Curso ervas condimentares

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D O S S I Ê T É C N I C O Cultivo de Plantas Condimentares Herbáceas Marcos Roberto Furlan Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais / CETEC outubro 2007

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D O S S I Ê T É C N I C O

Cultivo de Plantas Condimentares Herbáceas

Marcos Roberto Furlan

Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais /

CETEC

outubro 2007

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DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário 1 NTRODUÇÃO ..............................................................................................................................3 2 ASPECTOS BOTANICOS...........................................................................................................4 3 NOME CIENTÍFICO .....................................................................................................................4 4 PARTES DAS PLANTAS QUE POSSUEM PROPRIEDADES CONDIMENTARES ................8 5 EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS E EDÁFICAS PARA AS PLANTAS CONDIEMENTARES.........8 5.1 Temperatura.............................................................................................................................8 5.2 Luz solar ...................................................................................................................................9 5.3 Altitude .....................................................................................................................................9 5.4 Latitude.....................................................................................................................................9 5.5 Umidade....................................................................................................................................9 5.6 Edáficas (solo) .......................................................................................................................10 6 PLANTIO ....................................................................................................................................11 6.1 Reprodução sexuada (por sementes).................................................................................11 6.2 Propagação vegetativa .........................................................................................................12 7 PRODUÇÃO EM VASOS OU JARDINEIRAS..........................................................................14 8 COMERCIALIZAÇÃO................................................................................................................21 9 FICHAS DE ALGUNS CONDIMENTOS HERBÁCEOS...........................................................22 10 PLANTAS CONDIMENTARES ALTERNATIVAS..................................................................25 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................................................26 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................26

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DOSSIÊ TÉCNICO

Título Cultivo de plantas condimentares herbáceas Assunto Horticultura Resumo As plantas condimentícias têm alcançado cada vez mais destaque, não só em função de sua importância econômica e na melhoria das características sensoriais, mas, principalmente, devido às descobertas de suas ações medicinais, o que justifica tanto o cultivo para geração de renda quanto para a produção visando o próprio consumo. Entre os condimentos destacam-se, pela menor exigência de áreas, as espécies herbáceas como, tais como: alecrim, sálvia, orégano, tomilho, funcho, erva-doce, hortelãs e manjericões, e que possuem características de cultivo diferentes dos condimentos arbóreos ou arbustivos. Neste documento são apresentadas informações quanto aos aspectos botânicos dos principais condimentos herbáceos, a escolha do local para cultivo, o plantio e formas de propagação, a condução do cultivo das principais espécies, a colheita, a secagem e armazenamento, as formas de comercialização, e as principais legislações relacionadas ao comércio de condimentos e que possuem relação com a fase de produção. Palavras-chave Agricultura; condimento; controle de praga; cultivo; plantio Conteúdo 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, verifica-se aumento expressivo no uso de plantas condimentares em decorrência de alguns fatores como, por exemplo, a valorização do uso de produtos mais naturais e também o fato de que as pesquisas nas áreas farmacológicas e médicas, confirmam a eficácia de muitas das plantas condimentares. No entanto, mesmo com o impulso no comércio de plantas condimentares, na área agronômica essas espécies ainda são pouco pesquisadas. Conseqüentemente, inúmeras plantas de interesse não têm sequer recebido atenção sobre aspectos básicos tais como a forma mais adequada de propagação, espaçamentos, exigências nutricionais ou época de colheita. Desta forma o produtor acaba descobrindo informações empiricamente e o produto colhido fica com qualidade muito inferior quando comparado com as grandes culturas.

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O cultivo é considerado como uma das etapas que mais poderá interferir na produção e qualidade de um condimento, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo. Para as plantas condimentares a quantidade da biomassa vegetal produzida não é o único objetivo, mas também os teores dos princípios ativos, e que estão relacionados com a qualidade condimentar (MADUEÑO BOX, 1973). Outro fator importante é a necessidade do cultivo sem o uso de agrotóxicos, o que faz, quase que obrigatório, o uso de práticas da agricultura orgânica para a produção de plantas condimentares. 2 ASPECTOS BOTANICOS A qualidade de uma planta condimentar está quase sempre relacionada com a presença de um grupo de substâncias chamadas de óleo essencial, e que são os princípios ativos com vasto uso medicinal. No entanto, há exceções, como acontece com as pimentas do gênero Capsicum, que tem como principal responsável, a capsaicina e que é classificada como alcalóide. Quando algumas espécies possuem aroma semelhante há boa chance de encontrar substâncias aromáticas em comum, como, por exemplo, o funcho e a erva-doce. Como todas as plantas condimentícias possuem importância medicinal, o produtor terá de acompanhar pesquisas na área de saúde relativas à espécie que produz, pois aspectos negativos ou positivos ligados ao seu uso medicinal irão influenciar de forma direta no valor econômico da espécie selecionada. Outro aspecto relevante para quem produz, é a correta identificação da plantas, pois não são raras as confusões que ocorrem, e erros neste item poderão comprometer a imagem do produtor. No entanto, alguns gêneros como os da menta, Mentha; manjericões, Ocimum; e do orégano e da manjerona, Origanum; possuem várias variedades e cultivares, e somente alguns especialistas no mundo é que conseguem identificar. Com exemplo, há mais de 100 espécies, variedades ou cultivares; conhecidos como manjericão e que pertencem ao gênero Ocimum. Para ter maior segurança, adquira sementes de pacotes que possuem a identificação usando o nome científico. Todavia, nem sempre é exigida a correta denominação das pimentas ou das inúmeras espécies ou variedades de manjericão e de hortelã; principalmente quando será comercializado em feiras livres ou diretamente para o consumidor. Neste tipo de mercado só é exigido o nome popular, ao contrário de quando o produto será vendido para atacadistas ou indústrias. Neste item são dadas algumas informações que serão úteis ao produtor essencialmente para facilitar a identificação, pois quando maior for o conhecimento sobre a área de condimento, maior será a segurança e confiabilidade no trabalho que realiza. 3 NOME CIENTÍFICO Diversamente como ocorre nas plantas medicinais, não é obrigatório o nome científico do condimento no rótulo da embalagem, apesar de ser recomendado pelo autor para conceder confiabilidade ao produto, pois certas vezes a omissão do nome pode parecer intencional ou falta de conhecimento de quem produz.

