CV 2019.Final 24.06.2019 - Centro de Estudos Ibéricos · 2019-06-24 · 5 XIXº Curso de Verão...

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Apresentação

OCentrodeEstudosIbéricos(CEI),enquantoplataformadeintercâmbio,debateedifusãodeconhecimentossobreosterritórioseasculturasibéricas,vaipromoveraXIXEdiçãodoCursodeVerão,de1a6dejulhode2019,subordinadaaotítulogenérico“Novasfronteiras,outrosdiálogos: cooperação e desenvolvimento”. O CEI honra, com esta iniciativa, os seuscompromissoscomosespaçosfronteiriçosaoapostarnumcursoqueprossegueosseguintesobjetivos:(i)incentivarodiálogoentresaberes,investigadoreseparceirosdoespaçoibérico,europeu,

africanoelatino-americano,afirmandocomocentrodetransferênciadeconhecimentodesignadamenteentreospaísesdelínguaportuguesa;

(ii)identificarevalorizarosrecursosdoterritório,naturaisehumanos,materiaiseintangíveis,enquanto fatores críticos e estratégicos do desenvolvimento (património cultural,paisagem,cultura,etc.);

(ii) analisar comparativamente dinâmicas económicas e sociais em diferentes contextosespaciais, estimulando a apresentação e o debate de programas, iniciativas e boaspráticasqueconcorramparaacoesãoeconómica,socialeterritorial;

(iv)valorizarotrabalhodecampocomoestratégiapedagógicaedepromoçãodopatrimónionatural e cultural, sobretudo o localizado em geografias e contextos regionais maisremotoscomosãoosdointeriorraiano.

AorganizaçãodoCurso,alémdelevaremconsideraçãoqueaOrganizaçãodasNaçõesUnidas(ONU)declarou2019comoAnoInternacionaldaTabelaPeriódicadosElementosQuímicoseAno Internacional das Línguas Indígenas, fará apelo à submissão de Comunicaçõesadiantando-secomotemasgerais:.Patrimónios,paisagensedesenvolvimentolocal;.Dinâmicassocioeconómicasemdiferentescontextosterritoriais;.Politicaspúblicas,cooperaçãoedesenvolvimento.ApardeConferencias,MesasRedondaseApresentaçõesoCursoincluiráaindaespaçosdeDebateearealizaçãodeTrabalhodeCampo.TrabalhodeCampoOcursointegravisitasdeestudoondeserãoapresentadosedebatidostemasrelacionadoscomasdiferentes formasqueaspaisagenseospatrimóniosassumemnaárea fronteiriçaentrePortugaleEspanha(BeiraInterior).CréditosOCursodeVerãoserácreditadopelaUniversidadedeSalamancaCoordenaçãoRuiJacinto,MaríaIsabelMartínJiménezOrganizaçãoCentrodeEstudosIbéricos

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XIXºCursodeVerãoNovasfronteiras,outrosdiálogos:cooperaçãoedesenvolvimento

1-6dejulhode2019

ProgramaGeral

1deJulho–Segunda-feira(Coimbra:FaculdadedeLetrasdaUniversidadedeCoimbra)10.30horas-Abertura11.00horas–Leiturasdoterritório:viagensaquémealémfronteiras13.00horas–Almoço14.30horas-RotaIbéricaI.RoteiroNamoreano:Coimbra,acidadeeseuentorno2deJulho–Terça-feira8.00horas-RotaIbéricaII.RoteiroNamoreano:Coimbra-Monsanto;oLitoraleoInteriordo

CentrodePortugal3deJulho–Quartafeira(Guarda)9.15horas–Abertura9.30horas-Mesa1.Patrimónios,paisagensedesenvolvimentolocal11.30horas-SessõesParalelas 1.Patrimónios,paisagensedesenvolvimentolocal 2.Dinâmicassocioeconómicasemdiferentescontextosterritoriais13.00horas–Almoço14.30horas-SessõesParalelas 3.Dinâmicassocioeconómicasemdiferentescontextosterritoriais16.30horas-Mesa2.Idiomasminoritáriosefalaresdefronteira4deJulho–Quintafeira8.00horas-RotaIbéricaIII.DiálogosTransfronteiriços:paisagensefalaresdefronteira5deJulho–Sextafeira(Guarda)9.30horas-Mesa3.Cooperaçãoedesenvolvimento:novasfronteiras,outrosdiálogos10.30horas-Mesa4.Cidadesedesenvolvimentourbano(I)12.15horas-Conferência13.00horas–Almoço14.30horas–Mesa5.Cidadesedesenvolvimentourbano(II)16.30horas-Forum:AsNovasGeografiaseosdesafiosterritoriaisnocontextoIbérico:temas

paraumaagenda18.30horas–“Salamanca-Coimbra,espejodelconocimiento“:documentárioproduzidopela

RadioTelevisióndeCastillayLeón–CyLTV);apresentaçãoedebatecomosrealizadores

6deJulho–Sábado8.00horas-RotaIbéricaIV.AsPaisagens,PatrimóniosdaHumanidade:BeiraTransmontana

eValedoDouro

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RotasIbéricas:Andar,Ver,Conhecer

I.RoteiroNamoreano:Coimbra,acidadeeseuentorno(Coimbra–Taveiro–Condeixa–Conímbriga–SerradeSicó-Coimbra)

II.RoteiroNamoreano:Coimbra-Monsanto;oLitoraleoInteriordoCentrodePortugal(Coimbra-Pedrogão-Sertã-CasteloBranco-Idanha-a-Velha-Monsanto-Guarda)

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III.DiálogosTransfronteiriços:paisagensefalaresdefronteira(Guarda-Belmonte–Sortelha–Quadrazais–Foios–Navesfrias–Rebollar-CidadeRodrigo-

VilarFormoso-Guarda)

IV.AsPaisagens,PatrimóniosdaHumanidade:BeiraTransmontanaeValedoDouro(Guarda-Marialva–Longroiva–VilaNovadeFozCôa–Trancoso–Celorico-Guarda)

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PROGRAMA

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1deJulho–Segunda-feiraCoimbra:FaculdadedeLetrasdaUniversidadedeCoimbra10.30horas-Abertura11.00horas–LeiturasdoTerritório:viagensaquémealém-fronteiras

Moderação:ManuelSantosRosa(UniversidadedeCoimbra)

. Leituras do Território a partir da cidade da Praia (CV) – Judite Nascimento (Reitora da

UniversidadedeCaboVerde). Atividade de campo, paisagem e interdisciplinaridade. Brejos dos Cariris Novos. CE. -

Bartolomeu Israel de Souza (PPGG-UFPB); Rafael A. Xavier (Depto. Geografia daUEPB);RubensQueiroz(DepartamentoDSE-UFPB);PedroVianna(PPGG/UFPB);DirceSuertegaray(POSGEA-UFRGSePPGGUFPB)

.Periferia,subúrbio,favela-JoséBorzacchiellodaSilva(UniversidadeFederaldoCearáePUC-Rio)

13.00horas–Almoço14.30horas-RotaIbéricaI.RoteiroNamoreano:Coimbra,acidadeeseuentorno

(Coimbra–Condeixa–Conímbriga–SerradeSicó-Coimbra)2deJulho–Terça-feira8.00horas-RotaIbéricaII.RoteiroNamoreano:deCoimbraaMonsanto;oLitoraleoInterior

doCentrodePortugal(Coimbra-Pedrogão-Sertã-Proença-CasteloBranco-Idanha-a-Velha-Monsanto-

Guarda)

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3deJulho–QuartafeiraGuarda:BibliotecaMunicipalEduardoLourenço9.15horas–Abertura9.30horas-Mesa1.Patrimónios,paisagensedesenvolvimentolocal

Moderação: Lúcio Cunha (Universidade de Coimbra); Maria Isabel Jimenez

(UniversidadedeSalamanca).Amazônia:Conceito,PaisagemeRegião-JoséAldemirdeOliveira(UniversidadeFederaldo

Amazonas). Ferrovia e Caráter da Paisagem no Norte do Paraná - Humberto Yamaki (Universidade

EstadualdeLondrinaLaboratóriodePaisagem). Políticas Públicas eGestãodeResíduos Sólidos emPortugal emBuscade Subsídiospara

Fundamentar a Análise da Situação da Cidade de Porto Velho - Rondónia,Comparando ao Caso de Coimbra - PT - Maria Madalena Ferreira; Lúcio Cunha(UniversidadedeCoimbra-CEGOT)

.OusodosrecursosnaturaisdaFlorestaSagradadeChirindzene:ameaçaseoportunidadesparaodesenvolvimentolocal-FranciscaLudovinaSalomaoLanga;ArsénioMilharesMatino(UniversidadePedagógicadeMaputo)

.AmúsicanoritualenoritodaEncomendaçãodasAlmasnaregiãotransfronteiriçadeGuarda- Salamanca - Rosário Santana, Helena Santana (Instituto Politécnico da Guarda;UniversidadedeAveiro)

11.30horas–SessõesParalelas1.Patrimónios,paisagensedesenvolvimentolocal(I)(Local:SedeCEI)

Moderação:PauloBarracosa(IPViseu)

.Paisagem,LugareMemória:aPequenaÁfricaCarioca-LeiladeOliveiraLimaAraujo(Grupo

depesquisaETHOS,UniversidadeFederalFluminense–UFF). As paisagens culturais como leitura do território. O caso da Sardegna -Manuela Delrio

(UniversitàdiSassari). Paisagens costeiras e o turismo em Inhambane (Moçambique) - Nicole Agostinha dos

Muchangos(UniversidadedeAveiro).Opapeldas ruínasnacriaçãoemanutençãonarededasAldeiasHistóricasdePortugal -

MariaJoãoCostaGregório(MunicípiodeTrancoso). Monumento Histórico “Forte Real Príncipe da Beira”, um patrimônio indutor de

desenvolvimento local (DLIS) - Marta Pereira Alexandria (Universidade Federal deRondônia)

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1.Patrimónios,paisagensedesenvolvimentolocal(II)(Local:BMEL)

Moderação:LuisAlfonsoHortelanoMínguez(UniversidadedeSalamanca)

. Características do Ambiente Climático no sul do Brasil - Fernanda Gonçalves Rocha(UniversidadeFederaldeCampinaGrande-UniversidadedeCoimbra)

.AEngenhariacomoFerramentadeTransformaçãoSocialeSustentávelemPortoVelho/Ro,oFiltrodeBaldePlástico-VeraLúciadeAlmeida;LumaDamondeOliveiraMelo;DiegoAraújo Pereira da Silva; Iego Izel da Costa; Natália de Souza Neves (São LucasEducacionalal)

.MarketingVerde e ProcessodeDecisãodeComprade 320AcadêmicosdeGeografia daUniversidade Estadual do Ceará - Ricardo Cesar de Oliveira Borges (Faculdade TerraNordeste(FATENE);FaculdadedasAméricas(FADAM))

.PatrimônioGenéticoNatural:EstudodoGermoplasmaVegetalAtravésdaBiometriadoFrutoeSementedeIngáEdulisMart-AndréVilhenadeOliveira;NidianeNascimentoVilhena;ValdeniseSilvadaCosta(InstitutoFederaldeEducação,CiênciaetecnologiadoAmazonas–IFAM)

13.00horas–Almoço14.30horas–SessõesParalelas2.Dinâmicassocioeconómicasemdiferentescontextosterritoriais(I)(Local:SedeCEI)

Moderação:ValentinCabero(UniversidadedeSalamanca)

.AEngenhariacomoFerramentadeTransformaçãoSocialaCaixinhaFeitacomResíduosqueTemTransformadoaVidadasMulheresEstudantesemPortoVelho/RO-VeraLúciadeAlmeida;LumaDamondeOliveiraMelo(SãoLucasEducacional)

.VariáveisdocontextosociofamiliarpreditivasdaIndisciplinaEscolarPercecionadaporAlunos-FernandoManuelVideiradosSantos(CentrodeEstudosInterdisciplinaresdoSéculoXXdaUniversidadedeCoimbraedoInstitutoPolitécnicodeViseu)

.EmílioRelvas,um“ingénuoinvoluntário”-ConceiçãoCordeiro(EscolaSuperiordeEducaçãoeCiênciasSociais,PolitécnicodePortalegre)

.Revisitaçõesgeográficasdaliteraturaneorrealista.ReleiturasdeAlvesRedolnocontextodasdinâmicasterritoriaiscontemporâneasemPortugal-AnaMariaCortezVazeJoãoLuísJesusFernandes(CEGOT/FLUCeCEISXX)

. Literatura de Cordel – da Marginalidade ao Esquecimento - Daniela Maria Vaz Daniel(AgrupamentodeEscolasAfonsodeAlbuquerque)

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2.Dinâmicassocioeconómicasemdiferentescontextosterritoriais(I)(Local:BMEL)

Moderação:RuiJacinto(CEGOT-CEI)

.AProduçãodeHabitaçõescomoMotordoDesenvolvimentoLocal:oProgramaMinhaCasaMinhaVidanaÁreaMetropolitanadeBrasília(BR)-JoesleyDourado(UniversidadedeBrasília-UnB)

.AsCoexistênciasdaQuestãoAgráriaBrasileira:UmaAnálisedoMercadodeTerrasAgrícolasedaViolênciasnoestadodoMaranhão–MA-RonaldoBarrosSodré;JoséSampaiodeMattosJúnior(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

.Contributosparaadefiniçãodaagriculturacomoprodutoturístico-DoraFerreira&JoséM.SáchezMartín(UniversidadedeExtremadura)

.Ambiente,identidadeedespovoamentonaSerradeSicó-GiampietroMazza(UniversitàdiSassari)

.PotencialidadeseDesafiosdoDesenvolvimentoLocalAtravésdoTurismoCriativonoEstadodaBahia–Brasil–IolandaSoaresdeBarros(UniversidadeSalvador)

.AQuestãoCampo-Cidade:dinâmicaurbanae ruralnomunicípiodeSãoLuís–MA- JoséSampaiodeMattosJunior;IgorBrenoBarbosadeSousa;JéssicaNevesMendes;ItaandeJesusPastorSantos(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

16.00horas-Mesa2.Idiomasminoritáriosefalaresdefronteira(AnoInternacionaldasLínguasIndígenas(IYIL2019),lançadopelaUNESCO.Evocação)

Moderação:PedroSerra(UniversidadedeSalamanca)

.Daoralidadeparaaescrita:personagensindígenasnaliteraturanoAmazonas-RitaBarbosa

deOliveira(UniversidadeFederaldoAmazonas). Falar cabo-verdianoeportuguês: EducaçãoBilingueemCaboVerdee nadiáspora -Ana

JosefaCardoso(CLUNL-FCSH–UniversidadeNovadeLisboa).LenguasindígenasyminorizadosenIberoamérica:Desafíosparalarevitalizaciónlingüística

a propósito del Año Internacional de Las Lenguas Indígenas - Carla Amorós Negre(Depart.deLínguaEspanholaUniversidadedeSalamanca)

.LínguaseHistória(s)deFronteira–IsabelSantos;CristinadosSantosPereiraMartins;IsabelPereira(UniversidadedeCoimbra)

18.30 horas - Lançamento do Livro “Novas fronteiras, outros diálogos: Cooperação eDesenvolvimentoTerritorial”(ColeçãoIberografiasNº36)

4deJulho–Quintafeira8.00horas-RotaIbéricaIII.DiálogosTransfronteiriços:paisagensefalaresdefronteira(Guarda-Belmonte–Sortelha–Quadrazais–Foios–Navesfrias–Rebollar-CidadeRodrigo-

VilarFormoso-Guarda)

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5deJulho–SextafeiraGuarda:BibliotecaMunicipalEduardoLourenço

9.30horas–Mesa3.Cooperaçãoedesenvolvimento:novasfronteiras,outrosdiálogos

Moderação:MariaIsabelJimenez(UniversidadedeSalamanca)

.AarteeaculturaFlamenganascortesdeD.CatarinaedeD.JoanadeÁustria:Mecenato

régio, político-religioso feminino, entre os Avis e os Habsburgo - Pedro M. Tavares,FernandoA.B.Pereira,SofiaS.Guilherme(CIEBA,CHAIA)

.BrasilePortugal,DuasRotasdeDemocratizaçãoeDesenvolvimentonoMundoLusófono-FranciscoJoséAraujo(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

. Estrutura da Diplomacia Cultural Brasileira (2011-2016) - Cristiane Marques de Oliveira (UniversidadedeCoimbra)

10.30horas-Mesa4.Cidadesedesenvolvimentourbano(I)

Moderação:VitorAmaral(VereadordaCâmaraMunicipaldaGuarda)

.Acidadecomocampodoconhecimentopedagógico-CarlosAugustodeAmorimCardoso(UniversidadeFederaldaParaíba–UFPB)

.DinâmicaeArticulaçãoComercialdaCidadeFronteiriçadePontaPorãnaRedeUrbanadoEstadodeMatoGrossodoSul-Brasil-WalterGuedesdaSilva(UniversidadeFederaldoCeará)

.Pelageoconvivencialidadenametrópole:olugardamulhernegranoespaçopúblicocarioca-DéboraSantanadOliveira(Ethos/Geografia/UFF)

. Intervenções Urbanas: embates e desafios no campo do patrimônio cultural - DéboraMachadoVisini(Unicamp-UniversidadeEstadualdeCampinas)

.RecomendaçãosobreaPaisagemUrbanaHistórica:umexercíciodemapeamento-JoanaCapeladeCampos(UniversidadedeCoimbra)

12.00horas–Conferência.DeTrancosoàToscânia:portuguesesemItálianaprimeirametadedeQuatrocentos–Rita

CostaGomes(TowsonUniversity)13.00horas–Almoço

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14.30horas–Mesa5.Cidadesedesenvolvimentourbano(II)Moderação:RuiJacinto(CEGOT–CEI)

.GeografiaSocialCríticadosCommons:aConvivialidadeMetropolitana-IvaldoGonçalvesde

Lima(UniversidadeFederalFluminense). Novo contorno da área PatrimónioMundial da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia:

reposição de um direito ou adição de um valor? - Joana Capela de Campos e VítorMurtinho(UniversidadedeCoimbra)

. Arquitetura Eclética Manauara - Otoni Moreira de Mesquita (Universidade Federal doAmazonas)

.AproduçãoespacialdosCentrosComerciaisemFortaleza(Brasil)àluzdosprocessosglobaisde metropolização - Tiago Estevam Gonçalves; José Borzacchiello da Silva (InstitutoFederaldeEducação,CiênciaeTecnologiadoCeará;UniversidadeFederaldoCeará)

16.00horas-Forum:AsNovasGeografiaseosdesafiosterritoriaisnocontextoIbérico:temas

paraumaagenda

Moderação:RuiJacinto(CEGOT–CEI);ValentinCabero(UniversidadedeSalamanca)18.30horas–“Salamanca-Coimbra,espejodelconocimiento“:documentárioproduzidopela

Radio Televisión de Castilla y León – CyLTV); apresentação e debate com apresençadosrealizadores

(TeatroMunicipaldaGuarda-CaféConcerto)6deJulho–Sábado8.00horas-RotaIbéricaIV.AsPaisagens,PatrimóniosdaHumanidade:BeiraTransmontana

eValedoDouro(Guarda-Marialva–Longroiva–VilaNovadeFozCôa–Trancoso–Celorico-Guarda)

