DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · ... de interação com o meio e com as demais formas de ......
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Fundação Universidade Estadual de Maringá
MATERIAL DIDÁTICO: CADERNO PEDAQGÓGICO
ÁREA: Língua Portuguesa NOME DA PROFESSORA PDE: Rosana Aparecida Santana dos Santos
NOME DO ORIENTADOR: PROF João Bacellar de Siqueira
MARINGÁ 2010
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 Área: Língua Portuguesa
1.2 Professora PDE:Rosana Aparecida Santana dos Santos
1.3 Professor Orientador: Prof Me João Bacellar de Siqueira
1.4 IES Vinculada: Universidade Estadual de Maringá
1.5 NRE: Umuarama
1.6 Escola de Implementação: Escola Estadual Vila Nilza Ensino Fundamental-
Distrito Nilza Iporã Paraná
1.7 Público Objeto da Intervenção: Alunos da 7ª. série – Ensino Fundamental
1.8 Projeto: PDE 2009
2. TEMA DE ESTUDO DA INTERVENÇÃO:
A FORMAÇÃO DO LEITOR COMPETENTE
3. TITULO:
A LEITURA ALÉM DA PALAVRA
4. MATERIAL DIDÁTICO SELECIONADO:
CADERNO PEDAGÓGICO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO _________________________________________________ 6
2. CONCEPÇÕES DE LEITURA _____________________________________ 7
3. METODOLOGIA _______________________________________________ 9
4. AVALIAÇÃO __________________________________________________ 10
5. RESULTADOS ESPERADOSCURSOS _____________________________ 10
6. RECURSOS UTILIZADOS _______________________________________ 10
7. UNIDADES ___________________________________________________ 11
7.1.Primeira Unidade ____________________________________________ 11
7.2. Segunda Unidade ____________________________________________ 12
7.3. Terceira Unidade ____________________________________________ 14
7.4. Quarta Unidade _____________________________________________ 15
7.5. Quinta Unidade_______________________________________________ 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________ 19
APRESENTAÇÃO
Este Caderno Pedagógico faz parte do projeto de intervenção pedagógica na
escola e contém atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional Turma-
2009, tendo como proposta a formação do leitor competente.
A escolha por esta temática surgiu pela constatação a respeito da falta de
interesse pela leitura que os alunos apresentam na escola, bem como pelas
dificuldades de interpretação de texto, entre outros.
Ao visualizar este problema, entende-se que a disciplina de Língua
Portuguesa tem o compromisso de intervir neste contexto, buscando nas atividades
de leitura e interpretação de textos, usando como estratégia a dramatização de
texto, como meio para solucionar esse problema e, assim, desenvolver nos alunos o
gosto e o hábito pela leitura, a fim de formar leitores competentes e críticos,
munidos, dessa forma, de habilidades fundamentais para exercer o papel de
cidadãos.
O caderno está organizado em cinco unidades, trazendo atividades de leitura
reflexão, interpretação de vários gêneros textuais dando maior enfoque ao gênero
dramático de textos.
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1 INTRODUCÃO
Este Caderno Pedagógico aborda questões relativas à leitura no ensino
fundamental considerando que a leitura na escola tem sido fundamentalmente, um
objeto de ensino, onde o objetivo maior é formar cidadãos capazes de compreender
os diferentes sentidos dos textos com os quais se defrontam. Para que esse objetivo
seja alcançado é necessário que a escola do Ensino Fundamental ofereça materiais
de qualidade e práticas de leitura eficazes, desmistifique a prática da leitura somente
em sala de aula e tão somente quando o professor solicita que os alunos façam.
Na aprendizagem da leitura é preciso entender que ler não é simplesmente
decodificar letras em sons, mas, sim, a descoberta de um universo novo de
conhecimentos até então desconhecidos, ler é aprender um novo conceito de vida
social, de interação com o meio e com as demais formas de vida.
E, para essa aprendizagem, a escola precisa buscar novas formas de
estimulação para professores e alunos, onde seja primordial a prática sadia da
leitura, não como instrumento para cômputo de notas, mas, sim, como objeto de
satisfação pessoal, de descoberta, de conhecimento, de valorização, de superação
frente ao novo, e esses aspectos sejam compartilhados com toda a sociedade,
ficando ao alcance de todas as camadas sociais.
E esse estímulo para a leitura por meio de dramatização é uma forma muito
pessoal de comunicar através de uma personagem que se assume, de uma história
que lhe dá sentido e de uma criança que lhe dá vida e que faz porque vivencia a sua
versão do texto.
