Cynthia Sarti_CORPO E DOENÇA NO TRÂNSITO DE SABERES

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 Artigo recebido em  Aprovado em RBCS Vol. 25 n° 74 outubro/2010 CORPO E dOENçA NO tRâNSIt O dE SABERES * Cynhia Sari Enunciaão o problema o cp e a dea cuem bje cuj chec me ã eca um md de ace- úc. Feôme ca e culua – cm qualque eôme huma –, cp e a de- a, am cm a d e me, cuem bje de pequa que aaveam ea d- cplae p evlveem dmeõe da exêca humaa evdcada, cada uma dela, cm pó- pa de áea epecíca d abe, cepde- d à ameaã dcpla que maca camp ceíc, ee ca, ee a cêca humaa e a bca. Em eu eud, apaece evavel- mee pblema de cm e elacam ee d camp d checme, cuj lhae amam cp e a dea em bje ad- calmee deee, pque cuíd a pa de eeêca epemca da, cm a que duem camp da bla – udad a upã da bje v dade d chec me empíc – e camp mbólc da apla. o pblema ev dec a-e, beud, d ae d a de que ee eud, mem a pepecva da c êc a c a, e deevlvem equee- mee em epa uca vculad à áea da aúde, cuja aaã eue a lóca d a- bee bc. num mme de aldade da uca- laã da cêca ca a áea da aúde, Caa- a ealu que a dcuã que ppuha, à épca, be a eada da apla cal dmí- da bmedca, amad-a em “‘bje- ’ de a pópa ‘cêca’” (1994, p. 37), alve eeae apea àquele, cm au, lcala- * Aade a leua aea e cmeá de Paca Bma e olaa Ma à pmea veã d ex.  Artigo recebido em janeiro/2010  Aprovado em agosto/2010 

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Artigo recebido em Aprovado em

RBCS Vol. 25 n° 74 outubro/2010

CORPO E dOENçA NO tRâNSItOdE SABERES*

Cyn hia Sar i

Enuncia ão o problema

o c p e a d e a c uem bje cujc hec me ã e c a um m d de ace -

ú c . Fe ôme c a e cul u a – c mqualque e ôme huma –, c p e a d e -

a, a m c m a d e me , c uembje de pe qu a que a ave am e a d -

c pl a e p e v lve em d me õe da ex ê c ahuma a e v d cada , cada uma dela , c m p ó-

p a de á ea e pecí ca d abe , c e p de -d à a me a ã d c pl a que ma ca campc e í c , e e ca , e e a c ê c a huma a ea b ló ca . Em eu e ud , apa ece ev avel-me e p blema de c m e elac am e e

d camp d c hec me , cuja mam c p e a d e a em bje

calme e d e e e , p que c uídde e e ê c a ep em ló ca dque d uem camp da b l a –

a up ã da bje v dade d c heempí c – e camp mból c da ao p blema ev de c a- e, b e ud , d

a de que e e e ud , me m a peda c ê c a c a , e de e v lvem

me e em e pa uc a v cda aúde, cuja a a ã e ue a ló cabe e b ló c .

num m me de a l dade da l a ã da c ê c a c a a á ea da

a e al u que a d cu ã que p pu hab e a e ada da a p l a c al

da b med c a, a ma d -a ’ de a p óp a ‘c ê c a’” (1994, p. 3

e e a e ape a àquele , c m au

* A ade a le u a a e a e c me á de Pa c aB ma e ol a a Ma à p me a ve ã d ex .

Artigo recebido em janeiro/2010 Aprovado em agosto/2010

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78 rEVistA BrAsiLEirA DE CiÊnCiAs soCiAis - VoL. 25 n° 74

d em e pa uc a v culad à aúde,p a “híb d ” d p de v a da d v ã

ad c al da d c pl a c e í ca . H je, d a eda v ível expa ã uc al de e camp dee ud ,1 ju ame e c m a abe u a da c ê c a

c a pa a u a á ea (d e , d e huma-, e u a a públ ca, ela õe e ac a , c -mu ca ã , me amb e e e c.), pa ece-me que ad cu ã b e e m da c mu ca ã p ívele e d camp d c hec me e ap e-

e a c m um p blema ã ape a de e e -e e al da c ê c a c a , ma ece á a eu

emp ee d me .E e e a p põe- e a d cu camp de

e ud a p ló c b e c p e a d e a,ec a d - a pa da ex ê c a, í eca a e e

camp , de ua - e em ela ã a abe e b ló -c . De aca m d p óp c m a a p l a

a a a que õe d c p e da d e a, clá caem eu e ud , mapea d - a pa da mapela qual abe a p ló c e elac a c m

abe e b méd c e e camp up e -d c pl a .

A ã de “ e d c pl a dade” mpl ca umd ál e e d c pl a , cuja c d ã de p b -l dade e á em ma e de da a d e e a d c -pl a e , del m a d cla ame e lu a de de

e ala e a e a que epa am e ap x mam abe e , a e ã que lhe é e e e, uma ve

que a e a va de d ál ã c e ue p e c dde al uma, qua d ã mu a, e ã a bu ca daequ dade d p ulad de um camp d a e d

u . nã e a a, p a , de pe a a e -d c pl a dade a pa da p b l dade de uma

de ca ã , ma , a c á , e c p -ível upõe a epa a ã p év a, mplíc a ec -hec me da al e dade. A de ca ã a ula

u , em lu a de ec hecê-l . o p me m -v me em d e ã a d ál é da epa a ã ,pa a que pa e u e leve a e c p í-vel, e , e e um e u (sa , 2003).

Emb a haja um ampl ec hec me , aá ea da aúde, da edu b l dade d e ômehuma à d me ã b ló ca, qua d um a -pól ma c m bje de efexã c p , ad , me , a aúde e a d e a, ele e á ume e ame c m um camp de c hec me

qual abe e b ló c e cme e c m e e ê c a. Camp d íc l, p ela õe de p de uída pel luque em abe b méd c em a E e abe c u a ep e e a ã huma mu d c de al c emp âape a âmb d “camp c e í c ” –de lu a , de d pu a , a em ua mecâ

a, c m em ua ela ã c m a c edade, m u B u d eu (1976) –, ma c m

ê c a cul u al pa a da a c edade.rec e d à clá ca mula ã de

e (1985), e u d a qual a de l a emma ca e pela uje , em ua ubjemed c a, c m apa elh de ló c , epe ma e eme e, de que que e ejamque, p e e e, vem d e ã apecu a a d e a u al v a ma , p p ame e, c m v ve . Emb a ú ca e e dê um camp de e õe

u dade , é a b med c a que em d mc cep ã de v da e de m e a c edade

al c emp â ea.Cump e e cla ece que a “b med c a”

d da, aqu , c m camp de abe e b lóqual e ba e a a med c a, e v lve d a e a p á ca de aúde a ela a c ada .2 o u d e -m c c de c m a mula õe de Capa a quem a med c a é uma éc ca e uma a

uada a c fuê c a de vá a c ê c a , mauma c ê c a p p ame e d a” (2006, p.au bu ca a ela ã e e a c ê c a (b

