Curso de opções

21
Curso de Opções Índice O História das Opções Conceitos Básicos Elementos que Determinam o Preço de uma Opção Como os Diversos Elementos Afetam o Preço das Opções Introdução a Volatilidade Comprando Opções de Compra (Buying Calls) Comprando Opções de Venda (Buying Puts) A História das Opções Esta série está sendo escrita baseada nos livros Options: Essential Concepts and Trading Strategies; Stocks for Options Trading: Low-Risk, Low-Stress Strategies for Selling Stock Options- Profitably; e também no livro The Options Course: High Profit & Low Stress Trading Methods. O Início O primeiro registro de uma transação de opções envolvendo um contrato está na bíblia. O Livro de Gênesis conta como Jacob fez um contrato do tipo opções para se casar com a filha mais nova de Laban, Rachel. Jacob obteve permissão para casar com Rachel se ele concordasse em trabalhar para Laban por sete anos. Na linguagem das opções, Jacob pagou o "prêmio" de sete anos de trabalho e recebeu o "direito mas não a obrigação" de casar com Rachel. O primeiro especulador com opções que se tem registro foi Thales, um astrônomo e o primeiro eminente filósofo grego. Segundo Aristótele, Thales "sabia pelos seus conhecimentos das estrelas, ainda no inverno, que ocorreria uma grande colheita de aze itonas no ano seguinte. Tendo pouco dinheiro, ele reservou todos os depósitos de olivas em Chios e Miletus, pagando taxas bem baratas porque não haviam mais interessados." Uma colheita abundante e uma grande demanda por depósitos de olivas provou que as previsões de Thales estavam corretas, e com seus contratos de locação já pagos, ele utilizou os depósitos com grande lucros. Ainda que muitas pessoas associem opções apenas com especulação, o conceito de opção veio de uma necessidade de controle do risco ligado as flutuações dos preços nos mercados agrícolas. A primeira documentação de tal uso das opções ocorre na Holanda em 1634. As tulipas eram um símbolo de status entre a aristrocacia holandesa do século 17 e, neste tempo, era comum os mercadores venderem a futuro (para entregar a posteriori). Havia portanto, grande risco em aceitar vender

description

 

Transcript of Curso de opções

Curso de Opções

Índice

O História das Opções

Conceitos Básicos

Elementos que Determinam o Preço de uma Opção

Como os Diversos Elementos Afetam o Preço das Opções

Introdução a Volatilidade

Comprando Opções de Compra (Buying Calls)

Comprando Opções de Venda (Buying Puts)

A História das Opções Esta série está sendo escrita baseada nos livros Options: Essential Concepts and Trading Strategies; Stocks for Options Trading: Low -Risk, Low-Stress Strategies for Selling Stock Options- Profitably; e também no livro The Options Course: High Profit & Low Stress Trading Methods.

O Início

O primeiro registro de uma transação de opções envolvendo um contrato está na bíblia. O Livro de Gênesis conta como Jacob fez um contrato do tipo opções para se casar com a filha mais nova de Laban, Rachel. Jacob obteve permissão para casar com Rachel se ele concordasse em trabalhar para Laban por sete anos. Na linguagem das opções, Jacob pagou o "prêmio" de sete anos de trabalho e recebeu o "direito mas não a obrigação" de casar com Rachel. O primeiro especulador com opções que se tem registro foi Thales, um astrônomo e o primeiro eminente filósofo grego. Segundo Aristótele, Thales "sabia pelos seus conhecimentos das estrelas, ainda no inverno, que ocorreria uma grande colheita de aze itonas no ano seguinte. Tendo pouco dinheiro, ele reservou todos os depósitos de olivas em Chios e Miletus, pagando taxas bem baratas porque não haviam mais interessados." Uma colheita abundante e uma grande demanda por depósitos de olivas provou que as previsões de Thales estavam corretas, e com seus contratos de locação já pagos, ele utilizou os depósitos com grande lucros. Ainda que muitas pessoas associem opções apenas com especulação, o conceito de opção veio de uma necessidade de controle do risco ligado as flutuações dos preços nos mercados agrícolas. A primeira documentação de tal uso das opções ocorre na Holanda em 1634. As tulipas eram um símbolo de status entre a aristrocacia holandesa do século 17 e, neste tempo, era comum os mercadores venderem a futuro (para entregar a posteriori). Havia portanto, grande risco em aceitar vender

a um preço fixo no futuro sem saber, com certeza, qual seria o preço exato no momento da venda. Para limitar este risco e assegurar uma margem de lucro, muitos mercadores compravam opções dos plantadores. Estas opções asseguravam aos mercadores o direito, mas não a obrigação, de comprar tulipas dos plantadores a um preço pré-determinado por um período específico de tempo. Em outras palavras, o preço máximo para os mercadores era fixado até que chegasse a hora de entregar as tulipas aos aristocratas e receber o pagamento. Se as tulipas passassem a custar mais que o preço máximo (ou pré-determinado), os mercadores que possuiam as opções, exigiariam do plantador a ent rega ao preço máximo combinado, assegurando uma margem de lucro. Se, entretanto, o preço caísse e a opção expirasse sem valor, o mercador ainda podia ter lucro comprando tulipas a um preço mais baixo e depois revendendo com lucro. Estes contratos de opções, permitiu que muitos mercadores permanecessem trabalhando durante períodos de extrema volatilidade nos preços das tulipas. O conceito importante que fica desta pequena história é que as opções não foram criadas para serem o instrumento especulativo que muitos fazem uso, mas sim, para serem um intrumento de proteção contra grandes variações de preços.

Conceitos Básicos das Opções Esta série está sendo escrita baseada nos livros Options: Essential Concepts and Trading Strategies; Stocks for Options Trading: Low -Risk, Low-Stress Strategies for Selling Stock Options- Profitably; e também no livro The Options Course: High Profit & Low Stress Trading Methods.

Opções são instrumentos derivativos. Isto significa que o valor de uma opção e suas características de negociação estão ligadas ao ativo subjacente às opções. (Isto é, uma opção da Telemar PN está ligada ao ativo - TNLP4). O investidor que conhecer os fundamentos das opções, terá um meio efetivo de lidar com o risco pois passará a ter a sua disposição uma grande variedade de escolhas diferentes de investimentos. O ativo ao qual a opção está sendo negociada pode ser um ação, um índice, um contrato futuro, uma letra do tesouro, uma commoditie, etc. Nos ateremos aqui as opções ligadas a ações, mas os conceitos básicos podem ser extendidos a qualquer forma de opção. Definições:

Opção: Uma opção de um ativo adjacente será ou o direito de comprar o ativo (opção de compra) ou o direito de vender o ativo (opção de venda) a um determinado preço e dentro de um determinado período de tempo no futuro. O fator principal aqui é que o proprietário (comprador) da opção tem um direito, e não uma obrigação. Se o proprietário de uma opção não exerce este direito antes do fim do período de tempo pré-determinado, a opção e a oportunidade (direito) de exercê -la deixam de existir. O vendedor de uma opção, entretanto, é obrigado a preencher os requerimentos da opção se a opção for exercida. No caso de uma opção de compra de uma ação(Call), o vendedor vendeu o direito de comprar aquela ação. O vendedor da opção de compra é portanto obrigado a vender a ação ao proprietário da opção de compra (comprador) se a opção for exercida, e pelo preço pré-determinado. No caso de uma opção de venda de uma ação(Put), o vendedor vendeu o direito de vender aquela ação. O vendedor da opção de venda da ação é portanto obrigado a comprar a ação do proprietário da opção de venda (comprador) se a opção for exercida, e pelo preço pré -determinado.

Preço de Exercício e Data de Exercício O preço pré-determinado de uma opção é conhecido como o preço de exercício. Quando uma opção de compra é exercida, o proprietário (comprador) paga pela ação o preço de exercício. Quando uma opção de venda é exercida, o proprietário (comprador) recebe pelas ações o preço de exercício. A data após a qual a opção para de existir e a data de exercício. Exemplo: A opçao de compra de TNLP4 AGO 40 representa o direito de comprar TNLP4 a 40 reais até o data de exercício que ocorrerá em agosto. (obs: usualmente utiliza-se no IBOV uma outra forma de representar opção. A TNLP4 AGO 40 é representada como TNLPH40, onde H representa agosto) Regras de Expiração (ou término da validade da opção) Os investidores devem estar cientes das regras em relação a expiração das opções e se u possível exercício ou não. Em primeiro lugar, além das regras gerais do IBOV, as diferentes corretoras tem suas próprias regras. Informe-se com suas corretora das regras internas da mesma em relação as opções.

