Cursos de Pós, MBA, Licenciatura e Extensão ...por um componente direta (ou de feixe) e por uma...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Energia Renovável - Energia Solar
Por: Débora Costa Bezerra de Andrade
Orientador
Prof. Maria Esther de Araujo Oliveira
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Energia Renovável - Energia Solar
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Ambiental.
Por: Débora Costa Bezerra de Andrade
3
AGRADECIMENTOS
Primeiro agradeço a Deus por
me dar forças e esperanças para
continuar nessa caminhada em
busca dos meus sonhos.
Agradeço a minha família,
principalmente mãe e pai, pois
sempre que precisei estavam do
meu lado e aturando minhas
chatices.
Ao meus companheiros de
turma que participaram da minha
história e contribuíram cada um com
o seu percentual, para que minha
caminhada não fosse solitária.
4
DEDICATÓRIA
.
Dedico a meu pai e mãe por sempre me
apoiarem nos meus sonhos. Também a
meu sobrinho Gabriel, por me trazer
alegria.
5
RESUMO
As estatísticas voltadas a obtenção de energia por fontes convencionais,
apontam uma possível exaustão das reservas naturais, evidenciando a
necessidade de encontrar novas formas de energia que possam garantir no
futuro a continuidade da vida sem a necessidade de um racionamento
energético. Assim, a busca por alternativas energéticas está sendo cada vez
mais estudada e pesquisada.
Das energias não convencionais está disponíveis a energia solar, onde
constitui um processo de geração de energia limpa, segura, silenciosa, além de
ser uma fonte inesgotável.
Os principais benefícios destas instalações podem ser resumidos na
redução do valor da conta de energia elétrica, geração de energia renovável
sem agressão ao meio ambiente, sem geração de CO2, nível baixo de
manutenção, possibilidade de integração com a arquitetura da edificação e não
utiliza baterias elétricas. Porém, aspectos econômicos muitas vezes
inviabilizam suas utilizações.
O trabalho tem como objetivo mostrar os principais usos e aplicações da
energia solar, apresentando as vantagens geradas por esta atividade para o
ambiente.
6
METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas em
livros, artigos científicos, dados e certificados por instituições, órgãos públicos
responsáveis pelo estudo da matriz energética brasileira, sites sobre energia
solar, aproveitamento, benefícios de sua utilização, fonte alternativas de
energia e outros pertinentes ao assunto.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Radiação Solar 10
CAPÍTULO II - Aproveitamento da Energia Solar 21
CAPÍTULO III - Impactos Socioambientais 29
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
INTRODUÇÃO
8
Por que a energia solar pode ser uma opção de sustentabilidade ambiental?
Diante da redução das reservas mundiais de petróleo e da adoção de
práticas de preservação do meio ambiente que promovem a redução do
impacto na natureza com a otimização dos recursos disponíveis, a utilização
de fontes renováveis, em grande escala, representam hoje o grande desafio do
setor energético.
O uso sustentável da energia solar representa uma fonte silenciosa, não
poluente e renovável de energia elétrica, através do aproveitamento da
radiação (calor e luz) para utilização diretamente de geração de energia
elétrica, por meio de determinados materiais, entre os quais se destacam o
termoelétrico e fotovoltaico.
O aproveitamento da energia gerada pelo sol é hoje sem dúvida uma
das alternativas energéticas limpas mais promissoras para enfrentar o novo
milênio, tendo um grande impacto na redução do consumo de eletricidade e
conseqüentemente nas emissões de gases do efeito estufa, mitigando os
impactos do aquecimento global.
O objetivo geral do trabalho é analisar o uso sustentável da energia
contida na luz do sol, podendo ser convertida em energia elétrica e
aquecimento de água, mostrando a redução do consumo de energia elétrica
através da tecnologia de painéis solar, analisando as relações existentes entre
desenvolvimento sustentável, meio ambiente, mercado e cidadania.
Descrevendo os principais componentes e os tipos de sistemas mais utilizados
nos projetos de energia solar fotovoltaica e termoelétrica.
Portanto, o resultado esperado do estudo é a transição da matriz
insustentável para uma sustentável implicando a redução do emprego de
fontes não renováveis, como o petróleo, o gás natural e minérios radioativos. O
uso sustentável da energia é como mola propulsora da economia, tendo um
papel fundamental no combate as mudanças climáticas recorrentes e redução
quase que completamente as perdas por transmissão da energia devido à
proximidade entre geração e consumo.
9
O envolvimento da população na discussão dos recursos energéticos é
a chave para a sua soberania e para a sustentabilidade, uma opção de
resistência aos modelos centralizadores de recursos e poder que impõe aos
povos altos custos econômicos, ambientais e sociais em troca do acesso a
este bem de interesse comum que é a energia e que portanto, deveria ser um
direito de todo o cidadão, assim como direito a uma vida digna em um
ambiente saudável.
CAPÍTULO I
RADIAÇÃO SOLAR
10
O Sol fornece anualmente para a atmosfera terrestre 1,5 x 1018 kWh
de energia. Trata-se de um valor considerável, correspondendo a 10.000 vezes
o consumo mundial de energia neste período. Este fato vem indicar que além
de ser responsável pela manutenção da vida na Terra, a radiação solar
constitui-se numa inesgotável fonte energética, havendo um enorme potencial
de utilização por meio de sistemas de captação e conversão em energia
elétrica.
