Curso de Escalada Rapel e Ascencao Basico Corridas de Aventura

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Curso de Introdução às Técnicas Verticais: Rapel, Ascensão e Escalada Aplicados a Corrida de Aventura www.ead-machado.com.br Prof. Alexandre Machado Prof. Alexandre Machado SANTOS SP Tel. (13) 81619655 - e-mail [email protected]

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Curso de Introdução às Técnicas Verticais: Rapel, Ascensão e Escalada Aplicados a Corrida de Aventura

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Apresentação

Técnicas Verticais e os Esportes de Aventura

Escalar uma montanha é inesquecível. Percorrer um rio em Duck ou em um bote de Rafting

é pura adrenalina. Voar de parapente é só emoção? A técnica chamada rapel é praticada

com cordas especiais a fim de descer cachoeiras ou mesmo de um prédio no centro da

cidade. Tudo pode ser feito em qualquer lugar, a qualquer hora e por qualquer pessoa,

devidamente auxiliada, sem medo e com muita segurança. O trekking é o contato direto com

a natureza exaltando todo o seu esplendor, sem contar com a unificação de vários esportes

quando ocorrem as corridas de aventura.

Estes são alguns dos Esportes de Aventura praticados e que, por serem tão inovadores, não

conseguem ser explorados adequadamente, ficando assim na experiência dos praticantes e

não no conhecimento da população em geral. O campo de trabalho é fantástico para os

profissionais da área de saúde. O Brasil é rico em recursos naturais, e a necessidade de

indivíduos capacitados torna-se cada vez mais premente.

Em nosso dia-a- dia, deparamo-nos com situações em que precisamos tomar decisões, das

quais pode depender nosso emprego, um relacionamento ou até mesmo nossas vidas.

Nesses momentos, aquele que conseguir ultrapassar sua barreira e conviver bem com seus

medos, terá muita facilidade em encará-los.

Quero assim, dividir todas essas emoções com vocês, mostrando pelos “Esportes de

Aventura” o melhor caminho, com apoio do conhecimento, da técnica e determinação, que

qualquer um pode desfrutar do contato com a natureza de uma forma emocionante,

prazerosa e consciente.

Um abraço a todos e muita Paz!

Prof.Alexandre Machado Faculdade Metropolitana Unidas – FMU

Pós Graduação em Esportes de Aventura Cadeira de Corridas de Aventura

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COMO DEFINIR – MONTANHISMO x ESCALADA

O Montanhismo é considerado um Esporte de alto rendimento, cujo objetivo é a ascensão de paredes rochosas ou montanhas através de caminhada ou escalada com ou sem a utilização de equipamentos. São aceitos como sinônimos da palavra montanhismo: alpinismo, andinismo e o himalaismo. A atividade é um gênero dentro do excursionismo, que nada mais é do que a convivência pacífica com ambientes naturais. A escalada é uma prática que utiliza as técnicas e movimentos de montanhismo e que tem como objetivo exigir o máximo de força e concentração do atleta. O atleta da escalada deve encontrar diferentes soluções para ultrapassar os obstáculos, não importando se está em uma cadeia de famosas montanhas européias ou na parede de uma academia.

HISTÓRICO DO MONTANHISMO E DA ESCALADA

O montanhismo moderno deve muito a dois franceses que, em 8 de agosto de 1786, chegaram ao ponto mais alto do Mont Blanc, na Europa. Esse foi o marco do esporte e, a partir da conquista dessa montanha, novos desafios foram traçados e sendo conquistados. Mas foi no final do século XIX e começo do XX, que houve uma grande explosão do montanhismo. Em 1868, os ingleses conquistaram os principais picos do Cáucaso, o Chimborazo e o Aconcágua, na Cordilheira dos Andes, em 1897. O Monte Everest, ponto mais alto da terra, com 8.872 metros, foi conquistado por dois montanhistas em 1953. A conquista do Everest encerrou um período de conquistas e abriu espaço a novos objetivos.

No Brasil, o esporte é antigo e já eram praticados, mesmo sem saber, pelos bandeirantes, os primeiros desbravadores de nossa terra. Mas como esporte mesmo, o marco inicial da atividade foi durante a primeira metade do século XIX, foi a conquista da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro. A partir daí, outros pontos como o Dedo de Deus e o Pão de Açúcar, também no Rio, foram sendo conquistados. O primeiro clube de excursionismo do país, o Centro Excursionista Brasileiro, foi fundado em 1° de novembro de 1919. A partir dai, com a organização da atividade, novos picos foram conquistados, e hoje a escalada já é uma realidade.

A história da escalada esportiva começou em um rigoroso inverno ucraniano. Foi nos anos 70 que um montanhista ucraniano teve a idéia de, durante a fase mais fria do ano, pendurar pedras em sua parede para que pudesse treinar. A idéia foi tão boa, que logo todos os outros escaladores locais a copiaram. Surgia aí a escalada esportiva. Em 1985, na Itália, foi realizado o primeiro campeonato mundial, que teve como obstáculo uma parede natural. Em 1987, pela primeira vez, um campeonato foi realizado em uma parede artificial. A copa do mundo de Escalada Esportiva foi criada em 1990. E, dois anos mais tarde, na Olimpíada de Barcelona, finalmente veio a consagração do esporte, quando foi praticado como demonstração.No Brasil, o esporte começou a ser praticado no final da década de 80. O grande divisor de águas no país foi a realização, em 1989, do I Campeonato Sul Americano de escalada Esportiva, em Curitiba. A partir daí, novos atletas e patrocinadores passaram a apoiar e a praticar o esporte.

TIPOS DE ESCALADA

Escalada em Rocha – Livre (esportiva, tradicional e extrema), Artificial (progressão através de

equipamentos) e Mista (equipamentos e rocha);

Escalada em Gelo - Cascatas

Escalada Mista – Rocha e Gelo em uma Mesma Via (alpina e alta montanha)

Daremos uma atenção para a escalada esportiva, que se divide em três categorias distintas:

Escalada de Boulder - é praticada geralmente em estruturas que não possuem mais que 5 metros de altura, ou que não precisam da aplicação de nenhum sistema de segurança contra quedas. Escalada de Dificuldade - já é realizada em estruturas mais complexas que podem atingir até 25 metros de altura. Nesta modalidade, o objetivo do escalador é alcançar o ponto mais alto da estrutura, fazendo movimentos acrobáticos e de extrema dificuldade.

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Escalada de Velocidade - consiste praticamente nos mesmos moldes da escalada de dificuldade, porém com rotas mais simples. O objetivo é chegar ao ponto mais alto no menor tempo possível.

EQUIPAMENTOS BÁSICOS UTILIZADOS NA ESCALADA INDOOR E OUTDOOR

Os equipamentos básicos para a prática da escalada em rocha ou artificial são: cordas, mosquetões, costuras, freio, cadeirinha, proteções fixas, proteções móveis, sapatilha para escalada, capacete e pó de magnésio para passar nas mãos. A segurança do esporte é um dos quesitos mais importantes, que atrai um grande número de praticantes. E as cordas têm exatamente essa função, já que, sem elas, os tombos são inevitáveis.

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO MONTANHISMO

A lista de equipamentos para o montanhismo é extensa e deve estar adequada ao roteiro da expedição que você irá percorrer. Mas alguns itens são fundamentais e devem estar sempre na mochila. Aí vai uma lista com alguns deles: Mochila, Mapa, Bússola, Kit de Primeiros Socorros, Lanterna, Comida Extra, Roupa Extra, Fogo e Canivete.O ideal é que, antes de realizar qualquer percurso, você procure obter informações com quem já fez o trajeto. Essa pessoa poderá ajudá-lo e dará dicas do que é necessário, ou não.

