Curso para Transportador Autônomo de Cargas · deslocamentos nos centros urbanos. - Rodovias :...

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1 Curso para Transportador Autônomo de Cargas

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Curso para

Transportador

Autônomo de

Cargas

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Apresentação.......................................................................................... 4 MÓDULO I – CONHECIMENTOS BÁSICOS DO SETOR DE TRANSPORTE DE CARGAS COMPONENTE.............................................................................5 1. O TRANSPORTE DE CARGA..........................................................................................7 1.1 O Transporte Rodoviário de Carga............................................................................... 9 2. TIPOS DE CARGAS E VEÍCULOS.................................................................................11 2.1 Tipos de Veículos do Transporte Rodoviário de Carga......................................................11 2.2 Tipos de Embalagem e Dimensões dos Veículos..............................................................15 2.3 Capacidade Máxima de Peso por Eixo e Altura Máxima do Veículo.....................................19 3. NOÇÕES DAS ATIVIDADES DO TRANSPORTE DE CARGAS...........................................22 3.1 A Logística.................................................................................................................22 3.2 Cadeia Logística e a Atividade do Transporte de Cargas.................................................. 25

MÓDULO II – LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO TRANSPORTE DE CARGAS...29 4. LEGISLAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DO TRANSPORTE CARGAS......................................30 4.1 Legislação do Transporte Rodoviário de Cargas..............................................................30 4.2 Documentação e Tributos do Transporte Rodoviário de Cargas..........................................33 4.3 Ações Fundamentais do Transportador......................................................................... 35

MÓDULOIII – PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DO TRANSPORTE DE CARGAS..................................................................................................37 5. SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA....................................................................38 5.1 Segurança e Prevenção de Acidentes........................................................................... 38 5.2 Noções de Combate a Incêndio................................................................................... 43 5.3 Saúde no Trabalho.................................................................................................... 45 5.4 Meio Ambiente e o Cidadão..........................................................................................47 6. TECNOLOGIA EMBARCADA E EQUIPAMENTOS DE CONTROLE OPERACIONAL.............50 7. CONDUÇÃO ECONÔMICA DEFENSIVA.........................................................................53 7.1 Acidentes Rodoviários e Condução Defensiva................................................................. 53 7.2 Condução Econômica..................................................................................................56 8. NOÇÕES DE OPERAÇÃO EM TERMINAIS E ARMAZÉNS DE MERCADORIAS...................58 9. NOÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E EMBALAGEM.........................61 10. TARIFAS E CUSTOS DE TRANSPORTE......................................................................63 10.1 Custos de Transporte...............................................................................................63 10.2 Tarifas de Transportes .............................................................................................66

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MÓDULO IV – QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE CARGAS.......................................................................67 11. QUALIDADE NO TRANSPORTE DE CARGAS...............................................................68 11.1 A Qualidade na Prestação de Serviços......................................................................... 69 11.2 Como prestar um serviço de qualidade....................................................................... 71 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 73

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APRESENTAÇÃO

Caro Aluno,

O Curso de Transportador Autônomo de Cargas tem por objetivo aprimorar seus conhecimentos, buscando a qualificação necessária para o desempenho de suas funções.

Este Curso será apresentado em 4 (quatro) módulos e, cada matéria a ser tratada terá um tempo para a sua apresentação, como segue abaixo:

MÓDULO I Conhecimentos Básicos do Setor de Transporte de Cargas Carga Horária (horas-aula) 1. O Transporte Rodoviário de Carga 04 2. Tipos de Cargas e Veículos 10 3. Noções e Atividades da Logística e do Transporte de Cargas 06

MÓDULO II Legislação Específica do Transporte de Cargas Carga Horária (horas-aula) 1. Legislação e Documentação do Transporte de Cargas 12

MÓDULO III Procedimentos Operacionais do Transporte de Cargas Carga Horária (horas-aula) 1. Saúde Meio Ambiente e Segurança no Trabalho 16 2. Tecnologia Embarcada e Equipamentos de Controle Operacional

04

3. Condução Econômica e Defensiva 08 4. Noções de operação em terminais e armazéns de mercadorias 04 5. Noções de movimentação, acondicionamento e embalagem 02 6. Tarifas e custos de transportes 08

MÓDULO IV Gestão e Qualidade na prestação dos Serviços de Transporte de Cargas

Carga Horária (horas-aula)

1. Qualidade na Prestação de Serviços de Transporte de Cargas 06 Este Curso para Transportador Autônomo de Cargas tem o objetivo de atender às exigências

da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mais especificamente a Resolução que dispõe sobre o exercício da atividade de transporte rodoviário de cargas, realizado por terceiros, mediante remuneração.

A Resolução referida especifica que o Transportador Autônomo de Cargas deverá comprovar experiência de pelo menos três anos nesta atividade, ou de ter sido aprovado em curso específico, para poder obter o RNTRC (Registro Nacional de Transportador Rodoviário de Cargas).

Diante do exposto, este Curso apresentará toda a matéria especificada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres necessária para o desempenho da função, dentro das técnicas e conceitos.

Tenha um excelente curso!

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MÓDULO I

CONHECIMENTOS

BÁSICOS DO

SETOR DE

TRANSPORTE DE

CARGAS

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Para facilitar o aprendizado este módulo encontra-se subdividido da seguinte forma:

O Transporte Rodoviário de Cargas

Tipos de Cargas e Veículos

– Tipos de Veículos do Transporte Rodoviário de Carga

– Tipos de Embalagem e Dimensões dos Veículos

– Capacidade Máxima de Peso por Eixo e Altura Máxima do Veículo

Noções e Atividades da Logística e do Transporte de Cargas

– A Logística

– Cadeia Logística e a Atividade do Transporte de Cargas

– As Atividades da Logística

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1. O TRANSPORTE DE CARGAS

Neste título trataremos das principais características do sistema de transporte, seus modais, apresentando aspectos de sua infra-estrutura e operação.

São objetivos desta unidade:

• Conhecer a função social do transporte;

• Relacionar as principais atividades desenvolvidas pelo profissional;

• Tratar dos diferentes tipos de modais;

• Apresentar as principais características do transporte rodoviário de carga;

• Conhecer as responsabilidades do transportador.

O transporte é a atividade responsável pelo deslocamento de bens e pessoas dentro de um território, possibilitando a integração entre regiões, nações, e seu desenvolvimento.

Transporte e Desenvolvimento O transporte tem um papel importante para o desenvolvimento da sociedade e é

responsável direto pelo desenvolvimento de uma nação.

Quanto melhor for o sistema de transporte de um país, maior será o seu desenvolvimento.

O crescimento da agropecuária, da indústria e dos serviços depende diretamente das facilidades de acesso que temos ao mercado de consumo e às fontes fornecedoras de matérias-primas para a produção. Dessa forma, fica claro que um bom sistema de transporte pode garantir o fornecimento de matérias-primas e ampliar o mercado consumidor.

É o transporte é que permite o acesso das pessoas ao trabalho, ao lazer, à saúde, à educação, à cultura e à informação.

Os Diferentes Modos de Transporte Existem diferentes tipos de transporte:

a) Modal Rodoviário

Podemos encontrar tanto o transporte de passageiros como o transporte de cargas. A infra-estrutura utilizada por um e por outro é semelhante. São as vias urbanas e as rodovias que compõem a infra-estrutura mínima necessária ao deslocamento dos veículos. Existem também os terminais (rodoviárias, estações, pontos de parada etc.), para o transporte de passageiros, e os armazéns (depósitos, garagens etc.), para o transporte de cargas.

Um conjunto de outros equipamentos (semáforos, centrais de monitoramento, postos de pesagem, centros de fiscalização, postos de contagem e postos da Polícia Rodoviária, entre outros), apóia a infra-estrutura básica para viabilizar a operação de transporte.

b) Modal Ferroviário

A exemplo do modal rodoviário, também se transportam passageiros e mercadorias. Pode-se incluir no modal ferroviário todo e qualquer tipo de transporte que se faça sobre trilhos: metrô, bonde etc.

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A infra-estrutura do modal ferroviário é composta pelas estradas de ferro, os trilhos e os equipamentos que os acompanham, além das estações, terminais e centros de controle e monitoramento das viagens.

Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, o sistema ferroviário brasileiro totaliza 29.706 quilômetros de vias, concentrando-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, e atende parte do Centro-Oeste e Norte do país.

c) Modal Aqüaviário

Neste são transportados passageiros e cargas. O transporte aquaviário abrange os rios, lagoas e mares. Assim, ele pode ser dividido em hidroviário e transporte marítimo.

No transporte hidroviário, as vias são os rios e lagoas apoiados pelos portos e terminais fluviais, que são os pontos de carga e descarga de mercadorias e de acesso aos passageiros.

O Brasil dispõe de uma rede hidroviária potencialmente navegável, com 40.000 km de vias interiores, além da extensão de 7.500 km da costa nacional para navegação de cabotagem (transporte entre os portos ao longo da costa brasileira), e de longo curso (transporte marítimo internacional). A cargas a granel, e em particular os granéis sólidos (minérios, grãos), são os produtos que mais utilizam o transporte hidroviário.

No transporte marítimo as vias são os oceanos e mares. No Brasil, o transporte marítimo é realizado em grande parte por navios de cruzeiro.

d) Modal Aeroviário

Neste, são os aviões e os aeroportos que dominam a paisagem, transportando passageiros e cargas. As rotas aéreas constituem-se nas vias por onde as aeronaves trafegam, tecnicamente conhecidas como aerovias. Os aeroportos são os terminais de decolagem e aterrissagem.

Nos países industrializados, o transporte aéreo chega a 25% das atividades de transporte público.

e) Modal Dutoviário

É o único dos modais existentes que transporta exclusivamente cargas, sendo composto por dutos (uma espécie de tubulação), que são as vias.

De acordo com a ANTT, o transporte dutoviário pode ser classificado em:

- Oleodutos: neste sistema, os produtos transportados são, em sua grande maioria, petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta.

- Minerodutos: os produtos transportados são sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático.

- Gasodutos: nos gasodutos transporta-se o gás natural.

O Gasoduto Brasil-Bolívia é um dos maiores do mundo, possuindo extensão de 3150 km.

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1.1 O Transporte Rodoviário de Carga A falta do transporte paralisa a economia de um país. No Brasil, a movimentação dos

produtos é realizada por todos os modais, sendo o rodoviário predominante. Observe no gráfico abaixo a grande concentração da carga movimentada no modo de transporte rodoviário, que é responsável por quase 60% da carga movimentada no Brasil.

O transporte rodoviário de carga é realizado, em sua grande maioria, pelos caminhões, e

tem como característica principal a flexibilidade em fazer o transporte porta-porta, ou seja, coletar a mercadoria no local de produção e levá-la até o seu destino final. A capacidade de transporte é limitada por veículo. De fato, o transporte rodoviário deveria ser utilizado na movimentação de mercadorias em pequenas e médias distâncias ou servir de transporte complementar ao transporte ferroviário e aqüaviário.

O transporte rodoviário de cargas opera em regime de mercado livre, pois não existe legislação específica no campo dos transportes para o exercício dessa atividade. Sendo assim, não existem exigências para entrada e saída de transportadores no mercado e, portanto, ele dispensa a autorização, a permissão e a concessão pelo poder público para a execução dos serviços.

É importante ressaltar que mesmo um mercado livre, existe a obrigatoriedade de obtenção do Registro Nacional do Transportador de Carga (RNTC) junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a habilitação válida da Carteira Nacional de Habilitação – CNH, expedida pelos Órgãos Executivos de Trânsito. O Certificado de Registro e suas renovações terão prazo de validade de 4 (quatro) anos, a partir da data de sua expedição

A infra-estrutura utilizada pelo modo rodoviário pode ser classificada em:

- Vias Urbanas: conjunto de ruas, avenidas e logradouros, que permitem a viabilização dos deslocamentos nos centros urbanos.

- Rodovias: são as estradas que ligam entre si os centros urbanos, um estado a outro, uma região urbana a uma região rural. Em diversas rodovias, o trajeto percorre parte dos centros urbanos.

No Brasil, as rodovias são classificadas da seguinte maneira:

Rodovias Federais: Sua nomenclatura é definida pela sigla BR, que significa que a rodovia é federal, seguida por três algarismos. Por exemplo, BR – 153.

Rodovias Estaduais: são precedidas da sigla dos estados. Por exemplo: SP-270 é uma rodovia que liga os diversos municípios no interior do estado de São Paulo.

Rodovias Municipais: são estradas que têm seu percurso dentro da área de um município.

O Transportador O transporte rodoviário é o principal responsável pelo transportada de carga no Brasil.

Segundo o DNIT, esse tipo de transporte é realizado por aproximadamente 50 mil empresas privadas e por 500 mil autônomos.

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A contratação do frete é realizada pelos agentes produtores (indústria, comércio, agroindústrias, agricultura etc.), diretamente com as empresas transportadoras, cooperativas ou com o transportador autônomo. As empresas por sua vez, dependendo das necessidades de mercado, utilizam os serviços dos autônomos (caminhoneiros).

Até há pouco tempo, o papel do transportador era de simplesmente deslocar os produtos de um ponto a outro. No entanto, sua importância vem crescendo com o tempo, exigindo que o transportador se preocupe também em melhorar o serviço prestado aos clientes, realizando a movimentação dos produtos com mais qualidade, no menor preço. Atualmente, é comum o cliente pedir que sua carga seja rastreada por questões de segurança e para poder acompanhar o tempo de entrega do produto ao seu destino. A figura abaixo mostra, de forma simplificada, a relação existente entre empresa, transportador e o mercado.

Dessa forma podemos concluir que o transporte apresenta importante participação no cotidiano, sendo responsável pelo desenvolvimento da social e por permitir o deslocamento de bens e pessoas.

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2. TIPOS DE CARGAS E VEÍCULOS

2.1 Tipos de Veículos do Transporte Rodoviário de Carga

Trataremos aqui de apresentar os diferentes tipos de veículos utilizados no transporte

rodoviário de cargas, e os principais tipos de carrocerias, tendo como objetivo principal:

•Apresentar os diferentes tipos de veículos do transporte rodoviário de carga.

• Mostrar os diferentes tipos de carrocerias e os produtos a elas relacionados.

O transporte de carga pode ser efetuado por diferentes tipos de veículos. Tratando-se de transporte rodoviário, o principal veículo utilizado para o transporte de carga é o caminhão, o qual pode apresentar diferentes tipos e utilizações. Dessa forma, é importante melhor conhecer essas tecnologias para a escolha da que melhor se adeque às necessidades do transportador.

Classificação dos Caminhões Existem diversos modelos de caminhões, e cada um é utilizado para um serviço de

transporte específico. Dessa forma, existem diferentes maneiras para classifica-los. A primeira maneira consiste em dividi-los em veículos rígidos e articulados.

Os veículos rígidos são aqueles que trazem o motor e a unidade de transporte em um só veículo. São os caminhões ditos “tocos ou trucks”, que têm a carroceria fixa à cabine.

Os caminhões articulados têm a cabine com o motor separada do reboque. Em geral, são veículos formados por um cavalo mecânico e uma carreta.

Outra forma de classificação dos veículos de carga é a apresentada pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER, 2000), hoje DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura Rodoviária). Essa classificação é mostrada na Figura 1.

Onde:

C = Caminhão.

S = Semi-reboque (semi-trailler).

