Curso MAT442 - EDP 442/2015-II/slides/Aula 5 e 6 - MA… · Xn k=1 a2 k + b 2 k 1 L Z L L jf...

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Curso MAT442 - EDP Anderson Luis Albuquerque de Araujo Universidade Federal de Vi¸cosa UFV 6 de abril de 2015

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Curso MAT442 - EDP

Anderson Luis Albuquerque de Araujo

Universidade Federal de VicosaUFV

6 de abril de 2015

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Parte I

Convergencia das series de Fourier

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Convergencia Pontual da serie de Fourier

Enunciamos agora um resultado sobre a convergencia da serie deFourier no ponto x .

Teorema(Teste de Dini). Seja f : R→ R uma funcao periodica de perıodo2L e `1 em [−L, L]. Fixado x, em [−L, L], suponha que f (x + 0) ef(x - 0) existam e que exista η > 0 tal que∫ η

0

∣∣∣∣g(x , t)

t

∣∣∣∣ dt <∞. (1)

Entao en(x)→ 0, ou seja, sn(x)→ [f (x + 0) + f (x − 0)]/2,quando n→∞.

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Convergencia Pontual da serie de FourierDemonstracao do teste de Dini. Primeiramente, decompomosen(x) em duas partes:

en(x) =

∫ δ

0tDn(t)

g(x , t)

tdt +

∫ L

δsen

[(n +

1

2

)πt

L

]g(x , t)

2Lsenπt2L

dt.

A primeira integral sera feita pequena tomando-se δconvenientemente pequeno e usando (1). Quanto a segundaintegral, usaremos o lema de Riemann-Lebesgue. Vejamos osdetalhes: como

|tDn(t)| ≤ t

2Lsenπt2L

(2)

e como a funcao no segundo membro de (2) e contınua e crescenteem [0, L], obtemos a estimativa

|tDn(t)| ≤ 1

2, para t ∈ [0, L].

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Convergencia Pontual da serie de Fourier

Logo, dado ε > 0, tome δ < minL, η, tal que∣∣∣∣∫ δ

0tDn(t)

g(x , t)

tdt

∣∣∣∣ ≤ 1

2

∫ δ

0

∣∣∣∣g(x , t)

t

∣∣∣∣ dt <ε

2,

o que e possıvel pela Hipotese (1). Agora com esse δ fixado, olhe asegunda integral. Para aplicar o lema Riemann-Lebesgue, bastaverificar se a funcao

h(t) =g(x , t)

2Lsenπt2L

, t ∈ [δ, L]

e integravel. Mas isso e imediato porque o denominador nunca seanula em [δ, L] e g e integravel. Logo, para n suficientementegrande ∣∣∣∣∫ L

δsen

[(n +

1

2)πt

L

]g(x , t)

2Lsenπt2L

dt

∣∣∣∣ < ε

2,

e o teste de Dini fica provado.

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Convergencia Pontual da serie de FourierO teste de Dini pode ser utilizado para obter condicoes suficientespara convergencia da serie de Fourier, condicoes que sejam maisfacilmente verificaveis.Aplicacao 1: Suponha que f seja Holder contınua na vizinhancado ponto x , isto e, que existam constantes α > 0, δ > 0 e K > 0tais que

|f (t)− f (s)| ≤ K |t − s|α

para t, s ∈ [x − δ, x + δ]. Da desigualdade anterior, temos que f econtınua em x , e, portanto, f (x + 0) = f (x − 0) = f (x). Issojuntamente com a ultima desigualdade implica

|g(x , t)| ≤ |f (x + t)− f (x)|+ |f (x − t)− f (x)| ≤ 2K |t|α.

Logo, ∫ δ

0|g(x , t)

t|dt ≤ 2K

∫ δ

0tα−1dt <∞,

e assim mostramos que a condicao (1) do Teste de Dini se verifica.

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Desigualdade de BesselMostremos inicialmente que as reduzidas sn(x) da serie de Fourierde uma funcao f de quadrado integravel sao os polinomiostrigonometricos que melhor aproximam f em media quadratica.Mais precisamente, considere um polinomio trigonometrico deordem n:

tn(x) =c0

2+

n∑k=1

(ck cos

kπ x

L+ dksen

kπ x

L

),

e sejam

en =

∫ L

−L|sn(x)− f (x)|2ds

e

en =

∫ L

−L|tn(x)− f (x)|2ds.