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Outra diferença com relação às plantas medicinais na nomenclatura, é que a variação entre os nomes é mínima. Alecrim, cebolinha, salsinha, coentro, orégano ou hortelã, por exemplo, possuem raros sinônimos. O nome científico vem grafado itálico, negrito ou até mesmo grifado, e o essencial é que não seja escrito da mesma forma que as palavras em português, pois é importante que seja destacado do resto do texto. O primeiro nome (gênero) inicia em maiúscula e o segundo em minúscula, e no final do nome científico pode aparecer o nome do autor responsável pelo nome científico. Quando se trata de uma variedade, o nome pode ser escrito da seguinte maneira: Mentha arvensis L. var. piperascens, e que é uma variedade de hortelã, e quando se trata de cultivar, deverá ser desta forma Ocimum basilicum cv Genovese, e que é o manjericão-italiano do molho pesto. Recordando como se escreve o nome científico das espécies:

Nome popular Nome científico Açafrão Crocus sativus L. Alecrim Rosmarinus officinalis L. Manjericão-italiano Ocimum basilicum L. Salsinha Petroselinum crispum (Mill.)

Nyman ex AW Hill Exemplos de algumas confusões na identificação de condimentos São poucas as confusões com os condimentos, porém algumas vezes existem exageros, como ocorre com o tomilho, que possui folhas parecidas com as do alecrim e cheiro de orégano. Muitas vezes chamado de cominho, que possui folhas semelhantes ao funcho. No quadro 1, seguem algumas confusões que ocorrem comumente.

QUADRO 1 Exemplos de confusões sobre a identificação dos condimentos açafrão, alcaparra e erva-doce.

Confusão Características do verdadeiro

Características do falso

Nome científico do verdadeiro

Nome científico do falso

Açafrão Raríssimo no Brasil, é obtido dos pistilos das flores.

Obtido das raízes de cor alaranjada, é conhecido também por curcuma.

Crocus sativus Curcuma longa

Alcaparra Rara no Brasil, ereta, o sabor acentua-se no vinagre.

Comum no Brasil em locais de clima mais ameno e é rasteira.

Capparis spinosa

Tropaeolum majus

Erva-doce Menos de 1,0m, flores brancas, folhas largas, sementes mais arredondadas.

Comum no Brasil, flores amarelas, folhas com folíolos afinados, sementes alongadas, também chamado de funcho.

Pimpinella anisum

Foeniculum vulgare

Fonte: FURLAN, 2007.

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A erva-doce verdadeira é rara nos quintais e hortas brasileiras, seu cheiro é semelhante ao do funcho, anis-estrelado e até a uma espécie de manjericão. Dentre estas plantas, somente o funcho possui variedades específicas para a produção de bulbo comestível, principalmente para o preparo de saladas. O erro mais comum no Brasil com os condimentos, é confundir o verdadeiro açafrão, e que no nosso país pode se atribuir a pelo menos quatro espécies. O legítimo (Crocus sativus), que alguns chamam por esta denominação é o Bixa orellana (conhecido por urucum), uma raiz de cor alaranjada e também chamado de açafrão pelos brasileiros (Curcuma longa) e um com rara ocorrência nas regiões de clima temperado e também quase desconhecido (Carthamus tinctorius), que é utilizado como corante. Existem ainda em nosso país, algumas plantas com cheiro próximo ao da pimenta-do-reino. São espécies que pertencem ao gênero Xilopia e que necessitam estudos para avaliar sua viabilidade na culinária, por serem menos picantes. São conhecidas por nomes vulgares como pindaíba, pimenta-de-bugre e pimenta-de-macaco. Próxima da noz-moscada, existe uma planta silvestre com características parecidas, que é a Cryptocarya moschata e que pertence a família do louro e das canelas. Diga-se de passagem, no Brasil, as plantas conhecidas como canelas não possuem as mesmas utilidades da canela-da-china. Outra planta espontânea no Brasil e que pode ser usada como condimento é a aroeira-vermelha (Schinus terenbinthifolius), que é chamada de pimenta-rosa. No nordeste se conhece uma planta com formas semelhantes ao boldo-de-folha-peluda e com um aroma que lembra pouquíssimo o orégano, que todavia também é usada na culinária. Conhecida como hortelã-do-norte, malvaisco ou até alfavaca no interior de Sergipe e cujo nome científico é Plectranthus amboinicus, em Cuba conhecida como orégano. Além do coentro (Coriandrum sativum), também conhecido como coentrão, existe uma planta de nome Eryngium foetidum, que é comum no nordeste. Há também o orégano mexicano (Lippia graveolens), que não é aparentemente semelhante ao verdadeiro. Há muitas plantas nativas do nosso país que são chamados de alecrim, como o alecrim-do-campo e o alecrim de vaqueiro, sendo que a maioria não se emprega como tempero. A identificação correta de algumas plantas só é feita em instituições estrangeiras de pesquisa, como o Royal Garden, sediado na Inglaterra. Citamos como exemplo do grande esforço para identificar o nome correto, manjericões, hortelãs, orégano ou manjerona e pimentas, sendo o primeiro grupo com maior diversidade de espécies e variedades de interesse econômico. No caso das pimentas, ocorrem muitas divergências entre os pesquisadores. Para auxiliar a identificação de algumas espécies são fornecidas características comuns, para que se possam distingui-las: • Espécies de aroma semelhante: • Aroma de anis: Algumas espécies possuem aroma semelhante ao anis, como a verdadeira erva-

doce ou anis (Pimpinella anisum), o funcho e suas variedades produtoras de sementes ou “bulbos” (Foeniculum vulgare), um manjericão conhecido por muitos como atroveran (Ocimum selloi), utilizado na fabricação de licores caseiros, o anis estrelado (Illicium verum);

• Aroma de cravo: O cravo-da-índia (Eugenia) e o manjericão-cravo ou favacão (Ocimum gratissimum).

• Aroma de manjericão ou alfavaca: Existem várias espécies que possuem odor que lembra o que muitos chamam de alfavaca, principalmente por causa das inúmeras variedades. Todas pertencentes ao gênero Ocimum;

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• Aroma de menta: Nesta classificação se encontram várias hortelãs do gênero Mentha e uma

planta conhecida como poejo-do-rio-grande (Cunila microcephalla); e • Aroma de orégano: Com este aroma podemos citar o próprio orégano (Origanum vulgare), a

manjerona (Origanum majorana), a segurelha (Satureja hortensis), e o tomilho (Thymus vulgaris). Este possui folhas mais afinadas e menores, enquanto que a segurelha possui folhas menores que o orégano e a manjerona, estas de difícil distinção. Somando-se a isso que em todas as plantas citadas existem variedades. Existe ainda o coentrão ou chicória (Eryngium foetidum), como é conhecida por algumas pessoas.

Algumas plantas procedem de diversos continentes, podemos citar: América: Baunilha e pimenta-malagueta; Ásia: Aneto, cardomo, canela-da-china, canela verdadeira, cravo-da-índia, curcuma, gengibre, noz-moscada, pimenta-do-reino e Europa: Coentro, comilho, erva-doce, funcho, hissopo, levístico, manjerona, sálvia, tomilho. Isso também pode ser um gerador de confusões, visto a variedade de idiomas e regiões de cultivo. Nas figuras 1, 2 e 3, são ilustradas alguns cultivares de manjericão, que é o grupo com maior número de variações

FIGURA 1 - Cultivar de manjericão-italiano

Fonte: FURLAN, 2007.

