Curso Informatica Aplicada a Educacao.pdf

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    Informtica Aplicada a

    Educao

    Carga horria: 60hs

  • Contedo

  • UNIDADE 1 Histrico da informtica educativa no Brasil 11

    UNIDADE 2 O uso do computador na escola como recurso pedaggico 37

    UNIDADE 3 A importncia da capacitao e do papel do funcionrio da educao 61

    UNIDADE 4 O uso da internet na educao 71

    REFERNCIAS 83

  • 1 Histrico da informtica educativa no Brasil

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    Vamos comear esta unidade

    com um breve histrico de como

    se deu o incio da informtica na

    educao aqui em nosso pas.

    O Brasil deu os primeiros passos,

    no caminho da informtica edu-

    cativa, em 1971, de acordo com

    o livro Projeto Educom, quando,

    pela primeira vez, se discutiu o

    uso de computadores no ensino

    de fsica (USP de So Carlos),

    em seminrio promovido em co-

    laborao com a Universidade

    de Dartmouth/EUA. As entida-

    des responsveis pelas primeiras investigaes sobre o uso

    de computadores na educao brasileira foram: Universidade

    Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual de

    Campinas (Unicamp) e Universidade Federal do Rio Grande

    do Sul (UFRGS). Os registros indicam a Universidade Federal do Rio de Janei-

    ro como instituio pioneira na utilizao do computador em

    atividades acadmicas, por meio do Departamento de Clcu-

    lo Cientfico, criado em 1966, que deu origem ao Ncleo de

    Computao Eletrnica (NCE). Nessa poca, o computador

    era utilizado como objeto de estudo e pesquisa, propiciando

    uma disciplina voltada para o ensino de informtica. A partir de 1973, o Ncleo de Tecnologia Educacional para

    a Sade (Nutes) e o Centro Latino-Americano de Tecnologia

    Educacional (Clates), dessa mesma universidade, iniciaram,

    no contexto acadmico, o uso da informtica como tecnologia

    educacional voltada para a avaliao formativa e somativa de

    alunos da disciplina de qumica, utilizando-a para o desenvol-

    vimento de simulaes. Ainda em 1973, surgiram as primeiras iniciativas na UFRGS,

    O teletipo um sistema de transmisso de textos, via telgrafo, por meio de um teclado que permite a emisso, a recepo e a impresso da mensagem. Ele foi inventado em 1910 e permitiu o envio de mensagens a distncia utilizando o cdigo Baudot, criado por mile Baudot em 1874.

    sustentadas por diferentes bases tericas e linhas de ao.

    Segundo o livro Projeto Educom, o primeiro estudo utilizava

    terminais de teletipo e display (que eram telas de computa-

    dores bem diferentes das que temos hoje) num experimento

    simulado de fsica para alunos do curso de graduao. Desta-

    cava-se tambm o software Siscai, desenvolvido pelo Centro

    de Processamento de Dados (CPD), voltado para a avaliao

    de alunos de ps-graduao em Educao.

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    Essas e outras experincias foram realizadas at 1980, utili-

    zando equipamentos de grande porte. Nessa poca, o compu-

    tador era visto como recurso auxiliar do professor no ensino

    e na avaliao, enfocando a dimenso cognitiva e afetiva, ao

    analisar atitudes e diferentes graus de ansiedade dos alunos

    em processos interativos com o computador. Em 1975, um grupo de pesquisadores da Universidade de

    Campinas (Unicamp), coordenado pelo professor Ubiratan

    dAmbrsio, do Instituto de Matemtica, Estatstica e Cincias

    da Computao, escreveu o documento Introduo de Com-

    putadores nas Escolas de 2o Grau, financiado pelo acordo do

    Ministrio da Educao (MEC) com o Banco Interamericano de

    Desenvolvimento (BID), mediante convnio com o Programa

    de Reformulao do Ensino (Premen)MEC, existente na poca. Em julho de 1975 e no ano seguinte, a Unicamp recebeu a

    visita de Seymour Papert e Marvin Minsky, renomados cientis-

    tas criadores de uma nova perspectiva em inteligncia artifi-

    cial, para aes de cooperao tcnica. Em fevereiro e maro

    de 1976, um grupo de pesquisadores da Unicamp visitou o

    MEDIA-Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts nos

    Estados Unidos MIT/EUA, cujo retorno permitiu a criao de

    um grupo interdisciplinar envolvendo especialistas das reas

    de computao, lingstica e psicologia educacional, dando

    origem s primeiras investigaes sobre o uso de computado-

    A inteligncia artificial (IA) uma rea de pesquisa da cincia da computao dedicada a buscar mtodos ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a capacidade humana de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente.

    res na educao, utilizando uma linguagem de programao

    chamada Logo. A partir de 1977, o projeto passou a envolver crianas sob a

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    coordenao de dois mestrandos em computao. No incio

    de 1983, foi institudo o Ncleo Interdisciplinar de Informtica

    Aplicada Educao (Nied) da Unicamp, j com o apoio do

    MEC, tendo o Projeto Logo como o referencial maior de sua

    pesquisa, durante vrios anos. Ainda no final da dcada de 1970 e incio de 1980, novas expe-

    rincias, apoiadas nas teorias de Jean Piaget e nos estudos de

    Papert, surgiram na UFRGS, destacando-se o trabalho realiza-

    do pelo Laboratrio de Estudos Cognitivos (LEC) do Instituto

    de Psicologia da UFRGS, que explorava a potencialidade do

    computador usando a linguagem Logo. Esses trabalhos fo-

    ram desenvolvidos, prioritariamente, com crianas de escola

    pblica que apresentavam dificuldades de aprendizagem de

    leitura, escrita e clculo, procurando compreender o racioc-

    nio lgico-matemtico dessas crianas e as possibilidades de

    Por meio de vrias observaes, com crianas, o professor e bilogo suo Jean Piaget (1896- 1980) deu origem Teoria Cognitiva. Ele valorizou o potencial infantil pela legitimidade cognitiva (ligada ao saber), social, afetiva (ligada postura e sentimentos) e cultural. Segundo o pesquisador, existem quatro estgios de desenvolvimento cognitivo no ser humano, relacionados com o saber: Sensrio-motor, Pr- operacional, Operatrio concreto e Operatrio formal. Obtido no site: hhtp:// wikipedia.org/wiki/Jean_ Piaget

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    interveno como forma de promover a aprendizagem aut- noma delas. Com relao s aes do governo federal na busca pela in- formatizao da sociedade brasileira, segundo a professora

    Maria Candida Moraes, o Brasil, a partir de meados da dcada

    de 1970, estabeleceu polticas pblicas voltadas para a constru-

    o de uma indstria prpria, objetivando uma maior garantia

    de segurana e desenvolvimento da nao. Tais polticas con-

    dicionaram a adoo de medidas protecionistas para a rea. Dessa forma, o governo brasileiro deu origem Comisso Coordenadora das Atividades de Processamento Eletrnico

    (Capre), Empresa Digital Brasileira (Digibras) e Secretaria

    Especial de Informtica (SEI). Esta ltima nasceu como rgo

    executivo do Conselho de Segurana Nacional da Presidncia

    da Repblica em plena poca da ditadura militar e tinha por

    finalidade regulamentar, supervisionar e fomentar o desenvol-

    vimento e a transio tecnolgica do setor. Com a criao da SEI, como rgo responsvel pela coorde- nao e pela execuo da poltica nacional de informtica,

    buscava-se fomentar e estimular a informatizao da socie-

    dade brasileira, voltada para a capacitao cientfica e tecno-

    lgica capaz de promover a autonomia nacional, baseada em

    diretrizes e princpios fundamentados na realidade brasileira e

    decorrentes das atividades de pesquisas e da consolidao da

    indstria nacional. A busca de alternativas capazes de viabilizar uma proposta nacional de uso de computadores na educao, que tivesse

    como princpio fundamental o respeito cultura, aos valores

    e aos interesses da comunidade brasileira, motivou a consti-

    tuio de uma equipe intersetorial, que contou com a partici-

    pao de representantes da SEI, do Ministrio da Educao

    (MEC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico

    e Tecnolgico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos

    (Finep), como responsveis pelo planejamento das primeiras

    aes na rea. Como princpio fundamental do trabalho desenvolvido, a equi- pe reconheceu como prioritria a necessidade de consulta

    permanente comunidade tcnico-cientfica nacional, no sen-

    tido de discutir estratgias de planejamento que refletissem

    as preocupaes e o interesse da sociedade brasileira. Para

    isso, decidiu realizar o I Seminrio Nacional de Informtica na

    Educao, na Universidade de Braslia (UnB), no perodo de 25

    a 27 de agosto de 1981.

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    Esse seminrio contou com a participao de especialistas na-

    cionais e internacionais, constituindo-se no primeiro frum a

    estabelecer posio sobre o tema, destacando a importncia

    de se pesquisar o uso do computador como ferramenta auxi-

    liar do processo de ensino-aprendizagem. Desse seminrio,

    surgiram vrias recomendaes norteadoras do movimento e

    que continuaram influenciando a conduo de polticas pbli-

    cas na rea. Entre as recomendaes, destacavam-se aquelas relaciona-

    das importncia de que as atividades de informtica na edu-

    cao fossem balizadas por valores culturais, sociopolticos e

    pedaggicos da realidade brasileira, bem como a necessidade

    do prevalecimento da questo pedaggica sobre as questes

    tecnolgicas no planejamento de aes. O computador foi re-

    conhecido como um meio de ampliao das funes do pro-

    fessor e jamais como ferramenta para substitu-lo. Foi nesse seminrio que, ainda de acordo com a professora

