Curso de Engenharia Naval e Oceânica da...
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DESENVOLVIMENTO DE LANCHA DE SERVIÇO
PARA A BAIA DE GUANABARA VISANDO MINIMIZAR
CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO
Herbert Soares Berckenhagen
Rio de Janeiro
Março de 2016
Projeto de Graduação apresentado ao
Curso de Engenharia Naval e Oceânica da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Engenheiro Naval e
Oceânico.
Orientador: Marta C. T. Reyes
Co-orientador: Isaias Quaresma Masetti
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
DENO/POLI/UFRJ
DESENVOLVIMENTO DE LANCHA DE SERVIÇO PARA A BAIA DE GUANABARA
VISANDO MINIMIZAR CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO
Herbert Soares Berckenhagen
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO NAVAL E OCEÂNICO.
Aprovado por:
_________________________________________________
Prof. Marta Cecilia Tapia Reyes
_________________________________________________
Eng. Isaias Quaresma Masetti
_________________________________________________
Prof. José Henrique Erthal Sanglard
_________________________________________________
Prof. Alexandre Teixeira de Pinhho Alho
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
MARÇO DE 2016
i
Berckenhagen, Herbert Soares
Desenvolvimento de lancha de serviço para a Baia de Guanabara
visando minimizar construção e manutenção / Herbert Soares
Berckenhagen – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2016.
xi, 69: il.; 29,7 cm.
Orientador: Marta Cecilia Tapia Reyes
Co-orientador: Isaias Quaresma Masetti
Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/Engenharia
Naval e Oceânica, 2016
Referências Bibliográficas: p. 56-57.
1. Desenvolvimento de lancha. 2. Baia de Guanabara. 3.
Construção e manutenção. I. Reyes, Marta C. T. et al. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Engenharia Naval e Oceânica. III.
Desenvolvimento de lancha de serviço para a Baia de Guanabara
visando minimizar construção e manutenção.
ii
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a meu pai, também engenheiro, que me incentivou a
seguir esta profissão, a minha mãe, minha base emocional durante todos estes anos, sem
sua educação e apoio esta conquista não teria sido possível e a minhas irmãs Bárbara e
Gabriela por todo o carinho e que mesmo longe sempre estiveram ao meu lado.
Um agradecimento especial a toda minha família, em especial meus avôs e avós
que me ajudaram muito a poder chegar onde estou e sempre tiveram orgulho de mim e a
minha tia Maria Cecília e meus primos Pedro e Marcelo por me acolherem e serem
minha família nesta cidade.
Obrigado a meus amigos, em especial os do curso de Engenharia Naval e
Oceânica, que tornaram esta jornada mais fácil e prazerosa e minha namorada Paola que
está sempre ao meu lado me incentivando.
Agradeço a todos os professores que participaram de minha formação e que
compartilham comigo a paixão pela engenharia em especial a professora Marta e o
engenheiro Isaías por me orientarem e tornarem este projeto possível.
Por fim agradeço a meus chefes e amigos ao longo destes anos Annelise
Zeemann e Raoni França responsáveis pelo conhecimento adquirido fora da
universidade e por terem me preparado para o mercado de trabalho.
iii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval.
DESENVOLVIMENTO DE LANCHA DE SERVIÇO PARA A BAIA DE
GUANABARA VISANDO MINIMIZAR CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO
Herbert Soares Berckenhagen
Março/2016
Orientador: Prof. Marta Cecilia Tapia Reyes
Co-orientador: Eng. Isaias Quaresma Masetti
Curso: Engenharia Naval e Oceânica
Este projeto consiste no desenvolvimento do projeto de uma lancha de serviço para
transferência de pessoal e pequenas cargas para navios fundeados na Baia de Guanabara
ou em áreas de fundeio próximas à costa. O objetivo do trabalho é otimizar o projeto de
uma embarcação, visando principalmente os custos de produção e operação, dentro de
padrões exigidos pelas normas e resoluções estatutárias, com facilidades específicas
para o transbordo de pessoas.
São definidas as especificações básicas, tanto do ponto de vista de construção, como de
operação e manutenção. O arranjo é detalhado e as avaliações de estabilidade e
resistência ao avanço são calculadas. Para a melhor configuração, é realizado um estudo
para definir a propulsão mais econômica disponível e de fácil manutenção. Também é
realizado um estudo de construção da embarcação visando economia e rapidez,
analisando diversas possibilidades de material para construção. Por fim é realizado um
estudo do método de transferência de pessoal em regiões da Baia de Guanabara e áreas
de fundeio.
Palavras-chave: Lancha de Serviço, Baia de Guanabara, Construção e manutenção,
Transferência de pessoal.
iv
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Naval Engineer.
SERVICE VESSEL FOR GUANABARA BAY DEVELOPMENT AIMING
CONSTRUCTION AND MAINTENANCE MINIMIZATION
Herbert Soares Berckenhagen
March/2016
Advisor: Marta Cecilia Tapia Reyes
Co-Advisor: Isaias Quaresma Masetti
Course: Naval Architecture and Marine Engineering
This project presents the design of a service vessel for crew and cargo transfer to ships
at Guanabara Bay and mooring areas close to Rio’s shore. The aim of this project is to
reduce construction and operational costs within the required standards and facilitating
crew transfer.
Basic specifications should be defined regarding construction and operation. A detailed
general arrangement will be presented along with a stability and resistance calculations.
A propulsive system of eased maintenance will be defined and a crew transfer analysis
will be carried in order to improve this operation at Guanabara Bay and mooring areas
close to Rio’s shore.
Keywords: Service vessel, Guanabara Bay, Construction and maintenance, Crew
transfer
v
Sumário
1. Introdução ................................................................................................. 12
2. Premissas do Projeto ................................................................................. 13
2.1. Região de Operação .............................................................................. 13
3. Definição das Formas ............................................................................... 18
3.1. Definição do arranjo geral .................................................................... 18
3.2. Obtenção da Forma ............................................................................... 19
4. Cálculo de Resistência ao Avanço............................................................ 22
4.1. Resistência Total ................................................................................... 22
5. Sistema Propulsivo ................................................................................... 24
5.1. Motores de Popa ................................................................................... 24
5.1.1. Potência Efetiva .............................................................................. 24
5.1.2. Potência Instalada ........................................................................... 25
5.1.3. Seleção Motor ................................................................................. 26
5.2. Impelidores ........................................................................................... 28
5.2.1. Potência Instalada ........................................................................... 28
5.3. Sistema Propulsivo Convencional (Hélice – Pé de Galinha – Leme) ... 31
5.4. Seleção do Sistema Propulsivo ............................................................. 33
5.5. Arranjo Sistema Propulsivo .................................................................. 34
6. Geração de Energia Elétrica ..................................................................... 35
7. Cálculo Estrutural ..................................................................................... 38
7.1. Módulo de Seção Requerido - DNV Capítulo 4, Seção 3, B200 .......... 38
7.2. Módulo de Seção Efetivo ...................................................................... 39
vi
7.3. Seções Transversais .............................................................................. 40
7.4. Cálculo Peso Estrutural ......................................................................... 42
7.4.1. Peso Casco ...................................................................................... 42
7.4.2. Peso Longitudinais .......................................................................... 42
7.4.3. Peso Transversais ............................................................................ 42
7.4.4. Peso Convés Passageiros ................................................................ 43
7.4.5. Skeg ................................................................................................ 44
7.4.6. Peso Casaria .................................................................................... 44
7.4.7. Peso estrutural total ......................................................................... 44
7.5. Cálculo Peso Leve ................................................................................ 44
8. Deadweight ............................................................................................... 45
8.1. Pessoal .................................................................................................. 45
8.2. Carga ..................................................................................................... 45
8.3. Fluidos .................................................................................................. 46
8.3.1. Combustível .................................................................................... 46
8.3.2. Água Doce ...................................................................................... 46
8.3.3. Esgoto ............................................................................................. 46
8.3.4. Arranjo Tanques ............................................................................. 47
9. Equilíbrio e Estabilidade .......................................................................... 47
9.1. Condições de Carregamento ................................................................. 48
9.2. Análise de Equilíbrio ............................................................................ 49
9.3. Análise de Estabilidade ......................................................................... 49
vii
9.3.1. Critérios de Estabilidade Para Embarcações de Passageiros ou
Carga 49
10. Comportamento em Ondas ....................................................................... 51
11. Métodos de Transferência de Pessoal ....................................................... 53
12. Conclusões ................................................................................................ 54
13. Referências Bibliográficas ........................................................................ 56
ANEXO I – CONDIÇÕES DE CARREGAMENTO ........................................ 58
ANEXO II – EQUILÍBRIO ................................................................................ 61
ANEXO III – ESTABILIDADE ........................................................................ 64
viii
Índice de Figuras
Figura 2.1 - Região de operação ......................................................................... 14
Figura 2.2 - Velocidade ventos litoral brasileiro ................................................ 15
Figura 2.3 - Local de medição de altura e período de ondas .............................. 15
Figura 2.4 - Média período de pico de ondas ..................................................... 16
Figura 2.5 - Média altura significativa de ondas ................................................ 16
Figura 3.1 - Perfil lancha .................................................................................... 18
Figura 3.2 - Convés principal lancha .................................................................. 19
Figura 3.3 - Convés passageiros lancha .............................................................. 19
Figura 3.4 - Forma do casco ............................................................................... 20
Figura 3.5 - Plano de linhas ................................................................................ 21
Figura 4.1 - Resistência total em função da velocidade ..................................... 23
Figura 5.1 - Motor de popa embarcação ............................................................. 27
Figura 5.2 - Curva de desempenho motor de popa ............................................. 27
Figura 5.3 - Funcionamento impelidores ............................................................ 28
Figura 5.4 - Curva de potência impelidores ........................................................ 29
Figura 5.5 - Motor impelidores 80 HP ................................................................ 30
Figura 5.6 - Motor impelidor 120 HP ................................................................. 30
Figura 5.7 - Curva de Potência Motor ................................................................ 33
Figura 5.8 - Motor Volvo D4-225 ...................................................................... 33
Figura 5.9 - Arranjo praça de máquinas ............................................................. 35
Figura 6.1 - Gerador de energia elétrica ............................................................. 37
Figura 7.1 - Elementos módulo de seção ............................................................ 39
