Curso de Gestão e Gerenciamento de Obra...Dentre eles podemos citar: Tron-Orc, Rm-Orc, Volare...

44
Programa de Melhoria da Comunidade da Construção – Planejamento Curso de Gestão e Gerenciamento de Obra Material do curso de Pós Graduação “Gestão e Gerenciamento de Obra” elaborado pelo Professor M.Sc Carlos de Macêdo e Silva Filho Conenge EBM Eletroenge Empresa Nacional de Engenharia FR Incorporadora MB Engenharia Moreira Ortence Orca Incorporadora Pontal Engenharia Prumus Sigla Souza Andrade Vega Goiânia 2004

Transcript of Curso de Gestão e Gerenciamento de Obra...Dentre eles podemos citar: Tron-Orc, Rm-Orc, Volare...

  • Programa de Melhoria da Comunidade da Construção – Planejamento

    Curso de Gestão e Gerenciamento de Obra

    Material do curso

    de Pós Graduação “Gestão e Gerenciamento de Obra”

    elaborado pelo Professor

    M.Sc Carlos de Macêdo e Silva Filho

    Conenge

    EBM

    Eletroenge

    Empresa Nacional de Engenharia

    FR Incorporadora

    MB Engenharia

    Moreira Ortence

    Orca Incorporadora

    Pontal Engenharia

    Prumus

    Sigla

    Souza Andrade

    Vega

    Goiânia 2004

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    2

    “GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA” Para Engenheiros Civis e Arquitetos

    MÓDULO V – GERENCIAMENTO DE EMPREENDIMENTOS CONTEÚDO:

    • METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO E COMPOSIÇÃO DE PREÇOS

    • PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE EMPREENDIMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

    • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: EM ANEXO NO FINAL DA APOSTILA DOCENTE: Prof. M.Sc Carlos de Macêdo e Silva Filho

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    3

    PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DE OBRAS

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    4

    ÍNDICE ORÇAMENTO 1. DEFINIÇÃO ................................................................................................................8

    2. COMO FAZÊ-LO .......................................................................................................8

    2.1 – Ferramentas .....................................................................................................8

    2.1.1 – Projetos ......................................................................................................8

    2.1.2 – Memorial Descritivo / Caderno de Encargos ..............................................8

    2.1.3 – Especificações Complementares ...............................................................8

    2.1.4 – Informática ................................................................................................. 8

    2.2 – Etapas de Trabalho .............................................................................................8

    2.2.1 – Integração dos Projetos .............................................................................8

    2.2.2 – Estudo das Especificações e Memorial Descritivo ....................................8

    2.2.3 – Conciliação Projeto x Especificações ........................................................9

    2.2.4 – Levantamento de Quantitativos ................................................................9

    2.2.5 – Planilha Orçamentária ...............................................................................9

    2.2.6 – Coleta de Preços .......................................................................................9

    2.2.7 – Escolha das Composições de Custo..........................................................9

    2.2.8 – Orçamento Propriamente Dito ...................................................................9

    3. DESCRIÇÃO DAS FERRAMENTAS E ETAPAS DE TRABALHO ...........................9

    3.1 – Projeto ............................................................................................................9

    3.1.1 – Projeto Executivo ......................................................................................9

    3.1.2 – Projetos Complementares ........................................................................9

    3.2 – Memorial Descritivo / Caderno de Encargos ...................................................9

    3.3 – Especificações Complementares ...................................................................10

    3.4 – Planilhas e o Uso da Informática ...................................................................10

    3.5 – Integração ou Conciliação de Projetos ..........................................................10

    3.6 – Estudo das Especificações e Memorial Descritivo ........................................11

    3.7 – Conciliação Projeto x Especificação ..............................................................11

    3.8 – Levantamento de Quantitativos ....................................................................11

    3.9 – Planilha Orçamentária...................................................................................11

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    5

    3.10 – Coleta de Preços ........................................................................................11

    3.11 – Orçamento Propriamente Dito ....................................................................11

    4. NBR 12721 (Antiga NB140) ......................................................................................13

    4.1 – Objetivos ...........................................................................................................13

    4.2 – Definições .........................................................................................................13

    4.3 – Cálculo do CUB (Custo Unitário Básico) ..........................................................13

    4.4 – Áreas de Edificação ..........................................................................................14

    4.5 – Discriminação Orçamentária ............................................................................15

    5. MODELOS DE PLANILHAS E CRITÉRIOS PARA LEVANTAMENTO .....................

    16

    5.1 – Limpeza do Terreno .......................................................................................... 17

    5.2 – Volumes de Escavação de Subsolos ................................................................ 17

    5.3 – Fundações ......................................................................................................... 17

    5.4 – Estrutura............................................................................................................. 17

    5.4.1 – Aço .............................................................................................................. 18

    5.4.2 – Formas......................................................................................................... 18

    5.4.3 – Concreto ...................................................................................................... 18

    5.5 – Alvenaria .......................................................................................................... 18

    5.6 – Acabamentos Internos , Acabamento Externos ................................................ 19

    5.7 – Esquadrias ........................................................................................................19

    5.7.1 – Portas ou Janelas ........................................................................................19

    5.7.2 – Qual o tipo do material (metal, madeira, alumínio ou PVC)? .......................19

    5.7.3 – Qual o tipo e espessura do vidro ................................................................ 19

    5.7.4 – Recebe pintura? ..........................................................................................19

    5.7.5 – Vergas ou Contra-vergas ...........................................................................19

    5.8 – Tratamentos ....................................................................................................20

    5.9 – Telhados .........................................................................................................20

    5.10 – Pintura ..........................................................................................................20

    5.11 – Louças, Metais, Interruptores e Tomadas ....................................................20

    5.12 – Instalações ....................................................................................................20

    5.12.1 – Elétricas ..................................................................................................20

    5.12.2 – Hidráulicas, Sanitárias e Incêndio ............................................................21

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    6

    5.13 – Gesso ...........................................................................................................21

    6. COMPOSIÇÕES DE CUSTO ................................................................................... 22

    CONCLUSÃO .............................................................................................................. 23

    PLANEJAMENTO 1. DEFINIÇÃO .........................................................................................................................24

    2. CONSIDERAÇÕES ...........................................................................................................24

    3. FATORES IMPORTANTES DE DEFINIÇÃO .....................................................................25

    4. CRONOGRAMA FÍSICO ....................................................................................................25

    4.1. – Cronograma de Barras Horizontais ...........................................................................25

    4.2 – PERT / CPM ...............................................................................................….............26

    4.3 – MS Project ………………………………........................................................................28

    4.4 – Cronograma de Barras Inclinadas .............................................................................29

    5. CRONOGRAMA FINANCEIRO OU DE DESEMBOLSO ....................................................31

    6. CONTROLE FINANCEIRO (ANEXO 14) ...........................................................................33

    7. DIMENSIONAMENTO DE EQUIPE (ANEXO 15) ..............................................................33

    A. Pelas composições temos os seguintes índices de consumo ......................................34

    B. Pelos Índices Médios de Produtividade temos ..............................................................35

    C. Comparando os cálculos ................................................................................................36

    D. Cronograma de Equipes ................................................................................................36

    8. CÁLCULOS DE TAREFAS ................................................................................................37

    9. TABELAS A X B X C GLOBAL E PARCIAIS .....................................................................39

    9.1. Tabela A x B x C Global Geral ..................................................................................39

    9.2. Tabela A x B x C Global Mensal ...............................................................................39

    9.3. Tabela Global em ordem alfabética ..........................................................................39

    9.4. Tabela A x B x C de mão de obra (geral e mensal) .................................................39

    9.5. Tabela A x B x C de materiais (geral e mensal) ......................................................39

    9.6. Tabela A x B x C de empreiteiros (geral e mensal) .................................................39

    9.7. Tabela A x B x C de máquinas e ferramentas (geral e mensal) ..............................39

    9.8. Tabelas de classificação por cento de custos .........................................................40

    9.9. Tabela A x B x C de despesas operacionais ..........................................................40

    9.10. Tabela A x B x C de outras despesas ..................................................................40

    10. ANÁLISE DO PLANEJAMENTO X EXECUTADO ........................................................40

    10.1. Medições da obra ................................................................................................40

    10.2. Obra a realizar (obra nova) .................................................................................40

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    7

    10.3. Novo Cronograma ...............................................................................................41

    10.4. Dados Comparativos .........................................................................................41

    11. SUGESTÃO DE FLUXO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE ..................................42

    BIBLIOGRAFIA

    ORÇAMENTO DE OBRAS

    1 - DEFINIÇÃO

    É a soma de todos os custos diretos e indiretos de uma construção ou obra.