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RESUMOS

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Índice

0.LeiturasdoTerritório:viagensaquémealém-fronteiras

. Leituras do Território a partir da Cidade da Praia (CV) – Judite Nascimento (Reitora daUniversidadedeCaboVerde)

. Atividade de campo, paisagem e interdisciplinaridade. Brejos dos Cariris Novos. CE. -Bartolomeu Israel de Souza (PPGG-UFPB);RafaelA. Xavier (Depto.GeografiadaUEPB);RubensQueiroz(DepartamentoDSE-UFPB);PedroVianna(PPGG/UFPB);DirceSuertegaray(POSGEA-UFRGSePPGGUFPB)

.Periferia,Subúrbio,favela-JoséBorzacchiellodaSilva(UniversidadeFederaldoCearáePUC-Rio)

1.Patrimónios,paisagensedesenvolvimentolocal.Amazônia:Conceito,PaisagemeRegião-JoséAldemirdeOliveira(UniversidadeFederaldo

Amazonas). Ferrovia e Caráter da Paisagem no Norte do Paraná - Humberto Yamaki (Universidade

EstadualdeLondrinaLaboratóriodePaisagem)

. Políticas Públicas eGestãodeResíduos Sólidos emPortugal emBuscade SubsídiosparaFundamentaraAnálisedaSituaçãodaCidadedePortoVelho-Rondónia,ComparandoaoCasodeCoimbra-PT-MariaMadalenaFerreira/LúcioCunha(UniversidadedeCoimbra-CEGOT

.OusodosrecursosnaturaisdaFlorestaSagradadeChirindzene:ameaçaseoportunidadespara o desenvolvimento local - Francisca Ludovina Salomao Langa; Arsénio MilharesMatino(UniversidadePedagógicadeMaputo)

.AmúsicanoritualenoritodaEncomendaçãodasAlmasnaregiãotransfronteiriçadeGuarda-Salamanca-RosárioSantana(InstitutoPolitécnicodaGuarda;UniversidadedeAveiro)

.Paisagem,LugareMemória:aPequenaÁfricaCarioca-LeiladeOliveiraLimaAraujo(GrupodepesquisaETHOS,UniversidadeFederalFluminense–UFF)

. As paisagens culturais como leitura do território. O caso da Sardegna -Manuela Delrio(UniversitàdiSassari)

. Paisagens costeiras e o turismo em Inhambane (Moçambique) - Nicole Agostinha dosMuchangos(UniversidadedeAveiro)

.Opapeldas ruínasnacriaçãoemanutençãonarededasAldeiasHistóricasdePortugal -MariaJoãoCostaGregório(MunicípiodeTrancoso)

. Monumento Histórico “Forte Real Príncipe da Beira”, um patrimônio indutor dedesenvolvimento local (DLIS) - Marta Pereira Alexandria (Universidade Federal deRondônia)

. Características do Ambiente Climático no sul do Brasil - Fernanda Gonçalves Rocha(UniversidadeFederaldeCampinaGrande/UniversidadedeCoimbra)

.AEngenhariacomoFerramentadeTransformaçãoSocialeSustentávelemPortoVelho/RO,oFiltrodeBaldePlástico-VeraLúciadeAlmeida;LumaDamondeOliveiraMelo;DiegoAraújoPereiradaSilva;IegoIzeldaCosta;NatáliadeSouzaNeves(SãoLucasEducacional)

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.MarketingVerde e ProcessodeDecisãodeComprade 320AcadêmicosdeGeografia daUniversidade Estadual do Ceará - Ricardo Cesar de Oliveira Borges (Faculdade TerraNordeste(FATENE);FaculdadedasAméricas(FADAM))

.PatrimônioGenéticoNatural:EstudodoGermoplasmaVegetalAtravésdaBiometriadoFrutoeSementedeIngáEdulisMart-AndréVilhenadeOliveira/NidianeNascimentoVilhena/ValdeniseSilvadaCosta(InstitutoFederaldeEducação,CiênciaetecnologiadoAmazonas–IFAM)

2.Dinâmicassocioeconómicasemdiferentescontextosterritoriais.AEngenhariacomoFerramentadeTransformaçãoSocialaCaixinhaFeitacomResíduosque

TemTransformado aVidadasMulheres Estudantes emPortoVelho/RO-Vera Lúcia deAlmeida;LumaDamondeOliveiraMelo(SãoLucasEducacional)

.VariáveisdocontextosociofamiliarpreditivasdaIndisciplinaEscolarPercecionadaporAlunos-FernandoManuelVideiradosSantos(CentrodeEstudosInterdisciplinaresdoSéculoXXdaUniversidadedeCoimbraedoInstitutoPolitécnicodeViseu)

.EmílioRelvas,um“ingénuoinvoluntário”-ConceiçãoCordeiro(EscolaSuperiordeEducaçãoeCiênciasSociais,PolitécnicodePortalegre)

.Revisitaçõesgeográficasdaliteraturaneorrealista.ReleiturasdeAlvesRedolnocontextodasdinâmicasterritoriaiscontemporâneasemPortugal-AnaMariaCortezVazeJoãoLuísJesusFernandes(CEGOT/FLUCeCEISXX)

. Literatura de Cordel – da Marginalidade ao Esquecimento - Daniela Maria Vaz Daniel(AgrupamentodeEscolasAfonsodeAlbuquerque)

.AProduçãodeHabitaçõescomoMotordoDesenvolvimentoLocal:oProgramaMinhaCasaMinhaVidanaÁreaMetropolitanadeBrasília(BR)-JoesleyDourado(UniversidadedeBrasília-UnB)

.AsCoexistênciasdaQuestãoAgráriaBrasileira:UmaAnálisedoMercadodeTerrasAgrícolasedaViolênciasnoestadodoMaranhão–MA-RonaldoBarrosSodré; JoséSampaiodeMattosJúnior(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

.Contributosparaadefiniçãodaagriculturacomoprodutoturístico-DoraFerreira&JoséM.SáchezMartín(UniversidadedeExtremadura)

.Ambiente,identidadeedespovoamentonaSerradeSicó-GiampietroMazza(UniversitàdiSassari)

.PotencialidadeseDesafiosdoDesenvolvimentoLocalAtravésdoTurismoCriativonoEstadodaBahia–Brasil–IolandaSoaresdeBarros(UniversidadeSalvador)

.AQuestãoCampo-Cidade:dinâmicaurbanae ruralnomunicípiodeSãoLuís–MA- JoséSampaiodeMattosJunior;IgorBrenoBarbosadeSousa;JéssicaNevesMendes;ItaandeJesusPastorSantos(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

3.Cooperaçãoedesenvolvimento:novasfronteiras,outrosdiálogosAarteeaculturaFlamenganascortesdeD.CatarinaedeD.JoanadeÁustria:Mecenatorégio,

político-religiosofeminino,entreosAviseosHabsburgo-PedroM.Tavares,FernandoA.B.Pereira,SofiaS.Guilherme(CIEBA,CHAIA)

Brasil e Portugal, Duas Rotas de Democratização e Desenvolvimento noMundo Lusófono-FranciscoJoséAraujo(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

Estrutura da Diplomacia Cultural Brasileira (2011-2016) - Cristiane Marques de Oliveira (UniversidadedeCoimbra)

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4.Cidadesedesenvolvimentourbano

A cidade como campodo conhecimentopedagógico -CarlosAugustodeAmorimCardoso(UniversidadeFederaldaParaíba–UFPB)

DinâmicaeArticulaçãoComercialdaCidadeFronteiriçadePontaPorãnaRedeUrbanadoEstadodeMatoGrossodoSul-Brasil -WalterGuedesdaSilva (UniversidadeFederaldoCeará)

Pelageoconvivencialidadenametrópole:olugardamulhernegranoespaçopúblicocarioca-DéboraSantanadOliveira(Ethos/Geografia/UFF)

Intervenções Urbanas: embates e desafios no campo do patrimônio cultural - DéboraMachadoVisini(Unicamp-UniversidadeEstadualdeCampinas)

Recomendação sobre a PaisagemUrbanaHistórica: umexercício demapeamento - JoanaCapeladeCampos(UniversidadedeCoimbra)

GeografiaSocialCríticadosCommons:aConvivialidadeMetropolitana-IvaldoGonçalvesdeLima(UniversidadeFederalFluminense)

Novo contorno da área Património Mundial da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia:reposiçãodeumdireitoouadiçãodeumvalor?-JoanaCapeladeCamposeVítorMurtinho(UniversidadedeCoimbra)

Arquitetura Eclética Manauara - Otoni Moreira de Mesquita (Universidade Federal doAmazonas)

In the lightof global processesofmetropolization: the spatial productionof the shoppingcentresinFortaleza,Brazil-TiagoEstevamGonçalves;JoséBorzacchiellodaSilva(InstitutoFederaldeEducação,CiênciaeTecnologiadoCeará;UniversidadeFederaldoCeará)

Idiomasminoritáriosefalaresdefronteira(AnoInternacionaldasLínguasIndígenas(IYIL2019),lançadopelaUNESCO.Evocação)

.Daoralidadeparaaescrita:personagensindígenasnaliteraturanoAmazonas-RitaBarbosadeOliveira(UniversidadeFederaldoAmazonas)

.LenguasindígenasyminorizadosenIberoamérica:DesafíosparalarevitalizaciónlingüísticaapropósitodelAñoInternacionaldeLasLenguasIndígenas-CarlaAmorósNegre(Depart.deLínguaEspanholaUniversidadedeSalamanca)

.LínguaseHistória(s)deFronteira–IsabelSantos;CristinadosSantosPereiraMartins;IsabelPereira(UniversidadedeCoimbra)

. Falar cabo-verdianoeportuguês: EducaçãoBilingueemCaboVerdee nadiáspora - AnaJosefaCardoso(CLUNL-FCSH–UniversidadeNovadeLisboa)

Conferência

.DeTrancosoàToscânia:portuguesesemItálianaprimeirametadedeQuatrocentos–RitaCostaGomes(TowsonUniversity)

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LeiturasdoTerritórioapartirdaCidadedaPraia(CV)

JuditeNascimento(ReitoriadaUniversidadedeCaboVerde)

ApresentecomunicaçãotemcomoobjetivoapresentaralgumasleiturassobreoterritóriodacidadecapitaldoArquipélagodeCaboVerde,aPraia.Apresentaremosumaleiturasobrearelaçãodohomemcomo espaçoda cidade, numaperspetiva diacrónica,mas igualmentefalaremosdasformasdeusoeocupaçãodoterritório,comexemplosdoefeitomultiplicadordealgumasatividadessobreatransformaçãodoespaço.Finalmentetraçaremosumretratoda cidade, abordando a relativização dos fenómenos em função da escala de análise. Osconceitos de base serão: território, territorialidade, desenvolvimento urbano, crescimentourbano,urbanidadeeefeitodevizinhança.Ametodologiautilizadaéaobservaçãodiretaearepresentaçãoemimagens.

Palavras-chave:Território,Territorialidade,urbanidadeeefeitodevizinhançainterdisciplinar

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Atividadedecampo,paisagemeinterdisciplinaridade.BrejosdosCaririsNovos.CE.

BartolomeuIsraeldeSouza(PPGG-UFPB)

RafaelA.Xavier(Depto.GeografiadaUEPB)

RubensQueiroz(DepartamentoDSE-UFPB)

PedroVianna(PPGG/UFPB)

DirceSuertegaray(POSGEA-UFRGSePPGGUFPB)

OpresentetextoconstituiumanarrativaelaboradaatravésdeumpercursoemparceladobiomacaatingaNE/BR.Éprodutodeumtrabalhodecamporealizadodeformainterdisciplinarcomoobjetivodeexplicitardeformaintegradaasdiferentespaisagensquecaracterizamotransecto em análise. Trata-se de um estudo de síntese, produto de um processo deconstrução interdisciplinar, objetivando a construção de uma análise a partir do conceitogeográficodepaisagem.Paratanto,otextoassociaaimagem(fotografia)seja,deconjunto,seja,departicularidades,individualidades,deformaatornarestanarrativamaisdidática,umavezque,poderáserutilizadaemníveisdeensinoesetoresdascomunidadesparaalémdaacademia.Aperguntaquefoiestruturaparaafinalidadedestapesquisaé:quaisoscondicionamentosfísicos/naturaisqueassociadosexplicamapresençanaChapadadoAraripe,deumavertenteseca (no estado de PE) em contraposição a uma vertente úmida no estado do Ceará,configurando-senesteestado,umapaisagemsingular,reconhecidacomobrejo,localizadanosCariris Novos (CE)? Do percurso total, foi selecionado um transecto representativo dadiferenciaçãopaisagísticadeumladoedeoutrodaChapadadoAraripe,nafronteiraentreaParaíba,PernambucoeCeará.Metodologicamente o ponto de partida é a observação da paisagem e a subsequentedescrição dos elementos selecionados para sua análise, tomando como referência aobservaçãoemcampoemconfrontocomaspesquisasjáelaboradasnaárea,noquesereferea geologia, geomorfologia, biogeografia, hidreogerografia, botânica e geografia. A análiseespacialfoisustentadaporprodutoscartográficoselaboradosemambienteSIG,comoperfistopográficosemapadedeclividade.Paraconstruirestanarrativa foiescolhidoumeixodeobservação,ouseja,umtransectonaChapadadoAraripe,entreosmunicípiosdeExu(PE)eCrato(CE),deaproximadamente45Km,enadireçãoSOàNE.Paraanálisedasdiferençasobservadasemumeoutroladodavertenteaanálisepartiudapaisagemcomoumconceitoquepermiteaexplicaçãoatravésdaconectividadeentreseuscomponentes,ouseja,apaisagemésempreobservada/ourepresentadacomoumconjuntodeelementosconstitutivos.Nãosetratadedescreverapaisagemsomenteenquantoforma,mas, de compreender sua gênese e funcionalidade. Como resultado discorre-se sobre apresença ao longo do transecto de diferentes paisagens. Para esta diferenciação o perfiltopográficofoidividoem4setores:vertenteseca,topo,vertenteúmidaedepressão.

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O Critério para divisão destes setores foi a altimetria. São eles:1 setor: entre 500-900m,denominado de encosta seca com presença de luvisolocrômico e cobertura vegetal deCaatinga;2setor:Topoentre900e950msecaracterizapelapresençadelatossolosobreoarenitoExu,dopontodevistadacoberturavegetalapresentavegetaçãodeCarrasco,Cerradoe Cerradão; 3 setor: entre 950 e 450m caracteriza-se pela presença daMata Úmida (deencosta), com presença de espécies daMata Atlântica e da Floresta Amazônica; 4 setor;altitudesinferioresa450mconstituiaáreadadepressãocompresençadeCaatinga.Enfatiza-seaanáliseemrelaçãoavertentesecaeavertenteúmida,denominadanestecasodebrejo(áreas úmidas), associando essa diferenciação de um lado a uma estrutura sedimentarsoerguidaindicandoprocessosdebasculamentocomsuaveinclinaçãoparaosentidoSOàNEno ladodoCeará,deoutroascondiçõesposicionaisdasvertentesemrelaçãoàcirculaçãoatmosférica,maisespecificamenteaaçãodovento(barlavento-sotavento).Estesconstituemosfenômenosfundantesdacirculaçãodeágua,sobretudoasubterrânea,epromovemumapresençaabundantedefontesd’águanavertenteabarlavento,resultandocaracterísticasdiferenciadasdeconstituiçãodesolosecoberturavegetal,mataúmida,emrelação a vertente oposta àquela compresença de caatinga na encosta. Tal característicaadicionamaiscomplexidadeaocorrênciadosBrejosexistentesnosemiáridobrasileiro,indoalémdoscondicionantespluviométricosrelacionadosàtopografiaealtitudelocais.Emoutraspalavras,asáreasúmidas (Brejos)daChapadadoAraripeesuacorrespondentecoberturavegetal (Cerradão eMata Úmida) estão localizadas nas partesmenos elevadas da região,tendo sua gênese diretamente ligada ao controle geológico, onde a presença da águasuperficial é determinada pela formação de uma camada semi-impermeável.A formaçãodessesbrejos,consequentementedamaiordisponibilidadehídrica,porsuavezpromoveumaformadeocupaçãoeusodaterradiferenciada,expressanaconstituiçãoformaldapaisagem.

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Periferia,Subúrbio,Favela

JoséBorzacchiellodaSilva(UniversidadeFederaldoCearáePUC-Rio)

Oobjetivodo textoédiscutiros conceitosdePeriferia, SubúrbioeFavelanocontextodoprocessodeurbanizaçãobrasileiro.Os bairros mais distantes das áreas centrais das cidades brasileiras formam setores comdenominações diferenciadas que revelam a mesma realidade, seja subúrbio, periferia,arredores,cercaniasouarrabaldes.Todospossuemfortecargapejorativaeexpressamdeumaformaoudeoutra,omesmosentido–sãolugaresdistantes,destituídosdaquelesatributoscaracterísticos dos bairros conhecidos comonobres, ou de porções seletas da cidade. Serlonge,estardistante,nãosignificaserperiferia,sersubúrbio.Periferiapressupõesempreaexistênciadocentro.Oconceitodeperiferiaaplicadoaosestudos,interpretaçõeseanálisesdascidadesadquireumcarátersocial,perdendoseusentidogeométrico.Ocentrotendeasersempreosetormaisprestigiadodacidade,independentedesualocalização.Amodernizaçãodosetordetransportesampliouamalhadascidades,estendendosuaslinhasparaasáreasmaisrecônditas,desprovidasdeinfraestrutura,deequipamentosedeserviçosurbanos.OsenclavesdesegmentossociaismaispobresnoBrasilassociadoaoprocessodefavelizaçãocontrariamosignificadogeométricodoconceitodeperiferia.EmmuitoscasosaperiferiaestavanoCentro.NoBrasilasprimeirasfavelassurgiramnasimediaçõesdasáreascentrais. A favela expressa graves contrastes sociais e denuncia a ausência de políticaspúblicasvoltadasàhabitaçãoeaosserviçosessenciaiscomoosdeeducaçãoeodesaúde.Asfavelascresceramrápido,eempoucotempoestavampresentesempraticamentetodoterritóriodascidades.Oscondomíniosfechadosporsuavez,inauguraramumanovaformademorareaproximaramcomonunca,ocentrodaperiferia.Ummuro,apenasummurodividemundosdíspares,quantoàsoportunidadesdeacessoatodososserviços.Umalinhaseparacidadesdistintas.Eosubúrbio,comoentendê-loenquantoconceito?Fala-semaisemperiferiaqueemsubúrbio.Subúrbioouperiferia,nãoimporta,oqueseconstatanasáreasedificadasdascidadeséumarenhidaguerramudaentre lugares,sendoquealgunsforamperiferiaehoje aparecem como centro. Os condomínios fechados criam a cidade apartada, isolada,avessa à convivência. Na periferia e nos subúrbios a carência de serviços públicos geratambém setores que se isolam. Produz-se sob a égidedomercado cidades fragmentadas,partidas.

