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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

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Projeto de Intervenção PedagógicaPrograma de Desenvolvimento Educacional – PDE – 2009

Colégio Estadual Dr. Gastão VidigalSérie de Aplicação – 6ª Série do Ensino Fundamental

Período vespertino

Maringá-PR

2010

Governo do Estado do ParanáRoberto Requião

Secretário do Estado da EducaçãoYvelise Freitas de Souza Arco-Verde

Superintendência da EducaçãoAlayde Maria Pinto Digiovani

Coordenadora Estadual do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDESimone Bergmann

Núcleo Regional de MaringáVera Lucia Aparecida Baroni Cassaro

Universidade Estadual de MaringáDécio Sperandio

Coordenadora do PDE na Universidade Estadual de MaringáMarta Sueli de Farias Sforni

Coordenadora do PDE no NRE de MaringáVilma Biadola

Professora PDE – 2009Margarete Rodrigues

Professora OrientadoraDra. Sandra Aparecida Pires Franco

Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal – Ensino Fundamental e MédioFrancisco Lopes Teixeira

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SUMÁRIO

SUMÁRIO........................................................................................................... ......2

APRESENTAÇÃO..................................................................................................... ..4

INTRODUÇÃO................................................................................. .........................5

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................. ....6

1.TEXTO – LEITURA E SENTIDO................................................................................6

2. DESENVOLVIMENTO DO CADERNO PEDAGÓGICO ..............................................12

PRIMEIRA UNIDADE...............................................................................................13

MAPEAMENTO DO NÍVEL DE LETRAMENTO DA TURMA POR MEIO DE QUESTÕES RELACIONADAS À UTILIZAÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA..................................14

1º Passo – Mapeamento do Letramento .........................................................14

2º Passo – Formas e tipos de interação verbal em ligação com as condições em que se realiza.................................................................................................15

3º Passo – Vivência do Conteúdo: Trabalhando a argumentatividade na oralidade........................................................................................................15

4º Passo – O gênero oral Palestra ...................................................................16

5º Passo – Vídeo “O que acontece quando lemos”..........................................16

SEGUNDA UNIDADE........................................................................................ .......17

1º Passo – Leitura Textual........................................................................... .....17

Estratégia de antecipação – Oralidade............................................................18

Estratégia de Verificação................................................................................19

2º Passo – Trabalho com o gênero oral Seminário............................................21

3º Passo – Estudo da língua ...........................................................................23

4º Passo – Produção de texto: Resumo ...........................................................25

TERCEIRA UNIDADE............................................................................ ...................28

1º Passo – Leitura do Texto II...........................................................................29

2º Passo – Estudo da Língua ...........................................................................31

3º Passo – Produção de texto: Resumo............................................................33

Produção de texto II - Gênero cartaz...............................................................34

QUARTA UNIDADE................................................................................................. .35

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1º Passo – Leitura do Texto III..........................................................................36

"Big Brother Brasil, um programa... ................................................................36

2º Passo – A Origem da Poesia .......................................................................37

A estrutura do texto poético...........................................................................37

3º Passo – Estudo da Língua ...........................................................................39

Linguagem formal ou língua padrão e linguagem informal .............................40

4º Passo – Produção de texto: Resumo............................................................41

QUINTA UNIDADE..................................................................................................42

1º Passo – Leitura do Texto......................................................................... .....42

2º Passo – A notícia ........................................................................... .............44

3º Passo – Estudo da Língua ...........................................................................46

4º Passo – Produção de texto: Resumo............................................................47

SEXTA UNIDADE......................................................................... ...........................49

1º Passo – Leitura do texto V...........................................................................49

2º PASSO – Estudo da Língua..........................................................................54

3º PASSO – Produção de texto I: Resumo.........................................................56

ELABORAÇÃO E CONFECÇÃO DO CADERNO DE RESUMOS – PASSOS PARA A CONFECÇÃO................................................................................................ ..........57

REFERÊNCIAS............................................................................................ ............58

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APRESENTAÇÃO

Este Caderno Pedagógico está inserido na concepção discursiva da

linguagem, de linha bakhtiniana e objetiva apresentar possibilidades de trabalho de

leitura e de escrita com a Língua Portuguesa a partir de gêneros textuais de

diferentes esferas sociais, enfatizando a necessidade de se observar as ideologias

presentes nos discursos e o redimensionamento da produção escrita do gênero

textual resumo, possibilitando, assim, reflexões sobre o texto que neste caderno é

visto como ponto de partida e de chegada no processo ensino-aprendizagem.

Dividido em seis unidades de estudo os recortes utilizados, por meio de seus

temas, visam interagir com o aluno a respeito dos fatores que determinam um

gênero textual, os procedimentos de estruturação e de seleção dos recursos

ideológicos e linguísticos que os materializam.

Na abertura de cada unidade, apresentam-se os objetivos almejados com

seus respectivos conteúdos, podendo o professor extrapolar, havendo demanda.

O desenvolvimento, apresentado por passos que devem ser seguidos, sempre

se inicia com a leitura do gênero, ativando os conhecimentos prévios (linguístico -

textual e enciclopédico) dos alunos, os quais estão alicerçados em Koch e em Solé.

Quanto ao estudo da Língua que toda unidade apresenta, há uma mescla de

diferentes visões de gramática por considerar que todas são importantes, que não

se deve privilegiar uma única visão.

A conclusão de cada unidade se dá pela produção de um texto, embasados

em Menegassi, ou seja, na escrita como trabalho.

Para finalizar, enfatizando que a escrita sempre tem uma intencionalidade, os

alunos devem compor um Caderno de Resumos, abordando os temas

desenvolvidos no período, o qual ficará exposto na biblioteca do colégio.

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INTRODUÇÃO

O Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE - é

uma inovação nos modelos de formação em serviço, conhecidos até hoje no Brasil,

no meio educacional. Propicia ao professor o afastamento da rotina da sala de aula,

mas não da função e de suas obrigações. Por meio de inúmeros cursos com

atividades teórico-práticas, orientadas por professores doutores de Universidades

Estaduais, oportuniza ao professor a atualização na sua formação, tendo como

ponto culminante a materialização dessa atualização por meio da elaboração de

ações educacionais sistematizadas (material didático-pedagógico), as quais deverão

ser desenvolvidas a partir de seu retorno à escola, (sala de aula). Ao se oportunizar

ao professor ser autor de um material didático estão devolvendo a ele sua

verdadeira função, resgatando sua autonomia, acreditando na sua competência em

fazer educação por meio da transposição didática do saber científico produzido pela

sociedade. Dirigido a professores da Rede Estadual por meio de mídia eletrônica, o

material produzido pode ser utilizado e desenvolvido pelos demais, comentando-se

posteriormente sua viabilidade e pertinência.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. TEXTO – LEITURA E SENTIDO

Frequentemente no meio docente ouvimos – e também falamos – sobre a

importância da leitura na vida de uma pessoa, de como é importante cultivar a

prática da leitura entre os alunos, de como é importante formar o leitor competente.

No entanto, nunca nos questionamos sobre o que é ler; para que ler; como ler.

Certamente surgiriam respostas diferentes que revelariam a concepção de leitura de

cada um.

Pesquisas realizadas nas últimas décadas nos revelam que há várias

concepções de leitura que convivem harmoniosamente, não existindo a mais correta

e sim a mais adequada para cada situação, como também para cada concepção de

Língua que se queira utilizar, como inclusive, podemos ver no meio acadêmico, onde

há várias linhas de pesquisa em língua materna (Português) com diferentes áreas de

concentração, diversificando o enfoque de acordo com o objetivo que se almeja.

Koch, em seu livro Ler e Compreender (2008) apresenta-nos as concepções

de Língua, sendo elas: a concepção de Língua como representação do pensamento

a qual corresponde à de sujeito psicológico, individual, dono de sua vontade e de

suas ações. Trata-se de um sujeito (escritor/autor) que constrói uma representação

mental e deseja que esta seja captada pelo interlocutor da maneira como foi

mentalizada, nada mais cabendo ao leitor a não ser captar as intenções

(psicológicas) do produtor, exercendo, assim um papel passivo. Deste modo, a

leitura é entendida como a atividade de captação das idéias do autor, sem levar em

conta as experiências e os conhecimentos do leitor. Quando a leitura tem como foco

o texto, tem-se a concepção de Língua enquanto estrutura. Nessa concepção, cabe

ao leitor o reconhecimento do sentido das palavras e das estruturas do texto. Mas,

quando o foco da leitura se dá na interação autor-texto-leitor, concepção interacional

(dialógica) da Língua, os sujeitos são vistos como atores, construtores sociais,

sujeitos ativos que se constroem e são construídos no texto, considerado o próprio

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lugar de interação e da constituição dos interlocutores. Desse modo, há lugar no

texto para toda uma gama de implícitos detectados pelos atuantes na e da leitura.

Nessa perspectiva, a leitura é uma atividade interativa altamente complexa de

produção de sentidos.

Para complementar, nos pautamos em Menegassi (EAD, Eduem, no prelo)

que afirma que para ser possível ao leitor criticar, contradizer, avaliar, ou seja, ser

um construtor de sentido é necessário que utilize uma série de estratégias: fazer

antecipações/previsões, levantar hipóteses, fazer inferências, comparações,

formular perguntas, estabelecer relações entre os conhecimentos anteriores e as

novas informações. E ainda ser capaz de processar o novo conhecimento, criticá-lo,

contrastá-lo e avaliar as informações que são apresentadas, procurando produzir

sentido para o que está lendo.

Resumindo, agimos estrategicamente.

Atualmente, em toda e qualquer situação do cotidiano nos deparamos com textos

das mais variadas esferas sociais. Atentar para os objetivos da leitura, pela intenção

com que lê o texto é fator indispensável para que nos tornemos um leitor

competente.

De modo geral, podemos dizer que há textos que lemos porque queremos nos

manter informados; outros, porque somos obrigados como por exemplo a bula de

remédio, os cartazes e outdoors nas ruas e avenidas ainda os panfletos que são

deixados à nossa porta. Nessas situações, será sempre o leitor quem decidirá o

maior ou menor grau de interação. Os objetivos e intencionalidades do leitor e seus

conhecimentos irá propiciar a pluralidade de leituras e sentidos em relação a um

mesmo texto. Cabe aqui frisar que o sentido da leitura não está apenas no leitor,

nem no texto, mas na interação autor-texto-leitor. Por isso é muito importante que o

leitor esteja atento para as sinalizações do texto, além dos próprios conhecimentos,

para a produção de sentido na leitura.

Quanto à produção de texto, na esfera escolar, especificamente na sala de

aula, na visão interacionista, deve ser uma das principais tarefas a ser realizada nas

aulas de Língua Portuguesa. Inúmeros pesquisadores abordam a questão, o que

contribuiu para aprofundar as reflexões, resignificando o estudo da Língua.