éc ca, de ve da d meca m pelp ulad c e í c (da l a, em pc uem em d cu ma v , um pad ã de mal dade, e e ê c a úpe a a d e a (e, c eque eme e a

é v a c m uma va a ã qua a va a e me u ada – d e ad “ mal” da aa ume a ã em av de uma d e e a

va e e aúde e d e a – já que e adc c e p de a um “val e a v ” e

à “v da” – ev de c a a h c dade da cc e í ca d que e c u (e mal e pa ló c e, a m, pe m e elac ce , ab d cam h pa a que a ec a clí ca e d cu d d e e – e ã

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CorPo E DoEnçA no trÂnsito DE sABErEs 79

“c ê c a” – p am d e da d e a. A m, d p - de v a de uma c ê c a que me a clí ca,

e u d Ca u lhem:

É mu mp a e ã c u d a d e a c m

pecad em c m demô . Ma ó p que mal ã é um e ã e deve c clu que eja umc ce de p v d de e d , u que ã ex amval e e a v , me m e e val e v a ; ã

e p de c clu que, u d , e ad pa ló cã eja ada ma d que e ad mal (2006,

p. 68).

[...] c hec me c e í c , emb a val da -d qual dade que e apa ece c m lu ó a , emp a a ula. A qua dade é a qual dade e a-da, ma ã a qual dade up m da (Idem, p. 73).

Pa a a pól , de - e de de e cam-p d c hec me , c a d abe e , ã éal que lhe é e a h , p e p de a p ced -me , í ec à d c pl a, de que a e -m em que e dá a ela ã e e pe qu ad e pe qu ad , que a emp e pe u a b e

e a u de c hec me em ace d bje de pe qu a.

C m a a p l a c u u- e c m d -c pl a c e í ca que e uda c edade d e e edaquela à qual pe e c a a pól , mu d

ã - c de al, a d cu ã da c d õe e d e -m em que e dá a ela ã e e a pól ea cul u a que ele e uda e a um p blema ã

ó é c e me d ló c , c m ep em ló c . oabe a p ló c c ó - e p ec ame e de -

de a p blemá ca. Pa a val da a me ma, aa p l a c de a ã ape a d ál e e

e ud e eu pa e , ma e u c ad vál da a p l a e u dam, a da, a c d õe de

p b l dade d d ál d pe qu ad c m eubje de e ud , al c m e al ad p r ua-e (1990), em um ex em que p ec ame e d -

cu e é ca e a p l a.Qua d e a a de e uda c p , a aúde e

a d e a, bje de ve a ã a- e, d e au d e ame e, p óp camp c e í c que

p du a ve dade b e que é c p , a aúde e ad e a mu d c de al, u eja, a b med c -

a e eu a e e .

A m, e e e a que õe em e deba e a a p l a c emp â e

que ame b e lu a a paa pól vê, e cu a, ala e e c eve, p

a d a pól c m au – que ãgee (1989) é um me emblemá c – uda, que Cl d (1983) de m a a “aue á ca”, e a que ã ec l ca- e qua

p l a em c p , a aúde e a d ebje , c u a d - e de u a ma e

A ã de au dade e á ca uquem de ém a au dade d c hec me

pól , d a e de um bje cuj abeme e de au ad e de le mad ; ae a que e c u u c m al, em ace

ã - c de al, a pa da eme ê c a dal a c m pa e da C ê c a Huma ad écul XiX e íc d écul XX, e dc ex h ó c c l al m eu

ame de a au dade, h je, cpó -c l al m , e da p ópdeve- e à a c a ã d d cu a p

p de , he a a d c ex d mu d eque ma c u a u da ã da d c pl a, que

up emac a d abe c de al b e ude c hec me . Mu a c vé a e

u am, e e a , d que é ec hum p ulad ev de eme e vál d pa a

u me da d c pl a, ma ã paha eu p óp de e v lv me c í c

A que ã é ca e ep em ló ca que a pa a a pól , que e e e e a

d abe a p ló c , é a de bu cap ível de ec hec me e le m dd cu de eu “ bje ” a mad a bu d -lhe um e a u de abe , ped cu c m e u u a que c eve

e d da palav a e u c ada, ma amda p á ca e da ela õe a qua E a que ã é pa cula me e eleva eda aúde, pel ã ec hec me d d cd e e pel d cu b méd c . rec hecd ã de uje d u e a le m dd cu , e e a , ã e c u de c

ua) e v d ca ã de uma up a me abe e , que ã que a ce de lu

c d a pól c m a v , a

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80 rEVistA BrAsiLEirA DE CiÊnCiAs soCiAis - VoL. 25 n° 74

e é p blemá ca p ec ame e pel e m em quee deu e e dá h came e e e e c . A e ee pe , eme à a ume a ã de Dua e:

H je ve cula- e c m equê c a a de ú c a dad p ã e p e a va c m díc de umau á p v lé d b e vad b e a ex-pe ê c a a va. A p ã d p je a p -ló c ã em c m ã e a mé ca, umave que a d p õe cul u a que u c am

ã d e e e daquela que p am u p a-am a v da de da a dema de a õe m-

ból ca eme e e mu d . rec hece e aa me a “ uac al” ã ca, p ém,a um ece a ame e al uma p eem ê c a

ló ca u ep em ló ca b e “ a v ”( clu ve e a a p óp a c eda-de , p pula e u e ud , ub d ad u d -m a e , ma a u he emô c ). A de ade que eja p ível, p u lad , c cedeà c cep õe d u um lu a de ma ve da-de – c m ma c e ê c a c m ló ca u au-

e c dade v ve c al, p exempl – acaba pexp e a uma cada e ema ada a â c a,c m e de ó , a da eu b e vad e e de -c e , depe de em a evela ã e cha cela de

al d dade ló ca (2008, p. 22).

o a pól da aúde, que e e e e àela ã c m up pe qu ad , e e a uma

ua ã ula . A c á d que e alme -e c e c m eu pa e , ele em que e e e a

c m a de que lu a de au dade, campe d c pl a da aúde, ã é d abe a -

p ló c , ma da c ê c a b méd ca . A m,é a pa de um lu a de au ad pe a e eu

bje de e ud que a pól e ua e e

camp . A bu ca de ec hec me e e abe-e ve e- e. C ve e- e em e a é a pa a a evale p e up ep em ló c ela v ada a p l a um camp e e d pel abeempí c , u dad p e up da bje v daded c hec me , da c ê c a b ló ca , madc m e e ê c a ú ca a val da ã d c hec -me c e í c .3

