CURSO DE ESPÍRITISMO - 1

download CURSO DE ESPÍRITISMO - 1

of 114

Transcript of CURSO DE ESPÍRITISMO - 1

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    1/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISASPSIQUICAS DE SANTOS

    ARMANDO BUENO DE CAMARGO.

    O universo comea a parecer mais um

    grande pensamento que uma grandemquina.

    Jean, Sr.Jams.

    CURSO DE ESPIRITISMOCENTRO ESPRITA BENEFICENTE 30 DE JULHO

    Av.Senador Feij 513 11015-505 VilaMatias

    1

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    2/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    CURSO DE ESPRITISMO

    APRESENTAO

    O Curso de Espiritismo tem como objetivo primeiro, orientarsobre os preceitos bsicos da Doutrina Esprita, para que o interessadotenha como base sempre a Codificao Kardequiana.

    Em cada captulo procurou-se dar maior nfase aos assuntostidos como polmicos, tanto nos aspecto cientficos, como tambm nosfilosficos ou morais. Portanto, no se trata de um curso de principiantetampouco superficial, mas, muito mais que isso, enfoca todos os assuntoscom profundidade e interesse que nos merece o Participante e a Doutrina.

    Se considerarmos o Espiritismo uma Cincia, no poderia serdiferente a Introduo Doutrina Esprita e esta proposta s se completacom nosso estmulo continuidade.

    Sociedade de Estudos e Pesquisa Psquica deSantos.

    2

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    3/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    HOMENAGEM

    Nossa homenagem a JACY REGIS, por sua firmeza e lealdadea Kardec, ao afirmar: ESPIRITISMO NO UMA RELIGIO.

    Seu nome deve figurar na galeria daqueles que formulam opensamento esprita moderno.

    Armando Bueno de Camargo.

    3

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    4/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    CURSO DE ESPIRITISMO

    Apresentao ..........................................................................................

    1- INTRODUO2- O QUE O ESPIRITISMO?2.1 Hydesville As irms Fox ano

    1848........................................... 032.2 As mesas girantes.......................................................................

    042.3 Allan Kardec - Biografia

    Codificao ......................................... 052.4 O que

    espiritismo ?................................................................... 08

    3- APRESENTAO DAS OBRAS DEKARDEC......................................... 09

    3.1 Livro Dos Espritos ...................................................................09

    3.2 Instrues Prticas sobre as ManifestaesEspritas ................... 10

    3.3 Revista Esprita ........................................................................10

    3.4 O que Espiritismo ...................................................................10

    3.5 Livro dos Mdiuns .....................................................................10

    3.6 O Espiritismo em sua Expresso maisSimples ............................. 11

    3.7 Evangelho Segundo oEspiritismo .............................................. 11

    4

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    5/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    3.8 O Cu e o Inferno ..................................................................11

    3.9 A Gnese .................................................................................12

    3.10 Observaes ..........................................................................13

    CURSO DE ESPIRITISMO

    1- INTRODUO:

    O advento do Espiritismo trouxe um novo paradigma social e noreligioso, como muitos tentam colocar. Por certo, no seria um, divisorde guas que Kardec planejou como essa nova cincia social, mas, umacodificao abrangente e evolutiva trazendo ao mundo as inmerasrealidades espirituais, e com isso, ampliando o quadro de referencia dohomem como o Universo.

    Nesta apostila veremos o que nos trar o Espiritismo nos prximosanos. Assim nos afirma Hermnio C Miranda:

    Qualquer outra doutrina cientifica que tivesse a seu favor aenorme quantidade de fatos em que se apia o Espiritismo, j estariaassentada tranqilamente entre os diversos ramos da cincia oficial, issodenota enorme preconceito ou medo da realidade esprita.

    5

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    6/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Por certo, quando Kardec codificou o Espiritismo, esperava quepela clareza das idias e a logicidade dos mtodos cientficos usados,espocaria em muitos lugares. No em centros espritas assistencialistasou religiosos, mas, sociedades de cunho cientficos e investigativos,aprofundando ainda mais as suas pesquisas. Dessa forma, ampliando oconhecimento humano, a aceitao haveria de ser natural. (1)

    Em seu iderio, Kardec esperava a aceitao individual eposteriormente a coletiva e com conseqncias morais que aviriam comoltima etapa da evoluo humana.

    Sabemos hoje que a evoluo humana parte do intuitivo para omstico, filosfico, cientfico e por ltimo, o moral.

    Temos ilustres pesquisadores do sculo passado, como: LeonDenis, Gabriel Delanne, Willins Crooks, Ernesto Bozzano, Charles Richet,Alexandre Aksakof, Csar Lombroso e tantos outros, e no sculo XXdesponta sobre maneira: Hernani Guimares Andrada, Herculano Pires,(j desencarnados- psicografia) Andr Luiz, e Emmanuel atravs dapsicografia de Francisco de Candido Xavier, e outras tantas obras noespritas, porm com cunho se no doutrinrio, porm, com grande cunhode pesquisa cientfica conforme indicamos na bibliografia.

    No Brasil, no sculo XX o Espiritismo torna-se uma realidadeadquirindo uma personalidade prpria, ou seja, s vezes sectria,religiosa, assistencialista, mstica, muitas vezes misturando-se com aUmbanda a quem deu origem, mas principalmente como consoladorarediviva, devido ao seu alto grau evanglico

    Discrimina com isso a cultura, a pesquisa, o esprito crtico, pois apalavra do esprito se tornou sagrada. O Centro Esprita no Brasil, e aSociedade Parisiense fundada em 1858, de certa forma, encontram-sedesde essa poca divorciadas,em seus objetivos, com a criao dostemplos espritas.

    6

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    7/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    A prpria literatura esprita, surgida no Brasil desde os momentosiniciais, tem por tendncia o mstico e religioso, atendendo o cunhomeramente evanglico. Muitos ditados so feitos por espritoscompromissados com a cultura romano-crist.

    Esse paternalismo, essa promessa de salvao, atingeprincipalmente as camadas mais carentes da sociedade, oferecendo-lhesroupas, sopas, etc. alm do lastimvel servio de consulta espiritual, ondepessoas, muitas vezes, no preparadas, para dar consultas, para ouvir omundo espiritual, so levadas muitas vezes, crena cega, ou ento adesiluso, por no ter atingido seus anseios.

    Humberto de Campos chamou o Brasil de corao do mundoptria do evangelho, prevendo do crescimento do Espiritismo no Brasil.,de certa forma, temos que concordar quanto a nmero e lastimar quanto qualidade.

    Legamos no Brasil ou no mundo esprita, as pesquisas das velhasquestes sem respostas, para a Parapsicologia, Metapsquica,Psicotrnica, e para Psicobiofsica. Ilustres personalidades como Rine,Richet ou Hernani Guimares Andrada, dessas novas cincias, assumiramessa funo devassando desta forma o mundo invisvel e suasconseqncias com nosso mundo, assunto este que no tempo de Kardecpertencia ao Espiritismo.

    Nota-se no Brasil e isso um agravante s pesquisas, que os novosespritas so provenientes de inmeras religies, filosofias, crenas,trazendo pa o bojo doutrinrio suas formaes, criando com isso umhibridismo (sincrtico e religioso) distinto do que foi engendrado porKardec.

    7

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    8/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Com esse hibridismo, o Espiritismo que tem uma influnciaconsideravelmente grande na vida do homem contemporneo, crioudescrena em sua capacidade de estruturar cientificamente seu futuro.

    O futuro deveria estar constante na afirmao da histria, e nafico humana, deveriam ser constantes revolues das idias ecostumes. O patrimnio esprita, como: a comunicabilidade com osespritos, a reencarnao, os mundo habitados, a composio moleculardos espritos, a influencia dos espritos no comportamento e bem estarfsico, ficaram fechados nos templos espritas. Certamente deveriam estarnos laboratrios ou academias para discusso e experimentos, comogostaria Kardec.

    Talvez a postura do Espiritismo em defender seus princpiosarduamente, e no estud-los, fez com que essas teses no vingassem,apesar de possuirmos uma mensagem e conhecimento para equacionar einfluenciar muitos dos principais problemas humanos, quer individual quercoletivo.

    O fim deveria ser o homem integral, mas, apesar de ser oEspiritismo primordialmente humanista e racional, colocou-se no plano domgico e sobrenatural. Na realidade o Espiritismo foi desumanizado,perdendo contato com o canal da evoluo, quando assumiu opaternalismo e o assistencialismo.

    Talvez a melhor proposta para o Espiritismo, no seja suapopularizao, no com se encontra, neste momento, h vimos issoacontecer com Moiss, Cristo e tantos outros que buscavam em seusanseios a evoluo, entretanto perceberam que suas convices setornavam meio de opresso.

    Kardec tambm passou por essa fase, ou seja, o desejo depopularizar a doutrina, o que levou deturpao. Houve uma submissoao determinismo como justificativa. Portanto, h o dever de se submeter.

    8

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    9/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Sem rebeldia o pobre dever ser pobre e o rico deve ser rico. Criou-se umDeus partidrio.

    Por essa e tantas outras que banalizaram o Espiritismo,principalmente no Brasil, foram a causa principalmente de afastar osintelectuais das hostes espritas.

    II CAPTULO

    QUE O ESPIRITISMO

    2.1 Hydesville Irms Fox ano 1848

    9

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    10/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Historicamente o Espiritismo surgiu motivado pelos fenmenos demovimentao de objetos (cinesia ou telecinesia) verificados emdiferentes pases na Europa, na Amrica e em outras partes do mundo.

    O marco de tais acontecimentos todavia, fixou-se pormanifestaes ocorridas na aldeia de Hydesville, no condado de Wayne,perto de N York, nos Estados Unidos da Amrica. Ali morava a famlia Fox,metodistas, composta por trs filhas, das quais, duas viviam com os pais.Os Fox se estabeleceram em 1847.

    Na noite de 28/03/1848, nas paredes de madeira do barraco de Jonh Fox, comearam a soar pancadas incmodas, perturbando o sono dafamlia. As meninas Katherine (Katie ou Kate), de nove anos e Margaretde doze anos, correram para o quarto dos pais, assustadas com os golpesfortes nas paredes e no teto de seu quarto.

    As pancadas ou raps comearam nessa noite; depois, ouvia-se oarrastar de cadeiras e com o tempo os fenmenos tornaram-se maiscomplexos, tudo estremecia, os objetos se deslocavam, havia umaexploso de sons fortes tratava-se de um fenmeno de Poltergeist(2).

    Trs noites seguidas, at 31 de maro de 1848, os fenmenos serepetiram intensamente, impedindo que os Fox conciliassem o sono. OSr.Fox deu buscas completas pelo interior e exterior de sua casa, masnada encontrou que explicassem as ocorrncias.

    A menina Kate, j um tanto acostumada com o fenmeno, ps-se aimitar as pancadas, batendo com os dedos sobre um mvel,enquantoexclamava em direo ao ponto onde os rudos eram constantes: vamosOld Spliffoot, faa o que eu fao.

    Prontamente as pancadas do desconhecido se fizeram repetir, emigual numero de pancadas.

