"CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

127
1ª. AULA OS MÉDIUNS E SUAS APTIDÕES 1 ª Aula - Parte A OS MÉDIUNS E SUAS APTIDÕES A mediunidade nasce com o ser humano. É uma faculdade ligada, inseparavelmente, ao homem; portanto, como diz Kardec - "não constitui um privilégio para ninguém, porquanto apresenta uma variedade infinita de matizes". Existem aqueles nos quais a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada; em outros, não é percebida, mas existe. A mediunidade não é percebida em todas as pessoas da mesma maneira, porque decorre das condições evolutivas de cada um e do seu estado atual, bem como do estado espiritual do comunicante. A mediunidade não depende de sexo, idade ou temperamento, sendo encontrada em todas as categorias de indivíduos, desde a mais tenra idade até a mais avançada. Para o exercício da faculdade mediúnica "a fé não é a condição rigorosa; sem dúvida, lhe secunda os esforços, mas não é indispensável; a pureza da intenção, o desejo e a boa vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu malgrado, enquanto crentes e sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica" (LM, 2ª Parte, cap. XVII, item 209). O agente é o fluido perispirítico. A ligação ocorre entre o Perispírito do comunicante e o do médium; portanto, o Espírito comunicante não "entra" no corpo do médium, ou seja, ele não "incorpora" no médium. Toda gesticulação, trejeitos, fungação, bocejos, gritos, choros, risadas, bater as mãos e pés e até sotaque em idiomas estrangeiros são atitudes decorrentes da má educação mediúnica. O Espírito que deseja comunicar-se procura um indivíduo apto a receber-lhe as impressões e a servir-lhe, nem sempre com consciência do médium. A ligação é feita de acordo com o grau de afinidade existente entre ambos. Os Espíritos se manifestam de maneiras diversas, mas os médiuns se agrupam em duas categorias: os involuntários e os facultativos. Os involuntários agem por iniciativa dos Espíritos, e os facultativos por iniciativa própria. Todos os gêneros de fenômenos espíritas podem produzir-se pelos médiuns. A ignorância e a incredulidade têm atribuído aos médiuns um poder sobrenatural e, segundo os tempos e os lugares, eles têm sido considerados santos ou feiticeiros, loucos ou

description

A mediunidade não depende de sexo, idade ou temperamento, sendo encontrada em todas as categorias de indivíduos, desde a mais tenra idade até a mais avançada. Para o exercício da faculdade mediúnica "a fé não é a condição rigorosa; sem dúvida, lhe secunda os esforços, mas não é indispensável; a pureza da intenção, o desejo e a boa vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu malgrado, enquanto crentes e sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica" (LM, 2ª Parte, cap. XVII, item 209). O agente é o fluido perispirítico. A ligação ocorre entre o Perispírito do comunicante e o do médium; portanto, o Espírito comunicante não "entra" no corpo do médium, ou seja, ele não "incorpora" no médium. Toda gesticulação, trejeitos, fungação, bocejos, gritos, choros, risadas, bater as mãos e pés e até sotaque em idiomas estrangeiros são atitudes decorrentes da má educação mediúnica. O Espírito que deseja comunicar-se procura um indivíduo apto a receber-lhe as impressões e a servir-lhe, nem sempre com consciência do médium. A ligação é feita de acordo com o grau de afinidade existente entre ambos.

Transcript of "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Page 1: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

1ª. AULAOS MÉDIUNS E

SUAS APTIDÕES

1 ª Aula - Parte A

OS MÉDIUNS E SUAS APTIDÕES

A mediunidade nasce com o ser humano. É uma faculdade ligada, inseparavelmente, ao homem; portanto, como diz Kardec - "não constitui um privilégio para ninguém, porquanto apresenta uma variedade infinita de matizes".

Existem aqueles nos quais a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada; em outros, não é percebida, mas existe. A mediunidade não é percebida em todas as pessoas da mesma maneira, porque decorre das condições evolutivas de cada um e do seu estado atual, bem como do estado espiritual do comunicante.

A mediunidade não depende de sexo, idade ou temperamento, sendo encontrada em todas as categorias de indivíduos, desde a mais tenra idade até a mais avançada. Para o exercício da faculdade mediúnica "a fé não é a condição rigorosa; sem dúvida, lhe secunda os esforços, mas não é indispensável; a pureza da intenção, o desejo e a boa vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu malgrado, enquanto crentes e sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica" (LM, 2ª Parte, cap. XVII, item 209).

O agente é o fluido perispirítico. A ligação ocorre entre o Perispírito do comunicante e o do médium; portanto, o Espírito comunicante não "entra" no corpo do médium, ou seja, ele não "incorpora" no médium. Toda gesticulação, trejeitos, fungação, bocejos, gritos, choros, risadas, bater as mãos e pés e até sotaque em idiomas estrangeiros são atitudes decorrentes da má educação mediúnica.

O Espírito que deseja comunicar-se procura um indivíduo apto a receber-lhe as impressões e a servir-lhe, nem sempre com consciência do médium. A ligação é feita de acordo com o grau de afinidade existente entre ambos.

Os Espíritos se manifestam de maneiras diversas, mas os médiuns se agrupam em duas categorias: os involuntários e os facultativos. Os involuntários agem por iniciativa dos Espíritos, e os facultativos por iniciativa própria. Todos os gêneros de fenômenos espíritas podem produzir-se pelos médiuns. A ignorância e a incredulidade têm atribuído aos médiuns um poder sobrenatural e, segundo os tempos e os lugares, eles têm sido considerados santos ou feiticeiros, loucos ou visionários. O Espiritismo descobre neles a simples manifestação mediúnica.

Segundo os efeitos apresentados, os médiuns são divididos em duas grandes categorias: Médiuns de Efeitos Físicos e Médiuns de Efeitos Intelectuais (LM, l.a Parte, cap. XVI, item 187).

MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS - "São particularmente aptos para a produção dos fenômenos materiais, como os movimentos dos corpos inertes, os ruídos etc. Podem dividir-se em médiuns facultativos (têm

Page 2: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

consciência do seu poder e produzem fenômenos espíritas pela própria vontade) e médiuns involuntários (cuja influência dos Espíritos se exerce a seu malgrado)."

Esses fenômenos podem ser espontâneos ou provocados mas sempre com o concurso voluntário ou involuntário de, médiuns dotados dessa faculdade especial. O agente espiritual dessas manifestações é, geralmente, de ordem inferior.

Os Espíritos elevados só se ocupam de manifestações inteligentes e instrutivas (LM, 2.a Parte, cap. XlV, itens 160 e 161).

MÉDIUNS DE EFEITOS INTELECTUAIS - São os mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes.

Comenta Kardec que nos diferentes fenômenos produzidos sob a influência mediúnica, em todos há um efeito físico, e aos efeitos físicos se alia, quase sempre, um efeito inteligente, sendo difícil determinar o limite entre os dois.

Sob a denominação de médiuns de efeitos intelectuais incluem-se os sensitivos ou impressionáveis, os auditivos, falantes, videntes, intuitivos, sonâmbulos, curadores, escreventes ou psicógrafos, pneumatógrafos, inspirados, de pressentimento, médiuns proféticos.

Algumas destas faculdades mediúnicas já foram estudadas no primeiro ano do curso e outras serão analisadas nos capítulos seguintes, deste tomo.

De modo geral, pode-se dizer que os médiuns sentem a presença dos Espíritos por uma vaga impressão, uma espécie de tremor dos membros, de formigamento que, às vezes, nem sabem explicar. O médium pode adquirir tal sutileza que lhe permite reconhecer, pela natureza da impressão, se o Espírito é bom ou mau, e até a sua individualidade, como o cego reconhece, instintivamente, a aproximação dessa ou daquela pessoa. Um bom Espírito produz impressão suave e agradável; e a impressão de um mau, ao contrário, é penosa, asfixiante e desagradável, produzindo a sensação de coisas imundas (LM, 2.a Parte, cap. XVI, item 187 e n° 65 e seguintes).

Parte B - SONAMBULISMO - PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

SONAMBULISMO

- Diz Kardec, em "Obras Póstumas"(l) que "o sonambulismo é um estado transitório entre a encarnação e a desencarnação; constitui um desprendimento parcial, um pé antecipadamente posto no mundo espiritual".

Costuma-se distinguir, entretanto, diferentes ordens de "fenômenos no sonambulismo". Numa delas, o sonâmbulo age sob a influência do próprio Espírito. Neste caso, é a alma do médium que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos normais, caracterizando o que se denomina de "fenômenos anímicos". Existem, ainda, os casos das pessoas que se levantam, andam e falam, durante o sono, constituindo um ramo diferente no sonambulismo, porquanto, aí, é o Espírito da pessoa que, liberte parcialmente pelo sono, comanda o corpo

Page 3: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

físico para realizar esta ou aquela atividade. Há, também, uma terceira hipótese em que se considera um médium sonambúlico propriamente dito, quando seu Espírito, parcialmente liberto do corpo, torna-se instrumento de uma inteligência estranha.

"A experiência mostra que os sonâmbulos recebem, também, comunicações de outros Espíritos, que lhes transmitem o que eles devem dizer e suprem a sua insuficiência" (LE questões 425 a 438).

Este estado de desprendimento parcial indica, a princípio, que todos os médiuns, onde haja a emancipação da alma, são sonambúlicos, incluindo-se, aí, os videntes, os audientes, os de psicofonia, etc.

De modo geral, costuma-se distinguir o médium sonambúlico dos demais, pelo estado de independência da alma, mais completo. "No sonambulismo, o Espírito está na posse total de si mesmo; os órgãos materiais, estando de qualquer forma em catalepsia, não recebem mais as impressões exteriores" (LE, questão 425).

Diz, ainda, Kardec (2): "Na visão à distância, o sonâmbulo não distingue um objeto ao longe, como o faríamos nós com o auxílio de uma luneta. Não é o objeto, por uma ilusão de ótica, que se aproxima dele, ele é que se aproxima do objeto. Em uma palavra, transporta-se para esse lugar e vê o objeto como se estivesse ao seu lado".

Bibliografia:

SEARA DOS MÉDIUNS, lição 48 - Emmanuel.

O LIVRO DOS MÉDIUNS - LM, 2." Parte - cap XIV; XVII e XIX - Allan Kardec. :."

LIVRO DOS ESPÍRITOS - LE - Allan Kardec.

ESTUDANDO A MEDIUNlDADE, caps. VI, VII e XXIV - Martins Peralva. :."

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ESE, cap. XXVIII, itens 8 a 10 - Allan Kardec.

(1) OBRAS PÓSTUMAS - Op, 2ª Edição, 1ª parte - Controvérsias

Sobre a Idéia da Existência de Seres Intermediários Entre o Homem e Deus, pág. 63 - Allan Kardec.

2) OBRAS PÓSTUMAS - Op, 2ª Edição, 1ªparte - Causa e Natureza da clarividência Sonambúlica - Explicação do Fenômeno da Lucidez, pág. 67 Allan Kardec .

NOTA: A partir desta lição, será utilizada a sigla LM para designar "O Livro dos Médiuns", LE para "O Livro dos Espíritos", ESE para "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e OP para "Obras Póstumas", de Allan Kardec.

PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

Em Atos dos Apóstolos, 2: 17-18 ( cap.2 versículos 17 a 18) lê-se: "E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito

Page 4: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

sobre toda a carne; e profetizarão vossos filhos e vossas filhas, e os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão sonhos. E naqueles dias, derramarei do meu Espírito sobre os meus servos e sobre as minhas servas, e profetizarão".

Os Médiuns são os intérpretes e os instrumentos dos Espíritos. "Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e que a voz dos Espíritos penetrasse por toda parte, a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade. É com esse objetivo que os Espíritos se manifestam hoje por toda a Terra, e que a mediunidade, revelando-se entre pessoas de todas as idades e de todas as condições, entre homens e mulheres, crianças e velhos, constitui um sinal de que os tempos chegaram. Para conhecer as coisas do mundo visível e decobrir os segredos da natureza material, Deus concedeu aos homens a vista física, os sentidos corporais e os instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha o seu olhar nas profundidades do espaço, e com o microscópio descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar o mundo invisível, deu-lhe a mediunidade. Os Médiuns são os intérpretes do ensino dos Espíritos, ou melhor, são os instrumentos materiais pelos quais os Espíritos se exprimem nas suas comunicações com os homens. Sua missão é sagrada porque tem por fim abrir-lhes os horizontes da vida eterna.

Os Espíritos vêm instruir o homem sobre o seu futuro, para conduzi-lo ao caminho do bem, e não para poupar-lhe o trabalho material que lhe cabe neste mundo, para o seu próprio adiantamento, nem para favorecer as suas ambições e a sua cupidez. Eis do que os médiuns devem compenetrar-se bem, para não fazerem mau uso de suas faculdades. Aquele que compreende a gravidade do mandato de que se acha investido, cumpre-o religiosamente. Sua consciência o condenaria, como por um ato sacrílego, se transformasse em divertimento e distração, para si mesmo e para os outros, as faculdades que lhe foram dadas com uma finalidade séria, pondo-o em relação com os seres do outro mundo. Como intérpretes do ensinamento dos Espíritos, os médiuns devem desempenhar um papel importante na transformação moral que se opera. Os serviços que podem prestar estão na razão da boa orientação que derem às suas faculdades, pois os que seguem o mau caminho são mais prejudiciais do que úteis à causa do Espiritismo: pelas más impressões que produzem, retardam mais de uma conversão. Eis por que terão de prestar contas do uso que fizeram das faculdades que lhes foram dadas para o bem de seus semelhantes.

O médium que não quer perder a assistência dos Bons Espíritos, deve trabalhar pela própria melhoria. O que deseja que a sua faculdade se engrandeça e desenvolva, deve engrandecer-se moralmente, abstendo-se de tudo o que possa desviá-la da sua finalidade providencial. Se os Bons Espíritos as vêzes se servem de instrumentos imperfeitos, é para bem aconselhá-los e procurar levá-los ao bem; mas se encontram corações endurecidos, e se os seus conselhos não são ouvidos, retiram,se, e os maus têm então o campo livre. A experiência demonstra que, entre os que não aproveitam os conselhos dos Bons Espíritos, as comunicações, após haverem alguns clarões, durante certo tempo, acabam por cair no erro, na verbosidade vazia e no ridículo, sinal incontestável do afastamento dos Bons Espíritos.

Obter a assistência dos Bons Espíritos e livrar-se dos Espíritos levianos e mentirosos, deve ser o objetivo dos esforços constantes de todos os médiuns sérios. Sem isso a mediunidade é uma faculdade estéril, que pode mesmo reverter em prejuízo daquele que a possui, degenerando em obsessão perigosa (ESE, cap. XXVIII, item 9).

Page 5: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Tudo está relacionado à nossa ligação mental, os afins se atraem.

Nenhum médium deve orgulhar-se, envaidecendo-se de sua faculdade. Se suas comunicações merecerem elogios, deve recebê-los como acréscimo de responsabilidade e não como mérito pessoal. Se derem motivos a críticas, não deve ofender-se, nem melindrar-se, nem alegar, como defesa, que o problema é do Espírito comunicante, porquanto um médium evangelizado e consciente de sua responsabilidade estará sempre envolvido e protegido por Bons Espíritos.

Recomenda-se, portanto, ao bom médium, antes de realizar comunicação com o mundo invisível, preparar-se, adequadamente, através da prece e da boa conduta íntima que, em síntese, resumem-se no "Orai e Vigiai".

Obs.: Para saber mais sobre este assunto: ver a Parte A, da 6.a Aula.

Bibliografia:

ESE, cap. XXVIII, itens 8 a 10. ATOS DOS APÓSTOLOS, cap. 2.

QUESTIONÁRIO

A) Os MÉDIUNS: FORMAÇÃO DOS MÉDIUNS - DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE

1 - O que é mediunidade? Seu exercício depende de quê?

2 - Qual é o agente de ligação entre o médium e o Espírito comunicante? E como é feita essa ligação?

3 - Destaque algumas faculdades mediúnicas. Comente sucintamente sobre médiuns de efeitos físicos.

4 - Fale sucintamente sobre médiuns videntes, falantes, auditivos, inspirados e de pressentimentos.

5 - O que se entende por médiuns curadores, psicógrafos e pneumatógrafos? Comente sucintamente.

B) SONAMBULISMO - PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

1 - O que é sonambulismo? Como se manifesta? Comente sucintamente.

2 - Quem são médiuns? Com que objetivo os Espíritos se manifestam?

3 - Para que os Espíritos vêm instruir os homens?

4 - Como deve proceder o bom médium, para se bem assistido?

5 - Como deve trabalhar o médium, para que sua mediunidade seja produtiva?

3 - Parte - C

D.P.M.: DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO - AS CINCO FASES

Page 6: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Nesta aula recordar todas as fases trabalhadas no ano anterior, seguindo o roteiro abaixo:

- Preparação individual

- Preparação do ambiente

- Concentração

- 1ª fase - Percepção de Fluidos

- 2ª fase - Aproximação

- 3ª fase - Contato

- 4ª fase - Envolvimento

- 5ª fase - Manifestação

LEMBRETE: Como suporte, vide no site, no ícone MEDIUNIDADE, o livro DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO DE EDGARD ARMOND.

.................Todos os questionários poderão ser respondidos também através do ícone MEDIUNIDADE.

2ª. AULAMÉDIUNS PASSIVOS

1 - Parte A - MÉDIUNS PASSIVOS: Mecânicos ou Inconscientes - Intuitivos - Inspirados. Médiuns Psicofônicos ou de Incorporação

Médiuns Escreventes ou Psicógrafos

Das múltiplas formas de comunicação mediúnica, a psicografia é certamente a mais segura, a mais completa e a mais fácil de fiscalizar. Pode, inclusive, produzir-se em plena luz.

Todos os esforços devem ser feitos para o seu desenvolvimento, porque através desse mecanismo é que se permite estabelecer relações permanentes e regulares com os Espíritos.

Foi pela psicografia que ALLAN KARDEC deixou as OBRAS DA CODIFICAÇÃO, convindo anotar que, de início, Kardec usou a "cestinha de vime" para as comunicações, com as meninas Boudin em suas pesquisas sobre os Espíritos (LM, 2ª Parte, cap. XIII, itens 152 a 158).

Assim, dentro dessa característica mediúnica, pode-se dividi-la em médiuns mecânicos, intuitivos, semimecânicos e de inspiração.

a) Mecânicos ou Autômatos: São os médiuns que não têm consciência do que escrevem. O Espírito expressa o seu pensamento, agindo, diretamente, sobre a mão do médium, de forma a não ocorrer influência por parte do pensamento do intermediário. O médium toma conhecimento do pensamento do Espírito depois que escreveu. A escrita, às vezes, é limpa e legível; em outras, é ilegível, com muita dificuldade para ser lida.

Page 7: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Essa faculdade é a que maior garantia oferece, porque o médium não é mais que um instrumento, isto é, um agente passivo, e não deixa a menor dúvida sobre a independência do Espírito comunicante. No entanto, devem-se discutir e averiguar as produções do Além, com a mesma liberdade de apreciação com que se julgam as dos autores terrestres. A 1ª. Epístola de João, 4:1, adverte: "Não acrediteis em todos os Espíritos" .

b) Intuitivos: São os médiuns que têm consciência do que escrevem, embora não exprimam o próprio pensamento. O Espírito atua sobre a alma do médium, com a qual se identifica; "a alma, sob esse impulso, dirige a mão, e esta dirige o lápis" (LM, 2ª Parte cap. Xv, item 180). No mesmo item, diz Kardec que "o papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete". O médium toma consciência do pensamento do Espírito antes de o escrever; daí, os riscos de sua interferência nas comunicações.

Nem sempre é fácil distinguir se o pensamento é do Espírito ou do médium. Neste caso, deve-se examinar com acuidade o texto, porquanto o pensamento sugerido nunca é preconcebido pelo médium; "nasce, à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium".

c) Semimecânicos: São os médiuns que sentem uma impulsão dada à sua mão, para escrever, mas, ao mesmo tempo, têm consciência do que escrevem (LM, 2ª. Parte cap. XV, item 181).

O médium toma conhecimento do pensamento do Espírito, no mesmo instante em que escreve.

d) Inspirados: Formam uma variedade de mediunidade intuitiva, sendo muito difícil distinguir quando o pensamento é do médium ou do Espírito, No "O Livro dos Médiuns", 2ª. Parte, cap. XXXI, item X, "Sobre os Médiuns", lê-se: "Todos os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando eles sabem escutá-lo". Na mesma mensagem o Espírito comunicante diz: "Ouvi, pois, essa voz interior, esse bom gênio que vos fala sem cessar, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo da guarda, que vos estende a mão do alto do céu. Repito, a voz interior que fala ao coração é a dos Espíritos bons. E é desse ponto de vista que todos os homens são médiuns" (LM, 2ª. Parte, cap XV; ítens 179 a 182).

Muitos homens "escutam" essa VOZ interior: é o que se chama inspiração. Eles escrevem livros, poesias; pintam quadros, descobrem leis físicas, químicas, vacinas, medicamentos. Assim foram Sócrates, Joana D' Arc, Pasteur, Sabin, Fleming e tantos outros.

MÉDIUNS PSICOFÔNICOS OU DE INCORPORAÇÃO

Ao tempo de Kardec os médiuns psicofônicos eram chamados falantes (LM, 2ª.Parte, cap. XlV, item 166), uma categoria de médiuns nos quais "o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, tal como atua sobre a mão dos médiuns escreventes" .

Ensina J. Herculano Pires em seu livro "Mediunidade", cap. V, que "o ato mediúnico é o momento em que o Espírito comunicante e o médium se fundem na unidade psicoafetiva de comunicação. O Espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações

Page 8: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

irradiam-se do seu corpo espiritual, atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque vibratório, semelhante ao de um brando choque elétrico, reage o Perispírito do médium. Realiza-se a fusão fluídica. Há uma simultânea alteração no psiquismo de ambos. Cada um assimila um pouco do outro. Uma percepção visual desse momento comove o vidente que tem a ventura de captá-la. As irradiações perispirituais projetam sobre o rosto do médium a máscara transparente do Espírito. Compreende-se, então, o sentido profundo da palavra intermúndio. Ali estão, fundidos e ao mesmo tempo distintos, o semblante radioso do Espírito e o semblante humano do médium, iluminado pelo suave clarão da realidade espiritual. Essa superposição de planos dá aos videntes a impressão de que o Espírito comunicante se incorpora no médium. Daí, a errônea denominação de incorporação para as manifestações orais. O que se dá não é uma incorporação, mas uma interpenetração psíquica, como a luz atravessando uma vidraça".

André Luiz, em "Missionários da Luz", cap. 16, relata um caso de "incorporação", onde afirma que "mediunicamente falando, as medidas são as mesmas adotadas nos casos de psicografia comum, acrescentando-se, porém, que necessitaremos proteger, com especial carinho, o centro da linguagem na zona motora, fazendo refletir nosso auxílio magnético cobre todos os músculos da fala, localizados ao longo da boca, da garganta, laringe, tórax e abdômen".

Mostra, ainda, que o Espírito do médium, afastado do corpo físico, permanecia vigilante, porquanto "a casa física era seu templo, que urgia defender contra qualquer expressão desequilibrante". Diz, ainda, André Luiz, que "o processo de ncorporação comum era mais ou menos idêntico ao da enxertia da árvore frutífera. A planta estranha revela suas características e oferece seus frutos particulares, mas a árvore enxertada não perde sua personalidade e prossegue operando em sua vitalidade própria".

Bibliografia:

LM, 2." Parte - cap XV

MEDIUNIDADE (Vida e Comunicação) cap. V - J. Herculano Pires.

MISSIONÁRIOS DA LUZ - André Luiz.

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, Cap. 6 e 8 -André Luiz.

2 - Parte - B - ANALISAR AS COMUNICAÇÕES

É essencial ao dirigente espírita analisar a comunicação recebida, porquanto o engano cometido em uma delas poderá ocasionar um grande perigo para a Doutrina; por isso, Erasto (LM, 2a parte, cap. XX, item 230) recomenda "ser preferível rejeitar dez verdades a admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea". Isso contém uma lógica inconteste, pois uma verdade, se for rejeitada numa determinada época, ressurgirá, mais tarde, com novo ímpeto, ao passo que uma mentira, se for aceita, poderá acarretar grandes danos.

Aqueles que buscam o Espiritismo, como curiosidade, e, no intercâmbio com o Plano Espiritual solicitam exclusividade, poderão estar sujeitos a fracassos e erros. O egoísmo fecha as portas às aquisições morais. O

Page 9: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

relacionamento com os que estão no Mundo Espiritual deve ser de respeito e nunca de interferência para solução de problemas pessoais.

Quando domina esse exclusivismo, os enganos acontecem, retardando o aprimoramento das almas em relação. No mais, os Bons Espíritos não mandam o homem fazer isto ou aquilo, interferindo em seu livre-arbítrio, porquanto cabe ao homem a responsabilidade de seus atos. Lê-se no "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. XIII, item 13, a seguinte recomendação: "Não vos digo o que deveis fazer; deixo a iniciativa aos vossos bons corações, pois, se eu vos ditasse a linha de conduta, não teríeis o mérito de vossas boas ações".

Muitas vezes, também, pessoas bem-intencionadas, sinceras, mas inscientes das próprias necessidades, organizam programas de assistência e divulgam inverdades. Por isso, o Apóstolo João Evangelista recomendava ser fundamental que o homem atentasse não para quem fala, como Espírito, mas para a essência de suas palavras: "Não queirais crer em todo Espírito, mas examinai os Espíritos (para ver) se são de Deus" (1ª Epístola de João, cap. 4:1).

Allan Kardec, quando da codificação do Espiritismo, não aceitava uma mensagem para publicação sem fazer criteriosa análise dela, comparando-a com comunicações do mesmo teor recebidas em outras regiões do mundo; afirmava Kardec que, em sua posição, havia recebido comunicações através de diferentes médiuns, vindas de muitos Centros Espíritas sérios, espalhados por diversos pontos do mundo, estando, portanto, em condições de aquilatar quais os princípios em que a concordância se estabelecia; por isso, quando Camille Flammarion fez o discurso à beira do túmulo de Kardec o denominou de "Bom Senso Encarnado".

Escreve, ainda, Kardec(l), estabelecendo o princípio da concordância para fixar princípios da Doutrina que "a única garantia segura do ensino dos Espíritos está na concordância existente nas revelações feitas espontaneamente, através de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares".

Tanto o Antigo como o Novo Testamento são pródigos na citação de comunicações dadas por Espíritos. Não somente os profetas, mas também outros personagens dessas Escrituras o fizeram, salientando-se, entre eles, a figura exponencial do grande legislador hebreu, Moisés, sem falar em Jesus, que, no alto do monte Tabor se transfigura para falar com os Espíritos de Moisés e Elias.

É, pois, pela realidade desse intercâmbio e por saber que os Espíritos nada mais são que as almas dos homens que se foram do Planeta, na sua grande maioria ainda ignorantes e maldosos, que se devem analisar, criteriosamente, suas comunicações.

Bibliografia:

LM, 2ª Parte, Cap. XX, item 230

(1) ESE, Introdução, item II.

CAMINHO, VERDADE E VIDA, item 69 - Emmanuel.

Page 10: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

1ª. EPÍSTOLA DE JOÃO.

QUESTIONÁRIO

A) MÉDIUNS PASSIVOS: MECÂNICOS OU INCONSCIENTES - INTUITIVOS - INSPIRADOS - MÉDIUNS PSICOFÔNICOS OU DE INCORPORAÇÃO

1 - Fale sucintamente sobre médiuns escreventes.

2 - O que são médiuns mecânicos ou autômatos?

3 - O que são médiuns intuitivos?

4 - O que são médiuns semimecânicos e inspirados?

5 - Fale sobre a psicofonia ou "incorporação".

B) ANALISAR AS COMUNICAÇÔES

1 - Qual o dever do dirigente espírita quanto às comunicações e por quê?

2 - Como deve ser o relacionamento com o Plano Espiritual? Por quê?

3 - O que acontece quando o exclusivismo domina?

4 - Analise este texto de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. Xlll, item 13:

"Não vos digo o que deveis fazer; deixo a iniciativa aos vossos bons corações, pois, se eu vos ditasse a linha de conduta, não teríeis o mérito de vossas boas ações".

5 - Por que se devem analisar, criteriosamente, as comunicações? Explique.

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOGRAFIA

Dividir a classe em grupos conforme o número de monitores, distribuindo prancheta, papel e lápis ou caneta aos alunos, para o treinamento.

Proceder em seguida a seqüência da aula anterior, desde a preparação inicial até a manifestação, passando pelas fases intermediárias rapidamente.

Esclarecer que a psicografia poderá ser realizada com a mão esquerda ou a direita.

Incentivar os alunos para que escrevam mesmo pequenas frases, ou palavras, pois no processo inicial de desenvolvimento mediúnico (psicografia), o médium deverá começar pela intuição, telepatia, audiência, até chegar ao ponto de receber mensagens psicográficas mecânicas.

Page 11: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Cada monitor deverá acompanhar o desenvolvimento mediúnico do seu grupo, mantendo um controle escrito durante todo o ano.

2ª. AULAMÉDIUNS PASSIVOS

1 - Parte A - MÉDIUNS PASSIVOS: Mecânicos ou Inconscientes - Intuitivos - Inspirados. Médiuns Psicofônicos ou de Incorporação

Médiuns Escreventes ou Psicógrafos

Das múltiplas formas de comunicação mediúnica, a psicografia é certamente a mais segura, a mais completa e a mais fácil de fiscalizar. Pode, inclusive, produzir-se em plena luz.

Todos os esforços devem ser feitos para o seu desenvolvimento, porque através desse mecanismo é que se permite estabelecer relações permanentes e regulares com os Espíritos.

Foi pela psicografia que ALLAN KARDEC deixou as OBRAS DA CODIFICAÇÃO, convindo anotar que, de início, Kardec usou a "cestinha de vime" para as comunicações, com as meninas Boudin em suas pesquisas sobre os Espíritos (LM, 2ª Parte, cap. XIII, itens 152 a 158).

Assim, dentro dessa característica mediúnica, pode-se dividi-la em médiuns mecânicos, intuitivos, semimecânicos e de inspiração.

a) Mecânicos ou Autômatos: São os médiuns que não têm consciência do que escrevem. O Espírito expressa o seu pensamento, agindo, diretamente, sobre a mão do médium, de forma a não ocorrer influência por parte do pensamento do intermediário. O médium toma conhecimento do pensamento do Espírito depois que escreveu. A escrita, às vezes, é limpa e legível; em outras, é ilegível, com muita dificuldade para ser lida.

Essa faculdade é a que maior garantia oferece, porque o médium não é mais que um instrumento, isto é, um agente passivo, e não deixa a menor dúvida sobre a independência do Espírito comunicante. No entanto, devem-se discutir e averiguar as produções do Além, com a mesma liberdade de apreciação com que se julgam as dos autores terrestres. A 1ª. Epístola de João, 4:1, adverte: "Não acrediteis em todos os Espíritos" .

b) Intuitivos: São os médiuns que têm consciência do que escrevem, embora não exprimam o próprio pensamento. O Espírito atua sobre a alma do médium, com a qual se identifica; "a alma, sob esse impulso, dirige a mão, e esta dirige o lápis" (LM, 2ª Parte cap. Xv, item 180). No mesmo item, diz Kardec que "o papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete". O médium toma consciência do pensamento do Espírito antes de o escrever; daí, os riscos de sua interferência nas comunicações.

Nem sempre é fácil distinguir se o pensamento é do Espírito ou do médium. Neste caso, deve-se examinar com acuidade o texto, porquanto o pensamento sugerido nunca é preconcebido pelo médium; "nasce, à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium".

Page 12: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

c) Semimecânicos: São os médiuns que sentem uma impulsão dada à sua mão, para escrever, mas, ao mesmo tempo, têm consciência do que escrevem (LM, 2ª. Parte cap. XV, item 181).

O médium toma conhecimento do pensamento do Espírito, no mesmo instante em que escreve.

d) Inspirados: Formam uma variedade de mediunidade intuitiva, sendo muito difícil distinguir quando o pensamento é do médium ou do Espírito, No "O Livro dos Médiuns", 2ª. Parte, cap. XXXI, item X, "Sobre os Médiuns", lê-se: "Todos os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando eles sabem escutá-lo". Na mesma mensagem o Espírito comunicante diz: "Ouvi, pois, essa voz interior, esse bom gênio que vos fala sem cessar, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo da guarda, que vos estende a mão do alto do céu. Repito, a voz interior que fala ao coração é a dos Espíritos bons. E é desse ponto de vista que todos os homens são médiuns" (LM, 2ª. Parte, cap XV; ítens 179 a 182).

Muitos homens "escutam" essa VOZ interior: é o que se chama inspiração. Eles escrevem livros, poesias; pintam quadros, descobrem leis físicas, químicas, vacinas, medicamentos. Assim foram Sócrates, Joana D' Arc, Pasteur, Sabin, Fleming e tantos outros.

MÉDIUNS PSICOFÔNICOS OU DE INCORPORAÇÃO

Ao tempo de Kardec os médiuns psicofônicos eram chamados falantes (LM, 2ª.Parte, cap. XlV, item 166), uma categoria de médiuns nos quais "o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, tal como atua sobre a mão dos médiuns escreventes" .

Ensina J. Herculano Pires em seu livro "Mediunidade", cap. V, que "o ato mediúnico é o momento em que o Espírito comunicante e o médium se fundem na unidade psicoafetiva de comunicação. O Espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se do seu corpo espiritual, atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque vibratório, semelhante ao de um brando choque elétrico, reage o Perispírito do médium. Realiza-se a fusão fluídica. Há uma simultânea alteração no psiquismo de ambos. Cada um assimila um pouco do outro. Uma percepção visual desse momento comove o vidente que tem a ventura de captá-la. As irradiações perispirituais projetam sobre o rosto do médium a máscara transparente do Espírito. Compreende-se, então, o sentido profundo da palavra intermúndio. Ali estão, fundidos e ao mesmo tempo distintos, o semblante radioso do Espírito e o semblante humano do médium, iluminado pelo suave clarão da realidade espiritual. Essa superposição de planos dá aos videntes a impressão de que o Espírito comunicante se incorpora no médium. Daí, a errônea denominação de incorporação para as manifestações orais. O que se dá não é uma incorporação, mas uma interpenetração psíquica, como a luz atravessando uma vidraça".

André Luiz, em "Missionários da Luz", cap. 16, relata um caso de "incorporação", onde afirma que "mediunicamente falando, as medidas são as mesmas adotadas nos casos de psicografia comum, acrescentando-se, porém, que necessitaremos proteger, com especial carinho, o centro da linguagem na zona motora, fazendo refletir nosso auxílio magnético cobre todos os músculos da fala, localizados ao longo da boca, da garganta, laringe, tórax e abdômen".

Page 13: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Mostra, ainda, que o Espírito do médium, afastado do corpo físico, permanecia vigilante, porquanto "a casa física era seu templo, que urgia defender contra qualquer expressão desequilibrante". Diz, ainda, André Luiz, que "o processo de ncorporação comum era mais ou menos idêntico ao da enxertia da árvore frutífera. A planta estranha revela suas características e oferece seus frutos particulares, mas a árvore enxertada não perde sua personalidade e prossegue operando em sua vitalidade própria".

Bibliografia:

LM, 2." Parte - cap XV

MEDIUNIDADE (Vida e Comunicação) cap. V - J. Herculano Pires.

MISSIONÁRIOS DA LUZ - André Luiz.

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, Cap. 6 e 8 -André Luiz.