A radiação solar depende também das condições
climáticas e atmosféricas. Somente parte da
radiação solar atinge a superfície terrestre, devido à
reflexão e absorção dos raios solares pela
atmosfera. Mesmo assim, estima-se que a energia
solar incidente sobre a superfície terrestre seja da
ordem de 10 mil vezes o consumo energético
mundial. (CRESESB, 2011, p.6).
O aproveitamento da energia gerada pelo sol, tanto como fonte de calor
quanto de luz é hoje sem dúvida, uma das alternativas energéticas mais
promissoras para enfrentar o desafios do novo milênio. Segundo Bezerra
(2011), a crise energética de 1973 constituiu, sem sombra de dúvidas, um forte
catalizador para que as atenções mundiais se voltassem irremediavelmente na
busca de novas fontes de energia.
Um importante desafio para a humanidade no século XXI é a obtenção
de energia através de fontes renováveis. As principais fontes energéticas
utilizadas pelo homem são finitas e com a exploração cada vez maior, as
reservas naturais tendem a se extinguir. É o do petróleo, do gás natural e do
carvão mineral, combustíveis fósseis, cuja capacidade de renovação dos
estoques naturais é muito reduzida em comparação à utilização dos mesmos.
A radiação solar pode ser diretamente convertida em energia elétrica por
meio de efeitos da radiação (calor e luz) sobre determinados materiais,
particularmente os semicondutores.
11
A maioria das fontes energética, como hidráulica,
biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia
dos oceanos, é forma indireta de energia solar. A
radiação do sol pode ser utilizada diretamente como
fonte de energia térmica para aquecimento de
fluidos, ambientes, geração de potência mecânica
ou elétrica. Ademais, esta radiação também pode
ser convertida diretamente em energia elétrica,
através de efeitos termoelétrico e fotovoltaico. (Reis,
2000, p.284).
1.1 Radiação no Solo
De toda a radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera,
apenas uma fração atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e absorção
dos raios solares pela atmosfera. Esta fração que atinge o solo é constituída
por um componente direta (ou de feixe) e por uma componente difusa.
12
Figura 1 - Componentes da radiação solar no nível do solo
Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br
Segundo o Plano Nacional de Energia 2030,
elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética, a
irradiação de luz solar por ano na superfície da Terra
é suficiente para atender milhares de vezes o
consumo anual de energia do mundo. Esta radiação,
porém não atinge de maneira uniforme toda a crosta
terrestre, dependendo de fatores como a latitude, a
estação do ano e as condições atmosféricas como
nebulosidade e umidade relativa do ar. Isto decorre
da inclinação do eixo imaginário em torno do qual a
Terra gira diariamente, ou seja, movimento de
rotação, e à trajetória elíptica que a Terra descreve
ao redor do Sol, translação ou revolução (ANEEL,
2011, p.30 ).
Quando a superfície receptora estiver inclinada com relação à
horizontal, haverá uma terceira componente refletida pelo ambiente do entorno
(solo, vegetação, obstáculos, terrenos rochosos, etc.). O coeficiente de
reflexão destas superfícies é denominado de “albedo”.
Antes de atingir o solo, as características da radiação solar (intensidade,
distribuição espectral e angular) são afetadas por interações com a atmosfera
devido aos efeitos de absorção e espalhamento. Estas modificações são
dependentes da espessura da camada atmosférica, também identificada por
13
um coeficiente denominado "Massa de Ar" (AM), e portanto, do ângulo Zenital
do Sol, da distância Terra-Sol e das condições atmosféricas e meteorológicas.
Devido à alternância de dias e noites, das estações do ano e períodos
de passagem de nuvens e chuvosos, o recurso energético solar apresenta
grande variabilidade, induzindo, conforme o caso, à seleção de um sistema
apropriado de estocagem para a energia resultante do processo de conversão.
Somente a componente direta da radiação solar pode ser submetida a
um processo de concentração dos raios através de espelhos parabólicos,
lentes, etc. Consegue-se através da concentração, uma redução substancial
da superfície absorvedora solar e um aumento considerável de sua
temperatura.
Figura 2 – Trajetória dos raios de sol na atmosfera e definição do coeficiente de massa de ar (AM)
Fonte: www.cresesb.cepel.br
14
1.2 Transmissão de Calor
O calor pode ser percebido pela diferença de temperatura e pode ser
transmitido de três formas: condução, convecção e irradiação.
Ø A transmissão de calor por condução se dá quando as partículas de
uma matéria, principalmente, sólida se colidem devido a vibrações que
sofrem ao serem aquecidas, por exemplo: deixar a colher dentro de uma
panela de arroz que ainda está no fogo ou dentro de uma xícara de café
quente.
Ø O calor é transmitido por convecção em matérias líquidas ou gasosas,
pois nesses meios as moléculas têm maior liberdade de movimento.
Consequentemente, quando há aquecimento dessas matérias as moléculas
se movimentam com mais rapidez e tendem a se deslocar, ou seja, as
moléculas frias vão para as regiões mais quentes e as moléculas quentes
para as regiões mais frias. Desta forma, pode-se entender alguns fenômenos
vistos diariamente em vários lugares, como por exemplo: a água fervendo
dentro de uma chaleira; o resfriamento no interior de uma geladeira.