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Amazônia:Conceito,PaisagemeRegião

JoséAldemirdeOliveira(DepartamentodeGeografia,

UniversidadeFederaldoAmazonas-Brasil)

CompreendercomoseproduzolugarqueéhojeaAmazônia,leva-nosaolongocaminhoquecomeçaantesdacolonizaçãoevaiaosdiasatuais.Antespredominavaanaturezaqueforneciaonecessárioàreproduçãodavida.Nafasequesesegue,sãoerguidosmonumentosouruínastransformadosemespaçosestratégicosqueassumematributosdefronteiraesãoportadoresdeummododedominação,quesequerúnico,baseadonaexploraçãodosrecursosnaturaisedaspopulaçõesindígenas.A Amazônia pretérita era natureza, e a que se segue produção do espaço, moldada emdiferentesépocas,comoresultadodascondiçõesobjetivasdossujeitossociais.Assimsendo,para uma primeira regionalização considera-se as espacialidades produzidas a partir dasociedadeportadorademúltiplasreferênciasdetempos-espaços.Comoresultadopropõe-seaperiodizaçãodaAmazôniacomo:Indígena,Espanhola,PortuguesaeBrasileira.Abaseéosubstratodahistóriaqueresultaemespacialidadesetemporalidadesdiversasfragmentadas,antagônicasecomplementares,poisresultamda"práticaespacial".A segunda regionalização resulta daAmazônia comonatureza, como espaço político e deplanejamentoeconômicoqueexigemúltiploscaminhosmetodológicos,emborajásetenhaconsolidado o entendimento de sua delimitação. Pode-se considerar como dimensão danaturezaaextensãodabaciaamazônicaouda“provínciabotânica”,aflorestaequatorial,quecompreende a Pan-Amazônia e abrange nove países da América do Sul. Circunscritas aoespaço brasileiro, há a Amazônia Clássica como espaço político das grandes regiõesfisiográficas e aAmazônia Legal comoespaçodeplanejamentoeconômico voltadoparaodesenvolvimentoregional.Nãosetratadoantagonismonaturezaxsociedade,masdeconsiderarasdimensõeshumanasque produzem temporalidades múltiplas geradoras de espacialidades, não no sentido dasociabilidade exclusivamente humana, mas da superação de fatores que interagem noprocesso de conformação da região em que tudo é produzido, inclusive a natureza. OsesforçosacumuladosdaciênciaparaestabelecerparâmetrosaceitáveisparaadefiniçãodaAmazônia, não são capazes de dar conta de paisagens diversas e múltiplas sociedades.Conclui-se que a compreensão da Amazônia enquanto paisagem e região expressatemporalidadesdiversasdasociedade-naturezae,portanto,denotaperiodizaçãoqueresultadatotalidadeespaço-tempo.

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FerroviaeCaráterdaPaisagemnoNortedoParaná

HumbertoYamaki(UniversidadeEstadualdeLondrinaLaboratóriodePaisageml)

A paisagem do Norte do Paraná é resultante da aplicação sistemática de Decretos deColonizaçãoedeConcessãodeFerroviasapartirdoiniciodoséculoXX.OestudotratadocaráterdapaisagemaolongodostrilhosdaantigaCompanhiaFerroviáriaSãoPauloParaná-CFSPPnoNortedoParaná.TomacomobaseaPlantaGeraldaCiaFerroviáriaSãoPauloParaná(1928-32),elaboradapelaMacDonaldGibbs&Coengineers,comsedeemLondres.Oprojetodeduzentosesetequilômetroscontornaserras,atravessarios,fazendas,terradeposses e empreendimentos de companhias de colonização. No Decreto de Colonização(Decreto218/1907PR)eraprevistooparcelamentosistemáticodasterras,aimplantaçãodenúcleoscoloniaiscomnomínimocinquentalotesentrevinteecinquentahectares,sedeemlocalsalubre,viasdecomunicaçãoafimdefacilitarotransportedosprodutoscoloniais,entreoutros.Porsuavez,aConcessãodaFerroviaCFSPP(Decreto405/1928PR),previaaelaboraçãodeumRelatórioGeralcomaindicaçãodefertilidadedeterras,aexistênciadeterrasdevolutas,a possibilidade e conveniência do estabelecimento de núcleos coloniais, os pontos maisconvenientesparaasestaçõeseparadaseoscaminhosconvergentes.Módulosdeprojeto,umalinharetanaproximidadedeestações,raiosdecurvadenomínimocentoecinquentametrosedeclividadedenomáximo2%definiamascaracterísticasdotraçado.A leitura atual da paisagem ao longo dos trilhos permite identificar os componentes equalidades que definem fortemente seu caráter. Coincidem em parte com os lugaresrelatadoseregistradospelospioneirosdesdeaépocadecolonização.AsestruturasdaferroviaCFSPP e sua relação com a paisagem é pouco reconhecido porém possível recurso àsestratégiasdedesenvolvimentolocal.

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PolíticasPúblicaseGestãodeResíduosSólidosemPortugalemBuscadeSubsídiosparaFundamentaraAnálisedaSituaçãodaCidadedePortoVelho-Rondónia,

ComparandoaoCasodeCoimbra-PT

MariaMadalenaFerreira(UniversidadedeCoimbra-CEGOT)

LúcioCunha(UniversidadedeCoimbra-CEGOT)

Este resumo apresenta breves notas sobre a Gestão dos RSU em Portugal, visando“compreender”comoPortugalerradicouaslixeirasacéuabertoexistentesatéadécada1990,identificarosinstrumentoslegaiseestratégiasutilizadaseatoresdamudançadoparadigmaLixeira-Aterro;eevoluçãoaolongodotempoecomofoiaimplantaçãodacoletaseletivaereciclagem. Os resultados desta leitura servirão como subsídios para compreendermos aPoliticaNacional dos Resíduos Sólidos noBrasil, Lei 12.305/2010, utilizando como recorteinterpretativoascidadesdeCoimbra-PTePortoVelho-Rondónia-Brasil.Aperguntaaserrespondidanesteestudoserá:quaisascondicionantesquefavoreceramosucesso(ounão)dapolíticapublicaportuguesa.PortugaltemcomoMarcoLegaloprimeiroPERSUaprovadoem1997,seguidosdoPERSUII(20072016)eoPERSU2020(2014-2020).OPERSUIfoio“impulsionadordaimplantaçãodosaterroscontrolados”paraaerradicaçãototaldaslixeirasacéuaberto.Emseisanos,quandoforamerradicadasas341lixeirasexistentesaté então em Portugal; este plano mudou o comportamento da população quanto àdestinação final e prática da separação e reciclagem; abriu caminho para a valorizaçãoenergéticadafraçãoreciclável.Aootimizarosistemaderecolhaobrigouogerador-poluidorarepensarodestinofinaldosresíduos,arealizaracoletaseletivaemcasaeausardeformasistemática os ecopontos e ecocentros (situação ainda em consolidação). O PERSU II foielaboradoapartirdaavaliaçãodoprimeiroem2005,quandoosindicadoresapontaramparaintensificar a fiscalização sobre os aterros. Este incorporou as diretrizes da Diretivanº1999/31/CEde26/abril,queexigiadiminuiradeposiçãodosresíduosbiodegradáveisematerrosetambémasorientaçõesdoProtocolodeQuiotoeasdiretrizesdoPNACnº014/06.Asnovasatribuiçõesexigiramareorganizaçãodossistemasoperacionaismunicipais.Em1997existiam 40 sistemas a operar em Portugal Continental, passando para 29 regiões e sub-regiõesousubsistemas:Norte,Centro,LisboaeValedoTejo,Alentejo,Algarve.O PERSU2020orienta para a prevenção, tratamento, educação e reciclagem, comvista àerradicaradeposiçãodiretaderesíduosematerrosaté2030eorientaparaaperceçãodo“resíduocomorecurso”valorizandoa“economiacircular”;umnovoconceitoquesugerequenosprocessosprodutivos,gerempoucosresíduosenofinaldavidaútildoproduto,sejamreincorporadosànaturezacommenorimpactoambientalpossível.

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OUsodosRecursosNaturaisdaFlorestaSagradadeChirindzene:AmeaçaseOportunidadesparaoDesenvolvimentoLocal

FranciscaLudovinaSalomaoLanga

(UniversidadePedagógicadeMaputo)ArsénioMilharesMatino

(UniversidadePedagógicadeMaputo)

A floresta Sagrada de Chirindzene é uma área de conservação da diversidade florísticafundamentadaporrazõesespirituaisesagradas.Aárealocaliza-senoDistritodeXai-XainaprovínciadeGazaemMoçambique.Hámaisde100anosqueas crençasmítico-religiosaspermeiam o imaginário da comunidade local e tem contribuído para a conservação dosrecursosnaturaisdafloresta.Porém,verifica-seque,nasúltimasdécadaselasvêmperdendoa sua força, o que é evidenciado pela redução da área da floresta devido ao avanço daagriculturaeextraçãodemadeiraelenha.Nessesentido,torna-seurgenteaadoçãodemedidasadicionaisquefavoreçamaproteçãodafloresta e aproveitamento das oportunidades que dela podem advir. A partir da pesquisabibliográfica,entrevista,pesquisadocumentaleaobservaçãolevantamoselementosquenospermitiram identificar as principais ameaças e oportunidades. Assim, diante do usoincontrolado dos recursos da floresta e da sua redução sugere-se o desenvolvimento deiniciativasquepermitamavalorizaçãodaáreaparaoecoturismo,turismoculturalecientífico,e incentivosnaagriculturaparaporum ladobeneficiaremaprotecçãodas florestaseporoutro,garantirosustentoacomunidadelocal.Palavras-chave:recursosnaturais,florestasagrada,áreasdeconservaçãoedesenvolvimentolocal.

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AMúsicanoRitualenoRitodaEncomendaçãodasAlmasnaRegiãoTransfronteiriçadeGuarda/Salamanca

RosárioSantana

(InstitutoPolitécnicodaGuarda)

Apoiadaemprofundascrençasdecarizreligioso,aEncomendaçãodasAlmasapresenta-senosdoisladosdafronteiraPortuguesaeEspanholasustentadaemrituaisquesenosafiguramdistintosmas,nasuaessência,iguais.Oconhecimentoerudito,apoiadonaciênciaeemfactosquereclamamaverificaçãoexaustivadedadosusandométodosempíricoseexperimentais,comprometemoacessoàriquezadanossaculturapopular,mormenteaquelaqueseapoiaemcrençasligadasaodivino.Nestesentido,esemesquecertodasaspesquisasetnomusicológicasdeMichelGiacomettiqueemmuitoenriquecemepreservamoespóliodanossamúsicatradicional,analisaremosoritualdeAmentarasAlmas,ouEncomendarasAlmas,presenteemcertasregiõesdonossoterritórioealém-fronteiranaregiãodeCastilhaeLeão,provínciadeSalamanca,apoiadosnaobradeLopes-Graça.Dereferirque,noqueconcerneapreservaçãodopatrimónioedamúsicapopularportuguesa,Lopes-Graçadestapa,na formacomoconcebeasuamúsicabaseadanostraçosdamúsicatradicionalportuguesa,ariquezadeumpatrimónioondeascrençaseodivinosejuntamparadar lugar a momentos de grande riqueza e profundidade dramática e musical. Assim,propomo-nosanalisarumconjuntodepeçasqueseinspiramnesteritualqueseefetuanumaépocamuitoespecificadocalendáriolitúrgicoereligioso,aEncomendçãodasAlmas.LopesGraça,apoiadonacançãopopularportuguesa,realizanasuaobraparaCoro,“OnzeEncomendaçõesdasAlmas”,umreavivarerememorardetradiçõespopulares.Efetuaremosaindaumaanálisecomparativaentreosdoisrituaisnosdoisladosdafronteira,naregiãodaGuarda e de Salamanca, não deixando de elencar algumas das regiões e locais do nossoterritórioondeestatradiçãoestevebempresenteemdeterminadasépocasdanossahistória.

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Paisagem,LugareMemória:aPequenaÁfricaCarioca

LeiladeOliveiraLimaAraujo(GrupodepesquisaETHOS,Universidade

FederalFluminense-UFF)

O presente estudo analisa-se a "Pequena África Carioca", área onde hoje se localizam osbairrosdaGamboa,Saúde,SantoCristo,aCidadeNova,Estácio,Catumbi,Lapa,aPraçaMauáe uma parte de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Ao longo deaproximadamente três séculos, o Largode São FranciscodaPrainha, situadonobairrodaSaúde,foioPortodechegadadenegrasenegrosescravizadosoriundosdoCongoedeAngola.Tantonacondiçãodeescravizados,quantonadehomens"livres"etrabalhadoreslegadapelopós-abolição,esseshomensemulheres imprimiramaspectosdassuasrespectivasculturasaosespaçosporeleshabitado.Fatoque,comoacúmulodetempoaoespaço,imprimiunaspaisagensdosbairrosdaPequenaÁfrica,assignificaçõeseosvaloressimbólicosdogrupo,permitindo-nos,assim,falarsobreapaisagemdamemóriadesseslugares.Considerando a paisagem como o conjunto de formas que exprimem as herançasrepresentadasporsucessivas relações,entreohomemeanatureza,criadasemtemposemomentoshistóricosdiferentes,podemosassimmencionar,osexemplosdasreuniõeseosfestejosqueembalaramritmosancestrais,asmúsicas,areligiãoeaculinária.Istoposto,ao resgatarmose/ou recuperarmosamemóriado lugar,objetivamos,antesdetudo,ressignificaraimportânciadessesespaços,suapaisagemeoslugaresdememórianopresente-futuropormeiodoreconhecimentoedaatribuiçãodavisibilidadeelegitimidadeaolegadosocioespacialeculturaldeumafraçãodapopulaçãobrasileiraque,atéopresente,sofrereiteradastentativasdeinvisibilizaçãosocialporpartedostatusquodominante.Emnossacompreensãoamemórianãoéummerorecursoparaaexploraçãodopassado,massim,omeioondesedeuavivência.Recuperaramemóriadoslugareseoseurespectivopapelnascidadescontemporâneas,faz-senecessário,principalmentenoatualcontexto,quedenotaa intensificação dos lugares hierarquizados conforme os interesses da racionalidadehegemônica,qualseja,porlógicaseconômicasepolíticas,emgeraldecaráterextralocal.As tentativas de dissolução desses lugares nas metrópoles parece sobrepor valores econteúdos hegemônicos às experiências enraizadas na vida cotidiana de cada lugar. Logo,torna-seimperiosoassegurarapreservaçãodapaisagemememóriadolugar,comotambémdescobrir e valorizar a memória coletiva, permitindo a evidência dos fatos coletivos querenascemnaPequenaÁfrica,acadadia.

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AsPaisagensCulturaiscomoLeituradoTerritório.OCasodaSardegna

ManuelaDelrio(UniversitàdiSassari)

A geografia teve, desde sempre, as suas raízes na relação homem-ambiente, aspectosfundamentaisdasprópriasteorias.Essarelaçãopermitiuàpaisagemassumirhistoricamenteumpapelrelevante,afirmando-secomo“teatro”dasaçõeshumanas(Turri1998)O valor da paisagem fortificou-se por impulsos ambientalistas que se afirmaram eformalizaramcomaConvençãoEuropeiadaPaisagemdeFlorença2000,dedicadaàpaisagem.Oseuconhecimentoeoseuestudotornaram-seessenciaisparaavalorizaçãodosrecursosculturaiseasalvaguardadasidentidadeslocais.Apaisagemderivadadasinteraçõescomasatividadesantrópicasconferepersonalidadeaoslugarespermitindo-lhesoreconhecimentoeatribuindo-lhesumvalorsimbólico.Recentemente,aUNESCOreconheceuovalordaartedos“murettiasecco”comoPatrimónioCultural da Humanidade. Uma distinção relevante para os países da área mediterrânicasetentrional.Trata-sedeumapaisagemculturalúnicaetípicacomvaloridentitárioesocialextremamenterelevante.NaSardegna,apedrapossuihistoricamenteumpapelativoparaacomunidadeda ilha.Aspaisagensculturais,alémdasnaturais,são,porumlado,recontadasatravésdos“murettiasecco”–historicamentemaisrecentes–e,poroutro,dos“Nuraghi”–monumentosdepedraque,desde1800a.c.,caraterizamahistóriaeapaisagemculturaldailha.

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PaisagensCosteiraseoTurismoemInhambane-Moçambique

NicoleAgostinhadosMuchangos(UniversidadedeAveiro)

Moçambiqueapresentaaolongodasualinhadecostaumagrandediversidadedepaisagenssobinfluênciaoceânica.AcomplexidadedaspaisagenscosteirasdeMoçambiqueresultadapeculiaridadeediversidadedadinâmicadostrêsprincipaisfactoresqueexerceminfluênciasobreacostamoçambicana:oOceanoÍndico,orelevoeoregimeclimático.De acordo comas suas características oceanográficas,morfológicas, e ecológicas, o litoralmoçambicanoéconstituídopordiferentespaisagens,desdepraiasarenosasesistemasdedunas, recifes de corais, tapetes de relva marinha, baías, arribas, ilhas, terras húmidas,incluindosistemasdedesembocadurasemangais.Paralelamenteàcosta, ilhas isoladasouagrupadas em pequenos arquipélagos, algumas dispondo de boas estruturas turísticas,proporcionamaobservaçãodevariadavegetaçãoefaunaímpar.Nelas sepodemencontrarmonumentoshistóricosqueassinalamapassagemdeárabeseeuropeus,águastransparentesqueconvidamànataçãoeaomergulho,barreirasdecoraldeumabelezaextraordináriacomecossistemasricasespéciespiscícolascujacapturaéoalvomaisdesejadopelosamantesdapescadesportiva.Tinley(1971)defineasseguintesprincipaisregiõescosteiras:costaNorte(comfalhasbaías,barreirasdecoraleescarpasderochascoralígenas);costacentral(pântanos,estuárioscombarreirasdeareias,praiassimplesouarqueadas);ecostaSul(comdunasparabólicas,comintervalosdegréscosteiro,formandocaboscomorientaçãoNorte,lagosdebarreira).Oturismoénospaísesemviasdedesenvolvimento,umaatividadequeregistaaltosíndicesde crescimento económico e Moçambique tende a evoluir significativamente no que dizrespeito ao impulsionar do turismo e desenvolvimento na área de preservação do meioambienteedanatureza.AcidadedeInhambaneéamaisantigaeconsideradaumadasmaisbonitasdeMoçambiquecomumaáreadeocupaçãode8,6%dasuperfíciemoçambicana(Fiegeetal.,2002)sendomaioritariamente caraterizada por dunas, mangais e lagoas. A sua atmosfera é única ecosmopolitapelofactodehaverumamisturadasinfluênciasdavelhaEuropa,daÍndiaedaArábiacomaculturaafricana.Aoportunidadedeumagestãosustentáveldazonacosteiraedeumturismoquecontribuaparaodesenvolvimentoregionaldependedosinteressesdacomunidadeenvolvidabemcomoasinstituiçõeseaprópriarelaçãoentreosdiversosgruposdeusuários.

