Curtimento apresentação
-
Upload
natalia-santos -
Category
Documents
-
view
19 -
download
0
Transcript of Curtimento apresentação
COURO
COURO COURO
• Pele - 4 a 11% do peso do animal vivo
• Brasil - exportação do couro bruto
• Baixa qualidade do couro
• Defeitos - Esfola representa 20% das causas dos defeitos e ectoparasita40%
COURO Usos do couro
Bolsas Calçados Filmes radiativosLodo Fertilizante Medicamentos
Gelatina
Material esportivo: bolas, luvas, tênis, chuteirasRevestimento: sofá, banco de avião, banco de carroColágeno: Cosmético, creme e esmalte
COURO COUROAs principais fontes de couros são:
• Os matadouros frigoríficos (59%)
• Salgadores (13%)
• Matadouros municipais (1%).
IBGE, 2006
Histologia da pele
Camada superior – epidermeCamada intermediária – dermeCamada inferior - hipoderme
Histologia da pele
Epiderme EpidermeA epiderme constitui pequena camada Principal componente é a queratinaA camada próxima à derme são constituídos por células cheias de vitalidadeAs células mais velhas são empurradas para camadas mais externas e se queratinizamEncontra-se ainda grânulos de pigmentaçãoÉ produzido juntamente com os pêlos, glândulas sebáceas e sudoríparas
Pele Pele
Derme Derme
Constituído de colágenoPossui duas camadas – superior e inferiorSuperior ou flor ou termostática – colágeno, glândulas sebácea, sudorípara e folículo pilosoInferior ou reticular – entrelaçado de fibras de colágeno
Fibras de colágeno
Fibras de colágeno
GlicinaProlina
Hidroxiprolina
É uma fribosa, globular, insolúvel em água. É constituída por três cadeias de polipeptídios que aparecem entralasadasformando uma tríplice hélice
Hipoderme
Tecido celular subcutâneo serve de meio de união desta com os tecidos e órgãos
É retirada durante o descarne
Tipos de Pele que Podem ser Curtidas
SuínaBovina (+ velho + espessa)
Ovelha (esponjosa)CavaloPeixe
Denominações industriais da pele
Flor da pele ou couro: Face mais externa, corresponde a membrana hialina que estabelece contato entre a camada basal da epiderme e o derma.
Carnal: Porção interna da pele, relativa ao tecido celular subcutâneo
Grupão/Grupon: Parte mais valiosa da pele que cobre as regiões do lombo e dorso, ancas e costado.
Classificação das peles
PADRÃO DE CLASSIFICAÇÃO DO COURO BOVINO (BOI EM PÉ)
DEFEITOS NATURAIS COURO TIPO "A" COURO TIPO"B" COURO TIPO "C"
Carrapato Tolerado na barriga Tolerado na barriga Tolerado
Berne curado Não tolerado Tolerado fora do grupon
Tolerado até 4 cicatrizes no grupon
Placa de berne Não tolerada Não tolerada Tolerada fora do grupon
Risco aberto Não tolerada Não tolerada Tolerada
Risco cicatrizado Não tolerada Não tolerada Tolerada
Marca a fogo Não tolerada Não tolerada Tolerada
Fonte: INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12 DE 18 DE DEZEMBRO DE 2002
Defeitos das pelesDefeitos naturais: são aqueles característicos do próprio animal. Ex. as partes esponjosas como as virilhas, rugas, marcas de costelas e da linha dorsal, redemoinhos, vasos sanguinários
Defeitos acidentais: são aqueles que se originam na pele durante do período de vida do animal, e são provocados por agentes externos como o berne (tumor causado por uma larva de mosca), carrapato (que suga o sangue dos animais), marcas de fogo, arame farpado.
Defeitos post-mortem: são aqueles que se originam depois do abate a partir da esfola e do processo de conservação, como por exemplo, cortes de faca, manchas de sangue e urina, manchas de ferro, putrefação.
Defeitos das pelesProblemas Conseqüências
Carrapatos, bernes, cicatrizes de sarna
Couro mais sujo e menor conversão alimentar do boi em carne
Marcas de fogo É uma agressão ao animal e ao couro, resultado em estresse, levando à perda de peso e do valor do couro
Riscos de arame, galhos, cicatrizes de currais, carrocerias e furos de ferrões
Menor conversão alimentar e perda da área no aproveitamento
Sucessivas marcações com os
mais variados tamanhos, e em
regiões nobres do animal, como cupim, paleta, quarto, anca.