Ø Na irradiação, a transmissão de calor acontece quando a agitação
térmica das moléculas de uma fonte é transferida de uma região para outra,
dentro de um determinado espaço, sem que haja qualquer ligação material
direta entre dois meios, como por exemplo: o calor que se pode sentir aqui na
Terra proveniente do sol, a temperatura alta no interior de um carro quando
exposto ao sol durante algum tempo.
1.3 Instrumentos de Medição A medição da radiação solar, tanto a componente direta como a
componente difusa na superfície terrestre é de maior importância para o
estudos das influências das condições climáticas e atmosféricas. Com um
histórico dessas medidas, pode-se viabilizar a instalações de sistemas
térmicos e fotovoltaicos em uma determinada região garantindo o máximo
15
aproveitamento ao longo do ano, onde as variações da intensidade da
radiação solar sofrem significativas alterações.
A energia solar é medida através de instrumentos, normalmente
operados por instituições de pesquisa científica. A potência solar instantânea
que incide em determinado ponto é normalmente medida em W/m2
(potência/área) e o total de energia em um dia que atinge este ponto é
normalmente medido em kWh/m2.dia (energia/área/dia).
De acordo com as normas preestabelecidas pela OMM (Organização
Mundial de Meteorologia) são determinados limites de precisão para quatro
tipos de instrumentos: de referência ou padrão, instrumentos de primeira,
segunda e terceira classe. Abaixo estão alguns instrumentos que podem medir
a radiação solar.
1.3.1. Piranômetros
Os piranômetros medem a radiação global. Este instrumento
caracteriza-se pelo uso de uma termopilha que mede a diferença de
temperatura entre duas superfícies, uma pintada de preto e outra pintada de
branco igualmente iluminadas. A expansão sofrida pelas superfícies provoca
um diferencial de potencial que, ao ser medida, mostra o valor instantâneo da
energia solar. Um outro modelo bem interessante de piranômetro é aquele que
utiliza uma célula fotovoltaica de silício monocristalino para coletar medidas
solarimétrias. Estes piranômetro é largamente utilizados pois apresentam
custos bem menores do que os equipamentos tradicionais. Pelas
características da célula fotovoltaica, este aparelho apresenta limitações
quando apresenta sensibilidade em apenas 60% da radiação solar incidente.
Existem vários modelos de piranômetros de primeira (2% de precisão),
segunda classe (5% de precisão) e diversos modelos.
16
Figura 3 – Piranômetro de segunda classe Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br
1.3.2. Pireliômetros
Os pireliômetros são instrumentos que medem a radiação direta. Ele se
caracteriza por apresentar uma pequena abertura de forma a “visualizar”
apenas o disco solar e a região vizinha denominada circunsolar. O instrumento
segue o movimento solar onde é constantemente ajustado para focalizar
melhor a região do sensor. Muitos dos pireliômetros hoje são auto calibráveis
apresentando precisão na faixa de .5% quando adequadamente utilizados para
medições.
1.3.3. Heliógrafo
Instrumento que registra a duração do brilho solar. A radiação solar é
focalizada por uma esfera de cristal de 10 cm de diâmetro sobre uma fita que,
Figura 4 - Pireliômetros de Cavidade Absoluta Fonte: www.cresesb.cepel.br
Figura 5 - Pireliômetros de Incidência Normal Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br
17
pela ação da radiação é enegrecida. O cumprimento desta fita exposta a
radiação solar mede o número de horas de insolação.
Figura 6 – Heliógrafo Capbell-Stokes Fonte: www.olx.pt
1.3.4. Actinógrafo
Instrumento usado para medir a radiação global. Este instrumento é
composto de sensores baseados na expansão diferencial de um par
bimetálico. Os sensores são conectados a uma pena que, quando de suas
expansão, registram o valor instantâneo da radiação solar. Sua precisão
encontra-se na faixa de 15 a 20% e é considerado
um instrumento de terceira classe.
18
Figura 7 – Actinógrafo Robitzsch-Fuess Fonte: www.cresesb.cepel.br
1.4 Atlas Solarimétrico
O atlas solarimétrico serve para pedir a radiação solar através de
instrumentos como o piranômetros, pireliômetros, heliógrafo e actinógrafo.
Em 1995, através do Grupo de Trabalho de Energia Solar (GTES),
foram estabelecidas dentro do contexto solarimetria, duas propostas de
trabalho, 1. O Atlas Solarimétrico do Brasil, publicado em agosto de 1997 pelo
Grupo de Pesquisas em Fontes Alternativas (FAE/UFPE), onde é representado
por mapas mensais contendo isolinhas das medidas de insolação e radiação
global, fundamentais na compilação de dados históricos disponíveis em todas
as estações terrestres existentes no País. 2. E o Atlas de Irradiação Solar do
Brasil publicado em outubro de 1998 pelo Laboratório de Energia Solar (Lab
Solar/UFSC) e Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), onde a proposta trata-
se da aplicação e adaptação para o Brasil de um modelo físico alemão
utilizando imagens de satélites, estando representado por mapas mensais
contendo valores pontuais da radiação global.