Os investidores também devem estar cientes das regras de exercício automático. Em alguns locais, uma opção de compra que, no dia do exercício, esteja abaixo do preço da ação subjacente, poderá ser exercida automaticamente. Cabe ao investidor avisar que não deseja exercer, ainda que isso seja benéfico para ele. Mas a maioria das corretoras no Brasil, não realizam exercício automático. Faça o raciocínio inverso para a opção de venda.

Muitas corretoras determinam um horário final, próximo ao exercício, em que o propietário de opções possa dizer o que deseja que seja feito.

Aos que forem negociar opções de outros ativos que não ações, é importante se informar com sua corretora e no Bovespa, sobre as específicas regras daquele tipo de opção, pois estas regras podem mudar de um tipo de ativo para outro.

Tipo de Opções

Opções Americanas (as utilizadas atualmente no Brasil) Um opção do tipo americana possui um direito (mas não uma obrigação), que pode ser exercido a um determinado preço a qualquer momento até a data de exercício. Opções Européias Um opção do tipo européia possui um direito que poderá ser exercido somente na data de exercício.

Preço e Preço de Exercício A relação do preço da ação com o preço da opção determina se a opção é dita como In-The-Money (dentro do preço); At-The-Money (no preço), ou Out-of-The-Money (fora do preço).

Opção de Compra In-The-Money (ITM): Preço da ação subjacente é superior ao preço de exercício da opção; Opção de Compra At-The-Money (ATM): Preço da ação subjacente é igual ao preço de exercício da opção; Opção de Compra Out -of-The-Money (OTM): Preço da ação subjacente é inferior ao preço de exercício da opção.

Opção de Venda In-The-Money (ITM): Preço da ação subjacente é inferior ao preço de exercício da opção; Opção de Venda At-The-Money (ATM): Preço da ação subjace nte é igual ao preço de exercício da opção; Opção de Venda Out-of-The-Money (OTM): Preço da ação subjacente é superior ao preço de exercício da opção.

Valor Intríssico e Valor do Tempo (Theta) O preço de uma opção (prêmio) pode consistir de valor intríssico, valor do tempo (theta), ou uma combinação de ambos.

Valor Intríssico: Porção in-the-money (dentro do preço) do valor (prêmio) de uma opção. Ex: A opção de compra de TNLPH40 (opçao de compra de Telemar PN para agosto, com preço de exercício de 40 reais) possui 2 reais de valor intrissico se a TNLP4 estiver cotada a R$42,00.

Valor do Tempo (Theta): Porção do preço de uma opção (prêmio) que está além do valor intríssico. Ex: Se a mesma opção do exemplo acima, estando a TNLP4 cotada a 42,00, estiver valendo R$3,00 significa que além dos dois reais de valor intríssico, soma-se um real de valor do tempo ou Theta. Obs: Os conceitos e exemplo acima são para opções de compra. Faça o raciocínio inverso para opção de venda. Isto é, a opção de venda estará in-the-money quando a cotação do ativo subjacente estiver abaixo do preço de exercício da opção de venda.

Paridade Uma opção está sendo negociada em paridade com a ação quando ela está in-the-money e não possui nenhum valor do tempo (Theta). Esta situação ocorre quando o preço da ação subjacente menos o preço de exercício é igual ao valor da opção (prêmio). Ex: Se a opção de compra de TNLPH40 (opçao de compra de Telemar PN para agosto, com preço de exercício de 40 reais) estiver sendo negociada a 2 reais quan do a TNLP4(Telemar PN) estiver sendo negociada a R$42,00, se diz que a TNLPH40 está sendo negociada em paridade com a Telemar. A opção possui apenas valor intríssico e nenhum valor do tempo (Theta). Isto ocorre muitas vezes com as opção que estão profundamente in-the-money nos dias próximos ao exercício.

Elementos que Determinam o Preço de uma Opção Esta série está sendo escrita baseada nos livros Options: Essential Concepts and Trading Strategies; Stocks for Options Trading: Low -Risk, Low-Stress Strategies for Selling Stock Options- Profitably; e também no livro The Options Course: High Profit & Low Stress Trading Methods.

Os cinco componentes do valor teórico de uma opção são: Preço do ativo subjacente; Preço de exercício da opção; Tempo que resta até a data de exercício (Theta); Fatores externos (taxas de juros, dividendos, etc) Volatilidade do ativo subjacente; Vamos nos ater as opções de ações, mas os conceitos colocados aqui servem para qualquer tipo de opção.

Preço da Opção Relacionado ao Preço do Ativo Subjacente Este conceito é mais ou menos óbvio. Como a opção é um derivativo da ação a qual ela se corresponde, a

variação do preço da ação produz variações imediatas no preço da opção que serão tão ou mais expressivas de acordo com os outros fatores descritos neste capítulo. Vejamos a tabela a seguir que mostra os diversos preços teóricos de uma opção de compra de preço de exercício de 50 reais de acordo com diversos preços da ação subjacente durante períodos diferentes do exercício da opção (vida da opção):

Tabela 1 - Preço da Opção de Compra (Strike) de R$50,00

Preço da Ação

70 dias

56 dias

49 dias

35 dias

21 dias

7 dias Exercicio

55 6.13 5.90 5.75 5.50 5.25 5.00 5.00

53 4.61 4.90 4.25 3.90 3.50 3.14 3.00

51 3.40 3.00 2.90 2.50 2.00 1.50 1.00

49 2.25 1.95 1.75 1.43 1.00 0.44 0.00

47 1.40 1.13 1.00 0.75 0.40 0.07 0.00

45 0.80 0.62 0.50 0.32 0.13 0 0.00

Obs: tabela modificada a partir de original no livro: Options Essential Concepts & Trading Startegies - pag 26 Percebam que tanto maior o preço do ativo subjacente (ação), tanto maior será o preço da opção, a não ser quando chegamos muito próximos ao exercício ou no exercício. Mas isto será exemplificado mais tarde. O importante aqui é perceber como o preço da ação irá interfirir de forma definitiva no preço da opção.

Preço de Exercício da Opção Outro conceito óbvio. Quanto maior o preço de exercício de uma opção, menos valerá a mesma, independente do preço da ação. A diferença entre o preço das diversas séries irá se modificar, de acordo com outros fatores como o preço da ação e o tempo restante para o exercício. Mas nunca modificará o fato que uma opção de preço de exercício maior tende a valer menos que a de preço de exercício menor.

As opções que estão muito out of the money (fora do dinheiro), isto é, que tem preço de exercício muito altos em relação ao preço atual da ação, tendem a zero, ou 0,01 especialmente próximo a data de exercício das opções. Desta forma pode acontecer de duas opções de valores de exercício diferentes passarem a ter o mesmo valor.

Preço da Opção em Relação ao Tempo (Theta) Talvez seja esta o conceito mais importante de todos. É preciso dominar bem este conceito antes de começar a operar com opções. Em última instância o Theta é a essência das opções.

Voltemos a Tabela 1 acima. Peguem qualquer linha da coluna, escolham um preço da ação. Verão que com o passar do tempo, ainda que o preço da ação se mantenha fixo, a opção perderá valor.

Vejam por exemplo, ainda na Tabela 1, que se a ação está custando 49 reais a 70 dias do exercício das opções a opção de compra desta ação de R$50,00 estará custando R$2,25 (valor teórico). Se a 35 dias do exercício a ação custar os mesmos 49 reais, a opção terá decaído para R$1,43 com perda significativa de valor, sem modificacão no preço da ação. Chegamos a 7 dias do exercício e a nossa ação continua custando 49 reais. Agora, a opção de compra de R$50,00 estará custando somente 0,44. E, se no dia do exercício o ativo fechar nos mesmos 49 reais a opção irá micar, virar pó (expirar sem valor).

A passagem do tempo fez a opção cair de R$2,25 para zero sem modificação no preço da ação. Especialmente aos que compram opções a seco, é muito importante entender isto. Voc6e estará comprando algo super faturado, que só terá valor se a ação a qual a opção corresponde subir expressivamente de valor. Entende-se

aqui porque a maioria das pessoas que costumam comprar opções a seco para especular perdem todo o dinheiro na maioria das vezes.