    Este somatório determina o quanto deve custar uma obra. Os custos são compostos basicamente de Materiais, Mão de Obra, Verbas, Leis Sociais e BDI, os quais serão definidos posteriormente.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    8

    “Documento onde se registram as operações de cálculo de custo da construção, somando todas as despesas correspondentes à execução de todos os serviços previstos nas especificações técnicas e constantes da discriminação orçamentária apresentada no anexo D.” (NBR 12721/2000, p. 24, item 4.5.2.1).

    2 - COMO FAZÊ-LO

    Para a perfeita execução de um orçamento, várias etapas e ferramentas de trabalho devem ser consideradas.Estas componentes podem ser assim divididas: 2.1 – Ferramentas

    2.1.1 – Projetos

    2.1.2 – Memorial Descritivo / Caderno de Encargos

    2.1.3 – Especificações Complementares

    2.1.4 – Planilhas e Uso de Informática

    2.2 – Etapas de Trabalho

    2.2.1 – Integração dos Projetos

    2.2.2 – Estudo das Especificações e Memorial Descritivo

    2.2.3 – Conciliação Projeto x Especificações

    2.2.4 – Levantamento de Quantitativos

    2.2.5 – Planilha Orçamentária

    2.2.6 – Coleta de Preços

    2.2.7 – Escolha das Composições de Custo

    2.2.8 – Orçamento Propriamente Dito

    3 - DESCRIÇÃO DAS FERRAMENTAS E ETAPAS DE TRABALHO

    3.1 – Projeto

    É o conjunto de informações necessárias e suficientes à perfeita realização dos serviços de execução de uma obra. Para um perfeito entendimento dividiremos em duas categorias de projetos:

    3.1.1 – Projeto Executivo

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    9

    É o projeto de arquitetura (projeto legal) mais o projeto de detalhamento construtivo, onde se encontram a concepção do produto, as marcações de alvenaria, paginações de pisos e paredes, bancadas, alturas de peitoris, enfim, todas as informações arquitetônicas e detalhes necessários à perfeita execução da obra.

    3.1.2 – Projetos Complementares

    São os demais projetos de uma obra, executados a partir do projeto de arquitetura, ou seja: Sondagens, Fundações, Estrutura, Elétrico Telefônico, Hidro-Sanitário, Incêndio, Impermeabilização, Paisagismo, etc.

    3.2 – Memorial Descritivo / Caderno de Encargos

    No memorial são definidos e descritos os métodos a serem usados na execução dos serviços, assim como as características dos materiais a serem empregados para tanto. O memorial especifica os métodos de construção.

    De acordo com a NBR-12721:

    “...é feito o memorial descritivo da edificação objeto da incorporação e dos seus acabamentos de forma sucinta e com emprego de terminologia adequada a sua apreciação pelos futuros adquirentes de unidades autônomas, em estreita vinculação com desenhos do projeto. O memorial descritivo dos acabamentos é, portanto, um resumo das especificações técnicas, obedecendo aos limites impostos pelos quadros que devem ser preenchidos.” (NBR-12721/2000, p. 22, item 4.4.1)

    O caderno de Encargos tem um sentido mais amplo, englobando a descrição

    de vários tipos de serviços, independentemente da obra que será executada, determinando o padrão e as normas de execução, específicos a um órgão contratante qualquer, para os serviços da construção civil.

    No Caderno de Encargos encontram-se, inclusive, a especificação dos materiais básicos a serem aplicados. O mesmo deve seguir as orientações das normas técnicas de execução de serviços da ABNT.

    3.3 – Especificações Complementares

    Define o tipo, marca, modelo e quantidade dos materiais a serem empregados na construção. Especifica com o que será construída a obra. Alguns dados da especificação podem ser complementados no projeto de arquitetura, neste caso são chamadas especificações complementares.

    Em caso de dúvidas, ou de sobreposição de informações, prevalecem as informações das especificações.

    Este documento deve fazer parte da pasta do cliente, no ato da compra, e qualquer modificação, por falta do produto no mercado ou por opção da empresa, deve ser negociada.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    10

    3.4 – Planilhas e o Uso da Informática

    O uso de programas ou software específicos, planilhas eletrônicas e editores de texto, auxilia na elaboração de orçamentos e propostas, assim como no levantamento de quantitativos e planejamentos.

    Dentre eles podemos citar: Tron-Orc, Rm-Orc, Volare (Pini), Mm-Orc, Excel, Word, Autocad, etc.

    A organização e elaboração de planilhas para quantitativos devem levar em consideração a sua finalidade, que vai muito além de uma mera ferramenta de quantificação de projetos, devendo ser considerada como de grande utilidade para o gerenciamento do empreendimento, tanto no planejamento quanto na execução das obras. Estes aspectos serão destacados posteriormente.

    3.5 – Integração ou Conciliação de Projetos

    Permite a visualização da interdependência de um projeto para com os demais. Este estudo cria soluções preventivas às etapas de serviço, propiciando a programação das mesmas, obedecendo uma seqüência lógica de execução das obras, de modo que os serviços atuais não inviabilizem as futuras frentes de trabalho. Como por exemplo: ! Passagens nas lajes em locais pré-determinados às locações de prumadas elétricas

    ou hidro-sanitárias, na época da estrutura. ! Definição de linhas de eixos para locação da estrutura e alvenaria, etc. ! Descontos, vãos e aberturas, interferência da estrutura nas alvenarias, etc.

    3.6 – Estudo das Especificações e Memorial Descritivo

    Permitem a definição dos materiais a serem aplicados, nos processos construtivos, assim com os processos e as normas de execução, auxiliando na elaboração da planilha orçamentária e na escolha das composições de custo.

    3.7 – Conciliação Projeto x Especificação

    Esta etapa se faz necessária, para se dirimirem as divergências que porventura possam existir entre os mesmos.

    3.8 – Levantamento de Quantitativos

    É a quantificação de um determinado serviço dentro da obra a ser executada. Para o seu levantamento se faz necessária a aplicação de planilhas próprias, que têm por objetivo simplificar os cálculos, facilitarem as totalizações e a organização dos dados, que são de suma importância à elaboração do orçamento.

    Os critérios de levantamento e as planilhas serão apresentados posteriormente.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    11

    3.9 – Planilha Orçamentária

    É a relação detalhada de todos os serviços a serem executados em uma obra. A cada serviço, correspondem uma unidade de medida, o consumo unitário, a quantidade e o preço total parcial do mesmo, como no exemplo a seguir:

    3.10 – Coleta de Preços

    Visa determinar o custo de cada insumo necessário para o cálculo do preço dos serviços em questão. O critério de coleta de preços pode optar entre duas formas de pagamentos, ou seja, a vista ou a prazo. Esta definição parte do critério empresarial, tendo como variantes os juros de mercado, prazo da obra, critérios de pagamentos, dentre outros.

    3.11 – Orçamento Propriamente Dito

    Já definido anteriormente, acrescenta-se que sua elaboração é precedida das etapas já expostas e que sua execução através de software específico, confere à mesma, maiores exatidão de cálculo e flexibilidade de alterações.

    AL

    CU

    LA

    DO

    PO

    R

    IST

    O:

    AT

    A:

    PRO

    FISS

    . RE

    SP.

    VIS

    TO

    :

    FOL

    HA

    N

    º:

    Preç

    o Se

    rviç

    o

    TO

    TA

    IS

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    12

    4 – NBR 12721 (antiga NB 140)

    4.1 - Objetivo

    Esta norma trata, basicamente, de três grandes áreas: ! Avaliação de custos unitários de construção ! Orçamento de construção ! Incorporação de edifícios

    A mesma determina as condições exigíveis, para a obtenção dos itens acima dispostos.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    13

    4.2 – Definições

    Vários conceitos, necessários à elaboração da incorporação de um edifício, são fixados e padronizados pela NBR 12721, visando uma linguagem única para os que fazem uso da mesma. Tais definições são de extrema importância para os cálculos executados nos quadros de I a VIII, que resultam em informações necessárias ao arquivo de Registros de Imóveis (lei 4591 – 16/12/64). Vemos a seguir o que é abordado em cada quadro:

    ! Quadro I – Cálculo das áreas nos pavimentos e das áreas globais ! Quadro II – Cálculo das áreas da unidade autônomas ! Quadro III – Avaliação do custo global e do preço por m² da construção ! Quadro IV – Avaliação do custo da construção de cada unidade autônoma ! Quadro V – Informações gerais ! Quadro VI – Memorial descritivo dos equipamentos ! Quadro VII – Memorial descritivo dos acabamentos das dependências de uso privativo ! Quadro VIII – Memorial descritivo dos acabamentos das dependências de uso comum

    4.3 – Cálculo do C.U.B (custo unitário básico)

    Para este cálculo, a norma oferece quatro tabelas, onde encontramos os consumos unitários, por metro quadrado, dos materiais pertencentes a um lote básico, específico aos tipos de projetos padrão (H4, H8, H12), conforme o número de pavimentos, número de quartos e padrão de qualidade (baixo, médio, alto). A mesma análise é realizada para a mão-de-obra.

