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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

LUIZ FERREIRA BOMFIM

CADERNO TEMÁTICO

ASTRONOMIA BÁSICA PARA PROFESSORES DE CIÊNCIAS

LONDRINA

2010

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

2

LUIZ FERREIRA BOMFIM

CADERNO TEMÁTICO

ASTRONOMIA BÁSICA PARA PROFESSORES DE CIÊNCIAS

Caderno Temático apresentado à Secretaria de Estado

da Educação do Paraná, como requisito parcial ao PDE -

Programa de Desenvolvimento Educacional, pela UEL

– Universidade Estadual de Londrina e NRE - Núcleo

Regional da Educação de Londrina, na área de Ciências.

Orientadora: Profª MsC Patricia de Oliveira Rosa da

Silva.

LONDRINA

2010

3

SUMÁRIO

1. IDENTIFICAÇÃO ..................................................................................................... 5

2. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

3. UNIDADES DE MEDIDAS ASTRONÔMICAS .......................................................... 7

3.1. ANO-LUZ .............................................................................................................. 8

3.2. UNIDADE ASTRONÔMICA ................................................................................... 9

4. SISTEMA SOLAR ................................................................................................... 10

4.1. ORIGEM DO SISTEMA SOLAR ........................................................................... 11

4.2. O SOL .................................................................................................................. 11

3. ÓRBITAS DOS ASTROS ......................................................................................... 13

4.4. OS PLANETAS DO SISTEMA SOLAR ................................................................. 17

4.5. MERCÚRIO ......................................................................................................... 18

4.6. VENUS ................................................................................................................ 19

4.7. TERRA ................................................................................................................ 19

4.8. MARTE ............................................................................................................... 22

4.9. JÚPITER .............................................................................................................. 23

4.10. SATURNO ......................................................................................................... 24

4.11. URANO ............................................................................................................. 25

4.12. NETUNO ........................................................................................................... 25

5. PLANETAS ANÕES ................................................................................................ 26

5.1. CERES ................................................................................................................. 28

5.2. PLUTÃO .............................................................................................................. 29

5.3. HAUMEA ............................................................................................................ 30

5.4. MAKEMAKE ....................................................................................................... 31

5.5. ÉRIS .................................................................................................................... 31

6. ASTERÓIDES ......................................................................................................... 32

7. ESTRELAS ............................................................................................................. 33

8. VIA LÁCTEA ......................................................................................................... 34

9. GALÁXIAS ............................................................................................................ 35

9.1. GALÁXIAS ELÍPTICAS ....................................................................................... 36

9.2. GALÁXIAS ESPIRAIS ......................................................................................... 36

9.3. GALÁXIAS LENTICULARES .............................................................................. 37

9.4. GALÁXIAS IRREGULARES ................................................................................ 37

4

10. AGLOMERADOS ................................................................................................. 38

10.1. O GRUPO LOCAL .............................................................................................. 38

10.2. SUPERAGLOMERADOS .................................................................................... 39

11. UNIVERSO ........................................................................................................... 40

12. VIAGEM ESPACIAL ............................................................................................. 41

13. O BRASIL NA ERA ESPACIAL ............................................................................. 50

14. ASTRONOMIA NO COTIDIANO .......................................................................... 51

15. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51

16. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 52

5

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1. Professor PDE: Luiz Ferreira Bomfim.

1.2. Área: Ciências.

1.3. NRE: Londrina.

1.4. Município: Ibiporã-PR.

1.5. Professora Orientadora: Profª. Ms. Patrícia de Oliveira Rosa da Silva.

1.6. IES Vinculada: Universidade Estadual de Londrina – UEL.

1.7. Escola de Implementação: Colégio Estadual do Jardim San Rafael - Ibiporã-PR.

1.8. Público: Professores de Ciências.

2. INTRODUÇÃO

Este caderno tem como objetivo contribuir como um referencial teórico para o ensino

de Astronomia. Trata-se de uma atualização dos conhecimentos astronômicos de modo a

fortalecer a prática docente em sala de aula, buscando amenizar a lacuna existente entre a

formação inicial dos professores de Ciências e as dificuldades encontradas por eles nas aulas,

ao se depararem com conceitos básicos de Astronomia. A abordagem utilizada busca destacar

que a Astronomia não é uma ciência fragmentada ou isolada que acontece somente no céu,

levando o professor a se envolver com os conteúdos de forma a estimular as suas curiosidades

e um novo olhar para o ensino/aprendizagem de Astronomia no dia-a-dia da escola.

Desde a antiguidade, período em que os conhecimentos eram repassados aos jovens

através da família ou pelos “chefes das comunidades“ até os dias atuais, o conhecimento

adquirido, inclusive o astronômico, vem sendo transmitido ao longo do tempo, cada vez

tomando proporções devidas, a fim de satisfazer a necessidade humana com a criação de

escolas em todos os países do mundo.

6

A Educação no Brasil surgiu de um interesse privado, onde o dever de

educar cabia apenas às famílias, portanto era privilégio de poucos. Até o

século XVIII, a educação brasileira era caracterizada pela presença dos

Jesuítas e o ensino tinha como ênfase a religião. Os Jesuítas foram os

pioneiros em ensinar conhecimentos astronômicos no Brasil a partir da

“escola de ler e escrever” e mais tarde com os “colégios”, deram grandes

contribuições para a Astronomia e o seu ensino, e para as Ciências em geral.

(QUEIROZ, 2008, p. 25).

A importância do estudo da Astronomia deve estar intimamente ligada à educação

escolar, pois é por meio dela que cientistas e professores procuram explicar os diversos

fenômenos observados no universo. Tal importância se confirma nas Diretrizes Curriculares

de Ciências para o Ensino Fundamental da rede pública paranaense, que considera o estudo da

Astronomia como Conteúdo Estruturante.

De acordo com esse documento, o objeto de estudo da disciplina de Ciências é o

conhecimento científico que resulta da investigação da natureza, entendendo natureza como

um conjunto de elementos interligados que constitui o Universo e sua complexidade

(PARANÁ, 2008). Desse ponto de vista, o ensino de Astronomia ganha destaque como

conteúdo estruturante da disciplina o qual se integra com outros que se somam para formar o

currículo da disciplina. O conceito de conteúdo estruturante é dado como “conhecimentos de

grande amplitude que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar,

considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino”.

(PARANÁ, 2008, p. 63). As diretrizes apresentam para o ensino/aprendizagem da

Astronomia, os seguintes conteúdos básicos: Universo, Sistema Solar, movimento celestes e

terrestres, astros, origem e evolução do Universo e gravitação universal, enfatizando-os como

conceitos necessários para o entendimento das questões astronômicas.

Caniato (1990) afirma que uma das tarefas mais importante do educador é a de mostrar

aos educandos a relevância do estudo da Astronomia, que abre o “apetite” para o início de

qualquer trabalho na área, trazendo a beleza do Universo atrelado à construção do

conhecimento pela humanidade ao longo dos tempos. Sabemos que a Astronomia está

intimamente ligada a todos os acontecimentos naturais do nosso planeta, seja o problema do

aquecimento global, seja na alteração das marés, seja na força gravitacional do primeiro passo

de uma criança ao lançamento de um satélite e visitas a outros astros do cosmos.

Nessa perspectiva, professores devem estar preparados para lidar com

questionamentos sobre Astronomia vindos de seus alunos. Devem compreender corretamente

os conceitos básicos utilizados nessa ciência e a maneira adequada de usá-los na relação com

7

os demais conteúdos, fazendo com que o aluno possa construir seu conhecimento escolar, a

partir da análise do conhecimento popular refinado pelo conhecimento científico.

A Astronomia oferece um vasto e rico ingrediente para aguçar a curiosidade de

qualquer pessoa na tentativa de compreender o funcionamento do Universo e os fenômenos

observados em nosso planeta e fora dele, questões que devem fazer parte do cotidiano de

educandos e educadores de todos os níveis de ensino, especialmente do ensino fundamental,

ou seja, as tantas curiosidades e busca do conhecimento para a compreensão do ambiente que

os rodeiam.

Os professores, provavelmente, não estejam preparados para responder a estas e outras

questões. Será que o conhecimento científico dos professores está amparado em conceitos

corretos sobre as diversas áreas da Astronomia? Em quais conteúdos os professores

apresentam dificuldades de formulação de conceitos? O que causou essa lacuna na formação

dos professores de Ciências em relação à Astronomia? É através do estudo da Astronomia,

que os professores poderão responder a esses questionamentos e esclarecer dúvidas sobre

essas e outras indagações, tendo como base o desenvolvimento dessa ciência, sua evolução

teórica, instrumental e experimental, assim como o avanço tecnológico da humanidade na

construção do seu conhecimento cientifico.

Leite e Hosoume (2007) apresentam a diferença entre a visão cientifica e do senso

comum em seu artigo “Os professores e suas formas de pensar astronomia”. As autoras

destacam alguns aspectos da forma pela qual os professores de Ciências concebem o

Universo, as características de seus elementos e como se articulam no espaço, tendo como

uma das questões fundamentais a constatação de que a compreensão do ensino de astronomia

exige um conhecimento espacial, ou seja, baseado na tridimensionalidade do espaço, diferente

da forma tradicional de verificação de conhecimento. Esse trabalho mostra claramente a

despreparação dos professores na utilização do conhecimento científico em suas atividades

docentes, ou seja, ensina-se Astronomia de forma plana e tradicional nas escolas. Elas

enfatizam que a observação é um dos principais instrumentos para a compreensão dos

conceitos astronômicos e também a necessidade de cursos de formação continuada para os

docentes de Ciências.

3. UNIDADES DE MEDIDAS ASTRONÔMICAS

As medidas utilizadas para o estudo da astronomia são grandes demais para

representarmos com números usados em nosso cotidiano, por este motivo vamos apresentar

8

algumas unidades de medidas que servem como base para o estudo da astronomia. Para

facilitar a leitura de números com uma grande quantidade de dígitos, a ciência se utiliza de

uma forma de escrever estes números através de notação científica.

Na notação científica, podemos escrever a distância seguindo algumas regras,

lembrando que 1 = 100 e 10 = 10

1.

a) Se a distância for menor que 1:

Multiplicamos o número sem a vírgula e multiplicamos por uma base 10 cujo

expoente será o valor correspondente ao número de algarismos à direita da vírgula acrescido

do sinal negativo.

Exemplos:

0,25 = 25 x 10-2

0,00038 = 38 x 10-5

b) Números maiores que 1:

Multiplicamos o número por uma base 10 cujo expoente será o valor correspondente

ao número de zeros a direita do número.

Exemplos:

15.000.000 = 15 x 106

12.800 = 128 x 102

Usualmente, a notação científica separa um número em duas partes: uma decimal,

normalmente entre 1 e 10, e uma potência de 10. Coloca-se, ou desloca-se, a vírgula no

número, contando as casas decimais que ficaram a sua direita que será o valor correspondente

ao expoente da base 10.

