Curso de Dicção e Oratória (apostila)

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CURSO DE DICÇÃO E ORATÓRIA

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CURSO

DE

DICÇÃO

E

ORATÓRIA

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TEMA I – COMO SUPERAR O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

1.1) ORADOR REAL E ORADOR IMAGINDO

Possuímos em nosso íntimo dois oradores, normalmente diferenciados, coexistindo ao mesmo tempo: um orador real e outro imaginado.

O orador real é a imagem que verdadeiramente transmitimos, uma composição arquitetada e construída a partir de nossas virtudes e defeitos visíveis.

Orador imaginado é a imagem que pensamos transmitir aos ouvintes.

Durante nossa formação, recebemos elogios e críticas, comentários construtivos ou destrutivos à nossa personalidade, e esta vai, conforme a procedência dos mesmos e nossa predisposição, acumulando em seu interior estes elementos. Esses fatores isolados ou mesclados, participarão da construção de uma imagem de nos próprios imaginada como se fosse a verdadeira, mas q geralmente não o é. Este é um dos fatores mais comuns da falta de confiança nas possibilidades de sucesso para se expressar em público.

De nada adiantará a alguém aprender todas as técnicas de boa expressão oral se continuar nutrindo em relação a si mesmo uma falsa imagem, quer seja no sentido negativo ou positivo.

O medo surge de uma diferença negativa entre o orador real e o orador imaginado, e na resolução deste problema o tempo é um poderoso aliado, pois somando a determinação tudo supera.

Descubra suas virtudes atuais e as potencialmente próximas e as desenvolva. Confie em você.

1.2) COMO SURGE O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

Quando falamos em público, queremos que esta apresentação seja acompanhada e apreciada por todos; que consigamos expor de forma inteligente e coerente o assunto tratado; que possamos ter nosso esforço coroado com o sucesso e o sentimento de realização. Esse é um desejo natural e legítimo. É evidente que nenhum de nós visa o fracasso, a passar uma imagem negativa diante do público e depois se sentir um perdedor.

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Ora, se o fato de não nos sairmos bem numa apresentação pode, de alguma forma, nos trazer prejuízo, a possibilidade de que isso ocorra provocará o medo.

Sendo mais claro, a Crença – sim, nossa crença, e não qualquer elemento objetivo e exterior a nós – na possibilidade de que algo possa dar errado é que provocará o medo.

O medo, como toda emoção, age como uma lupa que aumenta ou diminui as coisas ao nosso redor, dando-lhes aspecto grandioso ou insignificante. “O que ouvimos de outra pessoa pode ou não parecer-nos verdadeiro, mas, o que ouvimos de nós mesmos – nossas próprias idéias e emoções – sempre nos parece”.

1.3) COMO SUPERAR O MEDO ANTES DE FALAR

1. Respire lenta e profundamente algumas vezes enquanto pensa: “O MEDO É ALGO NATURAL E EU SOU SUPERIOR A ELE!”

2. Não estimule seu nervosismo. Ao se aproximar sua hora de falar contenha a ânsia de fumar seguidamente, roer unhas, cruzar e descruzar pernas e braços, andar de um lado para o outro ou ter outras atitudes que só aumentam o nervosismo. Imponha uma atitude tranqüila ao seu corpo, pois, mesmo que esta pareça forçada no início, você verá um sadio reflexo desta quando pronunciar as primeiras palavras.

3. Assuma uma postura física firme e decidida. Cabeça alta, coluna reta, peito erguido, olhar e passos firmes, sem hesitações, semblante tranqüilo e alegre. Tal posição, inclusive, demonstrará a público sua confiança em si mesmo e no que pretende dizer.

O mais importante é, quando falar, esquecer a avaliação alheia e a vaidade própria, concentrando-se na imagem que deve transmitir, dando o máximo de si para que essa seja compreendida.

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TEMA II – AS QUALIDADES DO ORADOR

2.1) CREDIBILIDADE: A ESSÊNCIA DA ORATÓRIA

A credibilidade do orador perante o público é como um voto de confiança que aquele recebe deste. Este voto de confiança é conquistado quando o orador expressa em seu discurso as seguintes qualidades:

Naturalidade; Entusiasmo; Conhecimento; Conduta ética;

NATURALIDADE

É a mais importante qualidade de um orador. Não existe técnica em comunicação, por mais elaborada e precisa que seja, que substitua a naturalidade.

Se a platéia perceber qualquer sinal de artificialismo no comportamento do orador, desconfiará dos seus propósitos e colocará barreiras à sua linha de argumentação. Portanto, observe que, para obter sucesso come orador, a pessoa precisa ser ela mesma, natural e espontânea.

Para saber se esta sendo natural ao falar em público, reflita sobre a questão: “Estou falando da mesma maneira como falaria se estivesse diante de alguns amigos?”.