ix
Figura 7.2 - Seção transversal ............................................................................. 41
Figura 7.3 - Seção antepara ................................................................................ 41
Figura 7.4 - Curva de áreas seccionais ............................................................... 43
Figura 8.1 - Arranjo tanques ............................................................................... 47
Figura 9.1 - Posicionamento perpendiculares ..................................................... 48
Figura 10.1 - Acelerações para incidência de onda de 180° ............................... 52
Figura 10.2 - Acelerações para incidência de ondas de 135° ............................. 52
Figura 11.1 - Transferência de pessoal ............................................................... 54
Índice de Tabelas
Tabela 3.1 - Dimensões principais ...................................................................... 19
Tabela 4.1 - Resistência do casco ....................................................................... 22
Tabela 5.1 - Potência efetiva .............................................................................. 25
Tabela 5.2 - Potência instalada ........................................................................... 26
Tabela 5.3 - Potência instalada impelidores ....................................................... 28
Tabela 5.4 - Seleção Propulsor Hélice B ............................................................ 31
Tabela 6.1 - Potência requerida baterias ............................................................. 36
Tabela 6.2 - Potência requerida gerador ............................................................. 36
Tabela 7.1 - Comparativo alumínio x aço carbono ............................................. 38
Tabela 7.2 - Elementos estruturais longitudinais ................................................ 40
Tabela 7.3 - Cálculo módulo de seção ................................................................ 40
Tabela 7.4 - Reforçadores transversais ............................................................... 41
Tabela 7.5 - Peso do casco .................................................................................. 42
Tabela 7.6 - Peso reforçadores longitudinais ...................................................... 42
x
Tabela 7.7 - Peso transversais comuns ............................................................... 43
Tabela 7.8 - Peso transversais gigantes .............................................................. 43
Tabela 7.9 - Peso anteparas ................................................................................ 43
Tabela 7.10 - Peso convés passageiros ............................................................... 43
Tabela 7.11 - Peso skeg ...................................................................................... 44
Tabela 7.12 - Peso casaria................................................................................... 44
Tabela 7.13 - Peso estrutural............................................................................... 44
Tabela 7.14 - Peso leve ....................................................................................... 45
Tabela 8.1 - Peso pessoal .................................................................................... 45
Tabela 8.2 - Peso carga ....................................................................................... 46
Tabela 8.3 - Consumo combustível .................................................................... 46
Tabela 8.4 - Capacidade consumíveis ................................................................ 47
Tabela 9.1 - Perpendiculares ............................................................................... 47
Tabela 9.2 - Condições de carregamento ............................................................ 49
Tabela 9.3 - Análise de equilíbrio ....................................................................... 49
Tabela 9.4 - Resultados estabilidade .................................................................. 50
Tabela 10.1 - Acelerações região de transferência de pessoal ............................ 53
Tabela 10.2 - Limites RMS ................................................................................ 53
Tabela I.0.1 - Partida totalmente carregado ........................................................ 58
Tabela I.0.2 - Chegada totalmente carregado ..................................................... 58
Tabela I.0.3 - Partida sem carga ......................................................................... 59
Tabela I.0.4 - Chegada sem carga ....................................................................... 59
TabelaI.0.5 - Partida sem passageiros ................................................................. 60
xi
Tabela I.0.6 - Chegada sem passageiros ............................................................. 60
Tabela II.0.1 - Equilíbrio partida totalmente carregado ..................................... 61
Tabela II.0.2 - Equilíbrio chegada totalmente carregado ................................... 61
Tabela II.0.3 - Equilíbrio partida sem carga ....................................................... 62
Tabela II.0.4 - Equilíbrio chegada sem carga ..................................................... 62
Tabela II.0.5 - Equilíbrio partida sem passageiros ............................................. 63
Tabela II.0.6 - Equilíbrio chegada sem passageiros ........................................... 63
Tabela III.0.1 - Curva estabilidade partida totalmente carregado....................... 64
Tabela III.0.2 - Critério estabilidade partida totalmente carregado .................... 64
Tabela III.0.3 - Curva de estabilidade chegada totalmente carregado ................ 65
Tabela III.0.4 - Critério estabilidade chegada totalmente carregado .................. 65
Tabela III.0.5 - Curva de estabilidade partida sem carga ................................... 66
Tabela III.0.6 - Critério de estabilidade partida sem carga ................................. 66
Tabela III.0.7 - Curva de estabilidade chegada sem carga ................................. 67
Tabela III.0.8 - Critério de estabilidade chegada sem carga ............................... 67
Tabela III.0.9 - Curva de estabilidade partida sem passageiros.......................... 68
TabelaIII.0.10 - Critério de estabilidade partida sem passageiros ...................... 68
Tabela III.0.11 - Curva de estabilidade chegada sem passageiros ..................... 69
Tabela III.0.12 - Critério de estabilidade chegada sem passageiros ................... 69
12
1. Introdução
A demanda por embarcações de apoio offshore cresce constantemente no Brasil,
estas embarcações, quando de volta à costa, necessitam realizar a troca do pessoal
embarcado em regiões como a Baia de Guanabara.
Um grande problema deste processo de troca de pessoal é o congestionamento
do porto do Rio de Janeiro que dificulta a atracação destas embarcações. Outro
problema são as elevadas taxas que estas precisam pagar para que possam entrar na Baía
de Guanabara.
Desta forma, o objetivo deste projeto é o desenvolvimento de uma lancha de
serviço capaz de transportar passageiros e pequenas cargas para navios fundeados na
Baia de Guanabara e áreas de fundeio próximas a costa, mapeadas pela marinha em
cartas náuticas visando possibilitar que estes navios permanecerem fora da Baia,
reduzindo seus custos com operações portuárias.
Para isso são definidas as especificações básicas da embarcação, tanto do ponto de
vista de construção, como de operação e manutenção, detalhamento do arranjo e
avaliações de estabilidade e resistência ao avanço. Para a melhor configuração, é
realizado um estudo para definição da propulsão mais econômica e de fácil manutenção.
Por fim é realizado um estudo de métodos de transferência de pessoal nas regiões acima
citadas para garantir a eficiência e segurança nesta operação.
13
2. Premissas do Projeto
Os principais requisitos de projeto da embarcação são:
Funcionalidade
A embarcação deverá transportar de 22 pessoas sentadas, além de ser capaz de
transportar pequenas cargas de até 400 kg da costa do Rio de Janeiro para navios
fundeados na Baia de Guanabara e em áreas de fundeio próximas a costa.
Comportamento em ondas
A embarcação deve ter um bom comportamento em ondas com baixas
acelerações verticais, especialmente na região da proa, visando maior segurança nas
operações de transferência de carga e pessoal.
Economia de combustível
O consumo de combustível da embarcação deve ser otimizado visando um custo
de transporte menor.
Construção e manutenção minimizadas
O custo e facilidade de construção e manutenção da embarcação devem ser
minimizados para garantir sua eficiência. Isso está refletido principalmente em um
casco de um material resistente e leve e um sistema propulsivo eficiente e de fácil
manutenção.
Conforto passageiros
Uma vez que estarão voltado de um período de trabalho cansativo, um dos
requisitos da lancha é o conforto dos passageiros, para isso deverão ser instaladas
poltronas reclináveis, entradas USB que possibilite carga de celulares, televisores e um
sistema de ar condicionado.
2.1. Região de Operação
Como dito anteriormente a embarcação irá operar na Baia de Guanabara e na
área de fundeio próxima à costa. Deve-se então determinar as condições ambientais as
quais a embarcação estará exposta, uma vez que elas influenciam a operacionalidade da
14
embarcação proposta. Para isso foram realizados levantamentos para valores de
velocidade do vento, velocidade de corrente, altura significativa de onda e período de
onda que servirão como base para o projeto de forma a garantir que todas as operações
sejam realizadas de forma segura.
Figura 2.1 - Região de operação
Da tese de mestrado de CARVALHO [1], pesquisador do INPE – Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, publicada pelo ministério da Ciência e Tecnologia
pode-se obter dados sobre o regime de ventos, correntes e ondas da região de operação
da embarcação baseado em dados reais retirados da previsão global do NCEP (National
Centers for Environmental Prediction) entre 1997 e 2009.
A velocidade média de ventos no litoral do Rio de Janeiro durante o inverno
(época com maior intensidade de ventos) é de 8m/s (15nós):
Baía de Guanabara
Área de Ancoragem
15
Figura 2.2 - Velocidade ventos litoral brasileiro
Também se pode determinar a altura média de onda e período médio de pico que
podem chegar a 1,25m na direção SO/S (entrada de frentes frias) e 12s:
Figura 2.3 - Local de medição de altura e período de ondas
16
Figura 2.4 - Média período de pico de ondas
Figura 2.5 - Média altura significativa de ondas
De acordo com a pesquisa de NEVES [2] sobre a Corrente do Brasil (corrente
que atinge a região litorânea do Brasil), a corrente atinge a velocidade de até 0,5m/s, na
superfície, durante todo o ano.
Assim os valores de variáveis ambientais que serão utilizados nos cálculos da
embarcação serão os seguintes:
17
Tabela 2.1 – Variáveis ambientais
Variável ambiental Intensidade Unidade
Velocidade ventos 8,0 m/s
Altrura média de ondas 1,25 m
Período de pico 12,0 s
Velocidade de corrente 0,5 m/s
18
3. Definição das Formas
3.1. Definição do arranjo geral
A partir dos esboços apresentados anteriormente foi possível a elaboração de um
arranjo geral preliminar da embarcação que servirá como base para determinação de
suas dimensões principais. Este arranjo deverá conter uma área para acomodação de
pessoal dotada de pelo menos 22 assentos com um banheiro e uma área para
armazenamento de bagagens; um passadiço capaz de acomodar 2 tripulantes e os
equipamentos necessários para navegação; praça de máquinas capaz de comportar os
baterias, gerador e uma oficina com facilidade de acesso e remoção de equipamentos
para manutenção e uma área de carga para uma carga de convés de 400kg.
O arranjo geral da embarcação feito no software AutoCAD é apresentado a
seguir, seguido das dimensões obtidas a partir deste:
Figura 3.1 - Perfil lancha
19
Figura 3.2 - Convés principal lancha
Figura 3.3 - Convés passageiros lancha
Tabela 3.1 - Dimensões principais
Dimensão Valor Unidade
Comprimento Total 13,7 m
Boca 4,3 m
Pontal Máximo 3,4 m
3.2. Obtenção da Forma
As características do casco da embarcação estão relacionadas ao regime de
operação em que ela se encontra. Uma embarcação pode operar em três diferentes
regimes: deslocamento, semi-deslocamento e planeio puro.
Uma estimativa para determinação do regime de operação da embarcação é
através do número de Taylor, onde:
20
𝑄 =𝑉
√𝐿2
V é a velocidade da embarcação em nós e L seu comprimento em pés.
Cascos de deslocamento possuem número de Taylor menores que 1,34, enquanto
cascos de semi-deslocamento possuem valores entre 1,34 e 3 e cascos de planeio puro
valores superiores a 3.
Uma vez que a rota da embarcação é curta e deseja-se uma maior economia de
combustível a velocidade de serviço da embarcação será de 12 nós, resultando em um
valor de 1,67 evidenciando que a embarcação opera em um regime de semi-
deslocamento.
Outro fator que influenciará na seleção da forma é o custo de construção da
embarcação. Embarcações de casco quinado podem ser construídas com maior número
de placas planas, o que facilita sua construção e diminui seu custo.
O casco da embarcação será então quinado com um ângulo de deadrise de 55° na
proa que resulta em uma baixa resistência ao avanço com baixas acelerações verticais,
composto de seções retas de modo a facilitar e reduzir o custo de construção.
