Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE...

19
Curso preparatório para a Prova Dissertativa do Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar de Santa Catarina RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento que fornece subsídios ao detentor do dominus litis para oferecimento da ação penal nos crimes de ação pública. Assim, trata-se de um procedimento indispensável? Justifique a sua resposta. 2) Quais as formas de ser instaurado o Inquérito Policial? 3) Quais os tipos de ação penal privada existentes, e quem tem legitimidade para propôlas? 4) Bruna, nascida em 30 de março de 1999, e sua irmã Júlia, nascida em 21 de janeiro de 1998, revoltadas com o comportamento de Maria, que, segundo as irmãs, buscava um relacionamento amoroso com o namorado de Júlia, iniciaram uma discussão com esta, no dia 28 de março de 2017. Durante a discussão, descontroladas por Maria ter dito que Júlia não tinha capacidade de manter um namorado, as irmãs pegaram pedaços de ferro que estavam no chão da rua e começaram a agredir Maria com golpes na cabeça, com intenção de matar. Após a fuga de Bruna e Júlia do local, Maria é socorrida e recebe atendimento médico no hospital da região, ficando internada por 05 dias, mas vem a falecer em razão dos golpes sofridos. Ao tomar conhecimento dos fatos, o Ministério Público oferece denúncia em face de Bruna e Júlia pela prática do crime do Art. 121, §2º, inciso II, do Código Penal, requerendo a prisão preventiva apenas de Júlia, considerando que a mesma já seria reincidente. A Júlia está grávida de 20 semanas. a) Qual argumento de direito material a ser apresentado em favor de Bruna para evitar o prosseguimento da ação penal em relação a mesma? Justifique. b) Considerando que verdadeiramente estejam presentes os requisitos previstos nos Artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal, qual requerimento deveria ser formulado ao juízo para evitar que Julia permaneça no interior do sistema prisional? Justifique. Requerimento de substituição de prisão preventiva por prisão domiciliar. 5) Quais os requisitos da Prisão Preventiva? E quais os pressupostos? 6) Qual a teoria adotada para a definição da competência, pelo local da infração, no Código de Processo Penal? E no caso de infrações de menor potencial regidas pela Lei 9.099/95? E no caso da prática de atos inflacionais? 7) Qual a distinção de crimes plurilocais e de crime à distância? Qual a consequência para a definição da competência? 8) No dia 06 de abril de 2017, João retirou Clara, criança de 11 anos de idade, do interior da residência em que esta morava, sem autorização de qualquer pessoa, vindo a restringir sua liberdade e mantê-la dentro de um quarto trancado e sem janelas. Logo em seguida, João entrou em contato com o pai de Clara, famoso empresário da cidade, exigindo R$200.000,00 para liberar Clara e devolvê-la à sua residência. Após o pai de Clara pagar o valor exigido, Clara é liberada e, de imediato, a família comparece à Delegacia para registrar o fato. Depois das investigações, João é identificado e os autos são encaminhados ao Ministério Público com relatório final de investigação, indiciando João. Após 90 (noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no gabinete do Promotor de Justiça, sem que qualquer medida tenha sido adotada. a) Considerando que o crime é de ação penal pública incondicionada, qual a medida a ser adotada diretamente pela família de Clara e seu advogado em busca da responsabilização criminal de João? Justifique. b) Em caso de inicial acusatória, qual infração penal deve ser imputada a João? Justifique. c) Caso o pai da vítima não pagasse o resgate, sendo o autor preso antes de receber a vantagem, qual crime de teria cometido? Consumado ou tentado? 9) Qual o objetivo da citação no processo penal comum? Quais são as suas formas? Qual a consequência da sua ausência? No procedimento da Lei de Drogas, qual o objetivo da citação? 10) Discorra sobre o princípio da congruência no processo penal. Com base no mesmo princípio, discorra sobre os institutos do emendatio libeli e do mutatio libeli. 11) Lucas, jovem de 22 anos, primário, foi denunciado pela prática do crime de extorsão simples, tendo o magistrado, em 05/05/2016, recebido a denúncia e decretado a prisão preventiva do acusado. Cumprido o mandado de prisão no dia seguinte, Lucas permaneceu acautelado durante toda a instrução de seu processo, vindo a ser condenado, em 24 de janeiro de 2017, à pena de 04 anos e 03 meses de reclusão, além de 12 dias-multa, sendo certo que o aumento da pena- base foi fundamentado de maneira correta pelo magistrado em razão das circunstâncias do crime. Foi, ainda, aplicado o regime semiaberto para início do cumprimento da sanção, exclusivamente diante do quantum de pena aplicada. Qual o argumento a ser formulado em sede de recurso para alteração do regime prisional de início de cumprimento de pena aplicado, mantida a pena final em 04 anos e 03 meses de reclusão? Justifique

Transcript of Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE...

Page 1: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

Curso preparatório para a Prova Dissertativa do Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar de

Santa Catarina

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal

1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento que fornece subsídios ao detentor do dominus litis para oferecimento da ação penal nos crimes de ação pública. Assim, trata-se de um procedimento indispensável? Justifique a sua resposta. 2) Quais as formas de ser instaurado o Inquérito Policial? 3) Quais os tipos de ação penal privada existentes, e quem tem legitimidade para propô‑las? 4) Bruna, nascida em 30 de março de 1999, e sua irmã Júlia, nascida em 21 de janeiro de 1998, revoltadas com o comportamento de Maria, que, segundo as irmãs, buscava um relacionamento amoroso com o namorado de Júlia, iniciaram uma discussão com esta, no dia 28 de março de 2017. Durante a discussão, descontroladas por Maria ter dito que Júlia não tinha capacidade de manter um namorado, as irmãs pegaram pedaços de ferro que estavam no chão da rua e começaram a agredir Maria com golpes na cabeça, com intenção de matar. Após a fuga de Bruna e Júlia do local, Maria é socorrida e recebe atendimento médico no hospital da região, ficando internada por 05 dias, mas vem a falecer em razão dos golpes sofridos. Ao tomar conhecimento dos fatos, o Ministério Público oferece denúncia em face de Bruna e Júlia pela prática do crime do Art. 121, §2º, inciso II, do Código Penal, requerendo a prisão preventiva apenas de Júlia, considerando que a mesma já seria reincidente. A Júlia está grávida de 20 semanas. a) Qual argumento de direito material a ser apresentado em favor de Bruna para evitar o prosseguimento da ação penal em relação a mesma? Justifique. b) Considerando que verdadeiramente estejam presentes os requisitos previstos nos Artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal, qual requerimento deveria ser formulado ao juízo para evitar que Julia permaneça no interior do sistema prisional? Justifique. Requerimento de substituição de prisão preventiva por prisão domiciliar. 5) Quais os requisitos da Prisão Preventiva? E quais os pressupostos? 6) Qual a teoria adotada para a definição da competência, pelo local da infração, no Código de Processo Penal? E no caso de infrações de menor potencial regidas pela Lei 9.099/95? E no caso da prática de atos inflacionais?

