Curso de Português p/ Concurso BACEN

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Aula 00 Português p/ Analista do BACEN Professor: Ludimila Lamounier 00000000000 - DEMO

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    AULA 00 LNGUA PORTUGUESA

    Ol, amigos do Estratgia Concursos, tudo bem?

    Sejam bem-vindos ao curso de Lngua Portuguesa para o

    concurso do BACEN Analista. Como o CESPE foi a banca organizadora do ltimo concurso, este curso ser focado nessa instituio e no edital

    passado.

    Contudo, para garantir um domnio amplo da matria, nossos

    estudos sero compostos de teoria e questes de importantes instituies

    como ESAF, CESPE, FGV e FCC. A inteno que o aluno tenha um

    domnio geral e completo da disciplina e esteja preparado para

    prestar este concurso e outros.

    Para que isso acontea, vocs tero que se dedicar, certo? Estudar a

    teoria, resolver as questes e participar do nosso frum de dvidas. Esses

    exerccios so o meio ideal para o candidato se familiarizar com as provas

    de concursos pblicos e a forma como cada assunto explorado.

    A Lngua Portuguesa um importante diferencial em

    qualquer concurso, tanto na prova objetiva quanto na discursiva.

    Em grande parte deles, a disciplina apresenta um nmero elevado de

    questes e, muitas vezes, tem peso dois. As bancas tm formulado provas

    SUMRIO PGINA 1- Apresentao da professora 3 5 2- Cronograma do Curso 5 - 6 3- Informaes sobre o Curso 6 8 4- A prova do CESPE 8 9 5- Introduo Interpretao de Textos 10 - 15 6- Tipos Textuais e Gneros Textuais 15 - 24 7- Linguagem Culta, Linguagem Popular, Nveis de Formalidade

    24 - 30

    8 Lista de Questes 30 - 48 9 Gabarito 48 - 49 10 Questes Comentadas 49 - 92

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    cada vez mais difceis e complicadas, e, assim, o candidato que domina a

    matria tem mais chances de sucesso nos certames.

    O aluno precisa dominar a sintaxe, a semntica, a ortografia, a

    gramtica, como um todo, alm da interpretao de textos. Somente bem

    afiados, vocs sero capazes de conseguir uma alta pontuao e fazer a

    diferena entre seus concorrentes. fato: a nota de Lngua Portuguesa

    pode definir a colocao no concurso. Ela pode tanto desclassificar

    excelentes candidatos quanto colocar outros nas primeiras posies.

    Alm disso, qualquer pessoa s ganha em aprender corretamente o

    prprio idioma, em saber se expressar, em saber falar, e em saber ler e

    interpretar o que realmente est escrito. Como bom adquirir

    conhecimento, no mesmo? Ainda mais um que aplicado em tudo o

    que fazemos, durante todos os dias de nossa vida. Por isso, estudar

    portugus nunca demais, vocs sempre aprendero coisas novas para

    colocar em prtica.

    O objetivo deste curso transmitir o contedo que

    possivelmente constar no edital, por meio de uma linguagem

    simples e objetiva. No se preocupem, caso aparea alguma

    particularidade a ser cobrada, ajustaremos a disciplina para

    contemplar com preciso o que for necessrio.

    Pretendo, portanto, que todos melhorem seu desempenho na

    disciplina, mesmo que alguns pontos da matria paream bsicos demais.

    H sempre algum detalhe para (re)aprender e memorizar, no mesmo?

    Por isso, proponho a vocs aulas completas, com muita teoria e

    prtica, por meio da resoluo de vrias questes, para que todos os

    alunos consigam um excelente desempenho no concurso escolhido.

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    Apresentao da professora Antes de iniciar os comentrios sobre o funcionamento do nosso

    curso, gostaria de fazer uma apresentao pessoal.

    Meu nome Ludimila Lamounier e sou Consultora Legislativa da

    Cmara dos Deputados (rea XIII Desenvolvimento Urbano, Trnsito e Transportes) desde janeiro de 2015, em concurso realizado pelo CESPE.

    Antes de tomar posse no meu atual cargo, trabalhei por quase dois anos

    como Analista Legislativo/Tcnica Legislativa tambm da Cmara dos

    Deputados. Antes disso, exerci por pouco mais de oito anos, no Ministrio

    Pblico Federal, o cargo de Analista em Arquitetura/Perita. Este foi meu

    primeiro cargo no mundo do concurso pblico, no qual obtive a primeira

    colocao no certame promovido pela ESAF em 2004. Mas, antes de

    conquist-lo, passei por vrias provas, com aprovao nos seguintes

    concursos:

    y Arquiteto - Emater 2004 (1 lugar); y Arquiteto - Infraero 2004;

    y Arquiteto - Correios/MG 2004; y Arquiteto - Cmara dos Deputados 2003; y Arquiteto - BNDES 2002; y Arquiteto - BR Distribuidora 2002; y Arquiteto - Prefeitura Municipal de Sete Lagoas/MG 2002.

    Em 2012, apesar de adorar meu trabalho como perita, decidi sair do

    Ministrio Pblico em busca de um salrio maior e de melhores condies

    de plano de carreira. No incio daquele ano, prestei o concurso de Tcnico

    Legislativo/Processo Legislativo do Senado Federal, realizado pela FGV, no

    qual obtive a 34 colocao. No mesmo ano, tambm participei do

    concurso para o cargo de Analista Legislativo/Tcnica Legislativa da

    Cmara dos Deputados.

    Sobre a minha relao com a Lngua Portuguesa, tenho o costume

    de dizer que ela vem desde sempre. Digo isso, porque, ainda nos antigos

    tempos de colgio, j era uma relao bastante ntima, pois a escola onde

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    estudei tratava o Portugus com uma importncia especial. Os alunos

    sempre eram direcionados para o constante contato com a leitura e a

    escrita. esse aprendizado que trago comigo, uma base que me ajuda

    nos concursos, na minha vida pessoal e no trabalho.

    Antes de minha aprovao no MPF, fui professora particular de

    portugus para provas da ESAF e do CESPE, com aulas especficas sobre

    questes. Atividade a que dei continuidade por mais trs anos depois de

    comear a trabalhar no MPF.

    No MPF, a minha carreira como perita exigia muito conhecimento

    em nossa lngua, pois meu trabalho era a produo de laudos e pareceres.

    A minha rotina era escrever e escrever, e, desse modo, o treino contnuo

    me habilitou ainda mais na atividade de redatora e me trouxe mais

    conhecimento, tornando-me uma verdadeira amante das letras.

    Essa habilidade foi fundamental para que eu conseguisse notas altas

    nas provas objetivas de Portugus e nas discursivas, diferencial para a

    minha aprovao nos dois concursos que prestei em 2012. No concurso da

    Cmara dos Deputados (2012), minha nota nas duas provas discursivas

    foi a soma de 171,81 em um total de 175 pontos (em uma delas a nota foi

    a mxima). Pontuao decisiva, com a qual subi em torno de quatrocentas

    posies no resultado final.

    Por sua vez, o concurso de Consultor Legislativo da Cmara dos

    Deputados (2014) tambm exigiu bastante desenvoltura em Portugus e

    nas discursivas, porque tivemos que escrever quatro peas (dissertao,

    discurso, parecer e minuta de proposio), cada uma com 120 linhas e

    sem tempo suficiente para rascunho. muito gratificante ter conseguido

    ficar dentro das duas vagas disponveis, no edital, para a rea de

    Desenvolvimento Urbano, Trnsito e Transportes. Sem dvida alguma,

    dominar a Lngua Portuguesa foi o meu grande recurso, o meu diferencial

    para conquistar essa to sonhada aprovao em um dos concursos mais

    difceis do pas.

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    Em 2014, iniciei meus estudos de ps-graduao em Portugus Reviso de Texto, e estou muito animada com a nova oportunidade.

    Pessoal, este meu compromisso aqui no Estratgia: dedicar-me a

    vocs. Quero disponibilizar o conhecimento e a experincia adquiridos

    para que meus alunos consigam superar as barreiras e dificuldades do

    Portugus, tirar notas altas e conquistar o to almejado cargo.

    Alm de buscar da melhor forma a disponibilizao de um material

    adequado e de qualidade, estarei disposio e darei suporte a vocs

    nessa rdua e complicada fase de preparao. Podem contar comigo!

    Sempre que precisarem, entrem em contato. E postem suas dvidas

    no frum das aulas, aproveitem essa ferramenta, que de grande auxlio.

    Bom, feitas as apresentaes iniciais, passemos proposta do nosso

    curso.

    Cronograma do Curso

    Vejamos como ser o cronograma do nosso curso:

    Aulas Tpicos abordados Data

    Aula 00 Compreenso e interpretao de textos. Tipologia textual.

    09/03

    Aula 01 Ortografia oficial. Acentuao grfica. 23/03 Aula 02 Emprego das classes de palavras. 06/04 Aula 03 Sintaxe e orao do perodo. 20/04

    Aula 04 Pontuao. Concordncia verbal e nominal. 04/05

    Aula 05 Emprego do sinal indicativo de crase. Regncia nominal e verbal. Significao das palavras.

    18/05

    Aula 06

    Redao e correspondncia oficiais: Manual de Redao da Presidncia da Repblica.

    01/06

    Aula 07 Aula extra de Interpretao de Texto 12/06 Aula 08 Interpretao de Texto: questes comentadas. 20/06 Aula 09 Aula extra: Verbos. 30/06 Aula 10 Reviso e dicas. Simulado com questes CESPE. 08/07

    Ateno! A depender da data de publicao do edital e realizao do concurso, adaptaremos o cronograma para antecipar a liberao das aulas.

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    Informaes sobre o Curso

    A nossa metodologia ser o desenvolvimento da teoria com

    questes comentadas, de forma a conjugar a explanao do contedo

    com a prtica das provas, o que facilita a assimilao completa da

    matria. Essa metodologia permite uma preparao mais eficaz e efetiva,

    pois o estudo concentrado apenas na teoria se torna muito cansativo.

    Alm disso, aps a parte terica de cada aula, sero propostas de

    25 a 30 questes para que vocs as resolvam, procedam correo pelo

    gabarito e revisem por meio dos comentrios apresentados no final.

    importante ressaltar que, no mnimo, metade dessas questes ser do

    CESPE.

    Assim, este curso ser composto de teoria e mais de 300

    questes propostas e comentadas. um verdadeiro arsenal de

    questes, capaz de deix-los preparadssimos para a prova!