A forma obtida com a partir do software Maxsurf e o plano de linhas da
embarcação são apresentados a seguir:
Figura 3.4 - Forma do casco
22
4. Cálculo de Resistência ao Avanço
A resistência ao avanço da embarcação foi dividida em diversas componentes
apresentadas a seguir:
4.1. Resistência Total
Para determinação da resistência do casco da embarcação foi utilizado o método
de MERCIER-SAVITSKY [3] que apresenta boas estimativas para resistência de
embarcações de planeio e semi-deslocamento.
Os resultados obtidos podem ser vistos na tabela a seguir:
Tabela 4.1 - Resistência do casco
Velocidade Rt
kn kN
9,817 10,88
10,798 15,37
11,780 18,95
12,761 21,20
13,743 22,87
14,725 23,90
15,706 25,46
16,688 27,19
17,670 28,84
18,651 30,88
19,633 32,76
A relação entre a velocidade da embarcação e sua resistência total é apresentada
a seguir:
23
Figura 4.1 - Resistência total em função da velocidade
Para a velocidade de 12 nós da embarcação sua resistência ao avanço total será
de RT = 20 kN.
24
5. Sistema Propulsivo
Um dos principais requisitos deste projeto é um sistema propulsivo barato e de
fácil manutenção, em vista disso três arranjos de sistema são propostos e o custo de
combustível de cada um deles é comparado de modo a obter o sistema de menor custo.
O primeiro sistema é composto por motores de popa convencionais, o segundo
por impelidores a ré da embarcação que são facilmente removíveis em caso de falha.
Estes impelidores são alimentados por um sistema hidráulico que controla o sentido e
intensidade de sua rotação e por sua vez é alimentado por um motor diesel, como será
apresentado em detalhes mais a diante e por fim um sistema convencional com dois
motores, linha de eixo, propulsor e leme.
5.1. Motores de Popa
5.1.1. Potência Efetiva
Uma vez determinada a força necessária para propelir a embarcação, pode-se
então determinar a potência requerida para sua propulsão.
A presença de um propulsor na popa da embarcação altera o escoamento nesta
região alterando a resistência da embarcação. Para corrigir o valor do empuxo requerido
pelo propulsor, aplica-se então o coeficiente de redução de empuxo (t), determinado
conforme as características da forma da embarcação e a quantidade de propulsores:
𝑇𝑟𝑒𝑞 =𝑅𝑡
1 − 𝑡
Da mesma forma, a presença do casco afeta o escoamento sobre o propulsor,
quando comparado com o teste de águas abertas, onde o escoamento é uniforme. O
coeficiente de esteira (w) corrige este valor e assim como o coeficiente de redução de
empuxo é dependente das características da forma e da quantidade de propulsores:
𝑉𝑎 = 𝑉𝑠 ∗ (1 − 𝑤)
Pode-se então determinar a potência efetiva da embarcação (Pe) como uma
função destes parâmetros:
𝑃𝑒 = 𝑇𝑟𝑒𝑞 ∗ 𝑉𝑎
25
Tabela 5.1 - Potência efetiva
Velocidade
(nós)
Pe
(kW)
10,0 60,38
10,5 78,83
11,0 98,15
11,5 112,47
12,0 126,31
12,5 136,04
13,0 146,13
13,5 154,32
14,0 162,73
14,5 173,76
15,0 186,17
5.1.2. Potência Instalada
Para determinação da potência instalada (Pb) da embarcação, devem ser
consideradas todas as perdas no motor e na transmissão, que segundo HELMORE [4]
podem chegar a casa dos 65% para motores de popa, bem como margens de mar e de
motor, apresentadas a seguir:
Margem de Mar
Visa fornecer um acréscimo de potência ao projeto inicial do propulsor prevendo
um aumento da resistência ao avanço devido à deterioração do casco ocasionado pela
exposição ao mar, considerada igual a 5%.
Margem de Motor
Visa garantir o alcance da potência máxima continua em serviço sob as
condições de operação mais adversas, considerada igual a 7%.
A potência instalada pode ser então determinada como:
𝑃𝑏 = 𝑃𝑒 ∗𝜂
(1 − 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑟) ∗ (1 − 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟)
26
Tabela 5.2 - Potência instalada
Velocidade
(nós)
Pb
(kW)
10,0 136,69
10,5 178,46
11,0 222,18
11,5 254,59
12,0 285,94
12,5 304,95
13,0 330,79
13,5 349,35
14,0 368,37
14,5 393,35
15,0 419,17
5.1.3. Seleção Motor
Conhecida a potência instalada da embarcação parte-se para a busca de um
motor capaz de supri-la. Visando melhor desempenho e segurança operacional, serão
instalados dois motores de popa, para caso haja falha em um deles a embarcação ainda
possa navegar em segurança, mesmo que em velocidade reduzida.
Desta forma cada um dos motores deverá ter uma potência instalada de pelo
menos metade da requerida pela embarcação, isto é, 142,97 kW.
Uma vez que motores de popa são motores de alta rotação, o ideal é que estes
operem continuamente com uma potência equivalente a 85% de sua potência total.
Procurando em catálogos de motores de popa, o motor selecionado foi o
Mercury Marine [5] Pro XS 175 HP. Com isto foi possível criar uma curva de
desempenho para a embarcação, apresentada a seguir, junto com o motor selecionado:
28
5.2. Impelidores
A segunda alternativa para propulsão da embarcação são impelidores de fácil
remoção que funcionarão como um hidro jato simplificado.
Estes impelidores são alimentados por um sistema hidráulico composto por uma
bomba e uma linha hidráulica que por sua vez é alimentado por um motor diesel, como
apresentado na figura a seguir:
Figura 5.3 - Funcionamento impelidores
Uma vez que não existe uma linha de transmissão com eixo e mancais a bomba
hidráulica e o motor não precisam estar diretamente alinhados com o impelidor.
5.2.1. Potência Instalada
A determinação da potência instalada deste sistema é feita de forma análoga a
dos motores de popa, entretanto a eficiência do sistema, por se assemelhar a um hidro
jato e operar em baixas velocidades é igual a 74% [4].
Assumindo as mesmas margens de mar e motor (5% e 7% respectivamente)
anteriores, pode-se determinar a potência instalada requerida para cada velocidade:
Tabela 5.3 - Potência instalada impelidores
Velocidade
(nós)
Pb
(kW)
10,0 92,36
10,5 120,58
11,0 150,12
11,5 172,02
12,0 193,20
12,5 208,07
13,0 223,50
13,5 236,04
14,0 248,90
29
14,5 265,77
15,0 283,22
Devido ao perfil de popa da embarcação e a altura da linha d’água, o diâmetro
dos impelidores é limitado, desta forma será necessária a instalação de três impelidores
[6] um na linha de centro de diâmetro externo de 24 polegadas e um a bombordo e outro
a boreste de diâmetro igual a 16 polegadas de potência máxima oferecida igual a 80 HP
e 120 HP respectivamente. Desta forma a potência total instalada será de 208,79 kW.
Figura 5.4 - Curva de potência impelidores
Selecionados os impelidores deve-se determinar qual motor será responsável
pala alimentação do sistema hidráulico. Neste sistema o motor opera de forma continua
e o sistema hidráulico é responsável pelo controle do sentido e intensidade de rotação
dos impelidores.
Como serão utilizados motores diesel de alta rotação, o ideal é que estes operem
a 85% de sua potência máxima, portanto são necessários dois motores de pelo menos
70kW e um de 105 kW.
Os motores selecionados [7] são apresentados a seguir:
2 x Yanmar 4JH110 (81 kW)
30
Figura 5.5 - Motor impelidores 80 HP
1 x Yanmar LHA-HTP (118 kW)
Figura 5.6 - Motor impelidor 120 HP
O consumo de cada um destes motores é apresentado a seguir:
Motor Consumo (L/h)
Motor Yanmar (4LHA-HTP) 20,00
Motor Yanmar (4JH110) 15,00
Total 50,00
Portanto o consumo do sistema composto pelos impelidores é menor do que o
dos motores de popa, resultando em um menor custo de viagem para este sistema, que
será, portanto o escolhido para a embarcação.
31
5.3. Sistema Propulsivo Convencional (Hélice – Pé de Galinha – Leme)
O último arranjo de sistema propulsivo proposto foi o sistema convencional com
motor, linha de eixo, propulsor e leme.
Para determinar a potência requerida pelos motores foi utilizada uma planilha
para seleção do propulsor Série B, com os resultados apresentados a seguir:
Tabela 5.4 - Seleção Propulsor Hélice B
Foi considerada uma margem de cavitação de 5%.
Desta forma o propulsor selecionado possui as seguintes características:
Dados do propulsor Série B:
Diâmetro do Propulsor: (m) 0,67
Número de Pás do Propulsor: 4
Profundidade do eixo (m): 0,700
Rotação:
935,0
Razão de Áreas Fa/F: 0,60
Razão passo diâmetro: 0,92
Considerando as margens de rotação, mar e motor (5%, 5% e 10%
respectivamente) encontramos a potência e a rotação requeridas pelo motor nesta
situação, apresentadas na imagem anterior.
Rt (kN) 10,000
Dados do propulsor Série B: Cálculo
Diâmetro do Propulsor: (m) 0,67 Coef. Força Propuls iva (KTs): 0,20749
Número de Pás do Propulsor: 4 Coef. Torque (KQs): 0,03263
Profundidade do eixo (m): 0,700 Coef. avanço (J): 0,5469
Rotação: 935,0 Veloc. avanço (Va) [m/s]: 5,710
Razão de Áreas Fa/F: 0,60 Torque do propulsor (Q) [KN.m]: 1,10
Razão passo diâmetro: 0,92 Diferença Forças Propuls ivas : 0,000
CASCO:
Coef. Esteira (w): 0,08 Eficiência propulsiva: 0,551367
Coef. Red. Força Prop. (t): 0,04 Potência no(s ) hél ice(s ) (THP): 59,48
Efic. Rot. Relativa (h rr): 0,96 Potência no(s ) eixo(s ) (PHP): 107,48
Potência Efetiva (EHP): 82,8 Potência no(s ) motor(es ) (BHP): 114,24
Eficiência do casco: 1,03784
Empuxo requerido (kN): 10,417 MOTOR:
PROPULSOR: Margem de rotação (%): 5,00
Rend. águas abertas (h0): 0,5534 Margem de mar (%): 5,0
Força Propulsiva (KN): Margem de motor (%): 10,0
Requerida: 10,4 Pot. Req. motor (MCR) [KW]: 138,54Disponível: 10,4 Rotação do motor (rpm): 1030,06
Cavitação: 5 % dorso ok
RESULTADOS
32
A seleção do motor de alta rotação é feita através do gráfico de potência (kW)
em função do número de rotações (rpm) fornecido pelo fabricante, como o apresentado
a seguir:
Combinando o propulsor encontrado com diversas caixas redutoras, deseja-se
encontrar uma combinação onde a potência requerida pelo motor seja 85% de sua
potência máxima e a rotação requerida seja 90% do número máximo de rotações por
minuto.
