DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · bem como superar a indiferença e intervir de forma...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
CADERNO DIDÁTICO
Xangô Oxum
NATUREZA E RELIGIOSIDADE NO CONTEXTO DAS CULTURAS NEGRAS E
SUA APREENSÃO NOS MEIOS ESCOLARES
CLICEU ANTUNES PEREIRA
FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS D E PARANAGUÁ
PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - SEE D/PARANÁ
CLICEU ANTUNES PEREIRA
PROFª ORIENTADORA: DRª EULÁLIA MARIA A. DE MORAES
NATUREZA E RELIGIOSIDADE NO CONTEXTO DAS CULTURAS NEGRAS E
SUA APREENSÃO NOS MEIOS ESCOLARES
PARANAGUÁ
2010
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 3
2 A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL .............................................................. 4
2.1 A RESISTÊNCIA DO NEGRO CONTRA A ESCRAVIDÃO: O SURGIMENTO
DOS QUILOMBOS ............................................................................................. 5
3 AS LEIS ABOLICIONISTAS EM PROL DA LIBERTAÇÃO DOS NEGROS
NO BRASIL ....................................................................................................... 7
4 AS CONTRIBUIÇÕES DO NEGRO PARA A CULTURA E SOCIED ADE BRA-
SILEIRA ............................................................................................................. 10
5 A HERANÇA DA RELIGIOSIDADE NEGRA NO BRASIL ............................... 14
6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES ....................................................................... 20
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 30
3
1 INTRODUÇÃO
No século XIX foi abolida a escravidão no Brasil e com ela tentou-se extirpar
lembranças e heranças do passado escravista. A despeito da forte presença afro-
descendente no Brasil até início do século XX, a mestiçagem, vista sob o viés da
biologia era considerada sinônimo de atraso do país. Atualmente, em um mundo
cada dia mais globalizado; um mundo de barreiras raciais, geográficas, culturais e
econômicas tênues, a mestiçagem vem sendo condição valorizada. Desta forma,
buscamos na temática transversal, para o Ensino de História, as manifestações
culturais afro-brasileiras: os ritos religiosos, a musicalidade e o espírito da natureza
presentes na afrobrasilidade do século XXI. Buscando desenvolver a capacidade,
dos alunos, de se posicionarem diante de questões que interferem na vida coletiva,
bem como superar a indiferença e intervir de forma responsável.
Em conformidade com a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais é
necessário esclarecer que a problemática didático/pedagógica e a metodologia é
uma adaptação às diretrizes curriculares nacionais que asseguram a Escola seu
papel social. Nesse sentido, proceder ao estudo e análise das heranças das
manifestações culturais afro-descendente no Brasil é levar os alunos de Ensino
Fundamental e Médio do Colégio Estadual Senhorinha de Moraes Sarmento a refletir
sobre questões sociais na perspectiva de cidadania; é situá-los como sujeito dessa
história multiétnica e multicultural; é trabalhar o respeito às diferenças e refletir a
comunhão com a natureza que a religiosidade primitiva cultua em uma perspectiva
antropológica.
A abordagem pedagógica e didática deve ser direcionada ao educando
priorizando contextos que abordem conhecimentos úteis e esclarecedores que
enalteçam a figura de grandes heróis. O presente material de estudo desta Unidade
Didática tem por objetivo trabalhar os aspectos da cultura e religiosidade dos povos
ou etnias africanas na 2ª série do Ensino Fundamental no sentido da reconstrução
da História da África.
Em nossa sociedade, os modos de vida são marcados pela transformação de
modelos familiares, onde o trabalho da mãe, a precariedade econômica, ou ainda, o
desemprego dos pais, a situação marginal de indivíduos como o negro, servem de
amparo às transformações que as crianças sofrem ao longo de sua infância. É na
escola que se buscam respostas que justifiquem este amadurecimento precoce, não
linear, de crises vivenciadas por este mal-estar de violência e desespero.
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2 A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL
A escravidão negra no Brasil teve início na primeira metade do século XVI por
causa da produção de açúcar. Segundo Pinsky (1985), o negro foi trazido para
preencher o papel de força de trabalho compulsório numa estrutura que se
organizava em função disso. Os negros eram originários da Grande Guiné, Angola e
outras zonas da África Oriental. O desembarque dos negros dava-se assim que o
negro chegava a um dos portos de destino no Nordeste, Norte ou no Rio de Janeiro,
áreas de grande demanda de escravos nos séculos XVI e XVII. A partir do século
XVII para o XVIII o tráfico passa a ser uma atividade em si, explicada internamente
pela maior demanda de escravos e, ao nível do sistema colonial, como um todo,
pela necessidade de acumulação.
O transporte dos negros era feito nos porões dos navios negreiros, onde eles
viajavam em condições desumanas e amontoados. Muitos morriam antes de chegar
ao Brasil. Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana e eram
obrigados a seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho de açúcar.
Logo que os escravos chegavam ao Brasil, eram separados do seu grupo
cultural africano e misturados com outros de tribos diversas. Seu papel era o de
servir de mão-de-obra para seus senhores, caso contrário, poderiam sofrer castigos
violentos.
A escravidão negra foi implantada no Brasil durante o século XVII e se
intensificou entre os anos de 1700 e 1822, sobretudo pelo grande crescimento do
tráfico negreiro. O apogeu do afluxo de escravos negros ocorreu entre 1701 e 1810,
quando 1.891.400 africanos foram desembarcados no país (MUNDO DA
EDUCAÇÃO, 2010).
O tráfico negreiro é considerado uma das maiores tragédias da história da
humanidade. Durou séculos e tirou da África subsaariana milhões de homens e de
mulheres que foram arrancados de suas raízes e deportados para três continentes:
Ásia, Europa e América (MUNANGA, 2006).
O negro foi trazido para exercer o papel de força de trabalho compulsório
numa estrutura que estava se organizando em função da grande lavoura. Nas
fazendas de açúcar ou nas minas de ouro, os escravos eram tratados da pior forma
possível. Eles trabalhavam muito e recebiam apenas trapos de roupa e uma
alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas acorrentados
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para evitar fugas e eram constantemente castigados fisicamente (MUNANGA, 2006).
Desde muito cedo a África tornou-se um campo de pilhagens e grande parte
do seu devassamento geográfico está subordinado aos interesses dos traficantes de
escravos. As populações africanas passaram a ser mercadoria de exportação. As
principais nações da África haviam transformado o tráfico em empresa comercial
supridora da mão-de-obra, os produtores das colônias tinham de estar subordinados,
direta ou indiretamente, ao supridor de escravos (MOURA, 1988).
O negro era oriundo do Golfo da Guiné e da Angola e mesmo sendo forçado a
vir para o Brasil trouxe com ele deuses africanos que aqui fizeram a sua nova
morada. Os negros sofreram intensas e severas torturas e para impedir sua fuga das
fazendas eram utilizadas diversas mutilações no escravo como: cortar suas mãos,
as orelhas e o tendão de Aquiles, bem como, utilizar a castração, a amputação dos
seios, a extração dos olhos e a fratura dos dentes. Os negros também eram
cobertos com melado, amarrados e depois ateados sobre o formigueiro (BARBEIRO,
1978).