Vale ec e a uma de a p e e e em um exde Lév -s au , “A c l a a ce a”, qual ele

e al a que cham u de u ve al m l a a ce a, pela e e a c lab a ãe da a c e e d pe ame que

h mem u e ud d h mem c m b A m, e a c l a, d ele, “ u ca

a uma d c pl a lada, abalha d deu p óp d mí , ma , b e ud , umu uma a ude e e a e ôme h

(1947, p. 515).P de- e e e e a de a, v l a d a u

a e à p lêm ca a ual b e e a ua v a e a p ló c ; pa a alae m , d mé d a p ló c c m e a de lha mu d , c u a d ã

uma pe pec va, ma ambém uma a ude . e ôme huma . P e e de- e, aqu

me a que e ud a p ló c , dep d e ud b e c p , da aúde e daex e que eu lha – a de ã de ua peva eó ca e me d ló ca – ve ha ac mpaa me m emp , de uma a ude d a

e e a abe e b ló c , que pe mlece e m da c mu ca ã p ível

p l a e b med c a, a ude eced lu a “de ma ve dade” cupad pel b ló c e e camp . i ca d

mplíc a, uma d me ã p lí ca e pecí ce a de e v lv me d e udc , e da c ê c a c a de m d

d camp da aúde. D me ã que e c vep blema ep em ló c , a med da em

eu e e ame depe de a p óp a cd abe a p ló c , em eu p ópde ma a a e vale a a ál e a p ló

ma de c hec me , em , d c pe a e da aúde – e ã c m um c hec m

ub d á , de me val heu í c .

A pa d p blema a m e abelece de um e x de d e e c a ã pa a em l ha e a , camp da a p lp e da d e a, ec a d - pela p ã

e c l cam d a e da c ê c a b ló cap ma, p de- e ala em dua pe pec va

e p dem a dua ve e e de da aque e uda c p , a aúde e a d e a: a “al a méd ca”, ub um da a ló ca d abed c ; e a “a p l a da aúde” ( u da d

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CorPo E DoEnçA no trÂnsito DE sABErEs 81

que pe a a pa de uma ã de cul u a que ec u a c m u a e e ê c a ep em ló ca em

ela ã à b med c a.

A “an ropologia mé ica” A de m ada “a p l a méd ca” ( u “e -med c a”) em ua ma p c pal a a -

p l a e-ame ca a, ma ambém a a l a-xô ca, emb a e eja p e e e de ma e al e ud b e aúde e d e a em vá paí e . Pa a

ua e a ve e e, p de- e d e que e ã , e eua p c pa e e ê c a de em, abalh

de g d (1994), Kle ma (1980, 1995), schepe -Hu he e L ck (1987), au e que de m am,ele p óp , eu camp de abalh c m e d a“a p l a méd ca”.4

C e d c de mpl ca ã , ev ávelqua d e cla cam abalh d ve de deuma ca e a c mum, p de- e d e que e a-

a, e e came e, de uma a p l a, de ba eempí ca, que a al a a d ve dade em dac cep õe de c p e de d e a, elab a d que p de e c de ad um c ve á de -

a va a ã cul u al, ua d - e p e e ê c a aema b méd c c al e, eque eme e, a eu

e v . De aca- e eu ca á e ume al emace da ece dade d ema méd c c al. A

a p l a cupa, e a pe pec va, lu a dadu da d e e e l ua e cul u a em e -

m el íve pa a camp b méd c , e v ce-ve a.A õe de c p e d e a alhe a à de -

õe da b med c a êm, aqu , e a u de um“ u ”. Pe ma ecem e d exó c em

ela ã à e e ê c a b méd ca . E a c u-am c u d - e c m lu a ab lu , p ua

a u al a ã , uma pe pec va que, ma e d - eum pla empí c , edu e e cap ula a cul u ac m e ôme pa cula . A m, e a a p l -

a, a da que bu que ua - e em ela ã , cam -ha pa alela a c hec me b méd c , a da d

a á , p de- e d e , uma ve que a ã de cul-u a, e e c al ada, ã ma ca e e vame e uma

al e a va eó ca à a ál e emp c a b e c -p , aúde e d e a que ab a a p b l dade de ume c de pe pec va d ve a . Há, mplíc a ,

ma e e cada d u , c m a c l a .

A p óp a me cla u a, a qual e md ca” apa ece c m adje v , a lad de “a

a”, ub a v , é má ca de umaque um d camp e á ub um d a upe pec va, B a l, é ma d u d da

uc a da aúde e a publ ca õepela óbv a mpl ca õe p á ca e p lí

e e ame de a a me a.5

É c mum que, a u õe de aúpól e cupe da “ u a ” ma

de pe a c p , a aúde e a d e a, c, p ó, a a e uma c

p ló ca à á ea da aúde. C m e a ae de e pel eu bje e ã pel p

que a c u c m camp d c pl amé d de ve a ã , que é a a ál e me huma – qua que fenômenos humanos – como construção cultural, o que implica que o lugar da alteridade ã p de e xa , p que é emuma que ã de pe pec va. De e s au (1962) ale u, já c me de 1960, am ex b e a upa p l a em ace d de apa ec mec edade d a “p m va ”.

Pe pa a pel de e c e e ab med c a uma d culdade – ba e d em – que d e pe a a de que a b

c de al e c emp â ea, é a e e ê cl ada ( c c e e, p a ) pa a

a p óp a d e e me .Clav eul (1978) chama a a e ã , em ua a ál“ dem méd ca”, pa a a d culdade de c í c

dem, uma ve que, c m uje cul uu d au , “cada um de ó é l dá

c m d cu méd c a p de ã ab

a emã ua a õe ”.6

o ã e e ame de e e ceque é, c m cul u a, da dem d c

adu - e em uma bu ca ê ua de c mpledade, em leva em c a que que d e

a p l a e a b med c a ã é bjelha b e bje . A m, a a p l

c p a- e à b med c a e a- e (2001) cham u de “a p l a e d

me da e a va c c l a ó a de d v

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82 rEVistA BrAsiLEirA DE CiÊnCiAs soCiAis - VoL. 25 n° 74

e e uma e u a, elud d a e ã que al me aa bu ca de ec hec me d d abe e .Qua d ã e p v le am a “ u a ” cul u a ,

uma edu a d v ã de a bu õe d c pl a e ,d v de- e que d e pe à cul u a c de al, pelaqual e e e e c a a b med c a, de da me mape pec va mpl cad a. De a ve , “ c al” éc de ad a bu ã da a p l a (e da -c l a), e qua “ d v dual” cabe a abe eb ló c u p c ló c .