FIGURA 2 - Cultivar de folhas roxas de manjericão-italiano

Fonte: FURLAN, 2007.

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FIGURA 3 - Cultivar de manjericão-italiano

Fonte: FURLAN, 2007. 4 PARTES DAS PLANTAS QUE POSSUEM PROPRIEDADES CONDIMENTARES Algumas espécies possuem mais de uma parte com valor condimentar, como o coentro (folhas e sementes), o funcho (semente e bulbo), o hissopo e a manjerona (folhas e sumidades florais). Em conformidade com a parte que se utiliza como condimento, agrupar-se-ão da seguinte maneira: • Bulbo: alho e cebola; • Casca: canelas; • Flor: açafrão, cravinho; • Folhas: alecrim, cerefólio, estragão, levístico, louro, orégano, salsa, sálvia, tomilho; • Frutos completos: anis, capuchinha, pimenta; • Órgãos subterrâneos: curcuma, gengibre; • Partes do fruto ou sementes: alcarávia, anis, funcho, coentro, cominho, mostarda, noz moscada. 5 EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS E EDÁFICAS PARA AS PLANTAS CONDIEMENTARES Os atributos de uma planta condimentar estão relacionados proporcionalmente aos teores de algumas substâncias, entre elas os óleos essenciais, e dessa maneira, a produção da biomassa não será o principal parâmetro levado em consideração para efeitos de valor comercial. Os fatores climáticos e de solo influenciam a produção de substâncias na planta, portanto, o produtor deverá estar ciente das exigências da cultura, sob pena de não se ter o teor de princípios ativos desejados, mesmo que a plantação tenha se desenvolvido aparentemente bem. Assim, caso tenha interesse em produções maiores, certifique-se com especialistas que sua planta está em local adequado. Volumes consideráveis de plantas medicinais são comprados somente após passar por processo de análise. 5.1 Temperatura A temperatura afeta principalmente na produção de biomassa ou na produção de flores, ocorrência comum nas plantas originárias de regiões com climas frios. Grande parte das plantas condimentares é de clima temperado, isto é, ameno ou de clima tropical, como muitas das espécies da família solánacea, principalmente as pimentas, umbelíferas e labiadas. Referindo-se à época de plantio, é importante tomar as seguintes precauções:

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1) Em locais de clima ameno, plante as espécies que exigem clima quente nos meses de setembro ou outubro e as de clima frio em qualquer época; e 2) Em locais de clima quente plante em abril ou maio as de clima ameno e no ano inteiro as que necessitam clima temperado ou quente. Observando o comportamento das espécies com relação ao quesito temperatura, chegamos a algumas conclusões: 1) Espécies tolerantes à grande variação de temperatura: açafrão e alcarávia (sofrem com geadas), aneto, cebolinha, cominho, hortelã, orégano e salsinha; 2) Espécies que sofrem em climas frios: alecrim, coentro, cerefólio, erva-doce, estragão, funcho (algumas variedades), gengibre, louro, manjericão, manjerona, raiz forte, segurelha ; e 3) Espécies que produzem menos em clima quente: alecrim, alho, capuchina, erva-doce, estragão, funcho, hissopo, levístico, louro, raiz-forte, sálvia, segurelha anual, tomilho. 5.2 Luz solar Somente algumas plantas condimentares conseguem desenvolver-se sem a luz solar incidindo diretamente sobre elas. Mesmo nas plantas cultivadas em estufas, a mínima obstrução para a luz solar, ocasiona perda na qualidade aromática. Numa propriedade que tenha inclinações em todas as faces (norte, sul, leste ou oeste), a produção com melhor qualidade será a da face norte, ocasionada pela maior incidência da luz solar. A mesma tática pode ser utilizada para dispor jardineiras em um prédio, entretanto, nessas condições a face sul é inviável para o cultivo de condimentos. 5.3 Altitude Em se tratando de altitude, a maioria das plantas condimentares não teria condições ideais no território brasileiro, por serem espécies nativas de locais com altitude superior a 1.000m e nosso território está situado entre o nível do mar e 1.200 m de altura. Abaixo estão relacionadas as maiores altitudes que algumas condimentares exigem: • Até 1.000 m : Erva-doce. • Entre 1.000 até 1.500m: Açafrão, Alecrim, coentro, cominho, estragão, funcho (variedade doce

requer menor altitude), manjerona. • Entre 1.500 e 2.000: Alcarávia, sálvia, segurelha (Satureja montana), tomilho. • Mais de 2.000 m: Orégano. 5.4 Latitude A latitude influencia diretamente na quantidade de horas de luz e é condição que justifica a melhor qualidade das aromáticas em suas regiões originais. Várias espécies são originadas ou cultivadas com êxito em locais com latitude superior a 40º, sendo que no Brasil a latitude máxima é próxima de 35º. 5.5 Umidade A umidade do ar ou do solo é outro fator que influencia a qualidade do condimento. Em alguns experimentos, a água em demasia resulta em plantas com maior biomassa, porém com teores menores de óleos essenciais; entretanto, um modesto stress hídrico pode favorecer o aumento do teor de óleos, mas com peso menor.

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5.6 Edáficas (solo) O tipo de solo poderá influenciar na produção de biomassa e de substâncias medicinais. Geralmente, a origem da planta medicinal pode servir para identificar á que solo ela está mais adaptada, de maneira que possa servir de subsídio para indicar locais mais auspiciosos para seu cultivo. Com relação ao solo, podemos fazer algumas observações: • Curcuma e gengibre (espécies que produzem raízes para colheita) necessitam serem plantados

em solos mais soltos (que não sejam minimamente argilosos); • Os solos escuros são geralmente mais férteis que os solos claros e mais propensos a doenças; e • Solos claros são geralmente mais ácidos e secos do que os solos escuros.

QUADRO 2 Indicações da qualidade de solo para algumas plantas condimentares NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO QUALIDADE DO SOLO Açafrão Crocus sativus Não pode ser argiloso, úmido e impermeável. Alcarávia Carum carvi Vegeta em ampla variedade de solo, desde

que bem drenado, não seco e compacto. Alecrim Rosmarinus officinalis Calcário e bem drenado. Aneto Anethum graveolens Bem drenado, rico em matéria orgânica e fértil. Coentro Coriandrum sativum Fértil e bem drenado. Cominho Cuminum cyminum Solo areno-argiloso, permeável e fértil

desenvolve bem em solo calcário. Endro Anethum graveolens Fértil e sem umidade excessiva. Erva-doce Pimpinella anisum Bom teor de matéria orgânica, não suporta

solo argiloso e mal drenado. Estragão Artemisia dracunculus Fértil, permeável e solto. Funcho Foeniculum vulgare Bem adaptado a vários tipos de solo, desde

que bem drenado (não seco) e levemente alcalino.