    Maria Candida Moraes, surgiu a primeira idia de implanta-

    o de projetos-piloto em universidades, cujas investigaes

    ocorreriam em carter experimental e deveriam servir de sub-

    sdios a uma futura poltica nacional de informatizao da edu-

    cao. Nesse evento, foi recomendado que as experincias

    atendessem aos diferentes graus e modalidades de ensino e

    deveriam ser desenvolvidas por equipes brasileiras em uni-

    versidades de reconhecida capacitao nas reas de educa-

    o, psicologia e informtica. Aps a realizao desse primeiro seminrio, foi criado um gru-

    po de trabalho intersetorial com representantes do MEC, da

    SEI, do CNPq e da Finep para elaborao de subsdios para

    um futuro Programa de Informtica na Educao que possibi-

    litasse a implantao dos sugeridos centros-piloto e colabo-

    rasse no delineamento dos principais instrumentos de ao. Em dezembro de 1981, foi divulgado o documento Subs-

    dios para a Implantao do Programa Nacional de Informtica

    na Educao, que apresentou o primeiro modelo de funcio-

    namento de um futuro sistema de informtica na educao

    brasileira, elaborado por aquela equipe. Esse documento re-

    comendava que as iniciativas nacionais deveriam estar cen-

    tradas nas universidades e no diretamente nas Secretarias

    de Educao, pois era necessrio construir conhecimentos

    tcnico-cientficos para depois discuti-los com a sociedade

    brasileira. Buscava-se a criao de centros formadores de

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    recursos humanos qualificados, capazes de superar os desa-

    fios presentes e futuros ento vislumbrados. O documento, ainda, destacava a necessidade de combinao

    adequada dos fatores de produo em educao para viabi-

    lizar um sistema de ensino realmente adequado s necessi-

    dades e s realidades regionais, com flexibilidade suficiente

    para o atendimento s situaes especficas, ao aumento da

    efetividade no processo de ensino-aprendizagem e elabora-

    o de uma programao participativa a partir dos interesses

    do usurio. O documento propunha tambm a ampliao e a acumulao

    de conhecimento na rea mediante a realizao de pesquisas

    para a capacitao nacional, o desenvolvimento de software

    educativos, demarcados por valores culturais, sociopolticos e

    pedaggicos da realidade brasileira, e a formao de recursos

    humanos de alto nvel. Para a operacionalizao da proposta, esse documento suge-

    ria a criao de uma comisso oficial sob o amparo do MEC,

    com representantes da SEI, do CNPq e da Finep e de uma

    comisso executiva para exercer a funo mediadora entre a

    comisso oficial e a comunidade acadmica, os centros-piloto

    e as demais instituies de ensino e pesquisa interessadas. Para o incio dos trabalhos, o documento sugeria, em funo

    dos escassos recursos disponveis, a seleo de cinco univer-

    sidades representativas das diversas regies brasileiras para a

    implantao dos referidos centros, bem como o acompanha-

    mento e a avaliao por parte do poder pblico e posterior

    divulgao de seus resultados. A partir da viso de que o equacionamento adequado da re-

    lao informtica e educao seria uma das condies impor-

    tantes para o alcance do processo de informatizao da socie-

    dade brasileira, o MEC assumiu, em 1982, o compromisso de

    criar instrumentos e mecanismos que possibilitassem o de-

    senvolvimento de estudos e o encaminhamento da questo,

    colocando-se disposio para a implementao de projetos

    que permitissem o desenvolvimento das primeiras investiga-

    es na rea. Ainda em 1982, foram elaboradas as primeiras diretrizes minis-

    teriais para o setor, estabelecidas no III Plano Setorial de Edu-

    cao e Cultura (III PSEC), referente ao perodo de 1980-1985,

    que apontavam e davam o devido respaldo ao uso das

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    tecnologias educacionais e dos sistemas de computao, en-

    fatizando as possibilidades desses recursos colaborarem para

    a melhoria da qualidade do processo educacional, ratificando

    a importncia da atualizao de conhecimentos tcnico-cien-

    tficos, cujas necessidades tinham sido anteriormente expres-

    sas no II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), referen-

    te ao perodo de 1975-1979. Para melhor caracterizao das aes na rea, o MEC, a SEI

    e o CNPq promoveram, em agosto de 1982, na Universidade

    Federal da Bahia, o II Seminrio Nacional de Informtica na

    Educao, visando coletar novos subsdios para a criao dos

    projetos-piloto a partir de reflexes dos especialistas das reas

    de educao, psicologia, informtica e sociologia. Importantes recomendaes norteadoras da poltica de infor-

    mtica na educao originaram-se desse encontro. Entre elas,

    a necessidade de que a presena do computador na escola

    osse encarada como um recurso auxiliar ao processo educa-

    cional e jamais como um fim em si mesmo. Para tanto, pro-

    punha-se que o computador deveria submeter-se aos fins da

    educao e no os determinar, reforando dessa maneira a

    idia de que o computador deveria auxiliar o desenvolvimen-

    to da inteligncia do aluno e as habilidades intelectuais espe-

    cficas requeridas pelos diferentes contedos. Recomendou-se ainda, a partir do II Seminrio Nacional de

    Informtica na Educao, que as aplicaes do computador

    no deveriam se restringir ao 2o grau, de acordo com a pro-

    posta inicial do governo federal, mas procurar atender a ou-

    tros graus e modalidades de ensino, acentuando a necessida-

    de do carter interdisciplinar que deveria existir nas equipes

    dos centros-piloto, como condio importante para garantir a

    abordagem adequada e o sucesso da pesquisa. Em janeiro de 1983, foi criada, no mbito da SEI, a Comisso Es-

    pecial no 11/1983 Informtica na Educao, por meio da Porta-

    ria SEI/CSN/PR no 001/1983. Essa comisso tinha por finalidade,

    entre outros aspectos, conforme Maria Candida Moraes, propor

    a orientao bsica da poltica de utilizao das tecnologias da

    informao no processo de ensino-aprendizagem, observando

    os objetivos e as diretrizes do Plano Setorial de Educao, Cul-

    tura e Desporto, da poltica nacional de informtica e do Plano

    Bsico de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico do pas,

    alm de apoiar a implantao de centros-piloto, funes essas

    intimamente concernentes ao mbito educacional.

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    Em maro de 1983, a Secretaria Executiva da referida comis-

    so, atendendo recomendaes propostas, apresentou o do-

    cumento Projeto Educom, que consubstanciou uma proposta

    interdisciplinar voltada implantao experimental de cen-

    tros-piloto com infra-estruturas relevantes para o desenvolvi-

    mento de pesquisas, pretendendo a capacitao nacional e a

    coleta de subsdios para uma futura poltica setorial. Aps a aprovao do Projeto Educom, a SEI divulgou o Co-

    municado SEI/SS no 15/1983, informando o interesse gover-

    namental na implantao de centros-piloto em universidades

    interessadas no desenvolvimento dessas pesquisas, mediante

    aes integradas com escolas pblicas, preferencialmente de

    2o grau, estabelecendo, at mesmo, critrios e formas de ope-

    racionalizao do projeto. Entretanto, pouco tempo antes, em novembro de 1982, foi

    criado o Centro de Informtica (Cenifor) do MEC, subordina-

    do hoje extinta Fundao Centro Brasileiro de TV Educativa

    (Funtev), cujas atribuies regimentais foram posteriormente

    reformuladas, em maro de 1984, para melhor cumprimento

    dos requisitos indispensveis ao desenvolvimento e coor-

    denao das atividades na rea, tendo em vista o interesse

    da Secretaria-Geral do MEC em assumir a coordenao do

    projeto. Coube ao Cenifor a responsabilidade pela implemen-

    tao, pela coordenao e pela superviso tcnica do Projeto

    Educom, cujo suporte financeiro e delegao de competn-

    cia foram definidos em Protocolo de Intenes assinado entre

    MEC, SEI, CNPq, Finep e Funtev, em julho de 1984. A partir desse momento, o MEC assumiu a liderana do pro-

    cesso de informatizao da educao brasileira, procurando

    organizar-se para o cumprimento de suas novas obrigaes.

    Um dos argumentos utilizados para a transferncia do Projeto

    Educom para o MEC era, de acordo com Maria Candida Mo-

    raes, o de que informtica na educao tratava de questes

    de natureza pedaggica relacionadas ao processo de ensi-

    no-aprendizagem, envolvendo escolas pblicas brasileiras e

    universidades, na busca de subsdios para uma futura poltica

    para o setor educacional. Pesava, tambm, nessa deciso, a questo financeira, pois,

    apesar de o acordo firmado entre os organismos governa-

    mentais e o prprio estmulo para a implantao do projeto

    ter-se originado na prpria SEI, esta secretaria no havia pre-

    visto, no seu oramento, o montante de recursos capazes de

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    dar a devida sustentao financeira ao projeto, em termos de

    contrapartida negociada com o MEC. Assim, coube ao Minis-

    trio da Educao, apesar de inmeras dificuldades, garantir a

    sua operacionalizao. Em 3 de outubro de 1984, foram firmados os primeiros conv-

    nios para o incio das atividades de implantao dos centros-

    piloto, entre a Funtev/MEC e as Universidades Federais do

    Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janei-

    ro e Estadual de Campinas. Entretanto, em maro de 1985,

    com o fim do governo militar, profundas alteraes funcionais

    ocorreram na administrao federal, com conseqentes mu-

    danas de orientao poltica e administrativa. Nessa poca, a nova administrao da Funtev/MEC iniciou

    a operao desmonte do Cenifor, alegando seu desinteresse

    na pesquisa, relegando os centros-piloto do Projeto Educom

    a uma situao financeira difcil e insustentvel, segundo o

    relato da professora Maria Candida Moraes. A partir desse

    momento, iniciou-se o descumprimento da sustentao finan-

    ceira do projeto por parte do prprio MEC, iniciando um pro-

    cesso de disputa interna de rgos que pretendiam assumir a

    coordenao do setor. De acordo com os relatrios de pesquisas, o Educom produ-

    ziu, num perodo de cinco anos, quatro teses de doutorado, 17

    teses de mestrado, cinco livros, 165 artigos publicados, mais

    de duas centenas de conferncias e palestras ministradas,

    alm de vrios cursos de extenso, especializao e treina-

    mento de professores. Sistemas de autor e vrios softwares

    educacionais foram desenvolvidos, dos quais alguns foram os

    primeiros colocados em concursos nacionais. Assessoramen-

    tos tcnicos foram prestados s vrias secretarias estaduais

    e municipais de educao, aos comits assessores de pro-

    gramas ministeriais, bem como desenvolvidos programas de

    cooperao tcnica, nacional e internacional, promovidos pela

    Organizao dos Estados Americanos (OEA) e pela Organiza-

    o das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura

    (Unesco). Segundo Maria Candida Moraes:

    bom esclarecer para voc que a institucionalizao

    do ncleo de pesquisa interdisciplinar em cada universi-

    dade que participou do Educom foi um fato importante para

    preenchimento de uma lacuna que existia na pesquisa na-

    cional. A medida do sucesso do empreendimento e

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    das pesquisas realizadas pode ser verificada a partir da incorporao de cada centro-piloto na universidade

    hospedeira, transformando-se em ncleo, coordenado-

    ria ou centro, de acordo com as alternativas regimentais

    de cada instituio universitria, demonstrando, assim, o

    reconhecimento efetivo da comunidade universitria ao

    empenho e dedicao de todos aqueles que dedicaram

    esforos para o desenvolvimento desse projeto de pes-

    quisa.