Exemplos:

150.000.000 = 15 x 107 = 1,5 x 10

8

300.000.000 = 3 x 108

3.1. ANO-LUZ

Ano-luz é uma unidade de medida que sempre causa confusão nas pessoas,

principalmente nos iniciantes ao estudo da astronomia. Trata-se de uma medida de

comprimento equivalente à distância que um raio de luz percorre em um ano.

Notação Científica é a escrita de números utilizando-se a multiplicação por uma

potência de 10.

9

Para calcular esse valor devemos multiplicar a velocidade de luz, aproximadamente

300.000.000 metros por segundo, pela quantidade de segundos que tem em um ano

31.536.000 segundos que será 9.460.800.000.000.000 de metros ou 9.460.800.000.000 Km. O

valor exato calculado pelos físicos e astrônomos é de 9.460.528.410.545.436,2688 metros.

Mas usualmente é utilizado um valor arredondado de 9,5 trilhões de quilômetros. Utilizando a

notação científica usa-se como unidade de medida ano-luz o valor 9,5 x 1012

km.

Assim como outras medidas de comprimento, o ano-luz também possui suas

subunidades: o a hora-luz, o minuto-luz e o segundo-luz.

Tabela 1 – Submúltiplos ano-luz

1 ano-luz 9.460.528.410.545,4362688 km 9,5 x 1012

km

1 hora-luz 1.080.000.00 km 109 km

1 minuto- luz 18.000.000 km 1,8 x 107 km

1 segundo-luz 300.000 km 3 x 105 km

3.2. UNIDADE ASTRONÔMICA

A unidade astronômica é uma medida de distância importante para o estudo do

Sistema Solar, pois representa a distância média entre a Terra e o Sol. É representada pela

abreviatura de “UA”, sempre em letra maiúsculas, e corresponde a uma distância de

149.597.870,691 km, que em usualmente é arredondado seu valor para 150.000.000 km, ou

seja, 1,5 x 108 km.

Uma unidade astronômica equivale a aproximadamente 499 segundos-luz, ou seja, a

luz leva cerca de 8 minutos e 19 segundos para viajar uma unidade astronômica.

UNIDADE ASTRONÔMICA (UA): é a unidade de medida que representa a distância

média entre a Terra e o Sol.

UA = 150 milhões de km.

Lembrete: Ano-luz é uma medida de distância e não de tempo.

Ano-luz é a distância que um raio de luz percorre durante um ano terrestre.

10

4. SISTEMA SOLAR

É comum observarmos o entardecer como uma linda imagem, os raios do Sol

formando as sombras e penumbras por dentre as nuvens da Terra, o aparecimento da Lua com

seu brilho prateado tornando-se inspiração aos poetas. Porém deixamos escapar um ligeiro

pensamento: O que são os elementos desta imagem? De onde surgiram?

Nos últimos tempos tem-se aprendido muito sobre o Sistema Solar em razão do

aprimoramento dos equipamentos de observação astronômica e o desenvolvimento de sondas

espaciais que rondam a região em torno de nosso planeta enviando informações sobre o

Sistema Solar.

O conjunto formado por uma ou mais estrelas que possuem pelo menos um planeta, e

outros astros celestes, girando ao seu redor, é chamados de Sistema Planetário.

Figura 1 - Pôr do Sol

Crédito: http://pt.wikipedia.org/wiki http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/3ciencias/4sol1.jpg

Sistema Planetário é o conjunto formado por uma ou mais estrelas e com

pelo menos um planeta e demais astros girando ao seu redor.

11

Nosso planeta pertence a um sistema planetário chamado Sistema Solar, que tem como

centro uma estrela, o Sol, possui oito planetas (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter,

Saturno Urano e Netuno) e cinco planetas anões (Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris),

além de dezenas de satélites naturais que giram em torno de quase todos os planetas, um

grande montante de asteróides, cometas e meteoróides vagando por meio de uma enorme

quantidade de poeira e gás.

No sistema Solar existem regiões formadas por uma grande quantidade de rochas

girando em torno do Sol, uma delas localiza-se entre os planetas Marte e Júpiter chamada de

Cinturão de Asteróides, outra se localiza um pouco mais afastada do Sol, depois de Urano,

chamada de Cinturão Trans-Netuniano, também conhecido como Cinturão de Kuiper e uma

terceira região, a mais externa do Sistema Solar chamada de Nuvem do Oort.

4.1. ORIGEM DO SISTEMA SOLAR

São várias as teorias de formação do Sistema Solar, a teoria mais aceita pelos

cientistas e estudiosos como modelo padrão, descreve que inicialmente havia uma nebulosa

(nuvem formada por poeira e gás) que girava lentamente, chamada de nebulosa proto-solar, e

que, devido a sua auto-gravidade, as partículas exerciam uma força sobre as outras

provocando um processo contração, aumento sua velocidade de rotação se achatava e tomava

a forma de um disco com um bojo central, formando assim, uma estrela no seu centro e a com

esta força centrífuga, partes desta matéria ainda girava nos arredores sofria uma aglutinação

formando os planetas e demais objetos celestes do Sistema Solar, tudo isso levando um tempo

de 4,5 bilhões de anos. Esta teoria vem se reforçando com observações de formações de

sistemas planetários em diferentes locais do universo.

4.2. O SOL

Além de ser a única estrela, o Sol é também o maior corpo celeste do Sistema Solar,

ele contém mais de 99,8% da massa total do Sistema Solar, que pode ser descrito como uma

enorme bola de gás, com um diâmetro de 1.390.000 Km, aquecido a uma temperatura muito

alta. A temperatura na superfície do Sol é de aproximadamente 6.000 graus Celsius e a

temperatura interna alcança a mais de 15,6 milhões de graus.

12

Dentre os gases que formam o Sol, o Hidrogênio (H) é o que possui a maior

quantidade, cerca de três quartos da massa total, e o outro um quarto é formado por Hélio

(He). Levando em consideração a quantidade de átomos, estima-se que 92,1% deles são de H,

7,8% são átomos de He e os outros 0,1% são átomos chamados de metais.

Por ser uma temperatura alta, ela faz com que os átomos de H, que possuem um

elétron, colidam-se um com os outros formando o átomo de He, com dois elétrons, gerando

uma grande quantidade de energia que é lançada para fora do átomo na forma de luz e calor.

A esta reação chamamos de fusão nuclear, pois ocorre a fusão dos núcleos dos átomos de

hidrogênio formando outros elementos.

Por ser uma estrutura

praticamente gasosa, o movimento

de rotação do Sol não é uniforme,

na região do equador solar a

rotação dura cerca de 25,4 dias e

enquanto que nas regiões dos pólos

solares a duração é

aproximadamente 36 dias. Este

tipo de movimento é chamado de

rotação diferencial.

A estrutura da superfície do Sol é formada por quatro regiões:

a) Fotosfera

É a superfície do Sol, possui uma espessura de aproximadamente 500 km, sendo uma

pequena e fina camada comparada ao diâmetro total do Sol. Sua temperatura é de cerca de

6.000°C na parte exterior e quase 8.000°C no limite interno, sendo a região “mais fria” do

Sol.

Figura 2 - Sol

Crédito: Science@NASA

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/prominence.gif

Rotação Diferencial é o movimento de rotação de um corpo celeste onde

a região equatorial e as regiões polares giram em velocidades diferentes. .

13

Nesta camada formam-se pequenas regiões em que a temperatura diminui para

4000°C, constituindo as conhecidas Manchas Solares, pequenas manchas escuras que se

formam na superfície do Sol e podem ser observadas da Terra. Este escurecimento ocorre

devido à diferença de temperatura nesta região e sua vizinhança bem mais quente.

b) Cromosfera

É a região localizada acima da fotosfera, com uma espessura de 10.000 km e sua

temperatura varia entre 5.000°C e centenas de milhares de graus.

c) Coroa Solar

É a região do Sol que está localizada acima da cromosfera, ela se estende ao redor do

Sol por uma distância de vários diâmetros solares. É uma região rarefeita cerca de 10 átomos

por centímetro cúbico, quantidade de gás bem menor que a fotosfera. Sua temperatura é

bastante alta, cerca de 2.000.000°C, com este gás assumindo um estado físico na forma de

plasma, ou seja, é um gás com partículas carregadas, principalmente prótons e elétrons.

d) Campo Magnético Solar

O campo magnético envolve completamente a Coroa Solar. Os astrônomos acreditam

que ele é do elemento precursor de toda atividade que vemos na superfície do Sol. É uma

estrutura complexa possuindo linhas retorcidas pela ação da rotação diferencial do Sol ligadas

ao plasma da coroa solar, e ao ocorrer esta torção as linhas se desprendem e se re-conectarem

a outra linha, esta ação libera uma grande quantidade de energia que aquece o gás em volta a

temperatura de milhões de graus originando os chamados “flares solares”, ou seja, as

explosões intensas na superfície solar.

3. ÓRBITAS DOS ASTROS

No Sistema Solar, todos os planetas giram em torno do Sol em uma única direção. Se

um observador imaginário fosse colocado no pólo norte do Sol veria os planetas se

deslocando da direita para a esquerda, sentido esse que chamamos de anti-horário. Os

planetas descrevem órbitas quase circulares. As únicas exceções são Mercúrio, menor planeta

do Sistema Solar, segue órbita inclinada.

Órbita de um astro é o nome dado ao movimento de translação do astro,

ou seja, o movimento que o astro descreve em torno de uma estrela.

14

As trajetórias das órbitas

dos astros do Sistema Solar são

elípticas com uma excentricidade

muito pequena, quase uma

circunferência. A excentricidade

(símbolo “e”) é o valor que indica

o quanto a órbita do astro, descrita

em torno do Sol, é diferente de

uma circunferência, podendo

assumir valores entre 0 e 1. Zero

(e=0), quando não houver

excentricidade nenhuma, ou seja,

uma circunferência, e um (e=1)

quando for uma parábola, ou seja,

a trajetória da órbita não forma uma elipse.

A imagem a seguir mostra a excentricidade de alguns astros do Sistema Solar

comparado a uma circunferência.

Figura 3 - Órbitas dos planetas

Crédito: Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

http://www.on.br/site_edu_dist_2009/site/modulos/modulo_1/1-

introducao/imagens/esquema_SS-peq.jpg

Figura 4 - Excentricidade dos astros

Crédito da Imagem: Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

http://www.on.br/site_edu_dist_2009/site/modulos/modulo_1/1-introducao/imagens/elipse.jpg

15

Os astros do Sistema Solar descrevem suas órbitas em um plano horizontal imaginário.

