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Rev 01/2018 Autores: Leticia Philippi Arnoldo de Souza Ana Cristina Barreira Curso de OZONIOTERAPIA

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Rev 01/2018

Autores:

Leticia Philippi

Arnoldo de Souza

Ana Cristina Barreira

Curso de

OZONIOTERAPIA

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2 Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados

Olá, seja muito bem-vindo à Associação Brasileira de Ozonioterapia!

Desde 2006, seguimos trabalhando para que a prática da Ozonioterapia em

nosso país seja realizada de maneira legal, consciente, responsável e ética

Acreditamos que, com isso, podemos levar os benefícios desta terapia para

todas as pessoas, promovendo o que mais importa para nós: a vida com

qualidade.

Dr. Arnoldo de Souza

Presidente Gestão 2018-2022

Esta apostila foi elaborada como parte do material dos cursos oferecidos

pela Associação Brasileira de Ozonioterapia.

Autores:

Leticia Philippi

Arnoldo de Souza

Ana Cristina Barreira

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CONTEÚDO DO CURSO:

1. Aspectos Legais (Termo de Consentimento Informado e Esclarecido)

2. O que é Ozonioterapia

a. Características do gás ozônio

b. Toxicidade

c. Unidades e Medidas

d. Geração de ozônio medicinal

3. Aspectos Médicos e Científicos da Ozonioterapia a. Efeitos do Ozônio no organismo

4. Aspectos Práticos

a. Princípios básicos

b. Contraindicações

c. Efeitos Colaterais

5. Vias de Aplicação

Aplicações Sistêmicas

a. Auto hemoterapia maior com ozônio

b. Auto hemoterapia menor com ozônio

c. Insuflação retal

Aplicações localizadas:

d. Água ozonizada

e. Hidrozonoterapia

f. Bag (bolsa plástica)

g. Óleo ozonizado

h. Insuflação Vaginal

i. Insuflação Vesical

j. Injeção subcutânea (feridas, dores localizadas, manchas)

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1. O que é Ozonioterapia

a) Características do gás ozônio

O ozônio é uma forma triatômica do oxigênio de peso molecular 48. É um gas incolor, com

odor caracteristico de "ar depois de uma tormenta de verao''. O próprio nome de ozônio vem

do grego "oler", que significa cheiro, por seu forte odor acre. É 10 vezes mais solúvel na água

do que o oxigênio.

O ozônio para uso medicinal é sempre uma mistura de oxigênio puro e ozônio, produzido pela

ação de descargas elétricas de alta potência.

Consequentemente, sempre se coleta uma mistura de gás com não menos de 95% de oxigênio e não mais que 5% de ozônio. O ar deve ser excluído por causa da toxicidade do dióxido de nitrogênio (N2O2) que será formado como o ozônio. É importante que os geradores sejam feitos com alta qualidade, com materiais resistentes, como aço inoxidável, vidro e teflon. Ozônio é 1,6 vezes mais denso e 10 vezes mais solúvel na água que o oxigênio (49.0ml em 100ml H2O a OOC ). Ainda que não seja uma molécula radical, é o terceiro oxidante mais potente (E0 = +2,076V) depois do flúor e do persulfato. É um gás instável e não pode ser armazenado.

Estabilidade do gás ozônio

O ozônio é um gás altamente instável, logo se recompondo como oxigênio (2 O3 3 O2), por

isso não é possível armazená-lo, devendo ser sempre produzido no momento do uso.

A velocidade de dissociação de O3 para O2 é dependente da temperatura e da concentração

de ozônio: ou seja, quanto maior a concentração e maior a temperatura, maior a dissociação,

e vice-versa.

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A 20⸰C o tempo de meia-vida do ozônio é aproximadamente 30 minutos.

No estudo realizado por Gregório Martinez- Sanchez em 2013 (Aspectos prácticos en

ozonoterapia: Comprobación de la concentración de ozono generada /tiempo de vida media

del gas en la jeringuilla), se demonstrou a importância de usar o gás nos primeiros 10 minutos

depois de gerado, no qual 10% da dose inicial é perdida. Também verificou-se que a posição

em que a seringa é colocada, embora se aconselhada tê-lo com o cone voltado para cima não

é decisivo no manuseio do gás.

Cinética de degradação do ozônio contido em uma seringa de 50 mL, com bico Luer. O ponto de partida

foi uma concentração de 20 μg / mL. Temperatura de 20 ° C, pressão 1.103 • 105Pa.

b) Toxicidade no ar

VIA NUNCA UTILIZADA NOS PROTOCOLOS MÉDICOS

A inalação do gás ozônio pode ser deletéria ao sistema pulmonar e possivelmente outros

órgãos, de acordo com a capacidade antioxidante do tecido em questão. Respiração

prolongada de ozônio causa toxicidade progressiva, exemplificada no quadro abaixo:

CONCENTRAÇÃO EFEITOS

0,1 ppmv (0,2 mg/m3) Lacrimejamento e irritação no trato respiratório

superior.

0,1 ppmv (0,2 mg/m3) Rinite, tosse, cefaléia, náuseas. Pessoas

predispostas podem desenvolver asma.

2 a 5 ppmv (4 a 10 mg/ m3)

10 a 20 min

Aumento progressivo de dispneia.

5 ppmv (10 mg/ m3)

60 min

Edema agudo de pulmão e ocasionalmente paralisia

respiratória.

10 ppmv ( 20 mg/ m3) Morte dentro de 4 horas.

50 ppmv ( 100 mg/m3) Morte em minutos.

Extraído de: Bocci, V. Oxygen-Ozone Therapy. A Critical Evaluation, 2002

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c) Unidades e medidas

A concentração de ozônio é dada em:

OBS: *Gama é uma linguagem que não faz parte do Sistema Internacional de Medidas,

é apenas um expressão utilizada na prática

Em casos excepcionais, em ppm (partes por milhão) ou % de volume, quando o seguinte se

aplica:

1 µg /ml = 6.99 x 102 ppm por peso

ou 1 µg /ml = 4.66 x 10-2 % de volume

ou 1 ppm por peso = 1.43 x 10-3 µg /ml - 1 vol% = 21.45 µg /l .

A dose de ozônio como quantidade total de ozônio aplicada é calculada pela multiplicação da

concentração pelo volume usado, i.e. c x V.

Exemplo:

Presumir que a quantidade total de ozônio de 200 µg está para ser aplicada.

Selecione uma concentração de 20 µg/ml e preencha uma seringa de 10 ml:

(20 µg/ml x 10 ml = 200 µg)

Selecione uma concentração de 10 µg/ml e preencha uma seringa de 20 ml:

(10 µg/ml x 20 ml = 200 µg)

d) Gerador de Ozônio Medicinal - Requisitos de segurança

É preciso ficar claro que se queremos utilizar O3 na medicina, precisamos evitar sua

toxicidade, que pode ser controlada somente se operarmos com precaução através de

algumas medidas:

1) uso de um gerador de ozônio preciso, equipado com um fotômetro standartizado, que

permite determinar a concentração de O3 em tempo real;

2) coletando um volume de gás preciso com uma concentração de ozônio definida. A dose

total é calculada pela multiplicação da concentração de ozônio pelo volume do gás. Como

1 µg /ml = 1 mg /1L = 1 g / m = 1 “gama”*

Dose = Concentração x Volume

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exemplo, se ozonizamos 225ml de sangue com 225ml de gás com concentração de ozônio

de 30ug/ml, a dose total equivale a 6,75 mg de ozônio

3) É preciso saber a dose ótima para atingir uma eficácia terapêutica sem nenhuma toxicidade.

Os olhos e os pulmões são muito sensíveis ao O3 porque tem capacidades antioxidantes

mínimas e, portanto o ozônio não deve entrar em contato com estes órgãos.

A produção de Ozônio varia com diversos fatores:

Voltagem / frequência

Espaço entre eletrodos

Temperatura

Fluxo de oxigênio: expressado em L/min

Das características acima, a variável que pode ser alterada pelo usuário e influencia

diretamente na concentração de ozônio gerada é Um dos principais fatores que influenciam

na concentração final de ozônio gerada pelo equipamento é o fluxo de oxigênio fornecido para

gerar ozônio.

Conforme estudo de avaliação de risco envolvendo o uso de gás ozônio para diferentes fins,

fatores de risco devem ser identificados e ações referentes ao projeto dos equipamentos

geradores de ozônio devem ser executadas para permitir o uso seguro do equipamento

propriamente dito

Desta forma, além de outros controles, todo equipamento Gerador de Ozônio Medicinal deve

ter um sistema que controle do fluxo de oxigênio fornecido para o equipamento.

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O principal risco identificado com

o uso do Gerador de Ozônio é a

garantia da destruição de

ozônio residual. Para que isto

ocorra sem maiores dificuldades,

o ozônio excedente deve ser

direcionado automaticamente

para um destrutor de gases

(catalisador à base de metais

pesados). Este sistema é

operacionalizado com o uso de

válvulas e sensores e é

encontrado nos equipamentos

existentes no mercado.

.

Materiais resistentes à ação oxidante do ozônio

Por ser um gás muito oxidante, os materiais em contato com ozônio devem ser resistentes ao

gás. Desta forma, todos os materiais do equipamento e materiais utilizados para aplicar ozônio

deve ser resistente

Gás ozônio:

Vidro

Teflon

Aço inox (série 300)

Ozônio diluído (em solução):

Aço inox (série 300)

PVC

Polietileno

Concreto

Plexiglass (vidro)

Teflon

Vidro

Materiais selantes:

Aço inox (série 300)

Kalrez ®

Kynar ®

Teflon

Viton ®

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1.9

Orientações Gerais para utilização de Geradores de Ozônio?

Conheça seu equipamento e informe sua equipe sobre o funcionamento.

Utilize apenas OXIGÊNIO MEDICINAL ou puro (pureza 99,5%). Concentradores portáteis

não chegam a este grau de pureza, nem oferecem pressão de trabalho adequada.

Jamais utilizar oxigênio úmido, pois danifica totalmente seu equipamento.

Utilize a válvula de oxigênio recomendada pelo fabricante, pois tanto o fluxo quanto a

pressão de trabalho interferem na geração de ozônio.

Cuidado para não entrar água no equipamento. Se for utilizado para ozonizar água, deixe

sempre o frasco a ser ozonizado em nível mais baixo que o equipamento, para evitar

entrada de água. A entrada de água danifica e queima o equipamento. É importante

observar se o frasco com líquido a ser ozonizado possui um “respiro” para saída do gás,

para não gerar pressão no recipiente.

A saída de ozônio nunca deve ser fechada ou interrompida, pois o equipamento trabalha

num sistema fechado com pressão; se a saída estiver fechada e o gás estiver sendo

liberado, a pressão aumentará e poderá danificar o equipamento.

Não deixar o ozônio produzido ser direcionado ao ambiente, ou seja, é importante sempre

conectar o dispositivo de coleta (seringa) ou sistema de ozonização antes ao gerador de

ozônio.

Sobre a instalação:

Não instale o equipamento onde há a incidência de luz solar direta ou outra fonte de calor.

Evite instalar em áreas com umidade, poeira, vibrações e em superfícies inclinadas.

Instalar o equipamento em ambientes que possam ser arejados.

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Em caso de liberação acidental do ozônio para o ambiente da sala, proceder da seguinte

maneira:

Remover o paciente para outro ambiente livre

Ventilar a sala

Colocar os EPI´s necessários - máscara contra gases oxidantes

Fechar o registro de fornecimento do oxigênio do equipamento e desligar o mesmo

Sinais de intoxicação no paciente: vitamina C injetável (3g diluídas em 100 SF 0,9%)

2. Aspectos Médicos e Científicos da Ozonioterapia Baseado em: REVIEW ARTICLE. Scientific and Medical Aspects of Ozone Therapy. State of the Art. Velio Alvaro

Bocci.Department of Physiology, University of Siena, Siena, Italy. Archives of Medical Research 37 (2006) 425–435

Qual é o comportamento e destino do ozônio depois de entrar em contato com os fluídos do corpo? O ozônio reage imediatamente tão logo esteja dissolvido em água biológica (salina fisiológica, plasma, linfa, urina):

O3 + biomoléculas →O2 + OO

onde o oxigênio atômico se comporta como um átomo muito reativo. Contrário ao incorreto pensamento que o ozônio penetra através da pele e mucosas ou entra nas células, é enfatizado que, depois da reação mencionada, ozônio não existe mais. O ozônio não é uma molécula radicálica porque possui um número par de elétrons na órbita mais externa (BOCCI, 2000), porém é muito oxidante e por isso reage instantaneamente com outras moléculas podendo transformá-las em radicais livres (RL): ROS, LOPs. Em ordem de preferência, ozônio reage com ácidos graxos poli-insaturados (PUFA), antioxidantes como ácido ascórbico e ácido úrico, compostos com grupos – SH,como cisteína, glutationa reduzida (GSH) e albumina. Dependendo da dose de ozônio, carboidratos, enzimas, DNA e RNA podem também ser afetados. Todos estes compostos agem como doadores de elétron e submetidos a oxidação:

a) A principal reação: R – CH=CH-R+ O3 + H2O → R-CH= O+ R-CH= O+ H2O2

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mostra a formação simultânea de um mol de peróxido de hidrogênio (incluindo espécies reativas de oxigênio, ROS ) e 2 moles de produtos de oxidação lipídica (LOPs).