o u dame de a d v ã é a de ca ã ,que pe c e e e camp , e e c al e e ô-me “c le v ” c m bje p óp da c ê -c a c a , e qua a b med c a e a p c l a,

u a p qu a a, e am c m bje “ d vídu ”,c m e e e ã e, a qua a c le v da-de, uma ca e a c al. re ca- e c al c mc le v , a ma d - em “c a”, a m ada

um c p c le v , c m um a m , e u -d elme e p v m d Du khe m de As re- gras do método sociológico. Amba a d me õe –

c al e d v dual – ã e cada e a u al ada ,de c de a d , de um lad , a d me ã de c -

u ã h ó ca e cul u al da ca e a d vídu(Dum , 1993) e, de u , a c mplex dade d

c al c m ca e a mból ca. A m c ceb d eu bje , a a p l a

e c a a eu lu a âmb da aúde públ ca,da med c a c al u da aúde c le va, uma veque é al e pa e e vad pa a e a a d “ -c al” a á ea da aúde, a e d d a pól ump al e a h a u âmb da aúde.E a a p l a “méd ca” c e e, a m, à a -p l a lu a d abe b e u – exó c –,de xa d a b med c a a d alca ce da a ál ecul u al.

Au é (1986), há emp , cham u a a e ã

pa a a ela va aque a eó ca da a p l a mé-d ca, que a mpede de leva ad a e a c bu ãda d c pl a pa a camp da aúde, uma ve que

a em de que õe já upe ada em ua d -cu ã e a, de xa d de pe a p emque e ud a p ló c da d e a p de e -va a p blemá ca a p ló ca.

Pa a e a a c í ca a e a pe pec va, eme- a abalh de Dua e (2004) e, em pa cula , à

ua e e ha, publ cada a ev aPhysis a e pe

da mula õe da a p l a médame ca a, b e a d e a chamada “ e

Pe pa am e e abalh ã ó a cd u a e ma e a de que ul ad ã que pe am c m õed a , ac a , d que é c pé e pí u me e (p p ã a

e d nervos , que c u d am e e pcla ca ó ), ma ambém a dea ca e a p c l a e cexp e am a eal dade d que e pa a

e e huma , e qua ema ce v ã – ape a ele – “cul u a ”

ból c ” (Dua e, 1993, p. 51).

A an ropologia a saú e

A e u da ve e e, que p de e de ma p l a da aúde ( u a p l a

a), e á v culada, b e ud , a uma adem a a Ma cel Mau e em a F a a

p c pal de ua em e de e v lv me1986; Au é e He l ch, 1984; Lapla e, 19B e , 2001). Au é (1986) a ume a, emde a ve e e, que há ape a uma aque e a bu d bje empíd e a, el ã , pa e e c ), em e d“ ubd c pl a ” e pe u a e e e d

de b e va ã d lha a p ló c de eu e de c u ã , ã c

um ú c bje de a ál e. A que ã é pe e e. t a a- e, c m

põe Au é, de pe a ã ape a a cda a p l a pa a camp da aúde, mc m a a p l a da aúde e da d e

ajuda a ( e)pe a bje da a p lem j ã ape a ve á ed a c cep õe de aúde e d ec equê c a p á ca pa a a amal me a a “a p l a méd ca”, ma a que ã eó ca que pe me a e e ecamp em que a ã de cul u a e e e

ma ad cal – e v lve d uma a ude,u a p lí ca –, c m um abe que lhe e a

de e , p ula d a p ma a da d me

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8/6/2019 Cynthia Sarti_CORPO E DOENÇA NO TRÂNSITO DE SABERES

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CorPo E DoEnçA no trÂnsito DE sABErEs 83

ló ca d e ôme em pau a, qua d ã uaexclu v dade.

C mpa ada à pe pec va a e , a a p l -a da aúde, el à ad ã ela v a da d c pl a,

c de a d ema méd c , bem c m -d d cu b e c p , a aúde e a d e -a, c m ca e a cul u a , qualque que eja uap cedê c a, pel mple a de que ele ex eme ded ca-lhe me m e e e (Lapla e, 1999).Em mu e d , e am a Ma cel Mau , pa aquem ã ex e a u b e e a u dpa a a c ê c a. A “c ê c a” a- e bje de e u-d e á c . t a a- e de ã exclu d camp daa ál e a p ló ca, de a emã , qualque bje e

a á-l c m ca e a cul u al, que mpl ca e ca-pa à ló ca da h e a qu a d mu d c al.

se a a p l a ace a v l a - e ape a pa a que e á a da b med c a, a u al a d -a,u p v le a aqu l que c u “e ”, e m,

a de a, e e camp mad c m ca e a ab-lu a, e m a p ep du a d v õe c u-va d u ve mból c c de al. E e e a

d v õe e á a que ma ca e e mu d de de, pelme , re a c me e u e a a c ê c a b -ló ca , p a a b med c a, c m abe e p á-

ca : a c ã e e a pe a e c p huma , c ãque, a me ma med da que e eal a e c c e a,ev de c a a amb u dade e a e õe m a que

emp e a e v lve am.se u d Le B e (2001), e a c ã é a -

e a dual m ca e a , que epa a c p ee pí . E e a c c e a e c l da, écul XVii, de da c cep ã meca c a d c pc m um a m , ma a a h ó ca, a u -da ã , de a epa a ã e á de e v lv me daa a m a, c m ba e a p á ca c al de d eca ãde cadáve e a pa d c me d écul XV. Pa a

e e au , c m a a m a , em pa cula c mVe al u , cuja b a,De humani corporis fabrica, éde 1543, a ce uma d ã mplíc a aepiste-me c de al e e h mem e eu c p . Al e áa e d dual m c emp â e , que v a ac p ladame e, uma e péc e de d e e aem ela ã à pe a que hab a, que ma ca ãcla ame e a b med c a a é d a de h je.7

E e a exp e õe ma ev de e de a cl va-em, mu d c emp â e , e á a pla e

de ó ã , cuja d culdade , que a ceque õe de dem éc ca, evelam ca ju õe m a de que e eve e ecul u al.

