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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE- UNICENTRO

CAMPUS DE GUARAPUAVA – PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

SIRLEI BERNARDETE WEBER BONAMIGO

PROFESSORA PDE – 2009

NRE: PATO BRANCO

A PRESENÇA AFRODESCENDENTE NO MUNICÍPIO DE CORONEL VIVIDA: A

ESCASSEZ DE UMA HISTÓRIA

PATO BRANCO – PR

2010

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SIRLEI BERNARDETE WEBER BONAMIGO

A PRESENÇA AFRODESCENDENTE NO MUNICÍPIO DE CORONEL VIVIDA: A

ESCASSEZ DE UMA HISTÓRIA

Material Didático, sendo este uma Unidade Didática apresentada à

Secretaria de Estado e Educação – SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento

Educacional PDE na área de História vinculada com a Universidade Estadual do

Centro Oeste – UNICENTRO – Campus de Guarapuava – Paraná.

Professor Orientador – Mestre Fábio Pontarolo.

PATO BRANCO – PR

2010

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Dedico este trabalho em especial a

minha filha Aline pela compreensão

nesta caminhada, aos meus pais pela

educação digna que me

proporcionaram.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que me presenteou com o dom da vida, e por me

oportunizar cada momento vivido.

A todos meus familiares pelo apoio e incentivo durante essa caminhada,

destacando meu irmão Adroaldo por ser essa pessoa maravilhosa que és, o que te

desejo é que DEUS te proteja sempre.

Ao professor orientador Mestre Fábio Pontarolo, obrigada pela

compreensão pelos ensinamentos recebidos na elaboração das atividades

propostas pelo PDE e principalmente por mostrar e conduzir o caminho a seguir,

você é especial, que DEUS te ilumine sempre, obrigada pelas orientações

recebidas.

A equipe do CRTE, a representante regional do PDE – NRE – Pato Branco,

Elaine Lazaroto, pelo apoio amigo.

As colegas do PDE e alunos do GTR pelo carinho recebido. Principalmente

a Noeli, companheira de estudos e de viagens, por ser essa pessoa compreensiva,

amiga de todos os momentos.

As amigas: Ana, Cecília, Janês, Maria Irene, Mari Luci, Perina e Solange,

pelas lições de vida, carinho e compreensão.

A Direção, equipe pedagógica, funcionários e alunos do Colégio Estadual

Arnaldo Busato pelo apoio incondicional.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

UNIDADE DIDÁTICA - PLANO DE TRABALHO DOCENTE

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE/Coronel Vivida: Sirlei Bernardete Weber Bonamigo

Área: História

NRE: Pato Branco

Professor Orientador IES/UNICENTRO – Prof. Ms. Fabio Pontarolo

IES vinculada: Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO - Guarapuava

Escola de Implementação: Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental,

Médio, Normal e Profissional

Público objeto da intervenção: profissionais da educação, do Colégio Estadual

Arnaldo Busato – EFMN.

2. TEMA DE ESTUDO DA PROFESSORA PDE

HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA - DIVERSIDADE CULTURAL - CULTURA

AFRODESCENDENTE

3. TÍTULO

A PRESENÇA AFRODESCENDENTE NO MUNICÍPIO DE CORONEL VIVIDA: A

ESCASSEZ DE UMA HISTÓRIA

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4. CONTEÚDO

Conteúdo Estruturante: Cultura, Trabalho e Poder.

Conteúdos Propostos: Formação da Identidade e da Alteridade: Diversidade

Cultural - Cultura Afrodescendente.

5. APRESENTAÇÃO

O presente trabalho se apresenta como uma Unidade Didática, conforme

proposto pelo Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de

Educação do Estado do Paraná, como Produção Didática Pedagógica prevista no

Projeto de Intervenção Pedagógica, a ser aplicado em forma de curso aos

profissionais da educação que atuam no Colégio Estadual Arnaldo Busato – EFMN,

e que demonstrem interesse pelo tema em questão.

Trata-se de um Material de Produção Didática Pedagógica, denominada de

Unidade Didática, que tem como tema: “A Presença Afrodescendente no Município

de Coronel Vivida: A Escassez de uma História”, composto por textos referentes à

história oral e a história dos povos afrodescendentes no Brasil, no Paraná e

especificamente em Coronel Vivida.

Consiste na pesquisa bibliográfica e, em entrevistas com povos

afrodescendentes residentes no município, sendo que no primeiro momento foi

realizado um estudo sobre a história oral e fontes orais, acompanhada da história

dos povos afrodescendentes e suas contribuições na construção histórica do povo

brasileiro, bem como do povo vividense.

Esta Unidade Didática traz também sugestões de atividades para o

desenvolvimento dos encontros de capacitação pedagógica com os cursistas, com

intuito de ampliar os conhecimentos sobre a presença dos afrodescendentes do

município através de debate e discussão sobre os vídeos das entrevistas realizadas

com descendentes afros que residem no município.

Utilizando material bibliográfico acervado, pela pesquisadora, materiais

disponíveis nos colégios do município e vídeo das entrevistas com afrodescendentes

do município, como estratégia pedagógica, elemento constitutivo da transposição do

saber histórico científico para o saber escolar, com objetivo de motivar o processo

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de ensino e aprendizagem na disciplina de História, bem como de valorizar a história

e a contribuição dos povos afros na formação de Coronel Vivida.

Apresenta também como objetivo propor e socializar junto aos cursistas a

prática pedagógica na utilização da história oral como fonte de pesquisa para

ensinar e aprender história, enriquecendo as aulas, resgatando o interesse pela

participação na construção histórica do município em especial dos povos

afrodescendentes.

Sendo a escola, um espaço aberto para a produção do saber nesse sentido,

o presente trabalho visa promover o uso de documentos históricos e da história oral

como recurso didático.

Busca-se possibilitar aos cursistas por meio do estudo do tema, mais uma

estratégia de trabalho dentro da história oral, visando despertar o gosto pelo

conhecimento histórico através da pesquisa e informação sobre a participação dos

povos afrodescendentes na construção da história local.

6. JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO

Ao longo da história vem se edificando uma imensa literatura sobre a

população afrodescendente, bem como sobre os movimentos de resistência das

culturas africanas que migraram para o Brasil. Alguns trabalhos ressaltam a questão

do impacto causado pela presença do colonizador que, inicialmente, tentava impor

suas tradições através de uma ideologia baseada na incorporação de seus valores e

na consequente submissão do negro. Evidentemente, houve um fracasso do ideal

de branqueamento físico, mas a ideologia proveniente desse processo histórico foi

mantida no imaginário coletivo brasileiro, tanto daqueles considerados negros

quanto dos brancos e mestiços, de maneira que todos compartilham dos mesmos

estereótipos; prejudicando o ideal dos movimentos sociais na busca pela produção

crítica de uma identidade afrodescendente (MUNANGA, 2004).

Esta Unidade Didática justifica-se pelo fato da necessidade de resgatar a

cultura dos povos afrodescendentes presentes na História do povo vividense, isso

caracteriza o esforço consciente da reorganização da cultura, de conciliação do novo

com o tradicional de conservação de todos os aspectos da cultura afrodescendente.

Neste sentido, saber o quanto à cultura afrodescendente está presente no

cotidiano ajudando a admirar e, acima de tudo, a respeitar sua história, palavras que

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se usa no vocabulário de origem africana, os alimentos, inúmeras são as práticas

culinárias herdadas, bem como as brincadeiras e jogos que também mostram a forte

influência na vida da comunidade. São diversas práticas oriundas dos costumes

desse povo, é necessário ter consciência disso, reconhecendo o seu valor, sendo de

extrema relevância escrever sobre o tema em questão, para que estes elementos

não se percam ao longo da história.