A molécula ROS fundamental é o peróxido de hidrogênio, que é um oxidante não radical capaz de reagir como um mensageiro do ozônio responsável por extrair diversos efeitos biológicos e terapêuticos. O conceito que ROS são sempre prejudiciais tem sido largamente revisado, porque, em quantidades fisiológicas, agem como reguladores de transdução e representam importantes mediadores de defesa e imunidade (hormese).

Mesmo que os ROS tenham um tempo de meia vida menor que um segundo, eles podem causar danos cruciais aos componentes celulares e portanto, sua geração deve ser precisamente calibrada para alcançar um efeito biológico sem danos. Isto pode ser atingido pela regulação da dose de ozônio (concentração de ozônio em ug/ml de gás por ml de sangue na proporção de 1:1), contra a capacidade antioxidante do sangue, que pode ser medida, se necessário reforçada pela administração oral de antioxidantes antes e durante a Ozonioterapia.

b) LOPS - a produção de LOPS segue a peroxidação de PUFAs presentes no plasma: eles

são heterogêneos e podem ser classificados como lipohidroperóxidos (LOOH), radicais alcoxil (LOO), lipoperóxidos (LOOO), isoprostanos e alquenos, entre os quais são 4- hidroxi – 2-3 transnonenal (HNE) e malonilaldeído (MDA). Radicais e aldeídos são intrinsecamente tóxicos e devem ser gerados em concentrações muito baixas. Eles são in vitro muito mais estáveis que ROS, mas afortunadamente, na reinfusão com sangue são submetidos à diluição em fluidos corporais, excreção (urina e bile) e metabolismo por GSH – transferase ( GSH – TR) e aldeído desidrogenase. Além disso, somente concentrações submicromolares podem atingir todos os órgãos, particularmente medula óssea, rim, SNC, glândulas endócrinas, etc, onde eles agem como moléculas sinalizadoras de um stress oxidativo agudo.

Se o estágio da doença não é tão avançado, estas moléculas podem extrair um aumento na regulação de enzimas antioxidantes , como a superóxido dismutase (SOD) , GSH- peroxidase (GSH – PX), GSH redutase (GSH- Rd) e catalase (CAT).

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É enfatizado que níveis submicromolares de LOPs podem ser estimulatórios e benéficos, enquanto altos níveis podem ser tóxicos. Esta conclusão baseada em diversos dados experimentais, reforça o conceito que concentrações de ozônio “ótimas” são críticas para atingir um resultado terapêutico: concentrações muito baixas são praticamente inúteis e concentrações muito altas podem causar um efeito negativo (fadiga) então elas devem

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estar no limiar para causar um stress oxidativo agudo, absolutamente transitório, capaz de engatilhar efeitos biológicos, porém sem toxicidade. Em conclusão, deve ficar claro que o processo de ozonização ocorrendo no sangue, ou intradiscal ou intramuscular, representa um stress oxidativo agudo. Entretanto, contanto que seja precisamente calculado de acordo com uma dose judiciosa, não é deletério, mas é capaz de extrair diversas respostas biológicas e possivelmente pode reverter um stress oxidativo crônico devido ao envelhecimento, infecções crônicas, diabetes, arterosclerose, processos degenerativos e câncer. De fato, o ato ozônio – terapêutico é interpretado com um atóxico, mas um real choque terapêutico, capaz de restaurar a homeostase.

Quais são os efeitos biológicos extraídos pelos ROS e LOPs?

O processo de ozonização é, portanto caracterizado pela formação de ROS e LOPs, agindo em duas fases. Este processo acontece tanto ex vivo (como por exemplo no sangue coletado em garrafas) ou in vivo (depois de uma injeção intramuscular de ozônio), mas enquanto ROS estão agindo imediatamente e desaparecem (agindo como mensageiros), os LOPs, via circulação, distribuem-se através dos tecidos e eventualmente somente algumas moléculas se ligam a receptores celulares. Sua farmacodinâmica permite minimizar sua toxicidade potencial e permite torná-los mensageiros tardios. A formação de ROS no plasma é extremamente rápida e acompanhada de uma transitória e pequena diminuição dose dependente da capacidade antioxidante. Esta situação retorna ao normal dentre 15-20 minutos devido a eficiente reciclagem de compostos oxidados como dehidro-ascorbato a ácido ascórbico. O peróxido de hidrogênio difunde facilmente do plasma para o centro das células e subitamente aparece no citoplasma representando um gatilho estimulante: dependendo do tipo de células. Diferentes caminhos bioquímicos podem ser concorrentemente ativados nos hemácias, leucócitos e plaquetas, resultando em numerosos efeitos biológicos.

Apesar do ozônio ser um dos mais potentes germicidas quando aplicado sistemicamente não pode inativar bactérias, vírus e fungos in vivo, porque, paradoxalmente, os patógenos estão bem protegidos, particularmente dentro das células, pelo potente sistema antioxidante. Ocorre que o ozônio age como um estimulador do sistema imune, pela ativação de neutrófilos e estimulando a síntese de algumas citocinas. Mais uma vez, o mensageiro crucial é o peróxido de hidrogênio, que depois de entrar no citoplasma de células mononucleares do sangue, através da oxidação de cisteínas selecionadas, ativa a tirosina quinase, que então fosforila o fator de transcrição nuclear (KB) permitindo a liberação de um heterodímero (p50 + p65). Este complexo se move para o núcleo e ativa algumas antenas de genes eventualmente responsáveis por causar a síntese de diversas proteínas, entre AA quais estão na fase aguda e numerosas interleucinas. No passado foi mensurada a liberação de inúmeras citocinas do sangue ozonizado, in vitro. Quando os leucócitos ozonizados retornam a circulação, vão para o microambiente linfóide e liberam citocinas, reativando o sistema imunológico deprimido. Este processo é parte do sistema imune inato e nos ajuda a sobreviver em um ambiente hostil.

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Durante a ozonização do sangue, nota-se um aumento da ativação de plaquetas, dose dependente com ozônio com uma consequente liberação de típicos fatores de crescimento, que irão auxiliar a cicatrização de ulceras crônicas em pacientes isquêmicos. Durante a reinfusão do sangue ozonizado ao paciente, a vasta extensão de células endoteliais que serão ativadas pelos LOPs, resultam em um aumento da produção de NO, 5-nitrosotiols e 5-nitrohemoglobina. Enquanto NO tem um tempo de meia-vida menor que 1 segundo, as proteínas ligadas ao NO podem exercer vasodilatação, também em áreas isquêmicas distantes, com efeito terapêutico relevante.

Os LOPs, agindo como mensageiros de longa distância, podem transmitir a todo organismo a informação do estresse oxidativo agudo. Além disso, a estimulação do sistema nervoso central e endócrino pode ajudar a entender porque a maioria dos pacientes durante Ozonioterapia prolongada, reportam um sentimento de euforia e bem estar, provavelmente devido a melhora do metabolismo, bem como uma melhora na liberação normal de neurotransmissores.

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Os efeitos biológicos gerados pela ação do ozônio no organismo, através dos ROS e LOPs podem ser resumidos:

1. Estimulação da Capacidade Antioxidante: Aumento das enzimas Superóxido Dismutase, Catalase e Glutationa Peroxidase, que são os sistemas antioxidantes e removedores de radicais livres (“scavengers”) do próprio organismo.

A Ozonioterapia possui a propriedade estimular os sistemas de defesa antioxidantes, protetores contra a ação das espécies reativas de oxigênio. (Bocci)

2. Melhora da flexibilidade de hemácias e entrega de oxigênio: Sua capacidade de estimular a circulação é usada no tratamento de problemas circulatórios e na revitalização de funções orgânicas de modo geral.

1. Os fosfolipídios da membrana canalizam os hidroperóxidos para dentro das células – ocorre reação do O3 com as duplas ligações dos ác. graxos insaturados 2. Imediatamente, as hemácias respondem com mecanismo de detoxificação do peróxido, protegendo o Fe (II)da oxidação 3. A quebra dos peróxidos via sistema glutation resulta em ativação, que associado ao aumento na G6PD, resulta numa ativação da rota do pentofosfato, estimulando o metabolismo das hemácias

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O aumento da velocidade da glicólise na hemácia é acompanhado de um significativo aumento no intercâmbio de íons sódio e potássio, os quais são responsáveis por manter o potencial elétrico de membrana dos eritrócitos (efeito Rouleaux). As doenças arteriais oclusivas estão relacionadas com a perda do potencial de membrana normal. A normalização da troca de íons pelo ozônio e seus produtos, favorece a restauração do potencial normal.

3. Estimulação do sistema imunológico: Ativação de células imunocompetentes com indução de citocinas como interferons, interleucinas e fatores de crescimento (moléculas sinalizadoras)

Interferons (IFN-, IFN-, and IFN-)

Interleucinas ( IL-1b, 2, 4, 6, 8, 10)

Fator de necrose tumoral (TNF- )

Fator estimulador da formação de colônias de granulócitos / macrófagos (GM-CSF)

Fator de crescimento transformador ( TGF-β1) A ação imunológica do ozônio está dirigida fundamentalmente sobre os monócitos e linfócitos T, os quais uma vez induzidos, liberam pequenas quantidades de praticamente todas as citocinas, particularmente o IFN-gama, sendo portanto que a liberação de citocinas se produz de forma endógena (Bocci), efeito interessante para o controle de viroses crônicas. Quando administrado em baixas concentrações, o ozônio pode ativar o sistema imunológico do organismo. Como uma resposta a esta ativação através do ozônio, as células imunes do corpo produzem os mensageiros especiais chamados citocinas (mediadores importantes como interferons ou interleucinas). Estes informam outras células imunes, provocando uma cadeia de mudanças positivas no sistema imune, que se torna mais capaz de resistir a doenças. Isto significa que a aplicação do ozônio medicinal é extremamente útil para a ativação imunológica em pacientes com um status imune baixo e/ou imunodeficientes.

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4. Regulador do metabolismo

Observações pré-clínicas e clínicas realizadas demonstram que a Ozonioterapia é capaz de modular indicadores, inicialmente patológicos a valores normais. Indicadores como glicose, creatinina, hemoglobina, hematócrito, proteínas totais, colesterol, triglicerídios, lipoproteínas, enzimas hepáticas, bilirrubina, ácido úrico, ácido Lático, entre outras (León, OS 1998; Al-Dalain, SM 2005; Hernandez F., 1995; Baeuerle, PA 1994; Borrego, A 2004;

Gonzaléz, R 2004; Martinéz, G 2005; Al-Dalain, SM, 2005; Candelário, J2001; Peralta, C 2000; Hernandez F, 2005)

5. Ação germicida tópica: O ozônio medicinal tem propriedades altamente bactericidas, fungicidas e antivirais. Usado extensamente para desinfetar feridas infectadas, assim como em doenças bacterianas e virais. Em tratamentos tópicos, observa-se a inativação de microrganismos por ação direta do ozônio, com ruptura oxidativa de suas membranas (Viehban, R.)

Por que o ozônio ainda não é aceito pela medicina ortodoxa 1- Empiricismo excessivo 2 - Falta de standartização 3- Geradores de ozônio sem precisão 4- Falta de dados científicos, biológicos e clínicos sólidos 5- Toxicidade do ozônio 6- “Charlatanismo” 7- Falta de regulação e desinteresse das autoridades de saúde 8- Falta de suporte financeiro 9- Cientistas céticos e desinformados

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3. Aspectos Práticos

Conceitos, princípios e formas de administração da Ozonioterapia

3.1 Princípios básicos

Primum non nocere: antes de tudo, não causar dano.

Escalonar a dose: geralmente, começar com doses baixas e ir aumentando lentamente,

exceto em úlceras ou feridas infectadas, nas quais se procede em ordem inversa - começar

com concentrações elevadas, e, em seguida, diminuir em função da melhora.

Aplicar a concentração necessária: concentrações de ozônio mais altas não são

necessariamente melhores ou mais potentes, como ocorre com drogas convencionais

utilizadas na medicina. Regra de ouro: nem sempre mais é melhor.

Se o equilíbrio redox é desconhecido – balanço entre antioxidantes e pró-oxidantes - e o

paciente

encontra-se em estresse oxidativo, uma dose inicial média ou alta pode danificar

mecanismos antioxidantes celulares e agravar o quadro clínico.

As doses terapêuticas são divididas em três tipos, segundo o seu mecanismo de ação:

a) Doses baixas: estas doses têm um efeito imunomodulador e são utilizadas nas

doenças em que haja comprometimento do sistema imunológico.

b) Doses médias: são imunomoduladoras e estimuladoras do sistema enzimático de

defesa antioxidante e de grande utilidade nas doenças crônico-degenerativas tais

como diabetes, arteriosclerose, DPOC, doença de Parkinson, Alzheimer e

demência senil.

c) Doses altas: se utilizam especialmente em úlceras ou feridas infectadas - uso tópico

exclusivo – e também para se ozonizar óleo e água.