E a , a m, uma mu a ã lóva mu d c de al, em ua c cep ãa, que p b l a e ab e cam h pa

v lv me da a a m a e da l a, ba e a a b med c a. se u d Le B e e a dual dade e e c p e pe a que cae ã , a c cep ã de c p a m de dad

e p l a a é a c emp a e dade.se a c cep ã de c p ma c mum

ec hec da em a cul u a ( c de alde va d c hec me a á m - ló

ece á a, c m c d ã de p b lc hec me , a c u ã de uma ã

a c d da, epa ada de eu c p , que pac ceb d ape a em ua d me ã b lóc p , epa ad da pe a, é pe ad c m bu que, h je, dad ecu da b ep de clu ve e m d cad . Aqu , “ c

c ad a e um c p e ã a e um c pm a Le B e (2001) em ua a ál e dc ad pela a a m a, a pa d re a c m8

É d que a a, e ã , a a p lde: da ã de pe a, a c cep ã d hum

anthropos , c u ã ece a ame e h ó ca, que e á p e up a a dcep õe e p á ca que e v lvem c p ,e a d e a, em qualque âmb da v da cqualque emp u e pa . o bje da al a da aúde, p a , ã e cé c p , a aúde e a d e a, ma pel que

, em cul u a, pe am e v vem que é caúde e a d e a. C m a pól , e

c l ca- e em pe pec va d a e de eu bj

e de c u - e em eal dade bje vc p depe de, emp e, da pe pec va – dee de a, de c ma, de ba x – de quem cac , de quem lha, d que e vê...

É c mp ee ível, a m, a fuê c a dde Ma cel Mau e e camp de e ud

ud p ua mula õe b e ca áda ã de pe a, d e me ud c p , a “ éc ca c p a ”. nã ma a E c la s c ló ca F a ce a de m d

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8/6/2019 Cynthia Sarti_CORPO E DOENÇA NO TRÂNSITO DE SABERES

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84 rEVistA BrAsiLEirA DE CiÊnCiAs soCiAis - VoL. 25 n° 74

(Ém le Du khe m, r be He , e e u )que, a a ma c m bje da c ê c a c a“ a huma ” e udad a é e ã pela med c ae pela p c l a, c m c p , e me , m ee d e a, p e a em da e ame a eó caque pe m em a el íve e e e ômec m a c a e cul u a .

P de- e pe a c hec d e ud de He , A preeminência da mão direita, alme e publ -cad em 1909, c m emblemá c de uma pe pec-

va de ela ã e e abe e b ló c e c a .o au c de a a mula õe de B ca b e aa a m a huma a, e u d a qua há uma c e-xã e e a p eem ê c a da mã d e a e made e v lv me d h mem hem é ce eb ale que d , que e e va mú cul d lad p -

. Ele c a B ca,9 que a ma : “ m de amã , p que ca h cé eb ”.10 He ve ea que ã e pe u a: p que ã d e que mca h cé eb , p que de a mã ?

He p e e de m a que, emb a ex auma ba e a a ôm ca pa a e a a me a, a de e -dade ã é uma ece dade a u al, ma um deal.Pa a ele, a d e e a em val e u ã e e dex em d c p ã p de e expl cadapela a a m a, p que em ca ac e í ca de uma

u ã c al, p a ua expl ca ã pe e ceà c l a. C clu , e ã , que, e ã h uve ea a me a â ca, “ela e a que e ve ada”,p que c e p de a um val c al.

A a ual dade de a a ma ã de He apa e-ce cla ame e qua d e pe a a ca ac e í cae a de õe de c p , u de pa e de e, que

a c edade “ ve a” c m ju ca va m -a d a e, p exempl , da va p b l dade

p p c ada pela b ec l a, em pa cula , emace d e velhec me , u u p ce c -

p a , c m a ep du ã (a da), a pla ede ó ã e c.

O corpo

A expe ê c a p p ame e ló ca d c -p , p a , pa a e c mp ee d da, eque a e e-

ê c a à ca e a c a que lhe dã e d . oc p é c u vame e mból c . A ex ê c a

huma a, m, é c p al. na cem , c ead ecem e m em um c p . C mB e (2001), ex ca m ve -me e em um de e m ad e pa e empe a , a ma c m cada pe a v ve dade c p al e c cebe c p que hab a á a da ã de pe a, p óp a à c lequal a pa e.

Qua d e ala, d cu b méd cc p al, a e dê c a é a c á-la a um

eu ló c . Adm e- e que ex ame e ” c a u p c ló c a v vê

Pe a- e, e e a , em uma ex ê cp év a e au ô ma – que c u a a ãp b ló c –, à qual e a e am a ee cul u a . A c á de a p p

a pe pec va a p ló ca, ã ex e mból c , em lhe a ecede. o mu

e cul u al ã a ua u e vém b e um cex e e, mad , e e e , c mo c p c u - e c m eal dade hum

cad a ele a buíd pela c le v dacad que é bu á , c m já d , dpe a (sa , 2001, 2003).

nã há uma ex ê c a c p al p év a,uma dem a u al que a eceda à e ve

u al. o c p a - e huma p que e á cvame e c em um ema m A eal dade bje va a buída a c

c ê c a b ló ca , que p ed põe à expe me al, é, em , uma c u ã ca, ece á a a de e v lv me de ac m dem ad p Ca u lhem (2

ua c í ca à õe b méd ca de ló c , a e me c ada. tal c m a

b ló ca c cebem c p huma c ml dade í ca, bje va, epa ada d uje

hab a, a l e a u a a p ló ca, meb da- c m úme exempl eque m am d a ma de pe ae u c ame d c p e, b e udl m a a e a d c p em elad que ce ca, que ec l ca a que ã dc m l m e e e m m e u , al c

mu d c de al.o e ud ame í d ã e e ê c

me al pa a a a p l a d c p e da

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CorPo E DoEnçA no trÂnsito DE sABErEs 85

dem a em a de c u dade e e mu dhuma , a mal e ve e al c m uma c u ãcul u al, que em mpl ca õe dec va pa a uac cep ã e ma de l da c m a ex ê c a c -p al (De c la, 1996, 2005; L ma, 2002). E edad e á c ã pa cula me e eleva epa a uma a p l a d c p , p pe m emde c u um d p la e u dame a que u -

e am a ã de c p mu d c de al, queé a dual dade a u e a e cul u a, a c ada à up -

ã , que dela dec e, de que c p b ló ca pa e da dem da a u e a. sã dad que pe -

m em ela v a c hec me b méd c , emc mpa a ã c m u ema mból c , dem d a de u a e a u de ve dade adqu dpela b med c a que e e e e a c hec me

b e c p , aúde e d e a.n âmb da c í ca à de a d c p a u a-

l ad da b med c a, de acam- e, a da, e -ud de ê e , que p blema am a c u ã

c al d c p d h mem e da mulhe . De daque ã em pau a – e m da c mu ca ã p -

ível e e a p l a e b med c a – eme aabalh de Laqueu (2001), cuja pe qu a ev de -

c a que a d e e c a ã e e ex , a h ó ada med c a, é da ada: de e- e écul XViii,qua d , e u d au , e ve a am “ d

ex pa a u da ê e ”, ba e pa a a c a ã daec l a c m e pec al dade méd ca d da à

mulhe . C m dem a, a da, uma ex e a l e-a u a, a ava- e de c l da um m del e uma

m al de amíl a p me d c le d c pl ad c p e da exual dade da mulhe (r dhe ,2001).