O motor selecionado foi então o Volvo D4-225, com potência máxima de
225kW a uma rotação de 3500 rpm, combinado com uma caixa redutora ZF63 com
redução de 2,78:1.
Ponto ideal de
operação do motor
33
Figura 5.7 - Curva de Potência Motor
Figura 5.8 - Motor Volvo D4-225
5.4. Seleção do Sistema Propulsivo
O motor de popa apesar de parecer uma boa solução, não foi projetado para
operar durante longas horas, como é utilizado, geralmente, em barcos de recreio, que
operam durante poucas horas por ano. Para uma embarcação de serviço ele não seria
ideal, uma vez que esta embarcação operará continuamente durante todo o ano.
A solução dos impelidores também foi descartada, uma vez que diferente de
hidrojatos, o propulsor não foi projetado para operar no interior de um túnel, o que
acarretaria em uma eficiência muito baixa devido ao confinamento. Além disso a
possibilidade de obstrução das entradas de água é grande, o que pode danificar os
34
propulsores. Por fim a embarcação precisaria de 3 motores para este arranjo, o que pode
acarretar em maior custo de manutenção ao longo do tempo.
Desta forma a solução utilizada foi um sistema propulsivo comum, com motor,
linha de eixo, propulsor e leme, que além de fácil operação, também tem sua
manutenção facilitada e pode operar continuamente sem problemas.
Para facilitar a manutenção foi proposta uma tampa de escotilha para a praça de
máquinas, capaz de retirar motores e geradores facilmente, como pode ser visto no
arranjo do convés principal anteriormente.
5.5. Arranjo Sistema Propulsivo
Definido o sistema propulsivo da embarcação parte-se para seu arranjo que deve
acomodar na praça de máquinas 2 motores e um gerador. A praça de máquinas também
dispõe de uma tampa de escotilha estanque para retirada dos motores e geradores de
forma fácil.
O arranjo da praça de máquinas e do sistema propulsivo pode ser visto na
imagen a seguir:
35
Figura 5.9 - Arranjo praça de máquinas
6. Geração de Energia Elétrica
A maior demanda de energia elétrica da embarcação está associada ao conforto
da tripulação, um dos requisitos deste projeto. Visando a maior segurança da lancha, um
gerador independente foi instalado a fim de suprir esta demanda energética, entretanto
os equipamentos de navegação, bombas e luzes serão alimentados por 2 baterias
,recarregadas pelo alternador dos motores, e que são capazes de suprir esta demanda da
embarcação individualmente.
Desta forma, em caso de mau funcionamento do gerador, a embarcação não
estará impossibilitada de continuar navegando.
A demanda energética do gerador e das baterias pode ser vista nas tabelas a
seguir:
36
Tabela 6.1 - Potência requerida baterias
Grupo Item Nº
Pot.
Unitária
(W)
Pot. Total
(W)
Fator de
Utilização
Simulta
neidade
Pot.
Final
(W)
Luzes
Luzes
navegação 4 10 40 100% 100% 40
Luz convés 1 100 100 100% 100% 100
Luz passadiço 3 12 36 100% 100% 36
Luz passageiros 8 12 96 100% 100% 96
Luz PM 3 30 90 100% 100% 90
Bombas
Bomba porão 5 132 660 20% 15% 20
Bomba FW 1 132 132 20% 100% 26
Bomba Comb. 1 132 132 100% 100% 132
Bomba esgoto 1 132 132 3% 3% 0
Nav
egaç
ão /
Rad
ioco
muni
caçã
o
Agulha governo 1 10 10 100% 100% 10
GPS 1 36 36 100% 100% 36
GMDSS 1 25 25 100% 100% 25
Estação VHF 1 25 25 100% 100% 25
Estação HF 1 25 25 100% 100% 25
Total Baterias (W) + 10% 727
Tabela 6.2 - Potência requerida gerador
Grupo Item Nº
Pot.
Unitária
(W)
Pot. Total
(W)
Fator de
Utilizaçã
o
Simulta
neidade
Pot.
Final
(W)
Equip
amen
tos
de
Convés
Geladeira 1 200 200 50% 100% 100
Televisão 2 250 500 70% 100% 350
DVD 1 250 250 70% 100% 175
Cafeteira 1 1000 1000 20% 100% 200
Chuveiro 1 4000 4000 10% 100% 400
Tomada 3 330 990 70% 80% 554
USB 22 33 726 70% 60% 305
Fone 22 10 220 70% 60% 92
Ar cond. 1 8500 8500 80% 100% 6800
Total Geradores (W) + 10% 9874
Desta forma um gerado com uma potência de 10 kW foi selecionado para a
embarcação no site da fabricante Yanmar [7], apresentado a seguir:
38
7. Cálculo Estrutural
Um dos principais requisitos desta embarcação é ter um custo operacional
reduzido, sendo seu principal componente o custo com combustível. Em vista disso o
material de construção da embarcação foi selecionado visando o um baixo peso
estrutural, diminuindo assim sua resistência ao avanço.
O material selecionado foi o alumínio, que apesar de apresentar um custo maior
de construção, seu custo total a longo prazo é consideravelmente menor devido a maior
vida útil e menor peso estrutural da embarcação.
Um comparativo entre as propriedades do aço e alumínio é apresentado em [8]
para exemplificar esta comparação.
Tabela 7.1 - Comparativo alumínio x aço carbono
Alumínio Aço Carbono
Menor peso estrutural Maior peso estrutural
Propriedade não magnética
Prejudicial a equipamentos de
navegação
Menor módulo de Young Maior Módulo de Young
Pior soldabilidade Melhor soldabilidade
Menor consumo de combustível Maior consumo de combustível
Maior vida útil Menor vida útil
Maior resistência a corrosão Menor resistência a corrosão
Menor tensão de escoamento Maior tensão de escoamento
Motores menos potentes Motores mais potentes
Manuseio de blocos mais fácil Manuseio mais difícil
Maior custo de construção Menor custo de construção
O cálculo estrutural da embarcação foi feito nesta seção considerando chapas e
perfis de alumínio comercial [9]. Ao final o módulo de seção obtido foi comparado com
o requerido pelo capítulo 4 da DNV [10] para embarcações comerciais com
comprimento total entre 6 e 24 metros e velocidade abaixo de 45 nós. Os módulos de
seção requerido e efetivo podem ser vistos a seguir:
7.1. Módulo de Seção Requerido - DNV Capítulo 4, Seção 3, B200
O módulo de seção requerido para a viga navio não deve ser menor que:
39
𝑍𝑟𝑒𝑞 = 6250 ∗𝑀
𝑓1 (𝑚𝑚3)
Onde, M é o maior valor dentre os a seguir:
𝑀 = 0,016 ∗ 𝐿𝑤𝑙3 ∗ 𝐵𝑤𝑙 (𝑘𝑁𝑚)
𝑀 = 0,0025 ∗ ∆ ∗ 𝐿𝑤𝑙 (𝑘𝑁𝑚)
f1 = fator de correção para resistência do material, para o alumínio 5083. f1 =
0,6.
O módulo de seção requerido para a viga navio é de:
Zreq = 7.743.333,33 mm³
7.2. Módulo de Seção Efetivo
Para o cálculo do módulo de seção efetivo foi utilizado o software AutoCAD,
considerando apenas elementos estruturais longitudinais contínuos por mais de 70% do
comprimento total da embarcação, como chapas e reforçadores longitudinais como pode
ser visto a seguir:
Figura 7.1 - Elementos módulo de seção
40
Tabela 7.2 - Elementos estruturais longitudinais
Chapa
(mm)
Reforçadores
Alma
(mm)
Flange
(mm)
Espaçamento
(mm)
Fundo 9 150x6 63,5x6,35 1050
Costado 8 95x5 63,5x6,35 950
Convés 8 110x5 63,5x6,35 1250
O momento de inércia obtido e o cálculo do módulo de seção podem ser vistos
na planilha abaixo.
Tabela 7.3 - Cálculo módulo de seção
Momento de Inércia 0,014 m4
Altura Centroide de Área 1,794 m
Pontal 3,000 m
Módulo de Seção Fundo 7.972.785,99 mm³
Módulo de Seção Convés 11.860.014,99 mm³
O módulo de seção efetivo é maior do que o requerido, a estrutura da
embarcação atende, então, os requisitos da regra.
7.3. Seções Transversais
Para estimativa de peso, que será realizada mais adiante, foram elaboradas três
seções da embarcação. Uma seção de reforçadores transversais comuns, outra de
reforçadores transversais gigantes e por fim uma seção na antepara. Figuras
representando estas seções bem como as dimensões dos reforçadores podem ser vistas a
seguir:
Nesta seção os reforçadores transversais comuns são representados a direita e os
gigantes à esquerda:
41
Figura 7.2 - Seção transversal
Tabela 7.4 - Reforçadores transversais
Comum Gigante
Alma Flange Alma Flange
Fundo 70x5 60x5 90x5 60x5
Costado 70x5 60x5 90x5 60x5
Convés 70x5 60x5 90x5 60x5
Figura 7.3 - Seção antepara
42
7.4. Cálculo Peso Estrutural
O cálculo do peso estrutural da embarcação foi dividido em diferentes seções,
como apresentado a seguir:
7.4.1. Peso Casco
Engloba todas as chapas e painéis da estrutura do casco da embarcação (fundo
costado e convés principal).
Seu peso foi estimado a partir da área do chapeamento, encontrada com auxílio
do software Rhinoceros, espessura das chapas, mostradas anteriormente e densidade do
alumínio igual a 2,7 t/m³.
Tabela 7.5 - Peso do casco
Peso (t) LCG (m) TCG (m) VCG (m)
Total 3,747 6,696 0,000 1,103
7.4.2. Peso Longitudinais
Engloba os reforçadores longitudinais de fundo convés e costado, seu peso foi
estimado determinando o peso por metro de cada reforçador e em seguida multiplicando
pelo seu comprimento total.
Tabela 7.6 - Peso reforçadores longitudinais
Peso (t) LCG (m) TCG (m) VCG (m)
Total 0,304 6,667 0,000 1,548
7.4.3. Peso Transversais
O peso dos reforçadores transversais foi estimado a partir das seções transversais
comuns, gigantes e anteparas apresentadas anteriormente. Foi determinado o peso de
cada seção em função de sua área total e em seguida através da curva de áreas
seccionadas, apresentada a seguir, foi possível determinar o peso de cada uma das
seções.
