Curso de Letras Artigo de Revisão A PONTUAÇÃO: A VÍRGULA...

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1 Curso de Letras Artigo de Revisão A PONTUAÇÃO: A VÍRGULA E SUAS FUNÇÕES NA INTERAÇÃO DOS COMPONENTES SINTÁTICO E SEMÂNTICO DA LÍNGUA PORTUGUESA LA PUNTUACIÓN: LA COMA Y SU PAPEL EN LA INTERACIÓN DE LOS COMPONENTES SINTÁCTICO Y SEMÂNTICO DE LA LENGUA PORTUGUESA Rubens Bonfim Leal 1 Maria das Graças Martins Pinto de Carvalho 2 1 Aluno do Curso de Letras – Português/ Espanhol 2 Professora Mestra do Curso de Letras Resumo Este trabalho discorre sobre o sinal de pontuação denominado vírgula, recurso gráfico próprio da língua escrita. Apesar de nãoconseguir reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, a pontuação é responsável por organizar as relações dos elementos frasais e estabelece as pausas e entonações. O objetivo deste trabalho é descrever os casos em que se deve utilizar a vírgula nas orações e nos períodos. O desenvolvimento desta pesquisa se deu por meio de pesquisa bibliográfica, na qual foi realizado um levantamento sobre o que os autores prescrevem para a utilização da vírgula. A língua escrita, enquanto um modo de expressar a linguagem humana, conta com a pontuação para exprimir as nuances da oralidade, suas pausas, ritmo e entonação. A vírgula indica uma pausa breve e é utilizada de acordo com a sintaxe da construção das frases e da colocação dos termos da oração, demarcando uma inversão na ordem direta, separando elementos de igual valor sintático, separando elementos repetidos e separando orações ou outros elementos inseridos em tal ordem, na marcação de elementos marginais, intercalados e deslocados, na marcação da elipse verbal e para evitar ambiguidades. A vírgula é um sinal de pontuação que se relaciona com toda a estrutura da sintaxe da língua portuguesa e com o elemento semântico da língua, marcando pausas, separando e isolando elementos que indicam uma quebra nas relações sintáticas, marcando uma quebra na ordem direta ou indicando a inserção de elementos no interior das orações. Palavras-Chave: pontuação; vírgula; sintaxe; semântica; linguagem escrita. Resumen Este trabajo versa sobre el signo de puntuación denominado coma y es un recurso gráfico propio de la lengua escrita. A pesar de que no consiga reproducir toda la riqueza melódica del lenguaje oral, él se encarga de organizar las relaciones entre los elementos de la frase y establece las pausas y la entonación. El objetivo de este trabajo es describir los casos en los cuáles se debe utilizar la coma, tanto en las oraciones como en las proposiciones. El desarrollo de este estudio se ha efectuado mediante la investigación bibliográfica, y que ha permitido el levantamiento de literatura sobre lo que los autores prescriben sobre el empleo de la coma. El lenguaje escrito, como una manera de expresar el lenguaje humano, recurre a la puntuación para expresar los matices de la oralidad, sus pausas, ritmo y entonación. La coma indica una breve pausa y se utiliza de acuerdo con la sintaxis de la construcción de las oraciones y de la colocación de los términos de la oración, y marca un cambio en el orden directo, separa los elementos del mismo valor sintáctico, elementos repetidos y separa las oraciones u otros elementos insertados en tal orden, en el marcado de los elementos marginales, intercalados y desplazados; en el marcado de la elipsis verbal y para evitar la ambigüedad. La coma es un signo de puntuación que se relaciona con toda la estructura de la sintaxis de la lengua portuguesa y con el componente semántico de la lengua; marca las pausas, separa elementos que indican una ruptura en las relaciones sintácticas e indica la ruptura del orden directo o la inserción de elementos dentro de las oraciones. Contato: [email protected] Introdução A língua é constantemente utilizada para o desempenho de diversas atividades sociais, como escrever um bilhete, pegar um ônibus, seguir os passos de uma receita culinária e até para desenvolver atividades mais complexas que envolvam o seu uso, como fazer resumos, escrever resenhas, fazer citações ou referenciar autores em textos acadêmicos, contudo, para que tais atividades sejam realizadas de maneira eficiente, é necessário que os diversos profissionais de áreas distintas conheçam e

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Curso de Letras Artigo de Revisão

A PONTUAÇÃO: A VÍRGULA E SUAS FUNÇÕES NA INTERAÇÃO DOS COMPONENTES SINTÁTICO E SEMÂNTICO DA LÍNGUA PORTUGUESA LA PUNTUACIÓN: LA COMA Y SU PAPEL EN LA INTERACIÓN DE LOS COMPONENTES SINTÁCTICO Y SEMÂNTICO DE LA LENGUA PORTUGUESA

Rubens Bonfim Leal

1 Maria das Graças Martins Pinto de Carvalho

2

1 Aluno do Curso de Letras – Português/ Espanhol 2 Professora Mestra do Curso de Letras

Resumo

Este trabalho discorre sobre o sinal de pontuação denominado vírgula, recurso gráfico próprio da língua escrita. Apesar de

nãoconseguir reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, a pontuação é responsável por organizar as relações dos

elementos frasais e estabelece as pausas e entonações. O objetivo deste trabalho é descrever os casos em que se deve utilizar a

vírgula nas orações e nos períodos. O desenvolvimento desta pesquisa se deu por meio de pesquisa bibliográfica, na qual foi realizado

um levantamento sobre o que os autores prescrevem para a utilização da vírgula. A língua escrita, enquanto um modo de expressar a

linguagem humana, conta com a pontuação para exprimir as nuances da oralidade, suas pausas, ritmo e entonação. A vírgula indica

uma pausa breve e é utilizada de acordo com a sintaxe da construção das frases e da colocação dos termos da oração, demarcando

uma inversão na ordem direta, separando elementos de igual valor sintático, separando elementos repetidos e separando orações ou

outros elementos inseridos em tal ordem, na marcação de elementos marginais, intercalados e deslocados, na marcação da elipse

verbal e para evitar ambiguidades. A vírgula é um sinal de pontuação que se relaciona com toda a estrutura da sintaxe da língua

portuguesa e com o elemento semântico da língua, marcando pausas, separando e isolando elementos que indicam uma quebra nas

relações sintáticas, marcando uma quebra na ordem direta ou indicando a inserção de elementos no interior das orações.

Palavras-Chave: pontuação; vírgula; sintaxe; semântica; linguagem escrita.