Entao, podemos provar que

en ≤ en. (3)

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Desigualdade de BesselNa demonstracao de (3) usamos relacoes de ortogonalidade dasfuncoes trigonometricas. Usano as expressoes dos coeficientes deFourier, otemos

en =L

2c2

0 + Ln∑

k=1

(c2k + d2

k

)+

+

∫ L

−L|f (x)|2dx − La0c0 − 2L

n∑k=1

(akck + bkdk) .

Completando quadrados temos

en =L

2(c0 − a0)2 − La2

0

2+ L

n∑k=1

(ck − dk)2 +

+Ln∑

k=1

(dk − bk)2 +

∫ L

−L|f (x)|2dx − L

n∑k=1

(a2k + b2

k

).

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Desigualdade de BesselAgora e so notar que o menor valor de en sera obtido quandoc0 = a0, ck = ak , dk = bk para k = 1, 2, . . . , n. Neste caso, temosque en coincide com en. Logo, em geral en ≤ en.Para provarmos a desigualdade de Bessel

a20

2+∞∑k=1

(a2k + b2

k

)≤ 1

L

∫ L

−L|f (x)|2dx , (4)

observemos que 0 ≤ en, para qualquer escolha dos coeficientes ck edk . Portanto, para ck = ak e dk = bk temos

0 ≤ en =

∫ L

−L|f (x)|2dx − L

a20

2− L

n∑k=1

(a2k + b2

k

), (5)

e daı,a2

0

2+

n∑k=1

(a2k + b2

k

)≤ 1

L

∫ L

−L|f (x)|2dx .

Como a desigualdade vale para todo n, segue (4).

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Desigualdade de Bessel

Consideremos uma funcao f : R→ R seccionalmente contınua e2L-periodica. Representemos por sn(x) a reduzida de ordem n

sn(x) =a0

2+

n∑k=1

(ak cos

kπ x

L+ bksen

kπ x

L

),

e por σn+1, a media aritmetica de so , s1, ..., sn:

σn+1(x) =1

n + 1(s0 + ...+ sn).

Ja vimos anteriormente que

sn(x) =

∫ L

−LDn(x − y)f (y)dy ,

onde

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Desigualdade de Bessel

Dn(x) =1

2L

sen(n + 12 )πxL

senπx2L

, (6)

para n 6= 0,±2π,±4π, .... Logo,

σn+1(x) =

∫ L

−LFn(x − y)f (y)dy , (7)

onde

Fn+1(x) =1

n + 1

n∑k=0

Dk(x),

que e chamdo nucleo de Fejer.

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Desigualdade de Bessel

Teorema (Teorema de Fejer)

Seja f : R→ R uma funcao seccionalmente contınua, 2L-periodica.Entao,

i) para cada x,

limσ(x) =1

2[f (x + 0) + f (x − 0)],

ii) a sucessao (σn) converge uniformemente para f emtodo intervalo fechado I que nao contenha pontos dedescontinuidade de f .

Demonstracao: Exercıcio.

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Identidade de Parseval

Agora provaremos a identidade de Parseval

a20

2+∞∑k=1

(a2k + b2

k

)=

1

L

∫ L

−L|f (x)|2dx . (8)

Notemos que para provar a identidade de Parseval, e suficientemostrar que

limn→∞

en = 0, (9)

ou seja, mostraremos que

limn→∞

∫ L

−L|sn(x)− f (x)|2ds = 0, (10)

para toda funcao quadrado integravel em [−L, L].

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Identidade de Parseval

TeoremaSeja f : R→ R uma funcao 2L-periodica, e de quadrado integravelem [−L, L]. Entao a serie de Fourier da f converge em mediaquadratica para f , ou seja, a relacao (10) e valida.

Demonstracao no caso de f contınua: Pelo teorema de Fejer, asucessao (σn) das medias aritmeticas das reduzidas sn convergeuniformemente para f em [−L, L], i.e.,

max−L≤x≤L

|σn(x)− f (x)| → 0, n→∞.

Como ∫ L

−L|σn(x)− f (x)|2dx ≤ 2L max

−L≤x≤L|σn(x)− f (x)|2,

temos que

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Identidade de Parseval

limn→∞

∫ L

−L|σn(x)− f (x)|2dx = 0. (11)

Por outro lado como σn(x) e um polinomio trigonometrico deordem n, pelo que vimos inicialmente,∫ L

−L|sn(x)− f (x)|2dx ≤

∫ L

−L|σn(x)− f (x)|2dx ,

que junto com (11) prova (10).