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Aplicação Range de concentração de Ozônio

Volume de ozônio

Dosagem por quantidade de ozônio por tratamento

Tratamento Sistêmico

Auto-hemoterapia Maior (MAH) 10–30 μg/ml (max. 40 μg/ml)

50 ml

500–1,500 μg (max.

Insuflação Retal 10–25 μg/ml

max. 300 ml

3,000–7,500 μg

Auto-hemoterapia Menor 10–20 μg/ml 10 ml 100–200 μg

Tratamento tópico

Limpeza de feridas 80–100 μg/ml

Cura de feridas 10–25 μg/ml

Injeções em síndrome da dor 1–10 μg/ml

1 ml–20 ml 1–200 μg

Em combinações com locais anestésicos

10–20 μg/ml 1 ml–20 ml 10–400 μg

Fonte: Ozone in Medicine: The Low-Dose Ozone Concept – uidlines and Treatment Strategies.

3.2 Contraindicações

A única contraindicação formal da Ozonioterapia é a detecção da deficiência absoluta da enzima Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD), conhecida como favismo, em função do risco de hemólise.

Por este motivo, é recomendado que se dose o nível sérico da enzima ANTES do início do tratamento com Ozonioterapia. A predisposição genética para o problema, o uso de drogas oxidantes, o estado total de antioxidantes (TAS) e o metabolismo antioxidante (único para cada paciente) devem ser levados em conta.

Em casos de hipertireoidismo descompensado, diabetes mellitus descompensado, hipertensão arterial severa descompensada (instabilidade cardiovascular grave) e anemia grave, é necessário que a estabilização clínica dessas situações seja realizada previamente à aplicação da Ozonioterapia.

As seguintes condições recebem também contraindicação relativa:

Intoxicação aguda por álcool

Hemorragia recente de órgãos

Gravidez recente ou suspeita (por questões deontológicas - em especial na fase inicial, para excluir qualquer risco de alterações mutagênicas, embora seja altamente improvável),

Caquexia,

Estado convulsivo

Condições que apresentem alto grau de estresse oxidativo (é necessária correção prévia deste antes do início da Ozonioterapia).

3.3 Efeitos Colaterais da Ozonioterapia

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Os efeitos colaterais da Ozonioterapia são mínimos: dor pela picada da agulha e sensação de queimação transitórias (dura segundos) na local da injeção, flatulência (no caso de insuflação via retal do gás), hipotensão ortostática e hipoglicemia transitória (por este motivo se recomenda que o paciente não esteja em jejum ao ser submetido ao procedimento). Em 1980, a Sociedade Médica Alemã de Ozonioterapia encomendou um estudo para a Dra. Marie Theresa Jacobs e Prof Dr. Hergetbegan, da Universidade Kilnikum Giessen e do Instituto de Estatística Médica e Documentação da Universidade de Giessen, visando iniciar um inquérito intitulado "Efeitos adversos e complicações típicas em Ozonioterapia". Foram enviados 2.815 questionários para todos os ozonioterapeutas alemães ocidentais conhecidos pela Sociedade Médica de Terapia de Ozônio (AGO, Arztliche Gesellschaft fur Ozontherapie). Ao final da pesquisa, 644 profissionais participaram e foram analisados efeitos colaterais de 5.579.238 sessões de Ozonioterapia realizadas em 384.775 pacientes. Foram documentados apenas 40 eventos considerados menores – tais como extravasamento de sangue do acesso venoso, tremor transitório dos lábios, náusea ocasional numa porcentagem mínima de pacientes, equivalente a 0,0007%. O relatório mencionou que “a maioria dos efeitos adversos foram causados por ignorância a respeito da Ozonioterapia”(erro do operador)”. Na época foram identificados apenas 4 casos de óbito associado ao ozônio, associados à injeção venosa direta da mistura gasosa oxigênio-ozônio, prática totalmente proscrita atualmente. Vale ressaltar que não se conhece nenhum procedimento médico com menos risco que a Ozonioterapia. O Instituto Forense da Universidade de Innsbruck publicou a pesquisa nos Atos Médicos Empíricos da Alemanha. Vale lembrar que um estudo publicado em 2012 no Journal of the American Medical Association (JAMA), em que os pesquisadores examinaram os registros de saúde de quase 400.000 pessoas do Serviço Nacional de Saúde Italiano e constataram que 20 de cada 10.000 indivíduos que utilizaram aspirina em baixa dose para prevenção primária experimentaram um sangramento maior – valor esse 5 vezes mais alto que a taxa de sangramento observada nos “clinical trials” prévios. Este número representa 0,2% de taxa de complicações. A taxa da Ozonioterapia é de apenas 0,0007% - uma das mais baixas taxas de complicações conhecidas em Medicina.

3.4 Alergia a ozônio

Em 2002, em artigo publicado na Science, pesquisadores norte-americanos demonstraram que os neutrófilos fabricam ozônio DURANTE o processo de defesa do organismo para ativar anticorpos, fato confirmado no ano seguinte por Babior e colaboradores. Assim, não é possível ser alérgico ao ozônio, uma biomolécula naturalmente produzida pelo organismo humano.

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21 Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados

Demonstração da produção endógena de

ozônio por neutrófilos. Evidence for Antibody-

Catalyzed Ozone Formation in Bacterial Killing

and Inflammation. Paul Wentworth Jr et al. .

Science 13 December 2002: 2195-2199.

3.5 Genotoxicidade

O ozônio (O3) é uma espécie reativa de oxigênio e um componente importante da atmosfera. Os efeitos tóxicos da exposição aguda ao gás inalado, que pode causar inflamação pulmonar e danos às células epiteliais da cavidade nasal, brônquios, bronquíolos e macrófagos alveolares, já são bem conhecidos. A terapia com oxigênio-ozônio médico, no entanto, não se utiliza da via inalatória. Inúmeras publicações demonstram que a terapia utilizada por outras vias de administração é segura e com excelentes resultados clínicos. Efeitos genotóxicos têm sido demonstrados in vitro, principalmente mutações e ruptura da cadeia de DNA de bactérias em suspensão. O mesmo efeito foi observado com culturas de células humanas e animais tratadas com ozônio, em concentrações muito baixas (entre 0,3 a 2 mg/m3). No entanto, a revisão da literatura sobre a genotoxicidade do ozônio e os estudos citogenéticos realizados in vivo em animais de laboratório aos quais foi administrado ozônio pelas vias intramuscular, intraperitonial, intratesticular e retal, na sua maioria têm mostrado resultados negativos em relação à ocorrência de alterações. Aberrações cromossômicas e nas cromátides dos linfócitos de sangue periférico foram detectadas em hamsters chineses expostos ao ozônio, mas não foram observadas em ratos. A ausência de efeitos genotóxicos em ratos também foi documentada na medula óssea e em espermatozóides dos animais tratados com ozônio nas doses medicinais. Interessante ressaltar que, in vivo, o dano produzido nas cadeias de DNA de leucócitos do sangue periférico humano é rapidamente revertido, provavelmente associado à ativação do sistema antioxidante intracelular, mediado principalmente pela formação de peróxido de hidrogênio (H2O2) e ao fenômeno de hormese.

4. Vias de Aplicação

4.1 Auto-hemoterapia maior (AHT Maior)

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Esta técnica representa hoje uma dos melhores e mais utilizadas técnicas de administração

do ozônio. É o tratamento de escolha na Europa, pois oferece intenso efeito sistêmico.

Wolff em 1954 foi o pioneiro dessa técnica e introduziu com algumas mudanças em 1979.

Quantidades de sangue e o ozônio são misturados num frasco estéril. O material do frasco

ou bolsa deve ser compatível com ozônio para evitar geração de ftalatos, que são

compostos tóxicos para o organismo.

Neste procedimento, o sangue é coletado em um sistema de transfusão de sangue - com filtro

e anticoagulante – composto de frasco de vidro sob vácuo ou bolsa plástica de transfusão

resistente à ação oxidante do ozônio, com anticoagulante (citrato ou ACD). No caso do citrato

de ampola 3,8%, utiliza-se 10 ml para cada 100 ml de sangue e no caso de ACD (ácido cítrico

dextrose - utilizado em bancos de sangue), utiliza-se uma proporção de 6 a 10 ml por 100 ml

de sangue. Em cada sessão são ozonizados entre 100 e 150 ml de sangue venoso. O equipo

também deve ser anticoagulado. Ver lista de materiais.

Durante a coleta, o braço deve ficar garroteado para garantir o fluxo de sangue. Deve-se

escolher uma veia calibrosa para garantir o fluxo para a bolsa plástica ou a pressão negativa

do frasco a vácuo e evitar perda da via ou a coagulação no equipo. Isso pode acontecer,

especialmente nas veias de idosos ou de pessoas com dificuldades de acesso venoso, e

também em condições clínicas associadas à inflamação crônica.

Enquanto isto, proceder a geração da concentração de ozônio escolhida utilizando uma

seringa de 60ml . Quando o sangue for aspirado para dentro da garrafa/bolsa (100 a 200 ml),

injetar o ozônio, na concentração escolhida (15 a 40 µg /ml) no frasco com o sangue.

Antes de reinfundir o sangue ozonizado é necessário homogeneizar a mistura, com

movimentos circulares lentos, com a mão leve para evitar a hemólise, por 3-5 min. Vemos

quase imediatamente que o sangue venoso (escuro) é transformado para uma cor vermelho

vivo. Em seguida, proceda a reinfusão de sangue ozonizado no paciente lentamente, gota a

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gota. Na primeira sessão, faça-o bem lentamente (15-20 minutos) e, assim, avaliar a tolerância

do paciente.

É aconselhável perguntar ao paciente se sente qualquer desconforto ou alteração durante a

administração. Pode referir sensação de aperto retroesternal e / ou dormência nos lábios em

alguns casos. Este sinal é normal em retransfusões muito rápidas.

Outra complicação que pode haver é hipoglicemia (ozônio é hipoglicemiante) em pacientes

diabéticos e medicados, que tenham alterado o seu esquema de insulina sem informar ou

consultar o médico . Sempre manter soro glicosado 5% à disposição.

Recomenda-se que os pacientes não façam jejum antes do procedimento, que tenham se

alimentado e tomado bastante água.

Esta via de administração é muito segura e eficaz, mas requer conhecimento da técnica,

observar estritamente as regras e protocolos, excluindo contraindicações e, especialmente,

NUNCA DEIXAR a sala de tratamento, nem por um momento, ATÉ O FIM DA SESSÃO.

Os casos conhecidos de efeitos graves não foram causados pelo gás ozônio, mas por

PRÁTICAS INADEQUADAS.

A injeção direta da veia com ozônio é controversa e proibida por associações médicas

científicas de Ozonioterapia, devido ao alto risco de embolia. Além do que, esta via não relata

qualquer benefício terapêutico para o baixo volume de gás a ser transfundido. Atualmente,

existem meios mais seguros de usar, como auto-hemoterapia menor e insuflação retal.

Uma contraindicação absoluta para esta terapia é paciente com sangramento ativo em

qualquer parte ou anemia severa.

As concentrações variam de acordo com cada paciente e indicação (Ver Declaração de

Madrid), mas de forma genéricas, as concentrações utilizadas são:

Volume de sangue ozonizado 100-200 ml

Concentração 15-35 µg /ml

Dose total por sessão 1500-3500 mg

Exemplo de esquema de tratamento escalonado com AHT- Maior

Doses baixas - médias Doses médias - altas

Dose total ( concentração e volume) Dose total ( concentração e volume)

1ª. semana 0,5 mg (10 mg/L en 50 mL) 1,0 mg (10 mg/L en 100 mL)

2ª. semana 1,5 mg ( 20 mg/L en 75 mL) 3,0 mg (30 mg/L en 100 mL)

3ª.semana 2,5 mg (25 mg/L en 100 mL) 4,0 mg (40 mg/L en 100 mL)

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4ª. semana 3,5 mg (35 mg/L en 100 mL) 6,25 mg (50 mg/L en 125 mL)

Nota: O volume do gás igual ao volume do sangue

Benefícios da AHT maior:

Melhoria da via glicolítica em hemácias.

Ativação da via das pentoses em hemácias, com um possível aumento nas

concentrações de 2,3-DPG.

Aumento da concentração de ATP em hemácias

Melhoria das propriedades reológicas do sangue (correção do fenômeno de

Rouleaux)

Vasodilatação pelo aumento de óxido nítrico e prostaglandinas

Indução da libertação de citoquinas e componentes celulares

Estimulação dos sistemas intracelulares de defesa antioxidante.

4.2 Auto-hemoterapia menor

É uma pequena quantidade de sangue coletada do paciente, misturada com Ozônio, e

reinfundida por injeção intramuscular subsequente no paciente.

Coleta-se uma seringa de 20 ml, com 5 ml de ozônio, concentração

de ozônio de 20 a 40 µg/ml e aspira-se de 5 a 7 ml de sangue. Agitar

por um minuto e subsequentemente injetar por via intramuscular.