A da âmb da ece dade de e a ha-me em ela ã à ca e a b e a qua ea e a ema cul u al, além da ã de

“ a u e a”, a ã de “ d vídu ” é u d e -x – c í c – em d qua a a d cu ãde uma a p l a d c p .

C p e d vídu ã õe que cam ham ju a a cul u a c de al m de a e c emp -

â ea. A ã a m ada d “ d vídu ” c mep e e a ã d “eu”, a c edade c de al m -

de a, valeu- e d c p . C m lemb a Le B e(2001), Du khe m, a me c a a ece dadede um “ a de d v dua ã ” a c u ã d

“eu”, a ma: “É c p que de empe ha epel” (Du khe m, 1989, p. 331).

A ã de um “eu”, c alme e depela ca e a “ d vídu ”, del m ad p

ê c a c p al, é uma apa ã ece e, mh ó a d mu d c de al. Ca e acame e c uída e e a ede l be dade e au m a, d vídu c

e à ama a d mu d ad c al, deme a c le v dade. A m, e u d(1993), d vídu c u - e em um va

C m abem , a pa d abalh m , u da de l a d v du

u e a e a ep e e a ã da pe a, me e exp e , écul XViii, pela revF a ce a a Decla a ã d D e d d C dadã . E e p ce c l d u a de a de c p e de pe a, a c a d u

e a ã de e eu lu a mu d c A a ál e da ã de d vídu , c m a c al, c u a d um val da m de

e á pa cula me e p e e e e udló c que mam c m bje a aúde mp a a p qu a a e abe e p

e al. De ac a de ã , elab ada p ru“ ê uje da p qu a a”, que ma cem d d vídu m de d qual

am da med c a: uje b ló c , “dd p ua a u e a b ló ca”; uje“ lh d pela ju õe v da da c e

p e ã c p lí ca)”; e uje da de, “ ula ad p eu c f (1997, p. 1).

A m, é a e õe e v lv da a p óm de a de uje /pe a/ d vídu que

ualme e l cal a a d e a, d a e de ue e c p e pe a que, emb a c e p

p e e a ã d m a e da ex ê c a cmu d c de al, jama p de elud a amde , c f e a ce e a que a c

A oen a

se a ã de c p upõe a ã de peem qualque c edade, a c cep ã de d e

bu á a de amba e a õe . tal c

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8/6/2019 Cynthia Sarti_CORPO E DOENÇA NO TRÂNSITO DE SABERES

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86 rEVistA BrAsiLEirA DE CiÊnCiAs soCiAis - VoL. 25 n° 74

cep ã de c p , ema cla ca ó da d -e a a culam- e a u ve c al que c óe exp me. sã c u õe mból ca .

E e a e me va edade de ep e e a õe dad e a, e a came e c hec da , e v lve dd ve m del e ló c e e apêu c , é p í-vel d u , e u d Lapla e (1991), dua e -dê c a , ã ece a ame e exclude e : m del

ló c , que c e p de à med c a ce a-da a d e a, ba eada em m del cal a (e áaqu p e up a a de a de um “ e ” da d e a); e

m del elac al u d âm c , que c e p deà med c a ce ada d e e, ba eada em umm del que c de a a d âm ca e a d a-

m c m um d , em ua ela ã c m me .C de a d - e e a cla ca ã , de da

c cep ã de c p p ed m a e a c edadec de al c emp â ea – que epa a c p e

pe a –, m del que lhe c e p de é -ló c . Em um c p alhe a uje , a d e alhe é e a ha, c u d - e em e dade au ô-

ma, que ala p me ma. A m, u aepiste-me , d a daquela a qual e u da e e u e aa med c a c de al c emp â ea (b med c -

a), mpl ca ualme e uma u a c cep ã depe a, d ve a em ela ã àquela que c d u ehuma e e c p e pe a, au m a d c p em c p b ló c , ma é a a e de ve da-da, pela expe me a ã .

Ca u lhem (2006) e F ucaul (1977) e ãe e ló que ma ad calme e e am ac í ca da p e e ã de bje v dade d p v mda c ê c a b ló ca . Pa a além da ev de e a -dade e e amb ,11 Mache ey (1993) chama a a e -

ã pa a a d e e a – u, me m , p õe – p de v a de e d au e , eleva e pa a

e pe a cam h p íve de eu d ál c m

a a p l a a pa d p blema que e ã em j a le u a pa alela da dua b a :O normal e o patológico, cuja ve ã al é de 1943, eOnascimento da clínica, de 1963. Amba ab dam aque ã da ela ã í eca da v da c m a m e,

u a v cula ã d e v v a e m al, al c mele a v ve c a a pa da expe ê c a clí ca da d -e a, ma a em de ma d e e e . A d e e -

a u dame al e e d e de aqu l pa a que cada lha.

Ca u lhem e a c í ca da bje vb l a a pa da expe ê c a c cv v ”, ab d , e u d Mache ey, uma peva “ e me ló ca” d j da v da, apem ua d me ã b ló ca e qual e

ma v dade e e c al da v da. Ca ubuía a e huma um e ad pa ad xal (re c , 2007), de e pe ma e eme e a

pela d e a, que e c ev a a mav da, p la ada e e val e p vF ucaul , p u lad , ala de um a ch ó c , uad de e v lv me

c al e p lí c , a e d , e ã , uma “a qda ma méd ca , v a d lad d méd

á dele, da u õe méd ca , e e. Ca u lhem v l u ua a e ã pa a

que, pa a Mache ey, é “ a de au e e” de F ucaul . Pa a e e, a d e a e á ubm“ lha méd c ”, um lha ma ad e d . Aqu , F ucaul ep du a a ál e d la e, c lad , ab lu , que pe e ue

e d ua exp e ã ma cla a emVigiar e punir .12

A m, a da e u d Mache ey (1993),ce de expe ê c a apa ece em amb , m

cad d e e e . nã e a a, pade uma expe ê c a d e v v , ma uma ec a h ó ca, a ô ma e c le va, de

u a e ame e de d v dual ada expe ê c a clí ca é c uída c m

e dá uma e u u a a ula : de um lad e e – bje lhad , bje d lha –,

, méd c – memb de um “c p ”, méd c ”, ec hec d c m aquele que em pe ê c a pa a a e - e uje de e lhméd c ”. A e ce a p ã é a da le ma c alme e a ela ã e e

lha e uje que lha.