Resumen

Este trabajo versa sobre el signo de puntuación denominado coma y es un recurso gráfico propio de la lengua escrita. A pesar de que

no consiga reproducir toda la riqueza melódica del lenguaje oral, él se encarga de organizar las relaciones entre los elementos de la

frase y establece las pausas y la entonación. El objetivo de este trabajo es describir los casos en los cuáles se debe utilizar la coma,

tanto en las oraciones como en las proposiciones. El desarrollo de este estudio se ha efectuado mediante la investigación bibliográfica,

y que ha permitido el levantamiento de literatura sobre lo que los autores prescriben sobre el empleo de la coma. El lenguaje escrito,

como una manera de expresar el lenguaje humano, recurre a la puntuación para expresar los matices de la oralidad, sus pausas, ritmo

y entonación. La coma indica una breve pausa y se utiliza de acuerdo con la sintaxis de la construcción de las oraciones y de la

colocación de los términos de la oración, y marca un cambio en el orden directo, separa los elementos del mismo valor sintáctico,

elementos repetidos y separa las oraciones u otros elementos insertados en tal orden, en el marcado de los elementos marginales,

intercalados y desplazados; en el marcado de la elipsis verbal y para evitar la ambigüedad. La coma es un signo de puntuación que se

relaciona con toda la estructura de la sintaxis de la lengua portuguesa y con el componente semántico de la lengua; marca las pausas,

separa elementos que indican una ruptura en las relaciones sintácticas e indica la ruptura del orden directo o la inserción de elementos

dentro de las oraciones.

Contato: [email protected]

Introdução

A língua é constantemente utilizada para o

desempenho de diversas atividades sociais, como

escrever um bilhete, pegar um ônibus, seguir os

passos de uma receita culinária e até para

desenvolver atividades mais complexas que

envolvam o seu uso, como fazer resumos,

escrever resenhas, fazer citações ou referenciar

autores em textos acadêmicos, contudo, para que

tais atividades sejam realizadas de maneira

eficiente, é necessário que os diversos

profissionais de áreas distintas conheçam e

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aprofundem os seus conhecimentos de tal modo

que, em suas atividades, alcancem o êxito

esperado no uso da linguagem, oral ou escrita.

Neste contexto, o presente trabalho

aborda o tema da pontuação, mais precisamente o

uso da vírgula como parte constituinte da oração.

A vírgula desempenha papel importante diante das

funções sintáticas e semânticas, e, para o bom

desenvolvimento de atividades que envolvem a

Língua Portuguesa, saber empregar a vírgula

adequadamente diferencia a proficiência de seus

usuários.

Para Catach (1994 apud Bechara 2009 p.

604), a pontuação é um sistema de reforço da

escrita que organiza as relações dos elementos

frasais e das pausas orais e escritas. Nesse

sentido, o objetivo deste trabalho é descrever os

casos em que se deve utilizar a vírgula enquanto

unidade sintática da oração e no interior dos

períodos, retratando seu papel primordial na

comunicação de uma mensagem, na qual se

utiliza a Língua Portuguesa como código escolhido

para transmiti-la por meio da linguagem escrita,

que se vale dos sinais de pontuação para imprimir,

no texto, as pausas e entonações que compõem a

melodia da língua falada, as quais, sem a vírgula,

não seria possível emiti-la de forma eficaz ao

receptor.

Sob esse entendimento, a pontuação

possui uma relação estreita com o conteúdo e o

sentido da mensagem, e a vírgula, como sendo

um desses sinais, e por ser considerada a menor

pausa existente, destina-se a separar palavras,

expressões e orações e a deixar claro o

significado de uma frase, com o intuito de evitar a

ambiguidade em um texto, pois, ao escrever,

perde-se o recurso sonoro da língua oral, e a

vírgula, do mesmo modo que a pontuação como

um todo, tenta exprimir algumas dessas nuances

da oralidade. Sendo assim, a vírgula, além de ser

um elemento de coesão textual, é necessária para

a coerência em um texto.

Sintaticamente falando, ou seja, quanto à

relação das palavras, substantivos, adjetivos,

advérbios e conjunções, entre outras, e sua

função sintática, sujeito, verbo e complementos, a

vírgula ocupa lugar de destaque nessas

estruturas, coordenando termos de igual valor

sintático, separando elementos de uma oração

que não se relacionam diretamente com os

demais, como é o caso dos vocativos, e, inclusive,

suprimindo outros, como ocorre com os verbos.

Na Língua Portuguesa, segundo afirma

Cunha (2001 p. 162), "predomina a ordem direta,

isto é, os termos da oração dispõem-se

preferencialmente na sequência Sujeito + Verbo +

Objeto Direto + Objeto Indireto ou Sujeito + Verbo

+ Predicativo", contudo, havendo a escolha da

ordem inversa ou quando há a inserção de algum

elemento no interior dos enunciados, em alguns

casos, a vírgula vem a ser essencial para a

construção desse tipo de oração/ período,

enquanto que, em outros casos, seu uso é

relativizado.

Embora as regras estabelecidas nas

gramáticas não sejam gerais o suficiente para

contemplar todos os casos de empregos da

virgula, conforme afirma Luft (1996), o presente

trabalho propõe-se a verificar, por meio da

pesquisa bibliográfica, quais os casos em que a

vírgula separa as orações dentro dos períodos,

como ocorre o emprego da vírgula em relação aos

termos da oração no período simples e a

identificar a vírgula como elemento de coesão e

coerência textual. Para tal finalidade, foi realizado

um levantamento para verificar, de acordo com os

autores que tratam sobre o objeto deste estudo,

em que contextos a vírgula deve ser aplicada e

quando ela deve ser evitada.

Ainda que tenha sido citado sobre a

representatividade sonora dos sinais de pontuação

na construção de enunciados, este estudo trata a

vírgula sob a ótica da sintaxe, e não sob os

aspectos prosódicos da Língua Portuguesa. Para

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atingir o que se propõe, o presente estudo se

apoia em Cunha (2001), Mesquita (1996), Bechara

(2009), Rocha Lima (2008), Cegala (2008), entre

outros.

Materiais e métodos

O presente trabalho foi desenvolvido por

meio de pesquisa bibliográfica, que "tem por

finalidade conhecer as diferentes formas de

contribuição científica que se realizaram sobre

determinado assunto ou fenômeno" (OLIVEIRA

2002, p.119). Sendo assim, foi realizado um

levantamento para verificar, de acordo com os

autores que falam sobre o objeto deste trabalho,

em que contexto a vírgula deve ser aplicada e

quando ela deve ser evitada. O conjunto de obras

lidas durante a catalogação das informações foi

analisado para a elaboração do trabalho, pois,

conforme Ruiz (2002, p. 58) a "pesquisa

bibliográfica consiste no exame desse manancial,

para levantamento e análise do que já se produziu

sobre determinado assunto, que assumimos como

tema de pesquisa científica".