Pode ser injetado menos quantidade da mistura (cerca de 5 ml) e

também é eficaz. Injeta-se somente o sangue, pois o ozônio já reagiu

com o sangue.

Localmente, vários processos ocorrem:

- Fibrinólise: reabsorção do soro via vasos linfáticos e uma reação inflamatória estéril.

- Liberação de compostos quimiotácticos para o local da injeção, que irão estimular a

infiltração local de monócitos e neutrófilos, sendo as hemácias hemolisadas removidas, bem

como as proteínas desnaturadas. Estes leucócitos ativados podem liberar interferons e

interleucinas localmente, ou ao longo do sistema linfático, promovendo regulação da resposta

fisiológica às citocinas.

INDICAÇÕES: Como autovacina para estimular o sistema imunológico. Doenças auto-

imunes. É indicado na acne, dermatite atópica, psoríase, revitalização de pacientes com

doenças debilitantes crônicas e como terapia adjuvante em pacientes com câncer.

4.3 Insuflação retal

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É uma técnica não invasiva que pode ser usada com grande segurança em pacientes com

veias frágeis, também em crianças, adultos ou idosos que necessitam de tratamento com

ozônio.

É uma das mais antigas técnicas de aplicação de gás e provou a sua eficácia terapêutica em

diversos estudos clínicos. Somente em Cuba há mais de vinte e dois mil tratamentos

documentados em diversas especialidades.

O tratamento consiste na introdução de uma sonda retal em que a mistura gasosa é insuflada

com auxílio de uma seringa, em doses terapêuticas de acordo com o efeito ou condição a ser

tratada. É recomendável que o paciente esteja com o intestino limpo, podendo ser

recomendado algum procedimento (enema, clister) para remover a matéria fecal, que pode

interferir com a dose desejada.

O ozônio utilizado por via retal não possui apenas ação local, mas também efeito sistêmico,

uma vez que o gás é rapidamente dissolvido nos conteúdos do lúmen do intestino, onde há

mucoproteínas e outros produtos de secreção com uma forte atividade antioxidante, de modo

que o ozônio reage rapidamente e produz espécies reativas de oxigênio (ROS) e produtos

de peroxidação de lipídica (LOPS) , que uma vez gerados são absorvidos e passam para a

circulação sistêmica, sendo capazes de promover

os efeitos terapêuticos.

Imagem esquemática da transferência de O3 / O2 no

lúmen do cólon para a submucosa. Ambos os gases são

dissolvidos na camada de mucosa luminal onde O3

imediatamente reage e se decompõe em ROS e LOPs.

Estes compostos são absorvidos juntamente com água

através do sistema linfático e capilares venosos na

submucosa, abaixo da mucosa muscular.

Recomendações importantes para o procedimento

Insuflar o gás lentamente (2-3 min) para não estimular excessivamente o peristaltismo e

provocar a defecação rápida antes do ozônio ser absorvido adequadamente.

O paciente deverá fazer a aplicação preferencialmente com o intestino limpo (após

defecação ou enema), para melhorar a absorção do gás.

Procedimento

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1- Selecionar a concentração de ozônio desejada e encher uma seringa de 60 ml

2- Com o paciente deitado em decúbito lateral, introduzir a sonda (retal ou uretral, sempre

lubrificando antes). Introduzir mais ou menos 1/3 do tamanho do tamanho total da sonda.

3- Encaixar a seringa com ozônio na sonda e introduzir o gás lentamente

4- Caso necessite um volume maior, encher novamente a seringa e introduzir no paciente (ou

deixar mais seringas preparadas de uma só vez). Na troca de seringas, manter a sonda

fechada para que o gás não escape.

5- Não contaminar a seringa por contato com secreções fecais.

A maioria dos pacientes tolera esse procedimento

muito bem, especialmente se as doses forem

progressivas para efeitos terapêuticos adequados.

A aplicação retal do ozônio induz efeitos locais e

sistêmicos e não é conveniente atingir concentrações

acima de 40 µg /ml para não para causar danos graves

e irreversíveis para a mucosa retal.

O volume do gás a ser aplicado é variável, dependendo da doença e as diferentes escolas de

Ozonioterapia, que varia entre 100 e 300 ml por sessão. Há um consenso internacional recente que

recomenda volumes entre 100 a 200 ml, com algumas exceções. Vários estudos indicam que é

possível obter resultados semelhantes ao da autohemoterapia maior, mas com mais sessões.

INDICAÇÕES: a insuflação retal verificou-se particularmente útil para patologias locais, tais

como a constipação intestinal crônica, colite ulcerativa, doença de Crohn, proctite (fase 1-2),

fístulas e fissuras anais e câncer retal.

Para efeito sistêmico, adjuvante em oncologia, doenças auto-imunes, patologias hepáticas,

insuficiência circulatória e terapia antienvelhecimento.

Esquema de tratamento escalonado com ozônio (Cuba)

Via retal

Doses baixas - médias Doses médias - altas

Dose total ( concentração e

volume)

Dose total ( concentração e volume)

1ª. semana 1,5 mg (15 mg/L em100 mL) 2,0 mg (20 mg/L em 100 mL)

2ª. semana 3 mg ( 20 mg/L em 150 mL) 3,75 mg (25 mg/L em 150 mL)

3ª.semana 4,5 mg (30 mg/L em 150 mL) 6 mg (30 mg/L em 200 mL)

4ª. semana 6,0 mg (30 mg/L em 200 mL) 8 mg (40 mg/L em 200 mL)

Esquema de tratamento COLITE – MÉTODO DE KNOCH

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Via retal

1ª. Semana (3 dias): 20 mcg/mL, 300 mL de gás

2ª. Semana (3 dias): 25 mcg/mL, 300 mL de gás

3ª. Semana (3 dias): 30 mcg/mL, 400 mL de gás

4ª. Semana (3 dias): 30 mcg/mL, 500 mL de gás

Esquema terapêutico sugerido pelo Prof. Velio Bocci:

4.4 Bag com ozônio (aplicação tópica)

Bolsa de Ozônio (Bagging) - Aplicação da mistura gasosa oxigênio/ozônio em bota plástica

de baixa pressão (“bota Rokitansky”)

O método transcutâneo de exposição das lesões à mistura gasosa de oxigênio/ozônio é

realizado utilizando-se bolsas plásticas de material resistente ao ozônio (chamado bag ou

bagging) com um tubo para passagem do gás, sendo o método mais indicado para infecções

tópicas profundas e extensas. A mistura gasosa de oxigênio/ozônio deverá ser insuflada em

bolsas plásticas próprias que deverão envolver toda área lesada.

Nessas bolsas, a mistura gasosa sob baixa pressão, usada no tratamento de úlceras

infectadas, é inicialmente aplicada em concentrações mais elevadas (60 µg/ml), após

umedecimento prévio da área a ser tratada. Isso é feito para aumentar o efeito oxidativo sobre

o tecido necrosado. Seu efeito microbicida e de inativação de vírus já ocorre em concentrações

mais baixas (< 40 µg/ml). Uma vez iniciada a cicatrização do ferimento, a concentração deve

novamente ser reduzida (< 20 µg/ml), fazendo-se uso total do efeito metabolicamente

estimulador e imunomodulador da mistura gasosa oxigênio/ozônio à medida que o processo

de cicatrização evolui.

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O tratamento com a mistura gasosa oxigênio/ozônio sob baixa pressão não objetiva ser uma

monoterapia. Assim, outras formas de tratamento de feridas (curativos biocompatíveis,

limpeza de ferimento, enzimas quando necessário) devem continuar em uso, de acordo com

a situação do ferimento e em conformidade com as regras atuais. O considerável efeito

hiperêmico localizado em virtude de condições ligeiramente subatmosféricas e as

propriedades da mistura gasosa oxigênio/ozônio contribuem para o processo de cicatrização.

Na aplicação tópica, no caso de úlceras superinfectadas, a faixa de concentração

correspondente pode ser inferida a partir das características da lesão: na presença de

umidade, altas concentrações da mistura gasosa oxigênio/ozônio (entre 60 e 80 µg/ml)

produzem a “limpeza do ferimento”, isto é, desinfecção, enquanto as baixas concentrações

entre 10 a 40 µg/ml produzem a “cicatrização do ferimento”, isto é, epitelização e granulação.

Se, por outro lado, altas concentrações continuarem sendo aplicadas depois da fase de

“limpeza do ferimento”, a “cicatrização” será inibida. Concentrações da mistura gasosa

oxigênio/ozônio maiores que 80 µg/ml têm um efeito visivelmente tóxico para a pele.

Material Necessário

•Bag para aplicação tópica

•Micropore ou esparadrapo para vedar

•Mangueira de silicone

•Gerador de ozônio médico com bomba de vácuo

Técnica

a) O paciente deve estar sentado ou deitado e a área onde será feita a aplicação,

exposta.

b) Realizar a assepsia do local (com água ozonizada ou soro fisiológico) onde a lesão

está presente, com a pele ainda úmida, colocar o membro afetado no Bag de

aplicação tópica, conforme a figura abaixo.

Representação esquemática da ação do ozônio sobre a pele para o

tratamento local. O ozônio dissolve na camada hidrolipídica cobrindo a parte

exterior do estrato córneo, para reagir imediatamente com os ácidos graxos

insaturados, gerando ROS e LOPs. Estes compostos podem ser

parcialmente absorvidos através da barreira transdérmica e facilitada pela

vasodilatação induzida pela bolsa ou sauna. Ambos capilares e vasos

linfáticos e venosos transferem ROS e LOPS para a circulação geral,

induzindo efeitos sistêmicos

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29 Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados

c) Vedar bem o Bag com micropore ou fita (é necessário que a bolsa plástica fique

hermeticamente fechada)

d) Conectar a ponta do tubo do bag com um filtro no bocal de vácuo do equipamento e

acionar o vácuo; aguardar o sistema de vácuo retirar o ar do bag.

e) Quando o ar do bag tiver sido retirado, desligar o vácuo e então o bag poderá receber

a mistura oxigênio/ozônio.

f) Desconectar a ponta do tubo do bag do bocal de vácuo e colocar no bocal de saída

do ozônio

g) Ligar o gerador de ozônio e ajustar a concentração conforme avaliação da lesão.

Uma extremidade do tubo do bag fica conectada na saída do gás ozônio e a outra fica

dentro do saco plástico

h) Depois que a bolsa estiver preenchida com a mistura gasosa, desligar o gerador e

fechar o bag. Se não houver dispositivo específico no bag, pode ser colocada uma pinça

do tipo Kelly para clampear a extensão.

i) Deixa-se a mistura gasosa oxigênio/ozônio agir sobre o local entre 15 a 30 minutos

em cada sessão.

j) Depois de atingido o tempo de exposição, conecta-se novamente o tubo no sistema

de vácuo do gerador, retirando-se assim toda mistura gasosa oxigênio/ozônio (neste

caso o vácuo do equipamento está ligado a um sistema catalisador, que converte

ozônio em oxigênio). Utilizar sempre filtro no bocal do vácuo.

k) Ao final do procedimento, remover o bag e então proceder o curativo, de preferência

com óleo ozonizado.

IMPORTANTE

Sempre lavar a lesão com soro fisiológico ou água ozonizada antes de aplicar o bag.

Utilizar sempre um filtro no bocal do vácuo para evitar contaminação e entupimento do

sistema.

Critérios para seleção da concentração

Concentração Avalição da lesão

60 μg/ml Ferida infectada, purulenta

40 μg/ml Ferida com infecção controlada, iniciando processo de granulação

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30 Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados

20 μg/ml

Ferida em estado de evolução, com tecido de granulação, sem sinais de

infecção.

Volume: depende do tamanho da bolsa, até preencher o volume.

Frequência: 1-3 vezes por semana

Total de sessões: conforme a resposta terapêutica até se atingir a cicatrização da lesão

4.5 Injeções intraarticulares, periarticulares, paravertebrais, subcutâneas

É injetado diretamente na articulação ou na musculatura paravertebral (ou periarticular) ou

no espaço subcutâneo.

Ozônio: Vol. 1-15 ml (dependendo do tamanho articulação).

Concentração: 10 – 20 mg / L

Indicações principais

Aparelho Locomotor: artrose, artrite reumatóide e outras artrites auto-imunes, bursites,

sinovites, fasciítes, tendinites, tendinoses estenosantes, fibromialgia, mialgias, hérnia de

disco e radiculopatias compressivas, síndrome do canal estreito, síndrome do túnel do

carpo e outras neuropatias periféricas compressivas, tratamento local de processos

sépticos, síndromes miofasciais, condromalácias, desordens dos ombros, desordens dos

joelhos, com ou sem alterações ósseas, ponto gatilho doloroso.

Mecanismos de Ação do Ozônio

Ação do ozônio nas doenças articulares - mecanismos segundo Bocci (1998):

Quando o ozônio se dissolve no liquido sinovial, reage com proteínas livres, enzimas,

proteoglicanos e condrócitos, podendo produzir:

Inativação e inibição da liberação de enzimas proteolíticas e de radicais livres

endógenos

Estimulação da produção de condrócitos e fibroblastos, com aumento da síntese de

matriz extracelular e possivelmente da cartilagem articular.