    Margarethe brincando disse: agora faa o mesmo que eu,conte um, dois, trs, quatro, ao mesmo tempo em que batia com os

    10

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    11/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    dedos no mvel da sala. O que prontamente repedido, deixando todos dasala estupefatos e com medo.

    As meninas Fox eram protestantes e supunham tratar-se dodemnio. Chamavam o batedor de Mr.Splitfoo, ou seja senhor pfendido, que corresponde aos ps de bode.

    A famlia Fox estava alarmada e toda a comunidadecomentava o ocorrido, acorreram vizinhos e curiosos de todo lado.

    Mr. Duesler idealizou, ento, o alfabeto para poderem traduziras pancadas e compreender o que dizia o invisvel visitante.

    Atravs de codificao, o invisvel contou sua histria.Chamava-se Charles Rosna, fora vendedor ambulante e hospedadonaquela casa pelo casal Bell. Ali o assassinaram para roubar-lhesmercadoria e o dinheiro que trazia e seu corpo fora sepultado no poro.

    Deram busca no local indicado e encontraram tbuas alcatro,cal , cabelos, ossos, utenslios etc.

    Uma criada dos Bells, Lucrtia Pulver, declara que viu ovendedor e o descreve, diz tambm, como chegara a casa e se refere aoseu misterioso desaparecimento. Uma vez, descendo adega, seu penterrou-se num buraco, e como falasse isso ao patro, ele explicou quedeveriam ser ratos, e foi apressadamente fazer os necessrios reparos.Ela vira nas mos dos patres objetos da caixa do ambulante.

    Artur Conan Dyler (3), relata que cinqenta e seis anos depoisfora descoberto que algum fora enterrado na adega da casa dos Fox. Aoruir uma parede, crianas que por ali brincavam descobriram umesqueleto. Os Bells, para maior segurana, havia emparedado o corpo, naadega, onde inicialmente o haviam enterrado.

    11

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    12/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Em 1888, ao comemorar os 40 anos dos fenmenos deHydesville, Margarethe Fox iludida por promessa de favores pecunirios,proposto pelo Cardeal Maning, fez publicar uma reportagem no New YorkHerald, afirmando serem os fenmenos realizados fraudulentamente.

    Todavia, no ano seguinte, arrependida de sua falta de honestidade paracom o fenmeno, ela rene um grande pblico no salo de msica de New

    York e retrata-se das declaraes anteriores. No s afirmando que osfenmenos de Hydesville eram reais, como tambm, provocando aindauma srie de fenmeno de efeitos fsicos, com um salo repleto decuriosos.

    A retratao foi publicada na poca. Consta da Light e do Jornal Americano New York Press de 20 de maio de 1889.

    Em 23 de novembro 1904, o Boston Journal noticiava que seria oesqueleto do homem que possivelmente produziu as batidas, ouvidasinicialmente pelas irms Fox, em 1848, fora encontrado. As mesmas,portanto, estavam eximidas de qualquer dvida com respeito sinceridade na descoberta da comunicao do esprito.

    Diversas comisses se formaram na poca dos acontecimentoscom a finalidade de estudar os estranhos fenmenos e desmascarar afraude atribuda s irms Fox. Verificou-se que estes ocorriam empresena das meninas, atribuindo-lhes o poder de mediunidade. Nenhumacomisso todavia, conseguiu demonstrar que se tratava de fraude. Osfatos eram absolutamente verdicos, apesar de as ter submetido aos maisrigorosos e severos exames, atingindo, s vezes, as raias da brutalidade.

    As irms Fox foram pressionadas. A igreja as excomungarcomo pactuante com os demnio. Foram acusadas de embusteiras, eameaadas fisicamente muitas vezes.

    12

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    13/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Como, porm, a lealdade e a sinceridade no so requisitosdos espritos apaixonados, ainda hoje, quando se quer denegrir a fonte domoderno Espiritismo, vem baila a confisso das moas. Na retrataono se toca, ou quando se toca, para mostrar que no h no que confiar.Os pormenores ficam de lado para no substanciar a defesa.

    Os fenmenos narrados as Irms Fox, suas personagensprincipais, passaram para o histrico do Espiritismo.

    2.2 AS MESAS GIRANTES

    Uma srie progressiva de fenmenos deu origem doutrinaEsprita.

    O primeiro fato observado e analisado foi o da movimentaode objetos diversos. Designaram-no vulgarmente pelo nome de MesasGirante, ou Dana das Mesas.

    Tal fenmeno parece ter sido notado primeiramente naAmrica do Norte, de forma bastante intensa, e propagou-se pelos pasesda Europa, como a Frana, a Inglaterra, Holanda, Alemanha e at na

    Turquia, em meados do sculo XIX, tendo como marco, especialmente oano de 1848, com os fenmenos de Hydesville, envolvendo as irms Fox.

    Todavia, a histria registra que esse fenmeno remonta aantiguidade, tendo a todo tempo produzidos de forma estranha, rudos epancadas inslitas sem nenhuma causa ostensiva, aparies, vozes etc.

    A principio quase s se encontram incrdulos, porm ao cabode pouco tempo, a multiplicidade das experincias no mais permitiu quelhe pusessem em dvida a realidade dos fenmenos.

    13

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    14/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    O fenmeno de pancadas ou batidas, chamado de raps oueches; das mesas girantes ou moventes table-moving, para osingleses; table volante ou table tournante para os franceses.

    No inicio, nos Estados Unidos da Amrica, os espritos s secomunicavam pelo processo trabalhoso e de grande morosidade, pois,exigia que algum dissesse o alfabeto, em voz alta, enquanto o espritoera convidado a movimentar indicando a letra que tinha intenoformando desta forma a palavra. Era a telegrafia espiritual.

    Os prprios espritos indicaram, em fins de 1850, novasmaneiras de comunicao, como: bastava simplesmente que as pessoasse colocassem ao redor de uma mesa, em cima da qual se poriam asmos. Levantando um dos seus ps, a mesa daria (enquanto se recitava oalfabeto), uma pancada, toda vez que fosse proferida a letra que servisseao esprito, para formar as palavras desejadas. Esse processo, ainda quemuito lento e rudimentar de comunicao, produziu resultados excelentes,e assim se checou s mesas girantes ou falantes.

    H que notar, que a mesa no se limitava a levantar-se sobreum p para responder as perguntas que eram feitas; movia-se em todosos sentidos, girava sob os dedos dos experimentadores, s vezes seelevava no ar, sem que se descobrissem as foras que a tinhamsuspendido (levitao).

    O fenmeno das mesas girantes propagou-se rapidamente edurante muito tempo entreteve a curiosidade dos sales. Depois,aborreceram-se dele, pois agente frvola, que apenas imita a moda domomento, o considerou como distrao superada.

    Pessoas criteriosas e observadoras, todavia, abandonaram asmesas girantes por terem visto nascer delas algo srio, destinado aprevalecer, e passaram a ocupar-se com as conseqncias a que ofenmeno dava lugar, bem mais importante em seus resultados. Deixaramo alfabeto de batidas pela cincia enquisitria.

    14

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    15/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    As mesas girantes representaro sempre o ponto de partida daDoutrina Esprita, e merecem por isso alguma explicao, para que, em seconhecendo as causas, facilitada ser a chave para a decifrao do efeito,mesmo o mais complexo.

    Aperfeioaram-se os processos. As comunicaes dos espritosno se detiveram nas manifestaes das mesas girantes. Evoluram paraas cestas e pranchetas, as quais se adaptavam lpis com comunicaesescritas. Posteriormente, eliminaram-se os instrumentos e apndices. Omdium tomou diretamente o lpis e passou a escrever por impulsoinvoluntrio e quase que febril. Nascia assim a psicografia direta.

    2.3 ALLAN KARDEC

    BIOGRAFIA E CODIFICAO.

    Allan Kardec foi o pseudnimo utilizado por HYPPOLYTE LEONDENIZARD RIVAIL, que nasceu aos 03/10/1804, na cidade de Lyon Frana. Era filho de Jean Baptiste Antonie Rivail e Jeanne Duhamel, ele

    juiz e magistrado.

    Aos 11 anos de idade matriculo-se no Instituo de Pestalozzi, nacidade de Yverdun Sua, e tinha como educador o prprio Sr.Perstalozzi. O desenvolvimento intelectual de Denizar, orientado porPestalozzi, foi de grande proveito, pois aos 14 anos de idade foi incumbidode dar aulas aos colegas., Mais tarde foi substituir Pestalozzi na direodo Instituto, por este ter que sai da Europa para fundar outras escolascom pedagogia semelhantes, a pedido de governo no mundo inteiro.

    15

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    16/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Denizar era bacharel em Cincias e Letras, pedagogo, tinhafluncia oral e escrita em alemo, ingls, espanhol, italiano e holands.

    Mudou-se para Paris, e com vinte anos, em 1824, escreveu seuprimeiro livro: Curso de Aritmtica para as Crianas Segundo Pestalozzi,e dentre outros, convm citar: em 1828 Plano Apresentando para oMelhoramento da Instruo Pblica. O Curso Prtico de Aritmtica, em1831 lanou Gramtica Francesa. em 1846 lanou Manual dos Examespara Obteno dos Diplomas de Capacidade, Em 1848 lanou CatecismoGramatical da Lngua Francesa, e finalmente em 1949 encontramos o Sr.Rivail professor no Liceu Polimtico, regendo as cadeiras de Filosofia,Astronomia, Qumica e Fsica. Em uma obra muito apreciada resume seuscursos, e depois publica Ditados Normais dos Exames na Municipalidadede Sorbone e Ditados Especiais Sobre as Dificuldades Ortogrficas.

    Rivail tinha como sonho, montar em Paris um Instituto igual aode Yverdun, assim as idias de Pestalozzi, se imporiam mais rapidamente,E em 1826, com ajuda monetria de um tio, que passou a ser seu sciocapitalista, Denizar instala o Instituo Tcnico Rival, a Rua Svre n 35, noelegante distrito de Luxemburgo. Denizar tinha agora trs ocupaes,lecionava, dirigia o Instituto e escrevia livros.

    Em 1831, Denizar conheceu aquela que seria sua esposa.Amelie Gabrielle Boudet, que nasceu aos 23/11/1795, em Thiais(Sena), erafilha de Julien-Louis Boudet, proprietrio do antigo tabelio e de JulieLouise Seigneat de Lacombe. E casaram-se aos 06/2/1832, o casal noteve filhos.

    Amelie era portanto, nove anos mais velha que Denizar, e suaadmiradora. Havia lido toda as suas obras, passou ento, a seradministradora de Rivail. Amelie tambm era professora e deixou delecionar, mas, j tinha escrito trs livros: em 1825 Contos Primaveris; em1826- Noes de Desenho e 1828- O Essencial em Belas Artes.

    16

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    17/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    O scio de Rivail tinha a paixo pelos jogos, e em 1835 o levou falncia. Rivail requereu a liquidao do Instituto, de cuja partilha coube45.000 Francos Franceses, para cada um dos scios. Essa soma foiinvestida pelo Sr. e Sra. Rivail em casa de um de seus amigos ntimos,negociante, que fez maus negcios e cuja falncia nada deixou aoscredores.(4).