Se a resposta for negativa, concentre-se na idéia de estar falando para esse grupo de amigos até conseguir a naturalidade. Vá a platéia disposto a conversar com os ouvintes, e não “falar em público”.

Agora CUIDADO! Ser natural não significa levar para frente do auditório os erros e negligências de uma comunicação deficiente. Os defeitos de estilo e as incorreções de linguagem precisam ser combatidos com estudo, experiência, disciplina e trabalho persistente.

ENTUSIASMO

Ter entusiasmo é “falar com o coração”. É estar o orador de tal forma compromissado com o que diz, que se sente envolvido e motivado com o assunto, tão envolvido e motivado que falar deste assunto lhe é natural, e também de forma natural os ouvintes se sentem inspirados pelo orador a se envolverem e motivarem com o mesmo tema.

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Se não demonstrar entusiasmo, interesse e envolvimento pela mensagem, o orador jamais poderá esperar que os ouvintes se entusiasmem, se interessem ou mesmo se envolvam com o que esta dizendo. Portanto, antes de envolver e de despertar interesse no público, é preciso que o próprio orador esteja envolvido e interessado no que diz.

Interprete a mensagem a ser transmitida. Transmita-a com a força da importância que ela possui. Não trate de assuntos que não merecem sua emoção, mas, se precisar aborda-los, porque representam um meio para atingir algum objetivo maior, concentre-se neles; lembre-se, a cada palavra, de que se o tema não for exposto com entusiasmo, provavelmente não abrirá as portas que deveriam leva-lo ao objetivo pretendido.

O entusiasmo é o motor que estimula o orador à busca de duas outras qualidades que trarão credibilidade: o conhecimento e a conduta exemplar ou ética.

CONHECIMENTO

A credibilidade do orador esta intimamente relacionada com o conhecimento que ele demonstra possuir sobre o assunto.

Cada apresentação precisa estar fundamentada em informações que adquiriu em sua atividade profissional, experiência ou estudos realizados. Mesmo que fale com desembaraço e entusiasmo sem esse respaldo de conhecimento e autoridade, o orador correrá o risco de ser considerado um “falador presunçoso”.

Tenha sempre mais informações do que pretende transmitir. Leia, estude, pesquise, entreviste outros especialistas, tenha contato direto com a atividade a respeito da qual falará e prepare-se durante o maior tempo possível sobre a matéria que irá apresentar.

Possua o conhecimento, fale com entusiasmo e conquiste credibilidade.

CONDUTA ÉTICA

Que credibilidade dar-se-á a um discurso sobre os povos indígenas, proferido por alguém que notoriamente não tem experiência alguma de vida fora das grandes cidades? Serão recebidas suas afirmações da mesma forma que se viessem de um indigenista bem conceituado, devido a ter sua vida devotada á causa indígena? Muito embora possam até mesmo dizer as mesmas coisas, estas serão interpretadas e aceitas diferentemente pelo público, conforme a experiência que possua – ou aparenta possuir – o orador.

A prática dá ao orador experiência que será manancial de exemplos ao que precise dizer irá diferencia-lo de todos os que não possuem credibilidade

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porque não possuem experiência do que estão falando, nem condutas pessoais exemplares. Para esses últimos, existe uma grande diferença entre o que suas palavras dizem e o que seu comportamento demonstra.

O exemplo dá substância palpável, viva e prática à idéia que, de outra maneira, poderia parecer mera especulação ou teoria dissociada da realidade.

Não importa de que lado estamos ou a causa que estejamos abraçando. Para conquistarmos credibilidade, nossas palavras precisam estar respaldas na experiência pessoal e na correta conduta pessoal sobre o tema do qual estejamos tratando.

2.2) A EXPRESSÃO CORPORAL

O cuidado com a postura começa antes da fala propriamente dita. Na verdade, a postura é uma maneira de ser, uma característica adquirida e vivida diariamente. Todo o nosso corpo fala quando nos comunicamos. A posição dos pés e das pernas, o movimento do tronco, dos braços, das mãos e dos dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante e a expressão do olhar, cada gesto possui um significado próprio, encerrando em si uma mensagem. Embora os gestos tenham muita afinidade com a natureza das idéias, nem sempre é fácil encontrar na sua expressão o complemento ideal para nossa mensagem. Muitas vezes, temos que adaptar nosso temperamento em busca de maior expressividade do pensamento.

Embora saibamos que a gesticulação pode ser aprendida e treinada, nada pode substituir a naturalidade individual da expressão espontânea. Portanto, ao invés de tentarmos ensinar gestos e posturas, nos deteremos em alertar para certas atitudes que devem ser evitadas, bem como a correção das mesmas:

Olhos:

Errado Certo Olhar para baixo, para cima ou

para qualquer outro lugar que não seja em direção do público.

Olhar para o público

Corpo:

Errado Certo Curvar-se para frente,

indicando excesso de humildade ou ficar com a cabeça levantada, olhando por cima, demonstrando arrogância

Manter o corpo naturalmente ereto.