2.1 A RESISTÊNCIA DO NEGRO CONTRA A ESCRAVIDÃO: O SURGIMENTO DOS QUILOMBOS
Mesmo sofrendo tantas torturas, o negro pode comemorar com a intervenção
de seu herói Zumbi, o qual liderou a única luta Revolucionária de libertação
opressora até hoje já ocorrida no Brasil. Isso ocorreu no Estado de Alagoas no
século XVII, onde Zumbi desenvolveu a República de Palmares com 800 casas: ali
viviam negros, índios e alguns brancos, o maior núcleo era o de macacos. No local,
existiam 1.500 casas, com uma população de oito mil habitantes. Palmares
negociava com os produtores agrícolas recebendo em troca armas e munições.
Zumbi foi vencido por Domingos Jorge Velho em 1692 e executado em 1695, vítima
da traição de um ex-soldado de Palmares sua luta se refletiu na única e real tentativa
de extinguir a escravidão negra no Brasil.
Deste acontecimento, ao negro fica o incentivo a resistência e ao verdadeiro
combate ao racismo, uma mensagem de que o negro não veio ao Brasil porque quis,
não recebeu chicotadas porque gostava, não escolheu este sofrimento e
humilhação, mas foi deixado sem amparo por uma dita liberdade decretada em 13
de maio de 1888, e que resultou na discriminação e opressão deste na sociedade
brasileira.
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Entendemos que ainda hoje a sociedade brasileira vive sob a forte influência
da herança escravocrata, que tinha e tem por tradição, pouco se voltar para a
valorização das heranças deixadas por costumes ou por crenças de um povo
remanescente das Senzalas e das Quilombolas. Esta postura de negação que a
nossa cultura também é filha, ou ainda, descendente da religião e da cultura oriunda
das veias africana são fatos comprovados na História da escravidão negra no Brasil.
Reconhecer que ao valorizar os grandes feitos heróicos de lideranças negras
como Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares, iremos com isto, finalmente resgatar a
identidade destes grupos étnicos, trazendo a eles o vigor da autoestima, que
estavam sendo escondidas pelo ensino oficial brasileiro. Com isto, o nosso
educando irá dentro deste contexto, motivar-se a somar forças em prol da luta dos
indígenas e da sociedade negra, sob a bandeira de suas raízes culturais, religiosas
e artísticas, vivenciadas na ferocidade da sua paixão étnica.
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3 AS LEIS ABOLICIONISTAS EM PROL DA LIBERTAÇÃO DOS NEGROS NO BRASIL
O projeto da Lei do Ventre Livre foi proposto pelo gabinete conservador
presidido pelo visconde do Rio Branco em 27 de maio de 1871. Durante a
elaboração do referido projeto, os deputados dos partidos Conservador e Liberal
discutiram a proposta. A Lei do Ventre Livre provocou muitas discussões, contudo,
considera-se que a mesma foi um pequeno passo para as futuras conquistas
inerentes à abolição dos escravos. O documento declarava ser de condição livre os
filhos de mulher escrava que nascessem desde a data da lei, libertos os escravos da
Nação e outros, e providencia sobre a criação e tratamento daqueles filhos menores
e sobre a libertação anual dos escravos (BONAVIDES, 1997).
A tutela concedida pela referida mostrava-se configurada como um
mecanismo de controle da mão-de-obra, não apenas dos ingênuos, crianças
nascidas livres de mães escravas após a Lei do Ventre Livre, mas também sobre
outras categorias, como: crianças, órfãs, pobres e/ou desvalidas no século XIX.
Segundo Zero (2005) a tutela era usada basicamente para as crianças de posses,
como forma de garantir a gerência do menor e de seus bens no caso da falta de seu
pai. Dar um tutor aos filhos menores só se tornava necessário por morte dos pais,
pois caso viesse à mãe a falecer, o pai ficava como natural administrador dos bens
dos menores, não se colocando assim a questão da tutoria. Por outro lado, se o pai
no seu testamento deixava designada à pessoa que devia assumir o papel do tutor,
a sua decisão era acatada pelo juiz de órfãos. Na maioria de suas cláusulas, a lei se
pautava mais na teoria do que na prática e mais uma vez os escravos se viam na
situação de cativo e sem muito ou pouco a reivindicar.
Em 1885 foi aprovada a Lei Sexagenária, que libertava os escravos com mais
de 60 anos de idade. Essa lei praticamente não alterou em nada a história, pois
poucos escravos conseguiam atingir essa idade. A Lei Sexagenária provocou
descontentamentos dos cafeicultores. Segundo Hollanda (2000), no recenseamento
de 1872 muitos agricultores haviam aumentado a idade de seus escravos para
burlarem a rematrícula de 1872, escondendo os ingênuos introduzidos por
contrabando, após a Lei Eusébio de Queiroz. Dessa forma, numerosos negros
robustos jovens eram legalmente sexagenários. Seus proprietários tentaram anular a
libertação sob a alegação de que fomos enganados em 1872.
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A Lei Áurea promulgada em 1888 declarou extinta a escravidão no Brasil.
Segundo Bonavides (1997) a Lei não teve como preocupação fixar as comunidades
na terra e garantir as terras nas quais já viviam, reconhecida pelas próprias leis dos
dominantes. O mesmo autor sustenta que a Lei Áurea foi assinada já num contexto
histórico de absoluta falta de sustentação do movimento escravista, que vinha
sofrendo diversos revezes com as demais leis promulgadas. A extinção do tráfico
africano determinou uma profunda inflexão na experiência de cativeiro como até
então se apresentava para os cativos residentes no país, bem como para aqueles
que estavam envolvidos na administração do controle social dos escravos.
Após a abolição iniciou-se o trabalho livre. Contudo, as dificuldades se
acentuavam a cada dia. Os fazendeiros passaram a enfrentar muitas dificuldades
em decorrência da substituição da mão escrava pela livre.
Mesmo assim, a escravidão continuou a ser a principal forma de trabalho
durante o século XIX, tanto nas áreas agro-exportadoras como naquelas dedicadas
à cultura de subsistência. O longo período de servidão devia-se ao fato de que os
escravos eram os únicos que trabalhavam quer nas cidades quer no campo. Este
fato ficou evidente quando os senhores de engenho procuraram outros
trabalhadores para exercer o trabalho escravo.
Contudo, após o fim da escravidão, muitos fazendeiros continuaram usando
estratégias para manter o trabalho escravo. O trabalho escravo mostrou uma
realidade excludente e que mesmo após a abolição, os negros não se viram em
situação favorável em relação aos demais. Isso evidencia o profundo período que se
instalou entre o Brasil colônia cuja realidade foi pontuada pela intensificação do
trabalho escravo, até os dias atuais, pois, sabe-se que no Brasil este tipo de
exploração ainda não acabou.