O plano a qual a Terra descreve sua órbita é chamado de eclíptica, sendo considerado como o

plano de referência para determinar a inclinação dos planos. Essa inclinação é medida em

ângulo.

Figura 5 - Inclinação das órbitas

Crédito da Imagem: Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

http://www.on.br/site_edu_dist_2009/site/modulos/modulo_1/1-introducao/imagens/inclinacao.jpg

Como a órbita dos astros em torno

do Sol é elíptica, existem momentos em

que suas distâncias estão diferentes. Estas

distâncias são chamadas de eixos. A maior

distância é denominada “eixo-maior”, que

geralmente representa a distância entre o

Sol e o astro.

Figura 6 - Semi-eixo

Crédito da Imagem: Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

http://www.on.br/site_edu_dist_2009/site/modulos/modulo_1/1-

introducao/imagens/semi-eixo_maior.jpg

Inclinação é o valor atribuído ao ângulo formado entre o plano da órbita

da Terra com os planos de outros astros do Sistema Solar.

16

O intervalo de tempo gasto pelo corpo celeste para dar uma volta completa de sua

órbita em torno do Sol é chamado de período de revolução. Por exemplo, a Terra possui um

período de revolução de aproximadamente 365 dias e 6 horas. Uma tabela, a seguir, do

Observatório Nacional do Rio de Janeiro mostra as distâncias dos semi-eixos, o grau de

inclinação dos planos e os períodos de revolução dos planetas do Sistema Solar.

Tabela 2 - Órbitas

Planeta

Semi-eixo

maior

(em U.A.)

Excentricidade

Inclinação do plano da

órbita do

planeta em relação à

Eclíptica

(em graus)

Período de revolução

Mercúrio 0,3871 0,206 7o 00' 87,969 dias ano

Vênus 0,7233 0,007 3o 24' 224,701 dias

Terra 1,0000 0,017 0o 365,256 dias

Marte 1,5237 0,093 1o 51' 1 ano 321,73 dias

Júpiter 5,2026 0,048 1o 19' 11 anos 314,84 dias

Saturno 9,5547 0,056 2o 30' 29 anos 167,0 dias

Urano 19,2181 0,046 0o 46' 84 anos 7,4 dias

Netuno 30,1096 0,009 1o 47' 164 anos 280,3 dias

Observação:

Na tabela consideramos que "ano" equivale a um ano terrestre, ou seja, 365,256 dias.

Fonte: Observatório Nacional do Rio de Janeiro

http://www.on.br/site_edu_dist_2009/site/modulos/modulo_1/1-introducao/1-introducao.html

Semi-eixo maior é o valor que representa a distância entre o Sol e outro

astro do Sistema Solar.

17

4.4. OS PLANETAS DO SISTEMA SOLAR

Figura 7 - Sistema Solar

Credito: NASA/JPL

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/OSS.jpg

O Sistema Solar é constituído de oito planetas, classificados em dois grupos: planetas

internos ou planetas terrestres; Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, e planetas externos ou planetas

gigantes: Júpiter, Saturno Urano e Netuno.

Os tamanhos dos planetas estão listados na tabela a seguir:

Tabela 3 - Diâmetro e massa dos planetas

Planeta Diâmetro equatorial (km) Massa (em comparação com a Terra)

Mercúrio 4.878 0,055

Vênus 12.102 0,8

Terra 12.756 1,0

Marte 6.790 0,1

Júpiter 142.800 318

Saturno 120.540 95

Urano 51.200 14

Netuno 49.500 17

18

A classificação se dá devidos as suas características, respectivamente, a posição

ocupada no sistema solar e estado físico de principais elementos que os constituem.

4.5. MERCÚRIO

É o primeiro planeta a partir do Sol, sendo assim, o mais próximo a ele, é também o

menor planeta do Sistema Solar, possui um diâmetro de 4.878 quilômetros, equivalente a 38%

do diâmetro terrestre. Fica a uma

distância de 57.910.000 km do Sol,

ou seja, 0,3871 UA.

O período de revolução de

Mercúrio é cerca de 87,969 dias

terrestres, ou seja, para dar uma

volta completa em torno do Sol o

planeta gasta quase 88 dias, e viaja

a uma velocidade de 47,88

quilômetros por segundo.

O período de rotação de

Mercúrio é de 58,6262 dias

terrestres, ou seja para dar uma

volta em torno de seu eixo

imaginário ele leva quase dois

meses terrestres.

Por possuir uma atmosfera

tênue, a temperatura do planeta tem uma grande variação, a mais alta 467°C e a mais baixa -

187°C, e uma temperatura média de 179°C. Sua atmosfera é formada por hélio (42%), sódio

(42%), oxigênio (15%) e outros gases (1%).

Mercúrio não possui satélites orbitando ao seu redor e, assim como os planetas

terrestres não possui anéis.

Figura 8 - Mercúrio

Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie

Institution of Washington

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/True_Mercury.jpg

19

4.6. VENUS

É o segundo planeta

a partir do Sol e o terceiro

menor do Sistema Solar,

com um diâmetro de 12.104

quilômetros,

aproximadamente 5% menor

que o da Terra. A distância

de Vênus até o Sol é cerca

de 108.200.000 de

quilômetros, que

corresponde a 0,72 UA. Do

mesmo modo que Mercúrio,

Vênus também não possui

satélites naturais. A observar

da Terra, Vênus possui

fases, assim como nossa

Lua.

O período de

revolução de Vênus é de 224,701 dias terrestres. A duração do dia venusiano é de cerca de

243,0187 dias terrestre. Em Vênus, um dia é maior que um ano. Uma característica única do

planeta é que realiza uma rotação girando de leste para oeste, em sentido contrário aos outros

planetas, esse movimento de rotação recebe o nome de movimento retrógrado.

A atmosfera de Vênus é muito densa, composta de dióxido de carbono (96%),

nitrogênio (3%), dióxido de enxofre, vapor d’água, monóxido de carbono, argônio, hélio,

neônio, cloreto de hidrogênio e fluoreto de hidrogênio. Ainda possui nuvens compostas por

gotas de ácido sulfúrico. E com uma temperatura média na superfície de cerca de 482°C,

causada pela ação de um efeito estufa, provocado pela grande quantidade de dióxido de

carbono.

4.7. TERRA

É o planeta que moramos. O terceiro a contar a partir do Sol, e o quarto maior em

tamanho. O diâmetro equatorial da Terra é de 12.756 quilômetros e o diâmetro polar é de

Figura 9 - Vênus

Crédito: NASA/JPL

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/Venus.jpg

20

12.714 quilômetros, apresentando uma forma quase esférica, com um ligeiro achatamento nas

extremidades polares.

A Terra dá uma volta em torno do Sol (movimento de revolução) em cerca de 365

dias, 6 horas, 8 minutos e 38,4 segundos, ou seja, 365,256 dias, aproximadamente, a uma

velocidade de 29,8 km por segundo.

Um dia terrestre tem a

duração de 23 horas, 56 minutos

e 4 segundos, ou seja, 23,9345

horas, chamado de dia sideral,

tempo que a Terra leva para dar

uma volta em forno de seu

próprio eixo, também chamado

de movimento de rotação.

No seu equador a Terra

possui uma circunferência de

40.074 km e sabendo a duração

de sua rotação, podemos

calcular que a velocidade

rotação da Terra é de 1674 km

por hora ou 0,46 km por

segundo.

Sua distância média do Sol é de 149.597.870.691 quilômetros, em geral arredondado

para 150.000.000 de quilômetros. A órbita terrestre descreve uma forma elíptica, estando em

alguns momentos mais próxima do Sol, isto ocorre por volta do dia 2 de janeiro, quando a

distância é de 147.100.000 km, posição chamada de periélio e quando a Terra está mais

distante do Sol, que ocorre por volta de 2 de julho,e ela se encontra à distância de

152.600.000 km do Sol, estas diferenças de distâncias mostram que a órbita de a Terra é

quase circular, ou seja, dom uma trajetória elíptica com uma excentricidade próxima de zero,

0,0167.

A atmosfera da Terra é uma camada de gás com 480 km de espessura, distribuída de

forma a concentrar a maior quantidade desses gases próximos à superfície, os primeiros 16

km contém 80% dos gases. Nossa atmosfera é composta de nitrogênio (78%), oxigênio

(21%), argônio (0,9%), dióxido de carbono (0,03%) e água. Esta fina camada gasosa isola a

Figura 10 - Terra

Crédito: NASA/JPL http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/Earth.jpg

21

Terra de temperaturas extremas, mantendo o calor dentro da atmosfera e bloqueia a passagem

dos raios ultravioletas do Sol,

impedido o aquecimento da superfície. A

temperatura média da Terra é de 15°C.

A Terra possui um satélite natural, a

Lua. Assim como as outras Luas do

Sistema Solar, ela recebeu um nome:

“Selena”, que gira ao seu redor a uma

distância de 384.400 km, e possui um

diâmetro de 3.476 km, cerca de um quarto

do tamanho da Terra. A nossa Lua não

possui atmosfera por ter uma gravidade

muito fraca. O movimento de revolução da

Lua, em torno da Terra, dura cerca de 27

dias, 7 horas, 43 minutos e 15 segundos, e

o gasta o mesmo tempo para realizar seu

movimento de rotação, por esta razão, a Lua fica sempre com a mesma face voltada para a

Terra.

A Lua apresenta

um ciclo de fases que dura

aproximadamente 29 dias,

12 horas, 44 minutos e 4

segundos, tempo um pouco

maior que sua rotação e

revolução. A Lua deve dar

mais que uma volta

completa em torno da

Terra para completar seu

ciclo de fases, pois a Terra

também está em

movimento em torno do

Sol. O intervalo de entre duas fases iguais recebeu o nome do “mês”. E para um melhor

entendimento das fases da Lua, usou-se a divisão do ciclo completo em quatro períodos

chamados de “semanas”, relacionando a posição entre Terra, Lua e Sol.

Figura 11 - Lua da Terra

Crédito: NASA/JPL

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/PIA004051.jpg

Figura 12 - Fases da Lua

Crédito: Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

http://www.on.br/site_edu_dist_2009/site/modulos/modulo_2/3-terra/lua/imagens/4.jpg

22

A lua é chamada de nova quando se encontra na mesma direção do Sol, com a face

não iluminada voltada para a Terra. Após uma semana estará a um quarto do caminho de sua

órbita em torno da Terra quando é chamada de quarto crescente. Na semana seguinte ela

estará a meia volta de sua órbita numa posição oposta ao Sol, assim podemos ver sua face

iluminada, chamamos de cheia, uma semana depois ela estará a três quartos de sua órbita,

caminhando novamente na direção em que se encontra o Sol, chamamos de quarto

minguante, pois sua luminosidade vai minguando, ou seja, diminuindo.