    Ento, Denizar e Amlie, entregaram-se corajosamente aotrabalho, e Rivail se encarregou de cuidar da contabilidade de trs firmas,que lhe rendiam cerca de 7.000 Francos Franceses por ano. A noitepassou a escrever livros pedaggicos superiores e fazia tambmtradues de obras inglesas e alems. Mais tarde deixou a contabilidade epassou a organizar cursos que seu grande amigo o professor Lvy-Alvaresdava no bairro de Saint Germain. J em 1849 lecionava no LiceuPolimtico, e sua carreira pedaggica foi coroada de pleno xito, e aUniversidade de Frana tambm passara a adotar os seus livros.

    Denizard em 1854, j contava com cinqenta anos de idade,era membro de diversos institutos, destacando-se na Real Academia deCincias Naturais de Frana.

    Em 1848, popularizou nos Estados Unidos da Amrica, assesses de mesa girantes, e o Sr. Fordier, um magnetizador, foi o primeiroa falar a Denizar sobre essas mesas. Rivail interessava-se pelomagnetismo desde os seus 19 anos de idade, e achou aquilo normal, pois,seria possvel atravs do fluido magntico. Porm o Sr. Fortier, aindainformou-lhe que as mesas respondiam s perguntas formuladas, Denizarento, replicou que s acreditaria naquilo quando lhe provassem que amesa tinha crebro para pensar e nervos para sentir, ou que se podetornar sonmbula.

    Em janeiro de 1855 o professor encontra-se com um velhoamigo h 25 anos, o Sr. e este foi o primeiro a informar-lhe sobre a

    17

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    18/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    interveno dos espritos, criando assim, dvidas e curiosidade noprofessor.

    Em maio de 1855 o Sr. Carlotti convida Rivail para ir a umareunio, em casa da Sra. Roger, e nessa reunio, Rivail encontra oi Sr.Partier e Sra. Plainemaison, que confirmam as informaes do Sr. Carlotti.

    O Sr. Partier, era funcionrio pblico, homem muito instrudo,convida Rivail a participar das experincias realizadas na casa da Sr.Plainemaison Rua Grande Bateliere n 20 s 20.h., na tera feiraseguinte. Denizar foi com sua esposa Amlie , aps as reunies dasquais participaram, no duvida mais dos fenmenos, porm, nada afirmouainda sobre a existncia dos espritos.

    Numa das reunies na casa da Sra. Plainemaison, Rivailconhece a famlia Baudin, e o Sr.Baudin convida-o a participar dasreunies semanais que se realizavam em sua residncia, RuaRochechouart, onde tambm participavam suas filhas, Caroline Baudin de16 anos e Julie Baudin de 14 anos, onde Denizar foi freqentador assduo.

    Nessas reunies eram realizadas experincias com um mtodode Rivail, as Cestas de Bico. Tratavam de uma cesta com um lpis naponta, e quando o mdium tocasse com os dedos na outra extremidade acesta punha-se se movimentar, dando respostas rpidas e com caligrafiasvariadas, porm essas manifestaes s ocorriam na presena das jovens

    juntas, o que levou Rivail concluir que os efeitos tinham causasinteligentes, j que tratavam de respostas inteligentes.

    Numa dessas noites, seu esprito protetor, deu-lhe atravs deum mdium, uma comunicao toda pessoal, na qual dizia, entre outrascoisas, t-lo conhecido em uma existncia precedente, quando, ao tempodos Druidas, viveram juntos na Glia. Ele chamava, ento, ALLAN KARDECe como a amizade que lhe4 havia votado s fazia aumentar, prometia-lhe

    18

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    19/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    esse esprito, secunda-lo na tarefa muito importante a que ele erachamado, e que facilmente levaria a termo.l(4)

    Foi ento, que na noite de 25 de maro de 1858, o professorescrevendo sua obra, comeou a ouvir ressoar pancadas repetidas;procurando sem descobrir a causa disso.

    Sua Esposa, Amlie, chagando cerca de dez horas, tambmouviu. Procuraram a causa das batidas, porm sem sucesso. Moravam,ento, Rua Mrtires n 8, no segundo andar, ao fundo.

    No dia seguinte, em sesso na casa do Sr.Baudin, Rivailpergunta ao esprito manifestante, qual era a causa daquelas pancadas.O esprito comunicante responde-lhe que era um esprito familiar, equerendo comunicar-se com ele. Denizard, interroga a respeito do espritofamiliar que se fazia presente, e este lhe respondeu: para ti chamar-me-eiapenas A VERDADE, e todos os meses, durante um quarto de hora,estarei aqui, tua disposio.

    Denizard pergunta sobre a causa das batidas, e este lheinformar que o trabalho que escrevia o desagradava, Rivail pergunta seera todo o trabalho ou apenas o captulo que acabara de escrever. Oesprito A VERDADE, responde informando que sobre o capitulo, e queda terceira trigsima linha ele encontraria um grave erro. Denizardinforma que tambm no gostara do que escrevera, e tinha rasgado todoo captulo. O esprito lhe diz que no importa, essa inutilizao noimpede que subsista o erro e aconselha-o a reler o trabalho.

    Denizar ao retornar em casa, rel o captulo, e finalmenteencontra o grande erro mencionado pelo esprito, e fica feliz por saber quetudo o que escrevia estaria sendo supervisionado pelo esprito AVERDADE.

    19

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    20/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Em 18 de abril 1857 , termina e lana seu primeiro livro dacodificao O LIVRO DOS ESPRITOS , mas no momento de public-lono assina o seu nome, pois era muito conhecido no mundo cientfico erespeita por todos, no dariam o devido valor pela obra e sim pelo autor.Decidiu assinar com o pseudnimo e adotou o nome que tiver no tempode Druidas - nascendo assim o codificador do espiritismo ALLANKARDEC.

    Allan Kardec, no parou de pesquisar, estudar e publicar novoslivros sobre a cultura esprita por dez anos seguidos, e de seu trabalhogigantesco relacionamos:

    1857 LIVRO DOS ESPRITOS1858 INSTRUES PRTICAS SOBRE MANIFESTAES ESPRITAS1858 REVISTA ESPRITA1859 O QUE O ESPRITISMO1860 LIVRO DOS MDIUNS1862 ESPIRITISMO NA SUA MAIS SIMPLES EXPRESSO1864 IMITAO DO EVANGELHO EVANGELHO SEGUNDO O

    ESPIRITISMO1865 CEU E INFERNO1868 A GNESE.

    Em primeiro de Janeiro de 1858 lanou o primeiro nmero daRevista Esprita, que seria um Jornal mensal, e se tornara um poderosoauxiliar dos trabalhos de Allan Kardec, publicao essas que duraram onzeanos. Em primeiro de abril de 1858, foi fundada a SOCIEDADE PARISIENSEDE ESTUDOS ESPRITAS, que inicialmente tinha sede na casa de AllanKardec Rua Mtires n8 , e um ano aps se instalou em sede prpria Rua Sant Ana n 59, com reunies a todas as teras feiras.

    A 15 de janeiro de 1861, Kardec lana o seu segundo livro oLivro dos Mdiuns, e em setembro, juntamente com Amlie, visita vintecidades, presidindo cinqenta reunies em sete semanas. Nos fins de

    20

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    21/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    1861, remeteu atravs de seu amigo e livreiro o Sr. Maurcio Lachtre,trezentos livros espritas, para Barcelona. O Bispo de Barcelona, tendo

    julgado livros perniciosos f catlica, fez confiscar atravs do SantoOficio, e em 09 de outubro de 1861 manda queimar-los em praa publica,restaurando assim a inquisio espanhola, episdio que ficou conhecidocomo o Auto da F de Barcelona.

    Em 15 de janeiro de 1862, lana pequena brochura OESPRITISMO EM SUA MAIS SIMPLES EXPRESSO. Em abril de 1864,publica ainda IMITAO DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPRITISMO, tendoseu titulo mudado , mais tarde, para o EVANGELHO SEGUNDO OESPPIRITISMO, por insistncia de seu amigo Didier. A 01/ de agosto de1865, edita mais uma obra, agora O CEU E O INFERNO.

    Em 01 de abril de 1869 funda a Sociedade Esprita que setorna sociedade annima, com capital de FF.40.000, para explorao dalivraria, da Revista Esprita e das Obras de Kardec. A nova sociedade instalada na Rua Lelle n 7 (4).

    Em 31 de maro de 1869, com 65 anos, sucumbindo pela rupturade um aneurisma cerebral desencarna, em Paris, Rua Sant Ana n 59 .Amlie havia agora com 74 anos, e sobreviveu at 1883, ano em que a 21de janeiro, desencarnou aos 89 anos de idade, no deixando herdeirosdiretos (4) .

    2.4 O QUE O ESPIRITISMO.

    Allan Kardec em Obras Pstumas, explica que nos seus estudosde Espiritismo, aplicou Nova Cincia o mtodo experimental e jamaiselaborou teorias preconcebidas. Observava cuidadosamente, comparava,deduzia conseqncias. Dos efeitos procurava as causas, por deduo e

    21

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    22/114

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    23/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    III CAPTULO

    APRESENTAO DAS OBRAS DE KARDEC.

    3.1 LIVRO DOS ESPRITOS

    Contendo os princpios da doutrina esprita, discorre sobre:

    a imortalidade da almaa natureza dos Espritosa relao dos espritos com os homens (encarnados)as leis moraisa vida futura e o porvir da humanidade

    A 18 de abril de 1857 era editado na Frana, o LIVRO DOSESPRITOS, data esta que J.Herculano Pires marcou como o nascimento d oEspiritismo.

    23

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    24/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Na traduo de Guillon Ribeiro, o livro tem 1018 perguntas ena traduo de J.Herculano Pires 1019 . O livro dividido em quatropartas:

    Causas PrimriasDo mundo esprita ou mundo dos espritosDas leis moraisDas esperanas e consolaes

    1. CAUSAS PRIMRIAS

    Procura dar a idia de Deus, como entend-Lo, e principalmente asprovas de sua existncia, ficando patente a nossa impossibilidade deconhece-Lo na sua intimidade. Traz tambm, o conhecimento dosprincpios das coisas como: Matria Esprito e suas propriedades;Espao Universal e sua formao; combate os dogmas como idia de Adoe Eva como sendo os primeiros habitantes do planeta e traz a idiacientifica tona.

    2. DO MUNDO ESPRITA OU MUNDO DOS ESPRITOS

    Nesta segunda parte Kardec procurou a origem, a forma , natureza, diferena entre os espritos, mostrando que eles so iguais ,melhores ou piores que ns. Enforca:

    finalidade da encarnao, o processa o encarne e o desencarne; a multiplicidade da existncia a relao com o mundo espiritual.

    3. AS LEIS MORAIS

    A terceira parte traz a s caractersticas morais que todos osespritos devem seguir, leis perfeitas e naturais, como

    24

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    25/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    a finalidade da adorao a necessidade do trabalho a reproduo das raas

    o instinto que nos conserva a realidade da destruio a vida social o progresso que todos passam a igualdade de todos perante o criador o conhecimento de si mesmo a perfeio moral.

