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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2008 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7 Cadernos PDE VOLUME II

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2008

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE

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Célio Rodrigues LeiteEliane Pereira da Cruz

Ivete Aparecida Franco ClaudinoSuzane Schmidlin Löhr - orientadora – UFPR

universidade federal do paraná – ufprsecretaria de estado da educação do paraná – seed

superintendência de educaçãodiretoria de politicas e programas educacionaisprograma de desenvolvimento educacional - pde

CADERNO

PEDAGÓGICO

Curitiba2009

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Relacionamento interpessoal na escola

A relação com o outro é fundamental na espécie humana. Vai além da mera função reprodutiva. Nos conhecemos e nos definimos a partir do outro. Ou seja, o outro é essencial para a nossa constituição enquanto sujeitos, resgatando nossos atributos humanos. A necessidade que temos do outro para fazer aflorar nossas características humanas, não impede, no entanto, que a relação que se estabelece entre as pessoas seja permeada de dificuldades e conflitos. Talvez um dos grandes desafios a que somos expostos durante nossas vidas seja aprender a nos relacionarmos com o outro da forma mais produtiva para todos os envolvidos. Regras sociais, normas legais, conselhos dos mais experientes, imposições religiosas surgem como alternativas visando gerenciar, ou quem sabe, organizar as relações interpessoais. A escola constitui um espaço onde um grande número de pessoas com características diversas, histórias de aprendizagem distintas, sonhos e objetivos de vida por vezes diferentes, convivem durante um tempo significativo, dividindo o espaço físico, precisando aprender a lidar com as diferenças, sendo forçado a aprender a conviver com o outro. Se a beleza da vida está na magia de podermos aprender a cada dia coisas novas e participarmos ativamente de nosso processo de construção e aprimoramento pessoal, fica o convite para o aprimoramento das relações interpessoais na escola. Falar das relações interpessoais na escola remete a diversos atores, todos diretamente envolvidos no processo e cada qual desempenhando um papel único na constituição do espaço escolar facilitado para o ensino e a aprendizagem. Estamos falando dos educandos, professores, equipe pedagógica da escola, pais. Cada agrupamento dentre os citados tem demandas e expectativas diferenciadas, além de passar por dificuldades e conquistas muito específicas. Três professores participantes do Programa de Desenvolvimento da Educação (turma 2008-2009), Célio, Eliane e Ivete, todos experientes em suas funções de magistério, oriundos de três escolas públicas estaduais de Curitiba e região metropolitana, tinham um sonho em comum: tecer uma proposta de intervenção que pudesse contribuir para a melhoria de alguma das facetas das relações interpessoais na escola. Assim, nasceram três projetos de intervenção, os quais, embora implementados de forma isolada (uma vez que uma das exigências do Programa PDE é que o professor elabore um projeto de intervenção que irá implementar em sua escola de origem), foram discutidos em vários momentos nas suas interfaces. Célio procurou centrar seu projeto na saúde emocional do profissional da educação. Seu interesse partiu da observação de que muitos dos afastamentos por problemas de saúde tinham por cerne dificuldades nas relações interpessoais na escola. Propôs então um programa dirigido aos professores, visando, através de discussões grupais, debater sobre instrumentos e formas de manejo das relações interpessoais em sala de aula. Eliane se dedicou à atuação direta com os jovens quando percebeu que era necessário entender a postura descompromissada de inúmeros jovens para com a aprendizagem e

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também para com as suas próprias vidas, tipificada no jargão por eles utilizado “não dá nada!” que pode ser lido como “nada tem importância”, “nada me sensibiliza ou motiva”. A partir da análise e compreensão do que estava ocorrendo com os jovens, procurou encontrar caminhos para trazê-lo para o papel de co-responsável pela sua vida. O cinema surgiu como o recurso intermediário deste processo. Ivete, por sua vez, percebia que o apoio dos pais poderia ser um diferencial no envolvimento dos jovens com o processo ensino-aprendizagem, especialmente na construção de valores. Debruçou-se então no delineamento de um projeto que pudesse trazer os pais para a escola, sensibilizando-os para o trabalho conjunto na educação dos jovens. Estratégias como dinâmicas grupais, discussões e outros recursos constituíram o mediador da proposta. É consenso do grupo participante da construção do presente caderno pedagógico, de que o ideal é uma mesma escola ter condições de implementar os três projetos simultaneamente e de forma articulada. Porém, este seria o ideal. A realidade das escolas, padecendo de forma crônica de carência de recursos humanos disponíveis, pode ser um complicador para a implementação simultânea das três propostas de intervenção (com docentes, discentes e pais). Assim, cabe à equipe pedagógica da escola, após um diagnóstico cauteloso, definir pela implementação de uma das vertentes por vez, priorizando a que se fizer mais necessária no momento, ou aquela, que estrategicamente parecer ser mais produtiva naquela etapa. Cada unidade didática apresentada a seguir constitui uma proposta de intervenção que foi implementada de forma piloto em uma escola de Curitiba e região metropolitana. Para facilitar a compreensão do leitor, as propostas desenvolvidas em cada etapa da implementação foram descritas em forma de sugestão de atividades. É importante ressaltar que ao implementar o projeto em um novo contexto, o profissional precisa iniciar fazendo um diagnóstico do estado das relações interpessoais na escola que será alvo da intervenção. Após este diagnóstico é possível definir pela proposta de intervenção delimitando a população a ser atingida, assim como as atividades a empregar. O presente caderno temático oferece sugestões para o início da empreitada, descrevendo atividades que foram utilizadas pelos professores PDE, autores do caderno, nas escolas públicas estaduais em que atuam. A criatividade do proponente da intervenção, aliada a clareza em relação às metas que pretende alcançar, pode gerar novas atividades mais adaptadas aos objetivos que vierem a traçar. As três propostas finalizam com a sugestão de mecanismos de avaliação e acompanhamento da implementação do projeto, instrumento este essencial para avaliação do que está ocorrendo e que permite perceber o que foi implementado apropriadamente e o que necessita ser ajustado em novas versões do projeto.

Profª. Dra. Suzane Schmidlin Löhr Orientadora na UFPR dos projetos apresentados

Relacionamento interpessoal na escola

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LEITE, Célio Rodrigues1LÖHR, Suzane Schmidlin2

INTRODUÇÃO

Esta Unidade Didática tem como objetivo abordar as estratégias usadas pelos professores para a resolução de conflitos professor-alunos. Propõe a construção de um espaço de troca de experiências entre professores, visando um processo coletivo de reflexão sobre a temática que permita instrumentalizar os participantes para o manejo de um problema bastante frequente em nossos dias e cujas consequências, quando não satisfatórias, geram sofrimento e perdas para todos os envolvidos. A frequência de professores com doenças relacionadas ao estresse envolvendo o espaço escolar não deixa dúvida quanto à necessidade de se trazer este tema para discussão. O estresse do professor muitas vezes está relacionado ao manejo de conflitos em sala de aula, que em situações extremas chega a caracterizar o quadro de burnout³, e muitas vezes é desencadeado por falta de instrumentalização do professor. LEITE (2008) realizou uma pesquisa com 8 mil professores a respeito da síndrome de burnout e identificou 15,7% professores com a referida síndrome; 29,8% dos docentes pesquisados encontravam-se em exaustão emocional em nível critico; 31,2% evidenciaram baixa realização profissional; 14% demonstraram altos níveis de despersonalização. Estudiosos que realizaram pesquisas envolvendo relações interpessoais na escola, como AQUINO (2003), LA TAILLE (2002), VINHA (2000), destacam o quanto este tema ocupa um lugar de destaque na sociedade acadêmica. ZAMPA (2005) cita que a maneira de lidar com o conflito no interior da escola varia de um ambiente para outro de acordo com a forma como ele é encarado: como instrumento de crescimento ou se interpretado como um grave problema que deve ser abafado. No ambiente escolar existem pontos que contribuem para o surgimento dos conflitos e que, na maioria das vezes, não são explícitos ou até mesmo percebidos. Assim, tanto LA TAILLE (1996 e 1998) como VINHA (2008), baseados na perspectiva piagetiana defendem que o desrespeito às normas pode ser sinal de autonomia, significando resistência às imposições e ao autoritarismo. VINHA (2008) ainda reforça que a teoria construtivista aponta os conflitos como oportunidades para trabalharmos valores e regras. Esses conflitos “...nos dão pistas

Convivência escolar: estratégias para resolução de conflitos entre alunos e professores

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¹Professor do Colégio Estadual Deputado Arnaldo Faivro Busato, em Pinhais – Pr, participante do PDE/2008 SEED-PR, [email protected]² Professora Doutora em Psicologia Clínica, orientadora do projeto PDE pela UFPR, em parceria com a SEED/PR, [email protected]³Trata-se de uma síndrome, resultante da pressão emocional, relacionada ao trabalho. Advém de uma expressão no idioma inglês referindo-se à exaustão de energia, provocada pela tentativa de superar as pressões geradas no ambiente de trabalho, levando ao desgaste crônico, caracterizando um processo de esgotamento que leva à perda de motivação e desinteresse pelo trabalho. (SARRIERA,Jorge Castellá.–

PUCRS, 2008)

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sobre o que as crianças e jovens precisam aprender”. Ou seja, haver conflito professor-alunos é inerente ao processo de desenvolvimento e pode contribuir para a formação dos jovens. Porém, nem sempre os professores estão ou se sentem instrumentalizados para lidar com este aspecto. A ênfase não está na resolução do conflito em si, mas sim, no processo. O que fará a diferença é a forma como os problemas são enfrentados, ou seja, se ao se deparar com situações-problema no espaço escolar, são desencadeadas reflexões e tentativas de construção de procedimentos eficazes para o manejo do mesmo. Se o conflito pode ser parte do processo no contexto escolar e constituir em oportunidade de crescimento, como fornecer recursos aos professores para que o usem de forma produtiva? Esta unidade propõe o desenvolvimento, em encontros com professores, de estratégias para a resolução de conflitos que contribuam e se mostrem efetivas para a melhoria da qualidade das relações interpessoais no contexto escolar. Construir um espaço de troca de experiências entre professores, visando um processo coletivo de reflexão sobre a temática, que permita instrumentalizar os participantes para o manejo de conflitos interpessoais comuns no âmbito escolar, se efetivou como sendo fundamental para aprimorar o manejo por parte dos professores e assim contribuir para a sua saúde ocupacional, podendo contribuir, a longo prazo, para a diminuição de doenças como o burnout, associadas ao contexto de trabalho do professor.

OBJETIVOS• Levantar estratégias usadas pelos professores para resolução de conflitos em sala de aula;• Promover espaço para troca de experiências entre os professores, relativas a estratégias que vêm utilizando para manejo de situações conflituosas em sala de aula.

RECURSOS E INSTRUMENTOS

RECURSOS HUMANOS• Professor facilitador das discussões;• Professores voluntários para responder os questionários;• Alunos voluntários para responder os questionários;• Professores interessados em compor o “Grupo de Discussão”;• Auxiliar do professor facilitador da proposta para fazer o registro das falas dos professores.

RECURSOS MATERIAIS• Material de expediente;• Sistema de gravação de áudio;

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PROCEDIMENTOS E SUGESTÃO DE ATIVIDADES

A aplicação de questionário estruturado (apêndice 1 e 2) respondido por alunos e professores que atuam nas séries e turmas previamente selecionadas, permite identificar alguns pontos de conflitos os quais servirão de base para organizar a discussão no grupo. A Direção e a Equipe Pedagógica também podem contribuir na sugestão e definição de tópicos para a intervenção, apontando situações que costumam gerar maior incidência de conflitos no âmbito escolar. O diagnóstico da realidade, viabilizado pela tabulação e análise dos questionários possibilita a estruturação de uma intervenção pedagógica. O programa implementado foi realizado nos moldes de quatro encontros com os professores, realizados em um espaçamento mensal, permitindo que o programa fosse finalizado em um semestre. Observações dos participantes mostraram que seria vantajoso estendê-lo por mais um semestre. Sugere que a inclusão dos participantes no grupo de intervenção seja espontâneo cabendo ao facilitador da atividade disponibilizar o número de vagas e aos professores interessados efetivarem sua inscrição. Propõe que cada encontro tenha a duração aproximada de duas horas, em períodos e datas acordados previamente com os professores participantes e a Direção do Colégio. Cada participante deve assinar um Termo de Livre Consentimento (apêndice 3) para permissão do registro das suas falas, que no caso do estudo implementado, fundamentou a pesquisa de inserção vinculada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, mas fornece também subsídios para que o facilitador do grupo organize o encontro seguinte. Uma situação problema envolvendo relacionamento professor-alunos é apresentada ao início de cada encontro, sendo solicitado que o professor fale como agiria perante a mesma, servindo, portanto, como estímulo para iniciar a discussão. As questões problemas utilizadas no estudo piloto serão apontadas na descrição das atividades por encontro e foram elaboradas considerando os temas mais frequentes citados como problemáticos pelos professores nos questionários prévios e tomando por base situações reais descritas por professores. A definição de um tema central para cada encontro facilita o direcionamento da discussão e permite ao facilitador manter o foco do grupo na temática. Como os temas foram definidos a partir da tabulação dos dados colhidos dos questionários e apontadas como ponto de risco na comunicação interpessoal, seja pelos alunos ou pelos próprios professores, no momento da implementação o facilitador tem a segurança de se tratar de um tema de interesse dos participantes, ou ao menos de alguns deles. O relato por parte dos professores de suas experiências, aliado à discussão de possíveis soluções, favorece a troca entre os participantes, além de enriquecimento pessoal no manejo de situações de natureza semelhante. A gravação em áudio dos encontros, complementada pelo apoio de um auxiliar fazendo o registro durante o encontro dos pontos

• Ambiente propício para a realização das reuniões do grupo;• Equipamento de informática;• Resultado dos questionários previamente aplicados;• Roteiro para debate do “Grupo de Discussão”.