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OPapeldasRuínasnaCriaçãoeManutençãonaRededasAldeiasHistóricasdePortugal

MariaJoãoCostaGregório(MunicípiodeTrancoso)

Criado emmeados da década de 1990, o Programa das AldeiasHistóricas de Portugal foiconsiderado pioneiro no que concerne à ligação em rede de territórios rurais de baixadensidade, porém detentores de um vasto património histórico-cultural. Para além dopatrimónio,dasuahistóriaepapeldesumaimportâncianacriaçãodanacionalidade,outroelemento ligava estes territórios: a ruína. O despovoamento, a localização geográfica nointerior do país e a perda de importância estratégica, deixarammarcas indeléveis nestasaldeias,nomeadamentearuína,quesetornouimagempordemaiscaracterística.Numa tentativa de reverter este cenário, através do Programa das AHP foram encetadasdiversasaçõessobreopatrimóniohistórico,nomeadamentecastelos, igrejasoumuralhas,mastambémnopatrimóniovernáculo,minorandoaimagemderuínadehabitaçõesprivadas,através de intervenções em fachadas e telhados, assim como em espaço público, maisconcretamente, melhorando acessibilidades, requalificando rede de águas e esgotos,arruamentos, arranjo de largos e praças, ações que foram conseguidas através definanciamentosdeprogramascomunitários.Nestesentido,consideramosque,oelemento“ruína”foi,semdúvida,umimportanteatornacriaçãodarededasAldeiasHistóricasdePortugal.Oconceitoeraprecisamenteoperarsobreoestadoderuínae,atravésdeintervenções,conseguiro“desruinamento”destesterritórios.Alteraraimagemdedecadênciaeabandonoconferidapeloprocessodearruinamentoqueaolongodedécadasoperou sobreestes territórios rurais.Disfarçar, revertere reconverter aruínafoi,portanto,umprocessocomumàs10aldeias,numafaseinicial,eposteriormente,aindaquedeformadistinta,às12queatualmenteintegramarede.Porém,peseemboraosesforçosquetêmvindoaseroperadosnumatentativadetravaroarruinamento destes territórios, a ruína é ainda uma presença marcante em todos eles.Todavia,elaéhojeencaradatambémdeformadistinta,interagindoformadiferenciadacomoutrosatores,comoporexemploosvisitanteseturistasqueprocuramnassuasfotografias,retratarautenticidade;quelêem,atravésdaruína,acronologiadoslugareseasuaidentidade;queprocuramcaptarimagensdistintas;encontrandonosrestosdoquefoienãoémais,abelezadashistóriasqueaspedrasaindaguardam.Assim,senopassado,aruínateveumpapelfundamentalnacriaçãodarede,asdiferentesopções de intervenção face às ruínas, possibilitaram uma outra imagem e perceçãorelativamente a este ator, cujo desempenho, é aindahoje, preponderante, estabelecendonovasrelações,novasredes,muitasdelasinformaisemenosóbvias,masdeigualimportância.Consideramos,pois,quearuínalongedeserencaradacomoalgopejorativo,decadenteounegativo,podeserencaradacomoapossibilidadeparanovosrecomeços,umaaberturaparanovasperspetivas.

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MonumentoHistórico“ForteRealPríncipedaBeira”,umPatrimônioIndutordeDesenvolvimentoLocal(DLIS)

MartaPereiraAlexandria

(UniversidadeFederaldeRondônia)

EsteartigotratadasegundaetapadoestudoemandamentosobreomonumentohistóricoForteRealPríncipedaBeira(ouFortalezaPríncipedaBeira),sendoumforteatrativoparaoTurismoRegionaleEcológico,nomunicípiodeCostaMarques-EstadodeRondônia,fronteiradoBrasilcomaRepúblicadaBolívia.ORealfortefoiamaiorobraarquitetônicamilitarfeitapornegros,índiosemilitaresportuguesesforadaEuropa(FONSECA,1986).De acordo com o Exercito Brasileiro, foram construídas um total de 341 fortalezas emterritóriobrasileiro,atualmenterestamapenas109,sendoque40jáforamreconhecidasetombadaspeloInstitutodePatrimônioHistóricoeArtísticoNacional(IPHAN).Dentretodasasfortalezas,estaporsisó,járepresentaumatrativoúnicoparaascomunidadesquevivemnaregiãosedesenvolveremdeformasustentável.Hojeoacervoexistentenasdependênciasdoforte,bemcomooqueexistedesuaestrutura,permiteaovisitanteumaviagemnotempoenahistória,todooconjuntoquecompõeessaobramagníficaaguçaumacuriosidadeevontadepelabuscadoquefoiedoqueéafortalezaparaopovo.Asescrituras,osregistrosencontradosdentrodafortalezasãoriquíssimosparamantervivaessaepopeiaquefoisuaconstrução.AlémdetersidoaúltimafortalezaaserconstruídapeloEngenheiroDomingosSambucetti,quefaleceuantesdoseutérmino.Elafoiedificadaestrategicamenteemumespaçogeográficomuitobemestruturadopelanatureza.LocalizadanosconfinsdaregiãoAmazônica, recebevisitantesdomundoparaconhecersuahistóriaefotografarsuasruínas,ouherançadeumahistóriaquenãopodeseresquecida,masrevitalizadaemantida.Oestudoobjetivacomprovarapósavaliaçãoinloco,todaapotencialidadeturísticadoForte,neste segundo momento, reconhecer e mapear no entorno da fortaleza os atrativos(comunidadesquilombolas remanescentes,vegetação, trilhaseoutros),aobtençãodestesdadosépossívelorganizareconstruirpartedacartografiaturística.Sãomuitososatrativoshistóricos e geográficos existentes na região que compões a fortaleza. Contudo odesenvolvimento local a partir do potencial do Forte Príncipe é possível, desde que hajainvestimentosparafomentaroturismolocal.

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CaracterísticasdoAmbienteClimáticonoSuldoBrasil

FernandaGonçalvesRocha(UniversidadeFederaldeCampinaGrande-UniversidadedeCoimbra)

OBrasilapresentaumapopulaçãototalde207.660.929habitantes,deacordocomoInstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística.Dessetotal,14%seconcentramnaáreadaRegiãoSuldoBrasil(RSB).ARSBficalocalizadanosudestedaAméricadoSulcomlimitesaosulpeloUruguai,aooestepelaArgentinaeParaguai,aonortepeloestadodoMatoGrossodoSuleSãoPauloealeste,peloOceanoAtlântico,apresentandoumlitoralcomextensãode1350km.A região de estudo localiza-se na zona climática subtropical, marcada por estações bemdefinidasedivididaporzonastemperadanapartesuletropicalnapartenorte.Situa-seabaixodoTrópicodeCapricórnio, influenciadapelossistemasdecirculaçãodeoeste,comventosintensoserajadas.Essesventosfortescolaboramparaasdanificaçõeseprejuízoscausadospelaschuvas.ARSBapresentaumclimasubtropical,úmidoeapresentaoverãoquente(Cfa),segundoaclassificação de climática de Köppen, com total médio anual de precipitação deaproximadamente1690mm.Amédiadastemperaturasmínimasemáximasoscilaentre9ºCe30ºC,respectivamente.Emlocaiscomaltitudesacimade1000m,atemperaturatendeaficar negativa, devido às condições propícias da atmosfera. No inverno, as frentes friasprovocamgeadaseneves,commassasdearvindasdoPoloSul.Pelofatodaregiãoapresentarneve,únicaregiãodoBrasilqueapresentaessefenómeno,torna-seumdosdestinosturísticosdopaísnaépocadeinverno.A região apresenta uma topografia acentuada em formação demosaico (campo/floresta)permitindoexibiráreasmenosdegradadas.Issofavoreceoextrativismo,umadaseconomiasdaregião.Essaeconomiapermiteaproduçãodeerva-mateeousodemadeirascomocedroepinheiro.Emregiõesdealtasaltitudes,orelevoapresentagrandeinfluêncianaformaçãodegeadas.Orelevovariaentre400a2000m,sendoorelevomaisaltosituadonoPR,oPicoParaná,comcercade1920mdealtitude.As características vegetais do Bioma Pampa, único no país e o Bioma da Mata Atlânticapermitemactividadesnosectordapecuáriaeaagricultura,comoscultivosdesoja,arroz,milhoe trigo.NaRSB, a soja correspondea40%naexportaçãodopaís.O sector agrícoladestaca-setambémpelaproduçãodetabaco,cana-de-açúcar,frutascomomaçãeuva,bemcomolegumescomocebolaealho.A RSB apresenta terras em três bacias hidrográficas do Brasil, as bacias do Uruguai, doAtlântico Sul e partedabacia doParaná. Emalgumasbacias hidrográficas podemocorrereventos de cheias e também eventos de estiagens podem ocorrer em algumas baciashidrográficas.ComoosuldoBrasiléumaregiãoquedependedaagriculturaecontribuiuparaaproduçãonacionaléimportanterealizarumestudoqueaponteasprincipaiscaracterísticasclimáticasdessaárea.OobjectivoprincipaldessetrabalhoérealizarumestudoqueenglobetodosascaracterísticasclimáticasnosuldoBrasil.

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AEngenhariacomoFerramentadeTransformaçãoSocialeSustentávelemPortoVelho/RO,oFiltrodeBaldePlástico

VeraLúciadeAlmeida

(SãoLucasEducacional)LumaDamondeOliveiraMelo

(SãoLucasEducacional)DiegoAraújoPereiradaSilva

(SãoLucasEducacional)IegoIzeldaCosta

(SãoLucasEducacional)NatáliadeSouzaNeves(SãoLucasEducacional)

Nesteresumoapresenta-seoresultadodeumprojetodepesquisa, realizadoem2019,nacidade de Porto Velho-RO, demonstrando que é possível o reaproveitamento de diversosresíduos,dentreesses,pequenassobrasdealumínio,tampasdegarrafademetal,descartadasembares,lanchonetesequedevidoaoseutamanhoepeso,poucoseteminteresseporpartedoscatadores,nacoletaintensadessematerial.Observandoaevasãoacadêmicaporpartedemulhereseoquantooresíduoeseudescartecorreto tem representadoumdesafio logísticoparaengenharia,buscamos solucionardoisproblemascomessacaixinha.Primeiroresolvendoaquestãodoaproveitamentodassobrasdeummaterial,areutilizaçãodeoutromaterialeemcomoissopoderiaajudarestudantesdesempregadasacontinuaremestudando.Tambémseriaumaformademudarocenáriolocalemrelaçãoaviolênciacontraamulher,queassustadoramentetemaumentado.Construiuseentãocomessematerialumacaixinha,elafuncionacomoumaminiloja,ondeasestudantesqueantesparavamdeestudarpornãoteremmaiscomosemanternasfaculdades,algumassesubmetiamaviolênciapornãoteremrenda,pudessemtrabalharno tempoque tinhamdisponívele também,queo trabalhoasacompanhasseondeprecisassemir.Diantedoexposto,comoreaproveitaressematerialegerar rendaparaqueasestudantescontinuassemaestudarcomdignidade?Otrabalhofoibaseadotambémemumapesquisabibliográfica,demétododedutivo.ForamobservadasestudantesemvárioscampusdePortoVelho/RO, como faziampara semanterem estudando sem renda e o quanto isso afetavatambémasuadignidade.O maior desafio dessa pesquisa foi encontrar parcerias para confecção das primeirasunidades. Em Porto Velho/RO, a engenharia constrói além de sistemas produtivos, areestruturaçãodaeducaçãoedignidadepessoal.Estudare terdignidadeéumdireitodetodos,principalmentedasmulheres,queesgotamtodososrecursosantesdedesistirem.

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MarketingVerdeeProcessodeDecisãodeComprade320AcadêmicosdeGeografiadaUniversidadeEstadualdoCeará

RicardoCesardeOliveiraBorges

(FaculdadeTerraNordeste(FATENE);FaculdadedasAméricas(FADAM))

Oprocessodecompracomeçaantesdeacompraserefetivadaecontinuadepoisdela,dessaforma. Os profissionais de marketing devem acompanhar, minuciosamente, o processointeiro, que inicia no reconhecimento da necessidade, depois pela busca e análise dasinformações obtidas, continuando no processo de decisão de compra e terminando naavaliaçãopós-compra(KOTLER,2000).Agestãodaproduçãomoderna,focadaparaasustentabilidade,levaemconsideraçãonãosóoaumentodaeficiênciadosprocessos,adiminuiçãododesperdíciodematéria-prima,menorconsumodeenergia,qualidadenosprodutoseserviçosetecnologia,comotambémaadesãoà dimensão ambiental a essas políticas. As empresas têm redesenhado seus processos eprodutos para ampliar a aceitação do público consumidor (ALIGLERI; ALIGLERI;KRUGLIANSKAS,2009).ParaSavitz(2007,p.2),“[...]empresasustentáveléaquelaquegeralucroparaosacionistas,aomesmotempoemqueprotegeomeioambienteemelhoraavidadaspessoascomquemmantém informação”. Emerge neste momento a necessidade de tratar o tema destainvestigação;marketingverde.Apósoaludido,objetiva-secomestetrabalhoéodeanalisarainfluênciadomarketing“verde”noprocessodedecisãodecompradosdiscentesdoCursodeBachareladoemGeografiadaUniversidadeEstadualdoCeará.Apósotérminodessasessão,apresenta-sedeformabasilaroprocessodedecisãodecompraseguidodolevantamentobibliográficosobreomarketingverde.Apóssegue-seaestratégiametodologiaqueprecedeos resultadosda investigação.Apósapresentaçãoasconsideraçõesfinaisereferências.2.ProcessodeDecisãodeCompraOsmodelosdoprocessodedecisãodecompra,apresentadospelosautoresdemarketing,apresentamsemelhançasediferençasentresi.ParaSchiffmaneKanuk(2000,p.394),“umadecisãoéaescolhadeumaopçãoentreduasoumaisalternativas”.Parasetomarumadecisãosobrealgoénecessárioqueexistamaisdeumaalternativa,porémquandoexiste sóumaalternativaparao consumidor, istonão se caracteriza comoumadecisão, por exemplo, acompradeummedicamentoreceitadopelomédico.ParaKotlereArmstrong(2007,p.127),“oprocessodedecisãodecompradorpossuicincoestágios:reconhecimentodanecessidade,buscaporinformações,avaliaçãodasalternativas,decisãodecompraecomportamentopós-compra”.Oprocessodecomprateminíciomuitoantesdacompraemsieseprolongapormuitotempodepois.Osprofissionaisdemarketingdevemestaratentosa todooprocessodecompra,enãosimplesmenteparaoestágiodedecisãodecompra(KOTLER;ARMSTRONG,2007).DeacordocomKotler(1998,p.180),“oprocessodecomprainicia-sequandoocompradorreconheceoproblemaouumanecessidade.Elepercebeadiferençaentresuasituaçãoreale

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umasituaçãodesejada”.ParaHonorato (2004,p.137), “O reconhecimentodanecessidadepode estar relacionado a diversas causas, como: quantidade inadequada de produto,insatisfaçãocomumprodutooucomumamarcaesituaçãofinanceira”.O reconhecimento das necessidades pode ocorrer por estímulos internos ou externos.Osestímulos internos são estados de desconforto, podendo ser físicos ou psicológicos (porexemplo, fome ou aborrecimento, respectivamente). Enquanto os estímulos externos sãoapelos comerciais que levam o consumidor a ter consciência do problema, por exemplo,quandoeleassisteaumcomercialsobreumaacademiadeginásticaoqueservedeestimuloatercuidadoscomocorpo(Samara;Morsch2005).3MarketingVerdeAspreocupaçõescomomeioambientevêmassumindodeformagradativamaiorimportânciajuntoaosconsumidores.AdefiniçãodemarketingverdeparaDias(2011,p.161)Umconjuntodepolíticaseestratégiasdecomunicação (promoção,publicidadee relaçõespúblicas,entreoutras)destinadasaobterumavantagemcomparativadediferenciaçãoparaos produtos ou serviços que a empresa oferece em relação às marcas concorrentes,conseguindo desse modo incrementar sua participação no mercado, consolidando seuposicionamentocompetitivo.Omarketing verde temdois objetivos principais: desenvolver produtos que equilibrem asnecessidadesdosconsumidores,tendopreçoacessíveleconveniênciacomacompatibilidadeambiental,ouseja,exercerumimpactomínimosobreomeioambiente;projetarumaimagemdequalidade, incluindo sensibilidadeambiental, quantoaos atributosdeumdeterminadoprodutoequantoaoregistrode fabricação,noquetangeorespeitoambiental (OTTMAN,1994).Cabeaomarketingatenderacrescentedemandadepessoasqueprocuramporprodutoseserviços ecologicamente corretos em todo seu ciclo de vida: produção, comercialização,consumo e descarte. Dessa forma, através da utilização do compostomercadológico sejapossívelsediferenciarnomercadoutilizandooconceitodasustentabilidade.4EstratégiaMetodológicaOpresente trabalhoadotoucomonaturezadapesquisaomodeloquali-quantitativo.ParaHonorato (2004, p. 94), “Na verdade, as pesquisas qualitativas e quantitativas devem sercomplementaresenãoconsideradasdemaneiraisolada”.Quantoaosfinsapesquisapodeserdenaturezaexploratóriaedescritiva.Quantoaosmeios,utilizou-seaformadocumental,bibliográficaedecampo,pormeiodométododeestudodecaso(VERGARA,2009).O universo deste estudo são todos os alunos da Universidade Estadual do Ceará (UECE).Percebe-se que o percentual de alunos pesquisados foi significativo para o objetivo dapesquisa,obtiveram-se320(trezentosevinte)respondentes,numtotalde663(seiscentosesessentaetrês)alunosregularmentematriculados,obtendoumíndicederetornode48%.Comestequantitativo,foipossívelproporosresultadosesperados.O questionário está estruturado em duas etapas: a primeira visa a identificar o perfil dorespondenteatravésde5(cinco)variáveis(gênero,faixaetária,rendafamiliar,estadocivil,semestre).Aetapaseguintecaracterizadacomoobjetivodainvestigaçãoestáestruturadaem35 (trinta e cinco) variáveis relacionadas ao marketing ecológico, comportamento doconsumidoreprocessodedecisãodecompra,totalizando40(quarenta)variáveis,estasforam