Por meio desta Unidade Didática, pretende-se propor aos cursistas melhor

compreensão sobre a presença da cultura afrodescendente no município, bem como

o entendimento de que as sociedades são diferentes e se transformam ao longo do

tempo e da História e relacionam-se conforme os interesses sociais, econômicos,

políticos e religiosos identificando suas mudanças e permanências, buscando

desenvolver um procedimento educativo que seja capaz de construir uma excelência

no processo ensino aprendizagem.

Com a finalidade de apresentar melhor esclarecimento sobre a cultura

afrodescendente, presente no município de Coronel Vivida, bem como sua

participação desde o início da formação do município e buscando compreender as

contribuições deixadas por estes povos.

7. PROBLEMA/ PROBLEMATIZAÇÃO

Ao investigar na história dados relativos aos afrodescendentes residentes no

município de Coronel Vivida, percebe-se a escassez dos mesmos nas fontes

históricas da bibliografia local. Por conseguinte, faz-se necessário à busca de

informações sobre o tema de pesquisa, através da história oral do resgate da

historicidade deste povo que muito contribuiu e contribui na formação étnica, social,

política e econômica do município.

Geralmente a história utilizada em sala de aula ignora a história local

principalmente no que se refere à contribuição dos povos afrodescendentes, isso se

deve a pouca quantidade de materiais referentes ao tema. Por outro lado, a

contribuição desses povos deve ser vista como uma estratégia pedagógica, a qual

proporciona aos alunos melhor conhecimento sobre a história do lugar em que estão

inseridos, tornando-os sujeitos históricos. Nesse sentido:

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O resgate da memória coletiva da história da comunidade negra não interessa apenas aos alunos de ascendência negra (...) Além disso, essa

memória não pertence somente aos negros. Ela pertence a todos, tendo em vista que a cultura da qual nos alimentamos cotidianamente é fruto de todos os segmentos étnicos, que apesar das condições desiguais nas

quais se desenvolve, contribuíram cada um de seu modo na formação da riqueza econômica e social e da identidade nacional. (KABENGELE MUNANGA, 2004)

1

Então, tem-se como problema de pesquisa: Qual a influência e a

contribuição como foi e, é a presença dos afrodescendentes na construção da

história de Coronel Vivida?

8. OBJETIVOS

8.1 OBJETIVO GERAL

Proporcionar aos profissionais da educação que participarem do curso,

conhecerem a história pouco divulgada e trabalhada com os educando sobre a

contribuição dos afrodescendentes no município de Coronel Vivida – PR, buscando

desenvolver o processo educativo que seja capaz de produzir uma excelência no

processo ensino aprendizagem.

8.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Viabilizar e disponibilizar aos cursistas a história dos povos

afrodescendentes e suas contribuições ao povo vividense.

Analisar e discutir o material elaborado sobre a presença dos povos

afrodescendentes na história do município, para que com a apropriação do

conhecimento socialmente produzido, sejam capazes de ao dominar este darem um

novo direcionamento as suas aulas no que se refere á cultura deste povo e assim,

tornarem seus alunos cidadãos críticos e conscientes inseridos na sociedade.

1 MUNANGA, K., Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade

negra. Belo Horizonte: Autêntica. 2004.

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Compreender que a transformação sofrida por este povo é resultado de

uma ideologia calcada na incompreensão, depreciando a cultura e os valores dos

povos afrodescendentes, sem se quer entender sua contribuição cultural na

formação do povo brasileiro.

Propor leitura de textos sobre o ensino da História em específico a

discussão sobre a História Oral, utilizada para elaboração deste trabalho, bem como

textos sobre o povo africano, sua participação e contribuição no território brasileiro.

Sensibilizar os cursistas quanto à participação e contribuição dos povos

afrodescendentes em nosso município.

Disseminar a participação dos povos afrodescendentes na construção

da história do município entre a comunidade escolar.

9. TEXTOS DE APOIO DIDÁTICO

TEXTO 1: IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA ORAL NO RESGATE HISTÓRICO.

A utilização da História oral permite a reconstrução da história, dando

permissão aos historiadores por meio de entrevistas resgatarem os fatos que

aconteceram. Sendo os historiadores interessados pelas fontes originais, os quais

permitem maior entendimento na reconstrução da história, os mesmos mantem com

o arquivo uma afinidade tão grande que está sempre se justificando, explicando e

controlando nele próprio e nos outros, a veracidade nos fatos históricos. No contato

com as fontes históricas, o historiador busca subsídios para sua pesquisa e

construção da história.

Todo e qualquer depoimento, bem como as entrevistas, as histórias de vidas

são instrumentos que podem ser utilizados como um meio de resgate histórico por

meio da história oral, a qual deve ser compreendida como um procedimento capaz

de dar suporte nas investigações sobre os temas históricos relacionados ao passado

que pode tornar-se recente, através da história contada por pessoas que

vivenciaram tal fato, neste caso a presença afrodescendente em Coronel Vivida.

As entrevistas servem de metodologia empregada pelo historiador na

reelaboração da história escrita, através da história oral o pesquisador obtêm

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subsídios para entender e escrever os fatos. Neste sentido cada recordação,

lembrança oferecida pelo entrevistado dá suporte ao entendimento da história de

determinada época. Toda história de vida serve de apoio para história oral. Precisa-

se reconhecer que as memórias individuais são elaboradas a partir dos fatos vividos

pelas pessoas indiferentes dos grupos sociais.

O trabalho com a história oral tem demonstrado uma metodologia eficaz ,

promovendo uma interlocução com outras disciplinas, proporcionando relação entre

pesquisador/pesquisado e da construção da história/memória. Sendo assim, faz-se

necessário refletir sobre a importância da História Oral, e o motivo de optar por ela

na elaboração da pesquisa local.

Entende-se que a história oral como um conjunto de depoimentos,

entrevistas e fatos narrados de geração para geração, que auxiliam na elaboração

da história escrita. Todo pesquisador deve estar atento às entrevistas a serem

realizadas, para que as mesmas sejam fidedignas, colaborando com a construção

da história, uma história de fato fundamentada na verdade e na ética.

Faz parte da técnica utilizada pela história oral o depoimento, nesse sentido,

é preciso remontar no tempo e estudar o documento oral não somente como fonte,

mas também do ponto de vista de sua edificação pelo historiador. Que ao requerer

uma testemunha, procede à invenção de fontes, apresentando quais podem ser as

diferentes formas de coleta em documento oral e as implicações dessas diferentes

modalidades para a prática da história. A invenção da fonte coloca-se aqui de

maneira prática.

A quem nós devemos dirigir e como ?

Podemos contrapor abertamente o entrevistado durante o seu

depoimento?

Como utilizar-se do que já se ouviu?

Por qual procedimento a fonte assim organizada servirá de material

comprobatório?

Para as fontes orais essas perguntas são eficazes e auxiliam como recurso

importante no resgate histórico.

Após a pesquisa com as fontes orais é necessário ter parâmetros do que

fazer com o material coletado, ou seja a construção da história.

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Através da história oral, tem-se como elemento de composição a

probabilidade de aproximação da realidade das pessoas diante dos fatos.

Compreendemos a memória histórica como um processo constante na construção

da realidade.

Por meio da história oral tem-se a possibilidade da construção e

reconstrução da história através dos relatos, sejam eles individuais ou coletivos.