4.8. MARTE

É o quarto planeta a partir do

Sol, estando a uma distância média de

227.940.000 quilômetros, possui um

diâmetro de 6.794 quilômetros. Para dar

uma volta em torno do Sol, o planeta

gasta aproximadamente 1 ano e 321,73

dias e seu movimento de rotação é de

24 horas, 37 minutos e 23 segundos.

Sua temperatura média é de -63°C, em

uma superfície com atmosfera bastante

fina formada principalmente por

dióxido de carbono (95,32%),

nitrogênio (2,7%), argônio (1,6%), oxigênio (0,13%) e água (0,03%), semelhantes à atmosfera

de Vênus. Observando da Terra, com um telescópio, podemos observar as calotas polares de

Marte com uma camada de gelo, formado pelo congelamento do dióxido de carbono, que

chamamos aqui na Terra de “gelo seco”.

Marte tem dois satélites naturais pequenos e com forma bastante irregular, Fobos e

Deimos, com órbitas bem próximas de sua superfície. Fobos gira a uma distância de 9.378 km

e seu movimento de revolução é de 7 horas, 39 minutos e 21 segundos, Deimos gira a uma

distância de 23.460 km num movimento de revolução que dura 30 horas, 18 minutos e 43

segundos.

Figura 13 - Marte

Crédito: NASA/JPL

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/Full_Mars1.jpg

23

4.9. JÚPITER

É o quinto planeta a partir do Sol. Sua descoberta foi desconhecida, e possui um

diâmetro de equatorial de 142.984 km e está a uma distância de 778.330.000km do Sol, ou 5,2

UA. Júpiter é conhecido como o maior planeta do Sistema Solar possuindo uma massa de 318

vezes a massa da Terra. O período de revolução de Júpiter é de aproximadamente 11 anos, 10

meses, 9 dias e 15 horas, e seu

período de rotação dura cerca

de 9 horas, 50 minutos e 33

segundos.

A atmosfera de Júpiter é

composta basicamente de 82%

de H e 18% de He,

apresentando ainda traços de

metano, água, amônia, rocha e

outros componentes em

pequenas quantidades. As

temperaturas em Júpiter são

bastante extremas, chegando a

mais alta em 30.000°C e a mais

baixa -143°C, apresentando

uma média de temperatura em suas nuvens de -121°C.

Figura 14

Fobos Deimos

Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum)/European Space Agency

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/ESA_Phobos.jpg

Crédito: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/Deimos.jpg

Figura 15 - Júpiter

Crédito: NASA/JPL/University of Arizona

http://solarsystem.nasa.gov//multimedia/gallery/Full_Disk_Jupiter1.jpg

24

O planeta possui 63 satélites naturais conhecidos, sendo Io, Europa, Ganimedes e

Calisto os mais conhecidos e descobertos em 1610, por Galileu, razão esta de serem

chamados de satélites galileanos. Júpiter possui 4 anéis, invisíveis se observados da Terra,

sendo eles: Halo, Principal, Gossamer interno e Gossamer externo (nomes por ordem de

afastamento do planeta), provavelmente formados por grãos muito pequenos de material

rochoso.

4.10. SATURNO

A uma distância de 1.429.400.000 km é o sexto planeta a contar a partir do Sol, e o

segundo maior do Sistema Solar possuindo um diâmetro equatorial de 120.536 km.

O período de

revolução de Saturno

dura cerca de 29 anos

e 6 meses, e o período

de rotação é de

aproximadamente 10

horas e 39 minutos.

Assim como Júpiter,

Saturno é um planeta

praticamente gasoso,

sua atmosfera

formada de 97% de H

e 3% de He, apresentando vestígios de água, metano, amônia e “rochas”.

Historicamente é conhecido como o “Planeta dos Anéis”, e permaneceu até 1977,

quando foram descobertos anéis em torno de Urano e pouco tempo depois em torno de Júpiter

e Netuno. Saturno possui um sistema de anéis planetários composto de anéis, que receberam

como nomes as letras de alfabeto, de A à G. Os anéis são formados por inúmeras partículas de

gelo de água ou pequenas rochas cobertas por gelos, e possuem de alguns centímetros a

metros tamanhos.

Saturno possui 31 satélites naturais, que variam em forma e tamanho localizados a

distâncias entre 133.600 km a 13 milhões de km afastados do planeta. Sendo Titã o maior

deles e o único que apresenta atmosfera visível.

Figura 16 - Saturno

Crédito: Credit: NASA/JPL/Space Science Institute

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/True_Saturn.jpg

25

4.11. URANO

É o sétimo planeta do Sistema Solar e o terceiro maior planeta (Júpiter e Saturno são

os maiores), está localizado a uma distância de 2.870.990.000 km do Sol, equivalente a

19,1914 UA e possui um

diâmetro equatorial de

51.200 km (4,00074 vezes o

diâmetro da Terra).

O período de

revolução de Urano é de

cerca de 84 anos, 3 dias, 15

horas, ou seja, urano leva

84,01 anos par dar uma volta

ao redor do Sol. O

movimento de rotação de

Urano é retrógrado, isto é,

gira em sentido anti-horário

e a duração do dia é de 17

horas, e 54 minutos, ou seja, -17,9 horas.

A atmosfera do planeta é basicamente formada de 83% de H, 15% de He e 2% de

metano, apresentando uma temperatura média de -193°C. Urano também possui um sistema

de anéis planetários formado por 10 anéis escuros e finos que circundam o planeta.

Urano possui a sua volta 26

satélites naturais, sendo os cinco maiores

Titania, Oberon, Umbriel, Ariel e

Miranda.

4.12. NETUNO

Netuno é o oitavo e último planeta

do Sistema Solar, contado a partir do Sol e

o quarto em tamanho com um diâmetro

equatorial de 48.528 km (3,883 vezes o da

Terra) e está situado a uma distância de

4.504.300.000 km do Sol, ou seja, 30,06

Figura 17 - Urano

Crédito: NASA/Space Telescope Science Institute

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/Uranus_and_Ariel.jpg

Figura 18 - Netuno

Crédito: NASA

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/Neptune_Full.jpg

26

UA. Para dar uma volta em torno do Sol, isto é, seu movimento de revolução leva um tempo

aproximado de 164 anos, 9 meses, 14 dias e 10 horas, ou simplesmente arredondando para

164,79 anos. Urano possui uma rotação diferencial, apresentando um período de rotação no

equador é cerca de 16 horas, 6 minutos e 36 segundos, usualmente usados 16,11 horas e

sofrendo variações em outras regiões do planeta devido a enorme velocidade dos ventos em

sua atmosfera. A atmosfera de Netuno é formada por 85% de H, 13% de He e 2% de metano,

com uma temperatura média entre-193°C a -153°C. Netuno apresenta um sistema de anéis

planetários, formado por 6 anéis escuros basicamente formados por fragmentos de rochas e

poeira. Netuno possui 13 satélites naturais conhecidos, sendo Tritão o maior deles.

5. PLANETAS ANÕES

A partir de 2006, a União Astronômica Internacional (UAI) vem reformulando a

classificação dos corpos celestes no Sistema Solar. Durante a Assembléia Geral da UAI, os

astrônomos e historiadores membros do “Comitê de Definição de Planetas”, após anos de

estudo sobre a definição entre os

corpos do Sistema Solar, lançaram a

proposta da criação dos Plutonianos,

(Plutos, em inglês) pra uma sub-

classe de planetas com as mesmas

características de Plutão, levando

para doze o número de planetas do

Sistema Solar, acrescentado Céres,

Éris e Caronte (que formaria

um Planeta Duplo, ao lado de

Plutão). Porém, parte dos integrantes

da Assembléia não concordou com a

proposta apresentada e decidiram

elaborar uma nova proposta, que foi

construída durante duas semanas de

discussões, definindo esta, no último dia do encontro, como a proposta aceita por todos.

Nesta nova proposta, os membros da União Astronômica Internacional elaboram uma

nova definição de Planetas, onde diz que para ser considerado um planeta do Sistema Solar

todo corpo celeste deve cumprir as seguintes condições:

1° - Esteja em órbita do Sol;

Figura 19 - Planetas anões

Crédito: NASA

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/KBO_Size.jpg

27

2° - Tenha uma quantidade de massa para que sua gravidade seja maior que a de um corpo

rígido de modo que esteja em equilíbrio hidrostático, ou seja, seja arredondado.

3° - Que o corpo tenha eliminado os objetos menores de sua órbita, através da interação

gravitacional.

A nova proposta criava também uma nova classificação para a Astronomia do Sistema

Solar: os Planetas Anões, que seriam considerados como corpos celestes que apresentavam

características semelhantes aos planetas, cumprindo além das duas primeiras condições:

1° - Não ter eliminado os objetos menores de sua órbita;

2° - Não ser satélite de nenhum planeta.

Todos os outros objetos do Sistema Solar que não se enquadram nestas classificações

(Estrela, Planetas, Planetas Anões e Satélites) são considerados “Pequenos Corpos do Sistema

Solar’.

Assim, no dia 24 de agosto de 2006, a UAI reclassifica os corpos do Sistema Solar,

que, a partir de então, fica com oito planetas: Mercúrio, Vênus, Terra Marte, Júpiter, Saturno,

Urano e Netuno. E, atualmente, temos cinco planetas anões: Ceres, Plutão, Haumea,

Makemake e Éris, nomeando por ordem de afastamento do Sol. A partir daí, surgem termos

até então pouco utilizados em astronomia, como Planetóides, Plutóides, Corpos Trans-

Netunianos, os quais devemos conhecer seus conceitos.

O termo Planetóide recebe um significado de “parecido com planeta”, referindo aos

pequenos corpos celestes com algumas características de um planeta, de acordo com sua

utilização o termo pode referir-se a Asteróide, Planeta Anão, Objeto do Cinturão de Kuiper,

Corpo Menor do Sistema Solar ou Objeto Trans-Netuniano.

O termo plutóide recebe a definição dada pela União Astronômica Internacional:

Plutóides são corpos celestes em órbita ao redor do Sol, com uma

distância maior do que a de Netuno, que têm massa suficiente para que sua auto-

gravidade supere as forças de corpo rígido de modo que elas assumem um

equilíbrio hidrostático (quase esférica), e que não tenham limpado os arredores

de sua órbita. (IAU, 2008).

Planetóide são pequenos corpos do Sistema Solar com algumas

características de um planeta. Exemplos: asteróide, planeta anão e outros.

28

De acordo com Diniz (s/d), a palavra “limpando”, refere-se ao ato do dos corpos em

eliminar os pequenos corpos da vizinhança de sua órbita por meio da ação de sua gravidade

com estes pequenos corpos, seja por colisão e captura ou pela alteração na órbita deste outro

corpo menor, ficando somente objetos de tamanho significativo que se tornarão seus satélites.