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mescladas e submetidas à avaliação do pesquisado numa escala de concordância oudiscordânciade5(cinco)pontos(discordocompletamente,discordoparcialmente,nãotenhoopiniãoformada,concordoparcialmenteeconcordototalmente).Opré-testefoirealizadoemmarçode2015.Aquantidadederespondentesfoi33(trintaetrês) alunos do 1º semestre e 18 (dezoito) alunos do 8º semestre, totalizando 51 alunosmatriculados no Curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Estadual do Ceará.Duranteaaplicaçãonassalasdeaula,foiverificadoqueosalunosnãotiveramdificuldadeemresponderaoinstrumentodepesquisa,poisasassertivasestavamclaraseobjetivas;dessaforma,nãotiveramdúvidasemrelaçãoaoseuentendimento.Portanto,comaavaliaçãodosalunosea faltadedúvidas,atesta-sequeo instrumentodepesquisaatendeuosobjetivosesperadosdesteestudo.Posterior à pesquisa de campo, os dados coletados foram submetidos a um tratamentoestatístico,comautilizaçãodosoftwareMicrosoftExcel®.Asafirmativas foramordenadascom objetivo de obter os resultados estatísticos referentes ao grau de concordância-discordância.Apósatabulaçãodosdados,foramelaboradostabelasegráficosque,porsuavez,geraramosresultadosparaouniversodapesquisa.5ApresentaçãoeDiscussãodosResultadosAmaioriadosrespondentesédosexofeminino,representando65%dapopulação-alvoe35%sãosexomasculinoesolteiros(76%).Apesquisaconfirmaocrescimentodaatuaçãofemininanoensinosuperior,elasestãoestudandomais,buscandoautonomiafinanceiraecapacitando-sefrenteaosnovosdesafiosdomercadocompetitivo.Nafaixaetárianota-sequeamaioriadosalunostementre20(vinte)a30(trinta)completos,representando71%dapopulação-alvo.Portanto,osjovensprocuramdecidirmaiscedosuaentradanafaculdadeeaescolhaporsuaprofissão.Sobrerendafamiliarpercebe-seque,nesteresultado,arendanãoafetaadecisãoporfazerumcursosuperior.44%declaraqueafamíliarecebeentre2e4saláriosmínimos,23%atestaqueareceitafamiliaréde4e6saláriosmínimoseapenas5%apregooureceberaté2saláriosmínimos.Aspreocupaçõesambientaisvêmassumindomaiorimportânciajuntoàpopulaçãoquepassaaprocurarprodutoseserviçosqueincorporamavariávelecológica(DIAS,2011).Percebe-sequeosdiscentesestãopreocupadoscomadegradaçãoecológica,essefatorseconcretizanapercentagemobtidaduranteapesquisa(71%).Preocupadas em proteger suas vidas, as pessoas resolveram agir nos supermercados,preferindoadquirirprodutosconsideradosambientalmentesaudáveiserejeitandoaquelesquenãosão (OTTMAN,1994).Osalunosestão respondendoao impactonegativoqueumprodutocausananatureza,escolhendoprodutosambientalmentecorretosecom impactomínimonomeioambiente.Deacordocomospesquisados,32%dealunospreferemprodutoscujamatéria-primaéderecursosnaturaisrenováveis.Produtosobtidosdematérias-primasrenováveisourecicláveis,que não agridem o meio-ambiente estão se tornando a preferência das organizações(DONAIRE, 2005). Os produtos “verdes” são produzidos com matéria-prima de recursosnaturaisedegradamdeformareduzidaoseuciclodevidaemrelaçãoaoutrosprodutos.Osconsumidoresalegamqueareciclabilidadedeumprodutoouembalagemafetanasuadecisãodecompra(OTTMAN,1994).Osprodutosquesãofeitosdemateriaisrecicláveisse

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tornamumdiferencialcompetitivoparaasempresaseafetamaspreferênciasdoconsumidor,inclusivepassamumaimagemdeempresaresponsávelcomosvaloresambientais.Osconsumidoresestãoagindoatravésdoseupoderdedecisãodecompraporprodutosqueconsideram“verdes”edeixandoprodutos“nãoverdes”nasprateleiras,preferindoaquelesquenãoagridamomeioambiente(OTTMAN,1994).Osestudantesobservamseosprodutosqueestãoconsumindoagridemounãoomeioambienteepreferemaquelesquenãoagridem,estefatodemonstraapreocupaçãodosestudantescomosprodutosqueestãoconsumindo.Avariávelpreçopodeserumvalorrelevantenoprocessodedecisãodecompra,contudoosestudantes estão dispostos a pagarmais por produtos “verdes” em lugar de outrosmaisbaratosqueagridamaoambiente.Aodecidirsobreacompradeumproduto,ascondiçõesdoconsumidorinteragemcomfatorescomopreço,renda,qualidade,embalagem,marcaefatorecológico que são considerados importantes na aquisição de produtos ecologicamentecorretos(GIACOMINI,2004).Opreçopoderepresentarumaimportantefontedeinformaçãosobreaqualidadedoprodutoemuitosconsumidoresconsideramoatributoecológicoumvaloragregadoaoproduto(DIAS,2011).Osconsumidoresestãoambientalmenteconscientesepercebemqueprodutospró-ambientais são uma importante alternativa na preservação ambiental, e os resultados dapesquisa apontam para o resultado e acreditam que um produto ambiental tem valoragregadomaioremrelaçãoaosdemaisprodutos.Osconsumidoresestãodispostosatémesmoapagarmaisporcertosprodutosquecumpremasmesmasfunçõesdosprodutosequivalentes,mascausandoumprejuízomenoraolongodeseuciclodevida,tantonaformadeprodução,comonoconsumoenodescarte(DIAS,2011).Para Ottman (1994, p. 22), “Levados pela crescente consciência das implicações de seuconsumo,osconsumidorescomeçamaperguntar“oqueacontececomesseprodutodepoisqueeuoutilizo?”.Asempresasestãoimplantandoumapolíticaderecolhimentodeusadosedescartados, o preceito de retornar ao seu local de fabricação agrega valor de naturezaseconômica,ecológica,legal,logística,entreoutras(DIAS,2011).Existem37milhõesdepessoasquepossuemfortescrençasambientaisesãoquasetrêsvezesmaispropensosdoqueoutrosconsumidoresaevitaracompradeprodutosdeempresascomreputação ambiental questionável (OTTMAN, 1994). Os discentes mostram que suapreocupação ambiental está relacionada com o histórico dos produtos oferecidos àsempresas.Osconsumidores“verdes”examinamosprodutosemtodafasedoseuciclodevidaeelestomamdecisõesdemarcacombaseemregistrosderealizaçõesdosfabricantesrelacionadosa questões ambientais e sociais (OTTMAN, 1994). A reciclagem é um fator que os alunosconsideramimportante,naescolhadosprodutosedasempresasfabricantes.Osconsumidoresestãorespondendoàsaçõesdaspropagandaseàsestratégiasdemarketingnasprateleiras,comprandoprodutosqueconsideram“verdes”,deixandoosprodutos“nãoverdes” (OTTMAN, 1994).O resultadodemonstra queos pontos de venda influenciamnadecisãodecompradosdiscentesporprodutosambientalmentecorretos.Oobjetivodacomunicaçãoéinformarsobreosatributosdoproduto,destacandoosaspectospositivosemrelaçãoaomeioambiente,edivulgaraimagemdaempresarelacionadacomadefesaepreservaçãodevaloresambientalmentecorretos(DIAS,2011).Asorganizaçõesestãosepreocupandoempassarumaimagemdeambientalmenteresponsáveisparaoconsumidoreparaqueissoaconteça,deformaeficaz,utilizamosveículosdecomunicação.No âmbito custo-benefício dos produtos ambientais, há um aspecto denominado de“informação incompleta” que seria a falta de informação, por parte do consumidor, dos

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benefíciosdoproduto“verde” (DIAS,2011).Oautordestacaumfatocomprovadocomosresultadosdapesquisaacima,somandoosresultadosdealgumtipodediscordância,ovaloréde42%porpartedosestudantes.Os consumidores obtêm na mídia o grosso das informações relacionadas às questõesambientais e isso inclui os produtos ecológicos (OTTMAN, 1994).O resultadoda pesquisaexpressaqueosestudantesgostariamquehouvessemaiordivulgaçãonamídia,porexemplo,televisão,jornalerádiodosprodutosambientalmentecorretos.Acomunicaçãotemcomoobjetivoprincipalmostraraoclientequeoprodutoecológicotemum valor agregadomaior. É de grande importância salientar que a promoçãodo produtoambientalnãoenvolvesomenteospotenciaisclientes,masumasériedegruposdeinteressecomo(ONGsegovernos)quesãoformadoresdeopiniãoeinfluenciamconsumidores(DIAS,2011).Um produto ambientalmente correto, desenvolvido por uma empresa de certificaçãoambiental, transmite uma imagem positiva junto aos consumidores (DIAS, 2011). Osestudantesapontamqueasempresascomprodutos“verdes”emseuportfóliotransmitemumaimagempositiva,fatoatestadopeloautorcitadoanteriormente.As pessoas são diferentes em relação ao processamento das informações que venham aapoiar sua decisão de compra, e varia conforme a informação e a experiência que oconsumidorpossuisobreumdeterminadoproduto(Samara;Morsch,2005).Afamília,dentrodessecontexto,funcionacomoinstituiçãosocial(ougrupodereferência)maisefetivaparatransformaratitudesemcomportamentos.Afamíliaéumfatoremqueosestudantesbuscamsuasreferências,eosfilhospassamaimitamosbonshábitosdospaisnacompradeprodutosambientais.Adisposiçãodeagirsobreasquestõesecológicasrequermudançasdeestilodevidaporpartedosconsumidoresnacompradeprodutos“verdes”(Ottman,1994).Osdiscentesmudaramseuestilodevidaemrelaçãoàcompradeprodutos“verdes”pornecessidadedeprotegeromeioambiente.Comoaumentodaconsciênciaambientalemtodoomundo,osconsumidoresestãobuscandoprodutosqueconsideramquecausammenosimpactosnegativosaomeioambiente(DIAS,2011). A consciência ambiental dos estudantes os estimula a comprar produtosecologicamentecorretos.Com base na apresentação e discussão dos resultados, foi possível compreender que omarketing verde influencia no processo de decisão de compra dos estudantes do curso.Conclui-se, diante dos resultados, que os alunos se preocupam em comprar produtos“verdes”,elespercebemque,nospontosdevenda,estesdeveriamestarmaisvisíveis,queasempresas passam uma imagem positiva quando se preocupam com o meio-ambiente.Constatou-se uma avaliação positiva em relação ao marketing verde, na percepção dosestudantes o que demonstra na visão deles a importância dos produtos ambientalmentecorretos.

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PatrimônioGenéticoNatural:EstudodoGermoplasmaVegetalAtravésdaBiometriadoFrutoeSementedeIngáEdulisMart.EaImplementaçãodeViveiroFlorestalna

EscolaMunicipalDr.PauloPintoNery

AndréVilhenedeOliveira(InstitutoFederaldeEducação,CiênciaeTecnologiadoAmazonas-IFAM)

NidianneNascimentoVilhena(InstitutoFederaldeEducação,CiênciaeTecnologiadoAmazonas-IFAM)

ValdeniseSilvadaCosta(InstitutoFederaldeEducação,CiênciaeTecnologiadoAmazonas-IFAM)

Realizarprojetosdeeducaçãoambientaléumprocessodelicadoquedeveserfeitodeformaparticipativa, clara e objetiva, levando em consideração todo o contexto em que acomunidade onde o projeto será desenvolvido está inserida. É dever de todos aresponsabilidadedeensinarascriançasaterboasaçõescomomeioambienteparaqueelaspossamsercapazesdereproduzirboasatitudeseassimfuturamentecontinuaraterumaboaqualidade de vida.No contexto das práticas sociais atuais, a reflexão sobre a degradaçãopermanentedomeioambienteedoseuecossistema,envolveumanecessáriaarticulaçãocomaproduçãodeconhecimentoepráticassobreaeducaçãoambiental(Veiga,2008).O viveiro florestal é um espaço estruturado, com suas próprias características, onde háprodução,manejoeproteçãodemudasatéqueestastenhamidadeetamanhoosuficientepararesistirememcondiçõesreaisdecampo.Paraisso,seránecessárioousodasmelhoresmudas,fazendo-senecessárioousodosbancosdegermoplasma(Viana&Rodrigues,2007).Osbancosdegermoplasmasãounidadesconservadorasdematerialgenéticodeusoimediatooucompotencialdeusofuturo,ondenãoocorreodescartedeacessos,oqueosdiferenciadas coleções de trabalho, que são aquelas em que se elimina o que não interessa aomelhoramentogenético. Sãocriados coma finalidadedemanejara variabilidadegenéticaentreedentrodaespécie,comfinsdeutilizaçãoparaapesquisaemgeral,especialmenteparaomelhoramentogenético,inclusiveabiotecnologia(Veiga,2008).Os bancos de germoplasma possuem várias funções, incluindo na elaboração de viveirosflorestaiscomfinsdeeducaçãoambiental.Tomazello&Ferreira(2001)comentamque,naescola,aEducaçãoAmbientaltemsemodificadoprofundamenteehá,cadavezmais,umaconsciênciadequemudançassubstanciaisdevamocorremembuscadeumanovaéticaquepermeieoscomportamentosearelaçãodossereshumanoscomoambiente.A terminologia da palavra viveiro florestal ou viveiro de mudas é uma ferramentametodológicadesumaimportância,dentrodoprocessoderecuperaçãodeáreasdegradadas,pois serve como células reprodutoras das espécies vegetais, disponibilizando uma certaquantidade de mudas, a serem plantadas com a finalidade de atender uma demandaambientaldeumadeterminadalocalidade.Tendoemvista isto,aatividaderealizou-senaEscolaMunicipalDr.PauloPintoNery.Estaatividadepretendiadespertarasensibilizaçãodacomunidadeescolarparaasproblemáticasambientais,comoplantiodemudasparaáreasdegradadasouatémesmosemuso,umavezqueasatividadesaseremrealizadasrepresentarãoumvínculopositivocomomeioambiente,fazendodaescolaumlocalabertoamudançaspositivas.

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AEngenhariacomoFerramentadeTransformaçãoSocialaCaixinhaFeitacomResíduosqueTemTransformadoaVidadasMulheresEstudantes

emPortoVelho/RO

VeraLúciadeAlmeida(SãoLucasEducacional)

LumaSamondeOliveiraMelo(SãoLucasEducacional)

Nesteresumoapresenta-seoresultadodeumprojetodepesquisa, realizadoem2019,nacidade de Porto Velho-RO, demonstrando que é possível o reaproveitamento de diversosresíduos,dentreesses,pequenassobrasdealumínio,tampasdegarrafademetal,descartadasembares,lanchonetesequedevidoaoseutamanhoepeso,poucoseteminteresseporpartedoscatadores,nacoletaintensadessematerial.Observandoaevasãoacadêmicaporpartedemulhereseoquantooresíduoeseudescartecorreto tem representadoumdesafio logísticoparaengenharia,buscamos solucionardoisproblemascomessacaixinha.Primeiroresolvendoaquestãodoaproveitamentodassobrasdeummaterial,areutilizaçãodeoutromaterialeemcomoissopoderiaajudarestudantesdesempregadasacontinuaremestudando.Tambémseriaumaformademudarocenáriolocalemrelaçãoaviolênciacontraamulher,queassustadoramentetemaumentado.Construiu-seentãocomessematerialumacaixinha,elafuncionacomoumaminiloja,ondeas estudantes que antes paravam de estudar por não terem mais como se manter nasfaculdades,algumassesubmetiamaviolênciapornãoteremrenda,pudessemtrabalharnotempoquetinhamdisponíveletambém,queotrabalhoasacompanhasseondeprecisassemir.Diantedoexposto,comoreaproveitaressematerialegerarrendaparaqueasestudantescontinuassemaestudarcomdignidade?Otrabalhofoibaseadotambémemumapesquisabibliográfica,demétododedutivo.ForamobservadasestudantesemvárioscampusdePortoVelho/RO,comofaziamparasemanteremestudandosemrendaeoquantoissoafetavatambémasuadignidade.Omaiordesafiodessapesquisafoiencontrarparceriasparaconfecçãodasprimeirasunidades.EmPortoVelho/RO,aengenhariaconstróialémdesistemasprodutivos,areestruturaçãodaeducaçãoedignidadepessoal.Estudareterdignidadeéumdireitodetodos,principalmentedasmulheres,queesgotamtodososrecursosantesdedesistirem.

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VariáveisdoContextoSociofamiliarPreditivasdaIndisciplinaEscolarPercecionadaporAlunos

FernandoManuelVideiradosSantos

(InvestigadordoCentrodeEstudosInterdisciplinaresdoSéculoXXdaUniversidadedeCoimbrae

doInstitutoPolitécnicodeViseu)

O presente estudo emergiu do objetivo geral - investigar as relações existentes entredeterminantesdecontextosociofamiliareaindisciplinaescolarpercecionadapelosalunosdoEnsino Básico avaliada numa perspetiva teórica na simbiótica do conceito e a gravidadeenquanto conceito diferenciador da indisciplina escolar, alargados a uma escola que nãohabitaapenasnasaladeaula.Projetodepesquisa:Recorrendo a um estudo de natureza quantitativa do tipo transversal com característicasdescritivo-correlacionais incluiu a análise dos efeitos principais e de efeitos de interação.Inquirimos alunos adolescentes portugueses representativos do universo dos alunos quefrequentamo3ºciclodoEnsinoBásicoPortuguês.Foiusadoumprotocolodepesquisacommetodologiaaferidaeenvolveu instrumentosdemedida aferidos e validados para a população portuguesa e a Escala Indisciplina EscolarPercepcionada por Alunos (EIEPA), cujas propriedades psicométricas certificam a suaqualidade(AlfadeCronbach=0,960;AlfadeCronbachtestere-teste=0,911),dequesomosautores.Resultados:Tendo como referência os valores globais da Escala (EIEPA), extraímos resultados muitosustentados.OEstudodaconexãoentreIndisciplinaEscolarPercepcionadaporAlunoseasvariáveis,sociofamiliares,revelaram-semuitosignificativosepertinentes,quernoestudodosefeitosprincipais,quernoquerespeitaaosefeitosdeinteraçãocomasvariáveisdocontextosociofamiliar. São várias as variáveis deste contexto que predizerem a Indisciplina EscolarPercecionadaporAlunosdeformamuitosignificativa.Conclusão:Asinferênciasresultantesdestainvestigaçãoconvidam-nosàreflexãosobreaimportânciadacriaçãoemonitorizaçãodeprogramasdeprevenção,deaçãoe/oudecontingênciaeaindadegestãoescolardeformaaarticularaescolaeasfamíliasparaconsequentementelevarmosacaboumaefetiva reduçãodoscomportamentos indisciplinadosperpetradosporalunosnoseiodaescola.Estaconvenção,ganhamaissolidezoperativasendoarticuladaentretodaacomunidade educativa, com envolvimento direto e funcional se os pais/encarregados deeducação,bemcomodeoutrosprotagonistasrelevantesparatodoesteprocessodeformaatodosestaremfocadosnoqueérelevantequeimplicaaIndisciplinaEscolarquetãoprejudicialénoprocessoensino/aprendizagemenapersecuçãosustentadadeajudaracrescerosalunoscomocidadãos.

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EmílioRelvas,um“ingénuoinvoluntário”

ConceiçãoCordeiro(EscolaSuperiordeEducaçãoeCiênciasSociais,

PolitécnicodePortalegre)

Através da análise das obras do artista/artesão Emílio Relvas, procura-se a identidadeprimordialsobaperspetivadoconceitode“ingénuoinvoluntário”professadaporErnestodeSousa.Da importância do “saber-fazer” artesanal à identidade cultural doNorteAlentejo,nestecasolocalizadanoNúcleoRuraldoMuseuMunicipal,ColecçãoEmílioRelvas,Reguengo,Portalegre.