Apesar da abolição dos escravos, ter sido há muito tempo, ainda hoje no
Brasil e no mundo, se faz necessário discutir este assunto. A história ao longo do
tempo mostra que o negro, sempre foi perseguido. No Brasil até início do século XX,
a mestiçagem, era vista como algo inferior, ruim. O cotidiano escolar poderá revelar
uma inclinação, para corresponder ao padrão branco/europeu negligenciando os
valores referentes às matrizes africanas, podendo levar à acentuação do estigma de
ser inferior. Essas ações preconceituosas conduzem a um processo de
despersonalização dos caracteres africanos, o que dificulta e, em alguns casos,
inviabiliza a inserção da criança no sentimento de pertença ao espaço escolar,
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comprometendo a sua autoestima, impossibilitando-a de ter um autoconhecimento
individual ou cultural, pois esses dois níveis estão diretamente ligados a condições
desvalorizadoras atribuídas pelo grupo dominante.
O processo educativo pode ser uma via de acesso ao resgate da autoestima,
da autonomia e das imagens distorcidas, pois a escola é ponto de encontro e de
embate das diferenças étnicas, podendo ser instrumento eficaz para diminuir e
prevenir o processo de exclusão social e incorporação do preconceito pelas crianças
negras.
Hoje finalmente pelos próprios princípios legais da Lei 10.639/03 se estuda a
cultura e a religiosidade africana como uma importante via de informação capaz de
nos revelar origem de nossa identidade cultural que até então era desprezada. Esta
transformação hoje colocada em prática vai facilitar informações que nos
possibilitam desvendar e conhecer a história de etnias culturais africanas que fazem
parte da nossa História cultural étnica e racial.
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4 AS CONTRIBUIÇÕES DO NEGRO PARA A CULTURA E SOCIED ADE BRASILEIRA
As contribuições dos africanos trazidos ao Brasil foram de três ordens:
econômica, demográfica e cultural. No plano econômico, os negros serviram como
força de trabalho, fornecendo a mão-de-obra necessária às lavouras de cana-de-
açúcar, algodão, café e mineração. Os negros ajudaram no povoamento do Brasil.
Até 1830, os negros constituíam 63% da população total, os brancos 16% e os
mestiços 21%. A partir da abolição do tráfico negreiro, acompanhada pela extinção
da escravidão em 1888, a população negra decresceu sensivelmente por causa das
más condições de vida que eles viviam. No plano cultural os negros contribuíram na
arte visual, na dança, na música, na arquitetura e no campo da religiosidade
(MUNANGA, 2006).
Os negros foram de fundamental importância para a formação da cultura e do
povo brasileiro. Na língua brasileira existem diversas palavras oriundas da língua
africana. Os negros também trouxeram para o Brasil animais e plantas que aqui não
havia, como: dendê, galinha d’angola, entre outros (MUNDO DA EDUCAÇÂO,
2010).
O negro africano contribuiu para o desenvolvimento populacional e econômico
do Brasil e tornou-se, pela mestiçagem, parte inseparável de seu povo. Os africanos
espalharam-se por todo o território brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de
criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de
café e áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e
cultural do Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas,
alimentação e vestimentas.
Na música, a contribuição apareceu com o samba, gênero musical binário,
que representa a própria identidade musical brasileira. De nítida influência africana,
o samba nasceu nas casas de baianas que emigraram para o Rio de Janeiro no
princípio do século. O primeiro samba gravado foi Pelo telefone, de autoria de
Donga e Mauro de Almeida, em 1917. Inicialmente vinculado ao carnaval, com o
passar do tempo o samba ganhou espaço próprio. A consolidação de seu estilo
verifica-se no final dos anos 20, quando desponta a geração do Estácio, fundadora
da primeira escola de samba. Grande tronco da MPB, o samba gerou derivados,
como o samba-canção, o samba-de-breque, o samba-enredo e, inclusive, a bossa
nova.
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A capoeira foi outra contribuição. É uma dança de luta, ritualizada e estilizada,
que tem sua própria música e é praticada principalmente na cidade de Salvador,
estado da Bahia. É uma das expressões características da dança e das artes
marciais brasileiras. Evoluiu a partir de um estilo de luta originário de Angola. Nos
primeiros anos da escravidão havia lutas permanentes entre os negros e quando o
senhor de escravos as descobria, castigava ambos os bandos envolvidos. Os
escravos consideravam essa atitude injusta e criavam "cortinas de fumaça" por meio
da música e das canções, para esconder as verdadeiras brigas. Ao longo dos anos,
essa prática foi sendo refinada até se converter em um esporte sumamente atlético,
no qual dois participantes desfecham golpes entre si, usando apenas as pernas, pés
calcanhares e cabeças, sem utilizar as mãos. Os lutadores deslizam com grande
rapidez pelo solo fazendo estrelas e dando espécies de cambalhotas. O conjunto
musical que acompanha a capoeira inclui o berimbau, um tipo de instrumento de
madeira em forma de arco, com uma corda metálica que vai de uma extremidade à
outra. Na extremidade inferior do berimbau há uma cabaça pintada, que funciona
como caixa de som. O músico sacode o arco e, enquanto ressoam as sementes da
cabaça, toca a corda tensa com uma moeda de cobre para produzir um tipo de som
único, parecido com um gemido.
Na comida, a marca africana é profunda, sobretudo na Bahia, em pratos como
vatapá, caruru, efó, acarajé e bobó, com largo uso de azeite-de-dendê, leite de coco
e pimenta. São ainda dessa região a carne-de-sol, o feijão-de-corda, o arroz-de-
cuxá, as frigideiras de peixe e a carne-seca com abóbora, sempre acompanhados
de muita farinha de mandioca. A feijoada carioca, de origem negra, é o mais
tipicamente brasileiro dos pratos.
Essas contribuições nem sempre são reconhecidas por falha na formação de
nossa sociedade, o projeto pde mostra muito bem isso quando fala por exemplo que
desde a mais tenra idade a criança é ensinada, tanto em casa quanto na escola a ter
padrões brancos, o exemplo das bonecas e das lendas são perfeitos para ilustrar tal
falha. sabe-se hoje que a cultura negra é riquíssima em lendas e histórias, porém
mesmo de posse desse conhecimento muitos educadores e muitos pais não passam
isso para as crianças não dando a elas a oportunidade de assistir vídeos como
"kiriku e a feiticeira" que é um ótimo exemplo da cultura e das lendas africanas.
talvez por essa falha na infância é que muitos adolescentes e jovens mostram certa
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relutância quando tais temas são apresentados já nas séries finais do ensino
fundamental.
Com base nessas considerações o projeto a ser desenvolvido abre os olhos
da sociedade para o povo negro, para a importância de sua contribuição para a
formação de nossa sociedade, a partir da necessidade de mostrar a cultura do negro
não apenas ao branco mais ao próprio negro, como já foi discutido em outros
momentos, mostrar ao negro sua importância, pois muitas vezes quando ele próprio
faz piada de sua condição não é por ser racista como alguns desavisados insistem
em afirmar, mais é para se sentir menos inferior, talvez para tentar mostrar que não
é atingido pelo preconceito que o cerca todo o tempo e para se mostrar superior, ou
talvez a melhor palavra seja imune, a tantas agressões que seu povo e ele mesmo
vem sofrendo a tanto tempo.