SEGURANÇA NA ESCALADA E NO MONTANHISMO

Quando falamos em segurança nesse esporte, dizemos que um simples erro pode levar um individuo ou sua equipe à morte.Por isso, atenção, um bom curso de escalada e muito treinamento é fundamental. Normalmente nunca escalamos sós , sempre com um ou mais amigos e, se possível, que tenham mais experiência que você. No Caso do montanhismo, comece por pequenos trekkings com aumento progressivo das escaladas técnicas.Vá com pessoas que já conheçam as trilhas , estude bem navegação e aproveite a natureza.Leve sempre equipamentos necessários para o seu nível de performance.

COMO CONSTRUIR UM "PRIVATE WALL" EM SEU QUARTO

Amplamente difundido na Europa e nos Estados Unidos, os Private Walls são muros montados em pequenos quartos para a prática da escalada. Embora com dimensões reduzidas, quando bem estruturados e utilizados, são uma poderosa arma para o desenvolvimento do escalador.O muro-modelo apresentado aqui será um muro regulável (0-50 graus) de 220x320cm (Figura 1). Mesmo em uma superfície de 7m2, este muro poderá suportar até 350 agarras de diversos tamanhos, o que permitirá uma grande variedade de vias e movimentos devido à grande densidade de agarras.

Espaço Físico Necessário

Para a construção deste muro, é necessário que o local a ser escolhido, coberto ou não, tenha no mínimo 320cm de altura, 260cm de largura e 350cm de comprimento. Qualquer medida inferior exigirá pequenas alterações no projeto.Um outro fator importante a ser levado em conta é a possibilidade de adentrar no quarto com todo o material. Os caibros e chapas são de dimensões respeitosas e muitas vezes não entram em algumas peças da casa. Por isso, meça antes.

Figura 1 - Módulo regulável básico, muito eficiente

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Material Necessário

-2 chapas de virola 14mm x 220cm x 160cm; -4 caibros de cedrinho 2pol. x 3pol. 320cm; -2 caibros de cedrinho 2pol. x 2pol. 220cm; -6 taquinhos de pinus 1pol. x 10cm x 30cm; -400 porcagarras 1/4 ou 5/16pol; -2 polias com 3 roldanas; -7 mosquetões ovais ou malhas rápidas; -8 chapeletas; -8 parafusos 5/16pol. x 5pol; -6 parafusos 1/4 pol. x 3pol; -48 parafusos do tipo mitofix 4mm x 50mm; -4 chumbadores ou 4 ancoragens químicas (leia mais em fixação); -3 cordeletes 6mm x 200cm; -30m corda estática 10mm; -Agarras; -Parafusos sextavados ou alliens para as agarras de diversos comprimentos e de acordo as porcagarras.

Passo 1 - Colocar as Ancoragens na Parede

Este é um ponto muito importante para a segurança do muro. De nada adianta construir um muro lindo cheio de agarras, se ele não agüentar o próprio peso e mais o do escalador ou escaladores.As ancoragens são os pontos, normalmente 3, que unem o muro a uma estrutura fixa (parede, pilares, estruturas fixas...).Dentre as inúmeras possibilidades, as parede de tijolos ou pilares de concretos são os mais encontrados. No caso dos tijolos, é necessário verificar primeiramente se são do tipo tijolo aberto ou maciço, pois para cada caso há um tipo de fixação recomendada.

Figura 2 - Figura da esq: Vista frontal do módulo com as duas chapas dispostas ao comprido uma sobre a outra. Centro: Vista posterior do muro com os caibros ao comprido (4) e atravessados (2). Note os taquinhos colocados entre as chapas. Os círculos pretos são os locais onde serão fixadas as chapeletas (Figura 3A) .

No detalhe: malha de porcagarras coladas umas as outras a 25cm, na parte posterior do muro.Para parede de tijolo maciço, ou de concreto, o mais recomendado são os chumbadores com camisa de até 7pol. por 1/2 pol de diâmetro (ancoragnes HSL) ou cola química com barra roscada + camisa metálica (HIT HY150).(Figura 3B - topo) Embora os chumbadores sejam mais baratos que as químicas, elas necessitam de maior atenção, principalmente quando colocados em paredes de tijolo maciço devido à baixa resistência mecânica do mesmo.Em vista disto, para paredes de tijolo maciço, as mais recomendadas ainda são as ancoragens químicas.Agora, se a parede for de tijolo oco, a melhor solução são as ancoragens químicas para paredes ocas (HIT HY 20). (Figura 3B - base).As três ancoragens devem ser colocadas a aproximadamente 330cm do chão e espaçadas a 110cm, com as chapeletas.

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Figura 3 - Vista lateral do muro. Note a configuração em "V" no sistema de fixação do muro. Zoom dos pontos A-D ao lado.

Figura 3A: fixação de ancoragens no muro com chapeletas (sup) e fixação das chapas com a estrutura utilizando mitofix (base).

Figura 3B : Sup: ancoragem com barra roscada e químico em parede oca. Inf: ancoragem com chumbador de jaqueta em parede maciça ou concreto.

Figura 3C : fixação das agarras na chapa com porcagarra e parafuso.

Figura 3D : colocação de taquinhos entre duas chapas. Fixação com parafusos

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Passo 2 - Furando as Chapas

1- em uma das chapas, faça uma malha regular de 25cm de espaçamento. (Figura 2 - dir.)

2-coloque a outra chapa por baixo da matriz e fure as duas chapas ao mesmo tempo, utilizando uma broca de 8mm para porcagarras ¼, e 10mm se for de 5/16.

3-coloque as porcagarras nos furos e bata com o martelo para que as garras fixem na madeira.

Passo 3 - Fixar as Chapas nos Caibros

A fixação das chapas nos caibros pode ser feita de duas maneiras, dependendo do espaço físico disponível.

a) Caso o local ofereça o dobro do espaço que o muro irá ocupar, todo o processo de fixação poderá ser feito com os caibros colocados no chão e as chapas colocadas sobre eles, para depois de fixados, seja virado e colocado na posição final;

b) Por outro lado, caso o espaço físico seja restrito, a coisa é um pouco mais trabalhosa. Neste caso, é necessário pré-colocar os caibros na posição final, utilizando as cordas, a fim de manter os caibros em pé para assim poder colocar as chapas (dica: coloque a chapa inferior primeiro e pregue provisoriamente com pregos);

c) Para fixar as chapas nos caibros, fixe-as com parafusos do tipo mitofix (Figura 3A - inf.). (Dica: faça um pré-furo com a furadeira até 2/3 do comprimento do mitofix.Isto irá facilitar a colocação dos mesmos, principalmente se forem colocados manualmente).

Figura 4 - Vista posterior do módulo. Note os dois sistemas de corda utilizados na regulagem do muro. Para maiores detalhes e infos sobre os dois sistemas, consulte o texto e as figuras abaixo.

Passo 4 - Sistema de Regulagem

A fixação do muro na parede por sistema de polias para a regulagem da inclinação pode parecer aparentemente um tanto quanto complexa, mas obedece a uma lógica simples. Para cada ancoragem colocada na parede, ou seja, três, haverá um sistema de cordas que irá unir ao muro. As extremidades serão fixadas por um sistema sem polias (Figura 5), enquanto o meio será fixado por um sistema com polias (Figura 6). A montagem deste sistema exigirá a colocação de pontos de ancoragens no muro em locais estratégicos (Figura 2- centro - bolinhas pretas marcando os pontos de fixação das ancoragens no muro).

A figura 3A mostra como é feita esta fixação via parafuso + chapeleta.A alma de toda a regulagem está no sistema de corda central, onde estará o sistema de polias (Figura 6). A melhor forma de entender a montagem dos sistemas é a partir da observação das figuras 5 e 6. Por fim, é necessário colocar os taquinhos nas junções das chapas para evitar que as chapas "trabalhem" quando usamos agarras colocadas próximas às emendas.

