Curso de Economia p/ CGM-SP 2015

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Aula 00 Economia p/ CGM/SP - Auditor de Controle Interno Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho 00000000000 - DEMO

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    Economia p/ CGM/SP - Auditor de Controle Interno

    Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho

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    AULA 00 (demonstrativa) Microeconomia: 1.1 Conceitos fundamentais. 1.2 Funes demanda.

    SUMRIO RESUMIDO PGINA

    Apresentao 01 1. Demanda 05 2. Oferta 14 3. Equilbrio 17 4. Elasticidades 23 5. Resumo da aula 42 6. Questes comentadas 45 7. Lista de questes 83 8. Gabarito 97

    Ol caros(as) amigos(as), com grande satisfao que lanamos este curso de Economia formatado especialmente para atender s necessidades daqueles que se preparam para o concurso de Auditor Municipal de Controle Interno da Controladoria-geral do Municpio de So Paulo. Comentaremos, principalmente, questes da Vunesp, que infelizmente no uma banca tradicional em Economia, como o Cespe ou a FCC por exemplo. Mesmo assim, podemos afirmar que teremos, no mnimo, 450 questes comentadas ao longo do curso (provavelmente, vamos ultrapassar esse nmero, mas, no mnimo, teremos essas 450 questes). Destas questes, todas as que encontrarmos da VUNESP sobre os assuntos que estudaremos estaro na aula, garantimos isso a vocs.

    Para quem no me conhece, meu nome Heber Carvalho, sou

    bacharel em Cincias Militares, formado pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras). Aps pouco mais de 08 anos no Exrcito, fui aprovado no concurso para Auditor Fiscal do Municpio de So Paulo (AFTM-SP, 4. Lugar). Paralelamente, ministro aulas de Economia e matrias relacionadas (Economia do Trabalho, Economia Brasileira, Micro e Macroeconomia) em cursos preparatrios de So Paulo e outras capitais, no Eu Vou Passar e aqui no Estratgia Concursos. Tambm sou autor do livro Microeconomia Facilitada, publicado pela editora Mtodo.

    E o meu nome Jetro Coutinho, sou bacharel em Administrao

    pela Universidade de Braslia (2011), ps-graduado em Direito Financeiro e Tributrio e ps-graduando em Direito Administrativo. Estudei para concursos desde o segundo semestre de 2009, quando fiz o concurso de Tcnico do Banco Central do Brasil, ainda durante o 4 semestre da faculdade. Aps tomar posse, conclu os estudos na UnB e, desde ento,

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    venho estudando para um concurso especfico: o Tribunal de Contas da Unio. Nesse caminho, fui aprovado, dentro das vagas, para Analista de Finanas e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional rea Econmico-Financeira. No entanto, aps trabalhar por 2,5 anos no Banco Central, no assumi o Tesouro, pois tomei posse no concurso que sempre sonhei: Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio, concurso no qual fui aprovado em 13 lugar de um total de 18 vagas para Braslia, aos 22 anos de idade.

    Falemos um pouco sobre o contedo e a metodologia de nosso curso, comeando pelo primeiro. Economia: 1. Microeconomia. 1.1. Conceitos fundamentais: formas de organizao da atividade econmica, o papel dos preos, custo de oportunidade, fator de produo e fronteiras das possibilidades de produo. 1.2. Teoria do consumidor, utilidades cardinal e ordinal, restrio oramentria, equilbrio do consumidor e funes demanda, funes de produo e suas propriedades, curvas de produto e produtividade, curvas de custo. 1.3. Estruturas de mercado: concorrncia perfeita, concorrncia imperfeita, monoplio, oligoplio; outras estruturas de mercado. 2. Macroeconomia. 2.1. Principais agregados macroeconmicos. 2.2. Identidades macroeconmicas bsicas. 2.3. Sistema de contas nacionais. 2.4. Contas nacionais no Brasil. 2.5. Conceitos de dficit e dvida pblica. 2.6. Balano de pagamentos. 2.7. Papel do governo na economia: estabilizao, crescimento e redistribuio. 2.8. A teoria keynesiana. 2.9. Oferta e demanda agregadas. 2.10 Agregados monetrios; as contas do sistema monetrio. 2.11. Modelo IS-LM. 2.12. Polticas fiscal e monetria. 2.13. Relaes entre inflao, juros e o resultado fiscal. 2.14. Relaes entre o nvel de atividade e o mercado de trabalho; salrios, inflao e desemprego. 3. Economia do setor pblico. 3.1. O Estado e as funes econmicas governamentais. 3.2. As necessidades pblicas e as formas de atuao dos governos. 3.3. Estado regulador e produtor. 3.4. Polticas fiscal e monetria; outras polticas econmicas. 3.5. Conceitos bsicos de contabilidade fiscal: NFSP; resultados nominal, operacional e primrio; dvida pblica. 3.6. Sustentabilidade do endividamento pblico. 4. Economia brasileira. 4.1. Aspectos gerais do comportamento recente da economia brasileira e das polticas econmicas adotadas pelos ltimos governos.

    Como o contedo muito vasto, torna-se bastante difcil reunir uma bibliografia que cubra todos os tpicos do edital com o foco e a objetividade necessrios (fora que seriam necessrios uns 07 a 10 livros, no mnimo) ao bom concurseiro. Nossa proposta facilitar o seu trabalho e reunir toda a teoria e inmeros exerccios comentados, no que tange a todos estes assuntos em um s material. O curso contar com questes da Vunesp, para que voc veja como o estilo da banca examinadora. De cara, j podemos dizer que a Vunesp no uma banca mega complicada. Se voc estudar as nossas aulas com afinco e com muita ateno, conseguir um aproveitamento muito bom e ter todas as condies para gabaritar a prova de Economia.

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    Se voc j estudou os temas, e apenas quer revis-los, o curso tambm ser bastante til, pela quantidade de exerccios comentados que teremos, o que lhe permitir uma excelente reviso do contedo. Em relao aos exerccios, sero, no mnimo, 450 questes comentadas, dentre as quais, teremos todas as questes da Vunesp que encontrarmos.

    Esse curso abordar todo o contedo abaixo descrito:

    AULA 00 (Demonstrativa)

    Microeconomia: 1.1 Conceitos fundamentais. 1.2 Funes demanda.

    AULA 01 (23/09)

    Microeconomia: 1.1 Conceitos fundamentais: formas de organizao da

    atividade econmica, custo de oportunidade, fator de produo e

    fronteiras das possibilidades de produo.

    AULA 02 (25/09)

    1.2 Teoria do consumidor, utilidades cardinal e ordinal, restrio

    oramentria, equilbrio do consumidor.

    AULA 03 (29/09)

    1.2 funes de produo e suas propriedades, curvas de produto e

    produtividade.

    AULA 04 (30/09)

    1.2 curvas de custo.

    AULA 05 (02/10)

    1.3. Estruturas de mercado: concorrncia perfeita, concorrncia

    imperfeita, monoplio, oligoplio; outras estruturas de mercado.

    AULA 06 (06/10)

    Macroeconomia. 2.1. Principais agregados macroeconmicos. 2.2.

    Identidades macroeconmicas bsicas. 2.3. Sistema de contas

    nacionais. 2.4. Contas nacionais no Brasil.

    AULA 07 (08/10) 2.6. Balano de pagamentos.

    AULA 08 (09/10) 2.8. A teoria keynesiana.

    AULA 09 (14/10) 2.10 Agregados monetrios; as contas do sistema monetrio.

    AULA 10 (15/10)

    2.11. Modelo IS-LM. 2.12. Polticas fiscal e monetria. 2.13. Relaes

    entre inflao, juros e o resultado fiscal. 2.14. Relaes entre o nvel de

    atividade e o mercado de trabalho; salrios, inflao e desemprego.

    (parte 1)

    AULA 11 (16/10)

    2.11. Modelo IS-LM. 2.12. Polticas fiscal e monetria. 2.13. Relaes

    entre inflao, juros e o resultado fiscal. 2.14. Relaes entre o nvel de

    atividade e o mercado de trabalho; salrios, inflao e desemprego.

    (parte 2)

    AULA 12 (04/11)

    2.5. Conceitos de dficit e dvida pblica. 3.5. Conceitos bsicos de

    contabilidade fiscal: NFSP; resultados nominal, operacional e primrio;

    dvida pblica. 3.6. Sustentabilidade do endividamento pblico.

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    AULA 13 (05/11)

    2.7. Papel do governo na economia: estabilizao, crescimento e

    redistribuio. 3. Economia do setor pblico. 3.1. O Estado e as

    funes econmicas governamentais. 3.2. As necessidades pblicas

    e as formas de atuao dos governos. 3.3. Estado regulador e

    produtor.

    AULA 14 (06/11)

    4. Economia brasileira. 4.1. Aspectos gerais do comportamento

    recente da economia brasileira e das polticas econmicas adotadas

    pelos ltimos governos.

    Vamos comear o curso1 com temas de Microeconomia (aulas 00 a

    05). Nas aulas 06 a 11, estudaremos assuntos de Macroeconomia. Nas aulas 12 e 13, veremos o contedo de Economia do Setor Pblico. Na ltima aula, estudaremos a Economia Brasileira.

    Teremos, em mdia, 60 a 70 pginas totais por aula (algumas aulas

    podem chegar a 100 pginas). Mas sabemos que as aulas em PDF trazem muitas questes comentadas, resumos, lista das questes sem os comentrios, gabarito, etc, etc. Assim, de uma aula de 60 a 70 pginas, sobra mesmo uma mdia de 35 pginas de teoria pura por aula, j que o resto so aqueles itens citados no incio do pargrafo. Tambm ressaltamos que haver algumas aulas um pouco maiores (aulas 02 e 05, por exemplo).

    Antes de comear a aula, segue 01 aviso: Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-)

    Agora sim, podemos comear.

    E a, todos prontos? Ento, aos estudos!

