura.

Carga horária – 5 horas aulas

Texto - 1 Fragmento

Ler devia ser proibido

Guiomar de Grammon

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para

realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e

ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde

lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de

Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de

cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de

reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante.

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Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados,

perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto

perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode

ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável.

Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos

grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade

quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com

cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria

nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior

parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim,

é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos

para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção.

Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é

devido [...].

In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. p.71-3. Disponível em http://www.jefferson.blog.br/2008/05/ler-devia-ser-proibido-de-guiomar-de.html:Acesso dia 20/04/2010

Atividades

01. Debate sobre os benefícios da leitura:

02. Por que o texto diz que ler deveria ser proibido?

03. Qual é o perigo da leitura?Você concorda com o texto?Ou ele está

propondo o contrário?

04. Elaborar uma propaganda que valorize a leitura (escrita e apresentar para

a turma)

05 Elaborar cartazes com frases sobre a leitura e afixar na comunidade

escolar.

Para o professor: O professor poderá utilizar as questões abaixo ou elaborar

outras de acordo com a realidade da turma trabalhada

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8.2 Segunda Unidade

Objetivo:

Desenvolver a leitura como forma de comunicação.

Carga horária: 8 horas

Para o professor: Essas questões serão de oralidade com o objetivo levar o aluno

ler as entrelinhas do texto.

Atenção! Antes de iniciar esta atividade fazer um estudo do Gênero fábula e de

Gênero dramático (sugere-se que faça em forma de pesquisa).

Texto – Fragmento Urubus e sabiás

Rubem Alves

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam...

Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto,

decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes

cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-

ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver

quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos

outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e

o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um

respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito

bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A

floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os

canários e faziam serenatas para os sabiás [...].

Disponível em www.releituras.com/rubemalves_urubus.asp acesso em 04/05/2010

Atividades

01 Leitura individual e coletiva da fábula

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O2 Debate sobre o texto lido relacionando o tema com a vida cotidiana.

03 Interpretação:

―Ser diplomado‖ significa saber fazer?

Por que os urubus são ditos aves por natureza becadas?

04 Transformar o texto para o gênero dramático para apresentação (atividade que

deverá ser realizada em grupo)

05 Dramatização do texto elaborado.

8.3 Terceira Unidade

Objetivo

Desenvolver a leitura como forma de comunicação por meio da dramatização

de texto.

Carga horária: 8 horas

Para o professor: Antes de iniciar esta atividade fazer um estudo prévio do

gênero apólogo.

Texto - Fragmento

Um Apólogo Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

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— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?[...]

Disponível em http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp - acesso em 07/03/2010.

Atividades

Para o professor: Sugestão: Assistir ao vídeo do apólogo disponível no Youtube

no laboratório de informática da escola. Disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=yDPZ00nC42c. Acesso em: 03/04/2010.

1. Leitura dramatizada do texto, em que um aluno é o narrador e outros três

fazem a fala da agulha, da linha e do alfinete.

2. Dramatização da cena da costureira ajudando a baronesa a vestir-se e

fazendo os últimos acertos no vestido, antes de ela sair para o baile.

3. Fazer um debate sobre a moral do texto Um Apólogo.

4. Escrever um apólogo entre o lápis e a borracha.

5. Reestruturação do texto produzido com os alunos no quadro negro.

Para o professor: Na atividade de dramatização poderão ser utilizados fantoches,

já existentes na escola, ou confeccionado pelos alunos.

8. 4 Quarta Unidade

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Objetivo

Proporcionar a leitura por meio da interpretação dos fatos reais.

Carga horária 8 horas

Texto - Fragmento

Morte do Leiteiro

Fragmento de texto

Carlos Drummond Andrade

Há pouco leite no país é preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, é preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro.

Então o moço que é leiteiro de madrugada com sua lata sai correndo e distribuindo leite bom para gente ruim. Sua lata, suas garrafas, seus sapatos de borracha vão dizendo aos homens no sono que alguém acordou cedinho e veio do último subúrbio trazer o leite mais frio e mais alvo da melhor vaca para todos criarem força na luta brava da cidade.

Na mão a garrafa branca não tem tempo de dizer as coisas que lhe atribuo nem o moço leiteiro ignaro. morador na Rua Namur, empregado no entreposto Com 21 anos de idade, sabe lá o que seja impulso de humana compreensão. E já que tem pressa, o corpo vai deixando à beira das casas uma pequena mercadoria [...].