A investigação passou por etapas como:

localização das informações, que é o ato de fazer

uma leitura prévia, uma leitura seletiva, julgando o

que pode ser útil para o trabalho, uma leitura

crítica e uma leitura interpretativa, para

estabelecer conexões, discutindo ideias,

descartando ou comprovando opiniões; as leituras

foram documentadas por meio de anotações e

fichamentos. Selecionado o material a ser

pesquisado, foi elaborado um plano de trabalho,

traçando um plano de redação, o qual foi seguido

na fase posterior, em que se procedeu a própria

redação do trabalho, o qual, depois de escrito, foi

lido de forma crítica, para receber a redação final.

Resultados

A linguagem, a língua e a pontuação

A necessidade de o homem comunicar-se,

levou-o a criar e desenvolver diversos sinais e

símbolos carregados de significado para emitir ao

interlocutor uma mensagem e, segundo Abaurre

(2010, p. 17), a “linguagem é uma atividade

humana e é sempre utilizada em situação de

interlocução”, havendo distintos tipos de

linguagem, como as expressões artísticas, pintura,

música e dança, gestos e qualquer outra

manifestação que pretenda comunicar algo a

alguém. Bechara (2009, p. 28) afirma que a

linguagem “é qualquer sistema de signos

simbólicos empregados na intercomunicação

social para expressar ideias e sentimentos, isto é,

conteúdos da consciência”, logo, a linguagem é

“qualquer processo de comunicação” (ROCHA

LIMA, 2008, p. 4).

No presente estudo, abordou-se a

linguagem sob o aspecto da língua, a qual, para

Rocha Lima (2008, p. 5) “é um sistema; um

conjunto organizado e opositivo de relações,

adotado por determinada sociedade para permitir

o exercício da linguagem entre os homens”.

Saussure (2008, p.17) afirma que a língua é uma

parte essencial e determinada da linguagem,

sendo “ao mesmo tempo, um produto social da

faculdade da linguagem e um conjunto de

convenções necessárias, adotadas pelo corpo

social para permitir o exercício dessa faculdade

nos indivíduos”, isto quer dizer que a língua é

resultado da capacidade de o ser humano criar

meios para comunicar-se, e é um conjunto de

regras que lhe permite executar tal capacidade por

meio da fala humana, o principal meio pelo qual se

manifesta a língua.

Cada língua possui sua própria sintaxe, a

qual, segundo Abaurre (2010, p. 373) “é o conjunto

de regras que determinam as diferentes

possibilidades de associação das palavras da

língua para a formação de enunciados”, podendo

haver diversas formas possíveis de se organizar

as palavras nas sentenças. Na língua portuguesa,

por exemplo, há diversas formas de emitir o

seguinte enunciado: A menina vai à

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igreja; podendo se dizer: à igreja vai a menina; a

menina à igreja vai; à igreja a menina vai;

entretanto, devido à perda de sentido da frase, as

palavras da mesma mensagem não podem se

organizar as seguintes maneiras: Igreja a menina

à vai; A vai casa menina à. Dessa forma, embora

estejam sendo utilizadas as palavras do léxico do

Português, a não utilização das regras

compreendidas na sintaxe do idioma faz com que

a sentença perca o seu sentido, tornando-se

agramatical, ou seja, fora das possibilidades da

sintaxe da Língua Portuguesa.

Saussure (2008, p. 22) faz uma separação

entre a língua e a fala, fazendo uma distinção

entre o que é socialmente estabelecido entre os

falantes, e o que é registrado passivamente pelo

indivíduo, pois, para ele, a fala é:

um ato individual de vontade e inteligência, no qual convém distinguir; 1º, as combinações pelas quais o falante realiza o código da língua no propósito de exprimir pensamento pessoal; 2º, o mecanismo psicofísico que lhe permite exteriorizar essas combinações.

Afirmando haver dois tipos de expressão

linguística, a fala e a escrita, Rocha Lima (2008, p.

4) relata que:

Na comunicação escrita, os sons da fala (que em essência constituem a linguagem dos homens) passam a ser apenas evocados mentalmente por meio de símbolos gráficos; a rigor, ela não se apresenta senão como um imperfeito sucedâneo da fala. Esta é que abrange a revelação do eu em sua totalidade, pressupondo, além da significação dos vocábulos e das frases, o timbre da voz, a entoação, os elementos subsidiáveis do gesto e do jogo fisionômico.

Desta forma, Rocha Lima está afirmando

que, embora a escrita seja um substituto da fala,

ela se apresenta de forma imperfeita por meio dos

signos gráficos, pois é na fala que se encontra a

mensagem de forma completa, e, ao falar, o

emissor da mensagem conta com outros recursos

para que as ideias sejam transmitidas, como os

gestos, a impostação da voz e expressões faciais,

que completam o sentido da mensagem.

Ainda que imperfeita, a escrita conta com

a pontuação para alcançar êxito no processo de

comunicação, pois, de acordo com Catach (1994,

apud Bechara 2009, p. 604) a pontuação é um:

sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas.

Diante disso, pode-se afirmar que a

pontuação tem o intuito de registrar na escrita

certos elementos da oralidade, ritmo, pausas,

entonação das linhas melódicas que indicam

quando o falante faz uma pergunta, quando ele faz

uma exortação, ou apenas afirma algo. Todas

essas informações manifestam-se naturalmente na

fala, mas, ao escrever, é necessário utilizar bem

os sinais de pontuação para garantir que o

receptor compreenda a intenção do emissor da

mensagem ao emitir um enunciado. Sendo assim,

Catach (1994 apud Bechara 2009, p. 605) define a

pontuação como:

conjunto de sinais visuais de organização e apresentação que acompanham o texto, interiores ao texto e comuns tanto ao manuscrito quanto ao impresso; abrange a pontuação várias classes de sinais gráficos discretos e constitutivos de um sistema, complementando ou suplementando a informação escrita.

Cegala (2008, p. 428) diz que não há

consenso entre os escritores sobre o uso da

pontuação e afirma que a pontuação possui três

funcionalidades: “indicar pausas e inflexões da voz

(a entonação) na leitura; separar palavras,

expressões e orações que devem ser destacadas;

esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer

ambiguidade”.

Mesquita (1996, p. 461) define os sinais de

pontuação como “os recursos gráficos utilizados

para imprimir ao texto escrito as características da

língua falada. Aplicam-se às palavras ordenadas

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na oração ou no período e, por isso, são

chamados também de notações sintáticas”,

classificando-os em dois grupos: os sinais que

indicam pausa e os que indicam melodia ou

entonação, dentre os quais o ponto e vírgula, o

ponto e a vírgula marcam as pausas, enquanto

que os sinais que marcam a melodia ou entonação

são os dois pontos, o ponto de interrogação, o

ponto de exclamação, as reticências, as aspas, os

parênteses, os colchetes e o travessão. Essa

classificação dos sinais de pontuação divididos

entre os que marcam pausas e melodia/entonação

também é utilizada por Cunha (2001, p.643),

contudo, este ressalta que tal distinção entre os

sinais de pontuação é didaticamente cômoda, mas

não é rigorosa, uma vez que, em geral, os sinais

de pontuação indicam tanto a pausa como a

melodia.