    1 A Microeconomia estuda as unidades de produo (empresas) e as unidades de consumo

    (famlias), individualmente ou em grupos. Ela estuda a interao entre firmas e consumidores e a

    maneira pela qual a produo e preo so determinados em mercados especficos.

    A Macroeconomia o ramo da Economia que estuda a evoluo dos mercados de uma forma mais

    geral, mais abrangente, analisando a determinao e o comportamento dos grandes agregados

    macroeconmicos (renda nacional, produto nacional, investimento, poupana, consumo agregado,

    inflao, emprego e desemprego, quantidade de moeda, juros, cmbio, etc).

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    1. DEMANDA

    A demanda ou procura de um bem simplesmente a quantidade deste bem que os consumidores/compradores desejam adquirir a determinado preo, em determinado perodo de tempo.

    Dentro desta ideia, surge o conceito fundamental de curva de demanda de um bem. Ela informa, graficamente, a quantidade que os consumidores desejam comprar medida que muda o preo unitrio. A primeira pergunta que vem cabea a seguinte: Como seria esta curva?

    Para descobrir o jeito ou formato da curva, devemos saber qual a relao que existe entre as variveis que constam no grfico em que ela est. No grfico da curva de demanda, temos a quantidade de bens demandados no eixo X (eixo horizontal ou eixo das abscissas), e temos o preo do bem no eixo Y (eixo vertical ou eixo das ordenadas), conforme vemos na figura 01. Ento, temos que descobrir qual a relao existente entre o preo do bem e a quantidade demandada.

    Imaginemos um bem qualquer. Vamos adotar, como exemplo, o bem Cerveja (Eita, Heber...). O que aconteceria com a quantidade demandada de cervejas caso seu preo estivesse bastante baixo? O que aconteceria com a quantidade demandada de cervejas caso seu preo estivesse alto? As respostas so bastante bvias: teramos alta e baixa quantidade demandada, respectivamente.

    A concluso a que chegamos a seguinte: a quantidade demandada ou procurada de um bem varia inversamente em relao ao seu preo. Em outras palavras, quanto mais caro est o bem, menos ele demandado. Quanto mais barato est o bem, mais ele demandado. Esta a milenar lei da demanda, e qualquer um de ns quando vai ao mercado fazer compras aplica esta lei, ainda que inconscientemente.

    Pois bem, voltando curva de demanda, como ela seria? Quando as duas variveis do grfico atuam em sentido inverso, isto , uma aumenta e a outra diminui e/ou vice-versa, como o caso dos preos e quantidades demandadas, a curva do grfico ter inclinao para baixo. Pegue como exemplo a seguinte funo de demanda (QD = quantidade demandada e P = preo) de cervejas e seu respectivo grfico:

    QD = 14 2P (esta equao apenas um exemplo)

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    Preos

    6 A

    Curva de demanda: QD = 14 2P Figura 01

    B 2

    10 2 Quantidade de produtos

    Veja que no ponto A o preo 6 e a quantidade demandada 2

    cervejas (QD = 14 2P QD = 14 2.6 = 14 12 = 2). medida que reduzimos o preo de 6 para 2, a quantidade demandada aumentou de 2 para 10 (QD = 14 2P QD = 14 2.2 = 14 4 = 10). Ou seja, enquanto o preo cai, a quantidade demandada sobe. Temos uma relao inversa e quando isto acontece, a curva tem sua inclinao para baixo.

    Existem vrias outras maneiras de expressar que a curva tem sua inclinao para baixo e que existe uma relao inversa entre a varivel do eixo Y e a varivel do eixo X. Voc tem que estar familiarizado com todas estas nomenclaturas. Assim, podemos dizer que a curva de demanda tem inclinao para baixo, decrescente, descendente ou negativa.

    Do ponto de vista algbrico, sabemos que a curva de demanda ser decrescente pelo sinal negativo do nmero/coeficiente que multiplica alguma das variveis. Assim, na equao da demanda apresentada, QD = 14 2P, o sinal negativo que multiplica a varivel P (Preo) garante a relao inversa entre QD e P, indicando que quando uma varivel aumenta, a outra diminui e vice-versa, orientando, assim, a inclinao decrescente da curva de demanda.

    Voc pode estar se perguntando se esta regra ou lei (preo aumenta demanda cai) vlida indistintamente para todos os bens da economia. Ser que existe algum tipo de bem cujos consumidores decidam aumentar a demanda a partir de um aumento de preo? Ou reduzir a demanda depois de uma reduo de preo? A resposta sim!

    Exceo lei da demanda: existe um tipo de bem que no

    obedece lei da demanda: o bem de Giffen. Ele a nica exceo para a lei da demanda. Para este bem, aumentos de preo geram aumentos de quantidade demandada e redues de preo geram reduo de quantidade demandada. Ento veja que as variveis preo e quantidade demandada caminham no mesmo sentido, indicando que a curva de demanda do bem de Giffen ter inclinao positiva, direta, ascendente ou crescente. O paradoxo de Giffen uma situao muito difcil de ser verificada na prtica. Como exemplo

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    deste tipo de bem, temos os bens de baixo valor, mas que possuem elevada importncia no consumo do indivduo. Por exemplo, suponha uma situao em que temos uma famlia pobre diante da ocorrncia de um aumento no preo do po. Como a renda da famlia bastante baixa, o aumento do preo do po far com que sobre menos renda para o consumo de outros bens, de forma que a famlia optar por aumentar o consumo de pes. Neste caso singular, ocorre o paradoxo de Giffen e o po ser um bem de Giffen, pois o aumento de preos provocou aumento das quantidades demandadas. Vimos, ento, neste tpico que a quantidade demandada de um bem

    depende de seu preo e que essa relao inversa, ocasionando uma curva de demanda negativamente inclinada, decrescente, descendente ou com inclinao para baixo. Vimos tambm que o raciocnio deve ser inverso se o bem for de Giffen.

    Por fim, devo dizer que a ideia da curva de demanda nos mostrar a disposio de compra do consumidor. Ou seja, a curva de demanda nos mostra qual seria a quantidade demandada de determinado produto, para cada nvel de preo. Desta forma, entenda que a curva de demanda nos mostra a quantidade de determinado bem que o consumidor est disposto a adquirir. No significa, necessariamente, que o consumidor est efetivamente comprando aquela quantidade de bens. 1.1. Fatores que afetam a demanda

    A demanda de um bem depende de uma srie de outros fatores que vo alm simplesmente do preo deste bem:

    Preo: j visto no item de introduo Demanda.

    Renda do consumidor: na maioria das vezes, o aumento de

    renda provoca o aumento da demanda.

    Preos de outros bens: se o consumidor deseja adquirir arroz, ele tambm verificar o preo do feijo, j que o consumo destes bens associado. O mesmo ocorre com o preo do DVD e do aparelho de DVD. Quando o consumo de um bem associado ao consumo de outro bem, dizemos que estes bens so complementares. De forma oposta, quando o consumo de um bem substitui ou exclui o consumo de outro bem, dizemos que estes bens so substitutos ou sucedneos. o que acontece, neste ltimo caso, com a manteiga e a margarina, refrigerante e suco, carne bovina e carne de frango, etc.

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    Outros fatores: aqui entram os gostos, hbitos e expectativas dos consumidores que podem variar devido a inmeros fatores. Exemplos: a demanda de protetores solar aumenta no vero, a demanda de carvo para churrasco maior no Sul do Brasil, a demanda por camisas da seleo brasileira aumenta em poca de copa do mundo, a no realizao de concursos pblicos diminui a demanda de cursos, etc. Assim, podemos listar como outros fatores:

    1) Expectativas dos consumidores: quanto renda futura (se eles esperam que sua renda v aumentar, a demanda tende a aumentar). Quanto ao comportamento futuro dos preos (se eles esperam que os preos vo aumentar, a demanda tende a aumentar, para evitar comprar produtos mais caros no futuro). Quanto disponibilidade futura de bens (se o consumidor acredita que determinada mercadoria poder faltar futuramente no mercado, ele poder aumentar a demanda por esse bem, precavendo-se de sua falta no futuro).

    2) Mudana no nmero de consumidores no mercado: o aumento de consumidores aumenta a demanda pelo consumo de bens. Exemplo: os comerciantes de Campos do Jordo (SP) ou Gramado (RS) compreendem perfeitamente que, durante as frias escolares de inverno, no meio do ano, h substancial aumento da demanda por praticamente todos os servios locais. Isso ocorre devido ao aumento no nmero de consumidores. Com o trmino das frias, as famlias retornam s suas origens e a demanda pelos servios se reduz.

    3) Mudanas demogrficas: a demanda por muitos produtos est, por exemplo, estreitamente ligada composio etria da populao, bem como sua distribuio pelo pas. Exemplo: lugares onde a populao composta em sua maioria por jovens apresentaro maior demanda por produtos associados a esse pblico (calas jeans, restaurantes fast food, danceterias, etc).

    4) Mudanas climticas: a demanda por produtos estritamente ligados estao mais quente (culos de sol, sungas de banho, etc) so mais demandadas no vero e menos demandadas no inverno.

    A demanda de um bem, portanto, depende no s dos vrios fatores

    listados acima, mas, sobretudo, da ao conjunta deles. Para que os economistas consigam analisar a influncia de uma varivel na demanda, utiliza-se a suposio de que todas as outras variveis permanecem constantes. No jargo econmico utilizada a hiptese do coeteris paribus, que quer dizer: todo o restante permanecendo constante.

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    Preos

    P2 Deslocamento sobre a curva de demanda

    Figura 02

    D P1

    Quantidades Q1 Q2

    Por exemplo, ao afirmamos que o aumento da renda, coeteris paribus, aumenta a demanda de um bem, estamos afirmando que devemos considerar isoladamente o aumento de renda na demanda. Esta observao muito importante para questes de concursos pblicos. Assim, quando uma questo solicitar as implicaes sobre a demanda oriundas de algum acontecimento, deve-se raciocinar exclusivamente sobre aquele acontecimento em especial. Alerto ainda que a hiptese do coeteris paribus deve ser sempre adotada quando formos resolver as questes de concurso, ainda que a banca examinadora no mencione expressamente a hiptese no enunciado da questo.