43
Figura 7.4 - Curva de áreas seccionais
Tabela 7.7 - Peso transversais comuns
Peso (t) LCG (m) TCG (m) VCG (m)
Total 0,077 8,006 0,000 2,358
Tabela 7.8 - Peso transversais gigantes
Peso (t) LCG (m) TCG (m) VCG (m)
Total 0,073 6,609 0,000 1,942
Tabela 7.9 - Peso anteparas
Peso (t) LCG (m) TCG (m) VCG (m)
Total 0,822 6,756 0,000 2,376
7.4.4. Peso Convés Passageiros
Seu peso foi calculado a partir das chapas e reforçadores transversais e
longitudinais do convés de passageiros:
Tabela 7.10 - Peso convés passageiros
Peso (t) LCG (m) TCG (m) VCG (m)
Total 0,355 7,803 0,000 1,097
44
7.4.5. Skeg
O peso do skeg foi calculado a partir da área de suas chapas:
Tabela 7.11 - Peso skeg
Peso (t) LCG(m) TCG (m) VCG (m)
Total 0,097 2,540 0,000 0,287
7.4.6. Peso Casaria
O peso da casaria foi estimado de forma análoga ao do convés de passageiros:
Tabela 7.12 - Peso casaria
Peso (t) LCG(m) TCG (m) VCG (m)
Total 0,700 4,554 0,000 4,705
7.4.7. Peso estrutural total
Somando os pesos obtidos anteriormente pode-se obter o peso estrutural total da
embarcação e a posição de seu centro de gravidade:
Tabela 7.13 - Peso estrutural
Item Peso (t) LCG (m) TCG (m) VCG (m)
Casco 3,747 6,696 0,000 1,103
Anteparas 0,822 6,756 0,000 2,376
Transversais Gigantes 0,073 6,609 0,000 1,942
Transversais 0,077 8,006 0,000 2,358
Longitudinais 0,304 6,667 0,000 1,548
Convés Pax 0,355 7,803 0,000 1,097
Casaria 0,700 4,554 0,000 4,705
Skeg 0,097 2,540 0 0,287
Total 6,791 5,886 0,000 1,633
7.5. Cálculo Peso Leve
Conhecido o peso estrutural da embarcação uma planilha semelhante foi
montada para o cálculo de seu peso leve. O cálculo foi dividido em diversos itens de
forma a ter uma estimativa mais precisa, estes podem ser vistos a seguir:
45
Tabela 7.14 - Peso leve
Item Mass (kg) VCG (m) LCG (m)
Estrutura 6791 1,63 5,89
Piso 301 2,70 7,28
Assentos 160 2,15 6,74
Equipamentos de Salvatagem 200 5,60 4,47
Equipamentos de Combate a Incêndio 122 1,87 5,07
Equipamentos de Convés 478 3,85 8,11
Ar Condicionado 280 3,86 5,00
Pintura e Proteção 658 1,44 4,07
Sistema Propulsivo 2546 1,32 2,06
Tubulação 450 1,70 5,30
Portas e Janelas 346 3,79 4,98
Forros 371 3,06 7,20
Bar e Cozinha 110 3,27 5,41
Equipamentos Domésticos 85 11,56 9,98
Equipamentos Elétricos 605 3,00 6,15
Peso Leve Total 13502 2,01 5,177
Estes dados serão então utilizados para os cálculos de estabilidade e
comportamento em ondas da embarcação.
8. Deadweight
8.1. Pessoal
A embarcação é capaz de comportar 22 passageiros e dois tripulantes. Para o
cálculo de peso de pessoal o peso de cada tripulante foi estimado em 100 kg enquanto o
peso de cada passageiro em 75 kg mais 25 kg de bagagem alocada abaixo de seus
assentos, como apresentado a seguir:
Tabela 8.1 - Peso pessoal
Item Quantidade Massa (kg) LCG (m) VCG (m)
Tripulação 2 200,0 5,000 4,100
Passageiros 22 1650,0 6,970 1,700
Bagagem 22 550,0 6,970 1,700
Total 2400 6,809 1,900
8.2. Carga
A carga da embarcação é a quantidade de carga comportada em seu convés,
igual a 400 kg com centro de gravidade um metro acima do convés.
46
Tabela 8.2 - Peso carga
Item Quantidade Massa (kg) LCG (m) VCG (m)
Carga 1 400,0 8,860 4,400
8.3. Fluidos
8.3.1. Combustível
A demanda por combustível (óleo diesel) da embarcação está associada a quatro
componentes, os três motores principais e o gerador de energia elétrica. O consumo de
cada um destes em litros por hora é apresentado na tabela a seguir:
Tabela 8.3 - Consumo combustível
Item Consumo (L/h)
Motor Scania 30,00
Motor Scania 30,00
Gerador Yanmar (YTG10S) 10,00
Total 70,00
A capacidade do tanque de combustível da embarcação será determinada
assumindo uma autonomia de um dia, operando 12 horas mais uma margem de
segurança de 10%. Com isso tem-se que a capacidade mínima do tanque de combustível
da embarcação é de aproximadamente 800 litros.
8.3.2. Água Doce
O consumo de água por pessoa no percurso entre a costa e o navio ancorado na
Baia de Guanabara ou na área de ancoragem foi estimado em no máximo 65 litros por
dia. Para 22 passageiros e 2 tripulantes e, novamente, assumindo que a embarcação
opere por 12 horas diárias e tenha autonomia de um dia, o consumo diário de água doce
é de aproximadamente 780 litros por dia.
8.3.3. Esgoto
A capacidade dos tanques de esgoto foi estimada assumindo que toda a água
consumida em um dia se transforme em esgoto, desta forma sua capacidade será a
mesma dos tanques de água, ou seja, no mínimo 780 litros por dia.
47
Tabela 8.4 - Capacidade consumíveis
Item Volume Mínimo (L)
Combustível 800,0
Água Doce 780,0
Esgoto 780,0
8.3.4. Arranjo Tanques
Após estimada a capacidade dos tanques da embarcação, seu arranjo foi
realizado com auxílio dos softwares Maxsurf Stability e AutoCAD e pode ser visto na
figura a seguir:
Figura 8.1 - Arranjo tanques
9. Equilíbrio e Estabilidade
As análises de equilíbrio e estabilidade da embarcação foram feitas com base
nos critérios da autoridade marítima brasileira [11] com o auxílio do software Maxsurf
Stability.
Para os resultados que serão apresentados a seguir, são consideradas as seguintes
posições de perpendiculares de ré e de vante:
Tabela 9.1 - Perpendiculares
Distância Espelho de Popa (m)
PR 0
PV 13,080
Meia Nau 6,540
48
Figura 9.1 - Posicionamento perpendiculares
9.1. Condições de Carregamento
Foram testadas diferentes condições de carregamento para a embarcação para
situações de chegada e partida com tanques variando de 100% a 10% respectivamente.
Para os tanques também se considera o momento de superfície livre (MSL) máximo em
todas as condições de carregamento o que é desfavorável para o cálculo de estabilidade
da embarcação. Um resumo das condições de carregamento é apresentado a seguir.
Cada condição pode ser vista em detalhes no anexo I.
49
Tabela 9.2 - Condições de carregamento
Item Partida
Carregado
Chegada
Carregado
Partida
Sem
Carga
Chegada
Sem
Carga
Partida
Sem Pax
Chegada
Sem Pax
Peso Leve 13502 kg 13502 kg 13502 kg 13502 kg 13502 kg 13502 kg
SDL 200 kg 0 kg 0 kg 0 kg 0 kg 0 kg
Tripulação 2 2 2 2 2 2
Passageiros 22 22 22 22 0 0
Bagagem 550 kg 550 kg 550 kg 550 kg 0 0
Carga 400 kg 400 kg 0 0 400 kg 400 kg
Comb. 100% 10% 100% 10% 100% 10%
Água 100% 10% 100% 10% 100% 10%
Esgoto 10% 100% 10% 100% 10% 100%
Total 18252 kg 17471 kg 17852 kg 17071 kg 16052 kg 15271 kg
9.2. Análise de Equilíbrio
A análise de equilíbrio foi feita para cada uma das condições apresentadas
anteriormente e o deslocamento e calados de cada uma são apresentados a seguir. Os
resultados detalhados no anexo II. A fim de avaliar se a condição de equilíbrio é ou não
aceitável foi estabelecido que o trim da embarcação deve ser maior do que 0°, trim de
popa favorável a navegação
Tabela 9.3 - Análise de equilíbrio
Item Partida
Carregado
Chegada
Carregado
Partida
Sem
Carga
Chegada
Sem
Carga
Partida
Sem
Pax
Chegada
Sem Pax
Δ (kg) 18252 17471 17852 17071 16052 15271
Tpr (m) 1,204 1,183 1,208 1,187 1,199 1,179
Tpv (m) 0,833 0,818 0,805 0,789 0,708 0,690
Trim (graus) 1,62 1,60 1,77 1,75 2,15 2,14
Critério Ok Ok Ok Ok Ok Ok
9.3. Análise de Estabilidade
A análise de estabilidade da embarcação foi feita conforme os critérios de
estabilidade da autoridade marítima brasileira [11]:
9.3.1. Critérios de Estabilidade Para Embarcações de Passageiros ou Carga
Essas embarcações deverão atender aos seguintes critérios de estabilidade:
50
1. A área sob a Curva de Estabilidade Estática compreendida entre os
ângulos de inclinação de 0° a 30° não deverá ser inferior a 0,055m.rad.
2. A área sob a Curva de Estabilidade Estática compreendida entre os
ângulos de inclinação de 0° a 40°, ou entre 0° e o ângulo de alagamento
(θf), caso este seja menor do que 40°, não será inferior a 0,090 m.rad.
3. A área sob a Curva de Estabilidade Estática compreendida entre os
ângulos de inclinação de 30° e 40°, ou entre 30° e o ângulo de
alagamento (θf), caso este seja menor do que 40°, não será inferior a
0,030 m.rad.
4. O braço de endireitamento correspondente ao ângulo de inclinação de
30° não deverá ser menor do que 0,20 m.
5. O braço de endireitamento máximo deverá ocorrer em um ângulo de
inclinação maior ou igual a 25°.
6. A altura metacêntrica inicial (GMo) não deve ser menor do que 0,15 m.
7. O ângulo de inclinação causado pelo agrupamento de todos os
passageiros em um bordo da embarcação não deverá exceder 10°.
8. O ângulo de inclinação causado por guinadas não deverá exceder 10°.
O resultado dos critérios de estabilidade para cada uma das condições pode ser
visto a seguir. Os resultados detalhados e as curvas de estabilidade estática são
apresentadas no anexo III.
Tabela 9.4 - Resultados estabilidade
Item Partida
Carregado
Chegada
Carregado
Partida
Sem Carga
Chegada
Sem Carga
Partida
Sem Pax
Chegada
Sem Pax
Área 0° - 30° 0,116 0,112 0,125 0,121 0,118 0,113
≥ 0,055 m.rad Pass Pass Pass Pass Pass Pass
Área 0° - 40° 0,169 0,160 0,184 0,175 0,170 0,159
≥ 0,090 m.rad Pass Pass Pass Pass Pass Pass
Área 30° - 40° 0,053 0,048 0,059 0,054 0,052 0,047
≥ 0,030 m.rad Pass Pass Pass Pass Pass Pass
GZ 30° 0,47 0,42 0,52 0,47 0,42 0,37
≥ 0,20 m Pass Pass Pass Pass Pass Pass
Ângulo máx GZ 68,2 68,2 68,2 68,2 68,2 68,2
≥ 25° Pass Pass Pass Pass Pass Pass
GMo 1,37 1,38 1,44 1,45 1,45 1,46
≥ 0,15 m Pass Pass Pass Pass Pass Pass
θ Pax 9,0 9,8 8,7 9,3 9,3 9,6
51
≤ 10° Pass Pass Pass Pass Pass Pass
θ Guinadas 3,5 3,6 3,2 3,3 3,5 3,6
≤ 10° Pass Pass Pass Pass Pass Pass
10. Comportamento em Ondas
A análise do comportamento em ondas da embarcação foi realizado através do
software Maxsurf Motions que utiliza a Teoria de Faixas linearizada para calcular
movimentos de Heave e Pitch acoplados e um sistema simplificado de massa-mola
amortecido e forçado para movimentos desacoplados de Roll.