Para Menegassi (EAD, EDUEM, no prelo), o ensino da produção textual

escrita em língua materna passou, ao longo da história da educação brasileira, por

várias concepções de escrita, que se estabeleceram em função das concepções de

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linguagem e de ensino vigentes em cada período histórico. Assim, são conhecidas

quatro concepções de escrita: 1- Escrita com foco na língua - nessa concepção,

apresentam-se ao aluno muitas regras gramaticais seguidas de vários exercícios

também gramaticais, com o fim de que internalize todas as funções da gramática e

perspectivas linguísticas que a língua erudita fornece. Com a internalização das

regras pelo aluno, acredita-se que produzirá seu texto dentro da norma padrão

escrita. Por isso, muitos alunos afirmam que escrever é conhecer as regras

gramaticais da língua. 2- Escrita como dom/inspiração - nessa concepção, o texto

escrito deve nascer de um título, de uma frase que expõe um tema ao aluno para

que desenvolva sua produção textual, sem qualquer atividade prévia de sustentação

de informações ou, até mesmo, de consolidação de ideias para o desenvolvimento

do texto. 3- Escrita como consequência - nessa concepção, a escrita é uma

consequência de um trabalho realizado na sala ou extraclasse, de maneira

homogeneizada. Na sala de aula, o aluno é conduzido à realização de uma

pesquisa, ou assistir a um filme, ou ainda a participar de um debate. Fica a

impressão de que a penalidade por ter realizado uma atividade motivadora de

interação, dentro ou fora da sala de aula, é a produção de um texto escrito. O texto,

então, passa a ser visto pelo aluno apenas como um registro escrito que serve para

a atribuição de uma nota, ou como uma “penalidade”. Pode representar ainda, a

comprovação de que participou da atividade, não necessariamente que a tenha

compreendido. Na escrita como consequência de imediata participação em uma

atividade, não se respeita a necessidade cognitiva de que todos nós necessitamos

para a sedimentação e consequentemente, internalização dos conhecimentos e das

informações que recebemos. 4- Escrita como trabalho – quando a concepção de

escrita é considerada um processo contínuo de ensino-aprendizagem,

estabelecendo condições reais para o aluno escrever, desenvolvendo atividades

prévias como pontos de partida para se desencadear uma proposta de escrita a

partir da interação, tem-se a escrita como trabalho. Nessa concepção, o texto é o

ponto de partida e de chegada a novas produções (GERALDI, 1993 apud

MENEGASSI, EAD, EDUEM, no prelo), constituindo-se também como o lugar de

interação aos participantes desse processo. Desse modo, a escrita é um trabalho

consciente, deliberado, planejado, repensado, por isso a denominação “trabalho”

para essa concepção. É no trabalho de planejamento que as atividades prévias são

aproveitadas e orientadas para a execução da escrita. Nessa etapa, o aluno

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considera a finalidade, o interlocutor eleito e o gênero textual escolhido para

trabalhar sobre o tema, a organização composicional e o estilo de língua na

produção textual (BAKHTIN, 2003 apud MENEGASSI). O aluno deve perceber que

seu texto é o resultado de uma necessidade real de expressão escrita, não um

exercício de imaginação somente, desvinculado completamente da realidade sócio-

histórica em que vive, que não se traduz em uma forma de interação com o próprio

mundo. (MENEGASSI, EAD, EDUEM, no prelo).

Quando o assunto é especificamente a produção de resumos citamos Solé

(2008, p.147) “É importante os alunos entenderem por que precisam resumir, que

assistam aos resumos efetuados pelo seu professor, que resumam conjuntamente e

que possam usar estratégias de forma autônoma e discutir sua realização”. Para

Cooper, (1990) e Brown e Day (1983), citados por Solé (2008), para ensinar a

resumir é necessário ensinar a encontrar o tema do parágrafo e identificar a

informação trivial para deixá-la de lado; ensinar a deixar de lado a informação

repetida; ensinar como se agrupam as idéias no parágrafo para encontrar formas de

englobá-las; ensinar a identificar uma frase – resumo do parágrafo ou elaborá-la, ou

seja, para que o aluno tenha condições de redigir o resumo de um texto, é

necessário que seja capaz de compreendê-lo, de interpretá-lo, e esta atividade deve

ser anterior ao processo da redação.

Quando se trabalha com a concepção interacional (dialógica) da Língua, os

sujeitos são vistos como atores, construtores sociais, sujeitos ativos que

dialogicamente se constroem e são construídos considerando o próprio lugar da

interação e da constituição dos interlocutores. No nosso caso, a sala de aula. Para o

desenvolvimento de uma capacidade crítica que leve o aluno a perceber o sujeito

presente nos textos e ainda a uma atitude responsiva diante deles, a concepção que

melhor responde a esses anseios é a visão interacionista de Língua, pois pode

corresponder satisfatoriamente às questões relativas ao desenvolvimento dessa

capacidade. A sala de aula, vista enquanto um espaço sócio-histórico e discursivo é

a arena central onde ocorrem as interlocuções em busca do conhecimento oficial,

onde se expressam a vontade de verdades e as diferenças sociais, políticas,

religiosas que refletem os conflitos de classes e de valores propostos que

acontecem no cotidiano dos sujeitos e que podem se transformar em desafios da

educação contemporânea. O desenvolvimento de uma atitude crítica (diante de um

texto) tornou-se primordial, por indicar a competência discursiva do educando.

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Quando a tarefa é resumir, torna-se ainda mais profundo o trabalho com o texto. Ele

assume uma visão diferenciada, pois se entende que a produção de resumos exige

do leitor um trabalho maior com o texto, visto que é pela atividade com a linguagem

que o indivíduo eleva seu nível de individualização, por entender que quanto mais a

pessoa desenvolve sua capacidade de operar com a linguagem, mais ela se

distancia de sua condição de ser natural e evolui em direção ao ser social.

Para Kleiman, (1989, p. 75):

A capacidade de resumir textos, considerada como manifestação do processo de compreensão de textos (Kintsch e van Dijk,1975 apud Kleiman,1989) e como estratégia de estudo, é também indicativa da competência discursiva do leitor resumidor, uma vez que o sucesso deste na utilização das regras de redução semântica depende crucialmente de sua capacidade de avaliar as informações do texto em termos de estrutura global do mesmo. Uma determinada informação será trivial, redundante, importante em relação ao quadro referencial total e não apenas a nível de parágrafo ou sentença.

Para Menegassi, (EAD, Eduem, no prelo):

O produtor de um texto necessariamente precisa receber alguns dados para a realização de um texto mais completo, dentro de um contexto sociocomunicativo determinado. Para isso o professor, ou o material didático, oferece-lhe alguns elementos específicos, os quais, reunidos, recebem a denominação ‘condições de produção’, que servem como orientação para o produtor no momento do planejamento, execução, revisão e reescrita do seu texto.

A complexidade característica do gênero resumo exige o desenvolvimento de

capacidades, consequentemente, exige a utilização de estratégias que colaborem na

sua construção eficaz. Na discussão com os leitores, à luz da realidade sócio-

histórico-ideológica dos leitores e dos participantes da interação – texto-aluno-

professor - surge a finalidade real e social para a produção de um texto. Neste

sentido, a determinação de uma finalidade de escrita deve originar-se do conjunto de

trocas estabelecidas entre os leitores e o texto.

Diante do exposto, esse trabalho vislumbra representar a prática da

concepção abordada no Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola com

abordagem sócio-histórica embasada na didática de Gasparin. Essa proposta surgiu

da análise da realidade da sala de aula e apontou profunda defasagem no assunto,

ou seja, a leitura e escrita representada na produção do gênero resumo, o que gerou

preocupação e consequente determinação em colaborar na mudança de tal

realidade. Com este Caderno Pedagógico queremos construir com os alunos,

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diretrizes de leitura que lhes deem condições de encontrar as intencionalidades e

perceber as ideologias que permeiam os gêneros textuais e com fidelidade, clareza,

coerência e objetividade redijam seus textos. Como também, oferecer ao professor

contato com a concepção interacionista da linguagem e sugerir um trabalho com os

Gêneros do Discurso e suas Ideologias, pois entendemos que a teoria precisa

tornar-se prática efetiva em nossas salas de aula.

Assim, o objetivo geral é propiciar a construção de encaminhamentos eficazes

para a formação de leitores e escritores que sejam capazes de perceber a presença

de ideologias nos diferentes discursos registrados nos mais variados gêneros

textuais. Como objetivos específicos, dentro da oralidade, leitura e escrita,

apresentamos : a participação em situação de interatividade – debate, manifestando

sua opinião sobre assuntos pesquisados; planejar previamente seu discurso em

função da intencionalidade, das exigências da situação e dos objetivos

estabelecidos; refletir sobre os meios massivos de comunicação; analisar os

recursos linguísticos nos diferentes gêneros textuais por meio de estratégias de

leitura; apreender o sentido global de um texto; inferir informações implícitas;

identificar o tema de um texto; localizar informações explícitas seguindo pistas

fornecidas pelo próprio texto; inferir o sentido de uma palavra ou expressão;

distinguir um fato da opinião relativa a esse fato; interpretar textos que conjugam

duas linguagens (verbal/não-verbal), relacionando informações; reconhecer a

finalidade do texto por meio da identificação dos diferentes gêneros textuais; assumir

uma atitude crítica e reflexiva ao reconhecer as diferentes ideias apresentadas nos

diferentes gêneros; estabelecer relações entre partes de um texto identificando

repetições, substituições que contribuam para sua tessitura; identificar os recursos

específicos da propaganda (caixa alta/negrito/itálico), refletindo sobre os propósitos

da utilização desses recursos; identificar os recursos específicos utilizados na forma

de composição do texto poético e refletir como esses elementos contribuem para a

construção do significado na situação comunicativa em que se apresentam;

identificar o efeito de sentido decorrente da utilização da pontuação nos diferentes

gêneros textuais; reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma

determinada palavra ou expressão; propiciar ao aluno que enxergue o texto ficcional

como uma manifestação artística capaz de lhe conferir valores culturais, estéticos e

humanos; identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e interlocutor

de um texto; refletir sobre a importância das variações linguísticas presentes na

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sociedade; possibilitar o conhecimento científico necessário para que a utilização

da leitura e escrita propiciem a construção de resumos de diferentes gêneros

discursivos; analisar os diferentes discursos que fazem parte do seu dia-a-dia

percebendo as intencionalidades que os permeiam; e ampliar os conhecimentos

sobre ideologia.

2. DESENVOLVIMENTO DO CADERNO PEDAGÓGICO

De acordo com Gasparin,

a prática social inicial é sempre uma contextualização do conteúdo. É um momento de conscientização do que ocorre na sociedade em relação àquele tópico a ser trabalhado, evidenciando que qualquer assunto a ser desenvolvido em sala de aula já está presente na prática social, como parte constitutiva dela, ou seja, quem propõe o conteúdo é a própria sociedade. Ao professor cabe fazer as ligações do conteúdo escolar com a dimensão social que ele possui. (2005, p. 24)

É necessário de início, evidenciar porque esse conhecimento é socialmente

necessário no mundo atual, problematizando a realidade, interrogando o cotidiano.