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Identidade de Parseval

Demonstracao no caso geral: Podemos mostrar que toda funcaof quadrado integravel pode ser aproximada em media quadraticapor funcoes contınuas ψ. E, alem disso, se f for 2L-periodica,entao ψ tambem sera. Pordedemos a demonstracao do teorema.Dado ε > 0, devemos provar que existe n0 tal que∫ L

−L|sn(x)− f (x)|2dx < ε, (12)

para todo n ≥ n0. Pelo que acabamos de discutir, existeψ : R→ R contınua e 2L-periodica tal que∫ L

−L|ψ(x)− f (x)|2dx <

ε2

4. (13)

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Identidade de ParsevalPor outro lado aplicado a parte do teorema ja demonstrado para ocaso de uma funcao cpontınua, segue-se a existencia de n0, tal quepara n ≥ n0, temos∫ L

−L|ψ(x)− sn(x)|2dx <

ε2

4, (14)

onde sn representa a reduzida de ordem n da serie de Fourier de ψ.Agora, pela desigualdade de Minkowski, tem-se[∫ L

−L|f (x)− sn(x)|2dx

]1/2

≤[∫ L

−L|f (x)− ψ(x)|2dx

]1/2

+

+

[∫ L

−L|ψ(x)− sn(x)|2dx

]1/2

,

e usando (13) e (14),∫ L

−L|f (x)− sn(x)|2dx < ε2 < ε,

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Identidade de Parseval

se ε < 1. Como s e um polinomio trigonometrico de ordem n, peloque ja vimos antes∫ L

−L|f (x)− sn(x)|2dx ≤

∫ L

−L|f (x)− sn(x)|2dx < ε

para n ≥ n0, o que prova o teorema.

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Convergencia Uniforme da serie de Fourier

Nesta secao, estudaremos condicoes suficientes sobre f(2L-periodica) demodo a garantir a convergencia uniforme de suaserie de Fourier. A ideia e aplicar o teste M de Weierstrass. Como

|an cosnπ x

L| ≤ |an|, |bn cos

nπ x

L| ≤ |bn|,

devemos ver em que condicoes a serie nu,erica

∞∑n=1

(|an|+ |bn|) (15)

converge.

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Convergencia Uniforme da serie de Fourier

Para isso, suponhamos que f seja contınua e que a derivadaprimeira seja uma funcao de L2. Entao, usando integracao porpartes concluimo que

an =−L

π nb′n, bn =

−L

π na′n,

onde a′n e b′n designam os coeficientes de Fourier de f ′. Portanto,a reduzida de ordem n de (15) e

n∑k=1

(|ak |+ |bk |) =L

π

n∑k=1

1

k(|a′k |+ |b′k |), (16)

aplicando a desigualdade de Cauchy-Schwarz para vetores do Rn,temos

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Convergencia Uniforme da serie de Fourier

n∑k=1

(|ak |+ |bk |) ≤L

π

(n∑

k=1

1

k2

)1/2( n∑k=1

(|a′k |+ |b′k |)2

)1/2

≤√

2L

π

(n∑

k=1

1

k2

)1/2( n∑k=1

(|a′k |2 + |b′k |2)

)1/2

,

onde usamos que (a + b)2 ≤ 2(a2 + b2).Portanto, (15) e majorada por

≤√

2L

π

( ∞∑k=1

1

k2

)1/2( ∞∑k=1

(|a′k |2 + |b′k |2)

)1/2

,

onde ambas convergem, a segunda convergindo pela desigualdadede Bessel.

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Convergencia Uniforme da serie de Fourier

Resumindo provamos o seguinte teorema.

Teorema (Primeiro teorema sobre convergencia uniforme daserie de Fourier)

Seja f uma funcao 2L-periodica, contınua e com derivada primeirade quadrado integravel. Entao, a serie de Fourier de f convergeuniformemente para f .

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Parte II

A equacao do calor

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A equacao do calor

Neste capıtulo discutiremos alguns problemas envolvendo aequacao de calor a uma dimensao espacial. Primeiramenteestudaremos problemas em um intervalo finito e, depois, na retainteira, o que nos levara naturalmente a introducao datransformada de Fourier.

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Separacao de Variaveis

Neste capıtulo, usaremos um problema envolvendo a equacao docalor para introduzir a ideia basica do metodo de separacao devariaveis o que nos levara, de forma natural as series de Fourier.Usaremos o problema:

µt = α2µxx em (0, l)× (0,∞),µ(0, t) = 0 = µ(l , t), t ≥ 0,µ(x , 0) = f (x), x ∈ [0, l ],

(17)

onde f tem que satisfazer a condicao de compatibilidade

f (0) = 0 = f (l)

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Separacao de Variaveis

Princıpio da Superposicao:

Proposicao

Seja L um operador diferencial parcial linear de ordem k cujoscoeficientes estao definidos em um aberto Ω ⊂ R2. Suponha queum+∞

m=1 e um conjunto de funcoes de classe C k em Ωsatisfazendo a EDP linear homogenea Lum = 0. Entao, seαm+∞

m=1 e uma sequencia de escalares tal que a serie

u(x) =∞∑

m=1

αmum(x)

e convergente e k vezes diferenciavel termo a termo em Ω, entao usatisfaz Lu = 0.