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Para evitar isto, basta colocar estes taquinhos nas emendas das chapas (Figura 2 - centro) e fixá-las com parafusos (Figura 3D).

A regulagem da inclinação do muro segue a seguinte ordem: Para diminuir a inclinação do muro.a) como o auxílio das polias centrais, regule a inclinação do muro até o ponto desejado e trave a corda com o nó blocante.b) vá a um dos sistemas laterais e tensione o sistema e trave.c) por fim, vá à outra extremidade e tensione o sistema de tal forma, que o muro fique paralelo, evitando sobrecarga sobe um único sistema. Pronto, agora você poderá escalar com segurança.

Para aumentar a inclinação do muro.

a) No sistema central, tracione o muro de tal forma, que alivie a carga nos sistemas laterais e trave.b) com os sistemas laterais levemente aliviados, libere a quantidade de corda necessária e trave. (Faça isso nos dois sistemas).c) Por último, volte ao sistema central e vá inclinando o muro até tensionar os sistemas laterais. Trave o sistema e boas escaladas! PS1: Note que o sistema central, durante a regulagem do muro, é solicitado ao máximo; por isso, ao colocar a ancoragem central, esteja certo de sua resistência. PS2: Toda a regulagem é feita atrás do muro. Logo, é necessário que se tenha um acesso lateral para a parte posterior do muro.

Figura 5 - Sistema de cordas para a fixação do muro com a parede (ponta esquerda e ponta direita), utilizando um nó blocante para a regulagem. A regulagem é feita tracionando ou liberando a extremidade livre da corda com o auxílio do nó blocante.

Figura 6 - Sistema de corda central. Com uma das extremidades do sistema ancorada à ancoragem central e a outra aos caibros internos. O sistema central é a alma de toda a regulagem do muro.

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Passo 5 - Coloca as Agarras

A colocação das agarras parece ser a parte mais banal de tudo isso, levando-se em conta a "complexidade" dos sistemas de cordas. Belo engano! Muitos escaladores e principalmente empresários pecam neste detalhe final. Muitas vezes investem fortunas para montar um muro robusto, grande e bonito para, na hora de colocar agarras, poupar grana e acabar colocando poucas agarras ou agarras de qualidade inferior.De nada adianta um bom muro, se não tiver onde segurar-se direito. Mas também de nada adianta você ter em mãos as melhores agarras do mundo, se não souber fazer bom uso delas. Então aqui vão algumas dicas úteis quanto à colocação das agarras:

Escolha as agarras com tamanhos e pegadas variadas;

Coloque agarras para os pés, boas e ruins, na base do muro até 120cm do chão;

Use e abuse das pegadas invertidas, de lado e diagonais.

Coloque algumas invertidas nas saídas dos boulders: seus bíceps agradecerão.

Considerações Finais

Aproveite bem o muro, traga os seus amigos e amigas e faça sessões de treinos. Use e abuse dos colchões. Aqueça e alongue bem antes e depois de cada sessão. Para os que apresentarem maior talento manual, a construção de muros pode ser um negócio muito rentável.

COMPETIÇÃO: COMO INICIAR

A escalada esportiva é considerada uma atividade completa, pois agrupa vários aspectos importantes para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Por requerer uma preparação física e técnica do praticante, torna-se um ótimo meio de manter o preparo físico e cuidar da saúde.Mas não é um esporte puramente físico, muito pelo contrário. A escalada exige dos praticantes um raciocínio rápido e muita inteligência na hora de escolher o melhor caminho.É importante que antes de procurar praticar a escalada, assim como qualquer outro esporte, você faça um exame médico e veja suas reais condições.A escalada esportiva pode ser realizada dentro de casa. Muitos atletas utilizam as paredes de casa para treinamento, buscando se aperfeiçoar a todo o momento.Não há idade para começar, o importante é a segurança.

Técnicas e Equipamentos Aplicados em Escalada

Historia do Rappel

TERRAY, Lionel. Os Conquistadores do Inútil. Verbo. 1974

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A escalada moderna começa... ...verdadeiramente a falar de escalada ou alpinismo, que vem dos Alpes, depois da conquista do Mont Blanc,

em 1786, por Jacques Balmat e pelo Doutor Paccard. Nesta época, diferentemente do que vemos hoje, não

havia nenhuma distinção entre estilos de escalada. Isto acontece somente após a disputa entre Paul Preuss

(1886-1913, Alemanha) e Hans Dülfer (1892-1915, Alemanha) que se transforma na primeira cisão do esporte.

De um lado Preuss preconiza a utilização de pítons somente para a segurança do escalador, enquanto Dülfer,

um adepto de técnicas mais modernas que permitam empurrar os limites da escalada. Foi Dülfer que propôs a

primeira classificação de montanhas em uma escala de dificuldades que foi posta em prática, após a sua morte,

durante a primeira guerra mundial, em 1926. Ele inventou, também, uma técnica de descida que é denominada

Dülfersitz. A diferença das correntes de pensamento se explica pela vontade de uns em respeitar a rocha, e

engajar mais o corpo do que ferramentas na conquista das alturas, enquanto outros procuram os caminhos

mais diretos de conquista do cume com a ajuda de todos os meios disponíveis, e às vezes, abrindo vias nas

encostas mais escarpadas. A escalada livre conheceu seu apogeu nos anos 70 graças, entre outros, a Reinhold

Messner (nascido em 1944 na Alemanha) que conseguiu ascensões espetaculares a cumes de mais de 8000 m

de altitude.A técnica do rappel foi “inventada” em 1879 por Jean Charlet-Stranton e seus companheiros Prosper

Payot e Frederic Folliguet durante a conquista do Petit Dru, paredão de rocha que lembra um obelisco, coberto

de gelo e neve, perto de Chamonix. Ele descreve os momentos do nascimento do Rappel da seguinte forma,

descendo depois da conquista do cume: “Não era cômodo para os dois primeiros e difícil para o último (...) eu

enrolava a minha corda em volta de uma saliência da montanha, e por outro lado, eu a tinha vigorosamente

fechada em minha mão, pois se ela viesse a escapar de um lado ela seria retida do outro. Enfim, o segundo,

uma vez descido, era necessário que o último fizesse sozinho a descida perigosa. Assim eu procedia:

Se uma saliência me permitia eu passava a corda dupla em sua volta, eu lançava à meus dois companheiros

abaixo as duas pontas que eles deviam ter nas mãos antes que eu começasse a descer. Quando eu era

avisado que eles tinham as pontas da corda em mãos eu começava a deslizar suavemente ao longo da rocha

segurando firmemente a corda nas duas mãos. Eu era recebido pelos meus dois companheiros que deviam me

avisar que eu havia chegado a eles, pois nem sempre era possível ver o que havia debaixo de mim. Descendo

de costas eu me ocupava unicamente em segurar solidamente a corda com minhas duas mãos, sem ver onde

eu iria abordar. Quando chegava perto de meus companheiros eu puxava fortemente a corda por uma de suas

pontas e assim a trazia de volta para mim (je tirais vivement par ses bouts la corde qui, on se le rappelle....).

“Em duas ocasiões nós tivemos que renunciar a tentativa de recuperá-la, ela estava presa em fendas nas qual

a corda penetrou muito profundamente. Nestes dois lugares, pude estimar, deixamos 23 m de corda. (...)”.

(tradução livre)

Imaginem a descida sendo feita em uma corda de fibra natural, molhada depois do contato com o gelo e

raspando pelas rochas e sem freios mecânicos... assim é feito o desenvolvimento de técnicas, com coragem e

experimentação (mesmo sendo um absurdo em termos de conhecimentos atuais) pagando, obviamente, às

vezes, com a própria vida.

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TERRAY, Lionel. Os Conquistadores do Inútil. Verbo. 1974

Modalidades de Rappel

Sistema Dülfer – conhecido como rappel em “S” – usado em situações de Emergência.