O valor comercial do couro é estimado em 10% do valor do animal ao abate
25% do animal em pé
Cerca de 70% do couro apresenta algum defeito
Nas últimas décadas o pagamento do couro foi 50% menor que o valor pago aos EUA
Defeitos das peles
Dez mandamentos para a melhoria da qualidade do couro
Nunca usar arame farpado;
Não usar ferrões pontiagudos e nem cães para o manejo do gado;
Combate periódico aos ectoparasitas (carrapato, berne, mosca-do-chifre)
Manter as pastagens limpas;
Olhar sempre os currais, procurando pontas que possam furrar o gado;
Dez mandamentos para a melhoria da qualidade do couro
Marcar nos locais corretos (cara, pescoço e canelas) com no máximo 11 cm de diâmetro.
Descornar o gado
Ofertar suplementos minerais
Escolher veículos adequados para transportar os animais, evitando pregos e pontas de madeira;
OBTENÇÃO DO COURO
Abertura para retirada do couro Soltando o couro
Puxando o couro
OBTENÇÃO DO COURO
Linhas de corteOBTENÇÃO DO COURO
EsfolaA operação de esfola como sendo o ato de retirar a pele do corpo do animal pela separação do panículo subcutâneo.
São retiradas as orelhas, a bases das orelhas, os lábios, úberes, rabo e pele da cara.
Os métodos empregados podem ser: esfola com uso da faca, esfoladoras pneumáticas de ar comprimido e por tração.
Esfola pode ser área ou no piso.
Esfola com faca – desvantagem
Necessidade de tempo e mão-de-obra qualificada;
Maior presença de pedaços de carne e gordura no couro, o que acarretará maior disponibilidade de tempo para toalete do couro no curtume, além de causar perdas financeiras e de qualidade da carcaça do animal, pois estas partes serão descartadas e o aspecto visual da carcaça ficará prejudicado (gordura de cobertura);
Esfola com faca – desvantagem
Furos e rasgões por todo o comprimento do couro devido à falta de habilidade do funcionário e dificuldades na retirada do couro nas extremidades do animal;
Maior número de funcionários com pequenos cortes e ferimentos devido o uso de facas.
Esfola mecânica–vantagemMelhoria da qualidade do couro com redução de cortes, riscos e furos;Menor tempo de esfola e, consequentemente, redução do tempo de abate;Couro sem quantidade excessiva de gordura que foi extraída da carcaça e sem presença de retalhos de carne;Fácil manutenção;Fácil manuseio e alta durabilidade;Melhor qualidade e uniformidade no couro produzido, melhorando o preço pago pelo curtume ao frigorífico (aprox. 40% maior);
Esfola mecânica–vantagemEconomia de mão-de-obra, sem necessidade de grande habilidade por parte dos funcionários;Redução da contaminação da carcaça com pêlos dos animais;Economia por parte do curtume com os tratamentos antes da salga;Maior aproveitamento do couro pelo curtume, que não precisará fazer aparas no couro para retirada de furos e cortes provocados pelo uso da faca.Menor incidência de riscos no couro, o que prejudicará a finalidade ou produto final obtido deste couro.
Conservação das peles
Tem a finalidade de interrromper a decomposição
Impede a ação enzimática e bacteriana
TIPOS:
- Por secagem- Curta duração (bactericidas e fungicidas)- Radiação- Antibiótico
Conservação que utilizam salSalga a secoSalmouragemSalga e secagemSalga em fulão
Conservação que não utilizam salDesidratação com solventesResfriamento
Sistema de curtimento e curtimento leveCura com mimosaFringe levelCurtimento mínimo com cromo
Conservação das pelesConservação das peles
Sal
Agente mais empregado na conservação de pelesExtrai água, albuminas, globulinas, inibição enzimática e bacterianaConserva por um ou 2 anos
DesvantagemPoluição ambientalProcesso de salga demora 24 h
Fatores que influem na salga
Quantidade (aproximadamente 50%)Granulometria 1 a 3mmPureza do sal 98-99% de NaClCondições de armazenamento 7- 10ºCUmidade relativa 85-90%
Conservação Salga a seco
O piso de concreto é revestido de salColoca-se a pele com os pêlos para baixoA pilha deve ter no máximo 1,4m de alturaPode-se pulverizar antissépticos antes da salga (penta ou triclorofenato de sódio)A cura das peles ocorre em 30 dias
Conservação por salmouragem e salga
Operações preliminares – descarne e lavagemSalmouragem – tanques com sal a 24-28ºBéSalga – 21 dias
Resulta numa cura mais uniforme
Conservação por salga e secagem
Operação preliminar – lavagem
Salga em pilha – sal e pele, alternado com 1m de altura por um tempo de 3 dias a temperaturas inferiores a30ºC
Secagem das peles com sal – em cordas ou varas
Conservação Salga em fulão
Peles com água a 18ºC em fulão a 4rpm
Salga – em fulão 4rpm por 4 horas e pode-se adicionar misturas de 2,5% de Na2CO3 e 1,5% naftaleno
Operações complementares – As peles salgadas são dispostas em piso plano
Defeitos nas peles salgadas
Desenvolvimento de bactérias halofílicas –Micrococcus, Sarcina, Staphylococcus
Presença de sulfato de cálcio insolúvel e aparecimento de manchas – causada pela presença de Mg(NH4)PO4
Manchas de ácidos graxos – formação de sabões de cálcio insolúveis na encalagem
Processo de conservação sem o uso do sal
Conservação por secagem
Desidratação da pele – umidade de 12%
Secagem natural - ao sol ou à sombra.