O professor deve expor aos alunos o projeto, explicando os passos e onde se

pretende chegar. Para tanto iremos começar investigando sobre como o aluno utiliza

a leitura, utilizando o mapeamento do nível de Letramento.

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PRIMEIRA UNIDADE

ler não é apenas passar os olhos ou verbalizar oralmente aquilo que está escrito, mas ser questionado pelo mundo e por si mesmo, (...) construir uma resposta, (...) interrogar a escrita , é sempre perguntar: por quê?.

Foucambert (1994, p. 5)

Os objetivos são os de propiciar que o aluno que reflita a respeito da função

da leitura e da escrita em sua vida (presente e futura) e se a escola é determinante

para isso; sobre as intencionalidades e o funcionamento de um jornal; intervenha

utilizando a linguagem oral, em função dos objetivos, da situação de interlocução e

das características dos interlocutores; saiba ouvir textos orais (palestras),

relacionando o assunto com objetivo de aprendizagem; entenda que os assuntos

apresentados por meio de vídeos em sala de aula propiciam maior aprofundamento

de um tema, colaborando na construção de seu saber científico.

CONTEÚDO:

1º PASSO – Mapeamento do nível de letramento

2º PASSO – Formas e Tipos de Interação Verbal em ligação com as condições em

que se realiza;

3º PASSO – Vivência do Conteúdo: Trabalhando a argumentatividade por meio da

oralidade

4º PASSO – Gênero da oralidade: PALESTRA

5º PASSO – Vídeo: “O que Acontece Quando Lemos”

Tempo estimado: Três (03) aulas

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MAPEAMENTO DO NÍVEL DE LETRAMENTO DA TURMA POR MEIO DE QUESTÕES RELACIONADAS À UTILIZAÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

O mapeamento tem como objetivo investigar a dimensão de Leitura

construída pelo aluno e motivá-lo para a situação de produtor de texto com

finalidade.

1º Passo – Mapeamento do Letramento

COLÉGIO ___________________________________________________________Aluno(a) _____________________________________série ______ Data ________

As questões abaixo fazem parte de uma pesquisa que tem como objetivo

identificar as possíveis causas que comprometem o BOM desempenho do aluno na

leitura, escrita e produção de textos.

1- Quando você não está na escola, utiliza a leitura e a escrita para quê?

2- Qual é a finalidade da leitura e da escrita fora do ambiente escolar?

3- Quem, geralmente, é seu interlocutor, ou seja, quem lê o que você escreve fora da escola?

4- Qual é o “grau” de importância da escrita para você: ( ) extremamente importante( ) é importante, mas nem tanto ( ) não vejo importância na escrita

5- Para você, o que é LER?

6- Em quais circunstâncias (fora do ambiente escolar) você se vê lendo?

7- Você se considera um bom leitor? Justifique.

8- Quando a atividade é compor um resumo você considera uma tarefa: ( ) muito fácil( ) fácil ( ) difícilArgumente _____________________________________________________________________________________________________________________________

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2º Passo – Formas e tipos de interação verbal em ligação com as condições

em que se realiza

Visita a um jornal de grande circulação na cidade, para que o aluno entenda a

intencionalidade e o funcionamento da esfera de circulação da instituição que produz

determinados gêneros textuais que poderão ser estudados com o objetivo de

assegurar sua condição original.

3º Passo – Vivência do Conteúdo: Trabalhando a argumentatividade na

oralidade

Cada aluno com um exemplar do jornal em mãos, folheando-o, conversa

informalmente, sobre o que já sabem sobre:

• Suportes;• Gênero textual;• Ideologia;• Resumo.

O que os alunos gostariam de saber a mais sobre suportes, gênero textual,

ideologia e resumo? O professor deve anotar em seu plano de aula de forma sutil.

1- Leitura do jornal observando o número de gêneros que contém e suas especificidades – o aluno deve:

• Definir o interlocutor dos diversos gêneros textuais;• Escolher uma reportagem e uma propaganda e comentar sobre a Ideologia

que os permeia;• Comentar sobre a finalidade de cada gênero, como também o suporte e o

lugar de circulação;• Comparar o jornal com outras formas de suporte para os gêneros textuais

como: revistas, panfletos, outdoors, livros.

2- Introduzindo estratégias de leitura – o aluno deve escolher uma reportagem do jornal e o professor inicia então a aplicação das principais estratégias de leitura: antecipação, inferências e verificação (SOLÉ, 2008).

3- Resumindo (oralmente) os principais assuntos tratados no periódico. Reflexão – o aluno deve conceituar: O que é Resumir?

a) No jornal, onde percebemos a utilização de resumos? Quais são os gêneros que mais utilizam essa estratégia?

b) Qual é a importância em saber fazer um resumo para a vida de uma pessoa?

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4º Passo – O gênero oral Palestra

Nesse momento, os alunos assistirão à palestra de um jornalista sobre a

importância da mídia para a sociedade, a finalidade e intencionalidades que se quer

alcançar. Após a palestra, os alunos poderão fazer perguntas esclarecendo

possíveis dúvidas relacionadas ao assunto tratado.

5º Passo – Vídeo “O que acontece quando lemos”

Nesse momento, os alunos assistirão a um vídeo como motivação para

leituras posteriores, o qual se encontra disponível em:

diaadiaeducação/linkvídeos/língua portuguesa/O que acontece quando lemos.

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SEGUNDA UNIDADE

um processo de construção do significado, para o qual concorrem fatores estritamente linguísticos, mas não apenas eles, como também, estratégias não linguísticas de vários níveis inclusive cognitivas e culturais. Sendo assim, o leitor irá construir o significado do texto por meio de etapas e estratégias que ocorrem concomitantemente e reciprocamente.

Suassuna (1997, p. 48)

Os objetivos são: propiciar ao aluno que enxergue o texto ficcional como uma

manifestação artística capaz de lhe conferir valores culturais, estéticos e humanos;

identificar os recursos específicos utilizados na forma de composição do gênero

fábula; analisar os recursos linguísticos utilizado no gênero fábula; apreender seu

sentido global; inferir informações implícitas; identificar o tema do texto; localizar

informações explícitas seguindo pistas fornecidas pelo próprio texto; planejar

previamente seu discurso em função da intencionalidade, das exigências da

situação e dos objetivos estabelecidos; identificar o efeito de sentido decorrente da

utilização da pontuação.

CONTEÚDO

1º PASSO – Análise contextual e linguística do gênero FÁBULA

2º PASSO – Gênero da oralidade SEMINÁRIO

3º PASSO – Estudo da Língua

4º PASSO – Produção de texto: Resumo escolar

Tempo estimado: Quatro (04) aulas

1º Passo – Leitura Textual

Professor, nesse momento, é muito importante explicar a amplitude da palavra

texto. Deve-se também, enfatizar a importância em se colocar objetivos ao se

realizar uma leitura. Deve-se introduzir as expressões conteúdo temático forma

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composicional e estilo, exemplificando, de modo que os alunos possam interagir

com o texto percebendo sua organização, fazendo deduções. Comente também,

que sempre que ele se vir diante de um texto, realizando uma leitura, deve auto-

interrogar-se:

• De que trata este texto?

• Qual é a ideia mais importante que o autor pretende expor (com relação ao

tema)?

O autoquestionamento levará o aluno a refletir sobre a leitura que está

fazendo o que pode propiciar a formulação de perguntas pertinentes (ou não)

demonstrando seu nível de compreensão.

Professor, sua mediação é muito importante, para que o aluno consiga

identificar ou gerar a idéia principal de um texto. Segundo Solé,

a idéia principal resulta da combinação entre os objetivos de leitura que guiam o leitor, entre os seus conhecimentos prévios e a informação que o autor queria transmitir. Entendida desse modo, a idéia principal seria essencial para que um leitor pudesse realizar atividades associadas a ela, como tomar notas ou elaborar um resumo. (2008, p. 138)

Estratégia de antecipação – Oralidade

Para esse momento, foi selecionado o gênero textual Fábula. Antes de

entregar o texto ao aluno, o professor escreve na lousa só o título, fazendo alguns

questionamentos:

a) Do que você acha que vai tratar o texto?

b) Que animais você acha que serão os personagens dessa história?

c) O que é uma peste?

d) Quando ela pode acontecer?

O professor pode estabelecer relação de peste com os problemas de saúde

pública que estão sendo enfrentados atualmente como a DENGUE e A GRIPE H1N1

(suína).

Solé (2008, p. 118) cita Palincsar e Brown (1984) ao comentar as estratégias

responsáveis pela compreensão durante a leitura, a saber:

1) formular previsões sobre o texto a ser lido;

2) formular perguntas sobre o que foi lido;

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3) esclarecer possíveis dúvidas sobre o texto;

4) resumir as idéias do texto, estratégias que devem sempre ser incentivadas pelo

professor durante a leitura.

Estratégia de Verificação

Depois da leitura, para a verificação da estratégia de antecipação, sobre as

previsões levantadas, o professor deve comentar as inferências construídas,

levando o aluno a perceber se elas comprovam-se ou não. Após a leitura, o

professor pode também proporcionar sessão de perguntas entre os alunos, o que

propiciaria a formulação de perguntas pertinentes (aquelas que levem a estabelecer

o tema e as idéias principais) sobre o texto, por meio da utilização de seu

conhecimento prévio sobre o tema, como também possibilitaria a conscientização do

que entendeu ou não sobre o texto lido.

VAMOS AO TEXTO:

OS ANIMAIS E A PESTE

Um certo ano terrível de peste entre os animais, o leão, mais apreensivo,

consultou um mono de barbas brancas.

__ Esta peste é um castigo do céu – respondeu o mono – e o remédio é

aplacarmos a cólera divina sacrificando aos deuses um de nós.

__ Qual? – perguntou o leão.

__ O mais carregado de crimes.

O leão fechou os olhos, concentrou-se e, depois de uma pausa, disse aos

súditos reunidos em redor:

__ Amigos! É fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu. Cometi

grandes crimes, devorei inúmeras ovelhas e até vários pastores. Ofereço-me,

pois, para o sacrifício necessário ao bem comum.

A raposa adiantou-se e disse:

__ Acho...

(Monteiro Lobato – Fábulas. 29. ed. São Paulo, Brasiliense, 1981, p. 49-50)

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Compreensão

Nesse momento, o professor tem por propósito focar o texto. Para tanto, faz-

se necessário chamar a atenção para os “Elementos composicionais” que são os

recursos da língua em todos os seus planos (morfológico, sintático, semântico) que

um autor utiliza para escrever/produzir um texto e que caracterizam seu gênero. A

forma como um texto foi escrito, sempre oferece pistas e sinalizações ao leitor,

possibilitando que ele identifique o gênero textual que está lendo e sua finalidade.

Assim, o professor pode fazer as seguintes perguntas:

1- Analisando a forma composicional do texto lido você diria tratar-se de:

( ) um conto( ) uma reportagem( ) uma propaganda( ) uma fábula

a) Quais foram as pistas e sinalizações que o texto ofereceu a você?

b) Então, como poderíamos descrever o gênero fábula?

c) Retire do texto palavras que se referem ao: Leão _______________________________________________________________

Burro _______________________________________________________________

d) Qual é o argumento utilizado pela raposa para livrar o leão e todas as outras

feras do sacrifício?