A ideia entao e procurar uma familia de solucoes um+∞m=1 de (17)

tal que todas as solucoes possam ser expressas da forma

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Separacao de Variaveis

µ(x , t) =∞∑n=1

αnun(x , t)

f (x) =∞∑n=1

αnun(x , 0)(18)

Vamos procurar solucoes da forma(Utilizando Separacao deVariaveis):

µ(x , t) = ϕ(x)ψ(t) (19)

Substituindo na EDP:

µt = ϕ2µxx ,

temos

ϕ(x)ψ′(t) = α2ϕ

′′(x)ψ(t).

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Separacao de Variaveis

Dividindo por α2ϕ(x)ψ(t) (onde ϕ e ψ nao se anulam),

ϕ′′

(x)ϕ(x) = 1

α2ψ′(t)

ψ(t)(20)

O lado esquerdo da equacao e uma funcao so de x e quanto o ladodireito depende apenas de t, logo ambos os lados tem que seriguais a uma mesma constante que chamaremos de −λ. Obtemosentao duas EDO’s

−ϕ′′ = λϕ(x),

ψ′

= −α2λψ(t).

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Separacao de VariaveisEstamos procurando solucoesu ∈ C 2((0, l)× (0,+∞)) ∩ C ([0, l ]× [0,+∞]), logo queremos

ϕ ∈ C 2((0, l) ∩ C [0, l ]) e ψ ∈ C 2((0,+∞)) ∩ C ([0,+∞)).

Impondo a condicao de contorno,

ϕ(0)ψ(t) = 0 = ϕ(l)ψ(t), ∀t ≥ 0

e portanto, como nao queremos solucoes indenticamente nulas, ϕ esolucao do problema

ϕ′′

(x) + λϕ(x) = 0, 0 < x < l ,ϕ(0) = 0 = ϕ(l),

(21)

enquanto que ψ e qualquer solucao da EDO

ψ′′

(t) + α2λψ(t) = 0. (22)

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Separacao de Variaveis

Um valor de λ para o qual tem solucao trivial (isto e, que nao eidenticamente nula) e chamado de auto-valor do problema e assolucoes nao trivais correspondentes sao as auto-funcoescorrespondentes ao auto-valor λ.Como estamos procurando solucoes reais e - λ e igual a ambos oslados da equacao, e claro que so nos interessam os casos em queλ ∈ R . Mas de fato os auto-valores do problema sao sempre reaise positivos. Para provar isso, vamos adimitir por um instantesolucoes complexas e vamos introduzir um porduto interno noespaco CC([0, l ]), de todas as funcoes contınuas [0, l ]→ C : sef , g ∈ CC([0, l ]), definimos

(f |g) =

∫ 1

0f (x)g(x)dx , (23)

onde g(x) e o complexo conjugado de g(x), x ∈ [0, l ].

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Separacao de Variaveis

Proposicao

definido por 23 e um produto inteno em CC([0, l ]), isto e, satisfazas seguintes propriedades:

1. (f |f ) ≥ 0, ∀f ∈ CC([0, l ]);

2. (f |f ) = 0⇐⇒ f = 0;

3. (αf + g |h) = α(f |h) + (g |h),∀f , g , h ∈ CC(0, l), ∀α ∈ C;

4. (f |g) = (g |f ),∀f , g ∈ CC([0, l ]).

A demonstracao da proposicao e muito simples: basta escrever oproduto interno como uma integral e usar as propriedadeselementares da integral de funcoes contınuas.

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Separacao de VariaveisVoltando ao problema (18), se λ ∈ C e um auto-valor e ϕ umaauto-funcao associada, ϕ ∈ C 2

C((0, l)) ∩ CC([0, l ]), note que, comoϕ′′

= −λϕ, existem os limites

limx→0+

ϕ′′

(x) = −λ limx→0+

ϕ(x) = −λϕ(0) = 0, limx→1−

ϕ′′

(l) = −λ limx→1−

ϕ(x) = −λϕ(l) = 0;

por outro lado, como ϕ e contınua no intervalo fechado,

λ

∫ x

0ϕ(y)dy = lim

a→0+

∫ x

aϕ′′

(y)dy = lima→0+

[ϕ′(x)− ϕ′(a)],

λ

∫ 1

xϕ(y)dy = lim

b→l−

∫ b

xϕ′′

(y)dy = limb→l−

[ϕ′(b)− ϕ′(x)],

logo existem os limites

lima→0+

ϕ′(a), lim

b→l−ϕ′(b).