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abordados, serve de referencial para a condução dos encontros seguintes e para a síntese do que foi trabalhado pelo grupo, na finalização dos trabalhos previstos. Propõe-se a aplicação de um instrumento de avaliação (apêndice 4), ao final do primeiro encontro e no último encontro. O registro, por parte dos participantes de seus apontamentos sobre o encaminhamento dado, permite que os mesmos comparem como respondiam no primeiro encontro e como solucionam questões delicadas envolvendo relacionamento interpessoal, após ter participado do grupo de reflexão. Nos encontros a proposta é levantar estratégias usadas pelos professores para resolução desses conflitos promovendo espaço para troca de experiências entre eles. Sugere-se que os encontros sigam a técnica de discussão temática, a qual permite investigar, através da reflexão expressa através da “fala” dos participantes, o pensamento do grupo. O grupo implementando como projeto piloto, em 2009, numa escola pública da região metropolitana de Curitiba, Paraná e que constitui a base para as sugestões desta unidade, foi composto por 13 professores. Este número pode ser adaptado de acordo com a realidade de cada escola, cuidando, no entanto, para que não ultrapasse 15 componentes, viabilizando assim espaço nas discussões para todos os participantes. Os quatro temas para reflexão definidos no projeto piloto foram: enfoque no aluno, enfoque no professor, manejo do professor e diversidade na escola. Como já foi descrito, as temáticas são definidas tomando por base a primeira fase da atividade, considerando as respostas dadas por professores e alunos, ao questionário aplicado. Para iniciar as atividades e criar um clima de respeito e cooperação entre os participantes, é interessante que o primeiro encontro seja iniciado com uma exposição, por parte do facilitador, sobre o conflito como parte integrante da vida e da atividade social, apresentando algumas informações que servirão de ponto de partida para a discussão. Discutir que o conflito se origina da diferença de interesses, de desejos e de aspirações, não havendo a intenção de eleger erros ou acertos, mas apresentar posições diferentes, pode ser uma forma de ver o conflito sob outra ótica e gerar um clima de pré-disposição para o estudo do mesmo. Possibilitar aos professores a percepção de que é comum termos dificuldades para administrar os conflitos, sendo uma das dificuldades associada à capacidade de identificar as circunstâncias que derivam no e do conflito, é um ponto de partida para tal análise. Em geral, nas escolas e na vida, só se percebe o conflito quando este produz manifestações violentas. Podemos lançar pelo menos duas hipóteses: a primeira é que se ele se manifestou de forma violenta é porque já existia antes na forma de divergência e, nós não soubemos ou não fomos preparados para identificá-lo; a segunda é que toda a vez que o conflito se manifesta, nós agimos para resolvê-lo, coibindo a manifestação violenta. Nesse caso, esquecemos que os problemas mal resolvidos se repetem. Outro fato importante é a visão atual da educação como um direito de todos, o que favoreceu o acesso de toda a população às escolas, mas também expôs a necessidade de lidar com as diferenças, frente a um grande número de alunos cujo perfil nem sempre a escola estava preparada para absorver. Antes a escola era procurada por um tipo padrão de alunos,

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com expectativas e passados semelhantes, com sonhos e limites aproximados. Os grupos eram formados por estudantes de perfis muito próximos, constituindo grupos mais homogêneos. A diversidade abre horizontes, amplia as experiências, mas cria mais ocasiões para impasses quando não há preparo para com ela lidar. A falta de manejo apropriado dos conflitos nas escolas pode refletir na saúde do professor, refletindo em altos índices de profissionais da educação que se afastam de suas atividades motivados por algum problema relacionado ao dia-a-dia na escola. É comum ouvir o relato de professores que por não conseguirem dar conta das questões conflituosas em sala são alvos de significativas doses de estresse, o que geralmente resulta em afastamentos para tratamento de saúde ocasionando perdas. A escola passa a trabalhar então em sobrecarga pela falta de um de seus colaboradores, os estudantes, por sua vez, perdem a oportunidade de conviver com aquele professor, conhecendo uma posição diferente de um determinado conteúdo, e o professor perde, ao se ver afastado da vida profissional em um período de vida em que normalmente tem um grande potencial de produtividade acadêmica. A descrição a seguir das atividades realizadas na proposta piloto, fornecem sugestões que podem auxiliar o professor que venha a elaborar uma proposta semelhante em sua escola. Além da temática, é descrita a situação problema que serve como estímulo para iniciar a discussão, os objetivos que se pretende atingir, assim como algumas questões chaves que podem ser empregadas pelo facilitador, para instigar a reflexão sobre o tema. Sugestões de atividade por encontro:

1º Encontro

O primeiro encontro finaliza com o preenchimento de um instrumento de avaliação,

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OBJETIVOS

• Estratégias para resolução de conflitos;• Troca de experiências.

QUESTÕES CHAVES

• Que atitudes o professor pode adotar diante de conflitos em sala de aula? • É possível ou mesmo útil tentar atribuir responsabilidades diante de conflitos? • Que preparo poderia ajudar o professor no manejo de conflitos que pudessem ocorrer em sua sala?• O que cada professor precisa/pode fazer para manter boas relações interpessoais em sala de aula?

ENFOQUE NO ALUNOInício com exposição do facilitador do significado das relações interpessoais na escola. SITUAÇÃO PROBLEMA:Aluno de 15 anos se envolve com brigas frequentes, agride os colegas, é agressivo com os professores. Dificilmente participa integralmente das aulas, independente do professor. Está sempre provocando alguém e os colegas se sentem intimidados por ele. Mantém certa liderança entre alguns alunos, também considerados indisciplinados.

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(apêndice 4).2º Encontro

3º Encontro

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ENFOQUE NO PROFESSOR

SITUAÇÃO PROBLEMA:Professor, 45 anos de idade e 20 de Magistério. Já foi diretor de escola. Falta com freqüência, algumas vezes apresentando atestado médico. A escola oferece um calendário de reposição, mas nem sempre comparece. Não segue o sistema de avaliação da escola e reclama quanto às normas de preenchimento do mesmo. Não participa das atividades promovidas pela escola e quando se inscreve em cursos normalmente se atrasa e sai antes do horário. Os alunos reclamam muito de suas aulas. Possui uma linguagem que não atende as necessidades dos alunos (linguagem para alunos de cursinho). Costuma se sentar sobre a mesa para expor o assunto e nunca utiliza outros recursos que não seja o livro didático. Nas horas-atividade normalmente está lendo o jornal, não se preocupando em preparar suas aulas.

OBJETIVOS

• Estratégias para resolução de conflitos;• Troca de experiências.

QUESTÕES CHAVES

• Quais são os conflitos mais difíceis de resolver?• Sobre a boa convivência escolar, considera necessária? Por que?• Qual a aplicabilidade do Regimento Escolar?• Em que momento o professor tem que interferir?

MANEJO DO PROFESSORSITUAÇÃO PROBLEMA:Professor, 44 anos, 18 anos de atuação no magistério, atua somente como professor, em mais de uma escola e não tem controle sobre seus alunos. Quando chega em sala os alunos já estão em grande tumulto, não se entendem e não atendem os pedido do professor. Consegue algum controle com alteração de voz e colocando alguns alunos para fora da sala. Não há clima favorável à aprendizagem e com frequência entra em conflito com os alunos. Segundo informações da Equipe Pedagógica, o professor aceita as críticas ao seu trabalho, mas com frequência atribui culpa aos alunos. Diz que vai tentar melhorar, mas os fatos acabam se repetindo. Parece que os problemas ocorrem em todas as escolas que atua. Mesmo em turmas consideradas “boas” pelos outros professores, ele não tem um bom relacionamento. Até os pais dizem que a culpa é do professor.

OBJETIVOS

• Estratégias para resolução de conflitos;• Troca de experiências.

QUESTÕES CHAVES

• O que cada professor precisa/pode fazer para manter boas relações interpessoais em sala de aula?• Em que a troca de experiências entre os professores sobre o manejo de situações conflituosas em sala de aula pode ajudar ao professor?• Existem atitudes que possam ser avaliadas como incorretas para resolver os conflitos em sala?

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DIVERSIDADE NA ESCOLA

SITUAÇÃO PROBLEMA: Aluno de 15 anos, multi-repetente, em vias de nova reprovação neste ano. Costuma gazear as aulas com freqüência, provoca os colegas em sala, não permanece atento às orientações dos professores. Com frequência acaba sendo retirado da sala de aula. Passa mais tempo na sala da Equipe Pedagógica do que em sala. A mãe mantém um relacionamento homossexual e o filho não aceita essa situação. Desde seus seis anos convive com a situação, porém, nos últimos anos apresenta atitudes demonstrando reprovação da decisão da mãe. Não tem “respeito” por ela, faz críticas agressivas e discriminatórias. Tudo que pode fazer para magoá-la não mede esforços. Os dois não conseguem conversar num tom respeituoso. Na escola a própria turma já o está rejeitando e a maioria dos professores não pode nem ouvir falar no nome do aluno.

OBJETIVOS

• Estratégias para resolução de conflitos;• Troca de experiências.

QUESTÕES CHAVES

• Diante da diversidade evidenciada no contexto escolar, existe formas de preparação dos professores para melhor lidar com esta questão?• Como você percebe as relações de convívio em sala de aula relacionadas à diversidade? • Quais são os conflitos mais comuns em sala de aula envolvendo a diversidade?• Ainda sobre a diversidade, quais são os conflitos mais difíceis de resolver?• Que atitudes poderiam ser mais produtivas diante desses conflitos em sala?

4º Encontro

Reaplicar, ao final do quarto encontro, o instrumento de avaliação usado no primeiro encontro. Os enfoques e as situações-problema podem sofrer alterações de acordo com a realidade apresentada em cada escola, no entanto, se propõe que a metodologia empregada leve em conta sempre, a figura do facilitador, a proposição de situações-problemas apoiadas nas respostas ao levantamento prévio, estímulo aos professores participantes dos encontros para buscarem alternativas para a solução das situações-problemas, objetivos bem delineados e questões-chaves, que servirão de suporte para evitar a fuga do tema proposto. Abaixo, apresenta-se em forma diagramática, a estrutura dos encontros previstos na presente proposta:

FACILITADORDO

PROCESSO

Situaçãoproblema

Objetivos

Questõeschaves

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AVALIAÇÃO

O instrumento de avaliação (apêndice 4) usado no projeto piloto considerou a necessidade de avaliar cada encontro, com o propósito de corrigir possíveis falhas ou dar encaminhamentos mais eficazes. Sugere-se também outra avaliação, que priorize as possíveis mudanças de pen-samento de cada participante. Desta forma, não há necessidade de um roteiro pré-definido, sendo necessário apenas que seja apresentado no início do primeiro encontro uma situação problema para que o participante escreva quais as possíveis soluções para aquela questão. Ao final do último encontro repete-se a avaliação colocando outra situação problema com o mesmo foco, solicitando também que o participante descreva os possíveis encaminhamentos. A partir da análise qualitativa e quantitativa pode-se avaliar as possíveis mudanças de atitudes, bem como levantar as estratégias usadas por cada participante. Neste caso se faz necessário que os envolvidos sejam devidamente identificados, considerando o sigilo das informações. A análise dos resultados desta proposta de avaliação permite observar as atitudes dos participantes antes e após a participação no conjunto de encontros de discussão. O conjunto de respostas permite perceber se houve mudança na forma de responder às situações proble-mas.

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_____________Os conflitos interpessoais na escola. Acesso: Revista de Educação e Informática, São Paulo, v. 19, p. 33-38, 2006.