Nessa etapa do trabalho o professor conversará com seus alunos expondo

que quando falamos em estilo das pessoas, logo pensamos na maneira como se

vestem, como conversam. Quando o assunto é música também há uma diversidade

enorme de estilos: sertaneja, popular, clássica. Nos livros e textos de um modo

geral, também podemos falar de estilo. Se todos aqui tiverem que escrever um texto

com o título a borboleta e o vagalume, todos escreverão. No entanto, nenhum texto

será exatamente igual, porque cada um pensará de modo particular e individual e é

aí que vai demonstrar seu estilo, por meio das escolhas das palavras, da construção

das frases, da organização do texto, ou seja, o produtor de um texto sempre deixa

marcas de sua individualidade, de sua visão de mundo no texto que produz.

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Interpretação

Esse é o momento em que o professor terá como foco a interação autor-texto-

leitor, pois sabemos que todo o texto parte de um tema e a partir desse tema

desenvolve-se uma ideia, por meio de palavras e frases/ou imagens. Assim, para

realizarmos uma boa leitura, devemos identificar o tema do texto e sua ideia

principal, que poderá estar explícita ou implícita, pois só assim nos tornaremos

leitores competentes. Partindo desse modo de pensar, peça para seus alunos

responderem as seguintes perguntas:

a) Qual é o tema do texto lido?

b) Qual é a idéia principal do autor?

c) Qual é a finalidade desse texto? A que ele se propõe?

d) Para quem foi escrito? Para que tipo de leitor?

e) Há alguma relação possível entre a historinha contada e a vida real?

f) Por que o leão consultou um mono? O que isso demonstra?

g) O que a expressão “barbas brancas” pode representar?

h) Qual dos provérbios abaixo, melhor traduziria a moral da fábula?

( ) O rico comete uma injustiça e ainda se mostra altivo; o pobre é injustiçado e ainda precisa se desculpar. (Eclesiástico 13, 3)( ) A injustiça engrandece uma alma livre e orgulhosa. (Max Scheler)( ) Quem semeia a injustiça, colherá a desgraça. (Provérbios 22, 8)( ) Lutar contra a injustiça, custa-me mais do que sofrê-la. (Jeanne Manon)( ) Mais vale arriscarmo-nos a salvar um culpado do que a condenar um inocente. (Voltaire)

i) Ao realizarmos a leitura percebemos algumas vozes presentes

representadas nos diálogos realizados pelos personagens. De quem são

essas vozes? Que valores morais elas representam?

2º Passo – Trabalho com o gênero oral Seminário

Nesse momento, o professor deve explicar aos alunos o que é um seminário e

o objetivo de realizá-lo. Para tanto, o coordenador que será o professor, estabelece

a agenda de trabalho e fixa a duração da sessão. O organizador coordena as

pesquisas e pode designar as tarefas para cada componente do grupo. O relator

expõe os resultados dos estudos do grupo, mas não é o único a falar. O secretário é

aquele designado pelo professor para anotar as conclusões finais após as

discussões. Os debatedores são todos os alunos da classe, que devem participar

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fazendo perguntas, colocando objeções, reforçando argumentos, enfim, dando

alguma contribuição.

Em grupo, os alunos devem pesquisar (informalmente) o assunto IDEOLOGIA

em vários sites da web, fazendo suas anotações e depois devem resumir o assunto

no seu caderno e escrever em folha de papel sulfite qual foi a melhor definição do

assunto. A frase deverá ocupar toda a folha e não poderá ultrapassar quatro linhas.

Feito isso, o aluno deve se preparar para interagir com os colegas no dia marcado

para a discussão do assunto. Os alunos devem pesquisar também sobre o escritor

MONTEIRO LOBATO, mas nesse momento a pesquisa tem que ser formal, ou seja,

pesquisar vários sites, LER sobre o assunto, retirar as informações que achar

pertinente, anotar as referências (sites) e o dia que acessou. Montar sua pesquisa,

resumindo as informações mais importantes, não copiando literalmente o conteúdo

do site. Deverá fazer uma leitura, dar para alguém ler para dar opinião sobre o

conteúdo. Só depois que tudo estiver OK é que o aluno irá redigi-lo à mão, bem

caprichado, escrevendo uma introdução e uma conclusão, não esquecendo, é claro

das referências dos sites pesquisados. O aluno não atentar para as formalidades de

um trabalho de pesquisa, portanto não deve se esquecer de colocar uma capa no

trabalho. Feito isso, deve-se preparar para interagir com os colegas no dia marcado

para o seminário. O professor deve enfatizar a importância do “auto-interrogar-se”

para o bom resultado de trabalhos de leitura e escrita.

1- Para que eu vou fazer uma pesquisa?

2- Para quem (interlocutor)?

3- Que gênero textual eu vou produzir?

4- Onde vou escrever, no caderno, em folha separada, na cartolina, no

computador?

5- Para que eu vou escrever?

6- Como meu texto vai circular (ficar conhecido)?

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3º Passo – Estudo da língua

De acordo com Desiderato (2009, p. 70, Eduem/UEM) “a análise lingüística do

texto permite dizer como e por que o texto diz o que diz e se o texto é

comunicativamente eficiente, em uma análise que leva em conta não apenas a

situação comunicativa e o contexto cultural, mas também os traços lingüísticos do

texto em relação ao contexto de produção.” O estudo da Língua deve ser visto

como mais um recurso para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos sobre o

sistema lingüístico do qual faz parte, por meio da reflexão dos elementos gramaticais

utilizados na produção dos diferentes gêneros textuais. O estudo da Língua deve

também ser visto como um facilitador para futuras produções textuais.

1- Pesquise no dicionário o significado das seguintes palavras colocando-as em

ordem alfabética: fábula / mono / apreensivo / trucidar/ vil / súditos /

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2- Observe a frase:

“Grandes aplausos abafaram as últimas palavras da bajuladora”.

Reescreva a frase fazendo as modificações necessárias, começando por:

a) As últimas palavras ______________________________________________

b) Abafaram ______________________________________________________

c) A bajuladora ___________________________________________________

Pontuação

A pontuação é um recurso extremamente importante que é utilizado na escrita

para indicar a entonação e ritmo do texto.

1- Observe que no texto “Os animais e a peste” este recurso é muito utilizado,

nele podemos encontrar inúmeros sinais de pontuação.

a) Releia o texto e retire uma frase onde o sinal de pontuação esteja indicando uma pergunta __________________________________________________

b) Uma frase em que a pontuação esteja indicando espanto, surpresa, indignação _____________________________________________________

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c) Uma frase em que a pontuação indique que vai ser introduzida a fala de uma personagem ____________________________________________________

d) Uma frase em que a pontuação indique que uma personagem está falando________________________________________________________

Observe, professor, que na frase: “Eis, amigos, o grande criminoso !” o ponto

de exclamação está aí para indicar o espanto, que ironicamente demonstra a

raposa, por ter chegado ao culpado da situação. Se o autor quisesse demonstrar

espanto e surpresa ao mesmo tempo poderia utilizar a seguinte pontuação: “Eis,

amigos, o grande criminoso!?!” Caso quisesse reforçar seu espanto escreveria

assim: “Eis, amigos, o grande criminoso !!!”

2- Escreva uma frase em que a pontuação esteja indicando seu espanto, surpresa,

indignação e outra em que você queira somente reforçar seu espanto diante de um

fato recente leu ou assistiu.

Nesse momento também, o professor deve expor oralmente sobre os tipos de

discursos, procurando mostrar aos alunos como o tipo de discurso influencia no

tempo em que as ações ocorrem na história. Para tanto, deve trabalhar bem,

oralmente, relendo o texto e juntamente com eles transformar alguns discursos.

3- Identifique o tipo de discurso no texto fábula.

4- Reescreva as frases abaixo no discurso indireto:

a) O leão disse aos súditos: “Amigos, é fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu”

___________________________________________________________________

b) A raposa disse: “Acho conveniente ouvir a confissão de outras feras”.___________________________________________________________________

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4º Passo – Produção de texto: Resumo

Para resumir um texto, temos que tratar a informação que ele contém de uma forma em que se possa omitir o que é pouco importante e que conceitos e proposições possam ser substituídos por outros que os englobem ou integrem. Também é preciso que o resumo conserve laços especiais com o texto a partir do qual foi criado, devendo preservar o significado genuíno do texto do qual procede [...] Aprender a resumir significa, em primeira instância, aprender a usar regras. (SOLÉ, 2008, p.146)

Com base na citação acima de Solé, para realizarmos um bom resumo é

necessária a utilização de algumas estratégias que devem ser observadas pelos

alunos, como:

• Após leitura, deve pensar e refletir perguntando a si mesmo: Qual é a idéia

principal do texto? O que o texto quer transmitir?

• Preste atenção, porque muitas vezes esta resposta não está no texto. Você,

leitor, é quem vai construí-la por meio do que compreendeu do texto.

• Outra estratégia muito importante é omitir informação secundária, redundante,

pouco relevante, ou seja, desnecessária para a interpretação do texto que

você vai produzir (o resumo);

• Informações repetidas também devem ser deixadas de lado;

• A terceira estratégia é selecionar informações relevantes, integrando-as

quando possível, elaborando uma nova informação que substitui de forma

reduzida a(s) informação(ões) anterior(es).

Para tanto, o professor deve resumir conjuntamente. Ensinar aos alunos em

que consiste a idéia principal de um texto e a utilidade de saber encontrá-la ou gerá-

la para sua leitura e aprendizagem. Deve ajudar a identificar a temática do texto,

identificar a informação trivial para deixá-la de lado. Deve ensinar a deixar de lado a

informação repetida, ensinar como se agrupam as idéias e encontrar formas de

englobá-las. Ensinar a identificar uma frase – resumo do texto ou elaborá-la. O aluno

deve ser levado a considerar a finalidade, o interlocutor eleito e o gênero textual

escolhido para trabalhar sobre o tema, a organização composicional e o estilo de

língua na produção textual. Ele deve perceber que seu texto é o resultado de uma

necessidade real de expressão escrita.

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VAMOS À ATIVIDADE:

Faça um resumo sobre o que você conseguiu entender do texto “Os animais e

a peste” considerando as leituras e os estudos realizados em sala de aula. A versão

definitiva de seu texto deverá ser escrita em folha de papel sulfite e conter no

máximo dez (10) linhas. Capriche, pois, seu texto fará parte de um caderno de

resumos que nós vamos confeccionar e será exposto na biblioteca do colégio para

quem quiser ler. Esteja atento, pois no resumo deve aparecer o nome do autor do

texto que está sendo resumido, como também respeitar as ideias por ele

apresentadas, isso não significa simplesmente copiar frases do texto. Você deve

CRIAR um segundo texto, selecionando as principais informações, reelaborando o

texto original e reduzindo o seu tamanho. Aprendendo a resumir você estará

construindo uma estratégia s.e.n.s.a.c.i.o.n.a.l de elaboração e organização do seu

conhecimento.