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Os números à esquerda das letras C ou S indicam o número de eixos da unidade tratora. Os números à direita das letras C ou S indicam o número de eixos da unidade tracionada.

CLASSIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS DE CARGA

CAMINHÕES

CAMINHÃO COM REBOQUE

CAMINHÃO COM SEMI REBOQUE

Figura 1 – Classificação dos Veículos de Carga

Tipos de Carroceria Os caminhões podem apresentar diferentes tipos de carrocerias, ou seja, para cada modelo

existente um tipo de carga específica. A seguir a classificação dos caminhões em função do tipo de carroceria:

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Tipo de Carroceria Definição Exemplos Caminhões abertos Transportam mercadorias que

não perecem (não estragam, não perdem a qualidade), ao ar livre. Dispõem de laterais fechadas e usam lonas enceradas, em caso de chuva, para proteger a carga.

Caminhões cobertos São aqueles que em geral apresentam o formato de um vagão para proteger as cargas das condições climáticas adversas.

Caminhões refrigerados São aqueles que possuem

como carroceria uma espécie de refrigerador, pois conserva a temperatura interior. Utilizado no transporte de carne, produtos derivados do leite etc.

Caminhões-tanques A carroceria tem o formato de um tanque, utilizado para o transporte de produtos líquidos, como combustível.

Caminhões de plataforma ou estrado

Usados para transportar contêineres, engradados amarrados com cordas ou correntes, entre outros produtos.

Caminhões ditos “cegonheiros”

Utilizados para o transporte de veículos (carros).

Caminhões de caçamba São os caminhões

basculantes, muito utilizados no transporte de entulhos, terra, cascalho etc.

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Caminhões para transporte de botijões de gás

Usados no transporte de botijões de gás.

Tipo de Carroceria Definição Exemplos

Caminhões canavieiros Usados para o transporte de cana-de-açúcar.

Caminhões para transporte de animais vivos

Usados para o transporte de bovinos, eqüinos etc

Caminhões para transporte de bebidas

Usados para o transporte de bebidas, geralmente armazenadas em engradados.

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2.2 Tipos de Embalagem e Dimensões dos Veículos

Você conhecerá neste título os principais objetivos da embalagem, aprenderá a classificá-la

de acordo com a finalidade e também estudará os dispositivos de unitização de cargas, sendo os objetivos:

- Mostrar os diferentes tipos e a função das embalagens no armazenamento e movimentação de produtos.

- Apresentar os principais tipos de dispositivos de unitização de cargas usados para movimentar e arrumar mercadorias em depósitos e em veículos de transporte.

Os elementos de unitização de cargas e a embalagem são fundamentais para dar maior agilidade às operações de carga, descarga e transporte. São importantes na arrumação de cargas tanto no armazém, como nos veículos de transporte, pois proporcionam segurança à carga na movimentação, protegem-na contra avarias e permitem uma melhor ocupação dos espaços de armazenagem.

Importância da Embalagem Tudo o que acompanha um produto é classificado como embalagem, mas isso não quer dizer

que seja menos importante que o produto transportado. Algumas vezes o seu custo pode até mesmo ser maior que o do produto.

Cada produto deve ter uma embalagem que se adapte. Deve ser observado a maneira como o produto vai ser transportado e os danos que podem ocorrer. Se a embalagem não for corretamente projetada, a qualidade do produto pode ser comprometida, principalmente sendo perecível.

A principal função da embalagem é a proteção do produto, mas também: conter o produto; facilitar o transporte e o consumo; e identificar um produto.

A embalagem deve funcionar como uma barreira contra diversos fatores, tais como temperatura, odores estranhos, insetos/roedores, luz, oxigênio e umidade.

Além de toda a função de proteção ao produto, as embalagens permitem a inclusão de tecnologias de rastreamento do produto.

Rastreabilidade é a capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização de uma entidade (ou item) por meio de identificações registradas, ou seja, no caso de cargas, é a capacidade de conhecer as suas características, por onde esta passou, e onde ela se encontra no momento do rastreamento.

A rastreabilidade tem como finalidade oferecer segurança e satisfazer às necessidades dos clientes, ou seja, ela fornece as informações necessárias para o acompanhamento completo de todo o processo de fabricação, desde a aquisição e análise das matérias-primas, processamento e destino final de cada item.

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Classificação das embalagens Embalagem de contenção ou primária – é a embalagem que entra em contato direto

com o produto, acompanhando-o até o seu esgotamento (exemplo: tubo da pasta de dentes, garrafa de refrigerante).

Deve haver compatibilidade entre os materiais do produto e os da embalagem, para que o produto não seja comprometido. Quando se trata de alimentos, a interação entre a emba-lagem e o produto deve ser mínima.

Embalagem de apresentação ou secundária – é aquela com que o produto se apresenta ao usuário no ponto de venda (exemplo: caixa da pasta de dentes).

Embalagem de comercialização ou terciária – é a embalagem que tem a função de proteger o produto (exemplo: caixa de papelão contendo várias unidades de pasta de dentes). As embalagens de comercialização, agrupadas em quantidades pré-definidas, formam uma unidade de movimentação.

Embalagem de movimentação ou quaternária – é formada por um conjunto de embalagens de comercialização, para que possa ser movimentada por equipamentos mecânicos, como paleteiras e empilhadeiras (exemplo: pallet contendo quantidade definida de caixas de papelão).

Tipos de Embalagem Existem cargas que não necessitam de embalagens, como pneus, telhas etc., e outras sim,

sendo as mais comuns:

Caixa de papelão

Usada para acondicionar produtos leves ou sensíveis, como brinquedos, remédios, alimentos, confecções, livros e eletrônicos. Também é utilizada para transportar máquinas, equipamentos, ferramentas e outros produtos que exigem embalagem rígida e fechada. São fáceis de empilhar, embora possam aumentar o peso do produto e seu volume.

Engradado

Indicado para peças e equipamentos grandes ou de formas irregulares, difíceis de arrumar, como vidros, latarias de automóveis, motos, peças de fibra etc.

Fardo

Para mercadorias que não exigem embalagem especial: tecidos, algodão etc.

Feixe (amarrado)

Para produtos resistentes, mas difíceis de serem embalados e que não necessitam de muita proteção durante o transporte, como vassouras, picaretas, tubos plásticos, ferragens etc.

Sacos

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Usados na embalagem de alimentos como arroz, feijão, milho e cereais; materiais de

construção como cal e cimento; produtos químicos como adubos e inseticidas. Podem ser de papel multifolhado (como o saco de cimento), de juta, algodão ou plástico.

Tambor, Botijão e Cilindro

Normalmente tambores transportam produtos a granel, derivados de petróleo, diversos

produtos sólidos, líquidos, pastosos, em pó e granulados. O gás liquefeito, conhecido como gás de cozinha, é acondicionado em botijões, já os gases utilizados em outros seguimentos, como o acetileno ou o oxigênio líquido, são embalados em cilindros metálicos.

Lata

Transportam diversos produtos como óleos comestíveis, alimentos, tintas e solventes.

Dispositivos de Unitização de Cargas Unitização é o agrupamento das embalagens em uma carga maior, ou seja, é a arrumação

de pequenos volumes em unidades maiores padronizadas, para que possam ser movimentadas mecanicamente.

O processo de unitizar cargas traz muitas vantagens para o transporte e a logística, dentre elas:

•Permite movimentação de cargas maiores;

•Reduz o tempo de carga e descarga;

•Reduz o custo de movimentação e armazenamento de materiais;

•Permite maior ocupação volumétrica de armazéns e veículos;

•Melhora a organização do armazenamento;

•Facilita a localização de itens estocados;

•Facilita o inventário de materiais;

•Reduz a probabilidade de danos nos materiais estocados;

•Dificulta o furto de materiais estocados.

Características dos principais artefatos de unitização:

Palete

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É o elemento unitizador mais utilizado, sendo de madeira, aço, alumínio, plástico e papelão.

Suas dimensões também podem variar, sendo que as mais utilizadas são:

•0,80 m x 1,00 m

•1,00 m x 1,00 m

•1,00 m x 1,20 m

•1,20 m x 1,20 m

Sua movimentação pode ser realizada com o uso de empilhadeiras ou paleteiras manuais.

No quadro abaixo são apresentados alguns exemplos de paletes:

Contêiner

O contêiner é também conhecido como cofre de carga, contentor ou contenedor. Porém, o termo mais usado é contêiner.

É uma estrutura metálica de grandes dimensões que permite acomodar, estabilizar e proteger materiais em seu interior. Existem contêineres para transporte terrestre, aéreo e marítimo/fluvial, sendo mais utilizado o marítimo. Podem ser refrigerados ou não, dependendo do produto a ser transportado. São também bastante utilizados para tanques de gases ou líquidos.

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2.3 Capacidade Máxima de Peso por Eixo e Altura do Veículo

Neste subtítulo estudaremos a capacidade máxima de peso por eixo, dimensões e altura

máxima do veículo, segundo a legislação vigente, para transitar no território nacional, sendo os principais objetivos:

- Apresentar a capacidade máxima de peso por eixo nos veículos do • transporte rodoviário de carga.

- Mostrar dimensões entre eixos e altura máxima.

Conhecer os veículos (capacidade máxima de carga e dimensões), é importante para garantir que o transportador opere em consonância com as normas estabelecidas e garanta a sua segurança e a dos demais motoristas.

É de suma importância o transportador e para a sociedade que os limites máximos de carga sejam respeitados, garantindo a qualidade do pavimento das vias por onde os veículos trafegam. O desrespeito às normas, ou seja, o fato do transportador carregar seu veículo com carga acima da permitida, faz com que as vias se deteriorem, piorando as condições do pavimento, aumentando o número ou provocando buracos.

Carga máxima transmitida ao pavimento Os veículos destinados ao transporte de cargas podem ser classificados em função do peso

máximo transmitido ao pavimento. Esta classificação é apresentada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), como:

• Semileves .................................. 3,5 t < PBT < 6 t

• Leves ...................................…... 6 t < PBT < 10 t

• Médios ...................................... 10 t < PBT < 15 t

• Semi pesados

Caminhão-chassi ............. PBT > 15 t e CMT < 45 t

Caminhão-trator ............. PBT > 15 t e PBTC < 40 t

• Pesados

Caminhão-chassi ............ PBT > 15 t e CMT > 45 t

Caminhão-trator ............. PBT > 15 t e PBTC > 40 t

O Art. 2º, da Resolução CONTRAN n.º 210/2006, estabelece os limites máximos de peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo de veículo, nas superfícies das vias públicas.

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A legislação brasileira estabelece limites máximos para valores do peso bruto por eixo de veículos de carga. Contudo, a dificuldade na aferição das balanças que efetuam a pesagem dos veículos enseja uma tolerância de até 5% de peso acima do valor máximo determinado por lei.

A figura a seguir traz um resumo dos pesos brutos máximos admitidos por eixo ou por conjunto de eixos pela legislação brasileira.

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A base para a determinação desta classificação são os conceitos presentes no Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro:

• TARA ou Peso do Veículo em Ordem de Marcha – peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e/ou equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas.

• LOTAÇÃO – carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o veículo transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga.

A Tara e a Lotação são facilmente identificadas no veículo. Essas informações devem ser colocadas na lateral dos veículos. Veja os exemplos:

PESO BRUTO TOTAL (PBT) – peso máximo que o veículo transmite ao pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação.

• PESO BRUTO TOTAL COMBINADO (PBTC) – peso máximo transmitido ao pavimento pela combinação de um caminhão-trator mais seu semi-reboque, ou do caminhão mais o seu reboque ou reboques.

• CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO (CMT) – É o peso que a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, com base em condições sobre suas limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência dos elementos que compõem a transmissão.

A Resolução CONTRAN n.º 210/2006 estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem por vias terrestres:

No art. 1º dessa Resolução constam as dimensões autorizadas para veículos de transporte de carga, trafegando com ou sem carga:

I – largura máxima: 2,60m;

II – altura máxima: 4,40m;

III – comprimento total:

a) veículos não-articulados: máximo de 14,00 metros;

b) veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semi-reboque: máximo de 18,60 metros;

c) veículos articulados com duas unidades do tipo caminhão ou ônibus e reboque: máximo de 19,80;

d) veículos articulados com mais de duas unidades: máximo de 19,80 metros.

É importante observar que a Resolução CONTRAN n.º211 estabelece os requisitos necessários à circulação de Combinações de Veículos de Carga – CVC, estabelecendo no art. 1º, que as Combinações de Veículos de Carga, com mais de duas unidades, incluída a unidade tratora, com peso bruto total acima de 57 t ou com comprimento total acima de 19,80 m, só poderão circular portando Autorização Especial de Trânsito – AET, conforme os conceitos do anexo I do Código de Trânsito Brasileiro.

Concluímos dessa forma que ao transportador faz-se necessário conhecer as especificações dos veículos e a legislação vigente relacionada às dimensões e carga máxima permitidas para as categorias de veículos, para melhor desempenho de suas funções, pois influenciam significativamente nos quesitos segurança e conservação de vias.

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3. NOÇÕES DE ATIVIDADES DO

TRANSPORTE DE CARGAS

3.1 A logística

Relacionado a este tema trataremos de:

• Conceituar a logística.

• Apresentar os fatores que influenciam na qualidade da atividade logística.

Este tema está presente na maioria das atividades econômicas, sendo fator preponderante no sucesso dessas atividades. Assim, sabendo que o transporte é um dos itens desse processo, é de suma importância conhecer funções desenvolvidas pela logística.

Logística A palavra logística foi pela primeira vez utilizada pelos militares durante a Segunda Guerra

Mundial, entre os anos 1940 e 1945, no século passado.

Era usada para designar as atividades relativas ao transporte, ao abastecimento e ao alojamento das tropas nos campos de batalha. Desde aquela época, a logística já era importante para o sucesso das missões militares. Imagine o que poderia acontecer se as armas e munições não estivessem disponíveis no campo de batalha? Provavelmente todos seriam capturados ou mortos.

Para evitar esse mal é necessário que haja uma logística eficiente. Em outras palavras é preciso planejamento e organização.

“Logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente”.

De forma mais simples, vemos que logística é a arte de comprar, receber, armazenar, separar, expedir, transportar e entregar o produto/serviço, para onde e quando são necessários, ao menor custo.

Pela definição apresentada, a logística é responsável pela movimentação das mercadorias entre os pontos de fornecimento e de consumo. Assim, para movimentarmos e gerenciarmos as

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mercadorias faz-se necessárias algumas atividades, como por exemplo: transporte, pedidos, estocagem, armazenagem, embalagem etc.

Nível de Serviço Logístico A logística tem por objetivo ainda servir o consumidor de acordo com suas necessidades e

com qualidade na prestação dos serviços.

OS SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE QUALIDADE SÓ ACONTECERÃO ATRAVÉS DE UMA BOA GESTÃO DOS FLUXOS DE MOVIMENTAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS!

Três fatores são fundamentais para identificar o nível de serviço logístico ao cliente:

• Disponibilidade;

• Desempenho;

• Confiabilidade.

DISPONIBILIDADE É a capacidade da empresa em ter o produto em estoque (disponível) quando solicitado pelo

cliente. Como exemplo, podemos citar duas empresas que comercializam vendem o mesmo produto. A empresa “A” tem o produto disponível quando o cliente o procura em 95% dos casos. Já a empresa “B” consegue ter o produto pronto para ser vendido ao cliente em 67% dos casos. Pergunta-se: qual empresa tem o melhor serviço logístico ao cliente neste exemplo? A resposta, evidentemente, é a empresa “A”, pois ela consegue atender quase a totalidade dos seus clientes.