2 - Parte - B - ANALISAR AS COMUNICAÇÕES

É essencial ao dirigente espírita analisar a comunicação recebida, porquanto o engano cometido em uma delas poderá ocasionar um grande perigo para a Doutrina; por isso, Erasto (LM, 2a parte, cap. XX, item 230) recomenda "ser preferível rejeitar dez verdades a admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea". Isso contém uma lógica inconteste, pois uma verdade, se for rejeitada numa determinada época, ressurgirá, mais tarde, com novo ímpeto, ao passo que uma mentira, se for aceita, poderá acarretar grandes danos.

Aqueles que buscam o Espiritismo, como curiosidade, e, no intercâmbio com o Plano Espiritual solicitam exclusividade, poderão estar sujeitos a fracassos e erros. O egoísmo fecha as portas às aquisições morais. O relacionamento com os que estão no Mundo Espiritual deve ser de respeito e nunca de interferência para solução de problemas pessoais.

Quando domina esse exclusivismo, os enganos acontecem, retardando o aprimoramento das almas em relação. No mais, os Bons Espíritos não mandam o homem fazer isto ou aquilo, interferindo em seu livre-arbítrio, porquanto cabe ao homem a responsabilidade de seus atos. Lê-se no "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. XIII, item 13, a seguinte recomendação: "Não vos digo o que deveis fazer; deixo a iniciativa aos vossos bons corações, pois, se eu vos ditasse a linha de conduta, não teríeis o mérito de vossas boas ações".

Muitas vezes, também, pessoas bem-intencionadas, sinceras, mas inscientes das próprias necessidades, organizam programas de assistência e divulgam inverdades. Por isso, o Apóstolo João Evangelista recomendava ser fundamental que o homem atentasse não para quem fala, como Espírito, mas para a essência de suas palavras: "Não queirais crer em todo Espírito, mas examinai os Espíritos (para ver) se são de Deus" (1ª Epístola de João, cap. 4:1).

Allan Kardec, quando da codificação do Espiritismo, não aceitava uma mensagem para publicação sem fazer criteriosa análise dela, comparando-a com comunicações do mesmo teor recebidas em outras regiões do mundo; afirmava Kardec que, em sua posição, havia recebido

Page 14: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

comunicações através de diferentes médiuns, vindas de muitos Centros Espíritas sérios, espalhados por diversos pontos do mundo, estando, portanto, em condições de aquilatar quais os princípios em que a concordância se estabelecia; por isso, quando Camille Flammarion fez o discurso à beira do túmulo de Kardec o denominou de "Bom Senso Encarnado".

Escreve, ainda, Kardec(l), estabelecendo o princípio da concordância para fixar princípios da Doutrina que "a única garantia segura do ensino dos Espíritos está na concordância existente nas revelações feitas espontaneamente, através de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares".

Tanto o Antigo como o Novo Testamento são pródigos na citação de comunicações dadas por Espíritos. Não somente os profetas, mas também outros personagens dessas Escrituras o fizeram, salientando-se, entre eles, a figura exponencial do grande legislador hebreu, Moisés, sem falar em Jesus, que, no alto do monte Tabor se transfigura para falar com os Espíritos de Moisés e Elias.

É, pois, pela realidade desse intercâmbio e por saber que os Espíritos nada mais são que as almas dos homens que se foram do Planeta, na sua grande maioria ainda ignorantes e maldosos, que se devem analisar, criteriosamente, suas comunicações.

Bibliografia:

LM, 2ª Parte, Cap. XX, item 230

(1) ESE, Introdução, item II.

CAMINHO, VERDADE E VIDA, item 69 - Emmanuel.

1ª. EPÍSTOLA DE JOÃO.

QUESTIONÁRIO

A) MÉDIUNS PASSIVOS: MECÂNICOS OU INCONSCIENTES - INTUITIVOS - INSPIRADOS - MÉDIUNS PSICOFÔNICOS OU DE INCORPORAÇÃO

1 - Fale sucintamente sobre médiuns escreventes.

2 - O que são médiuns mecânicos ou autômatos?

3 - O que são médiuns intuitivos?

4 - O que são médiuns semimecânicos e inspirados?

5 - Fale sobre a psicofonia ou "incorporação".

B) ANALISAR AS COMUNICAÇÔES

1 - Qual o dever do dirigente espírita quanto às comunicações e por quê?

2 - Como deve ser o relacionamento com o Plano Espiritual? Por quê?

Page 15: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

3 - O que acontece quando o exclusivismo domina?

4 - Analise este texto de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. Xlll, item 13:

"Não vos digo o que deveis fazer; deixo a iniciativa aos vossos bons corações, pois, se eu vos ditasse a linha de conduta, não teríeis o mérito de vossas boas ações".

5 - Por que se devem analisar, criteriosamente, as comunicações? Explique.

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOGRAFIA

Dividir a classe em grupos conforme o número de monitores, distribuindo prancheta, papel e lápis ou caneta aos alunos, para o treinamento.

Proceder em seguida a seqüência da aula anterior, desde a preparação inicial até a manifestação, passando pelas fases intermediárias rapidamente.

Esclarecer que a psicografia poderá ser realizada com a mão esquerda ou a direita.

Incentivar os alunos para que escrevam mesmo pequenas frases, ou palavras, pois no processo inicial de desenvolvimento mediúnico (psicografia), o médium deverá começar pela intuição, telepatia, audiência, até chegar ao ponto de receber mensagens psicográficas mecânicas.

Cada monitor deverá acompanhar o desenvolvimento mediúnico do seu grupo, mantendo um controle escrito durante todo o ano.

4ª. AULAFORMAÇÃO DOS

MÉDIUNS

1 - Parte A - FORMAÇÃO DOS MÉDIUNS:

Desenvolvimento da Mediunidade (da Psicografia) - Mudança da Caligrafia - Perda e Suspensão da Mediunidade

Desenvolvimento da Mediunidade (Da Psicografia)

Não existem um processo para a formação de médiuns e um diagnóstico para a mediunidade. O mais aconselhável é uma orientação, um esclarecimento positivo, a fim de que os médiuns possam desenvolver-se com equilíbrio e segurança, e é apenas nos cursos de educação mediúnica, bem estruturados, que eles obterão um desenvolvimento proveitoso e equilibrado. Isto deverá acontecer normalmente, e o médium deverá estudar bem os vários tipos de mediunidade, para não se envolver negativamente, evitando vaidades, lucros, proveitos e desenganos.

Page 16: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

O médium, antes, durante ou depois do curso, sentirá indícios chamados de "Sintomas de Mediunidade". Ao terminar o curso, ele continuará seus estudos para ir-se desenvolvendo cada vez mais, com amor e conhecimento. Um instrumentista musical, ou qualquer um de outra atividade, não pode ficar sem exercícios, pois, com o tempo, perderá sua habilidade, se não for perseverante no trabalho. Um médium, da mesma forma, se não empregar bem sua faculdade, trabalhando com devotamento, poderá perder-se, desequilibrar-se.

O médium, quando inicia seu desenvolvimento, na maioria dos casos quer manter comunicações com os Espíritos de familiares ou amigos de seu relacionamento, mas deverá moderar sua impaciência, pois a comunicação com determinados Espíritos poderá apresentar certas dificuldades, por, que não se sabem as condições em que eles se encontram na Espiritualidade, tornando-se impossível, muitas vezes, a comunicação desejada.

Antes de qualquer comunicação, é feita uma adaptação fluídica entre o Espírito comunicante e o médium, e isto não é um trabalho rápido, pois requer do Plano Espiritual um tempo de observação e análise. À medida que a faculdade se desenvolve, é o que o médium adquire, pouco a pouco, a aptidão necessária para colocar-se em sintonia com o Espírito comunicante, a fim de transmitir a mensagem (LM, 2.a Parte, cap. XVII, itens 200 a 203).

As condições mais importantes no desenvolvimento da faculdade mediúnica são: a reforma íntima (evangelização); a vontade firme de ser o intermediário entre o Mundo Espiritual e o Material. Este desenvolvimento, dentro de um grupo sério e organizado, dará ao intermediário todas as condições favoráveis para o trabalho.

Dizem os Espíritos a Kardec: "Os que se reúnem com um intento comum formam um todo coletivo, cuja força e sensibilidade se encontram acrescidas por uma espécie de influência magnética, que satura o ambiente de fluidos propícios, e, entre os Espíritos atraídos por esse concurso de vontades, estarão alguns que descobrirão, entre os médiuns presentes, o instrumento que melhor lhes convenha" (LM, 2.a Parte, cap XVII, item 207).

Entre os médiuns de psicografia, o primeiro indício de disposição para escrever é uma espécie de estremecimento no braço e na mão. Pouco a pouco, a mão é arrastada por um impulso que ela não consegue dominar. Quando iniciante, o médium somente traça riscos insignificantes; depois, os caracteres se desenham cada vez mais nitidamente, e a escrita acaba por adquirir rapidez.

O médium deve entregar a mão ao seu movimento natural e não oferecer resistência. É o treinamento a ser feito, de preferência nos cursos mediúnicos, com instrutores especializados, pois, sozinho, o médium poderá deixar-se envolver por Espíritos brincalhões e levianos. O trabalho sério é aperfeiçoado com o estudo.

Alguns médiuns escrevem, desde o princípio, correntemente, com facilidade; outros, durante muito tempo, traçam riscos e fazem verdadeiros exercícios caligráficos. Dizem os Espíritos que é para lhes soltar a mão (LM, 2.a Parte, cap. XVII, item 210).

Page 17: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Desenvolvida a faculdade, é essencial que o médium não abuse dela para sua satisfação pessoal ou mera curiosidade.

Diz Emmanuel, em "Opinião Espírita", itens 20 e 22, referindo-se à função mediúnica, que "se fomos designados a escrever, façamos em nós bastante silêncio interior, a fim de que a voz do mundo espiritual se manifeste por nossas mãos, instruindo a quem lê".

Na psicografia, como é lógico, o médium recebe a mensagem e a escreve, conforme a comunicação transmitida pelo Espírito. A caligrafia umas vezes é a do próprio médium, outras, é a do comunicante, igual muita vez àquela que o Espírito possuía em vida.

Mudança da Caligrafia

"A mudança de caligrafia acontece com médiuns mecânicos ou semimecânicos, porque neles é involuntário o movimento das mãos, o qual é dirigido unicamente pelo Espírito comunicante. Nos médiuns puramente intuitivos, isto não ocorre, porque o Espírito apenas atua sobre o pensamento, sendo a mão dirigida pela vontade do médium."

Diz Kardec que "a mudança de caligrafia não é condição absoluta na manifestação dos Espíritos, mas decorre de uma aptidão especial, de que os médiuns mais decisivamente mecânicos nem sempre são dotados. Designamos os que a possuem por médiuns calígrafos" (LM, 2.a Parte, cap. XVII, item 219).

Perda e Suspensão da Mediunidade

"A faculdade mediúnica está sujeita a intermitências e a suspensões momentâneas, tanto para as manifestações físicas, quanto para a escrita.

Os médiuns não devem considerar-se melhor do que outros ou do que outras pessoas, nem sua mediunidade deve ser motivo de vaidade, de orgulho, mas sim uma tarefa de servir, uma missão a ser cumprida, com fraternidade e desinteresse. Existem médiuns que manifestam repugnância ao uso de suas faculdades. São médiuns imperfeitos: desconhecem o valor da mediunidade.

Essa faculdade pode ser interrompida, temporariamente, por diferentes motivos:

a) ADVERTÊNCIA: Prova ao médium que ele é um simples instrumento, que sem o concurso dos Espíritos nada faria. Se o médium se vem conduzindo mal, moral e doutrinariamente, fazendo mau uso ou abusando de sua faculdade, o Espírito, verificando que o médium já não lhe corresponde nem aproveita suas instruções e conselhos, afasta, se em busca de um protegido mais digno. Neste caso, quase sempre, os maus Espíritos se apoderam do médium "para o obsedar e enganar, sem prejuízo das aflições comuns", a que se subordina, por seu orgulho, por seu egoísmo.

Este tipo de suspensão é por algum tempo, e a faculdade voltará a funcionar, cessada a causa que a produziu.

b) BENEVOLÊNCIA: É um benefício ao médium para evitar que ele se debilite por doença física. Quando as forças do médium se agitam, seu

Page 18: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

poder de defesa fica reduzido. Neste caso, a suspensão é temporária; o Espírito lhe proporciona um repouso material necessário.

c) PROVAÇÃO: O objetivo é desenvolver a paciência, a perseverança, para dar tempo ao médium de meditar sobre o conteúdo das comunicações recebidas. Meditar significa examinar-se interiormente, estudar, refletir, ponderar, pensar sobre o que se aprendeu e buscar aplicar o aprendido.

A perda da mediunidade nem sempre significa abuso ou mau uso da faculdade, mas encerramento de uma tarefa, e toda tarefa encerrada com sucesso é o prenúncio de nova tarefa, que se segue, para servir com amor, humildade e fraternidade na "Seara do Mestre" (LM, 2.a Parte, cap. XVII, item 220).

Bibliografia:

LM, 2." Parte, Cap. XVII

SEARA DOS MÉDIUNS, item Formação Mediúnica - Emmanuel.

OPINIÃO ESPÍRITA, nº 20-Emmanuel.

LE, Introdução, item V e XII.

2 - Parte B - PARÁBOLA DOS TALENTOS

Talento (peso e moeda da Antiguidade grega e romana) era o nome de um peso que servia de moeda para uso corrente no comércio e também para avaliar metais preciosos, porém de vários padrões de acordo com a espécie do metal. Segundo o Museu Britânico, um talento correspondia a 49.114 gramas de ouro e a 43.669 gramas de prata. Afirma-se que o rei Davi ajuntou 100.000 talentos de ouro e 1.000.000 de talentos de prata para a construção do Templo em Jerusalém, o que foi feito por seu filho, o rei Salomão(l).

Jesus Cristo, valendo-se da circunstância da importância que davam ao dinheiro, deixou maravilhosa parábola: - "Um homem, tendo que viajar para muito longe, chamou três de seus servos e confiou a eles os seus bens, dando cinco talentos ao primeiro, dois ao segundo e um ao terceiro, a cada um segundo a sua capacidade, e partiu imediatamente. Ao regressar da viagem, pediu aos servos que fizessem o ajuste de contas. O primeiro servo lhe devolveu dez, dizendo que havia negociado com os cinco que lhe haviam sido confiados, granjeando mais cinco; o segundo lhe devolveu quatro, dando a mesma justificativa. O terceiro lhe devolveu apenas o talento recebido, junstificando que o seu Senhor era homem muito rigoroso, então ficou com medo e havia enterrado a moeda recebida. O primeiro e o segundo receberam francos elogios, ao passo que o terceiro recebeu severa admoestação, porque, pelo menos, devia entregar o talento aos banqueiros para render juros. O talento, que com ele estava, lhe foi retirado e dado ao que tinha dez", tendo o Mestre acrescentado, na parábola: "Àquele que muito tem, mais lhe será dado, e ao que não tem, mesmo o que pareça ter lhe será tirado" (Mateus, cap. 25:14,30).

Dentre as parábolas de Jesus, talvez esta seja uma das mais importantes, pois, indubitavelmente, ela encerra severa admoestação aos que não

Page 19: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

fazem bom uso das oportunidades que Deus lhes concede, quando do desempenho do aprendizado terreno.

Toda criatura, ao reencarnar, traz consigo o compromisso de realizar tarefas a seu favor e também a favor de seus semelhantes. Em razão disto, pelo progresso já conquistado anteriormente através de várias outras reencarnações, lhe são concedidos, por empréstimo, recursos, como riqueza e outros bens, para que deles se utilizando, possa progredir e auxiliar o próximo.

Muitos homens quando encarnam na Terra, trazem consigo suas conquistas anteriores, como sabedoria e outros atributos, aplicando-os de forma a aumentar os seus conhecimentos, devendo prestar contas a Deus, quando da reintegração no mundo espiritual, fazendo assim jus à recompensa contida nas palavras: "Servo bom e fiel foste fiel no pouco, muito te será confiado".

Existem, porém, os que guardam, egoisticamente, para si tudo aquilo que trouxeram; "enterram os talentos", não beneficiando nem a si próprios nem ao seu próximo. Deixam passar, assim, a oportunidade de servir, e é a isto que também Jesus se refere, quando fala do servo infiel. São todos aqueles que adquirem conhecimentos espirituais, que podem trabalhar usando a inteligência, para instruir moral e espiritualmente seus semelhantes, auxiliando-os pelos bens materiais, provendo suas necessidades ou consolando-os em seus sofrimentos.

Homem diligente e sábio é aquele que faz com que os bens que Deus lhe confiou, inclusive as riquezas terrenas, beneficiem toda a coletividade, disseminando bens de todos os matizes, trazendo luz, esclarecimento, conforto e paz para todos os necessitados.

Homem negligente é o que enterra os talentos, é o que guarda as suas aquisições espirituais apenas para si, e as riquezas terrenas apenas passam a beneficiar a si próprio. Nesse caso, os bens recebidos se tornam improdutivos, e o homem retarda o seu progresso, não aproveitando as oportunidades que lhe foram dadas.

No campo da mediunidade esta parábola tem aplicação integral. Quantos indivíduos são providos desta faculdade e, por tantas razões particulares, deixam de exercê-la, deixando de praticar o bem para si e para o próximo. Um é por ignorância, outro por crença religiosa; este por preguiça, aquele por medo, aqueloutro é porque não tem tempo; enfim, tantos são os que enterram seus talentos que, ao invés de se tornarem diletos discípulos de Jesus, "produzindo frutos a cem, sessenta ou trinta por um," permanecem nas filas dos assistidos, implorando a misericórdia divina, sempre à espera de um milagre.

Quantos estão nesta condição, desprezando seus talentos preciosos, reclamando da sorte na vida e retardando oportunidades de progresso. O Espiritismo é a grande luz de libertação dessas consciências, e o médium esclarecido e evangelizado será, sempre, ele mesmo o portador da mensagem espírita, exemplificando amor e saber, levando luz e esperança ao próximo.

Bibliografia:

AS PARÁBOLAS - José de Sousa e Almeida - Edições FEESP

Page 20: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

AS MARAVILHOSAS PARÁBOLAS DE JESUS - Paulo Alves Godoy.

OPINIÃO ESPÍRITA, lição 14 - Emmanuel.

EVANGELHO DOS HUMILDES, cap.25 - Elizeu Rigonatti.

(1) 1º LIVRO CRÔNICAS, cap 22:14.

QUESTIONÁRIO

A) FORMAÇÃO DOS MÉDIUNS: DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE (DA PSICOGRAFIA) - MUDANÇA DA CALIGRAFIA - PERDA E SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE

1- Qual a melhor forma de um médium desenvolver-se com equilíbrio e segurança?

2 - Quais as condições mais importantes no desenvolvimento mediúnico?

3 - O que acontece quando se reúnem com intento comum?

4 - Descreva os sintomas iniciais dos médiuns de psicografia.

5 - Fale sucintamente sobre a perda e suspensão da mediunidade.

B) PARÁBOLA DOS TALENTOS

1- Qual a lição contida na Parábola dos Talentos?

2 - Comente a frase" Servo bom e fiel, foste fiel no pouco, muito te será confiado".

3 - O que acontece com os que "enterram os talentos"?

4 - Fale sobre o homem diligente e o negligente e dos bens que Deus lhes confiou.

5 - Qual é a aplicação dessa parábola no campo da mediunidade?

3 - Parte C

D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOGRAFIA

Proceder como na 2ª. aula.

Observação: Após cada 4 aulas, na FEESP, faz,se uma revisão das aulas dadas, tanto da parte teórica, quanto da prática.

5ª. AULAINCONVENIENTES

E PERIGOS

1 - Parte A - INCONVENIENTES E PERIGOS DA MEDIUNIDADE

Page 21: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Mediunidade: Crianças - Idosos - Doentes - Mulher Grávida - Analfabetos.

Kardec, no "O Livro dos Médiuns" (2ª Parte, cap. XVIII, itens 221 e 222), esclarece que "a faculdade mediúnica é por vezes um estado anômalo, mas não patológico. Há médiuns de saúde vigorosa; os doentes o são por outros motivos".

O exercício da faculdade mediúnica, como outro qualquer, quando não disciplinado ou bem orientado pode ocasionar perigos e inconvenientes; a mediunidade de efeitos físicos, por despender maior quantidade de fluidos, se trabalhada continuamente, pode levar o médium à fadiga. No entanto, essa fadiga, facilmente recuperável com o repouso, diz respeito aos seus órgãos corporais e não ao seu Espírito.

"Há casos em que é prudente, necessária mesmo, a abstenção, ou, pelo menos, o exercício moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium."

"Há pessoas que devem evitar quaisquer causas de superexcitação, e a prática mediúnica seria uma delas."

"Os médiuns muito sensíveis devem procurar abster-se das comunicações com Espíritos violentos, devido ao cansaço resultante" (LM, 2.a Parte, cap. XVI, item 188).

"Os médiuns velozes, quando identificados com os Espíritos, escrevem com muita rapidez, o que não seria possível em seu estado normal, despendendo assim grande quantidade de fluido, do que também resulta fadiga" (LM, 2ª.Parte, cap. XVI, item 194).

O desconhecimento da Doutrina Espírita leva algumas pessoas a julgar que a prática da mediunidade pode conduzir o médium à loucura. No entanto, isto não acontecerá, se não houver já uma predisposição para isso. Quando este fato acontece, o que facilmente se identifica pelas condições psíquicas e mentais da pessoa, deve,se procurar ter os cuidados necessários, para evitar qualquer abalo que seria prejudicial.

Muitas vezes, essa predisposição existente tem como causa a fraqueza moral, que torna a criatura sem forças para suportar o desespero, a mágoa, o medo, etc.

Como toda criatura possui mediunidade, as crianças também estão nestas condições. Porém os Espíritos orientam (LM, 2ª.Parte, cap. XVIII, perg. 221, § 6°) "que é muito perigoso" o desenvolvimento da mediunidade na infância, "porque esses organismos frágeis, delicados, seriam muito abalados e sua imaginação infantil ficaria superexcitada".

Existem casos em que a vidência, os fenômenos de efeitos físicos, e mesmo a escrita são espontâneos, são naturais nas crianças; isto não é inconveniente, é natural. Porém elas não devem ser estimuladas. A prudência dos pais deverá afastá-las dessas idéias; no entanto, os pais orientarão quanto à moral trazida pelos ensinamentos dos Espíritos, preparando-as para a vida adulta, dentro do conhecimento doutrinário.

Não há idade precisa para a prática da mediunidade, que depende inteiramente do desenvolvimento físico, moral e, particularmente, do psíquico. O exercício da mediunidade na criança requer cuidados e

Page 22: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

conhecimentos, para que não haja enganos por parte de Espíritos mistificadores. Se os adultos são muitas vezes enganados por esses Espíritos, a infância e a juventude, pelas suas inexperiências, estarão muito mais sujeitas a eles.

O recolhimento e a seriedade são condições essenciais para se tratar com Espíritos. Como uma criança ainda não possui esses discernimentos é imperioso que a vigilância seja exercida sobre ela, para que não tome o fenômeno por um brinquedo.

A mediunidade deve ser evitada, por todos os meios possíveis, em criaturas que tiverem dado as menores demonstrações de excentricidade nas idéias ou enfraquecimento das faculdades mentais, preservando-se, assim, o Espiritismo dessa responsabilidade, como também a saúde mental da criatura.

Diz Edgard Armond, em "Mediunidade", cap. 20, que "Moléstias de toda ordem, que resistem aos mais acurados tratamentos; alterações físicas incompreensíveis de causas impalpáveis que desafiam a competência e a argúcia da Medicina; complicações as mais variadas, com reflexos na vida subjetiva" ... e, ainda "angústias, depressões, ou alterações, já do mundo mental, como temores, misantropia, alheamento à vida, manias, amnésias etc" enfim, todas estas perturbações, numa ampla proporção, existe sempre esse fator mediunidade, como causa determinante e, portanto, passível de regularização".

"Muita gente toma, assim, o efeito pela causa. Não é o exercício da mediunidade que traz inconvenientes ou perigos " saúde das pessoas, mas a sua abstenção é que gera os desequilíbrios. Cabe a cada um descobrir as causas de suas aflições, tornando-se médico de si mesmo, para tornar-se o arquiteto de seu próprio destino, porquanto o estudo constante, o trabalho, o devotamento ao bem e a vigilância auxiliam o homem e o previnem contra os desequilíbrios no exercício da mediunidade.

Diz Emmanuel (no livro "Roteiro", cap. 36) que "não há bom médium, sem homem bom. Não há manifestação de grandeza do Céu, no mundo, sem grandes almas encarnadas na Terra. Em razão disso, acreditamos que só existe verdadeiro e proveitoso desenvolvimento psíquico, se estamos aprendendo a estudar e servir".

Mulher Grávida: Participará das Reuniões apenas para receber energias positivas. Todos os fluidos magnéticos serão direcionados ao feto que irá renascer.

Analfabetos: Poderão trabalhar na mediunidade normalmente. Não sabem ler, mas o importante é a pureza de coração e sentimentos de amor e fraternidade; e a boa vontade e alegria de servirem aos Mentores espirituais.

Bibliografia:

LM. 2: Parte, Cap XVIII

MEDIUNlDADE, cap. 20 - Edgard Armond.

ROTEIRO, cap. 36 - Emmanuel.

Page 23: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

LE, Introdução. XV - A Loucura e suas Causas

2 - Parte B - Os sãos NÃO PRECISAM DE MÉDICO (Mt 9: 12)

Jesus Cristo, durante o seu Messiado terreno, conviveu com os pobres e pecadores, pois a sua missão redentora reepresentava uma promessa viva, dirigida aos sofredores de todos os matizes, aos doentes do corpo e da alma.

Em todos os tempos, sempre houve criaturas necessitadas do lenitivo espiritual. Assim, quando o Mestre lhes falava, sentiam que suas necessidades espirituais eram aliviadas. Todos os doentes, os desalentados e os sofredores sentiam-se bem quando recebiam de Jesus aquele amor que os fortificava.

Os publicanos naquele tempo eram considerados pecadores e indignos. Eles tinham a função de arrecadar impostos, tanto na própria Roma como em outras partes do Império. Os Judeus não toleravam o pagamento de impostos, por isso alegavam não estarem eles previstos na Lei de Moisés, e tinham verdadeira aversão aos publicanos. Por várias vezes, fomentaram revoltas no sentido de evitar tal cobrança. Deste modo, os publicanos eram tidos na conta de gente de má vida e havia grande repulsa por eles e pelas pessoas que com eles mantivessem ligações de amizade. No entanto, dentre eles havia pessoas dignas, que, pelas suas funções, tornavam-se desprezíveis.

Certa vez, Jesus participou de uma refeição e no recinto estavam os apóstolos, alguns publicanos e outras pessoas consideradas pecadoras pelos Judeus.

Alguns Fariseus, vendo isto, chamaram os discípulos de Jesus e lhes disseram: "Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?" Tomando conhecimento daquela indagação ardilosa, Jesus respondeu: "Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos" (Mt, cap. IX:lO-12).

É evidente que se trata de um ensinamento de relevante alcance, pois tem várias facetas. Aplica-se, também, aos adeptos do Espiritismo, que, muitas vezes, admiram, se de que pessoas indignas sejam portadoras de mediunidade, e por isso mesmo capazes de a empregarem mal. Eles participam da opinião de que essa faculdade tão preciosa deveria ser privilégio exclusivamente de pessoas de mérito. Se assim fosse, a rigor, a mediunidade jamais se manifestaria na face da Terra.

A mediunidade decorre de uma condição orgânica e é inerente a todo ser humano, como todas as demais faculdades, ver, ouvir, falar etc. Os homens podem fazer mau uso de todas elas em conseqüência de seu livre-arbítrio. Deus outorgou todas essas faculdades ao homem, dando, lhe a liberdade de utilizá-las como quiser; entretanto, aquele que delas abusa tem que responder por isso. "A mediunidade é dada sem distinção, a fim de que os Espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos virtuosos, para os fortalecer na prática do bem; aos viciosos, para os corrigir."

Jesus, como o grande médico das almas, durante a sua curta estada na Terra, preocupou-se muito pouco com os orgulhosos, com aqueles que se julgavam os eleitos de Deus, mas procurou, antes, os pobres, os desajustados, os humildes de coração. Certa vez, ele foi procurado por

Page 24: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

algumas pessoas que lhe disseram: "Herodes quer vê-lo". O Mestre negou, se a ir até ao potentado e, pelo contrário, chamou-o de raposa, pois era um homem eivado de hipocrisia e de outros defeitos.

No entanto, pressentindo que em determinada cidade havia um publicano que desejava, ardentemente, conhecê-lo, o Mestre para lá se dirigiu.

Chegando à casa do publicano Zaqueu, este ficou tão jubiloso com a visita que, ajoelhando,se, disse: "Senhor, hoje mesmo vou dar metade de minha fortuna aos pobres, e, se porventura espoliei alguém, restituirei quatro vezes mais" (Lc, cap. XIX: 8).

Idêntico ensinamento de Jesus está no exemplo da ovelha perdida, com a qual deveria o pastor preocupar-se. Obviamente, os sãos não precisam de médicos, nem as ovelhas de redil, dos cuidados do pastor.

Simboliza isto que o Espírito equilibrado caminha por si mesmo, no pleno uso de seu livre-arbítrio, independentemennte de atenções especiais. Os que estão desequilibrados, qualquer que seja a forma em que se apresentam, as doenças físicas ou morais, devem, entretanto, ser socorridos, aliviados e reconduzidos ao caminho do bem, com a mesma alegria do pai que recebeu o retorno do filho pródigo ao lar, ou do pastor que reencontrou a ovelha perdida.

Bibliografia:

ESE, cap. XXIV, itens 11 e 12.

LIVRO DA ESPERANÇA, lição 79 - Emmanuel.

EVANGELHO DOS HUMILDES, cap. IX - Elizeu Rigonatti.

QUESTIONÁRIO

A) INCONVENIENTES E PERIGOS DA MEDIUNIDADE - CRIANÇAS DOENTES - MULHER GRÁVIDA - ANALFABETOS

1- O exercício da mediunidade quando não disciplinado ou orientado, pode ter que conseqüências?

2 - Quando a mediunidade de efeitos físicos pode levar o médium à fadiga? Explique sucintamente.

3 - Em que casos a prudência, no uso da mediunidade, se faz necessária?

4 - Quais os cuidados com os médiuns muito sensíveis, excêntricos, crianças etc.? Explique sucintamente.

5 - O desconhecimento da Doutrina pode levar pessoas a responsabilizar a prática mediúnica pela loucura de alguns médiuns? Explique sucintamente.

B) OS SÃOS NÃO PRECISAM DE MÉDICO

1- Explique esse ensinamento de Jesus: "Os sãos não precisam de médico".

Page 25: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

2 - O que é mediunidade?

3 - Qual é a finalidade da mediunidade, neste estágio em que o homem se encontra?

4 - Comente a visita de Jesus à casa de Zaqueu. Qual a lição dessa passagem?

5 - Por que o pastor deve se preocupar com a ovelha que se perdeu, e não com a que está no redil?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOFONIA DE AUXÍLIO A ESPÍRITOS NECESSITADOS

Nesta aula inicia-se o atendimento aos Espíritos necessitados.

Os médiuns recebem a mensagem do Espírito necessitado, segundo o acompanhamento do Plano Espiritual.

O monitor de cada grupo levará palavras de conforto ao Espírito comunicante, à luz dos princípios da Doutrina Espírita.

Poderá ocorrer atendimento de Espíritos familiares dos médiuns, trazidos pelo Plano Espiritual para auxílio e socorro junto aos médiuns. Como há forte emoção nos dois planos da vida, o monitor deverá estar vigilante para que haja disciplina e equilíbrio.

Após todo trabalho com necessitados sempre deve ocorrer uma "limpeza espiritual" no Grupo, a fim de evitar que miasmas ou fluidos pesados possam prejudicar os médiuns.

6ª. AULACOMUNICAÇÃO

ANÍMICA

1 - Parte A - COMUNICAÇÃO ANÍMICA (ANIMISMO) - XENOGLOSSIA

O Espírito do médium submetido às diferentes condições que ocorrem durante o transe mediúnico, tais como o grau de desprendimento, as lembranças do passado e o nível de moralidade, exerce influência decisiva na natureza das comunicações espíritas, distinguindo-se:

a) comunicações do Espírito do próprio médium: fatos anímicos.

b) comunicações de outros Espíritos através do médium: fatos espíritas .

Entre os fatos anímicos e os fatos espiríticos, na mediunidade, existe um limite indefinido, porquanto dificilmente se pode dizer com absoluta segurança quando é que fala o Espírito desencarnado ou quando fala a alma do médium, em transe. Animismo, na conceituação de André Luiz(l) é o "conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação".

No primeiro caso, o médium fala pelo próprio Espírito, podendo, inclusive, dizer coisas que o médium, como homem, desconhece. No segundo, o

Page 26: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

médium é o intérprete e, como tal, pode exercer maior ou menor influência nas comunicações que deve retransmitir.

Estas influências decorrem da afinidade fluídica, da sintonia comportamental, do nível moral, do nível intelectual e da preparação do médium para o serviço mediúnico.

São estas as razões pelas quais "os Espíritos procuram o intérprete que mais simpatize com eles e que lhes exprima com mais exatidão os pensamentos. Não havendo entre eles simpatia, o Espírito do médium é um antagonista que oferece certa resistência e se torna um intérprete de má vontade e muitas vezes infiel" (LM, 2.a Parte, cap. XIX, item 223, § 8°).

No médium, o grau de mediunidade é relativo: menor entre os intuitivos e maior entre os médiuns mecânicos, mas, em qualquer caso, a passividade é maior quanto menos o médium misturar suas idéias com as do Espírito comunicante.

Como se sabe, a comunicação se faz pela irradiação do pensamento. "Quando somos obrigados a servir-nos de médiuns pouco adiantados, dizem os Espíritos, somos constrangidos a decompor os nossos pensamentos e a ditar palavra por palavra, letra por letra, constituindo isso uma fadiga e um aborrecimento, assim como um entrave real à presteza e ao desenvolvimento das nossas manifestações" (LM, 2.a Parte, cap. XIX, item 225).

O estudo do papel do médium nas comunicações deve examinar seu cunho pessoal e o do Espírito, donde se conclui:

a) do médium: características quanto à forma e ao colorido da linguagem. Dependem do "arquivo" possuído pelo médium. O pensamento do Espírito se "veste" daquilo que tem o médium;

b) do Espírito : estilo, fundo científico, filosófico ou religioso, que se revelam sempre os mesmos, embora com mediuns diferentes.

O médium é, acima de tudo, um instrumento, um interprete, tanto melhor como instrumento quanto mais fiel é o intérprete, porque, dizem os Espíritos, "o nosso Perispírito, atuando sobre o daquele a quem mediunizamos, nada mais tem que fazer senão impulsionar a mão que nos serve de lapiseira" (LM, 2.a Parte, cap. XIX, item 225), mas, se o Espírito não é simpático ao médium, este acaba interferindo na comunicação.

Conseqüentemente, pode o médium tratar de assuntos de matemática, medicina, poesia etc., embora, como encarnado, não tenha conhecimento do assunto.

Os Espíritos, quando entre eles, em sua conversação não precisam vestir seus pensamentos com as letras e palavras, verbos e substantivos, como o fazem os homens para "revestimento" da idéia. Conseqüentemente, tem-se de examinar, no papel do médium como intérprete, como instrumento:

a) a linguagem e o pensamento do Espírito em confronto com a cultura do médium;

b) as aptidões do médium e do Espírito: cultura, inteligência, moral;

Page 27: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

c) a possibilidade de escrever em versos, fazer música, pintar etc.j

d) erros de ortografia, de concordância, decorrentes do conhecimento do médium ou do Espírito. Um médium ignorante escreverá errado o pensamento de um Espírito evoluído.