ZALUAR, Alba.(Org). Violência e Educação. São Paulo: Editora Cortez, 1992.

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APÊNDICES

Apêndice 1 - Questionário aplicado aos professores

Prezado(a) professor(a) Você já presenciou ou se envolveu em alguma situação de conflito com alunos? Preciso da sua ajuda para construir um Projeto de Intervenção Pedagógica propondo estratégias que auxiliem na resolução desses conflitos que parecem ser tão freqüentes em escolas. Você pode colaborar com este projeto? Sua opinião será muito importante. Responda as questões abaixo, não precisa se identificar.

ObrigadoProfessor Célio Rodrigues Leite

1. Tempo de exercício no Magistério:a) menos de cinco anos.b) entre cinco e dez anos c) entre dez e quinze anos d) mais de quinze anos.

2. Grau de satisfação com o ambiente de trabalho:a) satisfatóriob) parcialmente satisfatórioc) insatisfatóriod) péssimo.

3. Se a sua resposta acima não foi “satisfatório”, o que o(a) leva a pensar assim:a) o desinteresse dos alunosb) a relação com os alunosc) a relação com os pais e comunidaded) a falta de apoio da direçãoe) outro (citar)_________________________________________________

4. Sobre o uso do Regimento Escolar para aplicação de medidas pedagógicas em sala de aula, você consulta:a) sempreb) às vezesc) somente quando o aluno comete um ato graved) não faz uso do regimento, é função de outros.

5. No quadro a seguir, utilizando a graduação (sempre, com frequência, raramente, nunca) responda aos itens, considerando o atual Colégio, neste ano:

6. Você considera a falta de “controle” de alguns professores sobre as turmas:a) Fator relevante para aumentar os conflitos.b) Interfere parcialmente na ocorrência de conflitos.c) não interfere na ocorrência de conflitos.

7. Você considera o envolvimento do professor com a escola um fator:a) muito relevanteb) relevantec) pouco relevante

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A.Você vivencia agressão física de alunos, dirigida aos professores ou funcionários?

B.Você vivencia agressão verbal de alunos, dirigida aos professores ou funcionários?

C.Você observa conflitos entre alunos?

Sempre Com frequência Raramente Nunca

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8. Escolha os fatores que você julga responsáveis pelos conflitos entre alunos em sala de aula numerando-os do mais importante (1°) ao de menor importância: rivalidade e intolerância entre alunos. presença de alunos que provocam os colegas. rivalidade entre grupos de alunos. divergências de valores entre alunos. divergências de opiniões entre alunos. brigas entre grupos rivais. outros. Citar: _______________________________________

9. A melhor maneira para resolver um conflito em sala de aula ocorre quando: o professor procura resolver o problema no ato. o professor chama o inspetor. o professor coloca os alunos envolvidos para fora da sala. o problema é levado a Equipe Pedagógica. o Diretor vem em sala para conversar com os alunos. o professor ignora o problema e dá continuidade a aula.

10. Na sua opinião, quem deve participar na resolução de conflitos na Escola? Numere-os em ordem crescente de importância: professores. família. direção. equipe pedagógica conselho escolar. Conselho Tutelar Patrulha Escolar Comunitária. Secretaria e ou o Núcleo de Educação. a própria turma.

Apêndice 2 - Questionário aplicado aos alunos

Prezado(a) aluno(a) Você já presenciou ou se envolveu em alguma situação de conflito na sala de aula com seus professores ou colegas? Preciso da sua ajuda para construir um Projeto de Intervenção Pedagógica propondo estratégias que auxiliem na resolução desses conflitos que parecem ser tão freqüentes em escolas. Você pode colaborar com este projeto? Sua opinião será muito importante. Responda as questões abaixo, não precisa se identificar. Nas alternativas de múltipla escolha, marque apenas uma resposta.

Obrigado.Professor Célio Rodrigues Leite

Sobre você:1. Você:a) gosta muito de estudar nessa escola.b) gosta, mas mudaria de escola se pudesse.c) não gosta da escola.

2. Você conhece o regimento escolar da sua Escola?a) Sim.b) Não.c) Um pouco.d) Nunca ouviu falar desse documento.

Sobre a relação professor-aluno em sua escola

3. Qual você julga ser a melhor atitude do professor na condução das aulas?a) liberal e deixa os alunos à vontade.b) severo e exigentec) impondo regras universais.

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d) Propõe regras democráticas

4. Na sua escola, as relações entre alunos e professores, de modo geral são:a) amigáveis e com respeito.b) há falta de respeito por parte dos alunos para com os professores.c) há falta de respeito por parte dos professores para com os alunos.d) há falta de respeito de ambas as partes.

5. Dificuldades de relacionamento entre professores e alunos em sua opinião são motivadas por:a) professores autoritários que não consideram a opinião dos alunos ao fazer as regras.b) alunos que exageram e então resta ao professor exercer sua autoridade.c) falta de aproximação dos professores com os alunos.d) é normal o relacionamento ruim entre professor e aluno.e) outro. Citar: _______________________________________________

6. Sobre os problemas em sala de aula, você considera que:a) depende do tipo de aluno em sala.b) depende do professor, não há problema com os que sabem se impor.c) o importante é que existam normas de disciplina claras e rigorosas.

7. Sobre a perturbação da ordem em sala de aula, você julga que isso ocorre por quê?a) o aluno faz isso para ser notado.b) é normal que se comportem assim.c) faz isso para intimidar os outros.d) pararia se fosse advertido.e) Outro. Citar: ________________________________________________

8. No quadro abaixo, registre a frequência com que vivenciou ou vivencia em sala de aula cada uma das situações ocorridas neste Colégio, neste ano:

9. Onde ou em quais situações você acha de maior risco para ocorrerem provocações entre alunos: (Numere em ordem de maior ocorrência, atribuindo um para o de maior frequência) no pátio nos banheiros nos corredores em classe sem professor em classe com professor na fila da cantina na internet por telefone na saída nos cadernos na aula de educação física outros. Citar:________________________________________________

10. Por ordem de prioridade atribuindo um para a mais importante, relacione as atitudes de um bom professor para você: pontual

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Foi ridicularizado ou xingado

Foi compreendido nas suas afirmações

Foi ignorado ou rejeitado

Foi elogiado

Foi ameaçado ou chantageado

Foi roubado

Foi apoiado pela turma

Sempre Com frequência Raramente Nunca

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exigente liberal educado comunicativo disciplinador autoritário amigo

Apêndice 3 - Termo de Livre Consentimento Esclarecido

TERMO DE LIVRE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

Eu,____________________________________________, RG________________________, abaixo assinado, concordo em participar do PROJETO DE INTERVENÇÃO CONVIVÊNCIA ESCOLAR: ESTRATÉGIAS PARA A RES-OLUÇÃO DE CONFLITOS ENTRE PROFESSORES E ALUNOS, como sujeito do Grupo de Discussão Temática da Produção Didático Pedagógica produzida em atendimento ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador Célio Rodrigues Leite sobre a proposta de interven-ção, os procedimentos nela envolvidos, inclusive de gravação de voz, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, comunicando o fato diretamente ao condutor da Proposta de Intervenção.

Local_________________________________

Data: ____/____/_____

_______________________________________________Assinatura

Apêndice 4 – Instrumento de Avaliação dos Encontros

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO ENCONTRO

1. Dificuldades percebidas durante o encontro:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Facilidades percebidas durante o encontro:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Aspectos favoráveis: ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Contra-indicações observadas:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Outros comentários:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Obrigado pela participação!

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CRUZ, Eliane Pereira da¹LÖHR, Suzane Schmidlin²

INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea é fruto de um processo contínuo de mudanças. A escola em sua concepção, não pode deixar de passar por estas transformações, sendo a cada momento desafiada no sentido de repensar os princípios e as práticas educacionais, a ação docente, sua proposta pedagógica e currículo, integrando-os a um projeto educativo que tenha as relações interpessoais, sociais e éticas, bem como o respeito às diferenças, como temas transversais, valorizando procedimentos e atitudes, evocando os sentimentos e a emoção. A atenção aos valores pode favorecer uma integração melhor na sociedade em que o jovem vive, contribuindo para o aprimoramento das relações interpessoais. A questão da formação de valores é essencial e se torna evidente para todo educador que atua com adolescentes. Por vezes, o professor sente a necessidade de novos recursos e procedimentos metodológicos na intervenção pedagógica, que promovam a reflexão dentro do foco temático, pautada em uma relação significativa entre educando e educador, mediada pela afetividade, respeitando valores da sociedade .A afetividade desempenha importante papel no desenvolvimento do aprendizado cognitivo. SILVA (2007) sintetiza como Piaget já apontava para a interrelação entre valores, afetividade e aprendizado cognitivo.

“... (Piaget) considera os valores pertencentes à dimensão geral da afetividade no ser humano e afirma que eles surgem a partir de uma troca afetiva que o sujeito realiza com o exterior, com objetos ou pessoas. Eles surgem da projeção dos sentimentos sobre os objetos que, posteriormente, com as trocas interpessoais e a intelectualização dos sentimentos, vão sendo cognitivamente organizados, gerando o sistema de valores de cada sujeito” (SILVA apud ARANTES, 2007, p.29).

É comum no discurso dos educadores da atualidade os adolescentes serem descritos como indisciplinados e pouco comprometidos. Segundo SILVA (2007, p.23) “Há desinteresse pelo ser, pelo essencial”. O desinteresse do jovem pode dar existência à desagregação, violência, intolerância. Os mesmos são vulneráveis a qualquer tipo de ameaça. Para o autor citado, é fundamental e urgente a orientação de valores provinda dos pais, educadores e outros, no

O cinema como instrumento na educação da afetividade: um convite à reflexão e à humanização

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¹Professora participante do programa PDE/2008 vinculado à SEED/PR. – [email protected]² Professora Doutora em Psicologia Clínica, orientadora do projeto PDE pela UFPR, em parceria com a SEED/PR, [email protected]

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sentido de desenvolver a sensibilidade para os valores morais, resgatando a ética, o sentido de responsabilidade, essenciais para o convívio social. Auxiliar no desenvolvimento de valores no jovem é uma tarefa que envolve pais, professores e todos aqueles interessados em um futuro promissor para a nossa sociedade. Um desafio na escola é promover discussões que contribuam para o desenvolvimento de valores de forma cativante para os jovens, instigando-os a dela tomar parte. O cinema pode colaborar, enquanto instrumento de sensibilização e reflexão, por meio do enfoque temático, problematizando dilemas morais, posturas pessoais, revisão de valores e defesa dos direitos humanos.

“Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte” (NAPOLITANO, 2008, p.11).

A escola é um espaço que propicia oportunidade para o estabelecimento das relações humanas, onde se convive com a diferença, sendo necessário, para um bom convívio neste espaço, que se aprenda a respeitar o outro, compartilhar, abrir-se para a oportunidade de aprendizado na troca com o outro. Sob tal perspectiva, a escola participa no dia-a-dia e contribui para a formação dos cidadãos. O professor tem o papel de formar e informar, garantir a aprendizagem, mas também incentivar a reflexão sobre valores, necessitando, para tal, rever e analisar constantemente sua prática. Portanto o educador deve promover o diálogo, mediando os interesses imediatos dos educandos e o currículo, trabalhando os valores morais em seu contexto. O relacionamento professor x aluno está subordinado às questões de interação, do clima criado entre eles, da forma como tratar a realidade individual e do contexto todo, não separando o aspecto afetivo do cognitivo. Este projeto visa desenvolver valores essenciais ao relacionamento interpessoal, em jovens estudantes da educação básica. Tal desenvolvimento decorrerá de um trabalho de reflexão e ação a partir de temas enfocados em filmes selecionados, os quais apontam para problemáticas comuns no dia-a-dia da juventude. A proposta é de introduzir o cinema como um instrumento na prática de intervenção pedagógica, levando para a sala de aula situações representativas de sentimentos e conflitos próprios da adolescência, promovendo a reflexão sobre valores e posturas individuais, criando espaço para reflexão sobre as consequências atreladas a diferentes escolhas pessoais além de propagar a liberdade de expressão e ideias, ao estimular o diálogo entre os alunos após a exibição do filme selecionado. O compartilhar de pensamentos, opiniões, visões, linguagens, promovendo a reflexão é objetivo principal deste projeto de intervenção. O cinema pode constituir um mediador que permita ao educando identificar os seus valores, na medida em que deixa mais simples e transparente os valores e a cultura na qual ele está inserido. O adolescente se enriquece e cresce pessoalmente ouvindo as diversas opiniões, dialogando, expondo também o seu ponto

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de vista, criando neste momento uma troca de perspectivas em que sentimentos e emoções encontram vazão e são acolhidos pelos demais integrantes do grupo. A duração de um filme comercial tomaria um tempo muito grande, inviabilizando a discussão posterior. Assim, optou-se por fazer a editoração de filmes cuidando para que o recorte selecionado apresentasse coerência e linha de continuidade da história, tendo duração aproximada de 30 minutos, deixando um tempo posterior para a discussão grupal.