    4. DAS ESPERANAS E CONSILAO

    A quarta e ltima parte retrata a felicidade, falda de gratido, domedo da morte, da possibilidade de viver sem medo do futuro, osignificado do sofrimento.

    4.1 INSTRUOES PRTICAS SOBRE AS MANIFESTAESESPRITAS.

    Em 1858 foi editada a primeira edio, porque Kardec sentiu anecessidade sobre orientar as pessoas sobre o mundo espiritual, suasmanifestaes e o papel dos mdiuns, sua influencia nas comunicaes eos vrios tipos de comunicaes possveis, Segue tambm, um conselhoaos mdiuns, e um mini vocabulrio esprita. Este livro no foi editado nosanos seguintes, pois foi substituda pelo LIVRO DOS MDIUNS, obra maiscompleta. Houve uma segunda edio, somente em 1923, 65 anos aps aprimeira edio.

    4.2 REVISTA ESPRITA

    Foi criada em 1858, publicada sob a direo de Kardec, e comono podia deixar de ser, foi um trabalho pessoal, visto que, fazia parte das

    25

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    26/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    obras da codificao doutrinrias, e se reportava como um dirio, daevoluo e aceitao do espiritismo, ou seja, foi se constituindo em anaisdo Espiritismo. Todas as questes surgidas no meio esprita a respeito deaspectos e pontos da doutrina, foram elucidas pelo estudo e pesquisaatenciosos.

    Kardec se retratou nesta gigantesca coleo, de que se ocupou poronze anos e quatro meses de trabalho intenso, oferecendo toda histria etrajetria do Espiritismo, como registros precisos de reunies, pesquisas,comunicaes espirituais, e dos vrio trabalho da Sociedade Parisiense deEstudos Espritas, dos grupos familiares e dos centros espritas, bem comode sociedades estrangeiras a ela ligadas.

    4.3 O QUE O ESPIRITISMO?

    Escrito e publicado por Kardec em 1859, para as pessoas que notinham do espiritismo seno um conhecimento superficial e sonaturalmente levadas a fazer certas perguntas, cujo estudo completo dar-lhe-ia, sem dvida, a soluo. Porm, o tempo e muitas vezes a vontadefalta-lhe para se entregarem a seguidas observaes.

    A utilidade da obra est em apresentar, num quadro restrito, aresposta a algumas das perguntas mais comuns dirigidas aos espritas.

    O primeiro captulo contm, sob forma de dilogo, as respostas sobjees mais comuns, por parte daqueles que ignoram os primeirosfundamentos da doutrina, assim como a refutao dos primeirosargumentos desses contraditores

    O segundo captulo dedicado exposio sumria das partesda cincia prtica e experimental, a que o observado novato deve dirigirsua ateno para julgar com conhecimento de causa.

    O terceiro captulo pode, talvez, ser considerado como resumodo LIVRO DOS ESPRITOS.

    26

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    27/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    4.4 O LIVRO DOS MDIUNS.

    Na primeira quinzena de janeiro de 1861, foi editado o Livro dosMdiuns, que completava as instrues prticas sobre as manifestaesespritas, e guia dos Mdiuns e dos Doutrinadores.

    Contm, o ensino especial dos espritos sobre a teoria de todosos gneros de manifestaes, os meios de comunicaes com o invisvel, educao nas manifestaes, as dificuldades e os obstculos que sepodem encontrar na prtica medinica.

    A primeira parte expes as noes preliminares dos espritos,o maravilho e o sobrenatural usado por Kardec, e os sistemas usadospelos adversrios para explicar o Espiritismo.

    A segunda parte sobre: as manifestaes espritas inteligentes e de efeitos

    fsicos as manifestaes espontneas e visuais

    a formao dos mdiuns e seu papel. a moral os inconvenientes e os perigos da mediunidade as identidades dos espritos as perguntas que podem ser feitas aos espritos as mistificaes.

    4.5 O ESPRITISMO NA SUA MAIS SIMPES EXPRESSO.

    Este pequeno livro foi editado em 15 de janeiro de 1862, comapenas 30 pginas, no original Francs. Cinco anos aps a publicao doLivro dos Espritos e exatamente um ano aps a do Livro dos Mdiuns.

    Isso demonstra que Kardec, depois de amplamente divulgadas as duasobras fundamentais, sentiu necessidade de oferecer aos interessados um

    27

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    28/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    roteiro inicial bem resumido e simples, uma tima obra de iniciaoesprita, e onde muitos veteranos tero o que apreender.

    4.6 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPRITISMO.

    Kardec editou em 29/04/1864 o livro IMITAO DOEVANGELHO que posteriormente, por solicitao de seu amigo etambm pesquisador Didier, passou a chamar Evangelho Segundo oEspiritismo, que trata do desenvolvimento e a aplicao da moral esprita.

    A terceira edio foi definitiva e que serviu de traduo pra oportugus.

    O Evangelho Segundo o Espiritismo, compreende os atoscomuns do Cristo, explica os milagre, as profecias, as palavras queserviram para o estabelecimento dos dogmas da igreja, e o ensino moraldo espiritismo se baseiam nas mximas atribudas a Jesus, pelos seusapstolos como: Mateus e Joo e os discpulos Marcos e Lucas, eprincipalmente procurou desenvolver as Leis Morais do Livro dos Espritossob a tica do Evangelho.

    Um captulo que merece toda nossa ateno o captulo XXVII Pedis e Obtereis, e o prembulo do captulo XVIII, que fala sobre a prece,condies, eficcia e ao, como fazer e para quem fazer a prece. Osespritos sempre disseram: a forma no nada, o pensamento tudo.Devemos fazer cada qual a nossa prece de acordo com as nossasconvices, e da maneira que nos agrade, pois um bom pensamento valemais do que numerosas palavras que no tocam o corao.

    4.7 O CU E O INFERNO

    No dia 01/08/1865, foi editado O CU E O INFERNO, contendo oexame comparado das doutrinas sobre diversos assuntos como:

    a passagem da vida corporal para a vida espiritual as penas e as recompensas futuras

    28

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    29/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    os anjos e os demnios as penas eternas

    A importncia deste livro o numero exemplar de situao real daalma no momento da morte e aps a morte, permitindo que os seresavaliem o fantasma da morte, e a sua possvel situao no mundoinvisvel.

    Na primeira parte do livro Kardec aborda a preocupao com amorte, expe sobre o Cu, o Inferno e o Purgatrio, os Anjos e osDemnios, e a idia das penas eternas, Na sua segunda e ultima parte,

    temos declaraes detalhadas de espritos nas mais diversas situaes deequilbrio, tais como: espritos felizes espritos em condies medianas espritos infelizes suicidas criminosos arrependidos espritos endurecidos.

    D nos avaliao da justia Divina segundo o Espiritismo.

    4.8 A GNESE

    A publicao de A Gnese foi em janeiro de 1868, que sob a ticaesprita, explica os milagres s predies do Evangelho. Fazconsideraes sobre o principio das coisas. Aborda:

    Deus, origem do bem e do mal o espao e o tempo o Universo a evoluo de nosso planeta o principio orgnico

    29

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    30/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    o principio espiritual a unio dos princpios orgnico e espiritual.

    Mostra estarem sob as leis naturais os atos de Jesus que foraminterpretado como milagres e as passagens, s quais, os evangelistasderam um enfoque especial mostrando Jesus como um ser quasesobrenatural, a fazer verdadeiras mgicas para o povo segui-lo.

    Mostra tambm, as predies como fatos que possveis deacontecer, mas no como um tempo determinado, por tempo determinadopois feriria o livre arbtrio. O povo gosta do sobrenatural e quando se fala

    sobre destruies pelo fogo e a chegada do milnio, associam como umcastigo divino, ou seja Deus teria reservado para os maus (na realidadeso espritos imperfeitos). Mas se lermos com mais ateno A NovaGerao muitas criaturas se sentiro frustradas, pois ao invs decatstrofes de repercusso mundial, teremos um evoluir gradativo,atravs da reencarnao e os espritos transitando a outros planetas maisadiantados como merecimento. Tudo de maneira gradual, sem choques,naturalmente.

    4.9 OBSERVAO: Todas as obras citadas foram escritas, editadas e revisadas por

    Allan Kardec, aps serem analisadas pelo critrio rigorosamente cientifico,e pelo crivo de sua privilegiada rao.

    Houve a publicao de um livro chamado OBRAS PSTUMAS ,editado 21 anos aps a morte de Kardec. Esta obra contm textos jpublicados na Revista Esprita, e trabalhos do codificador que nuncahaviam aparecido em livros. Textos que Kardec elaborou, mas estavamguardados, possivelmente para sofre reviso ou qualquer outromodificao, pois o codificador s dava a conhecimento ao pblico apsum trabalho intenso e de universalidade das mensagens. importante terconhecimento destes dados, e saber que esta obra, no sofre o mesmoprocesso que as demais obras da codificao. Neste livro Kardec fazprevises sobre o Espiritismo e registra fatos que comporiam a histria doEspiritismo.

    30

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    31/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    IV CAPTULO

    ESPIRITISMO HOJE - Sntese de pensando

    1 PENSAMENTO DE KARDEC. -

    No se pode falar de espiritismo, sem antes, observar facetasdesta doutrina e seu autor, Sr. Rival Allan Kardec.

    Observar-se no bojo da doutrina a constncia, a coerncia, o censofilosfico e cientfico, descartando-se qualquer carter religioso, com base

    31

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    32/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    slida na moral e bom costume, embora aceite a inter-relao entre amoral e religio. Ou seja. A cincia e filosofia indexavam-se religio,mas, nunca deveriam estar imersos por ela.

    As mudanas, a rebeldia aos costumes e aos postulados, forammarcas iniciais para o advento do Espiritismo, como aconteceu napolmica publicao de julho de 1859 (Revista Esprita), com o abadeChasnel.

    Kardec aborda entre outros assuntos, o esprito, sua evoluo; ouniverso e sua constituio e povoamento; a encarnao e sociabilidadehumana.

    Descartando o vnculo religioso, descarta tambm, os seressobrenaturais, os demnios, o cu e o inferno, anjos e demnios, eprincipalmente privilegio a quem quer que seja, no existem pessoasespeciais, e com poderes especiais.

    A idia da possesso (endemoniamento), que os evangelhostratam , Kardec fez questo de suprir de seus textos, s aceitando toca-lono sentido alheio ao endemoniamento (daimon).

    Kardec toca em assuntos que a religio o faz intocvel, como acriao do Universo, seu povoamento (atravs de Ado e Eva), cu,inferno e purgatrio, o endeusamento do Cristo, sem desmerecer suaobra, e sua figura humana e espiritual, mas, principalmente suaimportncia para a humanidade. O prprio evangelho uma anliseresponsvel, onde enaltece seu mrito, sem se curvar s incoerncias. Aclassificao que faz dos espritos, prope no um cu a espera dos bons,mas a esperana de que todos, um dia, sem data prvia podero alcanara angelitude, no sentido de espritos puros, apesar de no prometerbenesse, mas, intenso trabalho e responsabilidades.