Rappel na Positiva - é quando se tem apoio para os pés, quando se esta descendo, um paredão, e conforme

vamos descendo, também vamos pisando na parede

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Rappel na Negativa – é quando descemos no vazio, sem qualquer tipo de apoio, portando é só o aventureiro

e sua corda. Existem muitas descidas em que alternamos entre a negativa e a positiva, isso varia muito de onde

se desce.

Historia do Canyoning e do Cascading

Apesar de se ter uma idéia de que o canyoning é apenas uma escalada em cachoeiras, por esta ser a

modalidade mais conhecida, o esporte busca explorar de maneira plena os canyons e rios.Tudo começou com

a necessidade de transpor obstáculos naturais. Dessas dificuldades foram criadas novas técnicas que

possibilitaram aos aventureiros desbravar locais antes inacessíveis. A origem do canyonismo remonta ao início

do século com as expedições de Edouard Alfred Martel, célebre explorador francês, hidrogeólogo, contratado

pelo governo da França para explorar canyons, gargantas e cavernas no maciço dos Pirineus entre a França e

Espanha. Em função de sua atividade, Martel acabou desenvolvendo técnicas de canyoning e

conseqüentemente, sendo o precursor do esporte. Existem outros nomes ligados a atividade, mas Martel é o

mais notório, porque disciplinou essa atividade, deu um nome e criou uma nova ciência: a espeleologia.Mas o

esporte canyoning só veio a surgir realmente no final da década de 70, quando foram realizadas as primeiras

competições.No Brasil o esporte surgiu ganhando muitos adeptos no começo dos anos 90, principalmente pela

grande variedade de rios e canyons. Já o cascading é considerado por alguns especialistas como a técnica de

rappel em cachoeiras.

Procedimento de Descida – Rappel (Ropedown)

Segurança

Ao iniciar a pratica dessa atividade técnica, devemos ter em mente que não há erros na altura, ou seja,

acidentes muitas vezes são fatais e o praticante de vertical deve seguir as normas de segurança a risca, bem

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como utilizar equipamentos adequados em muito bom estado. Deve-se selecionar o equipamento segundo sua

aprovação pela UlAA (União Internacional dos Alpinistas Associados) ou analisando se o mesmo obedece aos

critérios de segurança, todo equipamento deve ser inspecionado periodicamente em regime de manutenção

preventiva.O capacete muitas vezes é esquecido pelos praticantes, ao cair, uma pequena pedra adquire

velocidade e assume um peso que, ao atingir o praticante, pode ocasionar um acidente inesperado. Acidentes

graves começam, normalmente por imprudência, desconhecimento e desrespeito às regras básicas de

segurança.Em áreas de risco como topos e beiras de abismos deve-se atentar para os cuidados necessários,

como montar segurança para aproximação e movimentação na área de perigo; estar sempre ancorado

enquanto se prepara para descida ou mesmo para observar a paisagem. Se você pratica apenas por prazer,

lembre-se de evitar perigos desnecessários, tenha senso crítico e saiba qual o seu limite técnico. "O melhor

praticante não é o que sai dos apuros, mas aquele que os evita".

Procedimentos e Observações

Realizar reconhecimento do local com antecedência previa;

Atenção nas ancoragens tanto pessoal como em grupo, se for o caso;

Manter sempre um cabo de ancoragem pessoal ou cabo vida;

Posiciona-se com as pernas confortavelmente abertas na linha dos ombros;

Buscar uma boa base de apoio “visualize-se na posição em L”.;

Estudar qual será a melhor posição para descer;

Qual equipamento a ser usado para descer;

Como se fará essa descida;

Estar atento ao fator surpresa;

Observar sempre, como deverá fazer em caso de escape;

Verificação do equipamento de descida

Ajuste a cadeirinha, na cintura e nas pernas;

Coloque os equipamentos de proteção e segurança (capacete e luvas);

Mantenha-se ancorado até o final dos procedimentos de verificação;

Verifique o posicionamento do sistema de freio;

Verifique a corda de descida quanto a possíveis obstruções (enrolada, com nó, enganchada, curta: não

chegando ao destino final);

Importante, verifique o NÓ no final da corda para evitar possíveis problemas caso a corda não chegue

ao limite final do percurso de descida, no chão!

Ao final das verificações, inicia - se a decida aproveitando ao máximo o percurso.

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Observação Importante: no caso do freio 8 ou ATC, sem blocagem artificial, NUNCA se deve tirar a mão da

posição indicada do quadril, pois é ela quem dá a sustentação no sistema. A outra mão que está livre

acompanha a corda acima como efeito psicológico para segurança.

São várias as técnicas de descida, nesse curso básico abordaremos apenas:

Descida em positivo (rocha/cachoeira/edificações) - com o apoio dos pés na parede;

Descida em negativo (rocha/cachoeira/edificações) - sem o apoio para os pés.

Equipamentos Utilizados

Cordas

Embora existam cordas de fibras naturais (cânhamo, seda, algodão etc.), as utilizadas em Rappel são

fabricadas com fibras sintéticas, como o nylon e o perlon, pela sua resistência.

A escolha dos materiais sintéticos também está relacionada à sua resistência aos agentes da natureza.

Embora eles sofram à ação da luz (principalmente dos raios ultravioleta) e de agentes químicos como os

solventes e combustíveis não apodreceram por ação biológica. Além disso, eles são mais leves, absorvem

pouca água e aceitam melhor os nós. O diâmetro da corda também é um fator importante. São recomendadas

as de 10, 10,5 ,11 ou 12 mm, o seu comprimento pode variar de 40 a 80 e até 100, mas o comprimento mais

comum é de 50m.A maioria das cordas importadas possui o selo da UIAA- Union Internationale d' Associations

d' Alpinisme, uma entidade que engloba escaladores e fabricantes, e submete as cordas e demais

equipamentos de escalada a rigorosos testes de segurança. Isso vem garantir a qua1idade desses

equipamentos.

Estrutura de capa e almas

A melhor estrutura para cordas de segurança é a de capa e almas. As almas são vários feixes de fios e

configura a parte interna da corda, responsável pela resistência à tração. A capa é a parte que reveste as

almas, mantendo-as ajustadas e protegendo a estrutura contra abrasões. A alma pode ser composta por feixes

de fios lisos, torcidos ou ainda trançada e a capa é um tubo formado por fios trançados.As cordas são

classificadas também quanto à elasticidade, diâmetro e resistência. Vamos falar especificamente das

características ideais que uma corda para verticais deve apresentar, seguindo as seguintes especificações:

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Quanto à natureza - A melhor estrutura para cordas de verticais é a de capa e almas, sendo que a melhor

configuração é aquela em que as almas são feixes de fios retos, evitando a torção e diminuindo a elasticidade.

As capas devem ser justas em torno das almas e ter um trançado reforçado para serem mais resistentes à

abrasão. Com a estrutura nessa configuração a corda é mais estática, ideal para verticais.

Quanto à elasticidade - As cordas podem ser dinâmicas (elásticas) ou estáticas (pouco elásticas). A

elasticidade das cordas é medida pela seguinte convenção: um peso padrão de 80 Kg é fixado na extremidade

de uma corda. A porcentagem que a corda estica indica a elasticidade. Se uma corda com 50 metros de

comprimento, por exemplo, com um peso de 80 Kg, esticar 1 metro em seu comprimento, esta corda tem 2% de

elasticidade, e assim por diante.

Para verticais, deve-se usar corda estática, cuja função é servir como via, permitindo que se suba ou desça por

ela ou que cargas sejam içadas ou baixadas, como em caso de resgates. Na corda estática as almas são feixes

de fios retos, o que confere à mesma a elasticidade inerente ao próprio nylon, que varia entre 1,3 e 3%. Quanto

mais estática a corda for, melhor para verticais, pois se diminui o estica encolhe da corda. Quanto às cordas

nacionais, aquelas que atingem um nível adequado de segurança quanto à resistência, à tração e à abrasão,

não obedecem, no entanto, aos parâmetros internacionais e costumam ter entre 3 e 5% de elasticidade,

podendo ser usadas para verticais e para algumas modalidades de escalada.