Essas duas questões devem estar no cotidiano de educador(a), ou seja a
interdisciplinaridade ou até multidisciplinariedade como norteadoras desta prática.
Tendo uma visão sistêmica da religiosidade ela se sustentará quando os elementos
da natureza forem reverenciados pela sua importância na conexão com os seres
humanos. Esta relação com o próximo se perpetuara favorecendo uma harmonia da
irmandade que todos somos e pertencemos.
Quem viver só em suas funções de si mesmo nunca terá a felicidade
verdadeira. Isto se aplica em qualquer momento de discriminação feita pelo homem
principalmente no campo da religiosidade. A grande preocupação consiste em
buscar meios de aos poucos podermos ir eliminando este racismo que está instalado
mesmo nos meios escolar e na sociedade como um todo o objetivos discutir temas
ligados às chamadas: O negro cantor, compositor, engenharia Irmãos Rebouças.
Arquitetura africana Pirâmides do Egito, O negro poeta, o negro na literatura, Castro
Alves e outros.
Façamos aqui uma reflexão sobre a noção deste valioso e vivo patrimônio da
cultura dos povos africanos, os quais deveremos passar aos nossos educandos.
Através disso poderão ocorrer debates quando for trabalhado imagens de um povo
que tem sua relação diretamente ligada com a natureza, e ela se manifesta na sua
arte, na sua religiosidade o qual distingue, em outros elementos da vida social do
povo negro como ponto histórico sem os quais não poderíamos entender até mesmo
grande parte do comportamento cultural, artístico e religioso do povo brasileiro.
Temos o conceito clássico do legado que herdamos das gerações passadas dos
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nossos irmãos africanos, onde 47% da nossa população tem descendência ligada as
raízes africanas. É necessário que tenhamos este entendimento cultural relacionado
aos modelos de cultura Africana pois eles servem para que às gerações do mundo
atual e do futuro possam precisar e ter esse ressignificado como um legado que
passou por um processo de proposital de exclusão, mas por ser um grupo étnico
representativo de pessoas de etnia negra possam até mesmo, no campo da sua
religiosidade, ser reconhecida e estudada como é o caso do Candomblé, identificado
como o ponto de partida das manifestações culturais do povo negro.
O Caderno de material didático procurou desenvolver um trabalho direcionado
aos bancos escolares para que sejam mostradas as manifestações culturais do povo
africano, especialmente a arte e a religiosidade. Isso serve para que o aluno possa
se identificar como pertencente a estes objetos de seu próprio mundo cultural.
Assim como possa ter uma noção de seu coletivo e como um elemento que está
devidamente pertencente a este legado cultural, embora seu passado não tenha até
então ter sido revelado a ele. Só assim poderemos estabelecer que novos conceitos
deste patrimônio cultural do qual os brasileiros ainda não compreendem que dele
fazem parte efetivamente. Esta definição didática deste patrimônio cultural
africano, embora não seja conhecido, fazem parte das nossas manifestações diárias
e que este conhecimento, fatalmente facilitará a perpetuação deste grupo de
brasileiros que até então pouco ou quase nada conheciam.
Portanto, é bom que seja ressaltado a necessidade de uma construção de
noções do que é um patrimônio cultural em nossa sociedade e que este, será
justificado pelos herdeiros da história africana um patrimonial vivo o qual através de
sua memória deve ser lembrado e estudado. Mediante a importância desta cultura,
sabemos da preocupação que outras sociedades tiveram e tem em praticar e
divulgar a sua religiosidade, onde aqui destacamos a Grécia na idade antiga: o
mundo greco romano enaltecia seus valores místico-religiosos, não se afastando dos
mesmos, pelo contrário, assim como os Orixás, conduziam o homem dentro dos
valores artísticos, filosóficos e científicos, isto em condições de igualdade a Deus.
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5 A HERANÇA DA RELIGIOSIDADE NEGRA NO BRASIL
Com a vinda dos escravos para o Brasil, seus costumes deram origem a
diversas religiões, tais como o candomblé, que tem milhões de seguidores,
principalmente entre a população negra, descendente dos africanos. Estão
concentradas em maior número nos grandes centros urbanos do Norte, como Pará,
no Nordeste, Salvador, Recife, Maranhão, Piauí e Alagoas, no sudeste, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, e no Rio Grande do Sul. Diferente do
candomblé, que é a religião sobrevivente da África ocidental, há também a
Umbanda, que representa o sincretismo religioso entre o catolicismo, espiritismo e
os orixás africanos.
A religião negra é a mais hostilizada no país, porque a maioria dos brasileiros
não são esclarecidos sobre esta religião, pois a religião africana, como a cultura
africana é uma das mais antigas do mundo, pertencendo o seu primeiro credo ao
animismo, religião antiquíssima em todo o planeta onde os índios de todos os
lugares tinham essa mesma religião mesmo não tendo comunicações entre eles.
Índios americanos, índios da Áustrália (os aborígenes), índios do gelo (esquimós),
todos viam tudo na natureza com vida, com alma (por isso animismo: vem de ânima
(em latim), alma. E por isso mesmo a religião africana tem os seus orixás, que são
os "deuses" de cada elemento da natureza: do fogo, do ar, da água, da terra, entre
outros. Até mesmo na cultura chinesa existem esses elementos, mas em cada lugar
eles têm nomes diferentes, por causa da língua de cada povo. Mas no Brasil,
também por dogmas e crenças das outras religiões; quer queira ou não o catolicismo
e o evangelismo são os mais fortes no país, prevalecendo o monoteísmo. Assim, a
religião africana também é rechaçada por outro motivo: seu desdobramento espírita
que acontece nos rituais religiosos africanos. Portanto, além do preconceito com a
cultura negra também prevalece o preconceito ao espiritismo.
Foi com estes valores de espiritualidade associados à veneração aos
elementos da mãe natureza que os povos africanos iniciaram sua saga histórica
junto às culturas da cana-de-açúcar e trabalho nos garimpos de ouro.
As chamadas Religiões Afro-Brasileiras são as seguintes: o candomblé que é
dividido em várias nações, o batuque, o Xangô do Recife e o Xambá foram trazidas
originalmente pelos escravos. Estes escravos cultuavam seu Deus, e as divindades
chamadas Orixás, Voduns ou inkices com cantos e danças trazidos da África.
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Estas religiões foram perseguidas, pois acredita-se terem o poder para o bem
e o mal. Hoje são consideradas como religiões legais no país, mas mesmo assim,
muitos de seus seguidores preferem dizer que são "católicos" para evitar algum tipo
de discriminação, principalmente na área profissional. Porém, aos poucos, vão
sendo mais bem compreendidos.
Os orixás estão longe de se parecerem com os santos cristãos. As práticas de
culto em terreiros aos Orixás são hoje incorporadas em nossa sociedade como
costumes, onde desta religiosidade se produziu uma cultura que tem características
muito humanas, como podemos constatar: no Candomblé os Orixás são parecidos
com os seres humanos: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes,
maternais, apaixonados, ciumentos, amorosos (SUPER INTERESSANTE, 1995,
p.18).