Gengibre Zinziber officinale Bem drenado. Hissopo Hyssopus officinalis Areno-argiloso ou argilo-arenoso, bem

drenado. Hortelã Mentha villosa Exigente em matéria orgânica e nem um

pouco seco. Manjericão Ocimum basilicum Rico em matéria orgânica, não suporta solo

argiloso e mal drenado. Manjerona Origanum marjorana Sofre com solo excesso de umidade e muito

argiloso. Orégano Origanum vulgare Natureza calcária e fértil, e menos exigente

que a manjerona. Sálvia Salvia officinalis Tolera pH de 5,0 a 9,0 e não é muito exigente

quanto à fertilidade. Segurelha anual Satureja hortensis Cresce até em solos arenosos e calcários. Tomilho Thymus vulgaris Tolera solos argiloso e calcário. Fonte: BUSTAMANTE, 1993: MARTINS et al., 1995 e SILVA JÚNIOR et al.,1996).

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6 PLANTIO 6.1 Reprodução sexuada (por sementes) Sempre teste com uma quantidade pequena os métodos indicados, tendo em vista que estas recomendações são obtidas com experimentos no exterior. Alguns comerciantes de sementes também podem dar informações para se obter o máximo de germinação. A maioria das espécies de condimentos propaga-se por sementes, porém algumas só propagar-se-ão quase que somente por esta forma, tais como: alcarávia, aneto, cerefólio, coentro, cominho, erva-doce, funcho e salsinha. Dicas para aquisição de sementes: • Compre somente sementes de empresas com tradição na importação de sementes; e • Compre sementes de saquinhos ou latas lacradas. São exemplos de tratamentos para aumento da germinação: a) Embebição com KNO3 : Algumas sementes com as de funcho, necessitam serem embebidas em solução a 2% de KNO3. b) 7 dias por 5-10º C: Deixar na temperatura e período citados as sementes de aneto, cerefólio e sálvia. c) Luz: Muitas espécies necessitam de luz para germinar. Exemplo: alecrim e hissopo. A FIG. 4 mostra uma bandeja de isopor e que é específica para produção de mudas. O substrato pode ser os que são vendidos no comércio, só devendo ter cuidado com a acidez, pois se for muito ácido, poderá prejudicar o desenvolvimento das mudas. Observe o valor no rótulo e o ideal é estar por volta de 6,0 a 6,5.

FIGURA 4 - Bandeja de isopor para produção de mudas.

Fonte: FURLAN, 2007. A sementeira, que é o local para produção de mudas é essencial para a produção de condimentos e os passos para fazer uma são: 1 Montar a sementeira em um dos canteiros ou em pequenos caixotes com terra, muito bem adubados, de preferência com esterco curtido;

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2 Abrir os sulcos na largura do canteiro, distanciados 15 cm um do outro, com 2 cm de profundidade; 3 Umedecer levemente o canteiro; 4 Distribuir as sementes uniformemente no sulco. No caso das sementes serem muito pequenas, para que não haja desperdício, deve-se pôr areia na mão, fazendo um pequeno buraco com o próprio dedo e colocando ali um pouco de sementes. Misture-se areia e sementes, ainda na mão, para só então semear nos sulcos; 5 Cobrir as sementes com um pouco de terra ou, melhor ainda, se houver uma peneira, peneirar a terra levemente sobre elas; 6 Cobrir a sementeira com capim seco ou um saco de estopa molhado até que as plantinhas comecem a germinar, o que acontecerá em, no máximo, uma semana; e

7 Molhar a terra pela manhã e à tarde, usando um regador, até que as plantinhas estejam prontas para serem transplantadas para o local definitivo; 6.2 Propagação vegetativa Principais formas de propagação vegetativa Estaquia de galhos É o processo vegetativo mais utilizado para as plantas condimentares. Geralmente se utiliza parte de galhos de 5 a 10 cm (estragão, orégano, manjerona, sálvia, segurelha e tomilho.), 10 a 15 cm (alecrim, favacão e manjericão.) e de 15 a 20 cm de comprimento (louro e urucum). O diâmetro varia entre 0,2 a 1 centímetros e cada estaca precisa ter no mínimo três nós. Na prática, tem se conseguido melhores resultados quando as estacas são um pouco lenhosas na parte que fincará no chão. De arbustos ou árvores, as estacas de galho devem ser lenhosas e maiores. As estacas também podem ser de rizomas ou raízes (curcuma, gengibre e hortelã), necessitando essas possuírem de duas a três gemas. Sempre se devem cortar as estacas de galho com tesoura de poda. Na parte que será enterrada em forma de bisel (inclinado) e reto no ápice. Deixar um par de folhas (louro e urucum) ou apenas 1/3 das folhas (em alecrim, manjerona, orégano, segurelha e tomilho.). As estacas podem ser plantadas em canteiros ou sacos plásticos, com substrato preparado (mistura de partes iguais de terra comum, húmus e areia), deixando fora 2/3 da estaca e enterrando o restante. Para melhor enraizamento, pode-se usar hormônios, encontrados em lojas especializadas. Na FIG. 5 são exemplificadas estacas de galho de alguns condimentos.

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FIGURA 5 - Estacas de galho de manjericões e alecrim, última à direita

Fonte: FURLAN, 2007. Divisão de touceira Este método permite o desenvolvimento rápido das mudas, entretanto é o que rende menos, pois consiste em aproveitar partes da planta contendo parte aérea e raiz. Após retirada das mudas, podar a parte aérea e a raiz, deixando respectivamente 5 a 10 cm e 2 a 5 cm de comprimento. Exemplos de condimentos que se reproduzem por divisão de touceira: cebolinha, hissopo, orégano, segurelha e tomilho. Alporquia Caso não utilize hormônios, é a forma mais indicada para o louro. As etapas para alporquia são: • Escolha um galho que tenha ótima aparência e no mínimo 30 cm de comprimento; • Ao retirá-lo da planta, faça um anelamento (retire a casca em forma de anel) a uma distância de

cerca de 20 cm do ápice do galho; • Coloque barro ou esfagno úmido sobre o anel; • Envolva o anel com uma fita plástica e amarre nas pontas e • Depois de bem enraizado, plante no local definitivo ou em recipientes. Como obter maior êxito na propagação vegetativa: Para se obter maior êxito na propagação vegetativa siga as seguintes dicas: • Época de coleta de material para propagação: final de inverno ou início da primavera. • Características do dia da coleta: nublado ou com chuvisco. • Horário da coleta: após o horário mais tórrido. • De qual planta matriz coletar: que não esteja em fase reprodutiva, que não seja muito nova ou

velha, com ótimas condições de sanidade e bem desenvolvida. No caso do louro, a espera para enraizamento é de aproximadamente dois a quatro meses. Existe também o plantio por bulbos, como se procede com o açafrão e o alho.