É óbvio que se o preço da ação subir significativamente, pode-se ganhar bastante dinheiro comprando opções. Mas ainda assim, o tempo irá exercer sua função:

Ainda na Tabela 1, supondo que você compra a opção de R$50,00 a 70 dias do exercício quando a ação naquela época estava cotada a 47 reais, por R$1,40. Depois disso, a ação tem um crescimento substancial e no dia do exercício fecha a 53,00. Você poderá vender sua opção por R$3,00 obtendo lucro.

Ainda assim observe que se a ação fechar no dia do exercício a 51,00 o que é um aumento expressivo em relação aos 47,00 do dia que você comprou a opção, você só poderá vender sua opção por R$1,00 e terá prejuízo. É óbvio que poderão ocorrer outras oportunidades de lucro durante o exercício.

Na compra de opções a seco, deve-se ter em conta que, quando ocorre queda de valor do ativo (ação), somado a passagem do tempo a perda de valor das opções e bastante expressiva pois estes dois fatores se multiplicam.

Voltemos a Tabela 1. Imagine que a 70 dias do vencimento você compra a opção de compra de 50 reais do ativo teórico da tabela. Naquele dia a ação estava cotada a 51 reais logo a opção lhe custou R$3,40. Passam-se 21 dias e a 49 dias do vencimento a ação caiu para 45 reais. A sua opção estará valendo apenas 0,50.

Em 21 dias a ação perdeu em torno de 12% do seu valor e a opção, em contra-partida perdeu quase 85% do seu valor. Estudem a Tabela 1 e criem diversos exemplos como os acima, e perceberão o efeito que o tempo tem sobre as opções. Fatores Externos (Taxas de Juros, Dividendos) As taxas de juros tem pouco efeito sobre o preço das opções, mas o valor das opções de compra tendem a subir com o aumento das taxas de juros.

Os dividendos, também aumentam o valor das opções, já que o valor dos dividendos é subtraído do preço de exercício das opções. Isto é, se você possui uma opção de preço de exercício de 50 reais e a ação subjacente distribui 0,50 de dividendos por ação, a sua opção passará a ter preço de exercício de R$49,50 o que tenderá a elevar o valor da opção. Volatilidade e o Preço das Opções A volatilidade nada mais é do que a expectativa de movimentos (variação de preços) de um determinado ativo. Quanto maior for esta expectativa, maior será a volatilidade. A volatilidade é um conceito primordial das opções e teremos um capítulo desta série somente para discutir a volatilidade. Por enquanto estaremos somente resumindo de que forma ela interfere com o preço das opções.

A relação da volatilidade da ação subjacente com o preço das opções é direta - conforme o percentual de volatilidade aumenta, o preço das opções aumenta.

A volatilidade se refere aos movimentos de preço da ação subjacente. Maior volatilidade significa que se espera maiores movimentos, e um maior movimento justifica preços maiores das opções.

Deve-se lembrar que os preços das opções são baseados na volatilidade esperada do ativo subjacente. Matematicamente a volatilidade é não-direcional (isto é, a volatilidade apenas mede o quanto a ação tenderá a se movimentar mas não para que lado ocorrerá este movimento). Se o mercado espera maiores flutuações de preço da ação, esta flutuação poderá ser para cima ou para baixo. Consequentemente, quando uma maior volatilidade é esperada, os preços das opções, tanto de compra quanto de venda, aumentam.

Com um aumento na volatilidade, opções at -the-money (dentro do dinheiro) aumentarão de preço mais do que as opções ou-of-the-money (fora do dinheiro) por causa de como os preços são distribuídos de acordo a probabilidade. matematicamente uma ação que está cotada a R$50,00 terá sempre uma maior probabilidade de se mover R$1,00 do que R$6,00 não importa em que direção. Isso explica porque opções in-the-money (dentro do dinheiro) tem preços maiores do que opções out-of-the -money (fora do dinheiro).

A volatilidade é o único fator desconhecido dos cinco que alteram o preço das opçõe s. Todos os outros são determinados e observados sem maiores problemas. Logo, pode-se concluir que o preço teórico de uma opção é em última instância um valor subjetivo porque a seleção de uma estimativa de volatilidade é subjetiva. No final, a volatilidade futura (e desconhecida) da ação é que determina o valor verdadeiro de uma opção e a volatilidade futura, obviamente, não pode ser conhecida. Estaremos desenvolvendo este e outros conceitos de volatilidade em capítulos posteriores de nossa série.

Como os Diversos Elementos afetam o Preço das Opções Esta série está sendo escrita baseada nos livros Options: Essential Concepts and Trading Strategies; Stocks for Options Trading: Low -Risk, Low-Stress Strategies for Selling Stock Options- Profitably; e também no livro The Options Course: High Profit & Low Stress Trading Methods.

Como foi visto em "Elementos que Determinam o Preço de uma Opção", os cinco componentes do valor teórico de uma opção são: 1. Preço do ativo subjacente 2. Preço de exercício da opção 3. Tempo que resta até a data de exercício (Theta) 4. Fatores externos (taxas de juros, dividendos, etc) 5. Volatilidade do ativo subjacente

Agora que os cinco elementos do valor teórico de uma opção, foram introduzidos, o segundo passo (ou o segundo nível de entendimento) é entender como uma mudaná em cada elemento afeta o valor teórico de uma opção.

As questões que tentamos responder Sabendo que as mudanças nos preços das opções não são constantes com as mudanças no preço das ações, como as mudanças nos preços das opções podem ser medidas? Como o preço das opções se deteriora com o passar do tempo? Como mudanças na volatilidade afetam os preços das opções? DELTA - O Efeito da Mudança de Preço da Ação No capítulo anterior dissemos que "conforme o preço da ação sobe, o valor teórico da opção (de compra) sobe de uma forma não linear a uma taxa crescente." Primeiro, o aumento de preço da opção é somente uma fração do aumento de preço da ação. Esta fração aumenta, conforme o preço da ação sobe. Quando a ação está significativamente acima do preço de exercício, o movimento da opção se aproxima de 100% do movimento da ação. É esta "fração do movimento de preço da ação"que é conhecida como Delta.

Como um exemplo assuma que a ação subjacente sobe R$1,00 e a opção sobe somente R$0,25. Neste caso, o Delta da opção é .25 (ou 25%), pois a opção se movimentou 25% do movimento de preço da ação.

O Delta, entretanto, não é estático. O Delta de uma opção muda conforme a opção muda de out -of-the -money (fora do dinheiro) para in-the-money (dentro do dinheiro). O preço de uma opção out -of-the-money se modifica por um pequeno percentual do movimento de preço da ação. O preço de uma opção at -the-money se modifica por aproximadamente 50% do movimento de preço da ação (Delta de .5 ou 50%). Conforme uma

opção vai se tornando mais in-the-money, seu Delta aumenta e gradualmente se aproxima de 100% ou 1.00. Isso significa que o preço de uma opção profundamente in-the-money se movimenta real a real com o movimento de preço da ação. O conceito de Delta é demonstrado na Tabela IV - 1 a seguir. Tabela IV - 1 : Delta das Opções de Compra Opção de Compra de preço de exercício de R$50,00; Volatilidade da ação está em 35% e faltam 90 Dias para o Exercício

Preço da Ação Valor Teórico Delta

56 7.25 0.78

55 6.50 0.75

54 5.75 0.71

53 5.13 0.68

52 4.50 0.64

51 3.87 0.60

50 3.25 0.54

49 2.75 0.50

48 2.40 0.46

47 2.20 0.41

46 1.87 0.36

45 1.43 0.32

44 1.20 0.27

Vocês verão que existem pequenas diferenças se formos utilizar o Delta corretamente. isso acontece porque o Delta é uma medida teórica designada para pequenos movimentos e não para variações intensas (no caso da table IV - 1 - variações de um real.)

O Delta é importante porque ele dá uma estimativa geral do valor esperado da mudança de preço de uma opção. "Geral" é a palavra correta. Muitas vezes, traders de opções, pensam somente no que vai acontecer no dia do vencimento. Tal fôcus, entratento, é limitante.

Como um exemplo, assuma que você espera que PETR4 que está cotada a R$50,00 no momento, suba fortemente quando o seu balanço anual for divulgado na próxima semana.