Lamentavelmente a idéia do movimento do Sincretismo colaborou muito para
a desafricanização dessa cultura no Brasil. O Sincretismo foi um processo nocivo e
venenoso quando aconteceu a avalanche de idéias do Cristianismo, e isto foi
decisivo para a perda da pureza da cultura africana. De modo que se hoje apenas
temos o 1º) Jeje-Nagô; 2º) Jeje-Nagô-Muçulmi; 3º)Jeje-Nagô-Banto; 4º) Jeje-Nagô-
Muçulmi-Banto; 5º) Jeje-Nagô-Muçulmi-Banto-Caboclo; 6º) Jeje-Nagô-Nagô-Banto-
Caboclo-Espírito; 7º)Jeje-Nagô-Muçulmi-Banto-Caboclo-Espírito-Católico. São as
últimas modalidades hoje de Religiosidades de matriz africana que ainda hoje
predominam no Brasil (RAMOS, 2001).
Tudo isto foi decorrente do Sincretismo que fez com que se perdesse o
caráter coletivo dos cultos. Esta transformação foi feita par poder acomodar o lado
prático para a solução de um problema da verdadeira caça aos bruxos
desencadeados pelos Cristãos católicos da época. Portanto, esta perda da
naturalidade das verdadeiras raízes africanas vem ao longo dos séculos provocando
a desafricanização e isto tudo acontece por conta deste cínico e disfarçado modelo
evangelizador do Cristianismo denominado de Sincretismo.
Ramos (2001) apresenta no texto destacado em três pontos: Festividades e
Manifestações Culturais, o Sincretismo Religioso no Brasil e as Grandes Fontes
Culturais. É um breve relato de como as manifestações e festividades culturais
podem exprimir o modo de vida das pessoas destacadas pelas tradições e que
essas em toda a parte do Brasil está caracterizada no período colonial
principalmente nas tradições indígenas e africanas. Ele põe em destaque a
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influência católica onde a natureza está em plena harmonia com a sociedade e
encerra citando algumas festas de cunho popular e cultural no final, e de como estas
se relacionam com os indígenas, africanos e portugueses. O autor destaca como as
festividades e manifestações culturais estão diretamente ligadas ao cotidiano das
pessoas expressas na ordem católica e na influência africana. Destaca ainda, as
manifestações culturais, como o Maracatu em Pernambuco, a Iemanjá, o Nego
Fugido, e as festas associadas às safras agrícolas. O autor destaca o quanto a
influência da natureza pode ditar o cotidiano das pessoas como, por exemplo, está
expressa na evocação de entidades divinas. Num segundo momento ele ressalta a
força religiosa ligada a natureza em especial, demarcações deixadas na natureza
pelos indígenas e africanos. Para encerrar, ele coloca os portugueses, indígenas e
africanos como grandes formadores de cultura por terem contribuído para a
identidade do povo brasileiro ou por suas manifestações culturais e aculturações.
Assim o autor sinteticamente traduz como a força religiosa, a influência da
natureza, e aculturação entre esses povos, africanos, indígenas e portugueses,
estão diretamente ligados na formação da identidade brasileira ora em suas
manifestações culturais ora na expansão das mesmas.
Por sua vez, a religião de origem africana sobrevive no Brasil em meio a uma
descontinuidade da sua tradição teológica e filosófica, em que o absoluto
desconhecimento da sociedade em geral se estende também à seus adeptos e
sobretudo, aos que se intitulam sacerdotes e sacerdotisas da Religião Afro. Dentre
essas religiões africanas, o Candomblé é uma delas. Essa religião foi implantada
pelos ancestrais afro-brasileiros, cientes de sua permanência no Brasil pelos laços
familiares aqui criados e que adaptaram os ritos tradicionais e abolindo outros
contrários à nossa cultura.
O Candomblé é uma religião na qual se busca a felicidade, a saúde, a vida
familiar e social com alegria e dignidade. É uma religião em que nada acontece sem
emoção, ou seja, isso ocorre quando se aguarda a chegada do Orixá e ela é
redobrada quando ele é recebido. Não tem nada a ver com loucura ou alienação,
mas num ideal de transformar os limites da realidade cotidiana em processos de
busca e reencontro de novas dimensões na vida. O Candomblé é uma religião da
natureza. Mar, rios, terra, ar, fogo, chuva, trovões, árvores sagradas e outros
espaços naturais são as marcas da presença do divino na grande proposta original
do culto do Candomblé (BENISTE, 2006).
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A iniciação no Candomblé é um processo de construção de uma identidade
psicológica permanente entre o participante e a entidade, bem ao contrário do
desenvolvimento mediúnico do espiritismo em que o médium renuncia a própria
subjetividade em favor da subjetividade de um desencarnado. Ou seja, no
Candomblé o existe um objetivo principal que é o auto-reconhecimento recíproco
entre o santo e seu filho. A identificação simbólica entre os participantes e os Orixás
não existe apenas no momento privilegiado do transe ritual, mas corresponde a
incorporação psicológica permanente das características do orixá na personalidade
de seus filhos. No Candomblé cada entidade se manifesta através de um conjunto
de temas arquetípicos – a representação/incorporação de forças naturais
personificadas em comportamentos e estórias – que se sucedem durante a
cerimônia. Invocados por meio de danças estáticas e de três tambores cerimoniais
(rum, rumpi e lé), os deuses africanos incorporam em seus filhos, fazendo-os
redramatizar os grandes feitos mítidos e lendas: a luta dos irmãos Ogum e Xangô
PE,o amor de Oxum, a viagem de Oxalufã ao encontro de seu filho Xangô, as
aventuras amorosas de Yansã (BENISTE, 2006).
As entidades são representadas por fundamentos psíquicos de
comportamentos humanos e forças místicas da natureza, e são representadas nos
rituais como identidades sagradas que se manifestam dentro de uma estrutura
mítico-litúrgica de interpretação do mundo.
Os rituais do Candomblé não são uma encenação teatral ou uma catarse
histérica, mas é um ambiente onde atuam forças espirituais são manipuladas e
manipulam os corpos dos participantes, em um espetáculo coreográfico que associa
imagens tema a ritmos determinados.
Os Candomblés estão divididos por nações: jeje, nagô, ketu, angola, fon,
entre outras e cada uma guarda em si formas e expressões próprias de cultuar os
orixás. As nações têm a ver com as particularidades de cada região africana. No
Brasil, o tipo de Candomblé que possui maior número de adeptos é o de ketu,
Nigéria, e a iniciação depende de uma preparação rigorosa com o propósito de
despertar o corpo dos adeptos para a visita das divindades africanas. É a iniciação
compreendida em sua dimensão comunitária, com o propósito de proporcionar
harmonia social e espiritual. Para o Candomblé existem dois espaços de
convivência: o òrun e o aiyé. O òrun é o espaço do sobrenatural, céu para alguns,
paraíso para outros. É um espaço paralelo ao mundo real que coexiste com todos os
18
conteúdos deste. O aiyé é o espaço da via concreta, cotidiana, onde os seres
naturais habitam. As pessoas responsáveis pela organização de todas as funções e
da distribuição do axé, que é a força que assegura a existência dinâmica, que
permite o acontecer e o devir, são a sacerdotisa (iyalorixá; mãe-de-santo) e o
sacerdote (babalorixá; pai-de-santo) que, cercado por mães e pais pequenas(os) e
outras pessoas hierarquicamente importantes, trabalham pela estabilidade do grupo.