    Voc j ouviu falar da Unesco? Sabe quais

    so suas funes e os pases que a compem?

    Quais so suas principais contribuies para a infor-

    mtica educativa no Brasil? Pesquise, se possvel na internet, e procure responder a

    essas questes. Elabore um texto e compartilhe com

    seus colegas de curso.

    Em fevereiro de 1986, logo aps a criao do Comit Assessor

    de Informtica na Educao da Secretaria de Ensino de 1o e

    2o Graus Caie/Seps, presidido pelo secretrio-geral do MEC,

    iniciou-se uma nova fase. Esse comit foi constitudo por pro-

    fissionais de reconhecida competncia tcnico-cientfica no

    pas, procedentes de diferentes seguimentos da sociedade. Em abril do mesmo ano, o comit recomendou a aprovao

    do Programa de Ao Imediata em Informtica na Educao

    de 1o e 2o Graus, objetivando a criao de uma infra-estrutu-

    ra de suporte junto s secretarias estaduais de educao, a

    capacitao de professores, o incentivo produo descen-

    tralizada de software educativo, bem como a integrao de

    pesquisas que vinham sendo desenvolvidas pelas diversas

    universidades brasileiras. Alm disso, pretendia-se a consig-

    nao de recursos financeiros no oramento do Ministrio da

    Educao, para o exerccio de 1987, necessrios ao suporte

    operacional e continuidade das aes em desenvolvimento.

    Ainda em 1986, foi lanado o I Concurso Nacional de Software

    Educacional. O Programa de Ao Imediata, utilizando a abordagem sis-

    tmica no planejamento de suas aes, apresentou uma lista

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    de projetos voltados ao atendimento das funes bsicas

    referentes ao uso e aplicao da tecnologia, produo,

    pesquisa, ao desenvolvimento de recursos humanos, alm

    do atendimento s funes de apoio relativas ao fomento,

    disseminao e divulgao da tecnologia de informtica

    educativa. Como importante estratgia de ao, propunha a

    convergncia de esforos do setor educacional em busca de

    autonomia tecnolgica no pas e a capacitao nacional para

    que a sociedade brasileira fosse capaz de assumir o comando

    do seu prprio processo de informatizao, colaborando para

    o pleno desenvolvimento do pas. Uma das primeiras aes decorrentes do lanamento desse

    programa, em 1986, foi recomendar a avaliao dos centros-

    piloto do Projeto Educom, realizada por uma comisso de es-

    pecialistas de alto nvel, instituda pela Portaria no 418 do MEC,

    de 16 de julho de 1986. Ao final do relatrio, segundo Maria

    Candida Moraes, a comisso alertava que os centros-piloto vi-

    nham desenvolvendo as atividades a que se propuseram, no

    havendo dvidas quanto s suas reais possibilidades para a

    consecuo de suas metas, apesar dos atrasos no repasse das

    verbas, da descontinuidade da oferta de bolsas por parte do

    CNPq, da falta de apoio financeiro da Finep e da SEI, que ha-

    viam se retirado do processo, alm dos descompassos exis-

    tentes no nvel de coordenao administrativa do projeto. O relatrio solicitava a manuteno e o revigoramento do

    apoio tcnico e financeiro aos centros-piloto, maior intercm-

    bio entre os pesquisadores, e que as atividades de pesquisa

    fossem a tnica principal desses centros na busca de conheci-

    mentos seguros que subsidiassem futuras decises polticas

    e possibilitassem condies de respostas na antecipao de

    problemas e no reconhecimento de seus limites. Em maio de

    1986, a Secretaria de Informtica do MEC assumiu a respon-

    sabilidade de conduo das aes de informtica na educao

    e, conseqentemente, a coordenao e a superviso tcnica

    do Projeto Educom. Iniciou-se, ento, nessa poca, um novo perodo de consul-

    tas comunidade, motivado pela necessidade de elaborar um

    plano estratgico para a rea. Isso oportunizou a realizao da

    Jornada de Trabalho de Informtica na Educao, em Floria-

    npolis, em novembro de 1987, que contou com a participa-

    o de profissionais envolvidos com a pesquisa e com a pro-

    duo na rea, bem como profissionais de escolas e empre-

    sas que atuavam no setor. Foi produzido como resultado desse

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    encontro um documento com recomendaes para formula-

    o da poltica trienal para o setor, posteriormente submetida

    aprovao do Comit Assessor do MEC. O fato de o pas no dispor de conhecimento tcnico-cientfi-

    co nessa rea fez com que o Ministrio da Educao, segun-

    do Maria Candida Moraes, optasse por iniciar as atividades

    desenvolvendo pesquisas nas universidades para posterior

    disseminao de seus resultados, mediante capacitao dos

    professores dos sistemas estaduais de ensino pblico. O in-

    cio da capacitao dos professores foi realizado pelo Projeto

    Formar, por meio da Unicamp, e contou com a colaborao

    dos vrios centros-piloto do Projeto Educom. O Projeto Formar foi criado por recomendao do Comit

    Assessor de Informtica e Educao (Caie) do Ministrio da

    Educao (MEC), sob a coordenao do Nied/Unicamp e mi-

    nistrado por pesquisadores e especialistas dos demais cen-

    tros-piloto integrantes do Projeto Educom. Destinava-se, em

    sua primeira etapa, formao de profissionais para atuarem

    nos diversos centros de informtica educativa dos sistemas

    estaduais e municipais de educao. Tratava-se de um curso

    de especializao de 360 horas, planejado de forma modular,

    ministrado de forma intensiva ao longo de nove semanas (45

    dias teis), com oito horas de atividades dirias. Seus conte-

    dos foram distribudos em seis disciplinas, constitudas de au-

    las tericas e prticas, seminrios e conferncias. A formao

    de profissionais propiciada por esse projeto foi realizada por

    meio de trs cursos e atingiu cerca de 150 educadores prove-

    nientes das secretarias estaduais e municipais de educao,

    das escolas tcnicas, profissionais da rea de educao espe-

    cial, bem como professores de universidades interessadas na

    implantao de outros centros.

    Com a escolha do nome Projeto Formar, tnhamos em

    mente marcar uma transio importante em nossa cultura

    de formao de professores. Ou seja, pretendamos fazer

    uma distino entre os termos formao e treinamento,

    mostrando que no estvamos preocupados com

    adestramento ou em simplesmente adicionar mais uma

    tcnica ao conhecimento que o profissional j tivesse,

    mas, sobretudo, pretendamos que o professor refletisse

    sobre sua forma de atuar em sala de aula e propiciar-lhe

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    condies de mudanas em sua prtica pedaggica na

    forma de compreender e conceber o processo ensino-

    aprendizagem, levando-o a assumir uma nova postura

    como educador (MORAES,1997). O Projeto Formar foi operacionalizado por meio de dois cur-

    sos de especializao em Informtica na Educao, em nvel

    de ps-graduao lato sensu, realizados na Unicamp, em

    1987 e 1989, dedicados aos professores das diversas secre-

    tarias estaduais de educao e das escolas tcnicas federais.

    Os professores formados tiveram como compromisso princi-

    pal projetar e implantar, junto Secretaria de Educao que

    os havia indicado, um Centro de Informtica Educativa (Cied),

    a ser implementado mediante apoio tcnico e financeiro do

    Ministrio da Educao que, por sua vez, no pretendia impor

    mecanismos e procedimentos, apenas oferecer o devido res-

    paldo tcnico-financeiro necessrio consecuo dos objeti-

    vos pretendidos. Coube a cada Secretaria de Educao definir os rumos de sua

    proposta, de acordo com a capacidade tcnico-operacional

    de sua equipe e possibilidades de formao de recursos hu-

    Lato sensu uma expresso em latim que significa literalmente em sentido amplo. Tambm se refere ao nvel de ps-graduao que titula o estudante como especialista em determinado campo do conhecimento. Obtido no site: http:pt. wikipedia.org/Lato_sensu

    manos. Ao Ministrio da Educao competiu o repasse dos

    recursos necessrios cooperao tcnica entre os pesqui-

    sadores dos centros-piloto do Projeto Educom e os professo-

    res das Secretarias de Educao, alm do fornecimento dos

    equipamentos necessrios, de acordo com as especificaes

    propostas pelo Comit Assessor do MEC. No perodo de 1988 e 1989, 17 Cieds foram implantados em

    diferentes Estados da Federao. Cada Cied, alm de coor-

    denar a implantao de outras unidades, tambm cuidava da

    formao de recursos humanos para a implementao das ati-

    vidades no mbito estadual. Alm de atribuies administrati-

    vas, esses centros transformaram-se em ambientes de apren-

    dizagem informatizados, integrados por grupos interdiscipli-

    nares de educadores, tcnicos e especialistas. Cada Cied tinha

    como propsito atender alunos e professores de 1o e 2o graus

    e de educao especial, alm de possibilitar o atendimento

    comunidade em geral, constituindo-se num centro irradiador

    e multiplicador da tecnologia da informtica para as escolas

    pblicas brasileiras.

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    Como estratgia da poltica ministerial, ficou estabelecido que

    o Cied deveria ser uma iniciativa do Estado e no do governo

    federal. Ao MEC caberia, alm da formao inicial dos profes-

    sores indicados pelas Secretarias de Educao, sensibilizar

    os secretrios, destacando a importncia da rea e informan-

    do-lhes do interesse do Ministrio da Educao na implan-

    tao dos referidos centros, da possibilidade de cesso de

    equipamentos e recursos para custeio das atividades iniciais,

    alertando, entretanto, que caberia a cada Estado verificar seus

    interesses e condies de levar adiante tal empreendimento.