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RevisitaçõesGeográficasdaLiteraturaNeorrealista.ReleiturasdeAlvesRedolnoContextodasDinâmicasTerritoriaisContemporâneasem

Portugal

AnaMariaCortezVaz(CEGOT/FLUCeCEISXX)JoãoLuísJesusFernandes(CEGOT/FLUCeCEISXX)

Enquanto representação, a literatura neorrealista deixou-nos o retrato de um Portugalmarcadopormigraçõesinternas(sazonaisalgumasdelas)protagonizadasporumapopulaçãoativaqueprocurava,napescaounotrabalhoagrícolalongedosseusterritóriosdeorigem,umaformadesustentofamiliar.LongevãoostemposdosRatinhosdaBeira,dosGaibéusoudosAvieiros,comterritorialidadesegeografiasquetantointeressaramaosescritoresquelhesdedicaramumolharideológicoecomprometido, como aos geógrafos, como Amorim Girão, que lhes reconheceramimportância enquanto marcadores de uma época e de uma geografia humana que hojeentendemoscomodistante.Aindaassim,nareleiturageográficadealgumasobrasdeautorescomoAlvesRedol,épossívelaviagemnotempoeovislumbrederealidadesgeográficascontemporâneas.Aindaqueoscontextosespaciais,socioeconómicosepolíticosquesustentaramasobrasdeRedolpossamser hoje considerados anacrónicos, na verdade é possível estabelecer pontes entre essesmundos do passado e algumas das dinâmicas territoriais da atualidade, em particular asassociadas às múltiplas formas e categorias de mobilidade espacial que coexistem numPortugalhojemaisabertoepermeávelaoexterior.Nestedesafioquenoslevaráàprocuradesinaisdasgeografiasdopresentedecertomodoantecipadas nos escritos literários de Alves Redol, privilegiar-se-ão as obras Gaibéus eAvieiros.Palavraschave:AlvesRedol,GeografiaHumanadePortugal,MobilidadesEspaciais.

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LiteraturadeCordel–daMarginalidadeaoEsquecimento

DanielaMariaVazDanielAgrupamentodeEscolasAfonsodeAlbuquerque

Propomo-nosapresentarumestudosobrealiteraturadecordel,géneroliteráriopormuitosconsideradoummerosubgénerodaLiteratura.

Analisaremos quãomenosprezada a literatura de cordel foi e como praticamente caiu noesquecimentodosleitoresportuguesesapesardeaelaestaremassociadosnomesdeautoresinsignes.

Quaisasprincipaiscaracterísticasdestegéneroliterário?QuandosurgiuemPortugal?Emqueséculoatingiuoseuauge?Qualasuarelaçãocomaliteraturaoral?Queautoresescreveramfolhetosdecordel?

Urdiremosumalevetramanaqualestaseoutrasquestõesserãoanalisadas.

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AProduçãodeHabitaçõescomoMotordoDesenvolvimentoLocal:oProgramaMinhaCasaMinhaVidanaÁreaMetropolitanadeBrasília(BR)

JoesleyDourado

(UniversidadedeBrasília-UnB)

Estapesquisa temcomoobjetivo investigar aproduçãodehabitaçõese seus impactosnodesenvolvimentoeconômicodaÁreaMetropolitanadeBrasília-AMB.Comoprimeiroobjetivoespecíficobusca-sediscutirquaissãoasprincipaiscaracterísticasdoProgramaMinhaCasaMinhaVida-PMCMVenquantoosegundoobjetivoespecíficoéanalisarosprincipaisefeitosdesteprogramanomunicípiodeValparaísodeGoiásentreosanosde2009e2018.ArevisãobibliográficaéfundamentadanascontribuiçõesteóricasdeCardosoeAragão(2013),Amore(2015) e Santos (2016). Já na fase de pesquisa documental, as análises empíricas foramrealizadascombasenosdadosobtidosjuntoaoMinistériodasCidades,órgãocoordenadordoPMCMV.Porfim,observou-sequeoPMCMVfoiprojetadoparaqueainiciativaprivadafosse protagonista das ações do programa em detrimento do Estado, enquanto odesenvolvimento econômico local não foi acompanhado da distribuição proporcional dosrecursosentreasfaixasderendapropostas.

INTRODUÇÃOAhabitaçãonãopodeserentendidasomentecomorespostaànecessidadehumanadeabrigocontraasintempériesdanatureza.Elamesmasetornouumamercadoriaeseuconsumoestávinculado aos valores da sociedade contemporânea. Mesmo sendo uma mercadoria, elapossuiespecificidadesqueatornamumprodutosingularnoatualestágiodocapitalismo.Seusrequisitos,produção,financiamentoecomérciosãocercadosdeumcomplexoaparato.Alémdeserproduzida,a“mercadoria-habitação”tambéméconstruída.Construídaporqueelaéumaobraedificada,fabricadaemetapasqueenvolvemumasériedeprocedimentostécnicosdeengenhariaearquitetura.Aproduçãodehabitaçõesdemandabastantetempoeseucustoédemasiadamentealtosecomparadoaoutrasmercadorias.Atéseroferecidanomercadoexisteumasistemáticaqueremeteaointervaloentreoinvestimentoparaconstruirhabitações,suadisponibilizaçãonomercadoparavenda(porpartedequemproduz)eopagamento(porpartedequemcompra)destebemquecomumenteévendidoàcrédito.Tornaresteciclomaiseficienteéumdosgrandesdesafiosqueseimpõeparaquesejapossívelaproduçãodehabitaçãoemmassa.Tanto para o produtor, como para o comprador, o financiamento é fundamental. Nestemomento,estanecessidadehumanasealinhaasestratégiasdeacumulaçãoglobaldariqueza.A figura do financiador, na maioria das vezes representada pelos bancos – nacionais ouinternacionais – acaba sendodeterminantenamodelagemdoespaçourbano a partir dosprojetosqueeleelegecomoprioritários.Aindamaiscomplexaéaquestãodaproduçãodehabitaçãoparaascamadasmaispobresdapopulação que envolve uma série de dispositivos legais e econômicos específicos, sendonecessário,muitasvezes,autilizaçãodesubsídiosgovernamentaisparapropiciaroacessoaestamercadoriaindispensável.No ano de 2008, emergiu uma profunda crise financeira internacional que se iniciou nosEstados Unidos da América e impactou progressivamente diversas economias mundiais,

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considerandooaltograudeconexãodomercadofinanceiroglobalizadoeinterdependente.Comomaneira deproteger a economia interna, o governobrasileiro tomouuma série demedidasdentreasquaissedestacamaexpansãodocrédito,lideradapelosbancospúblicos,a manutenção das grandes obras de infraestrutura previstas no âmbito do Programa deAceleração do Crescimento-PAC e a liberação de recursos para construção emmassa dehabitaçõesmedianteoProgramaMinhaCasaMinhaVida-PMCMV.OPMCMVéumprogramadecunhoeconômico,anticíclicoderetração,queutilizouatemáticahabitacionalparagerarefeitospositivosnaeconomia,deixandoemsegundoplanoocustosocial.ÉnestecontextoqueaperiferiadametrópoledeBrasíliaéimpactadacomoaquecimentodaproduçãohabitacional.AcapitalfederaldoBrasilpassouporsignificativasmudançasnasuaestruturasocioespacialdevidoainfluênciadoPMCMVnoespaçourbanodosmunicípiosquecompõesuaÁreaMetropolitana,comoserádiscutidoadiante.Assim,oobjetivogeraldestapesquisaéinvestigaraproduçãodehabitaçõeseseuimpactonodesenvolvimentoeconômicodaÁreaMetropolitanadeBrasília-AMB.Comoprimeiroobjetivoespecíficobusca-sediscutirquaissãoasprincipaiscaracterísticasdoProgramaMinhaCasaMinhaVida-PMCMVenquantoosegundoobjetivoespecíficoéanalisarosprincipaisefeitosdesteprogramanomunicípiodeValparaísodeGoiásentreosanosde2009e2018.

METODOLOGIAOsdadosanalisadosforamobtidosnosrespectivossítiosdainternetdoInstitutoBrasileirodeGeografia e Estatística-IBGE e do InstitutoMauro Borges, órgão vinculado a Secretaria deEstadodeGestãoePlanejamentodoGovernodoEstadodeGoiás.DuaspesquisasrealizadaspelaCompanhiadePlanejamentodoDistritoFederal-CODEPLANtambémforamutilizadas:oPerfil Econômico do Município de Valparaíso de Goiás, realizada em 2014 e a PesquisaMetropolitanaporAmostradeDomicílios-PMADrealizadaemValparaísodeGoiásnoanode2015.Com base na Lei de Acesso à Informação foi solicitado aoMinistério das Cidades, órgãocoordenadordoProgramaMinhaCasaMinhaVida,listadetodososfinanciamentosrealizadosnoâmbitodomunicípiodeValparaísodeGoiásentre2009(anodelançamentodoprograma)e2018.Em pesquisa junto a Divisão de Obras da Superintendência de Serviços de FiscalizaçãoMunicipal-SUSFIM, foipossívelverificaraquantidadedealvarásdeconstruçãoecartasde“habite-se” emitidos pelo município a partir do ano de 2010. Segundo aquela Divisão, arelaçãonominalanterioraesteperíodonãoexistia,portantoapesquisanestesregistrosnãopoderiaserrealizadaemperíodosanteriores.

DESENVOLVIMENTO(...)

CONSIDERAÇÕESFINAISSe entendido que o PMCMV é um programa econômico com a intenção de promoverdesenvolvimentoeconômico localpode-seafirmarqueemValparaísodeGoiáseleatingiuseusobjetivos.Foramcriadosempregos,houveoincrementonaatividadedaconstruçãocivil,oPIBePIBpercapitamunicipalcresceuvertiginosamente,alémdeseconstataroaumentodorendimentomédiodostrabalhadoresnoperíodopesquisado.DevidoaofatodequeumdosrequisitosparateracessoaosfinanciamentossubsidiadosdoPMCMVéacomprovaçãode renda, ele privilegia aqueles que possuem vínculo empregatício formal, assim, maisfacilmenteidentificáveisnaspesquisaserelatóriosproduzidospelosórgãosestatais.

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Entretanto,tambémfoipossívelperceberquedentreasmaisde30.000UH’sfinanciadascomrecursos subsidiadosdoprogramae seusR$3,4bilhões investidosnomunicípio, nenhumvalorfoidestinadoascamadasmaispobresdapopulação,aFaixa1.Portantoosucessodaperspectivaeconômicacontrastacomanãodistribuição igualitáriadosrecursosdeacordocomafaixaderendadoPMCMV.Além disso, não houve participação do poder público municipal por meio dos recursosdisponibilizadosnamodalidadeFARenemdeentidadessemfinslucrativosnamodalidadeFDS,evidenciandoqueoprotagonismonasaçõesdoprogramaficaramtotalmenteacargodainiciativaprivadaemdetrimentodaPrefeituraMunicipaledasociedadecivilpormeiodesuasentidades.

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AProduçãodeHabitaçõescomoMotordoDesenvolvimentoLocal:oProgramaMinhaCasaMinhaVidanaÁreaMetropolitanadeBrasília(BR)

RonaldoBarrosSodré

JoséSampaiodeMattosJúnior(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

OBrasil empoucomais de cinco séculos ainda caminha a passos vagarosos em relação àminimização das desigualdades sociais e territoriais, o modelo exportador de recursosnaturais e commodities, mostra, contudo, escolhas contraditórias, pautadas em opçõesconservadorasquetrazememsiproblemáticasaindanãosuperadasnasociedadebrasileira,como a violência no campo. A concentração fundiária continua a proporcionar arcaicas econdenáveis relações sociais e de trabalho, mesmo em áreas de utilização de modernaspráticas agrícolas e essas coexistências não deixam de ser comuns. Guardadas asgeneralizações,pode-seatémesmoinferirqueaviolêncianocampomantémrelaçõesdiretascomosanseioscapitalistasembuscadenovasterras,comopodemospercebernageografiadasviolênciasenaespacializaçãodasfronteirasagrícolas.Aterritorializaçãodocapital,dentreoutras formas, tem se realizado com a incorporação de novas áreas, estimulando aintensificaçãodeumacorrida,organizadaemediadaporempresasdecomprasevendasdeterras. Neste artigo buscamos refletir sobre essa relação e suas implicações para odesenvolvimento.OestadodoMaranhãoéonossocampoempírico,localizadonaAmazôniaLegal brasileira, o estado está entre os que possuem altos índices de violência e baixosindicadoressociais,poroutrolado,fazpartedeumadasmaisnovasáreasdeinvestimentosdoagronegócionoBrasil.

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ContributosparaaDefiniçãodaAgriculturacomoProdutoTurístico

DoraFerreira&JoséM.SáchezMartín(UniversidadedeExtremadura)

Oturismoéamplamentereconhecidocomoumadasindustriasmaisimportantesdomundo,commásdeumquartodetodasasdespesasdasviagensrealizadasemalimentação.Assim,écompreensível que as ligações entre agricultura e turismo tenham grande relevância nosdestinosdeacolhimento,comparticularinteressenosterritóriosperiféricoscompopulaçõesrurais,ondeemergemaspotencialidadesdagastronomialocaletradicionaleavalorizaçãodosprodutosendógenosquemarcamasuaidentidade.Mas,lamentavelmente,existempoucasevidenciasquesugeremqueaindustriadoturismodesenvolveligaçõesaosistemaagrícolalocal,bemcomoanálisesdessasligaçõesrelacionadascom os modos de produção. Não obstante, existem diversas opiniões que refletem acomplexidadedasanálisesdasligaçõesentreossetores,sebemqueexisteumconsensogeraldequedeveriaexistirumincrementodadependênciadosrecursoslocaisnasdinâmicasdeturismo,especialmentedosprodutosagroalimentares.Osestudosexistentesremetemparaumacomplexidadedeinterpretaçõesdeconceitosquetentamexplicarestasligaçõesentreagriculturaeturismoe,porisso,nãoéclaroqualoquemelhortraduzessesvínculosecompreendaaagriculturacomoprodutoturístico.Assim,apresenteinvestigaçãoformapartedodebateteóriconabuscadeformasdedetetareentender comose ligamagriculturae turismoe conheceras funçõesdoagroturismonapreservaçãodapaisageme sustentabilidade.Pretende-seampliaros limites conceptuaisesustentabilidadedoagroturismocomparandocomdiferentesmodosdeproduçãoagrícolaeoutrasdinâmicasdeturismoemáreasrurais.Paraissopropõe-seodesenvolvimentodeumquadroteóricoquefaciliteacompreensãointegradaagriculturacomoprodutoturístico.

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Ambiente,IdentidadeeDespovoamentonaSerradeSicó

GiampietroMazza(UniversitàdiSassari)

Umambienteenglobaumconjuntodosaspectosmateriaisligadosàsactividadeshumanas,conjuntamentecomatotalidadesdosaspectossociais,económicoseculturais.Trata-sedeumsistemacondicionadoentreasrelaçõesinternaseosfatoresqueacompõem.No caso da Serra de Sicó, a própria configuração geológica e morfológica, bem como ageografia,conferem-lheevidênciadeumaforteidentidadeterritorial.As freguesias do território estudado revelam-se, no ponto de vista geografico-identitario,como áreas internas, de montanha e rurais, sem possuírem quase nenhuma destas trêscaraterísticas.Odeclíniodemográficoeoacentuadoenvelhecimentodapopulaçãoaumentamoriscodeextinção:oqueparecenãoestarmuitolongeparaalgumasatividadeseconómicastípicas.

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PotencialidadeseDesafiosdoDesenvolvimentoLocalAtravésdoTurismoCriativonoEstadodaBahia-Brasil

IolandaSoaresdeBarros(UniversidadeSalvador)

O turismo criativo vem ganhando espaço e se consolidando como ferramenta para odesenvolvimentosocioeconômico,culturaleambientaldeváriosdestinosemtodoomundo.No Brasil, dentro de uma estrutura globalizada, mas, em pequena escala, empresas,instituiçõesbrasileirastêmaplicadorecursosnaconfecçãoepromoçãododesenvolvimentoedivulgaçãodasnovaspráticasdeturismo.NoEstadodaBahia,suacapitalsedestacapeladiversidadeculturalehistórica,requisitosquelheatribuiuumlugarnalistadascinquentacidadesquemerecemumavisita,divulgadapelojornal americano The New York Times em 2018, contudo as potencialidades turísticas doEstado não se resumem a beleza da sua capital, pela própriamagnitude da sua extensãoterritorial, uma vez que é um Estado maior que a Espanha, sua diversidade regional seassemelha muito ao País Ibérico, na medida que diversas localidades apresentampotencialidadesparapromoverodesenvolvimentoendógenoatravésdoturismocriativo.Masapesardessa competência turística favorável a regiõesdistantesda capital, de formageralnãoháaçõesgovernamentaisvoltadasaodesenvolvimentodessavertentenoestadodaBahia. Dito isso, essa pesquisa visa identificar, sem intenção de esgotar o tema, quais aspotencialidades e desafios concatenados com o desenvolvimento local no segmento doturismocriativo.Paraalcançaroobjetivoproposto,oembasamentoteórico-conceitualfoidelineadoatravésde pesquisa bibliográfica e documental, complementado por pesquisa empírica, onde ametodologiaadotada,sedeuatravésdeumestudodecaso,emparciaisdeáreasdaregiãodoRecôncavoBaiano,edoParqueNacionaldaChapadaDiamantina.Dentre os resultados encontrados, foram identificadas diversas localidades compotencialidades distintas na modalidade de turismo criativo, com enfoque na natureza,artesanatoegastronomia,edentreosdesafiosencontram-sefatosquevãodesdeaobtençãode recursos e meios para alavancar projetos coletivos, até a dificuldade de incitar oenvolvimentodascomunidadeslocaispertencentesaestesterritóriosempossíveisprojetos,aopassoque,mesmodiantedapossibilidadedegeraçãodeumarendacomplementar,osgruposcomunitáriosnãoorganizadosoptamporumenvolvimentopassivo,correspondenteaumaposturacômodaesobretudodenãocomprometimentocomasresponsabilidadesqueprecedemasaçõesvoltadasparaprojetoscoletivos.

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AQuestãoCampo-Cidade:DinâmicaUrbanaeRuralnoMunicípiodeSãoLuís–MA

JoséSampaiodeMattosJuniorIgorBrenoBarbosadeSousa

JéssicaNevesMendesItaandeJesusPastorSantos

(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

OpresenteartigotemporobjetivoanalisarosfatoresquecontribuemparaareduçãodazonaruraldeSãoLuís,tendoanecessidadedesediscutirasrelaçõescampo-cidadeatualmenteesuas dinâmicas históricas. Com isto, debater esta complexa discussão no Brasil, nos fazobservarasdinâmicasproporcionadasapartirdoscritériosestabelecidosformalmenteentreourbanoeorural.É diante destas dinâmicas que ponderamos a divisão social e do trabalho e o modo deproduçãodocapitalistacomopartesnecessáriasdasnossasreflexõesentreourbanoeorural,ocampoeacidade.Assim,evidenciaradinâmicapopulacionalnoBrasil,noMaranhãoeemSão Luís parte de perspectivas históricas que nos ajudam a entender as adjetivações dapopulaçãourbanaepopulaçãorural.Ouseja,entenderodirecionamentodepolíticaspúblicasparaoestadodoMaranhãopossibilitaexplicarosmovimentosdemigraçãoparaacapitalSãoLuís. Por fim, destacar a zona urbana e rural de São Luís é parte do processo de análiseespacial,ondeaexpansãodaprimeiralevaàdiminuiçãodasegunda.