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ou prepotência.

Movimentos:

Errado Certo Rigidez absoluta; Movimentos bruscos;

Posicionar-se de modo a ser visto por todos, ora se aproximando mais do público de um lado, ora de outro;

Mãos e braços:

Errado Certo Falar com as mãos nos bolsos; Colocar os braços atrás das

costas, cruzando ou apoiando constantemente sobre qualquer objeto;

Posicionar os braços ao lado do corpo ou dispor as mãos a sua frente prontas para a realização dos gestos;

COMO FALAR SENTADO

Fale sentado se puder ver todos os ouvintes e eles também puderem vê-lo.

Evite cruzar os pés em forma de x embaixo da cadeira, não estique as pernas nem penda o corpo demasiadamente para um dos lados.

2.3) A VOZ

VELOCIDADE E VOLUME DA FALA

Cada orador e cada assunto terão sua velocidade própria, dependendo principalmente da mensagem a ser transmitida. Se dissermos: “passou rápido como a luz” é evidente que a velocidade será maior que o normal; também estará claro que a pronúncia das palavras se dará com uma velocidade compatível com a mensagem, evitando os exageros entre a rapidez e a lentidão. Cada caso poderá ser trabalhado separadamente, onde os exercícios para a correção deverão seguir o seguinte raciocínio: se a fala é muito rápida, procurar pronunciar um texto em voz alta e bem vagarosamente até equilibrar essa tendência; se o caso for ao contrário, agir de forma inversa.

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Quanto ao volume da voz, deve-se ter muita atenção, pois não podemos falar aos berros para um pequeno auditório, nem sussurrando para uma multidão. Devemos, sim, considerar o público que está nos ouvindo. Em caso de dúvida, é natural que o orador pergunte as pessoas do público que se encontram mais distantes dele se a sua voz esta chegando às mesmas satisfatoriamente, nestes casos, existe uma técnica para direcionamento de voz, é necessário que se faça um x imaginário entre os ângulos da sala ou auditório, feito isso, direcione a intensidade da sua voz para o centro do x, desta forma todos que estão mais distantes ou mais laterais perceberão com clareza a mensagem.

USO DAS PAUSAS

A pausa é um recurso que permite ao orador respirar, pensar no que vai dizer, mudando, inclusive, o tom da voz. A pausa bem aplicada possui uma dupla vantagem: valoriza a informação que foi dada, dando ao auditório tempo para assimilar o que foi dito e ao mesmo tempo cria uma expectativa para o que vai ser dito.

GESTOS

Errado Certo Ficar se coçando a todo

momento; Gesticular abaixo da linha da

cintura ou acima da linha da cabeça;

Utilizar gestos obscenos; Enfiar o dedo no nariz, na

orelha ou na boca;

Gesticular para cada informação predominante na frase;

Gesticular entre a linha da cintura e da cabeça;

Variar os gestos; Marcar o ritmo da fala com os

braços na frente do corpo;

PÉS E PERNAS

Errado Certo Cruzar os pés em forma de “x”; Ficar saltitando feito canguru; Movimentar-se

desordenadamente num constante vaivém;

Posicionar-se naturalmente sobre as duas pernas

FISIONOMIA

Errado Certo Fazer caretas; Demonstrar tristeza ou

indiferença ao falar de temas alegres e vice-versa;

Usar o jogo fisionômico interpretando o conteúdo do discurso, o que torna a comunicação mais expressiva;

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Mesmo assim deve-se levar em consideração que em determinadas situações, certos gestos considerados incorretos são os mais expressivos para o momento. Por exemplo, aconselhamos a cruzar os braços para indicar uma atitude desafiadora ou de espera embora esse gesto seja desaconselhado para uma postura normal.

Algumas recomendações importantes são as seguintes:

Faça uma pequena pausa quando começar a sua fala;

Depois da pausa diga a(s) primeira(s) palavra(s) com ênfase e energia, demonstrando que ficou em silêncio não porque tinha perdido a seqüência das idéias, mas porque estava procurando a melhor mensagem;

Quando tiver que fazer uma pausa, faça sem medo; não preencha esse tempo com sons do tipo: “é...”, “hann...”, “hunn...”, etc. Lembre-se que é mais agradável para os ouvidos o silêncio de que esses ruídos estranhos;

2.4) O VOCABULÁRIO

Como as palavras traduzem nossas idéias, devemos procurar aquelas que sejam mais adequadas ao momento e ao público ouvinte. Se houver deficiência de vocabulário, não conseguiremos transmitir o que pensamos, e talvez, nem chegamos a pensar direito, pois nossos pensamentos são traduzidos por palavras.

O orador ideal é aquele dotado de um vocabulário rico, o que lhe permite compreender a todos inclusive aos mais cultos, e, por outro lado, de uma habilidade para se expressar de forma simples, não simplória (o que significa ser o mesmo que pobre e vulgar), traduzindo com clareza as idéias e permitindo a boa compreensão dos ouvintes.