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FIGURA 6 - Produção de mudas de salsinha

Fonte: FURLAN, 2007. 7 PRODUÇÃO EM VASOS OU JARDINEIRAS Para quem deseja uma produção em vasos, jardineiras ou recipientes, estes devem ter no mínimo 20 cm de profundidade para as espécies de até 50 cm de altura. Até mesmo as espécies que necessitam vasos maiores como alecrim e louro, ainda assim, podem ficar por período de até seis meses (ou quando notar murcha das folhas ou crescimento excessivo das raízes) e então serem transplantadas para o local definitivo. Qualquer local onde haja incidência de pelo menos seis horas de sol e protegido de ventos frios e fortes, serão excelentes para que as plantas cresçam com vigor e podem ser utilizados para a disposição dos recipientes. Mesmo em locais de iluminação deficiente (três a quatro horas de sol), pode-se cultivar espécies como capuchinha, cebolinha, hortelã, salsinha e tomilho, entretanto, nessas condições as plantas perderem um pouco sua qualidade. O substrato mais utilizado é a mistura em iguais partes de terra comum, húmus e areia. No fundo do recipiente deve haver furos para evitar umidade excessiva e cobertos com camada de pedras pequenas ou até mesmo pedaços de telhas. Para evitar adubações mensais, adicione para cada cinco litro do substrato, duas colheres de chá de farinha de ossos e duas de torta de mamona. Repita a cada seis meses essa adubação. Toda vez que o recipiente estiver com o substrato seco, ponha água. Adube mensalmente com uma colher de húmus de minhoca. A FIG. 7 ilustra um vaso com alecrim, observando que se a planta crescer muito, ela deverá ser transplantada para outro maior. Geralmente, quando a planta começa a sentir os efeitos da falta de espaço, suas folhas da extremidade começam a murchar ou até secar. Não é regra para todas, mas sugerimos que quando a planta possuir três vezes a altura do vaso, ela deverá ser transportada.

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FIGURA 7 - Vaso com alecrim

Fonte: FURLAN, 2007. Quadros para planejamento da compra de sementes

QUADRO 3 Peso de 1.000 sementes de plantas condimentares

Espécie Peso de 1.000 sementes

Aneto 1,229

Cerefólio 3,232 Hortelã-pimenta

0,073

Manjericão 1,916 Manjerona 0,284 Orégano 0,083

Salsa 1,585 Salsão 0,445

Fonte: PRADO; ROMERO; SANTOS, (1998) Bustamante (1993) fornece os seguintes pesos de 1000 sementes:

QUADRO 4 Pesos de 1.000 sementes de espécies condimentares,

Espécie Peso em gramas

Alcarávia

3,000 Alecrim 1,038 Aneto 1,460

Coentro 9,003 Cominho 3,140

Erva-doce 2,400 Funcho 4,970 Hissopo 0,900 a 1,000

Manjericão italiano 1,400 Manjerona 0,225

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Mostarda branca 5,000 Orégano 0,035

Sálvia 6,300 Satureja hortensis 0,761 Satureja montana 0,650

Tomilho 0,265 Fonte: BUSTAMANTE (1993).

Estes outros valores foram fornecidos por empresa que comercializam sementes:

QUADRO 5 Número de sementes por gramas de espécies condimentares.

Espécie Número de sementes por grama Alcarávia 120 Alecrim 1.000

Anis ou erva-doce 220 Cebolinha comum 600

Estragão 6.000 Funcho 200 Hissopo 1.000 Levístico 6.000

Sálvia 150 Segurelha 1.500 Tomilho 4.000

Fonte: FURLAN, 2007. Com relação ao gasto com sementes, HORNOK (s.d.), fornece as seguintes quantidades:

QUADRO 6 Gasto com sementes por hectare

Espécie Requerimento de sementes por hectare (kg) Alcarávia 6-10

Aneto 12-14 Coentro 16-20

Erva-doce 13-15 Estragão 40.000 a 50.000 mudas Funcho 8-10 Hissopo 3-5 Levístico 6-8

Manjericão 4-6 Majorana 6-8

Mostarda branca 15-17 Mostarda preta 12-14

Sálvia 30.000 a 36.000 mudas Segurelha 4-8 Tomilho 80.000 mudas

Fonte: HORNOK, (s.d.)

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Ferramentas necessárias para o cultivo • Enxada, para atividades diversas, tais como abertura de covas, capinas iniciais, mistura de adubo

e nivelamento do terreno. • Enxadão, para cavar e revolver a terra. • Rastelo, para destorroar, limpar e nivelar. • Sacho, para abrir covas, afofar a terra e capinar entre as plantas. • Plantador, que é apenas um cabo de vassoura de 25 cm de comprimento com uma ponta

afinada, usado para fazer covetas destinadas ao plantio de mudas. • Uma colher de transplante, que é um tipo de colher comprida e larga, com cabo comprido de

madeira, servindo para arrancar mudas com terra, e para pequenas covas. • Tábua de sulcar de 90 x 10 cm, afinada em um dos lados, em todo o seu comprimento, a qual

servirá para nivelar os canteiros e abrir sulcos bem certinhos nas semeaduras. • Regadores, para irrigar as plantas. • Pulverizador manual de 2 a 3 litros, para pulverização de inseticidas naturais. • Estacas de madeira, para demarcar canteiros. • Rolo de barbante, para delimitar a área dos canteiros entre as estacas. Plantio no lugar definitivo Quase todos os condimentos herbáceos são plantados diretamente em pequenas covas, principalmente por serem perenes, isto é, irão vegetar por dois ou mais anos. Canteiros são mais indicados para plantas como salsinha, coentro e cebolinha, por exemplo. Caso o mato não esteja tão alto, podemos ir direto a capina, retirando o mato, sempre lembrando que não se deve pôr fogo nele, pois utilizaremos este material para produzir adubo.Após a capina, vamos percorrer o terreno e retirar paus, pedras e qualquer entulho que possa atrapalhar o cultivo. Montagem das covas Com o auxilio de um enxadão, cave um buraco de 15 cm de largura por 15 cm de profundidade, devolvendo a terra ao mesmo lugar, para se efetuar posteriormente a adubação e plantio. A distância entre as covas pode variar de acordo com a cultura escolhida, como pode ser observado no QUADRO 7.

QUADRO 7 Espaçamento de algumas plantas condimentares.