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AArteeaCulturaFlamenganasCortesdeD.CatarinaedeD.JoanadeÁustria:Mecenatorégio,político-religiosofeminino,entreosAviseosHabsburgo

PedroM.TavaresFernandoA.B.Pereira

SofiaS.Guilherme(CIEBA,CHAIA)

Duranteosegundoquartodeséc.XVIafirma-seapartirdaPenínsulaIbéricaumnovosistemagovernativo do Império Habsburgo, a delegação do governo de diversos territórios àsmulheres da dinastia (Poutrin e Marie-Karine 2007). Os reis de Espanha promoviam aeducação das mulheres da família Imperial para ocuparem cargos políticos, de forma aprotegerem os interesses dinásticos. Estas, por sua vez, partilhavam a convicção que osassuntosdegovernoeramquestõesfamiliares(Stratton2002).AsregentesdosPaísesBaixoseasfilhasdeCarlosVforamviúvascedo,oquelhesgarantiuliberdade económica e autonomia social. Este grupo de mulheres teve uma profundaactividadeculturalepolíticaduranteaviuvez.Amaiorparteescolheupassaressesanosnopaísdeorigem,desempenhandoactividadespolíticasecompetindocomosvarõesdafamílianomecenatoartístico.(Lozano2011)Nos últimos anos têm sido estudadas diversas mulheres da família Habsburgo, quepromoveram a construção da identidade visual da monarquia Ibérica. Eram diversas aspráticasartísticasempreguesparapromoverafamíliaimperial:ocoleccionismodeobjectosexóticos,a indumentária,asarmas,asantiguidadesclássicas,as tapeçarias,os retratosdecorte, as imagens impressas, objectos heráldicos e de culto, em diversos suportes e dediversas origens (Flamenca, Italiana, Hispânica, Indiana, entre outros). (Lozano 2011)PorventuraomaisimportantedosmecenatosartísticosdosHabsburgoeraaconstruçãodepalácioseconventos,ondeosmonumentosfunerárioseramedificadoseascolecçõeseramalbergadas.OsfamiliaresdaCasadeÁustrianaPenínsulaIbéricaseguiramdepertooexemplodeduasregentes de grande prestígio dos Países Baixos, a Arquiduquesa Margarida de Áustria eposteriormenteaRainhaMariadaHungria.ApesardeambasresidiremumcurtoespaçodetempoemEspanha,asuainfluênciaprovémdassuasregênciasnaFlandres,deondeirradiavaaculturaartísticadadinastiaparaosdiferentesramosfamiliares.(Lozano2011)OpresenteartigoexploraapropagandapolíticadasmulheresHabsburgoatravésdaarteedareligião(1) , incidindoparticularmentenasregênciasdaRainhaD.CatarinadaÁustriaedafilhamais nova da Imperatriz Isabel, a Princesa Joana de Áustria, ambas devotas à PietasAustriaca,eexemplodoidealdasmulheresdaCasadeÁustria,apromoçãodapaznoSacro-ImpérioeaobediênciaaoImperador.(1). Acrescentámosparte damonografia de FranciscodeBorja, incidindono seupapel naCorte.Assuasconsideraçõesespirituais,públicaseprivadas,influenciaramaformacomoacortefemininahispânicaeraregida,incentivandoumnovomodelodemecenatoeprotecçãodafiguradinástica,atravésdaspráticasdevocionaisedasartes.(Lozano2011).

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BrasilePortugal,DuasRotasdeDemocratizaçãoeDesenvolvimentonoMundoLusónofo

FranciscoJoséAraujo(UniversidadeEstadualdoMaranhão)

EmPortugal,entre1933a1974vigorouaordempolíticadoEstadoNovo,regimeautoritáriodeinspiraçãofascista.Nesseperíodo,noBrasil,foramestabelecidasduasditaduras:aditaduraVargasentre1937a1945(EstadoNovo),tambémdeinspiraçãofascistaeaditaduramilitarnoperíodode1964a1985(GovernosMilitares).AconcomitânciaderegimesautoritáriosentreBrasilePortugaltotalizou18anos.Sendoqueos momentos de solvências desses regimes ditatoriais coincidem com graves criseseconômicas de escalas nacional e global. Este trabalho analisa os processos deredemocratizaçãoeosmodelosdedesenvolvimentoadotadosnoBrasileemPortugalapósasexperiênciasautoritáriasvividasnasegundametadedoséculoXX.Para tanto, tomar-se-á os desenhos constitucionais e os planos e medidas econômicosadotados por cada país como respostas aos problemas políticos, sociais e econômicosherdados desse período de autoritarismo e diante dos impactos produzidos pelastransformaçõesglobaisqueemergiramnessemesmomomento.Objetiva-se situar os dois países em termos das suas condições democráticas e dedesenvolvimentoresultantesdessesdoisprocessospósautoritarismo.Palavras-chave:Portugal,Brasil,AutoritarismoeDesenvolvimento.

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EstruturadaDiplomaciaCulturalBrasileira(2011-2016)

CristianeMarquesdeOliveira(UniversidadedeCoimbra)

Otrabalhodestacaaestruturadadiplomaciaculturalbrasileira,comfoconastentativasdearranjosinstitucionaisprotagonizadopelaSecretariadeEconomiaCriativa(extintaem2015);edeacordocomasestruturaseaçõesempreendidaspeloMinistériodaCultura(extintoem2019)eoMinistériodasRelaçõesExterioresdoBrasil.O foco são as diretrizes e ações realizadas no período entre 2011 e 2016, parainternacionalizaçãodaculturalnacional,combasenodiscursodeutilizaçãodaCulturacomorecursodesoftpower.NaprimeirapartesãoexplicitadososconceitosdeDiplomaciaCulturaleDiplomaciaPública,emfaceaoentendimentodeRelaçõesCulturaisInternacionaiseoconceitodesoftpower.Emseguida,apresenta-seoposicionamentodoBrasilnorankingdomercadoculturalglobal.Naterceiraparte,apresentam-seasrespectivasinstituições,suaestrutura,diretrizeseações.Porfim,adentra-seadiscussãosobreacriaçãodeumaagênciadedifusãoartístico-culturalbrasileira, ou, o chamado InstitutoMachado de Assis, em uma reflexão concomitante aocenáriopolíticoatual.

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ACidadecomoCampodoConhecimentoPedagógico

CarlosAugustodeAmorimCardoso(UniversidadeFederaldaParaíba-UFPB)

A cidade tem larga tradição de presença na educação e constitui-se como um elementoabsolutamentenecessárioparacompreensãodadinâmicadasociedade.Analisaraunicidadedacidadecomolugarondesedesenrolamasatividadesemanifestaçõesdeseushabitantes,ossentimentosdeidentidadecoletiva,aspercepçõessubjetivaseexperienciaiserelacioná-laàeducaçãoeaocampoeducativo,éumamaneiraproveitosaparaobservarcomportamentoseestilosdevidaqueseexpressamnasociedadeurbanaenaescola.Dessamaneira,parafixaracidadenocampoeducativoénecessárioverificarosordenamentoseadisciplinamentosurbanos,situadosnomesmoprojetodemodernizaçãodaeducaçãoedoensino.Objetivos:-Relatarasdiversaslógicasdométodopedagógicoparapensareexplicaracidadeeourbano;-Demonstraraspráticassociaiseculturaisnaconstruçãodaformaedaestruturadacidade;- Apresentar resultados pedagógicos das experiências ricas e produtivas da prática deexcursõesescolaresetrabalhosdecamponacidade;- Desempenhar ação objetiva – e educativa - sobre o espaço citadino e as experiênciascomplexasdeespaço-tempo.Metodologia:Passaremrevistaasespacializaçõesesuasrelaçõesentreageografiaeateoriasocialcríticaealcançaraespacialidadedahistóriadaurbanizaçãocomouma“necessáriaecentralmente,umageografiahistóricalocalizada.EstapremissapermiteinduzirquenoséculoXIX e inícios do séculoXXoprocessodeurbanizaçãoéparte integranteda espacializaçãoinstrumental essencial ao desenvolvimento histórico do capitalismo; uma especificaçãoespacialabrangentedourbano.Paracompletaroquadrometodológico,realizamosem5anosseguidos,excursõesescolaresnacidadedaParahybadoNorteeexercíciosdedidáticaurbana(noturnaediurna)nocentroprimaz-ouhistórico-dacidade.Conclusão:Paraacidadeéqueconvergemdiversoscamposdeconhecimentoqueafazemum autêntico filão de recursos didáticos e campo de observação, permitindo estabelecerconceitos,construirconhecimentosparaumaescolacompotencialidadeformativa.Acidadecomo um referente que tem uma imagem concreta, uma vinculação racional e afetivadeterminadapelasuainserçãoparticularnavidadobairro,navivênciadeócioelazerenacentralidadedasruas.Talinteresseemconsolidaçãoabordaoestatutodacidade(LEI10.257,10/julho/2001)comoconhecimentoescolar,ecomopropostasapartirdasanálisesdecampo,dasconcepçõesepercepçõesquefazemosdacomunidadeescolaredetrabalhoscientíficos.Uma espécie de trilogia da pedagogia de pensar a cidade através de três dimensões doconhecimento que se articulam com três dimensões pedagógicas: cognição, afeição epsicomotricidade.

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DinâmicaeArticulaçãoComercialdaCidadeFronteiriçadePontaPorãnaRedeUrbanadoEstadodeMatoGrossodoSul-Brasil

WalterGuedesdaSilva

(UniversidadeFederaldoCeará)

Os processos de conformação regional, favorecidos por características endógenas quepropiciam as interações e ligações territoriais e, por conseguinte, o dinamismo dodesenvolvimento local/regional, também podem ser observados em áreas distantes degrandescentroseconômicosecombaixadensidadedemográfica,comoéocasodoestadodeMatoGrossodoSul -Brasil, compostopor78municípios,apenasacapitalCampoGrandepossuiumapopulaçãosuperiora500milhabitantes.Essa espacialização, com predomínio de municípios com baixa densidade demográfica,demonstraquecidadesdemenorportepodemser responsáveispelaconstituiçãodeumacentralidadeedenovasarticulaçõesterritoriais.AnalisaradinâmicalocaleregionaldessascidadeséfundamentalparaacompreensãodaeconomiaregionaldoestadodeMatoGrossodoSul.OobjetivodestetrabalhoéfazerumestudodopapeldacidadedePontaPorã,fronteiracomo Paraguai, na rede urbana do estado deMato Grosso do Sul, identificando sua rede dearticulaçãoregionalenacionalpormeiodocomércio.AcidadedePontaPorãapresentaumacondição distinta de cidade de fronteira, conurbada com a cidade gêmea de Pedro JuanCabellero,Paraguai,ambaspossuemumaestruturaurbanaarticuladaapartirdamesmarua,comumadinâmicainternaeexternamuitopeculiardefluxodepessoas,serviçosecapital.Enquanto procedimento metodológico, adotou-se: levantamento bibliográfico, coleta dedadosjuntoàprefeituramunicipal,ReceitaFederalesitesespecializados,comlevantamentodetodasasnotasfiscaiseletrônicasexpedidaspelosestabelecimentoscomerciaisdePontaPorã,assimcomoaevoluçãodasreceitasedespesaspúblicasmunicipalnumperíododetrêsanos.Identificararededearticulaçãoregionalenacionalqueacidadeestabeleceemnívelregionale nacional, é fundamental para mapear a real articulação geográfica que Ponta Porãestabelececomosdemaiscentrosurbanoseseupapelnaredeurbanaestadual.Asrelaçõesqueseestabelecem,principalmentepelocomércioentrePedroJuanCaballero,Paraguai, comos consumidores oriundos do território brasileiro, são decisivas para queoterritóriofronteiriçopossuaumaelevadaintegraçãoregionalcomaltainformalidade,baixoníveltecnológicoemuitasassimetriasnodesenvolvimentolocal.Alémdocomércio,outroselementosespaciaisdevemseranalisadosparaacompreensãodadinâmica urbana de Ponta Porã, destacamos alguns: contrabando demercadorias; tráficointernacional de entorpecentes; implantação do Corredor Rodoviário Bioceânico; novoavançodefrentespioneirasemterrasparaguaias;eadiversidadeétnicaeculturaldequemvivenafronteira.

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PelaGeoconvivencialidadenaMetrópole:OLugardaMulherNegranoEspaçoPúblicoCarioca

DéboraSantanad'Oliveira(Ethos/Geografia/UFF)

Oartigoapresentaumareflexãoacercadostratamentoshumilhanteseopressoresdirigidosàs mulheres negras no espaço público. Para fins analíticos, o conceito de paisagem serádiscutidonaperspectivadamicroescalageográfica.Tendoemvistaqueasdiscriminaçõesporraça/gêneroconstituemdispositivosde lutaporreconhecimentoedireitossociaisetambémsãodispositivosdaproduçãosocialdoespaço,pretende-seexpandiraideiadosespaçosopressoreseintimidadoresquenãoreconhecemoscorposcomoumamicropaisagemlegítimano/doespaçopúblico.Nossa questão central move-se em torno dos imaginários sociais que conformaram ereafirmam estigmas inerentes à perpetuação das contínuas abordagens desrespeitosas eopressorassofridaspelasmulheresnegrasnoespaçopúblicoquesetraduzem,dentreoutrosaspectosobjetivosesubjetivos,emumaconvivencialidadedesrespeitosaqueobstaculizaapromoção e a valorização da dimensão pública da vida cotidiana e a cidade cívica,indispensáveisàinstituiçãodeumasociedadedecentenoesteiodeumacidadejusta,comumcorpo social eticamente situadoque assegure aplicaçãodos princípios de justiça social aoespaço.

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IntervençõesUrbanas:EmbateseDesafiosnoCampodoPatrimônioCultural

DéboraMachadoVisini

(Unicamp-UniversidadeEstadualdeCampinas)

Otrabalhovisaapresentarparalelos,fricçõesediálogosentreasintervençõesurbanas,comoograffiti,apichação&apixação,ocampopatrimonialeaconstruçãodapaisagemdascidadesnacontemporaneidadeemdiferentesterritórios.Experiências de intervenções serão observadas nas cidades de São Paulo (Brasil) e Lisboa(Portugal) visando compreender a sua potência artística, enquanto expressão criativa dasociedadecivil,massemdeixardelevantarosdesafiosquesãolançadosparaaspráticasdepreservação, pois as intervenções em questão deixam vestígios de tinta, o que leva,inevitavelmente,adepredaçãodopatrimônioarquitetônico.

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RecomendaçãoSobreaPaisagemUrbanaHistórica:UmExercíciodeMapeamento

JoanaCapeladeCampos

(UniversidadedeCoimbra)

Nummomentoemqueévotadagrandeatençãoaoestudoedesenvolvimentodeabordagensda aplicação da Recomendação sobre a Paisagem Urbana Histórica, de 2011, este artigopretende contribuir para mapear os acontecimentos (textos, agentes, circunstâncias,propostaseresultados),apropósitodesteinstrumentodaUNESCO.Por um lado, este trabalho solicita o levantamento e análise da evolução dos textos, dosdiscursosedosconceitos,queaUNESCOtemvindoaproduzir,desde1962(Recomendaçãosobrea salvaguardadabelezaedo carácterdaspaisagensedos sítios) até2011, sobreaproteçãoeasalvaguardadaspaisagens,contribuindoparaasuacontextualizaçãoe leituracrítica.Demodocomplementarouporcontraste,referenciam-seoutrosmomentosdodebatedeforotransdisciplinar,quetambémcontribuíramparaaevoluçãodopensamentofilosófico-conceptual da proteção e salvaguarda das paisagens, sob várias formas, porcomplementaridade,adição, contemporaneidade, interrogaçãoe/oucontraste,emrelaçãoaodebateproduzidonoâmbitodaUNESCO.Poroutrolado,pretende-secontribuirparaadivulgaçãodoestadodaartesobreestetemaepara o reconhecimento de algumas propostas metodológicas, ferramentas operativas eresultadosquevãosendoconhecidossobreaabordageme/ouaplicaçãodesteinstrumentodaUNESCO,tantodeíndoleteóricacomoprática,referenciadasaestudosdecaso.

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GeografiaSocialCríticadosCommons:AConvivialidadeMetropolitana

IvaldoGonçalvesdeLima

(UniversidadeFederalFluminense)

Propomos expandir o debate conceitual sobre os commons (comuns), condicionando-o àconvivialidade nametrópole. Nessa proposta, lançamosmão de noções pouco usuais emgeografia humana, nomeadamente, canopy place e carescape para explicitar tanto ageograficidadedoscomunsquantoasuaoperacionalidademetodológica.Partimosdo supostodequeousoconvivialdoespaçometropolitano requerumavidaderelações eticamente situada; sendo os valores do cuidado e da responsabilidade aquievocadosemsuacentralidade.MeioséculotranscorreudesdequeoartigodobiólogoGarrettHardinveioàluznainfluenterevistaScience.IntituladoTheTragedyoftheCommons,oartigodeHardinapresentavaumasituaçãodilemáticaquelevariaàdestruiçãodosrecursosemfacedodescompasso“irracional”entreademandaeousosocialdosmesmosiniciandoumamplodebatesobreoscomuns.ElinorOstrom(1990)sedestacounessedebateaopublicarumlivrointituladoGoverningtheCommons, restringindo, contudo, os comuns aos recursos naturais e a seu manejo. Naestruturaçãodenossaanálise,recuperamosasideiasdeDavidHarvey(2011),especialmenteoseuartigoTheFutureoftheCommons,quepolitizaodebatedoscomunseoreposicionafaceàacumulaçãocapitalistaeseuspercalços,bemcomoarecenteobradePierreDardoteChristianLaval(2014),Commun.EssaisurlarévolutionauXXIesiècle.Emnossaproposta, abordaremoso termocommonpropriamenteditoeoparadigmadoscomuns que se desenha a partir de sua trajetória. Na sequência, discutem-se marcosregulatóriospertinentesaodebatedoscomuns,nomeadamenteaDeclaraçãoUniversaldoBemComumdaHumanidade(2011),eaCartadosComunaisMetropolitanosdeMadri(2011).Édedicadaatençãoàrelevânciadanoçãodeconvivialidade–talcomoapropõeIvanIllich,em seu livro Tools for Conviviality (1974) e como é defendida noManifesto Convivialista(2016)organizadoporAlainCaillé, FrédéricVandenberghee Jean-FrançoisVéran–paraoentendimentodavidametropolitanaatualquantoàformaçãodeespaçoscívicos.Por fim, apresentamos uma referência empírica sobre canopy places e carescapes dametrópole,noexemplodacidadedoRiodeJaneiro.Umabreve conclusão sobre os espaços cívicos e sua significância para a justiça territorialarrematanossaproposta.

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NovoContornodaÁreaPatrimónioMundialdaUniversidadedeCoimbra–AltaeSofia:ReposiçãodeUmDireitoouAdiçãodeUmValor?