Em relação à pontuação, Rocha Lima

(2008, p. 458) diz que há três tipos de pausas

rítmicas: a que não interrompe o discurso, a qual é

marcada no texto com o uso da vírgula, do

travessão, dos parênteses, do ponto e vírgula e

dos dois pontos; a pausa que sinaliza a finalização

do discurso ou de parte dele, na qual são

utilizados o ponto simples, o ponto parágrafo e o

ponto final; e, por fim, a pausa utilizada para

destacar uma intenção ou estado emotivo, que é

indicada no texto pelos pontos de interrogação,

exclamação e pelas reticências.

Bechara (2009) afirma que a pontuação

pode ser entendida de dois modos: numa acepção

larga e outra restrita. Na primeira, incluem-se não

só os sinais de pontuação propriamente ditos, mas

também aqueles que realçam e valorizam o texto,

como os títulos, as rubricas, as margens, a

escolha de espaços e de caracteres e até a forma

com que são dispostos os capítulos, incluindo a

maneira da confecção de um livro.

Na concepção restrita, ele diz que há os

sinais separadores: vírgula, ponto e vírgula, ponto

final, ponto de exclamação e reticências, e os

sinais de comunicação ou “mensagem”, que são

os dois pontos, as aspas simples, as aspas

duplas, o travessão simples, o travessão duplo, os

parênteses, os colchetes ou parênteses retos, a

chave aberta e a chave fechada. Bechara propõe,

ainda, que esses dois tipos de sinais, os

separadores e os de mensagem, podem ser

subdivididos em sinais de pausa conclusa e de

pausa inconclusa. Os sinais de pausa conclusa

são, fundamentalmente, o ponto, e depois o ponto

e vírgula, o ponto de interrogação, o ponto de

exclamação e as reticências, quando em função

conclusa. Os sinais de pausa inconclusa são,

essencialmente, a vírgula, além dos dois pontos,

dos parênteses, travessão e colchetes, quando

utilizados em função inconclusa.

Bechara ressalta, ainda, a função

comunicativa da pontuação no enunciado para o

entendimento do texto, afirmando que:

O enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam esses princípios. Proferidas as palavras e orações sem tais aspectos melódicos e rítmicos, o enunciado estaria prejudicado na sua função comunicativa. Os sinais de pontuação, que já vêm sendo empregados desde muito tempo, procuram garantir no texto escrito esta solidariedade sintática e

semântica. (BECHARA, 2009, p. 606).

Dessa forma, o autor está destacando o

papel da pontuação na construção de enunciados,

os quais, para garantir a comunicação, contam

com os sinais de pontuação para registrar os

aspectos rítmicos e melódicos da mensagem, sem

os quais a mensagem pode ficar comprometida,

podendo haver uma mudança de sentido naquilo

que se pretendeu dizer devido a não utilização

adequada de tais recursos gráficos.

Emprego da vírgula

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Cunha (2001), Terra (1996) e Mesquita

(1996) afirmam que a vírgula é uma pausa,

pequena e breve, entretanto, Luft (1996, p. 7)

adverte que “a nossa pontuação – pontuação em

língua portuguesa – obedece a critérios sintáticos,

e não prosódicos", ou seja, na hora de pontuar,

não se segue o ritmo ou qualquer outra

propriedade acústica da fala, mas as relações

sintáticas dos elementos constitutivos da oração,

responsabilizando essa ligação entre a pausa

melódica da fala e a vírgula por grande parte dos

erros em relação ao uso da vírgula, que, para ele,

é um "sinal de pontuação que indica falta ou

quebra de ligação sintática no interior das frases".

(LUFT, 1996, p. 9), sendo utilizada nas aposições,

justaposições, assíndetos (coordenação sem

coordenador), vocativos, na marcação de

elementos marginais, intercalados, deslocados, na

marcação da elipse verbal e para evitar

ambiguidades.

Diante disso, o autor afirma que o emprego

da vírgula se dá, entre outros, na delimitação de

elementos marginais, intercalados e deslocados, e

propõe que as frases podem ser compostas por

quatro casas, as quais são ocupadas por

elementos que compõem a oração, o sujeito

ocupando a casa um, o verbo a casa dois, os

complementos a casa três, e as circunstâncias a

casa quatro. Bechara (2009, p. 582) classifica que,

desse modo, tal estrutura encontra-se em ordem

direta, que “consiste em enunciar, no rosto da

oração, o sujeito, depois o verbo e, em seguida, os

seus complementos”, ou seja, o esquema SVC

(sujeito – verbo – complementos), e, caso a ordem

dos elementos frasais surjam fora desse esquema,

dá-se o nome de ordem inversa ou ocasional.

Sautchuk (2010, p. 153) reforça a afirmação

de Luft, relatando que:

O emprego da vírgula, em português, é realizado em função da sintaxe de construção das frases e da colocação dos termos essenciais, integrantes e acessórios das orações, e não por

motivos “sonoros”. Somente as pausas sintático-semânticas têm correspondência no sistema escrito do português: as pausas respiratórias não têm. Em nossa língua, a ordem não marcada melodicamente é o SVC e, por isso, esses elementos sintáticos não podem ser separados por vírgula. Baseando-se nesse princípio, somente quando um elemento “estranho” (termo acessório) é colocado entre esse padrão ou antes dele, essa colocação é ou deve ser marcada melodicamente por meio de vírgula.

A autora, assim, explana que pontuar com a

vírgula se faz em função da colocação dos termos

essenciais, integrantes e acessórios da oração

dentro da estrutura SVC, a qual não é marcada

melodicamente pela vírgula, contudo utiliza-se a

vírgula quando há uma quebra na ordem direta ou

na colocação de algum termo acessório no interior

de tal estrutura ou anterior a ela.