    Os milagres, hoje desmistificados e explicados pela cincia, foramtratados pelo espiritismo como sendo condies normais a alguns tipos demdiuns como:

    Magnetismo Telecinesia - psicocinesia Ectoplastia - psicoplastia Vidncia

    32

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    33/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Premonio psmonioNo , portanto, privilgio, mas, condio humana, treinvel em

    alguns casos.

    Foi por esse aspecto que Kardec formulou o Espiritismo, adotadocomo sendo o que de melhor representa o pensamento de DenizardHippolyte Leon Rivail.

    2 EDGAR ARMOND

    Um homem dedicado aos seus princpios, fez uma luta coerenteaos seus ideais, por mais de quarenta anos frente de causas espritas,para a qual deixou um legado to forte que hoje existem os edgaristas, ouseja, a escola dos seguidores de suas idias.

    Podemos afirmar que Edgar foi mais espiritualista que esprita,.Aprendeu em seus cursos de religio e filosofia, e mais detidamente nosestudos dos ensinos orientas

    Tornou-se um esotrico e ocultista, onde atingiu o grau de Mestre.Interessante notar que em seus cursos de Espiritismo, fez do

    ocultismo egpcio, a escola esprita, e oferece graus de iniciao e enfeixadesta forma a seita esprita.

    o primeiro grau aos aprendizes o segundo grau aos servidores o terceiro grau aos discpulos

    o quarto grau aos mestres

    Seu apelido de Comandante deve-se sua carreira militar, ondeatingiu o cargo de coronel das Foras Pblica do Estando de So Paulo,hoje chamado de polcia militar.

    Com a facilidade de comandar e organizar, fez a FEB FederaoEsprita Brasileira -, enorme servio de divulgao do espiritismo, (ainda

    que assistencialista e esotrico).

    33

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    34/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Criou cursos como Iniciao Esprita e Escola de Aprendiz doEvangelho, sempre com carter proftico e de intensas revelaesmedinicas, alm do vinculo visvel a Ramatis, o que predomina at hoje.

    Criou o passe padronizado, (objetivando organizar a forma depasses e tratamentos pacientes das casas espritas filiadas a FEB)., e aunificao das diversas faces espritas.

    Usou os mesmos critrios que os magnetizadores do passado,como disperso, concentrao, extenso, rotao de fluidos magnticos.

    Introduz no bojo da doutrina esprita, palavras como: CHACRAS /DUPLO ETRICO / KARMA etc., so expresses que no faziam parte dovocabulrio esprita, at sua presena, fartamente encontrado nos livrosesotricos e filosofias espiritualistas.

    A cromoterapia tambm foi alvo de suas preocupaes, tendocriado um livro cerca das cores e seus efeitos quando aplicado em umapessoa doente. Esse livro contempla tambm a anatomia, fisiologia ebiologia humana, os plexos e chacras. No obstante, no se aprofundounesses estudos antes de divulgar suas concluses preliminares.

    Armond,funda a Aliana Esprita Evanglica, em 04/12/1973, emsua prpria residncia em S.Paulo, trazendo consigo pessoas que atuavamcom ele na FEB, onde com mais liberdade instituiu regras, cursos, normasquase inquisitoras, como normas de conduta, de recolhimento e reformantima compulsria, horrios prvios para preces etc.

    Edita o Livro de Desenvolvimento Medinico, onde estabeleceregras, normas e mtodos para o desenvolvimento e prtica medinica.

    Justifica essa obra como um complemento do Livro dos Mdiuns deKardec. Nele, alm da terminologia utilizada, conceitua e d roupagemesotrica e teosfica na ao e progresso medinica e dos mdiuns.

    Edita Mediunidade Seus Aspectos, Desenvolvimento e Utilizao1947 que busca informar os aspectos do desenvolvimento e a utilizaoda mediunidade, mostrando uma complexidade. Traz inmerasincongruncias como a insistente idia da incorporao.

    Seu prximo livro foi -Passes e Radiao- Mtodos Espritas deCura 1950. Resume nesse livro, informaes de magnetizadores comoParacelso, Van Helmont, Mesmer e Du Potet, rene o seu conhecimento

    34

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    35/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    teosfico, o trabalho e estudos dos magnetizadores, e por fim as idias deAndr Luiz, relatadas em inmeros livros que falam da anatomia e daespiritualidade humana.

    Lamentamos que inmeros centros espritas sigam religiosamenteas determinaes tanto da FEB, da Aliana e do prprio Edgar Armound,sem antes passar por uma analise criteriosa, como ensina Kardec. Talvezisso acontea por falta de cultura esprita, e mesmo cultura geral, o queimpossibilita uma analise mais cuidadosa. Tambm os ritos que cercamtoda cultura brasileira (no s as religies) a concepo mstica, a crenairracional nas profecias e supersties.

    Tudo junto leva uma pessoa com algum carisma e falando emnome dos espritos eminentes a fazer grande sucesso.

    No importa se observamos o espiritismo religioso, cristoevanglico, cientfico ou filosfico, at porque, o importante saber queno podemos fugir regra da racionalidade, ou camos no misticismo.

    3 RAMATIS

    Atravs do mdium Herclio Maes comunicar-se o esprito denome RAMATIS.

    Sua obra imensamente aceita por mdiuns, e trazeminformaes do mundo espiritual bastante coerente entre outrasextremamente grosseiras. Uma analise mais acurada faz ver o quantoest distante dos preceitos Kardequiana.

    Ramatis se descreve como sendo um sacerdote do antigo Egito, hmil anos, e faz escola com suas conjecturas esotricas, composto emdiversos livros, como:

    Vida alm da Sepultura Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores O Sublime Peregrino Sobrevivncia do Esprito

    Mensagens do Astral Mediunidade de Cura

    35

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    36/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Mediunsmo Magia da Redeno Fisiologia da Alma

    Elucidao do Alm Problema do Esprito Imortal A Vida Humana e o Esprito Imortal

    Interessante notar que a obra medinica de Ramatis, atravs doHerclio, que no se intitula esprita, diverge em muito com as obras deKardec, e que no mereceu um critrio doutrinrio em sua confeco.

    Deus o pano de fundo de toda conscincia humana; e estedivino mistrio o homem, s poder compreender depois que se livrardefinitivamente das formas escravizantes da matria, e alcanar o mundodo conhecimento puro.

    Sem dvida, medida que a alma evolui, tambm sedespersonaliza porque se extinguindo nela a iluso da separatividade,mais cedo se integra conscincia Csmica. Transformar-se, pois, um ser

    Universal, sem a barreira ou vnculo consangneo.H de ser ter um cuidado especial na analise desse pensamento,

    pois podemos cair em uma idia clssica do pantesmo, da universalidadedo ser, do todo Universal, pois quando a alma despersonalizadasimplesmente, para se tornar parte do todo, um pantesmo, quandoapenas quebra barreira familiar uma universalidade salutar e evolutiva.

    Ramatis tem preferncia pelos assuntos como guerra, epidemias,

    cataclismos, alm de ter tentado explicar Jesus no livro O SublimePeregrino.

    Entre as previses de Ramatis, est a verticalizao do eixo daterra, que prev a morte de milhares de pessoas.

    Sob o estilo de fico, escreve livros de romances e contosdoutrinrios, eivados de ameaas, apesar da falta de evidencia daverdade.

    36

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    37/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    4- J. HERCULANO PIRES.

    Herculano sempre esteve preocupado com a cultura esprita, sepodemos distancia-la de outras culturas, so motivos de suapreocupaes: os conceitos espritas e o pensamento que forma a culturaesprita.

    Buscou informaes nos textos originais (francs), tornando-seno apenas um intrprete, mas, um defensor dos postulados de Kardec, svezes, foi at intransigente.

    O aspecto filosfico no perdia de vista em suas ingestes, e issoficou gravado em tradues e edies especiais para a LAKE, como em oLivro dos Espritos.

    O aspecto pedaggico, procurando com esmero de um mestre, afilosfica e a cincia esprita, e propondo um processo dinmico natransformao da humanidade.

    Herculano adentra ao campo da Parapsicologia, e nega o direito aoaprisionamento nas ctedras escolares.

    Procura fazer uma correlao com as cincias Parapsicologia eesprita, pois os sintomas medinicos no so apenas medinicos mastambm anmicos. Portanto, tanto o espiritismo colocando tudo comosendo mediunidade ou a Parapsicologia apresentando tudo como sendoanmico esto erradas. A noo que temos hoje melhor tratada comoMEDIANMICA, ou seja, a somatria de medinica e anmica.

    Aceita o rigor da cincia parapsicolgica para o EspiritismoCientifico, combate a influencia do Roustaingusmo, defendido pela FEB,ou a influncia de Ramatz ou mesmo do heterodoxsmo de EdgarArmound, com sua aceitao das doutrinas ocultistas e orientais.

    A religio, tambm no fugiu ao seu enfoque, por aceitarindestrutiva a moral crist. Fica seu religiossmo marcado em sua obra,apesar de no se afastar do cientificismo, como:

    Agonia das Religies Reviso do Cristianismo

    37

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    38/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Esprito e o Tempo

    Herculano percorre os campos da filosofia, da psicologia e da

    parapsicologia, da literatura e da fico cientfica, da crnica e do ensaio,do romance e dos contos e cursos como: Introduo Psicologia, e obrasque envolvem a preocupao com a infncia, Tradues tambm foi seucampo de ao, como as obras de Kardec editadas pela EDICEL.

    No podemos pensar em espiritismo no Brasil, sem pensar nasobras de J. Herculano Peres.

    5 J. B. ROUSTAING.

    Um pensamento divergente do espiritismo, e sobrevive desde1866, atravs de sua obra: Os Quatros Evangelhos, apresentada emDourdeus - Frana.

    Trata-se de um trabalho medinico na qual Mm.EmillieCollignon recebia mensagens de Jean Baptiste Roustaing.

    Esta obra tambm intitulada de Revelao da Revelao,explica os Evangelhos e os mandamentos de Moiss.

    Divulga-se que essa obra seria ditada pelos evangelistasMateus, Marcos , Lucas e Joo, com assistncia dos apstolos de Moiss.

    O nvel de idolatria foi expresso por Guillon Ribeiro, seutradutor. Nela se encerra toda uma revelao de verdade divina, queainda, a nenhum outro fora dado ao homem entrever. Ela nos pe sob asvistas, banhada numa claridade intensssima, que por vezes ainda nosofusca os olhos to pouco acostumados luminosidade das coisasespirituais. Esse cdigo de sabedoria infinita, que se h de tornar o cdigonico dos homens - Os Evangelhos de Jesus

    Importante frisar, Guillon ao fazer tal comentrio, fez em nomeda FEB Federao Esprita Brasileira, da qual foi diretor por trs anos.Ismael Gomes Braga, tambm da FEB, faz o seguinte comentrio sobre aobra: Ela destina-se a um pblico mais exigente intelectualmente do queaquele que se satisfaz com as obras de Kardec.