O Atlas Solarimétrico do Brasil (2000) apresenta uma estimativa da
radiação solar incidente no país, resultante da interpolação e extrapolação de
dados obtidos em estações solarimétricas distribuídas em vários pontos do
território nacional. Devido ao número relativamente reduzido de estações
experimentais, variações climáticas locais e regionais, o atlas de irradiação
solar no Brasil faz estimativas da radiação solar a partir de imagens de
satélites.
Os avanços e esforços realizados na área de solarimetria trás resultados
significativos e muitas informações. A qualidade de tais dados depende dos
alcances e limites técnicos de cada modelo.
19
A Energia solar soma características vantajosamente positivas para o
sistema ambiental, pois o sol, trabalhando como um imenso reator à fusão,
irradia na terra todos os dias um potencial energético extremamente elevado e
incomparável a qualquer outro sistema de energia, sendo a fonte básica e
indispensável para praticamente todas as fontes energéticas utilizadas pelo
homem.
O primeiro capítulo teve como objetivo examinar a energia solar, sua
formar de obtenção, instrumentos de medição da radiação e benefícios. Sendo
possível criar alternativas viáveis e sustentáveis, capazes de transformar o
quadro de dependência em relação as fontes de origem fóssil e atenuar
impactos sociais e ambientais.
20
CAPÍTULO II
APROVEITAMENTO DA ENERGIA SOLAR
A crescente demanda mundial de energia, o progressivo esgotamento
das fontes de energia não renováveis e problema ambiental, que se apresenta
como uma questão cada vez mais importante para o futuro da humanidade.
Colocam a energia solar como uma alternativa promissora.
A maior parte do território brasileiro está localizada relativamente
próxima da linha do Equador, de forma que não há grandes variações na
duração solar do dia. Em média, a insolação diária é superior a seis horas, o
que viabiliza o desenvolvimento da energia solar.
O aproveitamento da energia solar pode se dar de diversas maneiras,
como por exemplo: Gerar eletricidade, principalmente, nas regiões onde não
há sistema de transmissão de energia elétrica convencional; Aquecer a água
dos chuveiros elétricos; Uso de estufas para maior crescimento de vegetais
que precisam manter a temperatura interna mais elevada que a temperatura
externa; Secagem de grãos; Bombeamento de água usando um painel
fotovoltaico acoplado a uma bomba hidráulica.
Existem duas principais formas de aproveitamento da energia solar:
energia fotovoltaica e fototérmica.
2.1 Energia Fotovoltaica
A Energia Solar Fotovoltaica é a energia da conversão direta da luz em
21
eletricidade (Efeito Fotovoltaico). O efeito fotovoltaico, relatado por Edmond
Becquerel, em 1839, é o aparecimento de uma diferença de potencial nos
extremos de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção
da luz e a célula fotovoltaica é a unidade fundamental do processo de
conversão.
Em 1876 foi montado o primeiro aparato fotovoltaico resultado de
estudos das estruturas no estado sólido, e apenas em 1956 iniciou-se a
produção industrial seguindo o desenvolvimento da microeletrônica. Neste ano
a utilização de fotocélulas foi de papel decisivo para os programas espaciais.
Com este impulso, houve um avanço significativo na tecnologia fotovoltaica
onde aprimorou-se o processo de fabricação, a eficiência das células e seu
peso.
O efeito fotovoltaico decorre da excitação dos
elétrons de alguns materiais (denominados
semicondutores) na presença da luz solar (ou outras
formas apropriadas de energia). Entre os materiais
mais adequados para a conversão da radiação solar
em energia elétrica, os quais são usualmente
chamados de células solares ou fotovoltaicas,
destaca-se o silício. A eficiência de conversão das
células solares é medida pela proporção da radiação
solar incidente sobre a superfície da célula que é
convertida em energia elétrica. Atualmente, as
melhores células apresentam um índice de eficiência
de 25%. (GREEN et al., 2000, p.377).
Inicialmente o desenvolvimento da tecnologia
apoiou-se na busca, por empresas do setor de
telecomunicações de fontes de energia para
sistemas instalados em localidades remotas. O
segundo agente impulsionador foi a "corrida
22
espacial". A célula solar era e continua sendo, o
meio mais adequado (menor custo e peso) para
fornecer a quantidade de energia necessária para
longos períodos de permanência no espaço. Outro
uso espacial que impulsionou o desenvolvimento
das células solares foi a necessidade de gerar
energia para satélites. (CRESESB, 2011, p.5).
A crise energética de 1973 renovou e ampliou o interesse em estudar
novas formas de produção de energia com a utilização de células fotovoltaicas,
não se restringisse somente para programas espaciais.
Atualmente o custo das células solares é um grande desafio para a
indústria e geração de eletricidade em escala comercial, sendo o principal
empecilho para a difusão dos sistemas fotovoltaicos em larga escala.
Segundo BAJAY et al. (2000), atualmente os custos de capital variam
entre 5 e 15 vezes os custos unitários de uma usina a gás natural que opera
com ciclo combinado. Contudo, nos últimos anos tem-se observado redução
nos custos de capital.
Devido a radiação incidente no Brasil a geração de energia elétrica por
conversão fotovoltaica tem crescido, através de projetos privados e
governamentais, atraindo interesse de fabricantes pelo mercado brasileiro.
Mais a energia ainda é tradicionalmente utilizada para eletrificação rural,
atendendo a cargas elétricas distantes da rede elétrica convencional. Nestes
casos tais sistemas são naturalmente viáveis economicamente, em função dos
elevados custos de expansão da rede elétrica.