Disponível em http://poesiaparaninguem.blogspot.com/2007/04/morte-do-leiteiro-carlos-drummond-de.html: acesso em 08/03/2010,

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Atividades

01. Leitura do texto na íntegra pelos alunos.

02. Audição da narração feita pelo próprio autor. http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/#mais- .

03. Uso de dicionário para consultar as palavras desconhecidas.

04. Debate sobre o poema (interpretação oral).

05. Transformar o texto do gênero poético para o gênero dramático.

06. Apresentar a peça (por meio do uso de fantoche)

8.5 Quinta Unidade

Objetivo

Levar o aluno a conhecer sua identidade

Carga horária 10 horas

O caso do espelho

Fragmento

Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de

sapé esquecida nos cafundós da mata.

Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho

pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois gritou,

com o espelho nas mãos:

— Mas o que é que o retrato de meu pai está fazendo aqui?

— Isso é um espelho — explicou o dono da loja.

— Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai.

Os olhos do homem ficaram molhados.

— O senhor... Conheceu meu pai? — perguntou ele ao comerciante.

O dono da loja sorriu. Explicou de novo. Aquilo era só um espelho comum, desses

de vidro e moldura de madeira.

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— É não! — respondeu o outro. — Isso é o retrato do meu pai. É ele sim! Olha o

rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem jeito?

O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o

espelho, baratinho.

Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo

contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da penteadeira [...]

Disponível http://alfabetizacaolp.blogspot.com/2008/11/o-caso-do-espelho-ricardo-azevedo.html: acesso em 03/05/2010

Para o professor: Poderá ser lido em sala o texto: Espelho no cofre, que faz

intertextualidade com ―o caso do espelho‖ In Os 100 melhores contos de humor da

literatura universal. Seleção e tradução de Flavio Moreira da Costa. Rio de Janeiro:

Ediouro, 2001. p. 29-30. Também pode ser encontrado no livro: Projeto Araribá:

Português/obra coletiva, 5ª. Série. Editora Moderna. p. 76

Atividades

(01) Para ler, rir e dramatizar!

(02) Trabalhar questões orais tais como:

a) Qual imagem você faz de si e das pessoas que são próximas.

b) Você costuma julgar os outros sem conhecer?

Para o professor: Se achar necessário pode ampliar as atividades, conforme o

nível da turma.

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REFERÊNCIAS

CHARTIER, Anne-Marie. Leitura escolar: entre pedagogia e sociologia. Revista Brasileira de Educação, ANPEd. 1995 Set./out./nov./dez. nº 0, pp. 17-52. GERALDI, João Wanderley. De como produzir milagres ou “o professor pega um boizinho, rifa e compra livros‖. 5º Congresso de Leitura (COLE). Campinas: UNICAMP, pp. 43-50. 1985 LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Editora Ática. 2001 PETRUCCI, Armando. Ler por ler: um futuro para a leitura. In: CHARTIER, Roger, CAVALLO, Guglielmo (orgs.) Leitura no mundo ocidental. Vol. 2. São Paulo: Ática. 2002 SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradutor: Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artmed Editora. 1998 ZILBERMAN. Formação do leitor infantil. 3º Congresso de Leitura (COLE).

Campinas: UNICAMP, pp. 33-34. ___________________ (coordenadora do Centro de Pesquisas), BORDINI, Maria da Glória (coordenadora do projeto). Guia de leitura para alunos de 1º e 2º graus. São Paulo. 1989 GERALDI, J. W. Prática de leitura de textos na escola. In: Leitura: teoria e prática.

Campinas, (3) MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo, Brasiliense, 1984 . SILVA, Ezequiel T. leitura e realidade brasileira. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1983. ZILBERMAN, Regina (org.) Leitura em crise na escola: as alternativas do

professor. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1982 ABRAMOVICHH, Fany. O estranho mundo que se mostra às crianças. São Paulo: Summus, 1983 HELD, J. O imaginário no poder; as crianças e a literatura fantástica. SP: Summus,

1980 KHÉDE, Sônia S. (org.) Literatura infanto-juvenil; um gênero polêmico. Petrópolis: Vozes, 1983. - LAJOLO, M. e ZILBERMAN, R. Literatura infantil brasileira; história e histórias.

SP: Ática, 1985.

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- LAJOLO, M. Usos e abusos da literatura na escola; Bilac e a literatura escolas

na República Velha. RJ: Globo, 1982. http://www.jefferson.blog.br/2008/05/ler-devia-ser-proibido-de-guiomar-de.html:acesso dia 20/04/2010 www.releituras.com/rubemalves_urubus.asp acesso em 04/05/2010

http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp - acesso em 07/03/2010.

http://www.youtube.com/watch?v=yDPZ00nC42c: acesso em 03/04/2010.

http://poesiaparaninguem.blogspot.com/2007/04/morte-do-leiteiro-carlos-drummond-de.html:acesso em 08/03/2010,

http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/#mais- acesso em 08/03/2010.

http://alfabetizacaolp.blogspot.com/2008/11/o-caso-do-espelho-ricardo-azevedo.html:acesso em

03/05/2010