Tais contribuições proporcionam reflexões sobre os pesquisadores e os

entrevistados, já que a história oral nos proporciona resgatar a história por meio de

fatos narrados.

Neste sentido cabe ao historiador o discernimento da validade e utilização

das fontes orais, tendo cuidado com a fidedignidade e comprometimento imparcial

com os fatos narrados, sem possibilidade de privilégios.

TEXTO 2: AS CONTRIBUIÇÕES DAS FONTES ORAIS

Analisando a história escrita, percebe-se que a participação de muitos

indivíduos, principalmente dos grupos populares, se encontram muito escassas, e

geralmente são omitidos dados referentes a essa parcela da população.

Neste sentido, as fontes orais cooperam na reconstrução dos fatos

históricos, por meio da história narrada através da pesquisa de campo, sendo estes

de suma importância para o historiador, proporcionando subsídios no resgate

histórico, que venha valorizar quem de fato participou da construção histórica.

As contribuições da história oral estão presentes na reconstrução da história,

onde os historiadores tornam-se pesquisadores e vão a campo averiguar como os

fatos aconteceram, as fontes orais são descritas por pessoas que contam a história

de diferentes formas de acordo com seus pontos de vista.

O trabalho com as fontes orais pode mostrar como a edificação da história é

objeto de contínua pesquisa e estudo, assim a memória é essencial a um grupo por

quem está ligada a construção de sua identidade, sendo fruto de um trabalho de

disposição e de seleção importante na construção e continuidade dos fatos

pesquisados. Entendendo que a memória não é estática e sim, mutante é aceitável

falar de uma história das tradições das pessoas ou de grupos, passível de ser

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estudada por meio de entrevistas de história oral, já que está proporciona subsídio

para edificação da história.

Desde os tempos mais remotos aos mais recentes, as fontes orais estão

presentes na base do fazer história, sendo elas fundamentais para a pesquisa

histórica, pois estuda os grupos excluídos da documentação, e ao utilizar as

mesmas permite articular a experiência vivida por diferentes pessoas.

As fontes orais permitem uma relação de congregar pessoas em sua

individualidade ou coletividade, mas também promove o estudo e a compreensão

das circunstâncias que racionaliza uma ocasião histórica real; impedindo que

apareça nos documentos escritos; os historiadores caracterizam as fontes orais

como um elemento imprescindível para a pesquisa. O emprego das fontes orais

implica o respeito a uma série de regras metodológicas que o pesquisador utiliza

para criar documentos históricos produzidos através das informações coletadas.

O uso das fontes orais nos permite um aprofundamento na história de

grupos excluídos, como exemplo o dos afrodescendentes que é objeto de estudo

desta pesquisa.

Para melhor compreensão do tema, estudar o texto sobre a História Oral no

livro: VOLDMAN, Daniéle. A invenção do depoimento oral. Capítulo 20. Usos &

Abusos da história oral/ Janaína Amado e Marieta de Moraes Ferreira,

coordenadoras, 8 ed. – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

TEXTO 3: A PRESENÇA DOS POVOS AFRODESCENDENTES NO TERRITÓRIO

BRASILEIRO

Ao estudarmos a história do Brasil, percebemos que desde o início da

constituição do povo brasileiro é evidente a presença das culturas africanas, por

meio da utilização deste povo como mão de obra para o engrandecimento

econômico deste território, nesse sentido, entende-se que é impossível não destacar

a vasta contribuição cultural dos afrodescendentes na construção da história.

Compreendendo que os homens se relacionam pelo trabalho, e que tudo faz

parte da história, é de suma importância que as pessoas possam entender o meio

em que estão inseridas, compreendendo que este é formado através das relações

de produção, onde os meios e técnicas fazem parte deste processo.

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Saber que a cultura dos afrodescendentes está presente no cotidiano, ajuda

a entender, admirar e respeitar este povo, que apesar de muito sofrido, participou

ativamente da construção do Brasil. Dentre essas contribuições podemos

mencionar: muitas palavras, inúmeros alimentos, jogos, danças, práticas religiosas,

que hoje estão presentes de forma viva na cultura do dia - a - dia.

O continente africano é conhecido como berço da humanidade e do povo

negro em todos os aspectos, porém muitas vezes para os brasileiros esse

continente é visto pelo viés da escravidão, da pobreza, do sofrimento. Neste

sentido, é importante resgatar os valores culturais e o significado da contribuição dos

mesmos para formação do mundo moderno e especificamente da cultura.

É importante pensar os valores civilizatórios como forma de aumentar sua

eficácia no sentido daquilo que se define como principal demanda de ordem política,

cultural, racial ou da ordem da necessidade da edificação de uma cultura política

afrodescendente, o que implica em um trabalho sério de retomada da raiz histórica

lembrando e valorizando a participação daqueles que muito fizeram para a

construção daquilo que somos.

A escravidão negra no Brasil teve finalidades econômicas, derivou da

necessidade de acumulação primitiva de capital, no contexto do capitalismo

comercial.

O Brasil tem uma dívida extremamente grande em relação a este povo, por

ter esquecido e discriminado toda sua contribuição e sua cultura por muito tempo,

então, hoje se faz necessário despertar a conscientização e valorização a tudo que

diz respeito à participação deste povo na história. Pode-se afirmar também que a

cultura brasileira foi construída a partir desta contribuição.

Refletir sobre a cultura negra é ponderar as lógicas peculiares estabelecidas

ao longo da história por um grupo sociocultural específico: os descendentes de

africanos escravizados no Brasil. Se partir da hipótese de que o Brasil, hoje, é uma

nação miscigenada, diz-se que a maioria da sociedade brasileira se encaixa nesse

perfil, ou seja, uma grande parte dos brasileiros pode se considerar descendente de

africanos.

Ao analisar reflexivamente o contexto percebe-se a influência da história e

da cultura africana presente em todos os aspectos, pois o Brasil desenvolveu-se à

custa do sacrifício, da injustiça e da terrível exploração de índios, negros e outros

povos menos beneficiados ao longo dos séculos.

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TEXTO 4: A CONTRIBUIÇÃO DOS AFRODESCENDENTES NA CONSTRUÇÃO

DO ESTADO PARANAENSE E EM CORONEL VIVIDA

Analisando a história escrita do Paraná, pode-se compreender, o descaso

referente à participação dos afrodescendentes na construção da mesma. Isso se

reforça através da concepção de Steca:

A literatura histórica sobre o Paraná sempre tendeu a minimizar a presença do escravo neste Estado. Alguns autores chegam a descrever a condição

do escravo neste território como não tão dura e cruel como em outras regiões do país, porém o escravo paranaense não fugiu à regra geral e estava sujeito á leilão, à compra e venda, penhor aluguel, a todo tipo de

transação comercial. (p.58)2

O trabalho escravo no estado paranaense também foi empregado apesar de

não abundante, fazendo-se presente através da utilização da mão-de-obra africana.

No início este regime se instalou com a extração do ouro e outros minerais no litoral

paranaense. Segundo a história, em algumas regiões do território, esta participação

teve maior destaque.

A escravidão no Paraná não foi diferente do restante do Brasil, ela era mais importante e necessária onde à economia estava integrada com outras

regiões do país, ligadas ao mercado externo. Nas economias desenvolvidas para o abastecimento local ou de subsistência, o uso do escravo era em número,, mas nem sempre por isso deixava de ser importante para o

desenvolvimento daquela localidade. Tanto o índio como o negro eram uma mercadoria valiosa, produzindo a riqueza através de seu trabalho. (p.57)

3.

