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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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PDE/2009

PRODUÇÃO DIDÁTICO-

PEDAGÓGICA

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IDENTIFICAÇÃO PROFESSOR-PDE: HELENA DA CONCEIÇÃO PEREIRA ÁREA PDE: LÍNGUA PORTUGUESA NRE: CAMPO MOURÃO PROFESSOR ORIENTADOR/IES: MÔNICA LUIZA SOCIO

FERNANDES/FECILCAM IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ NRE: CAMPO MOURÃO

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL LUZIA GARCIA VILLAR-ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: ALUNOS DE 5ª A 8ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICAAPRESENTAÇÃO

O material direciona-se à formação de um grupo de contadores de histórias na Escola Estadual Luzia Garcia Villar-Ensino Fundamental e Médio, do Município de Barbosa Ferraz, do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão do estado do Paraná que será realizado com a participação de 12 alunos.Os trabalhos serão realizados em contra-turno e constarão de estudos sobre a contação de histórias e preparação dos alunos que atuarão em turmas de 5ª série do Ensino Fundamental bem como em outros espaços da comunidade: Creches, escolas municipais, escola especializada (APAE), asilo. O referido trabalho desenvolver-se-á em partes, ficando assim distribuído: No primeiro momento trabalhar-se-á a teoria sobre contação de história e sua evolução desde os primórdios até os dias atuais. Em seguida apresentar-se-ão as histórias aos alunos para a prática da leitura , bem como os estudos sobre tais narrativas e a preparação para que os alunos estejam aptos a realizarem a atividade propriamente dita. Após o contato e a ambientação dos alunos com a história serão

confeccionados materiais a serem utilizados na atividade prática ( adereços, cartazes, trajes, etc).Complementando os trabalhos serão realizados os ensaios das histórias a serem apresentadas.

Concluindo as etapas acontecerão as apresentações para o público anteriormente escolhido.Com relação ao conteúdo, considerando os recursos na escola, serão organizados estudos no laboratório de informática, biblioteca escolar, tv pendrive.

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Quanto às atividades busca-se o incentivo ao hábito da leitura e a prática da contação de histórias, constituindo em elementos de integração entre alunos e professor, de alunos entre si e da difusão entre os setores da comunidade (creches, APAE, asilo, escolas da rede municipal de ensino)

Tais atividades centram-se no eixo da pesquisa, do debate, da síntese e relaboração do conhecimento e privilegiam a participação dos alunos na construção do conhecimento e na escolha da performance que melhor se adeque à história e ao próprio aluno.

Para a realização das atividades utilizar-se-á de textos de apoio, explanação oral pelo professor e de recursos como pendrive, livros, vídeos, pesquisas em laboratório de informática, etc.

Todo o processo de estudos, pesquisas,leituras, ensaios objetiva o exercício da autonomia, da desinibição, da expressão corporal, bem como a oralidade trabalhada de forma clara, com boa entonação e postação de voz.

Enfim, o projeto em sua totalidade visa a formação do aluno leitor, especialmente no cultivo e compromisso de narrar histórias, mantendo viva no imaginário das pessoas essa tradição tão rica e antiga. Também busca a formação da identidade do aluno, considerando o meio em que vive, levando-o a pensar como sujeito histórico capaz de se transformar a si e a realidade que o cerca.

Espera-se sobretudo, que a escola venha a ser um espaço privilegiado para desenvolver o gosto pela leitura e proporcionar o encontro entre leitor e livro.

Helena da Conceição Pereira

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PDE 2009/2010IMPLEMENTAÇÃO COM ALUNOS

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PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

PROJETO DE INTERVENÇÃOPRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

DISCIPLINA: Língua PortuguesaPROFESSORA: Helena da Conceição

Pereira

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TÍTULO

Incentivo à leitura por meio da contação de histórias: uma proposta para alunos do

Ensino Fundamental- 5ª à 8ª Séries

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TEMA

Contação de histórias: uma estratégia no desenvolvimento do gosto pela leitura

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JUSTIFICATIVA• Necessidade de estimular o gosto e o

hábito da leitura, visto que, no cotidiano da escola, há grande dificuldade na implementação desta prática.

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PROBLEMA

De que forma a contação de histórias pode contribuir para a formação de alunos leitores e também interferir na formação de cidadãos conscientes de sua posição de sujeito no meio social em que vivem?