    38

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    39/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Os Quatros Evangelhos de Roustaing tm como centro, a idia docorpo fludico de Jesus. Nega portanto, a prpria encarnao do Cristo, oque Kardec rejeita veementemente j que sempre props que atravs daencarnao, at que seja necessrio, se far a evoluo dos espritos, e ouquando houver uma misso especial, algum esprito evoludo poder serconvocado a encarnar e executar uma tarefa especifica.

    Outra afirmao no menos importante de Roustaing: A gravidezde Maria foi obra do Esprito Santo, porque foi obra dos espritos doSenhor, e como tal aparente e fludica, de maneira a produzir iluso, afazer cr numa gravidez real.

    Em 1943, Luciano Costa, edita de sua autoria o livro Kardec e noRoustaing, tentando por fim ao embate que havia entre as facesespritas. No se trata de uma divergncia em parte, da doutrinaEsprita, e sim, como acabamos de verificar, de uma completa separaodoutrinria, por se encontrar em campo diametralmente oposto, naquiloque se estriba a filosofia dos Espritos.

    Trata-se, portanto, de um autor que se desviou dos interessese postura esprita, opondo-se ao seu cerne doutrinrio.

    6 EMMANUEL.

    O Espiritismo somente se firmou no Brasil, na dcada de trintaatravs da mediunidade de Francisco Candido Xavier, com inmeras obraspublicadas, entre elas figura certamente: Parnaso Alm Tmulo. Obrapsicografada de Emmanuel e que traz a contribuio de inmeros poetasbrasileiros e portugueses j desencarnados.

    uma obra, portanto, de comprovao da imortalidade, e decomunicabilidade.

    Interessante observar, que o nome de Emmanuel, quer dizer oque vem de Deus, e ele prprio quem descreve durante sua obra.

    Pela vasta obra que possui, principalmente psicografada atravsdo Chico, tornou-se um mito nacional, pela sua importncia econsistncia filosfica, h quem o trate de mentor nacional.

    39

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    40/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Sua histria tambm revelada, atravs de sua obra, conta que eleteria sido um senador romano Pblio Lntulus, e governador da Judia, napoca em que viveu Jesus Cristo, tambm na Judia, com o qual tem umaentrevista, e passa a admirar sua magia, sua beleza fsica, seu olhar e suamajestade, sua autoridade e docilidade.

    Nos anos 1500 teria vivido a experincia de vestir-se comosacerdote, e teria morrido sob intenso sofrimento, com uma marcaprofunda da religiosidade, do amor sublimado., O celibato tambm fezparte de sus experincia.

    O retrato que se tem conhecimento, foi feito sob a descriomedinica, e a arte de um pintor, e posteriormente refeito outro retratocom feio mais madura e cabelos grisalhos, talvez para impor maisrespeito, ou talvez, para representar mais conhecimento,. Perdendo entoo ar de um jovem viril, para senador Pblio.

    Emmanuel preferiu o aspecto do Cristo Mstico, e fundamentandotoda sua redao, retratando o modelo cristo, sobre-humano, um espritoeleito.

    Mostra em sua obra uma personalidade forte, apesar de parecerafvel; muitas vezes, divergente de Kardec, parece-nos ter criado suaprpria religio, talvez uma variao do catolicismo e o do espiritismo.

    Entoou no mais alto vigor o Cristo, privilegiando-o muitas vezes,com se o mesmo no tivesse a necessidade de encarnar ou viver um amorhumano, talvez resqucio de sua fase celibatria.

    Com a tese bsica de espiritismo + cristianismo, criou o espiritismoredivivo, envolveu com sua religiosidade e seus conceitos filosficoscristos, toda sua obra, oferecendo a salvao, e um mundo dos eleitos,para os bons, tentando fazer uma trilha dos bons costumes e de ticacrist.

    Emmanuel, tambm percorre pelo campo da cultura geral, como:religio- sociologia psicologia antropologia poltica sexo famlia educao.

    Exaltou a mulher na famlia e na sociedade.Quando trata o assunto encarnao, em voz alta, afirma que a

    encarnao no uma necessidade do esprito, para sua evoluo, mas

    40

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    41/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    antes, um CASTIGO , contradizendo frontalmente a Kardec, e lgica daevoluo natural, atravs da experincia vivida.

    O mito Emmanuel, tem uma extensa obra, abordando os maisdiversos temas, colocando-o entre os espritos religiosos mais frteis.

    Um leitor mais atento, observa que Emmanuel criou umacristolatria profunda, com referncia a seu vnculo e sua peregrinao emdiversas vidas que experimentou . Elegeu Cristo como o mentor eexecutor de planeta Terra, bem como, todas as formas vivas do planeta.Depe com isso, as leis naturais, prega o evangelho redivivo comodoutrina consoladora dos espritos aflitos.

    Afirma que o esprito encarna por ter em sua vida bsica, oorgulho, a vaidade, a inveja etc., portanto a vida um castigo, e justificacom isso a encarnao, de sofrimento e desespero a que esto sujeitostodos os seres humanos.

    Afirma tambm, que a salvao est no Evangelho, pois o nicocaminho de evoluo; e que o intelectual geralmente orgulhoso, e areligio a face augusta, soberana da verdade. Faz apologia dasimplicidade de pensamento, a ponto de ter um sentido acusatrio acultura e a intelectualidade.

    7 ANDRE LUIZ.

    A popularizao do espiritismo social e cientifico, deve-seprincipalmente a esse autor de inmeros livros, que procura como umreprter, muitas vezes, at isento de emoes, relatar sua viso do mundoespiritual, seu comportamento necessidades.

    Desde seu primeiro livro Nosso Lar observa-se que muito maisque doutrinrio, tem o compromisso de preparar o leitor de sua obra, parauma vida melhor e d esperana de algo melhor no mundo espiritual

    Sem sombra de dvida A. Luiz, atravs da mediunidade deFrancisco Cndido Xavier, o mais importante autor de livros espritas, e oseu maior divulgador.

    Faz frente com Emmanuel na orientao comportamental doesprita religioso e assistencialista.

    41

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    42/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Observamos isso em diversas obras, como:Nosso Lar - A primeira obra da srie Andr Luiz, onde relata a

    vida comunitria de uma cidade espiritual. Trata de uma organizao e deseus habitantes, sobre a sociabilizao entre eles. Mdico, A.Luiz falasobre a existncia e a convivncia por oito anos, numa rea que chama deUmbral, algo como o purgatrio dos catlicos.

    Os Mensageiros Relato de uma semana de trabalho realizadopor mensageiros do bem, em diferentes planos da vida, Informa haverum local em Nosso Lar, chamado de Centro de Mensageiros.

    Missionrios da Luz Um estudo da natureza humana, fala davida do esprito, do perisprito, das clulas, das glndulas, trazendo pelaprimeira vez a informao sobre a importncia da Glndula Pineal ouEpfise como regulador do sexo na infncia, a qual na maturidade, exerceimportante papel no campo da espiritualidade, pois o ele de ligaoentre os planos: encarnado + desencarnado.

    Obreiro da Vida Eterna Comenta uma expedio socorristarealizada pelos obreiros da paz com a finalidade de amparar almas quedesencarnaram, conduzindo-as ao plano espiritual.

    No Mundo Maior Excelente estudo sobre o crebro, oectoplasma, e por conseqncia a psicopatia. Fala tambm sobre asdesarmonias que a insatisfao pode provocar, como leses; fala tambmsobre sexo, aborto etc.

    Agenda Crist Procura dirigir a conduta humana, um chamado conseqncia e a importncia da conduta e qualidades morais.

    Liberao Relato de uma expedio s trevas, regio infernal,onde abriga criaturas com rostos deformados, corpos mutilados, comobjetivo de liberta-los.

    Entre a Terra e o Cu Faz um relato e estudo de crisesexistenciais tendo como fundo a reencarnao, dividas crmicas, eresgates. Observa-se a idia de que a encarnao a forma de selibertar, refinar-se.

    Nos Domnios da Mediunidade Estudo interessante dafaculdade medinica, observa a assimilao das correntes fludicas

    42

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    43/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    (energticas), fala das foras curativas, telepatia, psicometria,materializao (ectoplastia), e obsesso.

    Ao e Reao Estudo detalhado do Karma Lei de causa eefeito novamente enfoca a encarnao como resgate s dividaspassadas.

    Evoluo em Dois Mundos Talvez o mais importante livroescrito por Andr Luiz, onde enfoca o perisprito, esprito, e fala da criaoe integridade do Cosmo.

    Mecanismo da Mediunidade Analisa as diferentes fases enuances da mediunidade, portanto, um dos mais importantes manuaisde pesquisa e conduta sobre a mediunidade.

    Sexo e Destino Narra drama da vida real, engendra umahistria possvel de existir entre famlia, e os problemas que normalmentesurgem pela carncia ou deseducao sexual.

    Desobsesso Prope um mtodo prtico para o tratamento dedesobsesso, interessante notar, que o assunto verdadeiramenteimportante, visto que, a obsesso uma continncia natural dahumanidade. Existe uma quantidade de criaturas introspectivas,angustiadas, desequilibradas convivendo entre si, e que esse estado no necessariamente constante, portanto, a pessoa pode ter ciclos obsessivos,entre momentos totalmente lcidos.

    E a Vida Continua Mais uma afirmao da vida extrafsica,portanto, negando a morte como um estado definitivo.

    Pelos temas e pelo carter didtico que Andr Luiz escolheupara informar, merece nosso respeito e nossa melhor reflexo sobre suaparticipao nos conceitos espritas.

    8 WILLIAN CROOKES.

    O corpo doutrinrio e cientfico do Espiritismo deve-se a muitasinteligncias alm de Kardec, Mas, entre todos, talvez o mais importantecolaborador, Willian Crookes. Eminente cientista que estudou durantetrs anos a materializao (ectoplasmaia) de Katie King, atravs damediunidade de Florence Cook.

    43

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    44/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    W.Crookes, aos 37 anos de idade, brilhava em sua carreiracientfica, com a descoberta do elemento tlio (tubo de Crooks-catdico) ,ou seja, a descoberta do estado radiante da matria. Envolveu-se tambm em estudos sofisticados de laboratrio e investigaes nasreas de qumica e fsica.

    Nos campos das pesquisas, Crooks foi muito inventivo, fezexcelente trabalho no campo da ectoplasmia . Assim descreve LordLytton, em seu livro Zanoni, sobre Crooks.

    Ainda durante o perodo das visitas do esprito de Katie King, asquais duraram somente trs anos e foram ento de ocorrncia dirias.Crookes freqentemente cortava grandes peas, com permisso de Katie,de seu vestido, e to logo elas eram extradas, os buracos decorrentes, sefechavam. Sob suas vistas e as peas cortadas eram substitudasaparentemente por uma formao espontnea, exatamente do mesmotecido extrado, sem qualquer sutura ou junta discernvel. Perguntei-lhese ainda possua as peas cortadas e ele disse que sim, inmeras delas, eque elas eram de um tipo de algodo muito inferior, extremamenteadulterado na manufatura.