Neste sentido o trabalho dos africanos contribuiu para a expansão das

atividades econômicas em direção as regiões interioranas, possibilitando a

ocupação de áreas até então inexploradas:

Na Província do Paraná, o escravo colaborou com seu trabalho na

penetração para o interior, auxiliando os bandeirantes na exploração, transportando pesadas cargas, abrindo caminhos, no apresamento dos índios até mesmo auxiliando no aldeamento dos nativos. (p. 59).

4

2 STECA, Lucinéia Cunha: História do Paraná : do século XVI à década de 1950, 2 ed. Lucinéia

Cunha Steca, Mariléia Dias Flores. Londrina: Ed. UEL, 2002. 3 Idem.

4 Idem.

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O predomínio da imigração européia sobre a escravidão , no estado

paranaense se deu a partir do século XIX, quando a mão de obra escrava já vinha

sendo pouco utilizada, e assim a forma econômica, social e urbana deste território

começa a modificar-se, a partir das contribuições dos imigrantes.

Neste sentido, o trabalho escravo perde importância progressivamente em

consequência das inovações tecnológicas, do aumento do preço do cativo, da

destruição das bases morais do regime e da própria eficácia do trabalho de grupos

europeus que se dedicavam à agricultura em geral. Portanto, com a vinda dos

imigrantes, os afrodescendentes foram ficando de lado sendo esquecida sua

contribuição econômica e sua participação cultural na História do Estado.

No estado paranaense o sistema de trabalho escravo, também foi

empregado, sendo africano ou indígena, mas este não foi exclusivo, devido

economia que aqui se desenvolveu. O regime escravocrata no Paraná se instalou

com o início da mineração e do ouro no litoral, assim: “Um maior número de

escravos veio para o Paraná quando ocorreram às discórdias em São Paulo entre as

famílias Pires, Camargo e Taques, gerada por disputas e perseguições política”.5

Conforme Wachowicz,

Nas estatísticas da população do atual Estado do Paraná, data de 1780, 17.685 habitantes, sendo que a população total era composta de 12.349

brancos e 5.336 eram negros e mulatos. Em 1858 a população era de 69.380, desses 60.380 eram brancos e 8.493 eram negros e mulatos escravos, e 507 eram mulatos livres. No período de 1872 com o primeiro

recenseamento constatou-se que a população paranaense era de 126.722 habitantes, sendo destes 116.162 brancos e 10.560 negros e mulatos. (137)

6.

Já em 1.890, no regime republicano em novo recenseamento realizado

levantou-se numa população de 294.491 habitantes e coeficiente de negros de

5,17% uma das três porcentagens dentre as de todos os estados do Brasil a mais

baixa.(p.137)7.

Conforme Octavio Ianni, a influência da imigração européia sobre a

escravatura no Paraná foi a partir da metade do século XIX quando a configuração

econômica, social e urbana de Curitiba começa a modificar-se sendo uma das

questões permanentes da segunda metade do século entrando pelo século XX.

5 ABREU, A. T. G. de. MARCONDES, G. G. Escravidão e Trabalho. Guarapuava: Editora da

UNICENTRO, 1991, p.78. 6 WACHOWICZ, R. C. História do Paraná . Curitiba: 7ª edição, 1995.

7 Idem.

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Nesse sentido, o trabalho escravo perde prestígio progressivamente em

consequência das inovações tecnológicas do encarecimento do preço do cativo, da

destruição das bases morais do regime, da própria eficácia do trabalho de grupos

europeus que se dedicavam à agricultura em geral. Dessa forma, os imigrantes em

ritmos diversos para cada grupo, vão permeando progressivamente a estrutura

econômica e social da comunidade.(138)8.

Em anúncios de jornais no ano de 1866, constata-se ainda a existência do

trabalho escravo em fazendas na região de Ponta Grossa. Também nas primeiras

décadas do século XIX em engenhos de Erva Mate, na região de Morretes Antonina

e Paranaguá, a erva era transportada semielaborada em lombos de burros das

zonas de coleta do Planalto para Marinha, onde se encerrava o seu beneficiamento

e se operava em seguida o embarque. Na primeira metade do século XIX os

engenhos do litoral são paulatinamente transferidos para Curitiba, onde em fins do

século eram negros ou mestiços os trabalhadores dos engenhos, trabalhando de

forma quase escrava e já em outras fases da produção do mate também entravam

os escravos como fornecedores da força de trabalho.(138) 9

Transformações tecnológicas operaram no final do século XIX, as quais

influenciaram no processo de expansão da econômica do mate e também

provocaram a redução da área da participação do escravo no processo produtivo

bem como, forçando a sua substituição pelo trabalho livre. Neste sentido verifica-se

que no Paraná:

É recorrente a ideia de que no Paraná não houve escravidão, ou que a escravidão, em termos numéricos foi insignificante. No entanto, conforme o trabalho de Eduardo Spiller Pena, sobre a escravidão no Paraná, podemos

perceber nos dados de 1978 a 1854 um percentual de escravizados em relação à população geral do Paraná que variava em torno de 17%. De 1854 a 1874 há uma queda no percentual de escravizados, que passa a

girar em torno de 10%. 10

Por meio desses dados verifica-se que no Paraná, talvez não tenha ocorrido

à escravidão da mesma forma como ocorreu em outras partes do Brasil. Sendo

assim, por meio da história oral pode-se descobrir e evidenciar mais dados sobre a

8 Idem

9 Idem, 1995, p.16

10 PENA, Eduardo Spiller, O Jogo da face: A astúcia escrava frente aos senhores e a lei na Curitiba

Provincial. Curitiba aos Quatro Ventos, 1999, tabela 29.

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escravidão, bem como o caso da presença dos afrodescendentes no município de

Coronel Vivida.

A mão de obra escrava e de descendentes contribuiu para a construção do

nosso país e para o nosso estado, sendo que Coronel Vivida está inserido nesse

contexto.

O resgate histórico faz parte da educação, sendo este um aspecto inerente

da cultura de uma sociedade, no caso de nosso munícipio, onde está presente a

participação da cultura africana em nosso meio. Analisar a cultura neste caso

específico do povo afrodescendente supõe fazer o resgate histórico com o auxilio a

história oral e valendo-se das fontes históricas como meio para reconstrução, tendo

em vista a escassez de documentos que abordem a presença dos afrodescendentes

no município desde sua formação.

A presença do povo afrodescendente constata-se pela participação dos

mesmos em inúmeras atividades desenvolvida em nosso meio desde a formação de

nosso munícipio até os dias atuais.

Sendo assim é possível através das entrevistas melhor conhecer as

contribuições dos povos afro na sociedade vividense, a partir da história oral, onde

apor meio das mesmas pode-se ouvir de forma clara as várias contribuições deste

povo para o desenvolvimento de nosso município.

Através da história oral podem-se encontrar caminhos que viabilizem o

entendimento e o resgate da história de um povo, neste caso a presença

afrodescendente presente no município, que será objeto de estudo desta Unidade

Didática

Compete observar que como a maior parte do estado o negro foi sendo

deixado de lado e muitas vezes esquecido, o mesmo aconteceu com os

afrodescendentes no município de Coronel Vivida.

O fato de ocorrer a pouca participação de afrodescendentes na história

local, não justifica o esquecimento nos registros histórico da contribuição deste povo

na participação na mesma, assim sendo pretende-se através da história oral

resgatar suas contribuições presentes na cultura local.