DESEMPENHO O desempenho avalia se o nível de serviço ao cliente está de acordo com o que foi

estipulado no contrato de compra e venda ou de prestação do serviço firmado entre o fornecedor e o cliente. O desempenho pode ser medido por alguns fatores:

- Velocidade: é o tempo decorrido entre a solicitação de um produto ao fornecedor (pedido) até a chegada do item ao cliente. Como exemplo, podemos citar os produtos dos Correios. Cada tipo de SEDEX possui uma hora máxima de entrega garantida, como é o caso do SEDEX 10 e do SEDEX Hoje.

- Flexibilidade: é a capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias de serviço dos clientes. Algumas delas são: mudanças ocasionais nos serviços de entrega; entregas emergenciais; troca de produtos fornecidos com defeitos.

- Danos à mercadoria: compreendem os estragos, roubos e extravios ocorridos com a mercadoria desde o despacho até a chegada ao cliente.

CONFIABILIDADE Trata-se da variação em torno dos prazos fixados para o atendimento ao cliente, para a

entrega das mercadorias etc. Nesta ótica, uma empresa confiável seria aquela que obedece aos prazos acordados em contrato para disponibilizar o produto ao cliente.

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A logística é uma atividade que engloba um conjunto de outras atividades, como o transporte, o estoque, a armazenagem, para garantir o sucesso da atividade, ou seja, é importante para o produtor e o cliente, onde o primeiro busca atender às necessidades do segundo, com o fornecimento de um produto ou serviço de qualidade.

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3.2 Cadeia Logística e a Atividade do Transporte de Cargas

Várias são as partes que integram cadeia logística e a participação do transporte é uma delas, ou seja, estudaremos o papel da atividade de transporte de cargas neste sistema, tendo por objetivo:

•Identificar as diversas atividades de uma cadeia logística.

•Compreender como os fluxos de produto e serviços se deslocam em uma cadeia de suprimento.

•Compreender a importância do transporte de carga na logística.

O transporte é a atividade para o deslocamento de bens e pessoas no interior de um território, sendo parte da cadeia logística.

Cadeia Logística e suas Atividades Vale ressaltar que qualquer cadeia logística é formada por um conjunto de elementos:

• Elementos fixos da cadeia: os depósitos, os armazéns, as indústrias, as lojas existentes no trajeto entre as fontes de matérias-primas (os fornecedores), e os consumidores finais (em geral as famílias).

• As ligações existentes entre os elementos fixos, viabilizados pelo transporte, que estabelecem a comunicação entre os vários pontos da cadeia.

De forma simples, uma cadeia logística, por menor que seja, genéricamente, pode ser representada por três agentes: o fornecedor, a empresa e o cliente, como mostrado na figura abaixo.

Vejamos nos exemplos abaixo:

a) A cadeia do suco de laranja encaixotado em embalagens do tipo “tetra pack”.

PASSO 1: Principais insumos para a produção do suco.

Podemos listar: laranja, açúcar, água, corantes, embalagem.

PASSO 2: Fornecedores e insumos

Geralmente para a indústria processadora e embaladora.

PASSO 3: Os insumos são transportados até a indústria

Transportador, normalmente o transporte é por caminhão, utilizando as rodovias.

PASSO 4: Após processado e embalado na indústria

Será comercializado com atacadistas, que compram das indústrias em grandes quantidades e em seguida vendem o produto para as lojas de varejo (supermercados, mercearias, padarias etc.), que por sua vez vendem ao consumidor.

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PASSO 5: Da indústria ao atacado e deste ao varejo há o transporte, da mesma forma entre o varejo e o local de consumo final (nossas casas, restaurantes, bares), do suco de laranja.

Fluxograma da cadeia produtiva do suco de laranja:

b) A cadeia produtiva do automóvel:

Os principais fornecedores:

São os de estofamentos, pneus, tintas, peças e componentes.

Transporte dos insumos e componentes até a montadora:

Realizado por caminhões, dos fornecedores à montadora.

A montadora fabrica e o estoca no pátio.

A montadora distribui seus produtos para as concessionárias ou agências que por sua vez podem vendê-los ao consumidor final.

O transporte dos veículos normalmente é realizado por caminhões cegonhas.

Fluxo de Produtos na Cadeia Logística Um aspecto relevante na cadeia logística é a movimentação (fluxo) dos produtos. Dentro

deste tópico existe um conceito importante a ser estudado, o Ciclo Crítico.

O ciclo crítico é conjunto das atividades que são indispensáveis para se realizar o fluxo (movimentação) de produtos e informações entre um fornecedor e seu cliente.

O ciclo crítico funciona assim: um cliente solicita ao seu fornecedor os produtos que ele necessita. O fornecedor verifica seus estoques, processa e monta o pedido e, em seguida, entrega a mercadoria para o transportador que é o encarregado de leva-la ao cliente.

Processamento de pedidos Atividade que se inicia com a movimentação de produtos e a entrega de serviços, sempre

atrelada à necessidade do cliente.

Manutenção de estoques Aos operadores cabe quantificar os produtos mantidos em estoque, para atenderem a

demanda.

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Transporte É a atividade viabiliza a movimentação dos produtos entre a produção e o consumo nas

cadeias logísticas.

O Papel do Transporte na Logística Em toda atividade logística o transporte e a infra-estrutura envolvida são elementos para

garantir a atividade. São responsáveis pela movimentação dos insumos, a mão-de-obra e a matéria-prima para compor o processo produtivo, e cabe ao transporte garantir o deslocamento do produto aos consumidores, sem deixar de lado a preocupação com o armazenamento e a distribuição de mercadorias. O transporte representa o elemento mais importante do custo logístico, sendo fundamental na prestação do serviço ao Cliente.

Dentro da relação com o serviço ao cliente, a atividade de transporte deve considerar a pontualidade do serviço, tempo de viagem, capacidade de prover um serviço porta a porta, à flexibilidade para o manuseio de vários tipos de cargas, gerenciamento dos riscos quanto a roubos, danos e avarias e à capacidade de o transportador oferecer mais que um serviço básico de transporte, ou seja, satisfazendo as necessidades do primeiro.

O transporte refere-se aos modais e meios utilizados para se movimentar as mercadorias. Logicamente cada modalidade tem seus meios e veículos:

a) Transporte rodoviário = caminhões.

b) Transporte aéreo = aviões e helicópteros.

c) Transporte aquaviário = navios, barcos e lanchas.

d) Transporte ferroviário = trens.

e) Transporte dutoviário = dutos.

f) Transporte multimodal = combinação de dois ou mais modais.

A administração do transporte em uma cadeia logística envolve algumas atividades:

•Decisão qual modal ou combinação de modais que se utilizará.

•Definição de roteiros seguir para entregas de mercadorias.

•Avaliação da capacidade dos veículos.

•Dimensionamento de veículos da frota, entre outros.

Operador Logístico Operadores logísticos são empresas prestadoras de serviços logísticos aos participantes

de uma cadeia. Um operador logístico oferece os seguintes tipos de serviços (NOVAES, 2001):

• Transporte - diferentes modais.

• Armazenagem de produtos.

• Manipulação de produtos - inclui a embalagem, a identificação dos produtos, a unitização de cargas etc.

• Operações industriais - montagem e testes de qualidade etc.

• Operações comerciais - recebimento e processamento dos pedidos, pagamentos, realização de propaganda etc.

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• Serviços de cunho informacional - administração dos estoques, o rastreamento e o monitoramento de veículos etc.

• Consultoria - engenharia e administração logística.

Em suma, a qualidade do produto e a sua competitividade no mercado estão diretamente relacionados aos elementos da cadeia logística, pois dela dependerá o custo-benefício da maioria dos bens e serviços colocados a disposição dos consumidores>

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O MÓDULO II

Legislação

específica do

transporte de

cargas

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4. LEGISLAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

4.1 Legislação do Transporte Rodoviário de Cargas

Buscaremos neste item conhecer como funciona o setor de transporte rodoviário de cargas,

apresentando os principais órgãos que nele atuam e a legislação para essa atividade, estudando:

•Os principais órgãos reguladores e fiscalizadores do transporte rodoviário de cargas.

•As normas que compõem a legislação do transporte rodoviário de cargas.

•A responsabilidade do transportador e as penalidades que são a ele aplicáveis.

Órgãos reguladores e fiscalizadores Para o funcionamento do transporte rodoviário de carga, o governo estabelece normas para

que o sistema atenda as necessidades da sociedade e garanta a participação satisfatória dos que nele atuam. O governo age por intermédio de seus órgãos, os quais possuem atribuições específicas, sendo eles:

Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT A Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT foi criada em 2001, sendo responsável

desde então, pela regulação do transporte ferroviário e rodoviário, tanto de passageiros como o de cargas.

No caso do transporte rodoviário de cargas, a ANTT é responsável por habilitar os transportadores, sejam autônomos, empresas de transporte de carga ou cooperativas, realizando o Registro Nacional de Transportadores Rodoviário de Cargas – RNTRC. A ANTT também é responsável pelo monitoramento dos preços cobrados pelos transportadores, como também pela formulação de normas para a operação dos transportadores, e, consequentemente, pela fiscalização do cumprimento de tais normas.

Polícia Rodoviária Federal – PRF A Polícia Rodoviária Federal – PRF tem como principal função, no âmbito do transporte

rodoviário de cargas, assegurar a livre circulação nas rodovias federais, realizando patrulhamento, cumprindo e fazendo cumprir a legislação especificada pelo Código de Trânsito Brasileiro e demais normas. Também cabe à PRF inspecionar e fiscalizar o trânsito, assim como aplicar e arrecadar multas impostas por infrações de trânsito.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA

A atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária consiste em inspecionar as condições de acondicionamento da carga durante a prestação do serviço de transporte.

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O MAPA é responsável pela inspeção de produtos agropecuários e a ANVISA pela inspeção de produtos como alimentos, medicamentos e agrotóxicos, dentre outros. Ambos os órgãos também possuem a responsabilidade de estabelecer as regras para o transporte desses produtos.

Órgãos Fazendários Os órgãos fazendários ou secretarias de receita estaduais são responsáveis pela fiscalização

referente à arrecadação dos impostos que recaem sobre a prestação dos serviços de transportes como também sobre os que recaem nos produtos transportados. No transporte de cargas de importação e exportação é exercido pela Secretaria da Receita Federal.

Legislação de Cargas As principais regras que compõem a legislação do transporte rodoviário de cargas no

Brasil são determinadas pela Lei nº 11.442/07 e pela Resolução nº 2.520/08 da ANTT.

A Lei nº 11.442/07 descreve o transporte rodoviário de cargas como uma atividade econômica de natureza comercial que poderá ser exercida por pessoa física ou jurídica. Para tal, a Lei determina ser necessária inscrição prévia do interessado no RNTRC da ANTT. A Lei também dispõe sobre as regras de operação, principalmente no que diz respeito à responsabilidade do transportador.

Já Resolução nº 2.520/08 da ANTT detalha os critérios para a inscrição no RNTRC, além de tratar de questões sobre a identificação dos veículos, o conhecimento de transportes, as infrações e as penalidades que podem recair sobre o transportador.

Responsabilidade do Transportador O transportador se torna o responsável pela carga ao recebê-la para a execução do serviço

até a entrega devida. Essa entrega, compreende zelar pela integridade da carga e garantir que ela chegue ao seu destino nas mesmas condições em que o embarcador entregou-a para o transportador.

Essa responsabilidade se estende às falhas cometidas por seus subordinados ou ainda da-queles que porventura ele subcontrate para a realização do serviço, existindo ainda a possibilidade de indenização ao dono da carga.

O transportador não será responsável por perdas ou avarias ou demora na entrega das mercadorias quando alguma das situações abaixo ocorrer, desde que não sejam objetos de contrato:

•Insuficiência ou imperfeição das marcas ou dos rótulos.

•Transporte de animais vivos, desde que o transportador prove que cumpriu com todas as instruções específicas dadas pelo remetente.

•Defeito ou insuficiência de embalagem que não seja evidente.

•Circunstâncias que tornem necessário descarregar, destruir ou tornar sem perigo em qualquer momento ou lugar, as mercadorias cuja existência de perigo em seu manuseio não fora declarada pelo remetente quando o transportador as tomou a seu cargo.

• Vício próprio das mercadorias, ou seja, quando estas são entregues ao transportador com problemas adquiridos anteriormente, podendo ser esse oriundo até mesmo na sua fabricação.

• Ações de guerra, comoção civil ou atos de terrorismo.

•Greves, greves patronais, interrupção ou suspensão parcial ou total do trabalho, fora do controle do transportador.

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• Caso fortuito ou força maior.

•Perdas normais devidas ao manuseio ou características próprias das mercadorias, previamente acordadas entre as partes ou estabelecidas pelas normas jurídicas correspondentes.

•Ação ou omissão, que gerou o problema, que é de responsabilidade daquele que está reclamando do transportador.

Penalidades aplicadas ao transportador Se o transportador não conseguir comprovar a ocorrência de alguma das situações citadas,

nos casos de perda total ou parcial da mercadoria, o valor de indenização é igual ao valor que a carga possuía no momento em que foi entregue ao transportador, caso não tenha sido estipulado de maneira diversa. O Conhecimento de Transporte e na Nota Fiscal da carga é o documento que comprovam o valor da carga.

No caso de atraso, caso não tenha sido acordado de forma diversa, o transportador deverá restituir, o valor do preço do frete, contudo, é possível, outro valor de indenização.

Lembre-se, o valor por eventual indenização deverá estar estipulado em cláusulas contratuais, e ocorrendo situação diversa, será alvo de ação judicial para levantamentos dos valores.

Legislação sobre Cargas Perigosas Algumas cargas merecem um maior cuidado, não necessariamente pelo seu valor, mas

principalmente pelos riscos, que podem causar danos pelo contato e ao meio ambiente. Esse tipo de carga é denominada “Produtos Perigosos”.

A legislação atual sobre o transporte de produtos perigosos é complexa, pois cada tipo de produto há especificidades a serem consideradas. Em 1988, o governo federal aprovou o regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos com a publicação do Decreto nº 96.044. Alguns anos mais tarde, a ANTT acrescentou algumas instruções complementares por meio das Resoluções nº 420/04, nº 701/04 e nº 1644/06.

De acordo com o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, os produtos são classificados em classes:

•Classe 1: Explosivos.

•Classe 2: Gases.

•Classe 3: Líquidos inflamáveis.

•Classe 4: Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis.

•Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos.

•Classe 6: Substâncias tóxicas e substâncias infectantes.

•Classe 7: Material radioativo.

•Classe 8: Substâncias corrosivas.

•Classe 9: Substâncias e artigos perigosos diversos.

Conforme a classificação do produto, o transportador deverá tomar os cuidados para garantir a segurança da carga e do meio ambiente durante o transporte.

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4.2 Documentação e Tributos do Transporte Rodoviário de Cargas

Conheceremos neste título os documentos utilizados e os principais tributos existentes no transporte rodoviário de cargas, para que o transportador conheça:

• Os documentos necessários para a realização do transporte rodoviário de cargas. • Os principais tributos que recaem sobre a prestação do serviço de transporte rodoviário de cargas.