Ao invés de comprar a ação, você compra a opção de exercício a R$50,00 para limitar seu risco no caso dos balanços serem desfavoráveis. Para este exemplo, assuma que a opção de R$50,00 está cotada a R$2,00, seu Delta e .50, e que ação se movimenta para cima R$1,00 indo a R$51,00.

Se a ação moveu R$1,00 espera-se que a opção que tem Delta de .50 movimente-se metade de R$1,00 que são R$0,50 chegando a R$2,50. A análise, no vencimento, entretanto, traz resultados completamente diferentes. Com a ação a R$51,00 na data do vencimento, a opção de R$50,00 estará custando R$1,00. Já que a opção foi comprada a R$2,00, resultará em uma perda de R$1,00.

Este é um resultado totalmente diferente do lucro de R$0,50 realizado no movimento da ação e da opção na época da divulgação dos balanços.

Seu timing de trading determinará qual análise está correta. Era sua intenção vender a opção imediatamente depois da divulgação do balanço para um lucro rápido? Ou era sua intenção guardar a opção até a data de vencimento com o desejo de exercer a opção e comprar a ação se a opção estivesse in-the -money?

Na primeira situação, o especulador estava contando em um movimento de alta de curto prazo. A compra da opção limitou o risco de queda, e um lucro de R$0,50 por opção foi realizado quando a opção foi vendida no movimento depois da divulgação do balanço. Na segunda situação, o comprador da opção desejava comprar a ação, mas estava utilizando a opção como uma alternativa limitadora de riscos. Se este comprador estivesse errado sobre a ação, e a ação tivesse uma queda abrupta durante este período, a perda estaria limitada aos R$2,00 pagos pela opção.

GAMMA - A Taxa de Mudança no Delta Como pode ser visto pela Tabela IV-1 , o Delta não se modifica apenas de acordo com mudanças de preço do ativo subjacente, mas também em taxas diferentes se a opção estiver in-the-money, at -the -money ou out -of-the-money. Por exemplo, quando a ação se movimentou de R$50 para R$51,00 , o Delta da opção mudou de .54 para .60 - uma mudança de .06 (6%). Entretanto, quando a ação subiu de 55 para 56, o Delta se elevou de .75 para .78 - uma mudança de .03 (3%). Estas taxas de mudança no Delta são chamadas de Gamma. Adicionando uma terceira coluna a Tabela IV - 1, podemos visualizar o Gamma e ver como ele se altera.

Tabela IV - 2 : Gamma, a Taxa de Mudança do Delta

Opção de Compra de preço de exercício de R$50,00 com Volatilidade da ação em 35% e faltando 91 Dias para o Exercício.

Preço da Ação Valor Teórico Delta Gamma

55 6.50 0.75 0.0319

54 5.75 0.71 0.0362

53 5.13 0.68 0.0402

52 4.50 0.64 0.0440

51 3.87 0.60 0.0475

50 3.25 0.54 0.0504

49 2.75 0.50 0.0529

48 2.40 0.46 0.0542

47 2.20 0.41 0.0548

46 1.87 0.36 0.0543

45 1.43 0.32 0.0526

Para demonstrar o conceito de Gamma claramente, é necessário utilizar ao menos três casas decimais. Tal refinamento é importante para o investidor profissional que opera com uma grande quantidade de opções. O típico investidor individual não deve levar tão em conta este conceito. Para o típico investidor individual,

seleção das ações e análise do mercado em geral são, de longe, os mais importantes aspectos. Como Deltas se modificam com o tempo Conforme o tempo passa em direção a data de expiração, o Delta de uma opção, se modifica de forma diferente dependendo se a opção está at-the-money, in-the-money, ou out -of-the-money.

Opções in-the-money serão exercidas no vencimento. Isto significa que, conforme o vencimento vai se aproximando, o Delta de uma opção in-the -money gradualmente aumenta para 1.00.

No outro extremo, o Delta de uma opção out -of-the-money gradualmente se aproxima de 0(zero) porque opções out-of-the-money expiram sem valor.

O Delta das opções at-the-money são objeto de uma interessante discussão teórica. A discussão é teórica porque raramente uma opção está exatamente at-the-money.

Assuma, entretanto que uma ação está cotada exatamente ao preço de exercício de uma opção. Conforme o tempo passa em direção ao vencimento, o Delta para a opção permanece bem próximo a 0.50. Isto pode parecer difícil de compreender, mas é importante separar completamente o efeito do tempo no preço da opção e o efeito do tempo no Delta.

O preço de uma opção gradualmente diminui com o passar do tempo, mas independente do preço total da opção, uma mudança de 1 ponto no ativo subjacente, irá causar uma mudança de aproximadamente 0.5 ponto na opção at -the-money. Isto permanece verdadeiro em qualquer momento até o vencimento da opção. No instante do vencimento, com o preço da ação exatamente no preço de exercício da opção, o Delta instantaneamente cai para zero, pois a opção vai expirar sem valor (micar). Mas em teoria, mesmo um segundo antes do vencimento, a opção tem um Delta de 0.5.

Theta - Deterioração pelo Tempo O Theta é a taxa em que o preço de uma opção decai por unidade de tempo. Ainda que ele seja derivado de um conceito matemático sofisticado, é util para todos os tipos de especuladores que trabalham com opções. Para especuladores, o Theta é útil em planejar a duração dos trades. Se um especulador planeja sair de uma operação antes do vencimento, o conhecimento da deterioração pelo tempo é fundamental em decidir exatamente quando fazer isso. O trader iria balancear o Theta contra o efeito Delta na opção derivado de movimentos da ação subjacente.

Vega - Mudanças na Volatilidade O Vega de um opção é a mudança no valor da opção que resulta de mudanças na volatilidade. Vegas são expressados na unidade monetária. Por exemplo se uma mudança de 1% na volatilidade causa uma mudança de R$0,25 no valor da opção, significa que a opção tem um Vega de 0.25. O vega é matematicamente similar ao Delta e o theta, pois é um derivativo primário. O Vega não se modifica muito a não ser que a ação subjacente se movimente consideravelmente em relação ao preço de exercício da opção.

Influência de Fatores Externos Nos exemplos e definições acima, para fins de compreensão, foi assumido que não haveriam dividendos, custo do dinheiro ou exercício precoce. No mundo verdadeiro, estes fatores afetam os preços das opções.

Dividendos Quando dividendos são distribuidos pelas empresas, eles afetam diretamente o preço de exercíco das opções e por consequ6encia o preço total das opções. Por exemplo se PETR4 distribui 1 real de dividendos por opção, a opção de preço de exercício de R$50,00 passará a ter preço de exercício de R49,00. Obviamente isto tenderá a elevar o preço da opção.

Usualmente ocorre uma perda de valor da ação, após a distribuição dos dividendos, oq ue irá terminar por equilibrar o processo.

Custo do Dinheiro O custo do dinheiro é uma consideração importante para todos os investidores porque a perfomance dos investimentos é medida em relação ao investimento padrão de pequeno risco (Renda Fixa por exemplo).

Em resumo, quanto maior o custo do dinheiro, maior terá que ser o seu rendimento nas operações com opções para atingir o ponto de lucro. Por exemplo, para um país com custo de 2% ao mês, você terá que deduzir estes 2% ao mês do rendimento final (lucro) da sua operação para verificar se realmente houve lucro. Se você apurou uma lucratividade de 6% em uma operação de 90 dias, não estará no lucro neste fictício exemplo. Já que os juros devem ser calculados sobre juros, em três meses teríamos: 6,12% para ser deduzido da lucratividade de 6%, logo a operação deu prejuízo de 0,12% e não lucro de 6%. Isto porque se o dinheiro tivesse sido colocado na Renda Fixa teria rendido 6,12% sem riscos grandes, como o de operações em opções. Não compensa você tomar um risco maior para ter um rendimento menor.

Introdução a Volatilidade Esta série está sendo escrita baseada nos livros Options: Essential Concepts and Trading Strategies; Stocks for Options Trading: Low -Risk, Low-Stress Strategies for Selling Stock Options- Profitably; e também no livro The Options Course: High Profit & Low Stress Trading Methods.

Introdução A volatilidade é a mais usada e a menos compreendida palavra nos negócios com opções. Para a maioria das pessoas o termo volatilidade tem uma definição intuitiva que relaciona com os movimentos dos preços, e a intuição está correta.