7) Qual a distinção de crimes plurilocais e de crime à distância? Qual a consequência para a definição da competência? 8) No dia 06 de abril de 2017, João retirou Clara, criança de 11 anos de idade, do interior da residência em que esta morava, sem autorização de qualquer pessoa, vindo a restringir sua liberdade e mantê-la dentro de um quarto trancado e sem janelas. Logo em seguida, João entrou em contato com o pai de Clara, famoso empresário da cidade, exigindo R$200.000,00 para liberar Clara e devolvê-la à sua residência. Após o pai de Clara pagar o valor exigido, Clara é liberada e, de imediato, a família comparece à Delegacia para registrar o fato. Depois das investigações, João é identificado e os autos são encaminhados ao Ministério Público com relatório final de investigação, indiciando João. Após 90 (noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no gabinete do Promotor de Justiça, sem que qualquer medida tenha sido adotada. a) Considerando que o crime é de ação penal pública incondicionada, qual a medida a ser adotada diretamente pela família de Clara e seu advogado em busca da responsabilização criminal de João? Justifique. b) Em caso de inicial acusatória, qual infração penal deve ser imputada a João? Justifique. c) Caso o pai da vítima não pagasse o resgate, sendo o autor preso antes de receber a vantagem, qual crime de teria cometido? Consumado ou tentado? 9) Qual o objetivo da citação no processo penal comum? Quais são as suas formas? Qual a consequência da sua ausência? No procedimento da Lei de Drogas, qual o objetivo da citação? 10) Discorra sobre o princípio da congruência no processo penal. Com base no mesmo princípio, discorra sobre os institutos do emendatio libeli e do mutatio libeli. 11) Lucas, jovem de 22 anos, primário, foi denunciado pela prática do crime de extorsão simples, tendo o magistrado, em 05/05/2016, recebido a denúncia e decretado a prisão preventiva do acusado. Cumprido o mandado de prisão no dia seguinte, Lucas permaneceu acautelado durante toda a instrução de seu processo, vindo a ser condenado, em 24 de janeiro de 2017, à pena de 04 anos e 03 meses de reclusão, além de 12 dias-multa, sendo certo que o aumento da pena-base foi fundamentado de maneira correta pelo magistrado em razão das circunstâncias do crime. Foi, ainda, aplicado o regime semiaberto para início do cumprimento da sanção, exclusivamente diante do quantum de pena aplicada. Qual o argumento a ser formulado em sede de recurso para alteração do regime prisional de início de cumprimento de pena aplicado, mantida a pena final em 04 anos e 03 meses de reclusão? Justifique

Page 2: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

12) Rodrigo, pela primeira vez envolvido com o aparato judicial, foi condenado definitivamente, pela prática do crime de rixa, ao pagamento de pena exclusivamente de multa. Para pensar sobre as consequências de seu ato, vai para local que acredita ser deserto, onde há uma linda lagoa. Ao chegar ao local, após longa caminhada, depara-se com uma criança, sozinha, banhando-se, mas verifica que ela tem dificuldades para deixar a água e, então, começa a se afogar. Apesar de ter conhecimento sobre a situação da criança, Rodrigo nada faz, pois não sabia nadar, logo acreditando que não era possível prestar assistência sem risco pessoal. Ao mesmo tempo, o local era isolado e não havia autoridades públicas nas proximidades, além de Rodrigo estar sem celular ou outro meio de comunicação para avisar sobre a situação. Cerca de 10 minutos depois, chega ao local Marcus, que, ao ver o corpo da criança na lagoa, entra na água e retira a criança já falecida. Nesse momento, Rodrigo verifica que a lagoa não era profunda e que a água bateria na altura de sua cintura, não havendo risco pessoal para a prestação da assistência. Após a perícia constatar a profundidade da lagoa, Rodrigo é denunciado pela prática do crime previsto no Art. 135, parágrafo único, do Código Penal. Não houve composição dos danos civis, e o Ministério Público não ofereceu proposta de transação penal, sob o argumento de que havia vedação legal diante da condenação de Rodrigo pela prática do crime de rixa. a) Existe argumento a ser apresentado pela defesa para combater o fundamento utilizado pelo Ministério Público para não oferecer proposta de transação penal? Justifique. b) Qual argumento de direito material poderia ser apresentado em busca da absolvição do denunciado? 13) Na cidade de Goiânia funciona a boate Noite Cheia, onde ocorrem shows de música ao vivo toda sexta-feira. Em razão da grande quantidade de frequentadores, os proprietários João e Maria estabeleceram que somente poderia ingressar na boate aquele que colocasse o nome na lista de convidados, até 24 horas antes do evento. Em determinada sexta-feira, Eduardo, morador de São Paulo, comparece ao local com a intenção de assistir ao show, mas foi informado sobre a impossibilidade de ingresso, já que seu nome não constava na lista. Pretendendo ingressar ainda assim, Eduardo ofereceu vantagem indevida, qual seja, R$ 500,00, a Natan, integrante da segurança privada do evento, em troca de este permitir seu ingresso no local sem que os proprietários soubessem. Ocorre que a conduta foi filmada pelas câmeras de segurança e, de imediato, Natan recusou a vantagem, sendo Eduardo encaminhado à Delegacia mais próxima. O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Eduardo pela prática do crime de corrupção ativa consumada, previsto no Art. 333 do Código Penal. Durante a instrução, foi expedida carta precatória para determinada cidade de Minas Gerais, para oitiva de Natan, única testemunha, tendo em vista a mudança de endereço residencial do antigo segurança

do estabelecimento, não sendo a defesa de Eduardo intimada do ato, uma vez que consta expressamente do Código de Processo Penal que a expedição de carta precatória não suspende o feito. Após o interrogatório, a defesa de Eduardo é intimada a apresentar alegações finais. Em busca da absolvição de Eduardo pelo delito imputado, qual o argumento de direito material a ser apresentado? Justifique. 14) Quais os princípios norteadores do Tribunal do Júri? Discorra sobre cada um deles. Art. 5º, XXXVIII CF 15) Tício, a fim de subtrair o carro de Mévio, emprega violência (golpes com taco de basebol), da qual resta a morte da vítima. O promotor de justiça denunciou Tício e requereu que fosse pronunciado a fim de ser julgado pelo Tribunal do Júri. Agiu corretamente o membro do MP? 16) Quais as possíveis decisões judiciais a serem exarada na 1ª fase (iudicium accusationis) do procedimento bifásico do Tribunal do Júri? Quais os competentes recursos? 17) Mévio, policial militar, durante o exercício de suas funções, praticou crime de homicídio, qualificado pelo motivo torpe e de ocultação de cadáver. De quem é a competência para julgar cada um dos delitos? 18) Vitor, 23 anos, decide emprestar sua motocicleta, que é seu instrumento de trabalho, para seu pai, Francisco, 45 anos, por um mês, já que este se encontrava em dificuldade financeira. Após o prazo do empréstimo, Vitor, que não residia com Francisco, solicitou a devolução da motocicleta, mas este se recusou a devolver e passou a atuar como se proprietário do bem fosse, inclusive anunciando sua venda. Diante do registro dos fatos em sede policial, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Francisco, imputando-lhe a prática do crime previsto no Art. 168, § 1º, inciso II, do Código Penal. Após a confirmação dos fatos em juízo e a juntada da Folha de Antecedentes Criminais sem qualquer outra anotação, o magistrado julgou parcialmente procedente a pretensão punitiva, afastando a causa de aumento, mas condenando Francisco, pela prática do crime de apropriação indébita simples, à pena mínima prevista para o delito em questão (01 ano), substituindo a pena privativa de liberdade por restritiva de direito. A decisão do magistrado foi correta? Justifique. 19) No dia 11/01/2016, Arnaldo, nascido em 01/02/1943, primário e de bons antecedentes, enquanto estava em um bar, desferiu pauladas na perna e socos na face de Severino, nascido em 30/03/1980, por acreditar que este demonstrara interesse amoroso em sua neta de apenas 16 anos. As agressões praticadas por Arnaldo geraram deformidade permanente em Severino, que, revoltado com o ocorrido, foi morar em outro estado.

Page 3: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

Denunciado pela prática do crime do Art. 129, § 2º, inciso IV, do Código Penal, Arnaldo confessou em juízo, durante o interrogatório, as agressões; contudo, não foram acostados aos autos boletim de atendimento médico e exame de corpo de delito da vítima, que também não foi localizada para ser ouvida. As testemunhas confirmaram ter visto Arnaldo desferir um soco em Severino, mas não viram se da agressão resultou lesão. Em sentença, diante da confissão, Arnaldo foi condenado a pena de 03 anos de reclusão, deixando o magistrado de substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em virtude da violência. Agiu corretamente o magistrado? 20) Pablo, que possui quatro condenações pela prática de crimes com violência ou grave ameaça à pessoa, estava no quintal de sua residência brincando com seu filho, quando ingressa em seu terreno um cachorro sem coleira. O animal adota um comportamento agressivo e começa a tentar atacar a criança de 05 anos, que brincava no quintal com o pai. Diante disso, Pablo pega um pedaço de pau que estava no chão e desfere forte golpe na cabeça no cachorro, vindo o animal a falecer. No momento seguinte, chega ao local o dono do cachorro, que, inconformado com a morte deste, chama a polícia, que realiza a prisão em flagrante de Pablo pela prática do crime do Art. 32 da Lei nº 9.605/98. Os fatos acima descritos são integralmente confirmados no inquérito pelas testemunhas. Considerando que Pablo é multirreincidente na prática de crimes graves, o Ministério Público se manifesta pela conversão do flagrante em preventiva, afirmando o risco à ordem pública pela reiteração delitiva. a) Qual pedido deverá ser formulado pela defesa de Pablo para evitar o acolhimento da manifestação pela conversão da prisão em flagrante em preventiva?