OBJETIVOS• Estimular no educando o desenvolvimento do pensamento crítico, contribuindo para a formação cidadã e o verdadeiro protagonismo em sua história;• Propiciar maior motivação e interesse para o estudo por parte dos alunos gerenciando as emoções e os levando à reflexão de situações cotidianas;• Desenvolver no aluno o respeito pela diversidade e pela especificidade dos indivíduos, valorizando todos os talentos, procurando evitar o sentimento de exclusão e de ausência de futuro.

RECURSOS E INSTRUMENTOS

RECURSOS HUMANOS• Professor facilitador da proposta;• Professores regentes de classe;• Alunos de 8ª série do Ensino Fundamental;• Alunos voluntários do Ensino Médio para auxiliar no registro das falas dos alunos participantes.

RECURSOS MATERIAISQuestionário de levantamento de interesses e expectativas (apêndice 1):Questionário com oito questões, sendo duas abertas e seis respondidas com escala de likert, a ser respondido pelos alunos que poderão vir a participar do projeto, contendo questões referentes a preferência de disciplinas, gênero de filmes e temas que gostaria que fossem discutidos na escola, percepção do educando sobre os seus professores atuais, auto observação e auto avaliação do estudante sobre seu comportamento e envolvimento com a escola durante o ano, enfocando seu funcionamento durante o ano na escola, apontando o que avalia como produtivo e o que interfere negativamente em seu desempenho.

Filmes editados para o projeto de intervenção (apêndice 2):Uma vez que o projeto envolve o cinema, na seleção dos filmes se sugere respeito às preferências quanto ao gênero manifestadas pelos estudantes ao responderem o questionário preliminar (apêndice 1). É importante que os filmes que serão editorados e posteriormente exibidos,

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enfoquem temas da realidade cotidiana do jovem. A título de ilustração, o apêndice 2 aponta alguns filmes, os quais foram trabalhados em um projeto piloto com alunos de 8ª série. O apêndice 2 contém portanto, a listagem prévia de filmes comerciais utilizados no estudo piloto; a sinopse dos filmes; a temática que evocam; sugestões de cenas que quando editoradas propiciam uma sequência clara e coerente da história.

Ficha de auto-avaliação e de avaliação do projeto:Ficha contendo questões objetivas, nas quais os participantes poderão expressar sua opinião sobre a atividade da qual participaram e também sobre o seu desempenho na atividade. Cada ficha de avaliação inclui também uma questão discursiva enfocando situações que tratam de dilema ético ou moral abordados nos filmes. Ao responder a ficha de auto avaliação, o participante fornece dados que permitem identificar os valores éticos e morais do educando (apêndice 4).

PROCEDIMENTOS E SUGESTÃO DE ATIVIDADES

Visando fornecer um panorama geral da proposta de utilização do cinema para o desenvolvimento de valores na educação, far-se-á o relato de uma experiência desenvolvida em 2009 com alunos de 8ª série de uma escola pública estadual. Os temas escolhidos, assim como o gênero dos filmes, foram fruto de levantamento de interesse com os alunos, mediante preenchimento de um questionário de levantamento de interesses e expectativas aplicado na primeira etapa do projeto. A Lei Federal de Direitos Autorais nº 9610 permite o uso de imagens, filmes, músicas e artigos no âmbito escolar, como ferramentas pedagógicas para o uso do professor em sala de aula. O presente projeto, por utilizar trechos de filmes comerciais, depende do amparo desta lei para a sua viabilização. Antecedendo a segunda etapa do projeto, faz-se o preparo dos filmes a serem utilizados. O procedimento adotado envolve selecionar cenas dos filmes escolhidos, procurando observar que haja sequência e coerência, início, meio e fim quando a síntese for finalizada para exibição. O recorte estruturado de cada filme deverá ter duração aproximada de trinta minutos. Utilizar um recorte de filmes com duração de 30 minutos visa manter a concentração dos alunos e viabilizar um tempo para a discussão logo após a exibição do filme, além de propiciar maior foco na temática que se pretende trazer para a reflexão. A citação das cenas, mencionando o momento de sua ocorrência nos filmes, que foram trabalhados no projeto piloto pode ser encontrada na forma de sugestão no apêndice (apêndice B) fornecendo uma base para outros profissionais que queiram utilizar modelo semelhante de ação. Se o professor que vier a replicar esta intervenção preferir, poderá utilizar o filme integral, procedendo a recortes das cenas de interesse, reduzindo assim ao menos parcialmente, o seu trabalho, visto que a edição dos filmes é um processo demorado e tem um custo alto quando realizado por profissionais.

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Na segunda etapa do projeto piloto duas turmas de alunos de 8ª séries, com faixa etária entre 13 a 16 anos, de ambos os sexos, foram convidados a participar da atividade. Cada grupo reuniu 25 alunos, os quais participaram de encontros quinzenais de duas horas, aproximadamente, durante dez semanas. A definição da aula que seria cedida para a atividade era feita junto aos professores regentes, os quais, quando sua aula era selecionada, eram convidados a participar da atividade. Os alunos eram informados sobre o filme selecionado recebendo a ficha técnica e a sinopse da história. Tal encaminhamento tinha por meta não fragmentar a atividade desenvolvida e também não permitir que o aluno chegasse à atividade alheio ao tema, o que poderia favorecer o desinteresse. Após assistir o filme, os alunos eram instigados a realizarem uma análise da situação central do filme, debaterem de maneira livre e aberta o tema, provocando discussão e reflexão entre eles, assessorados pela professora facilitadora da atividade. Em cada filme assistido, discutia-se as atitudes e os valores do(s) personagem(ns), fazendo então transposição para a vida dos adolescentes participantes do projeto, refletindo sobre o cotidiano dos mesmos, analisando as causas e conseqüências da realidade da adolescência contemporânea. O conteúdo das anotações feitas pelos voluntários em diário visa facilitar o acompanhamento, verificação e realimentação do projeto. Os encontros foram fotografados após solicitação de autorização dos pais dos participantes, os quais assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice 3), declarando estar cientes do que se realizará esta atividade na escola, que os dados relevantes serão utilizados para o resultado final e autorizam a participação de seus filhos. Os alunos realizam uma auto avaliação de seu desempenho e uma avaliação do projeto de intervenção no final de cada encontro. O preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido preenchido pelos pais deve preceder a implementação do processo, pois, embora o adolescente se deseja tomar por si determinadas decisões, legalmente os pais são os seus responsáveis e devem ser informados sobre a atividade, concordando com o envolvimento de seus filhos. Com tal documento o professor se resguarda de eventuais questionamentos posteriores e informa aos pais/responsáveis sobre um projeto que está em curso na escola. O quadro a seguir sintetiza informações pertinentes aos filmes empregados no estudo piloto, citando o nome comercial do filme na versão nacional, uma síntese do filme, assim como as questões previamente definidas pela professora facilitadora para evocar a reflexão por parte dos alunos, apontando a ordem em que foram utilizados, fechando com o tópico para pensar que apresenta um pensamento ou ideia com a qual a professora facilitadora encerrava o encontro, propondo uma reflexão de continuidade.

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1º Encontro

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CENA/ALVO/SINOPSEA história se passa no interior de uma escola pública. A diretora exclui adolescentes de suas aulas normais e os coloca em um salão no subsolo. Para estes adolescentes não há limites nem interesse e motivação para os estudos. São rejeitados pelos professores os quais não querem lecionar aos mesmos.

Um professor de dança se apresenta para trabalhar como voluntário. A diretora o leva para estes alunos, os seja, os excluídos. Neste grupo, além do desinteresse há também a falta de disciplina. O professor tenta uma metodologia e percebe que não está chegando até eles. Até que resolve agir de uma forma diferente. O professor e uma aluna de sua academia dançam um tango perante todos.

Os professores do colégio e a diretora resolvem que o projeto de dança do professor deve acabar. O professor de dança insiste para a sua continuidade. É realizada uma reunião com os pais destes alunos com o objetivo de dar um basta nestas aulas de dança de salão. O professor com sua sutileza coloca aos presentes, a importância da dança em suas vidas: a elevação da auto-estima, o respeito, a emoção.

A medida em que foi trabalhando com os alunos, o professor os levou novamente a sonharem, a acreditarem em seu potencial. Mesmo decepcionados com o professor ao conhecerem os alunos da academia de dança e perceberem que eram melhores que eles, achando que não teriam chance de ganhar o concurso de dança no qual foram inscritos pelo professor, acabaram sendo envolvidos pelo estímulo do professor.

Filme: Vem Dançar

QUESTÕES PARA REFLEXÃOPor que os adolescentes não querem estudar? Qual(is) motivo(s) os levaram a apresentar este comportamento? A diretora está adotando uma postura adequada? Vai resolver o problema isolando estes alunos dos demais?

O que aconteceu naquele momento? O que havia na atividade que sensibilizou os estudantes?Por que o professor continuou tentando ensinar dança de salão aos alunos? Por que não desistiu ao enfrentar o primeiro obstáculo: a indiferença dos alunos? Como era o relacionamento entre estes alunos e o professor no início e como está agora? O que os alunos viram nele? O que os alunos sentem nele e por ele?

Qual o significado da participação da família no ambiente escolar? Gostariam que seus pais participassem de atividades na escola? Por quê?Os pais devem acompanhar o rendimento escolar de seus filhos? Como? Os alunos participam aos seus familiares acontecimentos, fatos, reuniões, entrega de boletins e outros avisos? Como isto se dá em sua escola? Por que os pais dos adolescentes (personagens do filme) aceitam a exclusão de seus filhos? Será que eles sabiam?

Qual o papel do professor em uma escola? Que abertura os alunos dão aos professores para desempenhar o seu papel?Os professores devem ou não tentar conhecer a história de cada aluno? Em que isto pode ajudar ou prejudicar no desempenho acadêmico dos alunos? E o papel do aluno, qual é? Por que muitos acham que não dá nada o fato de não estudar, não fazer os trabalhos, não participar das aulas e outras situações?

Para pensar:• No final do filme, o professor se sente um vencedor por ter mudado a postura daqueles alunos. O que mudou em cada um?• Como é a sua relação com a escola e com o aprendizado? • Gostaria de mudar algo?• Em caso afirmativo, em que a mudança poderia contribuir para a sua vida?

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2º Encontro

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CENA/ALVO/SINOPSEUma adolescente aos 16 anos engravida de um colega de classe e toma sua decisão com relação ao bebê que vai nascer. Recebe apoio dos familiares, continua estudando e levando sua vida.

No filme a adolescente grávida continua frequentando a escola normalmente.Tomou a decisão de entregar o bebê à adoção.Escolheu a família a quem daria o filho.O pai a acompanhou no momento de conhecer a família que adotaria o bebê.A sua madrasta a orienta com relação ao pré-natal, inclusive a acompanhando numa ecografia.

O pai do bebê era apaixonado pela Juno e ela descobriu que também o amava. Mas não quiseram enfrentar juntos o problema e assumirem suas responsabilidades de mãe e pai.Mesmo passando pela problemática de uma gravidez precoce, o casal levou uma vida normal depois do nascimento do bebê e a adoção do mesmo.

Filme: Juno

QUESTÕES PARA REFLEXÃOO que leva a iniciar precocemente a vida sexual? Curiosidade? Influência dos amigos? Por que os adolescentes não tomam os cuidados necessários para evitar a gravidez?Desconhecem? Esquecem de se prevenir? Têm vergonha de comprar preservativo?Os adolescentes conhecem métodos de se evitar uma gravidez? Quais?Qual o papel dos pais na formação do jovem? Eles devem apoiar a gravidez de sua filha? E quanto a paternidade? Por que na maioria das vezes a responsabilidade de um filho fica apenas com a mãe? Qual foi a reação dela ao saber que estava grávida? E quanto ao pai da criança, qual a opinião de vocês? Por que a aluna grávida abandona a escola? Qual o papel da escola e da família numa situação desta? A adolescente tem consciência de que é necessário acompanhamento médico durante toda a gravidez? Em relação ao pai e madrasta da adolescente, a atitude deles foi importante para a adolescente? E a decisão tomada por ela, foi a mais adequada? Ela poderia ter tido outras opções, quais seriam?

Está certo a adolescente abandonar seus sonhos e acreditar que somente ser mãe é o que interessa e transformar esta situação num projeto de vida?E quanto ao pai da criança, porque muitos não assumem a responsabilidade?