Tomando como exemplo o período de um ano, pode-se dizer que uma ação que teve máxima de 120 e mínima de 80 neste período foi mais volátil que outra ação que foi negociada entre 105 e 95 no mesmo período.

Em um período mais curto, pode ser dito que uma ação com uma variação diária de R$5,00 é mais volátil que outra que possui uma variação diária de R$2,00. Assumindo que as duas possuem preços semelhantes.

Deve-se ter em conta que as caracaterísticas de volatilidade de uma ação, pode se alterar dramaticamente a qualquer momento.

Outro fator que faz a volatilidade ficar mais confusa, é o fato de que existem quatro diferentes tipos: Histórica, futura, esperada e implícita (ou sub-entendida).

Volatilidade Histórica A volatilidade histórica é uma medida dos movimentos de preços de uma ação que ocorreram durante um período de tempo no passado. Especificamente, volatilidade de preços de ações é o desvio anualizado das variações diárias de preços. Vamos exemplificar isto melhor:

Tabela V-1 : Cálculo da Volatilidade Histórica

Ação A Ação B

Fechamento Variação Fechamento Variação

Dia 1 51 51

Dia 2 51.50 0.0098 51.75 0.0147

Dia 3 50.60 -0.017 50.36 -0.0266

Dia 4 50.85 0.0049 50.75 0.0074

Dia 5 51.60 0.0147 52.25 0.0296

Dia 6 51.36 -0.0048 51.75 -0.0096

Dia 7 51.60 0.0049 52.12 0.00725

Dia 8 51.50 -0.0024 51.75 -0.0072

Dia 9 51.35 -0.0024 51.25 -0.0097

Dia 10 51.50 0.0024 51.50 0.0049

VH 10 Dias

- 13.90% - 24.70%

Reparem que os preços das ações A e B iniciam o período de 10 dias em 51,00 e terminam em 51,50. Mas a ação B tem variações de preços maiores durante o período. Isto levou a uma volatilidade maior para a ação B. Se as duas ações tivessem uma opção de vencimento e preço de exerçicio semelhantes no Dia 10, esperaria-se um preço maior para a opção da ação B do que para a opção da ação A, ainda que as duas ações tenham o mesmo preço base.

Volatilidade e Preço das Opções Vamos começar por um exemplo bastante simples: Considere a Ação A que tem o preço atual de R$100,00 e só tem duas possibilidades no dia do vencimento das opções: R$99,00 ou R$101,00. Não estamos considerando neste exemplo simplificado o tempo para o exercício.

Tabela V - 2 : Cálculos do Valor Esperado - Volatilidade de 1 ponto

Probabilidade Preço Esperado

Ação Preço Esperado

Opção

101 50% 0,50 X 101 0,50 X 1,00

100 - - -

99 50% 0,50 X 99 0,50 X 0

Total 100 0,50

Total Preço Esperado da Ação: (0,50 X 101) + (0,50 X 99) = 100 Total Preço Esperado da Opção: (0,50 X 1,00) + (0,50 X 0) = 0,50

Com o preço da ação começando em R$100,00 e só podendo aumentar um real para R$101 ou cair um real para R$99,00, o preço da ação tem uma volatilidade de um ponto - um movimento de um ponto, independente da direção.

O valor final da opção de R$100,00 desta ação dependerá do valor final da ação no dia do exercício. Se a ação subir para R$101,00, a opção terá um valor de R$1,00. Se o valor da ação decair para R$99,00, a opção vai expirar sem valor e terá valor de R$0,00.

Sabendo os preços finais possíveis para a ação e a probabilidade que cada um possa ocorrer, é possível calcular valores esperados para a ação e a opção de R$100,00.

Valor Esperado é um conceito estatístico que significa o resultado médio. A presunção é que o evento é repetido um grande número de vezes para que cada resultado esperado ocorra de acordo com sua possibilidade estatística.

Retornando a Tabela V-2 , ocorre uma chance de 50% que a ação suba para R$101,00 e uma chance de 50% que a ação caia para R$99,00. Consequentemente, o resultado da média balanceada, ou o preço esperado da ação é de R$100,00 como pode ser visto no cálculo abaixo da tabela.

O valor esperado da opção é de 0,50 como pode ser visto no cálculo abaixo da tabela.

Modificando a Volatilidade

O exercício acima nos traz a seguinte pergunta: Se a magnitude dos movimentos para cima e para baixo se modificar, o que acontecerá com os valores esperados?

Tabela V-3 : Cálculos do Valor Esperado - Volatilidade de 2 pontos

Probabilidade Preço Esperado Ação

Preço Esperado Opção

102 50% 0,50 X 102 0,50 X 2,00

100 - - -

98 50% 0,50 X 98 0,50 X 0

Total 100 1,00

Total Preço Esperado da Ação: (0,50 X 102) + (0,50 X 98) = 100 Total Preço Esperado da Opção: (0,50 X 2,00) + (0,50 X 0) = 1,00

Neste exemplo, assumimos que o preço da ação, começando em R$100,00, pode aumetar ou cair R$2,00. A volatilidade, sem levar em conta a direção, aumentou para dois pontos.

O preço esperado calculado para a ação permanece em R$100,00, apesar da maior volatilidade.

No caso da opção, entretanto, a maior volatilidade da ação, resulta em um valor esperado calculado diferente.

A um preço de R$102,00 para a ação, no dia do exercício, a opção de R$100,00 estrá cotada a R$2,000. A um preço de R$98,00 para a ação, no dia do vencimento das opções, a opção de R$100,00 não é exercida e termina com um valor de R$0,00. Como existe um chande de 50% de cada uma das possibilidades ocorrerem, o valor esperado calculado para a opção é de R$1,00.

Os cálculos são mostrados abaixo da Tabela V-3.

Deve-se notar que o preço esperado calculado da mesma opção dobrou de preço devido ao aumento da volatilidade. Isso demonstra bem como a volatilidade interefre nos preços das opções. Enquanto que no primeiro exe mplo, o preço esperado para a opção era de R$0,50 ; no segundo exemplo, espera-se R$1,00 como preço da opção. Isto, estando a ação nos mesmos R$100,00.

Uma Analogia a Volatilidade Há duas diferenças entre as situações mostradas nas tabelas V-2 e V -3: Primeiro, um tamanho diferente no movimento para cima ou para baixo - a volatilidade. O exemplo com movimento de dois pontos pode ser dito como mais volátil que o exemplo com movimento de um ponto apenas.

A segunda diferença é o valor esperado calculado para a opção de R$100,00: R$0,50 para o primeiro exemplo e R$1,00 para o segundo exemplo. Mas é importante notar que não há nenhuma diferença para o valor esperado calculado da ação subjacente; ambos os caso apresentavam um valor esperado para a ação de R$100,00.

Isto leva ao primeiro conceito importante a cerca da volatilidade: um aumento na volatilidade aumenta o valor esperado da opção de R$100,00, mas não afeta o valor esperado da ação subjacente. Ainda que apresentado de forma simplificada, esta é uma conclusão geral que se mostra verdadeira no mundo mais sofisticado da matemática superior. Logo, conclui-se que o aumento da volatilidade irá levar a aumento teórico dos preços das opções sem alterar a expectativa em relação ao preço das ações.

Buying Call Options Esta série está sendo escrita baseada nos livros Options: Essential Concepts and Trading Strategies; Stocks for Options Trading: Low -Risk, Low-Stress Strategies for Selling Stock Options- Profitably; e também no livro The Options Course: High Profit & Low Stress Trading Methods.

Comprando Opções de Compra

Esta é a estratégia com opções mais popular. Se o preço do ativo adjacente subir suficientemente, o comprador de opções de compra pode obter lucros de muitas vezes o investimento inicial.

Uma opção de compra, como já sabe (ver Conceitos Básicos) dá ao comprador o direito (mas não o dever) de comprar o mesmo número de ações que ele possui em opções, a um preço especificado, em qualquer data até o vencimento da mesma.