Evidentemente, tais condições determinam maior ou menor dificuldade em razão da resistência inerente ao médium, para retransmitir a comunicação. Pelas mesmas razões, pode-se dizer que um idiota vivo, quando invocado, poderá transmitir elevadas informações (LM, 2.a Parte, Cap. XIX, item 223, § 19°).

"O médium é tanto mais passivo em seu papel, quanto menos interferir no pensamento que retransmite, mas nunca é inteiramente nulo.

Seu concurso é sempre indispensável, como o de um intermediário, embora se trate de médiuns mecânicos" (LM, 2.a Parte, cap. XIX, item 223,§ 10°).

Até nos casos em que os Espíritos dão uma vida fictícia, momentânea, aos objetos e às mesas "falantes", à época de Kardec, designados de "médiuns inertes", é o próprio "Espírito do médium que recebe o pensamento, sem o perceber, e o transmite, pouco a pouco, com a ajuda de diversos intermediários" (LM, 2.a Parte, cap. XIX, item 223, § 9°). Em nota a este item de "O Livro dos Médiuns", o tradutor Herculano Pires expõe: "O Espírito do médium recebe o pensamento e o transmite pelos diversos intermediários ou instrumentos (mesa, cesta etc.) sem perceber, exatamente, o que faz sob o impulso do comunicante, mas não contra a vontade".

"A xenoglossia (2) falante é aquela em que o médium, incorporado, fala em qualquer idioma, seja inglês, francês, latim ou hebraico, sem conhecer essas línguas. Podem-se, também, ouvir os Espíritos em outros idiomas; podem psicografar mensagens e, ainda, possibilitar sejam grafados caracteres estranhos, em lousas e paredes." Nestes casos, fica bem definido o papel dos médiuns nas comunicações, como instrumentos, como intérpretes dos Espíritos.

É importante ressaltar que os médiuns que transmitem mensagens em línguas estrangeiras, quase sempre, no passado, tiveram contato com esses idiomas.

Bibliografia:

SEARA DOS MÉDIUNS, lição 44 - Emmanuel

XENOGLOSSIA- Ernesto Bozzano.

(1) MECANISMOS DA MEDIUNlDADE, cap. XXIII- André Luiz.

LM, 2ª. Parte, Cap XIX

(2) ESTUDANDO A MEDIUNIDADE, cap. XXXVl e XXXVlll - Martins Peralva.

2 - Parte B - A QUEM MUITO FOI DADO, MUITO SERÁ PEDIDO

Page 28: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Muitos dos ensinamentos de Jesus Cristo foram ministrados em forma de parábolas. O Mestre sabia, de antemão, que as suas palavras não seriam compreendidas por muitos dos seus contemporâneos e também por muitas gerações futuras. Ele também não desconhecia que os seus ensinamentos seriam adulterados no decorrer dos séculos, com o escopo de ser, vir aos interesses inconfessáveis de grupos e de pessoas, principalmente das religiões dogmáticas do futuro; por isso, ele entrecortou os seus ensinamentos com maravilhosas parábolas, cuja interpretação era algo difícil para os homens que manipulariam o povo; portanto, elas atravessariam os séculos que se avizinhavam, sem sofrer o impacto das deturpações, uma vez que, aos outros de muitos, não passavam de contos inocentes e sem maiores conseqüências.

Os apóstolos de Jesus, no entanto, desconheciam a razão pela qual o Mestre ensinava dessa maneira; por isso indagavam: "Por que razão lhes falas tu por parábolas?" tendo ele respondido:

"Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não foi. Porque ao que tem, se lhe dará, e terá em abundância, mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, é que lhes falo por parábolas, porque eles vendo, não vêem, e ouvindo não ouvem, nem entendem" ( Mateus, cap. 13:10 a 14).

"TÍrar-se-á ao que nada tem ou que tem pouco" é uma expressão que deve ser tomada em sentido figurado. Não é o Pai Celestial quem retira do que pouco havia recebido, mas o próprio Espírito deste que, pródigo e despreocupado, não sabe zelar pelo que possui, nem aumentar seu cabedal de conhecimento e aprimorar as suas qualidades morais e espirituais, prática que faria desenvolver a semente generosa que caiu em seu coração.

"Ao que já tem, dar-se-lhe-á, e ao que não tem, ainda, o que tem se lhe tirará." Este ensinamento de Jesus parece um tanto estranho, mas tem uma explicação lógica. Aquele que recebeu é o indivíduo que possui o conhecimento da palavra divina e envida esforços no sentido de tornar-se digno dessa dádiva generosa, e Deus, por misericórdia, encoraja os esforços que objetivam a prática do bem.

O esforço íntimo e perseverante do homem atrai o auxílio dos Espíritos Superiores. É como se fora potente ímã que chama as melhoras progressivas e as graças abundantes que são importante ajuda para se atingir os objetivos sadios que enobrecem a alma, aproximando-a de Deus, uma vez que a vida terrena representa mais uma etapa no grandioso processo evolutivo do Espírito, através das vidas múltiplas.

O Evangelista Marcos acrescenta a esse ensinamento mais uma advertência: "Com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará". Se o julgamento do homem for justo e perfeito, ele também será julgado a mesma maneira, acrescentando-se-lhe, ainda, relevantes bens de ordem espiritual; porém, se o julgamento foi sem base de justiça, ele sofrerá o impacto de penosas repercussões no encaminhamento do seu processo evolutivo, sofrendo as duras conseqüências de sua falha no julgamento de seus semelhantes.

Aquilo que ele julga possuir de bom lhe será tirado, porque verdadeiramente ainda não possui, mas necessita adquirir. No julgamento divino, a prática do mal suplantou a do bem.

Page 29: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Bibliografia:

ESE, cap. XVlI1, itens 10 a 14. EVANGELHOS DE MATEUS E MARCOS.

QUESTIONÁRIO

A) COMUNICAÇÃO ANÍMICA (ANIMISMO)- XENOGLOSSIA

1- Que são fatos anímicos e fatos espiríticos? Explique sucintamente.

2 - Na comunicação mediúnica, em que o médium é intérprete, como ocorre a influência deste, no ensinamento transmitido?

3 - Quando a passividade do médium é maior?

4 - Como podemos estudar nas comunicações o papel do médium e do Espírito?

5 - Comente sucintamente o papel do médium como intérprete, como instrumento.

B) A QUEM MUITO FOI DADO, MUITO SERÁ PEDIDO

1- Por que Jesus falava por parábolas?

2 - Explique o que entende com esse ensinamento: "A quem muito foi dado, muito será pedido".

3 - Como o homem pode atrair o auxilio dos Espíritos Superiores?

4 - Que entende por: "Com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará"?

5 - Por que o homem não deve julgar seus semelhantes?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOFONIA

Repetir a aula anterior

PSICOFONIA DE AUXÍLIO A ESPÍRITOS NECESSITADOS

Nesta aula inicia-se o atendimento aos Espíritos necessitados.

Os médiuns recebem a mensagem do Espírito necessitado, segundo o acompanhamento do Plano Espiritual.

O monitor de cada grupo levará palavras de conforto ao Espírito comunicante, à luz dos princípios da Doutrina Espírita.

Poderá ocorrer atendimento de Espíritos familiares dos médiuns, trazidos pelo Plano Espiritual para auxílio e socorro junto aos médiuns. Como há forte emoção nos dois planos da vida, o monitor deverá estar vigilante para que haja disciplina e equilíbrio.

Page 30: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Após todo trabalho com necessitados sempre deve ocorrer uma "limpeza espiritual" no Grupo, a fim de evitar que miasmas ou fluidos pesados possam prejudicar os médiuns.

7ª. AULAMEDIUNIDADE

NAS ARTES

1 - Parte A - MEDIUNIDADE NAS ARTES - Pintura - Escultura - Música

Allan Kardec (l) assinala as características das fases de transição no campo das Artes: "As Artes só sairão de seu torpor, quando houver uma reação, visando às idéias espiritualistas". Dessa forma, antecipa-se o que se pode constatar na atualidade, no terreno da Arte Espírita, em suas várias modalidades, frente à violência humana, refletida nos meios de comunicação, e através das expressões artísticas mais destacadas, como a música, a pintura, o teatro, o cinema e a televisão.

Ainda afirma Kardec: "A decadência das Artes no século atual é o resultado inevitável da concentração das idéias nas coisas materiais, e esta concentração, por sua vez, é o resultaado da ausência de qualquer crença na espiritualidade do Ser". "É matematicamente exato dizer que, sem crenças, as Artes não têm vitalidade possível, e toda transformação filosófica traz, necessariamente, uma transformação artística paralela."

Kardec apresenta três momentos filosóficos e correspondentes a transformações artísticas, a saber:

1- Época Primitiva: Arte Pagã, em que se divinizava a perfeição da Natureza. Só conheciam a vida material.

2- Época da Idade Média: Arte Cristã, sucedeu à Arte Pagã e representava os sentimentos atormentados entre o Céu e o Inferno, tanto na Pintura, como na Escultura. Reconhecimento de um poder criador, acima da matéria.

3- Época Atual: Arte Espírita, em que deverão expressar-se as novas idéias da imortalidade da alma, da pluralidade das existências ou dos mundos ou, ainda, da comunicação com os Espíritos, irá complementar e transformar a Arte Cristã.

Léon Denis (2), cap. 1, diz que "o papel essencial da Arte é expressar a vida com todo seu poder, sua graça e sua beleza", e é nesse sentido que comenta o Espírito de Lavater (l), dizendo: "Não é belo, realmente belo, senão aquilo que o é sempre e para todos. E esta beleza eterna, infinita, é a manifestação divina sob seus aspectos incessantemente variados; é Deus em suas obras, em suas leis! Eis a única beleza absoluta". Acrescenta, ainda: "Nós, que progredimos, não possuímos senão uma beleza relativa, diminuída e combatida pelos elementos inarmônicos de nossa natureza".

Complementa Léon Denis(2), cap. III, que "o objetivo sublime da criação é a fusão do bem e do belo. Esses dois princípios são inseparáveis, inspiram toda a obra divina e constituem a base essencial das harmonias do cosmo".

Page 31: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Emmanuel ensina (3), perg. 161, que "a Arte é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse 'mais além' que polariza as esperanças da alma.

O artista verdadeiro é sempre o 'médium' das belezas eternas, e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o Infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia do coração para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor".

Complementa que "a Arte será sempre uma só, na sua riqueza de motivos, dentro da espiritualidade infinita, porque será sempre a manifestação da beleza eterna, condicionada ao tempo e ao meio de seus expositores".

Há todo um processo de formação do artista ao longo de sua caminhada evolutiva, que exterioriza na obra seu sentimento inferior, seu equilíbrio mental, sua paz, sua bondade, sua crença. Por isso, diz Denis (2), cap. I, que "quando o Espírito humano encarna na Terra e leva consigo - seja de suas vidas terrestres, certa noção de ideal estético, tão logo ele chegue à maturidade na vida terrestre, sua bagagem artística exterioriza-se sob a forma de inspirações reunidas a uma qualidade mestra que chamaremos de gosto reunido ao sentido do belo".

A mesma idéia transmite Emmanuel (3), perg. 163: "A perfeição técnica de um artista bem como as suas mais notáveis características não constituem a resultante das atividades de uma vida, mas de experiências seculares na Terra e na esfera espiritual" .

Este gosto pela Arte, numa de suas características quaisquer, leva o homem à busca da inspiração, que é uma forma de mediunidade intuitiva, pela qual o artista entra em contato com os Espíritos para a realização de seu trabalho (LM, 2.a Parte, cap. XXXI, item X).

Nem sempre é possível distinguir quando o trabalho é do homem ou quando é sugerido pelo Espírito, nos casos de inspiração, mas, se houver no homem a disposição orgânica para o exercício da mediunidade, em seu sentido específico, ter-se-á, então, a aplicação da mediunidade nas Artes.

Nestas condições, o papel do médium não é o de um criador da Arte, mas de um instrumento para que o Espírito produza o seu trabalho, que será tanto mais belo quanto mais evangelizado estiver o médium.

A mediunidade nas Artes revela-se através da escultura, da pintura, da literatura (oratória, poesia etc.), do teatro ou da música. Diferentes núcleos de estudos têm-se formado, atualmente, em decorrência da divulgação da Doutrina dos Espíritos, objetivando mostrar os valores da vida espiritual e sua relação com a vida física.

O teatro, levado ao público, pelos meios de comunicação eletrônicos, poderia ser um poderoso meio de educação intelectual e moral, pela elevação do pensamento, pelos nobres exemplos que a vida real mostra, se para lá fossem levados. As novelas de televisão e os videocassetes poderiam levar ao público um trabalho mais nobre, digno e educativo, de exemplificação do bem, do trabalho e da busca de uma vida melhor.

A pintura mediúnica, psicopictografia ou psicopictoriografia, tem-se desenvolvido, ultimamente, com intensidade, talvez devido à

Page 32: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

apresentação pública de alguns médiuns, mostrando ao mundo dos homens a intervenção dos Espíritos pintores, através da mediunidade, e revelando que a vida continua além dos horizontes da morte.

A Arte não é um atributo do homem, mas do Espírito imortal. É por isso que na vida espiritual as artes continuam com toda a sua beleza harmoniosa. Os Espíritos narram passagens maravilhosas. Alguns livros de André Luiz estão repletos de informações. Em "Chama Eterna", cap. 15, Luiz Sérgio fala no Departamento da Arte, dos problemas de relação Espírito-Médium.

Allan Kardec em diversas passagens da "Revista Espírita alude à Arte Espírita, mas, no nº 5, maio, 1858, entrevista Mozart que, falando de música, diz: "No planeta onde estou, Júpiter, a melodia está por toda a parte, no murmúrio da água no ruído das folhas, no canto do vento; as flores murmuram e cantam; tudo emite sons melodiosos ... A natureza é tão admirável! Tudo nos inspira o desejo de estar com Deus. Não temos instrumentos; são as plantas, os pássaros, que são os coristas; o pensamento compõe, e os ouvintes desfrutam sem audição material, sem o recurso da palavra, e isso a uma distância incomensurável. Nos mundos superiores isso é ainda mais sublime".

Em todo o trabalho mediúnico, no campo da Arte, deve o médium compreender que o trabalho não é seu, mas do Espírito. Importante, por isso, é não envaidecer-se de "sua arte" nem de sua mediunidade, porquanto, se o trabalho é dos Espíritos, a mediunidade tantas vezes decorre da misericórdia divina.

O importante, também, é o médium compreender que não deve comercializar a obra, tirando proveito para si mesmo, mas conduzir todo o resultado pecuniário obtido para obras assistenciais.

Mais importante, ainda, é o médium manter-se humilde em relação aos elogios; manso, em relação às críticas, e perseverante em relação aos princípios basilares do ensino dos Espíritos, que deve ser divulgado como um corpo doutrinário, sem a interferência da opinião dos homens.

Em última análise, deve o médium exemplificar por sua conduta, como homem, e por sua atividade, como médium, sendo um verdadeiro representante dos ensinamentos de Jesus e dos Espíritos.

Escreveu Meimei (no livro "Sentinela da Alma") a "Oração do Pintor", em que conclui: "Ensina-me o equilíbrio e o respeito aos outros, para que eu apenas crie formas do bem e para o bem, a fim de que eu possa cooperar na segurança e na ordem, na serenidade e na alegria permanentes de tua obra, hoje e sempre".

Bibliografia:

(1) Op, págs. 119 a 13 2, 2a - lição, Influência Perniciosa das Idéias Materialistas, Sobre as Artes em Geral.

(2) O ESPIRITISMO NAS ARTES - Léon Denis.

(3) O CONSOLADOR, pergs. 161 a 172 - Emmanuel.

LM, 2ª. Parte, cap. XVI, item 190.

Page 33: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

REVISTA ESPÍRITA, maio 1858.

RENOIR, É VOCÊ? - Elsie Dubugras e Outros.

2 - Parte B - OS BONS ESPÍRITAS

O Espírita, através dos conhecimentos que adquire com a Doutrina, tem condições de compreender muito mais os ensinamentos de Jesus e, portanto, tem maior responsabilidade em praticá-los, pois "a quem mais foi dado, mais será pedido" (Lc, cap. XII: 47-48).

Com os novos esclarecimentos que o Espiritismo lhe propicia, o homem pode desenvolver uma fé mais sólida, compreendendo racionalmente o objetivo da reencarnação.

Como em todos os ensinamentos que o Espiritismo lhe propicia, o mais importante é o resultado que advém dele pois o mundo está repleto de teorias que, sem a aplicação não têm utilidade. De nada adianta ao homem possuir uma bagagem imensa de conhecimentos, se não a utiliza para sua modificação moral e espiritual.

A própria felicidade depende da ação que o homem imprime aos pensamentos; por isso, a felicidade é uma conquista de cada um, individualmente, um processo cantante de auto-aprimoramento.

Ser Espírita, na amplitude do termo, significa a busca constante da maturidade espiritual; a prática dos ensinamentos de Jesus, na relação social; viver como Espírito, ainda que encarnado, compreendendo que a vida continua, que ele mesmo é o construtor do próprio destino.

Ora, há pessoas que mesmo recebendo provas racionais e científicas da existência do mundo espiritual e de todas as relações que daí se originam, não as aceitam e não acreditam nelas.

São aqueles a quem Jesus se refere na Parábola do Semeador (Mateus, cap. 13: 18 a 23), como a semente que ainda não encontrou "terreno fértil" em seus corações e, por isso, não frutificou. Porém, como todas as pessoas (Espíritos) foram criadas para o progresso, chegará o tempo em que perceberão e entenderão tudo o que Jesus transmitiu através de seus ensinamentos, e o Espiritismo vem confirmar.

De um lado, estão os que se preocupam somente com os fenômenos e, de outro, os que desejam moralizar apenas os outros, relutando em retirar a trave dos próprios olhos, antes de querer retirar o argueiro do olho do próximo. Em ambos os casos, o que falta é a prática da REFORMA ÍNTlMA, que foi deixada de lado.

Quando o Espírita sente na Doutrina um caminho de elevação, busca, através dos ensinamentos evangélicos, rever seus valores, aplicando o preceito em si mesmo, eliminando defeitos, que serão substituídos por qualidades; resgatando dívidas do passado sem reclamar; conquistando outras simpatias para o seu redor; enfim, efetiva o seu burilamento moral, praticando o lema FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO, em todos os atos de sua vida.

Em todos os momentos, é importante que ele se esteja auto-avaliando, para perceber se realmente está conseguindo uma modificação em sua

Page 34: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

conduta. Tanto nas pequenas, como nas grandes coisas, o Espírita deve estar atento. Será importante a boa palavra, o gesto amigo, a desculpa fraterna, a amizade sincera e todos os demais gestos de compreensão nas simples situações que ele enfrenta na vida diária.

Enfim, a Doutrina Espírita deve ser vivenciada vinte e quatro horas por dia, pois, acima do simples conhecimento, deve estar a prática. Para tanto, o Espírita precisa desenvolver a humildade, o amor, a tolerância, a bondade, a caridade e a fraternidade com seu próximo, que é toda a Humanidade.

Suas obras devem ser o reflexo de todas as virtudes adquiridas, com muito amor, e dedicação, em todas as circunstâncias. Desta forma, os Bons Espíritas serão os Bons Cristãos, como aqueles que desejam o melhor aos seus semelhantes, que conseguiram desenvolver o amor no coração, praticando os exemplos que Jesus veio deixar à Humanidade em sua passagem pela Terra.

O bom Espírita é todo aquele que traz a sua consciência tranqüila.

Enfim, é todo homem que demonstra sua TRANSFORMAÇÃO MORAL, constantemente, durante sua existência na Terra, vivendo como se Espírito fosse.

Todas as boas ações que o homem realize, serão conquistas para a sua verdadeira propriedade, ou seja, suas virtudes e qualidades colocadas em prática. O Espírita sincero esforça-se para aplicar e vivenciar esses conhecimentos, aproveitando todas as oportunidades para ampliar seu trabalho a modificação interior e caridade para com o próximo. Esse é caminho para conquistar o título de BOM ESPÍRITA, e que está ao alcance de todos!

Bibliografia:

ESE, cap. XVII, item 4.

EVANGELHOS DE LUCAS E MATEUS.

QUESTIONÁRIO

A) MEDlUNIDADE NAS ARTES - PINTURA - ESCULTURA - MÚSICA

1- Quais os três momentos filosóficos apresentados por Kardec e correspondentes às transformações artísticas?

2 - Quais os comentários de Léon Denis e do Espírito de Lavater sobre o papel das Artes na vida?

3 - O que é o artista verdadeiro? Explique sucintamente.

4 - Comente sucintamente a formação do artista ao longo da sua caminhada evolutiva.

5 - Qual é o papel do médium, nas Artes, quando é intérprete?

B) Os BONS ESPÍRITAS

Page 35: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

1- A fé raciocinada o que descortina aos homens?

2 - Como em todos os ensinamentos cristãos, o que é mais importante ao se ter o conhecimento espírita?

3 - Do que depende a felicidade humana?

4 - O que é ser Espírita na amplitude do termo?

5 - O que se entende por: Fora da caridade não há salvação? Comente sucintamente.

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOPICTOGRAFIA

Procedimento:

- Preparação de ambiente e dos médiuns.

- Os alunos deverão, a exemplo da aula de Psicografia, estarem munidos de prancheta, lápis ou caneta e papel para o desenho.

O Espírito comunicante (pintor) através da faculdade mediúnica - intuição, audiência, vidência, controle parcial ou total das mãos do médium - transmite os desenhos que o aluno passará para o papel segundo as suas possibilidades.

- Incentivar o aluno para desenhar o que lhe vier à mente, para adestramento de sua faculdade. Nesta fase de aprendizagem, não importa a firmeza dos traços, a distribuição das cores, e a perfeição da pintura.

8ª. AULAINFLUÊNCIA DA

MORAL

1 - Parte A - INFLUÊNCIA MORAL DOS MEDIUNS: Questões Diversas -

Dissertação do Espírito Erasto Sobre a Questão Moral

A faculdade mediúnica constitui campo de trabalho e não é nenhum privilégio. Tanto criaturas dignas quanto indignas possuem essa faculdade. Portanto, o mérito não está em possuí-la e, sim, no uso que dela se fizer. A boa qualidade do médium não está na facilidade das comunicações, mas sim, em sua aptidão para só receber as boas.

Há Espíritos de todas as condições, como diz Kardec (LE, questão nº 100). Eles estão ao derredor do homem e muitas vezes o observam para verificar suas intenções.

O adágio "Quem se parece se reúne" (Revista Espírita, ano 1859) aplica-se tanto aos Espíritos quanto aos encarnados. É todo um processo de associação de correntes mentais, de afinidade, de sintonia.

O pensamento é o elo que une os Espíritos e os homens, e é por ele que as almas se atraem e se afinam nas idéias e inclinações: "Semelhante atrai

Page 36: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

semelhante". Por isso, as qualidades morais dos médiuns têm influência capital sobre a natureza das comunicações. Os Espíritos inferiores encontrando no médium poucas condições morais, aproveitar-se-ão de todas as falhas. Eles intrometem-se nas comunicações, chegando mesmo a provocá-las.

Está na vontade e conduta do médium permitir ou não esta influência.

Os Espíritos elevados escolherão para intermediário criaturas que possuem condições morais, para transmitirem suas mensagens, porém, se não encontrarem o instrumento adequado, se servirão, momentaneamente, de um imperfeito. Isso ocorre para que a lição seja proveitosa a todos os que tomem conhecimento dela, encarnados ou desencarnados.

A perfeição absoluta na Terra é inexistente, e os bons médiuns são raros, mas aqueles que repelem os Espíritos inferiores estão procurando ser menos enganados, e perseverando para que tenham melhores condições de aproximar-se da perfeição. As boas intenções e a moralidade nem sempre bastarão para impedir que Espíritos levianos possam intrometer-se nas comunicações com os médiuns. Essa possibilidade poderá acontecer se houver falhas no próprio Espírito e fraqueza de caráter e confiança exagerada nas comunicações recebidas.

Essas imperfeições são portas abertas para que, com muita sutileza, os Espíritos inferiores utilizem e explorem o orgulho do médium, um dos maiores escolhos da mediunidade. Muitas vezes, esse defeito de personalidade se desenvolve à medida que a faculdade aumenta, tornando-se um perigo muito grande para o médium, que poderá sofrer grandes decepções. O bom medianeiro é aquele que está consciente de que sua faculdade deve somente ser utilizada para o bem e nunca se envaidecer por possuí-la. Esforça-se para aprimorar-se em bondade, benevolência, amor ao próximo, fortalecendo-se assim, em suas relações com o Mundo Espiritual Maior.

Todas as comunicações devem ser analisadas com bom senso, e o uso da razão permite verificar a sua veracidade. Espíritos elevados aconselham, não impõem; calam-se naquilo que ignoram, ao contrário dos Espíritos inferiores que muito falam.

Diz o Espírito Erasto (LM, 2ª Parte, cap. XX, item 230) que "os médiuns, como médiuns, exercem influência secundária nas comunicações dos Espíritos. Sua tarefa é a de uma máquina elétrica, de transmissão telegráfica entre dois lugares distantes da Terra". Complementa, ainda: "Assim também como as influências atmosféricas freqüentemente atuam sobre as transmissões telegráficas e as perturbam, igualmente a influência moral do médium age e perturba, algumas vezes, a transmissão de nossos despachos de além-túmulo, porque somos obrigados a fazê-los atravessar um meio que lhes é contrário".

Termina Erasto dizendo que "a influência moral do médium se faz realmente sentir, quando ele substitui pelas que lhe são pessoais, as idéias que os Espíritos se esforçam por lhe sugerir; quando ele e, ainda, tira da da própria imaginação teorias fantásticas, que ele mesmo julga, de boa-fé, resultarem de uma comunicação intuitiva. Nesse caso, há mil possibilidades contra uma de que isso não passe de reflexo do próprio Espírito do médium. Acontece mesmo este fato curioso: a mão do médium

Page 37: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

se movimenta, às vezes, quase mecanicamente, impulsionada por um Espírito secundário e zombeteiro" .

O bom médium sabe que nos ensinamentos de Jesus estão o caminho e a fonte do aprimoramento moral, e a sua vivência evangélica fará com que o relacionamento nos dois planos se faça harmoniosamente.

Bibliografia:

LE, perg. nº. 100

LM, 2. a Parte, cap. XX.

SEARA DOS MÉDIUNS, lição 77 - Emmanuel

ROTEIRO, lições 34, 35 e 36 - Emmanuel.

MEDIUNlDADE, Cap IX - Herculano Pires.

ESTUDANDO A MEDIUNIDADE, caps. XlII e XIV - Martins Peralva.

2 - Parte B - OS QUE DIZEM: SENHOR, SENHOR!

Ensinou Jesus Cristo que "nem todo aquele que diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus, esse entrará no Reino dos Céus" (Mt, 7:21). No afã de demonstrar ao homem o que é necessário para atingir o aprimoramento espiritual e poder ter Deus em seu coração, o Mestre Jesus legou esse ensinamento que, se for seguido, capacitará o homem que clamar: "Senhor, Senhor!" e suas palavras alcançarão ressonância nos páramos de luz.

O homem sensato é aquele que edifica sua vida sobre a rocha inabalável da fé e da confiança em Deus, que comunga dos ideais nobres que conduzem ao Pai. Para ele, poderão sobrevir os ventos adversos das tribulações terrenas ou a rude tempestade das calúnias, das incompreensões, das perseguições; ele a tudo resistirá, porque alicerçou sua vida nas recomendações de Jesus, no sentido de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

O insensato, no entanto, fundamenta sua vida sobre a areia movediça do falso zelo religioso, da inveja, da calúnia, do ciúme, preferindo, antes, servir aos interesses mais imediatos, que à sua reforma interior, fingindo desconhecer que é um Espírito submetido a um processo evolutivo, que viverá muitas vezes na Terra, que não deixará de sofrer enquanto não pautar sua vida pelos padrões recomendados por Jesus e contidos nas orientações do Evangelho. Este não resistirá aos ímpetos dos ventos renovadores e às torrentes do progresso, falindo em sua vida terrena, tendo que enfrentar recomeços nas pautas das reencarnações.

São eternas as palavras de Jesus, pois elas são a expressão da verdade. Não são apenas a salvaguarda da vida celeste, mas o caminho da paz, da tranqüilidade e da estabilidade do homem com o trato das coisas pertinentes à vida terrena.

Os rótulos religiosos não darão ao homem melhores ou piores condições evolutivas. Somente quando pautar sua vida dentro das normas balizadas

Page 38: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

por Jesus, terá uma vida estável, semelhante à casa edificada sobre a rocha, porque desfrutará de felicidade, de paz e de serenidade.

Todos os que comungam dos ideais cristãos, dizem: Senhor, Senhor!; mas de que serve chamá-lo de Senhor, quando os preceitos dele não são obedecidos? Porventura são cristãos os que o honram apenas com atos de adoração exterior, que dão primazia ao orgulho, à vaidade, à cupidez e outras paixões aviltantes? Serão, porventura, aprendizes do Evangelho os que vivem orando apenas com os lábios, e mantendo os corações afastados do Cristo, não sendo indulgentes nem caridosos com o seu semelhante?

Afirmou o Mestre que o Reino de Deus é para os mansos, os humildes e caridosos. É um erro do homem achar que a reta justiça do Senhor se abranda face à multiplicidade das palavras, ou pelas orações prolongadas e repetidas.

A lei do amor e da caridade constitui um padrão que o homem deve adotar para se enquadrar nos ditames das leis divinas que enobrecem os Espíritos, encarnados e desencarnados, e os impulsionam para Deus.

Bibliografia:

ESE, cap. XVIll, itens 6 a 9.

QUESTIONÁRIO

A) INFLUÊNCIA MORAL DOS MÉDIUNS

1- 0 que é realmente médium de boa qualidade. Por que?

2 - Explique sucintamente o que entende com os adágios "Quem se parece se reúne" e "o semelhante atrai semelhante".

3 - Do que depende a influência que o médium sofre?

4 - Como devem ser analisadas as comunicações?

5 - Comente sucientamente as explicações de Erasto sobre a postura do médium na influência moral.

B) Os QUE DIZEM: SENHOR, SENHOR!

1- Explique sucintamente o que entende da lição de Jesus: "Nem todo aquele que diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus".

2 - Qual é o homem sensato? Explique sucintamente.

3 - Qual é o homem insensato? Explique sucintamente.

4 - O conhecimento religioso dá ao homem condição evolutiva?

5 - Para quem, diz Jesus, é o Reino de Deus?

3 - Parte C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

Page 39: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

PSICOFONIA

Intercâmbio com Mentores Espirituais. Treinamento para receber mensagens e orientações instrutivas do Plano Espiritual.

Os médiuns devem vir preparados espiritualmente para este exercício. Desde que levantaram, zelaram pelo equilíbrio espiritual e psíquico, e pela limpeza da mente e pureza de coração.

9ª. AULAINFLUÊNCIA DO

MEIO

1 - Parte A - INFLUÊNCIA DO MEIO SOBRE OS MÉDIUNS

Os Espíritos estão, incessantemente, ao redor do homem, em ligação mental, interferindo em suas ações, reuniões, seguindo-os, evitando-os, conforme seja sua afinidade fluídica, sua simpatia ou antipatia. O médium é o intérprete, o instrumento dos Espíritos e sua faculdade mediúnica nada mais é do que um meio de comunicação.

Conseqüentemente, a ação do médium depende do meio em que se encontra, dos objetivos das reuniões, da elevação moral dos encarnados e desencarnados, da afinidade fluídica entre o médium e o Espírito comunicante, da boa ou má preparação do ambiente etc.

A reuniões fúteis comparecem Espíritos levianos e brincalhões; a reuniões sérias, Espíritos elevados. Kardec perguntou se os Espíritos Superiores procuram encaminhar idéias sérias às reuniões fúteis. Como resposta, foi-lhe dito (LM 2.a Parte, cap. XXI, item 231) que: "Os Espíritos Superiores não vão às reuniões onde sabem que a presença deles é inútil. Nos meios pouco instruídos mas onde há sinceridade de boa mente vamos, ainda mesmo que aí só instrumentos medíocres encontremos. Não vamos, porém, aos meios instruídos onde domina a ironia. Em tais meios, é necessário se fale aos ouvidos e aos olhos: esse é o papel dos Espíritos batedores e zombeteiros. Convém que aqueles que se orgulham da sua ciência sejam humilhados pelos Espíritos menos instruídos e menos adiantados".

O meio exerce enorme influência sobre a natureza das manifestações inteligentes. Meio, aqui, não é espaço, local, condição atmosférica ou ambiente, mas conjunto de qualidades morais e objetivos de Espíritos e encarnados interessados na reunião mediúnica. "Assim, onde quer que haja uma reunião de homens, há igualmente em torno deles uma assembléia oculta, que simpatiza com suas qualidades ou com seus defeitos" (LM, 2.a Parte, cap. XXI item 232). A ação do médium é de fundamental importância para a formação desse "meio", que deverá influenciá-lo, porquanto "os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam" (LM, 2.a Parte, cap. XX, item 227). Como se viu na lição anterior, "a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais" são qualidades que atraem os Bons Espíritos e o "orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria" são defeitos que os afastam, mas que atraem os Espíritos inferiores.

Page 40: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Necessariamente, não basta que uma assembléia seja séria para receber comunicações de ordem elevada, como também não basta que seja fútil para ali só existirem comunicações fúteis. Um Espírito elevado, se for evocado numa reunião fútil, poderá proferir ali palavras de elevação, como a um chamamento às ovelhas desgarradas, e, não sendo ouvido nem compreendido, afasta-se, deixando aos outros o campo livre (LM, 2.a Parte, cap. XXI, item 232).

Em resumo, diz Kardec: "As condições do meio serão tanto melhores, quanto mais homogeneidade houver para o bem, mais sentimentos puros e elevados, mais desejo sincero de instrução, sem idéias preconcebidas" (LM, 2.a Parte, cap. XXI, item 233).

Para esse meio tornar-se melhor ainda, devem os participantes da assembléia preparar-se para o trabalho mediúnico:

- mantendo pensamentos elevados, objetivos e sadios, e conversação construtiva;

- evitando alimentação excessiva, bebidas alcoólicas, fumo;

- tendo consciência do seu trabalho na ligação com os Espíritos;

- fazendo reforma íntima, evangelizando-se e mantendo alto padrão vibratório;

- mantendo fidelidade aos compromissos assumidos.

Observadas essas condições, os serviços mediúnicos serão sempre protegidos pelos Bons Espíritos, em nome de Jesus, e a influenciação será sempre boa, pois "a prece, a meditação elevada, o pensamento edificante, refundem a atmosfera, purificando-a" (André Luiz, Missionários da Luz, cap. 5).

Bibliografia:

LM, 2.a Parte Cap XXI

MISSIONARlOS DA LUZ, Cap 5 - André Luiz.

MEDIUNlDADE, cap 20 - Edgard Annond.

SEARA DOS MÉDIUNS, lição 32 - Emmanuel

2 - Parte B - MEDIUNIDADE E PSICOTERAPIA

Psicoterapia: Tratamento de doenças por métodos psicologicos como a persuasão, sugestão, hipnose e Psicanálise e os processos que dela derivam. A finalidade da psicoterapia é restabelecer o equilíbrio emocional pertubado.