    1.2. Alterando a demanda Vamos analisar agora como os fatores do item anterior afetam a curva de demanda:

    a) PREOS: quando os preos dos produtos sobem, a quantidade demandada cai, e vice-versa. A principal concluso a que chegamos que a mudana de preos ocasiona deslocamentos NA curva de demanda, AO LONGO DA CURVA.

    Na figura 02, acima, vimos que o aumento de preos (de P1 para P2) provocou uma reduo na quantidade demandada (de Q1 para Q2). Para que isto ocorresse a curva de demanda no precisou sair do lugar, pois nos deslocamos na curva, sobre a curva ou, ainda, ao longo da curva de demanda.

    b) RENDA DO CONSUMIDOR: para os bens ditos normais, aumentos

    de renda dos consumidores, coeteris paribus, provocam aumento da demanda (veja que estamos falando em aumento da demanda e NO aumento da quantidade demandada2). Veja, graficamente, o que

    2 Normalmente, por questes didticas, fazemos uma diferenciao entre os significados de

    SW;S; W ;S;SW SW;S;S; Q;S SWI; ; S; I; SW SW;S; SW W W ;W;N? S; ;S;SW SW;S;S; P ;S ;S SWI; S;

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    Bem normal: aps o aumento de renda, D1 se desloca para D2

    Fig. 03

    D2 P

    D1 D1 Q2 Q1 Q1

    Bem inferior: aps o aumento de renda, D1 se desloca para D2

    Fig. 04

    D1 P D1

    D2

    Q1 Q1 Q2

    acontece com a curva de demanda de um bem normal aps um aumento de renda dos consumidores:

    Aps o aumento de renda, TODA a curva de demanda se desloca para a direita, indicando maiores quantidades demandadas ao mesmo nvel de preos. Caso tenhamos um bem inferior, que, por definio, o bem cuja demanda diminui quando o nvel de renda do consumidor aumenta, o raciocnio diferente. Neste caso, aumentos de renda faro com que a curva de demanda se desloque para a esquerda, indicando menor demanda. Como exemplo, temos a carne de segunda. Aps um aumento de renda, o consumidor tende a diminuir o consumo da carne de segunda e a aumentar o consumo de carne de primeira (melhor qualidade). Veja, graficamente, o efeito de um aumento de renda para um bem inferior3:

    ; I; SW SW;S; SW W = ;W;N? S; SW;S; W; W? W>I; ;s que geralmente adotada nos manuais acadmicos da matria. 3 Aqui, ns exemplificamos a carne de segunda como sendo um bem inferior. Mas, na verdade, a

    definio de bem inferior depende do consumidor de que estamos tratando. No caso de voc que est

    lendo este curso, acredito que tenha ficado bastante claro que a carne de primeira seria um bem

    normal e a carne de segunda seria um inferior. No entanto, pense em uma pessoa extremamente

    pobre que s tem dinheiro para comer ovo frito, todo dia. Para ela, aumentos de renda podem fazer

    com que ela reduza o consumo de ovo frito e aumente o consumo de carne de segunda. Assim, para

    este consumidor mais pobre, em decorrncia do seu nvel de renda e de sua estrutura de preferncias,

    o ovo frito que ser o bem inferior, e a carne de segunda ser o bem normal. Assim, a definio de

    bem inferior depende da renda do consumidor e da sua estrutura de preferncias.

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    Aps o aumento de preo de um bem substituto

    Fig. 05

    D2 P

    D1 D1

    Q2 Q1 Q1

    Concluso: ento, vimos que o aumento de renda provocar aumento da demanda, se o bem for normal; e reduo da demanda, se o bem for inferior. Se uma questo de concurso informar apenas que h aumento de renda, sem mencionar se o bem normal ou inferior, considere que o mesmo normal, que a regra geral adotada.

    c) PREOS DE OUTROS BENS: 1) Bens substitutos: os preos de outros bens relacionados podem

    influenciar a demanda de um bem X. Quando o consumo de um bem relacionado exclui o consumo de outro bem, dizemos que estes bens so substitutos. o que acontece, por exemplo, com a carne bovina e a carne suna. O que acontecer com a demanda de carne suna se o preo da carne bovina se elevar? A lei da demanda diz que a quantidade demandada de carne bovina ir diminuir. Como as carnes bovina e suna so substitutas, os consumidores iro substituir o consumo de carne bovina por carne suna, por conseguinte, a demanda por carne suna aumentar em virtude do aumento de preos da carne bovina. Veja, graficamente, o resultado sobre a curva de demanda de carne suna aps o aumento do preo de um bem substituto:

    Caso haja diminuio do preo de um bem substituto ocorrer justamente o raciocnio inverso. Tomemos como exemplo novamente o exemplo das carnes bovina e suna. O que acontecer com a demanda de carne suna se o preo da carne bovina for reduzido? A lei da demanda nos diz que a quantidade demandada de carne bovina aumentar. Como os bens so substitutos, a maior demanda de carne bovina implicar obrigatoriamente uma menor demanda de carne suna. Observe, graficamente, o resultado provocado sobre a curva de demanda de carne suna aps a diminuio de preos da carne bovina:

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    Aps reduo de preo de um bem substituto, D1 se desloca para D2 Fig. 06

    D1 D1

    P

    D2

    Q1 Q2 Q1

    Aps a reduo de preo de um bem complementar

    Fig. 07

    D2 P

    D1 D1

    Q2 Q1 Q1

    Ento, temos as seguintes concluses considerando os bens X e Y sendo substitutos:

    PY aumenta QDY diminui QDX aumenta ao mesmo nvel de preos curva de demanda de X se desloca para a direita PY diminui QDY aumenta QDX diminui ao mesmo nvel de preos curva de demanda de X se desloca para a esquerda

    2) Bens complementares: quando o consumo de um bem

    associado ao consumo de outro bem, dizemos que estes so complementares. o que ocorre com o arroz e o feijo, terno e gravata, po e manteiga, etc. O que acontecer com a demanda de feijo se o preo do arroz diminuir? A lei da demanda nos diz que, com a diminuio do preo do arroz, a quantidade demandada de arroz deve aumentar. Como o consumo dos bens complementar, o maior consumo de arroz deve aumentar a demanda de feijo, j que as pessoas geralmente comem arroz com feijo. Veja, graficamente, o efeito sobre a curva de demanda de um bem aps a diminuio de preo de outro bem que seja complementar quele:

    Caso ocorra um aumento de preo de um bem complementar, o raciocnio justamente o inverso. O que acontecer com o consumo de feijo se o preo do arroz aumentar? A lei da demanda nos diz que a quantidade demandada de arroz deve diminuir. Esta diminuio do consumo de arroz vai provocar a diminuio do consumo de feijo, tendo em vista os bens serem complementares. Veja, graficamente, o efeito sobre a curva de

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    Aps o aumento do preo de um bem que seja complementar Fig. 08

    D1 D1 P

    D2

    Q1 Q1 Q2

    demanda de um bem aps o aumento do preo de um bem que seja complementar quele:

    Para concluir, temos as seguintes relaes para os bens X e Y, complementares:

    PY aumenta QDY diminui QDX tambm diminui ao mesmo nvel de preos curva de demanda de X se desloca para a esquerda. PY diminui QDY aumenta QDX tambm aumenta ao mesmo nvel de preos curva de demanda de X se desloca para a direita.

    d) OUTROS FATORES: aqui, conforme j comentado, podemos ter

    infinitas variveis que influenciam a curva de demanda de um bem. Entre elas, podemos destacar o clima (demanda de culos de sol aumenta no vero e diminui no inverno), a poca (no Natal, a demanda da grande maioria dos bens aumenta), a publicidade e propaganda (ter uma grande modelo como garota-propaganda pode impulsionar a demanda de determinada marca de roupas), o tamanho do mercado (se h um aumento do nmero de consumidores devido a um movimento migratrio, por exemplo, a demanda pela maioria dos bens ser maior), etc. Aqui neste item, a exemplo do que aconteceu nos itens b) e c), estamos falando do deslocamento da curva de demanda como um todo, de forma que ela se desloca para a direita ou para a esquerda. Apenas para exemplificar, imagine a curva de demanda do bem cerveja. O que aconteceria com esta curva de demanda caso fosse anunciada uma descoberta cientfica de que a cerveja previne cncer, ataques do corao e impotncia? (Heber: seria incrvel, no?! Jetro: Para de viajar, mano...) A demanda por cerveja aumentaria e TODA a curva de demanda de cerveja se deslocaria para a direita, no sentido de aumento do consumo:

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    Aps o anncio da descoberta Fig. 09

    D2 P

    D1 D1

    Q2 Q1 Q1

    Importante: Mudanas no preo de um bem X provocam deslocamentos NA, AO LONGO, SOBRE a curva de demanda (a curva fica no mesmo lugar), enquanto qualquer mudana em quaisquer outros fatores que no seja o preo do bem provoca deslocamento DA curva de demanda (a curva inteira sai do lugar).

    2. OFERTA A oferta de um bem simplesmente a quantidade deste bem que os produtores/vendedores desejam vender a determinado preo, em determinado perodo de tempo.

    Dentro desta ideia, surge o conceito fundamental de curva de oferta de um bem. Ela informa, graficamente, a quantidade que os vendedores desejam vender medida que muda o preo unitrio.

    Ns vimos, no estudo da curva de demanda, que quanto maior for o preo, menores sero as quantidades demandadas pelos consumidores. No entanto, do ponto de vista da oferta, devemos mudar a forma de raciocnio, isto porque quem dita a oferta so os produtores e no mais os consumidores.