JoanaCapeladeCampos

VítorMurtinho(UniversidadedeCoimbra)

OprocessodacandidaturadaUniversidadedeCoimbra–AltaeSofia(UC-AS)aPatrimónioMundial desenvolveu-se sob uma responsabilidade e um compromisso de futuro: por umlado,promoveroconhecimentoeoestudodopatrimónioarquitetónicouniversitárioe,poroutrolado,promoveraintervençãoqualificadasobreessepatrimóniodentrodaslógicasdaproteçãoesalvaguardadopatrimóniocultural.Em22dejunhode2013,oprocessoiniciadoem2003conheciaosucessoereconhecimentointernacional,comainscriçãodobemnaListadoPatrimónioMundial(1).Noverãode2018,AnaAlcoforadomanifestainteresseemincorporaroMuseuNacionaldeMachadodeCastronaáreaPatrimónioMundial,juntodogestordobemdaUniversidadedeCoimbra – Alta e Sofia. Depois demeses de colaboração entre as duas entidades, com oconhecimentoeaprovaçãodaAssociaçãoRUAS,emjaneirode2019,surgiaodocumentoquepropunhaoredesenhodolimitedaáreainscritanaListadoPatrimónioMundial,nosentidodelheseradicionadooespaçodoMuseuNacionaldeMachadodeCastro(2).AalteraçãodelimitesdeumaáreaPatrimónioMundial,quandosignificativa,paraalémdeobedecer a procedimentos técnicos específicos, constitui-se num novo processo decandidaturaà ListadoPatrimónioMundial,quedeve ser tituladopeloEstado-parte–quenestecaso,seriaoEstadoPortuguês.Todavia,aalteraçãodelimitesdopatrimónioUniversidadedeCoimbra–AltaeSofia,comaadiçãodoMuseuNacionaldeMachadodeCastro,constitui-secomoumamodificaçãomenordelimitessemimpactesignificativonadimensãodobem,nemprejuízodoseuValorUniversalExcecional;emcontrapartida,poderia“contribuirparaamelhoriadascondiçõesdeleitura,fruiçãoepreservaçãodaáreaclassificada,incrementandoadinâmicaculturalexistente,numclarobenefícioparaacidadedeCoimbra,constituindo,seguramente,umamaior-valiaparaaidentidade,preservaçãoevalorizaçãodoBemUniversidadedeCoimbra–AltaeSofia”(2).Acreditamosque,estacomunicaçãoassentenoredesenhodos limitesdopatrimónio,paraalémdeserinvestigaçãosequencialàsnossascomunicaçõesrealizadasnoâmbitodosCursosdeVerãopassados,constitui-senumcontributopertinenteparaadiscussãode:1)EstratégiaspolíticasqueestãonagénesedecandidaturasaPatrimónioMundial;2)Abordagens técnicasquesãoassumidasduranteosprocessosdessascandidaturaseaolongodoprocessodegestãodessessítios;

3) Influências que os processos dessas candidaturas apresentamno seu contexto urbano,designadamente,enquantomotivopropulsordedesenvolvimentodeatividadeseconómicasparalelas(sobretudo,aquelasqueassentamnarequalificaçãodoedificadourbano).

Referências:1) Capela de Campos, J. (2019) – Candidatura a Património Mundial como operador dedesenvolvimento urbano: o caso da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia. Tese de

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doutoramentoemArquitetura,DepartamentodeArquiteturadaFaculdadedeCiênciaseTecnologiadaUniversidadedeCoimbra.

2)Filipe,S.,Alcoforado,A.,&Murtinho,V.(janeiro2019)–ModificationstoWorldHeritageProperties–Annex11:MinorModificationstotheBoundariesofWorldHeritageProperties.Coimbra:UniversidadedeCoimbra.

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ArquiteturaEcléticaManauara

OtoniMoreiradeMesquita(UniversidadeFederaldoAmazonas.Brasil)

OtrabalhoéoestudodahistóriadaarquiteturaedasreformasurbanaspromovidasnaCidadedeManausentre1669e1915,concentradoemdoisperíodosdistintosdahistóriadacidade:a época provincial (1852 a 1889) com as suas limitações de ordem financeira; e as duasprimeiras décadas da República (1890 a 1915), fase demaior prosperidade econômica daregião.Adota-se uma abordagem histórica de cunho sociológico, destacando a importância dosfatoreseconômicoscomodeterminantesdarealidadesocial,semignoraraanáliseformaldasobras, por acreditar-se que essas perspectivas são fundamentais para a compreensão docontextoaserestudado.Priorizou-se o estudo das transformações ocorridas nos vários segmentos da sociedadeamazônicaemfunçãodocicloeconômicodaborracha,buscando-seelementoscapazesdecontrastá-locomoperíodoimediatamenteanterioresituaroleitorperanteessesdiferentesuniversos da região, destacando a importância que assume cada obra em seu contextooriginal.AcoletadedadosparaarealizaçãodestetrabalhopriorizouasfontesdocumentaiseoficiaisdoEstadodoAmazonasreferentesaoperíodode1850a1915(relatórios,falas,exposições,decretos,regulamentos, leis,entreoutros),alémdaimprensaperiódica(jornais,catálogos,almanaques e revistas) e de publicações de época como os álbuns, em geral de caráterpropagandísticoecontendofartomaterialiconográfico,eosrelatosdosviajantesecronistasquepassarampelacidadenasegundametadedoséculoXIXenaprimeiradécadadoséculoXX.Complementou-seoestudocomumabibliografiadeHistóriadaArteedaArquitetura,detendo-seemtrabalhosespecíficosdaarquiteturadoséculoXIX.Adotou-se,também,comofonteprimária,aanáliseasobrasarquitetônica,considerandoqueestasconstruçõesaindafazempartedocotidianodegrandepartedapopulaçãoesinalizamahistória da cidade, preservando muitas delas suas funções originais. São documentosmaterializadosquetestemunhamumaépoca,entendendoque,porestasrazões,devamserestudadas no sentido de descobrir seus valores para preservar e resgatar a memória dacidade.AcreditamosqueoestudodaArquiteturadeManaus,dentrodeumaperspectivahistórico-social, se constituiráuma contribuiçãodecisivapara a compreensãodoprocessohistóricomaisgeraldaAmazônia.Orientadoporestavisão,estetrabalhopretendepreencherpartedeumagrandelacunaexistentenoseiodahistoriografialocal,masacredita-sequeatemáticacontinuanecessitandodeinvestigaçõesmaisaprofundadas.Aopriorizar-seasquestõesurbanísticasearquitetônicas,procurou-setraçarohistóriconãosódosprincipaisserviçosurbanos,mastambémdeváriosprédiossobreosquaisseesboçaumaanáliseformal,retomando-seadiscussãosobreomovimentoartísticopredominantenaépocaeconcluindoqueaarquiteturadeManausé,semdúvida,eclética.

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AproduçãoespacialdosCentrosComerciaisemFortaleza(Brasil)àluzdosprocessosglobaisdemetropolização

TiagoEstevamGonçalves(InstitutoFederaldeEducação,CiênciaeTecnologiadoCeará)

JoséBorzacchiellodaSilva(UniversidadeFederaldoCeará)

Aintensificaçãodosfluxosdecapitalproduzimpactosnosespaçosurbanos.Esteartigocentra-se no capital ligado ao retalho, nomeadamente nos centros comerciais, e pretendemosanalisaropapeldoscentroscomerciaisnaproduçãodoespaçourbano.Noestágioatualdadinâmica metropolitana, há uma relação entre os shoppings e a dinâmica económica eterritorial.UsandoametrópoledeFortaleza,Brasil,desenvolvemosumametodologiadecasestudy e desdobramos a relação entre a disseminação espacial de shopping centers e aevoluçãodametrópole.Fortalezaéa5ªcidademaispopulosadopaís.Apopulaçãoeradecerca de 2.643.247 pessoas em 2018. Está localizada no nordeste do Brasil. A RegiãoMetropolitanade Fortaleza éumamacrorregiãodeplaneamentodoCeará, compostapordezanovemunicípios,comumapopulaçãodemaisde4.074.730habitantes.AregiãopossuiumarelevantedemografiaeinfluênciaeconómicanoNordestebrasileiro.Os principais pontos dametodologia são revisão de literatura; seção empírica comdadosquantitativossecundários;entrevistascomasadministraçõesdoscentroscomerciais;visitasperiódicas (2013-2018) em centros comerciais e arredores; finalmente, um software desistemadeinformaçãogeográfica.Concluímos que a internacionalização do capital pormeio de investimentos nos shoppingcentersproduzimpactosurbanos.Fortalezaevidenciouqueametropolizaçãoestáfortementeligadaa forçasglobais, atravésdedemandasde investidoresprivadoseproduzindonovoslocais,eventualmenteconsolidando-oscomonovascentralidadesaténaproduçãodasduasmetrópoles.Nestafaseatual,osshoppingcenterstêmnovaspartesinteressadasenvolvidas.Assim,podemosrelacionaressasnovasexpansõesevaloraçõesdoespaçocomaevoluçãodenovaspráticascomerciais,queassumirammaiorimpulsoaoritmodaglobalização,comoosshoppingcenters.ÀluzdosprocessosglobaisdemetropolizaçãofoimaterializadoemnovasfrentesdeexpansãodeFortalezaincentivadaspelosshoppings.

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DaOralidadeparaaEscrita:PersonagensIndígenasnaLiteraturanoAmazonas

RitaBarbosadeOliveira

(UniversidadeFederaldoAmazonas)

OCenso2010doIBGEverificouaexistênciade896.917indígenasnoBrasil,sendo342.836naregiãoNorte,edestes,261.891vivememterras indígenas (2012,p.55), sendo68%delesalfabetizados emuma língua indígena e/ou em língua portuguesa (IBGE, 2012, p. 71). NoAmazonas, Estado do Brasil que comporta aproximadamente 138 terras indígenas (IBGE,2012,p.192-196),asnarrativasoraisdaslendasemitosdasculturasindígenassãoregistradasdesdeosrelatosecrônicasdosprimeirosviajantes,bemcomodosetnólogoselinguistas.dasprimeirasnarrativasliteráriasquereinventampartedasculturasindígenasequeinserempersonagens indígenas na ação surge no poema épicoMuhuraida, escrito em 1785, pelosoldadoportuguêsHenrique JoãoWilkens,quenarraodescimentodopovomuhraparaacidadedeEga,apósanosdeguerraentreeleseoeuropeu.São também indígenas parte dos personagens do livro Simá: romance histórico do AltoAmazonas,publicadoem1857pelobrasileironordestinoLourençodaSilvaAraújoAmazonas,a respeitodarebeliãoquedestruiunãoapenasaspovoaçõesdeLamalonga,CaboquenaeBararoácomotambémgrandepartedaetniadosmanaós.Osdoistextosliteráriostratampoeticamentedeprocessoshistóricosdeaculturação,nocasodosmuhra,edeextermínio,nocasodosmanaós,doispovosindígenasdaregiãoamazônica.Maisrecentemente,autoresindígenastêmpublicadolivrossobreouniversoculturaldeseuspovosedesconstroemideiasconvencionadasarespeitodocomportamentodoíndio.UmdessestextoscontestaaescritaliteráriadonarradorbrancodaMuhuraida,napeçadeteatrodeúnicoatointitulada“Osmuhranaliteratura,arteehistória”(2004),escritaporumgrupodeestudantesmuhradocursodeFormaçãodeProfessoresIndígenadaUniversidadeFederaldoAmazonasquerecriapartedahistóriadeseupovo,agorasoboolhardoíndio.Diantedocontextoacimadescrito,propomo-nosadiscorrerarespeitodoentrelaçamentohistóricoe literáriodopoemaépicoedo romanceparaa seguir apresentar a situaçãodereconstruçãoculturalemqueseencontraopovomuhra,suaslendas,sualínguaesuasterras.

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LenguasindígenasyminorizadosenIberoamérica:DesafíosparalarevitalizaciónlingüísticaapropósitodelAñoInternacionaldeLasLenguasIndígenas

CarlaAmorósNegre

(DepartamentodeLínguaEspanholaUniversidadedeSalamanca)

El año 2019 ha sido bautizado por la Organización de las Naciones Unidas como AñoInternacionalde las Lenguas Indígenas, una iniciativaqueha sidoacogida conentusiasmotantoporlacomunidadcientíficacomoporlospropiospueblosoriginarios,dadoqueaportavisibilidadalaslenguas,culturasytradicionesindígenasyponederelievelaimportanciadesumantenimientoparaelequilibrioecolingüísticodelplanetay,sobretodo,paralograrunamayorequidadyjusticiasocial.ElpropósitodeestacontribuciónesllamarlaatenciónsobrelavulnerabilidaddelamayoríadelenguasindígenasdeIberoaméricayreflexionarsobreelpapel de sociolingüistas y antropólogos en el reto de concebir e implementar políticaslingüísticasorientadas a lograrbienelmantenimientobien la revitalizaciónde las lenguasoriginarias. Esbiensabidoquelahegemoníadelaslenguasdelosconquistadores-colonizadores,español y portugués, fundamentalmente, llevó aparejada la muerte y desplazamiento endiversogradodelaslenguasamerindiasautóctonas.SibiendesdelosañossetentadelsigloXX,enelmarcodelosmovimientosdereclamacióndelosderechoslingüísticosaparecierontambiénreivindicacionesporparteyenfavordelospueblosamerindiosafindeaumentarlasfuncionesyespacioscomunicativosdesusrespectivaslenguasyfrenarsudesaparición(cfr.Phillipson1992;May1999;Zimmermann1999;Skutnabb-Kangas2000),quedamuchocaminoporrecorrerparaevitarlaestigmatizaciónydiscriminaciónquesufrenenplenosigloXXIloshablantesdeestaslenguas.Entodocaso,nopuedeolvidarsequeparafrenarlosprocesosdecambió lingüístico hacia las lenguas hegemónicas, las medidas de política y planificaciónlingüísticasnopuedenconcebirsealmargendeladefensadelosderechosdelascomunidadesindígenasenlosámbitospolítico-económicos,territorialesysociales(cfr.LluísiVidal-FolchyCru2007;Sichraed.2009;AustinySallabank2011;Coronel-MolinayMcCarthyeds.2016).

Referenciasbibliográficas

Austin,P.K.yJ.Sallabank(eds.)(2011).TheCambridgeHandbookofEndangeredlanguages.Cambridge:CambridgeUniversityPress.

Coronel-Molina, S. y T.McCarthy (eds.) (2016): Indigenous Language Revitalization in theAmericas.London/NewYork:Routledge.

Lluís i Vidal-Folch, A. y J. Cru Talaveron (eds.) (2007): Lenguas de América. IV Foro de lasLenguasamerindias.Barcelona:FundacióCasaAméricaCatalunya.

May, S. (1999). “Language and education rights for Indigenous peoples”. En S.May (ed.):Indigenouscommunity-basededucation.Clevedon:MultilingualMatters,pp.42-66.

Phillipson,R.(1992).LinguisticImperialism.Oxford:OxfordUniversityPress.

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LínguaseHistória(s)deFronteira

IsabelSantos(UniversidadedeCoimbra)

CristinadosSantosPereiraMartins(UniversidadedeCoimbra)

IsabelPereira(UniversidadedeCoimbra)

Napresentecomunicaçãopretende-seproblematizarainteraçãohistóricaentreadefiniçãodafronteirapolíticaluso-espanholanoespaçoibéricoeadelimitaçãodefronteiraslinguísticasnessemesmoterritório.Estainteraçãoseráilustradaatravésdaobservaçãodetrêsrealidadeslinguísticasparticulares:omirandês,variedadesgalego-portuguesasemterritórioespanholeo barranquenho. Tratando-se, em todos os casos, de línguas ou de variedades que seencontram em situação de contacto linguístico, elas resultam, ainda assim, de processoshistóricos particulares. Se, em alguns casos estamos perante variedades autóctones quesobrevivem em áreas nas quais outras se tornaram hegemónicas, outros resultam desituações de mobilidade populacional ou de contacto reiterado e sistemático entre aspopulaçõesdosdoisladosdafronteira.

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Falarcabo-verdianoeportuguês:EducaçãoBilingueemCaboVerdeenadiáspora

AnaJosefaCardoso

CLUNL-FCSH–UniversidadeNovadeLisboa

Asituação linguísticadeCaboVerdeémarcadapeladiglossiaprovocadapeladiferençadeestatutoexistenteentreasduaslínguasempresença.Nãohátradiçãodeensinoformaldalínguamaternaealínguadaeducaçãotemsidoexclusivamenteoportuguês.Duarte(1998,215)ePires(2010,149)asseguraremque90%dascriançasemidadeescolarfalamportuguêspela primeira vez quando ingressam na escola. A língua cabo-verdiana no contextoeducacionaltemsidoutilizadaapenascomoumrecursoparaapoiaraaprendizagemdalínguaportuguesa(Monteiro,2009),poisosprofessoresdificilmenteconseguemensinarportuguêssemrecorreràlínguamaterna.A Educação Bilingue é apontada como uma mais-valia para os contextos em que há diversidadelinguística,independentementedoestatutodaslínguasenvolvidas.Assuasvantagenssãosustentadaspordiversosautores(Bialystock,2007,2009,García,2010).

Asexperiênciaseducativasqueincluemocrioulocabo-verdianoresultamdeprojetosaprazoetêmsidodesenvolvidassobretudonadiáspora,nomeadamenteemPortugalenosEstadosUnidos.Aprimeiraexperiênciadeensinodalínguamaterna,oficialmentereconhecidapeloMinistériodaEducaçãodeCaboVerde,comcriançasdoensinobásico,teveinícionoanoletivo2013/2014.NestaapresentaçãovamospartilharduasexperiênciasdeEducaçãoBilingueCabo-verdiano/Português, uma realizada em Portugal e outra a decorrer em Cabo Verde. Estaexperiência-pilotoemCaboVerdeveio romper como ciclodeexclusividadedoportuguêscomoúnicalínguadeensino.Palavras-chave:línguacabo-verdiana,línguaportuguesa,educaçãobilingueReferências:Bialystok,E.2006.Theimpactofbilingualismonlanguageandliteracydevelopment,InBhatia,T.K.&Ritchie,W.C.TheHandbookofBilingualism.Oxford:BlackwellPublishing.Pp.577-601.

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DeTrancosoàToscânia:portuguesesemItálianaprimeirametadedeQuatrocentos

RitaCostaGomes

(TowsonUniversity)

ÉmaisconhecidaapresençadeitalianosemPortugalnoséculoXV(sobretudomercadores,masnãosó…)doqueapresençadeportuguesesemItália.Acentúriadasprimeirasviagensmarítimasatlânticasdosportugueses,aolongodacostaocidentalAfricanaeàdescobertadasilhas,foitambémumtempodeaberturaeviagensemdireçãoaorestodaEuropa.Aatençãoquetemosdadoaoprimeiroaspetodeixaumpouconoesquecimentoosegundo,emboraexistamentreambasasvertentesmúltiplasrelações.Apartirdeumacoleçãoexcecionaldecartas que se conserva em dois arquivos florentinos, desvendaremos alguns aspetos dapresençadeportuguesesemFlorençaeemPisanaprimeirametadedequatrocentos.ForamelestestemunhasdeeventosfundamentaisdavidaFlorentina,comoaconstruçãodagrandecúpuladacatedralouoconcílioquereuniuGregoseLatinosparaareunificaçãodasigrejas.Umexemploemespecialmereceráanossaatenção, ligandoaviladeTrancosoaosmeiosmonásticostoscanos.