O RAO descreve como a resposta do navio varia com a frequência,
adimensionalizado pela altura de onda. Em baixas frequências de encontro, o RAO
tende a unidade, visto que o navio simplesmente se move para cima e para baixo com a
onda. Em altas frequências o RAO tende a zero uma vez que o efeito de muitas ondas
curtas se cancela ao longo do navio. Próximo ao período natural do navio ocorre um
pico devido a ressonância.
Para os cálculos de comportamento em ondas da embarcação a altura
significativa de onda (H1/3) adotada foi 1,25m (Mar 3) e o período modal TM foi de 11
segundos, com uma velocidade de 12 nós para incidências de ondas de 135° e 180°.
Com esses dados foi gerado um espectro de onda de JONSWAP.
A posição escolhida para análise dos dados foi a parte mais a vante do convés de
passageiros: posição longitudinal 11,000 m, posição transversal 0,000 m e posição
altura 1,10 m.
Os resultados foram comparados com os valores de MSI [12] para limites de 2 e
8 horas de exposição, devido a curta rota da embarcação.
Os resultados de aceleração (m/s²) em função da frequência de encontro (rad/s)
obtidos são apresentados a seguir, para incidências de ondas de e 180° e 135°:
52
Figura 10.1 - Acelerações para incidência de onda de 180°
Figura 10.2 - Acelerações para incidência de ondas de 135°
Os critérios MSI são atendidos para exposição de até oito horas em ambas as
condições de incidência de ondas.
Outro ponto analisado é o convés principal na região próxima ao costado,
posição onde ocorrerá a transferência de pessoal, aproximadamente a meia nau da
embarcação.
53
Nesta situação as condições de mar analisadas serão as mesmas, porém para
incidências de ondas de 90°, 135° e 180° e uma vez que a embarcação estará parada, sua
velocidade será nula.
O ponto a ser analisado é definido pelas seguintes coordenadas: posição
longitudinal 6,000 m, posição transversal 2,000 m, altura 3,400 m.
Os valores de acelerações verticais, laterais e roll para essas condições são
mostrados a seguir:
Tabela 10.1 - Acelerações região de transferência de pessoal
Ângulo Incidência
Ondas
Aceleração Vertical Aceleração Lateral Roll
(RMS) (RMS) (RMS)
90° 0,08 g 0,09 g 3,55°
135° 0,09 g 0,06 g 2,10°
180° 0,07 g 0,00 g 0,00°
De acordo com STEVENS [13] para essas condições esses valores não devem
exceder os mostrados a seguir para Light manual work:
Tabela 10.2 - Limites RMS
Portanto os valores apresentados estão dentro de uma faixa segura para a
operação de transferência de pessoal, independente da direção de incidência de ondas na
embarcação.
11. Métodos de Transferência de Pessoal
Outro importante requisito desta lancha é a facilidade na transferência de pessoal
para outras embarcações. Para isso são instalados verdugos em todo seu costado que
provém resistência ao costado da embarcação para a operação de transferência de
pessoal, onde estará encostada com a embarcação a receber a tripulação
54
Nesta operação o crewboat deve se posicionar na sombra do vento da
embarcação a receber o pessoal, de modo a diminuir seu movimento relativo à outra
embarcação.
A transferência será realizada em uma posição em um dos bordos da
embarcação, como na figura a seguir:
Figura 11.1 - Transferência de pessoal
12. Conclusões
A partir dos resultados obtidos ao longo deste projeto conclui-se que a lancha
apresentada é uma opção viável para transporte de passageiros para embarcações não só
dentro da Baía de Guanabara, mas também regiões de ancoragem próximas a costa.
Isto se deve a boa estabilidade da embarcação e a seu bom comportamento em
onda, que torna não apenas a viagem confortável para os passageiros, como também a
transferência de pessoal segura para condições ambientais encontradas nestas regiões.
Também merece destaque, aqui, a capacidade da embarcação de transportar
pequenas cargas de até 400 kg em seu convés principal, permitindo o transporte de
mantimentos e a retirada de lixo das embarcações ancoradas.
Por fim, tem-se uma embarcação de fácil e barata operação e manutenção com
um sistema propulsivo convencional barato e de fácil manutenção. Também apresenta
55
um sistema de geração de energia composto por duas baterias recarregadas pelo
alternador dos motores para os sistemas de navegação e bombas e um gerador capaz de
suprir a demanda energética dos passageiros e que em eventual falha não compromete a
funcionalidade da embarcação. Estas baterias e geradores são facilmente removíveis
através de uma tampa estanque no convés principal da embarcação para facilitar sua
manutenção.
Vale ressaltar que este projeto se trata de um projeto preliminar da embarcação,
afim de validar ainda mais a capacidade da lancha de atender este tipo de serviço deve-
se realizar um projeto detalhado com desenhos de construção e análises econômicas
comparando-a com embarcações semelhantes.
Assim espera-se que a embarcação projetada e os resultados obtidos sejam
levados a diante de modo que possa no futuro ser implementada em águas brasileiras.
56
13. Referências Bibliográficas
[1] CARVALHO, J.T., “Simulação da Distribuição de Energia das Ondas
Oceânicas ao Largo do Litoral Brasileiro”. Tese de Mestrado. INPE, São José dos
Campos, 2010;
[2] NEVES, A. A. S., “Análise da Viabilidade de um Programa Operacional de
Oceanografia Baseado em Altimetria por Satélites para a Bacia de Campos-RJ”. Tese de
Graduação, Curso de Oceanografia. Fundação Universidade Federal do Rio Grande.
Laboratório de Oceanografia, 2006;
[3] MERCIER, J.A., SAVITSKY, D., “Resistance of Transom-Stern Craft in
the Prel-Planing Regime”, Stevens Institute of Technology, 1973.
[4] HELMORE, P.J., “Ship Design and Propulsion”, University of New South
Wales, Australia, 2013.
[5] MERCURY MARINE
<https://www.mercurymarine.com/pt/br/engines/outboard/verado/six-cylinder-200-400-
hp/> Acessado em 20/03/2016
[6] THRUSTMASTER
<https://www.thrustmaster.net/tunnel-thrusters/hydraulic-tunnel-thruster/#techspecs>
Acessado em 28/03/2016
[7] YANMAR
<https://www.yanmar.com > Acessado em 20/03/2016
[8] PINHEIRO, M. S., “Relatório de Projeto Final – Construção de Embarcações
em Alumínio”. Tese de Graduação, Curso de Engenharia Naval e Oceânica.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004;
[9] ALCOA, “Perfis Estrudados de Almuínio”, 2015.
[10] DNV, “Standard for Certification of Craft”, 2008;
[11] MARINHA DO BRASIL, DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS,
“Normam-01-DPC, Normas da Autoridade Marítima para Embarcações Empregadas na
Navegação em Mar Aberto”, 2005;
57
[12] O’HANLON, J. F., MCCAULEY, M. E., “Motion Sickness Incidence as a
Function of the Frequency and Acceleration of Vertical Sinusoidal Motion”. Aerospace
Medicine, 1974;
[13] STEVENS, S. C., PARSONS, M. G., “Effects of Motion at Sea on Crew
Performance: A Survey”. Marine Technology, 2002;
58
ANEXO I – CONDIÇÕES DE CARREGAMENTO
Partida Totalmente Carregado
Tabela I.0.1 - Partida totalmente carregado
Item Quantidade Massa LCG TCG VCG MSL
(% / No.) (kg) (m) (m) (m) (kg-m)
Lightship 1 13502,0 5,177 0,000 2,010 0,00
Tripulação 2 200,0 5,000 0,000 4,100 0,00
Passageiros 22 1650,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Bagagem 22 550,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Carga 1 400,0 8,000 0,000 4,400 0,00
Esgoto 10% 98,3 6,564 0,000 0,203 446,15
Água Doce BB 100% 506,2 6,180 -1,324 0,852 179,39
Água Doce BE 100% 506,2 6,180 1,324 0,852 179,39
Combustível 100% 839,4 5,510 0,000 0,596 408,24
Total 18252,1 5,531 0,000 1,909 1213,168
CSL 0,066
VCGf 1,975
Chegada Totalmente Carregado
Tabela I.0.2 - Chegada totalmente carregado
Item Quantidade Massa LCG TCG VCG MSL
(% / No.) (kg) (m) (m) (m) (kg-m)
Lightship 1 13502,0 5,177 0,000 2,010 0,00
Tripulação 2 200,0 5,000 0,000 4,100 0,00
Passageiros 22 1650,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Bagagem 22 550,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Carga 1 400,0 8,000 0,000 4,400 0,00
Esgoto 100% 983,4 6,552 0,000 0,573 446,15
Água Doce BB 10% 50,6 5,983 -1,109 0,653 177,03