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OBJETIVOS:• Formar cidadãos leitores e conscientes da

importância da leitura como prática social e democrática e como formadora do senso crítico e de cidadania;

• Desenvolver a habilidade da contação de histórias como estímulo ao gosto pela leitura.

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METODOLOGIA

• Atividades teóricas sobre a contação de história desde os primórdios da humanidade até os tempos atuais;

• Pesquisas em biblioteca e na internet sobre essa modalidade;

• Produção de vídeo com os dados da pesquisa;• Apresentação das histórias para os alunos• Roda de leitura e discussão sobre a melhor

forma de apresentar a história;• Preparação de materiais (adereços, roupas,

cartazes etc);• Ensaio para as apresentações;• Apresentações das histórias nos espaços

previamente determinados.

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PÚBLICO ALVO

• Grupo de 12 alunos do Ensino Fundamental - 5ª a 8ª séries

• Alunos de 5ª À 8ª séries do Ensino Fundamental da Escola Estadual Luzia Garcia Villar - Ensino Fundamental e Médio

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PARTICIPANTES E ATIVIDADES

• Aplicação do trabalho com outras instituições:_ Crianças das creches_ Alunos da Escola Municipal Jacira Momesso de

Almeida Peternelli - Ens.Fundamental – 1ª a 4ª séries

_ Alunos da APAE_ Idosos do Asilo• Produção de textos de diversos gêneros

apresentando a sua opinião sobre o projeto: relatórios, desenhos, reescrita da história, texto de opinião,paródias, outros.

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INTERAÇÃO COM OUTRAS DISCIPLINASEDUCAÇÃO ARTÍSTICA:• Confecção de adereços, cartazes relacionados às

narrativas;• Desenhos interpretativos dos textos;• Teatro, dança, musical;• Pesquisa sobre o tipo de histórias que os alunos gostam.EDUCAÇÃO FÍSICA:• Trabalhar expressão corporal e facial com os alunos.HISTÓRIA:• Pesquisa sobre as narrativas orais e as influências de

outros povos nas narrativas brasileiras;• Criar a linha do tempo destacando a época e os povos que

cultivaram o hábito das narrativas orais;• Observar a modificação de uma mesma história em

decorrência da evolução da sociedade (relacionar a produção ao contexto).

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GEOGRAFIA:• Construção de mapas dos países onde os povos cultuavam as

narrativas orais;• Diferenciação folclórica determinada pela localização geográfica

de diversos povos.

MATEMÁTICA:• Levantamento de dados sobre a prática de ouvir histórias

contadas considerando as fontes: pais, professores, avós, outros parentes, outros e nuca ouviu;

• Confecção de gráficos dos resultados obtido pela pesquisa.INGLÊS:• Pesquisa sobre as histórias contadas nos países de língua inglesa.CIÊNCIAS:• Hábitos alimentares presentes nas histórias e as contradições

propostas com relação ao tipo de alimento.

ENSINO RELIGIOSO:• Que lição podemos aprender com a história? Que valores nos são

apresentados?

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IMPLEMENTAÇÃO COM OS ALUNOS

Histórico sobre Contação de Histórias

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Desde do início da história das civilizações,observou-se que o homem se utilizou das mais diversas formas de linguagem para relatar sua existência, seu cotidiano e sua vida, seja por meio de desenhos, de ilustrações gravadas em rochas, seja por objetos descobertos por arqueólogos em suas escavações

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Esses vestígios, além de sua importância histórica, também serve para firmar uma das características importantes da humanidade, a necessidade de se comunicar através de histórias. Podemos, portanto, afirmar que os contadores de histórias nasceram com a humanidade e essa arte encontra-se tão arraigada no interior do ser humano que perpassa tempo e espaço permanecendo viva até os dias de hoje.

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“ Os povos primitivos ou qualquer agrupamento humano, alheios à disciplina do ler e escrever, nem por isso deixam de compor seus cantos, suas lendas, suas histórias e exemplificam suas experiências e sua moral com provérbios, adivinhações, representações dramáticas - vasta herança literária transmitida dos tempos remotos, de memória em memória, de boca em boca.” (MEIRELES, 1984, p.19)

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Portanto, se observarmos a história notamos que, desde o homem das cavernas que, ao voltar de suas caçadas, se reunia aos seus e ao redor do fogo narrava os acontecimentos do dia de forma atraente e histórica. Concluímos, dessa forma, que a contação de histórias vem dos tempos mais remotos e das regiões mais longínquas como a África, a Índia, a Grécia, o Egito e a palestina.