Para pensar:• Qual a importância da vida sexual segura, através de métodos contraceptivos, preocupando-se também com as DST/AIDS?

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3º Encontro

4º Encontro

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CENA/ALVO/SINOPSEUma adolescente sonha em se tornar a primeira bailarina de uma escola de dança muito requisitada, porém, rígida demais com seus alunos. Ao conhecer um jovem músico, negro e filho da sua exigente professora, surge um envolvimento entre eles que a leva a refletir sobre aquilo que sempre sonhou.Um dos motivos é o seu encantamento pelo hip-hop. Ao começar criar passos do movimento acompanhando a música do namorado, o qual abandonou o instrumento musical e a escola de música para dedicar-se ao hip-hop, ela fica indecisa entre o balé clássico, exigente demais e a liberdade de expressão no hip-hop.

Filme: No balanço do amor 2

QUESTÕES PARA REFLEXÃOO jovem em determinado momento coloca que os sonhos mudam com o tempo. Será que o pensamento dele é da maioria dos adolescentes? O que levou o personagem do filme a uma mudança tão marcante, tão decisiva? Interferência da mãe, a qual era muito rígida? Será que todas as mães transferem seus sonhos pessoais para o(a) filho(o) realizá-lo? E quando pais e filhos têm sonhos muito distantes, diferentes nas suas visões?Deve haver respeito e apoio dos pais na escolha do filho?

Para pensar:• Quais são os seus sonhos? E quais você acha que sejam os sonhos de seus pais?

CENA/ALVO/SINOPSEBruce é um repórter que vê sua vida pessoal e carreira desabar diante de si.

Revoltado com a sua má sorte, culpa Deus pelo que está acontecendo em sua vida.

Deus decide atendê-lo e repassa a ele os seus poderes.

O jornalista descobrindo os poderes resolve utilizá-los em benefício próprio, recuperando seu trabalho, seu amor e a dignidade.

Após uma semana desfrutando dos poderes, reconhece que os está usando apenas para ajudar a si próprio e não ajudando o resto do mundo.

Conversando com Deus refletiu sobre sua vida, resolveu se aceitar e continuar fazendo os outros rirem ao assistirem suas reportagens.

Filme: O Todo Poderoso

QUESTÕES PARA REFLEXÃOO que aconteceu com o personagem para sua vida mudar tanto?

Será que todas as pessoas encontram sempre um culpado para aquilo que não dá certo em sua vida? A quem costumamos culpar pelas coisas que não dão certo?

O que você pensa a respeito do Bruce se tornar Todo-Poderoso?

O personagem agiu certo usando de poderes para conseguir o que queria?Ele também usou os poderes para prejudicar outras pessoas e até se vingar. Essas atitudes são corretas?

O que aconteceu com o mundo todo no momento em que o personagem usou os poderes sem perceber que estava alterando a natureza?

Deus fez com que Bruce refletisse e enxergasse a sua vida, sua realidade e seu amor. Mas qual foi o recurso importante que só agora ele percebeu?

Para pensar:• Qual a importância da vida sexual segura, através de métodos contraceptivos, preocupando-se também com as DST/AIDS?

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5º Encontro

UNIDADE II - O CINEMA COMO INSTRUMENTO NA EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE: UM CONVITE À REFLEXÃO E À HUMANIZAÇÃO

CENA/ALVO/SINOPSE

Escolas em diferentes regiões brasileiras: nordeste e sudeste. Adolescentes envolvidos em situações de preconceito, negligência, crime, injustiça. Todos com suas inquietações e fragilidades próprias da fase de vida (adolescência) e do universo educacional. O filme nos mostrará a estrutura física das escolas, situações em sala de aula, depoimentos de alunos e professores, Conselho de Classe.

Muitos dos problemas levantados no filme são nossos também: falta de professores, falta de condução para os alunos que têm que se locomover quilômetros de distância, indisciplina, falta de respeito com os professores e colegas, agressões físicas, gravidez na adolescência, professores sem domínio e despreparados em suas aulas, Conselho de Classe excluindo o aluno da escola e outros. Vamos analisar um pouquinho estes itens levantados:

Percebemos que numa mesma classe numerosa muitas vezes, alguns professores dão belíssimas aulas, enquanto outros não conseguem.

Vimos alunos no filme com grande potencial, alguns esperançosos outros não. As alunas que gostavam de escrever: uma continuou a estudar e a escrever e formou-se professora, mesmo passando por inúmeras dificuldades; a outra acabou sendo funcionária numa fábrica, enterrando todo o seu talento.

Analisando os alunos que aparecem no filme, percebemos que todos têm suas dificuldades, suas incertezas, dúvidas. É importante aqui falarmos um pouco das características próprias da adolescência. E também refletir sobre o que queremos da escola, o que queremos dos professores, o que queremos para o próprio bem-estar.

Filme: Pro dia nascer feliz

QUESTÕES PARA REFLEXÃO

Vendo um pouco da realidade educacional brasileira o que podemos dizer? Que comparações poderemos realizar em termos de estrutura física, higiene, recursos humanos? Será que as escolas que vimos no filme estão situadas no Brasil? O que pareceu a vocês? Por que tanta desigualdade e injustiça?Quem é(são) responsável(is) pelo que vimos? Como mudar este quadro? O que nos compete fazer para tentar reverter este quadro?

Por que o professor falta às aulas? O que leva os alunos a se agredirem fisicamente, além de verbalmente? Será que as escolas em geral têm seu Regimento Escolar? É levado à sério o cumprimento dos artigos?Toda a comunidade escolar tem acesso à tal documento?

O que acontece com a classe? Por que os alunos respeitam certos professores e outros não?

Qual o papel dos educadores nestes casos em que vêem a capacidade do aluno? Deixar morrer? Tentar incentivar?

O que e como fazer para o espaço escolar atender as expectativas dos alunos? De quem cobrar melhorias na estrutura física, na implantação de novos ambientes, equipamentos, materiais de apoio, livros? Qual o papel político na educação?

Para pensar:• Como eu e minha família podemos contribuir para que o ambiente escolar seja agradável e produtivo a todos?

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AVALIAÇÃO

Os recursos utilizados para acompanhamento do projeto: diário, observação, fotografias e fichas de avaliação do projeto, fornecem subsídios para a avaliação final do mesmo. Após categorização, os dados permitem agrupamento em tabelas e gráficos. Os dados levantados pelas respostas dos participantes no projeto piloto foram analisados qualitativa e quantitativamente, e apontaram para a importância do cinema como recurso facilitador para o desenvolvimento de reflexão sobre a própria vida, por parte do adolescente, proporcionando mudanças positivas de comportamento e sensibilização para com seu semelhante, contribuindo para o desenvolvimento de valores e habilidades interpessoais.

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REFERÊNCIAS

AZZI, Riolando. Cinema e Educação. São Paulo: Paulinas, 1996.

BLASCO, Pablo G. Educação da Afetividade através do Cinema. Curitiba: IEF – Instituto de Ensino e Fomento, 2006.

CAMARGO, Denise de. As Emoções & a Escola. Curitiba: Travessa dos Editores, 2004.

DE-FARIAS, Ana Karina C.R.; RIBEIRO, Michela R.Organizadoras. Skinner vai ao Cinema. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, 2007.

EBERT, Roger. A Magia do Cinema. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. 3ª Ed.

FILHO, Geraldo Francisco. A Psicologia no Contexto Educacional. Campinas, SP: Edtora Átomo, 2005. 2ªed.

MODRO, Nielson R. Cineducação. Usando o cinema na sala de aula. Joinville: Editora Univille, 2006.

MONTE-SERRAT, Fernando. Emoção, afeto e amor – Ingredientes do processo educativo. São Paulo: Academia da Inteligência, 2007.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2008.

NOVELLO, Fernanda P. Psicologia da Adolescência: o despertar para a vida. São Paulo: Paulinas, 2001 5ª ed.

SILVA, Roseli P. Cinema e Educação. São Paulo: Cortez, 2007.

WADSWORTH, Barry J. Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira, 1997.

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APÊNDICES

Apêndice 1 – Questionário

Eu, profª Eliane Pereira da Cruz estou elaborando um projeto educacional, chamado “O cinema como instrumento na educação da afetividade: um convite a reflexão e a humanização”, o qual será desenvolvido com vocês no próximo ano letivo. Para programar atividades úteis e interessantes a vocês, peço que me ajudem, preenchendo o questionário abaixo. Ficarei muito feliz em contar com o apoio e sinceridade de vocês nas respostas dadas. Agradeço a compreensão e a colaboração.

1. Disciplina preferida: _____________________

2. Qual a sua preferência de filmes quanto ao gênero? Responda considerando a exibição do filme na TV, for locado ou você vai ao cinema. (Numere colocando 1 para a primeira opção, 2 na segunda, e assim por diante).( ) Suspense/terror( ) Suspense policial( ) Drama( ) Romance( ) Comédia( ) Musical( ) Ação/Aventura( ) Documentário( ) Ficção( ) Épico( ) Outros. Quais? _________________________________________________________

3. Como você avalia o desempenho dos professores que você está tendo este ano? Responda utilizando o quadro abaixo (marque um x no quadrinho escolhido em cada item):

4. Em relação ao seu comportamento e envolvimento com a escola este ano, responda as questões a seguir:

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Estão capacitados/preparados para dar boas aulas?

Utilizam metodologia e recursos didáticos variados em

suas aulas?

Explicam o sistema de avaliação adotado no colégio?

Explicam como realizarão suas avaliações?

Dizem o que trabalharão durante o ano no início do

mesmo ou a cada novo bimestre?

Preocupam-se com o desenvolvimento afetivo do

aluno?

O enfoque é apenas na transmissão dos conteúdos?

Professores Todos A maioria Alguns Nenhum

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5. Que temas você gostaria que fossem discutidos na escola? (Numere-os em ordem crescente, ou seja, considerando 1 a sua primeira escolha).( )Problemas Sociais (Desemprego/Gravidez na adolescência)( )Preconceito (Racial/Gênero/Pobreza)( )Educação/Disciplinas da Grade Curricular( )Sexualidade/DST/AIDS( )Religiosidade( )Ética( )Outros: Qual(is)?_______________________________________ __________________

6. O que considera mais prejudicial no andamento do colégio. Numere suas respostas em ordem crescente, ou seja, considerando 1 a sua primeira escolha.( ) as condições físicas (precariedade/espaço físico/falta de materiais);( ) o relacionamento entre professores x alunos;( ) o relacionamento entre aluno x aluno;( ) o relacionamento entre alunos x funcionários; ( ) estresse do professor/provocações entre colegas/fofocas);( ) motivação do aprendizado (desinteresse do aluno/ sempre a mesma prática pedagógica do professor/desorganização da escola).

7. Que comportamentos apresentados por alunos em sala de aula você acha que mais atrapalham aos colegas? Numere-os em ordem crescente, ou seja, considerando 1 a sua primeira escolha). ( ) Não fazer as atividades.( ) Não entregar os trabalhos.( ) Faltar em dia de avaliação e não justificar.( ) Rir na sala de aula.( ) Conversar na hora da explicação.( ) Atender ou utilizar o celular.( ) Outro. Qual? ___________________________________________________________

8. Alguns alunos quando questionados sobre seu comportamento perante a escola costumam responder “não dá nada”. O que isto quer dizer para você?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Os conteúdos trabalhados na sala de aula são de meu

interesse

Realizo as atividades dadas pelos professores (em

classe e de casa)

Entrego os trabalhos solicitados no prazo

Meu desempenho nos testes e nas avaliações em geral

é bom

Estudo em casa

Minha expectativa com relação às aulas é atendida

Eu, aluno Todos A maioria Alguns Nenhum

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Apêndice 2 - Filmes

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Filme

Vem dançarGênero: dramaTempo: 108 minClassificação: 10 anosLançamento: 2006Direção: Liz Friedlander

JunoGênero: comédia dramáticaTempo: 91 minClassificação: 10 anosLançamento: 2008Direção: Jason Teitman

No balanço do amor 2Gênero: drama/musical/romanceTempo: 91minClassificação: 12 anosLançamento: 2006Direção: David Petrarca

Sinopse

Um dançarino profissional que resolve trabalhar voluntariamente numa escola do sistema de ensino público.

Uma adolescente que engravida de maneira inesperada. Com o apoio de seus pais conhece um casal disposto a adotar o bebê que não nasceu ainda.

Uma adolescente que se sente dividida entre seu talento para a dança clássica e sua paixão pela cena urbana do hip-hop.