Documento é um instrumento que possui informações necessárias para a comprovação de um ato, podendo esse ato ser jurídico, administrativo, financeiro ou até histórico. No transporte rodoviário de cargas, os documentos utilizados são aqueles que atestam a capacidade de prestação do serviço por parte do transportador.

Documentos exigidos do motorista e do veículo Do condutor é exigido apenas um documento: a Carteira de Habilitação, que deve estar

de acordo com o veículo que estiver conduzindo, devendo ser apresentado o documento original.

Quanto ao veículo, são exigíveis, o Certificado de Registro e Licenciamento Anual – CRVL, que comprova o recolhimento dos impostos, taxas e multas devidas por parte do proprietário do veículo, devendo ser apresentado o original. Além desse, é necessário o Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas – RNTRC, nos casos de transportadores relacionados na legislação.

Não são mais exigíveis o porte dos comprovantes de pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA e do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres – DPVAT.

Para o transporte de cargas de produtos não-perigosos são necessários:

a) Nota Fiscal de transporte da mercadoria: documento que comprova a posse da mercadoria e tem como principal objetivo às exigências do Fisco quanto ao trânsito das mercadorias e das operações realizadas entre adquirentes e fornecedores.

b) Conhecimento de Transporte Rodoviário: documento que comprova a contratação do transportador pelo embarcador para a realização do serviço de transporte rodoviário de cargas. Esse documento, que é emitido pelo transportador, representa que as mercadorias estão sob sua responsabilidade para a realização de sua entrega, de acordo com o que está descrito no conhecimento.

c) Autorização de Carregamento e Transporte: utilizada no transporte de carga, a granel, de combustíveis líquidos ou gasosos e de produtos químicos ou petroquímicos, quando, no momento da contratação do serviço, não forem conhecidos os dados relativos a peso, distância e valor da prestação do serviço, não dispensando a emissão do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas.

d) Ordem de Coleta de Carga: utilizada pelo estabelecimento transportador que executar serviço de coleta de cargas no endereço do remetente.

e) Manifesto de Carga: é de uso obrigatório somente no transporte rodoviário de carga fracionada, sendo utilizado pelos transportadores de cargas que executarem serviço de transporte intermunicipal e interestadual.

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Para o transporte de cargas de produtos perigosos é exigida, além dos documentos citados anteriormente, a seguinte documentação:

a) Certificado de capacitação para produtos perigosos do veículo e dos equipamentos: compatíveis com a carga, original, expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada.

b) Documento fiscal do produto transportado: contendo o número ONU (número especificado pela Organização das Nações Unidas), classe ou subclasse, nome apropriado para o embarque, e a quantidade total por produto.

c) Ficha de emergência e envelope para transporte: no idioma do país de origem, trânsito e destino da carga, contendo: (1) identificação do expedidor ou do fabricante do produto que forneceu as instruções; (2) identificação do produto ou grupo de produtos a que as instruções se aplicam; (3) natureza dos riscos apresentados pelos produtos; (4) medidas a serem adotadas em caso de emergência (medidas a adotar em caso de contato com o produto, incêndio, ruptura de embalagens ou tanques, realização de transbordo e telefones de emergência dos bombeiros, polícia e defesa civil).

d) CNH – Carteira Nacional de Habilitação ou Credencial: habilitação para produtos perigosos (curso MOPP – Movimentação e Operações de Produtos Perigosos).

e) Licença especial: quando exigível (IBAMA, INMETRO, FEPAM etc.).

f) Kit de emergência e EPI (Equipamento de Proteção Individual).

g) Rótulo de risco: painel losango, onde estão estipulados o símbolo gráfico e a cor, que correspondem à classe do produto perigoso.

h) Painel de segurança: painel retangular de cor laranja contendo o número ONU e o número de risco do produto transportado.

Tributos que recaem sobre o transporte rodoviário de cargas

Tributo é uma obrigação dada às pessoas e empresas, por conseqüência de uma transação comercial ou por uso de um serviço público, devendo seus valores ser recolhidos ao Estado.

No transporte rodoviário de cargas, alguns merecem destaque, como por exemplo, o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, que é um imposto que é pago no início de cada ano pelo proprietário do veículo e a cobrança é proporcional ao valor do veículo.

Outros recaem sobre o transporte rodoviário de cargas: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, Imposto sobre Serviços de Qualquer Espécie – ISS, que são proporcionais ao valor do frete. O ISS é particular para os casos dos serviços intermunicipais e pode ser no máximo 5% do valor cobrado pelo frete. Já o ICMS recai sobre os serviços interestaduais e tem porcentagem variada de estado para estado.

A Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico – CIDE é um tributo pago na compra de combustíveis e tem como finalidade investir os recursos arrecadados na manutenção e construção de rodovias, assim como os pedágios cobrados em algumas rodovias do país.

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4.3 Ações Fundamentais o Transportador

O transportador deve tomar algumas providências para assegurar a qualidade do seu serviço, como também deve possuir o conhecimento necessário, tais como conhecer:

•As principais propriedades inerentes às cargas transportadas no modo rodoviário.

•As cargas de acordo com suas características.

•Os procedimentos fundamentais na execução do serviço de transporte rodoviário de cargas.

Tipos de Carga – Propriedades e Classificação

O transportador deve conhecer a carga, para tomar os cuidados necessários que garantam a segurança durante a prestação do serviço. Dessa forma é importante o transportador conhecer algumas características que a carga possui, de forma a determinar o procedimento adequado, observando:

• Perecibilidade: propriedade de certos produtos estragarem com o tempo; maior o prazo de validade do produto, menor perecibilidade. Normalmente, os produtos do setor de alimentos são os mais perecíveis, seguidos pelos farmacêuticos.

• Fragilidade: produtos têm de se quebrarem com facilidade. Podemos citar: os eletro-eletrônicos, vidros, produtos cerâmicos etc.

• Periculosidade: riscos a estrutura física de certos objetos ou seres vivos. Exemplo: explosivos, líquidos inflamáveis e substâncias corrosivas.

• Dimensões: são as medidas do comprimento, altura e largura do produto ou da carga.

• Pesos especiais: produtos de pesos incomuns. Exemplo: turbinas de hidrelétricas.

Após conhecer as propriedades, podemos separar as cargas de acordo com essas propriedades, em categorias:

• Carga Geral: carga embarcada, com marca de identificação e contagem de unidades, podendo ser soltas ou unitizadas:

• Soltas (não unitizadas): itens avulsos, embarcados separadamente em embrulhos, fardos, pacotes, sacas, caixas, tambores etc.

• Unitizadas: agrupamento de vários itens em unidades de transporte.

• Carga a Granel: carga líquida ou seca (sólida) embarcada e transportada sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades. Ex.: petróleo, minérios, trigo, farelos, grãos etc.

• Carga Frigorificada: necessita ser refrigerada ou congelada para conservar as qualidades essenciais do produto durante seu transporte e sua armazenagem. Ex.: frutas frescas, pescados, carnes etc.

• Neo-granel: conglomerados homogêneos de mercadorias de carga geral sem acondicionamento específico, cujo volume ou quantidade possibilita o transporte em lotes, em um único embarque. Ex.: veículos automotores.

• Carga Perigosa: produtos classificados como “perigosos” que, por sua natureza, pode provocar acidentes, colocando em risco a vida, o meio ambiente e o patrimônio.

Procedimentos que antecedem o transporte

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É importante comparar a carga com a descrição apresentada na nota fiscal, para certificar-se do que está realmente transportando, além disso, é necessário conferir as informações da carga que constam no conhecimento de embarque, como peso, volume e quantidade, evitando eventuais reclamações no momento de entrega da carga.

Nas cargas fracionadas, conferir o manifesto é também é importante, agindo assim, o transportador certifica-se de que não está deixando de transportar parte da carga. É necessário também a conferência do lacre, para assegurar que ela não foi violada durante o transporte.

Por fim, conheça e confira o roteiro a ser seguido, pois essa ação facilita até a disposição da carga dentro do veículo, influenciando, no tempo total de viagem e na redução de custos.

Conclusão

Conhecer o tipo de carga que será transportada permite ao transportador tomar os cuidados necessários para a execução do serviço, garantindo a sua segurança, das pessoas envolvidas na operação, como também do meio ambiente. Além disso, procedimentos como conferência de carga evitam problemas de reclamações e possíveis indenizações, que acabam se transformando em custos adicionais que traduzem prejuízo ao transportador.

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MÓDULO III

PROCEDIMENTOS

OPERACIONAIS

DO TRANSPORTE

DECARGAS

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5. SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA

5.1 Segurança e prevenção de acidentes Neste título abordaremos formas de prevenção de acidentes de trabalho e conheceremos:

•Normas e procedimentos de segurança.

•Procedimentos de segurança em situações de emergência.

•Os equipamentos de proteção individual.

•Saber fazer o check-list das condições do veículo a ser realizado antes da viagem. De acordo com pesquisas do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de

Transportes), o Brasil perde 35 mil pessoas ao ano em acidentes rodoviários e cerca de 100 mil pessoas ficam inválidas e 400 mil precisam ocupar os leitos dos hospitais por muitos dias.

Esses dados levam à reflexão sobre a necessidade de trabalharmos com a prevenção de acidentes rodoviários.

Segurança no Trabalho São medidas adotadas para diminuir os acidentes de trabalho, as doenças causadas pelo

exercício da profissão; e proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. São acidentes de trabalho:

•Os acidentes que acontecem quando você está a serviço de sua empresa.

•Os acidentes que acontecem quando você está em viagem a serviço da empresa ou no trajeto entre o trabalho e a sua casa.

•Doenças que ocorrem pelo tipo e condições de seu trabalho.

Altos padrões de segurança e saúde podem ser alcançados quando todos estão capacitados para desenvolver o trabalho com qualidade e com efetiva participação.

A segurança é garantida pela prevenção, que consiste no conjunto de meios humanos e materiais necessários para desenvolver, no local de trabalho, as atividades preventivas, com o objetivo de garantir a adequada proteção da segurança e saúde dos trabalhadores e a integração desta função nos diversos departamentos ou áreas da empresa.

A CIPA é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, composta por representantes do empregador e dos empregados, e tem como missão a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores e de todos aqueles que interagem com a empresa.

Equipamento de Proteção Individual – EPI Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na NR-6, da Portaria 3.214, é

Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Ao empregador cabe:

•Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade.

•Exigir seu uso.

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•Disponibilizar para o trabalhador somente o EPI aprovado em matéria de Segurança e Saúde no trabalho.

•Orientar e treinar para o uso adequado, guarda e conservação do EPI.

•Substituir o EPI quando danificado ou extraviado.

•Responsabilizar-se pela higienização e manutenção do EPI.•

•Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade observada.

Ao empregado cabe:

•Usar o EPI para a finalidade a que se destina.

•Responsabilizar-se pela guarda e conservação do EPI.•

•Comunicar ao empregador alteração que torne o EPI impróprio para uso.

•Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado do EPI.

Procedimentos de segurança em situações de emergência O trabalhador rodoviário está sujeito a uma série de riscos causados por fatores externos,

como por exemplo, assaltos, seqüestros, enchentes, incêndio florestal etc., bem como aqueles causados por fatores internos, como problemas mecânicos, de saúde, fadiga etc.

A seguir algumas dicas úteis no caso de enchentes, desmoronamentos e incêndios florestais e as ações menos arriscadas em caso de assaltos ou seqüestros; procedimentos em caso de pane do veículo e como fazer o Check-List do veículo.

Pane do veículo Caso o veículo apresentar pane e ficar em posição que impeça ou dificulte a passagem

normal dos outros veículos, antes de tentar resolver o problema, sinalize o local adequadamente.

Inicie a colocação da sinalização em local onde os motoristas ainda não visualizem o veículo avariado. No caso de vias de fluxo rápido, com veículos ou obstáculos na pista, é preciso alertar os motoristas antes que eles percebam o obstáculo na via.

As distâncias podem ser medidas em passos, mas existem situações onde as distâncias devem ser dobradas, como à noite, sob chuva, neblina, fumaça. À noite, além de aumentar a distância, a sinalização deve ser feita com materiais luminosos.

Quando estiver contando os passos e encontrar uma curva, pare a contagem, caminhe até o final da curva e então comece a contar. A mesma providência deverá ser tomada quando o veículo estiver em uma elevação, sem visibilidade para os demais veículos.

A sinalização deve ser feita nos dois sentidos (ida e volta), nos casos em que o veículo avariado interferir no tráfego das duas mãos de direção.

Caso o veículo fique posição que obstrua o fluxo normal do tráfego, será necessário demarcar o desvio do tráfego.

Materiais que podem ser utilizados na sinalização do veículo com pane

Existem muitos materiais fabricados especialmente para sinalização, na falta destes, poderão ser utilizados outros, como galhos de árvore, cavaletes de obra, latas, pedaços de madeira, pedaços de tecido, plásticos etc. À noite ou sob neblina, a sinalização deve ser feita com materiais luminosos: lanternas, pisca-alerta e faróis dos veículos.

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O emprego de pessoas para a sinalização é bastante eficiente, porém,sempre arriscado. Ao colocá-las para realizar a sinalização, será necessário adotar alguns cuidados:

• As roupas devem ser coloridas e contrastar com o terreno.

• As pessoas devem ficar na lateral da pista, sempre de frente ao fluxo.

• Devem ficar agitando um pano colorido para alertar os motoristas.

• Devem prestar atenção e estar sempre preparadas para o caso de surgir algum veículo desgovernado.

•As pessoas nunca devem ficar depois de uma curva, pois têm de ser vistas, de longe, pelos demais motoristas.

Check-list das condições do veículo Antes de qualquer viagem, a verificação das condições do veículo é de grande importância,

recomendando-se verificar:

• freios.

• pneus.

• mangueiras.

• extintor.

• equipamentos de sinalização.

• paletas do limpador do pára-brisa.

• Equipamentos de Proteção Individual – EPI.

Seqüestros e Roubos Caso isso aconteça, comporte-se de maneira a diminuir o risco de perda do bem mais

precioso: a sua vida, seguindo as dicas abaixo:

• Nunca reaja - O elemento surpresa é favorável ao criminoso, que na grande maioria das vezes não está sozinho e pouco tem a perder.

• Comunique-se de forma clara e faça movimentos lentos, mantenha as mãos onde o cri-minoso possa vê-las. Responda com calma ao que lhe for perguntado ou avise qualquer gesto ou movimento a ser realizado.

• Não discuta, evite brincadeiras ou conversas. Entregue exigir. Dessa forma o tempo do roubo/seqüestro será menor.

• Não olhe diretamente para os marginais – isso é visto como uma ameaça.

• Procure memorizar todos os detalhes possíveis, fisionomia, modo e frases usadas, roupas, gírias, trajetos e locais, veículos utilizados etc. Quanto maior a riqueza de detalhes mais facilidade na investigação policial.

• No cativeiro preste atenção aos detalhes e seja cooperativo. Preste atenção no que puder sobre detalhes da vida e dos hábitos dos seqüestradores.

• Não tente fugir. É muito comum outras pessoas efetuarem a cobertura ao assalto/seqüestro.

• Em caso de resgate pela polícia, jogue-se no chão, coloque as mãos na cabeça e não faça movimentos bruscos; esteja preparado para ser revistado e possivelmente algemado. Siga as determinações da polícia.