    Com estes dados, aplicando aos mesmos os custos respectivos, específicos à cada região, de acordo com o mercado vigente, obteremos o C.U.B relativo à região em foco. Para estes cálculos usamos a tabela modelo, fornecida pela norma.

    As leis sociais devem conter os encargos sociais, incluindo um percentual para atender às legislações federal, estadual e municipal, em vigor na região.

    Nestes custos não são considerados os seguintes itens: ! Fundações especiais; ! Elevadores; ! Instalações especiais; ! Terraplenagem, urbanização, recreação, jardins, etc; ! Despesas com instalação, funcionamento e regulamentação de condomínios; ! Impostos e taxas; ! Projetos; ! Remuneração da construtora; ! Remuneração do incorporador; ! Outras despesas indiretas.

    4.4 – Áreas da Edificação

    As áreas da edificação recebem, segundo a NBR – 12721, as seguintes denominações:

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    14

    ! Área de Divisão Proporcional; ! Área de Divisão não Proporcional; ! Área de Uso Comum; ! Área de Uso Privativo; ! Área Coberta Padrão (de construção); ! Área Coberta Padrão Diferente (equivalente); ! Área Descoberta (equivalente).

    Estas equivalências de área, segundo o Manual Técnico do Empresário da C.E.F e a NBR - 12721, devem ser calculadas em relação ao custo das áreas de construção, observando os seguintes fatores de equivalência: - EDIFÍCIOS DE APARTAMENTOS: 1.1 Garagens: a) Cobertas no térreo ou pavimento acima do terreno natural: Sobre laje de transição 0,50 Sobre camada regularizadora até 0,25 b) Coberta e abaixo do terreno natural: Com 1 subsolo até 0,70 Com 2 subsolos até 0,85 Com mais de 2 subsolos até 1,00

    Os pesos aqui adotados referem-se a subsolos que possuam o seguinte padrão de acabamento/execução: Escavação total do pavimento; piso acabado, padrão cimentado queimado; vagas demarcadas; pintura a óleo até 1,00m, nas paredes e pilares; tratamento e pintura de paredes, pilares, vigas e tetos; e luminárias.

    c) Descobertas: Pavimentação sobre laje 0,20 Pavimentação com tratamento betuminoso 0,10 Pavimentação sobre terra 0,05 1.2 Pavimento térreo: a) Fechado: 1,00 a 1,10 b) Sob pilotis: 0,50 c) Ajardinamento, pavimentação e playground: Sobre laje até 0,25 Com tratamento betuminoso 0,10 Sobre terra (lastro) 0,05 1.3 Pavimento tipo: a) Apartamento tipo ou outras cobertas padrão: 1,00 b) Sacadas e terraços cobertos: 0,75 c) Floreiras: 0,10 a 0,50

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    15

    1.4 Áticos: a) Terraço superior descoberto até: 0,50 b) Casa de máquinas, barrilete e caixa d’água: 0,75 1.5 Escaninhos: a) No subsolo até: 0,75 b) No térreo até: 0,50 1.6 Piscinas: 1,00 2 - PARA CASAS: 2.1 Corpo principal 1,00 2.2 Edículas (quarto de empregada, WC, garagens, lavanderias, etc., isoladas ou ligadas ao corpo principal): 0,60 a 1,00

    4.5 – Discriminação Orçamentária

    Visa sistematizar o roteiro a ser seguido na execução de um orçamento, descrevendo cada etapa de serviços, de maneira geral e abrangente. Caracteriza-se pela flexibilidade. Uma referência para sua elaboração encontra-se detalhada no anexo “D” da NBR 12721.

    5 – MODELOS DE PLANILHAS E CRITÉRIOS DE LEVANTAMENTO Antes de especificar os critérios de quantificação e os modelos de planilhas,

    faz-se necessário observar aspectos de alta relevância deste tópico em relação a sua

    integração com o planejamento físico e o controle de obras.

    A quantificação, assim como o orçamento, deve seguir os princípios de

    execução da obra, ou seja: “Quantificar e orçar como se executa no canteiro de obras”.

    A quantificação, como uma das ferramentas mais importantes para o planejamento e

    controle, deve obedecer a alguns preceitos, como por exemplo:

    • O detalhamento das quantidades de um serviço deve ser feito de acordo

    com a seqüência de execução do ser viço. Por exemplo, as tubulações das

    instalações elétrico-telefônicas, representam serviços diferentes e são

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    16

    executadas parte embutidas nas lajes (antes do concreto) e outra parte

    embutidas nas paredes (logo após o chapisco e aperto), caracterizando portanto

    datas diferentes de execução ;

    • Os quantitativos devem servir de base para o planejamento de compra de

    insumos;

    • Serviços compostos de sub-serviços, devem seguir o nível de

    detalhamento dos sub-serviços. Por exemplo, o serviço de estrutura de concreto

    é composto de concreto, forma e aço, devendo assim ser detalhado. Sendo

    ainda mais específico e detalhista, as formas devem ser detalhadas segundo as

    peças estruturais (pilares, vigas, lajes, etc.) e segundo o processo de confecção

    ou de aplicação de formas, valendo a mesma regra para o concreto e o aço;

    • As planilhas são instrumentos de controle e medição de obra, devendo

    para tanto possuir colunas reservadas o acompanhamento da evolução e das

    medições periódicas da obra, tanto em serviços executados com mão de obra

    direta como de empreiteiros;

    • No caso de empreiteiros, a planilha poder ser o fator gerador do

    faturamento dos serviços executados por parte dos empreiteiros, no final de um

    período;

    • O nível de detalhamento dos quantitativos tem influência decisiva sobre

    os resultados obtidos, ou seja, quanto maior o nível de detalhes melhores serão

    os resultados obtidos;

    • Etc.;

    5.1 – Limpeza do Terreno

    Todo terreno onde será construída uma obra, deverá ser limpo, manual ou mecanicamente. A medida a ser considerada deverá contemplar no mínimo a área a ser edificada. Porem, na maioria dos casos, esta obra ocupa apenas parte do terreno, sendo o restante do mesmo usado como canteiro de obras e/ou depósitos. Portanto devemos considerar o total do terreno para limpeza.

    5.2 – Volumes de Escavação de Subsolos

    Normalmente é calculado pelo produto da área de ocupação do subsolo pelo pé direito enterrado do mesmo. Porem duas situações específicas podem influenciar o cálculo, são elas: ! Edificações Vizinhas: neste caso as escavações sofrem a interferência das divisas

    de terreno, devendo prever taludes inclinados, com ângulos de aproximadamente

    60º. Estes taludes inclinados serão removidos, a medida que forem sendo

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    17

    executadas as cortinas de contenção, podendo ser reaterrados no piso do sub-

    solo, ou removidos, influenciando o cálculo do volume escavado;

    ! Tipo de Fundações: em algumas situações (sapatas, tubulões, blocos e outros), o

    volume escavado precisa ser necessariamente reaproveitado, em face à

    dificuldade de sua remoção;

    ! Em ambos os casos, o volume sofre o processo de empolamento;

    5.3 – Fundações

    Normalmente esta quantificação já se encontrava especificada em projeto, tanto para volumes de escavação, concreto e pedra, quanto para a armação necessária.

    Caso se faça necessário o levantamento, usamos fórmulas matemáticas para obtenção de volumes de cilindros (fustes) e troncos de cone (base).

    É importante lembrar que, como neste cálculo, o volume é considerado na caixa, o seu reaproveitamento implica num aumento do mesmo, da ordem de 30%, ou seja, se fossemos colocar a terra escavada de volta ao tubulão, haveria uma sobra considerável devido ao fenômeno do empolamento.

    5.4 – Estrutura

    Este levantamento tem como objetivo, obter as quantidades de aço, formas e concreto.

    5.4.1 – Aço

    Através do quadro resumo dos projetos de estrutura, separamos as quantidades de aço por tipo (CA50, CA60, etc), por bitola (6.3mm, 8.0mm, etc.), preferencialmente, por pavimento (caso das edificações verticais), ou por etapas, separando também vigas, pilares, lajes e fundações, o que facilita a programação de cortes, compras e tarefas.

    É importante verificar se os quadros resumo são fiéis aos respectivos detalhes da prancha do projeto em questão. Resumindo, confira por amostragem, principalmente escadas e pilares.

    Certifique-se, quanto as previsões de perdas em função dos cortes (10%) e se o índice de quilos por metro, para cada bitola, estão coerentes.

    5.4.2 - Formas

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    18

    Pilares – É a soma das áreas das superfícies laterais do mesmo (pé direito x altura). O pé direito é medido até o fundo da viga ou da laje (caso específico), o que facilita o cálculo de formas das vigas.