As cordas de nylon são muito usadas para Canionismo, mas já se fabricam especificamente para esta

modalidade cordas com almas de polipropileno, que permite flutuar na água. As capas continuam a ser de

nylon, que é mais resistente à abrasão e aos raios UV-A e B do que o polipropileno.Alem disso, pode ser

aplicado um tratamento impermeabilizante (everdry), que evita que as cordas fiquem encharcadas e se tornem

mais pesadas. Quanto ao diâmetro e resistência à tração o diâmetro está diretamente relacionado com a

resistência à tração: quanto mais grossa a corda, mais resistente. Normalmente utiliza-se em verticais cordas

de 9 mm a 12 mm. Isto quando englobamos as cordas nacionais e importadas, que diferem quanto à qualidade

e tecnologia aplicadas. Tratando-se de cordas nacionais é aconselhável utilizar as mais grossas (acima de 10,5

mm) para garantir o mesmo grau de resistência que teria uma de 9 mm importada, mesmo que esse diâmetro

maior traga desconforto no uso de alguns equipamentos. Vejamos as cargas de ruptura das cordas:

TIPO DE CORDA %

ELAST. RESISTÊNCIA

ABRASIVA %DE PERDA

NO NÓ

SENSIBILIDADE RAIOS ULTRA-

VIOLETAS

SISAL 13 MODERADA 0 ALTA

SEDASINTÉTICA 30 EXELENTE 60 ALTA

POLIETILENO 20 EXELENTE 50 BAIXA

POLIESTER 15 MODERADA 50 MÍNIMA

KEVLAR 2 PÉSSIMA 98 ALTÍSSIMA

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Protetor de Corda – seu principal objetivo é evitar que a corda se desgaste por contato com superfícies

ásperas, na falta de um protetor especifico, estes poderão ser substituídos por tapetes,lonas,mangueiras,etc.

Quanto à conservação - cuidados especiais com a corda:

o Não pisar, principalmente para evitar o esmagamento e o atrito com objetos cortantes ou dilacerantes,

evitar sujeira, pois micro-cristais (como grãos de areia e terra) danificam a estrutura da corda pela

abrasão interna resultante do atrito entre as fibras;

o A corda pode ser lavada apenas com água e escova e, se muito necessário, com sabão neutro, não

deixar a corda exposta ao sol, evitar choques e abrasões;

o Evitar a realização de rappel em alta velocidade (pode queimar o nylon e pode terminar em uma parada

brusca, ou seja, um choque);

o Não deixar acorda entrar em contato com produtos químicos de qualquer espécie;

o Inspecionar toda a extensão da corda rotineiramente, cortando-a nos pontos que apresentarem danos.

Retinidas (Cordeletes)

As retinidas são pequenas cordas que podem ter diversas utilidades e possuem espessura entre 3 a 8mm

sendo que as de 7 e 8mm são usadas principalmente para a confecção de fitas expressas. Os cordeletes

fazem parte da indumentária básica do montanhista, pois as mesmas possuem várias funções. Hoje, as mais

usadas são as de 5 e 6 mm. Uma utilidade muito usada com os cordeletes é o prussik, que mais adiante será

explanado mais detalhadamente. Como todo equipamento, os cordeletes necessitam de cuidados especiais,

entre eles sempre desfaça os nós, assim garantindo sua segurança. Os cordeletes podem suportar até 120kn

ou mais, mas somente use cordeletes de marcas que possuam os certificados UIAA e CE.

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Fitas (Fitas Tubulares)

Pode ser chamada de solteira. As fitas possuem entre 20 e 25mm de diâmetro e devem ser de preferência

tubulares. Podem ser usadas também na confecção de peitorais, cadeirinhas improvisadas e ancoragens em

pontos da rocha que o uso da corda não é recomendado devido ao atrito da corda em quinas da rocha.

Fita Plana - tem a forma plana. É utilizada na confecção de cadeirinhas, alça de mochila, costuras, fitas

expressas, etc.

Fita tubular - tem a forma tubular, ficando com uma figuração dupla, o que a faz mais resistente à tração e,

principalmente, à abrasão. Por isso é utilizada para ancoragens, poupando a corda de estragos

desnecessários.

Fator de Queda

O fator de queda (FQ) é um número que avalia a gravidade teórica de uma queda. Teórica porque, com um

valor numérico, não se pode prever o que estará na rota de vôo e o que poderá acontecer com o escalador em

queda. Ele mede, com certa precisão, os danos sofridos pelos equipamentos que suportaram a queda e pelo

sistema de segurança de um modo geral.Esse valor é obtido através da seguinte fórmula:

FQ = 2 x distância da última proteção instalada comprimento da corda ativa

Fator de Queda Resultado

(Menor) < 2 Queda normal. Choque absorvido com tranqüilidade.

(Igual) = 2 Queda grave. Sua corda teve a capacidade reduzida. (Impacto 1800 kg)

(Maior) > 2 Queda perigosa. Rompimento total da corda. (Impacto Maior que 1800 kg)

O corpo Agüenta até 1200 kg - Ideal até 800 kg

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Mosquetões Mosquetões são conectores metálicos leves, usados por montanhistas (escaladores, canyonistas, espeleólogos

e outros) estes existem para conectar "coisas" - seja um escalador à corda, a corda a uma proteção, uma série

de peças à cadeirinha ou a corda à ancoragem. São peças extremamente resistentes , pois precisam tolerar

forças extremas, como no caso de uma queda de guia. São, por outro lado, leves, assim um montanhista pode

carregar muitos deles sem que o peso influencie em sua progressão. Tarefas diferentes exigem tipos diferentes

de mosquetões. As variáveis que tipicamente distinguem os estilos incluem formato, tipo de gatilho, resistência,

peso e tamanho. Entender as diferenças entre cada um dos tipos é fundamental para uma escolha adequada e

segura. Atualmente, os mosquetões mais utilizados são feitos de alumínio de alta qualidade (ligas leves), um

material que pesa pouco e resiste a altos níveis de tração, para ancoragens de rappel e resgate, alguns

profissionais ainda preferem os mosquetões de aço inox. Existem vários formatos de mosquetões, dos quais os

mais utilizados são:

Simétricos: Podem ser encontrados com ou sem trava, possuindo várias aplicações;

Assimétricos: Podem ser encontrados com ou sem travas, possui várias

aplicações.

Assimétricos com gatilho curvo: São utilizados para clipagens rápidas, ideal para

ancoragens.

HMS ou Pera: Podem ser encontrados com ou sem travas. São muito utilizados

para fechar cadeirinhas,etc.

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O sentido do mosquetão

Evita que no momento de Tração , a corda venha abrir o gatilho do mosquetão e saia dele.

Verifique se tem alguma coisa que poderá reduzir a resistência do mosquetão. O Mosquetão foi feito para

trabalhar sempre no sentido longitudinal, assim, qualquer outra posição diminuirá a sua resistência. .

Um relevo na rocha empurra o gatilho do mosquetão. Esse caso pode ser evitado se uma expressa de tamanho

adequado for usada.

MAILLONS

Os maillons (Malha Rápida) são feitos geralmente de aço ou e possuem uma trava rosqueável. São pouco

práticos para abrir e fechar. Sua principal aplicação é fechar cadeirinhas, ancoragens e fitas na ascensão. Os

mais utilizados são:

Maillon simétrico Maillon retangular

Maillon ½ volta ou meia-lua Maillon delta

Cadeirinhas Baudrier ou Harneses

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As cadeirinhas (baudries) são feitas geralmente de fitas planas. É o equipamento que o praticante veste,

responsável por sustentar seu peso.Existem vários tipos de cadeirinhas. As específicas para verticais são feitas

de forma que o centro de gravidade do praticante fique na altura do quadril, para maior facilidade nas

manobras, em função do bom posicionamento. O Baudrier pode conter um peitoral além do equipamento que

vai da cintura e nas pernas.