Indução da síntese de enzimas antioxidantes (SOD, GSH-Pxs, e catalase) com

resposta adaptativa ao stress oxidativo crônico (e ao ozônio)

Inibição da liberação de bradicinina e da síntese de prostaglandinas inflamatórias,

com reabsorção do edema e alivio da dor.

Aumento da liberação do receptor solúvel da IL-1, ou de outros receptores solúveis

e antagonistas capazes de neutralizar IL-1, IL-8, IL-12, IL-15, e TNF alfa (fator de

necrose tumoral alfa), todos possíveis envolvidos no mecanismo da dor e

inflamação.

Liberação de citocinas imunossupressoras como TGF-beta 1 e IL-10, que podem

inibir a inflamação (Free Radic Biol Med 1998)

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TGF-beta 1 modula a expressão de integrinas e estimula a síntese de matrizes

proteicas, como colágeno e glicosaminoglicanos, explicando o longo período de

remissão das dores

Fisiopatologia das Artralgias

Adelgaçamento ou destruição da cartilagem articular

Aumento na degradação da matriz cartilaginosa devido às colagenases e

proteoglicanases

Aumento significativo na produção de prostaglandinas, IL-1 e TNF

Ação do Ozônio nas Artralgias

Inibição na liberação de enzimas proteolíticas

Estimulação da proliferação de condrócitos e fibroblastos com aumento na síntese de

matriz cartilaginosa

Inibição na liberação de bradicinina e prostaglandina inflamatória

Liberação de citocinas imunossupressivas como TGF-1 e IL-10 (Trippel 1995; Scully

1997)

Aplicação intraarticular – joelho

Aplicação intraarticular – ombro

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Aplicação Subcutânea

Aplicação paravertebral

Ponto de Aplicação:

Aplicação Paravertebral (hérnia de disco)

Aplicação em Pontos Gatilho

• Técnica indireta no tratamento das mialgias lombares secundárias.

• Os pontos são correspondentes aos metâmeros da hérnia discal (Bocci 1998)

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Efeito da Ozonioterapia na Oxigenação Muscular

Produz stress oxidativo transitório, compensado com formação de antioxidantes

sanguíneos (up-regulation) (Bocci, 1996; Leon et al. 1998)

A liberação de substâncias como adenosina, óxido nítrico e prostaglandinas pode atuar

sobre a microcirculação, levando à diminuição da resistência vascular (Giuntta et all 2001)

Músculos mal oxigenados apresentam aumento de até 50% no pO2 muscular, mantido até

48 h após (Clavo et al. Effect of ozone therapy on muscle oxygenation. J Altern

Complement Med. 2003)

Doenças Reumáticas

Degeneração cartilaginosa e erosão do osso justa-articular parece se dever-se

principalmente a presença de TNF (Feldman 2001)

O ozônio provoca um aumento do fluxo de O2 nas regiões inflamadas e oxidação de

mediadores algogênicos (Riva Sanseverino 1989)

O ozônio, através de seus metabólitos – ROS e LOPs – ativa a enzima superóxido

dismutase e catalase, que são antioxidantes endógenos, varredores de radicais livre

presentes em processos inflamatórios crônicos e também responsáveis pelos danos

teciduais.

4.6 Água Ozonizada

Veículo para aplicação de ozônio tópico. A água ozonizada possui amplo espectro germicida agindo sobre vírus, fungos e bactérias.

Supõe-se que o ataque primário do ozônio se dê sobre a parede celular da bactéria e, depois,

ao penetrar no interior da célula, este agente promove a oxidação dos aminoácidos e ácidos

nucléicos. O ozônio tem sido utilizado há mais de 80 anos no tratamento da água potável em

vários países da Europa e demonstrou eficácia no tratamento da água de uso hospitalar. É

considerado hoje um potencial agente antimicrobiano tópico, com efeitos cicatrizantes.

A decomposição do ozônio no meio aquoso depende, além da

qualidade da água em grande parte, do valor da temperatura e

de pH. Desta forma, o valor da meia-vida (t ½) é de

aproximadamente 10 horas em água destilada, 80 minutos na

água desmineralizada (condutividade 1,35 ms / cm) e apenas

cerca de 20 minutos em água destilada.

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A figura mostra a dependência de dissolução de ozônio na

temperatura da água bidestilada, sob a forma de um gráfico de tempo

/ concentração, os valores de meia-vida determinados por este

diminuem com o aumento da temperatura.

Tempo de saturação do ozônio na água bidestilada

Na água bidestilada, a concentração de ozônio depende da própria concentração do ozônio

injetado, ou seja, até um limite proposto pela lei de Henry em 1803, depende da pressão e a

temperatura. A concentração máxima se obtém aos 5 minutos.

Tempo de decomposição de ozônio na água

Gráfico: diagrama concentração-tempo

mostrando três curvas de concentração de

ozônio em agua bidestilada, após 25 minutos de

borbulhamento. Na maior concentração de

ozônio utilizada (80 µg/ml), a saturação é 26%

(=20,8 µg/ml), com 5 minutos. (Extraído de:

Bocci, V. Oxygen-Ozone Therapy. A Critical

Evaluation, 2002.,)

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A decomposição do ozônio na água depende

diretamente da temperatura e da pureza da água.

Gráfico: Decomposição de ozônio dissolvido em água

bidestilada. (Extraído de: Bocci, V. Oxygen-Ozone

Therapy. A Critical Evaluation, 2002.).

Método para obtenção de água ozonizada

Para a modalidade de Ozonioterapia tópica, a água ozonizada pode ser

obtida de duas formas: com equipamentos que convertem automaticamente

o oxigênio do ar e incorporam o gás ozônio na água, denominados hidro-

ozonoterapia e com equipamentos geradores de ozônio que convertem

oxigênio puro engarrafado em ozônio, em concentrações definidas.

Técnica para obtenção de água ozonizada de uso clínico (para irrigação)

a) Preencha o recipiente com água até o volume do recipiente a OBS: As características de ozonização serão alteradas conforme a qualidade de água; para atingir maior concentração de ozônio dissolvido, utilize água bidestilada ou água para injeção.

b) Conecte o tubo de entrada de O3 na saída de ozônio do gerador OBS: o tubo de entrada de O3 é o que tem o borbulhador de gás

c) Verifique se o tubo de saída do excesso de gás está corretamente conectado no catalisador

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d) Ligue o gerador de ozônio, selecione a concentração de 40µg/ml (por exemplo) e deixe

ozonizar por 5 minutos; se desejar água com menor residual de ozônio, utilize concentração menor. e) Desligue o gerador de ozônio. A água já pode ser utilizada.

A Velocidade de Reação depende de vários fatores: • Temperatura (Lei de Arrhenius) • Natureza das substâncias reativas • Concentração ou pressão das substâncias • Superfície de contato entre elas (microbolhas x bolhas grandes) • Tempo de contato

Concentração Ideal

– A concentração da saturação de O3 na água é proporcional a sua concentração – Limite proposto pela lei de Henry (depende da pressão e a temperatura)

A Concentração máxima é atingida após 5 minutos de borbulhamento, sendo alcançadas as seguintes concentrações:

Importante que o sistema tenha um difusor de microbolhas e um catalisador. O uso do

catalisador é de extrema importância, pois todo excesso de ozônio que não é absorvido

pela água será catalisado a oxigênio, evitando a inalação excessiva do gás.

Frequência: a irrigação pode ser realizada toda vez que houver necessidade de assepsia local

de ferida ou lesões.

4.7 Óleo Ozonizado

O óleo ozonizado possui potente ação antimicrobiana e propriedades únicas que

proporcionam uma vasta aplicação aos sistemas biológicos e tratamentos clínicos.

Os princípios ativos resultantes do processo de ozonização são os hidroperóxidos e outros

produtos de peroxidação lipídica, que possuem propriedades germicidas inespecíficas e agem

de modo satisfatório sobre os processos de cicatrização e regeneração dos tecidos.

Concentração do ozônio produzido pelo gerador

Concentração do ozônio absorvido pela água bidestilada

5 µg/mL 2,0 ppm

20 µg/mL 5,0 ppm

40 µg/mL 8,0 ppm

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Um dos principais e mais conhecidos mecanismos de ação do ozônio está relacionado à sua

atividade altamente oxidativa, sendo um agente potencialmente biocida, atuando contra

fungos, bactérias e vírus.

Além do efeito antimicrobiano, o ozônio se comporta de maneira diferente quando

administrado nos sistemas biológicos, exercendo ação estimulante sobre os sistemas

circulatório e imunológico, tendo efeitos reparativos.

Estudos clínicos ainda demonstraram seu potencial efeito benéfico em diversas

situações, como: dificuldade de cicatrização, micoses, úlceras, osteomielites, pós-

operatórios de cirurgias anorretais, herpes, etc.

Ações principais

Intensa atividade germicida (fungos, bactérias e vírus)

Ativação da microcirculação

Melhora do metabolismo celular do oxigênio

Estimulação do crescimento do tecido de granulação, como epitelização e revitalização

do tecido epitelial.

Indicações do óleo ozonizado (considerar índice de peróxidos)

Herpes Simples Labial Recorrente

Escaras, fístulas e feridas pós-cirúrgicas

Úlceras de difícil cicatrização (insuficiência venosa ou arterial)

Infecções vulvo-vaginais

Otite externa crônica

Onicomicose

Epidermofitose, Tinea Pedis

Não relacionadas com processos infecciosos:

o atenuação de rugas

o dermatites e manchas de pele

o queimaduras

4.8 Aplicação de Ozônio Vaginal (Insuflação Vaginal)

Indicação: Doenças inflamatórias do trato genital, colpite, vaginose bacteriana, vulvovaginite

recorrente, candidíase de repetição.

Vias de administração

• Irrigações vaginais com água ozonizada

• Insuflações vaginais com mistura de ozônio e oxigênio

• Aplicações de óleo ozonizado (emborcação/ absorvente interno embebido em óleo

ozonizado)

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Instilação vaginal durante 10 dias com água ozonizada em 20 µg/ml, seguido de aplicação do

gás, a uma concentração de 20 µg/ml, durante 10 minutos. Utilizar um espéculo vaginal para

a instilação.

Na Rússia, foi desenvolvido um dispositivo intravaginal especialmente concebido para o efeito

que permitia ozonização intravaginal ideal, garantindo uma maior superfície de contato e igual

ozônio com epitélio vaginal, permitindo mais segurança, já que não há fuga de ozônio na

atmosfera.

Outros profissionais utilizam um bocal especial para o espéculo vaginal, introduz-se a mistura

de ozônio e oxigênio com concentração de ozônio de 20 a 40 µg /ml na vagina. Antes do

procedimento da insuflação, a vagina deve ser lavada com água destilada ozonizada. Este

método resultou em melhora considerável de pacientes com colpite não-específica,

eliminando microrganismos patogênicos e oportunistas ao exame bacterioscópico e

recuperando o equilíbrio imunológico da secreção vaginal. O uso do método torna possível a

interrupção da terapia medicamentosa.

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ANEXO 1 DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO ORIENTAÇÕES DA SOCIEDADE EUROPEIA DE OZONIOTERAPIA Ozônio na Medicina: O conceito da baixa dose: Diretrizes e estratégias de tratamento Material Orientativo Baseado em:

Conceito de ozônio em baixa dose Os efeitos do ozônio medicinal como substância hormética podem ser definidos por aqueles que definiram hormesis (Rattan 2008). Nos organismos vivos, a administração única ou repetitiva de substâncias perigosas ou substâncias tóxicas aumenta a sua capacidade de auto-regulação. Ou, alternativamente, moderado estresse oxidativo estimula os mecanismos de proteção das células e órgãos e é biologicamente útil. TABELA 1. Ozônio e Hormese: Toxicidade Versus Benefício Terapêutico

Toxicidade do Ozônio no Sistema Respiratório via Inalação

Efeito terapêutico nas formas específicas de aplicação médica do ozônio

Exposição a Longo Prazo (8 h, etc.) com

concentrações de ozônio de até 1 ppm ∗ (em animais Estresse Oxidativo → ROS (espécies reativas de oxigênio), LOP (produtos de oxidação lipídica) citocinas → aumento da infiltração de neutrófilos, ativação de macrófagos → inflamação crônica →→→ Superóxido e radicais OH. ... → Disfunção dos Antioxidantes → Baixa regulação de antioxidantes. 1 ppm ≈ 2 mg / m3

Dose única Baixa concentração Dose baixa → estresse positivo → Estress oxidativo → Indução do metabolismo celular → Regulação de antioxidantes

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TABELA 2. Concentração Relativa à Aplicação e Escalas de Dosagem na Terapia do Ozônio Aplicação Range de

concentração de Ozônio

Volume de ozônio Dosagem por quantidade de ozônio por tratamento

Tratamento Sistêmico

Auto-hemoterapia Maior (MAH) 10–30 μg/ml (max. 40 μg/ml)

50 ml

500–1,500 μg (max.