Como um comprador de opções de compra, você terá três estratégias diferentes para seguir:

1. Vender a opção de compra antes do exercício; 2. Exercer a opção de compra e comprar o número correspondente de ações; 3. Deixar que a opção de compra expire sem valor; Você nunca estará obrigado a comprar as ações quando você é o comprador da opção. O vendedor, por outro lado, tem a obrigação de lhe entregar as ações pelo preço combinado se assim você desejar. A decisão que você faz como o dono das opções de compra depende de: 1. O movimento atual da ação subjacente e seu efeito no valor da opção;

2. Suas razões iniciais para comprar a opção de compra 3. Sua postura perante o risco e a sua postura perante tirar logo os lucros ou esperar para ter um possível lucro maior no futuro (que também pode virar prejuízo). Compreendendo a Vida Limitada de um Opção de Compra Você pode se transformar em um comprador de opções de compra simplesmente pelo interesse de ter um lucro dentre um pequeno período de tempo. Este lucro é realizado vendendo a opção a um valor mais alto do que você pagou por ela, ou exercendo a opção, comprando a ação subjacente por um valor abaixo do mercado. A opção de compra pode também ser utilizada para contra-balancear (hedge) uma posição de venda descoberta na ação subjacente.

Todo investidor é submetido a riscos, e o risco para os comprados não é o mesmo que para os vendidos. Antes de se tornar um comprador de opções de compra. examine o risco e se torne completamente familiar com as perdas potenciais, bem como os ganhos potenciais. Já que a opção comprada existirá somente por um determinado período de tempo, você terá que conseguir chegar a seus objetivos antes do vencimento, ou o investimento se tornará sem valor.

Qualquer pessoa que já comprou ações sabe que o tempo é uma regalia. De fato, uma das verdades sobre a bolsa de valores é que os melhores investidores são usualmente pacientes. Leva tempo para companias amadurecerem, e o crescimento a longo prazo significa que os donos de ações normalmente tem que sentar e esperar diversos anos antes que seu investimento esteja realmente dando lucro. O comprador de ações decide quando e se quer vender. A maioria das pessoas compra ações para receber dividendos e lucros a longo prazo (ao menos deveria ser assim), então o tempo é um benefício. Compradores de opções de compra, por outro lado, não podem esperar tanto tempo. Para o comprador de opções de compra, o tempo é um inimigo.

Uma simples comparação entre comprar ações e comprar opções define a especulação. Tipicamente especuladores aceitam o risco de perda total em troca da oportunidade de lucros potenciais substanciais. Já que uma quantidade relativamente pequena de dinheiro é suficiente para se comprar opções de compra de uma razoável quantidade de ações, é razoável chamar a compra de opções de compra de uma forma de alavancagem. Umas das formas mais comuns de alavancagem e pegar dinheiro emprestado para investir. Comprar opções é outra forma. Como as opções são somente direitos e não inclui propriedade absoluta de um bem, e porque elas existem somente por um período limitado de tempo, elas são apostas paralelas no mercado. Um comprador está apostando que o valor da ação vai aumentar, e um vendedor está apostando que o valor da ação vai cair. Lucros e prejuízos rápidos e significativos ocorrem para os compradores de opções de compra, e saber as extensões destes lucros e prejuízos potenciais é um primeiro passo muito importante.

Saber no que você está se metendo, determinando que esta estratégia é adequada para você, e compreendendo os riscos envolvidos define se você pode entrar neste investimento. É muito comum que investidores saibam somente o potencial de lucros de uma estratégia e não estejam cientes dos riscos.

Vamos nos utilizar de exemplos para demonstrar como esta estratégia (call buying) pode ser adequada a uns e não a outros.

Exemplo 1: Um investidor tem quase nenhuma experiência de mercado, só comprou algumas poucas ações e não sabe bem como o mercado funciona. Ele tem R$1000,00 para investir hoje e decide que deseja obter um lucro o mais rápido possível. Um amigo conta para ele que lucros rápidos e grandes podem ser conseguidos comprando opções de compra. Ele precisa de ao menos R$1500,00 em dois meses para saldar um dívida. Na verdade ele não pode suportar o risco, mas e le deseja comprar 3 lotes de opções de comprar por R$3,00 cada, totalizando, neste caso, R$900,00. Se a ação subir 3 reais, ele pode dobrar seu dinheiro; se a ação cair, ou não se mover, ele perde todo seu dinheiro.

O investimento em opções (notadamente a compra de opções de compra) não é adequada a este investidor. Ele não sabe que fatores fazem as ações subirem ou cairem, ele não tem condições financeiras de arriscar seus R$1000,00, ele conhece o potencial de lucro da estratégia mas desconhece o risco.

Nota do Bastter Vejam, se esta situação descrita acima não é extremamente comum em nosso meio. Agora vou traduzir literalmente uma parte de um dos livros de opções que eu utilizo e vocês terão ideia do absurdo que está ocorrendo em alguns de nosso Home -Broker: "NESTA SITUAÇÃO, O CORRETOR É RESPONSÁVEL EM RECONHECER QUE A COMPRA DE OPÇÕES DE COMPRA NÃO É ADEQUADA. O CORRETOR DEVE DESENCORAJAR ESTE INVESTIDOR DA COMPRA E, SE O INVESTIDOR INSISTIR, O CORRETOR DEVE SE RECUSAR A EXECUTAR A ORDEM." Surpreendente não. Pois aqui em alguns lugares tem se feito ao contrário, incentivando pessoas que nem sabem o que são opções, que nunca nem negociaram ações a comprar opções de compra com seu pouco dinheiro, sem saber no que estão se metendo. Estão matando a galinha dos ovos de ouro, isso é o que eu acho. Voltemos ao texto:

Compradores de opções de compra que obtem sucesso, desenvolvem um acurado senso de timing. Entretanto este sentido cresce da observação de como a ação adjacente se movimenta. Não é somente o timing baseado nos movimentos das ações que é importante, mas também a distância entre a compra e o vencimento das opções também afeta o nível de risco, e este nível pode ser diferente para cada ação. Já que estas noções são extremamente importantes para o call buyer, e leva tempo para adquirí-las, o novato tende a ter mais perdas do que lucros.

Exemplo 2: Uma investidora tem diversos anos de experiência no mercado financeiro. Ainda que ela nunca tenha investido em opções, ela estudou bastante esta modalidade de investimento. Ele simulou alguns investimentos em opções, para treinar antes de arriscar seu dinheiro. fazendo isso começou a compreender os padrões de mudanças de preço. Ela possui um portfolio razoável de ações relativamente seguras e cotas de fundos de ações e aproximadamente R$1000,00 em dinheiro para arriscar no mercado de opções. Ela deseja comprar as mesmas opções de compra cotadas a R$3,00, gastando R$900,00 e conhece os potenciais de lucro e prejuízo.

Esta situação é totalmente diferente da anterior. Esta investidora entende o mercado, ela pode suportar a perda de R$1000,00; ela conhece o potencial de ganho e o risco. E, ainda que ela tenha pouca experiência em opções, ela estudou este mercadoe até treinou com trades virtuais.

Julgando a Opção de Compra A maioria dos compradores de opções de compra perdem dinheiro! Mesmo com o conhecimento mais adiantado de ações e do mercado de opções, este fato não deve ser esquecido. Em muitos casos, a ação subjacente aumenta de valor, mas não o suficiente para exceder o theta (valor do tempo) declinante na opção. Então, em algumas instâncias, uma ação que sobe modestamente não é suficiente para produzir lucros para o investidor em opções.

Exemplo 1: Você compra uma call por R$4,00 gastando 400 reais quando ela estava no dinheiro (at-the-money) - o preço de mercado da ação e o de exercício da opção eram semelhantes = R$45,00. No dia do vencimento das opções, a ação subiu para R$47,00, mas a opção está valendo somente R$2,00. Porque? Todo o prêmio de R$4,00 no dia em que você comprou era de theta (valor do tempo) e o valor intríssico era de zero (Nota do Bastter - entendam aqui porque é mais fácil ganhar dinheiro vendendo do que comprando opções). Os R$4,00 de valor do tempo se evaporam completamente até o dia do vencimento. Com a elevação do preço da ação para R$47,00, a opção passou a ter um valor intríssico de R$2,00 (47,00 - 45,00 - preço de exercício). A melhor alternativa neste caso seria vender a opção logo antes do vencimento por R$2,00 e aceitar o prejuízo de R$200.