Tema central

Relacionamento professor x alunoAmbiente escolarExclusão/inclusãoImportância da família no meio escolarAuto-estimaPaixão/superação

Gravidez na adolescênciaGravidez indesejadaPaternidade precoceRelações familiaresOpçãoAdoçãoMétodos contraceptivosResponsabilidadeSer mãe/pai

SonhosDúvidaEscolhaPreconceitoRelação familiarNamoroPerda

Cenas e contagem de tempo

0:00:00 – 0:05:000:09:55 – 0:10:380:11:12 – 0:13:500:17:56 – 0:19:500:20:05 – 0:20:350:30:19 – 0:31:320:32:10 – 0:34:400:36:42 – 0:39:460:49:49 – 0:53:451:15:55 – 1:19:131:23:45 – 1:25:051:30:29 – 1:31:451:43:00 – 1:43:301:45:41 – 1:46:151:49;36 – 1:49:460:01:48 - 0:02:040:03:58 - 0:05:400:05:56 - 0:06:200:06:34 – 0:07:120:09:54 – 0:10:490:13:22 – 0:14:260:15:53 – 0:17:020:19:07 – 0:19:580:22:00 – 0:25:050:26:48 - 0:30:010:37:41 – 0:39:420:50:30 – 0:52:300:55:10 – 0:57:100:58:37 – 0:59:071:05:45 – 1:06:331:08:00 – 1:09:131:10:46 – 1:11:421:12:05 – 1:12:341:13:34 – 1:13:511:14:12 – 1:14:331:14:41 – 1:16:571:18:27 – 1:19:521:20:15 – 1:20:571:21:35 – 1:22:151:22:41 – 1:25:051:25:16 – 1:25:351:26:33 – 1:28:270:00:42 - 0:03:400:05:02 - 0:07:050:09:51 - 0:12:410:16:09 - 0:16:580:26:30 - 0:28:290:31:28 - 0:32:44 0:34:07 - 0:34:370:36:09 - 0:36:480:36:56 - 0:38:530:38:56 - 0:40:100:41:11 - 0:41:470:43:28 - 0:43:590:50:00 - 0:50:480:51:19 - 0:51:531:02:22 -1:02:331:03:26 -1:03:361:03:39 -1:04:281:14:21 -1:17:291:17:58 -1:20:101:20:59 -1:23:021:24:10 - 1:27:32

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Pro dia nascer felizGênero: documentárioTempo: 88 minLançamento: 2005Direção: João Jardim

O Todo PoderosoGênero: comédiaTempo: 101 minClassificação: LivreLançamento: 2003Direção: Tom Shadyac

Flagras da realidade brasileira. Preconceito, fantasia, subversão e negligência integram o cotidiano de um grupo de adolescentes.

Um repórter não se sente profissionalmente realizado e tem um rival talentoso em seu caminho. Tudo muda quando ganha poderes “divinos” de Deus em pessoa.

Cotidiano profissionalDesigualdades e injustiçasAmbiente em sala de aulaRelacionamento aluno x alunoRelacionamento professor x alunoMetodologiaExpectativa de vidaSobrevivênciaEstereótiposAngústiaConflitosMorte de talentos

PoderEgoísmoInvejaAtitudes isoladasReflexão: O que você faria se fosse Deus por uma semana?

0:01:35 – 0:03:350:04:25 – 0:06:380:07:00 – 0:08:350:09:20 - 0:09:260:09:56 – 0:11:210:11:33 – 0:11:530:12:38 – 0:12:410:15:49 – 0:16:450:17:54 – 0:18:050:18:52 – 0:19:300:21:25 – 0:22:500:34:40 – 0:34:580:35:40 – 0:35:520:36:09 – 0:37:170:37:42 – 0:37:560:38:00 – 0:38:450:38:50 – 0:41:440:49:54 – 0:51:250:51:44 – 0:53:250:55:56 – 0:56:201:10:17 – 1:11:001:11:46 – 1:12:171:15:25 – 1:15:401:15:58 – 1:17:381:18:35 – 1:18:461:19:26 – 1:19:401:21:35 – 1:22:471:23:54 – 1:24:190:00:53 – 0:04:390:08:06 – 0:09:010:09:27 – 0:09:590:14:10 - 0:15:200:15:48 - 0:17:080:17:25 - 0:17:480:18:03 - 0:19:200:21:47 – 0:23:300:28:17 – 0:29:100:29:55 - 0:30:290:31:45 - 0:32:240:35:12 - 0:36:530:37:46 – 0:38:260:40:59 – 0:41:050:42:20 – 0:43:210:44:41 – 0:44:570:45:00 – 0:45:560:46:42 – 0:47:410:48:02 – 0:49:430:49:48 – 0:51:000:51:39 – 0:51:500:53:12 – 0:55:250:57:00 – 0:57:180:57:40 – 0:58:120:58:27 – 0:59:471:00:00 – 1:01:171:02:30 – 1:02:381:02:52 – 1:03:161:07:56 – 1:08:331:13:50 – 1:17:301:18:30 – 1:19:061:20:10 – 1:20:361:21:00 – 1:21:321:23:45 – 1:24:221:24:38 – 1:25:401:25:44 – 1:26:171:27:00 – 1:29:101:30:00 – 1:30:501:31:40 – 1:31:541:32:24 – 1:32:38

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Apêndice 3 – Termo de consentimento livre e esclarecido

“O Cinema como instrumento na Educação da Afetividade: um convite à reflexão e à humanização”.

Responsável: Eliane Pereira da Cruz (Pedagoga)

Este projeto tem o objetivo proporcionar aos jovens oportunidades de aprendizagem significativa e de descobertas, levando-os à reflexão sobre alguns temas do seu cotidiano através de uma metodologia educacional centrada na afetividade, tendo o cinema como ferramenta pedagógica, em que a percepção das próprias emoções e sentimentos contribuam para o despertar do interesse e aquisição do conhecimento. Durante a execução do projeto serão utilizados alguns recursos para registros, como gravação e fotografias, com a finalidade de disponibilizar dados para a avaliação dos resultados finais. Declaro estar ciente dos procedimentos da responsável e autorizo que ........................................................................................................participe do projeto.

Curitiba, .... de ...................... de ............ Nome do responsável:......................................................................................... Assinatura:............................................................................ Eu, Eliane Pereira da Cruz, declaro que forneci todas as informações referentes ao projeto ao participante.

...................................................................................

Data:...../..../.........

Apêndice – ficha de auto-avaliação e de avaliação de projeto

1. Entre os filmes assistidos, o qual mais me sensibilizou foi:( ) Vem dançar( ) Juno( ) Pro dia nascer feliz( ) No balanço do amor 2( ) O Todo-Poderoso

2. As reflexões desenvolvidas nos encontros “Cinema e Reflexão” me ajudaram ou poderão me ajudar:

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3. Quanto ao desenvolvimento dos encontros “Cinema e Reflexão”, avalio os aspectos:

4. O enfoque dos temas analisados nas cenas dos filmes foi relevante para mim por que:( ) Despertou meu interesse.( ) Percebi que os problemas vivenciados pelos personagens acontecem também na vida real.( ) Ganhei conhecimento por meio das informações recebidas.( ) Ajudaram no meu auto-conhecimento.( ) Forneceram dicas que podem contribuir para a melhora do meu relacionamento interpessoal.

5. Participar do projeto “Cinema e Reflexão” mudou algo em sua forma de ver as situações do seu dia-a-dia? Comente a respeito.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Comentários/sugestões:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

UNIDADE II - O CINEMA COMO INSTRUMENTO NA EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE: UM CONVITE À REFLEXÃO E À HUMANIZAÇÃO

Na realização das tarefas solicitadas pelos professoresNa relação com meus colegasNa minha vida pessoalNa minha relação com o professorNa relação familiar

Nada Pouco Em parte Muito

Filmes selecionadosMetodologia do professor PDEParticipação do grupoOrganização/tempo

Ótimo Bom Ruim Poderia ser melhor

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UNIDADE III - ESCOLA E FAMÍLIA: ALIADOS NA FORMAÇÃO DOS EDUCANDOS

Ivete Aparecida Franco Claudino¹Suzane Schmidlin Löhr²

INTRODUÇÃO

Percebemos atualmente a grande mudança social, no mundo ocidental, provocada por inúmeras questões, tais como: trabalho, tecnologia, consumismo. A relação escola e família é profundamente afetada pelas transformações sociais e econômicas vivenciadas nestes últimos tempos. A família, em consequência das contingências associadas à vida moderna, em muitos casos, deixa de participar da vida escolar de seus filhos, transferindo à escola a responsabili-dade de educar, socializar e humanizar. O distanciamento entre pais e filhos por vezes associado à falta de conhecimento da real importância de tal contato ou em decorrência da luta contínua para manutenção de condições, muitas vezes, mínimas de subsistência, vão criando uma geração de “órfãos afetivos”. Residem com a família, mas não tem o convívio familiar essencial para a formação de valores. Em decorrência, muitos educandos não vêem na família, um modelo de valores morais e sociais, com potencial para lhes fornecer recursos para um convívio produtivo com outros e por vezes negligenciam a importância do respeito e de outros valores para as suas vidas e relações. Para estes, o processo educacional pode soar como um controle externo, contra o qual se rebelam, comprometendo seu próprio processo de aprendizagem. Parece que nem a família nem a escola sozinhas podem ou devem comprometer-se com a formação da juventude. O estabelecimento de uma parceria entre estes dois âmbitos de vida do adolescente pode fortalecer tanto as ações da escola como as da família. Fortalecidos, a escola e a família, passam a ter melhores recursos para contribuir para uma formação integral dos jovens, investindo em uma formação ética, que respeite princípios morais, contribuindo para uma sociedade futura mais justa e apoiada em valores essenciais para um convívio harmonioso. Portanto, é necessário um trabalho de coop-eração entre a escola e a família, para que dessa maneira se possa transmitir valores sociais e morais, como: respeito, responsabilidade, disciplina, dentre outros, levando a uma formação integral do ser humano. Tendo como objetivo a integração entre escola e família e a formação humana, apresen-tamos uma unidade didática composta de uma proposta de intervenção que parte da escola, tendo como meta disponibilizar aos pais um espaço de acolhimento no seio da escola, instru-mentalizando-os e com eles trocando experiências, para que de fato escola e família possam assumir seus papéis, articulados e integrados para a formação da juventude. A proposta foi implementada em forma de estudo piloto em 2009, em uma escola pública estadual da região metropolitana de Curitiba, por uma professora da rede pública estadual, participante do Pro-

Escola e família: aliados na formação dos educandos

¹ Professora participante do programa PDE/2008 vinculado à SEED/PR. – [email protected].² Professora Doutora em psicologia clínica, professora da UFPR, orientadora do projeto PDE pela UFPR, em parceria com a SEED/PR, [email protected].

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grama de Desenvolvimento da Educação, orientada por professora da Universidade Federal do Paraná.

OBJETIVO

Possibilitar aos pais e/ou responsáveis, por meio de encontros quinzenais, espaços para informações, discussões e reflexões sobre a importância de proporcionarem a seus filhos sub-sídios necessários e fundamentais para a formação integral dos mesmos.

RECURSOS E INSTRUMENTOS Questionário prévio enviado aos pais da escola, questionando sobre seus interesses e pontos de dificuldade no manejo da relação com os filhos;textos selecionados com estímulos à reflexão do tema do encontro;materiais para o desenvolvimento de dinâmicas grupais (de acordo com as dinâmicas selecio-nadas);espaço adequado para a realização dos encontros;equipamentos de vídeo;professor facilitador da atividade.

PROCEDIMENTOS E SUGESTÕES DE ATIVIDADES Os pais receberão, por intermédio de seus filhos, convite (apêndice 1) especificando dia, horário, local e objetivo do encontro. No encontro será explicado aos pais que os temas dos encontros futuros versam sobre a relação pais e filhos no manejo de situações familiares e situações relacionadas à escola. Os participantes que aceitarem o convite, após esclarecimento por parte da escola, de-verão assinar o termo de Livre Consentimento (apêndice 2), autorizando a gravação de ima-gens, falas e registro dos encontros para posterior análise.A implementação total do projeto prevê dois encontros mensais, com a duração de uma hora e trinta minutos cada, a serem realizados em um período de quatro meses, totalizando oito encontros. O número de participantes por grupo pode ser limitado a no máximo 20 pessoas, propiciando espaço para que todos os participantes tenham envolvimento ativo com a pro-posta. O objetivo dos encontros é instrumentalizar a família com recursos que venham a aux-iliar na formação de seus filhos no que tange ao desenvolvimento de valores no jovem como responsabilidade, respeito, além de criar a oportunidade de um espaço de reflexão sobre a co-locação de limites na educação. Parte-se do pressuposto de que pais melhor informados e que tiveram oportunidade de discutir e pensar acerca de conteúdos que envolvem a educação de seus filhos (formal ou informal) tem melhores condições para preparar os filhos para o pleno exercício da cidadania.