Insuflação Retal 10–25 μg/ml

max. 300 ml

3,000–7,500 μg

Auto-hemoterapia Menor 10–20 μg/ml 10 ml 100–200 μg

Tratamento tópico

Limpeza de feridas 80–100 μg/ml

Cura de feridas 10–25 μg/ml

Injeções em síndrome da dor 1–10 μg/ml

1 ml–20 ml 1–200 μg

Em combinações com locais anestésicos

10–20 μg/ml 1 ml–20 ml 10–400 μg

Em humanos, as doses de 21,4 μg de ozônio / kg de peso corporal aplicado (70 kg) nas principais auto-hemoterapia e 107 µg de ozônio / kg de peso corporal em insuflação retal são baixos e podem ser administrados por um período de tempo extenso sem quaisquer efeitos adversos. Para fazer uso total da função bio-reguladora do ozônio, baixas concentrações e pequenas doses são necessárias nas aplicações padronizadas). A figura abaixo mostra um relacionamento de concentração / efeito para aplicações sistêmicas de ozônio.

Preparação e Medição de Ozônio Medicinal

Ao contrário do ozônio técnico (industrial) e de smog, o O3 utilizado em medicamentos é produzido a partir de oxigênio medicinal puro via descarga elétrica silenciosa; não é aceitável usar concentradores de oxigênio ou misturas de oxigênio e ar devido ao seu componente de nitrogênio e a consequente possibilidade de os óxidos de nitrogênio serem formados no tubo de descarga.

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Tal como acontece com outros fármacos, o ozônio medicinal é uma molécula com uma faixa de ação claramente definida. Com meia-vida de 55 min em seringa de injeção descartável de 50 ml (completamente siliconado e resistente ao ozônio), ozônio medicinal deve ser preparado no local e especialmente disponibilizado para o tipo de aplicação necessário.

Como a taxa de concentração e decomposição do ozônio é extremamente dependente de diferentes parâmetros como temperatura, pressão, taxa de fluxo de volume, etc., os geradores de ozônio medicinal têm que ser equipados com um dispositivo de medição para garantir o controle contínuo da concentração.

Ozônio produzido em excesso, seja como parte do gerador gás ou após aplicação local, deve ser sempre convertido novamente ao oxigênio, para evitar inalação e inconveniência para o trato respiratório; correspondentemente, o sistema deve ser equipado com catalisadores de alta potência (o carvão ativo não deve ser usado devido à temperatura e risco de combustão). µg / m3 (WHO 2006).

Garantia da Qualidade

Do ponto de vista de controle e garantia de qualidade, a alta reatividade do ozônio com substâncias orgânicas requer uma seleção cuidadosa dos materiais necessários para os diferentes tipos de equipamentos médicos:

• Somente materiais especiais podem ser usados em geradores de ozônio, como Teflon

(PTFE), alumínio especialmente anodizado, aço inoxidável de qualidade V4A (em uso

a longo prazo, a qualidade V2A está sujeita à mudanças na superfície), vidro e

cerâmica.

• Para sistemas de aplicação apenas “resistentes ao ozônio” materiais como vidro,

polietileno (PE), polipropileno (PP) e PTFE podem ser considerados.

• Outros plásticos, especialmente para pistões de seringa, devem ser revestidos de

silicone.

• Frascos de plasma médicos usados para reinfusão devem ser feitos apenas de vidro.

Sacos de plasma ou sacos de sangue feitos de materiais não resistentes ao ozônio,

policloreto de vinila mole (PVC) não devem ser usados.

Podem ocorrer reações entre o ozônio e esses materiais produzindo substâncias xenobióticas e / ou tóxicas, especialmente durante o tratamento com sangue O3, que exige até 5 min para obter o efeito adequado.

As substâncias resultantes de uma decomposição dos agentes amaciantes no plástico, como o peróxido de hidrogênio ou do ésteres de ácido ftálico não são só capazes de distorcer os efeitos desejados do ozônio como também prejudicar a saúde do paciente.

Para preparar e armazenar água tratada com ozônio, recipientes feitos exclusivamente

de vidro devem ser utilizados. Estes devem ter o mínimo de volume possível (por

exemplo, 250 ml); eles devem ser completamente preenchidos e bem selados com

material resistente a O3.

Use seringas estéreis, descartáveis e siliconadas (medida de meia-vida de ozônio: 55

min) com ozônio gerado no momento da aplicação.

Geradores de ozônio, assim como todos os descartáveis usados para o tratamento tem

que cumprir o MDD (Medical Device Directives) na Europa (93/42 CE) e são rotulados

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com um sinal “CE”, incluindo o número das autoridades de supervisão. Os fabricantes

devem possuir certificados detalhados e válidos.

OBS: no Brasil a ANVISA é o órgão que regula os produtos e equipamentos para saúde.

APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS E INDICAÇÕES Auto-hemoterapia Maior com Ozônio como Aplicação Sistêmica

Escrever diretrizes para garantia de qualidade e procedimentos de auto-hemoterapia só é útil se, desde o início, aplicações incorretas forem reconhecidas como desvalorização de qualidade e devem ser evitadas a todo custo.

São essas:

1. Aplicação de injeções intravenosas e transfusões sob pressão - (perigo de embolia!) 2. Aplicação inadequada de gás O3 ou materiais inadequados; por exemplo, uso de bolsas de sangue não resistentes ao ozônio - isso pode resultar na formação de substâncias xenobióticas. 3. Retirada de uma mistura de gás O3 / O2 através de uma conexão de tubo sólido entre a válvula de saída do gerador de ozônio e do frasco - (contaminação retrógrada com sangue!), ou 4. Reutilização de seringas sem desinfecção, limpeza e esterilização conforme necessário - (perigo de infecção!).

Indicações de Auto-Hemoterapia Maior e Métodos de Aplicação A Auto-Hemoterapia Maior é um conceito médico complementar dedicado para indicações especiais. São essas: Distúrbios circulatórios arteriais • Distúrbio circulatório arterial periférico • Distúrbio circulatório cerebral (pós-AVC) • Distúrbios circulatórios oculares (retinopatias) • Distúrbios circulatórios da orelha interna (perda da audição aguda (AHL), zumbido) Angiopatia • Angiopatia diabética especificamente Doenças causadas por vírus • Hepatite B e C • Herpes simplex, herpes zoster Deficiência imunológica geral • Como terapia complementar na astenia geral, medicina geriátrica e ambiental Conceito complementar em oncologia Processos inflamatórios crônicos em Ortopedia e Reumatologia Contra-indicações

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• Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (favismo, anemia hemolítica aguda) • Hipertireoidismo, se não for controlado • Os primeiros 3 meses de gravidez • A Auto-Hemoterapia não é indicada na leucemia Procedimento

Na Auto-Hemoterapia Maior, sob condições assépticas rigorosas, 50 a 100 ml de sangue é retirado do paciente em um frasco a vácuo com citrato de sódio como anticoagulante, em que a mistura de gás ozônio / oxigênio é adicionada a ele – extra corporalmente em um sistema fechado e estéril - antes de ser reinfundido via gotejamento (sem pressão).

A mistura de ozônio / oxigênio deve passar pelo sangue do paciente uniformemente, de preferência usando o que é chamado de microbolha, um sistema para produzir uma maior superfície de reação possível em um curto período de reação (menos de 1 s). Assim, o contato com o ozônio pode ocorrer com quase todos os RBCs e quase todos os WBCs fazendo a reação do ozônio o mais eficaz possível enquanto as bolhas de oxigênio atravessam, formando uma camada de gás O2 acima do nível do líquido no frasco, consulte a Figura 12 e as Tabelas 3a – b.

Após o contato com o sangue extra corporal, nem uma única molécula de ozônio nem uma única molécula de oxigênio, entra o sistema vascular do paciente. Apenas os produtos de uma reação entre o ozônio e os componentes celulares do sangue, isto é, os RBCs e os WBCs ativados são infundidos. Na presença de substâncias orgânicas, como lipídios de membrana, a vida de uma molécula de ozônio altamente reativa é extremamente curta (<1 seg), isto é, é reduzido antes da re-infusão.

Concentrações e dosagens de ozônio Auto-Hemoterapia Maior

Com base nos resultados de pesquisas fundamentais nos últimos 18 anos, as concentrações e quantidades totais de ozônio determinadas na prática podem ser dado em termos concretos. As concentrações utilizadas abaixo são citadas na norma de medição de unidade de µg / ml (1 µg / ml = 1 mg / l = 1 g / m3) sob temperatura ambiente e condições no local / ao redor do paciente. Aqui, o cuidado deve ser tomado se estamos discutindo: • ug por ml de ozônio / mistura de oxigênio que é entregue pelo gerador de ozônio, • ug por ml de sangue, ou • quantidade total de ozônio em µg por quantidade total de sangue, ou a quantidade total de ozônio em µg por tratamento. TABELA 3a. Descartáveis para Preparação e Execução da Auto-Hemoterapia Maior

• Desinfetantes para as mãos à base de álcool • Desinfetantes para a pele à base de álcool ou álcool estéril • Compressas embaladas a vácuo em folha de plástico • Algodão esterilizado ou compressas de gaze • Emplastro de injeção hipoalérgica • Pano de cobertura esterilizado • Frasco de gás a vácuo estéril de 250 ml com sistema de microbolhas, estéril, isento de pirogênio, citrato de sódio e sem agentes conservantes • Unidade de transfusão estéril e livre de pirogênio com câmara de gotejamento por gravidade e braçadeira de tubo • Conjunto estéril de borboleta (cânula) livre de pirogênio • Conjunto de transfusão estéril, sem pirogênio, com filtro bacteriano e braçadeira de tubo, para administração de O3 na garrafa de gás de vácuo estéril de 250 ml Seringa descartável de 50 ml, estéril e revestida de silicone, com filtro bacteriano pré-ligado

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• Unidade de fornecimento de ozônio móvel (! Independente do paciente) equipada com um fotômetro para medição de concentração.

Método Europeu: TABELA 3b. Realização da Auto-Hemoterapia Maior, incluindo procedimentos assépticos

• Desinfete as duas mãos corretamente utilizando de 3 a 5 ml de um desinfetante especial para as

mãos, observando o tempo prescrito para menos de 30 s; em casos de possível contaminação com vírus estáveis (HBV, HCV, HIV), esse período deve ser de 5 min. O objetivo dessas precauções elaboradas é incentivar o uso de luvas protetoras (cirúrgicas), uma medida preferível em todos os casos. • Retire a tampa protetora do frasco de vácuo de 250 ml; o método preferível é usar os dois polegares, empurrando para de baixo para cima e para longe. Desinfete a rolha com um desinfetante para a pele pulverizando, deixe secar (requer> 1 min para fazer efeito). • Feche os grampos e introduza a cânula do sistema “germ stop” através da cruz marcada na rolha (sistema de microbolha). • Feche o grampo do conjunto de transfusão; introduza-o através do grande círculo marcado na rolha por perfuração. • A partir do adaptador de Teflon no gerador, retire a mistura de O3 / O2 com uma seringa descartável de 50 ml, revestida com silicone, estéril com um filtro bacteriano pré-ligado (depois de soltar previamente o pistão da seringa para superar possíveis aderencias). A seringa é preenchida pela pressão inerente na unidade. Lave a seringa conforme necessário com o gás mais uma vez. O ozônio remanescente é convertido de volta ao oxigênio puro pelo catalisador. Desta forma, nem o gerador nem a seringa entra diretamente em contato com o paciente. Lembre-se sempre que o ozônio seco não é capaz de agir como um microbicida, inativar vírus ou desinfecção; então o filtro bacteriano e a seringa só podem ser usados uma vez. • Ligue a seringa cheia com 50 ml de mistura gasosa ao cone do filtro bacteriano do sistema “germ stop” • Desinfete a pele do paciente adequadamente na área ao redor do local da infusão (veia do braço), pulverizando um desinfetante e distribuí-lo com um cotonete ou gaze esterilizada (em embalagem a vácuo); deixe entrar em vigor por pelo menos 1 min. Com a Cânula de borboleta, retirar aprox. 50 ml de sangue do paciente através do sistema de infusão para o balão de vácuo e fixar borboleta com uma tira de gesso. • Retirar a mistura de O3 / O2 sob vácuo da seringa descartável através do filtro bacteriano do sistema “germ stop” para garantir uma passagem suave através do sangue sob a forma de pequenas bolhas produzindo a reação imediata desejada entre o ozônio e as células sanguíneas. Depois de passar pelo sangue, o oxigênio restante se acumula no frasco acima da superfície do líquido. • Vire cuidadosamente o frasco de vácuo, remova a seringa de gás para desaeração e a transfusão de pressão do sangue tratado com ozônio, abra e regule o clamp no conjunto de transfusão (60-90 pinga / min). • Remova a cânula de borboleta intravenosa, passe o dedo sobre o ponto de infusão usando um cotonete estéril de algodão ou de gaze antes de cobri-lo com um curativo de pressão (injeção de gesso hipoalérgico).