    Vigas – Calculado multiplicando-se o comprimento das mesmas pela altura de seus painéis laterais, acrescidos da área do fundo. O comprimento das vigas é determinado de face a face dos pilares ou eixo a eixo, dependendo do critério de medida adotado. No caso de cruzamento de vigas, uma delas deve ser medida apenas até a face interna da outra. Para facilitar podemos pré-determinar um sentido para assim diferenciá-las.

    A altura dos painéis laterais de vigas onde se apoiam lajes, é calculada pela altura nominal da referida viga (projeto), menos a espessura das lajes.

    As vigas periféricas ou extremas, possuem o painel externo mais alto que o interno, pois as mesmas só recebem laje de um dos lados, portanto, externamente medida nominal, internamente medida nominal menos a espessura da laje.

    As vigas isoladas, ou seja, que não recebem lajes, a medida dos painéis laterais é sempre a nominal.

    Lajes – É a área compreendida entre as faces internas das vigas de contorno.

    5.4.3 – Concreto (Anexo 3)

    Pilares – Produto das dimensões laterais dos mesmos, vezes o pé direito. Vigas – Comprimento vezes a altura nominal, vezes a largura. Lajes – Produto da área, calculada anteriormente, pela espessura da mesma.

    Estes cálculos devem ser feitos por pavimentos em separado, e por tipo de materiais tais como, formas de tábua, compensado comum ou plastificado (forma aparente).

    5.5 - Alvenaria Deve ser feita por parede, multiplicando-se o comprimento da mesma pela

    altura (pé-direito). Esta altura pode ser de piso a fundo de viga ou fundo de laje conforme a

    localização da parede. Em caso de haver marcação de alvenaria, a primeira fiada deve ser descontada na área da parede.

    Descontar todos os vãos (janelas, portas, etc.). Deve-se ter atenção para as paredes divisórias de ambientes, para que não sejam levantadas em dobro.

    Preferencialmente, enumere as paredes, obedecendo às numerações das vigas do projeto de estrutura.

    Separar as paredes por material e por espessura. Nesta mesma planilha levanta-se o aperto (acunhamento).

    5.6 – Acabamentos Internos, Acabamento externos

    Nesta planilha, aproveitamos todos os dados, para os cálculos simultâneos de pisos, tetos, paredes, rodapés e soleiras.

    Para os revestimentos de paredes (chapiscos, emboço , reboco e revestimento cerâmico), devemos descontar todos os vãos maiores ou iguais a 01 (um) M2.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    19

    Separe os revestimentos de teto, paredes internas e externas. Revestimentos de fachada, em obras verticais, executados em balancinho ou andaimes fechadeiros, merecem maior cuidado no orçamento.

    Soleiras e Rodapés, são medidos por metro linear. Nos encontros da alvenaria com a estrutura antes do revestimento, são

    aplicadas telas de estuque, para prevenção de trincas, devendo ser levantadas por metro linear, com largura em torno de 20 cm.

    Nas tubulações de prumadas, também são aplicadas as mesmas telas, para fixar os tubos, aplicando massa forte, facilitando a sua aderência às alvenarias e aos demais revestimentos (a largura da tela depende da prumada).

    Os revestimentos cerâmicos devem ser separados por tipo do produto, tamanho e acabamento.

    5.7 – Esquadrias

    Nesta etapa, faz-se necessário uma diferenciação minuciosa, sob os seguintes aspectos:

    5.7.1 – Portas e Janelas. 5.7.2 – Qual o tipo do material (metal, madeira, alumínio ou PVC)? 5.7.3 – Qual o tipo e espessura do vidro? 5.7.4 – Recebe pintura? 5.7.5 – Vergas ou Contra-vergas.

    No caso de portas de madeira, devemos levantá-las por unidade ou por M2, juntamente com as ferragens. As esquadrias de alumínio ou de ferro, quantificadas por M2.

    Vidros são quantificados na mesma área das esquadrias que os recebem, quando toda a área de esquadria recebe vidro, em outros casos deve-se levantar apenas o vão que recebe o vidro.

    Vergas / Contra-vergas são levantadas por metro linear.

    5.8 – Tratamentos

    Separar por tipo de Impermeabilizantes, calculando a área a ser tratada. Para as mantas aplicadas em floreiras, lajes, caixas e outros locais, as mesmas deverão ser aplicadas na horizontal e vertical, nos encontros com paredes ou pilares, por exemplo.

    5.9 – Telhados

    Quantificado pela área da projeção horizontal a ser coberta, separando-se por tipo de telha, inclinação, e se a estrutura de apoio é metálica ou de madeira.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    20

    5.10 – Pintura

    Quantificar a massa PVA e a pintura separadamente, estando atentos para o tipo de pintura (óleo, esmalte, acrílica, p.v.a), local de aplicação (parede, teto, interna ou externa) e se haverá a aplicação de liquibrilho.

    As planilhas de alvenaria e de acabamentos internos e externos, fornecem as áreas para a quantificação destes serviços.

    Para as esquadrias que recebem pintura, ou qualquer outro tipo de tratamento, as respectivas áreas são encontradas na planilha específica de esquadrias.

    5.11 – Louças, Metais, Interruptores e Tomadas

    Quantificados por unidade, tipo, modelo, locais de aplicação, etc.

    5.12 – Instalações

    5.12.1 – Elétricas

    Quantificar pelo projeto em escala, separadamente por pavimentos ou aptos, separando as prumadas e os fechamentos de quadros.

    No levantamento da fiação separar as que passem pelo piso, parede e teto, não se esquecendo dos acréscimos (+ 20 cm por perna) para fechamento nas caixas de tomadas, interruptores e luminárias, deixando para os quadros pelo menos 50 cm por perna.

    Separar os acessórios da área de uso comum e dos apartamentos, por tipo e função.

    5.12.2 – Hidráulicas, Sanitárias e Incêndio

    Os bons projetos, já fornecem uma listagem de materiais por pavimento, onde são quantificados as tubulações, conexões e registros por tipo de Instalações, Materiais e Aplicação.

    Caso não sejam fornecidas, o levantamento obedece o mesmo padrão especificado para Instalações Elétricas.

    5.13 – Gesso:

    Quantificados na planilha de acabamentos internos, especificamente nos

    revestimentos de tetos.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    21

    6 - COMPOSIÇÕES DE CUSTO

    Numa composição é que encontramos os insumos necessários à execução de um determinado serviço, com seus respectivos consumos por unidade produzida.

    Após a coleta dos preços destes insumos, aplicamos os mesmos à composição em questão, obtendo o preço unitário deste serviço.

    A composição nos permite avaliar, primeiramente, o gasto de um determinado material ou mão de obra, para uma quantidade específica de serviço.

    O confronto entre os consumos propostos por uma composição e os índices coletados no canteiro de obras, provoca a reavaliação dos orçamentos e de nossas composições, propiciando sempre uma aproximação cada vez mais fiel entre o orçado e o realizado em uma obra.

    Para cada serviço de uma obra deve existir uma composição de custos específica, que retrate o mais fielmente possível a sua execução no canteiro de obras. Porem nem sempre encontramos, nos softwares existentes no mercado, todas as composições que necessitamos, devendo em alguns casos serem criadas novas composições que atendam as particularidades de cada orçamento.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    22

    Exemplo de uma composição:

    Forma Convencional Resinado 12 mm. M2 1,0 R$ 28,19

    Item Unid. Quant. Custo Unitário

    Custo Total

    %

    Servente hs 0,250 0,60 0,15 0,530 Carpinteiro hs 1.200 1,28 1,54 5,460 Tábua 2,5 x 30,0 cm (terceira m 3.200 1,20 3,84 13,620Pontalete Pinho 7,5 x 5,5 (de terceiro) m 7.600 0,80 6,08 21,570Madeira Comp. Resinada 12 mm M² 1.150 12,49 14,36 50,930Prego 15 x 15 KG 0,50 1,05 0,525 1,860 Prego 17 x 21 KG 0,100 1,05 0,05 0,370 DESMOLDANTE LT 0,010 3,35 0,033 0,120 LEIS SOCIAIS % 92,6 1,56 5,540 Total da Composição R$ 28,19

    7 – CONCLUSÃO:

    Ressaltamos a importância do uso de planilhas, visando obter uma perfeita organização dos dados, não se esquecendo que as mesmas serão instrumentos de planejamento, medições e controles, durante a execução da obra. Esta metodologia facilita o manuseio, a pesquisa e o entendimento dos dados por parte da equipe de obra, que raramente é a mesma que orça.

    O retorno de informações (feed-back), a experiência de canteiro, é fundamental para a orçamentação. Os orçamentistas devem manter constantemente o contato com a obra, buscando retorno e aperfeiçoamento de seu trabalho. Trancados em uma sala, seus trabalhos serão desconexos com a realidade e sem sentido prático.

    O detalhamento e organização dos dados são fundamentais para a perfeita execução do planejamento físico e financeiro. Qualquer critério adotado, no momento do orçamento, deve ser oficializado, para facilitar o trabalho dos demais profissionais que tiverem contato com os dados armazenados.