UNIDADE III - ESCOLA E FAMÍLIA: ALIADOS NA FORMAÇÃO DOS EDUCANDOS

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UNIDADE III - ESCOLA E FAMÍLIA: ALIADOS NA FORMAÇÃO DOS EDUCANDOS

UNIDADE III - ESCOLA E FAMÍLIA: ALIADOS NA FORMAÇÃO DOS EDUCANDOS

Sugere-se que a proposta de trabalho inicie com uma consulta feita aos pais por meio de um instrumento de coleta de dados (apêndice 3) sobre a relação pais e filhos, além de aponta-rem temas de seu interesse. A base dos diversos encontros, os quais serão estruturados a partir do levantamento prévio com os pais, é que os mesmos possibilitem reflexões e discussões sobre a importância da integração escola-família e também auxiliem os responsáveis na educação social e moral, oferecendo subsídios para que estes possam perceber e entender o seu papel no desenvolvi-mento dos filhos e na abertura de perspectivas de futuro dos mesmos. No quadro abaixo sintetizamos uma sugestão de realização do programa, apresentando o tema e as atividades realizadas em cada um dos oito encontros previstos, os quais foram realizados no projeto piloto da proposta. Ressalta-se que os mesmos constituem apenas ex-emplo da sistemática, havendo liberdade por parte daqueles que vierem a utilizar a presente proposta, para que componham o rol de temas, assim como selecionem as atividades, sempre respeitando os interesses levantados na primeira etapa do projeto (de levantamento junto aos pais) e a disponibilidade de local, materiais e domínio do professor que conduzir a atividade quanto a dinâmicas a serem utilizadas.

Encontro

1º Encontro

2° Encontro

3° Encontro

4° Encontro

5° Encontro

6° Encontro

7° Encontro

8° Encontro

Tema

Escola e família: aliados na formação

dos educandos

Tempo para os filhos

Valores Humanos Respeito

Valores Humanos Responsabilidade

Limites, disciplina e regras

Tarefas escolares e aprendizagem: o

importante papel dos pais

Uso responsável da internet

Discussão, reflexão e análise dos temas

trabalhados nos encontros anteriores

Recursos e Instrumentos

1.Bexigas/balões2.Texto: A Dura Realidade do livro Pais e Professores Educando com Valores.3. Vídeo: O Valor do Exemplo. 1.Música Epitáfio (Titãs) 2.Texto Um Tempo para os Filhos, 3.Vídeo-clipe da música Epitáfio - Titãs1.Vídeo: Respeito2.Novelo de Lã3.Texto: Respeito aos Filhos 1.Vídeo: Responsabilidade 2.Texto: Filhos Responsáveis: Como atuar? 1.Texto do livro Seja Feliz Meu 2.Vídeo: Limites 3.Texto: Limites na Educação dos Filhos 1.Texto: Ensinar pelo exemplo do livro O Caminho do Guerreiro Pacífico2.Vídeo: O valor de um exemplo3.Texto (pg.23-24,26-28) do livro Pais Atuantes, Crianças Felizes4.Texto: Os Pais perante o rendimento escolar 1.Vídeo: Mal uso da Web2.Histórias em quadrinhos:1ª) Ó Vida Cruel2ª) Mensagem Enganosa3ª) E-mail falso3. Texto: Jogos Eletrônicos e Riscos da Internet 1.Vídeo: Família e Educação 2.Texto: Educar: uma fascinante tarefa dos pais3.Vídeo: Projeto Resgate de Valores 4.Texto: Como Educar seus Filhos – Comunicar bem é uma arte 5.Mensagem: Preço de um Filho

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UNIDADE III - ESCOLA E FAMÍLIA: ALIADOS NA FORMAÇÃO DOS EDUCANDOS

1º EncontroTema:Escola e Família: aliados na formação dos educandos.

Objetivo: Demonstrar aos pais a importância da participação da família no processo de ensino e aprendizagem

No projeto piloto foi iniciado o encontro com a dinâmica das bexigas, disponível em http://cybelemeer.blogspot.com.br/2007/11/reunies-de-pais-e-dinamicas.html.Tal dinâmica teve por objetivo mostrar a importância de um trabalho integrado entre a escola e a família para a formação integral dos educandos. A dinâmica foi finalizada com uma reflexão da professora facilitadora visando estimular a reflexão sobre tal integração. Realizada a dinâmica ocorreu a leitura do texto A dura realidade (pg.15-16) com o objetivo de uma reflexão sobre a importância da participação dos pais no processo de aprendizagem de seus filhos. Ao encerrar a leitura do texto foi proposto que os pais participantes do encontro estabelecessem um paralelo entre o mesmo e a dinâmica realizada (Dinâmica das Bexigas).Algumas questões nortearam este momento da intervenção: 1. Como se sentiram? 2. O que o grupo observou? Poderia ter sido diferente? 3. Isso tem alguma coisa com o nosso dia-a-dia? 4. O que acharam da dinâmica? Discutidas as questões propostas, foi exibido o vídeo O Valor do exemplo, disponível em http://br.youtube.com/watch?v=LMVe6p7XYvc. Os pais são os primeiros professores dos filhos, e você pode ensiná-los a aprender.” (Alistair

Smith e Bill Lucas)

2º EncontroTema:Tempo para os filhos

Objetivo:Proporcionar aos pais reflexão sobre a importância de dedicarem um tempo especial aos seus filhos.

No segundo encontro com os pais, foi disponibilizada a letra da música Epitáfio (Titãs). Os pais foram convidados a refletir sobre a mensagem transmitida pela música. Na sequência utilizou-se o CD A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana, música Epitáfio,

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faixa 6, para que os participantes do grupo possam conhecer, acompanhar e refletir sobre a mensagem revelada na música. A leitura do texto Um Tempo para os Filhos do Instituto de Desenvolvimento da Educação, disponível em http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo149a.shtml visava incitar a reflexão sobre a fundamental importância de um tempo de qualidade passado junto aos filhos. Após a discussão do grupo sobre o texto lido, foi exibido o vídeo-clipe, da música Epitáfio-Titãs, disponível em http://br.youtube.com/watch?v=65kl-14nGMs&feature=related. Após a exibição do vídeo-clipe finalizou-se o encontro com uma reflexão sobre o tempo que disponibilizamos e a importância desse tempo para a formação de nossos filhos.

Tente arranjar períodos em que vocês não sejam interrompidos, e concentre-se exclusivamente nele. (Bill Lucas e Alistair Smith)

3º EncontroTema: Valores Humanos: Respeito

Objetivo:Proporcionar aos participantes entendimento sobre a importância de desenvolver o respeito uns para com os outros para o crescimento emocional e intelectual de cada ser humano.

Ao iniciar o encontro foi exibido o vídeo Respeito, disponível em http://br.youtube.com/watch?v=j8qq3lEtfvg&feature=related o qual mostra como muitas vezes nos sentimos quando somos desrespeitados, mas não percebemos como faltamos com o respeito para com outra pessoa. O facilitador do grupo deve neste momento incitar discussão sobre RESPEITO e, para subsidiá-la, serão propostas as seguintes questões: 1. O que significa respeitar o outro e ser respeitado pelo outro? 2. Somos respeitados pelos nossos filhos? 3. Enquanto pais, respeitamos nossos filhos na mesma medida em que somos respeitados por eles? 4. A forma como nos comunicamos com os filhos mostra respeito? Por exemplo, quando alguma tarefa precisa ser realizada pelos filhos que alternativa de comunicação escolhemos: a)Acho que ainda não foi possível você lavar seus tênis. Gostaria que você o fizesse agora. b)Você não tem vergonha de ser igual a um porco? Lave agora esses tênis. 5. Como nos sentiríamos se outra pessoa se dirigisse a nós como nas duas formas acima? A dinâmica do novelo de lã, a ser realizada após a discussão e reflexão sobre o tema

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Valores Humano - Respeito, está disponível em http://dicasdeciencias.edublogs.org/2008/11/28/dinamica-do-novelo-de-la/ e foi adaptada para o encontro. A pergunta tema da dinâmica foi: “Para você o que é RESPEITO?” Ao final da dinâmica pode-se mostrar ao grupo que uma teia foi criada com o novelo e que o funcionamento e equilíbrio da teia mantêm relação com o que ocorre com o respeito: Se uma pessoa largar ou deixar a sua parte do fio um pouco solta, a teia se desfaz. Isso também acontece quando na relação interpessoal há carência de respeito de uns para com os outros. Se um desrespeita o próximo isso pode prejudicar a convivência humana. Concluída a dinâmica, os participantes poderão realizar a leitura do texto Respeito aos Filhos de José Maria Lahoz Garcia, traduzido por Eduardo Gama e que está disponível em http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo493.shtml

“Os homens não têm muito respeito pelos outros porque têm pouco até por si próprios” (Leon Trotsky)

4º Encontro

Tema: Limites, disciplina e regras.

Objetivo:Proporcionar aos participantes esclarecimentos sobre a necessidade de determinar regras e/ou limites aos filhos, as quais favorecem o desenvolvimento global dos mesmos.

O encontro foi iniciado com a leitura de um texto do livro Seja Feliz Meu Filho (pg. 49-52). As questões apresentadas pela facilitadora da atividade que visam estimular a discussão e troca de experiência entre os pais foram: 1. Estipulamos e como estipulamos limites aos nossos filhos? 2. O nosso não torna sim ou conseguimos manter nossa atitude frente às insistências de nossos filhos? 3. Explico com clareza o significado do não? Em seguida, fez-se a exibição do vídeo Limites, disponível em http://br.youtube.com/watch?v=eU2jkYoDT6k o qual contém uma mensagem sobre a inversão de valores que hoje atinge a família, ou seja, o receio dos pais em relação às atitudes dos filhos. A reflexão foi complementada com a leitura do texto Limites na Educação dos Filhos de Maria José Gomes de Amorim disponível em http://www.lasalledf.com.br/propagandas/palestra/palestra-educacao-filhos.pdf. O texto sugerido descreve a importância de impor limites e cita alguns princípios que favorecem o desenvolvimento de limites e regras na família e na sociedade.

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“Uma educação saudável se faz com regras”. (Marcos Vinhal)

5º EncontroTema: Tarefas Escolares e Aprendizagem: o importante papel dos pais

Objetivo: Orientar os pais quanto à importância de incentivar a aprendizagem de seus filhos

O encontro iniciou com a leitura de uma pequena história: “Ensinar pelo exemplo”. O texto provoca reflexão sobre os exemplos que transmitimos aos nossos filhos. Para fechar a discussão foi exibido o vídeo O valor de um exemplo http://br.youtube.com/watch?v=Ol7Gz0YwREQ que demonstra a influência dos pais na vida de seus filhos. O vídeo abre espaço para discussão sobre a relação existente entre a história lida no início do encontro e o vídeo exibido ao final do encontro. Realizada a discussão, deve ser lido, junto com os participantes, um texto (pg.23-24,26-28) do livro Pais Atuantes, Crianças Felizes que fala como podemos auxiliar nossos filhos na realização das atividades escolares e no processo de aprendizagem. É necessário subsidiar os pais para que eles compreendam qual é a sua responsabilidade sobre o rendimento escolar de seus filhos. Para isso será disponibilizado o texto Os Pais perante o rendimento escolar de José Manuel Cervera e José Antonio Alcázar disponível em: http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigos053.shtml.

“Quanto melhor entender o modo como você e seu filho aprendem, melhores serão os resultados. Utilizando algumas técnicas simples, você pode realmente ajudar seu filho a

progredir” (Bill Lucas e Alistair Smith)

6º Encontro

Tema:Uso responsável da internet

Objetivo: Promover discussão e reflexão sobre a importância do uso responsável da internet como instrumento de desenvolvimento intelectual e social.