Secagem controlada – 10-20ºC com velocidade de um volume/min, com UR 70%. A pele deve estar dependurada pela linha dorsal com o carnal para fora ou estiradas em bastidores de madeira
Conservação por resfriamento
Primeira etapa – resfriamento da pele até 3ºC com a carnal para dentro.
Segunda - Com fluxo de ar 100m/min, a –1ºC.Conservação por 4 semanas
Conservação de curta duração (1-2 semanas)
Aplicação de biocidas logo após o abateMistura de 0,04% de pentaclorofenatoSol. Saturada de ácido bóricoCloreto de zinco 0,3% e pentaclorofenato 0,05%
Conservação por radiação
Aplicação de radiações ionizantesFonte de radiação gama - isótopos Co60 ou
Cs137 ou aceleradores de elétronsDoses de 2,5 a 3 MradTempo de armazenamento - 6 mesesCusto - 5 a 6 vezes maior que a salga
Fringe levelÉ um curtimento vegetal leve Consiste num pré curtimento com sais de cromo ou com tanino sintéticos das peles previamente caleadas, desencaleadas e piqueladas.
Cura com mimosaAs peles são tratadas com sulfato de sódio anidro (10%).
Outros sistemas de conservação
Wet blueSão peles curtidas ao cromo, sem nenhuma operação complementar e mantidas em estado úmido.
Conservação por piquelagemPeles tratadas com solução salina e ácido forte e deixadas em descanso por 18 a 20h para que ocorra a penetração do ácido, pós é escorrido em cavaletes e embaladas em sacos plásticos.
Conservação por:
A ação conservante do sal pode ser melhorada com a adição de 15 a 30 ppm de cloranfenicol ao sal
O couro assim tratado tem melhores características
Conservação com uso de antibiótico
É uma indústria de transformação, transforma uma pele in natura (pele fresca ou em sangue) num couro imputrescível, macio, sedoso e que recebe no final um acabamento pigmentado ou em anilina, nas cores e brilhos desejados, bem como em estamparias imitando répteis.
Curtume
Tipos de curtimento
Vegetal: uso de taninos extratos de plantas que possuem afinidade pelo colágeno, transformando a pele sujeita ao aprodrecimento em couro não putrescível. Ex. casca do castanheiro, casca de pinheiro
Mineral: mais conhecido é o à base de cromo com 33% de basicidade, usa Cr3+ (cromo trivalente)
Curtume
Um curtume integral se divide em três grandes plantas:
Planta da RibeiraPlanta de Curtimento Planta de Acabamento
Curtume
Planta da Ribeira: local onde se inicia o processo de transformação e são efetuados os seguintes processos:
• remolho ou lavagem da pele; • depilação e caleiro; • descarne; • classificação para as diversas finalidades; • divisão;
Planta de ribeira
desencalagem;purga; desengraxe; piquel;
Planta de Ribeira
ObjetivosInterromper a conservação da pele e retorná-la, o máximo possível, ao estado de pele fresca; Reidratar a pele uniformemente em toda a sua superfície e espessura; Extrair as proteínas globulares; Retirar os produtos químicos eventualmente adicionados durante a conservação; Extrair materiais (como sangue, sujeiras e esterco) Preparar as peles adequadamente para as operações e processos seguintes.
Remolho
retirar o pêlo ou a lã da pele remover a epidermeintumescer e separar as fibras e fibrilas do colagêniocontinuar o desengraxe que tem início no remolhomodificar as moléculas de colagênio, transformando alguns grupos reativos e algumas ligações entre as fibras
DepilaçãoObjetivo
Abertura da estrutura fibrosa Ação sobre as gordurasAção sobre o colágeno e outras proteínasPode ser realizada por sistema cal-sulfeto (2-4%), ação bacteriana, ação enzimática, dióxido de cloro e pela ação do calor
Caleiro
O descarne é realizado em máquina de descarnar que tem por objetivo eliminar os materiais aderidos ao carnal (tecido subcutâneo e adiposo).