    Do ponto de vista dos produtores, quanto maior for o preo de um bem melhor ser. Maiores preos indicam maiores lucros e maiores sero os incentivos para aumentar a produo. Desta forma, h uma relao diretamente proporcional entre os preos e as quantidades ofertadas. Assim, o grfico da curva de oferta ter inclinao para cima, ascendente, crescente ou positiva.

    Imagine a seguinte funo de oferta (QO = quantidade ofertada e P = preo) e seu respectivo grfico:

    QO = 1 + 2P (esta equao um mero exemplo)

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    Preos

    6 B

    Curva de oferta: QO = 1 + 2P

    Figura 10

    A 2

    13 5 Quantidade de produtos

    Veja que no ponto A o preo 2 e a quantidade ofertada 5 (QO = 1

    + 2P QO = 1 + 2.2 = 5). medida que aumentamos o preo de 2 para 6, a quantidade ofertada aumentou de 5 para 13 (QO = 1 + 2P QO = 1 + 2.6 = 13). Ou seja, enquanto o preo sobe, a quantidade ofertada sobe. Temos uma relao direta e quando isto acontece, a curva tem sua inclinao para cima, crescente ou ascendente.

    Do ponto de vista algbrico, sabemos que a curva de oferta ser ascendente pelo sinal positivo do nmero/coeficiente que multiplica as duas variveis. Assim, na equao de oferta apresentada, QO = 1 + 2P, o sinal positivo que acompanha as variveis QO e P garante a relao direta entre QO e P, indicando que, quando uma varivel aumenta, a outra tambm aumenta e vice-versa, orientando, assim, a inclinao crescente da curva de oferta.

    2.1. Fatores que afetam a oferta Similarmente demanda, a oferta influenciada por vrios fatores alm do preo:

    Preo do bem: j visto.

    Custos de produo: quanto maiores os custos de produo, menor o estmulo para ofertar o bem ao mesmo nvel de preos. Quanto menores os custos de produo, maior ser o estmulo para ofertar o bem. Como exemplo de custos de produo, podemos apresentar os tributos, salrios dos empregados, taxas de juros, preo das matrias-primas, etc.

    Tecnologia: o aumento de tecnologia estimula o aumento da

    oferta, tendo em vista que o desenvolvimento da tecnologia, geralmente, implica redues do custo de produo e aumento da produtividade.

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    Aps o corte de tributos

    O1 O1 Fig. O2

    P

    Q1 Q2 Q1

    Preos de outros bens: se os preos de outros bens (que usam

    o mesmo mtodo de produo) subirem enquanto o preo do bem X no se altera, obviamente, os produtores procuraro ofertar aquele bem que possui o maior preo e lhe trar maiores lucros.

    Outros fatores: aqui, a exemplo da demanda, temos uma

    infinidade de fatores que podem alterar a oferta. Apenas para citar um exemplo, uma superoferta de qualquer produto agrcola pode ter sido causada por uma excelente safra, devido a boas condies climticas no campo. Outro exemplo: a expectativa de aumento da demanda por um bem tambm leva os produtores a aumentar a oferta deste bem, visando maiores lucros (um produtor, meses antes do Natal, j comea a produzir mais mercadorias, em razo da expectativa de aumento da demanda durante o ms de dezembro).

    Da mesma maneira que ocorre na curva de demanda, alteraes de

    preos provocam deslocamentos ao longo da curva de oferta (ela continua no mesmo lugar). Alteraes nos custos de produo, tecnologia, preos de outros bens e outros fatores provocam deslocamentos de toda a curva de oferta.

    O mtodo de raciocnio idntico ao da curva de demanda. Quando tivermos alguma alterao no sentido de aumentar a oferta, ela como um todo ser deslocada para a direita, com exceo de alterao nos preos em que o deslocamento ser ao longo da curva. Exemplo: vejamos na figura 11 o que acontece com a curva de oferta caso o governo decida fazer um corte de tributos sobre a produo:

    Observe que fatores que aumentam a oferta provocam

    deslocamentos para a direita, assim como ocorre na curva de demanda. A diferena bsica que, na curva de oferta, alm de ser deslocada para a direita, a curva tambm deslocada para baixo. Isto acontece porque a curva de oferta tem inclinao para cima ou ascendente, j a curva de demanda tem inclinao para baixo ou descendente.

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    Curva de oferta Preos

    E PE Figura 12

    Curva de demanda

    Quantidade de produtos QE

    Memorize apenas que aumentos de oferta ou de demanda fazem com que estas curvas se desloquem para a direita, caminhando, no eixo das abscissas do grfico, para maiores quantidades demandadas ou ofertadas.

    Se a curva ir para cima ou para baixo, isto depender da inclinao da curva. Como a curva de demanda descendente, seu deslocamento ser para a direita e para cima. Como a curva de oferta ascendente, seu deslocamento ser para a direita e para baixo. Caso haja redues de oferta ou demanda, o raciocnio inverso. 3. O EQUILBRIO Agora que estudamos a demanda e oferta de bens, podemos definir o preo e quantidade de equilbrio de mercado. importante destacar que qualquer resultado do mercado de bens, seja no preo ou quantidade de equilbrio, fruto da interao entre as foras de demanda e oferta. Parafraseando o economista Alfred Marshall, um dos pioneiros no estudo da demanda e oferta: necessrio tanto a demanda como a oferta para determinar resultados econmicos, da mesma forma como so necessrias as duas lminas de uma tesoura para cortar um tecido.

    Pois bem, dadas duas curvas, uma de demanda e outra de oferta, o preo e a quantidade de equilbrio estaro exatamente no ponto onde a demanda iguala a oferta:

    No caso acima, o ponto E o ponto exato em que, a determinado

    nvel de preos, PE (Preo de equilbrio), as quantidades ofertadas so iguais s quantidades demandadas. Isto quer dizer que o mercado est em equilbrio, no h excesso de demanda nem de oferta.

    Veja agora o que acontece caso seja praticado um preo menor ou maior que o preo de equilbrio:

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    Excesso O

    Figura 13

    O Preos

    P1

    PE E PE Escassez

    P0

    D D Quantidade de produtos QO QD QE QD QO QE

    PREO MENOR PREO MAIOR

    No grfico da esquerda, temos um preo P0 abaixo do equilbrio. Neste caso, a quantidade ofertada QO menor que a quantidade demandada QD. A diferena entre a quantidade demandada QD e a quantidade ofertada QO representa a escassez no mercado deste bem. Para restabelecer o equilbrio, o preo deve ser elevado para que a quantidade ofertada aumente e a quantidade demandada diminua.

    No grfico da direita, temos um preo P1 acima do equilbrio. Neste caso, a quantidade ofertada QO maior que a quantidade demandada QD. A diferena entre a quantidade ofertada QO e a quantidade demandada QD representa o excesso no mercado deste bem. Para restabelecer o equilbrio, o preo deve ser reduzido para que a quantidade ofertada diminua e a quantidade demandada aumente. 3.1. Alterando o equilbrio e a dinmica de formao dos preos Agora que sabemos os diversos fatores que alteram a demanda e a oferta, bem como que o preo e quantidade de equilbrio so atingidos quando a oferta iguala a demanda, vamos utilizar os conhecimentos adquiridos para saber quais os reflexos sobre o preo e quantidade de equilbrio aps o surgimento de fatores que alteram a demanda ou a oferta de bens. Veremos apenas alguns exemplos para clarear o raciocnio.

    Desde j, gostaria de dizer que no aconselhvel decorar nada do que ser dito, mas apenas aprender o mtodo de raciocnio e a forma com que as curvas so deslocadas, ora para a direita, ora para a esquerda. Aprender esta sistemtica a nossa meta, pois ela que nos permitir resolver as questes de prova com maior segurana. Exemplo 1: Qual o efeito sobre preo e quantidade de equilbrio de um bem X, transacionado em um mercado competitivo (os mercados ainda

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    Novo equilbrio

    Figura 14

    Equilbrio inicial

    O O Preos

    E2

    E1

    PE2

    PE1 E1 PE1 D2

    D1 D1

    QE1 QE1 QE2 Quantidade de produtos

    Novo equilbrio

    Equilbrio inicial

    O

    Figura 15

    O Preos

    E1

    E2 PE1 E1 PE1

    PE2

    D1 D1

    D2

    QE1 QE2 QE1 Quantidade de produtos

    sero estudados com mais detalhes mais frente em nosso curso), aps o aumento do preo de um bem Y, substituto de X?

    Aps o aumento de preo de Y, pela lei da demanda, a quantidade demandada de Y diminui. Como X e Y so substitutos, os consumidores substituiro o consumo de Y pelo consumo de X, isto , a demanda de X aumenta, provocando o deslocamento de toda a curva de demanda de X para a direita (de D1 para D2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilbrio E2, onde temos novo preo de equilbrio PE2 e nova quantidade de equilbrio QE2. Concluso: o aumento de preo de um bem substituto Y provoca aumento de preos e quantidades transacionadas do bem X. Exemplo 2: Qual o efeito sobre preo e quantidade de equilbrio de um bem X, transacionado em um mercado competitivo, aps o aumento do preo de um bem Y, complementar de X?

    Aps o aumento de preo de Y, pela lei da demanda, a quantidade demandada de Y diminui. Como X e Y so complementares, os consumidores, ao diminurem o consumo de Y, tambm diminuem o

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    Novo equilbrio

    Figura 16

    Equilbrio inicial

    O2

    O1 O1 Preo

    s PE2 E2

    E1 PE1 E1 PE1

    D D Quantidade de produtos QE2 QE1 QE1

    consumo de X, isto , a demanda de X diminui, provocando o deslocamento de toda a curva de demanda de X para a esquerda (de D1 para D2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilbrio E2, onde temos novo preo de equilbrio PE2 e nova quantidade de equilbrio QE2. Concluso: o aumento de preo de um bem complementar provoca reduo de preos e quantidades transacionadas do bem X. Exemplo 3: Qual o efeito sobre preo e quantidade transacionada do bem X, transacionado num mercado competitivo, aps um aumento de tributao sobre a produo?