Não se esqueça, sempre que formos produzir um texto devemos fazer as

seguintes perguntas a nós mesmos:

1- Para quê eu vou produzir um texto? (Finalidade).

2- Para quem ler? (Interlocutor).

3- Que gênero textual eu vou produzir? (Resumo).

4- Onde vou escrever: no caderno, em folha separada, na cartolina, no

computador? (Suporte textual - sulfite).

5- Para quê eu vou escrever? (Para compor um caderno de resumos).

6- Como meu texto vai circular na sociedade? (Nessa atividade, por meio de um

caderno de resumos).

Professor, para essa atividade procure levar exemplares de cadernos de

resumos para que possam ser manuseados pelos alunos.

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RESUMO (possível produção)

O texto “Os animais e a peste”, uma das fábulas escrita por Monteiro Lobato e, em

1981, na cidade de São Paulo, apresentada ao público pela editora Brasiliense,

mostra uma conversa entre os animais da floresta que queriam resolver um

problema de saúde (a peste) que estava atingindo a muitos causando mortes, por

meio do sacrifício daquele que fosse considerado por todos o mais carregado de

crimes. Assim, resolvem fazer um julgamento e injustamente, condenam o burro à

morte.

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TERCEIRA UNIDADE

é o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita. Nesta compreensão, intervêm tanto o texto, sua forma e conteúdo, como o leitor, suas expectativas e conhecimentos prévios.

Solé (2008, p.23)

Os objetivos são os de localizar informações explícitas seguindo pistas

fornecidas pelo próprio texto; fazer inferências; Inferir o sentido de uma palavra ou

expressão; interpretar textos que conjugam duas linguagens relacionando

informações, percebendo como esses elementos constroem a significação na

situação comunicativa em que se apresentam; reconhecer a finalidade do

texto;Assumir uma atitude crítica e reflexiva ao reconhecer a ideologia que permeia

o gênero propaganda; estabelecer relações entre as partes de um texto identificando

repetições substituições que contribuem para sua tessitura.

CONTEÚDO

1º PASSO – Leitura e análise contextual e linguística do gênero textual

PROPAGANDA

2º PASSO – Estudo da Língua

3º PASSO – Produção de Texto I: Gênero Resumo escolar

Produção de Texto II: Gênero Cartaz

Tempo estimado: Quatro (04) aulas

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1º Passo – Leitura do Texto II

Leitura da propaganda DENGUE do dia 14/02/2010

Os textos publicitários são aqueles onde mais facilmente podemos perceber a

ideologia de quem faz por meio da intenção de persuadir o leitor convencendo-o a

mudar de comportamento. Querem fazer com que o leitor acredite que adquirindo o

produto anunciado, serão muito mais felizes e realizados. Seus anunciantes sempre

têm a intenção de obter lucro. Já as propagandas, são aquelas que desejam

propagar uma idéia e contribuir para mudanças de comportamento, em que o lucro

não está centrado no dinheiro que se pode obter, mas na melhoria da qualidade de

vida das pessoas. Portanto, a propaganda é o ato de divulgar ideias, conceitos e

valores sem fins lucrativos; já a publicidade é fazer isso com objetivo de lucro por

parte do anunciante.

Estratégia de Antecipação – Oralidade

O professor deve questionar o aluno motivando-o a fazer algumas previsões

apresentando só a primeira oração.

a) Que gênero textual você acha que é este que vamos ler?

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b) Partindo desta oração, (apontar para a frase que deve estar escrita na lousa) o

que você pode prever com relação ao assunto do texto? Onde você acha que este

texto pode circular na sociedade? A quem você acha que ele está se dirigindo, a

jovens, crianças adultos, a todos? Por quê?

Durante a leitura

a) Como já discutimos sobre ideologia em nossas aulas, é possível identificar a

ideologia desse texto?

b) Você acha que é importante saber identificar as ideologias presentes nos textos

(gêneros textuais)? Por quê?

c) Por que o texto foi organizado desta maneira?

d) Qual é o suporte desse tipo de texto/gênero textual?

e) Qual é a finalidade desse texto?

f) Qual é a ideia principal?

g) Como seria a vida em sociedade sem a publicidade e a propaganda, melhor ou

pior?

Compreensão

1- A propaganda, na sua forma composicional, além das palavras e frases,

apresenta alguns recursos visuais.

a) Que recursos são esses?

b) Qual é a intenção em utilizá-los?

2- O texto está dividido em quatro partes, focalizando os lugares onde geralmente o

problema é encontrado.

a) Quais são essas partes?

b) Esta forma de construir texto, dividindo-o em partes, lembra-nos outro

gênero textual. Você saberia dizer qual?

3- Qual é a parte da propaganda que mais chama a atenção do leitor? Por quê?

4- Qual poderia ser o suporte textual desse gênero?

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Interpretação

1- Podemos dizer que a propaganda tem como TEMA um problema grave que a

sociedade está sofrendo atualmente.

a) Que problema é este?

b) Qual foi a intenção do autor da propaganda?

2- Quem é o interlocutor da propaganda? A quem a propaganda está se dirigindo?

3- De quem é a voz que nos fala nesta propaganda?

4- Em que esta propaganda difere das demais?

5- Você concorda que também é um dever seu combater a dengue?Por quê?

6- Mais do que propagar uma ideia, nesta propaganda percebemos uma

determinada finalidade. Você saberia dizer qual é?

7- Você considera que os recursos utilizados na composição do anúncio (imagens e

frases) foram eficazes para convencer o leitor a mudar de comportamento? Que

outros elementos você utilizaria?

2º Passo – Estudo da Língua

O texto em estudo quer nos ensinar que muitas vezes em nossa vida, com

atitudes simples podemos resolver grandes problemas. Vamos agora analisar as

construções sintáticas feitas no enunciado refletindo sobre sua intencionalidade,

analisando possibilidades de reestruturação.

1- Retire do texto as palavras que devem representar nossas ações no dia-a-dia.

___________________________________________________________________

2- Releia as frases abaixo comparando-as:

“Se tiver vasos de plantas aquáticas, troque a água e lave o vaso”.

Se tivessem vasos de plantas aquáticas, trocariam a água e lavariam os vasos.

Se tiverem vasos de plantas aquáticas, trocarão a água e lavarão os vasos.

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a) Qual dessas três frases expressa uma hipótese de que a pessoa ainda não tem os vasos, mas pode vir a tê-los?

b) Qual dessas três frases expressa a hipótese de que poderiam ter os vasos, mas não os têm?

3- A frase: “Jogue no lixo todo o objeto que possa acumular água”, como poderia

ser construída sem mudar a informação, se começasse por:

Todo objeto _________________________________________________________

Do mesmo modo na frase: “Mantenha o saco de lixo bem fechado”, como ficaria se

começasse por:

O saco de lixo ________________________________________________________

Análise semântica

Conhecer o significado das palavras é muito importante. Isso facilita ao falante

ou escritor fazer a seleção correta das palavras ao construir seus enunciados.Nesse

momento, o professor deve expor sobre homônimos. Para tanto, é interessante ler o

texto:

“Em Maringá cerca de 60% dos focos de dengue são encontrados em lixo e

entulhos. E cerca de 40% dos focos de dengue são encontrados nos vasos de

plantas”.

A expressão cerca de utilizada pelo autor indica quantidade aproximada,

equivalendo a aproximadamente. Mas, na Língua Portuguesa existem outras

expressões muito semelhantes a esta, porém com um significado bastante diferente

como:

Acerca de – equivale a sobre, a respeito de;

Há cerca de – utilizada para indicar tempo passado.

VAMOS À ATIVIDADE:

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1- Complete com a expressão apropriada: cerca de / acerca de/ há cerca de.

a) A propaganda no jornal foi __________________ de um sério problema de saúde

pública.

b) _____________________ três anos a população vem sofrendo com o problema

da dengue.

c) _____________________ cem casos de dengue já foram comprovados no bairro.

d) Os alunos da 6ª série estudaram ______________________gêneros textuais.

3º Passo – Produção de texto: Resumo

Nesse momento, o professor deve utilizar o mesmo conceito demonstrado na

Parte I deste Caderno Pedagógico e em seguida dirigir-se à atividade.

VAMOS À ATIVIDADE:

1- Faça um resumo sobre o que você conseguiu entender da propaganda estudada

em sala de aula. A versão definitiva de seu texto deverá ser escrita em folha de

papel sulfite e conter no máximo dez (10) linhas e fará parte do Caderno de

Resumos que já foi demonstrado para o aluno.

Possível produção – A propaganda exibida pelo jornal O Diário do Norte do Paraná

em 14/02/2010 sobre a dengue está nos alertando e chamando-nos para a

responsabilidade de fazer a nossa parte para combater a causa do problema. Não

é uma propaganda que tem a intenção de vender e sim de divulgar uma ideia.

Quer influenciar nosso comportamento, mostrando-nos como devemos agir para

evitar a proliferação do mosquito, explicando onde está a raiz do problema e como

contribuir para a sua erradicação.

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Produção de texto II - Gênero cartaz

Nesse momento, o professor dividirá a sala em grupo para produzir um cartaz

para ser fixado em lugares diferentes do colégio, como: refeitório, biblioteca, sala de

aula, corredores, pátio, fazendo uma propaganda nos moldes da propaganda

estudada, abordando um assunto que contribua para a melhoria da qualidade de

vida (no e do colégio) e que seja de interesse de toda a comunidade escolar.

Novamente, o professor deve propiciar que o aluno relembre o autoquestionamento

necessário para a produção de um texto.

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QUARTA UNIDADE

O processo de ler é complexo. Como em outras tarefas cognitivas, como resolver problemas, trazer à mente uma informação necessária, aplicar algum conhecimento a uma situação nova, o engajamento de muitos fatores (percepção, atenção, memória) é essencial se queremos fazer sentido do texto.” Assim, a escola deve propiciar inúmeros momentos a esta atividade motivando e valorizando o desenvolvimento cognitivo.

Kleiman (1989, p.13)

Os objetivos são os de levar o aluno a apreender o sentido global do texto, por

meio de estratégias para sua compreensão; localizar informações explícitas

seguindo pistas fornecidas pelo próprio texto; inferir o sentido de uma palavra ou

expressão; reconhecer a intencionalidade do texto; assumir uma atitude crítica e

reflexiva ao realizar uma leitura; identificar os recursos específicos utilizados na

composição do gênero poesia percebendo seus efeitos de sentido; reconhecer o

efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressa o;

refletir sobre a importância das variações linguísticas presentes nos textos.

CONTEÚDO:

1º PASSO – Leitura e análise contextual e linguística do gênero textual POESIA DE

CORDEL

2º PASSO – A Origem da Poesia e a Estrutura do texto poético

3º PASSO – Estudo da Língua

4º PASSO – Produção de Texto: Resumo escolar

Tempo estimado: Quatro (04) aulas

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1º Passo – Leitura do Texto III

"Big Brother Brasil, um programa...

1. Curtir o Pedro BialE sentir tanta alegriaÉ sinal de que vocêO mau-gosto apreciaDá valor ao que é banalÉ preguiçoso mentalE adora baixaria.