23
Figura 8 - Geração da eletricidade solar a partir das células solares
fotovoltaicas.
Fonte: http://energiaasolar.blogspot.com/
Na figura 8 mostra o funcionamento de um sistema fotovoltaico. Os raios
do sol ao atingirem o módulo solar geram através de um fenômeno
denominado efeito fotoelétrico, energia elétrica, que conduzida através de
cabos é armazenada em baterias similar a de automóveis. Esta energia
acumulada pode ser utilizada à noite ou em longos períodos de mau tempo.
Entre a bateria, o painel e as cargas (lâmpadas, eletrodomésticos, etc.), é
instalado o regulador de carga, para proteção da bateria.
Segundo a ANEEL (2011), existem atualmente vários projetos em curso
ou em operação, para o aproveitamento da energia solar no Brasil por meio de
24
sistemas fotovoltaicos de geração de eletricidade, visando ao atendimento de
comunidades isoladas da rede de energia elétrica e ao desenvolvimento
regional.
2.2 Energia Fototérmica
A tecnologia utiliza a quantidade de energia que um determinado corpo
é capaz de absorver, sob a forma de calor, a partir da radiação solar incidente
no mesmo. A utilização dessa forma de energia implica saber captá-la e
armazená-la
O equipamento mais popular da tecnologia solar é o
coletor solar plano, que converte energia solar em
energia térmica. Os coletores solares são
aquecedores de fluidos (líquidos ou gasosos), o
fluido aquecido é mantido em reservatórios
termicamente isolados até o seu uso final: água
aquecida para banho, ar quente, secagem de grãos,
gases para acionamento de turbinas, etc. O sistema
fornece água quente a temperaturas variáveis entre
40 e 60ºC atendendo basicamente demandas de
uso residencial. (CRESESB, 2005 p.4).
Segundo ABRAVA (2011), a tecnologia do aquecedor solar já vem
sendo usada no Brasil desde a década de 60, época em que surgiram as
primeiras pesquisas. Em 1973 as empresas passaram a utilizá-la
comercialmente.
Hoje são largamente utilizados para aquecimento de água em
residências, hospitais, hotéis, etc. Devido ao conforto proporcionado e a
redução do consumo de energia elétrica.
No Brasil, não há lei federal que determine a obrigatoriedade de
percentuais mínimos na geração de energia para aquecimento de água e
eletricidade. No entanto, a cidade de São Paulo promulgou a Lei n°
25
14.459/2007, sancionada pelo Prefeito Gilberto Kassab, tornando obrigatória a
preparação de todas novas casas e edifícios para o uso dos aquecedores
solares de água. Casas e apartamentos com quatro ou mais banheiros,
incluindo lavabos, são obrigados a instalar os aquecedores solares.
A introdução, nos códigos de obras municipais, da
obrigatoriedade de uso de sistemas de aquecimento
solar, pode ser fundamental para a difusão da
tecnologia, induzindo ainda, o crescimento
sustentado do mercado, a geração de empregos na
construção civil, nas indústrias de equipamentos e
no setor de serviços, tanto de comércio como de
instalação (RODRIGUES, 2005, p.203).
Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG, 2011), um
sistema de aquecimento solar instalado corretamente pode economizar até
80% da energia elétrica consumida para banho. Essa proporção, entretanto,
depende do correto dimensionamento do equipamento para atender o nível de
conforto pretendido pelos usuários.
O sistema térmico solar de aquecimento de água
tem que ser bem dimensionado, de preferência
projetado junto com obra de habitação. O aquecedor
solar não é como o chuveiro elétrico ou o aquecedor
a gás que pode ser ligado na hora que se tem
vontade de tomar banho, e a água aquecida
imediatamente. Nem tampouco permite que se fique
uma hora no banho. É preciso dimensioná-lo de
acordo com os hábitos das pessoas, para que a
água atenda às suas necessidades (FRANCO,
2002, p.208).
26
Os coletores solares planos, empregados para aquecimento de água,
podem ser classificados em dois grupos: coletores fechados e abertos.
Segundo Pereira et. al. (2003, 244p), Os coletores fechados são coletores
utilizados para promover o aquecimento de água até temperaturas da ordem
de 60 0C, enquanto que os coletores abertos são recomendados para
aquecimento de piscinas”. Na figura 9 mostra um sistema de aquecimento
solar completo e mais detalhado.
Figura 9 – Funcionamento do aquecedor solar
Fonte: http://casaconstruida.com/construcao/dicas/aquecedor-solar
A utilização de um sistema de aquecimento solar tem a função de
absorver a radiação solar e transferir para água de maneira a aumentar sua
temperatura. Os sistemas podem ser construídos em alumínio e cobre, placas
27
de PVC nos modelos mais populares, reservatório térmico denominado Boiler
(consiste em um recipiente onde a água quente é armazenada e é geralmente
produzido em alumínio, cobre ou PVC, utilizando como isolante térmico em
poliuretano ou lã de vidro), sistema auxiliar de aquecimento para dias frios,
aquecimento através de resistências no próprio Boiler ou aquecedores a gás,
válvula anticongelamento (para regiões muito frias, é indispensável para que
os coletores não sejam danificados)
O Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sergio de Salvo
Brito (CRESESB), criou a Casa Solar Eficiente. Esta casa, energicamente
auto-suficiente, é um agente multiplicador de tecnologias de utilização de
energia solar térmica e fotovoltaica, bem como técnicas de combate ao
desperdício energético.