    Finalizando, um orçamento nunca é uma verdade absoluta, e nunca se tornará estanque. Ao contrário, deverá ser considerado como uma ferramenta dinâmica e com necessidade de constantes atualizações, tanto em função do tempo, das conjunturas econômicas, quanto das possíveis alterações que o empreendimento possa sofrer.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    23

    PLANEJAMENTO DE OBRAS

    1. DEFINIÇÕES

    1.1 – É o estabelecimento de uma seqüência lógica, entre as diversas etapas ou fases

    de execução de um empreendimento, definindo o que, quando e como fazer.

    1.2 - É o estudo detalhado de uma obra, em função de um intervalo de tempo,

    partindo-se de um orçamento base.

    “A função do planejamento prévio é a de planejar os trabalhos da obra antes de

    seu início, de tal forma que sejam escolhidos os métodos construtivos e os meios

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    24

    de produção mais adequados e estes sejam coordenados entre si, considerando-

    se todo quadro de condicionantes internos e externos à empresa. O objetivo deste

    planejamento é obter o maior rendimento possível com custos de execução os

    menores possíveis.” (Fritz Gehbauer et all, 2002, p. 271)

    2. CONSIDERAÇÕES

    2.1 - O planejamento na verdade, se inicia bem antes do projeto, continua com este e depois deste. É o fator condicionante de todas as outras fases, distribuindo-se durante o tempo.

    2.2 - Nesse intervalo de tempo, podemos propor o andamento da obra, o

    caminhamento lógico e crítico dos serviços, dimensionando a equipe de operários e os suprimentos, em subintervalos pré-determinados.

    2.3 - Como resultado desta programação, pode-se obter um cronograma de

    desembolso financeiro, que comparado a uma dotação orçamentária prévia, gera as possíveis variantes do planejado, ou os replanejamentos.

    2.4 - Este estudo tem como principais características a flexibilidade e a riqueza de

    dados que resultam do mesmo. Quanto mais detalhado, maior será a clareza das informações e a sua proximidade com o real.

    Segundo Fritz (2002) o planejamento pode ser subdividido em:

    • Planejamento dos métodos de execução:

    o Métodos construtivos, técnica empregada, custos; • Planejamento físico da obra:

    o Cronograma detalhado; • Planejamento dos recursos operacionais e financeiros:

    o Mão-de-obra, materiais, máquinas e equipamentos, em níveis físicos e financeiros;

    • Planejamento do canteiro de obras.

    3. FATORES IMPORTANTES DE DEFINIÇÃO

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    25

    3.1 – Prazo da Obra ;

    3.2 - Índices de Produtividade;

    3.3 - Equipe Disponível ou Necessária;

    3.4 - Quantitativo de Serviços;

    3.5 – Dotação Orçamentária;

    4. CRONOGRAMA FÍSICO Partindo-se sempre de uma hipótese (planejamento ideal), em que não existam

    limites de dotação orçamentária, o primeiro e mais importante passo é definir o prazo de execução da obra, propondo então um cronograma físico, raiz de todas as informações subseqüentes.

    Dentre os tipos de cronogramas físicos mais conhecidos, podemos citar:

    • Cronograma de Barras Horizontais (Gant);

    • Pert/CPM e/ou Project;

    • Cronograma de Barras Inclinadas (linha de balanço).

    4.1 Cronograma de barras horizontais Largamente utilizado propõe a distribuição das etapas de serviço, ao longo do

    tempo, marcados de maneira linear em retas paralelas e horizontais. É indicado para obras de pequena complexidade, pois a visualização da interdependência dos serviços fica prejudicada para obras maiores e diversificadas.

    ITEM ATIVIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

    1.0.0 Estrutura do 8º Pavimento

    1.1.0 Pilares

    1.1.1 Planta de eixos

    1.1.2 Armação

    1.1.3 Formas

    1.1.4 Concreto

    1.1.5 Desmontagem das formas

    1.2.0 Vigas e Lajes

    1.2.1 Desmontagem das formas do pavimento inferior

    1.2.2 Formas

    1.2.3 Armação

    1.2.4 Concretagem

    Agosto / xx

    4.2 PERT / CPM

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    26

    PERT - Program Evaluation And Reviem Tecnique, (Técnica de Avaliação e Revisão das Técnicas), CPM – Critical Path Method (Método do Caminho Crítico), pode ser aplicado a qualquer tipo de obra, com maiores vantagens para obras de grande porte. A sua complexidade exige maior especialização e tempo para sua elaboração. Como no modelo brasileiro da construção civil o tempo é sempre escasso, a sua aplicação é pequena e pouca difundida, apesar de ser um excelente método.

    O diagrama PERT / CPM tem como um de seus princípios básicos a definição das atividades, sejam elas antecessoras, sucessoras ou paralelas de cada serviço ou atividade. Assim sendo, este modelo se caracteriza por ser um método de planejamento, replanejamento e de avaliação do progresso das atividades ou serviços, proporcionando uma estrutura lógica de tarefas a serem executadas, suas interdependências e durações ao longo do tempo.

    Os passos que precedem a montagem da rede PERT / CPM são:

    • Execução da lista das atividades que serão executadas na obra; • Montagem da seqüência lógica das atividades; • Considerar as interdependências das atividades; • Calcular o tempo necessário para a execução de cada atividade.

    Os principais elementos que formam a rede são representados pelas

    Atividades e pelos Eventos, sendo:

    • Atividade – Graficamente representadas por linhas orientadas e significam a execução de uma tarefa, consumindo tempo e recursos;

    • Evento – Graficamente representados por círculos ou nós e significam o instante inicial ou final de uma ou mais atividades, não consumindo recursos ou tempo;

    A sua representação gráfica pode ser assim demonstrada:

    3 E

    stru

    tura

    9

    4 In

    st. E

    mbu

    tidas

    9

    3 66

    4 1515

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    27

    Onde:

    • D – Duração do evento; • TCi – Tempo Cedo do Início é o tempo necessário para se iniciar uma atividade,

    considerando que não houve atrasos imprevistos nas atividades antecedentes;

    • TCj – Tempo Cedo do Término é o tempo necessário para se concluir uma atividade, considerando que não houve atrasos imprevistos nas atividades antecedentes, nem houve atrasos na atividade em consideração;

    • TTi – Tempo Tarde do Início é a data limite de início da atividade, considerando

    as folgas existentes.Qualquer atraso no término da atividade após o Tempo Tarde de Início desta atividade vai atrasar o projeto, mesmo que esta duração e as demais sejam obedecidas;

    • TTj – Tempo Tarde de Término é a data limite de término da atividade,

    considerando as folgas existentes.Um atraso no Tempo Tarde de Início pode ser

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    28

    compensado com a redução da duração da atividade, porem um atraso no Tempo Tarde de Término provoca um atraso no projeto, que poderá ou não ser corrigido com as compensações das atividades sucessoras;

    TCi TCj T Ti T Tj

    DURAÇÃO DA ATIVIDADE

    FOLGA FOLGA

    4.3 MS Project Aplicativo da Microsoft, para elaboração de projetos e cronogramas,

    caracterizando-se por ser uma excelente ferramenta de gerenciamento, planejamento, controle e de atualização de informações. Trabalha as datas, tarefas, vínculos, interdependência de tarefas e recursos, a serem alocados para o perfeito andamento do empreendimento. Permite o acompanhamento do planejado com a fase atual do empreendimento, detectando as divergências para que possam ser solucionadas. Usa os princípios do PERT-CPM. 4.4 Cronograma de Barras Inclinadas (L.O.B - line of balance)

    É uma especialização das barras horizontais. Trabalha com barras inclinadas em relação à linha do tempo (eixo x), e de quantidades (eixo y). Este modelo por sua agilidade, flexibilidade e rapidez de execução, adequa-se melhor a nossa realidade, além de propiciar uma excelente visualização da interdependência dos serviços. Sua aplicação é ideal para obras repetitivas.

    As etapas de serviços são determinadas por retas inclinadas em relação aos eixo x (tempo) e eixo y (quant.), onde o ângulo em relação ao eixo x determina a velocidade de execução dos serviços (ritmo), ou seja:

    - Quanto maior o ângulo em relação à X, menor o tempo de execução, maior a velocidade ou ritmo;

    - Quanto menor o ângulo em relação à X, maior o tempo de execução, menor a velocidade ou o ritmo.

    Para facilitar o entendimento faremos sempre comparações com um plano cartesiano (eixo X e Y)

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    29

    O início de todos os serviços ou etapas, ponto de partida de uma reta, tem como coordenadas:

    X 0 = uma data definida pelo planejamento

    Y 0 = zero (pois não existe quantidade executada) O término de uma etapa, ponto final de uma reta, tem como coordenadas:

    X 1= data limite para execução da etapa (= X 0 + prazo da etapa)

    Y 1 = quantidade total da etapa ou serviço

    Mas como calcular cada um destes pontos? O ponto inicial fica a critério do planejamento, de acordo com o contrato da obra ou definição da empresa, para a data de início da mesma, devendo também respeitar o intervalo mínimo de tempo entre o término de uma etapa e o início de outra.