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• Se presenciar um roubo, mantenha-se afastado do local e evite interferir diretamente. Ligue para a polícia transmitindo a descrição exata e o possível trajeto seguido.

• Evite armas. Dificilmente poderá defender-se de um ataque surpresa. Lembre-se, suas chances de reação são muito pequenas, e o risco de que a arma seja usada contra você é muito grande.

•Jamais ameace um criminoso.

Procedimentos de emergência em caso de catástrofes naturais Trataremos aqui alguns conceitos e medidas importantes que podem ser úteis.

Enchentes • Inundações repentinas, bruscas ou enxurradas.

• Chuvas fortes ou moderadas, mas duradouras (intensas).

• Inundações lentas ou de planície.

Dicas:

• Avise ao Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil sobre áreas afetadas pela inundação.

• Salve e proteja a sua vida, a de seus familiares e amigos. Se for pego de surpresa pela água e precisar retirar algo de seu caminhão, alojamento ou casa, antes ou após a inundação, peça ajuda à Defesa Civil ou ao Corpo de Bombeiros.

• Nunca arrisque atravessar terrenos inundados; a enxurrada arrasta muitos obstáculos (terra, postes, animais mortos etc.), para a área inundada, portanto, mesmo parecendo seguro não arrisque sua vida nem o equipamento.

• Caso dê tempo, coloque documentos e objetos de valor em um saco plástico bem fechado e em local protegido.

• Água para Consumo Humano: pode ser fervida ou tratada com água sanitária, na proporção de 2 gotas de água sanitária para 1 litro de água, ou tratada com hipoclorito de sódio, na proporção de 1 gota de hipoclorito para 1 litro de água. Nos dois casos, deixar em repouso por 30 minutos.

Desmoronamento ou deslizamento Desmoronamento ou deslizamento é um fenômeno provocado pelo escorregamento de

materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou material de construção ao longo de terrenos inclinados, denominados de “encostas”, “pendentes” ou “escarpas”.

Procedimentos:

• Ao verificar os riscos de deslizamento de um morro ou encosta, avise imediatamente ao Corpo de Bombeiros e à Defesa Civil.

• Se estiver alojado, esperando carga ou residindo em área de risco, verifique com sua vizinhança se existe um plano de evacuação.

• Se observar o aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas, inclinação de tronco de árvores, de postes e o surgimento de minas d’água, avise imediatamente a Defesa Civil.

• Se em algum trecho de rodovia perceber sinais de desmoronamento, avise imediatamente a policia rodoviária, bem como os seus colegas de trabalho.

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• Afaste-se e colabore para que curiosos mantenham-se afastados do local do deslizamento. • Não se arrisque sem necessidade, não entre nas áreas de deslizamento.

Incêndio Florestal Incêndio Florestal é a propagação do fogo, em áreas florestais e de savana, ocorrendo com

freqüência nos períodos de estiagem. Os incêndios podem iniciar-se de forma espontânea ou ser conseqüência de ações e/ou omissões humanas. Não jogue pontas de cigarro ou recipientes de vidro pela janela, pois eles podem causar incêndios.

Emcaso de Incêndio ao longo das rodovias:

• Focos de incêndio na faixa de domínio de uma rodovia, avise imediatamente a Policia Rodoviária.

• Em caso de muita fumaça na pista, execute procedimentos de neblina.

• Evite ultrapassagens perto de focos de incêndio ao longo das rodovias.

• Não estacione ou pare para observar a área em chamas, do interior do veículo temos uma falsa impressão da área coberta pelo fogo e da temperatura nas proximidades da queimada.

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5.2 Noções de Combate ao IncêndioTrataremos neste título dos tipos mais comuns de incêndios e a forma de preveni-los,

também as regras básicas de primeiros socorros em caso de queimaduras, explicitando ainda:

- Noções básicas de combate a incêndio.

- Classificação dos tipos de incêndio.

- Utilização dos equipamentos de combate a incêndio.

- Regras básicas de primeiros socorros.

Noções de Combate ao Incêndio Podemos definir incêndio como fogo em local não desejado, capaz de provocar prejuízos

materiais, queimaduras e intoxicações. O fogo, é um tipo de queima, combustão ou oxidação, que resulta de uma reação química em cadeia, na medida em que atuam os combustíveis, oxigênio e calor.

Os veículos de transporte de cargas são passíveis de risco de incêndio, ocorrendo a partir da mangueira de borracha envelhecida que leva o combustível para o motor e este, aquecido, provoca o incêndio, ou ainda, causados pelo aquecimento das lonas de freio.

Classificação dos tipos de Incêndios Os incêndios podem ser de 4 (quatro) classes:

Classe A: fogo em combustíveis comuns que deixam resíduos, o resfriamento é o melhor método de extinção. Exemplo: Fogo em papel, madeira, tecidos etc.

Classe B: fogo em líquidos inflamáveis. Os materiais queimam em superfície e em profundidade. Nesse caso, o abafamento é o melhor método de extinção. Exemplo: Fogo em gasolina, óleo e querosene etc.

Classe C: fogo em equipamentos elétricos energizados, agente extintor ideal é o pó químico e o gás carbônico. Exemplo: Fogo em motores transformadores, geradores, computadores motores etc.

Classe D: fogo em metais combustíveis, agente extintor ideal é o pó químico especial. Essa classe requer agentes extintores específicos. Exemplo: Fogo em zinco, alumínio, sódio, magnésio etc.

Os extintores são aparelhos portáteis ou carroçáveis que servem para extinguir princípios de incêndio. Devem estar em local visível e de fácil acesso.

Equipamentos de combate ao incêndio É preciso conhecer e saber identificar o incêndio antes de escolher o agente extintor ou

equipamento de combate ao fogo.

Veículos como ônibus, microônibus, caminhão, reboque e semi-reboque de passageiros devem ter um extintor de incêndio, com carga de pó químico seco ou de gás carbônico. Os veículos de carga para transporte de líquidos ou gases inflamáveis devem ter um extintor de incêndio com carga de pó químico de oito quilogramas, ou dois extintores de incêndio com carga de gás carbônico de seis quilogramas cada.

Quanto mais rápido o ataque às chamas, maior a probabilidade de reduzi-las e eliminá-las. A seguir, os tipos de extintores mais utilizados em veículos de transporte de cargas e o seu funcionamento:

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EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”. Não possui contra-indicação. Modo de usar Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo. A pressurizar: Abra o registro da ampola de gás e dirija o jato para a base do fogo.

Processo de extinção: Abafamento. EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”. Não possui contra-indicação. Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o difusor para a base do fogo. Não toque no difusor, poderá gelar e “colar” na pele causando lesões. Processo de extinção: Abafamento. Incêndios de classe “D” requerem extintores específicos, podendo em alguns casos serem utilizados o de Gás Carbônico (CO²) ou o Pó Químico Seco (PQS)

Verifique o rótulo dos extintores, os quais devem conter:

•Data de validade: o extintor deve estar dentro do prazo de validade.

•Lacre de segurança: certifique-se de que o lacre esteja intacto.

•Conformidade INMETRO: veja se o extintor possui o selo do INMETRO.

•Condições gerais do extintor: não pode estar amassado, ter ferrugem e outros danos.

Primeiros Socorros É o tipo de atendimento, temporário e imediato, que é prestado à vítima de acidente ou mal-

súbito, antes da chegada do socorro médico, seu objetivo é resguardar a vítima, ou seja, a manutenção do suporte básico da vida. É importante chamar atenção para o fato de que a presença de um médico é sempre indispensável.

Vendo uma pessoa com as roupas em chamas, obrigue-a a se jogar no chão, envolva-a com um cobertor, cortina etc.

Realize combate ao fogo com os meios disponíveis. Ex: pano molhado, balde de água, mangueiras de jardim ou extintores e, posteriormente, chame o corpo de bombeiros (pelo telefone 193), que pode ser discado de qualquer telefone público gratuitamente.

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5.3 Saúde no Trabalho Trataremos aqui da importância da saúde do trabalhador e a influência nas condições gerais

na atividade laboral, estudando: •A importância da saúde física e mental do trabalhador. •Os riscos ergométricos para a saúde do trabalhador. •A importância de uma boa alimentação à saúde do trabalhador. •A importância dos exames de saúde periódicos. Segundo pesquisas a maioria dos caminhoneiros que cruzam as estradas federais sofrem de

hipertensão, obesidade e sonolência, colocando em risco as próprias vidas e a de quem divide o espaço com eles no asfalto.

Os exames periódicos de saúde e a adoção de algumas práticas, como por exempo postura adequada ao dirigir, parar o seu caminhão em áreas seguras e fazer pequenas caminhadas, podem prevenir doenças e evitar acidentes.

Saúde Física e Mental do Trabalhador ”Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças ou enfermidade”. A medicina do trabalho pode ser definida como a ciência que por metodologia e técnicas próprias, estuda as causas das doenças ocupacionais, nela incluídas as doenças profissionais e as do trabalho, objetivando a prevenção.

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) tem por objetivo promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores, desenvolvendo ações de:

1. Promoção à saúde - as técnicas mais utilizadas são: exibição de filmes, reuniões de grupo, distribuição de folders e palestras.

2. Prevenção de doenças - realização obrigatória de exames médicos: admissional, periódi-co, retorno ao trabalho, mudança de função e demissional.

Riscos Ergonômicos, Saúde Física e Mental A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência recente, que estuda as relações entre o

homem e seu ambiente de trabalho. Os riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença.

São considerados riscos ergonômicos: esforço físico excessivo, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina intensa.

Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos à saúde porque produzem alterações no organismo e estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança, tais como: LER/DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna etc.

Para evitar que esses riscos comprometam as atividades e a saúde do trabalhador, é necessário: melhoria no processo de trabalho, melhores condições no local de trabalho, modernização de máquinas e equipamentos, melhoria no relacionamento entre as pessoas, alteração no ritmo de trabalho, ferramentas adequadas, postura adequada etc.

Algumas recomendações para evitar os problemas citados:

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•Ao dirigir o seu caminhão, lembre-se de manter a coluna sempre apoiada no encosto do banco.

•Não tensione os ombros. Para isso, mantenha os braços bem posicionados no volante.

•Dirija com cuidado e atenção para evitar manobras bruscas.

•Para dar marcha à ré, procure equipar seu veículo com espelhos apropriados, evitando virar o pescoço e a coluna.

•Quando dirigir muito tempo, ou seja, a cada 3 (três) horas de estrada pare por cerca de 5 minutos, caminhe um pouco e faça alongamentos.

•Ao sair do veículo, saia com cuidado para não ter desconforto na coluna.

Uma noite mal dormida, postura errada ou mesmo excesso de trabalho, fatores que desencadeiam uma doença comum na maior parte da população, mas que pode ter conseqüências graves se não for tratada cedo. A lombalgia, ou simplesmente dor nas costas, consta com freqüência nos relatos de doenças dos motoristas, categoria que, pelas condições de trabalho, está muito suscetível a crises intensas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 80% dos adultos passarão, no mínimo, uma vez na vida por uma crise de dores nas costas.

Alimentação, Trabalho e Saúde Segundo um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a má alimentação no

trabalho causa perdas de até 20% na produtividade. A alimentação interfere na boa forma e no funcionamento do organismo. Além disso, as propriedades nutritivas dos alimentos interferem diretamente no seu humor e, conseqüentemente, no seu desempenho no trabalho: cultivar hábitos alimentares corretos melhora a sua produtividade.

O comportamento humano depende do estado em que estamos. Muitas vezes estamos acelerados, introspectivos, dispersivos, reflexivos, preocupados, tristes, em estado de defesa (medo), focados em alguma coisa, procurando intervir no meio externo e outros. Para cada estado, o organismo precisa estar preparado para dar uma resposta. Isso significa que o seu café da manhã, almoço e jantar devem ser escolhidos de acordo com as necessidades que você terá no decorrer do dia. Evite comer muito de uma vez só. Você sentirá muito sono se precisar dirigir, colocando a sua vida e a dos outros em perigo. Tente realizar pequenas refeições a cada 3 horas.

Exames Periódicos Para a prevenção de doenças, como também na proteção à saúde, faz-se necessária à

realização obrigatória de exames médicos: admissional, periódico, retorno ao trabalho, mudança de função e demissional.

Os exames admissionais, ou seja, os exames que o trabalhador faz ao entrar na empresa, e os exames demissionais, quando o trabalhador está saindo da empresa, são exigidos por lei. Normalmente esses são os exames sugeridos: Hemograma completo, Glicose, VDRL, Eletroencefalograma, ECG, audiometria e avaliação oftalmológica.

Esses mesmos exames devem ser feitos rotineiramente, pois é importante verificar como anda a sua saúde.

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5.4 Meio Ambiente e o CidadãoNormalmente não damos conta de que nossas ações em casa, na estrada, nos restaurantes

e postos de combustíveis, consomem algum tipo de energia. A forma como produzimos e utilizamos energia tem conseqüências diretas sobre nossa vida e nosso meio ambiente, motivo pelo qual o faremos um estudo, buscando:

- Descrever a relação entre o Homem e Meio Ambiente.

- Apontar os problemas causados pelas ações do homem no meio ambiente.

- Apresentar atitudes de proteção e conservação de ambientes e da diversidade biológica e sociocultural.

- Apresentar ações que podem evitar o desperdício em suas diferentes formas.

Relação entre o Homem e o Meio Ambiente O ser humano é parte integrante do meio ambiente, bem como as suas ações, ao nos

referirmos a este assunto, estamos tratando também do espaço construído – grandes cidades, estradas, plantações etc. Meio ambiente é tudo aquilo que cerca ou envolve os seres vivos e as coisas, incluindo o meio social-cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem.

A qualidade de vida está diretamente relacionada ao equilíbrio entre os recursos naturais e a consciente utilização desse patrimônio.

Quando falamos de poluição, em suas muitas formas, ocorreu à interrupção da relação de equilíbrio. Os efeitos da poluição nem sempre são medidos ou percebidos, porque muitas conseqüências, como o efeito estufa ou a chuva ácida, dependem de um processo cumulativo de poluentes.

Ao tratar de poluentes, é importante indicar quais são os elementos responsáveis pela poluição e seus efeitos sobre a nossa saúde e o meio ambiente.

Existem diferentes origens e tipos de poluição, destacando-se, a seguir, três categorias específicas: a poluição do ar, da água e do solo.

A poluição do ar pode ser originada de materiais radioativos, dos detritos industriais, da emissão do escamento dos automóveis, das queimadas, dos pesticidas, dentre outros.

A queima de carvão e de combustíveis derivados de petróleo é a principal fonte das emissões de resíduos tóxicos na atmosfera, causando a poluição do ar. As principais conseqüências da poluição atmosférica são: a chuva ácida, efeito estufa e aquecimento global.

Poluição das águas tem como principal causa os resíduos urbanos provenientes das indústrias como solventes, óleos combustíveis, descarte de materiais tóxicos nos rios e mares próximos às cidades, além dos resíduos rurais como os pesticidas e nitratos, descarte de lixo nos mares, rios e nascentes. Esse tipo de poluição contamina a água, que é um recurso não renovável, sem substituto e vital para a existência da vida no planeta, devendo ser utilizado de forma racional.

Como medidas de preservação destacam-se a recuperação de rios e mananciais atingidos pela poluição, a preservação das fontes e nascentes, além de investimentos no tratamento dos esgotos urbanos.