Mesquita (1996) diz que as vírgulas, entre

os termos da oração, são utilizadas para separar

os vocativos, o aposto, os adjuntos adverbiais que

aparecem no início ou no meio de orações,

separar os termos de uma enumeração, quando

têm idêntica função sintática, separar os nomes de

lugar nas datas e nos endereços, indicar a elipse,

isto é, a omissão de um termo da oração, isolar

palavras ou expressões explicativas ou

conclusivas, tais como, por exemplo, isto é, digo,

assim, com efeito. Enquanto que, entre as

orações, a vírgula separa orações independentes,

isto é, orações coordenadas assindéticas; separa

as orações subordinadas adjetivas explicativas e

as orações subordinadas adverbiais,

principalmente quando estão antepostas à oração

principal, além de separar orações intercalares ou

interferentes. Terra (1996, p. 335) explica que as

vírgulas, na ordem indireta, são utilizadas quando

há intercalações, termos deslocados, omissão de

palavra, vocativos e entre os termos coordenados

assindéticos, logo, a vírgula no interior da oração é

utilizada entre “os termos que se intercalam na

ordem direta, quebrando a sequência natural da

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frase”, isolando-os, o que é o caso do aposto

intercalado; das expressões de caráter explicativo

ou corretivo; nas conjunções coordenativas e nos

adjuntos adverbiais intercalados. Entre as orações,

o autor diz que “as orações que compõem um

período podem ser separadas por vírgulas ou não,

dependendo do tipo de cada oração”, afirmando

que são utilizadas entre as orações subordinadas

adjetivas explicativas, as orações subordinadas

adjetivas restritivas, adverbiais e substantivas, nas

orações coordenadas e nas intercaladas.

Cunha (2001, p. 644), ao tratar sobre a

vírgula, a define como uma marca de breve

duração e é utilizada para separar elementos de

uma oração e para separar orações de um só

período. Dentro da oração, o autor diz que ela

serve para separar elementos de igual função

sintática, exceto quando ligados pelas conjunções,

e, ou e nem; para separar o aposto ou qualquer

elemento que tenha valor explicativo; para isolar o

vocativo; para isolar elementos repetidos; para

isolar o adjunto adverbial antecipado; para separar

o nome do lugar nas datas; e para indicar a

supressão de uma palavra, ou grupo de palavras,

geralmente o verbo.

No período composto, Cunha (2001) diz que

a vírgula é utilizada para separar orações

coordenadas assindéticas; para separar as

orações coordenadas sindéticas e as orações

coordenadas que têm sujeitos diferentes e que

são unidas pela conjunção e ou quando a

conjunção é utilizada reiteradas vezes; para isolar

as orações intercaladas; para isolar as orações

subordinadas adjetivas explicativas; para separar

as orações subordinadas adverbiais,

principalmente quando elas vêm antepostas a sua

principal; e para separar as orações reduzidas,

quando estas tiverem equivalência às orações

adverbiais.

Cunha (2001, p. 650) finaliza o tema

acentuando que qualquer oração ou termo da

oração que tenha um valor exclusivamente

explicativo é pronunciado entre pausas e, por isso,

são isolados por vírgulas na escrita. Afirma, ainda,

que os termos essenciais e integrantes da oração

não podem ser separados por vírgula, pois se

ligam uns aos outros sem nenhuma pausa, por

isso, não se admite o uso da vírgula entre a

oração subordinada substantiva e a sua principal.

O mesmo autor também ressalta que

existem poucos casos em que o uso da vírgula

não corresponde a uma pausa real na fala, como

se observa em respostas rápidas como: Sim,

senhor. Não, senhor.

Bechara (2009) inclui a vírgula no grupo de

sinais de pontuação essencialmente separadores,

sendo empregada para separar termos

coordenados, mesmo quando estão ligados por

uma conjunção; na separação das orações

coordenadas aditivas e alternativas, quando

proferidas com pausa; nas aposições, excetuando-

se no aposto especificativo; para separar os

pleonasmos, e as repetições; separar ou intercalar

vocativos; além de separar as orações adjetivas

de valor explicativo; para separar, as orações

adjetivas restritivas de certa extensão, sobretudo

quando os verbos de duas orações diferentes se

encontram; para separar orações intercaladas, os

adjuntos adverbiais que precedem o verbo e as

orações adverbiais que vêm antes ou no meio da

sua principal; para separar o nome do lugar nas

datas; para separar as partículas e expressões de

explicação, correção, continuação, conclusão,

concessão; para separar as conjunções e

advérbios adversativos; para indicar a elipse do

verbo; para assinalar a interrupção de um

segmento natural das ideias e se intercala um

juízo de valor ou uma reflexão subsidiária; para

desfazer possível má interpretação resultante da

distribuição irregular dos termos da oração.

Assim sendo, o autor não recorre à

oralidade ou às pausas emitidas na linguagem

falada para justificar o emprego da vírgula, mas a

define como um separador de alguns elementos

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dentro da oração e para separar orações

intercaladas ou deslocadas, além de separar

algumas partículas que se inserem dentro das

orações na ordem direta ou anteriormente a estas,

frisando sobre a sua importância em prevenir má

interpretação devido a irregularidade de colocação

dos termos da oração.

Cegala (2008) fala que a vírgula se

emprega basicamente para separar orações e os

elementos de uma oração, sendo utilizada para

separar palavras ou orações justapostas

assindéticas; para separar os vocativos da oração;

para separar apostos e determinados predicativos;

para separar orações intercaladas e outras de

caráter explicativo; para separar certas expressões

explicativas ou retificadas, como: isto é, a saber,

por exemplo, ou melhor, ou antes, entre outras;

para separar orações adjetivas explicativas;

geralmente é utilizada para separar orações

adverbiais desenvolvidas; para separar as orações

adverbiais reduzidas da sua principal; para separar

os adjuntos adverbiais; para demarcar a existência

de um termo elíptico; para separar determinadas

conjunções propositivas, como porém, contudo,

pois, entretanto, portanto, entre outras; para

separar os elementos justapostos de um

provérbio; para separar termos os quais deseja-se

ressaltar; e para separar o nome do lugar, quando

se escrevem as datas.

O autor ainda adverte sobre três situações

nas quais não se emprega a vírgula: entre o

sujeito e o verbo da oração, exceto quando estão

separados por um adjunto ou por uma oração;

entre os verbos e os complementos verbais que

lhes pertencem, quando estes estão juntos na

oração; e, geralmente, antes das orações

adverbiais consecutivas.

Hauy (2014, p. 407) define a vírgula como

um sinal gráfico de pontuação que indica pequena

pausa, sendo empregada na reestruturação

sintática dos períodos, objetivando dar clareza ao

discurso. Segundo a autora, no período simples, a

vírgula é utilizada para três finalidades; para

separar; para indicar e para sinalizar algo no

interior da oração.