    ACORDO ORTOGRFICO

    Neste curso, tambm ser tratado o Novo Acordo Ortogrfico, que j

    est em vigor. A banca examinadora pode, portanto, cobrar o

    conhecimento do candidato em relao a essas novas regras de

    ortografia. importante que o aluno se atualize, pois as instituies j

    vm adaptando suas provas nova grafia.

    Salienta-se que o Decreto n. 7875, de 27 de dezembro de 2012,

    prorrogou o prazo de transio, at 31 de dezembro de 2015, para

    implementao do Acordo Ortogrfico. Nesse perodo, coexistiro a norma

    ortogrfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida.

    INTERPRETAO DE TEXTOS E SIMULADO

    Pessoal, pela minha experincia no mundo concurseiro, percebo que

    h uma grande dificuldade dos alunos em relao interpretao de

    textos. Os candidatos reclamam que no se sentem confiantes e no

    sabem como fazer para responder s questes. Alm disso, a

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    interpretao de textos vem tendo uma participao cada vez maior

    no nmero de questes das provas. Desse modo, quero tratar desse

    assunto e desvendar as tcnicas de interpretao, para que vocs tenham

    mais segurana na hora da prova.

    Este curso, alm desta aula com aspectos introdutrios sobre

    interpretao de textos, ter outras duas especficas e detalhadas

    sobre esse tema.

    Esta primeira aula expe, por meio de teoria e questes

    comentadas, o assunto de forma mais genrica e introdutria, com

    explicao de conceitos relativos a essa parte da disciplina.

    As demais aulas voltadas interpretao de textos (Aulas 07

    e 08) se dividiro entre teoria e questes comentadas exclusivas

    do CESPE. Nelas, detalharei a teoria, as questes e ensinarei tticas para

    facilitar a interpretao de textos. Tambm darei vrias dicas para serem

    usadas na hora da prova, de forma a otimizar a leitura e a compreenso,

    e, assim, usar o tempo disponvel da melhor maneira. Ser uma

    oportunidade nica de treinamento em interpretao de textos.

    Outro tpico do curso, que ser muito proveitoso para vocs, se

    refere ltima aula. Nela, faremos uma espcie de reviso por meio

    de dicas sobre o correto uso do idioma. Alm disso, teremos um

    simulado com questes comentadas exclusivas do CESPE, para que

    vocs tenham a oportunidade de treinar os conhecimentos adquiridos ao

    longo do curso.

    SUPORTE

    Nossos estudos vo alm das aulas que constam deste curso. Quero

    que vocs compartilhem comigo suas dvidas. Todos ns as temos, e isso

    natural. S quem estuda tem dvidas. Vocs podem ter todas as

    dvidas do mundo agora, mas no na hora da prova.

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    Como j mencionei, no deixem de usar o frum das aulas. Vamos

    discutir o que for preciso para que vocs terminem o curso realmente

    seguros de que possam fazer uma boa prova.

    O meu objetivo que vocs aproveitem bem o curso e adquiram o

    conhecimento transmitido. Por isso, estou aberta a crticas, sugestes,

    questionamentos, solicitao de mais explicaes sobre a teoria e as

    questes, etc.

    Contem comigo!

    Ficarei muito feliz com o sucesso de cada um de vocs, nada mais

    gratificante para um professor do que saber que pde fazer diferena na

    vida de seu aluno, de saber que o ajudou na conquista de um sonho.

    A prova do CESPE O CESPE foi o organizador do ltimo concurso. Essa banca atua no

    ramo dos concursos pblicos h algum tempo, de modo que no difcil

    traar um perfil sobre sua forma de avaliao e correo. Lembrem-se,

    conhecer o estilo de cobrana de uma banca e o posicionamento acerca de

    alguns temas pode fazer toda a diferena na hora da aprovao!

    As provas do CESPE costumam gerar nos candidatos um pouco de

    receio, a comear pelo sistema de cobrana que geralmente no traz

    alternativas para o candidato escolher a correta. O mais comum haver

    uma afirmativa que deve ser julgada como CERTO ou ERRADO.

    importante lembrar que, nesse caso, uma alternativa marcada

    erroneamente anula um acerto. Dessa forma, preciso que vocs estejam

    muito seguros e atentos na hora de marcar o gabarito. Geralmente, o

    grau de dificuldade do CESPE considerado complexo, e, vale destacar,

    as provas de Portugus tm dado uma relevncia cada vez maior s

    questes de interpretao de texto.

    Mas no se preocupem! Assim que o edital for divulgado,

    analisaremos melhor a cobrana do CESPE ou da banca examinadora

    escolhida. Os pontos do edital de Lngua Portuguesa sero examinados

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    cuidadosamente, e chamarei ateno do aluno para as principais

    questes. Dessa forma, no h preocupaes, exploraremos todos os

    tpicos do edital de maneira terica e prtica, a fim de deix-los afiados

    at a data da prova.

    Dito tudo isso, j podemos partir para a nossa aula 00! Todos

    prontos?

    Bons estudos,

    Ludimila Lamounier

    [email protected]

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    Introduo Interpretao de Textos

    Logo de incio, vale lembrar que as provas de concurso pblico tm

    cobrado, com frequncia, o conhecimento dos mecanismos de

    estruturao do significado textual. As bancas pretendem avaliar a

    habilidade em leitura, interpretao e anlise de textos de diferentes tipos

    em Lngua Portuguesa.

    Apesar disso, muitos candidatos menosprezam o estudo de

    interpretao de textos por consider-la intuitiva. No entanto, como

    veremos ao longo do curso, compreender o texto tarefa que exige

    ateno e conhecimento tcnico. Esse conhecimento poder ser seu

    diferencial no alcance dos resultados.

    A interpretao de textos pode ser testada nos certames de diversas

    formas, como veremos de maneira introdutria ao longo desta aula e

    detalhadamente nas Aulas 07 e 08.

    Uma dessas formas so as questes de inteleco textual pura

    (compreenso de texto), que cobram do candidato a capacidade de

    compreender, analisar e sintetizar o texto. Ao enfrentar essas questes, o

    mais importante ter em mente que todas as respostas sero

    respaldadas pelo prprio texto apresentado. Desse modo, somente a

    leitura e a compreenso do texto sero suficientes para fechar a questo.

    Tanto assim, que os enunciados das questes de inteleco

    costumam comear da seguinte maneira: -XOJXH RV LWHQV D VHJXLUcom base nas ideias do texto ou 'HSUHHQGH-se da leitura do texto

    Nesse ponto, vale diferenciar o intertexto e o contexto. As questes

    de interpretao muitas vezes exigem do candidato o reconhecimento do

    intertexto. Aqui, para desvendar o enunciado, o aluno dever partir de

    indcios que estaro no texto e fazer uma deduo lgica. Ou seja, sero

    usadas as premissas presentes no texto para se alcanar uma concluso

    lgica. Geralmente, o enunciado trar palavras-chave como inferir,

    depreender, concluir, deduzir, subentender. Por sua vez, o contexto

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    levar o aluno para alm do texto e do prprio intertexto, para o dilogo

    com a realidade, e extrapolar o que est escrito e subentendido. Exigir

    do candidato conhecimentos gerais para conectar o texto com o mundo

    ftico. Essa diferenciao essencial para a resoluo dos exerccios.

    Aqui, nossa estratgia para testar a habilidade de ler e compreender

    ser por meio da resoluo de questes de inteleco textual, levando em

    conta, neste momento, algumas dicas bsicas de leitura, mais exploradas

    nas Aulas 07 e 08. Vamos l?

    Uma dica valiosa que gosto de dar ao candidato : primeiro

    leia as alternativas da questo de interpretao e, somente depois,

    leia o texto. Dessa forma, voc j chegar ao texto sabendo quais

    informaes ter que encontrar.

    Outra dica importante que o candidato, ao ler o texto,

    sublinhe as palavras-chave, ou seja, as palavras ou expresses que

    representam a ideia principal apresentada pelo autor. Voc pode

    inicialmente destacar as ideias principais de cada pargrafo e, em

    seguida, destacar as ideias principais do texto completo.

    Vamos, agora, enfrentar nosso primeiro exemplo de questo envolvendo inteleco textual:

    (CESPE / Todos os cargos - MS - 2012)

    Trecho de entrevista concedida por Lgia Giovanella (LG) revista Veja (VJ). VJ Por que o Brasil investe pouco? LG Temos limites nas nossas polticas econmicas, alm de disputas sociais e polticas que atrapalham a discusso sobre a quantidade de recursos. Sabemos que um Sistema nico de Sade (SUS) de qualidade e com oferta universal de servios aumentaria a disposio da classe mdia em contribuir com o pagamento de impostos que financiam o sistema. Atualmente, h baixa disposio porque a classe mdia no utiliza o servio e porque os servios no so completamente universalizados.

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    VJ O SUS corre o risco de se tornar invivel? O que precisa ser feito para que no ocorra um colapso no sistema pblico? LG No acredito que haja risco iminente de colapso do SUS, mas as escolhas que fizermos a partir de agora podem levar construo de diferentes tipos de sistema, a exemplo de uma poltica mais direcionada a parcelas mais pobres da populao ou um sistema sem acesso universal. O SUS ter de responder s mudanas sociais. Com a melhoria da situao econmica de uma parcela da sociedade, precisar atender a expectativas da nova classe mdia baixa. VJ Alm de aumentar o investimento, o que mais importante? LG Outro desafio estabelecer prioridades para o modelo assistencial. Atualmente, a cobertura de ateno bsica, por meio do programa Sade da Famlia, alcana apenas 50% da populao. preciso que haja uma ampliao sustentada, de modo a atingir 80% da populao. J estamos em um momento avanado no SUS, em que necessrio dar populao garantias explcitas de que os servios iro funcionar. Alm disso, o Brasil precisa intensificar a formao de mdicos especializados em medicina de famlia e comunidade.

    Natalia Cuminale. Desafios brasileiros. Brasil precisa dobrar gasto em sade, diz especialista. Internet: (com adaptaes).

    No que diz respeito organizao das ideias no texto, julgue o item que se segue.

    Conforme o texto, o SUS autossuficiente, visto que tem capacidade de gerenciar as necessidades de atendimento de novas demandas e expectativas; por isso, prescinde de recursos financeiros do poder pblico.