Descensores (freios)

Todos os aparelhos de descida utilizados para verticais funcionam através de atrito. A corda passa por eles de

forma a proporcionar um atrito controlável, que possibilita uma descida rápida ou mesmo parar sem muito

esforço, apenas com um movimento.Os aparelhos de descida que apresentaremos no curso Básico não

funcionam como auto-blocantes são eles :

Freio Oito - O aparelho pode ser feito de alumínio de alta qualidade ou de ação. Como o próprio nome indica,

possui o formato do número oito. É o aparelho mais difundido, por ser simples, prático e barato. Sua

desvantagem é onerar mais a corda que os outros aparelhos de descida. Pode ser encontrado em vários

modelos que se diferenciam quanto à resistência e à velocidade de descida.

Oito simples Oito de Resgate Pirana (cascading)

Há um modo certo e um errado para a colocação da corda no Freio 8, observe:

Certo Errado

Embora o sistema funcione no modo errado , se por qualquer razão o dispositivo de freio esfregar contra a face

da pedra ou outro obstáculo qualquer, fará a corda deslizar em cima do dispositivo, para resolver o problema

basta aliviar seu peso e deslizar a corda para trás novamente, em cima do dispositivo.

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O Modo errado... Pode levar a isso!

ATC - Tem a mesma finalidade que o oito, apesar de diminuir os danos à corda, seu custo é maior. É usado

apenas para pequenas descidas, pois sua área de contato com a corda é maior, o que faz com que ele

esquente mais rápido.

Além de outros modelos menos utilizados, numa eventualidade “emergência” pode-se improvisar sistemas de

descida usando apenas mosquetões. Veja a seguir:

w

Rappel Autoseguro

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Capacete e luvas

Embora o uso fique a critério de cada um, está provado que eles contribuem para uma significativa diminuição

de ferimentos sérios e fatalidades. Protegem o praticante de Rappel dos objetos que podem cair ou de uma

eventual queda e as mãos de uma descida rápida.

Ancoragem

São os pontos onde a corda é fixada. Devem ser feitas em locais apropriados que suportem as trações que o

sistema possa sofrer. Cada corda deve ter duas ancoragens, uma principal e outra reserva, para maior

segurança. A ancoragem principal deve ser exclusiva para cada corda; já a reserva pode ser

compartilhada.Para uma ancoragem segura e confiável, o praticante deve dispor e saber como melhor utilizar

alguns equipamentos, tais como as fitas tubulares, pítons, plaquetas, grampos de expansão, etc. A ancoragem

principal e reserva devem estar sempre alinhadas e com o mínimo de folga entre si para evitar abrasões e

trações excessivas na corda, caso haja uma eventual falha da ancoragem principal. Um nó amortecedor deve

ser feito entre as ancoragens se a folga for inevitável. As ancoragens podem ser em "Y". São mais seguras por

distribuir o peso em dois pontos. A ancoragem principal feita em "Y" pode facilitar tanto a saída para uma

descida como a chegada de uma subida. O ângulo de uma ancoragem em "Y" deve ser de aproximadamente

90 graus, e nunca superior a 120 graus, pois atração que os pontos de ancoragem vão sofrer será maior que a

tração sofrida pela própria corda. Nesse curso aprenderemos montar ancoragens naturais e pré-existentes ,

não abriremos vias (ancoragem) artificiais vejam alguns exemplos: Referencias: www.petzl.com

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Fixação Artificial - Grampo "P"

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O pino de fixação em "P" é um tarugo de aço 1020 com 1/2pol de diâmetro por cerca de 9cm de comprimento

que tem um olhal soldado a uma das extremidades. Esse "P" é martelado bem justo a um furo feito na rocha, e

lá fica simplesmente devido a essa interferência, sem haver nenhum mecanismo de expansão. O furo deve ser

feito com + ou - 15º de inclinação além da perpendicular à superfície da rocha. Em geral, o comprimento do P

que fica para dentro do furo é de cerca de 4,5cm, e os outros 4,5cm que correspondem ao olhal ficam para

fora.O "P" é bastante confortável na hora de rappelar, pois sua seção circular permite que se passe a corda

diretamente por dentro dele, sem a necessidade de fitas de abandono. Alguns cuidados com o “P”:

Nunca utilizá-los em locais onde a inclinação passe dos 90º (negativa), de modo que o grampo

possa sofrer alguma componente de força de arrancamento, uma vez que ele não possui mecanismo

de expansão ou cola;

Só utilizá-lo no granito, uma vez que ele NÃO é seguro em rochas mais macias como o calcário e o

arenito;

Sempre saber a procedência do ”P”;

Lembre-se o P não é um equipamento homologado e não passa por nenhuma espécie de teste

ou controle de qualidade, bem como dificilmente você sabe a sua precedência.

Observação importante: sempre realize sua ancoragem em dois pontos. Paradas com apenas um grampo,

como podemos encontrar em alguns poucos lugares, é inadmissível.Nesse curso Básico, não faremos a

colocação das Ancoragens em P,sendo tema do curso avançado.

Auto-segurança no rappel

Atualmente, com a expansão da pratica, não é raro tomarmos conhecimento de acidentes durante a prática do

rappel. As causas, quase sempre, apontam para o descuido no emprego da técnica e indicam que a adoção de

medidas básicas de segurança que podem evitar esse tipo de acidente.Existem várias formas de montar uma

auto-segurança Aqui são apresentadas às opções consideradas mais comuns.

Cuidados preliminares:

1. Estar bem ancorado;

2. Manusear a corda com cuidado para não deixá-la cair morro abaixo;

3. Equalizar a corda, ou seja, igualar o comprimento das duas pontas que serão lançadas (o ponto em que

a corda toca no grampo deve ser o meio da corda para que as duas pontas fiquem iguais);

4. Caso utilize duas cordas, após uni-las com o nó apropriado (nó oito, por exemplo), certificar-se qual

corda deverá ser puxada (aquela que o nó não passa pelo grampo);

5. Fazer um nó em cada ponta da corda (nó duplo), antes de lançá-la. Atenção: No final da descida, não

se esquecer de desfazer o nó antes de puxar a corda;

6. Montar o aparelho de descida (freio);

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Obs.: Usar sempre mosquetões com trava para montagem do aparelho de descida (freio).

Auto-segurança

A auto-segurança pode ser feita utilizando-se nós blocantes (prusik, machard e autoblock), ou aparelhos como

o Shunt, fabricado pela Petzl. A vantagem de se usar os nós blocantes é que eles são simples, seguros, leves e

baratos.O nó blocante trava a queda do escalador caso ele perca o controle da velocidade de descida,

prendendo-se à corda por atrito, ao ser submetido a uma tensão maior - peso do escalador. Para fazer o nó, é

necessário possuir uma alça de cordelete, com diâmetro de 5 ou 6mm e medindo entre 1m a 1,5m, cujas pontas

são unidas através do nó de pescador duplo formando uma laçada fechada. Essa alça deve ser enrolada em

espiral diretamente na corda de escalada, o nó que aprenderemos nesse curso é o Prussik.

Nós

Como todos sabem as cordas não funcionam sem os nós. São eles que, de uma maneira ou outra, nos

permitem construir pequenos anéis de fita, unir cordas e viabilizar alguns trabalhos. Os nós podem ser

utilizados ainda para as ancoragens, amarrar solteiras, dentre outras aplicações. A escolha de um nó deve

passar por uma análise criteriosa sobre o uso. Fatores como força de blocagem, facilidade de fazer e desfazer o

nó e perdas de resistência, etc, deve ser levado em consideração na hora da escolha.