2- Há muito tempo não vejoUm programa tão fuleiroProduzido pela GloboVisando Ibope e dinheiroQue além de alienar (...)

Salvador, 16 de janeiro de 2010.Sobre o autor: Antonio Barreto nasceu em Santa Bárbara, na Bahia. Professor, poeta e cordelista. Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira. Possui mais de 100 folhetos de cordel publicados sobre temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa. Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.

Já sabemos que os Elementos composicionais de um texto são os

recursos da língua em todos os seus planos (morfológico, sintático, semântico)

que um autor utiliza para escrever/produzir um texto e que caracterizam seu

gênero. A forma como um texto foi escrito, sempre oferece pistas e sinalizações

ao leitor possibilitando que ele identifique além do gênero textual que está lendo,

sua finalidade e ideologias e o estilo nada mais são do que as marcas de sua

individualidade, de sua visão de mundo no texto que produz.

Estratégia de antecipação

• Formular previsões sobre o texto a ser lido;

• Propiciar que os alunos formulem perguntas que serão respondidas por

todos depois da leitura.

Durante a leitura

• Formular perguntas sobre o texto lido;

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• Esclarecer possíveis dúvidas sobre o texto.

Depois da Leitura

• Verificar se as previsões, hipóteses se confirmaram ou não;

• Resumir as idéias do texto.

2º Passo – A Origem da Poesia

Quando se fala em poesia, logo se relaciona à ideia de texto escrito, mas

nem sempre foi assim. Durante muito tempo, a poesia foi transmitida de forma

oral. Quando a maioria das pessoas não dominava a escrita, a poesia era

somente declamada e servia para relatar histórias, cantar festejos populares e

falar de sentimentos como o amor, a tristeza e a saudade. Do norte ao sul do

Brasil, ainda existe uma grande tradição de poetas populares que cantam e

recitam os seus versos. Hoje, além de serem apreciados em feiras e praças

públicas, podem ser encontradas nas bibliotecas, livrarias e até na internet.

A literatura de cordel, difundida principalmente no Nordeste, é um exemplo

de poesia de tradição oral. Suas raízes estão na cultura popular de base oral da

Europa da Idade Média. Sua matéria-prima eram as histórias verdadeiras ou

não, transmitidas de geração em geração. Os assuntos da poesia na literatura

de cordel são muito variados. Falam da natureza, de sentimentos bons e ruins,

falam das dificuldades sociais e econômicas do povo da região, de

acontecimentos marcantes do cotidiano, de histórias encantadas, de figuras

públicas.

A estrutura do texto poético

Para classificarmos um texto como poético, sempre observamos os

elementos que foram utilizados para sua construção. Ao fazermos a leitura,

percebemos que a linguagem reflete uma escolha especial de palavras. Outro

item é a forma como as palavras e frases são organizadas no papel, constituindo

as estrofes compostas de versos. Nos versos, o poeta geralmente escolhe as

palavras com a intenção de obter ritmo, sonoridade. Conforme o número de

versos de cada estrofe, ela recebe um nome: Se é uma estrofe com um único

verso, recebe o nome de monóstico; com dois versos, dístico; com três versos,

terceto; com quatro versos, quarteto ou quadra; com cinco versos, quinteto; com

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seis versos, sextilha e com sete versos, septilha. É um trabalho minucioso, e o

resultado é fantástico.

Compreensão

Como já vimos, chamamos de elementos composicionais de um texto os

recursos da Língua que podemos fazer uso em todos os seus planos

(morfológico, sintático, semântico) para escrever/ produzir um texto. Como leitor,

devemos estar atentos para a forma como um texto foi escrito, porque ela

sempre oferece pistas e sinalizações ao leitor, possibilitando que ele identifique

o gênero textual que está lendo e sua finalidade. Para tanto, quanto a esse texto

podemos perguntar:

a) Quantas estrofes têm o texto?

b) Como você as identificou?

c) Quantos versos têm cada estrofe?

d) Você sabe o nome que recebe a estrofe quando tem este número de

versos?

e) Qual a importância da estrofe na organização desse gênero textual?

Uma das características da poesia de cordel é sua linguagem. Prefere

termos da linguagem informal, às vezes até a gíria, como as destacadas no

texto.

f) Você sabe o que é gíria?

g) Ela pode ser utilizada em qualquer situação da língua falada ou escrita?

Por quê?

Interpretação

É possível constatar que a fonte de referência do autor foi um programa

exibido por uma das emissoras de TV, pois foi a partir dele que o cordelista teve

a idéia de escrever a poesia. Podemos perceber que, para desenvolver o

assunto do modo como fez, ele foi um telespectador assíduo do programa.

Desse modo, podemos concluir que:

( ) O autor é um telespectador ativo

( ) O autor é um telespectador passivo

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a) Na visão do autor, qual é a finalidade desse tipo de programa? Você

concorda com ele?

b) Você costuma analisar os “benefícios” de um programa de TV para

assisti-lo, ou qualquer um está bom? Desse modo, você é um

telespectador ativo ou passivo?

c) Qual é a importância da TV na sua vida? Justifique.

d) Em um dos versos do poema o autor usa a expressão “preguiçoso

mental”. O que é ser um preguiçoso mental?

e) O autor pensou em um interlocutor ao escrever a poesia. Quem é esse

interlocutor? A quem a poesia está se dirigindo?

f) Em sua opinião, qual foi a finalidade do autor ao escrever a poesia?

g) Você considera que o modo como o assunto foi abordado foi eficaz para

convencer o leitor a refletir sobre a qualidade das programações exibidas

pelas emissoras de TV? Por quê?

h) Lendo e refletindo sobre as questões abordadas na poesia, percebemos

que o autor é contra a ideologia da Emissora que, por meio de sua

programação, manipula a população impondo valores morais e

comportamentais. Assim, em sua opinião, o que deveria fazer um

telespectador ao perceber que o programa está tentando manipulá-lo?

3º Passo – Estudo da Língua

1- Sabendo que rimas são palavras que apresentam sons semelhantes, retire da quinta e da sétima estrofes as palavras que apresentam rimas. ________________________________________________________________

________________________________________________________________

2- Na sexta estrofe o autor diz no primeiro verso “Isso é um desserviço”:

a) A que a palavra ISSO está se referindo?

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b) O que significa um desserviço?

Observe: “O mau gosto aprecia” (quarto verso / primeira estrofe) “Mal exemplo à juventude” (segundo verso/ sexta estrofe)

Você sabe quando deve empregar MAL ou MAU?

Mal (com L) é o contrário de BEM.

Mau (com U) é o contrário de BOM.

Mas cuidado!!!

Procure sempre analisar o contexto para aplicar regrinhas de gramática.

Por exemplo, no segundo verso, da sexta estrofe, o autor empregou Mal (com L)

utilizando a palavra como um substantivo, ou seja, é maléfico, algo que não traz

benefício, que não é um BEM para a juventude.

3- Escreva algumas frases empregando MAL e MAU:

a) ______________________________________________________________

b) ______________________________________________________________

c) ______________________________________________________________

d) ______________________________________________________________

Linguagem formal ou língua padrão e linguagem informal

Em toda Língua existe uma maneira mais adequada de falar e escrever. É

a língua(gem) chamada de formal ou variedade padrão. A Língua padrão ou

formal é a que tem maior prestígio na sociedade por ser ela, a variedade

utilizada por pessoas com alto nível de escolaridade e também em documentos,

em textos científicos, jornais, revistas, livros.

A linguagem informal é o conjunto de todas as variedades linguísticas

diferentes da língua padrão.

1- Analise a linguagem utilizada na construção do poema e responda:

a) O autor usou a linguagem formal ou informal?

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b) Na linguagem formal como ficariam os termos destacados na poesia?

4º Passo – Produção de texto: Resumo

Nesse momento, o professor deve rememorar ao aluno as questões que

deve fazer a si mesmo antes de iniciar a produção de um texto.

VAMOS À ATIVIDADE:

1- Faça um resumo do poema Big Brother utilizando a linguagem formal,

considerando as leituras e estudos realizados em sala de aula. A versão

definitiva de seu texto será escrito numa folha de papel sulfite, em até 15 linhas,

e fará parte de um caderno de resumos que toda a comunidade escolar poderá

ler. Portanto, observe as estratégias de leitura e de escrita que estudamos para

realizar bem seu trabalho.

Possível Produção – Resumo: A poesia de cordel “Big Brother Brasil, um

programa...” escrita por Antonio Barreto, apresenta uma crítica ao programa

Big Brother Brasil, exibido pela rede Globo de televisão. Em estrofes com sete

versos, com palavras agressivas chama a atenção dos espectadores desse

programa que, de acordo com sua visão, “só visa ibope e dinheiro”, que não

pode ser considerado um programa de entretenimento para a família, porque

explora demais a sensualidade e até o erotismo. O autor considera o programa

uma “armadilha”, que compromete a formação e educação do jovem, uma

afronta à moral e à decência.

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QUINTA UNIDADE

a leitura é uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas também requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do evento comunicativo.

Koch (2008, p.11)

Os objetivos são os de distinguir um fato da opinião relativa a esse

fato; reconhecer a finalidade do texto; localizar informações explícitas

seguindo pistas oferecidas pelo próprio texto; refletir sobre os efeitos que se

pode extrair de um texto através das formas e tempos verbais que

apresenta; compreender a constituição e o funcionamento do gênero

NOTÍCIA a partir de sua relação com a situação social de interação e a

esfera social de atividade; identificar palavras ou expressões que imprimem

objetividade ou subjetividade aos discursos; identificar as marcas lingüísticas

que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

CONTEÚDO

1º PASSO – Análise contextual e linguística do gênero textual NOTÍCIA

2º PASSO – Estudo da Língua

3º PASSO – Produção de texto: Resumo escolar

Tempo estimado: Cinco (05) aulas

1º Passo – Leitura do Texto

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TEXTO IV

A BUSCA PELA PERFEIÇÃO Talita Amaral

A busca desenfreada pela perfeição é uma tendência dos dias atuais que tem prejudicado a saúde de muitas adolescentes e jovens. Segundo a psicóloga A.D, a pressão cultural e midiática de que o corpo deve ser perfeito, leva meninas cada vez mais novas a buscarem tratamentos estéticos e até dietas malucas que podem culminar nos transtornos alimentares como a anorexia. (...)

(O diário do Norte do Paraná 04/04/2010)

Estratégia de antecipação

Nesse momento, o professor pode apresentar só o título para o aluno

e questioná-lo para que faça suas previsões de leitura, com perguntas como,

por exemplo:

a) Que assunto poderia tratar um texto com esse título?

b) De quem poderia falar: de crianças, jovens ou adultos? Profissionais da área médica? Da ciência da computação? Da política? Da religião? Da estética? Qual será o gênero textual?