Cabe ressaltar, portanto, ser de extrema relevância buscar através de uma

educação inclusiva o respeito e a valorização dos diferentes sujeitos que

construíram a nossa história e que estes sejam valorizados, efetivando assim a

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igualdade no processo de construção e engrandecimento de todos os povos que

aqui se fazem presentes.

Para melhor compreender a importância do construir continuamente a

história da contribuição dos povos afrodescendentes presente no município será

apresentada às entrevistas realizadas com os mesmos, no sentido de sensibilizar os

educadores sobre a presença da cultura afro no município de Coronel Vivida, com

intuito de resgatar a presença desses povos que fazem parte da história local.

As entrevistas serão disponibilizadas no curso conforme cronograma.

TEXTO 5: CONHECENDO A HISTÓRIA DOS POVOS AFRODESCENDENTES

Milhares de anos a cultura africana tem recebido influência de outros povos.

Em contrapartida essa cultura também muito influenciou na formação cultural do

povo brasileiro, sendo esta contribuição facilmente percebida nos hábitos e

costumes, na música, na culinária, nas crenças e expressões religiosas.

Quando da chegada dos africanos ao Brasil, estes trouxeram consigo os

elementos da sua cultura, bem como as particularidades da mesma. Ao longo da

história, através do contato com diferentes etnias essa cultura foi se integrando as

outras resultando no que costumamos chamar de cultura afro – brasileira e que

consequentemente desestruturou a forma de vida dessa civilização.

Foi o processo da evangelização, colonização e escravização que contribuiu

profundamente para a desestruturação dos povos africanos, de sua memória e de

suas raízes.

O africano foi introduzido no Brasil por Martim Afonso de Souza e o

primeiro “assento” para imigração negra foi assinado por Salvador Corrêa de Sá, em 1568, que contratou a primeira entrada de negros no território do Estado do Brasil, com João Gutierrez Valério. (p.17)

11

O estudo da contribuição da cultura afrodescendente em primeiro momento

nos remete para a história do povo africano, bem como sua entrada no território

brasileiro. Já para Abreu :

Os primeiros escravos negros que vieram para o Brasil, então colônia portuguesa, foram treinados na Metrópole e pertenceram a Pedro Capico.

11

FERRARINI, S. A Escravidão Negra na Província do Paraná . Curitiba: Editora Litero Técnica,

1971.

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Chegaram em 1516 e 1526, quando às expedições guarda costas policiaram o litoral brasileiro, visando coibir o contrabando de pau-

brasil.(p.66)12

Diante disso, é difícil precisar como ocorreu exatamente à chegada dos

escravos africanos ao Brasil, já que encontramos na história diferentes relatos

referentes ao tema.

O passado de exclusão, do povo negro brasileiro tem feito apelos

incessantes. Cabe configurarem-se os quadros que podem dar-lhe visibilidade

significativa para, além do que às narrativas dominantes estabeleceram como sua

verdade13. Nesse sentido, de acordo com Mattos, considera-se que:

Pensar os valores civilizatórios afro – brasileiros como forma de

aumentarmos a sua eficácia no sentido daquilo que definirmos como nossas principais demandas de ordem política, cultural, racial ou, como prefiro, da ordem da necessidade de edificação de uma cultura política

afrodescendente, implica em um trabalho intelectual de retomada da nossa história através, principalmente, da construção da nossa memória soc ial própria, em conjunto com a crítica da memória que a supremacia branca

nos legou como herança e que, na maioria das vezes reproduzimos com pouca consciência das suas formas, conteúdos e efeitos sociais. (p.25-26)

14

Nosso país teve desde o início de sua colonização grande parte da mão-de-

obra escrava, sendo esses explorados e maltratados em todos os sentidos, em

decorrência da cultura do europeu, especificamente os portugueses em relação aos

povos do outro mundo, nesse caso em relação às tribos africanas. Assim sendo,

para Cunha:

[...] pensar a população de africanos e afrodescendentes no momento da abolição deveremos pensar em escravizados, semi-livres, livres e os invisíveis para a sociedade. Dentre os invisíveis para sociedade estão às

populações de quilombos, os foragidos e revolucionários itinerantes. A situação de invisível não implica em não exercer atividades econômicas; apenas de não constituem uma posição social de livres oficiais e nem de

escravizados. Parte desta população invisível aparece no período posterior à abolição como uma imensa população desempregada. Parte do desemprego da população de africanos e afrodescendentes não era

constituída dos que deixaram as atividades no campo na agricultura devido à abolição e sim, por conta do aparecimento desses invisíveis, comparecendo nas estatísticas e na história. A evasão do campo não foi

em grandes proporções, embora compusesse o discurso dos fazendeiros para obterem vantagens do governo e financiamento para o processo imigratório

15.

12

Idem, 1991, p.16 13

MATTOS, W.R. Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros: Concepções e possibilidades políticas.

REVISTA AFRICAXÉ, agosto de 2004, ano 01, nº1, p.25-26. Africaxé é uma Publicação do Instituto Cultural e de Pesquisa Ilu Aye Odora. 14

Idem. 15

CUNHA Jr., H. Textos para o movimento negro. São Paulo: Edicon, 1992.

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A história da África bem como sua cultura e sua relação com outros povos

antecede a tráfico de escravos, mas foi a partir da vinda desses povos que se iniciou

a construção do que hoje se chama de identidade cultural afro-brasileira. Pode-se

também afirmar que não só essa cultura, mas a cultura brasileira foi construída a

partir desse fato histórico, basta observar o cotidiano. Ao analisar reflexivamente a

atualidade vê-se que a influência da história cultural africana esta presente em todos

os aspectos da cultura brasileira, da africana, da indígena ou da européia. A

influência dos africanos na cultura brasileira pode ser observada nas palavras do

nosso vocabulário, danças, músicas, alimentação entre outras.

O Brasil enquanto nação teve sua formação desenvolvida à custa do

sacrifício, da injustiça e da terrível exploração de índios, brancos e escravos (negros

africanos) ao longo dos séculos, havia vários tipos de escravos que enriqueceram os

colonizadores, bem como o tráfico que foi outra atividade que rendeu muito aos

comerciantes que se dedicaram a esse comércio.

Sobre o sistema escravista brasileiro, não há como negar a natureza

violenta. Foram características comuns da escravidão no Brasil, à tortura,

humilhação e toda sorte de castigos. Sabe-se que tais tratamentos envolvendo

castigos não eram empregados exclusivamente aos escravos, mas esta prática

estava presente nas relações entre familiares, mestres e alunos. Tal prática era

legitimada pelo próprio Estado monárquico brasileiro onde o castigo e a pena de

morte era aplicado para aqueles que ameaçassem a ordem social.

A utilização do negro como mão-de-obra no Brasil teve a finalidade

econômica, emanou de uma obrigação histórica tendo como principal meta a

acumulação de capital.

A adoção da mão –de- obra escrava no Brasil veio resolver a necessidade de mão de obra para o trabalho, sendo esta também uma fonte de riqueza,

através do tráfico, pois primeiramente, no Brasil, foi utilizada a mão de obra escrava indígena , pelos portugueses, pelos espanhóis, mais tarde pelos bandeirantes paulistas: num segundo momento, o negro foi à solução, tendo

a África como “fonte inesgotável” de fornecimento e de um comércio muito lucrativo. (p.56)

16

No Brasil escravista aos olhos de alguns políticos e parte da elite social,

entendia-se que todo e qualquer trabalho manual era tarefa exclusiva dos escravos

16

Idem, 2002, p.15.

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negros. E essa forma de conduzir a força de trabalho nesse momento colaborou

para o péssimo desenvolvimento dos próprios empreendimentos escravistas e

colocou esses homens livres à margem do mercado e do desenvolvimento

econômico brasileiro.