21) José Barbosa, nascido em 11/03/1998, caminhava para casa após sair da faculdade, às 11h da manhã, no dia 12/03/2016, quando se deparou com Daniel, ex-namorado de sua atual companheira, conversando com esta. Em razão de ciúmes, retirou a faca que trazia na mochila e aplicou numerosas facadas no peito de Daniel, com a intenção de matá-lo. Daniel recebeu pronto atendimento médico, foi encaminhado para um hospital de Niterói, mas faleceu 05 dias após os golpes de faca. Já no dia 08/03/2016, policiais militares, informados sobre o fato ocorrido no dia anterior, comparecem à residência de José Barbosa, já que um dos agentes da lei era seu vizinho. Apesar de não ter ninguém em casa, a janela estava aberta, e os policiais puderam ver seu interior, verificando que havia uma faca suja de sangue escondida junto ao sofá. Diante disso, para evitar que José Barbosa desaparecesse com a arma utilizada, ingressaram no imóvel e apreenderam a arma branca, que foi devidamente apresentada pela autoridade policial. Com base na prova produzida a partir da apreensão da faca, o Ministério Público oferece denúncia em face de

José Barbosa, imputando-lhe a prática do crime de homicídio consumado. 22) Quais as consequências da prática de novo crime durante o gozo do livramento condicional? Revogação do benefício. Não computo do período que ficou em liberdade. 23) O que vem a ser o instituto da absolvição imprópria? 24) Discorra sobre os efeitos da condenação penal da perda do cargo, função pública ou mandato eletivo. 25) Chegou ao Ministério Público denúncia de pessoa identificada apontando Cássio como traficante de drogas. Com base nessa informação, entendendo haver indícios de autoria e não havendo outra forma de obter prova do crime, a autoridade policial representou pela interceptação da linha telefônica que seria utilizada por Cássio e que fora mencionada na denúncia recebida, tendo o juiz da comarca deferido a medida pelo prazo inicial de 30 dias. Nas conversas ouvidas, ficou certo que Cássio havia adquirido certa quantidade de cocaína, pela primeira vez, para ser consumida por ele, juntamente com seus amigos Pedro e Paulo, na comemoração de seu aniversário, no dia seguinte. Diante dessa prova, policiais militares obtiveram ordem judicial e chegaram à casa de Cássio quando este consumia e oferecia a seus amigos os seis papelotes de cocaína para juntos consumirem. Cássio, portador de maus antecedentes, foi preso em flagrante e autuado pela prática do crime de tráfico, sendo, depois, denunciado como incurso nas penas do Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. É válida a prova obtida através da interceptação telefônica? 26) Em inquérito policial, Antônio é indiciado pela prática de crime de estupro de vulnerável, figurando como vítima Joana, filha da grande amiga da Promotora de Justiça Carla, que, inclusive, aconselhou a família sobre como agir diante do ocorrido. Segundo consta do inquérito, Antônio encontrou Joana durante uma festa de música eletrônica e, após conversa em que Joana afirmara que cursava a Faculdade de Direito, foram para um motel onde mantiveram relações sexuais, vindo Antônio, posteriormente, a tomar conhecimento de que Joana tinha apenas 13 anos de idade. Recebido o inquérito concluído, Carla oferece denúncia em face de Antônio, imputando-lhe a prática do crime previsto no Art. 217-A do Código Penal, ressaltando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que, para a configuração do delito, não se deve analisar o passado da vítima, bastando que a mesma seja menor de 14 anos. a) Existe alguma irregularidade processual na denúncia oferecida? b) Qual a possível tese defensiva de Antônio?

Page 4: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

27) Diego e Júlio caminham pela rua, por volta das 21h, retornando para suas casas após mais um dia de aula na faculdade, quando são abordados por Marcos, que, mediante grave ameaça de morte e utilizando simulacro de arma de fogo, exige que ambos entreguem as mochilas e os celulares que carregavam. Após os fatos, Diego e Júlio comparecem em sede policial, narram o ocorrido e descrevem as características físicas do autor do crime. Por volta das 5h da manhã do dia seguinte, policiais militares em patrulhamento se deparam com Marcos nas proximidades do local do fato e verificam que ele possuía as mesmas características físicas do roubador. Todavia, não são encontrados com Marcos quaisquer dos bens subtraídos, nem o simulacro de arma de fogo. Ele é encaminhado para a Delegacia e, tendo-se verificado que era triplamente reincidente na prática de crimes patrimoniais, a autoridade policial liga para as residências de Diego e Júlio, que comparecem em sede policial e, em observância de todas as formalidades legais, realizam o reconhecimento de Marcos como responsável pelo assalto. O Delegado, então, lavra auto de prisão em flagrante em desfavor de Marcos, permanecendo este preso, e o indicia pela prática do crime previsto no Art. 157, caput, do Código Penal, por duas vezes, na forma do Art. 69 do Código Penal. a) A prisão em flagrante foi ilícita? b) Está correta o enquadramento da autoridade policial no crime de roubo (art. 157 CP) em concurso material (art. 69 CP)? 28) Mário foi surpreendido por uma pessoa que, mediante ameaça verbal de morte, subtraiu seu celular. No dia seguinte, quando passava pelo mesmo local, avistou Paulo e o reconheceu como sendo a pessoa que o roubara no dia anterior. Levado para a delegacia, Paulo admitiu ter subtraído o celular de Mário mediante grave ameaça, mas alegou que estava em estado de necessidade. O celular não foi recuperado e Paulo foi liberado em razão da ausência da situação de flagrante. Oferecida a denúncia pela prática do delito de roubo, Paulo foi pessoalmente citado e manifestou interesse em ser assistido pela Defensoria Pública. No curso da instrução, a vítima, única testemunha arrolada pelo Ministério Público, não foi localizada, assim como Paulo nunca compareceu em juízo, sendo decretada sua revelia. A pretensão punitiva foi acolhida nos termos do pedido inicial, tendo o juiz fundamentado seu convencimento no que foi dito pelo lesado e pelo acusado na fase extrajudicial, aumentando a pena-base pelo fato de o agente ter ameaçado de morte o ofendido e deixando de reconhecer a atenuante da confissão espontânea porque qualificada. Agiu corretamente o magistrado condenando Paulo? Justifique. 29) O sistema recursal processual penal rege-se, entre outros, pelo princípio da unirrecorribilidade. O que vem a ser esse princípio? Ele admite exceções? Caso afirmativo, qual(is)?