Quanto à função separadora da vírgula,

Hauy explana que o sinal é empregado para

separar os apostos, os vocativos, os elementos da

oração de igual valor sintático, sejam eles

repetidos ou não; para separar a data do lugar;

para separar palavras ou locuções que expressam

a ideia de retificação, explicação, continuação, tais

como isto é, a saber, por exemplo, digo, aliás, com

efeito, também entre outras palavras e locuções;

para separar palavras que expressam seleção

como, por exemplo, as palavras principalmente,

sobretudo, notadamente, senão e mais; para

separar os advérbios sim e não; para separar as

locuções adverbiais; para separar os adjuntos

adverbiais deslocados; e para separar

predicativos, complementos e adjuntos, de seus

pleonasmos. Hauy (2014) também afirma que a

vírgula tem o papel de indicar a elipse de uma

palavra ou de um grupo de palavras, além de ser

utilizada para evitar ambiguidade ou interpretação

equivocada de uma sentença. Finalizando, a

autora afirma que não se utiliza a vírgula entre

elementos que mantenham entre si uma relação

de dependência sintática, ou seja, não se utiliza a

vírgula para separar o sujeito do verbo e o verbo

de seus complementos, ao menos que, entre eles,

sejam colocados outros elementos, como apostos,

vocativos ou adjuntos adverbiais, os quais também

devem ser postos entre vírgulas, caso se

interponham entre o predicativo e o objeto direto

ou objeto indireto, ou entre esses dois últimos.

Em relação ao período composto, a

mesma autora expõe que a vírgula é utilizada para

separar as orações coordenadas assindéticas e

sindéticas, contudo, ressalta que não se utiliza

vírgula antes da conjunção coordenativa aditiva e,

caso o sujeito seja o mesmo nas duas orações,

contudo, havendo um sujeito diferente nas duas

orações, a vírgula antepõe-se à conjunção; que as

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conjunções coordenativas adversativas, no início

das orações, são escritas depois da vírgula; são

separadas pela vírgula as orações coordenadas

sindéticas ligadas pelas conjunções alternativas; a

vírgula é empregada antes das conjunções

explicativas; citando Cunha (p. 630), a autora

afirma que, excetuando-se a conjunção pois, as

demais conclusivas podem iniciar as orações, ou

aparecer após qualquer um dos termos e,

semelhante às adversativas, as conjunções

conclusivas são escritas com uma vírgula anterior

ou entre vírgulas; as vírgulas separam as orações

intercaladas; as orações subordinadas de igual

função sintática; os conectivos coordenativos dos

conectivos subordinativos; e para separar as

orações subordinadas adverbiais.

Martins (2010, p. 345) defende que, “de

modo geral, a vírgula é uma pausa de pequena

duração”, entretanto, destaca que, tanto as pausas

respiratórias nem sempre correspondem ao

emprego da vírgula, como a vírgula também não

marca todas as pausas respiratórias da fala.

Categoricamente, após definir a vírgula, a autora

afirma que é proibido o uso da vírgula entre o

sujeito e o predicado e entre o verbo e seus

complementos. A partir daí é prescrito que a

vírgula seja empegada para separar termos da

mesma função sintática, para isolar o aposto, para

isolar o vocativo, para isolar o adjunto adverbial

deslocado (vírgula não obrigatória, mas

aconselhável), para separar a localidade da data e

nos endereços; para marcar a supressão do verbo;

para isolar expressões que exemplificam ou

retificam; para isolar o predicativo deslocado; para

separar as conjunções coordenativas adversativas

e conclusivas deslocadas; para isolar os

elementos repetidos nas orações; para separar o

complemento do verbo, quando estiver anteposto

ao verbo ou quando houver outro complemento –

pleonástico; para separar as orações adjetivas

explicativas; para separar as orações adverbiais

deslocadas, estando ou não reduzidas, exceto as

orações adverbiais e comparativas, quando o

verbo está elíptico.

Discussão

De acordo com o objetivo deste trabalho,

que se destina a descrever o emprego da vírgula e

sua relação nos componentes sintáticos e

semânticos da Língua Portuguesa, esta seção

busca desenvolver as considerações que

permitem discutir o que foi levantado nos

resultados. Como se trata de pesquisa

bibliográfica, esta discussão retoma os principais

teóricos, tentando apontar as diferenças ou

aproximações nas abordagens e nos conceitos.

Como exposto anteriormente, segundo

Rocha Lima (2008), na comunicação escrita, os

sons da fala são evocados por meio dos símbolos

gráficos, e a pontuação, segundo afirmam

Mesquita (1996) e Cunha (2001), tem por

finalidade expressar, na escrita, tais características

da língua falada. Segundo os dois últimos, os

sinais de pontuação são divididos entre os que

indicam pausa e os que indicam a melodia ou

entonação. Rocha Lima (2008) trata dessa

distinção limitando-se, apenas, a definir a

pontuação como um demarcador de pausas

rítmicas, contudo, o que Cunha e Mesquita

chamam de melodia, Rocha Lima afirma tratar-se

de outro tipo de pausa, a que destaca uma

intenção ou estado emotivo, o que Bechara

classifica como sinais de comunicação

(mensagem).

Dentre os sinais que marcam uma pausa,

Rocha Lima os divide entre os que não

interrompem o discurso e os que sinalizam a

finalização do discurso ou de parte dele. Ao

classificar os sinais de pontuação, Bechara (2009)

diz que existem os sinais separadores e os sinais

de comunicação ou mensagem, os quais ainda

podem ser subdivididos entre os que indicam uma

pausa conclusa ou uma pausa inconclusa. Cegala

(2008), ao afirmar que há falta de consenso entre

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os autores sobre o uso da pontuação, passa a

tratar do tema pelas funções da pontuação, que,

segundo ele, é de indicar pausas e inflexões da

voz, de separar palavras, expressões e orações

que devem ser destacadas e de dar sentido à

frase, o que Bechara (2009) diz ser parte da

função comunicativa da pontuação na

interlocução, que, ao registrar na escrita os

aspectos melódicos da língua oral, garante a

comunicação efetiva do enunciado. Dentro desse

contexto, os autores situam a vírgula entre os

sinais que indicam uma pausa, mas não

interrompe o discurso, pois se trata de uma pausa

inconclusa, e entre os sinais de pontuação que

têm a função de separar, os sinais separadores.

Em relação ao não emprego da vírgula,

existem alguns gramáticos que detalham o tema

de forma bastante aproximada, em abordagem

essencialmente sintática. Quanto ao esquema:

sujeito, verbo, complemento – SVC, Sautchuk

(2010), Luft (1996), Bechara (2009), Cunha (2001)

Martins (2010) preveem que os casos onde os

elementos da oração encontram-se fora da ordem

direta ou quando há algum elemento inserido

nesta ordem, interrompendo a sequência das

ideias, tais elementos devem ser isolados pela

vírgula. Em relação às “casas” das quais trata Luft,

não se utiliza a vírgula entre as casas 1, 2 e 3, ou

seja, entre o sujeito, o verbo e seus

complementos, contudo, nas frases mais longas, a

“casa 4”, em que se situam as circunstâncias

(adjuntos adverbiais), pode ser virgulada.