Para a nação brasileira, sob o ponto de vista da política progressista, era

preciso trilhar o caminho do progresso e da civilização, o que só seria possível com

o fim da escravidão. Idéias apoiadas nas teorias evolucionistas e etnocentristas,

típicas daquela época, reforçavam a idéia de que os próprios escravos tinham

consciência desta legitimidade.

O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão. Após 1854, o

Brasil tornou-se a única nação escravista do continente sul-americano, apesar das

pressões internacionais para extinção do trabalho escravo, os fatores internos foram

os principais responsáveis para a formalização da Lei Áurea, documento assinado

em 13 de maio de 1888, que abolia definitivamente a escravidão no país. Os povos

Afrodescendentes contribuíram expressivamente para construção do nosso país,

para a nossa história, porém faltou-lhes dignidade para lutar por si próprio .

Os africanos foram escravizados porque faltou -lhes a consciência vital de

assumir a sua nacionalidade como um todo. Deram as costas as suas origens, vislumbrando –se com o que vinha de fora e foram expropriados, como vítimas de um colonialismo imperialista e perverso. Ignoraram as

suas raízes históricas - filosóficas e comprometeram as suas aspirações de autonomia e de liberdade. Faltou-lhes o patriotismo esclarecido, com responsabilidade, para unir o povo em torno de uma só língua, uma só

bandeira e do seu pedaço de chão. (p.74) 17

A utilização do escravo, no caso do Brasil veio resolver a falta de mão – de-

obra no desenvolvimento dos diferentes tipos de trabalhos, sendo esta uma fonte de

riqueza, pois por meio do tráfico dos cativos, muitos enriqueceram, com o comércio

dos escravos.

Porém encontramos na história da resistência deste povo frente aos maus

tratos que eram submetidos. Símbolo dessa resistência foi à formação dos

quilombos, denominação dada aos locais para onde se refugiavam escravos que

conseguiam fugir das senzalas, na busca de liberdade. O mais famoso foi o

Quilombo dos Palmares, onde viveu um dos maiores lideres negros da história

brasileira: Zumbi.

17

Idem, 1991, p.16.

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10. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

A realização desta pesquisa será feita através da pesquisa oral e de

levantamento bibliográfico realizado por meio de leitura, discussão e descrição sobre

os afrodescendentes do município de Coronel Vivida – Paraná. As atividades

desenvolvidas serão colocadas em prática no período determinado pelo programa

PDE, sendo de maio de 2009 a maio de 2011. Nesse período será desenvolvido o

projeto, a pesquisa oral e transcrição dos dados coletados, elaborado o material de

intervenção pedagógica e o artigo final.

A referida Unidade Didática é também um projeto de ação, pois visa a sua

implementação na prática da escola, sendo este realizado no Colégio Estadual

Arnaldo Busato, do Município de Coronel Vivida –Paraná.

A apresentação da Unidade Didática à Direção, Equipe Pedagógica e aos

professores de História e outros profissionais da educação, do Colégio Estadual

Arnaldo Busato será realizada oportunizando discussão e acatando sugestões para

aplicabilidade dos mesmos nas aulas de história.

Visa-se também disponibilizar material didático aos profissionais da

educação, para que trabalhem com seus educandos sobre a presença dos povos

afrodescendentes na cultura do povo vividense, promovendo assim a disseminação

da mesma.

Através de grupo de estudo, busca-se apresentar e discutir com os

participantes do curso os vídeos elaborados, através das entrevistas realizadas com

pessoas afrodescendentes, possibilitando que estas discussões sejam usadas na

prática pedagógica quando abordar o conteúdo da cultura dos povos

afrodescendentes visando à compreensão e a formação pluricultural.

Aplicação de curso para os profissionais da educação da rede estadual de

ensino, do Colégio Estadual Arnaldo Busato do município de Coronel Vivida, tem

como intuito de refletir sobre os conteúdos, discussões e pesquisa de campo

realizada através deste projeto, bem como textos que venha complementar a

abordagem deste conteúdo, através de:

Apresentação de textos sobre a temática seguida de discussão. (história

oral e sobre os povos afrodescendentes)

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Promoção mesa redonda com a participação de afrodescendentes do

município.

Apreciação de vídeos sobre a temática em questão, e após promover

discussão relacionando com o tema em estudo.

Demonstração da pesquisa realizada com pessoas afrodescendentes do

município de Coronel Vivida

Elaboração do artigo final, relatando as principais discussões realizadas

por meio desta Unidade Didática, bem como possíveis recomendações para

continuidade deste estudo.

11. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

1º ENCONTRO

Apresentação da Unidade Didática e os objetivos da elaboração e construção da

mesma. Por meio de apresentação em PowerPoint, debater e comentar sobre a

temática em questão.

Apreciação do vídeo clip:

Valorização da Cultura Afro-Brasileira (parte 1 e 2)

http://www.youtube.com/watch?v=g_1stGv51qQ&feature=related (acessado em 04-

06-2010)

http://www.youtube.com/watch?v=IOUC0Envbyc&feature=related (acessado em

04-06-2010)

Após uma breve introdução sobre o tema a ser estudado no decorrer dos

encontros, será feita a leitura do texto 01: A importância da história oral no

resgate histórico. O referido texto faz uma abordagem sobre a História Oral,

através desta prática permite a reconstrução dos fatos, fornecendo subsídios para

escrever a história.

Leitura do texto: A invenção do depoimento oral. (Daniéle Voldeman)

Organizadoras: Marieta de Moraes Ferreira e Janaína Amando. VOLDMAN, Daniéle.

A invenção do depoimento oral. Capitulo 20. O texto na íntegra encontra-se

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disponível no Livro: AMADO,J. e FERREIRA de M M. (Coord.). Usos & Abusos da

história oral- 8 ed. – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

Depois da leitura e debate do texto, assistir o filme, “Narradores de Javé”. O qual

relata sobre a memória entre a tradição oral e a escrita. É um filme brasileiro lançado

em 2003, sob a direção de Eliane Caffé (Disponível nas Locadoras). Ou no site:

http://www.youtube.com/watch?v=6afuJb7CUq0&feature=related- acesso em (05-

06-2010)

Debater e analisar o texto sobre a história oral e sua importância para reconstrução

da história relacionando com o filme, mencionando qual é o verdadeiro papel do

historiador na construção e reconstrução da história.

2º ENCONTRO

Iniciar o encontro com apreciação do vídeo: Consciência Negra. Disponível

no site:

http://www.youtube.com/watch?v=9CZceQqTUq0&feature=related (acessado em 14-

06-2010).

Leitura do texto 2: As contribuições das fontes orais: Sabe-se que as fontes

orais proporcionam uma relação de agregar indivíduos em sua individualidade ou

coletividade, é um recurso que deve ser utilizado nas pesquisas realizadas com

intuito da reconstrução da história.

Após a leitura pedir para os educadores que em grupo respondam os

questionamentos apresentados para que na sequência em mesa redonda possam

expor e confrontar as idéias entre os grupos:

1)Debater sobre a necessidade do conhecimento das fontes orais na

construção da história.

2) Como a história oral pode nos auxiliar na reconstituição da história local?

3) Qual a relação entre a história oral e o filme “Narradores de Javé?”.

4) Relatar fatos históricos vividos que possam ser utilizados na construção

da história de sua família, comunidade e Estado.