    Observa-se a insistncia de Crookes, na anlise da textura dotecido em diversas pocas, seu interesse no seria por certo, apenas termais um pedao de tecido ectoplasmado, mas, analisar a consistncia damesma substncia em pocas diversas.

    E, como poderia permanecer por tempo indeterminado, algo quesurgia do ectoplasma de um mdium?

    Katie King permitiu ser fotografada, pesada, auscultada, que lhecortassem mechas de cabelo, medissem suas formas, examinassem atextura e cor da pele, o que provava que o esprito materializadoindepende do mdium.

    Importante notar que, alm de eminente fsico, e da importnciade sua contribuio para o espiritismo, Crookes tem uma biografia rica.

    Willian Crooks 1832/1919 -, fsico e qumico ingls, descobriu:

    44

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    45/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Tlio, em 1867 Elemento qumico, cujo smbolo TL.- metalbranco, brilhante que se encontra nas piritas de cobre misturado comoutros minerais. As combinaes so txicas e do cor vede chama.

    Radimetro, em 1872 - Mede raios de luz ou calor 1865 Inventou um mtodo para separar ouro e prata de

    outros minerais atravs do sdio. 1878 Executou um trabalho sobre fsica molecular no vcuo,

    onde apresenta um novo estado da matria, na realidade tratava-se doquarto estado da matria Radiante -, o estado ultragasoso, onde amatria radiante.

    Raios Catdicos so raios corpusculares resultado deeltrons emitidos por um ctodo (plo negativo de um gerador eltrico),eletrodo do qual partem eltrons ou ons negativos, ou para o qual sedirigem os ons positivos, numa clula eletroltica, tubo de descarga esistema, a uma lata tenso num tubo em que se fez vcuo.

    9 Leon Denis

    Leon Denis levou a srio o que Kardec colocou em A Gnese Cap. I n 65 Caminhando a par com o progresso, o Espiritismo jamaisser ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstram estarem erro, acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Seuma verdade nova se revelasse, ele a aceitaria

    Certamente Leon Denis, foi o que mais colaborou para a

    popularizao doEspiritismo, sem fugir dos parmetros que Kardec, to habilmenteinstalou.

    Assim defina o Espiritismo:O espiritismo simplesmente, uma filosofia m,oral e uma cincia

    positiva. Ao mesmo tempo, pode satisfazer ao corao e razo.Sua participao foi precisa e oportuna, pois a sociedade

    buscava novos valores, pediam a ingnua f ou corriam para omaterialismo frio e calculista, tendo habilmente aproveitado essa vcuo doceticismo.

    45

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    46/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Em seu livro Depois da Morte, Cap. XXIV, faz a segunda afirmao; grande a misso do Espiritismo e so incalculveis as suas

    conseqncias morais. E no cap. XVIII afirma:O espiritismo pois, uma poderosa sntese das leis fsicas e

    morais do Universo, e simultaneamente, um meio de regenerao eadiantamento.

    No se limita a um repetidor de Kardec, mas se envolve comoum grande trabalhador do meio social, fazendo inmeras incurses namoral, religio, no social etc. At porque, como filsofo, entrou no campoda fsica versando sobre a matria radiante, os fluidos, a consistncia doperisprito, e a ectoplasmia.

    Coloca-se visceralmente contra o dogmatismo e o sentido deseita para o espiritismo e justia seu critrio racional e cientfico daseguinte forma no livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor.:

    Por isso, nos propomos adotar aqui os termos, a vista, dosmtodos de que se serviu Kardec, como sendo os mais seguros,reservando-nos acrescentar ao nosso trabalho, todos os desenvolvimentosque resultarem das investigaes e experincias feitas nos cinqenta anosdecorridos desde o aparecimento das obras da codificao.

    10 Hernani Guimares Andrade

    Uma das maiores personalidades do meio esprita-moderno oucientfico, por sua capacidade de pesquisa e inteligncia inventiva, esseautor de inmeros ensaios, livros e teses.

    1958 escreveu o livro Teoria Corpuscular do Esprito.Onde faz uma viajem no mundo da fico cientfica para justificar

    sua brilhante tese da origem e composio do esprito. Analisa desde oelemento elementar monera - ou partcula espiritual simples at ocomplexo que chamamos de esprito. Que para ele nesse livro seria oresultado da unio das partculas simples espirituais.

    46

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    47/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    1967 lana o livro Parapsicologia Experimental embasadoem seu conhecimento de laboratrio esprita, associado ao conhecimentode ctedra.

    1670 edita o livro A Matria Psi talvez o mais importantelivro de sua autoria, pela sua consistncia , na realidade odesmembramento do primeiro livro A Teoria Corpuscular do Esprito,agora revisto e trazendo novos conceitos da fsica e qumica moderna.

    1983 edita o livro Morte Renascimento e Evoluo, umabiologia transcendental, traz anlise da entropia, da biognese, da mortee a sobrevivncia da alma. Alm de inmeros casos que mereceram sua

    ateno e estudos referentes comprovao da reencarnao. 1984 lana o Esprito, Perisprito e Alma, um ensaio sobre o

    modelo organizador biolgico. um interessante estudo sobre o esprito esuas camadas mais materializadas que o perisprito. Alm de criar aidia de uma forma estruturadora do corpo fsico e das energias quecompem o ser humano.

    1986 seu livro lanado Psi Quntico uma extenso dos

    conceitos qunticos e atmicos idia do esprito tambm umdesdobramento do primeiro livro, agora com mais abrangncia econsistncia na fsica e qumica.

    Atualmente a figura expoente da transcomunicao no Brasil,alm de ser o mentor da estrutura cientfica chamada Psicobiofsica, quepode substituir a Psicologia, a Parapsicologia e a Metapsquica.

    Fundou o IBPP Instituto Brasileiro de Pesquisa da Psicobiofsica, ecriou com sua equipe o aparelho a que deu o nome de TEEM TensionadorEspacial Eletromagntico que tem como base hiptese dos camposcompensados. Destina-se a criar, portanto, tenso no espao, mediante aao de seis solenides, cujos campos magnticos so dispostos demaneira opostas, dois a dois, de acordo com as seis faces do cubo.

    O TEEM pode gerar campos magnticos de at 2.100 graus,utilizando 50/250volts e corrente contnua.

    47

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    48/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Foram realizados 80 testes supervisionados por Dr GilbertoMoreno, bacteriologista e professor da USP Universidade de So Paulo eseu assistente Dr Roberto Yanaguita.

    O objetivo desse aparelho ajudar na medicina do futuro, porrestabelecer a harmonia fsica, sem a necessidade de remdios oucirurgias, pois, prope a gerao de clulas sucessivas, portanto, ss.

    No experimento, exposio de 2 horas de incubao,bactrias produziram de 04 a 06 geraes sucessivas, dessa forma, oprocesso poder-se-ia interromper ou controlar a progresso das bactrias(comprometendo seu {BION = VIDA} das bactrias), sem a leso fsica docorpo humano.

    V CAPTULO

    PRINCIPIOS DA DOUTRINAS ESPRITAOs princpios fundamentais da doutrina esprita,

    prendem-se :

    1. imortalidade da alma2. natureza dos espritos e sua relao com o homem3. leis morais4. vidas futura5. porvir da humanidade

    48

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    49/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    1 A imortalidade da Alma.

    O Esprito o ser inteligente da criao, a individuao doprincipio inteligente. Deus os criou como a tudo que compem o Universo,pela Sua vontade, mas a origem nos desconhecida.

    A alma (como Kardec chama o esprito encarnado), depois deresidir temporariamente no espao (erraticidade), renasce na condiohumana, trazendo consigo a herana das boas ou ms tendncias do seupassado; reaparece na cena terrestre para representar um novo ato doseu drama, da sua vida que um tempo contnuo. Conquistar novascapacidades que lhe facilitaro a ascenso, acelerando assim suacaminhada evolutiva.

    A lei do renascimento (reencarnao), explica e completa oprincpio da imortalidade. A evoluo do ser indica um plano e um fim,.Este fim que a perfeio, no pode realizar-se em uma nica existncia,por mais longa que seja. Devemos ver na pluralidade das vidas acondio necessria de educao e de progresso, e custa do prprioesforo, luta e sofrimento, que ela redime seu estado de ignorncia e deinferioridade, e se eleva, quantitativamente. Primeiramente em mundosprimitivos , e depois, atravs dos inumerveis mundos habitados.

    A reencarnao afirmada pelas vozes do alm-tmulo anica forma racional pela qual pode-se admitir a reparao das falhascometidas e a evoluo a gradual dos seres. Sem ela, no se v ascensomoral satisfatria e completa; no h possibilidade de conceber aexistncia de um ser que governe o Universo com injustia.

    Se admitirmos que o homem vive atualmente pela primeira eltima vez neste mundo, que uma nica existncia terrestre seria oquinho de cada um de ns, a incoerncia e a parcialidade ficariampatentes, pois no haveria estmulo ao crescimento, visto que adesigualdade est estampada em todas as ares.

    Por que para uns a fortuna, a felicidade constante e paraoutros a misria, a desgraa inevitvel?

    49

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    50/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Para uns a fora, a sade, a beleza, para outros a fraqueza, adoena a fealdade ?

    Por que da inteligncia, o gnio de um lado e para outro aimbecilidade? Como se encontram tantas qualidades morais admirveis apar de tantos vcios e defeitos?

    Por que h raas to diversas ? Umas inferiores a tal ponto queparecem confinar a animalidade e outras favorecidas com todos os donsque lhe asseguram a supremacia ?

    E as enfermidades congnitas, como a cegueira, a idiotia, asdeformidades, todos os infortnios que enchem os hospitais, os alberguesas casas de correo. A hereditariedade no explica tudo; na maioriaparte dos casos, estas aflies no podem ser consideradas como oresultado de causas atuais. Sucede-o mesmo com os favores da sorte.Muitssimas vezes, os justos parecem esmagados pelo peso da prova, aopasso que os egostas e maus prosperam.

    Por que tambm as crianas mortas antes de nascer e as que socondenadas a sofrer desde o bero ? Certas existncias acabam em poucotempo outras duram a eternidade.

    De onde vm as crianas prodgios, msicos, pintores, poetas,todos que, desde a meninice, mostram disposies extraordinrias para asartes ou para s cincias ao passo que tantos outros ficam na mediocridadetoda a vida ?

    E igualmente donde vm os instintos precoces os sentimentosinatos de dignidade ou baixeza, contrastante s vezes to estranhamentoao meio em que se manifestam ?

    Se a vida individual comea somente com o nascimento, se antesdele, nada existe para cada um de ns, debalde se procuraro explicarestas diversidades pungente , estas anomalias e ainda menos poderemosconcilia-las com a existncia de um poder sbio, previdente e eqitativo.

    Todas as religies, todos os sistemas filosficos contemporneos,vieram esbarrar com este problema, nenhum o pde resolver.

    Considerando sob o ponto de vista, que a unidade de existnciapara cada ser humano, o destino continua incompreensvel, ensombrasseo plano de Universo, a evoluo , para tornar-se inexplicvel o sofrimento.