    Aumentos de tributao sobre a produo aumentam os custos de produo e, como estamos falando em produo, este aumento de tributos influencia a oferta e no a demanda. Mais precisamente, reduzir a oferta. Esta diminuio da oferta provoca deslocamento de toda a curva de oferta para a esquerda. Observe que, pelo fato da curva de oferta ser positivamente inclinada, ela ser deslocada para a esquerda e para cima (de O1 para O2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilbrio E2, onde temos novo preo e quantidade de equilbrio, PE2 e QE2, respectivamente. Concluso: o aumento de tributao sobre a produo provoca aumento de preos e reduo de quantidades transacionadas. ( tome cuidado! Se o aumento de tributao for sobre a renda das pessoas, esta tributao vai alterar a demanda e no a oferta). Exemplo 4: Qual o efeito sobre preo e quantidade transacionada do bem X, transacionado num mercado competitivo, aps o desenvolvimento de uma nova tecnologia de produo?

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    Novo equilbrio O1 O1 Equilbrio

    inicial

    Figura 17 Preos

    O2 E1 PE1 E1 PE1

    PE2 E2

    D D

    QE1 QE1 QE2

    O O Equilbrio inicial

    Figura 18

    Preos

    Escassez E1 PE1 E1 PE1

    D2 O2 PE2

    D D

    QOF QDEM QE1 QE1 Quantidade de produtos

    Desenvolvimento de tecnologia afeta a produo, desta forma, influenciar a oferta. Mais precisamente, haver aumento de oferta e a curva ser deslocada para a direita. Isto acontece pois a tecnologia diminui os custos e aumenta a produtividade, elevando, assim, a oferta. Em virtude de a curva ser ascendente, ela, alm de se deslocar para a direita, ser deslocada tambm para baixo (de O1 para O2). Como resultado, teremos novo preo e quantidade de equilbrio, PE2 e QE2, respectivamente. Concluso: o desenvolvimento de nova tecnologia provocar reduo nos preos e aumento das quantidades transacionadas. Exemplo 5: Quais as consequncias de um congelamento de preos, abaixo do equilbrio, por parte do governo?

    Antes de tudo, devemos atentar para o fato que foi falado to somente sobre alterao de preos. Desta forma, no haver deslocamento de nenhuma das duas curvas. Haver, apenas, deslocamento ao longo das curvas, conforme indicado pelas setas no grfico. Assim, quando o preo cai de PE1 para PE2, estaremos, no lado da oferta, no ponto O2, com as quantidades ofertadas QOF. No lado da demanda, estaremos no ponto D2

    Quantidade de produtos

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    com as quantidades demandadas QDEM. Observe que, pelo fato de o preo estar abaixo do equilbrio4, as quantidades demandadas superam as quantidades ofertadas, havendo, portanto, escassez de bens (vocs se lembram dos congelamentos de preos na dcada de 80 e das filas nos aougues, supermercados, padarias, etc?).

    Com estes 05 exemplos, pudemos observar o efeito isolado de um aumento ou reduo da demanda, aumento ou reduo da oferta, e simples alterao de preo. No entanto, preste bem ateno, estes efeitos no devem ser decorados. Eles foram colocados apenas para efeito de ilustrao do mtodo de raciocnio, e esta sistemtica de raciocnio que voc deve adquirir e, de forma nenhuma, a simples memorizao dos efeitos.

    Dica estratgica: Ao se deparar com um problema em que voc

    tenha que descobrir, a partir de um acontecimento, os efeitos sobre o preo e quantidade de equilbrio de determinado bem, siga os passos abaixo:

    1 primeiro, verifique se este acontecimento uma simples alterao de preo. Se for, haver deslocamento ao longo da curva, provocando escassez se o preo estiver abaixo do equilbrio, ou excesso se o preo estiver acima do equilbrio.

    2 depois, verifique se o acontecimento afeta a demanda ou a oferta. Mudanas na renda do consumidor e nos preos de bens que tenham o consumo relacionado provocam deslocamentos da curva de demanda. Mudanas nos custos de produo (salrios, tributos, taxa de juros, preos de matrias-primas), tecnologia e nos preos de bens que tenham a produo relacionada provocam deslocamentos da curva de oferta.

    3 verifique para onde vai determinada curva, se para a direita ou esquerda. Aumentos, sejam na demanda ou oferta, iro deslocar as curvas para a direita, no sentido de aumento de quantidades transacionadas, que esto representados no eixo horizontal, das abscissas. Redues, sejam na demanda ou oferta, iro deslocar as curvas para a esquerda.

    4 aps deslocar as curvas, verifique, por si s, as consequncias sobre o novo preo e quantidade transacionada do bem. Esteja habituado a esta sequncia e forma de pensar, pois elas so muito teis na hora de raciocinar durante as questes.

    4 Quando isto acontece o governo fixar um preo limite abaixo do equilbrio , dizemos que est ocorrendo uma poltica de preos mximos. Por outro lado, quando o governo fixa um limite mnimo

    de preo, que fixado acima do equilbrio, temos uma poltica de preos mnimos.

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    4. ELASTICIDADES No incio da aula, vimos que a demanda de um bem depende dos

    preos, da renda do consumidor, dos preos de bens relacionados e de outros fatores. De modo semelhante, a oferta de um bem depende dos preos, dos custos de produo, da tecnologia e igualmente de inmeros outros fatores. Tambm aprendemos a utilizar as curvas de oferta e demanda para prever como o preo e a quantidade mudam, em virtude da alterao de inmeras variveis.

    Por exemplo, se os preos dos computadores aumentam, a quantidade demandada cair e a quantidade ofertada de computadores aumentar. Isto j algo que intumos com certa facilidade. Contudo, muitas vezes desejamos saber quanto vai aumentar ou quanto vai cair a demanda ou a oferta. At que ponto a demanda por computadores poder ser afetada? Muito ou pouco? Se os preos aumentarem 20%, em quantos % a quantidade demandada diminuir? Por outro lado, qual seria a variao da oferta de computadores se os preos aumentassem somente 10%, em vez de 20%? Utilizamos as elasticidades para responder a perguntas como essas.

    Em economs, elasticidade significa sensibilidade. A elasticidade mede o quanto uma varivel pode ser afetada por outra. H muitos tipos de elasticidades e todas envolvem basicamente o mesmo raciocnio.

    Em primeiro lugar, elas medem a mudana percentual na quantidade. Em segundo lugar, a variao de alguma varivel provocou essa mudana percentual a que estamos nos referindo. Por exemplo, se essa varivel foi o preo, e ele provocou uma mudana na quantidade demandada, temos a elasticidade preo da demanda. Se essa varivel foi a renda, e ela provocou uma mudana na demanda, temos a elasticidade renda da demanda. Em terceiro lugar, dividimos as variaes percentuais das duas variveis em anlise.

    Assim, a elasticidade ser sempre a frao ou a diviso do efeito (mudana percentual na quantidade) pela causa (tambm medida em percentual). Por exemplo, suponha que uma mudana de 5% nos preos tenha causado um aumento de 15% na oferta. Como ficar a elasticidade?

    No denominador, sempre colocamos a causa; no numerador, sempre colocamos o efeito ou a consequncia. Neste caso, quem causou a variao na oferta foi o aumento de preos. Ento, colocamos a causa no denominador e o efeito no numerador. Ou seja, teremos a variao percentual do preo no denominador e a variao percentual da quantidade ofertada no numerador. Neste exemplo, teremos a seguinte expresso para a elasticidade preo da oferta (EPO):

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    Dica estratgica: Lembre-se do seguinte: o efeito na quantidade

    medido em cima (numerador) e a causa na base (denominador). Segue uma dica de memorizao: Chegar ao fundo das coisas nos revela a causa: fundo = denominador = causa.

    Se ainda ficou um pouco um confuso, no se preocupe, pois com as explicaes dentro de cada tipo de elasticidade, a tendncia que o assunto v ficando cada vez mais claro. Agora, vejamos em detalhes os vrios tipos de elasticidades.

    4.1. ELASTICIDADE PREO DA DEMANDA (EPD)

    Esta a mais importante das elasticidades. A elasticidade preo da demanda (EPD) indica a variao percentual da quantidade demandada de um produto em funo da variao percentual de 1% no seu preo. De modo menos tcnico, a variao percentual da demanda de um bem em funo da variao percentual do preo. Assim, temos:

    EPD =

    Onde Q significa variao (Q2 Q1), e %Q significa esta variao dividida pelo seu valor original para obtermos o percentual desta variao (exemplo: se tnhamos 20 bens demandados e agora temos 24, o Q = 24 20 = 4, j a variao percentual ser %Q = 4/20 = 0,2 ou 20%). Assim, o desenvolvimento da expresso da EPD ser:

    EPD =

    A elasticidade preo da demanda geralmente um nmero negativo. Quando o preo de uma mercadoria aumenta, a quantidade demandada em geral cai, e, dessa forma, o valor de Q/P negativo, e, portanto, EPD um valor negativo. No entanto, muito cansativo nos referirmos sempre a uma elasticidade menos isso ou menos aquilo, o que faz com que a situao comum seja nos referirmos magnitude da elasticidade preo da demanda isto , utilizamos o seu valor absoluto, ou o seu mdulo. Por exemplo, se EPD=-1, dizemos simplesmente que a elasticidade igual a 1. Isso muito comum de acontecer nas provas.