Exemplo 2: Você comprou uma opção de compra dois meses atrás por R$0,37 quando a ação estava R$7,00 out -of-the-money (fora do preço), ou seja a ação estava sendo negociada R$7,00 abaixo do preço de exercício da opção que você comprou. Chega o dia do vencimento das opções. A ação subiu neste período R$6,00, o que é uma subida bem forte. Entretanto a opção não vale nada porque mesmo com a forte subida da ação, a opção permanece out -of-money (preço de exercício acima do valor de mercado da ação). O prêmio na hora da compra da opção era consistido somente de valor do tempo, e não havia nenhum valor intríssico.

Compradores de opções de compra perderão dinheiro se eles não determinarem objetivos. Se o valor do prêmio cair abaixo do seu preço de compra, eles precisam vencer não somente o preço em queda, mas o tempo. Por isso é importante estabelecer sempre um stop, para diminuir suas perdas em determinado ponto. Por outro lado, se o prêmio subir de preço, saiba aonde você venderá e realizará lucros. Se não for assim, o lucro de hoje, poderá desaparecer amanhã e a oportunidade será perdida. os call buyers que sucedem, são aqueles que tem stops e objetivos pré-detrminados e os cumprem com disciplina.

Exemplo 3: Você compra uma call a R$4,00 gastando R$400,00 para tanto. Coloca um stop em R$2,00 aceitando uma perda de R$200,00. Determina também que irá realizar lucros de R$300,00 se a opção estiver valendo R$7,00. Você sabe que com opções de compra, o tempo é sempre limitado e as oportunidades podem não se re petir. Como um comprador de opções de compra, normalmente você não tem uma segunda chance.

Pode ser possível ter lucros somente com o valor do tempo, significando comprar uma opção out -of-money (preço de exercício acima do preço de mercado da ação), mas não conte sempre com isso. Quanto maior a distância entre o valor de mercado da ação e o preço de exercício da opção, menor a sua chance de ter lucros com a compra de opções de compra.

Estabelecendo Objetivos para o Call Buying A maioria das pessoas pensa em comprar opções como uma atividade puramente especulativa. Se o preço subir, você realiza um lucro, se o preço cair, você perde. Ainda que isso seja essencialmente verdade sobre a compra de calls, elas podem ser utilizadas de outras formas:

Objetivo 1: Alavancar uma Posição Alavancar significa utilizar uma pequena quantidade de dinheiro para controlar um grande investimento. Esta é a descrição perfeita da compra de opções de compra. Por algumas centenas de reais, você controla uma grande quantidade de ações. Por controle queremos dizer que você pode decidir comprar aquela quantidade de ações a qualquer tempo antes do exercício. Alavancar uma posição é a principal razão de se comprar opções de compra - isto é calls produzem o potencial para ganhos substanciais através do uso de uma pequena quantidade de dinheiro. Esta é a razão porque tantos investidores assumem o risco de se comprar opções. O potencial de lucro torna este investimento interessante para eles. Vamos exemplificar como pode-se obter lucros rapidamente comparando a compra de opções de compra com a compra de ações:

Assuma que você está comparando os riscos entre a compra de um lote de ações ou a compra de um lote de opções relativas aquela ação, com vencimento para daqui a quatro meses. A ação está sendo negociada a R$62,00. Um lote da ação custará R$6200,00. Um lote de opções de compra com preço de exercício de R$60,00 está custando R$5,00 o que lhé custará R$500,00. Do prêmio total desta opção dois pontos são valor intríssico e 3 pontos são valor do tempo.

Como uma comprador de calls, seu plano é vender a opção antes do vencimento. Como a maioria dos call buyers, você não tem intensão de exercer a opção e comprar o lote de ações, mas espera que o valor de mercado da ação suba o suficiente para que o valor intríssico da opção cresça também. Isso produzirá um lucro.

Por apenas R$500,00 você controla um lote de ações valendo R$6200,00. Isso é alavancagem. Você não precisa investir R$6200,00 para ter controle. Por outro lado o investidor que compra as ações e não as opções, recebe dividendos e não precisa ficar pressionado pelo tempo. Sem contar as comissões, impostos e corretagens, vamos ver o que poderia acontecer:

Se a ação subir 5 pontos, o lucro de R$500,00 do investidor que comprou um lote de ações representa 8,1%. No caso do call buyer, o lucro de R$500,00 com o mesmo aumento, irá representar 100% de lucro! Mas ele só terá este lucro se o aumento de R$5,00 em valor intríssico ocorrer antes da perda dos R$3,00 de valor do tempo. Se o aumento de R$5,00 ocorrer no momento do exercício, ele seria na verdade um aumento de somente R$2,00 (devido a perda dos R$3,00 de valor do tempo).

Tabela B - IIa Comparação da taxa de lucro entre compra de ações e opções

Variação no preço da Ação

Ação Opção

Result ados Retorno Resultados Retorno

Aumento de preço de 5 reais R$500,00 8,1% R$500,00 100%

Aumento de preço de 1 real R$100,00 1,6% R$100,00 20%

Nenhuma mudança no preço 0 0 0 0

Queda de preço de 1 real -R$100,00 -1,6% -R$100,00 -20%

Queda de preço de 5 reais -R$500,00 -8,1% -R$500,00 -100%

obs: considera-se que o aumento de preço da ação ocorreu no início do exercício, quando o preço da opção ainda possuia valor do tempo.

Como um call buyer, você está sob pressão do tempo, por duas razões. Primeiro a opção irá expirar em uma data determinada no futuro. Segundo, conforme o data de vencimento das opções se aproxima, a taxa de perda em relação ao valor do tempo acelera. Por isso a chance de perda do comprador de opções é maior. Um aumento no valor da ação subjacente não é suficiente. O aumento tem que ser o suficiente para suplantar o valor do tempo que se perde e permitir um lucro acima do preço de exercício que exceda o prêmio pago.

Você pode comprar opções com valor do tempo mínimo ou sem valor do tempo. Mas para fazer isso, você tem que selecionar calls que estão próxima a data de vencimento, logo você terá pouco tempo para que o valor da ação suba.

Exemplo 1: Na primeira semana de Maio, a opção de vencimento em Maio com preço de exercício de R$50,00 está sendo vendida por R$2,00 e a ação subjacente está sendo negociada no mercado a R$51,60. (A opção está R$1,60 in-the -money). Você compra um lote de opções considerando que somente R$0,40 da mesma são valor do tempo. Se a ação subir R$1,00, você terá lucros. Já que o tempo é curto, suas chances de realizar lucro são pequenas. Mas os lucros se ocorrerem serào próximos a real por real com o movimento da ação. Se por um acaso a ação subir R$3,00, você pode dobrar seu dinheiro em um ou dois dias. É claro que se a ação cair R$2,00 ou mais, você perderá todo seu dinheiro.

Quanto maior o tempo para o exercício, maior o valor do tempo do prêmio da opção e maior o aumento do preço da ação que você necessitará somente para manter o valor da opção. Para o comprador de opção, a interação entre tempo e valor do tempo é crucial.

Exemplo 2: Você compra uma opção por R$5,00 quando o preço da ação está próximo ao preço de exercício da opção (R$30,00). Sua vantagem é que faltam quatro meses para o exercício da opção. Durante três meses e meio a ação permanece acumulando em torno deste valor e o preço da opção, principalmente devido a valor do tempo, cai progressivamente. Subtamente a 10 dias do exercício a ação sobe para R$33,00, mas porque agora a maioria do valor do tempo já desapareceu, a opção só vale R$3,00 e você perdeu R$200,00 mesmo com a ação tendo aumentado de preço. Se este aumento súbito da ação tivesse ocorrido a um ou dois meses atrás, teria refletido no preço da opção de outra forma, e você poderia ter realizado um lucro consistente. Este exemplo mostra a fundamental relação do tempo e valor do tempo para o preço das opções.

Comprar opções para alavancar uma posição, controlando um lote de ações ou mais, usando uma quantidade relativamente pequena de dinheiro - oferece o potencial de ganhos substanciais. Mas porque o valor do tempo declina conforme a data de exercício se aproxima, os riscos são também grandes. Mesmo com o melhor timing

e análise, é extremamente difícil conseguir lucros sonsistentes através da compra de opções de compra quando se necessita de um aumento de preço nas mesmas através do tempo.

Objetivo 2 - Limitar os Riscos De certa forma, o volume limitado de dinheiro que você investe quando compra calls reduz o seu risco. As perdas de quem possui ações são substancialmente maiores quando o preço da ação cai.