A energia solar é abundante e permanente, renovável a cada dia, não
polui e nem prejudica o ecossistema. É a solução ideal para áreas afastadas e
ainda não eletrificadas, especialmente num país como o Brasil, onde se
encontram bons índices de insolação.
A radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia
térmica, aquecimento de fluidos e ambientes para geração de potência
mecânica ou elétrica. Podendo ainda ser convertida diretamente em energia
elétrica, por meio de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se
destacam o fotovoltaico e fototérmico.
28
CAPÍTULO III
IMPACTO SOCIOAMBIENTAIS
A energia solar é incomparável a qualquer outro sistema de energia
convencional por tratar-se de uma fonte 100% natural, ecológica, gratuita,
inesgotável e que não agride o meio ambiente.
Vivemos em contato com a energia mais expressiva do planeta, a do
sol. E o Brasil tem fortes motivos para utilizar essa energia gerada em
abundância, já que é um dos países mais ricos no mundo em incidência de
raios solares, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Apesar disso, a
geração de energia solar é ainda pequena e um dos principais motivos a falta
de investimentos em pesquisas para desenvolver sistemas mais eficientes, que
poderiam assegurar o uso eficiente da energia solar.
Para a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2011), atualmente
há vários projetos em curso ou em operação para o aproveitamento da energia
solar no Brasil, particularmente por meio de sistemas fotovoltaicos de geração
de eletricidade, visando ao atendimento de comunidades isoladas da rede de
energia elétrica e ao desenvolvimento regional. Também a área de
aproveitamento da energia solar para aquecimento de água tem adquirido
importância nas regiões Sul e Sudeste do País, onde uma parcela expressiva
do consumo de energia elétrica é destinada a esse fim, principalmente no setor
residencial.
3.1 Impactos Ambientais
Os impactos do uso do sol podem ser entendidos como positivos para o
meio ambiente, constituindo como um mecanismo de redução das
desigualdades na distribuição de renda e, conseqüentemente, do uso da
energia.
Segundo Mesquita (2000, p.33), cada 1m2 de aquecedor solar instalado
pode evitar a utilização de fontes convencionais de produção de energia como:
“55 kg de GLP/ ano, 66 litros de diesel/ano, a inundação de cerca de 56 m2
29
para a geração hidroeletricidade, e elimina anualmente o consumo de 215 kg
de lenha”. Ou seja, fontes de energia que acarretam custos para o consumidor
e impactos ambientais. Abaixo está listado algumas vantagens da utilização da
tecnologia solar.
Ø A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso,
pois sua instalação em pequena escala não obriga enormes investimentos em
linhas de transmissão.
Ø As centrais necessitam de manutenção mínima.
Ø Os painéis solares são cada vez mais potentes e ao mesmo tempo seu
custo vem decaindo. Isso torna cada vez mais acessível a energia, tornando
uma solução economicamente viável.
Ø Diminui a pressão sobre os recursos naturais não renováveis.
Ø Em países tropicais, como o Brasil, a utilização da energia solar é viável
em praticamente todo o território, principalmente em locais afastados dos
centros de produção energética. Além disso sua utilização ajuda a diminuir a
demanda energética e consequentemente a perda de energia que ocorreria na
transmissão (WIKIPEDIA, 2011).
E as desvantagem da tecnologia são pequenas.
Ø Como a variação da quantidade produzida, varia de acordo com a
situação climática (chuvas, neve, etc).
Ø O custo de implantação inicial é muito elevado, não estando disponível
para a maioria da população.
Ø O material empregado para a construção dos sistemas de aquecimento
termo-solares são os causadores de impactos ambientais. Assim, o uso de
materiais recicláveis e de maior durabilidade, causa menos impacto que
materiais de menor ciclo de vida e com menor durabilidade.
30
Ø E o uso de aquecedores solares pela população domiciliada em
habitações, deve-se considerar o provável aumento do volume de água para
banho, já que os banhos quando a temperatura da água pode ser ajustada
ao que o consumidor considerar agradável, tendem a ser mais prolongados.
3.2 Arquitetura Bioclimática
A Arquitetura Bioclimática é o estudo que visa harmonizar as
concentrações ao clima e características locais, pensando no homem que
habitará ou trabalhará nelas, tirando partido da energia solar, através de
correntes convectivas naturais e de microclimas criados por vegetação
apropriada. É a adoção de soluções arquitetônicas e urbanísticas adaptadas
às condições específicas (clima e hábitos de consumo) de cada lugar,
utilizando a energia que pode ser diretamente obtida das condições locais.
Beneficia-se da luz e do calor provenientes da radiação solar incidente.
A intenção do uso da luz solar, que implica em redução do consumo de
energia para iluminação, condiciona o projeto arquitetônico quanto à sua
orientação espacial, quanto às dimensões de abertura das janelas e
transparência na cobertura das mesmas. A intenção de aproveitamento do
calor provenientes do sol implica seleção do material adequado (isolante ou
não conforme as condições climáticas) para paredes, vedações e coberturas
superiores, orientação espacial, entre outros fatores.