    Comentrios:

    Vamos seguir a dica de ler primeiro a alternativa em questo. Note que o enunciado FRQIRUPHRWH[WR pede que o candidato julgue o item com base nas ideias contidas no texto. Quando partimos ao texto, percebemos que se trata de texto do gnero entrevista. A ideia central que podemos retirar na primeira resposta da entrevistada diz respeito aos poucos recursos do SUS. 3ULPHLURHODDILUPDTXHR686SRVVXLOLPLWHVQDVSROtWLFDV econmicas, alm de disputas sociais e polticas que atrapalham a discusso sobre a TXDQWLGDGH GH UHFXUVRV GHSRLV VHJXH UHODWDQGR RV GHVDILRV HQIUHQWDGRVpelo SUS, como a pouca disposio da classe mdia em contribuir com impostos financiadores do sistema. Na segunda resposta, ela afirma que surgiram novos desafios com base na melhoria da situao econmica de parte da populao, e ressalta que as decises tomadas no presente so fundamentais para o enfrentamento dessas novas exigncias. Por fim, na ltima resposta, a entrevistada relata outros desafios enfrentados

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    pelo SUS: a ampliao sustentada da cobertura de ateno bsica, a necessidade de garantir populao que os servios funcionaro e a necessidade de intensificar a formao de mdicos especializados em medicina de famlia e comunidade. Essa leitura atenta permite perceber que a entrevistada no afirma, em momento algum, que o SUS autossuficiente, nem que tem capacidade de gerenciar as necessidades de atendimento de novas demandas e expectativas. Tampouco, que prescinde (dispensa) de recursos financeiros do poder pblico. A concluso a que se chega contrria, pois, embora, a entrevistada no acredite em risco iminente de colapso do SUS, ao longo de toda a entrevista ela alerta para as dificuldades enfrentadas pelo sistema. Questo errada.

    Outro aspecto bastante cobrado pelos certames a interpretao

    semntica do texto. Para entendermos do que se trata, temos de

    compreender que semntica a cincia que estuda a significao

    das palavras e das frases. A interpretao semntica, portanto,

    tem o objetivo de apreender o sentido das palavras no texto.

    A interpretao semntica , em geral, cobrada em provas da

    seguinte maneira: o enunciado prope a substituio de expresses do

    texto por outras, cabendo ao candidato analisar se houve ou no alterao

    semntica (ou seja, se houve alterao de sentido aps a troca).

    (FCC / Tcnico Judicirio TRF 3 Regio - 2014) Toda fico cientfica, de Metrpolis ao Senhor dos Anis, baseia-se, essencialmente, no que est acontecendo no mundo no momento em que o filme foi feito. No no futuro ou numa galxia distante, muitos e muitos anos atrs, mas agora mesmo, no presente, simbolizado em projees que nos confortam e tranquilizam ao nos oferecer uma adequada distncia de tempo e espao.

    Na fico cientfica, a sociedade se permite sonhar seus piores problemas: desumanizao, superpopulao, totalitarismo, loucura, fome, epidemias. No se imita a realidade, mas imagina-se, sonha-se, cria-se outra realidade onde possamos colocar e resolver no plano da imaginao tudo o que nos incomoda no cotidiano. O elemento essencial para guiar a lgica interna do gnero, cuja quebra implica o fim da magia, a cincia. Por isso, tecnologia essencial ao gnero. Parte do poder desse tipo de magia cinematogrfica est em concretizar,

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    diante dos nossos olhos, objetos possveis, mas inexistentes: carros voadores, robs inteligentes. Como parte dessas coisas imaginadas acaba se tornando realidade, o gnero refora a sensao de que estamos vendo na tela projees das nossas possibilidades coletivas futuras.

    (Adaptado de: BAHIANA, Ana Maria. Como ver um filme. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. Formato ebook.)

    Sem prejuzo para o sentido original e a correo gramatical, o termo VRQKDUHPa sociedade se permite sonhar seus piores problemas... (2 pargrafo), pode ser substitudo por: a) desprezar b) esquecer c) fugir d) imaginar e) descansar

    Comentrios:

    Esta uma questo de interpretao semntica, pois o enunciado pede que o candidato substitua um termo do texto por outro, mantendo o mesmo sentido.

    Temos que ter bastante cuidado com as pegadinhas tpicas de concurso pblico. Em questes de semntica, comum que a banca fornea, entre as alternativas, palavras que possuam relao com a ideia central do perodo, mas que no funcionam bem na substituio. Isso pode confundir voc!

    eRFDVRGDVDOWHUQDWLYDV%HVTXHFHUH&IXJLUA ideia central do texto que o gnero fico cientfica funciona como uma realidade inventada na qual as pessoas podem resolver seus problemas cotidianos. As palavras esquecer e fugir so facilmente relacionveis a essa ideia presente no WH[WRPDVQmRVmRVLQ{QLPRVGHVRQKDU 3RUWDQWR D PHOKRU DOWHUQDWLYD VHULD R WHUPR LPDJLQDU SRLV IXQFLRQD FRPRVLQ{QLPR SDUD VRQKDU H DOpP GH QmR DOWHUDU R VHQWLGR RULJLQDO PDQWpP Dcorreo gramatical.

    Resposta: alternativa D.

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    A compreenso e a interpretao de texto envolvem ainda outros aspectos

    subsequentes; vimos aqui apenas uma introduo a esse tema. Ento,

    fique atento, a interpretao textual um assunto extenso e cada vez

    mais cobrado pelas principais bancas examinadoras. Para tanto, como j

    comentei, teremos aulas especficas. Na aula de hoje, estudaremos os

    seguintes tpicos:

    x Tipos Textuais e Gneros Textuais: saber reconhecer os diferentes tipos de textos e os gneros textuais.

    x Linguagem Culta, Linguagem Popular e nveis de formalidade: aprender a analisar a variao lingustica de acordo

    com os diferentes nveis de formalidade do texto.

    x Retextualizao de diferentes gneros e nveis de formalidade: ser capaz de adaptar um texto ao ambiente em que

    ser veiculado.

    Vamos iniciar pelo estudo dos tipos e gneros textuais.

    Tipos Textuais e Gneros Textuais

    A Tipologia Textual (muito cobrada nas provas do CESPE) agrupa

    os textos de acordo com seus traos lingusticos. H cinco Tipos

    Textuais: narrao, dissertao, exposio, descrio e injuno.

    Perceba que a tipologia textual conceitual: ela apenas atribui uma

    classificao ao texto. No se trata, portanto, de especificar a

    materialidade do texto em si, mas de classific-lo de acordo com suas

    caractersticas lingusticas.

    Por sua vez, os Gneros Textuais se referem forma como o texto

    se estrutura para realizar a comunicao pretendida. Note que aqui se

    trata da materialidade dos textos, ou seja, dos textos reais, concretos. Os

    gneros textuais so o meio pelo qual os tipos textuais se

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    apresentam.

    Ao falar em gnero textual, levamos em conta o papel do texto na

    regulao da vida em sociedade, ou seja, sua funo social. Todo texto,

    para se concretizar, vale-se de um gnero.

    Os gneros textuais so infinitos. Ao longo da aula e nas questes

    apresentadas ao final, veremos alguns deles.

    Exemplos de gneros textuais: telefonema, sermo, carta comercial, carta

    pessoal, aula expositiva, romance, ata de reunio de condomnio, lista de

    compras, conversa espontnea, cardpio, receita culinria, inqurito

    policial, blog, e-mail, etc.

    Feita a distino, passemos caracterizao dos diferentes Tipos

    Textuais. Antes, lembre-se de que, dentro de um mesmo gnero

    pode haver mais de um tipo textual, de modo que falaremos em

    predominncia de um tipo (e no exclusividade).

    Tipos Textuais Gneros Textuais Classificam-se os textos de

    acordo com as caractersticas lingusticas: vocabulrio, tempos e modos verbais predominantes, classe gramatical predominante,

    construes frasais, etc.

    Classificam-se os textos de acordo com suas propriedades sociocomunicativas: levando

    em conta o contexto cultural e a funo comunicativa.

    So cinco: narrao, descrio, dissertao-argumentativa,

    exposio e injuno. So ilimitados.

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    NARRAO

    Modalidade de texto em que se conta um fato ocorrido em

    determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Esse fato

    pode ser verdico ou ficcional (um boletim de ocorrncia, por exemplo,

    narra um fato verdico).

    Elementos da narrao: enredo, personagens (principal,

    secundrio e tercirio/figurante), tempo, espao (local

    geogrfico), ambiente (relacionado vida sociocultural), clmax,

    desfecho.

    Com relao temporalidade, perceba que, na narrao, h,

    geralmente, uma relao de anterioridade e posterioridade entre os

    episdios contados; ou seja, h a passagem do tempo. Por isso,

    comum a presena de muitos verbos na narrao, com alterao

    dos tempos verbais.

    Essa passagem do tempo na narrao pode ser cronolgica (em

    que h sequncia de passado, presente e futuro) ou anacrnica (em que

    a passagem entre os tempos se d de forma no sequencial).

    o tipo predominante nos seguintes gneros: conto, fbula, crnica,

    romance, novela, depoimento, anedota, aplogo, parbola, etc.

    (CESPE / Assistente em Cincia e Tecnologia INCA - 2010) Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criana monitora atualmente cerca de 2 milhes de crianas de at 6 anos de idade e 80 mil gestantes, com presena em mais de 3,5 mil municpios em todo o pas, graas colaborao de 155 mil voluntrios. A importncia da Pastoral palpvel: a mdia nacional de mortalidade infantil para crianas de at 1 ano, que de 22 indivduos por mil nascidos vivos, cai para 12 por mil nos lugares atendidos pela instituio. Na primeira experincia da Pastoral, em Florestpolis, no Paran, a mortalidade infantil despencou de 127 por mil nascimentos para 28 por mil em apenas um ano. Sua metodologia simples por meio de conversas frequentes com a famlia, o voluntrio receita cuidados bsicos para evitar que a criana morra por falta de

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    conhecimento, como os hbitos de higiene, a administrao do soro caseiro e a adoo da farinha de multimistura na alimentao, que se tornou uma soluo simples e emblemtica contra a desnutrio. Mas o seu segredo um s: a persistncia.

    Jornal do Commercio (PE), Editorial, 20/1/2010 (com adaptaes).

    Acerca do texto acima, das suas caractersticas e estruturas lingusticas, julgue a afirmativa:

    Esse texto predominantemente narrativo.