30) O que vem a ser o princípio da vedação da reformatio in pejus indireta? 31) Os recursos no processo penal possuem variados efeitos, a depender de sua espécie. Discorra sobre os efeitos translativo, regressivo e extensivo. 32) Jorge, com 21 anos de idade, reincidente, natural de São Gonçalo/RJ, entrou em uma briga com seus pais, razão pela qual foi morar na casa de sua tia Marta, irmã de seu pai, na cidade de Maricá/RJ, já que esta tinha apenas 40 anos e “o entenderia melhor”. Após 06 meses residindo no mesmo local que sua tia, Jorge subtraiu o carro de Marta, levando-o para uma favela em Niterói, onde pretendia morar no futuro. No começo, Marta não desconfiou da autoria, porém após alguns dias, teve certeza de que o autor do crime era seu sobrinho, mas nada fez para vê-lo responsabilizado criminalmente, em razão do afeto que tinha por ele. Apenas, então, comunicou à seguradora que seu veículo fora furtado. Jorge, 01 ano após esses fatos, estava na direção do veículo que havia subtraído quando foi abordado por policiais militares que, constatando que aquele bem era produto de crime pretérito, realizaram sua prisão em flagrante. Jorge foi denunciado pela prática do crime de receptação, mas, no curso da instrução, foi descoberto que, na verdade, o acusado era o autor do crime de furto. O Ministério Público aditou a denúncia para adequá-la às novas descobertas e, após manifestação da Defensoria Pública, foi o aditamento recebido. a) Qual a principal tese defensiva a ser formulada nas Alegações Finais para evitar a condenação de Jorge? b) Poderia o juiz condenar Jorge, após o aditamento, de acordo com a imputação original de receptação? 33) Lívia, primária e de bons antecedentes, foi presa em flagrante enquanto transportava 100g de cocaína a pedido do namorado, conhecido traficante da comunidade em que residiam. Apesar de nunca ter participado de qualquer atividade do tráfico em momento anterior, Lívia atendeu ao pedido do namorado com medo de ele terminar o relacionamento em caso de negativa. Já na viatura da Polícia Militar, os policiais passaram a filmar Lívia e conversar sobre o ocorrido quando de sua prisão, tendo ela confirmado os fatos acima descritos sem que soubesse estar sendo filmada. Lívia, então, foi denunciada como incursa nas sanções penais do Art. 33 da Lei nº 11.343/06. Durante a instrução, o Ministério Público juntou aos autos o vídeo feito no interior da viatura e dispensou a oitiva dos policiais responsáveis pela prisão, que eram as únicas testemunhas de acusação, tendo em vista que eles foram transferidos para um batalhão de outra comarca. a) É possível a condenação de Lívia apenas com base no vídeo acostado aos autos?

Page 5: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

b) Em caso de condenação de Lívia como incursa nas sanções do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06 (tráfico privilegiado), é possível a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos? Sim. Em que pese a redação original da lei trazer essa vedação. O STF considerou essa vedação inconstitucional. 34) Fausto, ao completar 18 anos de idade, mesmo sem ser habilitado legalmente, resolveu sair com o carro do seu genitor sem o conhecimento do mesmo. No cruzamento de uma avenida de intenso movimento, não tendo atentado para a sinalização existente, veio a atropelar Lídia e suas 05 filhas adolescentes, que estavam na calçada, causando-lhes diversas lesões que acarretaram a morte das seis. Denunciado pela prática de seis crimes do Art. 302, § 1º, incisos I e II, da Lei nº 9503/97, foi condenado nos termos do pedido inicial, ficando a pena final acomodada em 04 anos e 06 meses de detenção em regime semiaberto, além de ficar impedido de obter habilitação para dirigir veículo pelo prazo de 02 anos. A pena privativa de liberdade não foi substituída por restritivas de direitos sob o fundamento exclusivo de que o seu quantum ultrapassava o limite de 04 anos. No tocante a não substituição da pena privativa de liberdade, agiu certo o magistrado? 35) Para a resolução da questão considere o texto legal do art. 163 do CP, e a hipótese a seguir. Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido: (...) III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; (...) Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Imagine que o Prefeito Municipal procure a Delegacia de Polícia noticiando que a Prefeitura teve a vidraça de sua sede histórica quebrada por um indivíduo, que descuidadamente chutou uma bola durante uma partida de futebol. Em face do vultoso prejuízo, o Prefeito pede a instauração de um inquérito policial pela prática do crime de dano qualificado, por ter havido destruição de coisa pública. Responda justificadamente: houve crime? Aplica-se a qualificadora supra transcrita? 36) Conceitue flagrante esperado, preparado e diferido ou retardado. 37) Diz-se imputável o agente que tem capacidade de ser-lhe juridicamente atribuída a prática de fato punível. Assim, ausente a imputabilidade, não se aplica pena ao autor de fato típico e antijurídico, podendo sofrer medida de segurança. No caso concreto, Cristiano é preso totalmente embriagado após a prática de crime previsto na legislação penal, e seu defensor público sustenta a tese da inimputabilidade para

isentá-lo de pena. Esta tese é sustentável perante o sistema penal brasileiro?

38) Jorge, com a intenção de sequestrar o filho de seu patrão para obter vantagem monetária como preço do resgate, compra cordas, furta um carro e arruma o local que serviria como cativeiro. Dois dias antes de efetivar seu intento, seus planos são descobertos. Diante destes fatos, Jorge deverá responder por qual(is) crimes? 39) Discorra sobre o esgotamento da instância no processo penal . 40) Discorra sobre a coisa julgada formal, material e soberanamente julgada, no processo penal 41) Como se dá a composição do Tribunal do Júri? 42) Mévio estava dirigindo seu veículo em alta velocidade e desatento, quando perdeu o controle e veio a atropelar três transeuntes. Muito embora Mévio ter prestado o socorro, todos vieram a óbito no local. Diante dos fatos, Mévio foi conduzido para uma delegacia de polícia, onde foi preso em flagrante delito pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 CTB). Discorra sobre o procedimento adotado. 43) Diferencia testemunha dispensada de depor e testemunhas proibidas de depor. 44) Quais pessoas são ouvidas na qualidade de INFOMRANTE no processo penal? 45) Discorra sobre a aplicação de lei processual penal no tempo.

46) Maria, jovem extremamente possessiva, comparece ao local em que Jorge, seu namorado, exerce o cargo de auxiliar administrativo e abre uma carta lacrada que havia sobre a mesa do rapaz. Ao ler o conteúdo, descobre que Jorge se apropriara de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), que recebera da empresa em que trabalhava para efetuar um pagamento, mas utilizara tal quantia para comprar uma joia para uma moça chamada Júlia. Absolutamente transtornada, Maria entrega a correspondência aos patrões de Jorge. a) Jorge praticou crime? Em caso positivo, qual(is)? b) O Ministério Público poderia oferecer denúncia com base exclusivamente na correspondência aberta por Maria? 47) João e Maria, casados desde 2007, estavam passando por uma intensa crise conjugal. João, visando tornar insuportável a vida em comum, começou a praticar atos para causar dano emocional a Maria, no intuito de ter uma partilha mais favorável. Para tanto, passou a realizar procedimentos de

Page 6: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

manipulação, de humilhação e de ridicularização de sua esposa. Diante disso, Maria procurou as autoridades policiais e registrou ocorrência em face dos transtornos causados por seu marido. Passados alguns meses, Maria e João chegam a um entendimento e percebem que foram feitos um para o outro, como um casal perfeito. Maria decidiu, então, renunciar à representação. Nesse sentido e com base na legislação pátria, responda fundamentadamente: a) Pode haver renúncia (retratação) à representação durante a fase policial, antes de o procedimento ser levado a juízo? b) Pode haver aplicação de pena consistente em prestação pecuniária nos casos de violência doméstica e familiar?

48) Antônio, pai de um jovem hipossuficiente preso em flagrante delito, recebe de um serventuário do Poder Judiciário Estadual a informação de que Jorge, defensor público criminal com atribuição para representar o seu filho, solicitara a quantia de dois mil reais para defendê-lo adequadamente. Indignado, Antônio, sem averiguar a fundo a informação, mas confiando na palavra do serventuário, escreve um texto reproduzindo a acusação e o entrega ao juiz titular da vara criminal em que Jorge funciona como defensor público. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Jorge apresenta uma gravação em vídeo da entrevista que fizera com o filho de Antônio, na qual fica evidenciado que jamais solicitara qualquer quantia para defendê-lo, e representa criminalmente pelo fato. O Ministério Público oferece denúncia perante o Juizado Especial Criminal, atribuindo a Antônio o cometimento do crime de calúnia, praticado contra funcionário público em razão de suas funções, nada mencionando acerca dos benefícios previstos na Lei 9.099/95. Designada Audiência de Instrução e Julgamento, recebida a denúncia, ouvidas as testemunhas, interrogado o réu e apresentadas as alegações orais pelo Ministério Público, na qual pugnou pela condenação na forma da inicial, o magistrado concede a palavra a Vossa Senhoria para apresentar alegações finais orais. Em relação à situação acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) O Juizado Especial Criminal é competente para apreciar o fato em tela? b) Antônio faz jus a algum benefício da Lei 9.099/95? Em caso afirmativo, qual(is)? c) Antônio praticou crime? Em caso afirmativo, qual? Em caso negativo, por que razão?