O termo “Objetos Trans-Netunianos”, segundo a enciclopédia digital Wikipédia, é

usado para designar todos os pequenos corpos celestes, formados por rocha e gelo, que estão

situados a uma distância do Sol maior que a de Netuno, ou seja, que possua uma órbita maior

que a de Netuno, e que não tenha as características de um cometa (cruzando as órbitas dos

demais planetas, por exemplo).

5.1. CERES

O planeta anão Ceres está localizado

numa região do Sistema Solar conhecida

como Cinturão de Asteróides, que fica entre

as órbitas de Mate e Júpiter, a qual se

encontra grandes quantidades de asteróides e

corpos menores. Ceres contém cerca de um

terço da massa dessa região.

A sequência de Titius-Bode defendia a

existência de um planeta localizado a uma

distância de 2,8 UA do Sol, Numa região

entre os planetas Marte e Saturno. Assim,

com a descoberta de Urano, em 1781, por

William Herschel, a 19,18 UA de distância do

Sol, três anos após a publicação da sequência confirmava que esta a equação a qual descrevia

a sequência poderia ser uma lei a todos a todos os planetas. Assim, em 1976, o astrônomo

francês Jérôme Lalandre sugere a procura deste planeta faltante.

Os astrônomos então passam a buscar o tal planeta, porém sem fazer parte da

comissão do Congresso Astronômico, Giusepe Piazzi, descobre Ceres no dia 1 de janeiro de

1801, utilizando um telescópio no Palácio Real na Sicilia, anunciando sua descoberta em 24

Figura 20 - Ceres

Crédito: NASA/ESA/SWRI/Cornell University/University of

Maryland/STSci

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/display.cfm?IM_ID=10723

Objetos Trans-Netunianos são pequenos corpos do Sistema Solar cuja

órbita é maior que Netuno.

29

de janeiro, a qual foi publicada em 9 de setembro. Originalmente, o novo planeta foi chamado

de Ceres Ferdinandea em honra à figura mitológica Ceres e ao Rei Fernando IV de Nápoles e

da Sicília. A parte Ferdinandea não foi bem recebida pelas outras nações e foi removida.

Ceres foi uma deusa grega, considerada a deusa da agricultura e do amor de uma mãe

a seu filho. Daí a utilização das palavras “cereal” e “cerealista”, atribuído ao conjunto de

grãos na agricultura. Ceres era filha de Saturno e Cibele, amante e irmã de Júpiter e mãe de

Prosérpina. Era uma deusa amada por seu serviço à humanidade, dando-lhes o dom da

colheita, a recompensa para o cultivo do solo. Ela era considerada a responsável pela

fertilidade da terra.

Ceres, mesmo sendo relativamente próximo da Terra, sabe-se pouco deste corpo.

Existem indicações que Ceres possui uma fraca atmosfera e grande quantidade de gelo e sua

temperatura foi estimada em -38°C. Um dia em Ceres corresponde a aproximadamente 0,3781

dia, ou seja, aproximadamente 9 horas, 4 minutos e 27,84 segundos, e a duração do ano é

4,599 anos terrestres. Sua massa é de aproximadamente 9,5 X 1020

Kg e seu diâmetro é cerca

de 950 Km. Sua distância do Sol é de 2,766 UA (Unidade Astronômica: unidade de medida

definir distâncias, equivale à distância entre a Terra e o Sol). Ceres não possui nenhum

satélite.

5.2. PLUTÃO

Plutão, hoje é considerado um planeta

anão, porém foi conhecido como planeta

principal desde sua descoberta por Clyde

Tombaugh, em fevereito de 1930. O nome

Plutão é dado ao astro em homenagem ao

Hades da mitologia grega, plutão é o deus do

submundo e da riqueza dos mortos. Plutão

está localizado a uma distância de 39,482 UA

do Sol, numa região do Sistema Solar

chamada Cinturão de Kuiper, possui um

diâmetro de aproximadamente 2300 Km, e

uma massa de cerca de 1,305 X 1022

Kg. Para dar um volta em torno do Sol, Plutão leva um

tempo de aproximadamente 248,9 anos terrestres, tendo um destaque para sua órbita, pois

apresenta uma inclinação de pouco mais de 17° em relação à órbita dos planetas principais.

Figura 21 - Plutão

Crédito: NASA

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/Pluto01.jpg

30

Para dar uma volta em torno de si, Plutão leva cerca de 6,4 dias e assim como o planeta

Urano, gira em trono de seu eixo horizontalmente.

A atmosfera em Plutão é bem tênue, provavelmente composta de nitrogênio (N2),

metano (CH4) e monóxido de carbono (CO). Previsto para 2015, a sonda espacial New

Horizons, visitará Plutão e seus satélites para descobrir um pouco mais sobre esses astros do

Sistema Solar e seus satélites.

Plutão possui três satélites: Caronte, Hidra e Nix. Caronte é o maior deles, descoberto

em 1978 por James Walter Christy. As medidas realizadas mostram que Caronte possui um

diâmetro de 1207 Km, porém informações detalhadas sobre este somente após a visita da

sonda New Horizons. Hidra e Nix foram descobertas em 2005.

O satélite Hidra gira em torno de Plutão num período de 38,2 dias terrestres, e Nix,

24,9 dias. Estima-se que ambos tenham tamanhos aproximados, em torno de 40 Km de

diâmetro.

5.3. HAUMEA

É um planeta anão localizado a uma distância de aproximadamente 43,3 UA do Sol,

no Cinturão de Kuiper. Descoberto em 2003,

ainda não possuímos dados concretos sobre

este planeta anão, mas pesquisadores ainda

estão em busca de informações. Estima-se

que o planeta anão possui uma massa

aproximada de 4,2X1021

Kg, porém ainda

não se tem uma medida precisa de seu

diâmetro estima-se algo em torno de 1500

Km. Haumea leva um período de 283 anos

terrestres para realizar seu movimento de

translação. Haumea possui dois satélites:

Hi’iaka e Namaka. Hi’iaka dá uma volta ao

redor Haumea a cada 49 dias e não se tem

informações sobre a translação de Namaka.

Haumea é formado basicamente de rocha e com uma fina camada de gelo em sua

superfície, possui um período de rotação de aproximadamente 4 horas.

Figura 22 - Haumea

Crédito: NASA

31

5.4. MAKEMAKE

Descoberto em 2005 e oficialmente

designado como planeta anão em 2008,

Makemake está localizado na região do

Cinturão de Kuiper, a aproximadamente

45,8 UA do Sol, com um diâmetro

estimado entre 1600 a 2000 Km, possui

uma massa, ainda estimada, de 4,0X1021

Kg, e um período orbital de 309,88 dias.

Sua superfície é coberta por gelo de

metano, e provavelmente um pouco de

etano, em conseqüência baixa temperatura

da superfície, em torno de 30 K (30

Kelvins são equivalentes a -243,1°C).

Makemake não possui satélite conhecido.

5.5. ÉRIS

Éris é o mais distante planeta anão

até o momento, encontra-se em uma região

conhecida por “disco disperso”, quase na

extremidade Inal do Sistema Solar,

descoberto em 2003. Sua distância do Sol é

aproximadamente 97 UA em seu afélio

(menor distância do Sol numa órbita) e de

cerca 35 UA em seu periélio (maior

distância numa órbita), descrevendo uma

órbita bastante excêntrica. Nome Éris foi

dado ao astro em homenagem à deusa da

discórdia, pois sua descoberta provocou

discórdia entre os astrônomos.

Possui um período de aproximadamente 557 anos para dar uma volta em torno do Sol

e seu diâmetro equatorial é 3094 km. Não se tem conhecimento oficial sobre as demais

características deste planeta anão. Cientistas e astrônomos estão trabalhando para obter

Figura 23 - Makemake

Crédito: NASA

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/KBO_Size.jpg

Figura 24 - Éris

Crédito: CalTech

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/lilalarge.jpg

32

informações. Éris possui um satélite: Disnomia. Este satélite foi descoberto em 2005, e

estima-se que leva cerca de catorze dias para dar uma volta ao redor de Éris.

6. ASTERÓIDES

São objetos rochosos ou metálicos

em órbita ao redor do Sol, sem atmosfera,

de tamanho pequeno para ser considerado

um planeta. A maioria dos asteróides estão

localizados a uma distância de 2 UA e 5

UA do Sol, e nela está inclusa a região

chamada de Cinturão de Asteróides, Os

asteróides são resíduos do material deixado

quando o Sistema Solar estava em

formação, acredita-se que a forte gravidade

de Júpiter não permitiu que este material

pudesse agrupar-se e formar um novo

planeta.

Os asteróides vaiam muito em tamanho, a maioria deles possui entre 10 e 200 km de

diâmetro, sendo conhecidos apenas 26 deles com diâmetro maior de 200 km.

Ainda não se sabe quantos asteróides existem no Sistema Solar, por serem objetos

relativamente pequenos são de difícil observação da Terra. Atualmente, cerca de 70 mil

asteróides estão catalogados e nomeados definitivamente por terem uma órbita vem

determinada. Os maiores asteróide até o momento são Pallas (diâmetro de 498 km), Vesta

(diâmetro de 468 km) e Hygiea (diâmetro de 407 km). Todos os outros asteróides conhecidos

possuem menos de 350 km de diâmetro. Estima-se que a massa total de todos os asteróides

formaria um corpo com 1500 km de diâmetro (menos da metade da Lua da Terra).

A região denominada Cinturão de Asteróides está localizada a uma distância de 2,3 e

3,2 UA, entre os planetas Marte e Júpiter, contendo dezenas de milhares de asteróides,

distribuídos de forma heterogênea sobre a região. A maioria dos asteróides desta região possui

uma órbita estável em torno do Sol com movimento de revolução entre 3 a 6 anos terrestres.

Figura 25 - Asteróide Gaspra

Crédito: NASA / U.S. Geological Survey CalTech

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/nssdc_asteroid_gaspra.j

pg

33

7. ESTRELAS

As estrelas se formam através de um colapso ocorrido no interior de nuvens

moleculares gigantes, densas e muito frias. Este colapso se dá por contração da matéria sob a

ação de sua gravidade. Os astrofísicos

acreditam que vários processos podem

dar origem a

esta contração, sendo eles: a colisão de

duas nuvens moleculares, a compressão

do gás sofrendo força de atração interna,

a explosão de uma estrela próxima a

nuvem molecular, instabilidade

gravitacional em regiões da nuvem

molecular, ou todos esses processos

juntos.