    Comentrios:

    Temos acima um texto do gnero jornalstico, de cunho informativo, no qual so apresentadas informaes sobre a Pastoral da Criana. Vimos, at aqui, que um texto, para ser considerado do tipo narrativo, deve possuir determinadas caractersticas. Entre elas, a progresso temporal (passagem do tempo) e a presena de determinados elementos como: narrador, personagens, tempo, espao, clmax e desfecho. No se observa a passagem do tempo no texto da questo (os acontecimentos no so relatados seguindo uma temporalidade). Tambm, no h a presena dos elementos: narrador, personagens, clmax e desfecho. Afirmativa errada.

    DESCRIO

    Modalidade na qual se representa, minuciosamente, por meio

    de palavras, um objeto ou cena, animal, pessoa, lugar, coisa, etc. O texto descritivo enfatiza o esttico ( como um retrato). Dessa

    maneira, induz o leitor a imaginar o espao, o tempo, o costume, isto ,

    tudo o que ambienta a histria, a informao.

    A temporalidade no relevante no texto descritivo (no h a

    passagem do tempo como h na narrativa). Por esse motivo, h poucos

    verbos na sua estrutura lingustica. Em compensao, vemos o

    predomnio de adjetivos.

    A descrio tambm pode ser chamada de texto de

    caracterizao, de adjetivao ou de detalhamento.

    O texto abaixo (que foi questo de concurso do CESPE em 2006)

    exemplo de texto predominantemente descritivo:

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    O Instituto de Registro Imobilirio do Brasil (IRIB), seo de So Paulo, em parceria com o Colgio Notarial do Brasil, tambm seo de So Paulo, e com o apoio da Corregedoria-Geral da Justia de So Paulo, congrega esforos para promover e realizar seminrios de direito notarial e registral no estado, visando o aperfeioamento tcnico de notrios e registradores e a reciclagem de prepostos e profissionais que atuam na rea. Os objetivos perseguidos pelas entidades representativas de notrios e registradores bandeirantes so o aperfeioamento dos servios, a harmonizao de procedimentos, buscando uma regulao uniforme nas atividades notariais e registrais. O IRIB e o Colgio Notarial sentem-se orgulhosos de poder contribuir com o desenvolvimento das atividades notariais e registrais do estado.

    Observe que se trata de texto do gnero jornalstico-publicitrio, em

    que predomina o tipo descritivo, pois o autor esmia os seminrios de

    direito notarial e registral que iriam se realizar em So Paulo, e apresenta

    seus objetivos.

    Textos absolutamente descritivos so raros, sendo mais comum vermos

    momentos de descrio em textos de outro tipo (narrativos ou

    dissertativos, por exemplo).

    DISSERTAO-ARGUMENTATIVA

    Alguns autores subdividem a dissertao em argumentativa e

    expositiva. Aqui, trabalharemos com a noo de dissertao-

    argumentativa, pois a segunda espcie (dissertao-expositiva) ser

    tratada parte com o nome de exposio.

    A dissertao-argumentativa consiste na exposio de ideias

    a respeito de um tema, com base em raciocnios e argumentaes.

    Tem por objetivo a defesa de um ponto de vista por meio da persuaso.

    A coerncia entre as ideias e a clareza na forma de expresso so

    elementos fundamentais.

    A estrutura lgica da dissertao consiste em: introduo

    (apresenta o tema a ser discutido); desenvolvimento (expe os

    argumentos e ideias sobre o tema, com fundamento em fatos, exemplos,

    testemunhos e provas do que se pretende demonstrar); e concluso (faz

    o desfecho da redao, com a finalidade de reforar a ideia inicial).

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    A dissertao-argumentativa o tipo predominante nos seguintes

    gneros textuais: redaes de concursos, artigos de opinio, cartas de

    leitor, discursos de defesa/acusao, resenhas, relatrios, textos

    comerciais (publicitrios), etc. tambm o tipo mais utilizado pelas

    bancas de concurso (sobretudo o CESPE) nos enunciados das

    questes de portugus.

    (CESPE / Tcnico TRE/AP - 2007) Jornal do comrcio O voto aberto nos processos de cassao poderia mudar o destino dos acusados? Schirmer No sei se o voto aberto mudaria o resultado final. O que ele mudaria seria a responsabilidade individual. Porque, com a votao aberta, voc e responsvel pelo seu voto. Votando sim ou no, voc assume a responsabilidade pelo voto dado. Com o voto fechado, a responsabilidade difusa, pois ningum sabe quem votou em quem e, sendo assim, todos carregam o nus do resultado da votao. O voto fechado muito ruim porque quem sai perdendo a prpria instituio. Em vez de voc falar mal de um ou de outro deputado, voc acaba penalizando a instituio. Jornal do Comrcio, 17.4.2006. Assinale a opo correta quanto compreenso e tipologia do texto. a) Por estar estruturado em duas partes, compreendendo uma pergunta e uma resposta, o texto pode pertencer ao gnero entrevista. b) Na pergunta feita pelo Jornal do Comrcio, predomina a descrio dos processos de cassao. c) O pargrafo que contm a resposta de Schirmer possui estrutura predominantemente narrativa, porque o falante explica como se processam as atividades de cassao de eleitos. d) O segundo pargrafo do texto estruturalmente argumentativo, porque apresenta, primeiro, os aspectos favorveis ao voto em aberto e, em um segundo momento, os aspectos desfavorveis dessa modalidade de votao. e) O primeiro e o segundo pargrafos tm a mesma estrutura textual e a mesma tipologia: so dissertativos.

    Comentrios:

    Esta questo bastante interessante para nossa aula, pois envolve interpretao textual e tipologia textual, assuntos estudados at aqui.

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    Vamos analisar cada alternativa separadamente:

    a) Esta a alternativa correta. De fato, estamos diante de um texto que pertence ao gnero entrevista.

    b) No temos no primeiro pargrafo (com a pergunta do entrevistador) um texto do tipo descritivo, pois no h caracterizao do processo de cassao.

    c) O texto do segundo pargrafo (com a resposta de Schirmer) possui estrutura predominantemente dissertativo-argumentativa. Note que o entrevistado revela seu ponto de vista acerca do voto aberto e do voto fechado. No h descrio do processo de cassao.

    d) Embora o segundo pargrafo seja, sim, estruturalmente argumentativo, o entrevistado no apresenta os aspectos favorveis ao voto em aberto; ele apenas apresenta seu ponto de vista acerca dos reflexos do voto aberto. Perceba que a questo tenta confundir o candidato justamente na interpretao do texto.

    e) No primeiro pargrafo, h uma pergunta, na qual no h argumentao nem afirmao, de forma que no se trata de texto do tipo dissertativo.

    Gabarito: A

    DISSERTAO-EXPOSITIVA OU EXPOSIO

    Na exposio (ou dissertao-expositiva), o objetivo do texto

    passar conhecimento para o leitor de maneira clara, imparcial e

    objetiva.

    Nesse tipo textual, ao contrrio da dissertao-argumentativa, no

    se faz a defesa de uma ideia, pois no h inteno de convencer o

    leitor nem criar debate.

    Trabalha-se o assunto de maneira atemporal.

    Ateno! bastante comum que se confunda o texto

    dissertativo-expositivo com o texto descritivo. A distino entre eles

    , de fato, bem sutil, mas vamos tentar desvend-la.

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    O texto expositivo tem por objetivo principal informar com

    clareza e objetividade. escrito em linguagem impessoal e

    objetiva. Em geral, segue a estrutura da dissertao (introduo,

    desenvolvimento, concluso). o tipo encontrado em livros didticos e

    paradidticos (material complementar de ensino), enciclopdias, jornais,

    revistas (cientficas, informativas, etc.).

    Por sua vez, o tipo descritivo est mais engajado na

    caracterizao minuciosa de algo, sem ter, necessariamente, o

    objetivo de informar ao leitor. A linguagem utilizada na descrio nem

    sempre objetiva ou impessoal e sua estrutura no obedece

    necessariamente a regras.

    No entanto, como j vimos, bastante comum que um texto (um

    gnero textual) apresente diversos tipos textuais em sua estrutura, o que

    dificulta a diferenciao. Assim, fique tranquilo! Dificilmente a questo

    cobrar uma diferenciao precisa entre o tipo expositivo e o tipo

    descritivo.

    (CESPE / Tcnico Segurana do Trabalho SERPRO - 2008) A ansiedade no doena. Faz parte do sistema de defesa do ser humano e est projetada em quase todos os animais vertebrados. O significado mais aceito hoje em dia vem do psiquiatra australiano Aubrey Lewis, que, em 1967, caracterizou-DFRPRXPHVWDGRHPocional com a qualidade do medo, desagradvel, dirigido SDUDRIXWXURGHVSURSRUFLRQDOHFRPGHVFRQIRUWRVXEMHWLYR A ansiedade no doena. problema de ordem do comportamento que afeta o convvio social. A ansiedade pode se apresentar como sintoma em muitas doenas ditas emocionais e mentais, e interfere sobremaneira nos nveis de satisfao do indivduo.

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    Quem no se sentiu ansioso at hoje? Com o mundo do jeito que est, natural se sentir ansioso; permitido ficar ansioso. Prejudicial no saber lidar com a ansiedade. A proposta abordar meios eficazes de lidar com esse comportamento que gera tantos distrbios. Diz Patch Adams que indivduo saudvel aquele que tem uma vida vibrante e feliz, porque utiliza ao mximo o que possui e s o que possui, com muito prazer. Este o indivduo satisfeito que no anseia quimeras e que sabe viver alegre e feliz.

    Internet: (com adaptaes). A partir da leitura interpretativa e da tipologia do texto acima, julgue o item a seguir. O segundo pargrafo do texto do tipo expositivo, pois caracteriza a ansiedade.

    Comentrios:

    Note que, de fato, o segundo pargrafo do texto dedica-se a caracterizar a ansiedade: o autor afirma que a ansiedade no doena, indica-a como sintoma de doenas emocionais e mentais, e informa suas consequncias. O trecho tambm foi redigido em linguagem objetiva e clara. Essas caractersticas dizem respeito ao tipo expositivo. Gabarito: CERTA

    Perceba que, no exemplo acima, a banca preferiu caracterizar o

    trecho como expositivo, uma vez que ele tem por objetivo passar

    informaes ao leitor acerca da ansiedade.