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Separacao de VariaveisEssas propriedades nos permitem integrar as funcoes ϕ

′′e ϕ

′no

intervalo [0, l ]. Usando a EDP e integrando por partes, obtemos:

λ(ϕ|ϕ) = (λϕ|ϕ) = (−ϕ′′ |ϕ) = −∫ 1

0ϕ′′

(x)ϕ(x)dx

= − lim(a→0+)→(b→l−)

∫ b

aϕ′′

(x)ϕ(x)dx

= − lim(a→0+)→(b→l−)

[ϕ′(x)ϕ(x)

∣∣∣ba − ∫ b

aϕ′(x)ϕ(x)dx

]= − lim

(a→0+)→(b→l−)

[ϕ′(b)ϕ(b)− ϕ′(a)ϕ(a)

]+

∫ 1

0|ϕ′(x)|2dx

= (ϕ′ |ϕ′) > 0

pois a unica solucao constante do problema e ϕ ≡ 0, logo, como(ϕ|ϕ) > 0, λ > 0. E interessante notar tambem que se ϕ1 e ϕ2

sao auto-funcoes correspondente a auto-valores distintos λ1 e λ2

entao ϕ1 e ϕ2 sao ortogonais em relacao ao produto interno (18),isto e, (ϕ1|ϕ2) = 0: de fato, tomando limites como acima, vemosque podemos integrar por partes duas vezes para obter

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Separacao de Variaveis

λ1(ϕ1|ϕ2) = (λ1ϕ1|ϕ2) = (ϕ′′1 |ϕ2)

= −∫ 1

0ϕ′′1(x)ϕ2(x)dx

=

∫ 1

0ϕ′1(x)ϕ

′2(x)dx

= −∫ 1

0ϕ1(x)ϕ

′′2(x)dx

= (ϕ1|ϕ′′2)

= (ϕ1|λ2ϕ2) = λ2(ϕ1|ϕ2)

logo, como λ1 6= λ2, (ϕ1|ϕ2) = 0. Logo, impondo condcoes depositividade temos que a solucao geral da EDO (21) e:

ϕ(x) = a cos(√λx) + b sin(

√λl)

onde a, b ∈ R sao arbitrarios.

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Separacao de Variaveis

Impondo as condicoes de contorno,

ϕ(0) = a = 0

ϕ(l) = b sin(√λl) = 0.

como ϕ 6= 0, b 6= 0 e sin(√λl) = 0, logo

√λl = nπ para algum

n ∈ Z, n 6= 0, e portanto

√λl = nπ

(√λ)2 = (nπl )2

λ = (n2π2

l2), n ∈ N

onde λ sao os auto-valores de

ϕ′′

(x) + λϕ(x) = 0, 0 < x < lϕ(0) = 0 = ϕ(l)

e ϕ(x) = b sin(nπxl ), x ∈ [0, l ] as auto funcoes associadas.

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Separacao de Variaveis

Vamos agora resolver a equacao (22):

ψ(t) = ke−α2λt ,k e constante

λ = n2π2

l2, entao

ψ(t) = e(−α2n2π2tl2

).

Voltando a EDP:

un(x , t) = b sin (nπxl )exp(−α2n2π2tl2

)x ∈ [0, l ], t ≥ 0, n ∈ N.

Formalmente, ou seja, sem levar em consideracao a convergenciada serie, pelo Princıpio da Superposicao

µ(x , t) =∞∑n=1

bn sin (nπx

l)exp(

−α2n2π2t

l2), x ∈ [0, l ], t ≥ 0

sera solucao de

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Separacao de Variaveis

µt = α2µxx em (0, l)× (0,+∞),µ(0, t) = 0 = µ(l , t), t ≥ 0.

Procuramos solucao da equacao

µt = α2µxx em (0, l)× (0,+∞),µ(0, t) = 0 = µ(l , t), t ≥ 0.µ(x , 0) = f (x), x ∈ [0, l ],

supondo a condicao inicial

f (0) = 0 = f (l)

entao

f (x) =∞∑n=1

bn sin(nπx

l), x ∈ [0, l ].