Sobretudo, principalmente para não gerar

interpretação errônea, nas inversões que

envolvem o sujeito, o verbo e seus complementos,

é facultado o uso da vírgula. Sobre tal proibição

em relação ao uso da vírgula entre os termos

essenciais, integrantes e acessórios, Sautchuk

(2010), Cunha (2001), Cegala (2008), Hauy (2014)

e Martins (2010) concordam com Luft.

Para Cunha (2001, p. 650), os termos

essenciais e integrantes da oração ligam-se uns

com os outros sem pausa; não podem, assim, ser

separados por vírgulas, por isso, não é admitido o

uso da vírgula entre a oração subordinada

substantiva e a sua principal (CUNHA 2001).

Seguindo a regra geral sobre o uso da vírgula

entre o sujeito e o verbo, Luft (1996, p. 23) diz que

não é permitido o uso da vírgula entre esses dois

elementos, contudo, caso haja explicativos

(apostos e orações subordinadas adjetivas

explicativas e outros termos de caráter

explicativo), vocativos e intercalações, para marcar

esses encaixes, deve-se utilizar duas vírgulas,

isolando-os.

Sautchuk (2010) afirma que essa proibição

ocorre porque a ordem SVC não é marcada

melodicamente pela vírgula, enquanto que, para

explicar o mesmo fenômeno, Hauy (2014), afirma

que tais elementos possuem uma relação de

dependência sintática e, devido a essa

dependência, não se separam por vírgulas, exceto

nos casos citados anteriormente por Luft (1996).

A princípio, o que se percebe em relação à

divisão feita pelos autores para explicar a

aplicação do emprego da vírgula entre o seu uso

no período simples e no período composto parece

ser meramente didática, uma vez que, ao explicar

que não se separa o sujeito do verbo, e de seus

complementos, sabe-se que há orações que

desempenham estas funções no interior dos

enunciados, logo, também não devem ser

separadas umas das outras; ou quando se diz que

palavras e expressões explicativas também são

isoladas por vírgulas, já incluem as orações que

possuem essa função. Ou mesmo sobre as

intercalações, que também são feitas no período

simples e no composto. Em relação às orações

reduzidas, Cunha (2001) afirma que devem ser

virguladas, quando estas forem equivalentes às

orações adverbiais, enquanto Bechara (2009)

apenas relata que estas devem ser separadas da

sua principal por meio da vírgula.

Em relação à casa quatro citada por Luft

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(1996), esta é ocupada pelas palavras que

indicam circunstâncias, ou seja, o adjunto

adverbial, então, caso os adjuntos adverbiais

estejam antepostos à ordem direta ou intercalados

com outros elementos da oração, eles devem

estar separados dos demais elementos pela

vírgula, conforme concordam Luft (1996), Bechara

(1999), Mesquita (1996), Cegala (2008), Terra

(1996), Cunha (2001), Hauy (2014) e Martins

(2010), os quais estão de acordo em relação às

orações adverbiais, pois, por terem a mesma

função dos adjuntos adverbiais, também devem

ser separadas por vírgula.

Cunha (2001) discorre sobre a

facultatividade do uso da vírgula no uso dos

adjuntos adverbiais de pequeno corpo, um

advérbio, por exemplo, afirmando que tal vírgula

pode ser dispensada, contudo, quando objetiva

ressaltar o adjunto adverbial, coloca-se vírgula

obrigatoriamente, o que (HAUY, 2014, p. 415)

ressalta tratar-se de um recurso de estilo para

realçá-los.

Hauy (2014, p. 414) diz que os advérbios

sim e não são virgulados “quando empregados

para responder a uma pergunta, confirmar ou

enfatizar uma ideia”. Em contrapartida, Luft (1996)

chama atenção para o uso da expressão e sim, a

qual o autor afirma que não se deve separá-los

por vírgulas, por tratar-se de uma locução

adversativa, pois, juntas, seu significado é o

mesmo da conjunção mas.

O aposto é um termo de caráter nominal,

que, a título de explicação ou de apreciação, se

une a um substantivo, a um pronome, ou a outro

elemento com equivalência a estes (CUNHA,

2001). Desse modo, o autor afirma que o valor

sintático do aposto é o mesmo do termo ao qual se

refere. Quanto ao uso da vírgula em relação ao

aposto, como foi visto no tópico anterior, o aposto

é isolado entre vírgulas, contudo, Bechara (2009)

adverte quanto à exceção ao aposto

especificativo. Luft (1996, p. 64-65) afirma que a

diferença entre o aposto especificativo e o aposto

explicativo está relacionada ao sentido da frase

com a retirada do aposto, o qual, se for

especificativo, torna a mensagem incompleta, sem

sentido; enquanto que, caso se trate de um aposto

meramente explicativo, este, sendo retirado da

oração, não comprometerá o teor da mensagem.

Portanto, como o aposto especificativo forma um

todo com o elemento ao qual ele especifica, este

não pode ser separado por vírgulas. Ademais, Luft

(1996, p.68) ainda ressalta sobre a situação do

nome próprio e de elementos que o restrinjam,

relatando que, como o nome próprio já é restrito

em si, não admite restritivo, logo, tudo o que se

anexa a ele tem valor explicativo, é articulado com

marca de pausa na pronúncia e é isolado por

vírgulas.

Quanto ao vocativo, Bechara (2009),

Cunha (2001), Mesquita (1996), Terra (1996),

Cegala (2008), Hauy (2014), Rocha Lima (2008),

Luft (1996) afirmam que vem separado por uma

vírgula ou por duas, caso ele surja no meio da

oração. Hauy (2014, p. 1154) diz que o vocativo

“consiste no chamamento, invocação ou

interpelação referente a pessoas, animais ou seres

personificados, tratados como segunda pessoa do

discurso (tu ou vós)”.

A vírgula também demarca a elipse de um

termo no interior da oração. A elipse, segundo o

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

(online), é a “omissão de uma ou mais palavras

sem prejudicar a clareza da frase”. Luft (1996) e

Bechara (2009), em relação à elipse, apenas citam

que a vírgula demarca a elipse verbal, contudo,

Mesquita (1996), Terra (1996), Cunha (2001) e

Hauy (2014) admitem que a vírgula indique a

elipse de outro grupo de palavras, além dos

verbos, ainda que, com este, seja mais recorrente.

Também se emprega a vírgula para

separar, na oração, os elementos de igual valor

sintático, (sujeito composto, complementos,

adjuntos), mas somente quando não vêm ligados

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pelas conjunções e, ou e nem (CUNHA, 2001, p.

644), ou seja, separa os termos coordenados

assindéticos (TERRA, 1996).