Esse colapso inicial gera o que se

chama de protoestrela, e dura cerca de

1000 anos e esta continua a capturar matéria gasosa da nuvem, aumentando sua massa cada

vez mais, período em que a chamamos de estrela embrionária, até que captura todo material a

sua volta, aparecendo às observações humanas. Após esta fase inicial ela atinge um quase

equilíbrio hidrostático e sua contração gravitacional diminui, mas não pára, torna-se lento,

ainda capaz de fornecer energia para gerar luminosidade e um aumento na sua temperatura

interna, a esta fase denominada de sequência pré-principal. O aumento da temperatura é um

fator decisivo para a estrela mudar sua fase de vida, após alcançar uma temperatura de

1,2X107 graus Celsius começam as reações nucleares do hidrogênio e a formação do hélio,

tornando-se a principal fonte de energia da estrela, dizemos que ela está evoluindo para a

sequência principal, permanecendo nesta fase por milhões ou até bilhões de anos dependendo

da massa adquirida em sua formação. Em geral, considera-se estrelas pequena massa áqüeas

que possuem menos que 3 Massas do Sol (MSol). Aquelas com massas entre 3 MSol e 10 MSol

são estrelas de massa intermediária e as que possui massa maiores de 10 MSol são estrelas de

grande massa. As estrelas ao final da fase de vida na sequência principal chegam um

momento em que a pressão interna não consegue manter o equilíbrio hidrostático da estrela e

ela começa a se contrair, aumentando sua temperatura a cerca de 100.000.000°C, nesta etapa a

estrela já não é mais jovem, iniciando agora a queima de hélio e a formação de novos

elementos, caminhando para sua morte.

Figura 26 - Estrelas

Crédito: NASA, ESA, and the Hubble Heritage Team (STScI/AURA)

http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/hst_img_20080402.ht

ml

34

As estrelas com massa até 3 MSol continuam a queimar hélio e hidrogênio na parte que

as envolvem, chamadas conchas externas, até se esgotarem e uma quantidade dessa concha é

ejetada para fora da estrela ficando somente a parte interna da estrela que recebe o nome de

estrela residual. Esta estrela residual emite luminosidade ultravioleta que faz os gases ao seu

redor fluorescer, formando a nebulosa planetária. Os gases da nebulosa planetária vão sendo

incorporados ao meio interestelar por mais um período de 500 anos e a estrela residual torna-

se uma estrela anã-branca, continuando a queima dos elementos e diminuindo sua temperatura

ao longo do tempo, até que não tenha mais energia térmica, tornando-se uma estrela anã-

negra, um objeto frio que vaga pelo espaço.

As estrelas de grande massa, acima de 10 MSol, permanece queimando seus elementos

químicos, por estágios, até que a queima do silício e do enxofre deixe uma região central

formada de ferro e outros elementos, se aproximando do final de sua existência, não

conseguindo mais produzir energia nuclear, mas outras queimas nucleares não envolvendo o

ferro continuam em seu interior provocando um colapso, que quando atinge um raio de 10

quilômetros e endurecendo esta região central, separando-se do envoltório, após todo material

gasoso se deslocará para a superfície como um onda de choque, comprimindo e aquecendo,

ocorrendo uma explosão de proporção gigantesca, formando uma supernova. Eventualmente,

a região central pode sobreviver a este fenômeno violento resultando em uma estrela residual,

que chamamos de estrela de nêutrons.

8. VIA LÁCTEA

O Sistema Solar faz parte de uma estrutura maior, a Via Láctea, é o nome dado à nossa

galáxia. Ele está situado no disco, nas regiões mais externas da Galáxia, 20 anos-luz acima do

equador galáctico, dentro de um braço espiral pequeno chamado Braço Local ou Braço Órion

e está a cerca de 28000 anos-luz do centro da Galáxia, ou seja, a 2/3 do caminho entre o

centro da galáxia e a borda do disco, com uma velocidade de 250 quilômetros por segundo,

completando uma volta em torno da Galáxia a cada 225 milhões de anos, ou seja, isso

significa que desde sua formação, há 4,6 bilhões de anos, o Sistema Solar deu apenas 20 ou

21 voltas completas ao redor do centro da Via Láctea.

A nossa Galáxia é uma grande galáxia espiral que possui aproximadamente 400

bilhões de estrelas, isoladas ou na forma de aglomerados, além de gás e poeira interestelares.

Comparada às outras galáxias podemos dizer que nossa galáxia é gigante, possui entre 750

bilhões a um trilhão de massas solares (massa Solar é a quantidade de massa que o nosso Sol

possui), tem um diâmetro de 100 mil anos-luz de distância.

35

A nossa Galáxia pode ser separada

em três partes distintas:

a) halo: uma distribuição

aproximadamente esférica com as estrelas

mais velhas da galáxia. Conhecemos pouco

sobre o seu respeito, até hoje não se sabe a

extensão nem a sua massa.

b) bojo nuclear: no centro galáctico, é a

região mais central da Galáxia;

c) disco: onde estão os braços espirais,

contendo a maior parte das estrelas,

inclusive o Sol, e a grande quantidade de

gás e poeira.

9. GALÁXIAS

Com a invenção dos instrumentos de observação os astrônomos passaram a se

preocupar com as pequenas nuvens existentes em meio às estrelas que observavam no céu. Os

aprimoramentos desses instrumentos, em especial o telescópio, fizeram com que pudessem

identificar a existência de grupos de estrelas em diversas regiões do Universo, denominados

galáxias. Mais tarde descobriu-se que as estrelas das galáxias interagem mutuamente por meio

de suas forças gravitacionais.

Estelas, gás e poeira interestelares, nebulosas de emissão e nebulosas de reflexão são

os componentes básicos da formação de uma galáxia. Porém, quando se estuda uma galáxia

procuramos entender suas características gerais: os critérios utilizados para sua classificação.

Para a classificação uma galáxia é necessária a utilização vários critérios, como por

exemplo: tamanho do bojo nuclear, abertura dos braços espirais, presença de gás,

características das estrelas, massa da galáxia, luminosidade, entre outros critérios.

Em 1924, o astrônomo Edwin Hubble estabeleceu uma classificação para as diferentes

formas de galáxias, separando-as em quatro categorias principais: galáxias elípticas, galáxias

Figura 27 - Via Láctea

Crédito: CalTech

http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/lilalarge.jpg

Galáxia é o conjunto de bilhões de estrelas em interação gravitacional mútua.

36

espirais, galáxias lenticulares, e galáxias irregulares (que não possuíam características das

outras duas primeiras).

9.1. GALÁXIAS ELÍPTICAS

As Galáxias Elípticas apresentam

a forma de elipses em sua revolução,

formada por uma região central, chamada

de Bojo nuclear, onde há uma enorme

quantidade de estrelas. As galáxias

elípticas se subdividem em 7 classes: E0

(forma circular) até E7 (forma bem

elíptica, parecendo um charuto).

Essas galáxias possuem como

características físicas uma estrutura

central formada pelo bojo e não possuem a forma de disco, não possuem braços espirais,

quase não se observa gás no interior

dessas galáxias, praticamente não

possuem estelas jovens, sendo quase

todas velhas com idade em torno de

1010

(dez trilhões) de anos.

9.2. GALÁXIAS ESPIRAIS

As galáxias espirais apresentam

uma estrutura na forma de uma espiral,

destacando-se os braços espirais que se

enrolam em torno de uma região

central, o núcleo da galáxia. Em volta

desta grande estrutura de braços e do

núcleo está uma região externa, que

envolve toda a galáxia chamada de

halo.

Algumas galáxias apresentam braços bem apertados junto ao núcleo, e outras, braços

muito abertos, por esta razão as foram subdivididos em três classes: Sa (braços muito

abertos), Sb (braços abertos), e Sc (braços muito fechados).

Figura 28 - Galáxia NGC 1316 - elíptica

Crédito: NASA, ESA, and The Hubble Heritage Team (STScI/AURA)

http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_299.html

Figura 29 - Galáxia NGC 6217

espiral Barrada

Crédito: NASA, ESA, and the Hubble SM4 ERO Team

http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/hstimg_ngc6217.html

37

Algumas galáxias espirais também aprestam uma estrutura na forma de barra, que

parece cruzar a região central de um lado a outro da galáxia, e devido a esta estrutura as

galáxias barradas também foram subdivididas em três classes: SBa (barra grande), SBb (barra

média) e SBc (pequena barra).

9.3. GALÁXIAS LENTICULARES

Com o estudo e a classificação

das galáxias espirais e elípticas, Hubble

observou que determinadas galáxias

apresentavam características específicas:

possuía um bojo e disco central, não

possuía braços espirais, não continham

quase gás, não apresentavam estrelas

jovens em seu conjunto sendo elas

gigantes vermelhas.

Em sua classificação, as galáxias

lenticulares receberam a sigla S0 (sem

barra) e SB0 (com barra).

9.4. GALÁXIAS IRREGULARES

As galáxias irregulares não

apresentam uma forma definida, a qual

se possa comparar com qualquer objeto

ou figura geométrica. Essas galáxias não

apresentam uma estrutura central,

algumas mostram vestígios de braços

espirais, possuem uma grande

quantidade de gás e uma presença

dominante de estrelas jovens.

As galáxias irregulares podem ser agrupadas em duas classes: Irregulares I (Irr I) e

Irregulares II (Irr II).

As galáxias irregulares I, ou Irr I, mostram estruturam que se assemelham a uma barra

e também uma pequena estrutura espiram. As galáxias irregulares II, ou Irr II, são aquelas

Figura 30 - Galáxia Cassiopeia - lenticular

Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA

http://www.nasa.gov/images/content/432939main_PIA12865_full.jpg

Figura 31 - Galáxia I Zwicky 18 - irregulares

Crédito: NASA, ESA, Y. Izotov (Main Astronomical Observatory, Kyiv,

UA) and T. Thuan (University of Virginia)

http://www.nasa.gov/images/content/101987main_image_feature_236_jwfu

ll.jpg

38

cuja estrutura não possui qualquer simetria com regularidade de formação, deixando a

impressão que sua estrutura passa por uma fase de perturbação gravitacional.

10. AGLOMERADOS

As galáxias estão distribuídas

pelo Universo exercendo forças

gravitacionais uma sobre as outras, que

faz com que se reúnem em determinadas

regiões formando os aglomerados,

unindo-se quase sempre por suas

características:

Riqueza: número de membros;

Forma: regular (esférica o achatada)

ou irregular; e

Conteúdo das galáxias: rico em

espirais, pobre em espirais, rico em

elípticas.

Os aglomerados podem conter um grande número de estrelas, por esta característica

são classificadas em aglomerados ricos e aglomerados pobres.

a) Aglomerados ricos: são aglomerados que chegam a possuir milhares de galáxias. O

aglomerado rico mais perto de nós é o Aglomerado Virgo, localizado a 60 milhões de anos-

luz e possui aproximadamente 2500 galáxias.

b) Aglomerados pobres: são aglomerados que possuem até 30 galáxias em sua região. Esses

aglomerados são também chamados de grupos de galáxias e existem em maior quantidade que

as aglomerados ricos.