Exemplo 1: Você comprou uma opção a dois meses atrás e pagou um prêmio de R$5,00 (R$500,00). A data de vencimento está próxima é neste momento a opção está virtualmente sem valor, já que o preço da ação caiu R$12,00 neste período estando bem abaixo do preço de exercício da opção. Você espera perder os R$500,00 mas em comparação quem possui a ação está perdendo R$1200 pela mesma quantidade de ações. Você controlou aquela quantidade de ações utilizando somente R$500,00, significando menos capital sob risco, suas perdas são limitadas a somente R$500,00. Por outro lado, quem possui a ação pode esperar a ação subir de novo, ainda que leve anos, mas quem possui opções precisa que o preço da ação suba ainda durante o exercício da opção ou perde tudo.

O fator do tempo é um obstáculo a limitação de riscos através da compra de opções. Você só terá um benefício enquanto a opção existir, sendo o vencimento uma realidade da qual você não pode fugir. Quem possui ações tem mais dinheiro em jogo, mas não se preocupa com datas de vencimento. Ações não vencem. Não faz sentido comprar opções somente para limitar riscos. Este é um benefício colateral da alavancagem. Você pode assumir que se você compra uma opção, se rá na expectativa de que o preço da ação suba no futuro imediato. Mas na eventualidade que você esteja errado, suas perdas são limitadas a quantidade que você está arriscando na forma do prêmio.

Objetivo 3 - Planejar Compras Futuras Quando você possui uma opção de compra, você fixa o preço de uma compra futura na eventualidade que você decida exercer a mesma. Este uso das calls vai além da pura especulação.

Exemplo 1: O mercado recentemente experimentou um grave declínio de preços. Você vem observando uma ação que lhe interessa, que vinha sendo negociada entre R$50,00 e R$60,00. Você gostaria de comprar um lote aos preços baixos de hoje (R$39,00). Você acredita que quando o mercado reverter, esta ação se mostrará uma barganha a este preço. Mas você não possui R$3900 neste momento para comprar um lote. Você receberá esta quantidade de dinheiro em aproximadamente dois meses. Sem saber o que poderá acontecer neste período de tempo, mas esperando que uma reversão ocorra no mercado, uma solução é comprar um lote de opções.

Para fixar o preço, você pode comprar calls enquanto o mercado está em queda, com a intenção de exercer estas opções quando você obtiver o dinheiro. A vantagem desta estratégia é que seu investimento é limitado. Então se você estiver errado e a ação continuar a cair, você perde somente o valor do prêmio.

Objetivo 4 - Hedge de Vendas Uma razão final para comprar calls é para proteger uma posição vendida na ação subjacente ou em opções da mesma ação. A maioria dos investidores compram ações na esperança que os preços das ações subirão no futuro. Em algum momento eles pretendem vender aquelas ações com lucro. Outros investidores acreditam que as ações iram cair, e vendem ações ou opções (shorting). Se eles estiverem certos, os preços cairão e eles poderão fechar suas posições com lucro.

Exemplo 1: Um investidor vende um lote de uma determinada ação a R$58,00. Um mês depois o valor da ação caiu para R$52,00. Ele compra o lote de ação realizando um lucro de R$600,00.

O risco de quem vende descoberto, como o exemplo acima é ilimitado. Se ele estiver errado e o valor da ação subir, ele só poderá fechar sua posição comprando um lote da ação a um preço maior do que vendeu. Para se proteger deste risco, os shorters podem comprar opções.

Exemplo 2: Um investidor vende um lote de ações a R$58,00. Ao mesmo tempo ele compra um lote de opções daquela ação com preço de exercício de R$65,00 pagando um prêmio de R$0,87. Seu risco não é mais ilimitado. Se o preço de mercado subir acima de R$65,00, o valor da opção protege a posição.O risco é limitado a 7 pontos.

A mesma coisa pode ser feita com opções, quando se vende por exemplo uma opção de preço de exercício de R$40,00 e compra-se a mesma quantidade na de preço de exercício de R$44,00. Seu risco estará limitado a R$4,00. Desta forma, coloca-se um limite no risco da venda.

Buying Put Options Esta série está sendo escrita baseada nos livros Options: Essential Concepts and Trading Strategies; Stocks for Options Trading: Low -Risk, Low-Stress Strategies for Selling Stock Options- Profitably; e também no livro The Options Course: High Profit & Low Stress Trading Methods.

Comprando Opções de Venda Infelizmente as opções de venda, em nosso país, ainda não adquiriram a liquidez necessária para podemos operar com as mesmas. Por isso, apesar de considerar uma estratégia deveras interessante, vou falar resumidamente do assunto.

Vocês se lembram que o comprador de opções de compra adquire o direito de comprar a mesma quantidade de ações. Em comparação, uma opção de venda (put) dá ao comprador o direito de vender a mesma quantidade de ações. O prêmio pago para adquirir uma put, dá ao comprador este direito.

No lado oposto desta transação está o vendedor de opções de venda, que concorda em comprar a quantidade determinada de ações ao preço de exercício, se o comprador assim exigir.

Como um comprador de opções de venda (put buyer), você tem uma escolha a fazer no futuro próximo:

1. Você pode vender a opção antes do vencimento; 2. Pode exercer a opção e vender a quantidade determinada de ações ao preço de exercício; 3. Pode deixar a opção expirar sem valor (micar) Você não está obrigado a vender as ações relativas as opções. Esta é uma decisão sua. É um direito não uma obrigação. O vendedor, entretanto, estará obrigado a comprar as ações, se você decidir exercer a opção.

A decisão que você toma, como um put buyer, depende dos mesmos fatores que motivam os call buyers:

1. O movimento da ação subjacente e como este movimento afeta o prêmio da opção; 2. Seus objetivos com a compra da opção e as condições atuais do mercado em relação a estes objetivos 3. Sua disposição de esperar uma série de eventos entre agora e a data do vencimento ou ter um lucro certo.

Compreendendo a Vida Limitada de uma Opção de Venda

Se você acredita que uma ação vai perder valor, você pode:

1. Vender a ação (shorting) 2. Vender opções de compra 3. Comprar opções de venda

Shorting de ações é uma estratégia de especuladores que acreditam que o valor da ação irá cair. Se eles estiverem certos, eles consiguirão fechar suas posições com lucro. Vender ações é uma atividade perigosa. O risco é bem maior do que comprar ações. Se o preço da ação sobe, o shorter terá que assumir um prejuízo. E este não tem limites. Diferente de quando se compra uma ação onde o maior risco é o dinheiro que você pagou pela ação.

Vender opções de compra apresenta teoricamente o mesmo risco. A única diferença aqui, é que a venda de opções pode ser coberta pela posse da mesma quantidade de ações o que torna o risco limitado.

A estratégia final para aqueles que acreditam que o preço da ação vai cair, é comprar opções de venda (buying putts). Você tem alguns dos riscos do vendedor de opções de compra.

No caso do putt buyer, o tempo está contra ele. Se o preço da ação cai, mas não o suficiente para superar o theta (valor do tempo), você sairá no zero a zero ou com perdas limitadas. Se o preço da ação subir e a opção espirar sem valor (micar), mesmo assim seu risco está limitado ao que você pagou de prêmio pela opção. Diferente da venda da ação ou de opções de compra, a compra de opções de venda é uma operação com riscos limitados

A grande vantagem de comprar opções de venda é que você pode se beneficiar das quedas do mercado (que andam muito frequentes por sinal) sem ter que assumir os riscos de vender opções de compra ou ações.

Para que você ganhe comprando opções de venda é necessário que a ação tenha uma perda de valor grande e rápida o suficiente para suplantar o valor do tempo, que fará com que a opção perda valor. lembre-se você está comprando opções de venda. Elas passam a valer mais se o preço da ação cai. Se a ação permanece estável ou perde pouco valor, a opção de venda tende a perder valor com o passar do tempo.

A compra de opções, sejam opções de compra ou de venda, só deve ser feita por quem conhece perfeitamente os riscos e acompanha os preços da ação subjacente a algum tempo. Você tem que estar disposto a perder todo o valor que pagou pelo prêmio. Não pode haver dúvidas: Comprar uma opção é um investimento de risco, e só deve ser feito se você tem condições de assumir uma perda.