49) Caio, Mévio, Tício e José, após se conhecerem em um evento esportivo de sua cidade, resolveram praticar um estelionato em detrimento de um senhor idoso. Logrando êxito em sua empreitada criminosa, os quatro dividiram os lucros e continuaram a vida normal. Ao longo da investigação policial, apurou-se a autoria do delito por meio dos depoimentos de diversas testemunhas que

presenciaram a fraude. Em decorrência de tal informação, o promotor de justiça denunciou Caio, Mévio, Tício e José, alegando se tratar de associação criminosa, tendo requerido a decretação da prisão temporária dos denunciados. Recebida a denúncia, a prisão temporária foi deferida pelo juízo competente. Agiu corretamente o promotor de justiça requerendo a prisão preventiva e o juiz a deferindo? 50) Larissa, senhora aposentada de 60 anos, estava na rodoviária de sua cidade quando foi abordada por um jovem simpático e bem vestido. O jovem pediu-lhe que levasse para a cidade de destino, uma caixa de medicamentos para um primo, que padecia de grave enfermidade. Inocente, e seguindo seus preceitos religiosos, a Sra. Larissa atende ao rapaz: pega a caixa, entra no ônibus e segue viagem. Chegando ao local da entrega, a senhora é abordada por policiais que, ao abrirem a caixa de remédios, verificam a existência de 250 gramas de cocaína em seu interior. Atualmente, Larissa está sendo processada pelo crime de tráfico de entorpecente, previsto no art. 33 da lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. Discorra sobre o contexto apresentado. 51) Há muito tempo Maria encontra-se deprimida, nutrindo desejos de acabar com a própria vida. João, sabedor dessa condição, e querendo a morte de Maria, resolve instigá-la a se matar. Pondo seu plano em prática, João visita Maria todos os dias e, quando ela toca no assunto de não tem mais razão para viver, que deseja se matar, pois a vida não faz mais sentido, João a estimula e a encoraja a pular pela janela. Um belo dia, logo após ser instigada por João, Maria salta pela janela de seu apartamento e, por pura sorte, sofre apenas alguns arranhões, não sofrendo qualquer ferimento grave. João praticou crime(s)? Qual(is)? 52) Raimundo, já de posse de veículo automotor furtado de concessionária, percebe que não tem onde guardá-lo antes de vendê-lo para a pessoa que o encomendara. Assim, resolve ligar para um grande amigo seu, Henrique, e após contar toda sua empreitada, pede-lhe que ceda a garagem de sua casa para que possa guardar o veículo, ao menos por aquela noite. Como Henrique aceita ajudá-lo, Raimundo estaciona o carro na casa do amigo. Ao raiar do dia, Raimundo parte com o veículo, que seria levado para o comprador. a) Raimundo e Henrique agiram em concurso de agentes? b) Qual o delito praticado por Henrique? 53) Wilson, extremamente embriagado, discute com seu amigo Junior na calçada de um bar já vazio pelo avançado da hora. A discussão torna-se acalorada e, com intenção de matar, Wilson desfere quinze facadas em Junior, todas na altura do abdômen. Todavia, ao ver o amigo gritando de dor e esvaindo-se em sangue, Wilson, desesperado, pega um taxi

Page 7: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

para levar Junior ao hospital. Lá chegando, o socorro é eficiente e Junior consegue recuperar-se das graves lesões sofridas. a) É cabível responsabilizar Wilson por tentativa de homicídio? b) Caso Junior, mesmo tendo sido socorrido, não se recuperasse das lesões e viesse a falecer no dia seguinte aos fatos, qual seria a responsabilidade jurídico-penal de Wilson? 54) Erika e Ana Paula, jovens universitárias, resolvem passar o dia em uma praia paradisíaca e, de difícil acesso (feito através de uma trilha), bastante deserta e isolada, tão isolada que não há qualquer estabelecimento comercial no local e nem mesmo sinal de telefonia celular. As jovens chegam bastante cedo e, ao chegarem, percebem que além delas há somente um salva-vidas na praia. Ana Paula decide dar um mergulho no mar, que estava bastante calmo naquele dia. Erika, por sua vez, sem saber nadar, decide puxar assunto com o salva-vidas, Wilson, pois o achou muito bonito. Durante a conversa, Erika e Wilson percebem que têm vários interesses em comum e ficam encantados um pelo outro. Ocorre que, nesse intervalo de tempo, Wilson percebe que Ana Paula está se afogando. Instigado por Erika, Wilson decide não efetuar o salvamento, que era perfeitamente possível. Ana Paula, então, acaba morrendo afogada. Indique a responsabilidade jurídico-penal de Erika e Wilson. 55) Maria, mulher solteira de 40 anos, mora no Bairro Paciência, na cidade Esperança. Por conta de seu comportamento, Maria sempre foi alvo de comentários maldosos por parte dos vizinhos; alguns até chegavam a afirmar que ela tinha “cara de quem cometeu crime”. Não obstante tais comentários, nunca houve prova de qualquer das histórias contadas, mas o fato é que Maria é pessoa conhecida na localidade onde mora por ter má-índole, já que sempre arruma brigas e inimizades. Certo dia, com raiva de sua vizinha Josefa, Maria resolve quebrar a janela da residência desta. Para tanto, espera chegar a hora em que sabia que Josefa não estaria em casa e, após olhar em volta para ter certeza de que ninguém a observava, Maria arremessa com força, na direção da casa da vizinha, um enorme tijolo. Ocorre que Josefa, naquele dia, não havia saído de casa e o tijolo após quebrar a vidraça, atinge também sua nuca. Josefa falece instantaneamente. É correto afirmar que Maria deve responder por homicídio doloso consumado? 56) Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de roubo simples em sua modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão em regime aberto. Todavia, atento às particularidades do caso concreto, o referido magistrado concedeu-lhe o beneficio da suspensão condicional da execução da pena, sendo certo que, na sentença, não fixou nenhuma condição. Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a absolvição de Daniel com base na tese

de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição do beneficio concedido por uma pena restritiva de direitos. O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento da apelação, de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão, fixou as condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na sentença condenatória. Qual o recurso cabível contra a decisão do Tribunal de Justiça e qual o fundamento? 57) Ricardo é delinquente conhecido em sua localidade, famoso por praticar delitos contra o patrimônio sem deixar rastros que pudessem incriminá-lo. Já cansando da impunidade, Wilson, policial e irmão de uma das vítimas de Ricardo, decide que irá empenhar todos os seus esforços na busca de uma maneira para prender, em flagrante, o facínora. Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardo e, com isso, ganhar a confiança deste. Certo dia, decidido que havia chegada a hora, pergunta se Ricardo poderia ajudá-lo na próxima empreitada. Wilson diz que elaborou um plano perfeito para assaltar uma casa lotérica e que bastaria ao amigo seguir as instruções. O plano era o seguinte: Wilson se faria passar por um cliente da casa lotérica e, percebendo o melhor momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido estabelecimento e anunciasse o assalto, ocasião em que o ajudaria a render as pessoas presentes. Confiante nas suas próprias habilidades e empolgado com as ideias dadas por Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo, seguindo o roteiro traçado por Wilson, espera o sinal e, tão logo o recebe, entra na casa lotérica e anuncia o assalto. Todavia, é surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto todos os “clientes” presentes na casa lotérica eram policiais disfarçados. Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os aplausos da comunidade e dos demais policiais, contentes pelo sucesso do flagrante. Levado à delegacia, o delegado de plantão imputa a Ricardo a prática do delito de roubo na modalidade tentada. Discorra sobre a prisão em flagrante e Ricardo. 58) Marcos, jovem inimputável conforme o Art. 26 do CP, foi denunciado pela prática de determinado crime. Após o regular andamento do feito, o magistrado entendeu por bem aplicar medida de segurança consistente em internação em hospital psiquiátrico por período mínimo de 03 (três) anos. Após o cumprimento do período supramencionado, o advogado de Marcos requer ao juízo de execução que seja realizado o exame de cessação de periculosidade, requerimento que foi deferido. É realizada uma rigorosa perícia, e os experts atestam a cura do internado, opinando, consequentemente, por sua desinternação. O magistrado então, baseando-se no exame pericial realizado por médicos psiquiatras, exara sentença determinando a desinternação de Marcos. O Parquet, devidamente intimado da sentença proferida pelo juízo da execução, interpõe o recurso cabível na espécie.