10.1. O GRUPO LOCAL

A Via Láctea, nossa galáxia, pertence a um aglomerado pobre com 30 galáxias por

esta razão é denominado de Grupo Local. O Grupo Local possui um diâmetro de 3 milhões de

anos-luz.

Figura 32 - Aglomerado do Pato Selvagem

Crédito: NASA, ESA, Y. Izotov (Main Astronomical Observatory, Kyiv,

UA) and T. Thuan (University of Virginia)

http://www.nasa.gov/images/content/101987main_image_feature_236_jwf

ull.jpg

39

As duas maiores galáxias do

Grupo local é a Galáxia Andrômeda e a

nossa Galáxia. Dentre as galáxias a mais

próxima de nós, a ma distância de cerca

de 80000 anos-luz, é a Galáxia SagDEG

(Sagittarius Dwart Elliptical Galaxy),

descoberta em 1994 pelos astrônomos R.

Ibata, M. Irwin e G. Gilmore.

10.2. SUPERAGLOMERADOS

A aglomeração de galáxias possui

estruturas ainda maiores do que os

grupos e aglomerados, formando

regiões no Universo com grande

número de aglomerados

denominados superaglomerados.

O nosso Grupo Local faz

parte do Superaglomerados Local

ou Superaglomerados de Virgo, no

qual o Aglomerado de Virgo é o

dominante, agindo

gravitacionalmente sobre as outras

galáxias.

Figura 33 - Galáxia andrômeda -

Pertencente ao Grupo Local

Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA

http://www.nasa.gov/images/content/427020main_pia12832-c.jpg

Figura 34 - Superaglomerados

Crédito: NASA, ACS Team, Rychard Bouwens (UCO/Lick Obs.)

http://www.nasa.gov/images/content/203904main_image_968_1024-768.jpg

Grupo Local é o

aglomerado de galáxias a

qual a Via Láctea está

localizada.

40

11. UNIVERSO

Universo, em Astronomia,

é o conjunto de tudo o que existe,

do muito pequeno ao muito

grande, das bactérias às super-

galáxias, porém ainda não se sabe

como tudo isso começou. Das

muitas perguntas ainda não

respondidas pelo homem, uma

delas é: “Como surgiu o

Universo?”. A origem do

Universo ainda é tema de muitas

pesquisas realizadas por

astrônomos e estudiosos da

comunidade científica.

Foram elaboradas diversas

teoria a respeito desta origem, dentre elas, a que recebeu maior receptividade pelos cientistas,

foi a “Teoria do Big Bang”, ou também conhecida como a “Teoria da Grande Explosão”,

nome dado inicialmente pelo físico inglês Fred Hoyle ridicularizando a teoria, no programa

The Nature of Things, da rádio BBC. Hoyle propôs outra teoria para a formação do universo,

hoje abandonado, que descrevia um modelo de universo estacionário, não tendo aceitação

científica.

A teoria do Big Bang tem como base as observações feitas no cosmos, a qual explica

que a cerca de 10 a 15 bilhões de nos atrás, uma grande massa de matéria extremamente

concentrada, muito densa e quente, tenha criado um aumento de pressão tão grande que gerou

uma grande explosão, expelindo matéria e energia em todas as direções. Essas matérias foram

se agrupando formando as galáxias, que continuam afastando-se uma das outras.

Figura 35 - Deep Sky - Céu Profundo

Crédito: NASA, ESA, R. Windhorst, S. Cohen, and M. Mechtley (Arizona State

University, Tempe), R. O'Connell (University of Virginia), P. McCarthy (Carnegie

Observatories), N. Hathi (University of California, Riverside), R. Ryan (University of

California, Davis), and H. Yan (Ohio State University)

http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_1558.html

Universo é o conjunto de tudo o que existe.

41

12. VIAGEM ESPACIAL

Logo após a segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos da América surgiram como

maior potência do planeta e a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, como

sua rival. A disputa política, diplomática e militar entre ambos, chamada de guerra fria

impulsionou o desenvolvimento científico e tecnológico de maneira jamais vista.

Rapidamente, essa corrida, generalizou-se para outras áreas, inclusive na exploração do

espaço. (Mello e Winter, 2007). A exploração espacial teve como objetivo principal alcançar

a superfície da Lua e a partir dela chegar a outros planetas viajando pelo espaço sideral.

Os primeiros aparatos humanos a sair da atmosfera terrestre foram as sondas espaciais

que tinham a finalidade inicial realizar pesquisas para telecomunicações, após foram usadas

sondas maiores para pesquisas científicas exploratórias sobre o Sistema Solar, almejando

possível viagem espacial.

O Observatório Nacional do Rio de Janeiro apresenta uma tabela mostrando algumas

sondas espaciais que pesquisaram o Sistema Solar com sucesso.

Tabela 4 -

Algumas sondas espaciais que pesquisaram o Sistema Solar com sucesso

DATA DE

LANÇAMENT

O SONDA ESPACIAL PAÍS FEITO CIENTÍFICO

31 de janeiro de

1958 Explorer 1

Estados

Unidos descobriu a existência de cinturões de

radiação envolvendo a Terra, hoje

chamados de Cinturões Van Allen.

13 de setembro

de 1959 Luna 2

União

Soviética

foi o primeiro objeto feito pelo ser

humano a impactar sobre o solo lunar,

na região chamada "Palus Putredinis".

4 de outubro de

1959 Luna 3

União

Soviética

foi o primeiro objeto feito pelo ser

humano a contornar a Lua. Obteve as

primeiras imagens do lado escuro da

Lua.

42

27 de agosto de

1962 Mariner 2

Estados

Unidos

foi a primeira sonda espacial a passar,

com sucesso, próxima a outro planeta

do Sistema Solar, o planeta Vênus.

28 de julho de

1964 Ranger 7

Estados

Unidos

primeira transmissão de imagens em

close-up da superfície da Lua. Colidiu

com o nosso satélite.

28 de novembro

de 1964 Mariner 4

Estados

Unidos

foi a primeira sonda espacial a passar

por Marte e a primeira a enviar para a

Terra imagens detalhadas da superfície

marciana.

14 de junho de

1965 Mariner 5

Estados

Unidos

passou por Vênus e mostrou que esse

planeta não tem campo magnético.

16 de novembro

de 1965 Venera 3

União

Soviética

foi a primeira espaçonave a pousar em

outro planeta, Vênus.

3 de fevereiro

de 1966 Luna 9

União

Soviética

foi o primeiro objeto construido pelo ser

humano a pousar suavemente sobre a

superfície da Lua, no "Oceanus

Procellarum". A sonda enviou para a

Terra várias imagens da superfície

lunar.

43

31 de março de

1966 Luna 10

União

Soviética

foi o primeiro satélite artificial a entrar

em órbita em torno de um outro corpo

do Sistema Solar, a Lua.

10 de agosto de

1966 Lunar Orbiter 1

Estados

Unidos

primeiro veículo a entrar em órbita em

torno da Lua com o objetivo de realizar

levantamentos de dados.

12 de junho de

1967 Venera 4

União

Soviética

primeira espaçonave a enviar para a

Terra dados estando dentro da atmosfera

de Vênus.

24 de fevereiro

de 1969 Mariner 6

Estados

Unidos

passou por Marte e foi a primeira

espaçonave a enviar imagens de alta

resolução da superfície marciana.

17 de agosto de

1970 Venera 7

União

Soviética

primeira espaçonave a enviar para a

Terra dados estando na superfície de

Vênus. Ela entrou na atmosfera de

Vênus e liberou uma cápsula de pouso

que foi o primeiro objeto feito pelo ser

humano a retornar dados após ter

pousado sobre a superfície de um outro

planeta.

44

12 de setembro

de 1970 Luna 16

União

Soviética

obteve as primeiras amostras de solo

lunar, sem a direta participação humana,

após pousar suavemente na superfície

da Lua, na região chamada "Mar da

Fecundidade".

17 de novembro

de 1970 Luna 17

União

Soviética

pousou sobre a superfície da Lua, no

"Mar Imbrium". Sua carga incluia o

primeiro "rover" lunar, um carrinho não

tripulado chamado "Lunokhod 1".

Levou também equipamento de

televisão.

30 de maio de

1971 Mariner 9

Estados

Unidos

entrou em órbita em torno de Marte e

realizou o primeiro mapeamento global

desse planeta.

26 de março de

1972 Venera 8

União

Soviética

realizou a primeira análise química da

superfície de Vênus.

2 de maio de

1972 Pioneer 10

Estados

Unidos

atravessou o Cinturão de Asteróides e se

tornou a primeira espaçonave a

sobrevoar Júpiter. Em 1983 a Pioneer

10 se tornou a primeira espaçonave a

deixar o Sistema Solar. Levará mais de

2 milhões de anos até que a Pioneer 10

ultrapasse a estrela Aldebaran, a estrela

mais próxima ao longo da trajetória

seguida pela espaçonave.

45

5 de abril de

1973 Pioneer 11

Estados

Unidos

passou pelo Cinturão de Asteróides no

dia 19 de abril de 1974 e ultrapassou

Júpiter em 2 de dezembro de 1974. Este

foi o segundo sobrevôo de Júpiter por

uma espaçonave. No dia 1 de setembro

de 1979, a Pioneer 11 cruzou a órbita de

Saturno obtendo as primeiras imagens

detalhadas de Saturno. Este foi o

primeiro sobrevôo de Saturno por uma

espaçonave. As espaçonaves Pioneer 10

e Pioneer 11 foram as primeiras

espaçonaves a estudar diretamente

Júpiter e Saturno.

3 de novembro

de 1973 Mariner 10

Estados

Unidos

primeira espaçonave a sobrevoar

Mercúrio. No caminho para esse planeta

a espaçonave obteve dados sobre

Vênus.

8 de junho de

1975 Venera 9

União

Soviética

pousou suavemente na vizinhança de

uma região vulcânica conhecida como

"Beta Regio" enviando imagens da

superfície de Vênus durante 53 minutos.

Esta foi a primeira cosmonave (e não

uma sonda) a pousar na superfície de

um outro planeta.

20 de agosto de

1975 Viking 1

Estados

Unidos

O módulo orbital da sonda Viking 1

terminou suas operações no dia 7 de

agosto de 1980. O módulo de pouso da

sonda Viking 1 realizou o primeiro

pouso suave sobre a superfície de Marte

de um objeto construído pelo ser

humano. O módulo de pouso terminou

as suas operações no dia 1 de fevereiro

de 1983.

9 de setembro

de 1975 Viking 2

Estados

Unidos

O módulo orbital da sonda Viking 2

terminou suas operações no dia 24 de

julho de 1978 após ter realizado 1489

órbitas em torno de Marte. O módulo de

pouso da sonda Viking 2, o segundo

objeto artificial a pousar suavemente

sobre a superfície de Marte, cessou suas

comunicações com os operadores na

Terra no dia 12 de abril de 1980.