Diz Emmanuel (1):

"Os médiuns, como elementos de ligação entre a vida espiritual e o plano físico, serão sempre solicitados a dar uma palavra orientadora nas questões multiformes que afetam as pessoas que os procuram. Daí, a

Page 41: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

indicação de exercitarem alguns princípios de psicoterapia e relações humanas.

A intensa vida moderna, na Terra, generalizou a carência de roteiros, planos, programas e observações para as criaturas deprimidas, tímidas, céticas, recalcadas, frustradas em geral.

Na verdade, inicia-se o esforço na tarefa mediúnica pelo passe, pela psicofonia, pela psicografia ou pelas formas variadas de assistência aos sofredores da alma e do corpo; estudam-se algumas atitudes que favoreçam a manifestação das Entidades Amigas, no auxílio a terceiros, pelo conselho simples e natural.

Paciência e perseverança no bem devem estar conjugadas constantemente na expressão e na boa vontade.

Não demonstre estranheza ou perplexidade ante as revelações ouvidas, para que não esmoreça a confiança do coração que se abre a você.

Predisponha-se, com todos os recursos de seu campo mental, à simpatia pelos irmãos que lhe pedem a opinião, sem mostrar-se superior.

Cultive invariável atenção perante as confidências alheias, testemunhando o maior interesse afetivo pela solução aos problemas do interlocutor, seja ele quem for.

Envide esforços para que a criatura exponha em pormenores e calmamente o caso que lhe motiva a preocupação, a fim de que possa ajudá-la, através da mais ampla visão dos fatos.

Evite julgar ou censurar, precipitadamente, quem confia em você, mesmo com reprovações inarticuladas.

Restrinja as indagações aos assuntos e momentos absolutamente necessários.

Pesquise os postulados básicos do Espiritismo, argumentando as ocorrências em exame sob o crivo do discernimento espírita e exaltando a responsabilidade pessoal ante a existência eterna.

Sempre que possa, indique um núcleo de serviço espiritual compatível com as afinidades e necessidades da pessoa que comparece em busca de concurso fraterno.

Resguarde em segredo aquilo que não deva ser revelado mantendo discrição e respeito para com todos os nossos irmãos em experiência.

Jamais force resoluções taxativas, nesse ou naquele sentido, mas exponha os vários caminhos possíveis, com as suas conseqüências prováveis, e deixe que o livre-arbítrio dos companheiros escolha o que mais lhes convenha.

Sustente equilíbrio, entendimento e bondade em suas manifestações, para que a autoridade moral e espiritual lhe favoreça o trabalho.

Page 42: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Leia, constantemente, para melhorar seus processos de análise das almas e suas técnicas de expor as soluções mais justas, conforme o seu modo de entender.

Sobretudo, saiba que são inimagináveis as possibilidades de socorro de um encarnado confiante no Alto e consciente de seus recursos íntimos, quando ligado aos Bons Espíritos que nos estendem a inspiração e o amparo da Vida Superior".

Bibliografia:

(1) ESTUDE E VIVA, item 31- Emmanuel

QUESTIONÁRIO

A) INFLUÊNCIA DO MEIO SOBRE OS MÈDIUNS

1- Qual é a influência do meio sobre os médiuns? Que se entende por "meio"?

2 - Que Espíritos comparecem a reuniões fúteis e a reuniões sérias? Explique sucintamente.

3 - Como devem preparar-se os participantes do trabalho mediúnico?

4 - Explique o que entendeu da lição de Kardec, LM 2ª Parte, cap. XXI, item 233.

5 - Para que o serviço mediúnico seja sempre protegido e a influência sempre boa o que é necessário?

B) MEDIUNlDADE E PSICOTERAPIA

1- Por que devem os médiuns exercitarem alguns princípios de psicoterapia e relações humanas?

2 - Quais as atitudes que favorecem a manifestação das Entidades Amigas?

3 - Por que não se deve demonstrar estranheza ou perplexidade ante as revelações ouvidas?

4 - Por que não se deve forçar resoluções taxativas?

5 - Quais são as possibilidades de socorro do encarnado confiante no Alto?

(Psicologia: Ciência que estuda a personalidade humana através da análise do comportamento dos seres vivos. É a ciência dos fenômenos psiquicos e do comportamento).

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOFONIA DE AUXÍLIO A ESPÍRITOS NECESSITADOS

Nesta aula, repete-se o atendimento a necessitados do Plano Espiritual conforme a Parte "C" da 5ª. aula.

Page 43: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Após a preparação do ambiente, os médiuns devem direcionar o pensamento e a vontade para formarem uma corrente de vibrações positivas e salutares no grupo.

Pode-se adotar a corrente de mão que consiste em colocar a mão esquerda espalmada para cima e a mão direita espalmada para baixo e sobre a mão esquerda do médium ao lado. A corrente tem por finalidade trocar energias entre os elementos do grupo e dar sustentação ao médium que está dando passividade.

E bom notar que este procedimento (corrente de mãos), adotado por boa parte das casas Espíritas, não é absolutamente necessário, porquanto as ligações são mentais.

Em seguida, os Espíritos são trazidos pelos Mentores para manifestação, que em cada grupo deve ocorrer uma de cada vez, a fim de que o monitor possa esclarecê-los com palavras de estímulos, fé, paciência e esperança. Não há necessidade de gritos, gestos grosseiros ou agressivos por parte dos médiuns, que devem aprender a controlar as manifestações.

A doutrinação dos Espíritos deve ser feita sem ameaças gritos ou falsas promessas. Utilizar uma linha de pensamentos com lógica, bom senso, embasada nos princípios doutrinários e evangélicos da Doutrina Espírita.

Caso haja mais de um monitor no grupo, pode ocorrer nele mais que uma manifestação ao mesmo tempo.

Ao final das manifestações, o Dirigente solicitará ao Instrutor Espiritual a harmonização de todos os médiuns para refazimento de suas energias e recomendará a estes últimos que não fiquem ligados com o conteúdo das comunicações transmitidas e ou ouvidas, para não se perturbarem.

10ª. AULAA MEDIUNIDADE

ATRAVÉS DO TEMPO

1 - Parte A - A MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS

Todo aquele que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui portanto um privilégio exclusivo.

A mediunidade nasce, segundo a Equipe do Espírito da Verdade disse a Kardec, com o ser humano, portanto sempre existiu.

O trabalhar mediunicamente bem ou não, é que determina quem é quem.

A mediunidade tem se manifestado desde sempre. Os mais antigos escritos religiosos como os Vedas já continham ensinamentos dos chamados "Mortos."

O trabalho mediúnico entre os antigos era feito por homens e mulheres, dedicados à religião; os chamados iniciados, que levavam muitos anos se preparando para poderem assim que as suas faculdades mediúnicas estivessem desenvolvidas, exercer o seu poder sobre o povo, governantes etc, eram pessoas temidas e respeitadas por todos.

Page 44: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Nos clãs do Totemismo e no Masdaísmo, esses médiuns em considerados deuses e eram cultuados até depois de sua morte.

Todos os fenômenos provocados por eles eram considerados maravilhosos e sobrenaturais, e não poderiam ser provocados por mais ninguém, pois somente os escolhidos produziam os fenômenos, os chamados privilegiados. Eles eram considerados os responsáveis pelas orientações religiosas, junto ao povo. Eram círculos fechados.

Esses médiuns viviam na Índia, na Pérsia, no Egito, na Grécia e em Roma e faziam da sua mediunidade uma condição de dominação e poder, surgindo assim seitas e sociedades que funcionavam baseadas em longa e difícil iniciação, cuja finalidade era estabelecer um espírito de disciplina e seleção.

Diz Gabriel Delanne em "O Fenômeno Espírita a casta sacerdotal que de início era formada pelos brâmanes do culto vulgar e os ecônomos dos pagodes encarregados de explorar a credulidade da multidão; ensinava-se-lhes a comentar os três primeiros Livros dos Vedas, a dirigir as cerimônias e a cumprir os sacrifícios. Os brâmanes do 1º grau estavam em comunicação constante com o povo; eram seus diretores imediatos. Os do 2º grau eram os exorcistas, adivinhos, profetas, evocadores de espíritos que, em certos momentos difíceis, eram encarregados de atuar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais. Eles liam e comentavam o Atava-Veda, repositório de conjurações mágicas. No 3.° grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com a multidão; o estudo de todas as forças físicas e naturais do Universo era a sua única ocupação e, quando se manifestavam exteriormente, o faziam sempre por meio de fenômenos aterrorizadores, e de longe.

Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face dos poderes mediúnicos que eram misturados com práticas mágicas e de prestidigitação.

Na Bíblia são relatados vários fatos mediúnicos, os profetas eram médiuns. Moisés produziu vários fenômenos de efeitos físicos e intelectuais.

Moisés proibiu, na época, o uso da mediunidade em virtude dos abusos existentes.

A história da mediunidade é longa e vários nomes surgiram através dos tempos:

• Mesmer (1779) desenvolveu a teoria do magnetismo animal , dando início aos trabalhos de passe;

• Puysegur (1787) faz um estudo apronfudado e descobre o sonambulismo;

• Braid (1841) descobre o hipnotismo;

• Swendenborg (1744) médium vidente;

• Edward lrving (1830);

• Andrew Jackson (1826);

Page 45: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Em 1847 em Hydesville, duas irmãs Kate e Margareth Fox de uma família metodista, tornaram-se responsáveis por fenômenos de efeitos físicos.

Em 1855 o pedagogo Hippolyte Léon Denizard Rivail foi convidado a participar de uma reunião de mesas falantes e mesas girantes.

Através da observação e experiências feitas, chega a conclusão que algo mais inteligente comandava a movimentação e as respostas das mesas. Em 18 de abril de 1857 publica O Livro dos Espíritos.

Junto com ele vieram também Willian Crookes, Wallace Lodge, Richet, Delanne, Léon Denis, Camille Flammarion, e outros, auxiliando Allan Kardec, nome que passa a assinar por orientação Espiritual, a divulgar e pesquisar mais as orientações espirituais.

Vários médiuns se destacaram e continuam se destacar tais como Irmãos Davenport, Irmãos Eddy e Holmes, Henry Slade e Dr. Monck, Eusapia Palladino, Charles H. Foster Madame dÉsperance, Willian Eglinton, Stainton Moses. Batuíra, Cairbar Schutel, Vinicius, Edgard Armond, Bezerra de Menezes, Yvonne A. Pereira, Divaldo Pereira Franco, Francisco Cândido Xavier e muitos outros que estão auxiliando a divulgação da Doutrina dos Espíritos através do trabalho do amor, da justiça e da Fraternidade.

Bibliografia

KARDEC, Allan - LM, 2ª. Parte, Capitulo XXII

DOYLE, Arthur Connan - História do Espiritismo

DELLANE, Gabriel- O Fenômeno Espírita

2 - Parte B - DEUS - JUSTIÇA E EVOLUÇÃO

A escada que o patriarca Jacó viu em sonho, quando a caminho da Mesopotâmia, é a mais insofismável e fiel imagem da evolução. Por essa escada, cujas extremidades se apoiavam, respectivamente, uma na Terra e outra no Céu, subiam e desciam os Espíritos. A escada, com seus numerosos, incontáveis degraus, representa uma alegoria perfeita das várias etapas do progresso que os Espíritos vão galgando, a fim de atingirem as suas relevantes destinações.

Seria grave aberração e um atentado contra a Justiça Divina, se os Espíritos criados por Deus tivessem que permanecer eternamente jungidos ao estado e às condições em que os conhecemos no momento atual. Que significado teria a evolução, se os Espíritos inferiores não evoluíssem para as espécies superiores?

A criação é uma cadeia infinita, cujos elos se entrelaçam num perene movimento ascensional. Não é dado ao homem ter uma visão mais ampla e palpável desse entrelaçamento gradual e progressivo dos Espíritos, porque o minúsculo Planeta onde habitamos não representa mais do que uma diminuta fração do Universo incomensurável.

Sendo Deus a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe, é a base sobre a qual repousa o edifício da Criação. Essa é a questão crucial que o homem deve considerar antes de tudo,

Page 46: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

principalmente quando pretende analisar as coisas pertinentes à constante evolução de tudo o que é criado por Deus.

A evolução é um fato que se impõe, e em tudo se verifica.

Os homens de hoje e os animais são bastante diferentes dos homens e dos animais de outrora. Destes últimos, várias espécies desapareceram do cenário terreno, existindo apenas alguns exemplares nos museus. Outros existiram em épocas imemoriais, e, hoje, tomamos conhecimento de sua existência através de vestígios fósseis.

Para onde quer que voltemos nossos olhos, verificamos que tudo evoluiu e continua a evoluir na Terra; por isso, acreditando na evolução, acreditamos na justiça, e, acreditando na justiça, forçosamente acreditamos em Deus, Criador do Universo e da Vida, fonte geratriz de todas as coisas.

Assim como a evolução se processa em todos os campos da atividade humana, também isso ocorre no conceito que os homens têm sobre as coisas.

No passado longínquo, o Politeísmo grassava em quase todas as nações do mundo. Os deuses constituíam o centro de adoração de todos. Hoje, o monoteísmo é consagrado: quase todas as nações da Terra. Deus é a imagem central de todas as religiões.

Nas épocas imemoriais, faziam-se sacrifícios aos deuses, de crianças e animais. Atualmente, essa prática é consideraada abominável, horripilante.

No passado ainda recente, o povo e até a religião majoritária acreditavam, através do sistema geocêntrico, que o mundo era imensa planície, e o Sol girava em torno da Terra. Após a descoberta de Galileu, foi universalmente aceito o sistema heliocêntrico, concebendo-se que a Terra e outros Planetas são imensos globos, girando em torno do Sol.

Há alguns séculos, os chamados hereges eram queimados em praças públicas, e as religiões acreditavam que assim procedendo, prestavam um serviço a Deus. Na atualidade, a simples lembrança desses episódios é considerada aterrorizante, aos olhos de todos os homens, e um ultraje às sábias leis do Criador.

Bibliografia:

EM TORNO DO MESTRE - pags. 75,76,e 77 - Vinícius

LE, pergs. 667,673 a 776 a 802

QUESTIONÁRIO

A) A MEDlUNlDADE A TRAVÉS DOS TEMPOS

1- Quando tiveram início as manifestações mediúnicas?

2 - Quem são os precursores da Mediunidade?

Page 47: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

3 - Quem são as médiuns que se destacaram em Hydesville?

4 - Quando teve início e com quem o estudo mais aprofundado e divulgado da Doutrina Espírita?

5 - E hoje quem divulga a Doutrina Espírita?

B) DEUS - JUSTIÇA E EVOLUÇÃO

1- Analise o sonho de Jacó.

2 - O que é evolução?

3 - Fale sobre o Politeísmo no passado longínquo.

4 - O que é o Monoteísmo?

5 - O que ocorreu, após a descoberta de Galileu?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

VIDÊNCIA E AUDIÊNCIA

VIDÊNCIA

Vidência, chamada também de clarividência, é a visão hiperfísica, ou seja, além dos limites dos sentidos físicos.

O médium vidente é aquele que vê além da visão física, de olhos abertos e também de olhos fechados, pois a vidência não depende dos órgãos físicos da visão.

A vidência se divide em: 1) local, 2) espacial, 3) temporal.

A vidência local, ou no ambiente, é aquela em que o médium vê o que se passa no ambiente onde está. O médium vê projeções mentais de Espíritos encarnados e desencarnados, paisagens confeccionadas pelos Espíritos e os Benfeitores do local.

A vidência pode se dar espontaneamente, ou por interferência do Plano Espiritual.

A vidência espacial é aquela em que o médium vê o que está acontecendo em local distante.

Ocorre de três maneiras:

1) pela formação no Plano Espiritual do chamado "tubo astral", confeccionado com matéria cósmica universal, em tudo semelhante a um telescópio possante;

2) pelo desdobramento (emancipação da alma) consciente ou inconsciente, quando o Espírito do médium desprende-se do corpo físico, viaja no espaço na velocidade do pensamento, mas sempre ligado ao corpo físico;

Page 48: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

3) pela expansão da consciência, em que o médium treinado em expandir sua consciência, abarca um espaço considerável, percebendo o que está acontecendo em outro lugar no espaço.

A vidência temporal é aquela em que o médium vê o que está acontecendo no presente, o que aconteceu no passado ou o que virá a acontecer no futuro.

A vidência será desenvolvida através das cinco fases, só que em vez da manifestação será utilizada a vidência dos médiuns. O dirigente solicita ao Plano Espiritual que plasme uma figura no centro da sala e os alunos tentarão captá-la pela vidência, o que será avaliado quando o monitor realizar a apuração das percepções no grupo .

O médium deverá tomar muito cuidado com a mediunidade da vidência e não sair dizendo que está vendo Espíritos infelizes ao lado das pessoas, que a aura de fulano está assim ou assado, etc.

Audiência é a capacidade mediúnica de escutar sons originados de plano extra-físico.

O médium ouve a voz dos Espíritos, ou sons produzidos pelos Espíritos, ou até mesmo sons originados pela própria natureza.

A audição está ligada intimamente à telepatia. O processo é semelhante ao processo de audição comum ampliada milhares de vibrações. O médium vê e ouve o que está na sua faixa vibratória.

Estas modalidades mediúnicas também serão observadas pelos alunos e apuradas pelos Monitores, posteriormente.

11ª. AULAIDENTIDADE DOS

ESPÍRITOS

1 - Parte A - IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS

Diz Kardec: "A questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do Espiritismo. Porque, de fato, os Espíritos não trazem nenhum documento de identidade e sabe-se com que facilidade alguns deles usam nomes emprestados".

Ainda, Kardec diz: "A mais difícil de se constatar é a identidade dos Espíritos das personagens antigas a qual, muitas vezes, se torna impossível, reduzindo-se a uma possibilidade de apreciação puramente moral". (I)

De modo geral, devem-se julgar os Espíritos, como se julgam os homens, pela sua linguagem, estilo, tendências morais, atos, conselhos que dão etc. Desde que o Espírito só diz boas coisas, pouco importa o nome que esteja usando. Há, sem dúvida, a objeção de que um Espírito que tomasse nome suposto, mesmo que só para o bem, não deixaria de cometer uma fraude; por isso, não poderia ser bom.

O homem deve compreender que "à medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, as características distintivas de suas personalidades desaparecem, de certa maneira, na uniformidade da

Page 49: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

perfeição; nem por isso deixam eles de conservar as suas individualidades. É o que se verifica com os Espíritos superiores e os Espíritos puros". (2)

O que significa um nome entre uma das mil existências vividas? Nada! Acresce notar, ainda, que a quantidade de Espíritos elevados que estão em plano superior ao da Terra é muito maior do que aqueles que deixaram um grande nome aqui. Infelizmente, os homens se apegam a nomes, esquecendo-se de analisar o conteúdo. Isto ocorre com todos os tipos de mensagens, psicofônicas, psicográficas, psicopictoriográficas etc. Não deixa de ser puro orgulho, porquanto uma relação com Espírito superior, em qualquer de suas formas, não quer dizer que o homem seja superior também, mas muito mais lógico é concluir que o Espírito é que veio até ele. Um médico trata de um doente, mas não é pelo fato de o médico ser importante que o doente o seja também.

Em resumo, dizem os Espíritos:

"A questão de nome é secundária, podendo-se considerar o nome como simples indício da categoria que o Espírito ocupa na Escala Espírita".

Maior cuidado deve tomar o homem, quando um Espírito de ordem inferior se enfeita com um nome respeitável para se fazer acreditar. Nestes casos, graças aos nomes emprestados e com a ajuda da fascinação, é que Espíritos mais orgulhosos do que sábios procuram impor idéias, muitas vezes, absurdas e ridículas que se espalham no meio doutrinário.

Di: J. Herculano Pires, em nota de rodapé, do item 257 de "O Livro dos Médiuns", que "a identificação dos Espíritos é feita através da personalidade do falecido. Dados diversos podem ajudar essa identificação, mas são o seu caráter, os seus modos, os seus hábitos, todo esse conjunto pessoal que nos provam a sua presença. Exigir a identificação material é absurda. Mas, quando essa identificação é possível como pelos sinais digitais, pela forma do rosto ou das mãos impressas no gesso, ou mesmo pela fotografia ou pela matéria do Espírito ainda assim os negadores sistemáticos não a aceitam".

Um estudioso de André Luiz, Emmanuel, Humberto de Campos, ou Irmão X, de Maria Dolores e tantos outros Espíritos, saberá distingui-los por suas características de estilo, formas de linguagem e até conteúdo doutrinário.

Pode-se também colocar entre as provas de identidade a semelhança de caligrafia e de assinatura, mas, diz Kardec, isso não representa uma garantia suficiente, pois não é com todos os médiuns que se obtêm bons resultados, além do que pode o Espírito imitar a assinatura.

Finalmente, pode-se dizer que a distinção entre Espíritos bons e maus decorre das próprias comunicações. "A bondade e a afabilidade são atributos essenciais dos Espíritos depurados. Eles não têm ódio, nem aos homens, nem aos demais Espíritos. Lamentam as fraquezas, criticam os erros, mas sempre com moderação, sem amarguras nem animosidades" (LM, 2.a Parte, cap. XXIV item 264).

Nem sempre a inteligência revela um sinal seguro de superioridade, porquanto um Espírito pode ser bom, afável, e ter conhecimentos limitados, enquanto um inteligente e instruído pode ser moralmente bastante inferior. De qualquer forma, pode-se "tomar como regra invariável e sem exceção que a linguagem dos Espíritos corresponde

Page 50: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

sempre ao seu grau de elevação a que já tenham chegado" (LM, 2.a Parte, cap. XXlV item 263).

Em síntese, Kardec apresenta no item 267, de "O Livro dos Médiuns", uma série de princípios indicativos de reconhecimento da identidade e qualidade dos Espíritos:

1 ° - "Não há outro critério para discernir o valor dos Espíritos, senão o bom senso."

2° - "Julgamos os Espíritos pela sua linguagem e pelas suas ações."

3° - "Admitido que os Bons Espíritos só podem dizer e fazer o Bem, de um Bom Espírito não pode provir o que tenda para o mal.

4° - "A linguagem dos Espíritos Superiores é sempre digna, elevada, nobre, sem nenhuma mistura de trivialidade."

5° - "Não devemos julgar os Espíritos pelo aspecto forrmal e pela correção do seu estilo, mas sondar-lhes o íntimo, analisar suas palavras, pesá-las friamente, maduramente, e sem prevenção. "

6° - "A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à forma, pelo menos quanto à substância."

7° - "Os Espíritos Bons só dizem o que sabem, calando-se ou confessando a sua ignorância sobre o que não sabem."

8° - "Os Espíritos levianos são ainda reconhecidos pela facilidade com que predizem o futuro e se referem com precisão a fatos materiais que não podem conhecer."

9° - "Os Espíritos Superiores se exprimem de maneira simples, sem prolixidade."

10° - "Os Espíritos Bons jamais dão ordens; não querem impor-se; apenas aconselham e, se não forem ouvidos, retiram-se."

11° - "Os Espíritos Bons não fazem lisonjas. Aprovam o bem que se faz, mas sempre de maneira prudente."

12° - "Os Espíritos Superiores mantêm-se, em todas as coisas, acima das puerilidades formais,"

13° - "Devemos desconfiar de nomes bizarros e ridículos  usados por certos Espíritos que desejam impor-se à credulidade."

14° - "Devemos igualmente desconfiar dos Espíritos que se apresentam com muita facilidade, usando nomes venerados, e só com muita reserva aceitar o que dizem."

15° - "Os Espíritos Bons são também reconhecíveis pela sua prudente reserva no tocante às coisas, que possam comprometer-nos.

Repugna-lhes desvendar o mal."

Page 51: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

16° "Os Espíritos imperfeitos aproveitam-se, freqüentemente, dos meios de comunicação de que dispõem para dar maus conselhos."

17º - "Para julgar os espíritos, como para julgar os homens, é necessário que cada um saiba julgar-se a si mesmo."

Bibliografia:

LM, 2ª. Parte, Cap. XXIV

LE, Introdução, itens Xll, Xlll e XlV

SEARA DOS MÉDIUNS, lição 51- EmmanueL

(1) LM, 2a Parte, cap. XXlV item 255.

(2) LM. 2ª. Parte, cap. XIV, item 256.

2 - Parte B - QUEM SE ELEVAR SERÁ REBAIXADO

Qual foi o objetivo de Jesus Cristo, quando pronunciou as palavras: "Quem se elevar será rebaixado e quem se humilhar será exaltado?"

É evidente que a cogitaçáo do Mestre era combater o orgulho e as vaidades terrenas, defeitos terríveis que são fatores de queda de muitos Espíritos invigilantes, que, por isso, chegam a malbaratar uma existência inteira, e, quando da reintegração no mundo espiritual, passam a viver um quadro de angústia.

No "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (cap. Il, item 8), de Allan Kardec, há uma comunicação do Espírito de uma antiga rainha de França, que ao adentrar o mundo dos Espíritos, após uma vida de fausto e de orgulho, viu, com imensa surpresa que os Espíritos de muitas pessoas, que a ela haviam sido subordinadas na Terra e desempenhavam posições subalternas, obscuras, eram muito superiores a ela e desfrutavam, no mundo dos Espíritos, de uma situação superior. Em certo trecho da sua comunicação, ela diz, textualmente:

"Que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, vi, acima de mim, porém, muito acima, homens que eu julgava tão pequenos e os desprezava, por não serem nobres de sangue! Oh! Só, então, compreendi a esterilidade das honras e das grandezas que, com tanta avidez, se buscam na Terra!"

Em "Mateus, cap. 18:1 a 4", disse Jesus Cristo: "Na verdade, vos digo que, se não vos converterdes e vos fizerdes como menino;" não entrareis no Reino dos Céus. Todo aquele, pois, que se humilhar e se fizer pequeno como este menino, será o maior no Reino dos Céus".

Tomando um menino como paradigma, a fim de demonstrar a singeleza e a humildade, o Mestre quis demonstrar que com algumas exceções, a criança, geralmente, é simples em seus atos; muito dificilmente é assoberbada pelo orgulho e pela presunção, e não é acometida por muitos dos defeitos terrenos, tais como o ciúme, o ódio, a inveja e a soberbia.

Novamente em "Mateus, cap. 20:20 a 28", afirma que dirigindo-se aos apóstolos o Mestre disse: "Aquele que quiser tornar-se o maior, seja o que

Page 52: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

vos sirva; e que o que quiser ser o primeiro dentre vós; seja vosso servo, assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida pela redenção de muitos",

Noutro ensinamento, dado em "Lucas, cap, 14:7 a 11", o Mestre preceituou que "quando fordes convidado para um banquete, não deveis tomar o primeiro lugar, evitando, assim, que por estar entre os convidados outra pessoa mais considerada do que vós, aquele que vos convidou venha dizervos: Dai vosso lugar a este, e, então, envergonhado, tereis de buscar o último lugar; mas, quando vos convidarem, procuraí sempre o último lugar, para que, quando vier aquele que vos convidou, vos diga: Meu amigo, assentaí-vos mais acima. E, então, servir-vos-á isso de glória, na presença daqueles que estiverem sentados à mesa, porque aquele que se exalta será humilhado e aquele que se humilha será exaltado".

Digno de destaque é a afirmação de Jesus de que " ele havia descido à Terra, para servir e não para ser servido". Se ele, que foi o maior dos Espíritos que já vieram ao nosso Planeta, veio para servir, o que diremos daqueles que ainda estão nos primórdios da evolução espiritual? Se ele, que é Mestre e Senhor, deu uma demonstração de humildade extrema, lavando os pés dos seus apóstolos, deve-se ver nesse fato a mais autêntica demonstração de desapego pelas coisas terrenas, e a mais requintada humildade.

O Espiritismo confirma a teoria pelo exemplo, ensinando que os grandes no mundo dos Espíritos, são os que foram pequenos aqui na Terra, e, freqüentemente, são ali muito pequenos os que, na Terra, foram grandes, poderosos.

Bibliografia:

ESE, cap. VII itens 3 a 6.

EVANGELHOS DE MATEUS E LUCAS.

QUESTIONÁRIO

A) IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS

1- O que diz Kardec quanto à identidade dos Espíritos?

2 - Como julgar o Espírito?

3 - Por que a questão do nome do Espírito é secundária?

4 - Aponte três princípios indicativos de reconhecimento da identidade e qualidade dos Espíritos.

5 - Que diz Herculano Pires no LM na nota de rodapé, do item 257?

B) QUEM SE ELEVAR SERÁ REBAIXADO

1- Explique sucintamente o que entende por "Quem se elevar será rebaixado e quem se humilhar será exaltado".

Page 53: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

2 - Comente o tema contido em Mateus, cap.18:1-4.

3 - Explique o que entende nos versículos 20 a 28, do cap. 20, de Mateus.

4- - Analise os versículos 7 a 11, do cap. 14, de Lucas.

5 - Explique a afirmação de Jesus, quando disse que "havia descido à Terra, para servir e não para ser servido".

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOFONIA, VIDÊNCIA E AUDIÊNCIA

Exercício prático com as três modalidades mediúnicas aplicando novamente o processo e incentivando os médiuns ao desenvolvimento e reforma íntima.

12ª. AULAEVOCAÇÕES DOS

ESPÍRITOS

1 - Parte A - EVOCAÇÕES DOS ESPÍRITOS

Em "O Livro dos Médiuns" (2ª. Parte, cap. XXV; item 269), Kardec diz preferir o apelo direto a determinado Espírito, a simplesmente aguardar uma comunicação espontânea, alegando que com a evocação cria-se uma barreira aos intrusos. Complementa que as comunicações espontâneas, todavia, não apresentam inconvenientes, desde que se possa exercer um controle sobre os Espíritos, tendo a certeza de não deixar que os maus venham dominar as reuniões.

Na questão 369, de "O Consolador", Emmanuel ensina:

"Não somos dos que aconselham a evocação direta e pessoal, em caso algum. Se essa evocação é passível de êxito, sua exeqüibilidade somente pode ser examinada no Plano Espiritual. Daí, a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral dos aprendizes sinceros da Doutrina". Complementa, na mesma resposta, Emmanuel:

"Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendo a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional do Codificador, aliada a necessidades e méritos ainda distantes da esfera de atividade dos aprendizes comuns".

Quando se têm reuniões regulares, não é preciso fazer evocações, de vez que os Espíritos familiares ou participantes habituais acorrem a essas sessões naturalmente, sendo fácil reconhecê-los pela sua linguagem, pela sua escrita ou por certos hábitos peculiares.

Quando se pretende comunicar com um Espírito determinado, é absolutamente necessário evocá-lo.

Ao evocar um Espírito pela primeira vez, é conveniente designá-lo com alguma precisão. Perguntas formuladas de maneira imperativa podem afastá-lo e devem ser evitadas. Elas devem ser afetuosas ou respeitosas,

Page 54: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

conforme o Espírito; mas, em qualquer caso, devem revelar a benevolência do evocador.

Os médiuns são, geralmente, muito mais procurados para as evocações de interesse particular do que geral. Há um desejo natural de conversar com os Espíritos familiares ou com Espíritos que foram importantes na Terra. Nestes casos, devem os médiuns:

- estar seguros da sinceridade do pedido, para não caírem em armadilhas que lhes possam fazer pessoas malfazejas;

- acautelar-se de que tais evocações não se prestem a simples curiosidades, sem intenção séria da parte do evocador;

- repelir as que tenham caráter insidioso, porquanto os Espíritos não gostam de estar sendo submetidos à prova. Insistir em questões desta natureza, é querer ser enganado.

"As perguntas devem ser feitas com clareza, nitidez e sem segundas intenções, para se obterem respostas positivas" (LM, 2.a Parte, cap. XXV itens 270 a 273).

Todos os Espíritos, desencarnados ou encarnados, seja qual for o grau da escala a que pertençam, podem ser evocados. Isso não quer dizer que eles sempre atendam o apelo. Na verdade, não há nenhum impedimento de ordem geral comunicações. Os obstáculos à manifestação são quase sempre de ordem individual e, freqüentemente, decorrem das circunstâncias.

Entre as causas que se podem opor às manifestações dos Espíritos, umas lhes são pessoais e outras, estranhas.

Entre as causas pessoais colocam-se:

- as ocupações ou as missões que eles desempenham e das quais não podem afastar-se, para atenderem aos pedidos;

- as próprias situações como encarnados, embora não seja um obstáculo absoluto;

- vivências em mundo inferior à Terra ou no mundo dos Espíritos Puros.

Entre as causas estranhas têm-se:

- causas ligadas à natureza do médium;

- à condição da pessoa que evoca;

- ao meio em que se faz a colocação;

- ao objetivo a que se propõe.

(LM, 2.a Parte, cap. XXV itens 274 e 275.)

Uma questão importante se apresenta: é inconveniente ou não, evocar Espíritos maus? Não há inconveniente, diz Kardec, quando se faz a

Page 55: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

evocação com um fim sério, instrutivo, e tendo-se em vista melhorá- los. Ao contrário, é muito grande o inconveniente, quando se faz por mera curiosidade ou divertimento, ou quando se coloca sob sua dependência, pedindo-lhes um serviço qualquer. Diz, ainda, Kardec que esse mesmo serviço que se solicitou, por mínimo que seja, constitui um verdadeiro pacto firmado com o mau Espírito, e este não larga, facilmente, a sua presa (LM, 2.a parte, cap. XXV, item 282 n° 11).

As comunicações dos Espíritos mais elevados, que sempre se apresentam com benevolência, sinceridade de sentimenntos e sabedoria, trazem aos homens ensinamentos preciosos para a sua evolução. As dos Espíritos de ordem menos elevada, todavia, não são inúteis, pois delas se pode tirar proveito para instrução, bem como ser uma forma de conhecer como vivem os Espíritos. Comenta Kardec que "os Espíritos vulgares nos mostram o resultado prático das grandes e sublimes verdades de que os Espíritos Superiores nos dão a teoria" (L11, 2.a Parte, cap. XXV item 281).

Finalmente, a evocação dos Espíritos inferiores tem ainda a vantagem de pôr o homem em contato com os sofredores do mundo espiritual, aos quais se pode aliviar e cujo adiantamento se pode facilitar com bons conselhos.

No item 282, de "O Livro dos Médiuns", cap. XXV da 2.a Parte, os Espíritos indicam alguns esclarecimentos, a respeito das evocações:

1º - "Há, também, Espíritos que não podem jamais comunicar-se. São os que ainda pertencem, por sua natureza, a mundos inferiores à Terra. Os que se encontram em globos de punição também não podem comunicar-se, a menos que tenham permissão superior, só concedida em caso de utilidade geral". "Não se dá o mesmo com os que são enviados em missão ou expiação aos mundos inferiores, pois esses possuem a cultura necessária para responder ao chamado."

2º - Perguntou Kardec: "Como os Espíritos, dispersos no espaço ou em diversos mundos, podem ouvir as evocações que lhes são dirigidas de todos os pontos do Universo?" Responderam os Espíritos: "Freqüentemente, são prevenidos pelos Espíritos familiares que vos cercam e vão procurá-los; o Espírito evocado, por mais distante que esteja, recebe, por assim dizer, o impulso do pensamento como uma espécie de choque elétrico, que chama a sua atenção para o lado de onde vem o pensamento a ele endereçado. Podemos dizer que o Espírito entende o pensamento, como na Terra entendeis a voz".

3° - O Espírito evocado pode deixar de atender o chamado, "porque ele julga se é conveniente atender e ainda nisso dispõe do livre-arbítrio. O Espírito Superior atende sempre que o chamam com uma finalidade útil", recusando, se a responder, quando se trata de pessoas pouco sérias e da reunião fazem divertimento.