A dosagem do ozônio cobre um intervalo entre 500 µg e 4000 µg de ozônio por tratamento, usando uma quantidade de sangue entre 50 e 100 ml. A quantidade as vezes recomendada de sangue de 200 a 300 ml deve ser rejeitada, pois isso pode ser um risco do ponto de vista hemodinâmico, especialmente em idosos ou pacientes descompensados. Para tratamento de sangue, concentrações totais de 80 µg de ozônio por ml de sangue ou acima também devem ser rejeitados, por conta do risco crescente de hemólise (até 10% a 100 µg de ozônio por ml de sangue total), uma diminuição do 2,3-difosfoglicerato (2,3-DPG) e em anti-oxidantes. Empiricamente, em auto-hemoterapia maior, concentrações entre 10 e 40 ug

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ozone por ml de sangue mostraram-se comprovadamente capazes de ativar o metabolismo celular e ter efeitos imunomoduladores, bem como um efeito regulador sobre os anti-oxidantes intracelulares.

TABELA 4a. Auto-hemoterapia principal - procedimento padrão Procedimento Padrão: 50ml de sangue + 50 ml da mistura de ozônio e oxigênio (ou 100 ml de ozônio por 100 ml de sangue)

Concentração de ozônio por ml de gás por ml de sangue = concentração biologicamente relevante. Quantidade total de ozônio por 50 (100) ml de sangue

10–20 μg/ml gás 10–20 μg/ml Sangue 500 –1,000 μg por tratamento

30 μg/ml gás 30 μg/ml sangue 1,500 μg por tratamento

Máximo 40 μg/ml gás por ml de sangue 2,000 μg por tratamento

O procedimento padrão para a Auto-Hemoterapia Maior é mostrado na Tabela 4a e os

protocolos de tratamento para as diferentes indicações na Tabela 4b. Insuflação Retal de Ozônio/Oxigênio.

Esta é uma das primeiras formas de aplicação da Ozonioterapia (Aubourg 1936). Com base em investigações de animais e um estudo proctológico abrangente (Knoch et al. 1987), insuflação retal com uma mistura de gás O3 / O2 está sendo cada vez mais usado como forma terapêutica sistêmica, e já está sendo visto como uma alternativa ao AUTO-HEMOTERAPIA MAIOR; é o método de escolha em pediatria. Indicações Local • colite ulcerosa • Proctite, estágios I e II • Fístulas e fissuras anais Sistêmico • Indicações citadas para o AUTO-HEMOTERAPIA MAIOR • Hepatite B e C • Para imunomodulação (método complementar em oncologia) Dosagem • Sistêmica: 10 a 25 µg de ozônio / ml de mistura de oxigênio, volume 150 a 300 ml; para crianças: 10 a 20 µg / ml, volume 10–30 ml

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• Local: na colite ulcerosa, altas concentrações de O3 / O2 (70–80–100 µg / ml) e pequenos volumes (50 ml) são aplicados; na cessação da hemorragia, isto é reduzido para 30-20 µg / ml, seguido de eficácia sistêmica: 10-20 µg / ml, volume de 150 a 300 ml.

A aplicação de ozônio retal é simples, de baixo custo e praticamente livre de reações adversas quando as dosagens exatas são respeitadas.Como terapia adjuvante na proctite e proctocolite, a insuflação fundada cientificamente deve ser recomendada.

A insuflação retal de O3 está sendo cada vez mais usada em pediatria, medicina esportiva, geriatria e como método complementar em oncologia (Tabela 5). Aplicações tópicas de ozônio

Na aplicação local de uma mistura de gás O3 / O2 externamente na pele ou em feridas - já praticadas durante a Primeira Guerra Mundial - foi o efeito desinfetante e desodorizante de ozônio que ficava em primeiro plano. Sabe-se agora que, com a aplicação tópica de misturas gasosas O3 / O2, de água tratada com ozônio ou creme de ozônio (ozonídeos) um efeito cicatrizante é produzido, o qual está sendo usado para uma extensão cada vez mais bem-sucedida.

Indicações • Úlceras externas (ulcus cruris, úlceras de decúbito) • Queimaduras superinfectadas • lesões de pele (feridas) • Infecções locais (esfregaço de infecções, herpes simplex, herpes zoster, micose) • Lesões oculares e infecções. Formas de aplicação • Água ozonizada (tratamento agudo: por exemplo, lesões, queimaduras, úlceras, como enxágue intraoperatório) • Aplicação livre de pressão em plástico resistente a ozônio sacos, sob a forma de banho de gás O3 transcutâneo (por exemplo, ulcus cruris, vasculite imune) • Aplicação de gás ozônio subatmosférico sob uma ventosa resistente a ozônio de acordo com Werkmeister (1995) (por exemplo, decúbito) • aplicação de gás O3 na bota de plástico de baixa pressão ("Boot Rokitansky") (por exemplo, gangrena diabética) • Creme de ozônio (ozonídeos) para tratamento a longo prazo: por exemplo, lesões, queimaduras

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Tabela 4b. Auto-hemoterapia maior- Conceito de tratamento

Indicação Concentração de ozônio

Volume de ozônio

Quantidade de ozônio

Frequência de tratamento

Número de tratamentos

Transtornos Circulatórios Arteriais Cerebral e periférico Estágio II Etapas III e IV

15–20 μg/ml 20-30 μg/ml

50 ml 50 ml 100 ml

750–1,000 μg 1.000-1.500 2,000-3,000 Por 100 ml de sangue

2 vezes por semana Primeiro diariamente e depois 2 vezes por semana

Série de 10 tratamentos 2–3 vezes por ano

Regulação imune, regulação do estresse oxidativo Revitalização, deficiência imune geral, prevenção de infecção Geriatria AMD

20-25 μg/ml 15-20 μg/ml

50 ML 50 ML

1,000-1,250 μg 750-1,000 μg

2 vezes por semana 2 vezes por semana

Série de 10 tratamentos 2–3 vezes por ano Série de 10 tratamentos 2 vezes por ano

Doenças causadas por vírus Hepatite em estágio agudo Crônica (B / C) Herpes zoster agudo Postacute

30 (max 40) μg/ml 10-20 μg/ml 40 μg/ml 20-30 μg/ml

50 ML 100 ml 50 ML 100 ml 50 ML 50 ml

1.000 (2,000) μg 3,000 (4,000) μg 500- 1,000 μg 1,000- 2,000 μg 2,000 μg 1,000μg

De início diariamente e depois 1 vez por semana, 2 vezes por mês 2 vezes por semana e depois 1 vez por semana e depois diariamente 2 vezes por mês 2 vezes por semana

Como o controle 6-12 meses Como o controle Como o controle

Prevenção de Oncologia Complementar de efeitos colaterais de quimioterapia e / ou radiação Durante a quimioterapia ou

10-15μg/ml 10-15μg/ml

50 ML 50 ML

500-700 μg

2-3 vezes por semana

Se possível antes de começara quimio/radiação Como no controle e de acordo com o paciente

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como complemento de um conceito biológico

10-15μg/ml

50 ML

500-700 μg

2 vezes por semana

Processo Inflamatório Artrite Reumatóide Estágio Agudo

30-35μg/ml

50 ML (100 ml)

1.500-1.750 μg per 50 ml de sangue (3,000-3,500μg por 100 ml de sangue)

Como no controle

Estágio não agudo Angiopatia, angiopatia diabética

20-25μg/ml 20-25μg/ml

50 ML 50 ML

1,000- 1.250μg 1,000- 1.250μg

1 vez por semana, depois a cada 2 semanas 2 vezes por semana, depois 2 vezes por mês

De acordo com o paciente De acordo com o paciente

TABELA 5. Aplicação de Ozônio Retal - Conceito de Tratamento

Indicação Concentração de ozônio

Volume de ozônio

Quantidade de ozônio

Frequência de tratamento

Número de tratamentos

Efeito Local Colite ulcerada Proctite, particularmente estágio I Fístulas anais

70–100 μg/ml 10-25 μg/ml 10-40 μg/ml

50 ml 300 ml (150 ml) 10-50 ml

3.500-5.000 μg 3.000-7.500 μg (1.500-2.750 μg) Insuflação de passagem fistulosa

Primeiro diariamente e depois 1-2 vezes por semana 2-3 vezes por semana Primeiro diariamente e depois 2 vezes por semana

3-5, depois como proctite 4 semanas como por controle Como por controle

Efeito Sistêmico (insuflação retal como alternativa à auto-hemoterapia maior Ativação imune geral, prevenção de infecções, idosos Circulação Arterial

15-20 μg/ml 20 μg/ml

300 ML 300 ML

4.500-6.000 μg 6.000 μg

2X por semana 2X por semana

Série de 10 tratamentos 2–3 vezes por ano Série de 10 tratamentos 2 vezes por ano

Angiopatia diabética

20-25 μg/ml 300ml 6.000-7.500 μg/ml

2X por semana De acordo com o paciente

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Oncologia complementar Antes de quimioterapia de radiação Durante e depois de quimioterapia ou radiação Sem quimioterapia ou radiação

15 μg/ml 15 μg/ml 15 μg/ml

300ml (150 ml) 300ml (150 ml) 300ml

4.500 μg 2.250 μg 4.500 μg 2.250 μg 4.500 μg

Diariamente 2 por semana 2 por semana

6-10 tratamentos De acordo com o paciente De acordo com o paciente

Virus - que causam doenças e inflamações Hepatite, principlamente, crônicas (B/C) Herpes zoster atrite reumatóide

25 μg/ml 10-20 μg/ml 40 μg/ml 20-30 μg/ml

300 ml 50 ML 100 ml 50 ML 50 ml

7.500 μg 500- 1,000 μg 1,000- 2,000 μg 2,000 μg 1,000μg

No inicio diariamente e depois 2 vezes por semana, 2 vezes por semana 2 vezes por semana 1 vez por semana depois 2 vezes por semana 2 vezes por semana 2 vezes por semana

Conforme controle mas principalmente de 6–12 meses. Conforme controle e de acordo com o paciente.

Auto-hemoterapia menor com ozônio Como terapia não específica, estimulante imunológico, comparável a “Autovacinação”, não apenas específico para ozônio. Indicações • Acne vulgar • Alergias • Como adjuvante na terapia do câncer • Imunoativação Em auto-hemoterapia menor, sob condições assépticas, 2 a 5 ml de sangue são removidos por via intravenosa e absorvidos em uma seringa descartável estéril, isenta de pirogênio, de 30 ml (contendo mistura ozônio-oxigênio), onde é misturado com 10 ml de uma mistura de gás O3 / O2, agitado intensamente e lentamente reinjetado por via intramuscular na região ventroglútea. Concentração de ozônio: 10-20 µg / ml, Tabela 6. (Atenção: Nunca encha uma seringa contendo sangue no gerador de ozônio!)

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TABELA 6. Autohemoterapia menor Indicação Concentração

de ozônio Volume de ozônio

Quantidade de ozônio

Frequência de tratamento

Acne, furúnculo

10-20 μg/ml 10 ml 100-200 μg 1X por semana ( max 2X por semana

Alergia Tratamento de câncer adicional

20 μg/ml 10-20 μg/ml

10 ml 10 ml

200 μg 100-200 μg

1X por semana 1X por semana

Água Ozonizada

Em aplicações tópicas, o uso de água ozonizada vem ganhando importância. O ozônio está presente na forma da água molecular, isto é, como O3, apresentando uma solução física. Ao usar água bidestilada e um gerador de ozônio de alta qualidade, uma saturação máxima de aprox. 20 µg de ozônio por ml de água à temperatura ambiente pode ser obtido. Reage imediatamente no contato com a pele, ao contrário dos ozonídeos (creme de ozônio), que têm um efeito a longo prazo.

Indicações • Infecções locais • Ulcus cruris • úlceras de decúbito • Micose, infecções micóticas • Herpes simplex e herpes zoster (incluindo também injecções subcutâneas de ozônio, quando necessário) • Queimaduras, também queimaduras superinfectadas • Enxaguamento intra-operatório • Lesões oculares e infecções • cicatrizes cirúrgicas (cicatrização: primária ou secundária) • Edemas de origem traumática ou bacteriana Métodos e dosagem

Por 5 a 15 min, permita uma mistura de gás ozônio / oxigênio com concentração de O3> 100 (10 min) ou 60 µg / ml (15 min) a passar sob a forma de pequenas bolhas através de 1 litro agua bidestilada com uma coluna de água de aprox. 40 cm. Em água bidestilada, a meia-vida do ozônio é de aproximadamente 10 h à temperatura ambiente, concentração remanescente de aproximadamente 18–24 µg / ml 20 (C (68 ◦F). Na geladeira, a água bidestilada ozonizada pode ser mantida por vários dias.