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    DEMANDA ELSTICA, EPD > 1

    DEMANDA INELSTICA, EPD < 1

    ELASTICIDADE UNITRIA, EPD = 1

    Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades demandadas dos bens A, B e C, quando aumentamos os seus respectivos preos:

    Tabela 1 Demanda de A Demanda de B Demanda de C PA QDA PB QDB PC QDC

    Momento 1 10 100 10 100 10 100 Momento 2 11 80 11 95 11 90

    Veja que, em todos os casos, aumentamos os preos dos produtos em 10%, mas as variaes nas quantidades demandadas foram diferentes. Isto significa que as elasticidades so diferentes para os trs bens, afinal a demanda de cada bem reage de um jeito diferente s variaes nos preos. Segue abaixo o clculo das elasticidades:

    EPDA =

    EPDB =

    EPDC =

    Veja que, dos trs bens, o mais sensvel variao de preos o bem A. O aumento de 10% nos preos reduziu as quantidades demandadas em 20%, ou seja, h bastante sensibilidade. Quando a EPD maior que 1, isto , a queda nas quantidades demandadas percentualmente superior ao aumento de preos, dizemos que a demanda elstica aos preos.

    J com relao ao bem B, o aumento de 10% nos preos provocou reduo de 5% nas quantidades demandadas, ou seja, h pouca sensibilidade. Quando EPD menor que 1, isto , a queda nas quantidades demandadas percentualmente inferior ao aumento de preos, dizemos que a demanda inelstica aos preos.

    Quando EPD igual 1, isto , a queda nas quantidades demandadas percentualmente igual ao aumento de preos, dizemos que a elasticidade preo da demanda unitria. importante ressaltar que o mesmo raciocnio vlido para redues nos preos, com a diferena, claro, que tais redues provocaro aumento nas quantidades demandadas ao invs de diminuio.

    As razes pelas quais as elasticidades preo demanda variam de um bem para outro so as mais variadas possveis. Podemos estabelecer as

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    seguintes relaes existentes entre os bens e suas respectivas elasticidades:

    Quanto mais essencial o bem, mais inelstica (ou menos

    elstico) ser a sua demanda: se o bem for essencial para o consumidor, aumentos de preo iro provocar pouca reduo de demanda, ou seja, EPD ser menor que 1. Imagine, por exemplo, a insulina remdio para tratar o diabetes. evidente que se o preo deste bem aumentar no haver muita variao na demanda, pois um bem essencial para aquelas pessoas que o consomem.

    Quanto mais bens substitutos houver, mais elstica ser a sua demanda: se o bem tiver muitos substitutos, o aumento de seus preos far com que os consumidores adquiram os bens substitutos, desta forma, a diminuio das quantidades demandadas ser grande. Imagine, por exemplo, a margarina. Se o preo dela aumentar, naturalmente, as pessoas iro consumir mais manteiga, de modo que a diminuio das quantidades demandadas de margarina ser grande, ou seja, h alta elasticidade em caso da existncia de bens substitutos.

    Quanto menor o peso do bem no oramento, mais inelstica ser a demanda do bem: uma caneta das mais simples custa R$ 1,00 e pode durar bastante tempo. Se seu preo aumentar para R$ 1,30, seu consumo no diminuir significativamente, pois o produto muito barato, quase irrelevante no oramento das famlias. Por outro lado, se o preo dos automveis aumentar 30%, haver grande reduo das quantidades demandadas.

    No longo prazo, a elasticidade preo da demanda tende a ser mais elevada que no curto prazo: um aumento de preos de determinado produto pode no causar significativas mudanas nas quantidades demandadas, a curto prazo, pois os consumidores levam um tempo para se ajustar ou para encontrar produtos substitutos. Por exemplo, se o preo do feijo aumentar, possvel que no curto prazo no haja grandes variaes na demanda; entretanto, no longo prazo, as donas de casa j tero desenvolvido novas receitas que no usem mais o feijo ou descoberto produtos substitutos (a lentilha, por exemplo). Desta forma, no longo prazo, o Q ser bem maior, indicando maiores elasticidades no longo prazo.

    Quanto maior o nmero de possibilidades de usos de uma mercadoria, tanto maior ser sua elasticidade: se um produto possui muitos usos, ento, ser natural que o nmero de substitutos

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    Quantidade de produtos

    Preos

    P1

    Figura 19

    Q1 Q1

    P=P2 - P1

    CURVAS DE DEMANDA ELSTICA E INELSTICA

    a) DEMANDA ELSTICA b) DEMANDA INELSTICA

    Q2 Q2

    P2

    Q=Q2 - Q1

    Q=Q2 - Q1

    que ele possui tambm seja alto, pois em cada uso que ele possui haver alguns substitutos. No total, ento, se um produto possui muitos usos, haver um grande nmero de substitutos. Assim, quanto mais usos tem um bem, maior a sua elasticidade, pois mais substitutos ele ter. Por exemplo, um produto como a l - que usada na produo de roupas, tapetes, estofamentos, e outros - ter, para cada uso que possui, alguns substitutos. Se somarmos todos os seus usos, haver, no total, muitos substitutos, o que aumenta a sua elasticidade.

    4.1.1. A elasticidade preo da demanda e o grfico da demanda

    Para fins didticos, utilizamos curvas menos inclinadas (mais deitadas ou horizontais) para indicar alta elasticidade, e curvas mais inclinadas (mais verticais) para indicar pouca elasticidade. Veja abaixo:

    Veja que, na curva a, uma pequena alterao nos preos (P pequeno) causou uma grande alterao nas quantidades demandadas (Q grande). Na curva b, esta mesma alterao de preo causou uma alterao nas quantidades demandadas bem menor (Q pequeno). Isto , na curva a, a elasticidade preo da demanda alta, enquanto na curva b, a elasticidade baixa.

    Isto que eu ensinei um pouco errado e, como eu disse inicialmente, aplica-se somente para fins didticos. No prximo tpico, ns entenderemos porque errado. Mas, agora, o importante que voc entenda que, para fins didticos, representamos curvas planas quando queremos mostrar alta elasticidade, e curvas mais verticais quando queremos representar baixa elasticidade.

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    5

    4

    3

    2

    1

    6 8 10 12 4

    Preos

    Quantidades

    6

    2

    A

    B

    Figura 20

    4.1.2. A elasticidade preo e a demanda linear Apesar do que falamos no item precedente sobre curvas planas e verticais representando alta e baixa elasticidade, respectivamente, isto no correto do ponto de vista tcnico, matemtico. Ns usamos este artifcio apenas para fins didticos.

    A mesma curva de demanda geralmente apresenta vrias elasticidades. Por exemplo, suponha a equao da demanda Q = 14 2P, representada na figura 20. Para esta demanda linear5, uma variao unitria nos preos induz mesma resposta em termos de quantidades demandadas. Um aumento/reduo de R$ 1,00 causar uma reduo/aumento de 2 quantidades demandadas em qualquer lugar da curva. Veja:

    Entretanto, as mesmas respostas ao longo da curva em termos de variaes unitrias no implicam variaes percentuais iguais. Para clarificar, observe o ponto A da figura 2. Um declnio de R$ 1 nos preos, quando a base R$ 6, representa uma reduo de 17% nos preos (1/6=0,167), enquanto um acrscimo de 2 produtos demandados, quando a base 2, representa um aumento de 100% na demanda. Ou seja, no ponto A, ao reduzirmos os preos em R$ 1,00, a elasticidade alta (EPDA = %Q/%P = 100/17 6). No ponto B, um declnio de R$ 1 nos preos, quando a base R$ 2, representa uma reduo de 50% nos preos (1/2=0,5), enquanto um acrscimo de 2 produtos demandados, quando a base 10, representa um aumento de 20% na demanda (2/10=0,2). Ou seja, no ponto B, a elasticidade baixa (EPDB = %Q/%P = 20/50 0,4). Assim, a extremidade superior de uma curva de demanda em linha reta mostrar uma elasticidade maior do que a extremidade inferior. Alm 5 Demanda linear aquela cuja representao grfica uma linha reta, que derivada de uma equao

    de 1 grau. Ao mesmo tempo, observe que a reta (ou linha) apresentada na figura a representao

    grfica da equao da demanda que colocamos como exemplo: Q=14 2P.

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    OA/2

    OB/2 B

    Preos

    Quantidades

    A

    Figura 21

    EPD = 1 C

    EPD > 1 Demanda elstica

    EPD < 1 Demanda inelstica

    EPD=

    EPD= 0

    O

    disto, uma curva de demanda linear ser elstica em certas extenses e inelstica em outras, conforme mostrado na figura 21:

    No ponto A da curva, ao preo onde a quantidade demandada igual a zero6, temos a mxima elasticidade possvel (EPD=), enquanto no ponto B da curva temos a menor elasticidade possvel (EPD=0). No ponto C, ponto mdio da curva, temos elasticidade unitria (EPD=1). Estas relaes so vlidas para qualquer demanda linear (a demanda precisa ser linear, ou seja, temos uma curva de demanda que , na verdade, uma linha reta).

    4.1.3. Casos especiais da elasticidade preo da demanda

    A figura 22 apresenta dois casos especiais da elasticidade preo da demanda. So casos que fogem regra. O grfico 22.a apresenta uma curva de demanda infinitamente elstica (EPD=). Neste caso, os consumidores vo adquirir a quantidade que puderem (qualquer quantidade) a determinado preo, P*. No caso de um nfimo aumento nos preos, a quantidade demandada cai a zero (grande diminuio da quantidade demandada %Q grande e %P pequena); da mesma maneira, para qualquer nfima reduo de preo, a quantidade demandada aumenta de forma ilimitada (%Q grande e %P pequeno). Nos dois casos, teremos uma %Q bastante alto dividida por uma nfima %P, de tal forma que EPD ser bastante alta, tendendo ao infinito.

    O grfico 22.b apresenta uma curva de demanda completamente inelstica, os consumidores adquiriro uma quantidade fixa Q*, qualquer que seja o preo (como as quantidades demandadas sero sempre Q*, %Q=0 como %Q 0, EPD ser 0 tambm). 6 EW WN Y I;;S SW preo proibitivo Y WN SW ; ;Sade demandada pelos consumidores igual a zero. Ou seja, o preo que probe o consumo, ou ainda, o valor de P que

    torna Q=0.