4° - Não há dias e horas mais propícias às evocações, porquanto "para os Espíritos, isso é completamente indiferente, como tudo o que é material, e seria superstição acreditar na influência dos dias e das horas".

5° - "Entre os Espíritos, existem, também, os misantropos que não gostam de ser incomodados, cujas respostas se ressentem do seu mau humor, sobretudo, quando chamados por criaturas que lhes são indiferentes, pelas quais não se interessam."

Page 56: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

6° - Um Espírito elevado pode responder, ao mesmo tempo, às perguntas que lhe são dirigidas de muitos lugares, simultaneamente, e "quanto mais puro é o Espírito tanto mais o seu pensamento se irradia e se difunde como a luz. Os Espíritos inferiores são muito materiais; não podem responder senão a mais de uma pessoa de cada vez, não podem atender à evocação, se já foram chamados em outro lugar".

7° - Os Espíritos Puros podem ser evocados, mas atenderão "muito raramente, pois só se comunicam com os de corações puros e sinceros, não com os orgulhosos e egoístas".

Neste caso, cumpre observar uma dificuldade que é a de saber o nome do Espírito a ser evocado, e se ele é realmente puro.

8° - Perguntou Kardec: "Quanto tempo deve decorrer, depois da morte, para que se possa evocar um Espírito?"

Como resposta foi dito que: "Pode-se evocá-lo no próprio instante da morte, mas, como ele ainda se encontra em perturbação, só imperfeitamente pode responder".

9° - O Espírito de uma criança, se evocado, pode responder; "não obstante, até que esteja completamente liberto, pode conservar na linguagem alguns traços do caráter da criança" .

A dinâmica espírita da atualidade desaconselha evocar Espíritos. Kardec evocava Espíritos, porque tinha respaldo de sua autoridade moral e, ademais, como Codificador, usando o método experimental em suas pesquisas, tinha a necessidade de evocar Espíritos das mais variadas categorias evolutivas e até mesmo pessoas encarnadas, para melhor comprovar a fenomenologia espírita, acompanhando todo o arcabouço do corpo doutrinário, como exemplo: reencarnação, provas, expiações, sobrevivência da alma, mediunidade etc. Os Espíritas de hoje não estão com essa responsabilidade. Se a Kardec, nos primórdios da Doutrina, se justificavam as evocações, hoje, elas são capítulos superados no estudo da Doutrina dos Espíritos.

Bibliografia:

O CONSOLAOOR- Emmanuel

LM, 2a Parte, Cap. XXV

2 - Parte B - PROIBIÇÃO DE EVOCAR OS MORTOS

O "Deuteronômio", o último livro do Pentateuco, em seu capítulo 18, versículos 9 a 14, proibe a evocação dos "mortos"; entretanto, trata-se de um tema arcaico e um atentado à solidariedade existente entre os mundos dos encarnados e desencarnados.

É evidente que os abusos reinantes, naquela época, levaram Moisés a proibir a invocação dos chamados mortos, ato que se tornou a tônica empregada por todos quantos combatem o Espiritismo.

O grande legislador dos hebreus, no entanto, estabeleceu essa lei apenas para evitar aquilo que o Espiritismo recomenda, incessantemente, aos seus seguidores: que evitem a invocação de Espíritos para fins menos

Page 57: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

elevados, consultando-os sobre assuntos terra-a-terra, ou obtendo deles informações que se revestem de um caráter mais humano do que espiritual, que nada edificam.

Deve-se esclarecer que Moisés combatia as invocações, quando elas não tinham um objetivo sério; entretanto, quando ele conhecia a idoneidade dos médiuns que eram canais dos Espíritos, em vez de condenar o ato, ele ratificava.

O livro "Números", quarto livro do Pentateuco, tem a seguinte narrativa (cap. 11:26 a 29):

Certa vez, um moço veio denunciar a Moisés que dois homens - Eldad e Medad - estavam recebendo comunicação de Espíritos. Imediatamente, Josué, filho de Nun, ministro de Moisés, o qual ali estava, adiantou-se e disse: - Senhor meu, Moisés, proíbe-lho. O Libertador dos Judeus, no entanto, retrucou-lhe: - Tens tu ciúmes por mim? Oxalá que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhe desse o seu Espírito!

("Profeta" era o nome que davam aos médiuns.)

Essa atitude de Moisés deixou bem claro que a sua proibição não atingia os médiuns sérios, compenetrados de seus deveres, mas apenas os medianeiros que não se preocupam com a verdade, e, por isso, se tornam porta-vozes de Espíritos enganadores ou inescrupulosos.

O próprio Moisés, no Tabernáculo comunicava-se reiteradamente com Espíritos. Todas as vezes que confabulava com Jeová, que aparentemente julgava ser o próprio Deus, entrava em contato com o Plano Espiritual. Deus não se comunica diretamente com os homens, e Jeová era, simplesmente, uma deidade tribal dos antigos judeus.

As páginas do Velho e do Novo Testamento estão repletas de demonstrações as mais inequívocas desse intercâmbio.

O rei Saul, de Israel, procurou a Pitonisa (médium) de Endor, a fim de receber orientação do Espírito esclarecido de Samuel (1º Samuel 28: 1-20. Na Bíblia católica é 1º Reis 28:1-20.)

Jesus Cristo, acompanhado pelos Apóstolos Pedro, Tiago e João, subiu ao Monte Tabor e ali confabulou com os Espíritos de Moisés e Elias (Mt 17:1-8; Mc 9:2-8; Lc 9:28-36).

Paulo de Tarso recebeu, em seu quarto, a visita de um Espírito que lhe fez caloroso apelo no sentido de dirigir-se para a Macedônia, a fim de esclarecer o seu povo sobre a Boa Nova (Atos 16:9-10).

O Centurião Cornélio, na cidade de Cesaréia, foi visitado por um Espírito e instado a convidar o Apóstolo Pedro, que estava na cidade de Jope, para ir instruí-lo sobre os ensinamentos de Jesus (Atos 10: 3,8) .

Ananias foi visitado por um Espírito de grande elevação, que o induziu a procurar o recém-converso Saulo de Tarso, para orientá-lo sobre tudo o que Jesus Cristo havia ensinado (Atos 9:10,12).

Simeão recebeu a promessa de um Espírito, de que não desencarnaria sem antes presenciar o advento do tão esperado Messias (Lc 2: 25-27).

Page 58: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Maria de Nazaré e Isabel foram instruídas por Espíritos de ordem elevada, no tocante ao nascimento de Jesus Cristo e de João Batista. Zacarias, esposo de Isabel, também recebeu informação idêntica.

No dia de Pentecostes, todos os Apóstolos foram bafejados por Espíritos, ocorrendo a maior sessão coletiva de desenvolvimento de médiuns, na história religiosa do mundo (Atos 2:1,11).

Bibliografia:

DEUTERONÔMIO, cap. 18:9 a 14.

NÚMEROS, cap.11:26 a 29.

ESE, cap. XXVIl, nº 18 a 21.

QUESTIONÁRIO

A) EVOCAÇÕES DOS ESPÍRITOS

1- O que Kardec diz sobre comunicações espontâneas e as evocadas?

2 - O que ensina "O Consolador" na questão 369?

3 - Em reuniões regulares é preciso fazer evocações? Explique.

4 - Quais as causas que podem opor-se às manifestações dos Espíritos? Explique sucintamente.

B) PROIBIÇÃO DE EVOCAR OS MORTOS

1- Por que Moisés proibe a evocação dos mortos?

2 - Comente a passagem do livro "Números", da Bíblia, no cap.11:26 a 29.

3 - Relembre e analise sucintamente o que ocorreu com o rei Saul (consulta à médium de Endor).

4 - Relembre o que ocorreu com Ananias e analise.

5 - Relembre e analise sucintamente o que aconteceu com Simeão em Jerusalém.

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

TELEPATIA

"Tele" significa longe; "patia" significa sensação; dai: Telepatia é a transmissão de pensamentos e sensações à distância, sem intervenção de instrumentos.

Para ocorrer o fenômeno telepático, há necessidade de dois agentes: 1º.transmissor e 2º.receptor. Para haver o fenômeno telepático há necessidade de dois agentes capacitados e treinados a transmitir e receber pensamentos e sensações à distância.

Page 59: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

A telepatia pode ocorrer entre pessoas, agentes encarnados e desencarnados.

O treinamento da telepatia entre encarnado e desencarnado deve obedecer aos seguintes critérios:

1) Preparação de ambiente;

2) Exercitar as fases mediúnicas e na manifestação, transmitir a mensagem recebida telepaticamente do Mentor espiritual sem psicofonia ou psicografia.

13ª. AULAEVOCAÇÕES DE PESSOAS VIVAS

1 - Parte A - EVOCAÇÕES DE PESSOAS VIVAS - TELEGRAFIA HUMANA

"A encarnação dos Espíritos não constitui obstáculos à sua evocação, mas é necessário que o estado do corpo tenha condições para o desprendimento de seu Espírito, isto é, que deva estar dormindo ou cochilando" (LM, 2.a Parte, cap. XXV; item 284).

Independentemente de sua evocação, um Espírito encarnado pode comunicar-se em reuniões mediúnicas, embora ligado ao seu corpo físico pelo laço fluídico perispirítico, que influencia a comunicação.

Um Espírito encarnado não pode comunicar-se em dois pontos diferentes ao mesmo tempo, dizem os Espíritos, o que somente é possível ao desencarnado (LM,2.a Parte, cap. XXV; item 284, § 46°).

Pode evocar-se um Espírito, cujo corpo ainda se ache no seio materno? perguntou Kardec (LM, 2.a Parte, cap. XXV; item 284, § 51°). "Não", responderam os amigos espirituais, "porquanto ele se acha em estado de perturbação, que aumenta, à medida que se aproxima o momento do nascimento".

Os ensinamentos posteriores da Doutrina, especialmente os de André Luiz e Emmanuel, mostram que este estado de perturbação depende do estado evolutivo do Espírito reencarnante, de sorte que a resposta acima é relativa e não absoluta.

Recomendam os Espíritos não evocar crianças de tenra idade, nem pessoas gravemente doentes, nem ainda velhos e enfermos, pois todos, nestas condições, têm seus corpos enfraquecidos.

Conta Kardec que um Espírito afirmou que seu corpo sofria fadiga, quando evocado. Disse: "Meu Espírito é como um balão cativo amarrado a um poste; meu corpo é o poste, que estremece com as sacudidelas do balão" (LM, 2.a Parte, cap. XXV item 284, § 55°).

A Telegrafia Humana, dizem os desencarnados, será um dia o meio universal de correspondência, quando os homens se depurarem, a fim de que seus Espíritos se desprendam da matéria (LM, 2.a Parte, cap. XXV, item 285, § 65 e 66).

Page 60: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Por " telegrafia humana" entende-se a possibilidade de duas pessoas transmitirem seus pensamentos e se corresponderem, quando se evocarem reciprocamente.

O pensamento é a linguagem universal dos Espíritos, e o homem certamente a ela chegará com sua evolução moral e espiritual, reduzindo, progressivamente, a influência da matéria sobre sua natureza espiritual. Fala Emmanuel (l), que "o pensamento é o idioma universal e, compreendendo-se que o cérebro ativo é um centro de ondas em movimento constante, estamos sempre em correspondência com o objeto que nos prende a atenção. Todo Espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado, essencialmente, por três fatores específicos, ou mais propriamente, a experiência, o estímulo e a inspiração". Tais condições permitirão: homem participar, um dia, da linguagem do pensamento.

Bibliografia:

LM, 2.a parte, cap. XXV

LE, pergs. 592 a 611.

ESTUDANDO A MEDIUNlDADE, cap. XXXV - Martins Peralva.

(1) SEARA DOS MÉDIUNS, lição 38 - Emmanuel.

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNlDADE, cap. 23 - André Luiz.

2 - Parte B - OS FALSOS PROFETAS

João Evangelista, em sua Primeira Epístola (cap. 4:1), preceituou: "Amados, não creiais em todos os Espíritos; provai antes se eles são de Deus, porquanto muitos falsos profetas têm se levantado do mundo".

Esta sábia e importante recomendação de João Evangelista destrói, pela base, a tese sustentada por algumas teologias sobre o intercâmbio entre os Espíritos encarnados e desencarnados, afirmando que foi proibido por Moisés. O Apóstolo Paulo de Tarso, em sua Primeira Epístola aos Coríntios (cap. 12:7 e cap. 10) também oferece um desmentido a essa tese, quando escreveu: "A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil", acrescentando logo, a seguir, que é dado a alguns médiuns "o dom de discernir os Espíritos".

É evidente que a advertência do Apóstolo João abrange todos os profetas que se encontram entre os homens, como também os falsos profetas da erraticidade. Estes últimos são bem mais perigosos, pois, entre eles, se encontram os Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo,sábios, que passaram da Terra para o mundo espiritual, e tomam nomes respeitáveis, uma vez que, com essas máscaras, induzem os homens a aceitar idéias exóticas e extravagantes.

Disse Jesus, em Mateus (cap. 7:15-20): "Guardai-vos dos falsos profetas que vêm a vós vestidos de ovelhas, mas, por dentro, são lobos vorazes; travestidos dessa maneira, eles semeiam a discórdia entre os grupos, fazendo com que se isolem uns dos outros, a se olharem com prevenções. Foi no tocante a isso que o Mestre recomendou a necessidade da "oração e vigilância".

Page 61: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Existem muitos meios de reconhecer esses falsos profetas.

Passando-se pelo crivo da razão e do bom senso o que eles ensinam, descobrir-se-á se realmente eles são sinceros e expressam a verdade. Sempre que esses Espíritos prescreverem para sanar os males da Humanidade, ou o meio de operar a sua transformação, medidas utópicas e incompatíveis, pueris e ridículas, ou quando recomendarem uma fórmula contraditada pelas mais corriqueiras noções científicas, só podem ser Espíritos pseudo-sábios e mentirosos (ESE, cap. XXI, itens 6 a 10).

O livro "Atos dos Apóstolos" nos mostra a existência de numerosos profetas da erraticidade, que tentaram, através de médiuns invigilantes, retardar a disseminação da Doutrina de Luz que Jesus viera trazer. Haja vista o caso de Simão, o Mago, que, num primeiro ato de simonia ocorrido no meio do Cristianismo, procurou comprar a peso de ouro os dons de natureza espiritual de que o Apóstolo Pedro era portador (Atos dos Apóstolos, cap. 8:18-23). O caso de Barjesus, ou Élimas, o Encantador, que, através de sua influência nefasta, procurou evitar que Paulo de Tarso esclarecesse a mente do Procônsul Sérgio Paulo, no tocante às idéias cristãs (Atos dos Apóstolos, cap. 13:6-11).

São também dignas de registro as palavras do Apóstolo dos Gentios, Paulo, contidas em sua Segunda Epístola aos Coríntios (cap. 12: 7 e 8), quando ele assevera que um mensageiro das trevas (entenda-se um profeta da erraticidade), tentou solapar a fé e a disposição de luta que o animava, fazendo-o como um espinho em sua carne, tendo que orar a Jesus, para que "afastasse dele essa entidade nefanda".

Já o profeta Jeremias (cap. 14:14 e 15) abordava a questão dos falsos profetas, dizendo que: "Disse-me o Senhor: Os profetas profetizam mentiras em meu nome, nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, adivinhação, vaidade e o engano do seu Íntimo é o que eles vos profetizam ".

E, adiante, Jeremias continua o alerta contra os falsos profetas, que, dizendo-se de Deus, arrastam o povo para a mentira e a perdição. (Ver Jeremias 23:16,18, 21,25,26 e 30-33.)

O verdadeiro profeta ignora que o seja; é identificado por suas virtudes, sua grandeza e suas obras. "Os verdadeiros profetas se revelam pelos seus atos e são descobertos pelos outros, enquanto os falsos profetas se apresentam por si mesmos como enviados de Deus" (ESE, cap. 21, item 9).

As palavras de Jeremias indicam que, "já, naquela época, os charlatães e os vaidosos abusavam do dom da profecia e o exploravam. Abusavam, portanto, da fé simples e quase cega do povo, predizendo, por dinheiro, coisas boas e agradáveis" (ESE, cap. XXI, item 11).

De modo geral, aconselha Erasto: "Desconfiai das comunicações que se caracterizam pelo misticismo e pela extravagância, ou que prescrevem cerimônias e práticas estranhas" (ESE, cap. 21, item 10).

Bibliografia:

ESE, capo XXI, itens 10 e 11

PRIMEIRA EPÍSTOLA DE João.

Page 62: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

PRIMEIRA. E SEGUNDA EPÍSTOLAS DE PAULO AOS CORÍNTIOS.

EVANGELHO DE MATEUS.

LE, pergs. 622 a 624.

QUESTIONÁRIO

A) EVOCAÇÕES PESSOAS VIVAS - TELEGRAFIA HUMANA

1- A encarnação é obstáculo à evocação do Espírito?

2 - Pode-se evocar um Espírito, cujo corpo se ache no seio materno? Explique.

3 - Por que não se recomenda evocar Espíritos de crianças em tenra idade?

4 - Que é Telegrafia Humana?

5 - Qual é a linguagem universal dos Espíritos e quando o homem chegará a ela?

B) Os FALSOS PROFETAS

1- Analise a recomendação de João Evangelista a respeito dos Espíritos.

2 - Por que os falsos profetas da erraticidade são mais perigosos que os encarnados?

3 - Por que meios se pode reconhecer um falso profeta?

4 - Como se revelam os verdadeiros profetas?

5 - Qual o conselho de Erasto, a respeito das comunicações dos Espíritos?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

TELEPATIA

Recordar o que foi ensinado na aula anterior.

Voltar ao treino mediúnico das cinco fases e na manifestação receber e transmitir a mensagem telepática do Benfeitor espiritual de cada um.

14ª. AULAPERGUNTAS QUE SE

PODEM FAZER

1 - Parte A - PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS - I

É comum nas Casas Espíritas haver reuniões de estudos, normalmente em pequenos grupos, conversando com entidades espirituais. Nessas reuniões os mentores dão instruções sobre os trabalhos, aconselhamentos de conduta para os trabalhadores e respondem a questões que lhes são

Page 63: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

formuladas. Infelizmente, a grande maioria dos participantes não se prepara para essas reuniões, elaborando perguntas adredemente, com vistas a obter este ou aquele esclarecimento. Muitas vezes, o Espírito dá suas informações, e o diálogo não existe, porquanto os homens, tensos, ansiosos e mal preparados não sabem conversar com os amigos do Além. A mesma coisa ocorre nas chamadas doutrinações, em que não se têm, na maior parte das vezes, iniciativas de diálogo, objetivando levar o esclarecimento ao obsessor; o nome de Deus ou de Jesus, quando invocado, ou ameaças, não constituem freios aos interesses dos maus Espíritos, salvo se vêm do fundo do coração e com autoridade moral.

Diz Kardec que algumas pessoas entendem ser preferível não fazer perguntas, convindo apenas esperar o ensinamento dos Espíritos. Não há dúvida de que eles dão instruções espontâneas, de elevado alcance, as quais não se podem desprezar, mas há explicações que se teriam de esperar por muito tempo, se não fossem solicitadas. Veja-se, por exemplo, a elaboração de "O Livro dos Espíritos" e de "O Livro dos Médiuns".

As perguntas devem ser redigidas com clareza, com precisão, evitando as questões complexas. Diz, ainda, Kardec que, se um assunto reclama uma série delas, é essencial que se encadeiem com método, complementando, no momento, com aquelas que se fizerem necessárias (LM, 2.a Parte, cap. XXVI, itens 286 e 287).

Longe de qualquer inconveniente, as perguntas são de grande utilidade para o aprendizado; quando bem formuladas, têm, ainda, outra vantagem, a de concorrerem para desmascarar Espíritos mistificadores, que raramente suportam perguntas feitas com cerrada lógica.

Perguntas Agradáveis e Desagradáveis aos Espíritos

Os Espíritos sérios respondem com satisfação às perguntas que visem ao bem e aos meios de fazer o homem progredir; contudo, afastam-se, não respondendo, quando são inúteis ou feitas por curiosidade e para experimentá-los. Retirando-se o Espírito bom, um inferior toma-lhe o lugar, imediatamente, e responde por aquele. Os inferiores, todavia, também ficam contrariados, quando as perguntas possam pôr-lhes à mostra a ignorância ou a mistificação. Fora disso, respondem a tudo, sem se preocuparem com a verdade.

Por outro lado, há coisas que não podem ser reveladas e outras que os Espíritos não conhecem. A insistência por uma resposta que não querem dar, é uma oportunidade que se dá aos Espíritos inferiores para enganar (LM, 2.a Parte, cap. XXVI, item 288).

Perguntas Sobre o Futuro

Os Espíritos podem, de alguma forma, desvendar o futuro ao homem. Mas, se o homem o conhecesse, decerto negligenciaria o presente. Logo, somente as questões que têm utilidade geral, e não particular, pessoal, podem merecer confiança. Somente pelo conjunto das circunstâncias é que se pode julgar o grau de confiança que as predições merecem. Os Espíritos sérios, quando fazem pressentir um acontecimento, geralmente não indicam dia e hora, porque não devem e porque não podem, pois eles mesmos não sabem. O Espírito pode prever um fato, mas o momento preciso depende de acontecimentos que ainda não se deram e só Deus o conhece. Já os Espíritos levianos, não tendo escrúpulos, enganam. Por isso, toda predição circunstanciada deve ser considerada suspeita. Os

Page 64: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo o que lhes é proibido revelar (LM, 2.a Parte, cap. XXVI, item 289).

Perguntas Sobre as Existências Passadas e Futuras

Deus, às vezes, permite que as existências passadas sejam reveladas ao homem, dependendo do objetivo. Se for para a sua edificação e instrução, as revelações serão verdadeiras, mas nunca Deus as permite para satisfazer a vã curiosidade. Os Espíritos zombeteiros se divertem, lisonjeando a vaidade das pessoas, com a revelação de pretensos antecedentes.

Perguntou-se a Emmanuel (1) se seria lícito investigarmos, com os Espíritos amigos, as nossas vidas passadas. Ele respondeu que "se estais submersos em esquecimento temporário, esse olvido é indispensável à valorização de vossas iniciativas. Não deveis provocar esse gênero de revelações, porquanto os amigos espirituais conhecem melhor as vossas necessidades e poderão provê-las em tempo oportuno, sem quebrar o preceito da espontaneidade exigido para esse fim". Ver LM, 2.a Parte, cap. XXVI, item 290.

Perguntas Sobre Questões Morais e Materiais

Podem-se pedir conselhos aos Espíritos, pois os bons jamais se recusam a ajudar os que os invocam, cheios de confiança, principalmente quando se trata de assuntos da alma. Repelem, porém, os hipócritas, aqueles que fingem buscar a luz e se comprazem nas trevas. Conselhos referentes à vida particular, conforme o caso, também podem ser dados, e, com mais exatidão, pelos Espíritos familiares; mas como os Bons Espíritos nunca se prestam à cupidez, nas circunstâncias ordinárias da vida os Espíritos bons e sábios aconselham pela inspiração e deixam ao homem todo o mérito da iniciativa e toda a responsabilidade do resultado (LM, 2. a Parte, cap. XXVI, item 291).

Perguntas sobre a Situação dos Espíritos

Os Espíritos também respondem, com boa vontade, quando se lhes solicitam esclarecimentos sobre o mundo espiritual, se o pedido é ditado pela simpatia e pelo desejo de ser útil, e não pela curiosidade. Ademais, os Espíritos bons sentem-se felizes em relatar a felicidade dos eleitos, enquanto os maus podem ser constrangidos a descrever os seus sofrimentos, para provar neles mesmos o arrependimento. O fim essencial e exclusivo do Espiritismo, porém, é a evolução da criatura; porisso, quanto mais ela se identifica com o mundo espiritual que a espera, menos sofre com este em que está. Tal é, em suma, objetivo atual da revelação: a transformação moral do homem iniciando-o na vida futura (LM, 2.a Parte, cap. XXVI, item 292)

Bibliografia:

LM, 2. a Parte, cap. XXVI

(1) O CONSOLADOR, perg. 370 - Emmanuel.

2 - Parte B - NÃO ACREDITEIS EM TODOS OS ESPÍRITOS

Page 65: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Vimos na Parte 'A', da na lição, "Identidade dos Espíritos", que Allan Kardec ensina que o Espiritismo coloca ao alcance dos homens os meios práticos de identificar os Espíritos enganadores, dando aos homens os meios de discernir os bons dos maus, lembrando as palavras de Jesus Cristo: "Reconhece, se a árvore pelos seus frutos; uma árvore boa não pode dar maus frutos e uma árvore má não pode dar bons frutos" .

Todas as orientações, ensinos e esclarecimentos devem passar pelo crivo da razão da criatura que os recebe, principalmente se ela tiver algum conhecimento da Doutrina Espírita. É importante analisar o conteúdo da comunicação, e se veio de um bom Espírito, ou não.

É conhecendo as obras doutrinárias que se podem separar os verdadeiros dos falsos profetas e reconhecê-los. No mais, ao receber os frutos, é importante verificar se as sementes podem ser convertidas e utilizadas em alguma nova plantação, auxiliando e beneficiando aqueles que deram em busca de um fruto saudável e nutritivo. Os falsos profetas assemelham,se à "Figueira Condenada" (Mt, cap. 21:18 a 22), que não beneficia ninguém.

A oportunidade para receber a luz do Evangelho de Jesus e levá-la aos homens é importante, mas a análise, a verificação destas comunicações é mais ainda, para não serem distribuídas como frutos estragados. Os ensinamentos da Boa Nova são construtivos, mas ao serem divulgados somente as exemplificações serão anotadas e percebidas, como verdadeiras sementes lançadas em solo fértil e produtivo. O verdadeiro profeta (médium) encarnado ou desencarnado, é aquele que vive e exterioriza a caridade, o amor, a indulgência, a bondade, tendo o coração e mente voltados para os ensinos de Jesus.

Os Espíritos trevosos não hesitam mesmo em enfrentar até os grandes missionários, haja vista as seguintes narrações sobre acontecimentos sucedidos com o apóstolo Pedro e com o apóstolo Paulo.

Certa vez, Jesus Cristo, reunido com seus apóstolos, passou a vaticinar o que lhe iria acontecer em Jerusalém, quando seria rejeitado, passando por grandes padecimentos que culminariam com sua morte, pois ele não desconhecia que, conforme as próprias palavras, "para isso ele havia vindo ao mundo".

O apóstolo Pedro, adiantando-se, passou a repreendê-lo dizendo: "Senhor, tem compaixão de ti, de modo nenhum te "acontecerá isso".

Percebendo que o valoroso apóstolo estava sendo influenciado por entidades trevosas, interessadas no fracasso da gloriosa missão de Jesus, que objetivava iluminar os horizontes sombrios do mundo, e por isso procuravam desestimula-lo a não se dirigir para Jerusalém, onde ocorreriam aqueles acontecimentos, o Mestre sentenciou: "Sai de minha frente Satanás, que me serves de escândalo, porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens (Mt, cap. 16:21 a 23). Esse gênero de influenciação é confirmado em outro trecho do evangelho, quando Jesus, dirigindo-se ao mesmo apóstolo, lhe disse: "Simão, Simão, eis que Satanás te pediu para te cirandar como trigo, mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma os teus irmãos" (Lc, cap. 22:31-32).

Cumpre aqui esclarecer que Satanás é uma figura utópica e não uma entidade real. Esse nome é genérico para designar todos os Espíritos

Page 66: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

trevosos, todos os falsos profetas, todos os Espíritos rebeldes que se contrapôem à vontade de Deus. Os Espíritas compreendem que nomes tais como Satanás, Lúcifer, Belzebu, Diabo, Deus-do-Mal, Príncipe das Trevas fazem parte de uma terminologia lendária, abrangendo todos os Espíritos que relutam em despertar para as coisas de Deus.

Os Espíritos trevosos temem a luz e têm combatido, no decurso dos séculos, todos aqueles que procuraram ou procuram iluminar a mente dos homens. Por isso, João em cap. 1:5, afirmou, referindo,se ao advento de Jesus Cristo ao mundo: "A luz resplandeceu nas trevas, e as trevas não a compreenderam" .

É importante a advertência ministrada por Emmanuel, com o objetivo de alertar os homens no tocante a algumas categorias de Espíritos que, embora não sendo entidades das trevas, não se preocupam muito com a verdade: "Nem todos os Espíritos benevolentes que se comunicam na Terra são instrumentos imaculados. Nem se pode considerar, de forma absoluta, que eles veiculem princípios de verdade ou que possam exprimir a verdade total, como se fossem anjos flanando nos Céus" (Opinião Espírita, cap. 43).

O fenômeno da morte do corpo não santifica ninguém. O Espírito que se separa do corpo pela desencarnação, leva para o plano invisível todos os defeitos e virtudes que possuía na Terra, e, conforme esclareceu o Espírito de Emmanuel, o Espírito pode ter qualidades boas, mas não é imaculado, pode não estar em condições de ser um expoente das verdades eternas que só são reveladas à Terra, à medida que a Humanidade estiver apta a assimilá-las.

Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns" adverte ainda:

"O verdadeiro missionário vindo de Deus tem que justificar pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras a missão de que se proclama portador. Pode-se tirar, também, outra dedução: se pelo caráter, pelas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel em que se arroga, ou do personagem, sob cujo nome se apresenta, mais não é do que um farsante de ínfima classe, um verdadeiro falso profeta".

Bibliografia:

ESE.

LM.

OPINIÃO ESPÍRlTA- Emmanuel

EVANGELHOS DE MATEUS E LUCAS.

QUESTIONÁRIO

A) PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS - I

1- Os Espíritos respondem de boa vontade às perguntas que lhes são dirigidas? Explique sucintamente.

Page 67: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

2 - Quando os Espíritos não respondem a certas perguntas, será porque não o queiram, ou por que uma força superior se opõe a certas revelações?

3 - Podem os Espíritos dar ao homem conhecimento do futuro?

4 - Podem os Espíritos dar canselhos sobre coisas de interesse privado?

5 - Podem os Espíritos descrever a natureza dos sofrimentos ou da felicidade que gozam?

B) NÃo ACREDlTElS EM TODOS os ESPÍRITOS

1- Por que não se deve acreditar em todos os Espíritos?

2 - Quais as características que identificam os Espíritos inferiores?

3 - Quais as características que identificam os Espíritos elevados?

4 - Que advertência faz Emmanuel aos homens, a respeito dos Espíritos que se comunicam?

5 - Satanás é uma entidade real? Explicar.

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOFONIA, TELEPATIA E DOAÇÃO

Rever aulas anteriores sobre psicofonia, e telepatia; e, quanto à doação, rever aula do 1° ano de Educação Mediúnica, parte prática.

15ª. AULAPERGUNTAS QUE SE

PODEM FAZER II

1 - Parte A - PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS - II

Já foram analisadas as perguntas de caráter mais amplo, sobre assuntos mais genéricos, que se podem fazer aos Espíritos. Estudam-se, agora, perguntas sobre assuntos mais específicos, a que os Espíritos também gostam de responder, quando sejam para orientar convenientemente.

Perguntas Sobre a Saúde

A saúde é uma condição necessária para o trabalho que o homem deve executar na Terra, e, por isso, os Espíritos ocupam-se dela de boa vontade. Ao dirigir-se ao Espírito de uma celebridade médica, o encarnado não estará garantido quanto a um bom conselho, visto que mesmo as celebridades não são infalíveis e têm muitas vezes opiniões sistemáticas, que nem sempre são justas e das quais a morte não as livra de repente. "O Espírito de um sábio, ademais, pode não saber mais do que quando estava na Terra, se não progrediu como Espírito. A Ciência terrestre bem pouca coisa é, ao lado da Ciência celeste.

Só os Espíritos superiores possuem esta última Ciência, os homens ficariam até muito espantados com o lugar que certos sábios da Terra

Page 68: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

ocupam no mundo espiritual." (ver LM, 2ª Parte, cap. XXVI, item 293, § 24 e 25.)

Questão interessante formulou Kardec aos Espíritos, perguntando se poderia um médico, evocando os Espíritos de seus clientes que morreram, obter esclarecimentos sobre a causa que lhes determinara a morte e sobre as faltas que talvez houvera cometido no tratamento.

"Os Espíritos responderam que isso seria muito útil, sobretudo se se conseguisse a assistência de Espíritos esclarecidos, para suprir a falta de conhecimento de certos doentes. Para tanto, seria mister que se fizesse estudo de modo sério, assíduo, com um fim humanitário e não como meio de adquirir, sem trabalho, saber e riqueza" (LM, 2,ª Parte,cap. XXVI, item 293, § 27).

Perguntas Sobre Invenções e Descobertas

A Espiritualidade pode auxiliar o homem em seu progresso, mas não pode fazer ou revelar tudo. A Ciência é obra do gênio e só deve ser adquirida pelo trabalho, porque é somente pelo trabalho que o homem avança no seu caminho. Cada coisa deve vir ao seu tempo e quando as idéias gerais já estão maduras para a receber. Se as coisas fossem dadas ao homem inteiramente feitas, para que lhe serveria sua inteligência? Onde estaria o seu mérito?

Mas o sábio e o inventor são assistidos pelos Espíritos nas suas pesquisas. Quando chega o tempo de uma descoberta, os Espíritos, incumbidos de lhe dirigir a marcha, procuram o homem capaz de levá-la a bom termo, inspirando-lhe as idéias necessárias, mas preservando-lhe o mérito. Os Espíritos deixam cada homem na sua esfera. Aquele que só é capaz de cavar a terra, os Espíritos não farão depositário dos segredos de Deus, mas saberão tirar da obscuridade o homem capaz de lhes secundar os desígnios. Por outro lado, é preciso ter cautela, quando a consulta não se reveste da maior seriedade, pois certos Espíritos têm os seus sistemas a respeito da origem das coisas, os quais não valem mais do que os dos homens, que convém receber com a maior reserva (LM, 2.a Parte,cap. XXVI, item 294).

Perguntas sobre Tesouros Ocultos

Os Espíritos superiores não se ocupam de indicar tesouros ocultos, mas os brincalhões, muitas vezes, indicam tesouros inexistentes ou podem, ainda, indicar um lugar, enquanto o tesouro se encontra em outro. Mas isso tem a sua utiliidade, por mostrar que a verdadeira fortuna está no trabalho. Se a Providência destina riquezas ocultas a alguém, essa pessoa as encontrará, naturalmente, e não de outra forma. Somente os Espíritos ainda não desmaterializados se apegam às coisas; "avarentos, que ocultaram seus tesouros, podem, depois de mortos, vigiá-los e guardá-los"; daí, a crença nos Espíritos guardiães de tesouros ocultos. Mas existem também os Espíritos encarregados de lhes dirigirem as transformações interiores, os quais, por alegoria, foram transformados em guardas das riquezas naturais. Entretando, como diz Emmanuel, cada criatura humana surge do berço para descobrir os talentos que traz, independentemente da fortuna terrestre, a fim de ajudar os outros, valorizando a si mesma. Somente o trabalho consegue formar os verdadeiros tesouros da vida. Ainda assim, é indispensável distinguir : ação digna da exploração inferior. É preciso saber o que produzir, a fim de saber para onde se dirigir, porquanto próprio Jesus afirmou, convincente:

Page 69: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

"Onde guardardes vosso tesouro, tereis retido o coração". E as palavras do Mestre Divino tanto se referem às claridades do bem qual às sombras do mal, complementa Emmanuel (ver LM,2.a parte, cap. XXVI, item 295).