Durante a Leitura

a) Quais são as sinalizações que o texto nos dá para que identifiquemos o gênero textual a que pertence? E o estilo?

b) Qual é o estilo de linguagem do autor, formal ou informal?

c) Quais foram as marcas mais visíveis que deram as pistas do estilo a você (leitor)? Onde, você acha que um texto como este pode veicular?

d) Em sua opinião, o autor deixou marcas de sua ideologia? Como podemos perceber isso? Qual é então a finalidade do texto? A quem o texto está se dirigindo?

Depois da Leitura

• Verificar se as previsões e hipóteses se confirmam ou não;• Propiciar sessão de perguntas dos alunos sobre o texto;• Esclarecer possíveis dúvidas sobre o texto;• Resumir oralmente e conjuntamente as idéias do texto.

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2º Passo – A notícia

A palavra notícia vem da forma verbal latina notum do verbo noscere,

que significa conhecer, saber, ter conhecimento. A notícia é um relato,

geralmente curto, de fatos recentes ou atuais, para ser veiculado por um

meio de comunicação, como jornal, revista, rádio, TV e outros.

Compreensão

1- Leia o texto, observando atentamente o conteúdo temático, a forma composicional e o estilo para que possa resolver as questões:

a) Em sua opinião a intenção do texto é:( ) divertir o leitor( ) informar o leitor( ) emocionar o leitor

2- Identifique as informações básicas que compõem o texto.

________________________________________________________________

3- Retire do texto palavras que se referem a adolescentes e jovens.________________________________________________________________

4- Qual é o gênero do texto lido?________________________________________________________________

a) Quais foram as pistas que o texto deu para que você pudesse identificá-lo?

b) Em sua opinião, qual poderia ser o suporte desse texto?

c) Quem pode ser o interlocutor desse texto?

5- Podemos perceber que a notícia, além de expor um problema, também

expressa uma opinião, uma ideologia. Qual é a opinião do entrevistado?

Interpretação

1- Os valores da ideologia dominante na sociedade, hoje, é a do consumo e

da mercantilização. O sujeito deve consumir (comprar) e vender (sua

imagem) para que possa ser aceito no grupo. Percebemos isso claramente

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na indústria da beleza apresentada pela mídia. A busca pela forma física

“ideal” tornou-se obsessão, principalmente entre adolescentes e jovens. A

forte pressão em padrões de beleza com valores estéticos inacessíveis por

pessoas saudáveis, tem se tornado um ponto de tensão social que se

reverte em grandes problemas na família.

a) Qual é o tema apresentado no texto?

b) De quem são as vozes que falam no texto?

2- No penúltimo parágrafo o locutor utiliza a expressão “falência dos

valores”. Ele está se referindo a:

( ) valores econômicos /sociais( ) valores éticos e morais

3- Sabendo que a inferência envolve a leitura das entrelinhas, da

intencionalidade e dos sentidos que o texto sugere e que não estão

explicitados no texto, ou que também pode ser o resultado das conclusões a

que chegamos ao fazermos as associações e relações de todas as

informações, responda:

a) Em um trecho do texto, a psicóloga comenta que às vezes “as pessoas

acabam se esquecendo que são humanas”. O que podemos inferir desse

comentário?

b) Que perfeição é essa que a maioria das meninas buscam? Para quê?

c) O que pode significar a expressão “falência dos valores”?

4- Você sabe que quando falamos em “indústria da beleza”, estamos falando

de clínicas de cirurgias plásticas, clínicas de estética, SPA, academias de

ginástica e de musculação, personal trainning. Sabe também que grande

parte das pessoas que procuram utilizar não têm nenhum problema de

saúde, mas muitas vezes se submetem até a cirurgias que tem levado

muitas à morte. Desse modo:

a) Você concorda que o ser humano se tornou um escravo da aparência?

Quem é que diz que ele precisa fazer uso das clínicas, academias? Para

quê?

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b) Em sua opinião, existe idade mínima para uma pessoa buscar tratamento

estético? Justifique.

5- Conquistar a felicidade, na sociedade atual, parece ter se reduzido a

apresentar-se com roupa de grifes e um corpo “malhado”. A conquista da

felicidade por meio de projetos de vida, traçando metas, procurando

alcançá-las, enfrentando dificuldades para chegar à vitória parece não ter

muitos seguidores. Isso pode ser comprovado nas palavras da psicóloga

quando diz que “existe uma busca pela felicidade e preenchimento de um

vazio emocional”:

a) Por que a maioria das pessoas, atualmente sentem-se emocionalmente

vazias?

b) A jovem de qual esfera social especificamente o texto está se referindo?

3º Passo – Estudo da Língua

Professor, existem várias gramáticas da Língua como: a gramática

tradicional, a normativa, a descritiva, a internalizada, a gerativa, a funcional ,

e a reflexiva. Todas são importantes, têm seu valor, não existindo a mais

correta e sim a mais adequada ao objetivo que se quer alcançar. Nesta

unidade, optamos por apresentar o estudo da Língua via gramática funcional

com o objetivo de propiciar que o aluno reflita sobre os recursos que a

Língua oferece em diferentes situações de uso. Sob esta ótica, valorizamos

a produção lingüística não regras e normas.

Observe a frase:

“Na verdade, existe uma busca pela felicidade e preenchimento de um vazio emocional.”

1- A expressão “na verdade” sugere que o locutor tem certeza do que está

falando. Como ficaria a frase se o locutor estivesse em dúvida sobre o

que está falando?

2- Reescreva a frase substituindo a expressão “na verdade” por um sinônimo.

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3- No último parágrafo, o último período se inicia com a palavra “Assim”...

a) O que o locutor quis comunicar ao interlocutor por meio dessa palavra?

b) Que outra palavra ele poderia ter usado?

4- Uma das características da notícia é apresentar os verbos no presente,

pois está contando algo que está acontecendo naquele momento.

Identifique as formas verbais utilizadas no segundo e no terceiro

parágrafos.

5 – Semântica

Pesquise no dicionário o significado das palavras:

Estereótipo

_______________________________________________________

Anorexia _________________________________________________________

4º Passo – Produção de texto: Resumo

Nesse momento, o professor deve levar o aluno a relembrar as

questões anteriormente discutidas as quais são muito importantes para

direcionar a produção de texto com finalidade.

1- Faça um resumo da notícia utilizando a linguagem formal,

considerando as leituras e estudos realizados em sala de aula. A versão

definitiva de seu texto será escrito numa folha de papel sulfite, entre 10 e

12 linhas, e fará parte de um caderno de resumos que toda a comunidade

escolar poderá ler. Portanto, observe as estratégias de leitura e de escrita

que estudamos para realizar bem seu trabalho.

RESUMO – Possível produção

A notícia “A busca pela perfeição”, resultado de uma entrevista com a

psicóloga A.D. escrita por Talita Amaral e veiculada no jornal O diário do

Norte do Paraná, no dia 04/04/2010, expõe um sério problema de saúde

conhecido como transtorno alimentar, a anorexia, que tem prejudicado a

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saúde de jovens adolescentes que, segundo a entrevistada, veem no

corpo perfeito a única maneira de ser feliz. A psicóloga considera que o

problema tem fundo emocional, sendo a atenção dos pais muito importante

para seu enfrentamento.

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SEXTA UNIDADE

numa sociedade como a nossa, a escrita, enquanto manifestação formal dos diversos tipos de letramento, é mais do que uma tecnologia. Ela se tornou um bem social indispensável para enfrentar o dia-a-dia, seja nos centros urbanos ou na zona rural. Neste sentido, pode ser vista como essencial à própria sobrevivência no mundo moderno.

Marcuschi (2008, p.16)

Os objetivos são os de propiciar a reflexão sobre o gênero textual

‘crônica literária’ considerando seu contexto de uso, seus interlocutores e

seu propósito comunicativo; construir sentidos a partir da leitura

relacionando informações do texto, efetuando inferências, emitindo opinião;

produzir texto visando objetivos e interlocutores; desenvolver a habilidade

de identificar o conteúdo semântico de aspectos morfossintáticos da Língua.

CONTEÚDO:

1º PASSO – Leitura contextual e linguística do gênero CRÔNICA LITERÁRIA

2º PASSO – Estudo da Língua

3º PASSO – Produção de Texto I: Resumo escolar

Produção de Texto II: Reportagem

Tempo estimado: Cinco (05) aulas.

1º Passo – Leitura do texto V

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OS BONS LADRÕES

Morando sozinha e indo à cidade em um dia de festa, uma senhora

de Ipanema teve a sua bolsa roubada, com todas as suas jóias dentro. No

dia seguinte, desesperada de qualquer eficiência policial, recebeu um

telefonema:

__ É a senhora de quem roubaram a bolsa ontem?__ Sim.__ Aqui é o ladrão, minha senhora.

(Paulo Mendes Campos – Para Gostar de Ler, 1999)

Estratégias:

Antes da leitura

Propiciar que o aluno:• Formule previsões sobre o texto lido;• Formule perguntas sobre o que foi lido.

Durante a leitura

• Esclareça possíveis dúvidas sobre o texto;

Depois da leitura

• Verifique as previsões e hipóteses se confirmam ou não;• Propicie sessão de perguntas dos alunos sobre o texto;• Esclareça possíveis dúvidas sobre o texto;• Resuma oralmente e conjuntamente as idéias do texto.

O texto que você acabou de ler é considerado uma manifestação

artística, por isso é classificado como texto da esfera literária. Os textos

considerados literários são aqueles que conseguem manifestar valores

culturais, estéticos e humanos de modo tão particular que são capazes de

derrubar as barreiras do tempo e conseguem despertar no leitor, de

diferentes épocas, o desejo de sentir o mundo, com seus sofrimentos e

conflitos que são refletidos nesses textos por meio de um ser criado, (a

personagem), num mundo criado, (o ficcional)...

De acordo com o dicionário, dramatizar significa tornar dramático,

comovente ou interessante. A dramatização pode ser uma ferramenta de

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muito valor para incentivar uma aprendizagem participativa. Mas atenção!

Dramatizar não é o mesmo que fazer uma leitura. Na dramatização o tom de

voz, a expressão facial/corporal, os gestos são muito importantes. Professor,

a partir deste momento seus alunos se dividirão em duplas e terão tempo

(dez minutos) disponibilizado para fazer uma releitura do texto. Após esse

tempo, três duplas serão sorteadas para fazer a apresentação à turma.

Compreensão

1- Assim como o conto, o texto lido pertence à esfera do narrar. Caracteriza-

se por apresentar poucas personagens, poucas ações e tempo e espaços

reduzidos.

a) Quais as personagens envolvidas nessa história?

b) Onde pode ter acontecido o fato narrado?

c) Há no texto expressões que indicam tempo. Que expressões são essas?

d) Quanto tempo, você acha que durou o fato relatado?

e) Analisando a forma composicional e o estilo do texto lido você diria tratar-se de:

( ) uma crônica ( ) uma reportagem( ) uma propaganda( ) uma fábula

f) Quais foram as pistas e sinalizações que o texto ofereceu a você que justifica sua escolha?

g) Então, como poderíamos descrever esse gênero?

2- De acordo com o dicionário online, caráter é o 1. conjunto de qualidades

(boas ou más) que distinguem (uma pessoa, um povo); traço distintivo: o

caráter do povo brasileiro. 2. Gênio, índole, humor, temperamento. 3.