    A quantidade total de um serviço é fornecida pelo levantamento de quantitativos, executado no momento que antecede a orçamentação.

    A data final é obtida através da seguinte equação:

    onde:

    P = prazo para execução dos serviços Q = quantidade total dos serviços I = índice de produtividade de um operário N = nº de operários disponíveis para realizar o serviço

    As datas limites então:

    onde:

    P = Q x ( I / N )

    DL = Di + P

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    30

    DI = data limite de serviço Di = data inicial do serviço P = prazo para a execução do serviço

    As datas limites acumuladas não podem exceder o prazo final da obra. O que

    determina e pode variar uma data limite, é o binômio da produtividade e do número de operários disponíveis.

    Os índices de produtividade são obtidos através de médias históricas de produções dos operários nas obras, em cada frente de serviço, cabendo a cada empresa montar o seu banco de dados.

    Normalmente, a primeira reta é que determina como se posicionarão as demais, dentro do caminhamento lógico dos serviços.

    Para uma edificação vertical, por exemplo, iniciamos pela estrutura da obra, sem no entanto, nos esquecermos das escavações e fundações, que por serem executadas em prazos relativamente curtos, podem aparecer representadas por pequenas retas horizontais. Neste caso o eixo Y representará os pavimentos da edificação.

    Para um conjunto habitacional, as escavações e fundações aparecem em retas inclinadas. No eixo Y o nº de casas. Caso o número de casas seja muito grande, devemos dividir o conjunto em quadras menores e iguais, confeccionando um cronograma para 01 (uma) quadra, repetindo-o para as demais quadras (desde que o número de casas por quadra e as casas sejam iguais), porém com datas de início e término diferentes.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    31

    6

    5

    4

    3

    2

    1

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

    Estrutura

    Alvenaria

    Chapisco

    Reboco

    Azulejo

    Mês 3 Mês 4 Mês 9 Mês 10

    LAJE

    S

    PRAZO

    Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8Mês 1 Mês 2

    5 CRONOGRAMA FINANCEIRO OU DE DESEMBOLSO

    Nasce em função de um cronograma físico e da disponibilidade financeira da empresa, para um empreendimento específico. Quando abordamos o tema cronograma financeiro, devemos mostrar claramente a diferença entre Receitas e Despesas, porém ressaltamos a importância da análise sempre conjunta dos mesmos, no sentido de viabilizar economicamente o empreendimento.

    O cronograma de receitas é determinado por algumas variáveis, tais como: A – Valor da Obra (venda, ou contrato de empreitada); B – Forma de Pagamento (prazo e reajuste); C – Disponibilidade de Caixa da Empresa etc.

    No entanto, definidos os custos e prazo do empreendimento, a programação ou

    obtenção da receita deve satisfazer a um fluxo de caixa, preferencialmente positivo (Receita – Despesa > 0).

    Para agilidade do processo, o primeiro passo seria a obtenção dos custos do empreendimento ao longo do prazo da execução do mesmo, que pode vir através de relatórios dos softwares de orçamento (informática) ou pelo cálculo manual.

    Daremos um exemplo do caminho mais árduo, executado manualmente. Supondo que em 01 (um) mês qualquer, fosse necessário ao cumprimento do cronograma físico, executarmos:

    A – 100 m² de alvenaria, tijolo furado ½ vez

    B – 50 m² de chapisco interno

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    32

    Usaríamos para o cálculo das despesas as composições de custo, base do orçamento da obra, aqui descritas:

    Cálculos dos Custos da Alvenaria:

    SERVENTE 0.40 h/m² 0.69 R$/h Pedreiro 0.52 h/m² 0.90 R$/h Operador Bet. 0.010 h/m² 0.72 R$/h Cimento 1.02 Kg/m² 0.12 R$/Kg CAL HIDRATADA 1.196 Kg/m² 0.09 R$/Kg Areia média 0.011 m³/m² 12.00 R$/m³ Tijolo furado 10x20x20 24 Un/m² 0.10 R$/m² Leis sociais 92.6%

    Cálculo dos Custos do Chapisco Interno:

    SERVENTE 0.03 h/m² 0.69 R$/h Pedreiro 0.03 h/m² 0.90 R$/h Operador Bet. 0.04 h/m² 0.72 R$/h Cimento 2,24Kg/m² 0.12 R$/Kg Areia média 0.06 m³/m² 12.00 R$/m³ Leis sociais 92.6%

    Nestes exemplos teríamos os custos para mão-de-obra, encargos e materiais,

    calculados distintamente dando o seguinte resultado:

    M. O = R$ MAT = R$ L. S = R$ Total Parcial = R$

    Chamamos de total parcial, pois ao mesmo precisam ser acrescidos os custos fixos de administração da obra, equipamentos e ferramentas, consumos (energia elétrica, água, telefone, material de escritório, etc), refeições, transportes, etc. que podem ser obtidos da mesma forma com base em suas composições unitárias.

    Caso tenhamos o limite de dotação orçamentária para o mês corrente (muito comum hoje), traçamos o processo inverso, para assim obtermos qual a quantidade possível de serviços e frentes a serem atacadas, dentro desta limitação, priorizando o caminhamento crítico destes serviços.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    33

    6 CONTROLE FINANCEIRO

    Visa manter, sob estreita observação, o movimento financeiro do empreendimento, apurando a entrada de receitas e o desembolso, mês a mês.

    Este acompanhamento permite obter o equilíbrio financeiro desejado, mantendo uma velocidade de desembolso coerente com a entrada de receita, programando e executando um fluxo ideal.

    Um cronograma financeiro bem elaborado, se não for bem executado e controlado, ou seja, buscando variantes de fluxo, apropriando corretamente os custos, inclusive por tipo de custos, o prejuízo será certo. Atualmente as margens de lucro são extremamente pequenas, não permitindo incompetência, gastos desnecessários e fora de hora (Just in Time).

    Este processo deve ser necessariamente informatizado, separado por empreendimento e por custos diferentes, dado à sua extrema importância no resultado final à sua complexidade e à enorme gama de dados a apropriar.

    Dentre destes custos é essencial que se separem os de origem os de origem direta (obra propriamente dita), dos indiretos (taxas, impostos, rateio, etc), para obtenção de custos reais de construção efetiva e de índices de gastos para se manter a estrutura de apoio indispensável a execução do empreendimento.

    Tornam-se imprescindíveis duas ferramentas de trabalho: o fluxo de caixa para cada empreendimento (se possível por centro de custos) e o cronograma detalhado de compras, contendo datas de fechamento dos negócios e entregas nas obras.

    7 DIMENSIONAMENTO DE EQUIPE

    Está intimamente ligado ao cálculo das datas limites de cada etapa de serviço (item 5), podendo ser executado em duas linhas de raciocínio, tendo como base as composições unitárias ou os índices médios de produtividade.

    No primeiro caso, teremos uma previsão de equipe baseada no orçamento proposto. Já no segundo, a equipe dimensionada será o espelho da necessidade real da obra, desde que os índices de produção sejam confiáveis.

    A comparação entre os mesmos, nos permite corrigir as nossas composições, evitando-se erros futuros, no cálculo da mão-de-obra e encargos dos orçamentos.

    Para tanto devemos ter claro o conceito de horas efetivas trabalhadas, que difere do conceito sindical de 220 horas mês, onde são incluídos descansos remunerados.

    As horas efetivamente trabalhadas em um mês, são aqui demonstradas: - horas trabalhadas por semana 44 h - semanas por mês 4,28 - horas efetivas no mês = 44 x 4,28 = 188h/mês.

    Mas como fazê-lo? Tomemos como referência o seguinte exemplo: Calcule a equipe necessária para executar: 5.000 m² de alvenaria de tijolo furado ½ vez, em três meses (jan, fev, mar).

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    34

    3.000 m² de azulejo (20x20) em argamassa especial, em quatro meses (mar, abr, mai, jun). 7.000 m² de textura externa, em balancinho em três meses (mai, jun, jul). 400 Un de portas (completas), em um mês (mai).