Perguntas Sobre os Outros Mundos (LM, 2. a Parte, cap. XXVI, item 296)

Como confiar nas descrições dos Espíritos sobre os outros mundos? É preciso atentar para o grau de adiantamento real dos Espíritos que dão essas descrições. E é natural que os Espíritos vulgares sejam incapazes de prestar quaisquer informações a respeito. Mas, os Espíritos bons gostam de descrever os mundos que habitam, a fim de oferecer ensinamentos, melhorar o homem e colocá-lo no caminho que pode conduzir a eles. Essas descrições, que têm por fim a evangelização das criaturas, trazem-lhes melhores informações sobre o estado moral dos habitantes e não sobre o estado físico ou geológico desses globos. E são também uma forma de fixarem as idéias do homem sobre o futuro e não deixá-lo na incerteza.

Bibliografia:

LM, 2ª. Parte, cap. XXV1

(1) SEARA DOS MÉDIUNS, lição 49 - Emmanuel.

2 - Parte B - SE VOCÊ QUISER

O homem procura sempre soluções milagrosas para suas aflições, para suas angústias, ou dificuldades físicas, esquecido de que tais efeitos decorreram de suas ações nesta ou noutra vida.

Muitos crêem que Deus faz concessões sobrenaturais, como se Ele estivesse à mercê de cada um, atendendo a seus caprichos. O homem é imediatista e tem uma visão infantil de Deus, não conseguindo visualizar a diferença fundamental entre a verdade das Leis Divinas e as suas crenças interesseiras.

Jesus falou aos Fariseus (Jo, cap. 8:46): "E se vos digo a verdade, por que não credes?" Repetem-se, agora, os mesmos ensinamentos com os Espíritos. Eles apresentam toda a realidade espiritual, sem parábolas, sem alegorias, e, ainda assim, os homens têm dúvidas e continuam, como na época de Jesus, em busca de porções milagrosas, crendo, sem saber o porquê, e perguntando-lhes o que fazer, como se eles tudo soubessem ou pudessem eliminar os óbices para o homem ser feliz.

André Luiz, entretanto, em sábia lição, elucida como o homem pode libertar-se dessas crendices milagrosas e tornar-se o médico de si mesmo.

Ensina André Luiz (1): "Diz você que o mundo é um amontoado de males infinitos; entretanto, se você quiser construir o bem na própria alma, respirará, desde agora, na faixa do mundo melhor que surgirá em você mesmo.

Diz você que a casa onde reside é uma forja de sofrimento pela incompreensão dos familiares que lhe ignoram os ideais; contudo, se você quiser servir com paciência e bondade, ajudando a cada um sem reclamar retribuição, embora pouco a pouco, passarão todos eles a conhecer-lhe os princípios, através de seus atos, convertendo-se-lhe o lar em ninho de bênçãos.

Page 70: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Diz você que a ingratidão mora em seu campo de trabalho, transfigurando-o em lugar de suplício, mas se você quiser consagrar-se ao próprio dever, com humildade e tolerância, observará que o seu exemplo granjeará a tarefa em manancial de alegria.

Diz você haver perdido a fé, ante aqueles que ensinam a virtude sem praticá-la; no entanto, se você quiser, cumprirá com tanto devotamento as próprias obrigações, que a fé lhe brilhará no coração, por fonte de júbilo intransferível.

Diz você que não dispõe de recursos para ajudar ao companheiro em luta maior, mas se você quiser repousar menos alguns minutos, em seus lazeres de cada dia, poderá converter algumas horas, cada semana, em auxílio ou consolação para os semelhantes, conquistando a simpatia e o concurso de muita gente.

Não se queixe em circunstância alguma.

Lembre-se de que a vida e o tempo são concessões de Deus diretamente a você, e, acima de qualquer angústia ou provação, a vida e o tempo responderão a você com a bênção da luz ou com a experiência da sombra, como você quiser".

Bibliografia:

(1) O ESPÍRITO DA VERDADE, lição 95 - Autores Diversos.

QUESTIONÁRIO

A) PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS II

1- Podem os Espíritos dar conselho, relativos à saúde: Comente sucintamente.

2 - Os Espíritos sempre ajudam o homem em suas descobertas? Comentar sucintamente,

3 - Os Espíritos ajudam os homens a descobrir tesouros ocultos?

4 - O homem deve confiar nas descrições dos Espíritos sobre os diferentes mundos?

5 - Como se pode verificar a exatidão dessas descrições:

B) SE VOCÊ QUISER

1- Por que os homens, ainda hoje, continuam em busca de soluções milagrosas para seus problemas?

2 - Como pode o homem vencer a incompreensão que diz sentir de seus familiares?

3 - Como pode o homem superar a ingratidão que diz sentir no seu campo de trabalho?

4 - Como pode o homem ajudar o próximo, quando não tiver dinheiro?

Page 71: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

5 - Como pode o homem superar-se a si mesmo, quando diz ter perdido a fé?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOFONIA, TELEPATIA E DOAÇÃO

Proceder igualmente à aula anterior.

Observação: Na FEESP, normalmente esta é a última aula do 1° semestre, seguida de uma aula de revisão da parte teórica e da prática.

Nas três primeiras semanas de agosto estuda-se o livro designado para leitura de férias "Desobsessão", de André Luiz.

Formam-se grupos para estudo dos capítulos do livro, previamente lido durante as férias. Após o debate, cada grupo apresentará à classe uma síntese dos capítulos estudados.

Na última semana de agosto é dada uma aula sobre o livro "A Loucura sob Novo Prisma", de autoria do Dr. Bezerra de Menezes, com o intuito de homenageá-lo; conseqüentemente não haverá parte prática durante o mês de agosto.

16ª. AULABICORPOREIDADE

E TRANSFIGURAÇÃO

1 - Parte A - BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO

A bicorporeidade e a transfiguração são variedades de manifestações visuais, como o são as aparições, a vista dupla etc. São fênomenos naturais que não têm nada de milagroso, de sobrenatural. Assentam-se nas propriedades do Perispírito, que são as mesmas para o encarnado e o desencarnado, pois, em ambos, o Perispírito sofre modificações em sua estrutura molecular, pela ação da vontade do Espírito, tornando-se, momentaneamente, visível ou tangível, face à condensação fluídica em diferentes graus (A Gênese, cap. 14, item 35).

a) Bicorporeidade

É o fenômeno pelo qual um indivíduo, vivo, pode manter sua presença de forma tangível em dois lugares diferentes, ao mesmo tempo. O fenômeno ocorre com a materialização de seu Perispírito exteriorizado, mantendo uma forma tangível aparente, enquanto o corpo carnal permanece em outro local, em estado anormal, isto é, em transe, ainda que simples.

A bicorporeidade, como o próprio nome o conceitua, não admite uma terceira presença, porque os encarnados possuem dois corpos, o físico e o espiritual, mantendo-se cada um, face às circunstâncias, com as seguintes características:

- corpo físico - presença real - com a vida orgânica;

- corpo espiritual- presença aparente - com a vida do Espírito.

Page 72: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Sendo o Espírito indivisível (LE, perg. 92), somente um corpo pode ter vida ativa e inteligente, e é o corpo carnal. Kardec menciona não conhecer exemplo em que os dois corpos gozassem, ao mesmo tempo e no mesmo grau, de uma vida ativa e inteligente, pois o que anima a matéria é o Espírito, e este é indivisível.

Não se deve confundir bicorporeidade com fenômenos que ocorrem com os desencarnados, como as projeções mentais ou de imagens, pelas quais os Espíritos se comunicam ou são vistos em muitos lugares ao mesmo tempo; "ou com o fenômeno dos agêneres que é uma modalidade de aparição tangível, um estado de certos Espíritos, quando, temporariamente, revestem as formas de uma pessoa viva, ao ponto de produzirem ilusão completa" (LM, 2.a Parte, cap. VII, item 125). Neste caso, é o Espírito de um morto materializando- se na forma do corpo de um vivo, dando a impressão de haver uma bicorporeidade.

Também não se pode confundir bicorporeidade com bilocação. Esta significa um fenômeno, pelo qual "se constata a presença de um mesmo Espírito encarnado em dois lugares, aparentemente ao mesmo tempo" (Mediunidade, de Edgard Armond). Bilocação significa dois lugares de manifestação, enquanto bicorporeidade significa dois corpos manifestando-se em lugares diferentes. Na bilocação o Espírito exterioriza-se e manifesta-se em outro local, tanto pela psicofonia como pela vidência.

Deve-se tomar cuidado para não confundir bicorporeidade com o efeito da imaginação, pois as preocupações do dia a dia podem dar àquilo que se vê a aparência do que se deseja ou do que se teme.

No fenômeno da bicorporeidade não há perigo de morte para o homem, porquanto seu Espírito, ao afastar-se, lê pensamentos e prevê situações que podem acontecer, dado que fica ligado ao corpo físico pelo cordão fluídico que mantém o controle de comunicação da mente para o corpo, e do corpo para a mente. Se algo acontecer ao corpo físico, o Espírito pode voltar imediatamente. Pode-se dizer, ainda, que o corpo aparente, embora materializado, é um corpo fluídico e não-orgânico, não podendo ser morto. Epes Sargent, em seu livro "Bases Científicas do Espiritismo", cap. VI, mostra a ocorrência de materialização de uma mão, que sofre o atentado a faca, sem conseqüências maiores para o médium, salvo a sensação dolorosa que durou por algumas horas, além da desagradável sensação da penetração da lâmina em seus músculos, nos tendões.

São exemplos clássicos de bicorporeidade, e até considerados milagrosos pela Igreja, os casos de Santo Antônio de Pádua e o de Santo Afonso de Liguori, ambos por se terem mostrado em dois locais diversos, ao mesmo tempo.

Um exemplo interessantíssimo é relatado por André Luiz, (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 28) onde se menciona uma sessão de materialização que não chega a atingir seus objetivos, mas se complementa com a materialização do próprio Perispírito do médium exteriorizado, servindo, inclusive, de intérprete em manifestação psicofônica de um Espírito que lhe controlou o corpo carnal.

b) Transfiguração

Page 73: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Consiste, em síntese, num ato de efeitos físicos, ou seja, na mudança do aspecto de um corpo vivo, tanto na aparência dos traços fisionômicos, como no olhar, na voz, na corpulência etc.

Pode-se dizer que existem distintas situações de transfigurações, desde as simples modificações dos traços fisionômicos, resultando em aparências mais belas ou feias, mais jovens ou velhas, até a transformação total do corpo e das vestes.

Uma forma de transfiguração complexa é mencionada por Kardec, (LM, 2.a Parte, cap. VII, item 122): "Uma mocinha, de uns 15 anos mais ou menos, transfigurava-se num jovem de 25, corpulento, seu irmão falecido alguns anos antes, assimilando-me, além dos traços fisionômicos, o modo de falar, de olhar, a compleição física etc. Nesta condição, foi pesada por um médico da cidade (Saint- Etienne, França), revelando estar com o peso no dobro do normal".

É uma situação muito complexa, mas, em resumo, ocorrem, ao mesmo tempo, diferentes fenômenos:

1º - uma indução mental, conseqüência da fusão fluídica do Espírito operante com o médium;

2º - a materialização perispiritual, na aparência desejada;

3° - a invisibilidade do corpo da médium;

4º - a ação do Espírito operante, provocando a diferença do peso, agindo sobre a força da gravidade, tal qual um fenômeno de efeito físico, aumentando ou reduzindo peso.

Diz Kardec, em "Obras Póstumas", primeira parte, Manifestaçôes dos Espíritos, § 3°, que "a forma real e material de corpo se desvanece sob aquela camada fluídica - se assim nos podemos exprimir - e toma por momentos uma aparência inteiramente diversa, mesmo a de outra pessoa ou a do Espírito que combine seus fluidos com os do indivíduo, podendo também dar a um semblante feio um aspecto bonito e radioso".

A transfiguração de Jesus, no monte Tabor, é relatada no Evangelho e comentada por Kardec, em "A Gênese", cap. XV item 43, onde cita Marcos, cap. IX, vs. 1 a 9: "Seis dias depois, tendo Jesus tomado a Pedro, a Tiago e a João consigo, os levou a sós, com ele, a um alto monte, a um lugar afastado, e ali transfigurou-se diante deles. - E, enquanto fazia sua oração, seu rosto parecia ser inteiramente outro; suas vestes tornaram-se resplendentes de luz, brancas como a neve, de modo tal que não há sobre a Terra alvejante que as possa assim tornar brancas. E eles viram aparecer Elias e Moisés que conversavam com Jesus".

De modo geral, a transfiguração é um fenômeno resultante de uma transformação perispiritual, que se produz sobre o próprio corpo vivente, isto é, a materialização do próprio corpo espiritual, dando origem a formas belas, radiosas, luminosas, se de Espíritos elevados, ou feias, horrendas, se de Espíritos inferiores.

Bibliografia:

A GÊNESE. GE, cap. XIV e XV

Page 74: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

OP - Manifestações dos Espíritos, 5° _ 32.

BASES CIENTÍFICAS DO ESPIRITISMO - Epes Sargent

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNlDADE, cap. 28 -André Luiz.

LE, perg. 92

LM, 2ª. Parte, cap. VII

Edgard Armond - MEDIUNIDADE.

NOTA: A partir desta Lição, será utilizada a sigla GE para designar "A Gênese", de Allan Kardec.

2 - Parte B - MISTÉRIOS OCULTOS AOS SÁBIOS E PRUDENTES

Como entender as palavras de Jesus Cristo, quando ele fala em "sábios" e "prudentes"?

Além dos 12 apóstolos, Jesus teve outros 70 discípulos (Lc 10:1 e 10:17). A esses discípulos, o Mestre delegou poderes para andar por várias regiões da Palestina, com o fito de apregoar a Boa Nova. Esses discípulos voltaram maravilhados, dizendo: "Senhor! pelo teu nome até os maus Espíritos se nos sujeitam" .

Diante dessas palavras de júbilo, o Mestre disse-lhes: "Não vos alegreis, porque vos sujeitam os maus Espíritos, mas alegrai-vos antes, por estarem os vossos nomes arrolados nos Céus", acrescentando, logo a seguir: "Graças te dou a ti, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelaste aos simples e pequeninos" (Lc, 10:17-20 e 21 e Mt, 11:25).

Parece singular que Jesus tenha dado graças a Deus, por haver revelado estas coisas aos simples, aos humildes, que são os pobres de Espírito, e tê-las ocultado aos sábios e prudentes, aparentemente mais aptos a compreendê-las.

Empregando as palavras "sábios" e "prudentes", o Mestre referia-se aos eternos recalcitrantes, que, mesmo diante das provas mais evidentes, encastelam-se nas muralhas do obscurantismo, duvidando das maravilhas que Deus faz suscitar entre os homens. Os escribas, os fariseus e o sumo sacerdotes, do tempo de Jesus, homens que desfrutavam de evidente poder entre o povo, que eram tidos na conta de sábios, de inteligentes, tomaram conhecimento dos grandiosos feitos praticados por Jesus Cristo, mas preferiram manter-se encerrados num círculo de oposição sistemática, não descansando enquanto não viram o Ungido de Deus suspenso na cruz infamante, no meio de dois facínoras.

Por outro lado, os pequeninos são aqueles que, em todos os tempos, procuram, na humildade e na conformação, manter-se em estrita observância das Leis de Deus. Foram, como os apóstolos, homens rudes e semi-letrados, que seguiam as pegadas do seu Mestre, em todas as contingências, obedecendo-lhe, incondicionalmente, respeitando todas as suas ordenações, pautando suas vidas segundo os padrões emanados do coração generoso de Jesus.

Page 75: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Certa vez, estando o Mestre num dos logradouros de Jerusalém, aproximou-se dele um grupo de Judeus e estrangeiros, solicitando-lhe que produzisse um sinal dos Céus, para que eles viessem a crer naquilo que ele ensinava e no poder de que se achava investido. Esperavam que, por tratar-se de homens poderosos e altivos, o Mestre teria o máximo empenho em convertê-los para a Boa Nova. Mas a resposta de Jesus foi um peremptório "não!"

O Mestre não hesitava em caminhar léguas e léguas, para converter um dos pequeninos da Terra, uma criatura humilde, despretensiosa, mas não se curvava para converter homens "duros de cerviz e incircuncisos de coração".

Ele fez evidenciar que a Revelação das grandes verdades não guarda relação com as posições de destaque ocupadas pelos homens. Os cargos de posição, no mundo, geralmente, oferecem grandes obstáculos nas mãos de determinados indivíduos, haja vista o caso típico do procônsul Pôncio Pilatos, que, exercendo uma posição de mando, reconheceu a inocência de Jesus, mas, com receio de perder a sua elevada posição política no Império Romano, não vacilou em entregá-lo aos seus algozes.

Bibliografia:

EVANGELHOS DE LUCAS E MATEUS.

ESE, cap. VII, itens 7 a 1O.

QUESTIONÁRIO

A) BICORPORElDADE E TRANSFIGURAÇÃO

1- Que é bicorporeidade?

2 - Que é transfiguração?

3 - Por que no fenômeno da bicorporeidade não há perigo de morte para o homem?

4 - Que diferentes fenômenos ocorrem na transfiguração?

5 - Faça um breve relato da transfiguração de Jesus no monte Tabor.

B) MISTÉRIOS OCULTOS AOS SABIOS E PRUDENTES

1- Qual o significado das palavras "sábios e prudentes", na linguagem de Jesus?

2 - Qual o significado das palavras "simples e pequeninos", na linguagem de Jesus?

3 - Por que Jesus se negou a dar sinal dos Céus aos Judeus e estrangeiros?

4 - Por que as grandes verdades reveladas não guardam relação com as posiçôes do homem no mundo?

Page 76: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

5 - Qual o importante ensinamento de Jesus aos Setenta Discípulos, quando eles retornaram?

3 - Parte C - D.P.M - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

DESDOBRAMENTO

Desdobramento é a consciência fora do corpo físico; por isso também se diz" projeção do eu" . No desdobramento o Espírito usando o veículo menos denso, chamado perispírito (ou corpo espiritual), abandona o corpo físico, mas permanece a ele ligado através do liame fluídico que é o cordão umbilical do Espírito. É uma emancipação da alma. Neste estado de liberdade relativa, pois não existe abandono total do corpo físico, o Espírito pode agir e afastar-se do corpo fisico a distâncias incomensuráveis, dependendo do seu grau evolutivo.

O desdobramento pode ser consciente ou inconsciente, voluntário ou compulsório.

No desdobramento consciente o agente faz a emancipção da alma (ou projeção da consciência) com plena consciência de suas volitações ou viagens astrais. O desdobramento consciente requer prática constante que começa pela técnica de relaxamento e observância de determinadas regras. O desdobramento consciente é uma mediunidade que pode ser desenvolvida em grupo ou individualmente, tendo sempre em mente a objetividade, a seriedade e propósitos elevados.

As regras para o desdobramento consciente são:

1) esforço por conservar a consciência própria em todo o transcurso do processo e estar sempre animado da convicção de que realiza suas práticas com objetivos nobres e elevados. Este item observado, assegura proteção espiritual em todas as circunstâncias.

2) Apelar previamente para o protetor individual, sem cujo auxílio não deve o médium se aventurar.

3) De início não ir muito longe do corpo físico e do aposento onde se encontra.

4) Certeza de que o corpo físico repousa em segurança em lugar adequado, podendo a ele voltar, sem impedimento, assim que o deseje.

Depois do desdobramento consciente, o médium se lembrará de onde foi, o que viu e o que sentiu. Os monitores deverão realizar, ao final da prática, uma apuração de cada participante.

17ª. AULACHARLATANISMO

E PRESTIDIGITAÇÃO

1 - Parte A - CHARLATANISMO E PRESTIDIGITAÇÃO

Diz o Novo Dicionário Aurélio que charlatão é o "explorador da boa-fé do público, Impostor, embusteiro, trapaceiro" .

Page 77: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Diz, ainda, que prestídígítador é o "artista que, pela ligeireza dos movimentos das mãos, faz deslocar ou desapareecer objetos, iludindo a vigilância do espectador de maneira que parece inexplicável; prestímano, ilusionista, mágico".

Allan Kardec estudando o capítulo da "mediunidade nos animais" (LM, 2ª Parte, cap. XXII, item 234), conta experiências observadas nas participações de animais que, por imitação ou reflexo condicionado, realizavam atividades como se estivessem sob o comando mental do agente. Conclui que "a arte da prestidigitação consiste em dissimular os truques empregados, sem o que o efeito não seria atingido".

Por outro lado, diz, ainda (LM, 2.a Parte, cap. XXVIII, item 306), que "a faculdade mediúnica é para a prática do bem, e os Espíritos Bons afastam-se de quem pretender transformá-la em meio para qualquer coisa contrária aos desígnios da Providência". E, quando isto acontece, o médium liga-se a Espíritos inferiores, por associação de idéias, ou mistifica, traindo a boa-fé dos outros, ou engana, tornando-se um charlatão e prestidigitador.

Não se recomenda o exercício da mediunidade, mesmo quando restrita aos limites das manifestações físicas, em exibições de feira. Quem pretende dispor de Espíritos às suas ordens, para os exibir em público, é suspeito, com justiça, de charlatanismo ou prática de hábil prestidigitação.

Todas as vezes que surjam anúncios de pretensas sessões de Espiritismo ou de Espiritualismo com entrada paga, a pretexto de exibição de fenômenos mediúnicos, necessária se faz a cautela, porquanto o pagamento, ainda que disfarçado, atesta o desconhecimento da Doutrina dos Espíritos e da sua finalidade de aperfeiçoamento moral da Humanidade. Disse Jesus: "Dai de graça o que de graça recebestes" (Mt, 10:8).

No dizer de Emmanuel (1), os médiuns não são seres privilegiados e, sim, criaturas que "fracassaram tremendamente" no passado e receberam, por misericórdia divina, a mediunidade como instrumento de trabalho, em benefício dos outros e de si mesmos.

A mediunidade praticada por interesses próprios, por interesses egoístas, é enfocada no livro "Estudando a Mediunidade", cap. XI, de Martins Peralva, no qual se afirma que a mediunidade transviada se reveste das seguintes características:

a) - Consultas e exploração de Espíritos, ainda ignorantes, sobre assuntos materiais, como casamento, negócios, empregos etc.;

b) - Consultas e exploração de Espíritos, ainda ignorantes, sobre assuntos espirituais inferiores, como a ação maléfica sobre a saúde e a vida do próximo.

A Lei de Causa e Efeito conduzirá, certamente, quem se dedicar a esse gênero de atividade mediúnica a:

1. Obsessão resultante da estreita afinidade magnética que se estabelecerá entre os comparsas da ação (médiuns, dirigentes e Espíritos);

Page 78: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

2. Encontro, após a desencarnação, em zonas inferiores, com tais entidades;

3. Renascimento futuro em condições difíceis, para expiações e resgates.

Allan Kardec menciona (LM,2.a Parte, cap. XXVIII, item 312) que "os sonâmbulos, que utilizam sua faculdade de maneira lucrativa, não se encontram no mesmo caso. Embora essa exploração esteja também sujeita a abusos, e o desinteresse constitua a maior garantia da sinceridade, a posição é diferente, porque é o seu Espírito que age, estando sempre à sua disposição. Na realidade, exploram a si mesmos, mas têm a liberdade de dispor de si como quiserem, ao passo que os médiuns especuladores exploram as almas dos mortos". (Ver também LM, 2.a Parte, cap, XIV, item 172, Médiuns Sonâmbulos.) Herculano Pires faz uma nota sobre médiuns sonâmbulos dizendo: "Não esquecer que os sonâmbulos, como se vê pelo nº 172, contam, também, com o auxílio dos Espíritos, e não apenas consigo mesmos, Por isso, Kardec, apesar da ressalva, adverte que eles também estão sujeitos a abusos. Os sonâmbulos usam as próprias faculdades espirituais, hoje conhecidas em Parapsicologia como Paranormais. Mas, como todas as criaturas, relacionam-se com os Espíritos". Ver também LM, 2.a Parte, cap. XXVIII, nota do item 312.

"De todos os fenômenos espíritas, os que mais se prestam à fraude são os de efeitos físicos, por motivos que convêm considerar. Primeiro: porque se dirigem mais aos olhos do que à inteligência, são os que a prestidigitação mais facilmente pode imitar. Segundo: porque despertam curiosidade, mais do que os outros, e são mais apropriados a atrair as multidões e, conseqüentemente, mais produtivos" (LM, 2.a Parte, cap. XXVIII, item 315).

Muitos mágicos, ilusionistas, para darem certo ar de mistério aos seus truques, imitam os fenômenos espíritas e alegam a presença de Espíritos, especialmente nos casos de pancadas, movimento de objetos sem contato, suspensão de corpos no ar, aparições, escrita direta, transporte de objetos para o lugar onde se efetua a reunião (LM, 2.a Parte, cap. XXVIII, itens 318 a 323).

O charlatão e o prestidigitador, acima de tudo, procuram um interesse material qualquer. Um médium evangelizado e consciente de que sua faculdade é um talento a ser aplicado no bem ao próximo, por certo saberá imunizar-se contra as influências dos Espíritos inferiores, contra as próprias tendências negativas de comportamento, tanto morais, como materiais.

Bibliografia:

LM, 2.a Parte, XXVlll

(1) EMMANUEL, cap. XI- Emmanuel

ESTUDANDO A MEDlUNIDADE, cap. XL-Martins Peralva.

2 - Parte B - MEDIUNIDADE GRATUITA

"Dai gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente" (Mt, 10:8).

Page 79: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Quando Jesus proferiu estas sábias palavras, intentava transmitir ao povo que se deve preservar toda ação mental, dirigida a Deus, do comércio e das ligações menos dignas, a que os encarnados pudessem sintonizar-se através da mediunidade.

O povo que vivia na Terra, quando Jesus aqui reencarnou, era ainda muito ignorante quanto as verdades espirituais, com exceção dos discípulos, que tinham evoluído espiritualmente de forma mais acentuada.

Deste modo, Jesus sempre tentou atingir-lhes o pensamento, transmitindo-lhes suas lições por meio de historietas ou parábolas, a fim de que lhes impressionassem aos sentidos, e os discípulos pudessem perceber, ao menos, uma parte da nova moral que Ele vinha trazer à Humanidade. Cita-se, como exemplo, a Parábola do Joio e do Trigo (Mt, 13:24-30).

O excessivo apego às coisas materiais suscitava muitas preces pagas, além do comércio nos próprios templos de oração. Ao condenar estas práticas, Jesus transmite aos homens a idéia de que não devem comercializar as "Coisas de Deus".

Desta forma, é totalmente incoerente pagar a alguém para orar por outrem.

O amor e o desinteresse estão muito longe daqueles que comercializam as coisas divinas, e o bom senso mostra que tal prática não é agradável a Deus, que considera, numa prece, a sinceridade e o desinteresse de quem a profere.

Não é a quantidade ou a beleza das palavras que selecionam as preces verdadeiras, mas o sentimento de amor e fé daquele que está orando, muitas vezes através de um simples pensamento ou gesto, em qualquer lugar onde se encontre.

A mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre o Plano Físico e o Plano Espiritual, através do médium, e é uma oportunidade de trabalho a favor do próximo, e uma condição para a própria evolução espiritual.

Assim, o bom médium é aquele que usa suas faculdades para o bem do próximo.

É sua ferramenta de trabalho e como tal precisa ser bem conservada, a fim de ser realmente útil.

O homem deve buscar na matéria e não nas atividades espirituais, o que venha trazer-lhe os elementos necessários para seu sustento material.

A mediunidade não é uma profissão, mas um dom a ser exercido desinteressadamente, gratuitamente, servindo como meio de divulgação, a toda a Humanidade, das verdades espirituais, da fé raciocinada, do destino do homem, do seu objetivo na Terra, da importância da prática da caridade e da humildade constantemente. Por isso, o médium não tem direito de comercializá-la, porque seu trabalho é em conjunto com os Espíritos.

Page 80: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Já se estudou na Parte A, da 12.ª Aula, a "Proibição de Evocar os Mortos" que foi este tipo de abuso das "coisas divinas" que levou Moisés a proibir as evocações. O grande mensageiro não as proibia aos profetas e aos homens de bem que se dedicavam às práticas mediúnicas. Ele condenou o uso dessa faculdade entre os mistificadores e charlatães, pois estes estavam desrespeitando as Leis Naturais, para atender aos seus interesses materialistas.

O simples bom senso conduz qualquer um ao raciocínio: se os Espíritos não estão disponíveis a toda hora, e o médium, mesmo assim, dá comunicação, ou está ocorrendo um fenômeno anímico (emanado da própria alma do médium), ou uma mistificação (o médium está enganando).

Analisando-se por outro ângulo a questão, torna-se imprescindível considerar a Lei da Sintonia Vibratória: um Espírito com maior evolução não irá perder seu tempo em fornecer mensagens aos encarnados, a fim de atender a interesses materiais, quais sejam, conhecimento dos acontecimentos futuros, palpites em situações cotidianas, leitura da "sorte", promessas fúteis etc., de maneira que, afastando-se, permite que os Espíritos de menor grau evolutivo, ainda muito ligados às coisas materiais, sintonizem-se, mentalmente, com o médium, e cedem com prazer aos seus interesses materiais, incentivando-o mais e mais para práticas censuráveis. Estes comportamentos geram uma "cadeia vibratória", em que Espírito, médium e encarnado (que esteja "consultando") acabam ligando-se uns aos outros. Nenhum poderá escapar da Lei de Causa e Efeito. Todos terão que responder por seu desrespeito às Leis Divinas, de acordo com o conhecimento que possuam das "coisas espirituais" e de sua intenção, pois, "a quem muito foi dado, muito lhe será pedido" (Lc 12:48).

Para que ocorram a "Mediunidade com Jesus" e o intercâmbio com os Espíritos mais elevados, é necessário que o médium os leve a sério e os coloque acima dos seus interesses materiais. Todo bom médium deve desenvolver suas qualidades morais com humildade, amor, devotamento, bondade, fraternidade, com muita fé. É válido relembrar aqui as palavras de Paulo de Tarso: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém." (1ª. Epístola aos Coríntios, cap. 6:12).

Bibliografia:

ESE, cap. XXVI, itens 7 a 1O.

QUESTIONÁRIO

A) CHARLATANISMO E PRESTIDIGITAÇÃO

1- Que é um charlatão?

2 - Que é um prestidigitador?

3 - Por que não se recomenda o exercício da mediunidade em exibição de feira?

4 - Quais as caracteristicas da mediunidade praticada por interesses próprios, por interesses egoístas?

Page 81: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

5 - Por que os fenômenos de efeitos físicos se prestam mais à fraude que os de efeitos inteligentes?

B) MEDIUNIDADE GRATUITA

1- Por que Jesus disse: "Dai gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente"?

2 - Por que a comercialização das "coisas divinas" não é agradável a Deus?

3 - A mediunidade é uma profissão? Comentar sucintamente.

4- Por que Moisés proibiu a invocação dos mortos?

5 - O que deve fazer um médium, para exercer sua mediunidade com Jesus?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

TREINO INTENSIVO

Nesta aula, deve-se realizar os exercícios até hoje praticados de psicofonia, psicografia, vidência, audiência, desdobramento e doação.

18ª. AULAOBSESSÃO - OBSESSÃO SIMPLES

1 - Parte A - OBSESSÃO - Obsessão Simples - Fascinação - Subjugação - Possessão

A obsessão é o maior escolho da mediunidade. Os médiuns precisam estar sempre em guarda contra esse fato incômodo, desagradável. A rigor, a obsessão é sempre um processo bilateral, para cuja realização é preciso ter uma mente que emite e outra que recebe. O obsessor é sempre um Espírito astuto, afeito a caprichos pessoais, e que faz valer, a qualquer custo, sua vontade arbitrariamente, ou, quando não, é um atrasado espiritualmente, que age por ignorância, vinculado por certas afinidades.

O obsessor maldoso procura explorar o ponto fraco da vítima, e esta, de início, aceita o assédio como um processo estimulante, para depois, com o passar do tempo, arrepender-se do incômodo que a escraviza e a faz infeliz.

A obsessão lavra os maiores desastres espirituais no meio das pessoas sensíveis, que registram, com mais clareza, a atuação dos Espíritos, sobretudo, as pessoas comprometidas com um passado faltoso. Esses são os casos mais comuns que. freqüentemente, se vêem nas Casas Espíritas, a desafiarem a Ciência médica, pois somente com tratamento espiritual adequado é possível conseguir apaziguar antigas rixas, antigos desentendimentos.

Por isso, só o amor puro e o esclarecimento da Doutrina Espírita se tornam o antídoto mais poderoso para a cura definitiva, pois o resto são paliativos aleatórios.

Page 82: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Desta feita, os médiuns precisam estar sempre vigilantes, sempre atentos ao bem que fizerem; precisam imunizar, se contra o orgulho e a vaidade; se precatar contra os maus pensamentos; policiar a língua contra o vírus da maledicência e, numa arrancada de luz, direcionar a vontade na conquista dos patrimônios elevados do amor e da paz íntima, que se constituem na tão desejada felicidade.

A obsessão, portanto, é quase sempre decorrente de uma imperfeição moral, que permite a associação de idéias entre o obsessor e o obsediado, em conseqüência da Lei de Causa e Efeito. Dizem os Espíritos que Deus permite a ação obsessiva, para pôr o homem à prova da paciência, da perseverança, do aprendizado, do respeito ao próximo e da fé na Divina Providência.

De modo geral, na obsessão, os maus, pela Lei de Afinidade, apegam,se àqueles a quem têm acesso, por uma atração perispiritual muito forte e, quando chegam a dominar, impõem suas idéias, gostos e preferências. Pode,se afirmar que o problema da obsessão é uma questão de atitudes mutuamente assumidas, pela similitude de pensamentos, pelas crenças, pelos sentimentos, pelas emoções e pelas diferentes tendências para reagir.

Este predomínio de um Espírito sobre certa pessoa apresenta-se em diferentes graus de intensidade; daí, a sua classificação em obsessão simples, fascinação, subjugação e possessão.

Na obsessão simples o obsediado tem consciência da interferência de um Espírito adverso ou enganador, e este, por sua vez, não se disfarça, não esconde suas intenções e desejos. Cumpre, todavia, esclarecer que "ninguém está obsediado pelo simples fato de ser enganado por um Espírito mentiroso, pois, o melhor médium está sujeito a isso, sobretudo, no início, quando ainda lhe falta a experiência necessária A obsessão consiste na tenacidade de um Espírito para impor sua vontade, da qual não consegue desembaraçar-se a pessoa sobre quem ele atua" (LM, 2.a Parte, cap. XXIII, item 238). Na obsessão simples, o obsediado nem percebe a influência, porque se compraz no pensamento do outro.

Na fascinação o médium se encontra totalmente iludido e, muitas vezes, se afasta de pessoas que lhe poderiam dar conselhos úteis. Não percebe a atuação dos maus Espíritos; no dizer de Kardec (LM, 2.a Parte, cap. XXIII, item 239), "está submetido a uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium, que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações".

Na subjugação a influência do Espírito pode ser moral ou corporal, paralisando a vontade da vítima, que age sob um verdadeiro jugo. "No primeiro caso, o subjugado é levado a tomar decisões freqüentemente absurdas e comprometedoras, que, por uma espécie de ilusão, considera sensatas: é uma espécie de fascinação. No segundo, o Espírito age sobre os órgãos materiais, provocando movimentos involuntários", levando-o, por vezes, a praticar atos ridículos (LM, 2.a Parte, cap. XXIII, item 240).

O Espírito que subjuga penetra o perispírito da pessoa sobre a qual quer agir. O Perispírito do obsedado recebe como que um envoltório, o corpo fluídico do Espírito estranho, e, por esse meio, é atingido em todo o seu ser; o corpo material experimenta a pressão sobre ele exercida de maneira indireta.