Dessa forma, desenvolver um trabalho com leitura usando como estratégia a
dramatização de textos é uma maneira de tornar mais concreta a leitura do mundo
de materializar conceitos, bem como permitir uma maior compreensão da realidade
pela representação dos fatos.
A leitura começa a partir do contexto social em que vivemos, pela percepção
dos sentidos dos textos, das nossas relações com os outros e com o mundo. A
escola exerce um importante papel nesse processo de ensino-aprendizagem do
educando, funcionando como um espaço socializador do conhecimento. Baseado
nessa afirmação, este trabalho procura desenvolver atividades por meio de leitura,
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debates, atividades variadas e da dramatização de textos como instrumento da
produção de sentidos.
2 CONCEPÇÕES DE LEITURA
Inicia-se a problematização e a leitura por meio da questão: O que é ler?
Para Solé (1998, p. 22) a leitura ―é um processo de interação entre o leitor e o texto;
neste processo tenta-se satisfazer [obter uma informação pertinente para] os
objetivos que guiam sua leitura‖. (grifos da autora)
Segundo a autora, essa definição porta várias consequências. Em primeiro
lugar, envolve a presença de um leitor ativo que processa e examina o texto. Implica
que sempre deve existir um objetivo para guiar a leitura.
Em segundo lugar, dependendo do objetivo da leitura, a interpretação pode
ser diferente. É o leitor que constrói o significado do texto, isto é, não é o texto que
em si mesmo não tem significado, mas o significado de um texto para um leitor não
é uma réplica do significado que o autor quis lhe dar e, sim, uma construção que
envolve o texto, os conhecimentos prévios do leitor e seus objetivos.
Além disso, a estrutura de um texto varia, isto é, um conto, um romance
policial, um relatório de pesquisa possuem diferenças quanto à forma como se
organiza a informação escrita, obrigando o leitor a conhecê-las para compreender a
informação de modo adequado. Por isso é necessário que tenha conhecimentos
básicos de vários gêneros textuais.
Desta maneira, para ler necessitamos, simultaneamente, manejar com
destreza as habilidades de decodificação e aportar ao texto os nossos objetivos,
ideias e experiências prévias; precisamos nos envolver em um processo de previsão
e inferência contínua, que se apóiam na informação proporcionada pelo texto e na
nossa própria bagagem, e em um processo que permita encontrar evidências ou
rejeitar as previsões e inferências antes mencionadas.
Assim, as propostas de ensino baseadas nesse modelo enfatizam o
reconhecimento global de palavras a partir das habilidades de decodificação das
palavras, compreensão do sentido do texto e interpretação Centra-se, portanto, no
leitor capaz de leitura compreensiva e interpretativa.
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Assim, o leitor utiliza simultaneamente seu conhecimento do mundo e seu
conhecimento do texto para construir uma interpretação sobre aquele. (Solé, 1998,
p. 24).
Consequentemente, a leitura é um processo de construção do significado que
implica no reconhecimento de que o significado não está somente no texto, mas é
gerado pelo leitor a partir da sua interação com a informação do texto. Portanto, o
leitor constrói e reconstrói o significado interagindo com o texto. Isso leva a aceitar a
possibilidade de que diferentes leitores compreendem um mesmo texto de formas
diferentes sem que indique que uns compreenderam e outros não ou que cada leitor
entendeu algo totalmente diferente do outro.
Geraldi (1984) complementa esse conceito defendendo que a leitura é um
processo de interlocução entre leitor/autor mediado pelo texto. O autor deu uma
significação ao texto, imaginou seus interlocutores, mas não domina sozinho o
processo de leitura de seu leitor, pois este reconstrói o texto na sua leitura,
atribuindo-lhe a sua significação. É por isso que se pode falar em leituras possíveis e
em leitor maduro, isto é, em leitor que construiu a sua maturidade ao longo da
intimidade com muitos e muitos textos, que a ―cada nova leitura desloca e altera o
significado de tudo o que já leu, tornando mais profunda sua compreensão dos
livros, das gentes e da vida‖. (LAJOLO, 1982, p. 53, apud GERALDI, 1984, p. 80)
Em outro trabalho, Lajolo (2001) salienta que a prática de leitura na escola
deve estimular a participação do aluno no que diz respeito à leitura com liberdade
para que a mesma não se torne um ato mecânico e mera reprodução de palavras e
frases, e, sim, que seja um processo natural que venha priorizar o crescimento e a
formação do leitor crítico e criativo.