    Mas quando quer fazer referncia ao tipo descritivo, a banca prefere

    trazer textos em que h excessiva e minuciosa caracterizao de

    algo, por meio do uso predominante de adjetivos.

    INJUNO OU INSTRUO

    O texto injuntivo aquele que aconselha o leitor, indica como

    realizar uma ao, prediz acontecimentos e comportamentos.

    Utiliza geralmente linguagem objetiva e simples.

    Como o emissor procura influenciar o comportamento do receptor,

    h o predomnio da funo conativa ou apelativa, bem como do uso

    de tu, voc ou o nome da pessoa, alm dos vocativos e

    imperativos.

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    comum em discursos, sermes e propagandas que se dirigem

    diretamente ao consumidor instrues de uso de um aparelho; leis; regulamentos; receitas de comida; guias; regras de trnsito.

    O texto injuntivo tambm chamado de instrucional ou

    prescritivo.

    Como exemplo, temos aqui um trecho do poema de Viviane Mos,

    LQWLWXODGR5HFHLWDSDUDODYDUSDODYUDVXMD Mergulhar a palavra suja em gua sanitria. Depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio-dia. Algumas palavras, quando alvejadas ao sol, adquirem consistncia de certeza, por exemplo, a palavra vida. Existem outras, e a palavra amor uma delas, que so muito encardidas e desgastadas pelo uso, o que reco menda esfregar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em gua corrente. (...)

    Note que se trata de um texto literrio do gnero poesia. Quanto ao tipo textual, predomina a injuno, que apresenta orientaes, conselhos ou advertncias ao leitor.

    Aqui, encerramos o estudo dos tipos textuais.

    Antes de partir para o prximo tpico, bom se certificar de que todos os pontos at aqui apresentados foram entendidos e assimilados, certo?

    Espero que o estudo tenha sido proveitoso, vamos ento para o prximo assunto!

    Linguagem Culta, Linguagem Popular e Nveis de Formalidade

    Como vimos agora, ao contrrio dos tipos textuais (que so

    limitados), existem incontveis gneros textuais.

    Justamente por serem ilimitados, os gneros costumam ser

    cobrados de maneira diversa pelas bancas. Geralmente, pede-se ao

    candidato a adaptao do texto de acordo com o ambiente em que ser

    veiculado. Dessa maneira, cabe a voc analisar se o texto est

    corretamente ambientado ou, nos casos em que no esteja, voc quem dever realizar a retextualizao.

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    Essa retextualizao vai exigir alguns conhecimentos que veremos agora.

    O primeiro aspecto que devemos avaliar em um texto seu

    nvel de formalidade. Ou seja, voc deve fazer algumas indagaes:

    quem ler o texto? Quem redigiu o texto? Em que contexto ele ser

    veiculado e qual o objetivo desse texto? A partir da, vamos observar se a

    linguagem utilizada no texto est de acordo com o contexto observado.

    Um exemplo para que voc entenda melhor: caso um candidato

    tenha que redigir uma redao em algum certame pblico, ele dever

    utilizar determinado nvel de linguagem (vocabulrio, modo de escrita,

    correo gramatical, etc.) diverso daquele exigido em um texto

    publicitrio, ou em um livro infantil.

    Repare que, para cada gnero textual citado no exemplo

    (redao em certame, texto publicitrio, livro infantil), deve ser

    utilizada uma linguagem adequada ao respectivo contexto

    sociocultural. Esse fenmeno de adequao da linguagem ao

    contexto (histrico, geogrfico e sociocultural) conhecido como

    variao lingustica.

    A partir dessas diferenas, podemos indicar dois nveis de linguagem

    (os mais cobrados nas provas):

    - Linguagem Culta ou Padro

    - Linguagem Popular ou Coloquial

    A seguir, veremos cada uma delas com detalhes.

    LINGUAGEM POPULAR OU LINGUAGEM COLOQUIAL

    Quando falamos em Linguagem Popular (ou Coloquial), estamos nos

    referindo quela linguagem utilizada no cotidiano, no dia a dia das

    pessoas. Por isso, ela tambm conhecida como variante espontnea.

    A principal caracterstica da linguagem popular a falta de preocupao

    com as regras rgidas da gramtica normativa.

    Vejamos alguns elementos lingusticos presentes na linguagem popular:

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    Coloquialismos H[SUHVV}HV SUySULDV GD IDOD ([ SHJXH OHYH7DPEpPpEDVWDQWHFRPXPRXVRGHDJHQWHQROXJDUGHQyV.

    Vcios de linguagem: erros de regncia e concordncia; erros de pronncia, grafia e flexo; ambiguidade; cacofonia; pleonasmo, etc.

    Expresses vulgares e grias([-RmRILFRXJULODGRRQWHP

    Formas reduzidas: contraes realizadas para agilizar a comunicao

    FRWLGLDQD([SUDSDUDQXPHPXPFrYRFrWRHVWRX

    muito comum a cobrana desse assunto em provas.

    (CESPE / Tcnico BACEN - 2013)

    Em relao ao texto apresentado acima, julgue os itens seguintes. (P 35(6(17( 35$ *5(*2 R HPSUHJR GD IRUPD SUHSRVLWLYD SUD pinadequado, dado o grau de formalidade do texto.

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    Comentrios:

    Esta questo ilustra de forma bem clara o que acabamos de ver. 2WHUPRSUDpDIRUPDVXSULPLGDGDSUHSRVLomRSDUD Como vimos acima, o uso de formas reduzidas comum na linguagem coloquial, que a linguagem adequada a textos pouco formais. No caso especfico, temos um texto do gnero satrico, que apresenta um grau informal das informaes, podendo utilizar uma linguagem mais voltada para o popular. 3RUWDQWRQDGDKiGHLQDGHTXDGRQRHPSUHJRGDIRUPDSUHSRVLWLYDSUD Gabarito: ERRADA

    LINGUAGEM POPULAR OU LINGUAGEM COLOQUIAL

    A linguagem culta ou linguagem padro aquela que obedece

    s regras da gramtica normativa.

    Ela a linguagem ensinada nas escolas e a que assegura a unidade da

    lngua nacional.

    Por esse motivo, menos espontnea e pouco sujeita a

    variaes. a preferida na linguagem escrita.

    Est presente em diversos gneros textuais: aulas, conferncias,

    sermes, discursos polticos, comunicaes cientficas, noticirios de TV,

    programas culturais, etc.

    As provas de concurso pblico costumam exigir do candidato

    que ele saiba adequar cada gnero textual ao nvel de linguagem

    cabvel (portanto, no existe certo e errado, mas sim o mais

    adequado para cada contexto).

    Mas ateno! As provas exigem que o candidato domine as

    normas da linguagem culta, justamente para as situaes em que ela

    seja a mais adequada. Desse modo, as nossas aulas seguintes sero

    dedicadas ao estudo das normas da lngua culta.

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    Agora, devemos atentar para um aspecto fundamental, bastante

    necessrio para a resoluo de questes de concurso!

    Os conceitos que aprendemos acima (linguagem culta e linguagem

    popular) nem sempre podem ser atribudos a um texto de maneira radical.

    Isso porque existem graus diferentes de formalidade e

    informalidade.

    Assim, um texto pode seguir a norma culta da lngua (ou seja, pode

    estar de acordo com as regras gramaticais), mas, ao mesmo tempo,

    utilizar uma linguagem mais informal. O que deve ser levado em conta

    sempre a adequao da linguagem ao gnero textual.

    Quando lemos um documento escrito por autoridade pblica, por

    exemplo, de se esperar que o texto no apenas observe as regras

    gramaticais, mas que possua tambm um elevado grau de formalidade.

    No entanto, quando lemos um texto literrio (uma crnica), comum que,

    embora obedea s regras gramaticais, o grau de formalidade seja

    reduzido.

    Essa informalidade tambm tem sido bastante comum em textos de

    jornais e revistas, com inteno de aproximar o leitor ao texto. No

    entanto, assim como no exemplo acima, imprescindvel a observncia

    das regras gramaticais.

    Observe o trecho abaixo, retirado de um texto jornalstico, que j foi

    utilizado em certame pblico:

    Debruando-se sobre o estudo do exerccio da poltica, Maquiavel dissecou a anatomia do poder de sua poca: dos senhores feudais e da igreja medieval. E, por isso mesmo, por botar o dedo na ferida, foi considerado um autor maldito. Ele se mostra preocupado com o fato de que na poltica no existem regras fixas. Governar, isto , tomar atitudes polticas, um trabalho extremamente criativo e, por isso mesmo, sem

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    parmetros anteriores. Assim, essa preocupao do filsofo, por incrvel que parea, torna-se um bom instrumento para repensarmos a tica. Hoje, com o fim das garantias tradicionais, estamos todos mais ou menos na posio do prncipe de Maquiavel isto , em um mundo de incertezas, dentro do qual temos de inventar nossa melhor posio. mergulhado nesse mundo de incertezas, de instabilidade social e poltica, de culto ao individualismo, que construmos nossa identidade, nosso modo de agir. Como seres humanos, nosso fim ltimo a felicidade. Como indivduos sociais, precisamos entender que, por melhores que sejam nossos objetivos na vida, os meios para alcan-los no podem entrar em contradio com a nobreza dos fins. Desse modo, no basta termos fins nobres, necessrio tambm que os meios para alcan-los sejam adequados a essa nobreza.

    Planeta, jul./2006, p. 59 (com adaptaes).

    Acertou a questo no certame quem assinalou como verdadeira a

    seguinte afirmativa:

    No texto, a expresso figurada que indica um uso coloquial, isto , menos

    formal da lngua, : "botar o dedo na ferida" (L. 3).

    Assim, perceba que o mais importante saber adequar a linguagem

    ao nvel de formalidade exigido pelo gnero textual. dessa forma que o

    tema tem sido cobrado pelas bancas de concurso.

    Aqui, encerramos nossa primeira abordagem terica sobre aspectos

    introdutrios da interpretao textual. Espero que tenha tido um estudo

    produtivo, e em caso de qualquer dvida, no hesite em me perguntar.

    Ainda falta estudarmos os mecanismos de coeso textual (elementos de

    articulao do texto), assunto que ser abordado em nosso prximo

    encontro. Tambm retomaremos o tema da interpretao de textos nas

    Aulas 07 e 08, de forma mais aprofundada e abrangente, para que voc

    faa o seu concurso com bastante segurana.