    A manuteno do Cied e a formao continuada de professo-

    res multiplicadores seriam atribuies do Estado, de acordo

    com a prpria capacidade de gesto de seus recursos huma-

    nos, financeiros e materiais. Ao final de 1988, a OEA, por meio de seu Departamento de

    Assuntos Educativos, reconhecendo o esforo brasileiro

    nessa rea, convidou o Ministrio da Educao a apresentar

    um projeto de cooperao multinacional envolvendo outros

    pases latino-americanos. Iniciava-se, ento, naquela poca,

    a primeira cooperao tcnica internacional com o Mxico,

    financiada pela OEA, para avaliao do Projeto de Informtica

    Educativa na rea de Educao bsica: Projeto Coeeba. Uma das primeiras aes de cooperao internacional pro-

    posta pelo Brasil foi a realizao de uma Jornada de Trabalho

    Luso-Latino-Americana de Informtica na Educao, realizada

    em Petrpolis, em maio de 1989, para identificao de pos-

    sveis reas de interesse comum relacionadas pesquisa e

    formao de recursos humanos, capazes de subsidiar um

    futuro projeto internacional sob a chancela da OEA. Essa jor-

    nada adotou como princpios norteadores do trabalho a par-

    ticipao, a integrao, a solidariedade e a adequao das

    propostas s realidades de cada pas, bem como o respeito

    multiculturalidade e diversidade cultural, como requisitos

    fundamentais de qualquer iniciativa de cooperao na rea.

    Estiveram presentes representantes de 15 pases, incluindo

    Portugal e pases africanos que, mesmo no estando sob a

    jurisdio americana, solicitaram participao. As recomendaes obtidas foram consubstanciadas em do-

    cumento prprio e serviram de base elaborao de um Pro-

    jeto Multinacional de Informtica Aplicada Educao Bsica,

    envolvendo oito pases americanos, que foi apresentado

    OEA, em 1989, em Washington, e aprovado para o perodo de

    1990 a 1995. Conforme Maria Candida Moraes, o projeto ficou

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    paralisado aps 1992 por causa da falta de pagamento da

    quota anual brasileira que, por sua vez, condicionava a par-

    ticipao do Brasil, impossibilitando, assim, a realizao das

    atividades previstas e acordadas com os demais pases, preju-

    dicando a liderana latino-americana conquistada pelo Brasil,

    o que foi muito lamentado pelos pases integrantes do Acordo

    de Cooperao Tcnica firmado. A partir de todas essas iniciativas, foi estabelecida uma slida

    base para a criao de um Programa Nacional de Informtica

    Educativa (Proninfe), que foi efetivado em outubro de 1989,

    com a Portaria Ministerial no 549/GM. O Proninfe tinha por fi-

    nalidade:

    Desenvolver a informtica educativa no Brasil, atravs de projetos

    e atividades, articulados e convergentes, apoiados em fundamenta-

    o pedaggica slida e atualizada, de modo a assegurar a unidade

    poltica, tcnica e cientfica imprescindvel ao xito dos esforos e

    investimentos envolvidos.

    Apoiado em referncias constitucionais (ttulo VIII, captulos

    III e IV da atual Constituio brasileira) relacionadas s reas

    de educao, cincia e tecnologia, o Programa visava apoiar

    o desenvolvimento e a utilizao da informtica nos ensinos

    de 1o, 2o e 3o graus e na educao especial, o fomento in-

    fra-estrutura de suporte relativa criao de vrios centros, a

    consolidao e a integrao das pesquisas, bem como a ca-

    pacitao contnua e permanente de professores. Propunha,

    tambm, a criao de uma estrutura de ncleos distribudos

    geograficamente pelo pas, a capacitao nacional por meio

    de pesquisa e formao de recursos humanos, mediante um

    crescimento gradual em busca de competncia tecnolgica

    referenciada e controlada por objetivos educacionais. Simultaneamente criao do Proninfe, cuja coordenao

    passou a ser exercida por uma Comisso Geral de Coordena-

    o subordinada Secretaria-Geral do MEC, foram iniciadas

    gestes junto Secretaria Especial de Informtica (SEI) do

    Ministrio de Cincia e Tecnologia (MCT), visando incluso

    de metas e objetivos do programa como parte integrante do

    II Planin, Plano Nacional de Informtica e Automao, para o

    perodo de 1991 a 1993. O Planin foi aprovado pelo Conselho

    Nacional de Informtica e Automao (Conin), um colegiado

    que era constitudo pelos ministros de Estado das diferentes

    reas setoriais e representantes da indstria nacional e poste-

    riormente transformado em lei.

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    A incluso de objetivos, metas e estratgias no Planin ocor-

    reu no final de 1990. Acreditava-se que a poltica de inform-

    tica na educao deveria tambm estar em consonncia com

    os objetivos e as diretrizes da poltica educacional da rea de

    cincia e tecnologia, como subsistemas interligados e inter-

    dependentes. A incluso das aes do Proninfe foi importan-

    te para viabilizao de financiamentos de diferentes tipos de

    bolsas de estudos e outros benefcios decorrentes. A rea de

    informtica educativa passou ento a ser um dos destaques

    do Programa de Capacitao de Recursos Humanos em reas

    Estratgicas (Rhae), do Ministrio de Cincia e Tecnologia. Em seu documento referencial, o Proninfe fundamentava-se

    na necessidade de intensa colaborao entre as trs esferas

    do poder pblico, no qual os investimentos federais seriam

    canalizados, prioritariamente, para a criao de infra-estrutu-

    ra de suporte em instituies federais, estaduais e municipais

    de educao, para a capacitao de recursos humanos e bus-

    ca de autonomia cientfica e tecnolgica para o setor. Seus

    objetivos e metas atendiam, tambm, aos preceitos constitu-

    cionais referentes rea de cincia e tecnologia, solicitando

    tratamento prioritrio pesquisa cientfica bsica, voltada ao

    bem pblico e ao progresso da cincia na busca de solues

    aos problemas brasileiros. Seus objetivos, metas e estratgias

    vieram tambm a integrar o Plano Nacional de Educao, o

    Plano Plurianual de Investimentos, desdobrando-se, poste-

    riormente, em metas e atividades de alguns planos estaduais

    e municipais de educao, na tentativa de assegurar sua ope-

    racionalizao junto s bases estaduais e municipais na espe-

    rana de maior fluncia de recursos financeiros por parte das

    instituies governamentais. Entre suas aes prioritrias destacavam-se as atividades vol-

    tadas capacitao de professores e tcnicos dos diferentes

    sistemas de ensino, desenvolvimento de pesquisa bsica e

    aplicada, implantao de centros de informtica educativa,

    produo, aquisio, adaptao e avaliao de softwares edu-

    cativos. Pretendia-se, tambm, facilitar a aquisio de equipa-

    mentos computacionais por parte dos sistemas de educao

    pblica, implantao de rede pblica de comunicao de da-

    dos, incentivo a cursos de ps-graduao na rea, bem como

    acompanhamento e avaliao do programa. Em 1990, o Ministrio da Educao aprovou o 1o Plano de Ao

    Integrada (Planinfe), para o perodo de 1991 ao perodo de 1993,

    com objetivos, metas e atividades para o setor, associados a um

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    horizonte temporal de maior alcance. O Planinfe, assim como o

    Proninfe, destacava, como no poderia deixar de ser, a necessi-

    dade de um forte programa de formao de professores, acredi-

    tando que as mudanas s ocorrem se estiverem amparadas, em

    profundidade, por um intensivo e competente programa de capa-

    citao de recursos humanos, envolvendo universidades, secre-

    tarias, escolas tcnicas e empresas como o Senai e o Senac. A partir de 1992, em funo de gestes realizadas em anos

    anteriores e de uma firme determinao do ministro da Edu-

    cao daquela poca, foi criada uma rubrica oramentria

    especfica no oramento da Unio para o financiamento das

    atividades do setor. Esta foi uma luta por mais de cinco anos

    pela coordenao do programa, que acreditava em sua im-

    portncia para a consolidao das atividades planejadas na

    rea, para que no ficassem merc de possveis injunes

    polticas, como de fato ocorreram. Tanto o Programa de Ao Imediata quanto o Proninfe, em ter-

    mos de organizao e funcionamento, visavam capacitao

    contnua e permanente de professores dos trs nveis de ensi-

    no para o domnio dessa tecnologia em ambientes de ensino

    e pesquisa, a utilizao da informtica na prtica educativa e

    nos planos curriculares, alm da integrao, da consolidao

    e da ampliao de pesquisas e da socializao de conheci-

    mentos e experincias desenvolvidos. Para tanto, foi prevista a criao de uma infra-estrutura de n-

    cleos ou centros distribudos geograficamente pelo pas, lo-

    calizados em universidades, Secretarias de Educao e esco-

    las tcnicas federais. Esses ncleos, chamados de Centros de

    Informtica na Educao, tiveram atribuies de acordo com

    seus diferentes campos de atuao e em funo da vocao

    institucional de sua clientela, constituindo-se em Centros de

    Informtica na Educao Superior (Cies), Centros de Inform-

    tica na Educao de 1o e 2o graus (Cied) e Centros de Informti-

    ca na Educao Tcnica (Ciet). Em termos de organizao e funcionamento, o Centro de

    Informtica na Educao Superior (Cies) ficou vinculado a

    uma universidade, destinando-se a realizar pesquisa cientfica

    de carter interdisciplinar, formar recursos humanos, ofere-

    cer suporte aos Cied e Ciet, alm de supervisionar experin-

    cias educativas em andamento nos colgios de aplicao.

    O Centro de Informtica na Educao de 1o e 2o graus (Cied)

    ficou subordinado a uma secretaria estadual ou municipal de

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    educao, ao Colgio Pedro II, ao Instituto de Educao de

    Surdos e ao Instituto Benjamim Constant, tendo como fun-

    o atender aos professores e aos alunos de 1o e 2o graus,

    aos alunos de educao especial e comunidade interessada.

