Curtume-especificacoes
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9ª Turma EQ Projetos Associados – Registro CREA xxx - CNPJ yyyy
Escritório: Sala 1307 Anexo C, CT - Campus UFSM - Camobi -Santa Maria - RS Fone / Fax: (055) 220 8448 / 3220 8306 CEP: 97.105-970
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PROJETO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
CURTUME UFSM SA
INTRODUÇÃO
O presente projeto do sistema de tratamento de efluentes descreve o processo a ser
utilizado no Curtume UFSM SA. A empresa localiza-se no distrito de Pains, município de
Santa Maria-RS, tendo como CGC: 02.000.555/0001-00.
O projeto industrial prevê a produção semanal de 300 (trezentos) couros, ou 60
couros/dia, sendo que estes serão comercializados após curtimento, no estado do Rio Grande
do Sul.
A área industrial prevista é de 300 m2, tendo como área disponível para instalação do
sistema de tratamento dos efluentes 3 hectares, sendo a área total da propriedade 15 hectares.
INSUMOS
Matéria-prima:
O curtume deverá beneficiar 300 (duzentos) couros bovinos semanalmente, o que
representa em média um total de 7500 kg de couros/semana. Estes terão como procedência o
couro de matadouros e frigoríficos da região de Santa Maria.
Reagentes utilizados no processo:
Produtos químicos Consumo mensal (Kg)
Sulfato de amônia - [(NH4)2 SO2]
Sulfeto de sódio - [Na2 S]
Cloreto de sódio - [NaCl]
Ácido sulfúrico - [H2SO4]
Sal de cromo - [Cr2 (SO4)3]
Bicarbonato de sódio - [NaHCO3]
Cal hidratada - [Ca(OH)2]
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DESCRIÇÃO DO PROCESSO
O processo utilizado fundamenta-se exclusivamente no curtimento ao cromo
(conforme Planta 01), subdividindo-se nas seguintes operações:
Armazenagem: o couro é estocado em forma de pilhas, na forma verde, onde será
utilizado no dia do recebimento. Na forma salgada será depositado em pilhas dentro das
instalações da empresa.
Após a pesagem efetua-se o corte das aparas, e outras partes inaproveitáveis, entrando então
na sequência de operações.
Remolho, caleação e depilação: embora independentes, estas operações são agrupadas
em um único item porque são realizadas, em sequência, dentro de um mesmo fulão (fulão 1)
O remolho inicial, visa obter o reverdecimento dos couros (reposição do teor d’água perdido
pelo mesmo). Após, seguem as fases de caleação e depilação, muito importantes no processo
de curtimento, que são processados dentro do mesmo fulão, logo após o esgotamento do
banho de remolho. É nesta operação que são retirados os pelos e a hipoderme do couro,
ocorrendo um inchamento da pele, necessário para as subsequentes operações.
O sulfeto de sódio atua na depilação e a cal hidratada promove o inchamento da pele.
Ambas as operações, caleação e depilação, exigem um período de 10 (dez) a 15 (quinze)
horas de trabalho, sob constante rotação do fulão caleiro (fulão 1). Os resíduos destas
operações são bastante poluidores, principalmente pela presença do sulfeto de sódio e dos
resíduos orgânicos que apresentam elevada DBO.
Descarnagem: operação que tem como objetivo a retirada de tecido adiposo e de sebo
aderido à hipoderme. O sebo, as pelancas e as aparas resultantes são reunidas para posterior
comercialização.
Divisão: operação que visa a obtenção de duas camadas - a superior, denominada vaqueta
ou “couro flor”, e a inferior, conhecida como raspa ou crosta. As crostas sofrem, então uma
sub-operação de corte de aparas, resultado um grande número de resíduos (pelancas) que
serão posteriormente comercializadas.
Purga, píquel e curtimento: estas três operações do processo de curtimento ao cromo
correm dentro de um mesmo fulão (fulão 2), subsequentemente. O processo inicial, a purga,
prepara a pele inchada para o curtimento. Remove parte da alcalinidade remanescente da
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caleação, assim como parte dos materiais indesejáveis, como restos da hipoderme e raízes dos
pelos. A duração deste processo é de cerca de 2 (duas) horas.
A piquelagem, operação subsequente a purga, provoca uma acidificação dos couros
através de ácido sulfúrico e cloreto de sódio preparando-os para o recebimento do cromo.
O curtimento ao cromo é realizado logo após à purga e à piquelagem, e tem como
objetivo fazer com que os couros adquiram resistência e imputrescibilidade. A operação é
realizada pela adição de sulfato de cromo em excesso. É importante neste processo tanto por
motivos econômicos como de proteção ambiental, fazer-se uma reciclagem da solução de
cromo. Para a realização deste processo é utilizado o fulão 2.
Enxugamento do curtimento: realizado através do escorrimento da água de lavagem, em
cavaletes especiais, logo após o curtimento.
Rebaixamento: objetiva a homogeneização da espessura do couro. É realizada por uma
rebaixadeira.
Neutralização e recurtimento: estas operações são realizadas dentro de um mesmo fulão
(fulão 2). A neutralização visa corrigir o pH com carbonato de sódio e o recurtimento é
realizado com solução de cromo.
Enxugamento do recurtimento: da mesma forma como após o curtimento esta operação
é realizada em cavaletes especiais.
Obs: eventualmente algumas operações podem ser realizadas no outro fulão.
Forma de Estocagem e Armazenamento:
Matérias-primas: os couros salgados ou verdes, serão estocados abertos em pilhas, nas
dependências da empresa, em local apropriado para este fim.