    Agora hora de testar e aprofundar os conhecimentos vistos acima:

    vamos nossa bateria de 30 questes! Em um primeiro momento, as

    questes sero apresentadas em forma de lista, para que voc possa

    resolv-las normalmente. Aps a concluso da ltima questo, verifique

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    seu rendimento pelo gabarito e, ento, proceda correo pelos

    comentrios apresentados.

    LISTA DE QUESTES

    Questo 01 (CESPE) Oficial de Controle Externo TCE-RS/2013

    O sistema de banco de milhagens desenvolvido pelo TCE/RS modelo para outras instituies no Rio Grande do Sul e no Brasil. O banco de registro de milhagens utiliza os crditos de passagens areas custeadas com recursos pblicos. De acordo com o presidente do TCE/RS, a proposta ir gerar considervel economia aos cofres pblicos. Considerando que as despesas com a emisso de passagens para viagens oficiais so custeadas pelo tesouro, entendemos que devem ser adotadas todas as medidas possveis para que esses crditos sejam utilizados na aquisio de novos bilhetes, em benefcio dos HQWHVGDSUySULDDGPLQLVWUDomRS~EOLFDDVVLQDORX Prmios ou crditos de milhagens oferecidos pelas companhias de transporte areo, quando resultantes de passagens adquiridas com recursos da administrao direta ou indireta de qualquer dos poderes do Rio Grande do Sul, sero incorporados ao errio e utilizados apenas em misses oficiais.

    Internet: (com adaptaes).

    Com base no texto acima, julgue o item que se segue.

    Depreende-se das informaes do texto que os funcionrios que usarem passagens areas custeadas pelo governo do Rio Grande do Sul podem usufruir, para viagens particulares, dos prmios ou crditos de milhagens concedidos pelas companhias areas.

    importante a leitura atenta de todos os comentrios, ainda que voc tenha acertado a questo! Essa uma etapa fundamental para fixar a teoria e para sanar dvidas. Portanto, vamos resoluo!

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    Questo 02 (ESAF) Tcnico Administrativo DNIT/2013

    difcil imaginar que a quantidade de acidentes de trnsito, de atropelamentos, de mortes, de pessoas feridas, de dor e de sofrimento ir diminuir somente com campanhas de conscientizao. Tambm difcil acreditar que os prejuzos econmicos e sociais que as interminveis filas de automveis em congestionamentos causam iro acabar somente pedindo-se que as pessoas deixem seus veculos em casa. O fato que, com o crescimento que a frota de veculos nas vias vem tendo, inevitvel que ocorram mais engarrafamentos e, assim, tambm inevitvel que o estresse dos motoristas aumente, gerando um comportamento mais agressivo. O que tem de ser feito, ento, reduzir o nmero de veculos nas vias. H um problema, porm: como fazer isso em um pas em que a economia est aquecida e em que as pessoas esto tendo cada vez mais facilidades para comprar um carro? A resposta dada por quem estuda o tema quase unnime: investir em transporte coletivo.

    (Adaptado de Juliano Tatsch Jornal do Comrcio, Soluo para problemas no trnsito est no transporte coletivo. http://portoimagem.wordpress. com/2011/03/24, acesso em 5/12/2012)

    De acordo com o desenvolvimento da argumentao do texto, o investimento HPWUDQVSRUWHFROHWLYRpDVROXomRSDUDYiULRVSUREOHPDVH[FHWRSDUD: a) DFLGHQWHVGHWUkQVLWR (sublinhado no texto) b) FDPSDQKDVGHFRQVFLHQWL]DomRsublinhado no texto) c) HQJDUUDIDPHQWRVsublinhado no texto) d) HVWUHVVHGRVPRWRULVWDVsublinhado no texto) e) FRPSRUWDPHQWRPDLVDJUHVVLYRsublinhado no texto)

    Questo 03 (FGV) Tcnico Mdio DPE-RJ/2014

    CIDADE URGENTE

    Os problemas da expanso urbana esto na conversa cotidiana dos milhes de brasileiros que vivem em grandes cidades HVDEHPRQGHRVDSDWRDSHUWD6mRUHIpQVGRPHWU{Hdo nibus, das enchentes, da violncia, da precariedade dos servios pblicos. No YHVWLEXODU WRGR HVWXGDQWH GHSDUD FRP D TXHVWmR XUEDQD H RV SHVTXLVDGRUHV VHdebruam sobre o assunto, que tambm parte significativa da pauta dos meios de comunicao.

    No poderia ser diferente: com 85% da populao nas cidades (chegar a 90% ao final desta dcada), quem pode esquecer a relevncia do tema? Parece incrvel, mas os grandes operadores do sistema econmico e poltico tratam os problemas das cidades como grilos que irritam ao estrilar. Passados os incmodos de cada crise, quem ganha dinheiro no caos urbano toca em frente seus negcios e quem ganha votos, sua campanha. S alguns movimentos populares e organizaes civis - Passe Livre, Nossa So Paulo e outros - insistem em plataformas, debates e campanhas para enfrentar os problemas e encontrar solues sustentveis.

    A criao do Ministrio das Cidades, no governo Lula, fazia supor que o Brasil enfrentaria o desafio urbano, integrando as polticas pblicas no mbito municipal, estabelecendo parmetros de qualidade de vida e promovendo boas prticas. Passados quase 12 anos, o ministrio mais um a ser negociado nos arranjos eleitorais.

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    A gesto fragmentada, educao para um lado e sade para outro, habitao submetida especulao imobiliria, saneamento espera de recursos que vo para as grandes obras de fachada, transporte inviabilizado por um sculo de submisso ao mercado do petrleo. A fragmentao vem do descompasso entre Unio, Estados e municpios, desunidos por um pacto antifederativo, adversrios na disputa pelos tributos que se sobrepem nas costas dos cidados. (....) Uma nova gesto urbana pode nascer com a participao das organizaes civis e movimentos sociais que acumularam experincias e conhecimento dos moradores das periferias e usurios dos servios pblicos. Quem vive e estuda os problemas, ajuda a achar solues.

    Marina Silva, Folha de So Paulo, 7/1/2014.

    A alternativa em que o vocbulo sublinhado tem seu significado corretamente fornecido pela palavra em maisculas

    a) Dgesto pIUDJPHQWDGD75,%87$d2 b) KDELWDomRVXEPHWLGDjespeculao LPRELOLiULD&25583d2 c) LQYLDELOL]DGRSRUXPVpFXORGHsubmisso ao mHUFDGRGRSHWUyOHR'20,1$d2 d) D IUDJPHQWDomR YHP GR descompasso entre Unio, Estados e muniFtSLRV DIFERENA e) DGYHUViULRVQDGLVSXWDSHORVWULEXWRVTXHse sobrepem nas FRVWDVGRVFLGDGmRVACUMULAM

    Questo 04 (FGV) Tcnico Mdio DPE-RJ/2014 (Responda com base no texto da questo anterior.)

    1R SULPHLUR SDUiJUDIR GR WH[WR R VHJPHQWR RQGH R VDSDWR DSHUWD DSDUHFHentre aspas porque:

    a) mostra uma frase sem respeito pela norma culta b) indica o tpico central do pargrafo c) destaca uma ironia da autora do texto d) copia uma expresso popular e) enfatiza uma ideia importante do texto

    Questo 05 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2012

    Fragmento I

    Macunama

    No fundo do mato-virgem nasceu Macunama, heri da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silncio foi to grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a ndia tapanhumas pariu uma criana feia. Essa criana que chamaram de Macunama.

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    J na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos no falando. Si o incitavam a falar exclamava:

    Ai! Que preguia!... e no dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape j velhinho e Jigu na fora do homem.

    Fragmento II

    9 Carta pras icamiabas

    s mui queridas sbditas nossas, Senhoras Amazonas.

    Trinta de Maio de Mil Novecentos e Vinte e Seis,

    So Paulo.

    Senhoras:

    No pouco vos surpreender, por certo, o endereo e a literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudade e muito amor, com desagradvel nova. bem verdade que na boa cidade de So Paulo a maior do universo, no dizer de seus prolixos habitantes QmRVRLVFRQKHFLGDVFRPRLFDPLDEDVvoz espria, sino que pelo apelativo de Amazonas; e de vs, se afirma, cavalgardes ginetes belgeros e virdes da Hlade clssica; e assim sois chamadas. Muito nos pesou a ns, Imperator vosso, tais dislates da erudio, porm heis de convir conosco que, assim, ficais mais heroicas e mais conspcuas, tocadas por essa platina respeitvel da tradio e da pureza antiga.

    (...)

    Macunama, Imperator

    Mrio de Andrade. Macunama, o heri sem nenhum carter. Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 13, 97 e 109.

    Considerando a coerncia, a progresso temtica e as marcas de referencialidade do fragmento II do texto, julgue (C ou E) o seguinte item. A formalidade da linguagem, na carta endereada s icamiabas, adequada ao texto e FRHUHQWH FRP DV FDUDFWHUtVWLFDV GR UHPHWHQWH 0DFXQDtPD ,PSHUDWRU H GDVdestinatrias, as icamiabas.

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    Questo 06 (CESPE) Diplomata Instituto Rio Branco/2012

    (Responda com base nos textos da questo anterior.)

    Considerando os aspectos lingusticos e a estrutura da narrativa nos fragmentos DSUHVHQWDGRV H[WUDtGRV GD REUD 0DFXQDtPD R +HUyL 6HP 1HQKXP &DUiWHUjulgue (C ou E) o item subsequente.

    Ambos os fragmentos apresentam a estrutura textual tpica da narrativa, recurso empregado pelo autor como forma de manter a coerncia dos fatos narrados.

    Questo 07 (CESPE) Nvel Mdio TJ-RR/2012

    A dependncia do mundo virtual inevitvel, pois grande parte das tarefas do nosso dia a dia so transferidas para a rede mundial de computadores. A vivncia nesse mundo tem consequncias jurdicas e econmicas, assim como ocorre no mundo fsico. Uma das questes suscitadas pelo uso da Internet diz respeito justamente aos efeitos dessa transposio de fatos do mundo real para o mundo virtual, sobretudo no que se refere sua interpretao jurdica. Como exemplos de situaes problemticas, podemos citar a aplicao das normas comerciais e de consumo nas transaes realizadas pela Internet, o recebimento indesejado de mensagens por email (spam), a validade jurdica do documento eletrnico, o conflito de marcas com os nomes de domnio, a propriedade intelectual e industrial, a privacidade, a responsabilidade dos provedores de acesso, de contedo e de terceiros na Web bem como os crimes de informtica.