O sétimo encontro foi destinado a uma discussão sobre os avanços tecnológicos que, nos últimos tempos, injetam em nossa sociedade inúmeros meios de informações e comunicações. Constituíram questões norteadoras da reflexão, apresentadas pela professora facilitadora da atividade:

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a) Toda e qualquer tecnologia é algo ruim ou pode tornar-se aliada de nossos filhos? b) Orientamos e como orientamos os nossos filhos para o uso das novas tecnologias? Como subsídio para a discussão/reflexão deve ser exibido o vídeo Mal Uso da Web http://br.youtube.com/watch?v=wnRybGCB6_0&feature=related além de algumas histórias em quadrinhos que mostram os perigos que o mau uso ou o uso ingênuo da internet podem causar: 1ª) Ó Vida Cruel: http://hosting.pop.com.br/educando/popup.html?popup=22 2ª) Mensagem Enganosa: http://hosting.pop.com.br/educando/popup.html?popup=13 3ª) E-mail falso: http://hosting.pop.com.br/educando/popup.html?popup=17. Também com base no vídeo e nas histórias em quadrinhos a facilitadora propôs ao grupo uma discussão enfocada nas seguintes questões: 1. Seu filho utiliza com frequência a internet? 2. Ele possui Orkut? Caso possua você alguma vez já sentou ao lado dele para verificar as mensagens recebidas e as enviadas e conhecer seu grupo de amigos? 3. Já verificou os sites visitados pelo seu filho? 4. Conversou com ele a respeito dos perigos que a internet oferece? Encerrada a discussão sugere-se sintetizar as conclusões e complementar com dicas importantes de como utilizar a internet com mais segurança. O texto Jogos Eletrônicos e Riscos da Internet http://www.lasalledf.com.br/destaque/2007/textos/jogos_eletronico_e_riscos_da_internet.pdf propicia pontos importantes para reflexão e foi disponibilizado para os pais que tiveram interesse. Sugere-se especialmente a atenção a alguns fragmentos da cartilha que descreve como utilizar a internet com responsabilidade. A cartilha encontra-se disponível em http://hosting.pop.com.br/educando/cartilha.php

“Internet deve ser um meio de comunicação entre os povos que contribua à paz mundial e que o principal objetivo da alta tecnologia é melhorar o nível de vida das pessoas.” (Larry

Ellison)

7º EncontroTema:Discussão, reflexão e análise dos temas trabalhados nos encontros anteriores

Objetivo: Analisar os encontros realizados, proporcionando aos pais a discussão final sobre a importância de juntas, escola e família, desenvolverem atividades que contribuirá para a formação integral dos jovens.

8º Encontro No oitavo e último encontro é importante incentivar a realização de uma discussão

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retomando os temas trabalhados nos encontros anteriores: Escola e família: aliados na formação dos educandos, Tempo para os filhos, Valores Humanos – Respeito, Valores Humanos – Responsabilidade, Limites, disciplina e regras, Tarefas escolares e aprendizagem: o importante papel dos pais e Uso responsável da internet. Os participantes finalizam o último encontro com uma análise dos encontros de que participou, respondendo especialmente de que forma os mesmos contribuíram para que os pais/responsáveis pudessem rever suas atitudes frente ao processo educativo de seus filhos. Sugere-se a exibição do vídeo Família e Educação disponível em http://br.youtube.com/watch?v=fSKH1s3emTk que transmite uma mensagem aos participantes. O texto Educar: uma fascinante tarefa dos pais, do livro Escola e Família uma parceria que dá certo (pg. 37-41) foi utilizado na forma de complemento à discussão realizada. O vídeo do Projeto Resgate de Valores, disponível em: http://br.youtube.com/watch?v=fnGrTXh3-zU&feature=related propõe o desenvolvimento do resgate de valores como uma tarefa conjunta da família, escola e sociedade. A leitura do texto: Como Educar seus Filhos – Comunicar bem é uma arte disponível em http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo169.shtml complementa o tópico em discussão. Ao encerrar o encontro foi exibida uma mensagem disponível em http://www.mensagensvirtuais.com.br/pps-Reflexao/Preco_de_um_filho que mostra a importância dos filhos na vida dos pais.

AVALIAÇÃO

Os encontros foram avaliados pelos pais presentes utilizando uma Ficha de Avaliação (apêndice 4) preenchida e entregue ao final de cada encontro. A Ficha de Avaliação é composta de itens objetivos e também espaço para os pais se manifestarem, dando possíveis sugestões. O objetivo da avaliação é perceber a forma como cada participante viu o encontro, analisando os aspectos que podem contribuir para a sua relação com os filhos. Na avaliação dos encontros, realizada pelos pais, durante a aplicação do projeto piloto, no ano de 2009, percebeu-se que os temas trabalhados possibilitaram, aos participantes do projeto, a reflexão sobre a importância de estarem revendo e se necessário, mudando suas posições enquanto responsáveis pelo processo educacional dos filhos além de que os encontros alertaram-os sobre a necessidade de uma maior integração entre escola e família. A avaliação dos encontros também foi utilizada na elaboração do artigo final que compõe o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná.

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REFERÊNCIAS

AMORIM, M. J. G. de. Limites na Educação dos Filhos. Disponível em: <http://www.lasalledf.com.br/propagandas/palestra/palestra-educacao-filhos.pdf>. Acesso em: 10/10/2008.

CARVALHO, I. Jogos eletrônicos e riscos da internet. Disponível em: <http://www.la-salledf.com.br/destaque/2007/textos/jogos_eletronico_e_riscos_da_internet.pdf>. Acesso em: 10/10/2008.

CERVERA, J. M.; ALCÁZAR, J. A. Os pais perante o rendimento escolar. Disponível em: < http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo053.shtml> Acesso em: 28/11/2008.

GALLUZZI, C. S. P. Propostas para Reuniões de Pais. Estratégias e Relatos de Casos. 4. ed. São Paulo. Edicon, 2008.

GARCIA. J. M. L. trad. GAMA. E. Respeito aos Filhos. Disponível em: < http://www.portalda-familia.org/artigos/artigo493.shtml> Acesso em: 28/11/2008.

GONZÁLEZ. T. A. Filhos responsáveis: Como atuar? Disponível em: < http://www.portalda-familia.org/artigos/artigo619.shtml> Acesso em: 28/11/2008.

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Como Educar seus Filhos: Comunicar bem é uma arte. Disponível em:< http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo169c.shtml>. Acesso em 28/11/2008.

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. O Tempo Livre dos Filhos. Um Tempo para os filhos... Disponível em:< http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo149a.shtml>. Acesso em 01/12/2008.

LUCAS, B.; SMITH, A. Pais atuantes, crianças felizes. Um guia básico de educação. Curitiba. Editora Positivo, 2004.

MILLMAN, D. O Caminho do Guerreiro Pacífico. São Paulo. Editora Pensamento, 1992.

PEREIRA, E.C. Escola e Família: uma parceria que dá certo. Curitiba, 2004

POLI, C. Pais e Professores: Educando com Valores. São Paulo. Editora Gente, 2008.

TIBA, I. Seja Feliz meu Filho. 25. ed. São Paulo. Integrare Editora, 2006.

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Leituras complementares Recomendadas

GOMIDE, P. I. C. Pais Presentes. Pais Ausentes. Regras e limites. Petrópolis, RJ. Vozes, 2007.

PARO, V. H. Gestão Democrática: participação da comunidade na escola. Nosso Fazer, Curitiba, ano 1,n.9, agos. 1995.

____ Qualidade do ensino: A Contribuição dos pais. São Paulo. Editora Xamã, 2000.

____ Gestão Democrática da escola pública. São Paulo. Editora Ática, 2005.

____ Escritos sobre Educação. São Paulo. Xamã, 2001.

PEREIRA, E. C. Escola e Família: uma parceria que dá certo. Curitiba, 2004.

ZAGURY, T. Os Direitos dos Pais: Construindo cidadãos em tempos de crise. 11ª edição. Rio de Janeiro. Record, 2004.

ZATTONI, M.; GILLINI, G. Os Pais se perguntam... A narração como proposta para a mu-dança. São Paulo. Paulinas, 2003.

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APÊNDICESApêndice 1

Senhores Pais Sabendo da importância da família unir-se à escola para a formação integral dos jovens, estamos convidando(a) para participar de momentos de reflexão e troca de experiências no I Encontro de Pais. Discutiremos assuntos fundamentais para a relação pais e filhos.Data:Horário:Local:

“Tudo o que existe e vive precisa ser cuidado para continuar a existir e viver: uma planta, um animal, uma criança, um idoso, o planeta Terra”. (Leonardo Boff)

Apêndice 2

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Por este instrumento particular declaro, para os devidos efeitos éticos e legais, que eu __________________________________________, nascido (a) ____/___/____, portador do documento de identidade _____________________ de nacionalidade brasileira, residente e domiciliado (a) na _____________________________________, bairro____________________, na cidade de_______________, estado do Paraná, concordo em participar dos Encontros de Pais, os quais fazem parte do Projeto de Intervenção intitulado ESCOLA E FAMÍLIA: ALIADOS NA FORMAÇÃO DOS EDUCANDOS, desenvolvido pela professora/PDE Ivete Aparecida Franco Claudino. Esclareço que recebi todas as informações sobre a minha participação nesse grupo e a garantia que serei orientado (a) e obterei, durante o processo, novos esclarecimentos que julgar necessário. Estou ciente de que as discussões realizadas nos encontros serão registradas para posterior análise da pesquisadora, a qual se compromete em manter o sigilo quanto ao que for tratado nos encontros e quanto à identidade dos participantes. Autorizo e concordo, para fins educacionais, com o uso, a divulgação e a publicação dos resultados obtidos nos encontros para a elaboração do Artigo Final. Li as informações contidas neste documento antes de assiná-lo. Confirmo também que recebi uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Mandirituba, ______ de _________________ de________.

_________________________________ _____________________________ Assinatura do Participante Assinatura da Professora PDE

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Apêndice 3

Caros Pais Eu, professora Ivete Franco Claudino, estou desenvolvendo um projeto a ser implementado no próximo ano em nossa escola. O objetivo deste projeto é fortalecer os vínculos da família com a escola, pois temos um objetivo importante em comum, que é auxiliar seu filho a ter uma boa formação, que se traduza em um futuro produtivo para ele. Assim, peço a ajuda de vocês, respondendo as questões abaixo. Com base nelas, poderei estruturar atividades que ajudem aos estudantes e sejam de interesse de vocês, pais. Agradeço a compreensão e a sua colaboração.

Dados de identificaçãoAluno (a): _________ _________________________________Série: _________________

Questionário respondido por: ( ) pai ( ) mãe ( ) outro responsável

1) O local de sua moradia é: ( ) área urbana ( ) área rural

2) Quem acompanha mais de perto a vida escolar do filho? ( ) mãe ( ) pai ( ) outro responsável

3) Nas questões a seguir marque com um X se a situação descrita acontece sempre, de vez em quando, raramente ou nunca.

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Você conversa com seu filho (a) sobre o que acontece na escola?

Você verifica se o seu filho (a) realiza as atividades enviadas para casa? Você fala com seu filho (a) sobre a importância de ir para a escola?

Você conversa com seu filho (a) quando os resultados bimestrais são entregues (boletim)?

Você conversa com seu filho (a) sobre o comportamento disciplinar dele (a) na escola?

Você participa das reuniões de pais na escola?

Na sua casa, a família, (pais, filhos) fazem ao menos uma refeição ao dia juntos?

Você estipula, junto com seu filho (a), o horário de estudo?

Seu filho (a) tem liberdade para assistir TV quanto tempo quiser?

Sempre De vez em Raramente Nunca(todos os dias) quando

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4) Você gostaria de receber um apoio da escola para auxiliar na educação de seu filho (a)? Qual?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Há algum assunto ou tema que gostaria que fosse abordado.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Apêndice 4

Caros Pais Assinalem os conceitos que em sua opinião melhor avaliam os trabalhos desenvolvidos neste encontro de pais.

Em que o que foi discutido no encontro de hoje pode contribuir na minha relação com meu filho (a)? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Fique a vontade para comentários e/ou sugestões:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Quanto ao tempo destinado ao encontroQuanto ao tema trabalhadoQuanto aos textos utilizados no encontroQuanto aos vídeos utilizadosQuanto à forma como o encontro foi conduzido

Gostei Pode melhorar

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CONCLUSÃO

O caderno pedagógico Relacionamento Interpessoal na Escola retratou três diferentes experiências, conduzidas por professores da rede pública estadual, com o objetivo de minimizar alguma das facetas em que conflitos interpessoais se instalam no contexto escolar. Debater as ações para o professor, para os adolescentes ou para as famílias, constituiu o caminho percorrido pelos professores que se dispuseram a trabalhar no material ora proposto. É grande o interesse pelo tema relacionamento interpessoal por parte dos componentes do grupo que trabalhou na elaboração do presente caderno pedagógico (professores PDE e professora orientadora da UFPR). Assim, caso você, leitor, após tomar conhecimento das propostas de intervenção, tiver interesse em implementá-las, ou mesmo parte das mesmas em sua escola, conte com o nosso apoio. Gostaríamos também de poder continuar trocando experiências com todos aqueles que utilizaram nosso material, seja na íntegra, ou algum exercício ou atividade específica. Assim, deixamos a seguir os endereços eletrônicos dos autores e ficamos aguardando o seu contato.

Atenciosamente,

Célio Rodrigues Leite ([email protected])Eliane Pereira da Cruz ([email protected])

Ivete Aparecida Franco Claudino ([email protected])Suzane Schmidlin Löhr ([email protected])

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