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    Qtde

    Preos

    D

    Figura 22

    Q*

    CASOS ESPECIAIS DA ELASTICIDADE PREO DA DEMANDA

    a) DEMANDA INFINITAMENTE ELSTICA

    b) DEMANDA COMPLETAMENTE INELSTICA

    P*

    D

    E E

    Estes dois conceitos so bastante tericos e bastante difcil visualizar algum exemplo prtico. No caso da demanda infinitamente elstica, podemos imaginar um produto com muitos substitutos e que seja transacionado em um mercado com altssimo grau de concorrncia entre as firmas produtoras, em que qualquer aumento de preo far com que o produto perca toda sua demanda.

    No caso da demanda completamente inelstica (tambm chamada de demanda anelstica7), podemos exemplificar atravs da visualizao de um remdio que no possui substitutos e que, caso os pacientes no o tomem, a morte ser certa. Assim, o mercado consumidor deste remdio consumir sempre a mesma quantidade, Q*, a qualquer nvel de preos. 4.1.4. Relao entre EPD e a Receita Total (RT) das firmas A receita/renda total dos produtores (RT) ou das firmas corresponde s quantidades vendidas (Q) multiplicadas pelos seus respectivos preos (P). Logo, RT = P x Q. Vale ressaltar que a RT o mesmo que dispndio total dos consumidores (DT), j que o valor total que os consumidores gastam igual quele que os produtores auferem de receita. Assim, RT=DT e as consideraes entre a EPD e a RT so as mesmas entre EPD e DT. Seguem abaixo as relaes entre a RT e a EPD: Demanda elstica: se a demanda do bem elstica (sensvel

    variao dos preos), um aumento do preo reduzir a receita

    7 Cuidado para no confundir demanda anelstica com demanda inelstica. Anelasticidade significa

    ausncia de elasticidade (completamente inelstica), enquanto inelasticidade significa elasticidade

    menor que a unidade (EPD

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    total das firmas. Como EPD>1, qualquer aumento percentual de preos provocar uma reduo percentual maior nas quantidades demandadas. Pegue como exemplo o bem A da tabela 1, cuja EPD maior que 1, portanto, elstica. No momento 1, temos RT=100x10=1000. No momento 2, temos RT=11x80=880. Esta reduo na RT aconteceu porque a reduo percentual nas quantidades demandadas (-20%) foi maior que o aumento percentual no preo (+10%), devido ao fato da demanda ser elstica (EPD>1). O raciocnio inverso tambm vlido: uma diminuio do preo elevar a receita total das firmas, pois o aumento percentual das quantidades demandadas ser maior que a reduo percentual dos preos.

    Demanda inelstica: se a demanda do bem inelstica (pouco sensvel variao dos preos), um aumento do preo aumentar a receita total das firmas. Como EPD

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    tcnico e mais prtico, a variao percentual da demanda de um bem em funo da variao percentual da renda. Assim, temos:

    ERD =

    Onde R a renda. Desenvolvendo a frmula, temos:

    ERD =

    A princpio, podem parecer complicadas estas frmulas, mas, em se tratando de elasticidades, lembre-se sempre de que no numerador teremos sempre a variao percentual das quantidades. Isto vale para toda a elasticidade, seja da demanda ou da oferta. O que mudar, em cada caso, que s vezes teremos quantidades demandadas, outras vezes, quantidades ofertadas. Nesse caso (elasticidade renda da demanda), teremos a variao percentual das quantidades demandadas no numerador, pois estamos falando da elasticidade renda da demanda. No denominador, temos a causa da alterao da demanda. A causa, nesta situao, a alterao da renda. Ento, na frmula da elasticidade renda da demanda, ficamos com a alterao percentual da demanda no numerador e a alterao percentual da renda no denominador.

    O coeficiente (o nmero) que expressa a elasticidade renda da demanda pode ser positivo, negativo ou nulo. Dependendo do valor, podemos inferir algumas concluses acerca do bem.

    Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades demandadas dos bens A, B, C e D quando aumentamos a renda de seus consumidores:

    Tabela 2 Quantidade demandada

    Bem A Bem B Bem C Bem D RA QDA RB QDB RC QDC RD QDD

    Momento 1 100 1000 100 1000 100 1000 100 1000 Momento 2 110 1050 110 1150 110 1100 110 900

    Veja que, em todos os casos, aumentamos a renda dos consumidores em 10% (de 100 para 110), mas as variaes nas quantidades demandadas foram diferentes. Isto significa que as elasticidades renda so diferentes para os quatro produtos, j que cada um reage de um jeito diferente s variaes na renda de seu consumidor. Seguem os clculos da ERD para cada bem:

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    ERDA =

    ERDB =

    ERDC =

    ERDD =

    Veja que, para os bens A, B e C, a elevao da renda provocou aumento da demanda, porm em intensidades diferentes. Quando o aumento de renda provoca aumento na demanda e, por conseguinte, a ERD maior que ZERO, dizemos que o bem normal. o caso dos bens A, B e C.

    Por outro lado, quando o aumento de renda leva reduo da demanda e, por conseguinte, a ERD menor que ZERO, dizemos que o bem inferior. o caso do bem D. Assim:

    Se ERD > 0, ento o bem normal; Se ERD < 0, ento o bem inferior.

    Ainda em relao aos bens normais, dependendo do valor do

    coeficiente da elasticidade renda, podemos chegar a outras concluses.

    Se ERD>1, isto significa que o aumento de renda provoca um aumento na demanda mais que proporcional ao aumento na renda. Em outras palavras, o aumento na demanda percentualmente maior que o aumento na renda. o caso do bem B, onde um aumento de 10% na renda provocou aumento de 15% na quantidade demandada. Estes bens com ERD>1 so chamados de bens superiores (ou bens de luxo). Geralmente bens suprfluos, como joias e casacos de pele, por exemplo, possuem ERD>1. Ao mesmo tempo, dizemos que a demanda por esse bem elstica em relao renda8. Apenas para finalizar em relao a estes bens, vale frisar que

    8 O raciocnio o mesmo daquele apresentado no estudo da elasticidade preo da demanda. O que

    muda agora que a elasticidade em relao renda, e no mais em relao ao preo. Assim, caso

    ERD>1, a demanda elstica renda, e no mais aos preos.

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    medida que a renda aumenta, a participao do consumo destes bens no oramento do consumidor aumenta9.

    Se ERD0 ser bem normal. Assim, um bem de luxo (ou bem superior), com ERD>1, nada mais que um tipo de bem normal.

    Se ERD 1 Bem superior ou de luxo Elasticidade renda da demanda elstica

    0 < ERD < 1 Bem normal Elasticidade renda da demanda inelstica

    ERD = 1 Bem normal Elasticidade renda da demanda unitria

    ERD > 0 Bem normal Elasticidade renda da demanda positiva

    ERD < 0 Bem inferior Elasticidade renda da demanda negativa

    9 Isto verificado pelo fato de que a quantidade demandada do bem aumenta em uma proporo

    maior que a renda, quando ERD>1. Logo, a participao do consumo daquele bem no oramento

    daquele consumidor ser aumentada quando a renda se elevar.

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    ERD = 0 Bem de consumo saciado Elasticidade renda da demanda nula

    4.3. ELASTICIDADE-PREO CRUZADA DA DEMANDA (EXY)

    Conforme aprendemos ao longo da aula, a quantidade demandada de uma particular mercadoria afetada no somente pelo seu preo ou pela renda do consumidor, mas tambm pelo preo dos bens relacionados a ela. Se os bens esto relacionados, ento eles so classificados como substitutos ou complementares. A mudana no preo de um bem, caso ele seja substituto ou complementar, pode afetar a quantidade demandada de outro bem.

    A elasticidade-preo cruzada da demanda mede o efeito que a mudana no preo de um produto provoca na quantidade demandada de outro produto, coeteris paribus. Se tivermos dois bens, X e Y, a elasticidade-preo cruzada da demanda ser:

    Exy =

    No caso acima, estamos mensurando qual o efeito que variaes no

    preo de Y provocam nas quantidades demandadas de X. Embora parea confuso, lembro-lhes mais uma vez que todas as frmulas das elasticidades tm como numerador a variao percentual de quantidades e, no denominador, a variao percentual do fator (neste caso, o preo do bem relacionado o preo de Y) que provoca alterao nas quantidades.

    De acordo com o sinal do coeficiente, os bens podem ser classificados em substitutos, complementares e independentes.

    a) EXY > 0, bens substitutos Exemplo: um aumento no preo de Y provoca uma elevao10 na

    quantidade demandada do bem X. Suponha que o preo do bem Y se eleve de R$ 1,00 para R$ 1,50, provocando um aumento na quantidade demandada do bem X de 10 para 12 unidades. Teremos:

    Exy =

    10 Pela lei da demanda, um aumento no preo de Y reduz a sua demanda. Como X e Y so substitutos

    no consumo, as pessoas demandaro maiores quantidades de X, como resposta ao aumento de preos

    do bem Y.

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    Esse resultado indica que EXY>0, portanto, X e Y so bens substitutos. Neste exemplo, um aumento de, digamos, 10% no preo de Y provoca um aumento de 4% na quantidade demandada de X, coeteris paribus (com todos os outros fatores que influenciam a demanda permanecendo constante).

    Dados retirados da economia norte-americana, por exemplo, mostram que a elasticidade-preo cruzada entre Coca-cola e Pepsi, quando o preo da Coca-cola muda, de 0,80. Isto , quando o preo da Coca-cola aumenta 10%, a quantidade demandada de Pepsi aumenta em 8%. Alis, no necessrio realizar pesquisas, nem estudar Economia, para saber que estes bens so substitutos, de tal maneira que a elasticidade cruzada entre Coca e Pepsi ser positiva.