    50

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    51/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    O homem levado a crer na ao de foras cegas e fatais, naausncia de justia distributiva, resvala insensivelmente para o atesmo epessimismo. Ao contrrio, tudo se explica, se torna claro com a doutrinadas vidas sucessivas. A lei de justia revela-se nas menoresparticularidades da existncia.

    A desigualdade que nos chocam resultam das diferentes situaesocupadas pelas almas, nos seus graus infinitos de evoluo. O destino doser, no mais do que o desenvolvimento, atravs das idades, da longasrie de causas e efeitos gerados por seus atos e seu livre arbtrio. Nadase perde; os efeitos do bem e do mal se acumulam e germinam em nsat o momento favorvel de desabrocharem. s vezes, expande-se comrapidez, outras depois de longo tempo, transmitem-se, repercutem deuma para outra existncia, segundo a sua maturao ativada ouretardada pelas influencias ambientais, mas, nenhum desses efeitos podedesaparecer por si mesmo; s a reparao tem esse poder.

    2 A NATUREZA DOS ESPRITOS - ESCALA EPIRITA.

    A doutrina admite, geralmente, trs categorias principais dou trsgrandes divises de espritos.

    Na ltima, naquela que se encontra na base da escala, estoos espritos imperfeitos, caracterizados pela predominncia damatria sobre o esprito e pela propenso ao mal.

    Os de segunda caracterizam-se pela predominncia do espritosobre a matria e pelo deseja de praticar o bem. So espritosbons.

    A primeira, compreende os espritos puros, que atingiram osupremo grau de perfeio.

    Esta diviso nos parece perfeitamente racional e apresentacaracteres bem definidos.

    51

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    52/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Com ajuda deste quadro ser fcil determinar a ordem e o graudos espritos, com os quais podemos entrar em relao, e , porconseguinte o grau de confiana e de estima que eles nos merecem

    Esta de alguma maneira, a chave da cincia esprita, pois s elapode explicar-nos as anomalias que as comunicaes apresentam,esclarecendo-nos sobre as irregularidades intelectuais e morais dosespritos.

    Devemos observar, entretanto, que os espritos no permanecempara sempre e exclusivamente a uma classe, seu progresso se realizagradualmente, e muitas vezes, se efetua mais num sentido que noutro.

    Podem reunir as caractersticas de vrias categorias, o que fcilavaliar por sua linguagem e seus atos.

    3 RELAO COM OS HOMENS O Livre Arbtrio.

    A liberdade a condio necessria alma humana, pois sem elano poderia construir seu destino.

    em vo que os filsofos e os telogos tm argumentadolongamente a respeito dessa questo.

    A porfia tem obscurecido, com suas teorias e sofismas, votando ahumanidade servido, em vez de a guiar para a luz libertadora.

    As druidisas haviam-na formuladas desde os primeiros tempos,propunham trs unidades primitivas, que so : Deus a Luz e aLiberdade.

    primeira vista , a liberdade do homem parece muito limitada, nocirculo de fatalidades que o encerra, necessidades fsicas, condiessociais, interesses ou instintos. Mas considerando a questo mais deperto, v-se que esta liberdade sempre suficiente para permitir que aalma quebre este crculo e escape s foras opressoras.

    A liberdade e a responsabilidade so correlativas no ser e aumentamcom sua elevao: a responsabilidade que faz sua dignidade e

    52

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    53/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    moralidade. Sem ela, no seria ele mais do que um autmato, um joguetedas foras ambientes, a noo de moralidade inseparvel da liberdade.

    A responsabilidade estabelecida pelo testemunho da conscinciaque nos aprova ou censura, segundo a natureza de nossos atos.

    A sensao do remorso uma prova mais demonstrativa quequalquer argumento filosfico. Para todo esprito, por pequeno que sejaseu grau de evoluo, a lei do dever brilha como um farol, atravs danvoa das paixes e interesses. Por isso, vemos todos os dias homens nasposies mais humildes e difceis, preferirem aceitar provaes duras, a seabaixarem a cometer atos indignos. Em contrapartida de outros que tudotem para fazer de sua existncia exemplo, preferem caminhos quecompromete a atual e futura existncia.

    Se a liberdade restrita, est em constante via de perfeitodesenvolvimento, porque, o progresso no outra coisa a mais do que aextenso do livre-arbtrio individual ou coletivo. A inteligncia e a vontadechegam, pouco a pouco, a predominar sobre o que aos nossos olhosrepresenta a fatalidade. Desta forma o livre-arbtrio a expanso dapersonalidade e de conscincia.

    Para sermos livre necessrio querer ser, e fazer esforo constantepara vir a ser, libertando-nos da escravido da ignorncia e das paixes ,substituindo o imprio das sensaes e dos instintos pelo da razo.

    Como conciliar nosso livre-arbtrio com a prescincia divina ?Perante o conhecimento onisciente de Deus de todas as coisas,

    pode-se verdadeiramente afirmar que h a liberdade humana?Questo complexa e rdua na aparncia que faz correr rios de tinta

    e cuja soluo , das mais simples. Mas o homem no gosta das coisassimples; prefere o obscuro, o complicado, e no aceita a verdade senodepois de ter esgotado todas as formas de erro.

    Deus, cuja cincia infinita abrange todas as coisas, conhece anatureza de cada homem, seus impulsos, suas tendncias.

    Tambm ns se conhecssemos o carter de uma pessoa,poderamos facilmente prever o sentido em que, numa dada circunstncia,ela decidir, quer segundo o interesse, quer segundo o dever.

    53

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    54/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Uma resoluo no pode nascer do nada. Est forosamente ligadaa uma srie de causas, e efeitos anteriores, de onde deriva e que aexplica.

    Deus conhecendo cada alma, em sua menor particularidade, pode,pois, rigorosamente saber com certeza, com o conhecimento que temdessa alma e das condies em que ela chamada a agir, asdeterminaes que livremente tomar.

    O livre-arbtrio, a livre vontade do esprito exerce-se principalmentena hora da reencarnao, escolhendo tal famlia, certos meios sociais,sabe de antemo quais so as provaes a que o aguardam, mas,compreende a necessidade destas provaes para o seu desenvolvimento,despe-se de seus preconceitos e vcios, para uma nova jornada.

    Estas provaes podem ser tambm conseqncia de um passadonefasto, que preciso reparar, e ela aceita com resignao e confiana,porque, sabe que seus grandes irmos do espao, no o abandonaro nashoras difceis.

    Em resumo, em vez de negar ou afirmar o livre arbtrio, segundo aescola filosfica e a que se pertence, seria mais exato dizer: O homem o obreiro de sua libertao

    O estado completo de liberdade atinge o cultivo ntimo e avalorizao de suas potncias ocultas. Os obstculos acumulados em seucaminho so meramente meios de o obrigar a sair da indiferena e autilizar suas foras latentes. Todas as dificuldades materiais podem servencidas.

    Somos todos solidrios e a liberdade de cada um liga-se liberdadede todos.

    4 LEI DE CAUSA E EFEITO.

    Comprovadas como esto as vidas sucessivas, o caminho daexistncia acha-se desimpedido e traado com firmeza e segurana. Aalma v claramente seu destino, que a ascenso para a mais alta

    54

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    55/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    sabedoria, para a luz da vida. A alma governa o mundo, nossa felicidadeest em nossas mos, no h falhas no Universo, sendo o seu alvo aBeleza, seus meios a Justia e o Amor. Dissipa-se portanto, todo o temorquimrico, todo o terror do alm. Em vez de recear o futuro o homemsaboreia a alegria das certezas eternas, Confiando no dia seguintemultiplicam-se-lhe as foras e seu esforo para o bem ser centuplicado.

    Entretanto, levanta-se outra pergunta: Quais so as molas secretaspor cuja via se exerce a ao de justia no encadeamento de nossasexistncias?

    Notemos, primeiramente, que o funcionamento da justia humana,nada nos oferece que se possa compara com a lei divina. Esta se executapor si mesma, sem interveno alheia, tanto para os indivduos como praas coletividades.

    Esta lei imutvel , antes de tudo, uma lei de equilbrio. Estabelecea ordem no mundo moral, da mesma forma que as leis de gravitao e dagravidade que asseguram a ordem e o equilbrio no mundo fsico.

    No princpio de sua carreira evolutiva, em sua ignorncia, o homemdesconhece e transgride muitas vezes a Lei. Da, as enfermidades, asservides materiais, mas, desde que se instrua, desde que aprenda a pros atos de sua vida em harmonia, com a Regra Universal, cada vezmenos presa da adversidade.

    Os nossos atos e pensamentos traduzem em movimentos vibratriose seu foco de emisso, pela repetio freqente dos mesmos atos epensamentos, transforma-se pouco a pouco, em poderoso gerador do beme do mal.

    O ser classifica-se a si mesmo, pela natureza das energias de que setorna o centro irradiador, mas,na medida que as foras do bem semultiplicam por si mesma e aumentam incessantemente, as foras do malse destroem por seus prprios efeitos. Esses efeitos voltam para suacausa, para seu centro de emisso e traduz-se sempre em conseqnciasdolorosas.

    As vibraes de seus atos, de seus pensamentos, depois de haverefetuado sua trajetria, volve-se sua origem. Mais cedo ou mais tardeoprimem-no, o partam-no na necessidade de reformar-se.

    55

  • 8/4/2019 CURSO DE ESPRITISMO - 1

    56/114

    SOCIEDADE DE ESTUDOS E PESQUISAS PSIQUICAS DE SANTOS

    Este fenmeno pode explicar-se cientificamente pela correlao dasforas, pela espcie de sincronismo vibratrio, que faz voltar sempre oefeito sua causa.

    Sucede o mesmo na ordem moral., Os pensamentos de dio evingana, os desejos de prejudicar, provenientes do exterior, s podemagir e influenciar-nos dede que encontrem elementos que vibremunssonos com eles. Se nada existir em ns de similar, estas forasresvalam, sem nos penetrar; volvem para aquele que as projetou nopresente ou futuro.

    H, pois, na lei de repercusso dos atos, alguma coisa mecnica,automtica na aparncia, entretanto, quando implica em reparaesdolorosas, grandes espritos intervm para regular o exerccio e acelerar amarcha das almas em via de evoluo. Sua influncia faz-seprincipalmente sentir na hora da reencarnao, a fim de guiar estas almasem suas escolhas, determinando as condies e meios favorveis curade suas enfermidades morais, e ao reparo das faltas anteriores.

    Todos aqueles que sofrem no so forosamente culpados. Muitosso simplesmente espritos vidos de progresso, que escolhem vidaspenosas e de labor, para colherem o beneficio moral da evoluo,resultando a experincia de vida ao sofrimento.

    Em virtude da ao constante do pensamento e da vontade, v-seque a retribuio absolutamente perfeita. Cada um colhe o fruto oimperecvel de suas obras passadas e presentes; cada um colhe o efeitode uma causa exterior, mas por um encadeamento que liga em nsmesmos o pesar alegria, ao esforo e ao xi