    O Centro de Informtica na Educao Tcnica, o Ciet, foi vin-

    culado a uma escola tcnica federal ou a um Centro Federal

    de Educao Tecnolgica (Cefet), destinando-se formao

    de recursos humanos, realizao de experincias tcnico-

    cientficas e ao atendimento a alunos e a professores da es-

    cola na qual estava inserido. Pretendia-se, com esses centros, a criao de novos ambien-

    tes que possibilitassem novas dinmicas sociais de aprendiza-

    gem, no sentido de resgatar algo que a educao se propunha

    h muito tempo e pouco vinha realizando, ou seja, os atos de

    pensar, aprender, conhecer e compreender, a partir do uso de

    novos instrumentos. Planejou-se, ento, a criao de ambien-

    tes que, por um lado, possibilitassem o uso de recursos tec-

    nolgicos, usufruindo da interatividade e da interconectivida-

    de que a mquina faculta, mas, ao mesmo tempo, associados

    a processos de desenvolvimento humano que estimulassem

    autonomia, cooperao, criticidade, criatividade e capacida-

    de decisria, possibilitando, assim, mudanas no paradigma

    educacional vigente. A multiplicao desses ambientes para o atendimento clien-

    tela de educao bsica foi planejada para ser difundida e

    realizada pelos Cied. Em termos de planejamento, coube aos

    Cied, aos seus subcentros e aos laboratrios a adoo de um

    processo de crescimento gradual e constante, a responsabi-

    lidade pela formao da demanda nacional de professores

    e alunos, em colaborao com as universidades, visando

    introduo da informtica no processo de ensino-aprendiza-

    gem. Foram concebidos como centros multiplicadores e di-

    fusores da tecnologia de informtica para as escolas pblicas

    e, possivelmente, os maiores responsveis pela disseminao

    da semente catalisadora dos processos de preparao de uma

    sociedade informatizada no Brasil. Ao Ciet competia realizar experincias tcnico-cientficas, ca-

    pacitar o corpo docente de educao tecnolgica para o uso

    e aplicao da tecnologia da informtica, colaborar na profis-

    sionalizao do aluno em sua rea de especializao, propiciar

    uma melhor preparao para o mercado de trabalho, favore-

    cer o surgimento de pesquisas visando ao desenvolvimento

    de novas metodologias para o ensino tecnolgico, alm de

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    promover a definio e a criao de sistemas, incluindo am-

    bientes, modelos e programas computacionais necessrios

    educao tecnolgica, em suas diversas reas de atuao. Ao Cies ou Nies competia realizar estudos e pesquisas cientfi-

    cas de carter interdisciplinar para a ampliao das bases cien-

    tficas e tecnolgicas na rea, em consonncia com as neces-

    sidades da comunidade nacional. Pressupunha a construo

    de ambientes de aprendizagem enriquecidos e adequados ao

    desenvolvimento cognitivo e socioafetivo dos alunos, visando

    apropriao das novas tecnologias pelas novas geraes.

    Implicava modernizar os laboratrios, desenvolver software

    utilizando tcnicas de inteligncia artificial, interfaces ergo-

    nmicas homemcomputador, pesquisar o desenvolvimen-

    to de funes cognitivas nos indivduos, criar e desenvolver

    micromundos lingsticos com linguagens artificiais, estudar

    processos cognitivos e afetivos dos alunos e de vrias outras

    atividades. Competia ainda aos Cies ou Nies o aperfeioamento contnuo

    da formao profissional, tcnica e cientfica na graduao, na

    ps-graduao e na extenso universitria, oferecendo cur-

    sos de especializao e atualizao aos professores da rede

    pblica de ensino que no tinham condies de aprofundar

    seus conhecimentos sem o amparo e a integrao com a co-

    munidade universitria. Dessa forma, o Programa Nacional de

    A ergonomia a qualidade da adaptao de um dispositivo a seu operador e tarefa que ele realiza, ou seja, a usabilidade, pois quanto mais adaptado for o sistema interativo maiores sero os nveis de eficcia, eficincia e satisfao alcanados pelo usurio durante o uso do sistema. Por exemplo, como os usurios alcanam objetivos com o sistema, a qualidade necessria, a emoo que os sistemas proporcionam aos usurios em face dos resultados obtidos, etc. Obtido no site:http://pt.wikipedia.org/ wiki/Ergonomia

    Informtica Educativa (Proninfe) definiu um modelo de organi-

    zao e funcionamento para a capacitao das atividades em

    todas as reas da educao nacional. Para coordenao e gerenciamento de suas atividades foi

    criada uma Comisso Central de Coordenao junto Secre-

    taria-Geral do Ministrio da Educao, constituda por repre-

    sentantes de todas as secretarias-fim do MEC, alm do Inep e

    da Capes. Sua finalidade era criar um centro de gerenciamen-

    to nacional das atividades desenvolvidas por uma estrutura

    produtiva de ncleos espalhados por todo o pas. O programa

    buscava, alm de fomentar as atividades na rea, incentivar,

    sobretudo, a integrao dos diversos centros constitutivos do

    sistema, promovendo e articulando os processos de coopera-

    o tcnica e financeira para o setor. De acordo com seus documentos, em termos de organiza- o e funcionamento, o Proninfe adotava como princpios de

    ao a descentralizao funcional e geogrfica nos diversos

    nveis de organizao; o crescimento gradual baseado na ex-

    perimentao e na anlise dos resultados obtidos, orientado

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    O estado da arte o nvel mais alto de desenvolvimento, seja de um aparelho, de uma tcnica ou de uma rea cientfica. O estado da arte indica, portanto, o ponto em que o produto em questo deixa de ser um projeto tcnico para se tornar uma obra-prima. Obtido no site:hhttp;// pt.wikipedia.org/wiki/ Estado_da_arte

    pela capacidade de formao dos professores; a importncia pesquisa e ao desenvolvimento centrados nas universida-

    des e nas escolas tcnicas federais; a busca de competncia

    tecnolgica permanentemente referenciada e controlada por

    objetivos educacionais. Para sua operacionalizao, apresentava uma estrutura

    matricial com duas vertentes. Uma relacionada s funes

    produtivas de pesquisa, produo, uso e aplicao, desen-

    volvimento de recursos humanos e disseminao. Outra, em

    funo da clientela, determinava a criao de cinco subpro-

    gramas destinados ao ensino fundamental, educao espe-

    cial, ao ensino mdio, ao ensino superior e educao no

    formal. Para cada uma de suas funes havia uma srie de

    recomendaes sinalizando diretrizes importantes a serem

    observadas no desenvolvimento das atividades. Na rea da pesquisa, por exemplo, o documento recomen-

    dava o desenvolvimento prioritrio da pesquisa bsica e da

    aplicada a ser desenvolvida por equipes interdisciplinares,

    cujos recursos deveriam ser canalizados para a construo de

    ferramentas computacionais adequadas ao processo de en-

    sino-aprendizagem, estudos de avaliao do impacto da in-

    formtica no setor educacional, bem como levantamento do

    estado da arte. Em termos de capacitao de recursos humanos, o programa

    dava prioridade a propostas que fossem democratizantes e

    no determinadas por interesses industriais e mercadolgicos,

    baseadas na conscientizao, e no no adestramento, envol-

    vendo maior participao da universidade e de outras institui-

    es de ensino superior, por serem centros de excelncia de

    ensino, pesquisa e extenso. Recomendava ateno priorit-

    ria formao e ao aperfeioamento de pesquisadores, pre-

    ferencialmente articulados aos programas de ps-graduao.

    Sugeria, ainda, que os programas promovessem a articulao

    entre Secretarias de Educao, universidades e instituies,

    como o Senai e o Senac, fortalecendo mecanismos de coope-

    rao, intercmbio, bolsas e estgios no Brasil e no exterior.

    Colega educador(a), repare que, a partir

    da dcada de 1990, as aes governamentais na rea

    de informtica educativa voltaram-se capacitao de

    pessoal especialmente a de professor(a) para atuar

    nas escolas.

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    Verifique, junto Secretaria de Educa-

    o de seu municpio, quantos profissionais de

    educao j foram capacitados, nos ltimos cinco

    anos, por quais programas e, dentre estes profissio-

    nais, quantos so funcionrios escolares.

    Aps a coleta dos dados, avalie se o total de profissio-

    nais formados atende demanda de seu municpio, e se

    os profissionais capacitados encontram, nas escolas, as

    condies necessrias ao exerccio dos conhecimentos

    adquiridos. Em caso positivo, descreva-as; em caso ne-

    gativo, verifique o que falta para que essas condies

    sejam atendidas.

    Essa atividade pode compor sua prtica profissio-

    nal supervisionada.

    De modo geral, na rea de produo de software, o Proninfe

    estabelecia como uma de suas diretrizes a criao de equipes

    interdisciplinares de produo e avaliao de programas edu-

    cativos computacionais, devidamente qualificadas para anlise

    de questes sociolgi-

    cas, psicopedaggicas

    e epistemolgicas. Re-

    comendava, tambm, a

    Epistemologia ou teoria do conhecimento, do grego episteme, cincia, conhecimento; logos, discurso. um ramo da filosofia que trata dos problemas filosficos relacionados crena e ao conhecimento. Portanto, questes espistemolgicas esto relacionadas ao conhecimento de algo. Obtido no site:http://wikipedia.org/ wibi/Epistemologia

    produo de sistemas

    do tipo ferramenta, a

    aquisio de softwares

    educativos por parte

    dos rgos pblicos,

    mas devidamente ava-

    liados por grupos de

    pesquisa com experi-

    ncia comprovada na

    rea de produo e/ou

    avaliao de programas

    computacionais. Tam-

    bm propunha incenti-

    vos produo e introduo, no mercado educacional, de

    softwares educativos de qualidade, provenientes de grupos

    de pesquisa de reconhecida competncia, no sentido de gerar

    padres de qualidade, alm da criao de catlogos, banco

    de dados e glossrios para disseminao de informaes e

    consultas na rea.