    Quanto maior o valor da elasticidade cruzada de bens substitutos, maior o grau de substituibilidade entre os bens. Por exemplo, o valor da elasticidade cruzada entre Coca-cola e Pepsi deve ser bem maior que o valor da elasticidade cruzada entre Coca-cola e Whisky, indicando que estes ltimos no so to substitutos quanto Coca e Pepsi.

    b) EXY < 0, bens complementares

    Exemplo: um aumento no preo de Y provoca uma reduo11 na

    quantidade demandada do bem X. Suponha que o preo do bem Y se eleve de R$ 1,00 para R$ 1,50, provocando uma reduo na quantidade demandada do bem X de 10 para 08 unidades. Teremos:

    Exy =

    Esse resultado indica que EXY

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    Quanto maior o valor absoluto (mdulo) da elasticidade cruzada da demanda de dois bens, maior o grau de complementariedade entre os bens. Por outro lado, quanto mais prximo de zero o valor da elasticidade cruzada da demanda entre dois bens, menor o grau de complementariedade.

    c) EXY = 0, bens independentes

    Quando o aumento no preo de Y no provoca nenhuma alterao na

    quantidade demandada do bem X, estes bens so de consumo independente. Em palavras mais informais: o consumo de um no tem nada a ver com o consumo do outro.

    Suponha que o preo do feijo se eleve de R$ 2,00 para R$ 3,00 o Kg. Mesmo aps essa elevao do preo do feijo, a quantidade demandada de Ferraris continuar em, digamos, 100 unidades ao ano no Brasil. Assim:

    Exy =

    Como EXY=0, feijo e Ferrari so bens independentes.

    Ento, resumindo: Valor de EXY Relao entre X e Y

    EXY > 0 Bens substitutos EXY < 0 Bens complementares EXY = 0 Bens independentes

    4.4. ELASTICIDADE PREO DA OFERTA (EPO)

    Aqui, o raciocnio semelhante (na verdade, quase igual!) quele feito na anlise da elasticidade preo da demanda. A diferena que a elasticidade preo da oferta mede a sensibilidade da quantidade ofertada em resposta a mudanas de preo. A frmula a mesma, com a ressalva de que no numerador temos, em vez de as quantidades demandadas, as quantidades ofertadas. Assim:

    EPO =

    Onde %QO significa variao percentual das quantidades ofertadas

    e %P significa variao percentual dos preos. Ao contrrio da EPD, em que temos resultados negativos e usamos o mdulo do coeficiente para expressar a elasticidade, na EPO, o resultado naturalmente positivo, j que h uma relao direta entre os preos dos produtos e as quantidades

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    OFERTA ELSTICA, EPO > 1

    OFERTA INELSTICA, EPO < 1

    ELASTICIDADE UNITRIA, EPO = 1

    ofertadas. Quanto o preo aumenta, a quantidade ofertada tambm aumenta, e vice-versa.

    Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades

    ofertadas de A, B e C, quando aumentamos os seus respectivos preos:

    Tabela 3 Oferta de A Oferta de B Oferta de C PA QOA PB QOB PC QOC

    Momento 1 10 100 10 100 10 100 Momento 2 11 120 11 105 11 110

    Em todos os casos, aumentamos os preos dos produtos em 10%,

    mas as variaes na oferta foram diferentes, em virtude de distintas sensibilidades (elasticidades). Seguem os clculos:

    EPOA =

    EPOB =

    EPOC =

    Casos especiais da elasticidade preo da oferta

    A figura 23 apresenta dois casos especiais da elasticidade preo da oferta. O grfico 23.a apresenta uma curva de oferta infinitamente elstica (EPD=). Neste caso, os produtores vo ofertar a quantidade que puderem (qualquer quantidade) a determinado preo, P*. No caso de uma nfima reduo nos preos, a quantidade ofertada cai a zero (grande diminuio da quantidade ofertada Q grande e P pequeno); da mesma maneira, para qualquer nfimo aumento de preo, a quantidade ofertada aumenta de forma ilimitada (Q grande e P pequeno). Nos dois casos, teremos um Q bastante alto dividido por um P nfimo, de forma que EPO ser bastante alta, tendendo ao infinito. O grfico 23.b apresenta uma curva de oferta completamente inelstica (anelstica), os produtores ofertaro uma quantidade fixa Q*, qualquer que seja o preo (como as quantidades ofertadas sero sempre Q*, Q ser sempre igual a 0 como Q=0, EPO ser 0 tambm).

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    Qtde

    Preos

    O

    Figura 23

    Q*

    CASOS ESPECIAIS DA ELASTICIDADE PREO DA OFERTA

    a) OFERTA INFINITAMENTE ELSTICA

    b) OFERTA COMPLETAMENTE INELSTICA

    P*

    O

    A elasticidade da oferta e o tempo Assim como na demanda, a oferta tende a ser mais elstica no longo prazo. Caso haja alguma alterao de preos, no curto/curtssimo prazo, nem sempre possvel aos produtores ajustarem a oferta dos produtos. Na agricultura, por exemplo, os fazendeiros podem esperar at um ano ou mais para ajustar a quantidade ofertada de seus produtos agrcolas, em virtude das pocas de plantio, colheita e venda. Assim, durante esse curto intervalo de tempo em que no possvel ajustar a oferta, ela ser inelstica.

    Em longo prazo, a resposta em quantidade ofertada para uma

    alterao de preos maior, porque em perodo mais longo os produtores podem variar os seus recursos produtivos, aumentando/diminuindo a produo conforme a necessidade. Logo, conclumos que quanto maior for o perodo de tempo, maior dever ser a elasticidade da oferta.

    A elasticidade preo da oferta e a oferta linear Ns vimos que demandas lineares apresentam, ao longo de suas

    curvas, infinitos valores de elasticidade. Esses valores podem variar de 0 a , dependendo da posio em que se esteja na curva (reta) de demanda.

    Quando a oferta linear, contudo, isso ocorre de modo diferente,

    conforme a figura abaixo:

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    B

    Preos (p)

    Quantidades

    A

    Figura 24

    EPO = 1 Elasticidade unitria e constante

    O

    EPO > 1 Oferta elstica

    EPO < 1 Oferta inelstica

    p < 0

    p > 0

    Veja que, no caso da oferta linear, o valor da elasticidade depender

    do valor do intercepto da curva de oferta no eixo onde est o preo (eixo vertical). A regra simples:

    Se o intercepto for positivo (a curva de oferta intercepta o eixo de

    preos quando p>0), a oferta ser elstica. o caso da curva de oferta que passa pelo ponto A. Como o preo que est no ponto A um valor positivo, a oferta elstica em qualquer ponto da curva de oferta.

    Se o intercepto for negativo (a curva de oferta intercepta o eixo

    de preos quando p

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    Quantidades

    EPO = 1 Elasticidade unitria e constante para as duas curvas de oferta. Observe que isso ocorre pelo simples fato das duas curvas interceptarem a origem do grfico, independente da inclinao das mesmas.

    O

    Preos

    Figura 25

    ...................

    Bem pessoal, por hoje s!

    Esperamos que tenham gostado da nossa aula demonstrativa. Vemo-nos na aula 01. Abraos e bons estudos!

    Heber Carvalho e Jetro Coutinho

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    RESUMO DA AULA

    Demanda e o preo de outros bens

    Bens Substitutos

    PY aumenta QDY diminui QDX aumenta ao mesmo nvel de preos curva de demanda de X se desloca para a direita PY diminui QDY aumenta QDX diminui ao mesmo nvel de preos curva de demanda de X se desloca para a esquerda

    Bens Complementares PY aumenta QDY diminui QDX tambm diminui ao mesmo nvel de preos curva de demanda de X se desloca para a esquerda. PY diminui QDY aumenta QDX tambm aumenta ao mesmo nvel de preos curva de demanda de X se desloca para a direita.

    DEMANDA

    - Regra geral, negativamente inclinada, o que significa que a quantidade demandada varia inversamente em relao ao preo. Exceo lei da demanda: Bem de Giffen. - Fatores que afetam a demanda: Preo: Deslocamento AO LONGO da curva. Se o preo subir, a quantidade demandada cai e vice-versa. Renda: Regra geral, aumento de renda provoca aumento da demanda. Deslocamento DA curva. Se o bem for normal, aumento de renda causa aumento da demanda. Se o bem for inferior, aumento de renda causa reduo da demanda. Outros fatores: Expectativas dos consumidores (quanto renda, aos preos futuros e disponibilidade futura de bens); Mudana no nmero de consumidores no mercado; Mudanas Demogrficas e Climticas. Deslocamento DA curva

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    Elasticidade

    EPD =

    Quanto mais essencial o bem, mais inelstica ser sua demanda; Quanto mais bens substitutos houver, mais elstica ser sua demanda; Quanto menor o peso do bem no oramento, mais inelstica ser a demanda do bem; No longo prazo, a elasticidade preo da demanda tende a ser mais elevada que no curto prazo;

    Elasticidade-preo da demanda e Receita Total (RT)

    Valor de EXY Elasticidade e Receita Total (RT) EPD > 1 Elstica. Aumento no preo reduz RT EPD < 1 Inelstica. Aumento no preo aumenta

    RT EPD = 1 Unitria. No h alterao na RT.

    OFERTA

    - positivamente inclinada, o que significa que h uma relao direta entre quantidade ofertada e preo. - Fatores que afetam a oferta: Preo: Deslocamento AO LONGO da curva. Se o preo subir, a quantidade ofertada aumenta. Custo de produo: Quanto maiores os custos de produo, menor a oferta. Deslocamento DA curva. Tecnologia: Aumento de tecnologia estimula aumento da oferta, pois h aumento de produtividade. Deslocamento DA curva. Preos de outros bens: Se os preos de outros bens subirem enquanto o preo do bem X no se altera, os produtores procuraro ofertar o bem com maior preo. Deslocamento DA curva. Outros fatores: Expectativas dos produtores quanto ao aumento da demanda, por exemplo. Deslocamento DA curva.

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    OA/2

    OB/2 B Quantidades

    A

    EPD = 1 C

    EPD > 1 Demanda elstica

    E