A arquitetura bioclimática não se restringe a características
arquitetônicas adequadas. Preocupa-se também com o desenvolvimento de
equipamentos e sistemas que são necessários ao uso da edificação
(aquecimento de água, circulação de ar e de água, iluminação, conservação de
alimentos entre outros) e com o uso de materiais de conteúdo energético tão
baixo quanto possível.
3.3 Energia e Renda
O uso da energia pela população é determinante para a qualidade de
vida. A relação entre renda e uso da energia é que quando a energia é tratada
31
como mercadoria, aumenta as desigualdades na distribuição de renda. A forma
e quantidade de energia que os indivíduos e suas famílias têm acesso
influenciam na sua renda e no seu nível de pobreza.
O uso de energia em uma economia está fortemente
associado a uma série de questões sociais,
incluindo a redução da pobreza, o crescimento
populacional, o grau de urbanização, etc. Ainda que
estas questões afetem a demanda de energia, a
relação se dá nos dois sentidos: a qualidade e a
quantidade dos serviços de energia e a maneira
pelas quais os mesmos são atingidos, têm também
efeito nas questões sociais (GOLDEMBERG, 2001,
p.235).
No Brasil a distribuição das energias modernas, segundo Albuquerque
(2002), é constitucionalmente considerada serviço público. Ou seja, deve ser
ofertado pelo poder público aos cidadãos diretamente ou através da
concessão. No artigo 175, Constituição Federal de 1988: “Incumbe ao Poder
Público, na forma da lei, direta ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. A lei 8.987, de
13 de fevereiro de 1995, dispõe sobre o regime de concessão e permissão
referidas pelo artigo constitucional.
O poder legislativo e judiciário é responsável em
garantir o direito humano ao ambiente
ecologicamente equilibrado. Direito este que
ultrapassa o presente e alcança as futuras gerações.
A casa legislativa incumbe o dever de editar leis
eficazes, as quais devem equilibrar as necessidades
da sociedade e o respeito ao ambiente. Os
magistrados tem o dever de aplicar a lei, impondo à
32
sociedade o seu fiel cumprimento. (Constituição
Brasileira de 1988, art 225, §1º ).
O desenvolvimento da tecnologia solar beneficia comunidades rurais e
regiões afastadas, bem como a produção agrícola, através da autonomia
energética e consequentemente melhoria global da qualidade de vida dos
habitantes. Certamente diminuindo o êxodo rural e a má distribuição de renda.
Segundo FEDRIZZI (1997), o serviço de eletrificação rural é
caracterizado pela grande dispersão geográfica da população, baixo consumo,
alto investimento por consumidor, elevado custo operacional, resultando num
baixo retorno ou até mesmo em prejuízo financeiro para a concessionária.
O mercado da tecnologia solar no Brasil vem crescendo, ainda que
pequeno, mais alguns fatores que têm contribuído para o crescimento é a
divulgação dos benefícios do uso da energia solar, a isenção de impostos que
o setor obteve financiamentos, como o da caixa econômica federal, aos
interessados em implantar o sistema e a necessidade de reduzir os gastos
com energia elétrica (ANEEL, 2011). Outro elemento propulsor dessa
tecnologia é a Lei n° 10.295, de 17 de outubro de 2001, que dispõe sobre a
política nacional de conservação e uso racional de energia e a promoção da
eficiência nas edificações construídas no País.
A energia é indispensável para a qualidade de vida, estando ligada às
condições de saúde, gênero, trabalho, habitação, educação e hábitos de
consumo, não podendo ser associada apenas ao conforto de uma mercadoria
adquirida proporcional ao nível de renda.
O acesso a energia, eletricidade e aos combustíveis pela população,
está relacionado com o bem-estar. A percepção de quantidade, forma e
qualidade da energia que a população necessita e deseja está subordinada a
idéias como desenvolvimento sustentável, modernidade, liberdade, mercado,
cidadania.
A energia pela própria característica de infra-estrutura econômica e por
influenciar diretamente na qualidade de vida da sociedade, revela a
necessidade de ser tratada como bem de utilidade pública e de bem público de
33
fundamental importância para o melhor estar social. A energia mesmo quando
caracterizada como mercadoria, transacionada na forma de litros, metros
cúbicos, quilowatts-horas, atende a demandas distintas.
3.4 Perspectivas Futuras
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007, destinou
investimentos em combustíveis fósseis (petróleo e gás) da ordem de R$ 179
bilhões. Para o setor elétrico foi destinado R$ 65,9 bilhões para a geração de
energia (grandes usinas, termoelétricas e usinas nucleares) e R$ 12,5 bilhões
para a transmissão e distribuição. Enquanto que para as fontes renováveis de
energia, foram destinados R$ 17,4 bilhões para a produção do etanol e do
biodiesel.
No Plano Nacional de Energia 2030, os cenários traçados pelo governo
para geração de energia elétrica nos próximos anos prevê, além do aumento
de usinas termelétricas, principalmente a de combustíveis fósseis, a
construção de usinas hidrelétricas na região Amazônica, e a reativação do
plano de construção de novas usinas nucleares no país, inclusive duas delas
no Nordeste brasileiro.