Essa distribuição pode ocorrer pelas palavras, gestos, movimentos corporais,
cantigas. A palavra tem papel fundamental porque carrega o sangue branco (saliva,
hálito); ela, então é sagrada, tem axé, tem força a energia vital e emocional. Para
que a palavra do orixá possa ser emitida por uma iniciada, é preciso que passe por
um fundamento, a fim de abrir a sua fala, com o propósito de dar força ao orixá para
emitir seu som particular, um grito que o identificará como ser individual (LODY,
1988).
O santuário do Candomblé, espaço destinado à guarda, fixação, atribuição e
perpetuação do axé, está situado num conjunto físico e mágico com os demais
espaços do terreiro ou da roça. O santuário assume aspecto diferente quando são
realizadas as chamadas obrigações do preceito ou de fundamento.
O corpo é também tema do espaço sagrado, merecendo detalhada atenção.
Tapo importantes e significativos são a cabeça, as mamas, os órgãos genitais, os
pelos, as mãos, enfim, todo o corpo tem um sentido específico. O corpo é um
espaço do culto. Suas partes específicas detêm valores característicos diante dos
preceitos, fundamentos e funções das cerimônias. O corpo é tido como um espaço
que precisa de revitalizações por práticas especiais, objetivando a permanência e
vida do axé. As fotos a seguir apresentadas mostram algumas cerimônias do
Candomblé.
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CERIMÔNIA DO CANDOMBLÉ
Fonte: Cliceu. Fonte: Cliceu
20
6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES
O caderno de material didático traz a possibilidade de divulgação e
valorização da Cultura Afro-Brasileira, o que se faz extremamente necessário, uma
vez que a sociedade brasileira é fortemente influenciada pela cultura negra, embora
muitas vezes, passe despercebida. E os meios escolares são, sem dúvida, as
pontes mais eficazes para a quebra de barreiras e preconceitos, sejam raciais,
sociais, sexuais, religiosos e outros, desde que seja traçado uma estratégia, um
caminho a ser percorrido, de tal forma que seja capaz de desconstruir as idéias e
conceitos pré-concebidas sobre o assunto em questão. Levando em conta esses
aspectos apresentamos a seguir algumas atividades direcionadas aos alunos.
ATIVIDADE 1
RESGATANDO A IDENTIDADE CULTURAL E RELIGIOSA AFRO-B RASILEIRA
Marque com X a resposta certa:
1) Ao cultivarmos nossas tradições responsáveis pela formação da Cultura
Brasileira nós estaremos garantindo a nossa identidade de nação e de povo?
( ) Certa ( ) Errada
2) Coube ao negro o reconhecimento de ser ele o responsável pela contribuição da
cultura que originou as composições musicais que temo ritmos o Olodum, o
Samba, o Pagode, o Frevo, o Axé e a do Rap no Brasil?
( ) Certa ( ) Errada
3) Na sua opinião a herança que lembra a escravidão, trás dificuldades ao Negro
em ser selecionado entre brancos na disputa do mesmo espaço no mercado de
trabalho no Brasil?
( ) Certa ( ) Errada
4) Na sua opinião, é verdadeira as afirmações que se faz em ser as Religiões de
matriz Africana como o Candomblé e a Umbanda em serem responsáveis pelos
males praticados no Brasil?
( ) Certa ( ) Errada
5) É comprovado que as religiões africanas têm práticas constantes de fazer o mal?
( ) Certa ( ) Errada
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6) Você é favorável que o Estado Brasileiro não crie Leis proibitivas no
funcionamento desta prática de culto religioso de natureza africana?
( ) Certa ( ) Errada
7) Sabe-se que o negro escravo sofreu torturas diferenciadas durante 400 anos,
como: amputação de orelhas, pernas, braços, língua, etc. Na sua opinião, pelo
trabalho escravo e por todas estas torturas recebidas por 4 séculos, já não era
hora dos mesmos serem indenizados?
( ) Sim ( ) Não
8) Quais as religiões brasileiras que são resultado da contribuição do negro em
nosso país?
ATIVIDADE 2
CIDADANIA NEGRA
a) Escreva uma narrativa histórica sobre o que você sabe sobre o movimento de
cidadania negra que resultou na conquista das cotas junto aos bancos
universitários do ensino público.
Nesta atividade o professor deverá categorizar as respostas considerando:
a) se o estudante conhece o movimento negro que resultou na conquista das
cotas junto ao Ensino Público Universitário;
b) como ele compreende esse movimento;
c) se esse movimento provocou alguma reação contrária junto a sociedade
brasileira;
d) se para o negro a conquista das cotas junto aos bancos universitários vai ser
o suficiente para que seja definitivamente resgatado a dívida da sociedade
brasileira junto a esta etnia vítima de todo seu sofrimento histórico;
e) se eles conhecem alguns movimentos desumanizados que o negro enfrentou
durante séculos junto a sociedade escravocrata brasileira.
22
ATIVIDADE 3
PRESENÇA DO NEGRO NO BRASIL
a) Selecione apenas três fontes históricas que se relacionam com o tema presença
do negro no Brasil, onde nele o nosso educando destaca as contribuições
Artísticas Africanas: na dança da Capoeira com elemento de resistência do
“escravizado” africano. Esta nova terminologia serve para que nossos educandos
entendam de forma definitiva de que o negro nunca aceitou a sua situação de
escravo no Brasil. Por isso ele lutou, muitos morreram, mas o seu ideal de
liberdade de dignidade e de cidadania permanecem até os dias atuais.
Procure relacionar as fontes históricas selecionadas com a saga dos
escravizados africanos no Brasil considerando os seguintes procedimentos
metodológicos:
1) Abordar os contextos históricos de produção de cada fonte histórica.
2) Se for o caso, abordar o contexto histórico representado por estas fontes.
3) Abordar o contexto histórico do estudante leitor.
As seguintes perguntas poderão nortear esta abordagem:
1) Qual é a natureza dessa fonte histórica? Como ela é?
2) Você reconhece algum sujeito e situação do passado nesta fonte histórica?
Quais?
3) O que estes sujeitos e situações do passado representam para você?
4) Em que conteúdos históricos você incluirá estes sujeitos e situações do
passado?
5) Qual a relação destes sujeitos e situações do passado com a sua vida
cotidiana?
6) Você encontrou algum anacronismo em algumas dessas fontes históricas?
Em quais? Por quê?
IMPORTANTE:
a) Neste momento é fundamental que o professor permita que os educandos
produzam livremente suas referências.
b) Mesmo sofrendo tantas torturas, o negro pode comemorar com a intervenção de
seu herói Zumbi, o qual liderou a única luta Revolucionária de libertação
opressora até hoje já ocorrida no Brasil.
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ATIVIDADE 4
O NEGRO APÓS A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA EM 1888
Para a realização desta atividade, o professor deverá mostrar aos alunos que
a transição do trabalho escravo para o assalariado não foi um processo simples.