Pa a eal a e a ma h ó ca,a priori , quee a ec pa à v vê c a c c e a da d e ac a- e ã ape a d e e, ma ambém méd c . É e a a e u u a ã h ó calece a ela ã e e e v v e e mdáve abe e ex e ad pela d ecve dade e da d e a, ev de c a a méd c c m d e e: ã há uje quehá e u u a que levam a me . n

õe em que e eal a a expe ê c a clí

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CorPo E DoEnçA no trÂnsito DE sABErEs 87

e, e ambém a v da, de xam de e um “ab luló c e ex e c al” e, a me m emp , ad-

qu em uma d me ã ep em ló ca: “p pa a-d xal que p a pa ece , ela [a m e]‘ lum a’a v da” (Mache ey, 1993, p. 291).

Pa a Ca u lhem (2006), a expe ê c a u -dame al c hec me b e a d e a é a dd e e. o c ce ce al pa a ua a ál e é a de“ e v v ”, uje de uma expe ê c a que expõe,de ma e a e m e e e pe ma e e, à p b l -dade d me (Mache ey, 1993). A d e a,pa e da v da, é um m d de e a a v da. Ela ex-p me um u m d de v ve . i u , p a ,uma d e e a: “nã ex e a que eja mal upa ló cem si . A a mal a e a mu a ã ã ã ,em me ma , pa ló ca . Ela exp mem u a

ma de v da p íve ” (Idem, p. 113).E, a m, a de a de cu a eme e a al ex -

e e a e me e à expe ê c a da d e a, umv e ad ló c : “ e huma cu a é uma v l a

à cê c a b ló ca. Cu a é c a pa a vama de v da, à ve e upe e à a a . Há

uma eve b l dade da ma v dade b ló ca”(Idem, p. 176).

P de- e ve uma a dade e e pe amede Ca u lhem e pe ame a p ló c pellu a ce al a um d pel p blema da d e e -

a em amb . Em Ca u lhem, a p blemá ca dad e e a u e de eu lha b e a expe ê c ac c e a d “ e v v ” – que ad ece – pa a pe a

b e a d e a, que leva a da a d e e um lu au dame al c hec me da d e a, d -

c a d - , pe pec va que ve e e m dc hec me e ab e cam h pa a a c í ca de ce m da b med c a: ã é a c ê c a que

ma a clí ca, ma ve .zemplé (1994), a d e “que bje da e -

med c a u da a p l a méd ca, c uae d a d e a e ã d e e”, eme e à p -b l dade a alí ca abe a pela lí ua le a qued ue e edisease e illness , e al ada pela a -

p l a a l axô ca, e lemb a que e a d -ã ecupe a a que re é Lé che, méd c a cê ,

e abeleceu, em 1936, de ma p e a campb méd c , e e a “d e a d méd c ” e a “d -e a d d e e” (Lé che, 1936). nã em a ã ,é p me d e ud da d , cuj c hec me

ã p de p e c d da expe ê c a d dLé che che u à elevâ c a d lu a d d

abe b e a d e a. De a ma, é a LéCa u lhem p e a bu em eu e ud

mal e pa ló c , em pa cula quama: “semp e e adm u, e a ualme e é uml dade c e ável, que a med c a exhá h me que e e em d e e e ã ex em méd c que mam de ua(2006, p. 59).

A a e a d a pól a- e, ac u um c hec me b e aúdeque ã eja me ub d á da b meda me m emp p a c m ela elac a -que, c m c e a c a , ã há c md cu qual e a e a a c cep ã da

c de al b e aqu l que mam c m efexã – ba e d cu dad de a p óp

d e a e me –, b c deva au e e ê c a, p u a de e

p me e ã ape a alca ce c al d emd me , ma eu p óp val heu í c

Consi era ões fnais

Pa a al a , a a de e al aa p l a e ud d c p , da aúde a a pa d que a c u c m d

e d camp da c ê c a huma aec e a F ucaul , qua d au a b

p l a (e l a) – a lad da p ca állu a ula e e camp , uma ve e a

e c u em um e p um ca ó a ume ua d me õe p óp a

h ó ca [...] d pe ame eu peu e dque p de c a c m da a u

e c m ele p óp ” (1992, p. 394). A a ume a que a a p l a, p ca ál e, e a “ ã p óp c m p de apa ece a c ê c a huma a

e ã que a p ível, em e al, um a h mem”, F ucaul a bu aqu l que a d

p “al ja - e e da ela ã a ã c de al e abelece c m a u aã c de a , e, a pa daí, a a “

da ep e e a õe que h me , uma

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8/6/2019 Cynthia Sarti_CORPO E DOENÇA NO TRÂNSITO DE SABERES

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88 rEVistA BrAsiLEirA DE CiÊnCiAs soCiAis - VoL. 25 n° 74

ã , p dem da de me m ” (idem, p. 395). É,a m, a e ã c u va de e e a de e

mul a eame e e e a - e c m e a a daac al dade c de al – a qual a b med c a eu dame a e e u e a –, uma ela ã de al e -

dade, que a a p l a e m ve camp c e í-c que e uda c p , a aúde e a d e a. te ãque é bu á a d a de que, e a a p l a

a ceu b a é de d pe ame u ve al a c -de al, é ela a c í ca d e ce m e d ac -

al m mplíc e e pe ame .n e e ame d ca á e u da e e e-

lu ável de a e ã – um m v me pe ma e ee e de e a –, e á a p b l dade de aa p l a da ua c bu ã e e va a e u-d d c p e da d e a, c u d - e em e-

e ê c a al e a va à ac al dade b méd ca, made de que e ma e ha em c a e v lâ c a. A a ava alad a d d cu b méd c b ea c cep õe e a p á ca que e v lvem c p ,a aúde e a d e a em a c edade ã p deelud a e p ab l dade d a pól da aú-de d a e d a de que ele a , ac ma de ud ,a p l a e e pau a p ua e e ê c a ep -

em ló ca e pel deba e que a a mam, que ua, de d camp da aúde, p de ã ,um lu a de e ê c a.