    A – Pelas composições temos os seguintes índices de consumo:

    - Alvenaria tijolo furado de ½ vez:

    * Pedreiro = 0.52 h/m², servente = 0.40 h/m²;

    - Azulejo (20x20) em argamassa especial:

    * azulejista = 0.40 h/m², servente = 0.40 h/m²;

    - Textura externa em balancinho:

    * pintor = 0.20 h/m²;

    - Assentamento de portas:

    * servente = 1.80 h/un, pedreiro 1.80 h/un, marceneiro = 1.00 h/un + 1,30 h/un;

    Cálculos:

    SERVIÇO Quantidade Prazo (h) Índice Dimensionamento Alvenaria 5.000 m² 3 x 188 Pedreiro 0,52 h/un

    Servente0,40 h/un

    5,0 Pedreiros 4,0 Serventes

    Azulejo 3.000 m² 4 x 188 Pedreiro 0,40 h/unServente0,40 h/un

    2,0 Pedreiros 2,0 Serventes

    Textura 7.000 m² 3 x 188 Pintor 0,20 h/m²

    3,0 Pintores

    Portas 400 Un 1 x 188 Pedreiro 1,80 h/unServente1,80 h/unMarcen 2,30 h/un

    4,0 Pedreiros 4,0 Serventes 5,0 Marceneiros

    Equação: N = Q x I/P, onde:

    N = nº de operários

    Q = quantidade de serviço

    I = índice de produtividade

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    35

    P = prazo em horas

    B– Pelos Índices Médios de Produtividade temos:

    - Alvenaria tijolo furado ½ vez:

    * pedreiro = 0,33 h/m² (inclusive vergas);

    - Azulejo (20x20) em argamassa especial

    * pedreiro = 0,45 h/m²;

    - Textura externa em balancinho

    * pintor = 0,18 h/m² (inclusive selador);

    - Assentamento de portas

    * pedreiro = 1,24 h/un, marceneiro 2,24 h/um (inclusive alizar e fechadura);

    Cálculos:

    Serviço Quantidade

    Prazo (h) Índices Dimensionamento

    Alvenaria 5.000 m² 3 x 188 Pedreiro 0,33 h/m²

    3,00 Pedreiros

    Azulejos 3.000 m² 4 x 188 Azulejista 0,45 h/m²

    2,0 Azulejistas

    Textura 7.000 m² 3 x 188 Pintor 0,18 h/m²

    2,0 Pintores

    Portas 400 m² 1 x 188 Pedreiro 1,24 h/un

    3,0 Pedreiros

    C– Comparando os cálculos

    Dimensionamento:

    Serviço Função Por Composição Por Produtividade

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    36

    ALVENARIA Pedreiro Servente

    5,0 Pedreiros 4,0 Serventes

    3,0 Pedreiros 2,0 Serventes

    Azulejo Pedreiro SERVENTE

    2,0 Pedreiros 2,0 Serventes

    2,0 Pedreiros 1,0 Serventes

    Textura Pintor 3,0 Pintores

    2,0 Pintores

    Portas Pedreiro Servente Marceneiro

    4,0 Pedreiros 4,0 Serventes 3,0 Marceneiros

    3,0 Pedreiros 2,0 Serventes 5,0 Marceneiros

    A composição acima, mostra que o dimensionamento por produtividade espelha um resultado bem mais próximo da realidade, com equipes mais enxutas, efetivamente melhor distribuídas.

    No caso dos serventes, devemos alocar os profissionais, de uma mesma frente de serviços (exemplo: Alvenaria), trabalhando sempre próximos, de modo que 1 (um) servente atenda a pelo menos dois profissionais de uma só vez, sempre que possível.

    D– Cronograma de Equipes

    Meses Funções

    jan Fev mar abr mai jun jul

    Pedreiro 3,0 3,0 3,0 3,0

    Servente 3,0 3,0 3,0 2,0

    Pintor 2,0 2,0 2,0

    Marceneiro 5,0

    Azulejista 2,0 2,0 2,0 2,0

    Total efetivo 6,0 6,0 8,0 2,0 14,0 4,0 2,0 Percebemos que os serviços foram mal programados em suas datas, pois no

    mês de abril seriam necessários apenas 2 (dois) operários, e já no mês seguinte um efetivo de 14 (quatorze) elementos.

    Se seguirmos a risca este cronograma, demitiríamos 3 (três) pedreiros em março e recontrataríamos em maio, o que demonstra uma total incoerência, onerando as leis sociais com verbas rescisórias. No entanto para se evitar um problema, pode-se criar outro de ordem técnica e física, levando-se em conta a lógica de execução dos serviços.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    37

    Portanto, o ideal para um cronograma de pessoal é atender às exigências físicas da obra sem comprometer o desembolso, bastando para isso uma coerência de datas de início e término de serviços que necessitem do mesmo tipo de profissional, visando a sua utilização pelo maior tempo possível.

    Um bom planejamento de pessoal, deve prever o aproveitamento de uma equipe, ao término de uma frente de serviço em uma obra, para o início da mesma em outra. Isto evita, ou diminui, sensivelmente a rotatividade, assim como permite a obtenção de equipes bem treinadas e comprometidas com os resultados.

    8 CÁLCULOS DE TAREFAS

    A tarefa é caracterizada, quando uma frente de serviço é designada, ou contratada, a um operário ou a uma equipe, por um preço global a ser pago pela mesma, quando do ser término. Neste preço devem estar inclusas as horas normais e extras trabalhadas, os descansos remunerados e os saldos de produção.

    A sua aplicação visa estimular a produção pois, ao término de uma tarefa, o valor acertado estará garantido ao operário, independente do tempo gasto.

    O estímulo à produção deve estar sempre vinculado à manutenção da qualidade, um dos maiores riscos de perdas nesta modalidade de trabalho. Portanto, um dos parâmetros de recebimento de uma tarefa concluída é necessariamente a qualidade do serviço pronto, dentre outras, como por exemplo: ! Terminalidade do serviço; ! Retirada e guarda da sobra de material; ! Limpeza e guarda de ferramentas/equipamentos; ! Limpeza do local de trabalho; ! Uso constante do equipamento de segurança, etc.

    Por lei, caso o valor da produção de uma tarefa, dentro de um mês específico,

    seja menor que o salário do operário envolvido, é garantido ao mesmo este último. Existem procedimentos a serem adotados na negociação de uma tarefa, que

    selam a garantia de sucesso da mesma. São eles: A – A explicação clara, objetiva e detalhada do padrão, tipo e qualidade do serviço a ser executado. Enquanto existir a menor dúvida, o processo deve ser repetido, se preciso à exaustão; B – A anotação diária das horas em que o operário está envolvido no cumprimento da tarefa; C – A observação rigorosa dos critérios de recebimento das tarefas; D – A elaboração de um formulário simples, porém completo, que contenha os dados acima, campo para assinatura do operário, cálculo da produtividade, quantidade de serviço e observações gerais. Todo o cálculo de uma tarefa é baseado em variáveis de suma importância:

    Índices de Produtividade, Salário de Mercado e Hora Efetiva de Trabalho, já demonstrado anteriormente.

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    38

    Com estes conceitos definidos, vamos calcular a tarefa de confecção e montagem de 1.000 m² de forma, laje tipo, no prazo de 15 (quinze) dias.

    ! índice de produtividade confecção = 0,65 h/m² ! índice de produtividade montagem = 0,33 h/m²

    Calculando: - confecção: 1.000 m² x 0,65 h/m² = 650h para 01 (um) homem como 01 (um) mês = 188h efetivas, 650h / 188h/mês = 3,45 meses para 01 (um) homem. - montagem: 1.000 m² x 0,33 h/m² = 330h para 01 (um) homem como 01 (um) mês = 188h efetivas, 330h / 188h/mês = 1,75 meses para 01 (um) homem. - total: 330h + 650h = 980h 980h / 188h/mês = 5,20 meses para 01 (um) homem como temos 15 (quinze) dias = 0,5 mês 5,20 meses/homem/0,5 mês = 10 (dez) carpinteiros - preço da tarefa: supondo um salário de mercado para carpinteiro de R$ 400,00/mês R$ 400,00 / 188h/mês = 2,13 R$/h (valor da hora efetiva) - somando-se 0,33h/m² + 0,65h/m² = 0,98h/m²: o valor do metro quadrado de forma é 0,98 x 2,13 = 2.087 R$/m² valor total 1.000 m² x 2,087 R$/m² = R$ 2.087,00 ou seja, R$ 703,00 para montagem e desforma R$ 1.384,00 para confecção ou ainda, R$ 208,70 por carpinteiro

    Uma tarefa nunca deve ser acertada em horas e sim em valor global (dinheiro).

    Assim estaremos criando um aspecto psicológico favorável quando mostramos um montante em dinheiro, não correndo o risco de termos o valor hora reajustado por um acordo de sindicatos, mudando o preço final da tarefa.

    9 TABELAS A X B X C GLOBAL E PARCIAIS

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    39

    Recurso obtido através dos programas de orçamento e planejamento. Nestas tabelas, são relacionados todos os insumos por grau de participação no custo da mesma.

    Esta ordenação explica a denominação de tabelas A x B x C, ou seja: Insumos A: aqueles de maior importância que, apesar de em menor número,

    representam, em geral, 80% (oitenta por cento) do custo de uma obra (engenheiro / empresa).