Page 83: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

A possessão, diz Kardec (LM, 2.a Parte, cap. XXIII, item 241) é um termo usado por aqueles que acreditam nas penas eternas, quer dizer: "em seres criados perpetuamente voltados para o mal", o que a Doutrina dos Espíritos não admite.

Um segundo motivo para Kardec não ter adotado o term~ possessão, no <iO Livro dos lv1édiuns", é porque implica "também a idéia de tomada do corpo por um Espírito estranho, numa espécie de coabitação, quando só existe constrangiimento".

Todavia, em "A Gênese", cap. XIV; itens 45 a 49, Kardec admite o termo possessão e o utiliza como forma de ação de um Espírito sobre o encarnado, distinguindo-a da subjugação.

Diz: "Na obsessão, o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado; este último se encontra então enlaçado como numa teia e constrangido a agir contra sua vontade.

Na possessão, em lugar de agir exteriormente, o Espírito livre se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; faz domicílio em seu corpo, sem que todavia este o deixe definitivamente, o que só ocorre com a morte. A possessão é assim sempre temporária e intermitente, pois um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, dado que a união molecular do perispírito e do corpo não pode se operar se senão no momento da concepção"(GE, cap. XIV item 47).

Complementa Kardec, mostrando a diferença entre obsessão e possessão, dizendo que o "Espírito, em possessão momentânea do corpo, dele se serve como o faria com o seu próprio; fala por sua boca, enxerga pelos seus olhos, age com seus braços, como o teria feito se fosse vivo. Já não é mais como na mediunidade falante, na qual o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um Espírito desencarnado; é este último, mesmo, que fala, que se agita, e se o conhecemos quando vivo, reconheceríamos sua linguagem, sua voz, seus gestos e até a expressão de sua fisionomia" (GE, cap. XIV; item 47).

Esta modificação no pensamento de Kardec, depois de ter escrito "O Livro dos Médiuns", provavelmente ocorreu quando se deparou com o caso de Mde. Julie, referido no livro "A Obsessão," publicado em 1950, edição belga, relativo a compilações das anotações de Kardec.

Aí se lê: "Temos dito que não havia possessos, no sentido vulgar do vocábulo, mas subjugados. Voltamos a esta asserção absoluta, porque nos é demonstrado que pode haver verdadeira possessão, isto é, substituição, posto que parcial, de um Espírito errante a um encarnado".

Em síntese, pode-se dizer que na obsessão o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispírito, e na possessão faz domicílio no corpo do encarnado, que cede seu corpo voluntariamente, como no caso da senhorita Julie, ou, involuntariamente, quando o possessor é um Espírito mau, ao qual o possesso não tem força moral para resistir.

Tanto na obsessão como na possessão, dizem os Espíritos, essa dominação não se efetua jamais sem a participação daquele que sofre, seja por fraqueza, seja pelo seu desejo. Dizem: "Freqüentemente, se têm tomado por possessos criaturas epiléticas ou loucas, que mais necessitam de médico do que de exorcismo" (LE, perg. 474).

Page 84: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Bibliografia:

LM, 2ª.parte, cap. XXlll GE, capo XIV itens 45 a 48

Op, cap.Manifestações dos Espíritos.

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNlDADE, cap. 23 - André Luiz.

MISSIONARlOS DA LUZ, cap.18- André Luiz.

A OBSESSÃO - Edição Belga, de Anotações de Kardec.

LE, pergs. 413 a 480.

Estudando a Mediunidade, cap. Xl Àl11, XIX, X,UV - Martins Peralva

Desobsessão - André Luiz.

NOTA: A partir desta lição, será utilizada a sigla OB para designar "A Obsessão", de Allan Kardec.

2 - Parte B - INIMIGOS

Em Lucas, cap. 6:35, Jesus recomenda que se devem amar os inimigos; no entanto, infelizmente, trata-se de uma recomendação de pouca penetração no mundo, requerendo, por isso, uma análise mais profunda.

Recomendando amar os inimigos, Jesus não exigiu aplausos ao que rouba, ao que destrói, ao que seqüestra, ao que espolia ou pratica toda a sorte de maldades, nem preceituou que se deva multiplicar a perversidade ou a má-fé.

Em Mateus, cap. 5:43 a 45, depara-se com as seguintes palavras do Mestre, no tocante a essa momentosa questão:

"Ouvistes o que foi dito aos antigos: Amareis ao vosso próximo e odiareis aos vossos inimigos. E eu vos digo: Amai vossos inimigos, fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e caluniam, a fim de que sejais filhos de vosso Pai, que está nos Céus, o qual faz brilhar o sol sobre os bons e os maus e faz chover sobre os justos e os injustos".

Amar os inimigos não é, pois, ter por eles uma afeição que não é natural, uma vez que o contato de um desafeto faz bater o coração de modo diverso ao do encontro com um amigo. Mas, é não alimentar contra eles ódio, nem rancor, ou desejo de vingança; é perdoá-los incondicionalmente pelo mal que fizeram, sem opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem e não o mal. É alegrar-se em lugar de se aborrecer com o bem que os atinge.

Certa vez, Jesus tomou conhecimento da existência de um possesso na região dos Gadarenos, e para lá se dirigiu. O atormentado vivia no cemitério, dormia dentro dos túmulos, todo machucado por andar no meio dos espinheiros e dos pedregais.

Quando o possesso o viu, prostrou, se de joelhos e disse:

Page 85: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

"Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro,te, por Deus, não me atormentes" (Mc 5:6,7). O Mestre se limitou a perguntar o seu nome; ele respondeu: "Legião, porque somos muitos".

O possesso que havia sido acorrentado, sido preso com grilhões, mas a tudo fazia em pedaços, ficou calmo, e Jesus ordenou aos Espíritos que saíssem, libertando o pobre homem daquele pernicioso domínio.

É evidente que os Espíritos que assediavam aquele homem, ao verem Jesus consideraram-no como autêntico inimigo, mas o Mestre, como dispenseiro da paz e do bem, qual um amigo celeste, resolveu pôr um paradeiro naquele drama, livrando o homem daquela influenciação nefasta, e possibilitando aos Espíritos obsessores tomarem um rumo diferente em suas vidas, conscientizando-os de que Deus é Pai de amor e bondade.

Essa passagem do Evangelho propicia um ensinamento de relevante alcance. À frente dos Espíritos delinqüentes, perturbadores, Jesus era apenas um: o interlocutor. No entanto, os Espíritos formavam uma legião, representando maioria esmagadora, personificando a massa vastíssima das intenções inferiores e criminosas. Daí, tira,se o ensino de que por indeterminado tempo, o bem estaria em proporção diminuta no mundo, comparado ao mal, que prevalece em torrentes arrasadoras.

Jesus Cristo teve vários desafetos, quando do desempeenho do seu Sublime Messiado: os Escribas, os Fariseus, os Saduceus e os Sacerdotes do Templo, todos se mancomunaram contra ele, fazendo com que fosse crucificado. O Mestre, no entanto, jamais os considerou como inimigos, tanto que na cruz suplicou ao Pai Celestial que os perdoasse, porque eles não sabiam o que estavam fazendo (Lc 23:34).

Bibliografia:

Pão NOSSO, cap.137 - Emmanuel.

CAMINHO, VERDADE E VIDA, cap. 143 - Emmanuel

QUESTIONÁRIO

A) OBSESSÃO - OBSESSÃO SIMPLES. FASCINAÇÃO - SUBJUGAÇÃO - POSSESSÃO

1- Que é obsessão simples?

2 - Que é fascinação?

3 - Que é subjugação?

4 - Que é possessão?

5 - Em síntese, qual a diferença entre obsessão e possessão?

B) INIMIGOS

1- Por que os homens de hoje não amam seus inimigos, ainda?

Page 86: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

2 - Que significa amar os inimigos?

3 - Por que devemos, ainda nesta encarnação, perdoar os inimigos?

4 - Por que Jesus teve inimigos?

5 - Que exemplo deixou Jesus aos homens, em relação aos seus perseguidores finais?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

DESOBSESSÃO

- Preparação do ambiente.

- Formação de grupos de 5 a 10 médiuns de psicofonia e sustentação.

- O monitor, ou monitores, de cada grupo fará (ou farão) o papel de doutrinadores.

- Escolhe-se um aluno para fazer as vezes de um assistido obsedado, colocando-o sentado no meio do círculo.

- Pode-se fazer a corrente de mãos (conforme a Parte "C" da aula nº 9 deste livro) e os médiuns de psicofonia se preparam espiritualmente para receber as entidades obsessoras que os Benfeitores Espirituais designarem.

- Se houver apenas um monitor no grupo, a comunicaação deve ser dada uma de cada vez, para o melhor desempenho do trabalho. No caso de mais de um monitor em cada grupo, poderá haver mais de uma comunicação simultânea.

- Dependendo da capacidade mediúnica do médium este poderá receber mais de uma entidade comunicante sucessivamente.

- A doutrinação do Espírito obsessor deverá ser feita com palavras evangélicas, com sentimento de amor, procurando exclarecê-lo à luz da Doutrina Espírita. Não gritar, ameaçar ou despender conceitos que possam agredir a sensibilidade da entidade comunicante nem falar em demasia, porque o que mais valem é a energia amorosa com que se envolve o Espírito necessitado e a moral dos integrantes do trabalho.

- Não permitir que os médiuns gesticulem, gritem ou usem vocabulários inadequados ou vulgares, pois os médiuns devem aprender a filtrar a mensagem do Espírito comunicante e não permitir abusos.

- No final de cada atendimento, o monitor deverá solicitar aos Instrutores Espirituais para realizarem a limpeza do grupo e harmonização.

19ª. AULAOBSESSÃO -

CAUSAS

1 - Parte A - OBSESSÃO - Causas da Obsessão - Meios de Combatê-la

Page 87: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Na lição anterior, vimos que os Espíritos informaram que a obsessão jamais se efetua sem a participação do obsedado, seja por fraqueza, seja pelo seu desejo. No primeiro caso, freqüentemente estão associadas as responsabilidades da Lei de Causa e Efeito; e no segundo, as tendências de comportaamento do homem.

Igualmente, fala Emmanuel em "Estude e Viva," lição 35, que "é forçoso recordar, sobretudo, que os alicerces de qualquer ambiente espiritual começam nas forças do pensamento". Complementando seu esclarecimento: "Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurando há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil".

Coloca Emmanuel como fatores que mais revelam essa condição da alma, as dificuldades de concentrar idéias em motivos otimistas, a indisposição inexplicável, a tristeza será razão aparente ou pressentimentos de desastre imediato, aborrecimentos imanifestos, pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, hiperemotividade ou depressão e tantos outros motivos.

Os motivos, as causas da obsessão variam segundo o caráter do Espírito (LM, 2ª. Parte, cap. XXIII, itens 245 a 254):

- Vingança contra desafetos do passado;

- Desejo de fazer os outros sofrerem, quase sempre por ignorância, inveja, covardia, etc

- Desejo de impor suas idéias para dominar, desunir, destruir;

- Divertimento com a impaciência da vítima, porquanto ao se zangar faz precisamente o que o obsessor quer;

- Apego a pessoas por ligações afetivas do passado.

O meio mais eficaz de combater a obsessão, levando à sua cura, é através da mudança interior do obsediado, quebrando-se, assim, o elo entre a vítima e o obsessor, formado pela Lei da Afinidade; a aquisição de sentimentos elevados como a humildade, o perdão, a tolerância, a paciência, o arrependimento, a pureza da mente, são condições de fortalecimento da alma para resistir aos arrastamentos sugeridos mentalmente pelo obsessor.

Um tratamento complementar consiste no atendimento espiritual de desobsessão, levando ao Espírito obsessor o esclarecimento dos princípios doutrinários, coadjuvado por um serviço de passes com fluidos salutares para fortificação perispiritual. Será necessário levar o Espírito obsessor a renunciar aos seus desígnios: é preciso fazer nascer nele o arrependimento e o desejo de fazer o bem.

Em resumo, pode-se dizer que três são as medidas essenciais: a reforma íntima de ambos, para livrarem-se de suas imperfeições morais, a prece a Deus e a vigilância nas atitudes, para se guardarem na proteção dos Bons Espíritos.

Page 88: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

O tratamento, todavia, deve ser feito, segundo as características de cada processo obsessivo, cujo reconhecimento decorre dos seguintes sintomas (LM, 2.a Parte, cap. XXIII, item 243):

- Insistência de um Espírito em comunicar-se, queira ou não o médium;

- Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas;

- Crença na infabilidade e na identidade absoluta dos Espíritos;

- Disposição para afastar-se das pessoas que podem esclarecê-lo;

- Intolerância para as críticas feitas às comunicações que recebe;

- Necessidade constante e inoportuna de escrever;

- Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar a contragosto seu;

- Ruídos e desordens constantes ao redor do médium, dos quais é ele a causa de tudo, ou o objeto.

André Luiz, em "Missionários da Luz", cap. XVIII, mostra que o tratamento é diferente conforme o grau de intensidade da obsessão. Relata, inclusive, um caso de "possessão", dizendo que a obsediada estava "cercada de entidades agressivas, seu corpo tornara-se como que a habitação do perseguidor mais cruel. Ele ocupava-lhe o organismo, desde o crânio até os pés, impondo-lhe tremendas reações em todos os centros de energia celular. Fios tenuíssimos, mas vigorosos, uniam ambos, e ao passo que o obsessor nos apresentava um quadro psicológico de satânica lucidez, a desventurada mulher mostrava aos colaboradores encarnados a imagem oposta, revelando angústia e inconsciência". Deixa, finalmente, registrado que o tratamento deve ser sempre na base do amor e do esclarecimento.

No capítulo IX de "Nos Domínios da Mediunidade".

André Luiz mostra, também, outro caso de possessão, ocorrido num doente de epilepsia, decorrente de dívidas do passado, em que mais uma vez esclarece a importância de amor no tratamento, informando que a cura depende de entendimento de cada um.

De modo geral, todos os homens estão sujeitos à obsessão, mas os médiuns certamente mais que os outros, enlaçados em tremendas provas, devem aprender, sem desanimar, e servir ao bem, sem esmorecer.

Diz Kardec (LM, 2.a Parte, cap.XXIlI, item 251) que "não há nenhum processo material, nenhuma fórmula, sobretudo nenhuma palavra sacramental, com o poder de expulsar os Espíritos obsessores. O que falta em geral ao obsediado é força fluídica suficiente. Nesse caso, a ação magnética de um bom magnetizador pode dar-lhe uma ajuda eficiente".

Em "Obras Póstumas", capítulo "Manifestações dos Espíritos", § 7°, item 58, Kardec menciona "quando dois homens lutam corpo a corpo, aquele que dispõe de mais fortes músculos é que abate o outro. Com um Espírito, tem-se de lutar, não corpo a corpo, mas Espírito a Espírito, e é ainda o mais forte que triunfa. Aqui, a força reside na autoridade que se possa

Page 89: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

exercer sobre o obsessor, e essa autoridade está subordinada à superioridade moral".

Por isso, "temos, pois, que nos persuadir de que não há, para alcançarmos aquele resultado, nem palavras sacramentais, nem fórmulas, nem talismãs, nem sinais materiais quaisquer".

Antes, pois, de pretender domar um Espírito mau, que se cuide o homem de domar a si mesmo, e isto ele consegue através da boa vontade, secundada pela prece e pela vigilância: "Ajuda-te a ti mesmo, e o Céu te ajudará". (Ver ESE, cap. XXv, itens 1 a 5.)

Bibliografia:

LM, 2ª. Parte, cap. XXlll LE, pergs. 459 a 480.

ESTUDE E VIVA, lição 35 - EmmannueL

MISSIONARlOS DA LUZ, cap. XVIII - André Luiz.

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, cap. IX - André Luiz.

Op, Manifestações dos Espiritos, * 7°, item 58.

2 - Parte B - PERDÃO

O exercício do perdão é uma virtude de relevante importância, no que tange ao aprimoramento das qualidades morais e espirituais do homem.

Em Mateus, cap. 5:25 e 26, Jesus recomendou:

"Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais a caminho com ele, para que não suceda que ele vos entregue ao juiz, e o juiz vos entregue ao oficial de justiça, e não sejais metido em prisão. Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não tiverdes pago o último centavo".

Destas palavras do Mestre se deduz que o homem deve reconciliar-se com o seu adversário, enquanto está com ele na Terra, para que não venha deparar-se com a dura contingência de, no Plano Espiritual, após ultrapassar o limiar do túmulo, ter que sofrer as penosas agruras motivadas pelo seu endurecimento e falta de amor fraterno, além de, na porvindoura existência, ter que, muitas vezes, sofrer os duros embates de vinganças traduzidas em obsessões, das quais não se livrará, enquanto não se quitar com a Justiça Divina.

Praticando o perdão, o homem ocasiona, além de um efeito moral, também um efeito de ordem material. A morte do corpo físico não livra o Espírito da ação dos adversários. É evidente que os Espíritos que alimentam sentimentos de vingança, perseguem sempre, mesmo estando na vida espiritual, aqueles que consideram seus inimigos. Por isso, observam-se na Terra quadros terríveis de obsessões, pois esses Espíritos trevosos esperam, pacientemente, que o Espírito, a quem querem mal, esteja encarcerado num novo corpo carnal, para mais facilmente o atormentarem, atingindo, o nos seus interesses ou nas suas mais íntimas afeições.

Page 90: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Existem dois modos diversos de perdoar: o primeiro é de ordem elevada; é nobre e generoso, sem segunda intenção, que evita ferir o amor-próprio, os brios do inimigo; é o perdão com esquecimento, com misericórdia; o segundo é aquele no qual o ofendido, ou o que tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir todo o peso de um falso perdão, sem nenhum resquício de amor; se estende a mão ao ofendido, não o faz com sinceridade, com benevolência, mas com ostentação, tudo com o fito de se fazer passar aos olhos alheios como uma pessoa altamente generosa. Num evento como esse, não há uma reconciliação sincera, mas pura hipocrisia.

Recomenda-se aos Aprendizes do Evangelho a prática do perdão constante, como forma de exercitar, permanentemente, a caridade e a tolerância com o próximo. Jesus ensinou que não se deve perdoar ate sete vezes, mas até setenta vezes sete" (Mt 18:22).

Na prece do Pai Nosso, também chamada de Oração Dominical, ensinada por Jesus aos apóstolos, há uma súplica a Deus: Pai, perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores no entanto, muitos dos que assim oram esquecem-se de perdoar as mínimas faltas dos seus semelhantes, continuando a manter os seus corações impregnados de ódio, de rancor.

Bibliografia:

ESE, cap. X, itens 2 a 8

QUESTIONÁRIO

A) OBSESSÃO - CAUSAS DA OBSESSÃO - MEIOS DE COMBATÊ-LA

1- Cite algumas causas da obsessão.

2 - Qual o meio mais eficaz de combater a obsessão?

3 - Cite alguns sintomas que caracterizam um processo obsessivo.

4 - Existe alguma fórmula sacramental ou exorcismo que possa expulsar obsessores? Comentar sucintamente.

5 - Em que reside a força de um Espírito para impor-se a outro?

B) PERDÃO

1- O que recomendou Jesus em relação aos inimigos?

2 - Que efeito produz para o homem que busca a reconciliação?

3 - Quais são os dois modos de perdoar?

4 - Por que se recomenda aos Aprendizes do Evangelho a prática do perdão?

5 - Até quantas vezes o homem deve perdoar? Por quê?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

Page 91: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

DESOBSESSÃO

Semelhante à Parte "C" da aula anterior.

Obs.: Na 1ª.semana de outubro comemora-se a data do nascimento do Codificador da Doutrina Espírita Allan Kardec.

20ª. AULAAS FRAUDES ESPÍRITAS

1 - Parte A - AS FRAUDES ESPÍRITAS

Fraude significa burla, engano, logro, falsificação, adulteração, ação praticada de má-fé.

O fraudulento é aquele que faz planos enganando a outrem, fazendo parecer verdadeiro algo que é falso; é um impostor.

Nos trabalhos fraudulentos onde existem fenômenos que se dizem espíritas, médiuns despreparados burlam a boa-fé de alguns crentes, usando de falsidade.

Muitos médiuns, querendo chamar a atenção dos assistidos, provocam efeitos físicos ou intelectuais com o objetivo de explorar materialmente, obtendo vantagens pessoais.

Kardec em "O Livro dos Médiuns"- cap. XXVIII, item 314, comenta "Os que não admitem a realidade das manifestações físicas atribuem à fraude os efeitos produzidos".

"Existem prestidigitadores de prodigiosa habilidade." Atualmente em todos os tipos de mediunidade, encontramos aqueles que por falta de conhecimento, orgulho, vaidade ou ambição, se envolvem em fraudes.

As fraudes podem ser classificadas em dois grupos:

1° FRAUDES CONSCIENTES: A responsabilidade é do médium, pois tem o conhecimento da fraude.

2° FRAUDES INSCONSCIENTES: São enganos provocados e dirigidos por Espíritos obsessores, ou fascinadores, ou mesmo por encarnados que usufruem da vaidade ou ambição do médium que se deixa envolver por forças negativas, segundo sua sintonia, pois tudo é programado, planejado.

Os fraudulentos são médiuns espertalhões, que exploram a ignorância e a boa-fé dos consulentes, utilizando processos mágicos de prestidigitação e de ilüsionismo, lucrando materialmente com as formas de enganar.

Comumente as fraudes estão relacionadas aos fenômenos de efeitos físicos, tais como: transporte, materialização, transfiguração, mas também a efeitos intelectuais como psicofonia, psicografia, vidência, etc.

Page 92: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

O conhecimento do Espiritismo é a melhor defesa contra a fraude. Participando das Escolas de Educação Mediúnica, o aluno é conscientizado acerca do processo dos fenômenos mediúnicos.

Em O Livro dos Médiuns, 2.a Parte, cap. XXVIII, item 316, lemos: "Em tudo, as pessoas mais facilmente enganáveis são as que não pertencem ao ofício. O mesmo se dá com o Espiritismo. As que não o conhecem se deixam facilmente iludir pelas aparências, ao passo que um prévio e atento estudo, não só das causas dos fenômenos, mas também das condições normais em que eles podem ser produzidos, as inicia no assunto e lhes fornece, assim, os meios de reconhecer a fraude, se ela existir".

A melhor garantia contra é a moralidade, o estudo e o desinteresse de qualquer coisa material por parte do médium.

Bibliografia

KARDEC, Allan- O Livro dos Médiuns, 2ª. Parte, cap. XXVIll

2 - Parte B - o HOMEM NO MUNDO

Constitui clamoroso erro o homem viver no mundo isolado ou enclausurado, julgando, assim, evitar as contaminações nele prevalecentes. Quem assim procede desconhece que o verdadeiro mérito consiste em viver em contato com todas as situações que o mundo oferece sem, entretanto, deixar-se atingir por aquelas que são negativas para o seu aprimoramento moral e espiritual.

Jesus Cristo representa um modelo para toda a Humanidade. Ele desempenhou o seu sublime Messiado, defrontando-se com pecadores de todos os matizes, tendo, então, a oportunidade de lhes ensinar o caminho mais curto para atingirem a reforma interior, através de preceitos altamente consoladores e misericordiosos.

O homem deve purificar seus sentimentos, não permitindo jamais que em sua mente permaneçam pensamentos mundanos ou fúteis, ficando, assim, a salvo das imoralidades e dos desregramentos, que geralmente conduzem ao descalabro espiritual.

A perfeição do Espírito é conseguida principalmente tendo por esteio "a prática da caridade sem limitações, cabendo aqui salientar que os deveres da caridade abrangem todas as posições sociais, desde as mais ínfimas até as mais elevadas".

lsolando-se do mundo, o homem perde todas as oportunidades de exercer a caridade, pois somente num contato mais estreito com seus semelhantes, no decurso dos duros embates da vida terrena, ele encontra meios, encontra modos de praticá-la. Aquele que se enclausura repele, voluntariamente, o mais eficiente e poderoso meio de conquistar a perfeição, pois, pensando unicamente em si, o egoísmo avassala o seu coração" e ele se torna inapto para conquistas mais relevantes, capazes de apressar a sua caminhada evolutiva rumo ao Criador de todas as coisas. A prática das virtudes santificantes enobrece e eleva os Espíritos, preparando-os para o acesso aos Planos Superiores da Espiritualidade. A prática sadia da virtude não consiste em tornar-se lúgubre, contristado, repelindo os gozos nobres que as condições humanas oferecem, sem que sejam um incentivo à prática do mal.

Page 93: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

No mundo, muitas pessoas religiosas costumam isolar-se do mundo exterior, vivendo em mosteiros, mortificando-se e produzindo dores e sofrimentos voluntários, acreditando que, com essa prática, se aproximam mais rapidamente de Deus. Puro engano, porque assim procedendo, estarão perdendo belas oportunidades de praticar o bem. Se Jesus, quando veio desempenhar o seu fulgurante Messiado, tivesse se fechado num retiro, não teria proporcionado à Humanidade a oportunidade ímpar de tomar conhecimento dos seus atos, e da maravilhosa Doutrina contida nas páginas do seu Evangelho.

De forma idêntica, "não se deve jamais imaginar que para viver em constante contato com o Mundo Maior, sob as vistas de Deus, seja necessário entregar-se ao cilício, às adorações exteriores ou mesmo cobrir de cinzas o corpo", como se fazia em remoto passado. Isso de nada aproveita ao Espírito que desfruta de um processo evolutivo. Aquele que pratica um ato mau, e arrepende-se sinceramente, sempre tem a oportunidade de novos começos, na pauta da lei da reencarnação, pois o Pai não quer que nenhum de seus filhos se perca.

O homem no mundo deve procurar pautar seus atos seguindo as normas trazidas por Jesus, lembrando sempre que a Lei Maior é: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

Bibliografia:

ESE, cap. XVII, item 10.

QUESTIONÁRIO

A) As FRAUDES ESPÍRITAS

1- O que é fraude?

2 - Como se classificam as fraudes?

3 - Como evitar a fraude?

4 - Por que as pessoas são enganadas em trabalhos que se dizem espíritas?

5 - Comumente as fraudes estão relacionadas a que tipos de fenômenos mediúnicos?

B) O HOMEM NO MUNDO

1- É correto o homem viver em isolamento? Comentar sucintamente.

2 - Como o homem atinge a perfeição?

3 - Em que consiste a prática sadia das virtudes?

4 - Por que Jesus simboliza um modelo para o homem?

5 - Explique sucintamente o que significa "O homem no mundo deve procurar pautar seus atos seguindo as normas trazidas por Jesus".

Page 94: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOMETRIA

Psicometria ê a faculdade mediúnica que tem alguns médiuns de lerem impressões e recordações ao contato com objetos comuns que foram utilizados pelas pessoas.

Na psicometria o médium entra em contato com pessoas e acontecimentos tocando objetos relacionados com os mesmos.

Como é possivel isso? André Luiz em "Nos Domínios da Mediunidade", cap. XXVI, diz que "o pensamento espalha nossas próprias emanações em toda parte a que se projeta. Deixamos vestígios espirituais onde arremessamos os raios de nossa mente, assim como o animal deixa no próprio rastro o odor que lhe é característico, tornando-se, por esse motivo, facilmente abordável pela sensibilidade olfativa do cão.

Quando estamos libertados do corpo denso, aguçam-se-nos os sentidos e, em razão disso, podemos atender, sem dificuldade, a esses fenômenos, dentro da esfera em que se nos limitam as possibilidades evolutivas".

Os objetos conservam por algum tempo as formas-pensamentos daqueles que os tocaram.

Martins Peralva em "Estudando a Mediunidade", cap. XXXIX, diz que o "psicometra" pode entrar em relação com os fatos passados, de duas maneiras:

a) "uma parte dos fatos ou impressões é retirada da própria aura do objeto;

b) outra parte é recolhida da subconsciência do seu posssuidor, mediante relação telepática que o objeto "psicometrado" estabelece com o médium".

O treinamento da psicometria pode ser exercitada da seguinte maneira:

- Preparação de ambiente e dos médiuns.

- Tocar o objeto com as mãos, ou colocá-lo nas mãos, sem nenhuma intenção e verificar as impressões que chegam até a mente.

Os objetos que os monitores podem providenciar para a psicometria são:

- moeda de metal

- roupas

- objetos de uso pessoal (óculos, anel, carteira, relógio, caneta, colar, livro etc.)

O monitor ao final realizará a apuração das percepções recebidas.

Page 95: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

21ª. AULAMEDIUNIDADE

CURADORA

1 - Parte A - MEDIUNIDADE CURADORA

Imposição das Mãos - Passes - Operações Espirituais (Com ou Sem Instrumentos)

Dizem os Espíritos que "a vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é a vida, da mesma forma que a matéria não pode ter vida sem ele. É ele que dá vida a todos os seres, que o absorvem, que o assimilam" (LE, questão 63). A absorção, a assimilação desse agente (o fluido vital) não é a mesma em todos os seres orgânicos, nem é constante nos vários indivíduos da mesma espécie.

Diz Kardec que "a quantidade de fluido vital se esgota".

Pode tornar-se incapaz de entreter a vida, se não for renovada pela absorção, pela assimilação de substâncias que o contêm. O fluido vital se transmite de um indivíduo o outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos, e em certos casos fazer voltar uma vida prestes a extinguir-se" (LE, questão 70).

"O magnetismo (dizem os Espíritos) é, nesses casos, muitas vezes, um meio poderoso, porque dá ao corpo o fluido vital que lhe falta, que era insuficiente para entreter o funcionamento dos órgãos" (LE, questão 424). Com esta transfusão de energias fluídicas, através do magnetismo, pode-se obter o restabelecimento da saúde, isto é, "a cura que se opera pela substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã" (GE, cap. XlV item 31).

Esta ação magnética pode produzir-se de diferentes maneiras (GE, cap. XIV item 33):

a) "Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, isto é, decorre da ação humana".

Na magnetização simples ação humana, o paciente deixa-se conduzir pelo agente; o magnetizador leva o assistido até certo grau de apassivação e, ao fazer-lhe sugestões benéficas, transmite-lhe o fluxo energético próprio e revitalizador das suas energias.

b) "Pelo fluido dos Espíritos que atuam diretamente, sem intermediário sobre um encarnado. É o magnetismo espiritual cuja qualidade está na razão das qualidades do Espírito."

c) "Pelo fluido que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, e para o qual este serve de condutor; decorre da ação conjugada entre o Espírito e o homem, ou magnetismo misto."

A rigor, somente neste último caso tem-se um fenômeno mediúnico, isto é, uma ação conjugada em que o homem, magnetizador, atua como intermediário da ação espiritual. "A intervenção de uma potência oculta é que constitui a mediunidade" (LM, 2.a Parte, cap. XIV item 175).

Page 96: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

O poder de cura depende de algumas condições fundamentais:

Primeira: Do poder curativo do fluido magnético animalizado do próprio médium. Diz Kardec que "há pessoas dotadas de tal poder que operam sobre certos doentes curas instantâneas, por uma só imposição das mãos, ou mesmo por um só ato da vontade" (GE, cap. XIV item 32). A mesma informação está em "O Livro dos Médiuns", 2ª Parte, cap. XIV; item 175.

Segunda: Da vontade do médium na doação de sua força. No "O Livro dos Médiuns", 2ª Parte, cap. VIII, item 131, lê,se que "a vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Tanto quanto do Espírito errante, a vonta, de é igualmente atributo do Espírito encarnado; daí, o poder do magnetizador, poder que se sabe estar na razão direta da força de vontade".

André Luiz, em "Nos Domínios da Mediunidade", cap. 17, diz que "o pensamento influi, de maneira decisiva, na doação de princípios curadores. Sem a idéia iluminada pela fé e pela boa vontade, o médium não consquiria ligação com os Espíritos que atuam sobre essas bases".

Terceira: Da influenciação dos Espíritos, dirigindo e aumentando a força do homem. Fala Kardec (GE, cap. XIV item 33) que "o fluido espiritual combinado com o fluido humano, dá a este último as qualidades que lhe faltam. O auxílio dos Espíritos, em tais circunstâncias, é por vezes espontâneo, porém, com mais freqüência, é provocado devido ao apelo do magnetizador". Em "O Livro dos Médiuns" 2ª Parte, cap. XIV, item 176, dizem os Amigos Espirituais "A força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio" .

Quarta: Das intenções daquele que se quer curar. Depende de sua fé e de seus méritos.

Kardec (GE, cap. XV; itens 10 e 11), citando o caso: mulher que havia doze anos sofria de uma hemorragia, e tendo tocado em Jesus, sentiu-se curada (Mt IX:20 a 22 e Mc V:25 a 34) analisa o fato "como uma irradiação fluídica normal, em que não houve magnetização, nem imposição de mãos". Explica que o fluido, considerado como matéria terapêutica, "tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode, então, ser dirigido sobre o mal, pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente". Foi por isso que Jesus, conhecendo em si mesmo a virtude (a força) que dele saíra, disse: " A tua fé te salvou. Kardec concluiu, em sua análise, que a fé a que ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação". Termina Kardec que isto explica por que "apresentando-se ao curador dois doentes da mesma enfermidade, possa um ser curado e o outro não" (GE, cap. Xv, item 11). Adiciona-se que, além da fé, deve-se contar com os méritos de cada um, e com as condições da Lei de Causa e Efeito a serem cumpridas.

Diz-se que o serviço de passe é conduzido pelos Espíritos com o apoio dos homens, porque são eles que:

a) Preparam o ambiente, a higienização e a ionização da atmosfera, bem antes de os médiuns chegarem a seus postos de trabalho;

Page 97: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

b) Protegem o ambiente, isolando o recinto, para impedir a entrada de sofredores e obsessores;

c) Possuem os instrumentos, fluidos adequados e radiações necessárias para os processos de cura, para os quais os médiuns colaboram;

d) Preparam os médiuns para o trabalho, isolando, inclusive, aqueles inabilitados para o serviço;

e) Isolam assistentes ou colaboradores alcoolizados, para que as toxinas não prejudiquem os demais e o ambiente.

Enfim, nessa comunhão entre homens e Espíritos, entre gestos, preces e palavras, se não houver amor, pouco se fará.

Bibliografia:

GE, cap. XIV, 31 a 34

NOS DOMÍNIOS DA MEDlUNIDADE, cap. XVII - André Luiz.

MECANISMOS DA MEDIUNlDADE, cap. XXII- André Luiz.

ESTUDANOO A MEDIUNlDADE, cap. XXVI c XXVlll- Martins Peralva.

LEMBRETE: OS LIVROS CITADOS JÁ ESTÃO EXPOSTOS NO ÍCONE: MEDIUNIDADE.

OPERAÇÕES ESPIRITUAIS COM OU SEM INSTRUMENTOS

Em primeiro lugar há necessidade do diagnóstico preciso por parte dos médiuns. E posteriormente o acompanhamennto do doente.

Nas curas espirituais não há preocupação em se fazer um diagnóstico prévio, com os exames complementares necessários.

O sucesso ou fracasso está relacionado ao merecimente ou não do assistido, da sua fé e da sua necessidade.

Fatores que levam ao fracasso são a descrença, a desarmoonia do ambiente, a falta de equilíbrio, de disciplina e de moral do doente.

As curas espirituais também poderão estar ligadas por parte dos encarnados às fraudes, chantagens" ciladas e aos interesses monetários.

Quanto ao uso de instrumental, vários médiuns os utilizam, exemplo tivemos os médiuns Arigó, Edson Queiroz e muitos outros.

O trabalho de cura depende também do preparo físico e moral do médium.

A cobrança em dinheiro ou outros valores materiais compromete o médium que foge dos ensinamentos de Jesus, quando ele disse:

"Dai de Graça o que de Graça recebestes".