Veja a Tabela:

Nó Resistência relativa

» Nenhum nó, corda ou fita tensionada diretamente 100%

» Azelha em Oito 50 - 55%

»Lais da Guia 50 - 52%

» Pescador Duplo 50 - 56%

» Azelha Simples 45 - 50%

» Volta de Fiel 60 - 65%

» Nó de Emenda de Fita 60 - 70%

» Nó Quadrado 55%

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Tabela comparativa com a capacidade (aproximada) de carga entre alguns tipos de fitas:

Tipo da fita e largura Resistência da fita simples Resistência em forma de anel

costurado

Nylon Flat 9/16" (15 mm) 1100 kg 2000 kg

Nylon Tubular 11/16" (18 mm) 1800 kg 2500 kg

Nylon Tubular 1" (25 mm) 1800 - 2000 kg 2500 - 2800 kg

Spectra Tubular 9/16" (15 mm) 1800 kg 2500 kg

Antes de tudo devemos ter em mente que:

1º. Os nós diminuem consideravelmente a resistência das cordas. Esta redução de capacidade pode chegar a

50% !

2º. Não existe um nó para todo o tipo de trabalho. Um que se comporta muito bem submetido a cargas

estáticas, pode escorregar desfazendo-se quando submetido a movimentos ou pressões variadas (carga

dinâmica).

3º. Devemos, preferencialmente, usar nós com muitas voltas, destinadas a absorver melhor as força de

impacto.

4º. Uma vez confeccionado, o nó deve possuir certa “estética”, forma definida, sem cabos torcidos ou

sobrepostos.

Características de um bom nó:

Fácil de fazer.

Fácil de desfazer

Seguro

Selecionar o melhor nó para o trabalho em questão é uma tarefa delicada, cuidado.

Vejamos agora os principais nós utilizados em Técnicas Verticais:

- Nó de Azelha Simples – Pode ser usado mas não recomendado. Diminui a resistência da corda em 50%

- Seu R0: 50%, além de ser difícil desfazer, quando submetido à tensão. Pode ser usado como nó amortecedor

entre a ancoragem principal e a reserva.

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- Nó de Azelha em “8” – Mais tradicional, é usado tanto em canionismo, espeleologia quanto em alpinismo.

Pode ser utilizado em qualquer ancoragem, ou para prender coisas na corda com segurança. Pode ser desfeito

bem mais fácil que o azelha. Seu R0: 55%. Também poderá ser feito da forma induzida e deverá ser

arrematado.

- Nó de Azelha em “9” – É um excelente nó de ancoragem. Deve ser usado em ancoragem nas quais exijam

tensões elevadas. Seu R0: 70%.

- SIMPLES (Half Hitch) - popularmente conhecido como nó cego. É um nó “cavalgante”, isto é, não tranca em

contato com superfícies irregulares. Muito utilizado para conectar duas cordas em rapéis longos. Imagens:

Petzl Inc., Revista Climbing

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- NÒ Dinâmico ou U.I.A.A. (União Internacional das Associações de Alpinismo) - Sua ação é liberar ou

travar qualquer ponta de corda, um excelente recurso para fornecer segurança ou descer pela própria corda,

caso o montanhista perca o equipamento principal de asseguramento. É sempre confeccionado sobre um

mosquetão de grande dimensão, pois necessita de espaço útil para agir. Tem como inconveniente o

aquecimento seguido de desgaste da capa das cordas e, montado de maneira incorreta, pode abrir a trava dos

mosquetões.

Nó UIAA confeccionado diretamente no mosquetão

- OITO DUPLO DE ENCORDAMENTO ou NÓ HARNESS - é um nó muito seguro por ser resistente e absorver

impactos de maneira eficiente. Utilizado para a conexão da corda diretamente na cadeirinha do montanhista ou

para fixar cordas nos pontos de ancoragem.

- OITO DUPLO DE UNIÃO DE CORDA - trata-se do mesmo nó explicado anteriormente, porém este é

confeccionado invertendo o sentido de uma das cordas. É um nó bastante seguro para unir cordas de mesmo

diâmetro. Muito utilizado para fechar anéis de cordelete, Seu R0: 48%.

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- NÓ PLANO (nó de fita)- usado no fechamento dos anéis de fitas planas ou tubulares, Seu R0: 70%.

- Nó de Pescador Duplo – Excelente nó de junção para cordas de mesmo diâmetro. Pode ser empregado

também em arremates (PESCADOR SIMPLES). Rompe a corda com 56% de R0, sendo o melhor deles.

- Nó Prussik – É um nó empregado para fixar cordas auxiliares a uma outra de maior diâmetro, para dar

tensão a outros cabos, para segurança e para ascensão em um cabo vertical com o uso de estribos. Possui a

peculiaridade de prender e segurar quando for exercida tração sobre ele. Uma vez feito o nó e estando seguro,

faz-se correr no sentido que se deseja e para mantê-lo firme no lugar, basta larga-lo, tracionando com firmeza

ou deixando que o próprio peso do corpo exerça a tensão.

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- Nós Blocantes

Normalmente o nó prusik (criado por Karl Prusik, em 1931) é feito com duas ou três voltas da alça de cordelete

ao redor da corda principal, podendo ficar acima ou abaixo do freio, e fixado no baudrier com um mosquetão de

trava.

Machard

Alguns escaladores preferem montar a auto-segurança acima do freio, alegando, entre outras, que caso a corda

se rompa, resta à possibilidade do nó travar impedindo a queda do escalador.Todo escalador deve possuir pelo

menos duas laçadas de cordelete disponíveis no baudrier, pois em determinadas situações é necessário a

utilização da outra laçada para subir na corda. Deve também estar treinado em técnicas de ascensão em corda.

IMPORTANTE: O nó blocante deve deslizar pela corda sem estar muito frouxo e não deve ser segurado pela

mão do escalador. Erro comum é o escalador segurar o nó com a mão, para fazê-lo deslizar e, com isso,

impedir o travamento em caso de queda. A mão do escalador deve ser mantida diretamente na corda, acima do

nó, acompanhando-o na descida. Assim, em caso de queda, mesmo que instintivamente o escalador segure a

corda, o nó estará livre para travar a queda.

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Cuidados ao descer:

o Certificar-se se foi dado um nó em cada ponta da corda;

o Fazer sempre uma dupla conferência nos equipamentos;

o Descer devagar, sem submeter a ancoragem a trancos ou esforços excessivos e evitando o

superaquecimento dos equipamentos.

ATENÇÃO: a técnica de auto-segurança não deve ser utilizada quando da prática de rappel em cachoeira.

Técnicas de Ascensão vertical por cabo javascript:;

Durante uma escalada ou quando a corda do rappel chegar a lugar algum, você poderá utilizar algumas

técnicas para retornar ao ponto de reunião. Uma dessas técnicas é simples e chamada: ascensão por corda

utilizando dois nós de Prussik. Esta técnica só poderá ser aplicada com a corda fixa (simples) ou passando

(dupla) por ancoragens seguras. Você precisa estar devidamente equipado e possuir, no mínimo, dois anéis de

corda de 6mm .

Ascensão por Prussik é muito usado em subida de emergência

Aplique a técnica da seguinte maneira:

1º. Confeccione sobre a(s) corda(s) um nó de Prussik e conecte-o ao anel da cadeirinha através de um

mosquetão com trava de segurança.

2º. Confeccione outro nó de Prussik logo abaixo do primeiro e conecte nele a sua fita de auto-segurança e um

estribo.

3º. Pise no estribo, deslize o nó superior para o alto e sente na cadeirinha. Após esta manobra, você deverá

retirar o peso de sua perna do nó inferior, deslizá-lo para o alto e voltar a aplicar o seu peso sobre ele,

reiniciando a seqüência.