Assim, a leitura só se torna livre quando se respeita, ao menos em momentos
iniciais do aprendizado, o prazer ou a aversão de cada leitor em relação a cada livro.
Ou seja, quando não se obriga toda uma classe à leitura de um mesmo livro, com a
justificativa de que tal livro é apropriado para a faixa etária daqueles alunos,
Depreende-se que, apesar dessas acepções de leitura também revelarem o
leitor como ator único de leitura, vão além das acepções anteriores por
considerarem que a compreensão e interpretação de texto dependem do
processamento de informações que o leitor faz e dos seus propósitos ou dos
propósitos do professor e do conhecimento de que dispõe na interação com o texto
e o autor.
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Aponta-se, também, uma perspectiva sociológica na compreensão da leitura,
ou seja, a interação social entre o leitor e o autor por meio do texto. Dessa maneira,
o leitor reconstrói o sentido do texto mediante seu conhecimento de mundo que está
carregado de sistema de valores, crenças e atitudes.
Ler é um processo dinâmico no qual leitor e autor interagem mediados pelo
texto. Quando alguém lê tem a possibilidade de inferir dados e situações, refletindo
após o ato de ler. Através da leitura o leitor pode se colocar no lugar do
personagem, identificando-se com ele. O leitor dá sentido ao texto; pois, a partir das
suas experiências de vida, da sua visão de mundo, ele estabelece várias relações,
completando assim os vazios deixados pelo autor.
Desse modo precisamos prever, para a sala de aula, a finalidade da leitura.
Conhecendo esta finalidade poderemos entender a sua importância, a sua
necessidade, para que ela deixe de ser trabalhada como ato mecânico sem sentido,
sem objetivo. Com esse propósito, este projeto levará para escola a dramatização
como forma de estimular a leitura, elegendo esta como atividade fundamental que
possibilita a formação integral do aluno. E assim, a escola cria condições para que
os alunos leiam, possibilitando a interação, a reflexão e a discussão.
3 METODOLOGIA
Saber ler no mundo competitivo atual é imprescindível para que a pessoa
busque sempre aprimorar seus conhecimentos. E em nossas escolas verifica-se a
falta do gosto pela leitura e a falta de competência na realização da mesma, mas
entende-se que é ela que deve ser a responsável pela formação do leitor
competente por meio do desenvolvimento sistemático e progressivo das habilidades
de leitura, além de incentivar a leitura como prazer e lazer, o que se faz promovendo
o convívio dos alunos com diferentes gêneros de textos.
Ressalta-se que, por meio da leitura, o aluno descobre o prazer de ler e a
satisfação de conseguir expressar por escrito o que sente e pensa; que se
conscientiza do valor do conhecimento e dá asas à imaginação; que entende o
funcionamento da linguagem e desenvolve a capacidade de interpretar a realidade e
de interagir nela.
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Para desenvolver um trabalho de forma que o aluno tenha mais interesse
pela leitura e que a mesma expresse a produção de sentidos, elegemos a estratégia
dramatização de textos.
Com a seleção desse gênero, visa-se à formação de um leitor competente
que saiba compreender as entrelinhas.
4 AVALIAÇÃO OU ACOMPANHAMENTO
A avaliação dar-se-á no decorrer de todo o processo. Será contínua,
diagnóstica e formativa e efetivada em todas as atividades desenvolvidas.
Os alunos serão avaliados com base na sua participação nas atividades, na
apresentação dos resultados das atividades propostas e na contribuição dada aos
colegas, durante discussões promovidas em sala, por meio de observação direta e
controle feito pelo professor.
Serão analisados durante o processo de desenvolvimento do projeto, os
seguintes aspectos:
Interesse do aluno na realização das atividades.
Participação do aluno quando solicitado.
Conclusão das tarefas nos prazos determinados.
Desenvoltura na leitura e interpretação.
Capacidade de transformar texto em gênero dramático.
Participação na elaboração e apresentação das atividades.
5 RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se com este trabalho que o aluno perceba que a leitura é de suma
importância na vida e que só por meio dela o cidadão consegue o pleno exercício da
autonomia.
Espera-se, também, que ele sinta estimulado e adquira o prazer, a fruição do
ato de ler e o compromisso com a leitura, bem como perceba a proposta e a
intencionalidade do texto dotando-se da capacidade autônoma de compreensão e
interpretação.