O orador deve adaptar seu vocabulário a qualquer auditório, guardando as diferenças particulares pertinentes a cada grupo ouvinte. Quanto maior o vocabulário, maior será a capacidade de adaptação aos mais diferentes tipos de auditórios. Esta realidade torna o orador admirado em qualquer ambiente, dos mais humildes aos mais elevados.

COMO DESENVOLVER UM BOM VOCABULÁRIO

1. Devemos procurar ler bons livros e revistas com uma caneta e um pedaço de papel à mão. O mesmo é válido ao ouvirmos uma palestra aula.

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2. Toda palavra desconhecida ou de significado incorreto deve ser anotada para posterior consulta em um dicionário.

3. Pesquise então essas palavras, anotando seus significados.4. Construa algumas frases usando a nova palavra com seu(s)

significado(s).

5. Aplique, de forma adequada e coerente, a nova palavra em suas conversas e escritos. Assim, irá integrando definitivamente novas palavras ao seu vocabulário.

Não se esqueça que toda nova idéia, e sua expressão – a palavra – só se estabelece com a prática.

Há cuidados especiais que devem ser tomados, como o uso de:

Gírias. Seu uso exagerado demonstra pobreza de vocabulário, mas, se o orador a utiliza demonstrando que o faz conscientemente, podem servir como meio de aproximação deste com o público.

“Palavrões”. Só admissíveis em uma conversa descontraída entre amigos muito íntimos, e mesmo assim com certo risco à sã comunicação. Na dúvida, evite-os.

Termos Incomuns. Bem compreendidos apenas por platéias cultas, que são difíceis de serem encontradas. As palavras simples são preferíveis pela forma mais direta com que representam as idéias, sendo bem aceitas por qualquer tipo de público.

Termos Técnicos. Dentro de um grupo homogêneo de pessoas de uma mesma profissão ou classe, o uso de termos técnicos próprios deste grupo é normal. Fora deste contexto, o orador deve explicar todo termo técnico que julgou necessário utilizar, pois de outra forma cometeria uma desconsideração para com o público que não é obrigado a conhecer aquele termo.

Chavões e frases vulgares. Tudo deste mundo que conhecemos, se desgasta, inclusive as palavras. Evite chavões e frases vulgares a menos que a sua interpretação destas possa, ao mostrar um ângulo novo de visão destes termos, imprimi-lhes nova vida e incitar a reflexão.

Tiques e Maneirismos. São sílabas, palavras e até frases inteiras que destroem ótimas oportunidades de se utilizar as pausas; alguns exemplos: “né”, “ta”, “ta entendendo?” dentre outros. Representam vícios de comunicação que devem ser combatidos com atenção e afinco.

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2.5) APARÊNCIA

A SUA APARÊNCIA TAMBÉM FALA

Ao escolher a roupa, os sapatos, o corte de cabelo, os óculos e todos os acessórios que ajudarão a construir a sua aparência em uma apresentação, o orador deve levar em conta dois aspectos:

1. A propriedade com a ocasião. Não devemos ir a uma festa descontraída com um traje esporte fina, nem a uma importante reunião social com bermudas. O orador deve estar apropriadamente trajado para cada ocasião;

2. O bem estar pessoal. O orador deve se sentir bem com o que vestir, seja na sua com ou em qualquer outro detalhe. Deve estar confortável com suas roupas e seus adereços (óculos, brincos, dentre outros), para que estes não constituam um elemento de desconforto e distração.

Não use roupa espalhafatosa quando for falar. Uma gravata muito berrante ou uma camisa de cores espetaculares distrairão a atenção do auditório que começará a imaginar em que “raio” de lugar teria sido adquirida tal roupa. Cuidado com as armadilhas da moda.

Seja sóbrio em suas roupas e vista-se com elegância e distinção. Pode parecer que isso se aplique somente a pessoas da alta sociedade, porém, esta provado que a boa aparência tem grande efeito sobre o público, predispondo-o a simpatizar com você, mesmo antes que você tenha dito as primeiras palavras. Ao contrario, a má aparência tem péssimo efeito.

TEMA III – COMO PREPARAR UM BOM DISCURSO

A experiência dos oradores, legado de séculos de trabalho dos que procuram fazer da oratória uma arte que expressasse com dignidade as idéias através das palavras, não pode ser deixado de lado sob o argumento de que o orador “deve ser ele mesmo” e não se ater às regras, tampouco pode ser encarada de forma dogmática e mecânica, o que levaria o orador a se perder de tal maneira às normas que mataria a indispensável naturalidade da fala.

Devemos encontrar um justo meio que nos conduza ao aproveitamento do conhecimento passado e de nossa própria personalidade.

O melhor conhecimento da personalidade e do estilo que é próprio de cada um nascerá de seu trabalho pelo aprimoramento de sua expressão

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verbal. Por ora, daremos um modelo – já bem conhecido – de como preparar um discurso, sendo que este deverá ser seguido não como um fim em si mesmo,mas, como um bom ponto de partida para o desenvolvimento do estilo próprio de cada um.3.1) INTRODUÇÃO

Neste início você deve provocar interesse no público para o que irá dizer. É preciso desperta-lo. Começo fazendo uma pergunta, contando uma história que cause impacto, aludindo a ocasião, fazendo uma citação, definindo um termo, idéia, filosofia ou situação, o que for necessário para que todos fiquem interessados.

Não pense nem por um instante, que necessariamente que o auditório esta em suspense, ansioso por seu discurso. Os presentes poderão estar cochilando ou distraídos. “Chii...!” talvez eles pensem “o que esse cara vai falar?”.

Em suas primeiras palavras, portanto, você deve tirá-los dessa atitude. Nunca inicie uma fala, por exemplo, sobre “Prevenção de Acidentes” dizendo “O assunto que me foi proposto é o da redução de acidentes de trânsito”.

Diga, em vez disso, por exemplo. “Ontem toda cidade parou para acompanhar o enterro de um jovem querido de todos nós, acidentado em uma motocicleta”.

3.2) PREPARAÇÃO

Nesta segunda fase você deve construir uma ponte. Seus ouvintes moram numa ilha, a ilha dos seus interesses próprios.

É preciso construir uma ponte ligando você a esta ilha.

O ouvinte conjectura: “Muito bem, você captou minha atenção com sua curiosa introdução, mas por que isso agora? O que eu tenho com isso?”.

Eis aqui o resumo de como um psicólogo motivou sua palestra sobre insanidade mental, num auditório de pais, explicando a relação existente entre eles e o assunto da palestra.

1. Introdução: “Eu os convidei, senhores, para considerarmos o problema da insanidade mental, porque os senhores poderão, a qualquer momento ter de enfrentá-lo”.

2. Preparação: “Atualmente existe uma possibilidade em vinte de que seu filho seja internado num hospício”.

3. Assunto Central: “Suponhamos que ele escape disso muito bem, mas assim mesmo os senhores serão afetados porque, se o filho do seu vizinho for a vitima, as estatísticas provam que ele ficará internado durante aproximadamente sete anos, e que os milhares de reais gastos

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pelo governo para manter cada paciente internado serão pagos também pelos senhores”.

4. Conclusão: “Portanto, quer como pai, quer como contribuinte de impostos, os senhores estarão profundamente ligados a este assunto”.

Enfim, você deve construir uma ponte até o seu público. Enquanto essa ponte não for transposta, você não estará preparado para abordar o ponto principal do seu assinto.

3.3) ASSUNTO CENTRAL

Nesta terceira fase do discurso, desenvolva o tema central de sua palestra ou aula, aproveitando para dar exemplos que clarifiquem o assunto ao máximo e dêem uma boa perspectiva de como ele se dá na realidade.

Vamos supor que você tenha começado seu discurso de um modo interessante e que, na primeira fase, tenha acabado com os “chii...!” e convencido o auditório de que o assunto é de seu interesse. Então agora vá direto ao caso.

Se você julga um crime o desmatamento da Amazônia, ou a poluição industrial prejudicial à vida humana, ou ainda que qualidade essencial é o sustentáculo, a base para a qualidade Total, nesta fase refira-se a isto dando ao ouvinte exemplos e exibindo os quadros ou gráficos pertinentes.

Quanto maior o número de exemplos, ilustrações e citações feitas, maior será o apoio no qual as pessoas manterão a mensagem do discurso.

3.4) CONCLUSÃO

Esta fase final do seu discurso requisita o posicionamento do ouvinte, o fim de um discurso, assim como a extremidade de um lápis deve ter uma ponta.

O fim deve ser algo mais que uma despedida divertida. Deve satisfazer a curiosidade do público, respondendo a sua pergunta final: “E ai? Que devo concluir disso tudo?” portanto, conforme o tipo de fala, ao finalizar, leve o auditório a tomar uma decisão, ou a formar uma opinião definida sobre o assunto.

Por exemplo: “Coopere! Contribua! Vote! Proteste! Escreva! Boicote! Compre! Venda! Pague! Convença! Participe!”.

Termine sua fala com um convite a ação.

IMPORTANTE: Procure escrever por extenso a introdução e a conclusão do seu discurso, memorizando-as e treinando-as de tal forma que seja capaz de

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dizê-las com naturalidade e entusiasmo. Garanta assim, nos pontos cruciais em que muitos oradores “perdem o ritmo”, o início e o final perfeitos ao discurso.

TEMA IV – USO DE ANOTAÇÕES

4.1) COMO LER EM PÚBLICO

Uma boa leitura requer do orador alguns cuidados especiais que impedirão que o mesmo se torne enfadonho e cansativo ao público.

Quanto à colocação da mensagem no papel:

O discurso deverá ser escrito em linguagem coloquial;

As informações mais importantes deverão ser colocadas no início de cada frase;

Será utilizado papel encorpado e que impeça o reflexo excessivo da luz;

Digitar-se-á em apenas uma das faces da folha, em espaços duplos ou triplos, usando somente os dois terços superiores do papel, com margens largas em frases completas no final da página;

Usar-se-á de fácil identificação de cifras, misturando números às palavras(p. ex., “2 milhões de reais”, ao invés de R$ 2000.000,00);

Usar-se-ão todas as folhas numeradas, sem grampos ou clipes;

A boa interpretação de um texto escrito exige que o orador desenvolva e utilize seu próprio método de marcações, treinando ate encontrar a melhor forma de apresentar o discurso. Algumas sugestões do que podemos fazer:

Sublinhe com um traço horizontal a(s) palavra(s) que representa(m) a(s) idéia(s) principal(is) do discurso. Pronuncie-as com maior intensidade;

Utilize (/) e (//) para marcar as pausas em seus locais mais expressivos. Tais pausas reforçarão as informações;

Utilize (^) e (´) para marcar silabas tônicas das palavras – preferentemente substantivos e verbos – mais importantes da frase, independentes de regras de acentuação para que estas sejam pronunciadas com a devida ênfase;

Quanto aos gestos e postura do orador, recomenda-se:

Mantenha a comunicação visual com o auditório;

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Tenha a postura adequada para que o papel não impeça o público de ver seu rosto. Mantenha o papel a altura da parte superior do peito;

Use gestos moderados e feitos para indicar as mensagens mais significativas;

A decisão pela leitura em público deve ocorrer nas circunstâncias mais formais, quando o pronunciamento for esperado e as informações exigirem cuidados mais rigorosos.

4.2) USO DO ROTEIRO ESCRITO

O roteiro escrito é uma espécie de resumo do discurso, na qual são transcritas as informações mais importantes que compõem o conteúdo, as transições, as datas, as cifras, os dados percentuais, além da introdução e da conclusão.

Com o roteiro escrito, o orador lê os trechos que selecionou e explica, comenta, interpreta, critica ou amplia as informações lidas, em contato direto com o público, falando de improviso.

Alguns cuidados compreendem:

Não escrever demais;

Escrever frases curtas;

Usar apenas como consulta;

Não dobrar ou enrolar o papel para não distrair a atenção dos ouvintes;

Não disfarçar sua leitura;

Numerar as páginas;

4.3) USO DO CARTÃO DE NOTAS

O cartão de notas deverá conter palavras ou pequenas frases, elementos de transição, números das páginas de livros, cifras, datas e outras informações importantes que ajudem na ordenação e desenvolvimento da mensagem.

Sua leitura deve ser discreta, rápida e sem precipitação.

Suas principais vantagens:

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Ajuda a lembrar as etapas mais importantes da apresentação, o que proporciona confiança ao orador, projetando imagem segura e profissional;

Dá liberdade para que o orador aproveite as circunstâncias nascidas no próprio ambiente, com expressão corporal mais livre;

Permite ao orador agir com naturalidade, possibilitando uma apresentação vibrante e envolvente, além de liberar a comunicação visual o tempo todo;

Não distrai a atenção dos ouvintes por ser discreto, nem causa o seu nervosismo por ser de material mais grosso;

Pode ser utilizado para outras apresentações;

Eis aqui um exemplo de como poderia ser o cartão de notas de uma aula com o tema: “como superar o medo de falar em público”.

COMO SUPERAR O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

1. Introdução – “Quem aqui nunca teve medo de falar em público numa dada ocasião”.

2. Preparação – “você? ... você?...”3. Assunto Central – (fazer leitura comentada da apostila)

Como surge o medo de falar em público Orador real e orador imaginado Devemos: (usar transparência n° X)

Desenvolver o autoconhecimento Estudar o assunto Praticar e adquirir experiência

4. Conclusão – O medo é natural e pode ser superado com esforço

“Vençamos o medo!”

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TEMA V – RECURSOS AUDIOVISUAIS

5.1) QUADRO NEGRO (QUADRO DE GIZ) E QUADRO BRANCO (MAGNÉTICO)

Têm a grande vantagem de serem recursos espontâneos e de creditarem autoridade ao orador, apresentam apenas o inconveniente de serem restritos a pequenos auditórios e consumirem muito tempo da apresentação.

PARA ESCREVER

a) Quando estiver escrevendo, procure não falar, fale antes e escreva depois ou escreva antes e fale depois.

b) Não fique ma frente do quadro atrapalhando a visão dos ouvintes, procure escrever colocando o corpo ao lado.

c) O giz de cor amarela sempre se destaca mais.

d) Se for utilizar um quadro magnético, verifique se os pincéis não estão secos e se o apagador esta funcionando.

e) Não fique riscando desordenadamente. Este é outro costume muito freqüente entre aqueles que não estão acostumados a falar em público. Tenha sempre um plano claro, uma idéia significativa, uma data a ressaltar, um nome difícil de pronunciar, um desenho, um fluxograma ou uma frase de efeito. Evite desviar a atenção do público com imagens vazias de significado.

PARA USAR AS INFORMAÇÕES DO QUADRO

Quando for apresentar as informações colocadas no quadro, lembre-se que poderá proceder de três maneiras diferentes.

a) A informação é muito importante. Nesse caso aponte o elemento a ser informado, comece a falar e só depois retire o indicador do quadro.

b) A informação a ser destacada tem apenas relativa importância. Neste caso aponte o elemento a ser informado, retire o indicador do quadro e comece a falar.

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c) Todas as informações ou um grande número delas tem importância. Nesse caso, use gestos mais largos, apontando todos os elementos a serem informados enquanto fala.

d) Ao apagar o quadro comece pela superior. Embaixo, normalmente, ficam as ultimas informações e por isso deverão ser apagadas no final.

e) Nunca fale olhando para o quadro, olhe o suficiente para ler as informações e volte-se para falar olhando para o auditório.

5.2) TRANSPARÊNCIAS E RETROPROJETOR

São excelentes recursos quando bem utilizados. Na maioria dos casos, são utilizados erroneamente, desviando a atenção dos ouvintes e servindo de disfarce ao despreparo do orador.

NO USO DAS TRANSPARÊNCIAS

a) Antes de tudo: utilize transparências apenas quando tiver algo importante para mostrar, exemplos: gráficos, mapas, figuras, fluxogramas ou qualquer outro conteúdo visual realmente significativo;

b) Não as utiliza como roteiro para a exposição, pos, disfarça a insegurança no domínio da matéria, debilita a capacidade de desenvolver uma boa memória, na maioria das vezes, as transparências não são bem elaboradas, ficam borradas, sujas, mal diagramadas e confusas, desvia a atenção dos ouvintes sem necessidade, dentre outros;

c) Não segure no meio da transparência, pois a gordura da não fica impregnada ali, manuseie apenas pelas bordas, coloque um papel entre as transparências para protegê-las adequadamente;

d) Evite sobrecarregar uma chapa com muitas imagens, mais vale a qualidade do que a quantidade;

e) Evite excessivos sublinhados;

f) Mantenha o conteúdo das transparências centralizado;

g) Se for reproduzir figuras coloridas e muito detalhadas, utilize xérox coloridas, alem de um magnífico recurso visual, isto causará uam excelente impressão;

h) Não economize: compre boas chapas, contrate bons profissionais de diagramação que utilizarão recursos avançados para imprimir e reproduzir suas transparências. Tenha em mente que, para apresentar algo mal feito, é melhor não apresentar nada!

USO DO REPTROPROJETOR

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a) Antes de se apresentar, e de preferência sem a presença de nenhum ouvinte, ajeite o aparelho próximo a uma tomada de energia; se a imagem for projetada em uma tela, acerte as distâncias; cuidado para não antepor os equipamentos de maneira a prejudicar a visão global do público; verifique como funciona o mecanismo de projeção, observando que as imagens são projetadas de maneira invertida, tendo em vista o sistema de lentes; regule o foco;

b) Já familiarizado com o mecanismo de regulagem da projeção de imagens, deixe as transparências na seqüência correta para não ter que ficar procurando na hora;

Ao terminar uma exposição, desligue imediatamente a luz, mas, não desligue o aparelho, pois existe um ventilador interno que tem a função de resfriar a lâmpada e evitar que ela queime; aguarde pelo menos cinco minutos.

5.3) MICROFONE:

Seria difícil imaginar os dias de hoje sem a presença do microfone, pois, sua utilidade é incontestável, permitindo uma comunicação mais natural e espontânea quando se fala para grandes platéias. Certos cuidados básicos devem ser observados afim de se tirar o maior proveito possível deste recurso.

Microfone da lapela. Este tipo de microfone praticamente não apresenta grandes dificuldades quanto a sua utilização, ele é pendurado a roupa por uma presilha de fácil manuseio, sendo muito útil quando se deseja liberdade de movimentos. Algumas dicas:

a) Ao coloca-lo, procure deixa-lo na altura da parte superior do peito, pois ele possui boa sensibilidade para captar a voz com perfeição.

b) Enquanto estiver falando, não fique mexendo no fio. É muito comum observar pessoas que ficam segurando, enrolando ou torcendo o fio do microfone.

c) Deve-se tomar cuidado para não bater as mãos ou tocar no peito com força próximo ao microfone, pois estes ruídos também serão ampliados, prejudicando a concentração e o entendimento dos ouvintes.

d) Não se deve fazer comentários alheios ao assunto tratado perto de qualquer microfone, porque sempre poderão ser ouvidos. No caso do microfone de lapela, o problema passa a ser muito grave por causa de sua alta sensibilidade.

e) Por último, embora possa parecer desnecessário falar, não esqueça de retirar o microfone quando terminar a fala.

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Microfone de pedestal. Este tipo de microfone é o mais comum na maioria de nossas apresentações, exigindo maiores cuidados para sua melhor utilização.

a) Inicialmente, antes do momento de se apresentar, de preferência sem a presença de nenhum ouvinte, verifique como funciona o mecanismo de haste onde ele se sustenta, e se existe regulagem na parte superior onde é fixado, treine estes movimentos, abaixando e levantando varias vezes a haste, observando atentamente todas as suas peculiaridades.

b) Já familiarizado com o mecanismo de regulagem da altura, teste a sensibilidade para saber a que distancia deverá falar. Normalmente, a distância indicada é de dez a quinze centímetros, mas, cada microfone possui características distintas, sendo prudente conhecê-lo antecipadamente. Se durante um teste estiver acompanhado de um amigo ou conhecido, paca que ele fique no fundo da sala e diga qual a melhor distância e qual a altura ideal da sua voz.

c) Ao acertar a altura, procure não o deixar na frente do rosto, permitindo que o auditório sempre o veja sem dificuldade, deixe-o a um ou dois centímetros abaixo do queixo.

d) Ao falar, não fique segurando a haste.

e) Se tiver que falar para pessoas localizadas nas extremidades, gire o corpo de tal maneira que possa sempre continuar falando com os olhos sobre o microfone.

f) Fale ... não grite! Aja como se estivesse conversando com um grupo pequeno de amigos, sem cair em excessos, é claro; isso também não quer dizer que deverá falar baixinho, sem energia; transmita sua mensagem animadamente, com vibração e vigor.

g) Se for preciso segurar o microfone para se movimentar, os cuidados anteriormente mencionados devem ser os mesmos. Neste caso, não movimente a mão que segura o microfone e deixe o sempre a mesma distância.

5.4) USO DE FLIP CHART

Deixe preparado antecipadamente todo o visual que consumir muito tempo de elaboração, como gráficos, desenhos e tabelas. Com o flip chart esse é um procedimento simples a ser adotado, pois, no instante de apresentar o visual, bastará dobrar sobre o cavalete a folha que o está protegendo.

Se pretender utilizar visuais preparados com antecedência e produzir outros durante a apresentação, use dois flip charts, um para cada atividade.

Depois que fizer uso de todos os dados do visual, antes de mudar de assunto, vire a folha sobre o cavalete se ela distrair a atenção dos ouvintes.

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Se entre um visual e outro você for discorrer sobre informações que não necessitem da ajuda deles, deixe uma folha em branco separando-os, afim de não desviar atenção dos ouvintes para as mensagens já transmitidas ou para as que ainda serão apresentadas.

Escreva sempre com letras grandes e fortes de modo que todas as pessoas da sala possam ler.

Se o ambiente for amplo e você tiver apenas o flip chart com recurso visual, sendo possível, use dois, uma ao lado do outro, assim as letras e os desenhos podem ser aumentados, ampliando a sua visualização.

Se for reutilizar um visual na mesma apresentação, talvez seja preferível fazê-lo duas ou mais vezes a retroceder as folhas viradas para encontrá-lo.

Sempre teste com antecedência os pincéis para certificar-se de que não estão secos. Destaque as informações importantes com pincéis de cores diferentes. Entretanto, só use o vermelho diante de grupos bem pequenos por causa da sua fraca visibilidade em cartazes.

Posicione-se junto ao flip chart de modo a não precisar passar na frente do visual para escrever: se for destro, fique com a mão esquerda ao lado do cavalete, se for canhoto, a que deverá estar ao lado dele é a direita.

Escolha folhas grossas para que a tinta do pincel não vaze para a de baixo. Se ocorrer vazamento, vire duas folhas de cada vez. Marcas e borrões de tinta além de desviarem a atenção, passam a idéia de falta de profissionalismo.

Outras recomendações dadas para o uso do quadro de giz e do quadro branco se aplicam ao flip chart.

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BIBLIOGRAFIA

Manual do “Curso de Oratória” da Nova Acrópole. Brasília: 1997

FURINI, Isabel Florinda. Práticas de Oratória. São Paulo: IBRASA, 1992

MARIANO, Olto. Manual do curso “Fale em Público”. 25 ed. 1995

POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente e sem inibições. 46 ed. São Paulo: Saraiva, 1996

____________ . Gestos e posturas para falar melhor. 17 ed. São Paulo; Saraiva, 1995

____________ . Vença o medo de falar em público. 3 ed. São Paulo; Saraiva, 1996

____________ . Como preparar boas palestras e apresentações. 2 ed. São Paulo; Saraiva, 1995

____________ . Recursos audiovisuais nas apresentações de sucesso. 2 ed. São Paulo; Saraiva, 1995

____________. Como falar de improviso e outras técnicas de apresentação. 3 ed. São Paulo; Saraiva, 1996

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