A poluição do solo caracteriza-se pelo descarte de qualquer substância ou produto poluente, em estado sólido, líquido ou gasoso. Como conseqüências da poluição dos solos, temos a destruição da vegetação e a desertificação.

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Descarte do Lixo À medida que as cidades crescem, também aumentam os problemas de descarte dos

resíduos gerados pelo consumo e produção humana. Na maior parte dos grandes centros urbanos brasileiros, as autoridades públicas enfrentam o desafio da destinação de toneladas de lixo geradas por dia; lixão é o local onde se deposita o lixo sem projeto ou cuidado com a saúde pública e o meio ambiente.

Com a conscientização diária sobre o que podemos fazer para aproveitar bem todos os recursos naturais disponíveis, para diminuir a poluição das águas, dos solos e do ar, cuidaremos melhor do meio ambiente e da qualidade de vida das gerações futuras.

3. Consumo Sustentável: ações que podem ajudar a salvar o meio ambiente

A consciência pelo consumo sustentável, que visa atender as necessidades sem comprometer as gerações futuras, está presente na maioria das pessoas mais informadas e atentas ao futuro.

Quando você escova os dentes e deixa a torneira ligada, você gasta cerca de 12 litros de água. Como habitualmente você escova os dentes três vezes ao dia, gasta 36 litros por dia e 1080 litros por mês. Em um ano, 10 milhões de pessoas como você acabam gastando aproximadamente 130 bilhões de litros de água. Isso seria o suficiente para abastecer todas as necessidades de consumo de água de uma cidade com cerca de 1,4 milhão de pessoas por um ano.

Observem quantos impactos ambientais são criados ou evitados de acordo com a nossa opção de consumo, podemos adotar atitudes que evitam ou diminuem a poluição no meio ambiente:

a) Use um detergente limpo, adquirindo detergente biodegradável.

b) Procure produzir pouco lixo, compre produtos com menor quantidade de embalagem, ou ainda, adquira produtos que possuam embalagens retornáveis. Compre frutas e legumes sem em-balagem, para diminuir a quantidade de plástico jogado na natureza; compre produtos que tenham refil; evite usar produtos descartáveis e utilize pilhas e baterias que sejam recarregáveis.

c) Não jogue lixo pele janela de seu veículo, guarde-o e o descarte em locais adequados. Procure separar o lixo de acordo com a sua origem. Caso não seja possível fazer a separação do lixo nos coletores, separe apenas o que é reciclável do não reciclável e o lixo seco do lixo molhado. Reciclagem é o processo de transformação do lixo em produto semelhante ao inicial ou em outro produto que será novamente utilizado. Você pode identificar o local adequado do seu lixo seguindo cores diferentes (papel: azul; plástico: vermelho; vidro: verde; metal: amarelo).

d) Não jogue no lixo lâmpadas, pilhas, baterias de celular, restos de tinta ou produtos químicos: as empresas que os produzem são obrigadas por a recolher esses produtos.

e) Reutilize as sacolas de supermercado para colocar o lixo.

f) Use água de forma racional. Procure utilizar somente a água que vai precisar, evite o desperdício. Nunca “varra” uma calçada com a mangueira, feche a torneira enquanto estiver fazendo a barba e escovando os dentes e no banho, procure fechar a torneira enquanto se ensaboa

g) Ande sempre com o seu veículo bem regulado para evitar as emissões desnecessárias de gases nocivos para a natureza.

h) Lave seu veículo em locais autorizados, onde a água será reutilizada.

• A calibragem de seus pneus tem influência sobre o meio ambiente. Além de proteger o seu pneu, ajuda a economizar combustível.

• Um automóvel bem regulado chega a consumir cerca de 9% a menos, ou seja, 9% a menos de emissões tóxicas.

• Dar a partida consome menos do que manter o automóvel ligado desnecessariamente.

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• Manter sempre limpos os filtros de ar, velas, carburador, platinado e escapamento ajuda a economizar combustível.

• A cada 50 kg adicionais de peso no seu caminhão, há um aumento de 1% no consumo de combustível.

Condutor, como forma de evitar a poluição do meio ambiente, de economizar energia, combustível e de gerar emprego para muitas pessoas, oriente seus familiares e colegas de trabalho sobre as vantagens das práticas que podem ajudar a preservar o meio ambiente.

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6. TECNOLOGIA EMBARCADA E EQUIPAMENTOS DE CONTROLE OPERACIONAL

Neste título aprenderemos como funcionam os sistemas de monitoramento de veículos, além

de conhecermos os principais equipamentos de tecnologia embarcada, como segue: - Sistemas de rastreamento e monitoramento de frota. - Sistema de monitoramento de caminhões via satélite. - Equipamentos de tecnologia embarcada. - Função da tecnologia embarcada nos caminhões. A Tecnologia embarcada consiste nos recursos eletrônicos e computadores instalados nos

veículos de carga, com a finalidade de melhorar o desempenho e, proporcionar maior segurança e comodidade aos condutores.

Sistemas de Rastreamento O sistema de rastreamento de veículos permite maior segurança nas viagens, possibilitando,

além da localização do veículo, a comunicação entre a central de monitoramento da frota com a empresa e o motorista.

Em casos de emergência, é possível controlar o veículo à distância, levando, por exemplo, ao corte da alimentação do motor ou o travamento das portas, entre outros, podendo ser classificados em:

• Bloqueadores - são dispositivos de segurança que permitem o bloqueio do veículo a distância, não fornecendo a localização do veículo, pois não são capazes de enviar informações apenas recebê-las.

• Rastreadores - possuem três funções básicas:

-Comunicação entre a central de monitoramento da frota da empresa e os caminhões.

-Localização on-line de veículos.

-Controle da frota, permitindo que a central de monitoramento possa, a distância, saber a quantidade de combustível e a velocidade do veículo, quando as portas são abertas ou fechadas, a temperatura, a presença de caronas, entre outros.

O primeiro passo para a utilização de sistemas de rastreamento é a elaboração de um Rotograma (ou plano de viagem). O Rotograma consiste na elaboração de uma rota especial que inclui as melhores estradas entre o cliente e o local de entrega, bem como pontos de interesse e referência. Inclui ainda o resumo das informações sobre a rota escolhida, como a distância, o tempo de viagem, a velocidade média, a quantidade de pedágios, o tipo de pavimento, as cidades mais próximas ao longo das rodovias, dados sobre serviços e paradas ao longo da estrada, balanças, postos fiscais, polícia rodoviária e divisas estaduais.

A elaboração do plano de viagem é fundamental para que o veículo possa chegar ao destino da forma segura e para ser rastreado e localizado rapidamente em caso de acidente ou roubo. O plano permite também que a central de monitoramento avalie o cumprimento dos planos de viagem, identificando desvios de rota, paradas não programadas ou não comunicadas etc.

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Tecnologia de Monitoramento de Frotas Para que se possa realizar o monitoramento da viagem, é necessário um software, instalado

na central de monitoramento da empresa, esse programa permite que a equipe técnica possa realizar o monitoramento, rastreamento e comunicação com os caminhões.

Porém, para que haja a comunicação é necessário que os equipamentos de comunicação e localização sejam instalados nos veículos, permitindo a realização das atividades de mo-nitoramento, rastreamento e comunicação entre caminhões e a equipe técnica na empresa.

O conjunto dos recursos eletrônicos instalados nos veículos de carga é conhecido como tecnologia embarcada. Assim, possuir tecnologia embarcada significa obter, transmitir e armazenar dados da rotina operacional do veículo.

Tipos de Tecnologia para Transmissão de dados É importante conhecer as várias tecnologias que possibilitam a transmissão dos dados entre

a central e os veículos, para que a comunicação, o rastreamento e o monitoramento possam ocorrer.

As principais tecnologias utilizadas para transmissão de dados entre os caminhões e a central são: a via satélite,via rádio, via celular e os chamados sistemas híbridos, que reúnem tecnologia de satélite e de telefonia móvel GSM/GPRS.

Um satélite é um equipamento colocado no espaço para permitir a comunicação entre dois ou mais pontos distantes de forma rápida. Na verdade, a tecnologia de satélite permite a comunicação em uma vasta área geográfica, podendo alcançar o até mesmo o mundo.

Na transmissão de dados via satélite é necessário que seja instalado no caminhão um dispositivo receptor de sinais dos satélites, comumente visto em cima da cabine do caminhão.

Vale ressaltar que a comunicação entre o caminhão e a central de monitoramento de frota é realizada através de códigos chamados de macros predefinidas, para impedir que criminosos possam entender o conteúdo das mensagens e para facilitar o entendimento entre as partes. As macros permitem as seguintes informações: início da viagem, parada para abastecimento, parada para refeição, parada para dormir e parada para entrega da carga.

Localização do veículo por meio de satélite O GPS (do Inglês, Sistema de Posicionamento Global), permite que o veículo obtenha sua

localização em qualquer local do globo terrestre. Para isto utiliza satélites para calcular sua posição na superfície da Terra. Após este cálculo, o sistema pode transmitir os dados do caminhão para a central de monitoramento, que acompanham o deslocamento da frota.

Equipamentos de auxílio à gestão do veículo Outro equipamento de tecnologia embarcada de destaque é o computador de bordo que

possibilita ao motorista saber, em tempo real, o funcionamento de vários componentes do veículo: se as portas estão abertas ou fechadas, se a carreta está engatada ou desengatada, se o motor está ligado ou não, a temperatura no baú, etc. O computador de bordo permite também que o dono do caminhão possa controlar o desempenho, já que registra informações como a utilização correta da embreagem e dos freios, as velocidades média e máxima e indicadores que avisam o momento de realizar a manutenção dos caminhões.

Ao final da viagem, o motorista ou a empresa pode extrair um relatório final contendo dados e compará-los com as informações das viagens anteriores. Os dados fornecidos pelos computadores de bordo mais atuais são:

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- Consumo de combustível;

- Tempo da viagem nas faixas de rotações do motor;

- Número de vezes que o motorista pisou no freio e na embreagem;

- Tempo de viagem;

5. Botão de pânico

O botão de pânico é outro equipamento de tecnologia embarcada utilizado em casos de emergência, para estabelecer a comunicação imediata com a central de controle de frota, informando, por exemplo, sobre a ocorrência de roubo ou de situações suspeitas. A mensagem não precisa ser digitada, basta apenas um toque no botão para que a empresa seja notificada de que algo errado.

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7. CONDUÇÃO ECONÔMICA E DEFENSIVA

7.1 Acidentes Rodoviários e Condução Defensiva

Trataremos aqui de assuntos cotidianos que interferem diretamente no exercício da

atividade profissional, como por exemplo: •Os acidentes de trânsito e como eles acontecem. •As estatísticas de acidentes rodoviários. •As conseqüências de um acidente para a pessoa e para a família. •O impacto que os acidentes representam para a economia do País. •O que significa dirigir defensivamente. •Os cinco elementos da condução defensiva. •O comportamento do motorista defensivo no trânsito.

Acidentes de trânsito Para que uma viagem transcorra sem acidente de trânsito é preciso obedecer às normas,

regras e regulamentos. Eles foram elaborados por especialistas e têm o objetivo de proteger a vida.

Um estudo do Ministério das Cidades, revela que no Brasil ocorre anualmente 1,5 milhão de acidentes de trânsito. A cada ano morrem perto de 35 mil pessoas, além de outros 400 mil feridos. No Brasil, é possível afirmar que quase todas as famílias possuem alguém próximo que já faleceu em acidente de trânsito.

Principais problemas geradores de acidentes

Imprudência

Uma das principais causas de acidentes é dirigir sob o efeito de álcool ou substância entorpecente. O álcool altera a capacidade de avaliação, de percepção e de coordenação motora. As drogas são substâncias que alteram o comportamento do condutor, provocando diversos efeitos: sono, euforia etc. Podemos destacar ainda como imprudência:

•Dirigir em estado emotivo alterado;

•Dirigir cansado;

•Dirigir por longos períodos;

•Dirigir após a ingestão de alguns tipos de medicamentos;

•Dirigir com excesso de velocidade;

•Realizar manobras arriscadas;

•Trafegar em velocidade inadequada.

Imperícia

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A inexperiência ou a falta de conhecimento da via ou do veículo é outro fator relevante, dizemos que em um acidente houve imperícia quando o condutor não teve habilidade.

Negligência

É a falta de atenção, ignorar regras e cuidados devidos. Por exemplo, ir para a estrada sem realizar o check-list do caminhão, pode ser classificado como negligência do motorista.

Custo dos acidentes no Brasil De acordo com dados da “World Health Organization”, os acidentes de trânsito respondem

por 23% de todas as mortes decorrentes de ferimentos em todo o mundo. O Brasil gasta bilhões de reais por ano com acidentes de trânsito. Segundo pesquisa feita pelo IPEA (2006), em parceria com o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), os gastos com acidentes nas rodovias brasileiras atingem aproximadamente R$ 22 bilhões por ano.

Os custos referem-se:

a) Pessoas - perda de produção, cuidados com a saúde (pré-hospitalar, hospitalar, pós-hospitalar), remoção e translado;

b) Veículos - danos materiais, perda de carga e remoção;

c) Outros - atendimento da polícia rodoviária e danos à propriedade pública e privada, bem como ao meio ambiente.

Segundo o IPEA (2006), nas rodovias federais, os atropelamentos ocupam o segundo lugar no ranking de mortalidade por acidente. A cada 34 atropelamentos ocorrem 10 mortes. No total, ocorrem cerca de 4 (quatro) mil atropelamentos por ano, aproximadamente um a cada duas horas.

Uma vítima classificada como ferida em um acidente apresenta um custo médio de R$ 36.305,00. Uma vítima fatal de um acidente, por sua vez, representa um custo médio de R$ 270.165,00. Estes custos são apenas financeiros e não incluem o valor da perda de uma vida, não incluem o valor de um ser humano.

Direção Defensiva A expressão “direção defensiva” dá margem a uma série de interpretações do tipo:

“direção Defensiva é aquela mania de dirigir devagar demais!”

“É dirigir de vidros fechados, atento à questão da segurança.” Condução Defensiva é: “É dirigir de modo a evitar acidentes de trânsito apesar das ações

incorretas dos outros e das condições adversas”.

“Conduzir um veículo evitando mortes, sofrimentos, perda de tempo e de dinheiro, independentemente das condições ao nosso redor e das ações dos outros”.

Os cinco elementos da condução defensiva

a) Conhecimento

O ponto de partida para uma condução segura é conhecer as leis e regulamentos de trânsito, os procedimentos para ultrapassagens seguras, o direito de preferência nas vias e uma série de outras informações essenciais a qualquer pessoa que pretenda dirigir um veículo.

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b) Atenção

É preciso estar sempre alerta para o que se passa à sua volta, para as condições de tráfego, para o limite de velocidade etc. Dirigir um veículo implica em prestar atenção constante no trânsito.

A importância da atenção para a condução defensiva pode ser resumida da seguinte forma: o motorista defensivo cuida, o tempo todo, de prevenir acidentes; os acidentes são provocados, na maioria das vezes, por descuidos.

c) Previsão

Prever é antecipar situações de perigo, sejam elas mediatas ou imediatas. A previsão mediata é aquela que deve ser feita antes de se iniciar uma viagem. Já a imediata acontece quando o motorista está dirigindo.