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6 RECURSOS UTILIZADOS
Para o desenvolvimento das atividades elaboradas abaixo, será necessário o
uso de fantoches, TV multimídia, laboratório de informática, internet, textos digitados
ou xerocados, Power point entre outros.
7 CRONOGRAMA
Este Caderno pedagógico será desenvolvido no segundo semestre letivo de
2010. Na Escola Estadual Vila Nilza - Ensino Fundamental com alunos da 7ª. Série.
8 ATIVIDADES
8.1 Primeira Unidade
Objetivo
Refletir sobre a importância da leitura.
Carga horária – 5 horas aulas
Texto - 1 Fragmento
Ler devia ser proibido
Guiomar de Grammon
A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para
realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e
ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde
lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de
Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de
cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de
reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante.
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Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados,
perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto
perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode
ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável.
Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos
grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade
quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com
cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria
nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior
parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim,
é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos
para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção.
Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é
devido [...].
In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. p.71-3. Disponível em http://www.jefferson.blog.br/2008/05/ler-devia-ser-proibido-de-guiomar-de.html:Acesso dia 20/04/2010
Atividades
01. Debate sobre os benefícios da leitura:
02. Por que o texto diz que ler deveria ser proibido?
03. Qual é o perigo da leitura?Você concorda com o texto?Ou ele está
propondo o contrário?
04. Elaborar uma propaganda que valorize a leitura (escrita e apresentar para
a turma)
05 Elaborar cartazes com frases sobre a leitura e afixar na comunidade
escolar.
Para o professor: O professor poderá utilizar as questões abaixo ou elaborar
outras de acordo com a realidade da turma trabalhada
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8.2 Segunda Unidade
Objetivo:
Desenvolver a leitura como forma de comunicação.
Carga horária: 8 horas
Para o professor: Essas questões serão de oralidade com o objetivo levar o aluno
ler as entrelinhas do texto.
Atenção! Antes de iniciar esta atividade fazer um estudo do Gênero fábula e de
Gênero dramático (sugere-se que faça em forma de pesquisa).
Texto – Fragmento Urubus e sabiás
Rubem Alves
Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam...
Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto,
decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes
cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-
ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver
quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos
outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e
o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um
respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito
bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A
floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os
canários e faziam serenatas para os sabiás [...].
Disponível em www.releituras.com/rubemalves_urubus.asp acesso em 04/05/2010
Atividades
01 Leitura individual e coletiva da fábula
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O2 Debate sobre o texto lido relacionando o tema com a vida cotidiana.
03 Interpretação:
―Ser diplomado‖ significa saber fazer?
Por que os urubus são ditos aves por natureza becadas?
04 Transformar o texto para o gênero dramático para apresentação (atividade que
deverá ser realizada em grupo)
05 Dramatização do texto elaborado.
8.3 Terceira Unidade
Objetivo
Desenvolver a leitura como forma de comunicação por meio da dramatização
de texto.
Carga horária: 8 horas
Para o professor: Antes de iniciar esta atividade fazer um estudo prévio do
gênero apólogo.
Texto - Fragmento
Um Apólogo Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
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— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?[...]
Disponível em http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp - acesso em 07/03/2010.
Atividades
Para o professor: Sugestão: Assistir ao vídeo do apólogo disponível no Youtube
no laboratório de informática da escola. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=yDPZ00nC42c. Acesso em: 03/04/2010.
1. Leitura dramatizada do texto, em que um aluno é o narrador e outros três
fazem a fala da agulha, da linha e do alfinete.
2. Dramatização da cena da costureira ajudando a baronesa a vestir-se e
fazendo os últimos acertos no vestido, antes de ela sair para o baile.
3. Fazer um debate sobre a moral do texto Um Apólogo.
4. Escrever um apólogo entre o lápis e a borracha.
5. Reestruturação do texto produzido com os alunos no quadro negro.
Para o professor: Na atividade de dramatização poderão ser utilizados fantoches,
já existentes na escola, ou confeccionado pelos alunos.
8. 4 Quarta Unidade
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Objetivo
Proporcionar a leitura por meio da interpretação dos fatos reais.
Carga horária 8 horas
Texto - Fragmento
Morte do Leiteiro
Fragmento de texto
Carlos Drummond Andrade
Há pouco leite no país é preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, é preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro de madrugada com sua lata sai correndo e distribuindo leite bom para gente ruim. Sua lata, suas garrafas, seus sapatos de borracha vão dizendo aos homens no sono que alguém acordou cedinho e veio do último subúrbio trazer o leite mais frio e mais alvo da melhor vaca para todos criarem força na luta brava da cidade.