    Insumos B: grande número de insumos que, no entanto, representam apenas 15% (quinze por cento) do custo da obra (comprador).

    Insumos C: em número excessivamente grande, com participação em apenas 5% (cinco por cento) do custo da obra (apontador/almoxarife).

    A Tabela Global de uma edificação vertical, tem aproximadamente 15 (quinze)

    páginas. Destas apenas 2 (duas) representam algo em torno de 85% (oitenta e cinco por cento) dos custos de uma obra, onde estão incluídos 100 (cem) insumos, de um total de 750 (setecentos e cinqüenta).

    O nosso poder de fogo, de negociação, deve estar mais centrado nestas duas primeiras páginas. Não que devamos desprezar as demais, mas apenas concentrar os esforços no prato de balança de maior peso e consequentemente, com maior retorno em função do maior risco.

    Estes relatórios apresentam a quantidade total de consumo de cada item, o seu preço unitário orçado e a descrição do insumo, o que facilita sobremaneira a elaboração de um pedido de compra ou de uma coleta.

    No momento de processar estas tabelas, temos diversas opções de lay-out portanto várias formas de emiti-las. 9.1– Tabela A x B x C Global Geral

    9.2 – Tabela A x B x C Global Mensal

    9.3 – Tabela Global em ordem alfabética

    9.4 – Tabela A x B x C de mão-de-obra (geral e mensal)

    9.5 – Tabela A x B x C de materiais (geral e mensal)

    9.6 – Tabela A x B x C de empreiteiros (geral e mensal)

    9.7 – Tabela A x B x C de máquinas e ferramentas (geral e mensal)

    9.8 – Tabelas de classificação por centro de custos

    9.9 – Tabela A x B x C de despesas operacionais

    9.10 – Tabela A x B x C de outras despesas Para cada modelo, uma análise específica, dentro de períodos pré-

    estabelecidos, com uma gama de dados infindável, propiciando simulações das mais diversas, no transcorrer do empreendimento.

    A mão-de-obra, consequentemente as leis sociais normalmente mal controladas, aparecem sempre nas duas ou três primeiras páginas de uma tabela global. As leis sociais, na grande e imensa maioria das vezes, aparecem como o

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    40

    primeiro item (item A) da tabela, e quase nunca é objeto de um controle mais efetivo, assim como a categoria servente.

    Uma variação destas tabelas permite a emissão de cronogramas mensais de insumos, com quantidade por período e data de aplicação, permitindo a programação antecipada, facilitando o trabalho dos departamentos de compra, pessoal e contas a pagar, assim como serve de subsídio ao critério empresário a ser definido, afim de dotar a empresa dos recursos necessários à execução de um empreendimento.

    10 ANÁLISE DO PLANEJADO X EXECUTADO

    Esta etapa tem como objetivo o acompanhamento periódico (quinzenal ou mensal) do andamento do empreendimento, visando uma análise comparativa entre o planejado e executado.

    Esta análise, verifica a evolução tanto física quanto financeira da obra, nos fornecendo assim parâmetros reais em contrapartida ao previsto anteriormente. 10.1 – Medições da obra

    Este procedimento nos informa o percentual de obra pronta, como um todo ou por tipo de frente de serviço, sempre em relação ao quantitativo orçado inicialmente. Aqui temos tanto a evolução do cronograma físico, como o desembolso financeiro acumulado, este medido em relação ao orçamento inicial (Po).

    A medição pode ser feita em percentual ou por quantitativos realizados, sendo que a segunda opção é mais precisa.

    A ferramenta ideal para as medições são as planilhas de quantitativos, elaboradas no momento da orçamentação do empreendimento. 10.2 – Obra a realizar (obra nova)

    O orçamento inicial, possui as quantidades totais de serviços a realizar. Portanto se subtrairmos destes, as quantidades medidas, teremos como resultado, quais os serviços que faltam para a conclusão de obra. Estes podem ser reorçados a (Po) ou com preços atuais, gerando os custos para o término do empreendimento.

    10.3 – Novo cronograma

    Indicamos quais as datas de início e fim dos serviços restantes, o que implicará na geração de um novo cronograma físico e de desembolso financeiro. 10.4 – Dados comparativos

    Com os dados obtidos, nos procedimentos anteriores, partimos para a análise propriamente dita.

    Torna-se importante, a totalização dos gastos efetivamente realizados, feita através de um software de contas a pagar ou pagas, para compará-los com o valor orçado correspondente à medição efetuada (retroanálize).

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    41

    A checagem destes dados, mostra o histórico do empreendimento e define o ponto de partida para o replanejamento, oportunidade para as correções e alterações necessárias que permitem vislumbrar o resultado positivo.

    11 Sugestão de Fluxo de planejamento e Controle:

    OBRA NOVA

    ORÇAMENTO

    2

    MEDIR A OBRA

  • GESTÃO E GERENCIAMENTO DE OBRA

    42

  • ANEXO - Exemplo de Planilha de Cálculos de Tempos para PERT – CPM.

    DURAÇÃO TCi TCj TTi TTj PDI PDT FL UDT UDI FT( D ) (TCi + D ) (TTj - D) (TCi + 1 ) (PDI + D - 1) (TCj - PDT) (TTj) (UDT - D + 1) (UDT - PDT)

    1 1 Serv. Preliminares 2 0 2 0 2 1 2 0 2 1 02 2 Fundações 4 2 6 2 6 3 6 0 6 3 03 3 Estrutura 9 6 15 6 15 7 15 0 15 7 03 4 Inst. Embutidas na Estrutura 9 6 15 6 15 7 15 0 15 7 04 5 Chapisco 4 15 19 15 19 16 19 0 19 16 04 6 Cobertura 4 15 19 15 19 16 19 0 19 16 05 7 Vedações 9 19 28 19 28 20 28 0 28 20 06 8 Esq. de Madeira Caixilho 1 28 29 31 32 29 29 0 32 32 36 9 Esq. de Alumínio Caixilho 2 28 30 30 32 29 30 0 32 31 26 10 Inst. Elétrica Embut. Alven. 4 28 32 28 32 29 32 0 32 29 06 11 Inst. Hidro-Sanitárias 4 28 32 28 32 29 32 0 32 29 0

    D Duração da atividade, prazo requerido para se executar a atividade.TCi Menor data de ocorrência do evento inicial, desde que as atividades anteriores se desenvolvam nas durações previstas.TCj Menor data de ocorrência do evento final (fim da atividade).TTi Maior data em que o evento inicial pode ocorrer sem atrasar a conclusão do projeto.TTj Maior data em que o evento final pode ocorrer sem atrasar a conclusão do projeto.PDI Data em que a atividade pode ser iniciada, caso sejam obedecidas as durações estimadas de todas as atividades antecessoras.PDT Data de término de uma atividade, que se inicia em PDI, e sua duração estimadas seja obedecida.FL Folga disponível a uma atividade, sem prejudicar a PDI das atividades sucessoras.UDI Última data em que a atividade deve ser iniciada, sob pena de atrazo para o projeto como um todo.UDT Data de término de uma atividade, que se inicia em UDI, e sua duração estimadas seja obedecida.FT Folga disponível a uma atividade, sem prejudicar a UDI das atividades sucessoras.

    Evento ATIVIDADE SERVIÇOS

  • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CD - Sinduscon Goiás / D.T.C. - Modernização do Processo Construtivo – Sinduscon -GO, 2002. DAFICO, Dario A & MACHADO, Ricardo L. Planejamento e Controle de Obras com

    Modelo Ampliado da Linha de Balanço. Trabalho de disciplina apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC, 1995.

    FRITZ GEHBAUER...[ et al ]. Planejamento e gestão de obras: um exemplo prático da cooperação Brasil – Alemanha. Curitiba, CEFET – PR, 2002.

    HEINIECK, Luiz Fernando M.. Dados básicos para a programação de edifícios altos por linha de balanço. Congresso Técnico-Científico de Engenharia Civil. Florianópolis – SC, UFSC, 1996, Vol. 2, p. 167-173.

    ILMA SILVA...[ et al ]. Planejamento e Controle de Obras. Trabalho apresentado para conclusão de curso da Universidade Federal do Pará, como parte dos requisitos para Exame de Conclusão, Belém – PA, 1996.

    MENDES JR, Ricardo. Programação de produção da construção de edifícios de múltiplos pavimentos usando linha de balanço. Trabalho apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para Exame de Qualificação, Florianópolis – SC, Julho de 1998.

    NBR-12721 – Avaliação de Custos Unitários e Preparo de Orçamento para Incorporação de Edifícios em Condomínio – ABNT – 1992.

    SOUZA, R...[ et al ]. Qualidade na Aquisição de Materiais e Execução de Obras. São Paulo, PINI, 1996.

    TCPO – Tabela de Composições de Preços para Orçamentos. PINI, São Paulo.