Espécie Entre plantas (cm) Entre linhas (cm) Açafrão 10 15 a 45

Alcarávia 20 a 30 40 a50 Alecrim 50 80 a 160 Aneto 10 a 20 40

Cerefólio 15 25 Coentro 15 a 20 50 a 60 Cominho 25 a 30 50

Erva-doce 20 40 a 70 Estragão 30 40 a 50

Funcho (para sementes) 50 a 60 50 a 90 Hissopo 30 a 40 80 a 140

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Manjericão 20 a 30 50 a 70 Manjerona 20 a 30 40 Orégano 35 30 a 70

Segurelha (Satrureja hortensis) 20 a 25 30 a 60 Segurelha (S. montana) 30 a 35 80 a 120

Sálvia 40 60 a 80 Tomilho 25 a 30 60 a 80

Fonte: FURLAN, 2007. Como a maioria dos espaçamentos não foram estudados nas nossas condições, pode ocorrer variações quando for plantar. Em solos menos férteis, o espaçamento pode ser menor e nos mais férteis o espaçamento poderá ser maior. Plantas muito separadas estarão mais sujeitas a poeiras e muito adensadas, crescerão com menos força. Plantio de Mudas • Faça o transplante à tardinha ou em dias nublados; • Molhe bem a sementeira para facilitar a retirada das mudinhas e as tire como cuidado para não

danificar as raízes; • Plante as mudinhas em sulcos ou pequenas covas (furos) feitas com um pauzinho nos canteiros

ou em covas fora dos canteiros; • Coloque as mudas no prumo e comprima um pouco de terra ao redor; • Molhe as mudas. Adubação para plantios comerciais O ideal para adubação é realizá-la segundo recomendação baseada em análise de solo. Para produção maiores, Bustamante (1993) faz as recomendações que constam no QUADRO 8.

QUADRO 8 Adubação orgânica e de NPK em plantas condimentares segundo BUSTAMANTE (1993)

Espécie N (kg) P2O5 (kg) K2O (kg) Observações M. O. (ton)

antes do plantio

Alcarávia 60 100 100 solo de média fertilidade Alecrim 60 a 80 60 a 80 80 a 100 adubação anual 30 a 50 Coentro 60 a 80 80 a 100 100 a 120 no preparo do solo e N em duas

vezes

Erva-doce 45 80 a 100 100 a 120 solo de média fertilidade 15 Estragão 75 80 120 anual e depois de cada corte

suplementar com 30 de N 30 a 50

Funcho 80 120 120 não ultrapassar a dose de N, devido a influência na produção

de folhas

15 a 20

Hissopo 50 a 70 60 a 80 100 a 120 antes do plantio e anual após o início da fase vegetativa, após 1º

40

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corte, mais 30 de N Manjericão 100 a 150 100 a

140 100 a 140 maior quantidade para solos com

grande perda por lixiviação

Manjerona 150 100 a 120

100 a 120 solo médio, N em três vezes (início da vegetação, depois 1º corte e depois do 2º corte)

Orégano 120 a 150 80 a100 100 a 120 N em duas vezes (1º na atividade vegetativa e 2º após 1º corte)

Sálvia 40 a 50 80 a 100 80 a 100 anual, após 1º corte mais 30 de N,

20

Segurelha anual

60 a 80 40 a 60 60 a 80 N em duas vezes (1ª no preparo do solo e a segunda logo após o plantio)

Segurelha perene

60 a 70 50 a 60 80 a 100 antes do plantio, todos os anos e na primavera

30

Tomilho 75 a 80 50 a 60 100 a 120 N em cobertura, P e K no preparo superficial do solo

40 a 50

Obs. m. o.= matéria orgânica Fonte: FURLAN, 2007. Com relação ao período crítico relacionado a irrigação, MAROUELLI et al. (1996), fornece os seguintes dados:

QUADRO 9 Período crítico da irrigação

Espécie Período crítico Cebola Desenvolvimento do bulbo Pimentão Formação e desenvolvimento de frutos Pimentas Frutificação até a colheita Fonte: FURLAN, 2007. Recomendações gerais para controle de pragas • Plantar espécies ou variedades resistentes e adaptadas ao local e a época; • Respeitar os espaçamentos e época recomendados para cada espécie/variedade; • Quando realizar capina ou qualquer outro tipo de trato cultural, procure não danificar as plantas,

já que um ferimento é a porta de entrada de patógenos. A sálvia é exemplo de planta que sofre com qualquer dano que recebe;

• Comece o trabalho sempre pelas sadias e termine o trato nas plantas doentes, para que não haja infecção;

• Desinfeccionar toda hora o material de colheita ou poda; • Evitar a monocultura, procurando plantar na mesma área espécies de forma e famílias diferentes; • Manter sempre o solo em boas condições; • Evitar o uso de produtos químicos, sem a devida orientação técnica; • Ao notar uma planta doente retire a parte infectada (folha, ramo etc.) ou até mesmo a planta

inteira e queime-a, para que não haja contaminação, após isso isole o local e plante outra espécie de família diferente;

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• Nunca deixar o canteiro excessivamente irrigado, pois alta umidade e temperaturas altas, tornam o ambiente mais propício ao ataque de doenças;

• Procure ter o maior número de espécies diferentes e sempre realizar rotação de culturas, evitando plantar em dois anos consecutivos uma mesma planta ou da mesma família, pois absorvem o mesmo nutriente do solo e a planta fica fraca e vulnerável a pragas e doenças, além de se ter no canteiro patógenos que sobrevivem no solo de uma ano para o outro;

• Contra certas pragas plante em volta do canteiro por exemplo, cravo de defunto ou tagetes que mantêm os pulgões longe, hortelã que afugenta as formigas, e arruda contra lesmas;

• Ao perceber o início de ataque de doenças, inicie a colheita antes que perca toda a produção; • Faça também todo ano tratamento de inverno (aplicação de caldas), para prevenir contra

doenças e pragas, além de preparar a planta para a brotação, florescimento e frutificação;e • Adquirir sempre mudas sadias; e • Ao utilizar uma planta como matriz de mudas, observe se ela está isenta de doenças e pragas e

com ótimo vigor, ou seja saudável. Algumas receitas para o controle de insetos Para combater as principais pragas que atacam nossa horta, o melhor é utilizar inseticidas caseiros, que são mais baratos e menos perigosos a nossa saúde. Receitas com cinza de madeira Receita 1 Material: ½ copo de cinza de madeira, ½ copo de cal virgem e quatro litros de água. Preparo: colocar a cinza de molho, em água, por 24 horas. Em seguida, coar em um pano fino e juntar a cal virgem já hidratada. Receita 2 Material: ½ kg de cinza de madeira, 6 colheres (de café) de querosene e quatro litros de água. Preparo: Colocar a cinza, de molho, na água, por 24 horas; coar e acrescentar querosene. Pulverizar, preventivamente, contra insetos sugadores e larva minadora. Receitas com pimenta malagueta Receita 1 Material: 500 gramas de pimenta vermelha, 4 litros de água e 5 colheres de sabão de coco em pó. Preparo: Bater a pimenta em um liqüidificador com 2 litros de água; coar e misturar o sabão de coco; completar a mistura com mais 2 litros de água.