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ATIVIDADE 1 PARA O GRUPO DE ALUNOS

_ Após apresentação do histórico sobre a contação de histórias:

• Discutir sobre o que foi apresentado;• Questionar a respeito das histórias

ouvidas na família;

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EM GRUPOS• Entrevistar pessoa idosa da

comunidade e buscar informações sobre histórias passadas de pais para filhos;

• Mostrar a importância da pessoa idosa (avós, tios, pessoas da comunidade);

• Compartilhar com o grupo uma história ouvida na entrevista

• Acrescentar ao vídeo todas as informações colhidas, bem como as histórias ouvidas, as fotos etc.

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AS NARRATIVAS ORAIS NO BRASILNo Brasil, as narrativas orais trazem

características dos três povos que mais marcaram a cultura de nosso país: o indígena, o africano e o português. Esses povos trouxeram para nosso país seus cantos, suas danças, suas cantigas de ninar, suas anedotas, sua lendas, suas histórias de guerras, de heróis, de amores.

Dessa forma podemos estabelecer um forte vínculo entre a arte de contar história e a própria história do Brasil. A cada história contada ou ouvida é possível refazer o percurso da história do povo brasileiro, na sua busca de expressar e compreender o sentido de ser, de pertencer, de estar vivo: as alegrias e dores, as incertezas e inquietudes diante dos fenômenos da natureza e dos fatos da vida cotidiana, o mistério de sua origem e de seu destino.

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ATIVIDADES 2PESQUISA NO LABORATÓRIO DE

INFORMÁTICA:Em grupos:• A Cultura oral e os povos indígenas;• A cultura oral e os povos portugueses;• A cultura oral e os povos africanos. *Apresentação do resultado da pesquisa

(oral);*Inclusão das informações do resultado da

pesquisa no vídeo.

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Apresentação para o grupo de alunos das histórias que serão trabalhadas

_ Chapeuzinho Vermelho – fonte: Historinhas para crianças, do site: http://www.feijo.com

_ A Menina e o Pássaro Encantado – Rubem Alves

_ Causo – O que há de melhor nesta vida ((Do Livro: O Ofício do contador de Histórias de Gislayne Do Livro: O Ofício do contador de Histórias de Gislayne

Avelar Matos e Inno SorsyAvelar Matos e Inno Sorsy))

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Chapeuzinho Vermelho

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, que tinha esse apelido pois desde pequenina gostava de usar chapéus e capas desta cor.

Um dia, sua mãe pediu:- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que

estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela? - Claro, mamãe. A casa da vovó é bem pertinho!- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para

nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.

- Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as

borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto... Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:- Onde vai, linda menina? - Vou à casa da vovó, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E você, quem é?O lobo respondeu:- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para proteger criancinhas como você.- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que tem um

lobo mau andando por aqui.- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranqüila, que vou na frente retirando todo perigo que

houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mamãe nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.E o lobo respondeu:- Este será nosso segredo para sempre...E saiu correndo na frente, rindo e pensando:

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(Aquela idiota não sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Uhmmm! Que delícia!)

Chegando à casa da vovó, Chapeuzinho bateu na porta:- Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando

com aquela voz tão estranha... Chegou até a cama e viu que a vovó estava mesmo muito doente. Se não fosse a touquinha da vovó, os óculos

da vovó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que fique boa logo, vovó, e volte a ter sua

voz de sempre.- Obrigada, minha netinha (disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).Chapeuzinho não se conteve de curiosidade, e perguntou:- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?- É prá te olhar melhor, minha netinha.- Mas, vovó, por que esse nariz tão grande?- É prá te cheirar melhor, minha netinha.- Mas, vovó, por que essas mãos tão grandes?- São para te acariciar melhor, minha netinha.(A essa altura, o lobo já estava achando a brincadeira sem graça, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela

menina não parava de perguntar...)- Mas, vovó, por que essa boca tão grande?- Quer mesmo saber? É prá te comer!!!! - Uai! Socorro! É o lobo!A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atrás dela, pertinho, quase conseguindo pegar.Por sorte, um grupo de caçadores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua atenção.