A dose excessiva não é possível, pois a dose é limitada pela solubilidade do ozônio em

água, aproximadamente 24 µg / ml para o agua bidestilada. A água ozonizada é basicamente aplicada por conta de seus efeitos analgésicos, desinfetantes e anti-inflamatórios, bem como suas propriedades ativadoras de tecidos em lesões agudas e crônicas com e sem infecção. Nestas indicações, é aplicado com sucesso crescente. Aqui, especialmente, a eliminação do edema perifocal está em primeiro plano. A água ozonizada também está sendo usada no intra-operatório para lavagem (desinfecção), como na cirurgia da mão, na medicina dentária e particularmente a cirurgia oral. O tempo de cicatrização das cicatrizes primárias é encurtado e sem irritação. Em vários casos, o tratamento a longo prazo pode ser continuado usando óleos peroxídicos (Tabela 7).

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Creme de Ozônio (Ozonidas e Peróxidos) Como produtos de reação de O3 e ácidos graxos insaturados, peróxidos de ozônio e

ozonídeos também estimulam a cicatrização de feridas. Isso pode ser claramente demonstrado para queimaduras e lesões em um estudo com

animais. Óleos peroxídicos são usados a longo prazo no tratamento de lesões, queimaduras e infecções locais, como micose cutânea e ungueal, bem como no acompanhamento de ulcus cruris e úlceras de decúbito.

Tratamento tópico como gás transcutâneo Imersão ou “banho” (ensacamento) A “imersão de gás ozônio” transcutânea é um método de escolha em infecções tópicas extensas e profundas. Aqui, depois de umedecer a extremidade a ser tratada ou a área sobre o órgão em questão, a imersão direta em gás O3 é aplicada dentro de um saco de plástico resistente ao ozônio, ou num vácuo ligeiro "boot" especial de baixa pressão ou sob um copo de baixa pressão. TABELA 7. Aplicações Tópicas

Indicação Concentração de ozônio

Forma de aplicação

Tempo de Tratamento

Frequência de tratamento

Úlcera de decúbito 60- 100μg/ml no início

Ventosa de baixa pressão

2-10 min Primeiro diariamente e depois 1-2 vezes por semana

Pós limpeza de feridas Gangrena diabética

20-30μg/ml 60-100μg/ml no início

Bota de baixa pressão (para bolsas plásticas)

10-20 min Primeiro diariamente e depois 1-2 vezes por semana

Pós limpeza de feridas Úlcera varicosa Limpeza de feridas Cura de feridas

20-30μg/ml 80-100μg/ml no início 20-30μg/ml

Bolsas de plástico (sem pressão baixa) Compressões _ enxague com água ozonizada

10-20 min 10-20 min 1-5 min

Muitas vezes ao dia

Queimaduras no estágio 1 ou 2

20-30μg/ml

Bolsas de plástico, compressões + enxague com água ozonizada

10-20 min 1-5 mim

Primeiro 1-2 vezes por dia Muitas vezes ao dia

Indicações • Lesões de pele, queimaduras, feridas super infectadas (cicatrizes cirurgicas), pé diabético, phlegmons (erisipela) úlceras crônicas de grande superfície, abertas e profundas, possivelmente úlceras infectadas e decúbito.

Em imersões transcutâneas de gás ozônio ou baixa pressão são utilizadas aplicações no tratamento de úlceras infectadas, a mistura de O3 / O2 é inicialmente aplicada em concentrações mais altas (70-100 µg / ml) após umedecimento da área a ser tratada.

Seu efeito microbicida e virustático já ocorre em concentrações mais baixas (<40 µg /

ml). Uma vez que a cicatrização da ferida realmente começou, a concentração pode ser novamente reduzida (<20 µg / ml), fazendo pleno uso do efeito metabolicamente estimulante e imunomodulador do ozônio como processo de cicatrização continuo.

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O tratamento com ozônio a baixa pressão não é uma monoterapia, as outras formas de tratamento de feridas devem continuar ao mesmo tempo, de acordo com a condição da ferida e em conformidade com as regras vigentes. O efeito local hiperêmico devido às condições levemente subatmosféricas mais as propriedades do ozônio contribuem para o processo de cicatrização (Tabela 7).

Injeções intra-articulares de ozônio

Injeções intra-articulares de ozônio em condições articulares dolorosas agudas e crônicas, representam um método de tratamento complementar que proporciona alívio rápido da dor, descongestionamento, redução na inflamação e melhora na motilidade. Envolve principalmente articulações do joelho e dos ombros, apresentando sintomas patológicos. Indicações • Sintomas reumáticos e degenerativos tipo, doenças e lesões das articulações (artrose, artropatias) • Gonartrose ativa, doenças agudas do ombro articulações que envolvem movimento (rigidez do ombro) • condições crônicas da articulação do ombro com calcificação e movimentos dolorosamente restritos na etapa final.

A injeção intra-articular de ozônio está sendo aplicada com crescente sucesso, particularmente em clínicas ortopédicas, onde doenças inflamatórias e degenerativas dos ossos e articulações, bem como condições pós-traumáticas (ou seja, seguindo feridas) e cirurgia das grandes articulações, casos em que o AUTO-HEMOTERAPIA MAIOR adicional tem uma função de apoio e estabilização. Performance

Antes da aplicação do ozônio, os pontos de injeção padrão podem ser infiltrados com anestésico local de ação lenta. Para injeções intra-articulares de ozônio, um volume de aprox. 20 ml para ombro e joelho é usado, com concentrações de ozônio de 10–20 µg / ml e 2-11 µg / ml para lesões peri-articulares e infiltrações subcutâneas (Tabela 8).

Injeção intra-articular de uma mistura de gás ozônio / oxigênio deve ser considerado

como sendo uma intervenção em um sistema estéril (articular), a ser realizada sob rigorosas medidas de precaução de assepsia (Tabela 9). Além disso, a unidade de ozônio deve ser limpa todos os dias após o uso (veja as instruções do fabricante) e, adicionalmente, desinfecção por limpeza com agentes correspondentes (desinfetantes de superfície) quando ocorrer contaminação com sangue.

A manutenção regular da unidade também deve ser contada como segurança higiênica.

Os passos assépticos recomendados concordam, com aqueles emitidos pela "Ortopedia Alemã e Associação de Traumatologia ", os médicos ortopédicos da associação profissional, e as “Diretrizes de procedimentos de injeção Intra-articular ” publicados pelo Grupo de higiene do Hospital. Essas diretrizes continuam a ser um padrão oficialmente reconhecido para especialistas médicos e direito tribunais, e deve ser cuidadosamente respeitado.

Aplicação subcutânea e intracutânea Indicações

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• controle da dor • pontos de gatilho, pontos de acupuntura • herpes zoster • pontos de gatilho em combinação com anestésicos locais (terapia neural) • Sistemas analógicos Concentrações de ozônio: 2 a 5 sem anestesia local, 10 a 15 µg / ml com anestesia local. TABELA 8. Injeções Intra-articulares - Conceito de Tratamento Indicação Forma de

aplicação Concentração de Ozônio

Volume de ozônio

Quantidade de ozônio

Frequência de tratamento

Artrose Intra-articular Peri-articular

7- 20 μg/ml 2-11 μg/ml

1-20 ml 2-5 ml

7- 400 μg 4-55 μg

1-2 por semana

Articulçao: Joelhos Ombros Dedos

Intra-articular Intra-articular Intra-articular

10-20 μg/ml 10-20 μg/ml 10-20 μg/ml

5-20 ml 5-20 ml 1-2 ml

50-400 μg 50-400 μg 10-40 μg

1-2 por semana 1-2 por semana 1-2 por semana

TABELA 9. Procedimento asséptico para injeções intra-articulares de ozônio (Beck et al. 1998)

Para injeções intra-articulares, são necessárias medidas especiais de precaução asséptica para

prevenir a infecção. [ver, por exemplo, "Associação Alemã de Ortopedia e Traumatologia” (Deutsche Gesellschaft für Orthopädie und Traumatologie) Diretrizes] Cuidado: Para evitar infecções gerais ou locais e lesões de pele no local da injeção e área circundante: • Desinfecção higiênica das mãos com detergente à base de álcool listado pela RKI / DGHM (ou equivalente). Sempre permita> 30 s para surtir efeito. Em casos de suspeita de HBV ou HCV, etc., portadores de vírus, permitir 5 min antes do tratamento ou, melhor ainda: usar (estéril) luvas cirúrgicas descartáveis! • Como alternativa: após a desinfecção cirúrgica da mão, coloque luvas cirúrgicas estéreis, roupas de proteção estéreis e use um pano estéril. Cubra em torno do local da injeção (por exemplo, quando em contato com a pele do paciente sobre a área sob tratamento). • Desinfecção da pele no local de tratamento usando um desinfetante à base de álcool listado pela RKI / DGHM (ou equivalente): pulverize generosamente sobre o local e esfregue suavemente com um cotonete estéril. Deixar > 1 min para que tenha efeito. • A partir do bocal de ozônio da unidade de fornecimento, remova a quantidade prescrita de ozônio médico / oxigênio do gás usando uma seringa descartável de 50 ml revestida de silicone com um filtro bacteriano pré-ligado. • Usando uma cânula descartável longa, fina e estéril, por exemplo, 0,8 × 40 mm (tamanho 2 métrico) ou 0,6 × 60 mm, injete a mistura de gás ozônio / oxigênio. • Cobrir imediatamente o local da injeção com um curativo de ferida rápida (estéril).

Injeções Intradiscais

Injeções intradiscais em hérnia de disco podem ser realizadas quando monitorada por sistemas de imagem, conforme departamentos hospitalares onde estão disponíveis (Alexandre et al. 2012, esta edição).

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COMENTÁRIOS FINAIS

Estas diretrizes para o uso do ozônio medicinal foram estabelecidas e avaliadas com base em quase 40 anos de experiência e na literatura científica relevante publicada em e revistas e manuais internacionais.

• A Sociedade Médica Alemã para o Uso de Ozônio na Prevenção e Terapia foi fundada em 1971 como uma organização sem fins lucrativos. • Juntamente com as sociedades irmãs na Suíça, Áustria e Itália, a “Cooperação Europeia Sociedades Médicas de Ozônio ”EUROCOOP foi fundada em 2002. • As 9 sociedades médicas em 2011 consistiam nos seguintes países: Suíça, Áustria, Alemanha, Espanha, Roménia, Egipto, Turquia, Japão, e a Indonésia. Seu objetivo tem sido padronizar ozonioterapia na maior extensão possível. Da mesma forma, as sociedades membros terão como objetivo o fornecimento de treinamento e diretrizes de desenvolvimento mutuamente válidos, fazendo provisões ao máximo possível para todas as indicações e aplicações dos métodos de Ozonioterapia. A longo prazo, uma qualificação da Norma Europeia pode se tornar um objetivo uniforme. • A cada dois anos um Congresso Internacional de Ozônio é organizado por uma das sociedades membros. Referência Bibliográfica Renate Viebahn-Hänsler , Olga Sonia León Fernández & Ziad Fahmy (2012): Ozone in Medicine: The Low- Dose Ozone Concept—Guidelines and Treatment Strategies, Ozone: Science & Engineering: The Journal of the International Ozone Association, 34:6, 408-424 To link to this article: http://dx.doi.org/10.1080/01919512.2012.717847

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ANEXO 2

Resumo de Materiais Utilizados em Ozonioterapia

Procedimento Materiais AHT Menor a) Seringa 20 ml (livre de látex)

b) Scalp 23 BD (opcional) c) Agulha 0,70 x 30 (BD) d) Blood Stop e) Luvas de procedimento, algodão, álcool 70% f) Micropore para fixar o scalp

Aplicações Subcutâneas

a) Agulha 0,30x13 (BD) b) Agulha Raqui (BD Spinal) - opcional c) Seringa 20ml e 10ml (livre de látex) d) Luvas de procedimento, algodão, álcool 70%

Insuflação Retal

a) Catéter retal ou Sonda Uretral no. 12 (Embramed ou similar) b) Seringa 60ml (livre de látex) c) Vaselina ou óleo para lubrificar d) Clip (kelly) para fechar o catéter e) Luvas de procedimento

Bag a) Bag para aplicação tópica b) 1 tubo catalisador (se não tiver vácuo no equipamento) c) Velcro para fixar bag ou fita ou filme d) Água bidestilada

AHT Maior a) Bolsa para transfusão ou Frasco de Soro ou Bolsa de nutrição parenteral da Halex Istar 300 ou 500 ml. b) Equipo de transfusão (Embramed) ou (Bio Sani) c) Agulhas 40x12 d) Catéter intravascular periférico jelco teflon 20 ou 22 e) Seringas 60ml Luer Slip (livre látex) f) Filtro de Bactéria g) Anticoagulante - Citrato de sódio ou ACD h) Blood Stop i) Garrote, luvas de procedimento, algodão, álcool 70%

Sugestão de tamanho de agulhas para aplicações: PARAVERTEBRAL Agulha 13 X 30 (bege) JOELHO – Peri e intraarticular Agulha 13 X 30 (bege) Agulha 25 X 6

OMBRO Agulha 13 X 30 (bege)COXO-FEMURAL Agulha 30X7 (cinza) ou 20X55 (roxa) COTOVELO, MÃOS, DEDOS, ETC Agulha 13 X 30 (bege)