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Levar os professores cursistas no laboratório de Informática, dividi-los em grupos e

pedir a estes que pesquisem sobre a história oral, bem como sobre os povos

afrodescendentes, vídeos sobre a cultura afro.

Leitura do texto “História dentro da História” de Verena Alberti, texto encontra –se

disponível no livro: Verena Alberti História dentro da História, In PINSK, Carla (org)

fontes históricas, São Paulo . Contexto, 2005. p. 155-202

Texto este que faz uma abordagem sobre os historiadores e as fontes orais.

Documento que explicita sobre a história oral, sendo esta utilizada no

desenvolvimento deste trabalho.

3º ENCONTRO

Estudo sobre o amparo legal da Lei 10.639/03:

Ler nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica – História, página 45, o que é

exposto sobre a lei 10.639/03. Disponível no Site:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/ou

t_2009/historia.pdf (acessado em 03-05-2010)

Levar os professores no laboratório de informática para que os mesmos acessem

os textos sobre a da obrigatoriedade da lei 10.639/03 e as lutas para que esta fosse

sancionada, e a importância da lei para o ensino de história no que se refere à

diversidade cultural.

Estudar a Lei 10.639 na Integra acessando o site:

http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=223567

(acessado em 03-05-2010).

Ler o texto disponível no site o qual comenta sobre o movimento negro e a pressão

sobre o ministério público em relação à garantia em forma da lei.

Propor aos cursistas que façam anotações sobre o que pesquisaram, para depois

fazer uma mesa redonda onde cada participante fará colocações em relação à lei. A

partir das colocações destacarem no quadro pontos que consideram positivos e

negativos. E traçar um paralelo entre os avanços e as dificuldades a serem

superadas para que a lei realmente aconteça na prática.

Estudo das DCEs referente à cultura afrodescendente.

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Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos Raciais e

para o Ensino da História e Cultura Afro- brasileira e Africana. Brasília, DF, outubro,

2004. (Estudo e discussão com síntese de pontos positivos e negativos)

Assistir o filme: “Quanto vale ou é por quilo?” Direção de Sérgio Bianchi, lançado

em 2005 no Brasil (disponível nas Locadoras). Filme importante que evidencia como

eram as tradições e os métodos dos grupos predominantes no período colonial. Ou

no site:

http://www.youtube.com/results?search_query=quanto+vale+ou+%C3%A9+por+quil

o&aq=f (acessado em 04-06-2010) (Assistir todas as partes do filme).

O filme faz um comparativo entre o trabalho escravo no Brasil na época colonial e a

exploração da miséria nos dias de hoje, através do uso de cenas que exibem os dois

momentos de forma alternada e permitem uma analogia entre estes por parte de

quem assiste, demonstrando o comércio que era realizado com os escravos.

4º ENCONTRO

Estudo dos textos:

Texto 3: A presença dos povos afrodescendentes no território brasileiro.

Texto 4: A contribuição dos afrodescendentes na construção do estado

paranaense e em Coronel Vivida.

Após a leitura dos textos, dar parecer sobre a contribuição dos povos

afrodescendentes, na construção do Brasil, do Paraná e de Coronel Vivida.

Fundamentado e com argumentos de que os povos afrodescendentes ao longo de

sua participação histórica do Brasil e do município de Coronel Vivida, pode-se

constatar o quão foram importantes por meio das entrevistas que vamos assistir.

Assistir os vídeos das entrevistas com afrodescendentes, após fazer mesa redonda

e debater sobre a presença afrodescendente na construção histórica, levantando

sugestões de como utilizar a história local na prática pedagógica em sala de aula.

Neste sentido, os professores poderão sugerir atividades a serem trabalhadas com

nossos educandos em relação a este tema, sendo estas utilizadas na construção do

artigo final.

Após assistir as entrevistas das pessoas afrodescendentes, questiona-se:

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Você percebe a influência da contribuição dos povos afrodescendentes presente na

cultura local?

Mencionar sobre a influência da culinária desenvolvida pelos afrodescendentes e

que estão presentes em nossa culinária.

Após assistir os relatos dos povos afrodescendentes e do município, você acredita

que eles contribuíram para a construção de Coronel Vivida?

Na sua concepção qual a importância da História Oral para construção da história

local.

Listar as diferentes palavras que tem conhecimento que são de origem africana

utilizada em nosso município. Ver vídeo o Povo Brasileiro (Brasil Crioulo) acessando

o site:

http://www.youtube.com/watch?v=eN4MJnmO6Eg&feature=related (acessado em

08-06-2010)

Em que aspectos mais se configurou a presença dos povos afrodescendentes?

O Navio Negreiro - Caetano Veloso.

http://www.youtube.com/watch?v=1Osbp0IMYRM&feature=relat]ed (acessado em

08-06-2010)

Na história dos povos afrodescendentes ressaltam-se a questão do impacto

cultural causado pela presença do colonizador que, desde o início tentou impor seus

costumes e suas tradições através de uma ideologia baseada na incorporação de

seus valores e na consequente submissão do negro, neste sentido após ter discutido

sobre o tema e assistido o filme relate:

Através do filme o que você pode descrever sobre o povo africano?

Situação do povo africano desde sua chegada ao território brasileiro até os dias de

hoje, destacando sua contribuição cultural, especificamente em nosso município.

5º ENCONTRO

Abertura com o – Vídeo clip: Racismo é Burrice – Gabriel Pensador. Disponível no

site: http://www.youtube.com/watch?v=j5UKCOGWacg (acessado em 04-05-2010)

Estudo e debate com plenária do seguinte texto:

Texto 5: Conhecendo a história dos povos afrodescendentes

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Apreciação dos vídeos: Como os negros chegaram ao Brasil? Vídeo

disponível no site: http://www.youtube.com/watch?v=z4cBrmpYsNs (acessado em

05-05- 2010).

Escravidão Negra no Brasil/ Escravidão no Brasil-Negros disponível no site:

http://www.youtube.com/watch?v=QXiXFsPpf-o (acessado em 05-05-2010)

Após a leitura do texto 5: discutir sobre a importância dos afrodescendentes

na construção histórica do Brasil, do Paraná e em especial na construção histórica

do município de Coronel Vivida- PR.

Este encontro será feita a explanação sobre a existência de

afrodescendentes no Brasil, e a participação de afrodescendentes no convívio em

nosso município, onde será questionado o grau de conhecimento dos participantes

sobre as contribuições deste povo na história local.

Após ler o texto, assistir o vídeo localizado no site do Portal dia-a-dia

Educação – TV Multimídia – Categoria: Vídeo História – Abolição. Disponível em:

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=9313

(acessado em 04-05-2010)

Portanto, em relação ao tema abordado questiona-se: Quantos séculos

serão necessários para avaliarmos a riqueza e a fecundidade das tradições culturais

africanas as quais retornam em ondas musicais e artísticas, sob formas sempre

novas e diferentes, fiéis à sua inspiração primordial, bem como, quanto tempo deve-

se esperar para que as escolas e os educadores as avaliem de forma séria e não

essencializada a riqueza da cultura negra construída no Brasil, e o seu peso na

formação cultural das outras etnias?

Responda dando sua opinião por meio de uma análise crítica e reflexiva

como este tema é abordado conforme o texto de: MATTOS, Hebe (et.al)

“Personagens negros e livros didáticos: reflexões sobre a ação politica dos

afrodescendentes e as representações da cultura brasileira” Texto disponível no

livro: ROCHA, Helenice.(org). A Escrita da História Escolar: memória e

historiografia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.