Muitos negros libertos do jugo, buscaram nas cidades melhores opções de
sobrevivência, o que levou ao inchaço e o surgimento de novos cortiços e mais
tarde, de favelas. O professor também deverá mostrar que esta mudança provocou
impactos sociais, culturais e econômicos, incluindo a expansão urbano. O professor
deve dividir a turma em grupos de no máximo quatro alunos cada um para facilitar a
busca de informações.
Para a realização desta atividade, o professor deverá sugerir aos alunos uma
pesquisa em várias obras, como:
O racismo na História do Brasil de Maria Luiza Tucci Carneiro.
Ser negro no Brasil de Ana Lúcia Valente
Além de vários sites que versam sobre o assunto.
O objetivo desta atividade é o de ensinar o aluno a pesquisar informações
históricas em livros, jornais e documentos históricos que fornecem dados para
compreensão das transformações do passado e seus impactos no cotidiano.
Ao final da atividade os alunos poderão criar um painel comparando as visões
predominantes da transição que ocorria naquele período e suas conseqüências,
como o inchaço das cidades.
ATIVIDADE 5
O LEGADO RELIGIOSO DOS AFRO-DESCENDENTES
a) Leia o trecho a seguir que mostra porque a crença de que nosso sincretismo foi
fruto apenas de relações pacíficas e cordiais:
Abaixo os santos Expoentes do candomblé baiano não querem mais saber de sincretismo com os católicos
Baixou o espírito da antropologia nos terreiros de candomblé da Bahia. Os
arautos da cultura negra agora batalham intensamente para que os orixás deixem de
24
ser associados a santos católicos, sincretismo que remonta à época da colônia.
Proibidos de realizar seus cultos, os escravos passaram a misturar símbolos da
Igreja aos africanos, como forma de ludibriar seus senhores. A estratégia de
sobrevivência entranhou-se de tal maneira na essência dos cultos que gerou uma
religiosidade peculiar, afro-brasileira, na qual os orixás têm correspondência com os
santos católicos. Uma correspondência, diga-se, totalmente arbitrária. Por exemplo:
o orixá equivalente a São Jorge, o santo guerreiro não é Ogum, a divindade da luta,
e sim Oxóssi, bem mais pacífico, senhor das florestas e da caça. Ao lado dos
estudiosos que defendem o purismo militam algumas das figuras mais influentes dos
terreiros baianos, como Mãe Stella e Mestre Didi.
A revogação do sincretismo, acreditam eles, reforçará a visão de que o
candomblé não é manifestação folclórica ou animista, mas uma religião como
qualquer outra. O outro sentido dessa batalha é retaliar os ataques do clero baiano.
Os padres partiram para a confrontação com o candomblé estimulados por dom
Lucas Moreira Neves. Em 1998, na condição de cardeal-arcebispo de Salvador, dom
Lucas afastou da cidade o bispo negro dom Gílio Felício, que gostava de usar batas
africanas e se mostrava simpático demais com relação às tradições afro-brasileiras.
Até um dos mais tradicionais ritos sincréticos do país não é mais tão sincrético
assim. Antigamente a lavagem da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim acontecia no
seu interior, mas hoje só é permitida nas escadarias. "Da nossa parte, o anti-
sincretismo é também uma questão política", confirma Mestre Didi, sumo sacerdote
do culto aos ancestrais no candomblé.
Mãe Stella, mãe-de-santo do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, foi uma das
primeiras a dar seu apoio ao anti-sincretismo. Ela afirma que o uso de imagens
católicas no terreiro é profanação. "Sincretismo é resquício da escravatura", diz.
"Não precisamos disso." A maior dificuldade dos que desejam um retorno às origens
africanas é fazer com que a idéia chegue à massa dos adeptos. Isso porque no
candomblé não existe comando central. Cada pai ou mãe-de-santo é papa em seu
próprio terreiro – estima-se que haja 2.000 apenas em Salvador. Ou seja,
diferentemente do que acontece na igreja católica, não é possível estabelecer uma
lei que valha em todo lugar. O trabalho dos anti-sincretistas tem de ser de
convencimento, quase de doutrinação. A tarefa é duplamente árdua porque a maioria
dos donos de terreiro acha que interditar a correspondência entre orixás e santos
católicos vai afugentar boa parte dos freqüentadores. Mesmo no terreiro de Mãe
Stella há mães-de-santo que se declaram católicas e vão à missa. Os anti-
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sincretistas terão de bater muito atabaque para que as suas concepções vinguem.
Se é que algum dia vingarão.
b) Após a leitura, analise com seus alunos os seguintes aspectos:
O que o título do livro sugere sobre o imaginário religioso dos colonizadores
europeus católicos no Brasil?
Como e por que ocorreram as primeiras formas de sincretismo religioso no
Brasil?
Por que aqui a religião dos negros se tornou diferente da original africana?
c) No Brasil predomina o candomblé jêje-nagô, resultante da fusão entre essas
duas tradições. Existem no país outros rituais de origem africana? Quais são?
d) Sugira que a turma levante informações sobre os orixás abaixo.
ATIVIDADE 5
ORIGENS – A COR DA CULTURA MOJUBA
a) Iniciar a aula questionando os alunos sobre o significado das palavras: Órum,
Olorum, Oxalá, Ayê, Ododua, Orixás , etc. Questionando também sobre a
influência da cultura africana na cultura brasileira: quais costumes são
preservados ou originaram da cultura africana.
OXOSSI XANGO OXUMARÉ
IANSÃ OXUM IEMANJÁ
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b) Iniciar os temas utilizando os vídeos: Origens: A cor da cultura: mojuba – parte 1,
2 e 3. O Projeto A Cor da Cultura mostra o grupo Olodum como exemplos de
projetos de educação, voluntariado e geração de renda que buscam a inclusão
social do cidadão negro.
Disponível em: HTTP://portaldoprofessor.mec.gov.br/store/recursos/18468/me003648.wmv
Origens: parte 1 [A cor da cultura: mojubá]
Disponível em: HTTP://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/recursos/18470/me003649.wmv
Origens: parte 2 [A cor da cultura: mojubá]
Disponível em: HTTP://portaldoprofessor.mec.gov.br/store/recursos/18472/me003650.wmv
Origens: parte 3 [A cor da cultura: mojubá]
Mostra a religião e tradição dos povos africanos.
c) Responder ou Questionar os alunos sobre as diferenças de costume
apresentados no vídeo com os ensinamentos aprendidos sobre a formação do
mundo, os santos, os costumes, etc. Discutir também os pontos que mais
chamaram a atenção dos alunos.
d) Após esta análise do vídeo cada aluno terá que produzir um texto sobre as
percepções encontradas no vídeo e a relação com a sua formação: familiar,
Fala sobre aspectos da cultura negra, indo de suas origens e representações
passando por suas festas e influências. Esta produção conta também com
entrevistas de pessoas atuantes em algum movimento da cultura negra e estudiosos
da temática. A fita está dividida em assuntos como: origens, fé, meio ambiente e
saúde e influências.