20 de agosto de

1977 Voyager 2

Estados

Unidos

realizou uma jornada de 5 anos aos

planetas Júpiter, Saturno, Urano e

Netuno. As sondas espaciais Voyager 1

e Voyager 2 foram as primeiras

espaçonaves a explorar os planetas

exteriores. Em setembro de 2003, a

Voyager 2 estava a cerca de 10 657 000

000 km do Sol.

46

5 de setembro

de 1977 Voyager 1

Estados

Unidos

realizou uma jornada de 5 anos aos

planetas Júpiter, Saturno e o satélite

Titã. A Voyager 1 está a mais de 25

anos no espaço e, a partir de 1998,

tornou-se a espaçonave que mais se

distanciou do Sol.

20 de maio de

1978 Pioneer Venus Orbiter

Estados

Unidos

enquanto permanecia em órbita em

torno de Vênus realizou o primeiro

mapeamento da superfície desse planeta

utilizando radar.

30 de outubro

de 1981 Venera 13

União

Soviética

detectou a existência de descargas

elétricas na atmosfera de Vênus.

2 de junho de

1983 Venera 15

União

Soviética

enquanto permanecia em órbita em

torno de Vênus realizou o mapeamento

topográfico da superfície desse planeta

usando radar.

15 de dezembro

de 1984 Vega 1

União

Soviética

passou por Vênus lançando um módulo

de teste na direção da superfície do

planeta. Passou através da coma do

cometa Halley.

47

8 de janeiro de

1985 Sakigake

Japão mediu a interação do vento solar com o

cometa Halley.

2 de julho de

1985 Giotto

European

Space

Agency

(ESA)

realizou a maior aproximação de uma

espaçonave ao cometa Halley. Obteve

as primeiras imagens em close-up do

núcleo de um cometa.

18 de agosto de

1985 Suisei

Japão obteve imagens no ultravioleta da coroa

de hidrogênio do cometa Halley.

Realizou várias medidas do plasma do

cometa.

4 de maio de

1989 Magellan

Estados

Unidos

mapeou 99% da superfície de Vênus

durante 4 anos de observação. Suas

imagens tinham uma resolução de 100

metros. No dia 11 de outubro de 1994

mergulhou na direção de Vênus

colidindo com a sua superfície.

18 de outubro

de 1989 Galileu

Estados

Unidos

foi a primeira espaçonave a encontrar-se

com um asteróide, a fotografar um

satélite de um asteróide, a usar uma

sonda para fazer medições dentro da

atmosfera de Júpiter, de sua

magnetosfera e de seus satélites. Ela

também foi a única espaçonave que

realizou observações de mais de 20

fragmentos do cometa Shoemaker-Levy

à medida que eles mergulhavam na

atmosfera de Júpiter durante 6 dias em

julho de 1994. No dia 21 de setembro de

2003 a Galileu mergulhou na atmosfera

de Júpiter sendo, então, destruída.

48

6 de outubro de

1990 Ulysses

Estados

Unidos/Eur

opean

Space

Agency

(ESA)

primeira sonda espacial a permanecer

em órbita em torno dos polos do Sol.

25 de janeiro de

1994 Clementine

Estados

Unidos

obteve evidências de água na região do

polo sul da Lua.

17 de fevereiro

de 1996 NEAR-Shoemaker

Estados

Unidos

foi a primeira espaçonave a entrar em

órbita em torno de um asteróide, o 433

Eros. Também foi a primeira

espaçonave a pousar suavemente na

superfície de um asteróide, o 433 Eros.

Essa espaçonave também obteve

excelentes imagens do asteróide

Mathilde.

7 de outubro de

1996 Mars Global Surveyor

Estados

Unidos

enviou mais dados sobre Marte do que

todas as missões anteriores juntas.

Fotografou canais que sugerem ter

havido correntes de água líquida na

superfície de Marte.

4 de dezembro

de 1996 Mars Pathfinder

Estados

Unidos

Formada por um módulo de pouso e um

pequeno carrinho, o Sojourner Rover,

essa missão explorou as planícies do

hemisfério norte de Marte conhecidas

como "Ares Valles".

15 de outubro

de 1997 Cassini-Huygens

Estados

Unidos-

European

Space

Agency

(ESA)/Itáli

a

o módulo de pouso Huygens descerá

sobre a superfície de Titã, satélite de

Saturno.

49

7 de janeiro de

1998 Lunar Prospector

Estados

Unidos

colidiu propositalmente com a Lua na

tentativa de determinar a existência de

água no subsolo.

24 de outubro

de 1998 Deep Space 1

Estados

Unidos

sobrevoou o asteróide próximo à Terra,

1992 KD, em 20 de julho de 1999. Em

setembro de 2001, a espaçonave

encontrou o cometa Borrelly obtendo

excepcionais imagens desse cometa.

7 de fevereiro

de 1999 Stardust

Estados

Unidos

fotografou o núcleo do cometa Wid 2.

Colheu material da coma desse cometa

que trará para a Terra em 2006.

7 de abril de

2001 2001 Mars Odyssey

Estados

Unidos

estudou a composição da atmosfera

marciana e detectou a presença de água

e gelo enterrado no subsolo do planeta.

9 de maio de

2003 Hayabusa (MUSES-C)

Japão esta missão pretende trazer para a Terra

amostras do solo do asteróide Itokawa.

2 de junho de

2003 Mars Express

European

Space

Agency

(ESA)

lançou um módulo de pouso, Beagle 2,

na direção da superfície marciana mas

não conseguiu estabelecer contato com

ele. O módulo orbital continua a realizar

pesquisas sobre a possibilidade de

existir água em Marte.

50

10 de junho de

2003

7 de julho de

2003

Mars Exploration

Rovers

Estados

Unidos

dois pequenos carrinhos, o Spirit e o

Opportunity, foram colocados sobre a

superfície de Marte com a missão de

explorar cerca de 40 metros de distância

cada dia.

2 de março de

2004 Rosetta

European

Space

Agency

(ESA)

sua longa missão levará essa sonda

espacial ao encontro do cometa

67P/Churyunov-Gerasimenko.

13. O BRASIL NA ERA ESPACIAL

A Agência Espacial Brasileira (AEB), criada em 10 de fevereiro de 1994, formula e

coordena r a política espacial brasileira. É uma autarquia da esfera federal com vínculos ao

Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e tem dado continuidade às atividades

desenvolvidas pelo governo, a partir de 1961, buscando a autonomia brasileira no setor

espacial. (AEB, 2010).

Costa (2002), afirma que, o Ministério da Aeronáutica promoveu suas primeiras ações

no desenvolvimento de pequenos foguetes para a Força Aérea, destinados à sondagens

meteorológicas, dando início ao programa espacial brasileiro. Mas, somente 1978 (quase vinte

anos depois) foi aprovada, pelo Governo Federal, a proposta de realização de um estudo de

viabilidade de uma Missão Espacial Completa Brasileira (MECB). A Presidência da

República, no entanto, daria sua aprovação oficial somente no início da década de 1980.

Finalmente, em 1991, foi criado o atual Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Atualmente

cabe ao IAE o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e ao Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), criado em 1971, o desenvolvimento dos satélites e

das estações de solo correspondentes. Apesar dos atrasos, o Brasil é um pioneiro no

desenvolvimento das atividades espaciais.

O Brasil foi um dos primeiros países em desenvolvimento a institucionalizar as

atividades espaciais.

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14. ASTRONOMIA NO COTIDIANO

Uma das grandes dificuldades dos professores é associar o estudo dos conteúdos

básicos de Astronomia e as situações cotidianas, em exemplo é que não conseguimos

visualizar os avanços tecnológicos que melhoram a vida de milhões de pessoas em todo o

mundo. A pesquisa espacial produz mais do que foguetes, satélites e veículos lançadores.

Vários materiais, inicialmente desenvolvidos para uso específico dos sistemas espaciais,

passaram a fazer parte do nosso cotidiano. São os chamados spin-offs.

Velcro, lentes com proteção UVA/UVB, microships, teflon, materiais carbonosos para

altas temperaturas hoje utilizados como isolantes nas centrais nucleares para geração de

energia elétrica e nos discos de freios de todos os aviões militares, comerciais de grande porte

e nos carros de Fórmula 1. As camadas anti-reflexão para televisores; óculos com proteção

solar; aços de ultra-alta-resistência utilizados em blindagens, grandes eixos, trens de pouso de

aviões e de helicópteros e roupas com proteção para altas temperaturas e para manuseio de

produtos químicos de alta toxidade. São exemplos de materiais inicialmente desenvolvidos

para uso dos sistemas espaciais com aplicações na Terra.

Há um travesseiro que é feito com espuma viscoelástica desenvolvida pela NASA.

Essa espuma é automoldável e não deforma com o tempo. Surgiu nos laboratórios da agência

espacial americana na década de 1970.

15. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção desse trabalho foi motivada pela observação da dificuldade onde os

professores encontram no desenvolver das atividades relacionadas aos conteúdos básicos do

ensino de Astronomia. Surgindo, a partir daí, a reflexão sobre o assunto e a busca, por meio

de pesquisa, por referências sobre esses conteúdos básicos.

Na formação continuado de professores, esse caderno pedagógico é uma possibilidade

que os mesmos terão para ampliar e atualizar seus conhecimentos sobre Astronomia,

refletindo sobre sua prática em sala de aula e auxiliá-los na busca de respostas para

questionamentos e esclarecimento de dúvidas sobre os fenômenos naturais presentes no

cotidiano da escola, proporcionando aos alunos a construção do seu conhecimento, a partir da

análise do senso comum, refinando ou redefinindo para um conhecimento científico.

Spin-off é a expressão inglesa usada para denominar casos nos quais as tecnologias,

desenvolvidas no contexto dos programas espaciais, são usadas em atividades fora desse

setor.

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Convém lembrar que os conteúdos contemplados nesse caderno são sínteses de

referências relacionadas aos conteúdos apresentados, com objetivo de complementação e/ou

atualização dos textos encontrados nos livros didáticos. Dado os propósitos e as limitações

desse trabalho, outros conteúdos não foram contemplados, o que não os tornam menos

importantes.

Esperamos que esse caderno venha contribuir para a melhoria do processo ensino

/aprendizagem, bem como estimular o professor na busca de novos conhecimentos,

participando de cursos de formação continuada para docentes voltada para o ensino de

Astronomia.

16. REFERÊNCIAS

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Winter, Antonio Fernando Bertachini de Almeida Prado. São Paulo. Livraria de Física. 2007.

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Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina. Organizador Miguel Fernando Moreno. –

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