Formação moral, honestidade: homem de caráter.

Observe a frase:

“Pena uma pessoa de tanto caráter casada com um... homem fora da lei.”

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a) Como podemos definir “uma pessoa fora da lei”?

b) As pessoas nascem “fora da lei” ou se transformam em “fora da lei”?

Explique.

c) Quais são as principais causas que contribuem para que uma pessoa se

transforme em um “fora da lei”, um delinquente?

d) Como você justificaria o título do texto?

Interpretação

1- Após leitura podemos interpretar que o tema do texto é o AMOR. O tema

pode ser considerado a “matéria prima” sobre a qual um texto é construído.

Se não fosse o amor dedicado à esposa, com certeza, a história seria outra.

Saber identificar o tema de um texto é extremamente importante para que

você se torne um leitor competente.

Com esse tema a intenção do texto é mostrar:( ) como as histórias de amor acontecem( ) como é perigoso um idoso sair sozinho( ) como a amor transforma as pessoas

Os Elementos da narrativa

O texto narrativo, na sua forma composicional, sempre vai apresentar

um enredo, com um narrador, personagens, tempo (presente ou

passado) e espaço, que é o lugar onde os fatos ocorrem ou ocorreram. Na

estrutura do enredo, o leitor vai identificar a introdução ou apresentação

que é o momento em que o narrador apresenta os fatos iniciais, as

personagens e, às vezes, o tempo e o espaço. Depois vem a complicação

que é a parte do enredo em que é desenvolvido o conflito. Em seguida,

teremos o clímax que é o momento de maior tensão da narrativa. Para

terminar, vem o desfecho que é a solução do conflito e corresponde ao final

da história. Assim, podemos classificar o texto “Os bons ladrões” como um

texto da esfera do narrar porque apresenta em sua forma e estilo todos os

elementos acima citados. Dentre as personagens, podemos perceber

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atitudes e valores (caráter) diferentes, o que leva o leitor a identificar

facilmente o bom e o mau caráter.

2- Quem são as personagens do texto? Qual delas você classificaria como

bom caráter?

3- O conflito apresentado no texto está centrado em:( ) uma briga de casal.( ) na devolução de valor($) roubado.( ) na desavença entre as pessoas.

4- Qual é o tema do texto?

5- Qual é a idéia principal do autor?

6- Qual é o argumento que o ladrão usa para que a senhora (roubada)

acredite que ele vai devolver-lhe as jóias?

7- Que atitude do ladrão mostra ao leitor que há incoerência entre as

convicções que ele afirma ter e o seu modo de agir?

8- Qual foi a atitude da esposa ao descobrir a atividade do marido?

9- Com a frase “em certas ocasiões, até os ladrões mandam flores e jóias” o

autor termina o texto. Qual é a ideia transmitida com essa frase?

10- Sabendo que em nossa sociedade, o valor que se atribui a uma pessoa

está diretamente ligado a seu caráter, ou seja, sua índole, sua dignidade,

como também está ligado à ética que nada mais é do que a conduta em

tudo que fazemos, em sua opinião, por que há pessoas que desprezam

esses valores?

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2º PASSO – Estudo da Língua

Professor, mais uma vez optamos pela gramática funcional. Sabemos

que é comum a presença de modalizadores nos diferentes gêneros textuais

os quais devem ser utilizados como recurso nas atividades de estudo da

Língua. Modalizadores são palavras ou expressões que o falante utiliza e

que imprime a seu discurso objetividade ou subjetividade como, por

exemplo, nas expressões: não resta a menor dúvida..., eu acho...,

absolutamente..., tenho certeza..., sem dúvida..., talvez...

Observe o enunciado a seguir retirado do texto:

“Quero dizer que só ontem, por um descuido meu, minha mulher descobriu quem eu sou realmente”.

Compare esse enunciado com:

• Acho que só ontem, por um descuido meu, minha mulher descobriu quem eu sou realmente.

• Quero dizer com certeza que ontem, por um descuido meu, minha mulher descobriu quem eu sou realmente.

• Ontem, por um descuido meu, minha mulher descobriu quem eu sou realmente.

1- Responda:

a) Qual enunciado demonstra dúvida?

b) Qual enunciado demonstra certeza?

c) Qual enunciado demonstra um grau total de certeza?

2- Reescreva cada enunciado duas vezes imprimindo marcas de certeza e marcas de dúvida, fazendo as adaptações necessárias.

a) ... “o que eu prometo, cumpro”;

b) ...”sou um homem de palavra”.

c) “A senhora, com o perdão da palavra, chama a polícia”.

3- Compare os enunciados a seguir:

• Seria melhor encontrá-lo numa esquina. • É melhor encontrá-lo numa esquina.

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a) Qual dos enunciados expressa possibilidade?

b) Qual dos enunciados expressa obrigação?

4- Retire do texto palavras que se referem às personagens do texto:Personagem masculina _____________________________________________Personagem feminina ______________________________________________

5- Observe as frases:

“Só ontem, por um descuido meu, minha mulher descobriu quem eu sou realmente.””Dentro de vinte minutos está tudo aí.”“Claro, madame, claro. Estou lhe telefonando por isso”.

As palavras e expressões em negrito exprimem respectivamente:( ) ordem e dúvida( ) tempo e afirmação( ) lugar e modo

6- Em uma passagem do texto o personagem diz:

“Absolutamente, as jóias estão em meu poder”.

A palavra em negrito exprime um grau total de certeza. Como ficaria a

frase se fosse uma hipótese de que as jóias estariam sob o poder dele?

________________________________________________________________

Muitas vezes, evidenciamos a necessidade da utilização da

preposição em nos enunciados. Nossas frases se distinguem quanto ao

sentido pelo uso da preposição. É por meio dela que podemos atribuir

diferentes significados aos enunciados. Veja:

• O caderno de Marcos. (relação de posse)• Vou com você. (relação de companhia)• Cheguei de Londrina. (origem)• Vou a Belém. (destino)

7- Determine o sentido que podemos atribuir aos enunciados abaixo :

a) O fora da lei falou da mulher.

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b) O fora da lei falou para a mulher.

c) O fora da lei falou perante a mulher.

d) O fora da lei falou sobre a mulher.

Podemos perceber que as frases acima se distinguem quanto ao

sentido somente pelo uso da preposição.

3º PASSO – Produção de texto I: Resumo

1- Faça um resumo sobre o que você conseguiu entender do texto “Os bons

ladrões” considerando as estratégias utilizadas para esse fim, já explicadas

no decorrer do estudo e da produção de todos os demais textos deste

caderno pedagógico.

RESUMO – Possível produção

O texto “OS BONS LADRÕES”, de Paulo Mendes Campos, relata uma

conversa por telefone entre uma senhora e a pessoa que, um dia antes, a

havia roubado. O assaltante desejava devolver-lhe o que roubou.

Exigência essa feita por sua esposa que descobriu como ele conseguia

ganhar dinheiro e prometeu abandoná-lo se não se redimisse. Como era

apaixonado pela esposa, queria entregar o que havia roubado. Toda a

conversa girou em torno do plano que deveria ser feito para que o ladrão

não fosse descoberto e preso.

Produção de Texto II – Como deveria ser escrito o texto “Os bons Ladrões”

se quisesse informar de maneira mais objetiva possível? Continuaria

pertencendo ao gênero Crônica literária ou se transformaria em outro gênero

textual? Qual é o gênero textual que tem como principal finalidade informar?

Como geralmente é escrito? Qual é sua esfera de circulação? E o suporte?

1- Reescreva o texto ”Os Bons Ladrões”, dando outro título se julgar

necessário, de modo que sua principal característica seja informar.

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ELABORAÇÃO E CONFECÇÃO DO CADERNO DE RESUMOS – PASSOS PARA A CONFECÇÃO

Tempo estimado: Quatro (04) aulas

Em duplas

1- Confeccionar primeiramente a capa usando de criatividade de modo que contemple por meio de imagens ou figuras o conteúdo que será tratado. Podem ser utilizadas outras revistas e cadernos como fonte/ideia.

2- Fazer um texto de abertura apresentando os assuntos que o leitor encontrará no caderno.

3- Uma página com o título DESTAQUE em que o grupo colocará o assunto que, na opinião dele, foi o melhor, justificando o ponto de vista.

4- Uma página com o título: COLABORADORES DESTA EDIÇÃO contendo pequena biografia dos integrantes do grupo.

5- Iniciando o desenvolvimento: Aqui o aluno procura organizar o assunto estudado, escrevendo (em colunas), recortando, colando, montando, com criatividade, seu caderno de resumos.

6- Elaborado o assunto, constrói-se o sumário, coloca-se o número nas páginas e, em seguida, monta-se o caderno.

Professor, é importante que, finalizado este trabalho, os alunos

tenham oportunidade de (ainda em sala) trocarem entre si (duplas) os

cadernos prontos para que um conheça o trabalho realizado pelo outro. Dê

preferência ao texto manuscrito. Seria muito interessante se o caderno fosse

artesanalmente confeccionado com papel reciclado e sugestões do

professor de Arte. Observe para não se esquecer de fotografar o

desenvolvimento do trabalho, como também o trabalho concluído.

7- Fechamento (a critério do professor) – Escolher uma mesa na biblioteca, arrumá-la com uma toalha bonita, colocar um vaso com flores, metade de uma cartolina dobrada ao meio (como crachá de carteira) com uma frase sobre a importância da leitura, algumas fotos e informações sobre a turma que o realizou.

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REFERÊNCIAS

DESIDEDERATO, J. O texto como objeto de ensino, de descrição linguística e de análise textual e discursiva. Maringá: EdUEM, 2009.

GASPARIN, J. L. Uma didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Autores Associados, 2005.

KOCH, I. V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2008.

KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e Compreender. São Paulo: Contexto, 2008.

KLEIMAN, A. Leitura, Ensino e Pesquisa. Campinas: Pontes,1989.

MENEGASSI, R. Formação de professores – EAD. Maringá: EdUEM (no prelo)

SOLÉ, I. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 2008.

TRAVAGLIA, L. A. Ensino de Gramática numa perspectiva interativa. Disponível www.ieel.ufu.br/travaglia/artigo. Acesso em 10.05.2010.

MARINGÁ. Secretaria de Saúde de Maringá. A Dengue se combate todos os dias – é um dever meu, seu e de todos. O Diário do Norte do Paraná. Classificados, fl. V. 06, ano XXXVI, 14.02.2010.

AMARAL, Talita. A busca pela perfeição. O Diário do Norte do Paraná – Suplemento Saúde & Beleza, fl. 04, ano XXXVI, 04.04.2010.

CAMPOS, P. M. Os bons ladrões. 26. Ed. IN: PAIXÃO, F. (coord.). Crônicas. São Paulo: Ática, 1999, p. 54-56. (Para gostar de ler)

LOBATO, M. Os animais e a peste. _____. Fábulas. 29. ed. São Paulo, Brasiliense, 1981, p. 49-50.