Apreciação dos vídeos clip curta-metragem

Filme: Vista minha pele (parte 1, 2, e 3). Diretor Joel Zito Araújo - mostra a história

de uma adolescente, que convive com a discriminação racial e tenta superá-lo do

melhor jeito possível: Disponível no site:

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http://www.youtube.com/watch?v=fNssyjM3_Y8&feature=related (acessado em 08-

06-2010)

http://www.youtube.com/watch?v=h_5MpJS6cKg&feature=related (acessado em 08-

06-2010)

http://www.youtube.com/watch?v=anBESp9o_G4&feature=related (acessado em 08-

06-2010)

Estudo e discussão do Texto: Escravidão no Paraná. Texto disponível no livro

História do Paraná. Capitulo 5. Da autora STECA, Lucinéia Cunha: História do

Paraná: do século XVI à década de 1950, 2ed./ Lucinéia Cunha Steca, Mariléia Dias

Flores. Londrina: Ed. UEL, 2002.

6º ENCONTRO

Assistir o documentário “Memórias do Cativeiro”, da historiadora Hebe

Mattos. Basta assistir na sequência que o vídeo inteiro está disponível, dividido em

partes (parte 1, 2, 3, 4, 5.). Disponível no site:

http://www.youtube.com/watch?v=01yW6lLqMrw (acessado em 04-04-2010)

Debater sobre a vida dos escravos e discutir sobre a mudança que o fim da

escravidão trouxe na vida dos descendentes de escravos.

Pesquisar na Internet, música, poesias sobre o povo afro e após discutir

sobre o que foi pesquisado, relatando qual a mensagem transmitida pela pesquisa.

Ouvir a Música Alma Branca de Gilberto Gil.

A seguir assistir vídeo Preconceito Racial. Disponível no site:

http://www.youtube.com/user/Jessica231189 (acessado em 06-06-2010)

O Escravidao no Brasil, música. Disponível no site:

http://www.youtube.com/watch?v=re4PdzBuwTE&feature=related (acessado

em 06-06-2010)

Analise dos livros referentes à literatura do município no que diz respeito à

presença afrodescendente em Coronel Vivida.

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7º ENCONTRO

Para iniciar o encontro, apresentação com o grupo de capoeira do município

demonstrando mais uma das formas de manifestações da cultura afro - brasileira.

Promover mesa redonda com a participação de algumas pessoas

afrodescendentes do município.

Após a fala dos afrodescendentes solicitar aos professores que em grupos

escrevam o que chamou a atenção da vida destes povos e a contribuição dos

mesmos na história do município.

Como lanche neste dia será servido à feijoada, prato típico dos povos

afrodescendentes.

Vídeo clip: http://www.youtube.com/watch?v=ZXzKnf_nMJg&feature=related

(acessado em 20-04-2010). Afoxé Oyá Alaxé - Quilombo Axé (Dia de negro)

12. AVALIAÇÃO

Sugere-se que no final dos encontros de estudo o professor elabore uma

avaliação por meio de instrumentos diversificados, na qual se observe o

desempenho dos professores em atividades coletivas de grupo e individuais,

analisando os aspectos como a cooperação no trabalho em grupo, a performance na

apresentação oral e textual e a capacidade de discutir o assunto e defender uma

idéia, bem como a contribuição desse curso para sua prática pedagógica.

O principal objetivo do PDE é possibilitar aos profissionais da educação

rede estadual subsídios teóricos e práticos para serem utilizados nas ações

educacionais sistematizadas, para que possam ser avaliadas no decorrer do

processo de desenvolvimento do curso PDE.

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13. CRONOGRAMA DE AÇÕES 2010 DA UNIDADE DIDÁTICA

ETAPAS – 2010 Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

Entrevista com pessoas

afrodescendentes

Elaboração da Unidade Didática

Explanação do Projeto ao

Diretor e equipe Pedagógica

Reunião com os Professores

História

Elaboração do Material para o

Curso

Embasamento Teórico para

Elaboração da Unidade Didática

Transcrição das entrevistas

Aplicação do Curso para os

professores

Avaliação do Curso

Encontros de Orientação

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14. CRONOGRAMA DO CURSO – A PRESENÇA AFRODESCENDENTE EM

CORONEL VIVIDA: A ESCASSEZ DE UMA HISTÓRIA (UNIDADE DIDÁTICA)

ETAPAS DO CURSO

DIAS 17/08 20/08 27/08 03/09 10/09 17/09 24/09 01/10

Apresentação do

Projeto a Direção e

Equipe Pedagógica

Reunião com

professores de

História

1º Encontro

2º Encontro

3º Encontro

4º Encontro

5º Encontro

6º Encontro

7º Encontro

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15. ORGANOGRAMA DA UNIDADE DIDÁTICA

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16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Africaxé é uma Publicação do Instituto Cultural e de Pesquisa Ilu Aye Odora.

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RUIZ. J. A. Metodologia Científica. Guia para eficiência nos estudos. São Paulo:

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STECA, Lucinéia Cunha: História do Paraná: do século XVI à década de 1950,

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SOUZA, M de. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006.

WACHOWICZ, R. C. História do Paraná. Curitiba: 6ª edição ampliada, 1988.

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Documentário: “Memórias do Cativeiro”, da historiadora Hebe Mattos, (parte 1, 2,

3, 4, 5.).disponível no site: http://www.youtube.com/watch?v=01yW6lLqMrw (acessado em 04-04-2010)

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Vídeo clip: Afoxé Oyá Alaxé - Quilombo Axé (Dia de negro) Disponível no site:

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Vídeo: Como os negros chegaram ao Brasil? Disponível no site:

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site: http://www.youtube.com/watch?v=QXiXFsPpf-o (acessado em 05-05-2010) Vídeo clip: Racismo é Burrice – Gabriel Pensador. Disponível no site:

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Vídeo: O Povo Brasileiro (Brasil Crioulo), disponível no site:

http://www.youtube.com/watch?v=eN4MJnmO6Eg&feature=related (acessado em

08-06-2010)

Vídeo Clip: O Navio Negreiro - disponível no site: Caetano Veloso.

http://www.youtube.com/watch?v=1Osbp0IMYRM&feature=relat]ed (acessado em

08-06-2010)

Filme: “Quanto vale ou é por quilo?” Direção de Sérgio Bianchi, lançado em 2005

no Brasil (disponível nas Locadoras). Ou no site:

http://www.youtube.com/results?search_query=quanto+vale+ou+%C3%A9+por+quilo&aq=f (acessado em 04-06-2010)

Diretrizes Curriculares da Educação Básica – História, página 45, o que está

exposto sobre a lei 10.639/03. Visitando o Site: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/ou

t_2009/historia.pdf (acessado em 03-05-2010) Lei 10.639/03 Estudar a Lei na Integra acessando o site:

http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=223567 (acessado em 03-05-2010).

Vídeo: Consciência Negra.

http://www.youtube.com/watch?v=9CZceQqTUq0&feature=related (acessado em 14-06-2010) Vídeo clip: Valorização da Cultura Afro-Brasileira (parte 1 e 2)

http://www.youtube.com/watch?v=g_1stGv51qQ&feature=related (acessado em 04-

06-2010) http://www.youtube.com/watch?v=IOUC0Envbyc&feature=related (acessado em 04-06-2010)

Filme: “Narradores de Javé” filme brasileiro, lançado em 2003 sob a direção de

Eliane Caffé.(Disponível nas Locadoras) ou site:

Page 40: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · 1 MUNANGA, K., Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica. 2004. 10 Compreender

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http://www.youtube.com/watch?v=6afuJb7CUq0&feature=related- acesso em (05-06-

2010)