    Renato M. S. Opice Blum. Internet: (com adaptaes).

    Considerando as ideias e as estruturas lingusticas do texto, julgue o item subsequente. Infere-se das informaes do texto que no mundo virtual os problemas jurdicos e econmicos potenciais tm equivalncia aos problemas do mundo fsico.

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    Questo 08 (FGV) Tcnico Superior Especializado DPERJ/2014

    Segundo a charge, o espao do shopping deveria ser reservado:

    a) aos cidados de bem b) a pessoas mais velhas c) elite econmica d) a pessoas de boa aparncia e) a pessoas brancas

    Questo 09 (FGV) Tcnico Superior Especializado DPERJ/2014 (Responda com base na charge da questo anterior.)

    Entre as variedades lingusticas h uma que se pode denominar de jargo profissional, na medida em que revela a atividade de quem a utiliza. Nesse caso, o que mostra o jargo do policial :

    a) o emprego dos verbos no imperativo b) DXWLOL]DomRGRYRFiEXORSURFHGLPHQWR c) RXVRGHIRUPDVGHSROLGH]FRPRSRUIDYRU d) a objetividade das frases, sem maiores explicaes e) a ilegalidade da cobrana aos jovens

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    Questo 10 (CESPE) Tcnico Judicirio TRT 17 Regio/2013 Existem vrias formas de punio para aqueles que pratiquem assdio moral, podendo essa punio recair tanto no assediador, quanto na empresa empregadora que no coba, ou que at mesmo incentive o assdio, como ocorre, por exemplo, no caso do assdio moral organizacional, decorrente de polticas corporativas. O empregador responde pelos danos morais causados vtima que tenha sofrido assdio em seu estabelecimento, nos termos do artigo 932 do Cdigo Civil. Em caso de condenao, cabe justia do trabalho fixar um valor de indenizao, com o objetivo de reparar o dano. O assediador, por sua vez, poder ser responsabilizado em diferentes esferas: na penal, estar sujeito condenao por crimes de injria e difamao, constrangimento e ameaa (artigos 139, 140, 146 e 147 do Cdigo Penal); na trabalhista, correr o risco de ser dispensado por justa causa (artigo 482 da Consolidao das Leis do Trabalho) e ainda por mau procedimento e ato lesivo honra e boa fama de qualquer pessoa; por fim, na esfera cvel, poder sofrer ao regressiva, movida pelo empregador que for condenado na justia do trabalho ao pagamento de indenizao por danos morais, em virtude de atos cometidos pelo empregado.

    Internet: (com adaptaes).

    A respeito das estruturas lingusticas do texto acima, julgue o item seguinte. O texto classifica-se como expositivo, visto que, nele, defendida, com base em argumentos, a punio daqueles que pratiquem assdio moral.

    Questo 11 (IBFC) Oficial de Cartrio PC-RJ/2013

    O Jivaro

    (Rubem Braga)

    Um Sr. Matter, que fez uma viagem de explorao Amrica do Sul, conta a um jornal sua conversa com um ndio jivaro, desses que sabem reduzir a cabea de um morto at ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas operaes, e o ndio lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo.

    O Sr. Matter:

    - No, no! Um homem, no. Faa isso com a cabea de um macaco.

    E o ndio:

    - Por que um macaco? Ele no me fez nenhum mal!

    Sobre o carter estrutural do texto de Rubem Braga, correto afirmar que :

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    a) expositivo b) narrativo c) argumentativo d) descritivo e) injuntivo

    Questo 12 - (CESPE) Auxiliar de Administrao FUB/2013 Mais verbas tm de se traduzir em mo de obra qualificada, instalaes de excelncia e equipamentos de ponta. Sade e educao devem atrair os talentos mais cobiados do pas, capazes de ombrear com profissionais que sobressaem no mundo globalizado. Atingir o patamar de excelncia implica perseguir metas, avaliar resultados e corrigir rumos. Jeitinho, outro nome da improvisao, falta de compromisso e consequente desperdcio, precisa fazer parte de um passado que cultivou a ineficincia para sustentar orgias pessoais que condenaram geraes ignorncia e ao atraso.

    Correio Braziliense, 18/08/2013 (com adaptaes).

    Em relao ao fragmento de texto acima, julgue o prximo item. Predomina no fragmento em questo o tipo textual narrativo.

    Questo 13 - (UFBA) Contador UFBA/2013

    Meu Deus,

    me d cinco anos.

    Me d um p de fedegoso com formiga preta,

    me d um Natal e sua vspera,

    05 o ressonar das pessoas no quartinho.

    Me d a negrinha Fia pra eu brincar,

    me d uma noite pra eu dormir com minha me.

    Me d minha me, alegria s e medo remedivel,

    me d a mo, me cura de ser grande,

    10 meu Deus, meu pai,

    meu pai.

    PRADO, A. Orfandade. Bagagem. 29. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010. p.12.

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    1RFRQWH[WRGRSRHPDDUHSHWLomRGRWHUPRPHGiFRQVWLWXLXPH[HPSORGRuso livre e descontrado do idioma, sem submisso norma padro.

    Questo 14 - (IDECAN) Tcnico Bancrio Banestes/2012

    Diploma garantido

    Muitos pais tm contratado planos de previdncia para os filhos menores de idade. A diferena que, ao fazer isso, no esto pensando em investir na aposentadoria dos rebentos, mas sim em oferecer condies para que, ao atingir a maioridade, eles tenham dinheiro para arcar com despesas relacionadas educao, como uma boa faculdade, um curso de especializao ou um intercmbio no exterior.

    Segundo dados da Federao Nacional de Previdncia Privada Vida (FenaPrevi), entidade que rene empresas do setor, os planos de previdncia para menores arrecadaram s no ano passado, 1,7 bilho de reais 24% a mais do que em 2010. Falta de disciplina para fazer os depsitos e saques no programados prejudicam quem quer poupar para o IXWXUR$FRQWULEXLomRGHYHVHUHQFDUDGDFRPRXPDGHVSHVDGDFDVDDVVLPFRPRDVFRQWDVGHiJXDHOX]GL]&DUROLQD:DQGHUOH\FRQVXOWRUDVrQLRUde previdncia privada da empresa de investimentos Mercer. Ou seja, no se deve SXODURLQYHVWLPHQWRQDSUHvidncia em meses de dinheiro curto, muito menos usar o montante reservado nela para cobrir despesas acima do normal.

    Para contornar imprevistos desse gnero, os especialistas recomendam pedir ao banco que as mensalidades sejam postas em dbito automtico ou cobradas via boleto e manter um segundo investimento como uma poupana GHVWLQDGR D DSDJDULQFrQGLRV

    (Veja, 9 de maio 2012. Com adaptaes.)

    $UHVSHLWRGRWH[WR'LSORPDJDUDQWLGRpFRUUHWRDILUPDUTXH

    a) as informaes so apresentadas de forma objetiva b) ope-se linguagem informativa por apresentar expresso metafrica c) as informaes so apresentadas ora de forma objetiva, ora de forma subjetiva d) as informaes possuem carter cientfico tendo em vista os dados apresentados e) as informaes possuem carter publicitrio tendo em vista a linguagem utilizada

    Questo 15 - (IDECAN) Tcnico Bancrio Banestes/2012

    (Responda com base no texto da questo anterior.)

    Apesar de possuir uma linguagem predominantemente formal, o texto apresenta o registro de variante lingustica coloquial em:

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    a) 0XLWRVSDLVWrPFRQWUDWDGRSODQRVGHSUHYLGrQFLDSDUDRVILOKRVPHQRUHVGHLGDGH b) FRPR XPD ERD IDFXOGDGH XP FXUVR GH HVSHFLDOL]DomR RX XP LQWHUFkPELR QRH[WHULRU c) VDTXHVQmRSURJUDPDGRVSUHMXGLFDPTXHPTXHUSRXSDUSDUDRIXWXUR d) QmRVHGHYHSXODURLQYHVWLPHQWRQDSUHYLGrQFLDHPPHVHVGHGLQKHLURFXUWR e) SHGLUDREDQFRTXHDVPHQVDOLGDGHVVHMDPSRVWDVHPGpELWRDXWRPiWLFR

    Questo 16 (CESPE) Agente de Polcia Federal - PF/2014

    +RMHWRGRVUHFRQKHFHPSRUTXH0DU[LPS{VHVWDGHPRQVWUDomRQR/LYUR,,G2&DSLWDOque no h produo possvel sem que seja assegurada a reproduo das condies materiais da produo: a reproduo dos meios de produo.

    Qualquer economista, que neste ponto no se distingue de qualquer capitalista, sabe que, ano aps ano, preciso prever o que deve ser substitudo, o que se gasta ou se usa na produo: matria-prima, instalaes fixas (edifcios), instrumentos de produo (mquinas) etc. Dizemos: qualquer economista igual a qualquer capitalista, pois ambos exprimem o ponto de vista da empresa.

    Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideolgicos do Estado. 3. ed. Lisboa: Presena, 1980 (com adaptaes)

    Julgue o item a seguir, a respeito dos sentidos do texto acima.

    1RWH[WRRVWHUPRVPDWpULD-SULPDVXEOLQKDGRQRWH[WRLQVWDODo}HVIL[DVHGLItFLRVVXEOLQKDGR QR WH[WR H LQVWUXPHQWRV GH SURGXomR PiTXLQDV VXEOLQKDGR QR WH[WRVmRH[HPSORVGHPHLRVGHSURGXomRVXEOLQKDGRQRWH[WR Questo 17 (CESPE) Agente de Polcia Federal - PF/2014 (Responda com base no texto da questo anterior.)

    Julgue o item a seguir, a respeito dos sentidos do texto acima.

    Infere-se do texto que todo economista capitalista, mas o inverso no verdadeiro, pois nem todo capitalista proprietrio de empresa.

    Questo 18 (CESPE) Agente de Polcia Federal - PF/2014

    Imigrantes ilegais, os homens e as mulheres vieram para Prato, na Itlia, como parte de snakebodies liderados por snakeheads na Europa. Em outras palavras, fizeram a perigosa viagem da China por trem, caminho, a p e por mar como parte de um grupo pequeno, aterrorizado, que confiou seu destino a gangues chinesas que administram as maiores redes de contrabando de gente no mundo. Nos locais em que suas viagens comearam, havia filhos, pais, esposas e outros que dependiam deles para que enviassem dinheiro.