Sua finalidade é facilitar a penetração dos produtos químicos aplicados em etapas posteriores.
Antes do descarne, a pele geralmente sofre recortes visando aparar e remover apêndices que não foram removidos no matadouro ou frigorífico.
Descarne
Divisão em duas camadas:
A camada superior (flor) e a inferior (raspa).
Divisão
Desencalagem
Remoção de substâncias alcalinas
Enzimas proteolíticas limpam a pele dos restos de epiderme, pêlo e gordura, originando uma flor mais fina e sedosa
Piquel
Preparo das fibras colageniônicas para facilitar a penetração dos agentes curtentescom 6 a 10% de NaCl, 1 a 1,5% de H2SO4 , 60 a 100% de água.
Purga
ocorre o aumento da estabilidade de todo o sistema do colagêniodiminui a capacidade de intumescimento do mesmoaumenta a temperatura de retração o couro é estabilizado face às enzimas e aos microrganismos Pode ser natural ou mineral
Curtimento
Local onde se efetuam as seguintes operações:
1. Rebaixamento2. Lavagem3. Neutralização 4. Recurtimento5. Tingimento6. Engraxe 7. Secagem
Planta de Curtimento
O enxugamento é uma etapa mecânica que elimina o excesso de água para facilitar o rebaixamento do couro.
No rebaixamento, o couro passa por uma máquina que uniformiza a espessura do couro
É realizada com a finalidade de remover o excesso de água e uniformizar a espessura
Curtimento
Lavagem: se tratando de couros curtidos com sais de cromo, é efetuado o processo de lavagem ácida, para eliminar depósitos de sais curtentes na superfície. Isso evita o aparecimento de manchas posteriores.
- Neutralização: visa neutralizar os ácidos livres. Tais produtos, quando não eliminados adequadamente, provocam fixação irregular dos produtos adicionados posteriormente.
- Recurtimento: é um complemento do curtimento. Neste processo são dadas certas características ao couro, não obtidas no curtimento básico.
Curtimento
Tingimento: é o processo no qual se proporciona cor ao couro através de anilinas. Pode ser feito em fulão, tanque, máquina de imersão, aplicação manual, com pistolas de ar comprimido ou outro.
Engraxe: adição de lubrificantes que devem conferir ao couro a maciez desejada.
Secagem: após o engraxe, efetua-se a secagem, no ar (secagem natural) ou em estufas.
Curtimento
Local onde se efetuam as seguintes operações:
1. Acondicionamento2. Amaciamento3. Secagem4. Lixamento5. Desempoamento6. Acabamento
Planta de acabamento
Condicionamento: consiste em proporcionar ao couro uma determinada umidade, uma vez que a secagem elimina praticamente toda a água. A operação pode ser efetuada em máquina que pulveriza água ou com pistolas manuais, sendo os couros empilhados para melhor distribuição da umidade.
Amaciamento: com a eliminação da água, pode ocorrer, na secagem do couro, um encolhimento da estrutura e um leve enrugamento da superfície. Com o amaciamento, ocorre a eliminação do enrugamento superficial, melhorando o toque.
Secagem estirada: é efetuada após o amaciamento, para retirada do excesso de umidade e aumentar o rendimento do couro.
Planta de acabamento
Lixamento: visa uniformizar a superfície flor do couro, eliminando eventuais defeitos (quando não muito profundos), além de facilitar a penetração e aderência do filme de acabamento.
Desempoamento: tirar o pó do couro, produzido durante a lixagem.
Acabamento propriamente dito: a camada de acabamento aplicada no couro deve ser fixada de forma firme e permanente. A aplicação deve ser uniforme, sem manchas. O acabamento não deve formar uma crosta, mas sim carregar o menos possível a superfície, conservando o toque natural.
Planta de acabamento
Tipos de curtume
Curtume de wet blue - é aquele que desenvolve somente o processamento de couro cru para wetblue (primeiro estágio de processamento do couro) ou para couro piquelado.
Curtume integrado - é aquele que realiza todas as operações, processando desde o couro cru até o couro acabado. Portanto, tem capacidade para ofertar couro piquelado; couro wet blue; couro semi-acabado e couro acabado.
Tipos de curtume
Curtume acabado - é aquele que utiliza como matéria-prima o couro no estágio wet blue e o transforma em crust (semi-acabado) e em acabado.
Curtume de acabamento - é aquele que realiza apenas a etapa final de acabamento, utilizando-se do crust como matéria-prima.
Produção de couro por tipo de curtimento
Valor agregado na cadeia produtiva
Recebimento
Estoque
Pré-descarne
Caleiro
Operação ribeira
Curtimento
Classificação
Wet blue
Descalcinação
Tanque de curtimento
Couro curtido
Enxugamento
Expedição