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Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.Todos já iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:- Acho que o lobo devorou minha avozinha. - Não se desespere, pequenina. Alguns lobos desta espécie engolem seu jantar inteirinho, sem

ao menos mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...Com um enorme facão, o caçador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de lá tirou a vovó

inteirinha, vivinha.- Viva! Vovó!E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a vovó, que já não se lembrava

mais de estar doente, caiu na farra. "O lobo mau já morreu. Agora tudo tem festa: posso caçar borboletas, posso brincar na

floresta."FIM

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A MENINA E O PÁSSARO ENCANTADORubens Alves

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o

pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos

lugares estranhos e longínquos por onde voava.Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão...“Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo é maravilhosamente branco e puro,

brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre

os galhos das árvores. Trouxe em minhas penas um pouco do encanto que eu vi , como presente para

você...”E assim ela começava a cantar canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira.

Até queela adormecia, e sonhava...

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O QUE HÁ DE MELHOR NESTA VIDA

Certa vez, Peroun, o grande deus de Podlachie, estava mergulhado em profunda reflexão sobre a felicidade da

raça humana. Deus, deuses e fadas vieram juntar-se a ele. Peroun então disse ao Deus do amor_ Seja nosso juiz, o que há de melhor nesta vida?_ Eu penso ser o amor.Mas a deusa da beleza interrompe-o e disse, 4enquanto alisava suas longas tranças:_ Ah, não! O melhor dessa vida é o charme, a graça.Muitos outros deuses vieram dar sua opinião, e Peroun ouviu muitas opiniões diferentes. De repente o grande deus levantou sua cabeça branca e chamou a deusa da morte, que até então...

(Do Livro: O Ofício do contador de Histórias de Gislayne Avelar Matos e Inno Sorsy)

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ATIVIDADE 31ª Parte

Estudos sobre a história• Roda de leitura• Discussão sobre a história

(compreensão):_ Como são os personagens da história( física e psicologicamente)?_ Como são os espaços onde circulam as

personagens da história?_ Como se desenrola a História?

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_Que imagens posso criar a partir da audição da história?_Que palavras na história são mais enfáticas,

têm o melhor ritmo, a maior musicalidade, a mais bela sonoridade?

_Percepção de detalhes, de possibilidades que ajudem em maior compreensão e memorização da história.

_Que relação podemos estabelecer dessas histórias com sua história de vida?

_Você se identifica com algum dos personagem? Qual? Por quê?

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2ª Parte: Trabalhar com os alunos:• Entonação da voz• Dicção• O ritmo• Expressão corporal e facial• Gestos e movimentos• Improvisação• Interação e memorização• Escolha de trilhas sonoras

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3ª parte Confecção de cenários e adereços:• Máscaras;• Vestimentas;• Cenário;• Adereços: penas coloridas,

gaiola,mapas• Cartazes, banners etc.

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PREPARAÇÃO PARA A CONTAÇÃO

• Exercícios de respiração, de relaxamento, de concentração;

• Exercícios para aquecer a voz;

• Exercícios para conhecer a voz;

• Exercícios de entonação, de articulação;

• Exercícios de improvisação;

• Exercícios de expressão corporal e facial;

• Ensaios com os alunos.

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FINALIZAÇÃO_ Contação das Histórias nos locais previamente determinados.

_ Produção de um documentário em vídeo de todo material pesquisado durante a implementação.

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REFERÊNCIAS

• BUSATO, Cléo. A arte de contar histórias no século XXI: tradição e ciberespaço. Petrópolis, vozes,2006

• COELHO, Betty. Contar histórias: uma arte sem idade.São Paulo, Ática,2008• G e H. PAPASHVILY apud FOX, Geof e GIRARDELLO, Gika. Baús e chaves da

narração de histórias. ed. 4 _ Florianópolis: Sesc/SC, 2008.• MACHADO, Regina. Acordais: fundamentos teórico-poéticos da arte de contar

histórias. São Paulo, DCL,2004• MATOS, Gislayne Avelar e SORSY, Inno. A palavra do contador de histórias.

São Paulo, Martins Fontes, 2005. • ______. O ofício do contador de histórias. São Paulo, Martins Fontes, 2007.• MEIRELES, Cecília. Problemas da Literatura Infantil. São Paulo. ed. 3 Summus

1979.• PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua

Portuguesa, Curitiba, 2008.

PÁGINAS DA WEB site: http://www.feijo.com, acesso em 28/07/2010 às 15:30 horas