Uma boa forma de caracterizar o motorista defensivo é a capacidade pessoal de fazer previsões.Prever significa lembrar-se, por exemplo, de verificar o estado dos amortecedores antes de uma viagem. Um motorista descuidado, que não se lembrasse desse detalhe, poderia enfrentar sérios problemas.

d) Decisão

É fundamental decidir e agir rapidamente em situações de risco. Nesses momentos, a decisão é auxiliada pelo conhecimento que o condutor possui, pela atenção que ele mantém e pela previsão do perigo. A capacidade de decisão depende das outras habilidades do motorista.

e) Habilidade

É saber qual a melhor maneira de parar, executar manobra de marcha-ré, fazer conversões, enfim, de conduzir o veículo. A habilidade ao volante é a capacidade de manusear corretamente os instrumentos de comando e executar com sucesso as manobras de trânsito.

Conforme você estudou, os acidentes de trânsito representam dor, sofrimento e prejuízos financeiros, tanto para o cidadão quanto para o país. Em vários momentos, algumas atitudes simples, como dirigir com atenção, permitem a reação adequada que pode evitar uma situação incontrolável.

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7.2 Condução Econômica

O Intento desse tópico é tirar o melhor rendimento do veículo durante a viagem, gastando menos combustível e evitando o desgaste das peças, tratando especificamente:

•Das técnicas de direção econômica. •Dos benefícios da direção econômica e defensiva para o meio ambiente. Conduzir um veículo “economicamente” significa operar o veículo acionando os mecanismos

de controle (acelerador, freios, direção, câmbio), em perfeita sintonia com as situações que acontecem ao longo da viagem (tais como subidas, descidas, retas e curvas). Como conseqüência desse melhor aproveitamento dos recursos disponíveis (combustível, freio, óleo, pneus, entre ou-tros), destaca-se a proteção ao Meio Ambiente.

Ao tratar de Condução Econômica logo se pensa na economia de combustível. Porém, além da economia de combustível, a Condução Econômica abrange a maior durabilidade do motor, embreagem, freio, pneus etc., proporcionando:

• Redução do consumo de combustível.

• Reduzir desgastes de componentes mecânicos.•

• Aumento da segurança no trânsito.

• Redução dos custos com manutenção.•

• Manutenção do valor do veículo.•

•Redução da contaminação do meio ambiente.

Regras para a prática da Condução Econômica

Dirigir com previsão

Uma das atitudes de guiar com previsão é não frear nem acelerar desnecessariamente.

A aplicação desta regra permite tomar providências para economizar combustível, poupar os freios, a embreagem e, principalmente, tornar a condução do veículo muito mais segura.

Ao se aproximar de um declive, o motorista pode retirar antecipadamente o pé do acelerador e deixar o veículo rolar até o início da descida.

Operar na faixa ideal

O motor tem mais força e consome menos combustível quando trabalha em rotações médias, entre 1000 e 1500 giros. É a chamada Faixa de Torque do motor que aparece nos veículos com tacômetro (conta-giros).

A aplicação desta regra possibilita o trabalho do motor dentro do regime ideal pelo máximo tempo possível, economizando, assim, rotações do motor e combustível.

Sempre que possível pular marchas

O objetivo de “pular marchas” é reduzir o número de mudanças de marchas durante a operação. A redução do número de mudanças de marcha poupa os componentes do sistema de embreagem e também componentes da caixa de mudanças, tais como, anéis sincronizadores, garfos, luvas e corpos de engate.

Não acelerar durante a troca de marchas

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A aplicação destes procedimentos em veículos equipados com caixas de mudanças sincronizadas é recomendada devido aos gastos desnecessários que eles acarretam, reduzindo praticamente pela metade a vida útil dos componentes da embreagem e da caixa de câmbio, aumentando o consumo de combustível e o desgaste físico do motorista.

Aproveitar a inércia do veículo

Na aplicação dos conceitos da Condução Econômica a aceleração (aumento de velocidade), deve ser feita de forma lenta e gradual, pois a tentativa de alcançar velocidades maiores em pouco tempo implica um aumento no consumo de combustível sem o proporcional aumento na velocidade.

Utilizar corretamente os freios

A utilização racional dos sistemas de freios (freio motor, retardador, freio de serviço), é um procedimento que influencia bastante na determinação da vida útil dos tambores, lonas, válvulas de freio, suspensão e pneus. Mais importante que a economia possível, é a manutenção dos níveis de segurança através da correta utilização dos freios. O superaquecimento altera e danifica as lonas, pastilhas e tambores de freio, podendo até causar incêndio no caminhão.

Trafegar somente com o veículo engrenado

Em hipótese alguma o veículo deverá trafegar desengrenado, por razões óbvias de segurança, ordem legal e, na operação em declives, sendo o motor impulsionado pela transmissão e o acelerador não acionado, o consumo de combustível é nulo.

Manter os pneus calibrados

A segurança e desempenho do veículo dependem do estado dos pneus, razão pela qual eles devem ser inspecionados diariamente. Os pneus sem câmara oferecem vantagens adicionais, ou seja, a redução de peso, maior segurança, maior facilidade de balanceamento das rodas, melhor centragem do aro e melhor estabilidade do veículo.

A pressão de inflação deve ser realizada com os pneus frios pelo menos uma vez por se-mana.

Ao passar por obstáculos e desníveis abruptos no solo, ou se necessitar subir em guias de calçadas, faça-o lenta e perpendicularmente, pois impactos violentos com obstáculos dessa natureza podem causar danos imperceptíveis aos pneus, capazes de provocar acidentes futuros.

Não utilize pneus recauchutados nas rodas dianteiras. A utilização de aros ou componentes quebrados, trincados, desgastados ou enferrujados pode resultar em falha do conjunto e criar uma condição de risco. A utilização de aros de roda recuperados não é recomendada em hipótese alguma. Aros danificados devem ser imediatamente substituídos, pois qualquer tentativa de recuperação pode alterar totalmente suas características originais, afetando seriamente a segurança.

Acompanhar o desempenho do veículo

Avaliar com precisão o desempenho do veículo, bem como da sua operação, este acompanhamento deve ser complementado com o da manutenção preventiva do veículo, onde seja possível determinar a vida útil do motor, da embreagem, anéis sincronizadores, lonas, pastilhas e tambores de freio.

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8. NOÇÕES DE OPERAÇÃO EM TERMINAIS E ARMAZÉNS DE MERCADORIAS

Abordaremos aqui aspectos importantes da operação em terminais e armazéns de

mercadorias tais como:

• A importância do transporte nas operações em terminais de cargas e armazéns.

• Os tipos de armazéns e terminais existentes.

• Noções de operação de descarga, recebimento, conferência e expedição de mercadorias e carregamento de veículos em um armazém.

• Procedimentos de segurança para o transporte e arrumação de mercadorias. Terminais e armazéns são áreas para estocagem e movimentação de cargas, tendo como

objetivo principal guardar, proteger e organizar a distribuição. Os terminais e armazéns incorporam diferentes aspectos das operações logísticas. Antes, um

armazém era visto como depósito para guardar materiais ou produtos. Atualmente, é parte importante das cadeias de suprimentos, possuindo boas instalações e equipamentos de mo-vimentação, para atender o fornecedor (recebimento de mercadorias) e ao cliente (entrega de mercadorias) de forma rápida e eficiente.

Tipos de Armazéns Os armazéns e terminais de mercadorias podem ser classificados em três categorias

diferentes:

a) Quanto à propriedade (quem é dono)

Transportador Empresa usuária Órgãos públicos

Empresas de armazenagem Empresas produtoras

b) Quanto ao tipo de carga armazenada

Cargas gerais (para qualquer tipo de carga)

Carga típica

Carga específica

c) Quanto à sua função Concentradores de produção (ficam em áreas produtoras)

Beneficiadores (armazenam e transformam os produtos antes do embarque, melhorando a sua qualidade (ex: secagem da soja) Reguladores/estocadores (garantem que um produto esteja disponível mesmo fora da época da sua produção ou colheita) Distribuidores (ex: distribuidores de bebidas) Novos tipos (ex: centros de distribuição, pontos de trânsito e cross-docking, que trabalham com um estoque mínimo – a mercadoria chega e já é expedida, sem estocagem)

Atividades Realizadas no Armazém

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As principais atividades do armazém é o recebimento, conferência, estocagem e a expedição de mercadorias. O recebimento é a entrega para o transportador e a expedição corresponde às atividades de coleta para o transportador.

Recebimento = Entrada de produtos.

Expedição = Saída de produtos.

Para o transportador, o recebimento refere-se à atividade de entrega dos produtos para o cliente ou armazém. Já a expedição refere-se à coleta dos produtos pelo transportador.

Entrega e Conferência de Mercadorias Antes da descarga é necessário examinar a Nota Fiscal de entrega e do Manifesto de

Transporte, com a finalidade de verificar se os documentos estão de acordo com o pedido de compra.

Posteriormente o veículo para o local indicado para a descarga, para que seja realizado o processo de descarga ou descarregamento. No local da descarga é aconselhável que se faça um EXAME DE AVARIAS E CONFERÊNCIA DE VOLUMES e, no caso de irregularidades significativas, recusar a carga. Estando tudo em ordem, inicia-se a descarga, que pode ser manual ou com uso de equipamentos, sendo recomendado, no término, a realização de uma conferência quantitativa, ou seja, se a quantidade está de acordo com o especificado, sendo preenchido um formulário, conforme modelo abaixo:

CONFERÊNCIA DE QUANTIDADE

Fornecedor Nota Fiscal N.º Data

Código Material Quantidade Contada

Observações

Nome do Conferente Assinatura Data

Logo em após a conferência quantitativa, é necessária realizar a conferência qualitativa, observando a qualidade do produto, se possuí defeitos, se as embalagens estão de acordo com o produto e se o material é o solicitado. Tal providência é para a verificação da existência de materiais avariados ou estragados, ensejando na aceitação ou recusa. Não existindo empecilho, faz-se a regularização da carga, que ensejará o pagamento do fornecedor e a estocagem do material.

Segurança no Transporte e Arrumação de Mercadorias É importante que o transportador tenha cuidado com os produtos transportados, sendo que

tais cuidados se iniciam na forma de condução do veículo, passando pelo processo de descarga ou carregamento. Outro fator relevante é a higiene no transporte, em todas as fases, já que o produto pode ser contaminado e, conseqüentemente, recusado.

Nos casos de carga e descarga de produtos alimentícios, a falta de higiene é danosa à saúde, podendo provocar intoxicação alimentar e outros problemas de saúde, se ingeridos. É importante ainda, ficar atento à temperatura dos produtos que estão sendo transportados, observando se há exposição ao sol e as condições das embalagens.

Alguns itens que devem ser considerados para a segurança na movimentação das cargas:

• Receba o máximo possível em unidades de carga paletizadas;

• A movimentação manual deve ser reduzida;

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• Nunca empilhe nada diretamente sobre o piso do armazém;

• Os equipamentos de movimentação devem ser mantidos em condições de operação;

• O peso das embalagens movimentadas manualmente não deve ser maior do que 20 Kg;

• Elimine ou reduza as improvisações nas suas atividades;

• Os equipamentos não devem trabalhar acima de sua carga máxima.

É importante lembrar que muitos terminais e armazéns usam tecnologias do tipo Comunicação de Dados por Radiofreqüência (RFDC) para evitar acidentes na movimentação de cargas e, obviamente, para aumentar a produtividade da operação de carga, descarga e armazenamento.

Coleta de Mercadorias É a saída da carga do armazém para ser distribuída aos clientes, ocorrendo o inverso do

processo de entrega. Quando um pedido é recebido no armazém, a mercadoria é localizada e levada para a área de preparação onde os pedidos serão agrupados por cliente.

Os pedidos devem ser conferidos. Esse procedimento é importante para que não ocorra erro e complicações na entrega, gerando ônus com o retorno da mercadoria, além da insatisfação do cliente. Observe que as cargas primeiramente embarcadas são as que sairão por último!

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9. NOÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E EMBALAGEM

Apresentaremos neste item, a importância da movimentação, acondicionamento e embalagem de mercadorias para que o produto chegue ao cliente sem avarias, sem extravios e dentro dos prazos estabelecidos, tratando de assuntos como:

• Identificação dos vários processos e métodos de recepção, manipulação, armazenamento e despacho de cargas.

• Noções de controle na movimentação de cargas.

• Funções da embalagem para a movimentação de cargas.

Buscando facilitar o entendimento do assunto aqui tratado, há que se definir alguns termos comumente citados no que se refere à carga:

- Movimentação de carga é toda operação de mudança de um produto de um lugar para o outro.

- Acondicionamento é o sistema de contenção de produtos (embalados ou não) durante a armazenagem, movimentação e transporte, com o objetivo de facilitar essas operações.

- Embalagem é o elemento ou conjunto de elementos destinados a envolver, conter e proteger produtos durante sua movimentação, transporte, armazenagem, comercialização e consumo.

Atividades Envolvidas na Movimentação de Cargas As atividades de um armazém são: recepção, armazenagem, despacho, consolidação,

combinação de cargas, transferências e estocagem em trânsito.

Distribuição ou entrega de mercadorias aos clientes - normalmente os veículos servem a vá-rios destinos partindo de um único ponto (ex: o armazém ou centro de distribuição), utilizando veículos de menor porte.

Transferência - usam-se veículos de maior porte, com carga uniforme e com maior velocidade.

Tipos de Movimentação de Mercadorias Pode ser realizada de três maneiras: manual, com equipamentos não motorizados e com

equipamentos motorizados ou elétricos.

O melhor método de movimentação está necessariamente ligado às características dos materiais a serem transportados, como seu peso, tamanho, fragilidade, estado físico, nível de periculosidade, grau de perecibilidade e os movimentos a serem efetuados. Abaixo relacionados equipamentos mecanizados para o manuseio de carga:

Equipamento Descrição

Transelevador Estrutura móvel para suporte de elevação. Eleva o operador à mesma altura do palete. É útil para empilhamento de paletes em ambos os lados de estantes, em corredores estreitos de até 12 metros de altura.

Carro de alcance Opera em passagens estreitas, armazenando e retirando paletes em estantes.

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Carro de tração De marcha unicamente para frente, com operador a bordo, e movimento independente, é usado para puxar vagonetas ou carros por longas distâncias.

Carro de quatro rodas

Balanceado, é facilmente manobrável, mesmo com cargas longas ou volumosas, pois seu equilíbrio está localizado nas rodas centrais e em duas rodas menores com dispositivos giratórios.

Carro motorizado

Transporte para cargas pesadas. Excelente para longas distâncias.

Movimentação de Mercadorias em um Armazém Em um armazém, há diversas atividades que devem ser desenvolvidas para que o produto

seja armazenado, movimentado, entregue e coletado pelo transportador. Existe uma seqüência de atividades, ou seja:

1) Recebimento.

2) Estocagem.

3) Movimentação e estocagem em processo.

4) Embalagem.

5) Armazenagem.

6) Expedição.

Inserida nestas atividades há a conferência das mercadorias na entrega e na coleta, movimentação interna das mercadorias e processos de preparação de pedidos.

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10. TARIFAS E CUSTOS DE TRANSPORTE

10.1 Custos de Transportes O exercício da atividade de transporte rodoviário de carga está relacionado diretamente ao

preço final do produto, sendo necessário conhecer a composição das tarifas, aqui apresentada, com a seguinte finalidade:

•Definir e classificar os tipos de custos existentes da produção de um bem ou serviço. •Apresentar os principais custos existentes na execução do serviço de transporte rodoviário de carga. •Apresentar os principais elementos na composição dos custos do serviço de transporte rodoviário de cargas. Atualmente, todo segmento comercial busca a redução de custo no fornecimento de

produtos e serviços, tornando-se assim mais competitivos.