Portanto, a vírgula separa os elementos de

mesma função sintática, termos coordenados

assindéticos, que não se ligam por meio das

conjunções coordenativas. Cunha (2001, p. 580)

afirma que conjunções aditivas “servem para ligar

simplesmente dois termos ou duas orações de

idêntica função”; o autor relata que se as

conjunções e (conjunção aditiva), ou (conjunção

alternativa) e nem são repetidas num enunciado,

estas devem ser precedidas de vírgula, o que seria

o polissíndeto, situações também previstas por

Rauy (2014), que ressalta, ainda, que as orações

subordinadas de igual função sintática também

devem ser separadas por vírgulas, a exemplo dos

elementos que se repetem de mesmo valor no

interior do período simples.

Ainda sobre a conjunção e, Luft (1996, p.

37) afirma que é obrigatório o emprego da vírgula

antes de tal conectivo, quando este vier precedido

de qualquer aposto interno – aquele que não

antecede o ponto – pois este tipo de aposto “deve

ser precedido e seguido de vírgula”. O escritor se

refere a uma falsa regra que proíbe a vírgula antes

da conjunção e, atribuindo a isso os erros

cometidos em relação a esta colocação da vírgula,

sugerindo que a regra correta seria que sempre

que a conjunção e, ou outra conjunção qualquer,

estiver precedida de alguma estrutura intercalada,

a vírgula é obrigatória. “Estrutura intercalada inclui

qualquer espécie de encaixe, elemento explicativo

ou marginal, etc, – e aposto. Qualquer coisa que

interrompa uma sequência direta” (LUFT, 1996, p.

38). Do mesmo modo, só se emprega a vírgula

depois da conjunção e, “se houver uma

intercalação entre o e e o elemento ligado por ele”

(LUFT, 1996, p. 40), contudo, o autor relativiza o

uso das vírgulas nas intercalações, retificando que

ou se utilizam duas vírgulas para isolar os termos

das intercalações ou nenhuma. Hauy (2014)

acrescenta que, em relação a conjunção e,

quando liga duas orações, esta deve ser

precedida de vírgula, caso os sujeitos das duas

orações sejam diferentes.

Embora as informações apresentadas até

aqui sejam suficientes para compreendermos o

uso da vírgula, os dados compilados neste

trabalho são insuficientes para o conhecimento

total do seu emprego e das suas funcionalidades,

pois, conforme afirma Luft (1996, p.8) todas as

regras explicitadas nas gramáticas e manuais de

português são deficitárias, pois não são precisas e

gerais o suficiente para contemplar todos os casos

especiais de uso da vírgula.

Em relação a essa debilidade da literatura

em suprir todos os casos de emprego da vírgula,

Soncin (2014, p.21), ao defender o estudo da

vírgula de forma heterogênea, considerando, além

dos aspectos gramaticais, os aspectos prosódicos

na constituição do seu emprego, faz uma crítica à

tradição gramatical, afirmando que, embora a

tradição gramatical preveja essas instabilidades

para o tratamento tendencialmente sintático que

orienta a convenção, trata essas situações sob o

rótulo de estilo. Diante disso, como esta é uma

pesquisa de graduação, é um trabalho inconcluso,

pois o tema da vírgula e da pontuação não se

esgota neste artigo, porque, além de se poder

ampliá-lo, no que diz respeito às referências

bibliográficas, buscando os mais variados casos

nos quais a vírgula é empregada, sugere-se

verificar em novas pesquisas, como o

conhecimento da funcionalidade da vírgula pode

contribuir para o ensino da sintaxe do Português,

já que tal elemento está diretamente relacionado

às relações sintáticas dos elementos que os

compõem.

Conclusão

A partir dos dados levantados neste

trabalho, conclui-se que a pontuação é a parte da

escrita responsável por imprimir na escrita as

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inflexões da língua oral, suas pausas, ritmo e

entonações.

Sendo assim, a vírgula é um sinal de

pontuação que tem uma íntima relação com toda a

estrutura da sintaxe da Língua Portuguesa e com

o elemento semântico da língua, tanto no interior

das orações como dentro dos períodos compostos

por coordenação ou subordinação, marcando

pausas, separando e isolando elementos que

indicam uma quebra nas relações sintáticas,

marcando uma quebra na ordem direta ou

indicando a inserção de elementos no interior das

orações.

Estas funções da vírgula estão

diretamente ligadas ao sentido da mensagem, pois

é conferido a ela o papel de demarcar as próprias

funções sintáticas dos elementos distribuídos

aleatoriamente no interior das orações, pois o seu

mau uso pode alterar o significado daquilo que se

pretende dizer.

A vírgula também é utilizada para isolar ou

separar as partículas e expressões de explicação,

correção, continuação, conclusão, concessão,

além de separar as conjunções e advérbios

adversativos. Ela é utilizada para separar o lugar

nas datas e nos endereços e para evitar

ambiguidade, seja pela má interpretação, produto

da distribuição irregular dos termos da oração, ou

pela falta da vírgula do vocativo.

Este estudo, apesar de ter levantado

diferentes autores sobre o emprego da vírgula,

pode representar aporte para novas investigações,

por exemplo, o emprego da vírgula em gêneros

textuais específicos, como os literários.

Vale ressaltar, neste contexto, que esta

pesquisa representou uma caminhada de

aprofundamento de conhecimentos que se

encontravam esparsos e se organizaram em uma

dimensão de saber aplicável, ou seja, em termos

profissionais futuramente, em termos pessoais,

este trabalho ampliou competências. Além dessas

marcas, acredita-se que este trabalho pode

contribuir com reflexões de estudiosos de

diferentes áreas que encontram, na leitura e na

teoria linguística, fundamentação voltada para o

saber profissional.

Agradecimentos

O agradecimento pela elaboração e

execução deste artigo é direcionado a todos que,

direta ou indiretamente, contribuíram para a sua

realização, apoiando e incentivando, e àqueles

que, de fato, estiveram envolvidos na sua

confecção. Portanto, gostaria de agradecer

primeiramente a Deus, aos amigos e familiares,

que me estimularam e à minha professora e

mestra Maria das Graças Martins Pinto de

Carvalho, que acreditou que isto era possível e

poderia se tornar real, aceitando tornar-se guia na

travessia necessária para a solidificação do

conhecimento adquirido neste trabalho.

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sintática. – 2. ed - Barueri, SP: Manole, 2010.

17 – SONCIN, Geovana Carina Neres. Língua discurso e prosódia: investigar o uso da vírgula

é restrito? Vírgula! São José do Rio Preto, 2014 308f : tabs - Orientador: Luciani Ester Tenani:

Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de

Biociências, Letras e Ciências Exatas.

http://www.bv.fapesp.br/pt/bolsas/133295/lingua-discurso-e-prosodia-investigar-o-uso-da-

virgula-e-restrito-virgula/ – Disponível em 10.11.2015.