Na mão a garrafa branca não tem tempo de dizer as coisas que lhe atribuo nem o moço leiteiro ignaro. morador na Rua Namur, empregado no entreposto Com 21 anos de idade, sabe lá o que seja impulso de humana compreensão. E já que tem pressa, o corpo vai deixando à beira das casas uma pequena mercadoria [...].
Disponível em http://poesiaparaninguem.blogspot.com/2007/04/morte-do-leiteiro-carlos-drummond-de.html: acesso em 08/03/2010,
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Atividades
01. Leitura do texto na íntegra pelos alunos.
02. Audição da narração feita pelo próprio autor. http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/#mais- .
03. Uso de dicionário para consultar as palavras desconhecidas.
04. Debate sobre o poema (interpretação oral).
05. Transformar o texto do gênero poético para o gênero dramático.
06. Apresentar a peça (por meio do uso de fantoche)
8.5 Quinta Unidade
Objetivo
Levar o aluno a conhecer sua identidade
Carga horária 10 horas
O caso do espelho
Fragmento
Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de
sapé esquecida nos cafundós da mata.
Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho
pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois gritou,
com o espelho nas mãos:
— Mas o que é que o retrato de meu pai está fazendo aqui?
— Isso é um espelho — explicou o dono da loja.
— Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai.
Os olhos do homem ficaram molhados.
— O senhor... Conheceu meu pai? — perguntou ele ao comerciante.
O dono da loja sorriu. Explicou de novo. Aquilo era só um espelho comum, desses
de vidro e moldura de madeira.
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— É não! — respondeu o outro. — Isso é o retrato do meu pai. É ele sim! Olha o
rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem jeito?
O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o
espelho, baratinho.
Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo
contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da penteadeira [...]
Disponível http://alfabetizacaolp.blogspot.com/2008/11/o-caso-do-espelho-ricardo-azevedo.html: acesso em 03/05/2010
Para o professor: Poderá ser lido em sala o texto: Espelho no cofre, que faz
intertextualidade com ―o caso do espelho‖ In Os 100 melhores contos de humor da
literatura universal. Seleção e tradução de Flavio Moreira da Costa. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2001. p. 29-30. Também pode ser encontrado no livro: Projeto Araribá:
Português/obra coletiva, 5ª. Série. Editora Moderna. p. 76
Atividades
(01) Para ler, rir e dramatizar!
(02) Trabalhar questões orais tais como:
a) Qual imagem você faz de si e das pessoas que são próximas.
b) Você costuma julgar os outros sem conhecer?
Para o professor: Se achar necessário pode ampliar as atividades, conforme o
nível da turma.
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REFERÊNCIAS
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Campinas: UNICAMP, pp. 33-34. ___________________ (coordenadora do Centro de Pesquisas), BORDINI, Maria da Glória (coordenadora do projeto). Guia de leitura para alunos de 1º e 2º graus. São Paulo. 1989 GERALDI, J. W. Prática de leitura de textos na escola. In: Leitura: teoria e prática.
Campinas, (3) MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo, Brasiliense, 1984 . SILVA, Ezequiel T. leitura e realidade brasileira. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1983. ZILBERMAN, Regina (org.) Leitura em crise na escola: as alternativas do
professor. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1982 ABRAMOVICHH, Fany. O estranho mundo que se mostra às crianças. São Paulo: Summus, 1983 HELD, J. O imaginário no poder; as crianças e a literatura fantástica. SP: Summus,
1980 KHÉDE, Sônia S. (org.) Literatura infanto-juvenil; um gênero polêmico. Petrópolis: Vozes, 1983. - LAJOLO, M. e ZILBERMAN, R. Literatura infantil brasileira; história e histórias.
SP: Ática, 1985.
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- LAJOLO, M. Usos e abusos da literatura na escola; Bilac e a literatura escolas
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http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp - acesso em 07/03/2010.
http://www.youtube.com/watch?v=yDPZ00nC42c: acesso em 03/04/2010.
http://poesiaparaninguem.blogspot.com/2007/04/morte-do-leiteiro-carlos-drummond-de.html:acesso em 08/03/2010,
http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/#mais- acesso em 08/03/2010.
http://alfabetizacaolp.blogspot.com/2008/11/o-caso-do-espelho-ricardo-azevedo.html:acesso em
03/05/2010