Page 8: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

Qual o recurso cabível da sentença proferida pelo magistrado determinando a desinternação de Marcos? Qual o prazo para interposição?

59) Gustavo, retornando para casa após ir a uma festa com sua esposa, é parado em uma blitz de rotina. Ele fica bastante nervoso, pois sabe que seu carro está com a documentação totalmente irregular (IPVA atrasado, multas vencidas e vistoria não realizada) e, muito provavelmente, o veículo será rebocado para o depósito. Após determinar a parada do veículo, o policial solicita que Gustavo saia do carro e exiba os documentos. Como havia diversos outros carros parados na fiscalização, forma-se uma fila de motoristas. Gustavo, então, em pé, na fila, aguardando sua vez para exibir a documentação, fala baixinho à sua esposa: “Vou ver se tem jogo. Vou oferecer cem reais pra ele liberar a gente. O que você acha? Será que dá?”. O que Gustavo não sabia, entretanto, é que exatamente atrás dele estava um policial que tudo escutara e, tão logo acaba de proferir as palavras à sua esposa, Gustavo é preso em flagrante. Atordoado, ele pergunta: “O que eu fiz?”, momento em que o policial que efetuava o flagrante responde: “Tentativa de corrupção ativa!”. Atento(a) ao caso narrado e tendo como base apenas as informações descritas no enunciado, responda justificadamente, aos itens a seguir. a) É correto afirmar que Gustavo deve responder por tentativa de corrupção ativa? b) Caso o policial responsável por fiscalizar os documentos, observando a situação irregular de Gustavo, solicitasse quantia em dinheiro para liberá-lo e, Gustavo, por medo, pagasse tal quantia, ele (Gustavo) responderia por corrupção ativa? 60) Jaime, brasileiro, solteiro, nascido em 10/11/1982, praticou, no dia 30/11/2000, delito de furto qualificado pelo abuso de confiança (art. 155, parágrafo 4º, II, do CP). Devidamente denunciado e processado, Jaime foi condenado à pena de 4 (quatro) anos e 2 (dois) meses de reclusão. A sentença transitou definitivamente em julgado no dia 15/01/2002, e o término do cumprimento da pena se deu em 20/03/2006. No dia 24/03/2006, Jaime subtraiu um aparelho de telefone celular que havia sido esquecido por Lara em cima do balcão de uma lanchonete. Todavia, sua conduta fora filmada pelas câmeras do estabelecimento, o que motivou o oferecimento de denúncia, por parte do Ministério Público, pela prática de furto simples (art. 155, caput, do CP). A denúncia foi recebida em 14/04/2006, e, em 18/10/2006, Jaime foi condenado à pena de 1 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias-multa. Foi fixado o regime inicial aberto para o cumprimento da pena privativa de liberdade, com sentença publicada no mesmo dia.

a) Suponha que a acusação tenha se conformado com a sentença, tendo o trânsito em julgado para esta ocorrido em 24/10/2006. A defesa, por sua vez, interpôs apelação no prazo legal. Todavia, em virtude de sucessivas greves, adiamentos e até mesmo perda dos autos, até a data de 20/10/2010, o recurso da defesa não tinha sido julgado. Que desdobramento tem-se dessa morosidade no julgamento? b) A situação seria diferente se ambas as partes tivessem se conformado com o decreto condenatório, de modo que o trânsito em julgado definitivo teria ocorrido em 24/10/2006, mas Jaime, temeroso de ficar mais uma vez preso, tivesse se evadido tão logo teve ciência do conteúdo da sentença, somente tendo sido capturado em 25/10/2010?

Page 9: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

GABARITO

01) O inquérito policial não é indispensável para a propositura da ação penal. Este será dispensável quando o MP já se tiver elementos suficientes de materialidade e indícios de autoria do crime para propositura da ação penal.

02) Art. 5º CP

Crimes de ação penal pública incondicionada: De ofício

A requerimento do MP ou do juiz*

A requerimento do ofendido ou seu representante

Por pedido de qualquer do povo.

Auto de Prisão em Flagrante (art 27 do CPPM)

Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena.

Crimes de ação penal pública condicionada

Por representação do ofendido ou seu representante.

Crime de ação penal privada

Por requisição do ofendido ou seu representante legal

03) Propriamente dita: ofendido, seu representante legal ou seus sucessores (art. 31 CPP)

Subsidiaria da pública: ofendido ou seu representante legal.

Personalíssima: única e exclusivamente ao ofendido.

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

04)

a) Inimputabilidade de Bruna. Logo falta um dos elementos do crime, qual seja, culpabilidade.

Teoria da ação.

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

b) Requerimento de substituição de prisão preventiva por prisão domiciliar.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for;

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - gestante;

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

05) Pressupostos:

Fumus comissi delicti

Periculum libertatis (necessidade)

Requisitos:

Prova da existência do crime e

Indício suficiente de autoria.

06) Código de Processo Penal: teoria do resultado.

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

JECrim: teoria da ação: teoria da ação

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.

Ato infracional: teoria da ação

Page 10: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

[...]

§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.

07) Crimes plurilocais: CPP. Envolve duas ou mais comarcas. Teoria da resultado.

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

Crimes à distância: CP. é o delito iniciado no Brasil e se consuma fora dele ou vice-versa. Teoria da ubiguidade.

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

08)

a) Apresentação de Queixa crime subsidiária da denúncia, haja vista a inércia do MP. Art. 29 CPP c/c art. 5º, LIX CF.

b) Extorsão mediante sequestro, qualificado pela idade da vítima (art. 159, § 1º CP).

c) Extorsão mediante sequestro, qualificado, na modalidade consumada.

09) Visa dar ciência de imputação ao acusado, chamando-o a se defender. No processo penal comum o réu é citado para apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO.

É o ato pelo qual o réu toma ciência dos termos da acusação, sendo chamado a respondê-la e a comparecer aos atos do processo.

Formas:

Real ou pessoal: feita através de oficial de justiça:

por mandado, por precatória, por requisição, por rogatória ou por carta de ordem

Ficta ou presumida:

editalícia

por hora certa.

A falta da citação importa a nulidade do processo. Podendo, contudo, ser suprida pelo comparecimento voluntário do acusado:

Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:

[...]

III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

[...]

e) a citação do réu para ver-se processar, [...]

Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.

No procedimento da Lei de Drogas o réu é citado para se defender, porém não para apresentar resposta à acusação, mas sim para ser INTERROGADO (art. 56 LD)..

10) A sentença deve guardar plena consonância com o fato delituoso descrito na denúncia ou queixa, não podendo dele se afastar, sendo vedado ao juiz julgar extra petita, ou seja, fora do pedido (ex. reconhecendo a prática de outro crime, cuja descrição fática não conste da peça acusatória).

Nem tampouco ultra petita, leia-se, além do pedido – por exemplo, reconhecendo qualificadora não imputada ao acusado.

Tal inobservância, afronta ao princípio da ampla defesa, do contraditório e, até mesmo, ao próprio sistema acusatório.

EMENDATIO LIBELI o fato delituoso descrito na peça acusatória permanece inalterado, o juiz limita-se a corrigir uma classificação mal formulada, ainda que comine com a aplicação de pena mais grave.

Definição jurídica = capitulação, juízo de tipicidade.

O juiz apena corrige a capitulação.

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.

Page 11: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.

MUTATIO LIBELLI ocorre quando, durante o curso da instrução processual, surge prova de elementar ou circunstância não contida na peça acusatória.

Nesse caso, como há uma alteração da base fática da imputação, é evidente que há necessidade de aditamento da peça acusatória, com posterior oitiva da defesa e renovação da instrução processual, pelo menos para fins de realização de novo interrogatório do acusado.

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.

11) O período de cumprimento de pena provisória deverá ser computado para aplicação do regime inicial de cumprimento de pena. De modo que o regime a ser fixado deverá ser o aberto.

Regime inicial de cumprimento de pena: art. 33 CP

LEP Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.

Art. 387 [...] § 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)

12)

a) Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

b) Erro de tipo.

Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

13) O delito de corrupção é delito praticado por particular contra a administração pública. Devendo a vantagem indevida ser oferecida a funcionário público. No caso o fato pe atípico.

14) a plenitude de defesa;

o sigilo das votações;

a soberania dos veredictos; (obs Art. 593 [...] § 3o )

a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

15) Não. Tício praticou crime de latrocínio (art. 157, § 3º, II CP). O qual se trata de crime contra o patrimônio.

16) -Pronúncia: RESE

Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da

Page 12: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.

Impronúncia: Apelação

Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.

Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.

Absolvição sumária: Apelação

Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:

I – provada a inexistência do fato;

II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;

III– o fato não constituir infração penal;

IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.

Desclassificação: RESE

Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.

17) REGRA: Crime conexo com dolosos contra a vida:

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:

I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;

EXCEÇÃO:

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:

I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;

II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores

Assim:

Homicídio: tribunal do Juri da comarca onde ocorreu o fato

Ocultação de cadáver: Vara da Justiça Militar.

18) Não. Com o afastamento da causa de aumento de pena deveria ser-lhe oferecido a suspensão condicional do processo

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:

I - em depósito necessário;

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

Ainda, é caso de aplicação de ESCUSA ABSOLUTÓRIA.

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:

I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

19) Não. Falta a comprovação da materialidade do delito, o qual não é suprimido pela confissão da vítima.

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Ainda, caso seja mantida a execução, existe algum benefício penal que o juiz deveria ter concedido a Arnaldo.

Sim. A suspensão condicional da pena (SURSIS, etário):

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

Page 13: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;(

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.(

§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

Não cabe substituição por restritiva de direito, pois o crime foi cometido com violência:

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;

II – o réu não for reincidente em crime doloso;

III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

20) A defesa de Pablo deverá formular pedido de liberdade provisória, tendo em vista que, apesar de ostentar diversas condenações pela prática de crimes graves, na situação apresentada, com base nas informações constantes do auto de prisão em flagrante, poderá o juiz verificar que Pablo agiu amparado por causa excludente da ilicitude:

Art. 310. [...] p. único: Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições de excludente de ilicitude poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.

Obs.: estado de necessidade e não legítima defesa.

21) Não. A apreensão da faca é ilícita, não podendo ser valorada no momento da sentença( Art. 5º, inciso XI CF).

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

Ainda, Não havia situação de flagrante delito, pois ausentes os requisitos do Art. 302 do CPP.

22) Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.

23) É a sanção penal aplicada ao inimputável, em face de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26 CP), autor de crime.

O magistrado reconhecendo a inimputabilidade do acusado, deverá absolvê-lo e aplicar medida de segurança.

24) Crimes comuns (art. 92 CP):

Pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública

Pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.

Não é efeito automático. Deve ser motivado pelo magistrado.

Tortura: é efeito automático. Independe do quantum de pena (art. 1º, § 5º Lei 9.455/97).

Integrar organização criminosa. Idem (art. 2º, § 6º Lei 12.850/13)

Crimes Militares: Depende de ação própria no tribunal (art. 125, § 4º CF).

25) Não. O juiz concedeu a interceptação pode período superior ao permitido pela lei (15 dias).

Requisitos para interceptação telefônica (Lei 9.296/98):

indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

Page 14: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis;

o fato investigado constituir infração penal punida com reclusão.

26)

a) Sim. A promotora é suspeita.

Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.

Art. 254 [...]V - se tiver aconselhado qualquer das partes;

b) Erro de tipo.

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

27)

a) Não. Marcos não se encontra em situação de flagrante (art. 302 CPP).

b) Não. Trata-se da hipótese de crime continuado. Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços

Obs.: Concurso material = duas ou mais ações/omissões, com dois ou mais resultados. Regra do Cúmulo material.

Concurso formal = uma ação/omissão, com dois ou mais resultados. Regra da exasperação.

Crime continuado = duas ou mais ações/omissões, com dois ou mais resultados, porém em nas mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução. Regra da exasperação.

28) Não. O magistrado não pode formar sua convicção apenas em elementos informativos produzidos na fase de investigação, sem contraditório e ampla defesa (art. 155, CPP c/c art. 5º LV CF)

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

29) Para cada decisão há apenas um recurso adequado.

Exceção: RE e Resp.

30) Reformatio in pejus direta: Corresponde ao agravamento da situação do réu, pelo próprio tribunal, ao julgar o recurso exclusivo da defesa (art. 617 CPP).

Reformatio in pejus indireta: Ocorre na hipótese em que, anulada a sentença por força de recurso exclusivo da defesa, outra vem a ser exarada, agora impondo pena superior, ou fixando regime mais rigoroso, ou condenando por crime mais grave, ou reconhecendo qualquer circunstância que a torne, de qualquer modo, mais gravosa ao acusado.

Ne reformatio in pejus indireta X princípio da soberania dos veredictos:

Para o Conselho de Sentença: não incide o princípio da Ne reformatio in pejus indireta, uma vez que os jurados são soberanos, podendo reconhecer qualificadoras, causas de aumento e de diminuição de pena.

Para o Juiz Presidente: INCIDE o princípio da Ne reformatio in pejus indireta, não podendo impor pena mais grave.

31) Translativo: as matérias de ordem pública podem ser analisadas de ofício pelo Tribunal.

Regressivo: juízo de retratação:

RESE

Agravo em execução

Carta Testemunhável

Extensivo: No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros (art. 580 CPP)

Page 15: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

32)

a) Aplicação da Escusa Absolutória Relativa. No caso, a ação penal se procede mediante representação do ofendido:

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Obs.: Escusa Absolutória Absoluta: isenta de pena.

b) Não. Princípio da congruência.

A partir do momento em que o juiz admite o aditamento fica vinculado à imputação superveniente, não podendo condenar o acusado pela imputação originária:

Art. 384 [...] § 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.

33)

a) Não. O magistrado não pode formar sua convicção apenas em elementos informativos produzidos na fase de investigação, sem contraditório e ampla defesa (art. 155, CPP c/c art. 5º LV CF)

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

b) Sim. Em que pese a redação original da lei trazer essa vedação. O STF considerou essa vedação inconstitucional

Art. 33 [...] § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012).

34) Não. Pois, trata-se de delito culposo. O fato de a pena ter ficado acomodada em mais de 04 anos, por si

só, não impede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

O limite de 04 anos é aplicado apenas ao crimes dolosos. Aos crimes culposos não se exige limite máximo de pena (art. 44 CP).

35) Não. Trata-se de fato atípico (descuidadamente).

Os crimes culposos devem ser previstos expressamente.

Art. 18 [...] Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Obs.: no direito penal militar existe a previsão de dano culposo (art. 266 CPM)

36) Esperado: policiais dirigem-se ao local onde irá ocorrer o crime e aguardam a sua execução. Neste caso, não há a figura de um agente provocador, É o caso de campanas realizadas pelos policiais.

Preparado: Também chamado de flagrante provocado. Ocorre quando o agente é instigado a praticar o delito. Existe um agente provocador. STF entende que trata-se de crime impossível.

Diferido ou retardado: é a ação controlada. Consiste no retardamento da intervenção policial, que deve ocorrer no momento mais oportuno do ponto de vista da investigação criminal ou da colheita de provas. Previsto na Lei de Drogas, na Lei de Lavagem de Capitais e na nova Lei das Organizações Criminosas.

37) Teoria da actio libera em causa: A embriaguez – seja voluntária, culposa, completa ou incompleta – não afasta a imputabilidade, pois no momento em que ingerida a substância, o agente era livre para decidir se devia ou não fazê-lo, ou seja, a conduta de beber resultou de um ato livre. (art. 28, II CP).

Somente exclui a culpabilidade a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior (art. 28, § 1 º CP).

38) Apenas pelo furto do carro.

No tocante ao crime de extorsão mediante sequestro, Jorge praticou apenas atos preparatórios.

Obs. Inter criminis:

Cogitação

Page 16: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

Preparação

Execução

Exaurimento.

39) Com a publicação da sentença, o juiz de 1ª instância exaure sua função jurisdicional. Não é mais possível querer revê-la.

Exceção:

- Correção de erro material.

- Embargos de declaração.

40) Formal: Não cabe mais discussão dentro daquele processo.