No as

n ca da a p l a, e a expa ã efe e- e em1ua ca va p e e a deba e em c e

da á ea (reu ã A ual da A p c , reu ã B a le ade A p l a e reu ã de A p l a d Me -c ul, e e u ).Pa a a d cu ã da b med c a ( u ac al dade2b méd ca), c m a e e ê c a cul u al que ma ac cep õe e a p á ca de aúde e a ã de d e a

mu d c de al c emp â e , ve Cama J .(1997, 2003).o que p de e b e vad , p exempl , a de -3

ã de c é de aval a ã da p du ã c e í cad pe qu ad e , a pe qu a e a pó - adua ã daá ea da aúde, que bedecem e ame e à ló cada c ê c a b ló ca , de c de a d a a u e ad a da p du ã d c hec me a c ê c ahuma a . sejam c e a da á ea b ló ca u hu-

ma a , de d é ex da a publ ca ã ac e í ca aval ada e u d c é

em qualque abe u a pa a ec hec med e e a, que c l ca pe qu ad e c ê c a huma a uma p ã e u u al

a em ela va, c m p blema que daí d que d e pe , b e ud , a ace

pa a pe qu a.n e a , ape a de e e au e e (au4

camp da a p l a méd ca, mu dac e u e a ve e e, al c m aqu dece a ame e e apl ca um a ab

de e au e , em pa cula a mp abu õe de A hu Kle ma e Ma a e h La ál e ma de alhada de a e dê c a mpl

de a c ex c a e ucde c u ã d camp , além d pe l de

qu ad e , que ã é e c p de e epa âm c .n que e e e e à publ ca õe , a ev a5lam a da á ea de a p l a a pe“a p l a méd ca” e e c am pe e aquela da á ea da aúde, em pa culapúbl ca.n al: “Chacu de u e p l6d c u méd cal p u e pa e ép u e d’a

a ” (p. 27).se a d eca ã de cadáve e c de huma 7

l XVii, écul XiX vem ede a elaa m e. É e e a e me c a , aqu , “la pá a ”, e u d r ud e c (2007), d F ucaul (1977), Ab am al u cadáve e , q

ala de B cha – c u ã que, c me XiX, ve u, c m eu e ud de a a m

ca – qua ab a cadáve e –, uma ve e v da, d e a e m e. A m e de xa ab lu , é e ada d d mí da el ãc a. A pa a em da v da pa a a m e pa a a pa de p ce ló c e pa ló

p óp a m v v . “Em lu a

ece que ha d du a e a emem que a v da e apa a e em que a p óp a d ec u de, ela [a m e] é d ada, de a a emd a de p de de lum a ã que d m a e

a e pa d a m qua eme a” (F ucaul , 1977. p. 165).n al: “Le c p e a c é à l’av8à l’ê e” (p. 47).Paul B ca, c u ã e a pól a cê (9e ud d cé eb e da u õe da l u

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CorPo E DoEnçA no trÂnsito DE sABErEs 89

n al: “ u mme d e de la ma , pa ce10que u mme auche du ce veau” (p. 81). A dade à qual e e e e r ud e c (2007, p. 44),11em eu abalh b e ló a ce e da e u dame ade d écul XX. Ca u lhem e ad da

e e de d u ad em l a de F ucaul (L ucu a ede a ã : h ó a da l ucu a a dade clá ca).É e e a e b e va c me á de r cha d se -12

e em Ca e e ped a: c p e a c dade a c v -l a ã c de al (1997), uma pa e da du ãa l v que de m u “Uma a pe al”, a qual

ala da fuê c a de eu am F ucaul e a b a,que c ada ju c m ele, ma mud u de d e-

ã , dep de ua m e. A ma au : “numa deua b a ma c hec da – V a e pu – F u-

caul ma u c p huma a x ad pel ó dp de . À med da que eu p óp c p e aquec a,ele p cu u de a e e e ó; e ce v lume da

ua H ó a da exual dade, e a da ma em aelab ada pa a m que ã v veu pa a c m-ple a , M chel F ucaul expl u p a e e c p aque ã e de xam ap a pela c edade. sua pa-

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resuMos / aBsTraCTs / resuMÉs 191

corpo e doença noTrânSiTo de SaBereS

Cynthia Sarti

Palavras-chave: C p ; s úd d nç ;

ant p l gi d úd ; Bi m dicin .e t n i di c t t d nt p -lógic b c p d nç , p ti d

m c m l ci n m c m bbi lógic n c mp ci ntífc d s úd . a p q i nt p lógic implic m ti-t d nt b d t l d m q

m c m l it m l çã l c nv t m p bl m pi t m lógic ,

d fnind t t t d b nt p lógi-c n c mp m c d p l g m nid ciênci bi médic . s b p i m ,di nci m- d v t nt : antropo logia médica, b mid n lógic d -b bi médic , antropologia da saúde , c j m d p n çã d c ltc nfg t ênci pi t m lógic ,

p nt nd p tiv c nt ib içã dnt p l gi p c mp , q põ ,m i, di t nci m nt d ênci d

ntid q t nt m bi m dicin .

Body and illneSS in TheTranSiT oF knoWledgeS

Cynthia Sarti

Keywords: B dy; h lt nd illn ; an-

t p l gy lt ; Bi m dicin .T i y di c t nt p l gic l

t di n b dy nd illn m t w y t y l t t bi l gic l kn wl dg in t

ci ntifc f ld h lt . ant p l gic lc impli n ttit d t w d t

kn wl dg c n d t t t w y it pl c it l b t m t n t b n

pi t m l gic l p bl m, d fning tt t t nt p l gic l kn wl dg

in t i f ld m k d by t g m ny t bi l gic l ci nc . F m t i p int vi w, tw t nd di ting i d: M di-c l ant p l gy, imb dd d in t l gic

bi m dic l kn wl dg , nd ant -p l gy h lt , w w y ing tn ti n c lt im t n t pi -t m l gic l nc , p inting t t

ctiv nt p l gic l c nt ib ti n tt i f ld, w ic pp , in it l , b ing

p t m t ignifc nt nc t tpp t t bi -m dicin .

corpS eT Maladie au TranSiTdeS SaVoirS

Cynthia Sarti

M ts- és: C p ; s nté t m l di ; an

t p l gi d l nté; Bi méd cinC t i di c t l ét d ntgiq l c p t l m l di àd l ç n d nt ll li nt x bi l giq d n l d m in ci ntid l s nté. L c c nt pgiq impliq n ttit d t ll c v i q l ç n d nt llt p pp t à x c nv tit p blèm épi tém l giq , q i défnl t t t d v i nt p l giqc d m in m q é p l’ égém ni

ci nc bi médic l . s c p inv , d x c nt ’ pp nt :l’an thropologie médicale , q i ’in è d n ll giq d v i bi médic l, tl’anthro

pologie de la santé , d nt l ç n d’ pél n ti n d c lt c nfg n

é é nc épi tém l giq , q i indv l c nt ib ti n ctiv d l’p l gi à c d m in q i pp , nl’él ign m nt d é é nc d

ti nn nt l bi méd cin .