Definição de Custos Conhecer todos os gastos que envolvem a sua atividade é importante para a administração

do “caixa”, principalmente aqueles que dizem respeito à produção do bem ou prestação de serviço. Os gastos relacionados com a atividade de transporte de cargas são conhecidos como custos, e determiná-los com precisão é de fundamental para a lucratividade.

Classificação dos Custos

Custos Totais

O custo total é a soma de todos os custos que surgem na produção de um bem ou serviço.

O custo total (CT) divide-se em dois componentes: custos totais fixos e custos totais variáveis, isto é: CT = F + CV

Onde F representa a parcela dos custos fixos e CV a parcela dos custos variáveis.

Custos Fixos

São definidos como custos que existem independentemente da quantidade do serviço oferecido, ou seja, custos não podem ser reduzidos mesmo que o transportador autônomo pare de fornecer seu serviço.

Partindo do entendimento de custo fixo, podemos definir custo fixo médio (F), como sendo a divisão entre o custo fixo (F) e a quantidade de produto ou serviço fornecido pela empresa (Q), ou seja: F=F/Q

A variável Q pode ser entendida como o volume transportado (em toneladas ou quilogramas ou número de itens), em um determinado período de tempo.

Concluímos que quanto mais se produz menor será o seu custo fixo médio.

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Exemplo de custos fixos no transporte rodoviário de cargas temos (caso do transportador autônomo):

•Seguro do veículo;

•Pagamento de empréstimo para a compra do veículo;

•Licenciamento e IPVA.

Custos Variáveis

São os custos que decorrem da utilização de insumos que variam de acordo com a produtividade, ou seja, na produção de um determinado bem ou serviço existem alguns elementos que compõem essa produção que serão mais (menos) consumidos à medida que se produzir mais (menos).

Os custos variáveis médios (CV) são definidos como:

CV = CV Q

No transporte rodoviário de cargas podemos citar como custos variáveis:

•Combustível;

• Pagamento de pedágios;

• Pneus; e

• Óleos lubrificantes.

Outros Conceitos de Custos

Custo Direto

O custo direto é qualquer custo que pode ser relacionado diretamente com aquilo que é produzido, seja uma mercadoria, um serviço, um departamento, um centro de distribuição ou uma linha de ônibus.

Custo Indireto

Analogamente, o custo indireto é qualquer custo que não pode ser relacionado diretamente com o que é produzido pelo negócio.

A importância dos direcionadores de custos de transporte Os custos normalmente relacionam-se com diversos direcionadores (fatores que causam

custos), porém, por vezes, um fator tem mais importância que os outros no cálculo do custo de determinada atividade.

No transporte rodoviário de cargas o custo está relacionado com a distância de movimentação das cargas (distância percorrida entre o ponto de origem e o ponto de destino das cargas), e com o tempo de viagem.

Neste caso, os direcionadores de custos são: a) distância de movimentação das cargas; e b) tempo de viagem. Deduzimos que maiores as distâncias percorridas e o tempo da viagem, mais elevado será o custo do transporte, consequentemente, mais caro será o frete.

Observe que as despesas com o combustível e pneus são relacionadas com a distância percorrida, enquanto as despesas com salários (motorista e ajudantes) estão relacionadas com o tempo de viagem, considerando estes remunerados de acordo com o que produzem.

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Podemos afirmar que custos variáveis no transporte rodoviário de cargas são os influenciados pela distância percorrida (quilometragem percorrida), e são fixos aqueles que não variam.

Conhecendo quais são os custos variáveis e quais são os custos fixos poderemos calcular o custo total, pois como foi visto no início o custo total CT é calculado assim:

CT = F + CV

Sabedor do custo total, relacionando essa informação com a distância, será possível determinar o quanto custa cada quilometro rodado, utilizando: Custo (km) = CT/Km Onde CT é o custo total e Km é a quantidade de quilômetros rodados em um determinado período.

Entender os custos de uma atividade econômica é necessário para estabelecer a lucratividade do negócio e honrar os compromissos firmados com os clientes. Para tanto, a realização de apontamentos para acompanhar e controlar os custos, é de suma importância.

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10.2 Tarifas de Transportes O desenvolvimento deste tópico está relacionado com os principais conceitos relativos ao

frete, formas de negociação e o contrato que formaliza a negociação, apresentando os seguintes assuntos:

•Os principais agentes envolvidos na negociação do frete. •Variáveis importantes para a definição dos preços de tarifas. •Contrato de serviços de transporte de carga.

Primeiramente faremos algumas definições com relação aos principais envolvidos no frete: o

embarcador e o transportador.

Denomina-se “embarcador” a empresa que pretende vender seus produtos e, necessita do transporte para que a carga seja entregue no seu destino.

“Transportador” é o trabalhador autônomo ou a empresa que prestará o serviço de transporte para o embarcador. O transportador é o responsável pela execução do serviço de transporte.

Para cada um o frete tem um significado diferente:

a) Ponto de vista do transportador: o frete é a remuneração pelo serviço.

b) Ponto de vista do embarcador: o frete é o valor que a pagar pelo serviço.

O preço a ser cobrado pelo serviço de transporte pode ser definido de três formas:

• Frete determinado pelo custo: cálculo dos custos esperados do transporte acrescido de margem de lucro.

• Frete determinado pelo consumidor: consideração do valor que o cliente está disposto a pagar pelo serviço de transporte. Um frete muito alto fará com que o embarcador aumente o preço dos seus produtos.

•Frete determinado pela concorrência: levantamento dos fretes cobrados pelos concorrentes, até mesmo aqueles que atuam em outro modo de transporte, como o caso dos transportadores ferroviários ou aquaviários.

Fatores que influenciam no valor do frete Deve-se considerar todos os custos envolvidos em uma operação de transporte de cargas,

para não correr o risco de cobrar um frete que não cubra os custos da empresa ou o veículo de transporte.

Diversos são os fatores que interferem no valor do frete, desde o tipo de veículo utilizado na execução do serviço, até forças externas que independem da vontade do transportador.

Contrato de transporte de cargas O Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga – CTRC é o documento que comprova a

contratação do transportador pelo embarcador com o objetivo de realizar o serviço de transporte rodoviário de cargas. É emitido pelo transportador e representa que as mercadorias estão sob sua responsabilidade para a realização de sua entrega, conforme descrito no conhecimento.

O CTRC apresenta as condições do contrato e as informações necessárias para a execução do serviço de transporte, possuindo as cláusulas de responsabilidade pela realização do serviço de transporte.

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O conhecimento está dividido da seguinte forma:

• Área 1: Expedidor, Remetente ou Embarcador, Consignatário ou à ordem, Destinatário, competência, prazo aproximado de transporte, nota fiscal e outras cláusulas (área superior a esquerda).

• Área 2: Localidade de origem, descrição do serviço de transporte, localidade de destino (área superior à direita).

• Área 3: Marcas e número, número de volumes, descrição das mercadorias, peso bruto ou volume e valor da mercadoria (área central).

• Área 4: Forma de pagamento de frete, campos para carimbo de negociável ou não negociável, frete, GRIS, pedágio, assinaturas e observações.

Na Área 1 do conhecimento se faz referência a: destinatário e consignatário. O Destinatário é a pessoa física ou jurídica para quem é enviada a carga, e o consignatário é a pessoa física ou jurídica autorizada pelo destinatário a receber a carga. Na Área 2 têm-se informações sobre o serviço que será prestado pelo transportador, informando a origem e o destino da carga.

Na Área 4 estão contidas as informações sobre a carga para controle do transportador como também do agente que receber a carga. Na Área 5 constam informações dos elementos quem compõem o valor do frete, que são desde impostos e taxas (ICMS e pedágio) a valores adicionados pelo risco de transporte da carga (GRIS).

O CTRC será emitido em três vias, assinadas pelo remetente e pelo transportador.

1) A primeira via será entregue ao remetente.

2) A segunda acompanhará as mercadorias.

3) A terceira ficará em poder do transportador.

Se necessário for, poderão ser emitidas cópias do CTRC para cumprir outras disposições legais como, por exemplo, para o controle do ICMS.

Para os envolvidos no serviço de transporte rodoviário de carga, tão importante quanto negociar o valor do frete é se garantir que o acordado será cumprido, o CTRC é o documento firmado entre o transportador e embarcador, para o cumprimento dessas obrigações.

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MÓDULO IV

Qualidade na

prestação dos

serviços de

transporte de

cargas

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11. A QUALIDADE NO TRANSPORTE DE CARGA

11.1 Qualidade na Prestação de Serviços

Aqui estudaremos a importância da prestação de um serviço diferenciado, tratando de temas como:

•Qualidade •Produto, serviço e qualidade; •Atendimento ao cliente com qualidade.

Qualidade Segundo MARINHO (2006), “A qualidade é o mínimo que o cliente espera de qualquer

produto ou serviço. Pode-se considerar que qualidade é uma das mais importantes ferramentas para conquistar consumidores, competitividade e produtividade, dando sustentação às empresas bem como a todo sistema econômico de um país”.

A qualidade para o cliente está relacionada com a satisfação que o produto ou serviço oferece, atualmente uma série de fatores a compõem, como por exemplo, prazo, pontu-alidade na entrega, condições de pagamento, atendimento pré-venda e pós-venda, flexibilidade, entre outros.

Diferença entre produto e serviço Existem diversas definições sobre serviços e produtos. Resumidamente, abaixo apresentamos

características específicas a cada um:

PRODUTOS SERVIÇOS

Tangíveis (materiais) Intangíveis (não materiais)

Podem ser estocados Não podem ser estocados

Podem ser transportados Não podem ser transportados

Produzidos antecipadamente Serviço e consumo são simultâneos

Baixo contato com o cliente Alto contato com o cliente

Qualidade nos bens é visível Qualidade no consumo do bem

Produto Segundo o dicionário Aurélio (1993) é o “conjunto de bens resultantes da atividade

produtiva”, ou seja, é o resultado concreto da atividade humana, do trabalho.

Serviço

Para MARINHO (2006), o serviço é algo não palpável, não material. É a atividade que normalmente acontece entre alguém que fornece o serviço (uma empresa ou um funcionário) e alguém que precisa.

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Qualidade no atendimento ao cliente O cliente sempre busca profissionais ou empresas para suprir as suas necessidade, tratando-

se de transporte, é grande o número de empresas que estão no mercado oferecendo produtos e prestando serviços com qualidade aparentemente equivalentes, lembrando ainda, que a escolha é por empresas que podem atender às necessidades a partir de aspectos, como: oferta de produto de qualidade, pontualidade na entrega, segurança no transporte, compromisso, responsabilidade social, etc.

Buscando a satisfação do cliente é importante assegurar:

•Certeza da entrega, certificando a idoneidade da empresa;

•Pontualidade, reforçando a imagem de organização do serviço prestado;

•Integridade do produto, evitando danos ou extravios;

•Recebimento do pedido completo, sem erros;

•Ausência de acidentes com veículo e/ou carga;

•Ausência de riscos de dano ao Meio Ambiente.

Idoneidade Segundo Minidicionário Aurélio, idoneidade designa aqueles que apresentam a qualidade

de possuírem aptidão, capacidade, competência. Dessa forma podemos entender que empresa idônea é aquela apta, que possui capacidade e competência para fornecer o serviço ou produto conforme acordado.

“A primeira impressão é a que fica!”

O transporte no Brasil é um dos segmentos mais importantes da economia, muitas em-presas e profissionais estão buscando garantir seu espaço. Por isso, a importância da responsabilidade no atendimento de qualidade e prazos, que devem ser garantidos e cumpridos.

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11.2 Como prestar um serviço com qualidade

Este título remete a preocupação constante no que refere a oferta de serviço de qualidade ao cliente, para tanto serão abordados os seguintes temas:

•Prioridades na prestação de serviços. •Qualidade na operação em terminais e armazéns de mercadorias. •Qualidade na movimentação, acondicionamento e embalagem. •Situações críticas na prestação de serviços para poder solucioná-las.

Prioridades na prestação de serviços Vale ressaltar algumas circunstâncias que levam a perda do cliente, dentre as quais

destacamos:

•Morte ou mudança de endereço;

•Novos hábitos de consumo;

•Preço elevado do produto ou serviço; e

•Desapontamento com a qualidade dos produtos.

Cerca de 70% dos clientes dizem estar insatisfeitos com o fornecedor, ou seja, a má qualidade do serviço prestado.

Dados relevantes:

49% dos clientes trocam de empresa em razão do atendimento de baixa qualidade.

21% trocam de empresa pela falta de atenção.

15% trocam de empresa por causa do preço ou qualidade do produto.

Fonte: SAIANI, Edmour. Loja viva. Ed. Senac Rio, 2001.

Diante dos dados acima, se a empresa não presta um bom serviço ou não entrega ao cliente o produto de acordo como o esperado, este cliente escolherá outra empresa quando precisar. Concluímos que a priorização na qualidade de atendimento e na qualidade do produto fornecido é essencial.

Qualidade na operação em terminais e armazéns de mercadorias As desenvolvidas em um terminal de cargas ou armazém estão relacionadas com as tarefas

de movimentação e armazenagem da carga. Para o desempenho destas atividades é importante que sejam executadas com cuidado e atenção, existindo uma integração entre o terminal e os transportadores.

O desembarque envolve atividades de recebimento dos veículos contendo cargas, transbordo para o veículo de transporte interno, transporte interno até a área de armazenagem, transbordo da carga para a área de armazenagem e, por fim, armazenagem enquanto aguardam a requisição para o embarque.

A operação de embarque inicia com a retirada da carga do local de estocagem e com a sua colocação no veículo de transporte interno. Posteriormente, realiza-se o transporte até a área onde será dado início à operação de embarque no veículo que realizará o transporte da carga até o destino final ou para algum outro terminal.

Qualidade na movimentação, acondicionamento e embalagem

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Cada tipo de produto deve ter uma embalagem que se adapte melhor, observando como vai ser transportado e os danos que pode sofrer. Se a embalagem não foi corretamente projetada, podemos ter a qualidade do produto comprometida e por conseqüência, o serviço de transporte.

Manuseio e Movimentação de Cargas Esta atividade está associada com a manutenção de estoques e diz respeito à movimentação

do produto ou das cargas no local de estocagem. São problemas importantes: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento de carga.

Acondicionamento, Embalagem e Proteção A embalagem deve garantir movimentações sem danos, e deve ter dimensões adequadas de

empacotamento que possibilitem o manuseio ergonômico, além de aperfeiçoar a utilização de espaço, melhorando a distribuição das cargas na armazenagem e no transporte.

As situações críticas na prestação de serviços Pode acontecer circunstâncias que o serviço não estará de acordo com as expectativas do

cliente, como por exemplo falhas com o produto, atrasos no prazo de entrega devido ao trânsito ou problemas relacionados ao deslocamento nas vias de transporte.

Primeiramente não se deixe levar pela emoção do cliente, o qual pode ter razões para estar insatisfeito, nervoso e estressado. Tentar discutir ou justificar-se neste momento pode dificultar a comunicação, procure colocar-se no lugar do cliente, saber se ele está com raiva, se está parecendo perdido, desorientado, sentindo-se lesado, só assim, saberá como tratá-lo.

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