Água Doce BE 10% 50,6 5,983 1,109 0,653 177,03
Combustível 10% 83,9 5,544 0,000 0,256 408,24
Total 17470,5 5,549 0,000 1,952 1208,446
CSL 0,069
VCGf 2,022
59
Partida Sem Carga
Tabela I.0.3 - Partida sem carga
Item Quantidade Massa LCG TCG VCG MSL
(% / No.) (kg) (m) (m) (m) (kg-m)
Lightship 1 13502,0 5,177 0,000 2,010 0,00
Tripulação 2 200,0 5,000 0,000 4,100 0,00
Passageiros 22 1650,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Bagagem 22 550,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Carga 0 0,0 8,000 0,000 4,400 0,00
Esgoto 10% 98,3 6,564 0,000 0,203 446,15
Água Doce BB 100% 506,2 6,180 -1,324 0,852 179,39
Água Doce BE 100% 506,2 6,180 1,324 0,852 179,39
Combustível 100% 839,4 5,510 0,000 0,596 408,24
Total 17852,1 5,476 0,000 1,853 1213,168
CSL 0,068
VCGf 1,921
Chegada Sem Carga
Tabela I.0.4 - Chegada sem carga
Item Quantidade Massa LCG TCG VCG MSL
(% / No.) (kg) (m) (m) (m) (kg-m)
Lightship 1 13502,0 5,177 0,000 2,010 0,00
Tripulação 2 200,0 5,000 0,000 4,100 0,00
Passageiros 22 1650,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Bagagem 22 550,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Carga 0 0,0 8,000 0,000 4,400 0,00
Esgoto 100% 983,4 6,552 0,000 0,573 446,15
Água Doce BB 10% 50,6 6,178 -1,102 0,650 177,03
Água Doce BE 10% 50,6 6,178 1,102 0,650 177,03
Combustível 10% 83,9 5,565 0,000 0,256 408,24
Total 17070,5 5,493 0,000 1,895 1208,446
CSL 0,071
VCGf 1,966
60
Partida Sem Passageiros
TabelaI.0.5 - Partida sem passageiros
Item Quantidade Massa LCG TCG VCG MSL
(% / No.) (kg) (m) (m) (m) (kg-m)
Lightship 1 13502,0 5,177 0,000 2,010 0,00
Tripulação 2 200,0 5,000 0,000 4,100 0,00
Passageiros 0 0,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Bagagem 0 0,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Carga 1 400,0 8,000 0,000 4,400 0,00
Esgoto 10% 98,3 6,564 0,000 0,203 446,15
Água Doce BB 100% 506,2 6,180 -1,324 0,852 179,39
Água Doce BE 100% 506,2 6,180 1,324 0,852 179,39
Combustível 100% 839,4 5,510 0,000 0,596 408,24
Total 16052,1 5,334 0,000 1,938 1213,168
CSL 0,076
VCGf 2,013
Chegada Sem Passageiros
Tabela I.0.6 - Chegada sem passageiros
Item Quantidade Massa LCG TCG VCG MSL
(% / No.) (kg) (m) (m) (m) (kg-m)
Lightship 1 13502,0 5,177 0,000 2,010 0,00
Tripulação 2 200,0 5,000 0,000 4,100 0,00
Passageiros 0 0,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Bagagem 0 0,0 6,970 0,000 1,700 0,00
Carga 1 400,0 8,000 0,000 4,400 0,00
Esgoto 100% 983,4 6,552 0,000 0,573 446,15
Água Doce BB 10% 50,6 6,178 -1,102 0,650 177,03
Água Doce BE 10% 50,6 6,178 1,102 0,650 177,03
Combustível 10% 83,9 5,565 0,000 0,256 408,24
Total 15270,5 5,346 0,000 1,989 1208,446
CSL 0,079
VCGf 2,068
61
ANEXO II – EQUILÍBRIO
Partida Totalmente Carregado
Tabela II.0.1 - Equilíbrio partida totalmente carregado
Característica Embarcação Valor
Característica Embarcação Valor
Calado Meia Nau m 1,019
LCB em relação PR m 5,497
Deslocamento kg 18252,0
LCF em relação a PR m 5,344
Banda deg 0,0
KB m 0,774
Calado PV m 0,833
KG corrigido m 1,975
Calado PR m 1,204
BMt m 2,570
Calado LCG m 1,053
BMl m 24,184
Trim m 0,371
GMt corrigido m 1,368
Comprimento Linha D'água m 12,927
GMl m 22,982
Boca Linha D'água m 4,038
KMt m 3,343
Área Molhada m² 53,071
KMl m 24,948
Área Linha D'água m² 41,184
TPC t/m 0,422
Coef. Prismático (Cp) 0,69
MTc t-m 0,321
Coef. de Bloco (Cb) 0,30
Mom. endireitamento kg-m 435,670
Coef. de Seção Mestra (Cm) 0,53
Inclinação convés deg 1,6
Coef. de Linha D'água (Cwp) 0,79
Trim deg 1,6
Chegada Totalmente Carregado
Tabela II.0.2 - Equilíbrio chegada totalmente carregado
Característica Embarcação Valor
Característica Embarcação Valor
Calado Meia Nau m 1,001
LCB em relação PR m 5,515
Deslocamento kg 17471,0
LCF em relação a PR m 5,317
Banda deg 0,0
KB m 0,761
Calado PV m 0,818
KG corrigido m 2,022
Calado PR m 1,183
BMt m 2,641
Calado LCG m 1,035
BMl m 24,952
Trim m 0,365
GMt corrigido m 1,381
Comprimento Linha D'água m 12,916
GMl m 23,691
Boca Linha D'água m 4,036
KMt m 3,402
Área Molhada m² 52,351
KMl m 25,704
Área Linha D'água m² 40,850
TPC t/m 0,419
Coef. Prismático (Cp) 0,69
MTc t-m 0,316
Coef. de Bloco (Cb) 0,30
Mom. endireitamento kg-m 420,938
Coef. de Seção Mestra (Cm) 0,52
Inclinação convés deg 1,6
Coef. de Linha D'água (Cwp) 0,78
Trim deg 1,6
62
Partida Sem Carga
Tabela II.0.3 - Equilíbrio partida sem carga
Característica Embarcação Valor
Característica Embarcação Valor
Calado Meia Nau m 1,006
LCB em relação PR m 5,441
Deslocamento kg 17852,0
LCF em relação a PR m 5,309
Banda deg 0,0
KB m 0,769
Calado PV m 0,805
KG corrigido m 1,921
Calado PR m 1,208
BMt m 2,591
Calado LCG m 1,044
BMl m 24,329
Trim m 0,403
GMt corrigido m 1,438
Comprimento Linha D'água m 12,908
GMl m 23,177
Boca Linha D'água m 4,037
KMt m 3,359
Área Molhada m² 52,588
KMl m 25,087
Área Linha D'água m² 40,837
TPC t/m 0,419
Coef. Prismático (Cp) 0,69
MTc t-m 0,316
Coef. de Bloco (Cb) 0,30
Mom. endireitamento kg-m 448,134
Coef. de Seção Mestra (Cm) 0,52
Inclinação convés deg 1,8
Coef. de Linha D'água (Cwp) 0,78
Trim deg 1,8
Chegada Sem Carga
Tabela II.0.4 - Equilíbrio chegada sem carga
Característica Embarcação Valor
Característica Embarcação Valor
Calado Meia Nau m 0,988
LCB em relação PR m 5,456
Deslocamento kg 17071,0
LCF em relação a PR m 5,281
Banda deg 0,0
KB m 0,757
Calado PV m 0,789
KG corrigido m 1,966
Calado PR m 1,187
BMt m 2,663
Calado LCG m 1,026
BMl m 25,110
Trim m 0,399
GMt corrigido m 1,453
Comprimento Linha D'água m 12,896
GMl m 23,901
Boca Linha D'água m 4,035
KMt m 3,418
Área Molhada m² 51,853
KMl m 25,855
Área Linha D'água m² 40,486
TPC t/m 0,415
Coef. Prismático (Cp) 0,69
MTc t-m 0,312
Coef. de Bloco (Cb) 0,29
Mom. endireitamento kg-m 432,946
Coef. de Seção Mestra (Cm) 0,51
Inclinação convés deg 1,7
Coef. de Linha D'água (Cwp) 0,78
Trim deg 1,7
63
Partida Sem Passageiros
Tabela II.0.5 - Equilíbrio partida sem passageiros
Característica Embarcação Valor
Característica Embarcação Valor
Calado Meia Nau m 0,954
LCB em relação PR m 5,287
Deslocamento kg 16052,0
LCF em relação a PR m 5,179
Banda deg 0,0
KB m 0,747
Calado PV m 0,708
KG corrigido m 2,013
Calado PR m 1,199
BMt m 2,716
Calado LCG m 1,005
BMl m 25,462
Trim m 0,491
GMt corrigido m 1,448
Comprimento Linha D'água m 12,843
GMl m 24,194
Boca Linha D'água m 4,032
KMt m 3,461
Área Molhada m² 50,512
KMl m 26,191
Área Linha D'água m² 39,475
TPC t/m 0,405
Coef. Prismático (Cp) 0,69
MTc t-m 0,297
Coef. de Bloco (Cb) 0,27
Mom. endireitamento kg-m 405,765
Coef. de Seção Mestra (Cm) 0,51
Inclinação convés deg 2,1
Coef. de Linha D'água (Cwp) 0,76
Trim deg 2,1
Chegada Sem Passageiros
Tabela II.0.6 - Equilíbrio chegada sem passageiros
Característica Embarcação Valor
Característica Embarcação Valor
Calado Meia Nau m 0,935
LCB em relação PR m 5,296
Deslocamento kg 15271,0
LCF em relação a PR m 5,144
Banda deg 0,0
KB m 0,734
Calado PV m 0,690
KG corrigido m 2,068
Calado PR m 1,179
BMt m 2,793
Calado LCG m 0,987
BMl m 26,340
Trim m 0,489
GMt corrigido m 1,458
Comprimento Linha D'água m 12,829
GMl m 25,005
Boca Linha D'água m 4,029
KMt m 3,525
Área Molhada m² 49,709
KMl m 27,055
Área Linha D'água m² 39,045
TPC t/m 0,400
Coef. Prismático (Cp) 0,68
MTc t-m 0,292
Coef. de Bloco (Cb) 0,27
Mom. endireitamento kg-m 388,574
Coef. de Seção Mestra (Cm) 0,50
Inclinação convés deg 2,1
Coef. de Linha D'água (Cwp) 0,76
Trim deg 2,1
64
ANEXO III – ESTABILIDADE
Partida Totalmente Carregado
Tabela III.0.1 - Curva estabilidade partida totalmente carregado
Banda
BE GZ
Calado
PV
Calado
PR Lwl LCF Trim
(graus) (m) (m) (m) (m) (m) (graus)
0 0,000 0,833 1,204 12,927 5,344 1,6
5 0,116 0,823 1,205 12,920 5,336 1,7
10 0,209 0,795 1,199 12,901 5,442 1,8
15 0,261 0,764 1,167 12,879 5,591 1,8
20 0,287 0,731 1,113 12,853 5,703 1,7
25 0,299 0,691 1,038 12,823 5,793 1,5
30 0,302 0,642 0,942 12,783 5,870 1,3
40 0,305 0,506 0,672 12,618 5,978 0,7
50 0,347 0,266 0,254 12,234 6,095 0,0
60 0,438 -0,234 -0,479 11,983 6,071 -1,1
70 0,466 -1,462 -1,954 12,198 5,982 -2,2
80 0,399 -5,272 -6,182 12,505 5,967 -4,0
90 0,278 n/a n/a 12,701 5,938 n/a