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    No destino, havia paredes cobertas com anncios de mau gosto de empregos que representavam a esperana de uma vida melhor.

    Pedi a um dos homens ao lado da parede que me contasse como tinha sido sua viagem. Ele objetou. Membros do snakebody tm de jurar segredo aos snakeheads que organizam sua viagem. Tive de convenc-lo, concordando em usar um nome falso e camuflar outros aspectos de sua jornada. Depois de uma srie de encontros e entrevistas, pelos quais paguei alguma coisa, a histria de como Huang chegou a Prato emergiu lentamente.

    James Kynge. A China sacode o mundo. So Paulo: Globo, 2007 (com adaptaes).

    Julgue o seguinte item, relativo s ideias e s estruturas lingusticas do texto acima.

    O texto narrativo e autobiogrfico, o que se evidencia pelo uso da primeira pessoa do singular no segundo pargrafo, quando contado um fato acontecido ao narrador.

    Questo 19 (CESPE) Analista Administrativo - ANTAQ/2014

    Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura mundial no perodo do sculo III a.C. ao sculo IV d.C. Sua famosa Biblioteca continha praticamente todo o saber da Antiguidade em cerca de 700.000 rolos de papiro e pergaminho e era frequentada pelos mais conspcuos sbios, poetas e matemticos.

    A Biblioteca de Alexandria estava muito prxima do que se entende hoje por Universidade. E faz-se apropriado o depoimento do insigne Carl B. Boyer, em A Histria GD 0DWHPiWLFD $ 8QLYHUVLGDGH GH $OH[DQGULD HYLGHQWHPHQWH QmR GLIHULD PXLWR GHinstituies modernas de cultura superior. Parte dos professores provavelmente se notabilizou na pesquisa, outros eram melhores como administradores e outros ainda eraPFRQKHFLGRVSHODVXDFDSDFLGDGHGHHQVLQDU Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Clepatra e seu irmo, o imperador Jlio Csar mandou incendiar a esquadra egpcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou at as dependncias da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos.

    Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, XWLOL]DQGR R VHJXLQWH R DUJXPHQWR RX RV OLYURV FRQWrP R TXH HVWi QR $OFRUmR H VmRdesnecessrios ou contm o oposto e no devemos l-ORV A destruio da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a histria da humanidade.

    Se vivemos hoje a era do conhecimento porque nos alamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformao do nosso modus vivendi et operandi.

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    um marco histrico, um dos maiores fenmenos de comunicao e uma das mais democrticas formas de acesso ao saber e pesquisa. Mas, como toda inovao, a Internet tem potencial cuja dimenso no deve ser superdimensionada. Seu contedo fragmentado, desordenado e, alm disso, cerca de metade de seus bites descartvel.

    Jacir J. Venturi. Internet: (com adaptaes).

    Em relao ao texto acima, julgue o item a seguir

    Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinio, identificam-se trechos narrativos e dissertativos.

    Questo 20 (CESPE) Analista Administrativo - ANATEL/2014

    A ANATEL anunciou novas regras para os servios de telefonia fixa e mvel, banda larga e televiso por assinatura, que buscam melhorar a transparncia das empresas com seus clientes e ampliar os direitos dos ltimos em relao oferta de servios. Destacam-se, entre as novas normas, aquelas que facilitam a vida do usurio e reduzem as barreiras de contato com a contratada, como a exigncia de que haja uma forma de cancelamento por meio da Internet, a obrigatoriedade de que a empresa retorne a ligao que caia durante um atendimento e a necessidade de que o cliente receba retornos a suas solicitaes em, no mximo, trinta dias. Alm disso, as promoes devem ser mais transparentes e ampliadas a todos os contratantes, estendendo-se aos que j possuem produtos e no usufruem de nenhuma condio especial.

    A estratgia da agncia reguladora de fato parece contribuir para que o consumidor seja mais bem atendido e tenha acesso a todos os benefcios a que tem direito. No entanto, necessrio que a fiscalizao seja estrita, uma vez que as regras desse setor so recorrentemente atualizadas e mesmo assim boa parte das empresas permanece com prticas irregulares. A baixa competitividade do mercado faz com que a qualidade dos servios e do atendimento oferecidos deixe a desejar e permite que os preos cobrados por pacotes de canais, minutos para celular ou Internet assumam valores altos, sobretudo quando comparados aos de outros pases.

    aconselhvel que o usurio permanea sempre atento s ofertas disponveis no somente na empresa contratada como tambm em suas concorrentes, para aumentar seu poder de barganha em momentos nos quais quiser negociar preos e condies melhores. A solicitao de portabilidade ou a demonstrao da inteno de trocar os servios pelos oferecidos por uma concorrente que oferea condies melhores tm-se mostrado boas estratgias, visto que as empresas comumente dispem de vantagens para no perder seus consumidores.

    Samy Dana. De olho em gastos com telefonia e direitos de consumidores. In: Folha de S.Paulo, 21/7/2014 (com adaptaes).

    Considerando as ideias e estruturas do texto, julgue o item seguinte.

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    Os altos preos que as empresas de telefonia, de banda larga e de TV por assinatura cobram por minutos para celular ou Internet e por pacotes de canais, bem como a qualidade aqum do esperado dos servios e do atendimento prestados por essas empresas so reflexos da pequena concorrncia que existe no mercado e da falta de uma fiscalizao mais estrita por parte das agncias reguladoras.

    Questo 21 (CESPE) Analista Administrativo - ANATEL/2014 (Responda com base no texto da questo anterior.)

    Considerando as ideias e estruturas do texto, julgue o item seguinte.

    Melhor atendimento ao consumidor e acesso do consumidor a todos os benefcios a que ele tem direito so exemplos de melhorias na transparncia das empresas com seus clientes e de ampliaes dos direitos destes no que se refere oferta de servios.

    Questo 22 (CESPE) Consultor de Oramento e Fiscalizao Financeira Cmara dos Deputados/2014

    Pedi ao antroplogo Eduardo Viveiros de Castro que1 falasse sobre a ideia que o SURMHWRX$VtQWHVHGDPHWDItVLFDGRVSRYRVH[yWLFRVVXUJLXHPHJDQKRXRQRPHde SHUVSHFWLYLVPRDPHUtQGLR. Fazia j alguns anos, ento, que o antroplogo se ocupava de um trao especfico do pensamento indgena nas Amricas. Em contraste com a nfase dada pelas sociedades industriais produo de objetos, vigora entre esses povos a lgica da predao. O pensamento amerndio d muita importncia s relaes entre caa e caador que tm, para eles, um valor comparvel ao que conferimos ao trabalho e fabricao de bens de consumo. Diferentes espcies animais so pensadas com base na posio que ocupam nessa relao. Gente, por exemplo, , ao mesmo tempo, presa de ona e predadora de porcos.

    Pesquisas realizadas por duas alunas de Viveiros de Castro, na mesma poca, com diferentes grupos indgenas da Amaznia, chamavam a ateno para outra caracterstica curiosa de seu pensamento: de acordo com os interlocutores de ambas, os animais podiam assumir a perspectiva humana. Um levantamento realizado ento indicava a existncia de ideias semelhantes em outros grupos espalhados pelas Amricas, do Alasca Patagnia. Segundo diferentes etnias, os porcos, por exemplo, se viam uns aos outros como gente. E enxergavam os humanos, seus predadores, como ona. As onas, por sua vez, viam a si mesmas e s outras onas como gente. Para elas, contudo, os ndios eram tapires ou pecaris eram presa. Ser gente parecia uma questo de ponto de vista. Gente quem ocupa a posio de sujeito. 1RPXQGR DPD]{QLFR HVFUHYHX R DQWURSyORJR KiPDLV SHVVRDVQR FpX H QDWHUUDGRTXHVRQKDPQRVVDVDQWURSRORJLDV Ao se verem como gente, os animais adotam tambm todas as caractersticas culturais humanas. Da perspectiva de um urubu, os vermes da carne podre que ele come so peixes grelhados, comida de gente. O sangue que a ona bebe , para ela, cauim, porque

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    cauim o que se bebe com tanto gosto. Urubus entre urubus tambm tm relaes sociais humanas, com ritos, festas e regras de casamento.

    Tudo se passa, conforme Viveiros de Castro, como se os ndios pensassem o mundo de PDQHLUD LQYHUVDjQRVVDVHFRQVLGHUDGDVDVQRo}HVGHQDWXUH]DHGHFXOWXUD3DUDns, o que dado, o universal, a natureza, igual para todos os povos do planeta. O que construdo a cultura, que varia de uma sociedade para outra. Para os povos amerndios, ao contrrio, o dado universal a cultura, uma nica cultura, que sempre a mesma para todo sujeito. Ser gente, para seres humanos, animais e espritos, viver segundo as regras de casamento do grupo, comer peixe, beber cauim, temer ona, caar porco.

    Mas se a cultura igual para todos, algo precisa mudar. E o que muda, o que construdo, dependendo do observador, a natureza. Para o urubu, os vermes no corpo em decomposio so peixe assado. Para ns, so vermes. No h uma terceira posio, superior e fundadora das outras duas. Ao passarmos de um observador a outro, para que a cultura permanea a mesma, toda a natureza em volta precisa mudar.

    Rafael Cariello. O antroplogo contra o Estado. In: Revista Piau, n. 88, jan./2014 (com adaptaes).

    Em relao ao texto acima, julgue o item abaixo.

    Narrado em primeira pessoa e tratando de tema cientfico, o texto classifica-se como artigo cientfico, ainda que tenha sido publicado em peridico no especializado.

    Questo 23 (CESPE) Consultor de Oramento e Fiscalizao Financeira Cmara dos Deputados/2014 (Responda com base no texto da questo anterior.)

    Em relao ao texto acima, julgue o item abaixo.

    $V LGHLDV H[SUHVVDV QDV IUDVHV 6HU JHQWH SDUHFLD XPD TXHVWmR GH SRQWR GH YLVWDVXEOLQKDGRQRWH[WRH*HQWHpTXHPRFXSDDSRVLomRGHVXMHLWRVXEOLQKDGRQRWH[WRFRQVWLWXHP DVSHFWRV LPSRUWDQWHV GDTXLOR TXH