Não cabe mais recurso.

Juiz não apreciou o mérito, a pretensão punitiva.

O processo pode ser reaberto a qualquer tempo, até a extinção da punibilidade, desde que surjam novas provas ou se corrija os vícios.

Ex.: Arquivamento do IP por falta de justa causa

Material: a sentença se torna imutável para além da relação processual.

O que foi decidido não pode mais ser discutido.

Pressupõe decisão de mérito, onde o juiz apreciou a pretensão posta em juízo.

Ex.: sentença absolutória por estar provada a inexistência do fato.

Coisa soberanamente julgada: impossibilidade de desconstituição da coisa julgada material, nem mesmo pela Revisão Criminal

No Processo Penal só existe de sentença absolutória.

A sentença condenatória nunca fará coisa soberanamente julgada, podendo a qualquer tempo ser proposta Revisão Criminal

No Processo civil ocorre após o prazo da Ação Rescisória (2 anos).

41) 01 juiz togado (Presidente do Tribunal do Júri);

25 jurados

- 07 jurados constituirão o Conselho de Sentença.

42) Mévio não deveria ser preso em flagrante, haja vista ter prestado socorro às vítimas, em face de expressa previsão legal:

Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

43) Proibidas: pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho (art. 207)

Dispensadas: ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado (art. 206).

44) Os doentes e deficientes mentais

Os menores de 14 (quatorze) anos

As pessoas dispensadas se optarem por depor.

45) Lei Processual Penal:

Aplica-se o princípio Tempus regit actum.

Não retroage nem tem a sua eficácia postergada.

a) A lei processual aplica-se imediatamente.

b) Os atos processuais já realizados são considerados válidos

Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

Lei Penal

Aplica-se o princípio da ultratividade da norma mais benéfica:

A lei penal mais benéfica se aplica aos fatos ocorridos sobre a sua vigência, mesmo que já revogada

A lei penal mais benéfica retroage para atingir fatos ocorridos antes da sua vigência.

CF Art. 5º XL: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

CP Art. 2º [...] p.u.: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Page 17: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

46)

a) Sim. Apropriação indébita qualificada (ou majorada) em razão do ofício, prevista no art. 168, parágrafo 1º, III do CP.

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:

[...]

III - em razão de ofício, emprego ou profissão

b) Falta de justa causa para a instauração de ação penal, já que a denúncia se encontra lastreada exclusivamente em uma prova ilícita, porquanto decorrente de violação a uma norma de direito material (artigo 151 do CP c/c Art. 157 CPP).

47)

a) Trata-se de violência doméstica e familiar contra a mulher, na modalidade violência psicológica (art. 7, II LVDF, c/c art. 129 do CP).

Não é possível a retratação na fase policial. De acordo com o art. 16 da Lei 11.340, renúncia à representação só é admitida na presença do Juiz, em audiência especialmente designada para esta finalidade.

b) Não, de acordo com o artigo 17 da Lei 11.340, a prestação pecuniária é vedada.

48)

a) Não, pois, de acordo com o artigo 141, II, do CP, quando a ofensa for praticada contra funcionário público em razão de suas funções, a pena será aumentada de um terço, o que faz com que a sanção máxima abstratamente cominada seja superior a dois anos.

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

II - contra funcionário público, em razão de suas funções;

b) Sim, suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei 9.099/95.

c) Não. Antônio agiu em erro de tipo vencível/inescusável. Conforme previsão do artigo 20 do CP, nessa hipótese, o agente somente responderá pelo crime se for admitida a punição a título culposo, o que não é o caso, pois o crime em comento não admite a modalidade culposa. Não houve dolo na conduta de Antônio.

49) Não, pois não há associação criminosa 9art. 288 CP) quando a reunião se dá para a prática de apenas um delito.

Como não há que se falar em associação criminosa, subsiste apenas o delito de estelionato. Nesse sentido, não se poderia decretar a prisão temporária, pois tal crime não está previsto no rol taxativo indicado no artigo 1º, III, da Lei 7.960/89.

Ademais, a prisão temporária é medida exclusiva do inquérito policial, não podendo, em hipótese alguma, ser decretada quando já instaurada a ação penal.

50) Larissa agiu em erro de tipo essencial nos termos do art. 20 caput do CP. Faltava-lhe consciência de que praticava conduta descrita em tipo penal.

Não houve dolo por parte de Larissa e, como o delito descrito no art. 33 da Lei n. 11.343/06 não admite a modalidade culposa, o fato é atípico.

51) João não cometeu qualquer crime, pois o delito descrito no artigo 122 do CP só se consuma com a ocorrência de morte ou de lesão corporal grave.

52)

a) Não há concurso de agentes, pois o auxílio foi proposto após a consumação do crime de furto. Assim, não estão presentes os requisitos necessários à configuração do concurso de agentes, mormente liame subjetivo e identidade da infração penal.

b) Favorecimento real (Art. 349, do CP)

Page 18: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

53)

a) Não, pois Wilson será beneficiado pelo instituto do arrependimento eficaz, previsto na parte final do Art. 15 do Código Penal. Assim, somente responderá pelos atos praticados, no caso, as lesões corporais graves sofridas por Júnior.

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

b) Nesse caso, como não houve eficácia no arrependimento, o que é exigido pelo Art. 15, do Código Penal, Wilson deverá responder pelo resultado morte, ou seja, deverá responder pelo delito de homicídio doloso consumado.

54) Wilson, por ser agente garantidor (art. 121, c/c art. 13, § 2º, “a’) responde pelo delito de homicídio praticado via omissão imprópria.

Érika reponde por partícipe em homicídio.

55) Não, uma vez que não houve dolo em relação à produção do resultado morte, razão pela qual responde por homicídio culposo.

Trata-se de resultado diverso do pretendido (art. 74 do CP) devendo responder por dano em concurso formal com o crime de homicídio culposo.

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Obs.: Erro na execução

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser

também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

56) Recursos Especial ao STJ.

Art 105 cabe ao STJ:

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência

O Tribunal de Justiça não poderia fixar condições do sursis, que não o forma feitas pelo juis de 1º grau e não houve impugnação por parte do MP. A atitude do Tribunal configura verdadeira reformatio in pejus, vedada pelo Art. 617, do CPP.

57) Trata-se da hipótese de flagrante preparado (ou provocado). Tal prisão em flagrante é nula e deve ser imediatamente relaxada, haja vista o fato de ter sido preparada por um agente provocador, que adotou medidas aptas a impedir por completo a consumação do crime.

STF Súmula 145 - Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

58) Como se trata de decisão proferida pelo juiz da execução penal, o recurso cabível é o Agravo em Execução Penal, previsto no Art. 197, da Lei de Execução Penal - 7.210/84.

Prazo para a interposição do recurso é de 05 (cinco) dias;

59)

a) Não. Corrupção ativa é crime formal. Não admitindo tentativa.

b) Não. Tal conduta não está descrita no tipo penal do art. 333.

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Obs.: Corrupção passiva:

Page 19: Curso preparatório para a Prova Dissertativa do 7) Curso ...µes-Dir… · RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Direito Processual Penal 1) É cediço que o inquérito policial é um procedimento

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

60)

a) Caberia habeas corpus com fulcro no art. 648, VII, do CPP (extinção de punibilidade – art.107, IV, do CP)

Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva superveniente/intercorrente/subsequente (causa extintiva de punibilidade), pois, já ciente do máximo de pena in concreto possível, qual seja, 1 ano e 10 dias-multa, o Estado teria até o dia 17/10/2010 para julgar definitivamente o recurso da defesa, o que não ocorreu, nos termos dos arts. 109, V; 110, §1º; e 117, I e IV, todos do CP.

b) Sim, a situação seria diferente, pois neste caso não haveria prescrição da pretensão executória nem outra modalidade qualquer. Como Jaime é reincidente, já que o 2º furto foi cometido após o trânsito em julgado definitivo de sentença que lhe condenou pelo 1º furto (art. 63 do CP), a prescrição da pretensão executória tem seu prazo acrescido de 1/3, de acordo com o artigo 110 do CP. Assim, o Estado teria até 23/02/2012 para capturar Jaime, nos termos dos arts. 110 caput e 112, I, do CP.