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Segurança - Técnicas Verticais – Rappel e Ascensão

O sistema de fixação e ancoragem é o responsável pela segurança da descida e da subida, por isso tem de ser

feito com muito critério e conhecimento. Existem muitas variações de equipamentos (cordas, grampos,

mosquetões, ferramentas), dependendo do lugar, tipo de rocha, vegetação. Na Europa a vegetação é escassa,

predominam rochas, então se usam mais grampos. Já no Brasil a vegetação é mais abundante, portanto não há

necessidade de grampear, usa-se mais cordas.O local determina os equipamentos adequados.Para os

iniciantes, é recomendável realizar várias simulações em local controlado (casa, terreno baldio, sítio), participar

de várias descidas e subidas em condições diferentes com equipe experiente, até adquirir confiança. Número

mínimo de integrantes de uma equipe para uma descida ou subida segura, deverá ser de 3 a 4 pessoas.

Noções sobre Resistência dos Equipamentos

Atenção: valores em KP (1 Kilopondio = 1 da N = 1 Kgf)

Mosquetões:

Fechados = 1600 a 2200

Abertos = 600 a 1100 Cadeirinhas = 1600 a 2700

Cordas:

Nylon

5 mm = 500 7mm = 1000 9mm = 1600 11mm = 2400

Kevlar

5,5 mm = 1600

Fita expressa:

Nylon = 2200

Spectra = 2700

Proteções fixas:

Spit M8: em rocha dura = 1100 em rocha macia = 300

Parabolt M10: em rocha dura = 2000 em rocha macia = 900

Ancoragem química = 3000

Chapa recuperável (buril) = 500

OBS: 1 KN = 1000 N = 100 Kp

Fonte: NUÑES, Tito.

Como Detener Caidas en Escaladas. Ediciones Desnivel. 1995

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Noções a respeito do Sistema de Polias

O sistema de polias é um sistema simples porém engenhoso, que nos permite levantar cargas relativamente

pesadas, despendendo pouca energia.Para montarmos um sistema de polias, simples, necessitamos apenas

de algumas polias, alguns mosquetões e uma corda. O sistema mais simples, e o 2:1 (dois para um), o que

significa que teremos o peso da carga dividido por dois; e daí evoluindo para 3:1, 4:1, 5:1 e assim por diante,

até sistemas mais complexos. Basicamente, quase qualquer tipo de polia técnica se presta para montar-mos

um sistema de redução de carga, porém as de maior diâmetro são as mais indicadas, por proporcionarem um

melhor rendimento.Um bom entendimento do mecanismo de redução e um treinamento básico, são essenciais

para podermos avaliar e montar o sistema mais indicado para cada caso.Os sistemas de polias são elementos

indispensáveis em qualquer tipo de resgate, seja para elevar uma maca por dezenas de metros ou elevar uma

vítima, em suspensão, apenas alguns centímetros, para poder-mos transferi-las para uma corda.Outra

aplicação valiosa para os sistemas de polias, é o içamento ou descida de cargas pesadas, em torres, por

exemplo.

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Noções de Primeiros Socorros ABC da Vida

O ABC da Vida consiste em Vias Aéreas (do Inglês, Airway), Respiração (Breathing) e Circulação (Circulation).

Checados nesta ordem, você pode assumir que a vítima não apresenta uma situação imediata de ameaça de vida

por comprometimento dos ABC`s.

Restabeleça as Vias Aéreas para permitir a respiração. Retire qualquer objeto que as estiver obstruindo,

como dentes quebrados, saliva, sujeira e etc. Cuidado para não empurrá-los mais para dentro. Lembre-se: Antes

de tudo, estabilize a região cervical.

Olhe, escute e sinta, para tentar identificar sinais de respiração, como movimento do peito ou movimento

de ar vindo da boca. Veja se existe algum som proveniente da respiração ou dos pulmões.

Cheque a pulsação. Coloque a ponta dos dedos sobre a artéria carótida, no pescoço e espere por pelo

menos 20 segundos. Um pulso é difícil de encontrar quando ele está fraco, quando está ventando muito ou

quando a vítima está em choque.

Se não houver pulso nem respiração, comece a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Caso haja pulso mas não

exista respiração, inicie ventilação artificial (respiração boca-a-boca). Cuidado! Proteja-se com luvas de

procedimento e mascara de proteção facial. Se a vítima estiver emitindo sons ou falando, ela estará respirando e

o pulso estará presente, não havendo portanto, necessidade de se tomar alguma atitude.

Obs: Para aprender as técnicas de RCP, procure um curso especializado, onde você receberá treinamento

prático.

Procure por grandes hemorragias, que podem representar ameaça e controle-as. Porém, este não é o momento

de cuidar dos ferimentos leves. Isto será feito durante o exame secundário.

Após passar pelo ABC, inicie o exame secundário. Examine a vítima dos pés à cabeça, apalpando delicadamente

o seu corpo. Observe se há abaulamentos e/ou depressões nos ossos, bem como ferimentos e/ou sangramentos.

Evite movimentar a vítima, pois o movimento pode agravar as lesões. A cada 1 ou 2 minutos, retorne ao ABC,

para certificar-se de que não existem problemas.

Comece então a fazer os curativos e imobilizações necessárias, aguardando a chegada de socorro médico. Caso

não seja possível, evacuar a vítima o quanto antes.

Lembre-se de anotar tudo o que você viu e fez. Isso será de grande ajuda ao médico que irá atender a vítima no

hospital.

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Referencias Bibliográficas:

Fijaciones y sistemas de anclaje. Andrés Martí. Federación Española de Espeleología. 2004

Manual de equipamiento de vías de escalada. Felipe Guinda. Editorial Desnivel. 2000

La corrosión en los anclajes. Documento elaborado por Miguel Angel Cebrián 2000

http://www.alpinisme.com:80/fr/histoire/index.htm

Charles Gos - La nuit des Drus – 1929

Guide Vallot – 1932

Pierre Vallain - Alpinisme et Competition - Juillet 1935

Yannick Seigneur - A la conquête de l'impossible – 1977

Gérard Devouassoux - Le souffle de la montagne – 1982

René Desmaison - La montagne a mains nues – 1989

Gilbert Gardes - Histoire monumentale des deux savoies – 1996

Manual Petzel - 2006-05-10

Manual Kong – 2006

Manual Irata - 2004

QUEM SOU:

Alexandre Ricardo Machado é Oficial da Reserva do Exército, Graduado em Administração Pública - FGV de

São Paulo (SP); Educação Física pela FEFIS-UNIMES de Santos (SP); Pedagogia e Ciências Sociais e

Políticas pela UNIMES de Santos (SP). É Pós-Graduado em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP em São

Paulo (SP) e Didática do Ensino Superior pela UNIMONTE em Santos (SP), Mestre em Educação pela

UNIMONTE em Santos (SP), ministra aulas de Fisiologia Humana e Cineantropometria na FEFIS-UNIMES.

Docente do curso de Pós Graduação de Esportes e Atividades de Aventura na FMU. É palestrante, ministrando

cursos de Técnicas Verticais, Escalada, Corrida de Orientação e Aventura, Canoagem. Consultor independente

desenvolve Projetos Aplicados a Qualidade de Vida na Empresa, Responsabilidade Social e Educação Virtual

Corporativa. Atleta competitivo em provas de aventura desde 2000, participou de mais de 100 Corridas de

Aventura no Brasil e no Exterior.

Curso de Guia de Montanha (EB) - 11º Batalhão de Infantaria de Montanha - Brasil.

Curso de Guia de Montanha em Gelo (San Carlo de Bariloche - Clube Andino) - Argentina.

Curso de Busca, Resgate e Salvamento (COSMOS) - Curitiba (PR)