Tabela III.0.2 - Critério estabilidade partida totalmente carregado
NORMAM 01 Valor Unidade Atual Check
1) Área Curva GZ 0° - 30°
Não deverá ser inferior a 0,055 m.rad 0,1164 Pass
2) Área Curva GZ 0° - 40°
Não deverá ser inferior a 0,090 m.rad 0,1691 Pass
3) Área Curva GZ 30°-40°
Não deverá ser inferior a 0,030 m.rad 0,0527 Pass
4) Braço de endireitamento ângulo 30°
Não deverá ser inferior a 0,20 m 0,468 Pass
5) Braço de endireitamento máximo
Deverá ocorrer em um ângulo de inclinação maior ou igual 25 graus 68,2 Pass
6) Altura Metacêntrica Inicial (GMo)
Não deverá ser menor que 0,15 m 1,368 Pass
7) Ângulo de inclinação - Todos os passageiros em um bordo
Não deverá exceder 10 graus 9 Pass
8) Ângulo de inclinação causado por guinadas
Não deverá exceder 10 graus 3,5 Pass
65
Chegada Totalmente Carregado
Tabela III.0.3 - Curva de estabilidade chegada totalmente carregado
Banda
BE GZ
Calado
PV
Calado
PR Lwl LCF Trim
(graus) (m) (m) (m) (m) (m) (graus)
0 0,000 0,818 1,183 12,916 5,317 1,6
5 0,117 0,807 1,184 12,908 5,313 1,7
10 0,206 0,780 1,175 12,889 5,448 1,7
15 0,252 0,750 1,139 12,868 5,600 1,7
20 0,274 0,717 1,082 12,843 5,713 1,6
25 0,281 0,678 1,003 12,813 5,804 1,4
30 0,280 0,631 0,904 12,768 5,881 1,2
40 0,275 0,495 0,629 12,604 5,986 0,6
50 0,312 0,256 0,204 12,209 6,106 -0,2
60 0,392 -0,247 -0,543 11,967 6,076 -1,3
70 0,420 -1,489 -2,049 12,168 5,967 -2,5
80 0,355 -5,333 -6,383 12,479 5,954 -4,6
90 0,237 n/a n/a 12,679 5,926 n/a
Tabela III.0.4 - Critério estabilidade chegada totalmente carregado
NORMAM 01 Valor Unidade Atual Check
1) Área Curva GZ 0° - 30°
Não deverá ser inferior a 0,055 m.rad 0,1117 Pass
2) Área Curva GZ 0° - 40°
Não deverá ser inferior a 0,090 m.rad 0,1599 Pass
3) Área Curva GZ 30°-40°
Não deverá ser inferior a 0,030 m.rad 0,0482 Pass
4) Braço de endireitamento ângulo 30°
Não deverá ser inferior a 0,20 m 0,422 Pass
5) Braço de endireitamento máximo
Deverá ocorrer em um ângulo de inclinação maior ou igual 25 graus 68,2 Pass
6) Altura Metacêntrica Inicial (GMo)
Não deverá ser menor que 0,15 m 1,381 Pass
7) Ângulo de inclinação - Todos os passageiros em um bordo
Não deverá exceder 10 graus 9,8 Pass
8) Ângulo de inclinação causado por guinadas
Não deverá exceder 10 graus 3,6 Pass
66
Partida Sem Carga
Tabela III.0.5 - Curva de estabilidade partida sem carga
Banda
BE GZ
Calado
PV
Calado
PR Lwl LCF Trim
(graus) (m) (m) (m) (m) (m) (graus)
0 0,000 0,805 1,208 12,908 5,309 1,8
5 0,123 0,794 1,209 12,900 5,303 1,8
10 0,221 0,765 1,202 12,881 5,411 1,9
15 0,278 0,734 1,170 12,858 5,562 1,9
20 0,309 0,699 1,116 12,832 5,675 1,8
25 0,325 0,659 1,041 12,801 5,765 1,7
30 0,333 0,610 0,944 12,747 5,842 1,5
40 0,344 0,471 0,675 12,580 5,947 0,9
50 0,392 0,228 0,257 12,162 6,048 0,1
60 0,484 -0,284 -0,474 11,939 6,020 -0,8
70 0,516 -1,542 -1,948 12,127 5,946 -1,8
80 0,453 -5,441 -6,171 12,443 5,934 -3,2
90 0,334 n/a n/a 12,642 5,904 n/a
Tabela III.0.6 - Critério de estabilidade partida sem carga
NORMAM 01 Valor Unidade Atual Check
1) Área Curva GZ 0° - 30°
Não deverá ser inferior a 0,055 m.rad 0,125 Pass
2) Área Curva GZ 0° - 40°
Não deverá ser inferior a 0,090 m.rad 0,1839 Pass
3) Área Curva GZ 30°-40°
Não deverá ser inferior a 0,030 m.rad 0,0588 Pass
4) Braço de endireitamento ângulo 30°
Não deverá ser inferior a 0,20 m 0,517 Pass
5) Braço de endireitamento máximo
Deverá ocorrer em um ângulo de inclinação maior ou igual 25 graus 68,2 Pass
6) Altura Metacêntrica Inicial (GMo)
Não deverá ser menor que 0,15 m 1,438 Pass
7) Ângulo de inclinação - Todos os passageiros em um bordo
Não deverá exceder 10 graus 8,7 Pass
8) Ângulo de inclinação causado por guinadas
Não deverá exceder 10 graus 3,2 Pass
67
Chegada Sem Carga
Tabela III.0.7 - Curva de estabilidade chegada sem carga
Banda
BE GZ
Calado
PV
Calado
PR Lwl LCF Trim
(graus) (m) (m) (m) (m) (m) (graus)
0 0,000 0,789 1,187 12,896 5,281 1,7
5 0,123 0,777 1,188 12,888 5,279 1,8
10 0,218 0,750 1,178 12,869 5,416 1,9
15 0,270 0,720 1,142 12,847 5,569 1,9
20 0,296 0,686 1,085 12,822 5,684 1,7
25 0,308 0,646 1,006 12,790 5,775 1,6
30 0,312 0,597 0,907 12,731 5,852 1,4
40 0,315 0,459 0,631 12,564 5,955 0,8
50 0,359 0,217 0,207 12,135 6,066 0,0
60 0,440 -0,298 -0,538 11,921 6,024 -1,1
70 0,471 -1,570 -2,043 12,096 5,931 -2,1
80 0,410 -5,504 -6,371 12,416 5,920 -3,8
90 0,294 n/a n/a 12,614 5,891 n/a
Tabela III.0.8 - Critério de estabilidade chegada sem carga
NORMAM 01 Valor Unidade Atual Check
1) Área Curva GZ 0° - 30°
Não deverá ser inferior a 0,055 m.rad 0,1206 Pass
2) Área Curva GZ 0° - 40°
Não deverá ser inferior a 0,090 m.rad 0,1751 Pass
3) Área Curva GZ 30°-40°
Não deverá ser inferior a 0,030 m.rad 0,0544 Pass
4) Braço de endireitamento ângulo 30°
Não deverá ser inferior a 0,20 m 0,472 Pass
5) Braço de endireitamento máximo
Deverá ocorrer em um ângulo de inclinação maior ou igual 25 graus 68,2 Pass
6) Altura Metacêntrica Inicial (GMo)
Não deverá ser menor que 0,15 m 1,453 Pass
7) Ângulo de inclinação - Todos os passageiros em um bordo
Não deverá exceder 10 graus 9,3 Pass
8) Ângulo de inclinação causado por guinadas
Não deverá exceder 10 graus 3,3 Pass
68
Partida Sem Passageiros
Tabela III.0.9 - Curva de estabilidade partida sem passageiros
Banda
BE GZ
Calado
PV
Calado
PR Lwl LCF Trim
(graus) (m) (m) (m) (m) (m) (graus)
0 0,000 0,708 1,199 12,843 5,179 2,1
5 0,122 0,697 1,199 12,835 5,183 2,2
10 0,216 0,668 1,189 12,815 5,320 2,3
15 0,266 0,636 1,153 12,788 5,479 2,3
20 0,290 0,600 1,095 12,746 5,598 2,2
25 0,299 0,558 1,016 12,695 5,691 2,0
30 0,300 0,507 0,916 12,634 5,768 1,8
40 0,298 0,364 0,640 12,460 5,865 1,2
50 0,336 0,114 0,216 11,786 5,952 0,4
60 0,396 -0,436 -0,524 11,794 5,888 -0,4
70 0,422 -1,784 -2,023 11,892 5,831 -1,0
80 0,363 -5,958 -6,333 12,235 5,824 -1,6
90 0,249 n/a n/a 12,444 5,794 n/a
TabelaIII.0.10 - Critério de estabilidade partida sem passageiros
NORMAM 01 Valor Unidade Atual Check
1) Área Curva GZ 0° - 30°
Não deverá ser inferior a 0,055 m.rad 0,1182 Pass
2) Área Curva GZ 0° - 40°
Não deverá ser inferior a 0,090 m.rad 0,17 Pass
3) Área Curva GZ 30°-40°
Não deverá ser inferior a 0,030 m.rad 0,0518 Pass
4) Braço de endireitamento ângulo 30°
Não deverá ser inferior a 0,20 m 0,423 Pass
5) Braço de endireitamento máximo
Deverá ocorrer em um ângulo de inclinação maior ou igual 25 graus 68,2 Pass
6) Altura Metacêntrica Inicial (GMo)
Não deverá ser menor que 0,15 m 1,448 Pass
7) Ângulo de inclinação - Todos os passageiros em um bordo
Não deverá exceder 10 graus 9,3 Pass
8) Ângulo de inclinação causado por guinadas
Não deverá exceder 10 graus 3,5 Pass
69
Chegada Sem Passageiros
Tabela III.0.11 - Curva de estabilidade chegada sem passageiros
Banda
BE GZ
Calado
PV
Calado
PR Lwl LCF Trim
(graus) (m) (m) (m) (m) (m) (graus)
0 0,000 0,690 1,179 12,829 5,144 2,1
5 0,123 0,678 1,179 12,821 5,156 2,2
10 0,211 0,650 1,165 12,802 5,320 2,3
15 0,255 0,620 1,125 12,769 5,482 2,2
20 0,274 0,585 1,063 12,727 5,602 2,1
25 0,278 0,544 0,981 12,677 5,697 1,9
30 0,274 0,494 0,878 12,617 5,775 1,7
40 0,265 0,351 0,597 12,438 5,873 1,1
50 0,296 0,102 0,165 11,739 5,968 0,3
60 0,343 -0,454 -0,589 11,771 5,887 -0,6
70 0,365 -1,817 -2,117 11,850 5,810 -1,3
80 0,310 -6,029 -6,531 12,199 5,808 -2,2
90 0,200 n/a n/a 12,412 5,778 n/a
Tabela III.0.12 - Critério de estabilidade chegada sem passageiros
NORMAM 01 Valor Unidade Atual Check
1) Área Curva GZ 0° - 30°
Não deverá ser inferior a 0,055 m.rad 0,1125 Pass
2) Área Curva GZ 0° - 40°
Não deverá ser inferior a 0,090 m.rad 0,1592 Pass
3) Área Curva GZ 30°-40°
Não deverá ser inferior a 0,030 m.rad 0,0467 Pass
4) Braço de endireitamento ângulo 30°
Não deverá ser inferior a 0,20 m 0,366 Pass
5) Braço de endireitamento máximo
Deverá ocorrer em um ângulo de inclinação maior ou igual 25 graus 68,2 Pass
6) Altura Metacêntrica Inicial (GMo)
Não deverá ser menor que 0,15 m 1,458 Pass
7) Ângulo de inclinação - Todos os passageiros em um bordo
Não deverá exceder 10 graus 9,6 Pass
8) Ângulo de inclinação causado por guinadas
Não deverá exceder 10 graus 3,6 Pass