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Receita 2 Material: 1 kg de pimenta vermelha e água. Como fazer: bater a pimenta no liquidificador, com um pouco de água, por 5 minutos; deixar descansar por 24 horas. Coar e completar o volume até 5 litros e guardar em um vasilhame escuro e vedado. 8 Comercialização Com poucos estudos da qualidade dos condimentos quando cultivados no Brasil, o produtor pode arriscar a iniciar em uma pequena área o cultivo de algumas espécies de alto valor econômico como o açafrão ou a alcaparra, apesar da literatura atual indicar que estas culturas não são aclimatadas as nossas condições. No entanto, praticamente não há pesquisas que comprovem estas informações.. Alguns países da América do Sul já iniciaram estudos sobre a viabilidade de algumas culturas como o açafrão na Argentina (já citado), e estão conseguindo resultados positivos. Em função da tradição da península ibérica na venda de especiarias, são dadas em %, a participação de alguns condimentos no seu comércio: • Pimentão: 15% • Alho: 12% • Salsa 12% • Pimenta: 10% • Açafrão: 9% • Canela: 8% Aos produtores sugere-se: • Pesquisar no comércio, os condimentos mais comercializados e verificar a qualidade do material

oferecido no comércio; • Após a seleção, obter o máximo de informações técnicas sobre as espécie escolhidas; • Caso não tenha muita informação, inicie com pequena área para verificar a viabilidade; • Quanto maior a área, menor o número de espécies cultivadas e acima de 5ha escolha uma ou

duas espécies; • Contatar compradores e se possível estabelecer contrato de compra; e • selecionar e treinar a mão-de-obra. Alternativas como fonte de renda Para pequenas áreas • Viveiro de mudas Mesmo em uma área de 200 a 500 m2, pode-se conseguir lucro com viveiro de mudas de plantas condimentares. Para oficialização desta atividade há necessidade de registro na Secretaria da Agricultura (ou similar no seu estado), no IBAMA, responsável técnico (Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal) e registro no CREA (dependendo do Estado) se for empresa. Para divulgar o produto, participe de feiras e exposições. Conseguirá mais lucro se estiver próximo de capitais ou grandes cidades.

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• Produção de plantas condimentares para distribuição direta (restaurantes por exemplo) Para áreas um pouco maior (1 a 2 ha), é altamente rentável mas já começa a ficar saturado em algumas grandes cidades. O preço de um maço é quase sempre superior ao preço de 1,0 kg de matéria seca da mesma planta. Sugere-se enviar amostras aos restaurantes. • Artesanato com plantas condimentares (guirlandas, travesseiros, sachê) Poderá produzir o próprio artesanato e sofrerá menos burocracia para criar a empresa. A participação em feiras e exposições também é essencial. Para grandes áreas Para áreas acima de 10ha. • Produção de plantas para atacadista • Produção para empresas que vendem condimentos já ensacados 9 FICHAS DE ALGUNS CONDIMENTOS HERBÁCEOS As principais plantas condimentares herbáceas ou subarbustivas são: Alecrim Rosmarinus officinalis Originário do mediterrâneo e muito cultivada no sul da Europa e península Ibérica. Foi introduzida no Brasil pelos colonizadores. Pode ser cultivada em vasos desde que a luz do sol incida diretamente umas 5 a 6 horas por dia. Na culinária é indicado para quase todos os tipos de carne (suíno e aves pôr exemplo) e até mesmo em caça. O alecrim só não é muito indicado para peixes e de modo geral, aconselha-se seu uso em molhos e sopas. É especialmente indicado para molho de tomate. Desde a antigüidade é considerado medicamento para memória e sua essência como tônico capilar. Possui outras recomendações tais como: anti-séptico, hepatoprotetor, carminativo, antiespasmódico, diurético, colagogo, antimicrobiano. Também é muito utilizado na cosmética como em xampu. Capuchinha Tropaeolum majus Nas regiões brasileiras de clima mais ameno e onde vegeta espontaneamente, é considerada planta daninha e até tóxica para alguns. No entanto, esta planta rasteira de origem peruana tem grande valor no comércio em países como a França. O nome capuchinha (FIG. 8) é devido ao formato de capuz que as flores possuem. As cores das flores podem ser alaranjadas, vermelhas, amarelas e com variações destas. São aproveitadas suas flores, talos e folhas em saladas e conservas e os frutos como condimento, substituindo as alcaparras. Já são encontrados em alguns locais, as flores embaladas em plásticos e destinadas a alimentação. Possui valor de vitamina C próximo ao da laranja e na medicina popular é utilizada principalmente para problemas de pele.

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FIGURA 8 - Capuchinha (Tropaeolum majus)

Fonte: FURLAN, 2007.

Gengibre Zingiber officinalis De origem asiática, esta espécie produz rizomas, que são utilizados como especiaria há mais de 2.000 anos. Vasco da Grama, ao descobrir o caminho marítimo das Índias, provocou notável impulso na sua comercialização, trazendo grande quantidades de gengibre. No Brasil a história registra sua introdução através da invasão holandesa e em 1587 registra-se 4.000 toneladas. Componente de bebidas, fornecedor do quentão, aplicação em perfumes e remédios, sendo considerado essencial na massagem oriental e como digestivo e anti-séptico, entre vários outros usos. Hortelã da cozinha Mentha X villosa São muitas as espécies e variedades de hortelã, o que torna a identificação no Brasil quase que impossível. A mais utilizada entre nós é a hortelã de cozinha ou hortelã do tempero. Esta espécie também é muito utilizada em bebidas e tem seu uso contra amebas e giárdias comprovado cientificamente. É também recomendada como digestiva, anti-séptica e contra gases. Este hortelã que era muito comum antigamente, inclusive crescendo nas calçadas e se espalhando nas hortas, já não é tão comum. Na culinária a parte usada é a folha fresca, picada com ervilhas, cenouras, batatas, porco, cordeiro, quibe e sucos. Também é muito associada a doces. É expectorante, digestivo, carminativo, anti-séptico, anestésico, antiemético Manjericão Ocimum basilicum Para a maioria dos pesquisadores é de origem indiana o verdadeiro manjericão ou basilico, mas as suas inúmeras espécies e variedades acabou por tornar bastante confusa a localização correta. O nome da espécie basilicum, é devido ao formato da folha que lembra uma basílica. É considerado indispensável como na pizza marguerita e no molho pesto. Combina com tomates, molho de tomate, carne e aves. Medicinalmente é considerado poderoso anti-séptico, carminativo, digestivo, inseticida e analgésico (FIG. 9).