Produto: os produtos acabados serão armazenados em cavaletes apropriados.
Sub-produtos: as crostas ou raspas serão armazenadas em tonéis, assim como as graxas e
aparas.
Abastecimento de Água:
A água utilizada no processo de curtimento de couros ao cromo terá como
procedência poço artesiano. O consumo médio de água será de aproximadamente 50 m3/dia
(cinquenta metros cúbicos) ou de 1000 m3/mês (um mil metros cúbicos). Quanto à vazão dos
sanitários, será utilizado 0,5 (meio) m3/dia ou 10 (dez) m3/mês.
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DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES
No processo de curtimento de couros ao cromo, as principais fontes de efluentes
líquidos são os despejos do fulão caleiro (águas de lavagem e da própria calagem) e do fulão
de curtimento, os quais são recolhidos por uma primeira linha de canaletas. As águas dos
processos de caleação, de pré-curtimento, misturadas, apresentam uma melhor condição de
pH para o tratamento posterior. Uma segunda linha de canaletas tem por principal finalidade
recolher as águas do curtimento, recurtimentoe e enxugamento. A primeira canaleta
encaminha os resíduos líquidos coletados para a E.T.E., e a segunda canaleta encaminha os
resíduos líquidos coletados ao tanque de reciclo. A E.T.E. está representada na Planta 02.
Obs: as canaletas estão colocadas de forma que as operações possam ser invertidas no fulões
(caso de panes, para manutenção, etc.).
Para a E.T.E. prevê-se a instalação de uma peneira cujas dimensões úteis são
descritas em memorial descritivo.
Após a passsagem pelo sistema de gradeamento, os efluentes passam ao
homogeneizador, onde será regularizada sua vazão e equalizadas suas características,
principalmente o pH. As dimensões estão colocadas no memorial descritivo a seguir. O
homogeneizador foi colocado antes do decantador para que a mistura dos líquidos possibilite
uma melhor sedimentação dos sólidos pela busca de um pH mais neutro.
Seguindo-se à homogeneização chega-se ao decantador onde será diminuída a
velocidade dos efluentes, ocorrendo então a sedimentação de sólidos em suspensão. As
dimensões constam no memorial descritivo e plantas anexas. O decantador não deve ser
prejudicado pelo excesso de lodo, o qual deverá ser retirado periodicamente e destinado ao
leito de secagem.
O líquido do decantador é encaminhado para uma caixa de gordura, cujo objetivo é
reter óleos e graxas, conforme memorial descritivo anexo.
Os resíduos sólidos retirados periódicamente serão encaminhados para a graxaria e o
líquido passará para o sistema de tratamento secundário, conforme memorial descritivo e
plantas anexas. Logo após o efluente, já tratado, passará por um medidor de vazão conforme
memorial descritivo. Só então o efluente é liberado para o corpo receptor.
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Para o líquido a ser reciclado, o tanque de coleta e armazenagem terá as dimensões
descritas no memorial descritivo. O lodo resultante neste tanque será periodicamente
recolhido e armazenado em tambor até haver quantidade suficiente para comercialização e/ou
neutralização e liberação para uso em aterro sanitário.
O lodo resultante dos leitos de secagem por ser essencialmente resultante de matéria
orgânica, será utilizado em compostagem e após a cura será liberado como complemento de
adubo. O líquido recolhido nos leitos de secagem será encaminhado para tratamento
secundário. No processo serão utilizados 3 (três) leitos de secagem em paralelo, com uso
alternado. Cada leito terá as dimensões descritas em memorial.
Obs: opcionalmente poderá ser colocado um leito de secagem para o lodo do tanque de
reciclo, entretanto, o lodo deste tanque pode ser armazenado em tonéis.
Para eliminar odores, poderá ser instalado um tanque para reciclar os resíduos da calagem
contendo sulfeto de sódios.
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FLUXOGRAMA DO PROCESSO
Resíduos Sólidos Operação Resíduos Líquidos Couros Sangue Emulsão E.T.E. Sal E.T.E. Cal Sulfeto de Sódio Águas, Pelos E.T.E. Tanque de Reciclo de Resíduos com Sulfeto Sebo Pelancas Aparas Aparas Pelancas Raízes E.T.E.
Ác. Sulfúrico Restos de hipoderme Cloreto de Sódio
Solução Sulfato de Cromo Tanque de reciclo Água Tanque de reciclo Tanque de reciclo com resíduos de
cromo Aparas de couro Bicarbonato de Sódio Solução Sulfato de Cromo Tanque de reciclo Tanque de reciclo
Armazenagem
Lavagem Remolho
Caleação Depilação
Descarnagem
Divisão
Purga
Píquel
Curtimento ao Cromo
Lavagem
Escorrimento
Rebaixamento
Neutralização
Recurtimentoo
Enxugamento
Armazenagem
Expedição
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FLUXOGRAMA DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO - E.T.E
Resíduos Líquidos Gerais Resíduos sólidos Lodo para leito de secagem Resíduos sólidos para graxaria lodos
Resíduos Sólidos
Peneira
Armazenagem em tambores
Expedição
Decantador
Homogeneizador
Caixa de Gordura
Tratamento secundário
Corpo Receptor
Medidor de Vazão
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Tanque de Reciclo Resíduos da Curtição Resíduos do Escorrimento e Recurtimento e Lavagem Pós Curtição
Tanque de Reciclo
Bombeamento
Curtimento