Page 98: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

2 - Parte B - o PODER DA FÉ

Qual o real significado de "montanha", no ensinamento de Jesus? Disse o Mestre: "Se tivésseis fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: transporta-te daqui para acolá, e ela se transportaria e nada vos seria impossível" (Mt 17:19,20).

A confiança nas próprias forças possibilita ao homem a execução de coisas materiais, que não poderá fazer quando duvida de si próprio. Deve-se extrair das palavras do Cristo o seu sentido verdadeiro, entendendo-se que a montanha que a fé transporta são as dificuldades, as relutâncias, a má vontade, em suma, o que se depara da parte dos homens, mesmo em se tratando das menores coisas. A fé robusta desperta a perseverança, a energia e os recursos que fazem transpor os obstáculos, nas mínimas como nas grandes coisas. A fé vacilante acarreta incerteza, hesitação que são prejudiciais ao homem.

Diz o Evangelho segundo Mateus, cap. 17:14,19, "que um homem aproximando-se de Jesus, lançou-se de joelhos a seus pés, para que o Mestre curasse o seu filho lunático, um jovem que era atormentado por um Espírito obsessor, que, muitas vezes, o jogava no fogo e, outras vezes, na água. Ele já havia sido apresentado aos apóstolos, mas eles não puderam curá-lo", fato esse que surpreendeu Jesus, que exclamou: "Oh, raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco?"

"O Mestre pediu que lhe trouxessem o jovem, ordenando ao mau Espírito que dele se afastasse, deixando-o completamente curado.

Os apóstolos, admirados daquela ocorrência, aproximaram-se do Mestre, indagando a razão pela qual eles não haviam conseguido expulsar o mau Espírito, ao que Jesus respondeu: Por causa da vossa incredulidade."

A fé é a confiança que o homem deve ter na realização de determinada coisa, com a certeza de atingir um objetivo esspecífico. Ela confere uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, o fim do que se pretende alcançar e os meios de chegar lá.

O poder da fé tem aplicação direta e especial na ação magnética. Por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá irresistível impulso.

Quando esteve na Terra, Jesus Cristo se defrontou com alguns casos de pessoas dotadas de grande fé. Certa vez, um Ccnturião de Cafarnaum o procurou para que fosse curar o seu servo, gravemente enfermo, prestes a morrer (Mt 8:5-13). Quando o Mestre se prontificou a atendê-lo, o Centurião lhe disse: "Senhor, eu não sou digno que entres debaixo de meu telhado, pois eu também comando soldados, e eles me obedecem, quando emito uma ordem. Dize, aqui mesmo, que o meu servo fique curado, e terei a certeza de que a cura ocorrerá".

Jesus ordenou, e quando o centurião chegou a sua cidade, o servo estava completamente curado. Ele perguntou a que hora havia passado a febre, verificando que isso coincidia com a hora em que o Mestre havia ordenado. É digno de registro que, ao sair o Centurião de sua proximidade, Jesus disse aos apóstolos: "Nunca vi tamanha fé. Nem mesmo em Israel".

Page 99: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Outro caso aconteceu com uma mulher que há doze anos sofria de pertinaz fluxo de sangue (Mc 5:24-34). Quando o Mestre visitou a sua cidade, ela acreditou que bastava tocar em sua túnica, e a cura se operaria. Sensivelmente enfraquecida, ela entrou no meio da multidão, fazendo um esforço supremo; tocou na túnica de Jesus e recebeu a cura, merecendo do Messias um franco elogio: "A tua fé te curou".

Bibliografia:

ESE, cap. XIX, itens 1 a 5.

QUANDO JESUS TERIA SIDO MAIOR?, item Diversidade na Fé - Paulo A. Godoy

QUESTIONÁRIO

A) MEDIUNIDADE CURADORA - IMPOSIÇÃO DAS MÃOS - PASSES - OPERAÇÕES ESPÍRITUAIS

1- Como se opera a ação curadora?

2 - De que maneira se pode produzir a transfusão de energias?

3 - Em síntese, o poder de cura depende de que condições?

4 - Por que a cura depende daquele que se quer curar?

5 - Por que se diz que o serviço de passe é conduzido pelos Espíritos?

B) O PODER DA FÉ

1- Qual o significado de "montanha" no ensinamento de Jesus?

2 - Por que os apóstolos não conseguiram curar o jovem lunático?

3 - Que é a fé?

4 - Por que se diz que o poder da fé tem aplicação direta na ação magnética?

5 - Cite um exemplo de cura à distância operada por Jesus.

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

DIAGNÓSTICO

Nesta aula faz-se a preparação do ambiente, as cinco fases, e, formado o grupo de cinco médiuns, pede-se a um deles que tenha algum problema de saúde sentar-se no centro do círculo, para exame perispiritual e diagnóstico.

Os médiuns examinarão pela vidência os centros de força, a começar pelo coronário, cardíaco, gástrico e genésico.

Page 100: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

O monitor escreverá o que foi examinado e far-se-á um diagnóstico do exame apurado.

Outro grupo receberá, por escrito, nome e endereço com a idade de uma pessoa ausente para que, através da mediunidade, verifique o que está acontecendo com a pessoa.

Anotar o diagnóstico.

Em ambos os casos, os médiuns poderão dar comunicação dos possíveis Espíritos necessitados e/ou obsessores que estão ligados aos casos, a fim de receberem esclarecimento e assistência. Após este processo, o grupo fará uma doação intensa em favor dos assistidos e o monitor realizará apuração do que os médiuns perceberam.

22ª. AULAMANDATO

MEDIÚNICO

1 - Parte A - MANDATO MEDIÚNICO

Narra André Luiz, no cap. 16 de "Nos Domínios da Mediunidade", que a médium Ambrosina, pelo tempo de atividade na causa do bem e pelos sacrifícios a que se consagrara, "recebeu do Plano Superior um mandato de serviço mediúnico, merecendo, por isso, a responsabilidade da mais íntima associação com o instrutor que lhe preside as tarefas. Havendo crescido em influência, disse assoberbada por solicitações de múltiplos matizes. Inspirando fé e esperança a quantos se lhe aproximam do sacerdócio de fraternidade e compreensão, é, naturalmente, assediada pelos mais desconcertantes apelos".

Um mandato mediúnico é uma delegação de poder e de responsabilidade para a prática do Bem. Com maiores ou menores responsabilidades, é imprescindível que o médium não esqueça as obrigações perante a Lei Divina, a fim de consolidar os títulos de merecimento que lhe deram origem na outorga, autorizada por Jesus.

A outorga do mandato mediúnico pressupõe fatores de mérito, confiança e competência, adquiridos ao preço de perseverantes sacrifícios, através dos séculos ou dos milênios sem conta, na Causa do Bem. É pelas experiências que os Espíritos se redimem ou se elevam, nos braços do próprio esforço.

O exercício do mandato mediúnico, porém, não deixa o médium relegado à sua própria sorte, pois há sempre o auxílio que vem do Mais Alto, quando exercido para o Bem.

"Quando o médium se evidencia no serviço do Bem, pela boa vontade, pelo estudo e pela compreensão das responsabilidades de que se encontra investido, recebe apoio mais imediato de amigo espiritual experiente e sábio, que passa a guiar-lhe a peregrinação na Terra, governando-lhe as forças."

"Um mandato mediúnico reclama ordem, segurança, eficiência. Uma delegação de autoridade humana envolve concessão de recursos da parte de quem a outorga. Não se pedirá cooperação sistemática do médium, sem oferecer-lhe as necessárias garantias." (1)

Page 101: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Diz André Luiz "que a liberdade de ação é sempre respeitada, que o médium, no curso de sua experiência, pode cancelar o contrato de serviço, não obstante, reconhecer-lhe a excelência e a magnitude".

Afirma, ainda, que "os orientadores da Espiritualidade procuram companheiros, não-escravos. O médium digno da missão do auxílio não é um animal subjugado à canga, mas, sim, um irmão da Humanidade e um aspirante à Sabedoria. Deve trabalhar e estudar por amor".

Cada consciência marcha por SI, apesar de serem numerosos os mestres do caminho. Continua André Luiz: "Cada qual vive no quadro das próprias conquistas ou dos próprios débitos. Assim considerando, vemos no Planeta milhões de criaturas sob as teias da mediunidade torturante, milhares detendo possibilidades psíquicas apreciáveis, muitas, tentando o desenvolvimento dos recursos dessa natureza, e raras obtendo um mandato mediúnico para o trabalho de fraternidade e da luz". Diz, por fim, que "a mediunidade sublimada é serviço que devemos edificar, ainda que essa gloriosa aquisição nos custe muitos séculos".

Ensina Martins Peralva (1) que é necessária "a bondade para atender, com o mesmo carinho, e a mesma boa vontade todos os tipos de necessitados, sem nenhuma expressão de particularismo; a discrição, para conhecer e sentir, guardando-os para si, dramas inconfessáveis e lacunas morais lastimáveis; é necessário o discernimento, para opinar com segurança, segundo as necessidades do consulente, a fim de ajudar os outros, para que os outros se ajudem".

Complementa Peralva que "a perseverança é o quarto atributo indispensável ao mandato, para que o trabalhador não abandone a tarefa ante os primeiros obstáculos. Inúmeros médiuns, portadores de apreciáveis faculdades, têm-se afastado do serviço em virtude de incompreensão, inclusive dos próprios companheiros de ideal. Quem persevera é porque tem fé, e fé é certeza de que aquilo que se faz é uma verdade, e quem conhece a verdade não deve afastar- se dela, sob pena de assumir as responsabilidades do mal a que der causa".

Finalmente, é necessário, ainda, o sacrifício.

O sacrifício do médium pressupõe o aparente abandono do próprio bem-estar, para dedicar-se ao trabalho de auxílio ao próximo. O espírito de sacrifício do médium, em relação ao seu mandato mediúnico, equivale a um "sacerdócio", a um ideal de servir, servir e servir, independentemente das circunstâncias que o cerquem.

Diz Emmanuel que "o mandato pede excessiva renúncia; no entanto, sem o sacrifício dos operários do progresso, as máquinas poderosas que assinalam a civilização da atualidade, não existiriam no mundo" (2)

No exercício de seu mandato mediúnico compete ao médium recordar o ensinamento de Jesus: "Muito se pedirá a quem muito recebeu" (Lc 12:48).

Bibliografia:

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNlDADE, cap. XVI- André Luiz,

(1) ESTUDANDO A MEDIUNlDADE, cap. XXIV e XXV - Martins Peralva.

Page 102: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

(2) SEARA DOS MÉDIUNS, lição 88 - Emmanuel.

2 - Parte B - O DEVER - A VIRTUDE

O DEVER

O homem que cumpre o seu dever, ama a Deus mais que às criaturas e a estas como a si mesmo, é, ao mesmo tempo, juiz e réu da própria causa.

"O dever é a obrigação moral, primeiro em relação a si próprio, depois em relação aos demais." O homem que cumpre o seu dever, o faz tanto nas coisas mínimas como nas ações mais relevantes.

"O dever começa, precisamente, no ponto em que o homem ameaça a felicidade e o bem-estar de seu próximo, e termina no limite que ele não deseja ver transposto em relação a si mesmo".

O Evangelho de Jesus representa um convite a todas as criaturas humanas, para que cumpram os seus deveres, pois, somente assim elas poderão, em menor tempo, galgar os degraus da evolução e caminhar mais rapidamente em direção a Deus. O homem que não cumpre o seu dever, malbarata as oportunidades de trabalho, o aprendizado para o bem e retarda, sensivelmente, a ascensão de seu Espírito a um estágio melhor na hierarquia espiritual.

O apóstolo Paulo de Tarso foi um fiel cumpridor de seus deveres. Recebendo do Espírito de Jesus generoso convite, para tomar em seus ombros a tarefa grandiosa de levar os ensinamentos da Boa Nova a todos os povos conhecidos, mesmo os mais recalcitrantes, ele jamais tergiversou; buscou sempre a verdade e seus deveres, fazendo com que a figura magistral de Jesus Cristo norteasse os seus rumos.

O apóstolo tinha por escopo combater tudo o que afetassse a pureza doutrinária do Cristianismo nascente; esse era o seu dever, e ele o cumpriu de forma rígida e em toda a sua extensão.

A VIRTUDE

"Encerra a virtude, em seu grau mais elevado, o conjunto de qualidades essenciais que caracterizam o homem de bem. Virtuosa é a criatura boa, caritativa, laboriosa, sóbria, modesta. No entanto, alguns atos reveladores de fraquezas morais, muitas vezes, empanam o brilho dessas qualidades intrínsecas. A pessoa que faz alarde de suas qualidades não é virtuosa, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia, e lhe sobeja uma qualidade negativa que é o orgulho."

A pessoa, portadora de virtudes verdadeiramente dignas desse nome, evita a ostentação e faz com que ela se oculte, fugindo, assim, às homenagens de seus semelhantes. Jesus Cristo é o modelo excelso da virtude; no entanto, podem-se também mencionar alguns expoentes de virtudes santificantes, tais como: Francisco de Assis, Vicente de Paulo, Anália Franco, Bezerra de Menezes e muitos outros, que passaram pela Terra como um rasgo de luz, disseminando o Bem em sua expressão mais elevada.

Aquele que se exalta, que levanta monumento às próprias virtudes, com essa atitude anula o mérito real que possa ter. Que dizer, então, daquele

Page 103: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

que apenas aparenta virtudes que não possui? Este procura enganar-se a si próprio e também a Deus. Aquele que pratica o Bem, sente em sua alma uma satisfação íntima; entretanto, desde que esta seja exteriorizada com o fito de receber elogios, receber aplausos, degenera em amor-próprio e vaidade.

Por isso, o Evangelho reza que "aquele que proclama os seus atos virtuosos, a fim de merecer os aplausos dos homens, já recebeu a sua recompensa, nada mais lhe restando receber nos tabernáculos eternos" (Mt 6:2 a 6), ou, ainda: "Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado" (Mt 23:12).

Bibliografia:

ESE, cap. XVII, itens 7e 8.

EVANGELHO DE MATEUS.

QUESTIONÁRIO

A) MANDATO MEDIÚNICO

1- Como se define mandato mediúnico?

2 - Quais são os pressupostos do mandato mediúnico?

3 - Segundo Martins Peralva, quais são os quatro atributos indispensáveis ao bom exercício do mandato mediúnico?

4 - Por que o mandato mediúnico equivale a um sacerdócio:

5 - Por que inúmeros médiuns se têm afastado de suas tarefas:

B) O DEVER - A VIRTUDE

1- Que é o dever?

2 - Para que o Evangelho convida todas as criaturas ao cumprimnto do dever?

3 - Que acontece ao homem que não cumpre o seu dever:

4 - Que é uma criatura virtuosa?

5 - Que significa: "Aquele que procura os aplausos dos homens, já recebeu a sua recompensa"?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

TREINO INTENSIVO

Repetem-se com os médiuns todos os treinos dados anteriormente (psicometria, desobsessão, diagnóstico etc.).

23ª. AULA

Page 104: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

SOCORRO ESPIRITUAL

1 - Parte A - SOCORRO ESPIRITUAL

Muitos são os Espíritos infelizes que se demoram nas cercanias das regiões a que estão ligados, em processos de revolta, desespero, rebeldia, violência, vampirismo, sofrimento profundo, zombaria. Formam legiões de Espíritos emaranhados no próprio orgulho e atrelados a doloroso desequilíbrio.

Outros há jungidos às limitações físicas impostas pelas mais variadas enfermidades. Alguns são desertores dos mais sagrados compromissos assumidos na Espiritualidade. Outros, ainda, Espíritos chegados ao fim de sua jornada, reclamando preparo para o retorno à Pátria Universal. Infinito é o número de Espíritos necessitados de assistência espiritual.

Como se caracterizam os grupos (ou equipes) espirituais de socorro? Que tipo de auxílio pode ser ministrado pelas equipes espirituais? Como esse auxílio pode ser prestado? Quem pode prestar tal assistência? Em que condições pode ela ser ministrada?

As equipes espirituais de socorro têm sempre o seu dirigente, um Espírito mais evoluído, portador de grandes conhecimentos, com grande elevação moral, que orienta os trabalhos e deles participa ativamente. Todos os demais componentes das equipes têm, também, as suas funções, havendo aqueles que participam dos trabalhos até mais no sentido do próprio aprendizado.

Os trabalhos de socorro, em algumas oportunidades, não prescindem da colaboração dos Espíritos encarnados que, na qualidade de médiuns, doam seus fluidos para as tarefas em que estes são necessários. Também a prece é valioso instrumento de colaboração magnética nas ações curativas praticadas pelas equipes espirituais. Além disso, o necessitado de socorro é chamado a colaborar, espiritualmente, em favor de si mesmo, colocando-se em posição favorável para receber o auxílio.

Convém anotar aqui o estudo das "curas"na Parte "A' da lição 21, "Mediunidade Curadora", em que se verifica a comunhão do trabalho entre as duas esferas da vida, para a aplicação dos respectivos fluidos humano e espiritual, ou combinados; igualmente, André Luiz mostra, em "Missionários da Luz", cap. 7, a necessidade de participação dos encarnados junto aos desencarnados para os trabalhos socorristas, em razão da diferença de qualidade nos fluidos.

Há inumeráveis turmas de socorro que colaboram nos círculos da crosta, voltadas para as necessidades e para o grau evolutivo de cada Espírito encarnado ou grupo. Essas turmas são dedicadas à caridade evangélica. Aliás, "todas as escolas religiosas dispõem de grandes valores na vida espiritual", como nos informa André Luiz", para atender os Espíritos que desencarnam nos mais variados degraus evolutivos e nas mais diversas condições de crença.

Os milhares de servidores espirituais que participam desses grupos socorristas estão ligados a diversas regiões espirituais mais elevadas, onde há Espíritos benfeitores que velam pelos trabalhadores e inspirando-

Page 105: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

os em suas tarefas de amparo fraternal. O auxílio é desinteressado, e os trabalhos são os mais eficientes e dignos.

São conhecidos os diferentes grupos de trabalho das Fraternidades do mundo extrafísico. Na esfera de ação da Federação Espírita do Estado de São Paulo, por exemplo, há a Fraternidade dirigida pelo Espírito Dr. Bezerra de Menezes, com atividades médicas e investigações científicas para curas físicas; a Fraternidade dos Cruzados, dirigida por Ismael, para proteção da Federação e dos lares dos trabalhadores no campo mediúnico. Admite-se a existência de tantas Fraternidades do mundo espiritual quantas são as diferentes atividades, incluindo vigilância, assistência, pesquisas, socorristas, estudos etc.

André Luiz (2) e outros amigos espirituais têm trazido aos homens informações preciosas das atividades dos trabalhadores do Bem na erraticidade. Os Espíritos do Bem compreendendo melhor que os homens o ensinamento de Jesus "que ninguém se eleva senão através do amor ao próximo", suas atividades socorristas em busca do aprendizado são certamennte mais intensas que as dos homens, porquanto sabem mais que eles que a vida continua, donde sentir a necessidade de refazer o caminho percorrido, reequilibrando almas, restabelecendo direitos, ou reajustando as próprias responsabilidades.

O socorro espiritual é um labor constante para os Espíritos mais esclarecidos, mais do que os homens possam imaginar, seja em favor de Espíritos desencarnados, ainda envolvidos em fluidos espessos, sofrendo a atração da matéria e sob a influência de apetites grosseiros, seja em favor daqueles que se estão desencarnando e necessitam de socorro imediato para a própria libertação perispiritual do invólucro físico, ou, ainda, no socorro dos próprios encarnados em suas fainas, sempre pedintes da misericórdia divina, que conforta os tristes, acalma os desesperados, socorre os ignorantes e abençoa os infelizes.

Dia virá em que a Medicina Espírita, que "é um processo em desenvolvimento", como fala J. Herculano Pires (Mediunidade, cap. 12), terá a participação mais direta e objetiva dos Espíritos nos tratamentos das doenças dos homens.

O Espiritismo contribui com a mediunidade, e a Medicina, com o saber e a experiência dos médicos, de tal modo que "os médiuns representam os médicos espirituais que, através deles, dão a contribuição das observações do outro lado da vida. Os médicos representam a Medicina da atualidade e procuram estabelecer as ligações necessárias para um esforço comum em benefício da Humanidade".

"Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á", disse Jesus Mt 7: 7 a 9), e sua promessa se cumpre através da ação dos Espíritos cooperadores com a obra do Bem, em atenção ao mérito de cada um e segundo a Vontade do Senhor.

Não há aquisição sem trabalho, ou mérito sem esforço próprio, na senda de cada alma encarnada ou desencarnada.

Bibliografia:

(1) ENTRE A TERRA, E O CÉU, cap. 34 - André Luiz.

(2) MISSIONÁRlOS DA LUZ, cap. 7 - André Luiz.

Page 106: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

SEARA DOS MÉDIUNS, lição 34 - Emmanuel

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNlDADE, cap. 7- André Luiz.

MEDIUNlDADE, cap. 12 - J. Herculano Pires.

2 - Parte B - A PIEDADE

"A piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos. É a irmã da caridade que vos conduz para Deus", nas sábias palavras do Espírito de Michel (I) (ESE, cap. XIII, item 17).

Piedade é aquele sentimento íntimo, profundo, que faz uma pessoa solidarizar-se com a dor do seu semelhante, restituindo-lhe a confiança, a esperança e a resignação.

Surgindo ao lado da desgraça, a piedade transmite uma penetrante suavidade, que encanta a alma; quando profundamente sentida, é amor; o amor é devotamento; o devotamento é o olvido que o homem sente de si mesmo, e esse olvido, essa abnegação pelos infelizes, é a virtude por excelência, aquela que Jesus praticou em toda a vida, ensinando-a com toda a sublimidade.

O progresso do Espírito passa pelo controle e pela erradicação do orgulho e do egoísmo, dispondo a alma à humildade, à beneficência e ao amor ao próximo. É a piedade o sentimento mais apropriado para colocar o Espírito nessas condições, comovendo-lhe as fibras mais íntimas, diante do sofrimento dos seus irmãos, levando-o a estender-lhes a mão caridosa e arrancando-lhes lágrimas de simpatia.

E se o aperfeiçoamento, a purificação do Espírito implica na vivência de todos os problemas que lhe dizem respeito e no armazenamento de todos os conhecimentos possíveis, não se deve jamais sufocar esse sentimento sublime, essa emoção celeste, que faz o Espírito experienciar, no corpo e na alma, o sofrimento por que ele precisaria passar, para elevar-se.

A alma experimenta, ao contato da desgraça alheia, confrangendo-se, um estremecimento natural e profundo, que faz vibrar todo o seu ser, afetando-a profundamente. Mas há aí uma grande compensação, posto que os benefícios não tardam para o Espírito piedoso que consegue devolver a coragem e a esperança a um irmão infeliz, que se comove ao aperto da mão amiga. Seu olhar, umedecido de emoção e de reconhecimento, volta-se, com doçura, para o benfeitor, antes de elevar-se ao céu, em agradecimento pelo envio do consolador, do amparo tão desejado. "Mas é grande ganho a piedade com contentamento" (Paulo, 1ª Epístola a Timóteo, cap. 6:6).

Por isso, o homem deve afastar de si a indiferença, a insensibilidade, assim como a compaixão aparente, o fingimennto, a antipatia gratuita ou despeitosa, a piedade mentirosa, cheia de ilusões e exigências, antepondo-lhe a simpatia espontânea e desinteressada. Ensina Cairbar Schutel que "a piedade é a simpatia espontânea e desinteressada, que se antepõe à antipatia gratuita ou desrespeitosa", que "só a piedade consoladora traz alegria ao Espírito, criando elevação e valor".

A piedade sincera jamais expressa covardia a derruir o Bem, nem ridículo a excitar o riso alheio, porque é força de renovadas almas e luz interior.

Page 107: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Emmanuel (2) escreve: "Fala-se muito em piedade na Terra; todavia, quando assinalamos referências a semelhantes virtudes, dificilmente discernimos entre compaixão e humilhação.

Ajudo, mas este homem é um viciado.

Atenderei; entretanto, essa mulher é ignorante e má. Penalizo-me; contudo, esse irmão é ingrato e cruel". Complementa Emmanuel que, de maneira geral, "só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas"(3) , deitando mel e veneno, socorrendo e espancando, ao mesmo tempo. Mas "a verdadeira piedade, no entanto, é filha legítima do amor. Não perde tempo na identificação do mal".

O dia em que o homem praticar a piedade pura e verdadeira ensinada por Jesus, reinará na face da Terra a concórdia, a paz e o amor.

Bibliografia:

(1) ESE, cap. XIll, item 17.

(2) O ESPÍRITO DA VERDADE, lição 96 - Emmanuel. Autores Diversos.

(3) PÃO NOSSO, lição 107 - Emmanuel.

QUESTIONÁRIO

A) SOCORRO ESPIRlTUAL

1- Como se caracterizam os grupos de socorro espiritual?

2 - Por que os grupos de socorro espiritual necessitam da colaboração de Espíritos encarnados?

3 - Todos os Espíritos que participam das atividades socorristas são Espíritas?

4 - Quais as finalidades das Fraternidades do mundo espiritual?

5 - Que relação terão os médiuns e os médicos na Medicina do futuro?

B) A PIEDADE

1- Que é piedade?

2 - Por que o Espírito, ao progredir, passa pela erradicação do orgulho e do egoísmo?

3 - Por que a alma, em contato com a desgraça alheia, experimenta um estremecimento natural e profundo?

4 - O que deve afastar de si o homem de bem, o homem piedoso?

5 - Que significa dizer: "Só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas".

Page 108: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

TREINO INTENSIVO

Tal como na aula anterior.

24ª. AULAMEDIUNIDADE

COM JESUS

1 - Parte A - MEDIUNIDADE COM JESUS

Em diversas profissões, cultiva-se o anseio de melhoria, de aperfeiçoamento. O advogado, o médico, o engenheiro, o artífice etc., exercendo tecnicamente suas funções, cooperam, eficientemente, com o Senhor da Vida. A mediunidade, seja ela qual for, quando praticada corretamente, possibilita ao homem sua marcha redentora até atingir os cimos da espiritualidade.

Em função do estágio evolutivo em que se encontra a Terra, os problemas materiais ainda falam mais alto aos interesses humanos: ao personalismo, à vaidade, à prepotência e ao amor-próprio. A condição, ainda inferior da individualidade espiritual do homem, concorre para que o Mais Alto encontre no homem forte obstáculo à livre, plena e espontânea manifestação.

Esclarecem os Instrutores Espirituais que a mente é a base de todos os fenômenos mediúnicos. Assim sendo, a natureza dos pensamentos, o tipo das aspirações e o sistema de vida, a se expressarem através de atos e palavras, pensamentos e atitudes, determinarão, sem dúvida, as qualidades dos Espíritos que, pela Lei da Afinidade, se sintonizarão com os homens em suas tarefas cotidianas e, especificamente, com os médiuns, nas práticas mediúnicas.

Cada médium, cada homem terá de reconstruir a própria edificação interior. Este processo renovatório se verificará, indubitavelmente, seguindo o ensinamento espírita-cristão, com a modificação dos hábitos, aprimoramento dos sentimentos, melhoria do vocabulário, exercício da fraternidade, amando e servindo, estudando e aprendendo, incessantemente.

No serviço da mediunidade, como traço de união entre o Céu e a Terra, o homem, sob a inspiração de Jesus, poderá apresentar as mais sublimes expressões de fraternidade, na prática de amar ao próximo como a si mesmo. Em síntese, diz Martins Peralva, em "Estudando a Mediunidade" , cap. XXIX, que os principais objetivos do exercício mediúnico com Jesus são:

"a) Para os encarnados:

1. Cooperação com encarnados e desencarnados no serviço de reconforto e esclarecimento;

2. Auto-educação, pela renovação dos sentimentos, com aproveitamento das mensagens de elevado teor;

Page 109: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

3. Construção de afeições preciosas no Plano Espiritual, consolidando, assim, as bases da cooperação e da amizade superior.

b) Para os desencarnados:

1. Preparação de facilidades para os que tiverem de reiniciar o aprendizado, pela reencarnação, mediante o auxílio aos atuais desencarnados;

2. Auxílio aos reencarnados e desencarnados no esforço de libertação das teias da ignorância e do sofrimento;

3. Transmissão, aos reencarnados, dos esclarecimentos edificantes dos grandes Instrutores que operam com Jesus na redenção da Humanidade".

Estes objetivos sedimentarão, desta forma, a base para a multiplicação dos talentos recebidos e conquistados ao longo de multimilenar experiência.

Não se pode esquecer, ainda, em termos de mediunidade que ela assume todas as características de exaltação divina, em Jesus. O Cristo cedo começou seu apostolado excelso, porquanto já aos doze anos estava entre os doutores da lei, esclarecendo aos homens os valores da vida espiritual. Ao final da vida terrena deixou na Boa Nova a lição imortal do amor divino; entretanto, até hoje, os homens, em sua maioria, apenas se preocupam com os fenômenos e somente falam de seus "milagres", sem se preocuparem em seguir os ensinamentos que Jesus deixou.

Quando seus apóstolos não conseguiam realizar os "milagres", socorriam-se dele, e ele os incentivava a terem mais confiança em Deus, mais fé. Assim foi no fenômeno da tempestade acalmada (Mt 8:26), quando disse: "Por que estais com medo, homens de pouca fé?" Também na cura de um lunático (Mt 17 :14 a 20) ensina aos discípulos, que não realizaram a cura "por causa da vossa pouca fé", complementando que "se tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda, a eles nada seria impossível".

No dia de Pentecostes, vários fenômenos mediúnicos marcam a tarefa dos apóstolos, mesclando efeitos físicos e intelectuais na praça pública, e constituindo a mediunidade, desde então, como viga mestra de todas as construções do Cristianismo, nos séculos subseqüentes.

Assim, amparados por Jesus, em seus continuadores encontra-se a mediunidade pura e espontânea, como deve ser, distante de particularismos inferiores. Neles, estão os valores mediúnicos a serviço do Amor e da Sabedoria, exercidos com a mais elevada responsabilidade moral, segundo as propostas do Divino Mestre.

O Evangelho não é o livro de um povo, mas um CÓDIGO DE PRINCÍPIOS MORAIS, adaptável a todas as pátrias, a todas as raças e a todas as criaturas, e representa a carta de conduta para a ascensão da consciência à imortalidade. Jesus empregou a mediunidade sublime como agente de luz eterna, exaltando a vida e aniquilando a morte, abolindo o mal e glorificando o bem, a fim de que as leis humanas se purificassem, se engrandecessem, se santificassem e se elevassem para a integração com as Leis de Deus.

Bibliografia:

Page 110: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

MECANlSMOS DA MEDIUNlDADE, cap. XXVI - André Luiz.

ESTUDANDO A MEDIUNIDADE , cap. XXIX- Martins Peralva.

SEARA DOS MÉDIUNS, lição 62 - Emmanuel

2 - Parte B - A REALEZA DE JESUS

"O título de rei nem sempre exige o exercício do poder temporal. Ele é dado, por consenso unânime, aos que por seu gênio se colocam em primeiro lugar em alguma atividade, dominando o seu século e influindo sobre o progresso da Humanidade. É nesse sentido que se diz: o rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores etc. Essa realeza, que nasce do mérito pessoal, consagrada pela posteridade, não tem muitas vezes maior preponderância que a dos reis coroados?" (ESE, cap. ll, item 4).

Complementa Kardec, no mesmo item, que "a realeza terrena acaba com a vida, mas a realeza moral continua a imperar, sobretudo, depois da morte. Sob esse aspecto, Jesus não é um rei mais poderoso que muitos potentados? Foi com razão, portanto, que Ele disse a Pilatos: Eu sou rei, mas o meu reino não é deste mundo".

Foi o rei dos trabalhadores, pois abraçou o serviço espontâneo, a favor da Humanidade, como sendo a tradução da própria fé.

Foi o rei dos servidores, pois se transfigurou em servidor da comunidade, estendendo mais imediata assistência aos que se colocavam no último plano da escala social.

Foi o rei da justiça, pois envergou a toga de juiz e patrocinou a causa dos deserdados.

Foi o rei dos políticos, pois ensinou o acatamento maior às autoridades constituídas.

Foi o rei dos médicos, pois, sem nenhum juramento que o obrigasse a tratar os enfermos, amparou os doentes com extremada solicitude.

Foi o rei da humildade, pois, podendo nascer em "berço de ouro", optou pela manjedoura, socorrendo-se da hospitalidade dos animais.

Foi o rei da liberdade, pois transmitiu a sua mensagem libertadora, aconselhando aos homens libertar-se dos erros, porquanto todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado, acrescentando que se permanecessem os homens em sua Doutrina, seriam, verdadeiramente, seus discípulos reconheceriam a verdade, que os libertaria.

Foi o rei da tolerância, quando aferroado pelos soldados e vilipendiado pelo próprio povo que ajudara, disse: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc, 23:34).

Foi o rei do amor, quando deu o novo mandamento, dizendo: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13:34).

Page 111: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

Foi, em síntese, o rei dos homens, pois passou no mundo abençoando e consolando, esclarecendo e servindo, mas preferiu morrer a tisnar o mandato de amor e verdade que o jungia aos desígnios do Pai Eterno.

O Espírita, no exercício de sua mediunidade e na vivência de todos os seus passos com Jesus, deve viver como todos os homens, mas sempre lembrando em todas as manifestações de sua existência que é chamado a servir aos outros, como o fizera o Mestre. Deve ter sempre o ensinamento de Kardec na lembrança: "Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações" (ESE, cap. XVII, item 4).

Além da lição de Jesus, das recomendações de Kardec e dos Espíritos na Codificação, deve o médium lembrar-se das palavras de André Luiz (Opinião Espírita, lição 15), quando ensina: "Compenetra-te dos teus deveres sagrados, sabendo que o medianeiro honesto para consigo mesmo, chega à desencarnação com a mediunidade gloriosa, enquanto o medianeiro negligente atinge o rio da morte com a tortura de quem desertou da própria responsabilidade. A mediunidade não se afasta de ninguém; é a criatura que se distancia do mandato mediúnico que o Plano Superior lhe confere".

Bibliografia:

ESE, caps. II e XVII, item 4.

OPINIÃO ESPÍRITA, lições 15,16 e 58 - André Luiz.

QUESTIONÁRIO

A) MEDIUNIDADE COM JESUS

1- Como a mediunidade praticada corretamente ajuda o médium? Comentar sucintamente.

2 - "Por que cada homem e cada médium terão de reconstruir a própria edificação interior?

3 - Quais são os principais objetivos do exercício mediúnico com Jesus, para os encarnados?

4 - Quais são os principais objetivos do exercício mediúnico com Jesus, para os desencarnados?

5 - Como é o exercício da mediunidade pelos continuadores de Jesus, amparados por ele?

B) A REALEZA DE JESUS

1- O que significa realeza moral?

2 - Por que se diz que Jesus foi o rei da humildade?

3 - Por que se diz que Jesus foi o rei da liberdade?

4 - Por que se diz que Jesus foi o rei da tolerância?

Page 112: "CURSO DE MÉDIUNS 2º ANO"

5 - Como se reconhece o verdadeiro Espírita?

3 - Parte C - D.P.M. - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

TREINO INTENSIVO

Tal como nos duas aulas anteriores.

Observação: Ao final do Curso de Educação Mediúnica, até a penúltima aula, os monitores da prática mediúnica classificarão os alunos segundo as mediunidades apuradas no decorrer do curso. Esta classificação constará do prontuário do aluno na Secretaria de Ensino e no verso da carteira de conclusão do curso, que serve como identificação para ingressar em qualquer trabalho da Casa.

Para os alunos que necessitarem, a FEESP mantém um Curso de Aperfeiçoamento mediúnico para colaboradores.