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FIGURA 9 - Uma das variedades de manjericão mais usado no Brasil

Fonte: FURLAN, 2007. Manjerona Origanum manjerona Diz-se que o manjerona devido ao seu aroma suave e picante foi criado por Afrodite como símbolo da felicidade. Os gregos gostavam do seu perfume e depois do banho, massageavam os cabelos e a testa com seu óleo. É muito confundido com o orégano, sendo que somente um especialista no gênero é que poderá dar a certeza. Tempero de odor penetrante, bastante semelhante ao do orégano. É ideal para pizzas, macarronadas e peixes. É considerado digestivo, anti-séptico e alivia a cólica menstrual. Orégano Origanum vulgare É o mais famoso entre os condimentos com o seu típico aroma como tomilho, segurelha e manjerona. Também é condimento usado desde a antigüidade por gregos e romanos e são inúmeras as histórias relacionadas com o seu uso. Na culinária é especialmente indicado para molho de tomate, em pizzas, saladas e até em carnes. Medicinalmente é recomendado como bactericida, fungicida, aliviam as dores menstruais, carminativos e antiespasmódicos. Até as flores são utilizadas em compressas como emolientes. Pimentas Capsicum spp As pimentas da mesma família do pimentão pertencem ao gênero Capsicum, cujos frutos são os pimentões, as variedades doces, enquanto as variedades picantes são as pimentas e essas são consideradas como um dos principais condimentos utilizados na culinária brasileira, como, por exemplo, a malagueta e a dedo-de-moça, e em algumas regiões, pimenta-de-cheiro e cumari. Para alguns, quanto mais picante mais interessante seu uso como condimentos. Pertencem à família Solanaceae, que também fornece inúmeras plantas de interesse medicinal ou condimentar, e entre seus inúmeros gêneros, o Capsicum se destaca por possuir espécies com essas finalidades. Entre as pimentas de uso comercial, várias se destacam, como a pimenta-dedo-de-moça, Capsicum baccatum, espécie que conta com diferentes variedades botânicas, como por exemplo, a variedade pendulum de ocorrência no noroeste da América do Sul e no sudoeste do Brasil. A pimenta-malagueta, Capsicum frutescens, amplamente utilizada no Brasil e outras, cujos nomes populares são: cumari, pimenta-de-cheiro, pimenta-biquinho e pimenta-de-bode. É importante

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observar que há facilidade de hibridação entre as pimentas e com isso, têm surgido novas variedades, dificultando a classificação. Sálvia Salvia officinalis Diz a história, que no século XVIII, os chineses trocaram com os mercadores holandeses uma única das suas folhas por três arcas de chá. De sabor sofisticado, as folhas frescas ou secas ativam o metabolismo e por isso vão muito bem em pratos gordurosos. As folhas são usadas aromatizar saladas, picles, queijos e carnes (carneiro, coelho e pato), sopas de tomate, lentilha e macarrão. De uso medicinal é recomendado para náusea e afecções da garganta. No Brasil ainda é pouco utilizada na culinária. Tomilho Thymus vulgaris O tomilho (FIG. 10) segundo uma lenda antiga, teria nascido das lágrimas da bela Helena de Tróia. Para os gregos era símbolo de coragem. As folhas aromáticas, que são as partes mais utilizadas, possuem sabor amargo e picante tem a forma de ponta de lança e são verde-cinzentas. Seu uso culinário deve ser feito moderadamente, pois seu cheiro é intenso, usando junto a recheios, molhos, sopas, caldos, peixes e carnes. Na medicina é recomendado como anti-séptico e seus usos tem merecido destaque na ciência.

FIGURA 10 - Cultivar de tomilho

Fonte: FURLAN, 2007.

10 PLANTAS CONDIMENTARES ALTERNATIVAS Agrião-do-norte Ocorre principalmente em locais mais quentes no Brasil. Possui 20 a 30 cm de altura e que se alastra no terreno. O ciclo é anual. As flores quando mastigadas provocam sensação de formigamento na língua e lábio. No Norte faz parte de pratos típicos como o tucupi. Seu principal na medicina oficial é o mesmo que na popular, isto é, como anestésico e anti-séptico. A ação anestésica é devido a uma substância chamada spilantol. • Nomes populares: jambú, agrião-do-mato , agrião-do-pará e pimenteira-do-pará • Nome Científico: Spilanthes acmella • Família: Asteraceae (Compositae) subfam Asteroideae .

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Aroeira-vermelha Também conhecida como pimenta-rosa, com cerca de 10 metros de altura, ocorre de Pernambuco ao Rio Grande do Sul em diversos tipos de vegetação. Além de condimento pode ser plantada como atrativa de aves. Sua madeira pode ser utilizada para cercas, lenha e carvão. Começa a florescer na primavera e frutificar no verão. É recomendada para problemas nas vias respiratórias e urinárias e possui efeito balsâmico e adstringente. Também pode causar alergia às pessoas sensíveis. • Nomes populares: aroeira-mansa, aroeira-pimenteira, fruto-de-raposa, fruto-de-sabiá , coração-

de-bugre • Nome científico: Schinus terebinthifolius • Família: Anacardiacea Conclusões e Recomendações CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O cultivo de plantas condimentares herbáceas pode ser feito de acordo com as técnicas e procedimentos indicados e obedecerão aos princípios e características de cada uma delas. Recomenda-se cuidado especial no combate às pragas que as acometem e também, quando utiliza-las no processamento de alimentos e cosméticos solicitar o acompanhamento de profissionais qualificados para tal e o atendimento às normas e legislações pertinentes à sua aplicação nas indústrias citadas. Referências REFERÊNCIAS 11 Bibliografia BREMNESS, L. Plantas aromáticas. Lisboa: Civilização, 1993.240 p. BREMNESS, L. Herbs. London, Kindersley. 1994. 304 p. BUSTAMANTE, F. M. L. Plantas medicinales y aromáticas. Madrid: Mundi Prensa, 1993. p.85-88. CARDOSO, M. O. (Coord.). Hortaliças não convencionais da Amazônia. Brasília: EMBRAPA-SPI, EMBRAPA-CPAA. 1997. 150p. CHIEJ, R. Medicinal plants. London: Macdonald Orbis, 1988. 447p. CHOUDHURY, S. N.; HAZARIKA, A. K.; BORDOLOI,D.N. 1986. Efficacy of foliar application of micronutrients and harvesting time on foliage and oil quality of Ocimum basilicum Linn. Indian Perfumer. v. 30, n. 4. p.465-9. CORRÊA JR., C., MING, L. C., SCHEFFER, M. C. 1991. Cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Curitiba: EMATER-PR, 151p. CRAVEIRO, A. A.; FERNANDES, A. G.; ANDRADE, C. H. S.; MATOS, F. J. A.; ALENCAR, J. W.; MACHADO, M. I. L. Óleos essenciais de plantas do Nordeste. Fortaleza, Edições UFC. 1981. p.205-208. (Relatório técnico). DARON, D. Beautiful plants of the bible: from the hyssop to the mighty cedar trees. Israel. Herzlia, s.d. 45 p.

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