    31

  • UN

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    1HistricodainformticaeducativanoBrasil

    32

    No que se refere aos equipamentos, o Proninfe buscava uma

    configurao bsica de custo reduzido, que pudesse ser ex-

    pandida modularmente e fosse capaz de suportar a implanta-

    o dos laboratrios das escolas. Pretendia, tambm, incen-

    tivar discusses e divulgaes de tendncias pedaggicas

    baseadas na utilizao de equipamentos produzidos pela in-

    dstria nacional, obedecendo a padres prprios, buscando,

    portanto, a definio do equipamento a ser utilizado pela infor-

    mtica educativa no Brasil, em consonncia com a poltica de

    reserva de mercado vigente naquela poca. Propunha, ainda,

    que o MEC atuasse como mediador e indutor do processo de

    informatizao da educao brasileira, incentivando a inds-

    tria nacional a adequar seus equipamentos aos padres que

    viessem a ser definidos pela comunidade cientfica nacional

    em funo de objetivos pedaggicos. O programa apresentava, como estratgias importantes, a

    padronizao dos equipamentos, visando conectabilidade,

    compatibilidade e portabilidade dos sistemas de informaes,

    a criao de mecanismos que permitissem o conhecimento

    do processo de informatizao da sociedade e a participao

    da comunidade. Recomendava o desenvolvimento de estu-

    dos com o Ministrio das Comunicaes para diferenciao

    tarifria e a criao de ncleos regionais ligados por rede p-

    blica de comunicao de dados. Tanto o Proninfe quanto o Planinfe destacavam a necessidade

    de um forte programa de formao de professores e tcnicos

    na rea de informtica educativa, acreditando que nenhuma

    mudana tecnolgica ocorreria se no estivesse profunda-

    mente amparada por um intensivo programa de capacitao

    de recursos humanos. O Planinfe recomendava, ainda, que

    a formao de professores e tcnicos para a utilizao des-

    ta tecnologia em educao levasse em conta o exame das

    possibilidades e dos limites do uso da informtica no sistema

    educacional, considerando os aspectos da realidade escolar,

    as diferenas regionais, o desemprego tecnolgico e a baixa

    condio de vida. O Planinfe aconselhava tambm uma avaliao crtica do signi-

    ficado da informtica na educao, a anlise das conseqncias

    gerais da informatizao como uso de tecnologias no neu-

    tras e comprometidas com determinado modo de concepo

    da sociedade. Reforava, ainda, a idia de que a tecnologia

    disposio da educao poderia colaborar para a compre-

    enso dos processos cognitivos do indivduo ao desenvolver

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    conhecimentos e como, a partir dessa tecnologia, poderia ser

    gerado o novo conhecimento cientfico e crescer em espiral.

    Promulgava a necessidade de mudanas nos papis da esco-

    la, do aluno e do professor e, conseqentemente, nos conte-

    dos, nos processos e nos materiais de ensino-aprendizagem,

    alegando que no se poderia incorporar o novo sem reformu-

    lar o antigo. Em abril de 1997, foi criado, pela Portaria no 522/MEC, o Pro-

    grama Nacional de Informtica na Educao (ProInfo) para

    promover o uso pedaggico da informtica na rede pblica de

    ensino fundamental e mdio. O programa desenvolvido pela

    Secretaria de Educao a Distncia (Seed), por meio do De-

    partamento de Infra-Estrutura Tecnolgica (Ditec), em parce-

    ria com as Secretarias de Educao estaduais e municipais. O ProInfo funciona de forma descentralizada. Sua coordena-

    o de responsabilidade federal, e a operacionalizao

    conduzida pelos estados e municpios. Em cada unidade da

    Federao, existe uma coordenao estadual ProInfo, cujo tra-

    balho principal o de introduzir as Tecnologias de Informao

    e Comunicao (TIC) nas escolas pblicas de ensino mdio e

    fundamental, alm de articular os esforos e as aes desen-

    volvidas no setor sob sua jurisdio, em especial as aes dos

    Ncleos de Tecnologia Educacional (NTE). Para apoiar tecno-

    logicamente e garantir a evoluo das aes do programa em

    Para saber mais sobre o programa ProInfo entre no site http://www.proinfo.mec.gov. br/

    todas as unidades da Federao, foi criado o Centro de Expe-

    rimentao em Tecnologia Educacional (Cete). Os NTEs so locais dotados de infra-estrutura de informtica

    e comunicao que renem educadores e especialistas em

    tecnologia de hardware e software. Os profissionais que tra-

    balham nos NTEs so especialmente capacitados pelo ProInfo

    para auxiliar as escolas em todas as fases do processo de in-

    corporao das novas tecnologias. A capacitao dos profes-

    sores realizada a partir desses ncleos nos quais os agentes

    multiplicadores dispem de toda a estrutura necessria para

    qualificar os educadores a fim de utilizar a internet no proces-

    so educacional. O laboratrio de informtica um patrimnio que pode bene-

    ficiar toda a comunidade, e o NTE um agente colaborador.

    Sua funo orientar o uso adequado desses instrumentos

    para promover o desenvolvimento humano no apenas na es-

    cola, mas em toda a comunidade, otimizando os resultados.

    Localizados em todas as unidades da Federao, cada ncleo

    33

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    34

    atende escolas situadas em uma mesma regio. O nmero

    de escolas a serem atendidas bem como o nmero de NTE

    em cada Estado estabelecido de maneira proporcional ao

    nmero de alunos e escolas de cada rede de ensino pblico

    estadual. O Cete foi criado para viabilizar e apoiar as aes do ProInfo

    e est situado na sede do MEC, em Braslia. Suas principais

    contribuies so:

    Estabelecimento de redes de comunicao. Divulgao de produtos. Disseminao de informaes. Promoo do uso de novas tecnologias por meio de ativi-

    dades nas reas de telemtica e infra-estrutura de informa-

    es.

    Agosto/81: realizao do I Seminrio de Informtica

    na Educao, Braslia/DF, UnB. Promoo MEC/SEI/

    CNPq.

    Dezembro/81: aprovao do documento: Subsdios para

    a Implantao do Programa de Informtica na Educao

    MEC/SEI/CNPq/Finep.

    Agosto/82: realizao do II Seminrio Nacional de Infor-

    mtica na Educao, UFBa/Salvador/Bahia.

    Janeiro/83: criao da Comisso Especial no 11/83 Infor-

    mtica na Educao, Portaria SEI/CSN/PR no 001, de 12 de

    janeiro de 1983.

    Julho/83: publicao do documento: Diretrizes para o Es-

    tabelecimento da Poltica de Informtica no Setor de Edu-

    cao, Cultura e Desporto, aprovado pela Comisso de

    Coordenao-Geral do MEC, em 26 de outubro de 1982.

    Agosto/83: publicao do Comunicado SEI, solicitando a

    apresentao de projetos para a implantao de centros-

    piloto junto s universidades.

    Maro/84: aprovao do regimento interno do Centro

    de Informtica Educativa (Cenifor) e do Funtev, Porta-

    ria no 27, de 29 de maro de 1984.

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    3Aimportnciadacapacitaoedopapeldofuncionrio

    daeducao

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    Julho/84: assinatura do Protocolo de Intenes MEC/SEI/CNPq/Finep/Funtev para a implantao

    dos centros-piloto, e delegao de competncia ao

    Cenifor e expedio do Comunicado SEI/SS no 19, in-

    formando subprojetos selecionados: UFRGS, UFRJ,

    UFMG, UFPe e Unicamp.

    Agosto/85: aprovao do novo regimento interno do

    Cenifor, Portaria Funtev no 246, de 14 de agosto de 1985. Setembro/85: aprovao do Plano Setorial Educao e Informtica pelo Conin/PR. Fevereiro/86: criao do Comit Assessor de Informtica

    na Educao de 1o e 2o Graus Caie/Seps. Abril/86: aprovao do Programa de Ao Imediata em In-

    formtica na Educao e extino do Caie/Seps e criao

    do Caie/MEC. Maio/86: coordenao e superviso tcnica do Projeto

    Educom so transferidas para a Seinf/MEC. Julho/86: instituio do I Concurso Nacional de Software Edu-

    cacional e da Comisso de Avaliao do Projeto Educom. Junho/87: implementao do Projeto Formar I, Curso de

    Especializao em Informtica na Educao, realizado na

    Unicamp. Julho/87: lanamento do II Concurso Nacional de Software

    Educacional. Novembro/87: realizao da Jornada de Trabalho de In- formtica na Educao: Subsdios para Polticas, UFSC,

    Florianpolis/SC, e incio da implantao dos Cieds. Setembro/88: realizao do III Concurso Nacional de Sof- tware Educacional. Janeiro/89: realizao do II Curso de Especializao em

    Informtica na Educao Formar II. Maio/89: realizao da Jornada de Trabalho Luso-Lati-

    no-Americana de Informtica na Educao, promovida

    pela OEA e Inep/MEC, PUC/Petrpolis/RJ. Outubro/89: instituio do Programa Nacional de In-

    formtica Educativa Proninfe na Secretaria-Geral

    do MEC.

    35

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    1HistricodainformticaeducativanoBrasil

    Maro/90: aprovao do regimento interno do Pro-

    ninfe.

    Junho/90: reestruturao ministerial e transferncia do

    Proninfe para a Senete/MEC.

    Agosto/90: aprovao do Plano Trienal de Ao Integrada

    1990/1993. Setembro/90: integrao de metas e objetivos do Pronin-

    fe/MEC no Planin/MCT. Fevereiro/92: criao de rubrica especfica para aes de

    informtica educativa no oramento da Unio.

    Abril/97: lanamento do Programa Nacional de Infor- mtica na Educao (ProInfo).

    Faa uma pesquisa para saber quais polticas

    pblicas, na rea de informtica na educao, esto

    sendo executadas em sua cidade e se a escola em que

    voc trabalha est includa em algum programa.

    36

  • 2 O uso do computador na escola como recurso pedaggico

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    2Ousodocomputadornaescolacomorecursopedaggico

    Com a informtica possvel realizar variadas aes, como

    se comunicar, fazer pesquisas, redigir textos, criar desenhos,

    efetuar clculos e simular fenmenos. As utilidades e os bene-

    fcios no desenvolvimento de diversas habilidades fazem do

    computador, hoje, um importante recurso pedaggico. No

    h como a escola atual deixar de reconhecer a influncia da

    informtica na sociedade moderna e os reflexos dessa ferra-

    menta na rea educacional. Com a utilizao do computador na educao possvel ao

    professor e escola dinamizarem o processo de ensino-apren-

    dizagem com aulas mais criativas, mais motivadoras e que

    despertem, nos alunos, a curiosidade e o desejo de aprender,

    conhecer e fazer descobertas. A dimenso da informtica na

    educao no est, portanto, restrita informatizao da parte

    administrativa da escola ou ao ensino da informtica para os

    alunos.

    38

    O problema est em como estimular os jovens a buscar novas formas de pensar, de procurar e de selecionar

    informaes, de construir seu jeito prprio de trabalhar

    com o conhecimento e de reconstru-lo continuamente,

    atribuindo-lhe novos significados, ditados por seus

    interesses e necessidade. Como despertar-lhes o prazer e

    as habilidades da escrita, a curiosidade para buscar dados,

    trocar informaes, atiar-lhes o desejo de enriquecer seu

    dilogo com o conhecimento sobre outras culturas e

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    2Ousodocomputadornaescolacomorecursopedaggico

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    pessoas, de construir peas grficas, de visitar museus, de olhar o mundo alm das paredes de sua escola, de seu

    bairro ou de seu pas... (ALMEIDA, 1998).

    Tajra destaca a caracterstica de interatividade proporcionada

    pelo computador e a sua grande possibilidade de ser um ins-

    trumento que pode ser utilizado para facilitar a aprendizagem

    individualizada. Alm disso, o computador incorpora, hoje,

    vrios recursos tecnolgicos. Nele possvel ouvir rdio, ver

    vdeos, ler revistas e jornais, reproduzir e gravar CD, como no

    aparelho de som, conversar com outra pessoa como se esti-

    vssemos ao telefone, entre outras coisas.

    No vocabulrio da informtica sempre encontramos

    palavras estrangeiras, pois importamos muitas tecnolo- gias de outros pase. Poir isso, muito importante que voc s use palavras ou expresses de lngua estrangeira quando no existir uma equivalente no portugus, assim, valorizamos nossa lngua e evitamos o uso abusivo dos estrangeirismos. A introduo da informtica na escola como recurso pedag-

    gico deve partir da constatao feita pela prpria comunidade

    escolar da necessidade de mudana no processo educacio-

    nal, a fim de adequar o ensino s novas demandas sociais.

    Para que os recursos e os benefcios da informtica possam

    ser utilizados de forma consciente, eficaz e crtica, necess-

    rio haver mobilizao, discusso e reflexo. Quando se fala em informtica na educao, preciso con- siderar a proposta pedaggica da escola. Todas as pessoas

    envolvidas no processo educacional precisam debater e de-

    finir como ser a utilizao da informtica na escola e qual

    seu objetivo, considerando os interesses e as exigncias da

    comunidade e da sociedade. Assim, para incorporar a tecnologia no contexto escolar, ne- cessrio:

    Verificar quais so os pontos de vista dos docentes e dos

    funcionrios em relao aos impactos das tecnologias na

    educao.

    39

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    2Ousodocomputadornaescolacomorecursopedaggico

    40

    Discutir com os alunos quais so os impactos que as tecno- logias provocam em suas vidas cotidianas e como eles se

    do com os diversos instrumentos tecnolgicos.

    Integrar os recursos tecnolgicos de forma significativa

    com o cotidiano educacional.

    Envolver as famlias e os demais segmentos da comunida-

    de escolar nos processos de discusso e implementao

    das novas tecnologias no cotidiano escolar.

    possvel classificar a utilizao do computador na educao

    de duas formas, considerando a proposta pedaggica da es-

    cola:

    Por disciplina: nessa modalidade, os professores utilizam

    os computadores como reforo, complementao ou sen-

    sibilizao para os contedos abordados em sala de aula,

    em sua disciplina especfica, de forma isolada.

    Projetos educacionais: nesse enfoque, a utilizao da in-

    formtica acontece de forma integrada entre as vrias dis-

    ciplinas no desenvolvimento de propostas de projetos. O

    modo de utilizao do ambiente de informtica tambm

    uma questo a ser discutida. A problemtica levantada :

    o professor precisa cumprir uma grade horria mnima no

    ambiente de informtica ou deve utiliz-lo quando necessi-

    tar e tiver algum interesse?

    Com base nesse questionamento, a utilizao dos ambientes

    de informtica pode ser classificada de duas maneiras:

    Sistematizada: quando os horrios so definidos previa-

    mente, durante o planejamento das aulas. O coordenador

    designa o momento, no ambiente de informtica, para cada

    professor, que pode ser semanal ou quinzenal, por exem-

    plo. Essa modalidade recomendada quando a escola est

    iniciando seu processo de implantao de informtica na

    educao, sendo uma forma de ajudar o professor a vencer

    suas resistncias e seus medos em relao utilizao do

    computador.

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    2Ousodocomputadornaescolacomorecursopedaggico

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    No-sistematizada: o uso do ambiente de informtica livre e depende do interesse e da necessidade do profes-

    sor, que agenda seu horrio. Essa forma de utilizao do

    ambiente de informtica indicada quando a escola possui

    professores em estgio avanado de integrao tecnolgi-

    ca. Porm, na prtica, essa modalidade tende a deixar o

    ambiente de informtica ocioso pela pouca utilizao dos

    professores. O desenvolvimento de um plano de aula com

    tecnologia requer maior pesquisa, versatilidade, criativida-

    de e tempo do professor, fatores que tm motivado a au-

    sncia dos professores nos ambientes de informtica.

    Outra questo a ser considerada o objetivo de sua aplicao.

    As formas de utilizao do computador devem variar de acor-

    do com os objetivos a serem alcanados, sendo importante

    sua utilizao pelas vrias possibilidades apresentadas. O im-

    portante questionar o objetivo que se quer atingir ao utilizar

    um recurso tecnolgico na prtica pedaggica, avaliando suas

    qualidades e limitaes. Quanto ao objetivo de sua aplicao

    na escola, o uso do computador pode ser classificado de duas

    maneiras:

    Pedaggica: a escola utiliza o computador como ferramen-

    ta para complementos e sensibilizaes disciplinares ou

    projetos educacionais. Para isso, os alunos precisam estar

    aptos a manusear o computador e a trabalhar com os sof-

    twares. Caso contrrio, ficaro inseguros e no podero

    aproveitar as ferramentas de forma adequada para obter

    resultados positivos.

    Social: a escola preocupa-se em repassar para os alunos al-

    guns contedos tecnolgicos. Trabalhar apenas nesse en-

    foque pode provocar um desconhecimento, por parte dos

    alunos, sobre como relacionar as ferramentas tecnolgicas

    aprendidas com suas tarefas, como aliadas para suas ativi-

    dades bsicas do dia-a-dia. O enfoque social est relaciona-

    do tambm utilizao da informtica em diversas reas,

    como caixas eletrnicos de bancos, caixas de supermerca-

    do e terminais de consulta, por exemplo.

    Nesse caso, a prtica indicada consiliar os dois enfoques:

    o pedaggico e o social. Assim, na elaborao do plano de

    curso com a utilizao da informtica, devero ser previstos

    41

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    2Ousodocomputadornaescolacomorecursopedaggico

    Segundo o Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, cinestesia o sentido pelo qual se percebem os movimentos musculares, o peso e a posio dos membros. A habilidade corpo-cinestsica diz respeito a essa percepo corporal.

    momentos para orientaes tecnolgicas bsicas associadas

    s orientaes pedaggicas.

    A importncia da utilizao da tecnologia computacional

    na rea educacional indiscutvel e necessria, seja no

    sentido pedaggico, seja no sentido social. No cabe

    mais escola preparar o aluno apenas nas habilidades

    de lingstica e lgico-matemtica, apresentar o

    conhecimento dividido em partes, fazer do professor

    o grande detentor de todo o conhecimento e valorizar

    apenas a memorizao. Hoje, com o novo conceito de

    inteligncia, em que podemos desenvolver as pessoas em

    suas diversas habilidades, o computador aparece num

    momento bastante oportuno, inclusive para facilitar o

    desenvolvimento dessas habilidades lgico-matemtica,

    lingstica, interpessoal, intrapessoal, espacial, musical,

    corpo-cinestsica, naturista e pictrica (TAJRA, 2000).

    H, ainda, algumas consideraes gerais a respeito da utiliza-

    o dos ambientes de informtica nas escolas: A impresso dos trabalhos uma das atividades que mais

    42 motivam os alunos. Se possvel, procure sempre imprimir os trabalhos por eles desenvolvidos.

    Os alunos devem aprender a ligar e desligar o computador.

    Ligando e desligando o computador, os alunos entendero

    melhor o processo de inicializao da mquina.

    Os alunos devem iniciar todos os programas que sero uti-

    lizados durante a aula. Por isso, evite deix-los prontos para

    uso. Os alunos precisam lidar com o computador de forma

    natural e sem medo.

    Cada aluno ou equipe deve ter um disquete, CD ou pendrive

    para copiar seus trabalhos.

    Os momentos nos laboratrios de informtica devem con-

    ter muitas atividades prticas. Deve-se evitar momentos de

    explanao muito longos.

    No ambiente de informtica, devem existir mesas e ca-

    deiras para a realizao de outras atividades que no as

    elaboradas no prprio computador. Essa tambm uma

    boa estratgia a ser adotada quando a escola no possui

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    2Ousodocomputadornaescolacomorecursopedaggico

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    computadores suficientes para todos os alunos de uma

    mesma turma.

    So vrias as situaes positivas proporcionadas pelo uso da

    informtica no ambiente educacional, que variam de acordo

    com a proposta utilizada em cada caso e com a dedicao dos

    profissionais envolvidos:

    Os alunos ganham autonomia nos trabalhos, podendo de-

    senvolver boa parte das atividades sozinhos, de acordo com

    suas caractersticas pessoais, atendendo de forma mais n-

    tida ao aprendizado individualizado.

    Em funo da gama de ferramentas disponveis nos softwa- res, os alunos, alm de ficarem mais motivados, tambm se

    tornam mais criativos.

    A curiosidade outro elemento bastante aguado com a in-

    formtica, visto ser ilimitado o que se pode aprender e pes-

    quisar com os softwares e stios da internet disponveis.

    Os ambientes tornam-se mais dinmicos e ativos. Alunos com dificuldade de concentrao tornam-se mais

    concentrados.

    Esses ambientes favorecem uma nova socializao que, s

    vezes, no conseguida nos ambientes tradicionais. Os alu-

    nos que se sobressaem pelo uso da tecnologia costumam

    ajudar aqueles com dificuldades.

    As aulas expositivas perdem espaos para os trabalhos cor-

    porativos e prticos.

    A informtica passa a estimular o aprendizado de novas

    lnguas, sendo uma forma de comunicao voltada para a

    realidade da globalizao.

    Alm de a escola direcionar as fontes de pesquisas para

    os recursos j existentes, como livros, enciclopdias, revis-

    tas, jornais e vdeos, pode-se optar por mais uma fonte de

    aprendizagem: o computador.

    A informtica contribui para o desenvolvimento das habili-

    dades de comunicao e de estrutura lgica do pensamento.

    importante que as aulas no ambiente de informtica sejam

    planejadas, assim como aquelas ministradas no ambiente de

    43

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    2Ousodocomputadornaescolacomorecursopedaggico

    44

    sala de aula. No planejamento dessas aulas, preciso ter aten-

    o para os seguintes aspectos: No planejamento de aulas, devero ser descritos: os obje-

    tivos a serem atingidos, os contedos a serem abordados,

    a estratgia a ser utilizada e os recursos necessrios. Nesse

    momento, indicado o software a ser utilizado e, por fim,

    qual critrio de avaliao ser usado.

    Deve-se sempre ter, como ponto de partida, a prvia expe-

    rincia do aluno e suas relaes cotidianas. Dessa forma, o

    enfoque deve ser orientado para atividades significativas.

    As aulas devero ser desafiadoras, com problemas a serem

    resolvidos. Devem-se evitar as aulas mecnicas, em que o

    aluno repete passos, mas no associa o aprendizado.

    Os planejamentos devem ser realizados em equipe com

    os demais professores da escola, envolvendo, tambm, os

    tcnicos em multimeios didticos. Dessa forma, a utilizao

    da informtica torna-se mais ampla e dinmica.

    Devem ser previstas prticas sociais da informtica nos pla-

    nos de aula, sempre relacionando as ferramentas com as

    mudanas sociais.

    Com base no ltimo item citado, descreva

    ao menos trs prticas sociais envolvendo a infor-

    mtica e, em seguida, proponha uma discusso com

    seus colegas de curso do porqu voc acredita que elas

    o so. Anote em seu relatrio final.

    A informtica pode ser um excelente recurso pedaggico a ser

    explorado por professores e alunos quando utilizada de forma

    adequada e planejada. Reitera-se, assim, a importncia da de-

    finio de objetivos e a elaborao do projeto pedaggico da

    escola, que deve levar em considerao as caractersticas, os

    interesses e as necessidades locais, para que a integrao do

    computador ao processo educacional possa ser efetivada de

    forma positiva e eficaz.

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    2Ousodocomputadornaescolacomorecursopedaggico

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    A anlise das experincias desenvolvidas no pas e no exterior alerta para o fato de que qualquer inovao

    educacional, para ser aceita, precisa ser planejada a

    partir de interesses, necessidades e aspiraes de sua

    comunidade. Os projetos precisam ser contextualizados,

    estar em sintonia com os interesses de comunidades

    regionais e locais, incluindo aqui a proposta pedaggica.

    O respeito aos valores culturais, sociopolticos e

    pedaggicos da realidade condio sine qua non para

    garantia de sucesso de qualquer empreendimento.

    O produto de qualquer empresa, para ser aceito, precisa

    responder aos interesses de sua clientela (MORAES, 1997).

    importante lembrar que o projeto pedaggico deve ser ela-

    borado em conjunto pela comunidade escolar, pois deve re-

    fletir os anseios, as opinies e os objetivos da maioria. Alm

    disso, deve ser periodicamente discutido, revisto e atualizado

    a partir das necessidades e dos interesses dos envolvidos no

    processo educacional, surgidos da prpria prtica pedaggica

    e da evoluo do conhecimento e das tecnologias. Para se implementar o projeto pedaggico, principalmente no que diz respeito informtica, precisa-se, evidentemen-

    te, identificar os recursos materiais e financeiros necessrios

    e os j disponveis. Nesse ponto, o envolvimento de toda a

    comunidade escolar tambm importante na definio de

    Sine qua non ou condio sine qua non originou-se do termo legal em latim que significa sem o qual no pode ser. Refere-se a uma ao, condio ou ingrediente indispensvel e essencial. Obtido no site: http://pt.wikipedia.org/ wiki/Sine_qua_non

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    estratgias para obteno e uso dos recursos que viabilizaro a execuo do projeto.

    Verifique, na escola que voc atua, as

    reais condies para a implementao de um proje- to de informtica educacional. Liste os recursos finan-

    ceiros, materiais e humanos disponveis. A partir dos da- dos levantados, relacione os elementos ausentes, que

    impedem uma implementao efetiva do projeto.

    Softwares utilizados na educao Existem vrios tipos de softwares (programas de computa- dor) que podem ser utilizados na educao. H os desenvol-

    vidos especialmente para finalidades educativas, os educa-

    cionais, mas h, tambm, diversos softwares existentes no

    mercado que podem ser utilizados na educao. Eles podem

    ser classificados nos seguintes grupos:

    Tutoriais: software que apresenta conceitos e instrues

    para realizao de tarefas especficas, em geral com baixa

    interatividade. Hoje so comuns os tutoriais que ensinam a

    utilizar programas de computador.

    Exercitao: software que possibilita atividades interati-

    vas por meio de respostas s questes apresentadas. Os

    professores podem, por exemplo, apresentar conceitos

    comuns na sala de aula e, depois, propor exerccios sobre os

    conceitos no computador, a partir de software adequado.

    Investigao: por meio de programas de investigao,

    possvel localizar informaes a respeito de diversos as-

    suntos. Um exemplo desse tipo de software so as enci-

    clopdias, que agilizam a localizao de informaes mais

    adequadas e confiveis.

    Simulao: so exemplos desse tipo de programa os simu-

    ladores de vo, os gerenciadores de cidades, de hospitais

    e de safris. Os softwares simuladores so considerados

    recursos significativos para o aprendizado e atrativos, tanto

    para os alunos, quanto para os professores, pois apresen-

    tam, em seus exerccios, atividades que simulam a realida-

    de em estreita verossimilhana. Esses softwares ajudam a

    estabelecer a comunicao entre a teoria e a prtica.

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    Jogos: so softwares de entretenimento que apresentam grande interatividade e recursos de programao sofistica-

    dos, podendo ser utilizados para ministrar aulas mais diver-

    tidas e atraentes. Ao contrrio do que possa parecer, os jo-

    gos podem, sim, ser utilizados com finalidades educativas e

    com muita eficincia. Existe, hoje, uma infinidade de jogos

    matemticos, de raciocnio lgico, leitura e escrita, entre

    outros, que, de forma ldica, auxiliam o processo ensino-

    aprendizagem. Podem ser empregados desde a educao

    infantil.

    Abertos: so de livres produes e oferecem vrias ferra-

    mentas para serem utilizadas conforme o objetivo do usurio.

    So exemplos desse tipo de software os editores de texto,

    os bancos de dados, as planilhas eletrnicas, os programas

    ou softwares grficos, os de autoria, os de apresentao e

    os de programao.

    Exemplifique softwares tutoriais e de

    exercitao e descreva como voc os empregaria no

    seu local de trabalho.

    Os editores de texto apresentam vrios recursos para ela-

    borao de texto no computador. Com eles, possvel criar

    redaes, relatrios, cartas, poesias, entrevistas, cartazes,

    cartes e vrios outros tipos de texto de forma personalizada.

    Os editores de texto podem ser utilizados em qualquer disci-

    plina escolar e a partir de nveis escolares bsicos. Os bancos de dados possibilitam o arquivamento de informa- es (textos, atividades, imagens...) que podem ser utilizadas

    posteriormente em diversas atividades de anlises e elabora-

    o de relatrios. Por meio do banco de dados, os alunos po-

    dem imprimir relatrios com filtros de informaes, possibili-

    tando o desenvolvimento de atitudes de associao, definio

    de prioridades, de lgica e hierarquizao de informaes. Com as planilhas eletrnicas, possvel a realizao de cl- culos de forma rpida, a partir dos dados informados, e, pos-

    teriormente, a elaborao de grficos de diversos formatos.

    O professor pode propor aos alunos, por exemplo, a simula-

    o de ganhos ou entradas de dinheiro e de gastos ou despe-

    sas, para ensinar controle e anlises de finanas.

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    Os softwares grficos so destinados elaborao de dese- nhos e produes artsticas, como convites, cartes, calend-

    rios, envelopes e outros. Com ele, possvel utilizar a criativi-

    dade para fazer seus prprios desenhos ou ainda utilizar de-

    senhos disponveis em arquivos. Tambm possvel capturar

    imagens utilizando um scanner. Um exemplo de atividade que pode ser desenvolvida com um software grfico pedir ao aluno para elaborar um desenho

    que represente um texto fornecido pelo professor ou, a partir

    de um desenho ou cenrio apresentado no programa, pedir

    que o aluno elabore um texto. As atividades com softwares

    grficos despertam a criatividade artstica dos alunos e podem

    revelar talentos. Os softwares de autoria funcionam com um aglutinador de produes elaboradas em outros programas ou softwares.

    Para desenvolver produes neles, preciso preparar uma

    anlise lgica de apresentao que pode ser descrita resumi-

    damente da seguinte forma: Escolha um tema para a produo da aula. Monte a seqncia de apresentaes que pode conter fo-

    tos, animaes, textos, desenhos, sons etc.

    Elabore perguntas e possveis respostas sobre o assunto da

    aula. Dependendo do software de autoria utilizado, poss-

    vel elaborar diferentes tipos de atividades de exercitao.

    Selecione gravaes sonoras que podem ser obtidas a par-

    tir de sons previamente gravados em softwares musicais

    e/ou gravaes com as vozes dos alunos e de outras pes-

    soas.

    Efetue as produes antes citadas: desenhos, textos, ani-

    maes, captura de imagens e sons a partir dos aplicativos

    que voc possui no seu computador.

    Utilize o software de autoria para aglutinar todas as suas produes conforme a seqncia predefinida.

    Insira as atividades de exercitao. Exiba sua aula.

    Os softwares de apresentao so programas muito utiliza-

    dos para elaborar apresentaes de palestras e aulas (O Po-

    wer Point da Microsoft o exemplo mais comum). Possuem

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    recursos de visualizao de telas e permitem produes de

    slides e transparncias. Com a utilizao dessa ferramenta de

    apresentao, tanto alunos quanto professores podem exibir

    seus trabalhos para a turma no prpri