Fala sobre aspectos da cultura negra, indo de suas origens e representações
passando por suas festas e influências. Esta produção conta também com
entrevistas de pessoas atuantes em algum movimento da cultura negra e estudiosos
da temática. A fita está dividida em assuntos como: liberdade e oralidade,
Quilombos, Comunidades e Festas.
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social, local, etc. O texto deve ser postado no blog do aluno. Sugeri o Blogger:
HTTP://www.blogger.com//home
e) Incentivar os alunos para criação de blogs. A ferramenta estimula a escrita,
reflexão, discussão sobre temas diversos, a articulação das idéias, o trabalho
criativo, cooperativo e colaborativo. O aluno passa a ser mais ativo e reflexivo
diante das informações.
f) agora que os alunos já conhecem um pouco mais sobre a religião afro-brasileira
é hora de pesquisa: dividir a turma em grupos, cada grupo deverá pesquisar
sobre um dos orixás abaixo:
• Exú: senhor da comunicação
• Ogum: senhor dos caminhos e do progresso
• Oxossi: o grande caçador, provedor da comunidade
• Ossain: senhor das folhas
• Omolu: dono da Terra
• Oxumaré: serpente- arco-íris
• Xangô: divindade dos raios e dos trovões
• Oya-iansã: deusa guerreira
• Oba: guerreira caçadora
• Yemanjá: mãe universal
• Ewá: educadora ética
• Nana: mãe ancestral
• Oxum: senhora da fertilidade
• Oxalá: senhor da paz
g) Assistir ao filme: Yansan – HTTP://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod 4839
FONTES DE REFERÊNCIAS:
Gênero: Animação Conteúdo adulto
Diretor: Carlos Eduardo Nogueira
Elenco: Milton Gonçalves
Ano 2006
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Yansan e Xangô vieram juntos ao mundo. Um pertence ao outro. Eles morrerão
no mesmo dia.
O resultado da pesquisa deverá ser apresentado em uma wiki, será criado como:
HTTP://www.sitedaescola.com/aulas_inovadoras/ju/tutorial _wiki.doc
h) A pesquisa deverá conter além da “biografia” sobre o Orixá o seu papel na
atualidade, se ele é cultuado e de que forma.
i) Para enriquecer a pesquisa, caso seja possível, os alunos deverão entrevistar
alguns dos religiosos atuantes do candomblé. É interessante discorrer sobre o
significado das vestes e adereços utilizados.
j) Acompanhar a pesquisa de forma que todo o grupo participe, uma sugestão é
criar funções dentro da equipe: pesquisador, iconógrafo, redator, revisor,
diagramador, etc. Cada aluno ficará responsável por pesquisar um item do tema,
mas terá que dominar todo o conteúdo. O avanço e as percepções individuais
sobre a pesquisa devem ser publicados no blog do aluno. Os grupos além de
postar o texto escrito, deverão utilizar imagens, áudios e vídeos sobre a temática
pesquisada.
ATIVIDADE 6
SUGESTÕES DE DOCUMENTOS E DE VÍDEOS
Como exemplo: Abdias do Nascimento na arte e literatura que cito neste
endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch#!v=Rm49WLD1e7k. Esta
contribuição africana além de enaltecer as contribuições negras também contribui
para o seu desenvolvimento social e educativo, aberto ao público estudantil o qual
poderá dar continuidade nesta investigação a qual, serve para que se conserve e
investigue e difunda novos testemunhos artísticos que enaltece a estética, que se
faz presente nas imagens seguintes:
http://www.youtube.com/watch#!v=KTd9IlROM-U, Fotos de Quadros mostrando
estampas africana (retirado do site: //.www.youtube.com) Esta contribuição
representa a arte de “Unity” Monica Stewart, “de Vous a Moil” Isabelle Vital, “Flor
del Desierto” Joadoor. Esta contribuição africana representa a arte da Pintura e
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Escultura Africana, a qual retrata o perfil da alegria representada pelo colorido em
seus movimentos utilizado em seu dia-a-dia.
Além da diversidade africana aqui representadas, também a capoeira criada
como um estilo de dança utilizada para confundir, na defesa corporal, e também para
confundir os senhores e os capitães do mato, elementos repressores do escravo
negro: http://www.youtube.com/watch#!v=w6Au0dz5uSQ. Este vídeo de
documentários retrata a dança da Capoeira de Angola “Come Play With Me Brother”.
Nesta dança é possível notar que o negro precisava de movimentos rápidos,
precisos e mortais, pois quando eles eram apanhados pelos capitães do mato, eles
usavam cachorros filas os quais ao atacar os negros a única chance de defesa para
sua sobrevivência seria na capoeira acertar em um só golpe este animal, pois ao
contrário o negro morreria nas garras deste cão. com
http://www.youtube.com/watch#!v=3vllE0-Xuo0. Neste documentário está retratado
um breve documentário de um Continente que foi propositalmente invisibilizado. Foi
a negação do ser africano por 500 anos junto as Escolas brasileira.
A abordagem pedagógica e didática deve ser direcionada ao educando
priorizando contextos que abordem conhecimentos “úteis”, esclarecedores, e que
principalmente, enalteçam a figura de grandes heróis.
ATIVIDADE 7
O CANDOMBLÉ
Para que este Plano de ação ultrapasse a teoria, e na sua prática se efetive
como uma lógica visível aos olhos dos incrédulos, serão pelos alunos apresentados
as seguintes atividades no meio escolar:
Local: Colégio Estadual Senhorinha de Moraes Sarmento: Ensino
Fundamental e Médio.
• De 02/02/2010 à 02/03/2010
a) Elaboração de um Calendário Mundial Ecumênico e Ambiental:
Plano de ação: cada aluno escolhe uma nacionalidade;
Resultados: o calendário apresenta os elementos da natureza como feriados
nacionais.
b) Conhecer os rituais sagrados do Candomblé:
c ) Plano de ação: os alunos assistirão aos filmes sobre os rituais sagrados do
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Candomblé;
d )- Resultados: pelo processo da pesquisa, os alunos associarão ao toque
musical, ao vestuário e ao alimento oferecido ao Orixá qual elemento da natureza
esta Divindade do Candomblé representa. Os alunos devem produzir um relatório de
tudo que assistiram e leram, para então responderem:
• De 03/04/2010 a 03/05/2010
1º) Do tipo musical do ritual assistido do Candomblé, qual ritmo profano
produziu a cultura brasileira?
• De 04/05/2010 à 04/06/2010
2º) Do alimento oferecido à natureza durante o ritual do Candomblé, qual foi
utilizado como conseqüência, e hoje está presente em nossa culinária?
• De 05/06/2010 à 05/07/2010
3º) Do vestuário usado pela Divindade durante o ritual do Candomblé, qual é
hoje o modelo semelhante que veste o povo brasileiro?
• De 06/08/2010 à 06/09/2010
4º) Dos movimentos da dança dos Orixás, quais foram as consequências
destes movimentos de corpos realizados, e hoje são repetidos pelos brasileiros em
seus passos de dança, ou na prática do esporte, bem como, no gingar e no
confundir os atletas adversários?
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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33