A proposta energética governamental apoiada por setores empresariais,
se baseia em um modelo “ofertista” cujo suprimento será a partir de recursos
fósseis, mega-hidroelétricas e de usinas nucleares.
Segundo Canotilho (2007), associar proteção ambiental ao
desenvolvimento econômico na tentativa de alcançar o desenvolvimento
sustentável, é imprescindível para resguardar a vida digna. Viver num
ambiente ecologicamente equilibrado é um direito essencial do ser humano,
respaldado no Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, artigo 1°, III, da
Constituição da República.
Portanto, para concretizar no Brasil uma estratégia em bases
sustentáveis, é necessário modificar profundamente as atuais políticas
energéticas. Elas precisam e devem ser substituídas por um projeto diferente,
contemporâneo dos desafios e possibilidades do século XXI, para que se
34
tenha segurança energética a curto e a longo prazo, com a regionalização,
diversificação e a complementaridade da matriz energética nacional.
Existem trabalhos que demonstram não ser necessário construir mais
usinas para aumentar a oferta de energia no país. Basta racionalizar o uso,
tornar a produção mais eficiente e apostar no potencial de fontes renováveis
que dispõe um país solar como o Brasil. Para isso é necessário uma decisão
política que conduza o país para um futuro limpo.
Para chegar a sustentabilidade, é necessário que crie e aplique
mecanismos pelos quais a expansão dos sistemas e as escolhas das fontes de
energia, independa das atuais estruturas de custos e passem a ser regidas por
critérios ligados aos impactos provocados sobre o meio ambiente, pela
produção e consumo de energia.
A matriz energética brasileira é diretamente responsável pelo
desenvolvimento econômico, tecnológico e científico do país. A diversidade da
matriz energética de um país diminui os riscos de crises energéticas, uma vez
que este não dependerá de uma única fonte de energia, mas uma
suplementará a outra. O trabalho visa mostrar a energia solar como alternativa
energética limpa.
Para alcançar o desenvolvimento sustentável, depende de planejamento
e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito
representa uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em
conta o meio ambiente.
CONCLUSÃO
A crescente concentração de dióxido de carbono (CO2) e outros gases
na atmosfera, contribuem para o aumento do efeito-estufa causando o
aquecendo do planeta. Esta poluição tem gerado diversos problemas para o
ser humano e prejudicado o ecossistema.
35
Uma forma de reduzir esses impactos causados pelos combustíveis
fósseis e consequentemente a redução do acelerado aquecimento global, vem
da utilização dos recursos energéticos renováveis, como por exemplo, a
energia solar. Pois além de ser inesgotável, a energia apresenta impacto
ambiental muito baixo ou quase nulo, sem afetar o balanço térmico ou
composição atmosférica do planeta.
O Brasil por estar localizado numa região tropical, possui um grande
potencial energético, devido ao bom índice de insolação que recebe em seu
território. Para ampliar a utilização da geração de eletricidade solar em seu
território, diversificando e complementando sua matriz elétrica, é necessário
que políticas públicas sejam efetivamente implantadas com essa finalidade.
Exemplos para a promoção dessa tecnologia são dados pelas experiências de
outros países que incluem desde subsídios (prêmios e linhas especiais de
crédito), medidas de apoio como campanhas públicas e educação ambiental,
incentivos fiscais e obrigação legal de instalação ou preparação do local para a
instalação dos equipamentos.
O grande potencial energético solar brasileiro associado ao avanço
tecnológico, com a consequente redução dos custos, indicam boas
perspectivas de ampliação da utilização de sistemas solar no país. Entretanto
tais perspectivas, bem como os projetos em desenvolvimento, dependem
fundamentalmente de programas de incentivo que possibilitem esquemas de
financiamento para populações carentes e que promovam uma forte
disseminação da tecnologia.
A matriz energética brasileira é diretamente responsável pelo
desenvolvimento econômico, tecnológico e científico do país. A diversidade da
matriz energética de um país diminui os riscos de crises energéticas, uma vez
que este não dependerá de uma única fonte de energia, mas uma
suplementará a outra.
Portanto, este trabalho apresentou a importância da energia renovável
(energia solar), analisando as tecnologias e os aspectos positivos para o meio
ambiente, economia e cidadania.
.
36
BIBLIOGRAFIA CITADA
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Acessado em: 08/01/2011.
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
RADIAÇÃO SOLAR 10
1.1 - Radiação Solo 11
1.2 - Transmissão de calor 14
1.3 - Instrumentos de Medição 15
1.3.1. Piranômetros 16
41
1.3.2. Pireliômetros 17
1.3.3. Heliógrafo 17
1.3.4. Actinógrafo 18
1.4 Atlas Solarimétrico 19
CAPÍTULO II
APROVEITAMENTO DA ENERGIA SOLAR 21
2.1 - Energia Fotovoltaica 21
2.2 Energia Fototérmica 25
CAPÍTULO III
IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS 29
3.1 Impactos Ambientais 29
3.2 Arquitetura Bioclimática 31
3.3 Energia e Renda 32
3.4 Perspectivas Futuras 34
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CITADA 38
ÍNDICE 42
42
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes - Instituto A Vez do
Mestre
Título da Monografia: Energia Renovável – Energia Solar
Autor: Débora Costa Bezerra de Andrade
Data da entrega:
Avaliado por: Maria Esther de Araujo Oliveira
Conceito: