CURSO DE ADMINISTRAÇÃO · av. prof. mário werneck, 1685 - estoril - cep: 30455-610 bh/mg...

29
Av. Prof. Mário Werneck, 1685 - Estoril - CEP: 30455-610 BH/MG (31)3319.9500 O IMPACTO DAS EMOÇÕES NA VIDA FINANCEIRA: UMA ANÁLISE COM ESTUDANTES DE ESCOLAS DE MATURIDADE E ADMINISTRAÇÃO Claudio Henrique de Lelis 1 Cristina Dorneles Mendes 2 Wendel Alex Castro Silva 3 RESUMO O estudo constituiu-se em analisar os impactos das emoções na vida financeira dos estudantes de administração e dos estudantes das escolas de maturidade. Foi realizada uma pesquisa de campo, cujos dados foram coletados por meio de um questionário com escala de Likert. Para compreender como as emoções impactam na vida financeira utilizou-se a abordagem conceitual de Klontz e Klontz. A análise dos dados obtidos permitiu observar que ambos os grupos entrevistados não possuem predisposição a concordarem com os itens relacionados ao distúrbio de rejeição ao dinheiro. Já os estudantes das escolas de maturidade possuem maior propensão a concordar com as questões que estão relacionadas ao distúrbio de adoração ao dinheiro e aos distúrbios relacionais. Infere-se que os grupos pesquisados possuem opiniões divergentes em relação ao tema além de demonstrar que as emoções tem maior impacto na vida financeira dos estudantes das escolas de maturidade. Este resultado corrobora as pesquisas de Klontz e Klontz que afirmam que as emoções podem influenciar na vida financeira das pessoas. PALAVRAS-CHAVE: Impacto das emoções; Distúrbios Financeiros; Educação Financeira; Finanças Pessoais. 1. INTRODUÇÃO Durante a década de 1980 a 1990 o Brasil vivenciou a insegurança na economia devido ao processo inflacionário. As famílias eram obrigadas a utilizar todos os recursos em 1 Graduando em Administração de Empresas do Centro Universitário UNIBH [email protected] 2 Graduanda em Administração de Empresas do Centro Universitário UNIBH [email protected] 3 Professor Orientador Doutor em Administração [email protected]

Transcript of CURSO DE ADMINISTRAÇÃO · av. prof. mário werneck, 1685 - estoril - cep: 30455-610 bh/mg...

Av. Prof. Mário Werneck, 1685 - Estoril - CEP: 30455-610 BH/MG

(31)3319.9500

O IMPACTO DAS EMOÇÕES NA VIDA FINANCEIRA: UMA ANÁLISE

COM ESTUDANTES DE ESCOLAS DE MATURIDADE E

ADMINISTRAÇÃO

Claudio Henrique de Lelis1

Cristina Dorneles Mendes2

Wendel Alex Castro Silva3

RESUMO

O estudo constituiu-se em analisar os impactos das emoções na vida financeira dos estudantes

de administração e dos estudantes das escolas de maturidade. Foi realizada uma pesquisa de

campo, cujos dados foram coletados por meio de um questionário com escala de Likert. Para

compreender como as emoções impactam na vida financeira utilizou-se a abordagem

conceitual de Klontz e Klontz. A análise dos dados obtidos permitiu observar que ambos os

grupos entrevistados não possuem predisposição a concordarem com os itens relacionados ao

distúrbio de rejeição ao dinheiro. Já os estudantes das escolas de maturidade possuem maior

propensão a concordar com as questões que estão relacionadas ao distúrbio de adoração ao

dinheiro e aos distúrbios relacionais. Infere-se que os grupos pesquisados possuem opiniões

divergentes em relação ao tema além de demonstrar que as emoções tem maior impacto na

vida financeira dos estudantes das escolas de maturidade. Este resultado corrobora as

pesquisas de Klontz e Klontz que afirmam que as emoções podem influenciar na vida

financeira das pessoas.

PALAVRAS-CHAVE: Impacto das emoções; Distúrbios Financeiros; Educação Financeira;

Finanças Pessoais.

1. INTRODUÇÃO

Durante a década de 1980 a 1990 o Brasil vivenciou a insegurança na economia devido ao

processo inflacionário. As famílias eram obrigadas a utilizar todos os recursos em

1 Graduando em Administração de Empresas do Centro Universitário UNIBH – [email protected]

2 Graduanda em Administração de Empresas do Centro Universitário UNIBH – [email protected]

3 Professor Orientador – Doutor em Administração – [email protected]

2

consequência do constante aumento dos preços. Tanto os hábitos de compra como a forma de

gerir o dinheiro eram diferentes, devido à instabilidade econômica.

A partir do Plano Real houve uma mudança significativa nesses hábitos devido ao processo

de estabilização da economia. Deste modo houve maior abertura de crédito, além da redução

das taxas de juros o qual permitiu aos consumidores maior planejamento frente as suas

escolhas. Diante deste cenário, o público escolhido para realização da pesquisa foi, os

estudantes das escolas de maturidade e os estudantes de administração. Estes estudantes

presenciaram fases diferentes da economia do país, o que pode provocar hábitos financeiros

diferentes em cada um dos grupos.

Neste contexto, a educação financeira passou a ser um elemento fundamental para a

administração de recursos financeiros. O tema educação financeira tem sido utilizado como

um processo de interpretação de números e transformação de informações que auxiliam na

tomada de decisão financeira (BCB, 2015).

No entanto, há de se ressaltar que não basta apenas o individuo ter uma boa educação

financeira, ele tem que estar preparado para enfrentar não somente as constantes mudanças do

mercado, mas também outros aspectos que podem influenciar diretamente na hora de tomar

uma decisão. Esses aspectos estão relacionados aos distúrbios financeiros, que segundo

Klontz e Klontz (2011) podem ser divididos em três categorias: rejeição ao dinheiro,

distúrbios relacionais e adoração ao dinheiro.

Estes distúrbios prejudicam tanto a vida emocional quanto a financeira, e na maioria das vezes

estão vinculados aos relacionamentos interpessoais e às emoções envolvidas nestes

relacionamentos. A partir deste momento, neste estudo surge o seguinte questionamento: Qual

o impacto das emoções na vida financeira?

O objetivo geral do presente trabalho é analisar o impacto a partir da abordagem conceitual de

Klontz e Klontz (2011), a fim de compreender como as emoções influenciam os estudantes de

administração e os estudantes das escolas de maturidade, diante de uma crise como a que

3

ocorreu no ano de 2008 nos Estados Unidos, do crescimento econômico ocorrido nos últimos

anos no Brasil e dos recentes problemas políticos que afetam a vida financeira das pessoas.

Para atingir o objetivo deste estudo foram elaboradas algumas etapas: (1) Verificações que

requerem conhecimentos em conceitos bibliográficos; (2) pesquisa de campo, com o intuito

de compreender como os estudantes de administração e estudantes das escolas de maturidade,

se posicionam em relação à determinada situação; (3) comparar o posicionamento de ambos

os grupos.

Diante disto espera-se que este estudo contribua de forma positiva para a sociedade, uma vez

que as finanças pessoais para muitas famílias às vezes é um assunto sigiloso e muito

complexo, a ponto de ser um tabu. Já no âmbito acadêmico pretende-se que este estudo

contribua para a compreensão da emoção em detrimento da vida financeira e difundir o tema

para pesquisas futuras.

Salienta-se ainda que esta pesquisa torna-se importante devido ao fato dos consumidores

almejarem cada vez mais produtos e serviços de qualidade por um preço justo. A partir do

discernimento do planejamento e percepção dos estudantes em relação ao dinheiro, é possível

pressupor como reagem diante das variáveis externas e relacionam finanças pessoais às suas

emoções.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 FINANÇAS PESSOAIS E EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Desde a infância as pessoas passam a lidar com uma série de situações relacionadas ao

dinheiro. De acordo com o Banco Central do Brasil (2015) para ter um melhor

aproveitamento dos recursos financeiro é essencial saber utilizá-lo da forma mais favorável

possível, ainda ressalta que o aprendizado e a utilização de conhecimentos práticos

relacionados à educação financeira podem auxiliar no controle das finanças pessoais.

4

Recente pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (2015) revelou que o

principal problema para um bom planejamento financeiro dos orçamentos pessoais é a falta de

disciplina, que está relacionada ao não controle sistemático de seu orçamento financeiro

pessoal, por meio de planilhas ou caderno de anotações, ao consumo sem planejamento, entre

outros. De acordo com esse estudo, quatro em cada dez consumidores não se consideram

pessoas financeiramente organizadas. A pesquisa ainda comprova que não é comum entre os

brasileiros o hábito de administrar as finanças pessoais.

De acordo com Seiglie (1996) citado por Halfeld (2001) os indivíduos que conseguem

dominar os instintos naturais demonstram mais responsabilidade. Do ponto de vista

financeiro, é o mesmo que dizer que estes possuem autoconfiança na gestão do seu dinheiro.

Halfeld (2001) ressalta que o controle das finanças pessoais é muito importante para qualquer

indivíduo e para qualquer nação que deseja se livrar da pobreza. Saber investir os recursos é

essencial tanto para o indivíduo quanto para a Economia de um país. Afirma ainda que, o

maior desafio para se obter o controle financeiro pessoal está na dor ou nos impactos nas

emoções que é sentida instantaneamente quando se renuncia a um consumo imediato, na

esperança de ser recompensado num futuro ainda muito distante.

De acordo com Cherobim e Espejo (2010) finanças pessoais é a ciência que estuda como os

conceitos financeiros são aplicados nas decisões financeiras de uma pessoa ou família,

considerando sua fase de vida e os eventos relacionados a cada indivíduo, para auxiliar no

planejamento financeiro. Frankenberg (1999) afirma que para se ter um bom planejamento

financeiro é necessário “estabelecer e seguir uma estratégia que permita acumular bens e

valores que formaram o patrimônio de uma pessoa ou família” e passa ainda por uma fase

identificada como sendo de conscientização.

Frankenberg (2012) afirma ainda que a atitude perante a vida e o dinheiro possui alto grau de

dependência da herança genética que o indivíduo recebe, além dos fatores preponderantes

existentes para alcançar o chamado “sucesso financeiro”.

5

Em contra partida, Foulks e Graci, (1989) citado por Lizote et al. (2012) argumenta que

finanças pessoais tem como objetivo a transmissão dos conceitos financeiros a um indivíduo

para que ele aplique estes conhecimentos nos processos de tomada de decisão, mantendo um

comportamento equilibrado de seus orçamentos perante o mercado financeiro.

Ao abordar este assunto, Ferreira (2006) enfatiza que, para organizar as finanças pessoais e ter

um bom planejamento financeiro é preciso determinar os objetivos e detalhar os planos

necessários para atingi-los da melhor maneira possível.

Por sua vez, Burigo (2011) chama a atenção para a importância da criação de valores,

objetivos e prioridades para o desenvolvimento do planejamento financeiro pessoal. Desta

forma um planejamento financeiro adequado irá auxiliar na identificação e destino do

dinheiro, possibilitando a formação de uma reserva com redução de gastos.

Para Monteiro (2012, p.2) citado por Lucena e Marinho (2013) finanças pessoais é tudo

aquilo que está relacionado à gestão do próprio dinheiro, passando pela organização de

contas, administração das receitas, das aplicações financeiras, previsão de rendimentos e

priorização de investimentos. Refere-se ainda ao planejamento da renda pessoal, qual a

quantia que deve ser utilizada para as despesas gerais, a parcela que deve ser utilizada para as

eventualidades em momentos de crise, como também os investimentos que podem ser

realizados a fim de obter rentabilidade e alcançar sonhos materiais.

Para compreender com maior propriedade o planejamento das finanças pessoais é

imprescindível ter uma clara definição de educação financeira. Mediante isto, a Associação de

Educação Financeira do Brasil (2010) esclarece que a aplicação de conhecimentos financeiros

é de suma importância para que as pessoas possam gerir sua renda, poupar, investir e garantir

uma condição financeira tranquila, ainda ressalta que sua relevância cresce cada vez mais

devido ao desenvolvimento econômico, abertura de novos mercados e com mudanças

politicas. Por outro lado, o BCB conceitua educação financeira como:

[...] processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua

compreensão dos conceitos e produtos financeiros. Com informação, formação e

orientação claras, as pessoas adquirem os valores e as competências necessárias para

se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos a elas associados e, então,

6

façam escolhas bem embasadas, saibam onde procurar ajuda e adotem outras ações

que melhorem o seu bem-estar. Assim, a Educação Financeira é um processo que

contribui de modo consistente, para a formação de indivíduos e sociedades

responsáveis, comprometidos com o futuro. (BCB, 2015).

De acordo com Toledo (2012) quando um individuo não é educado financeiramente acaba a

gerando gastos que superam suas receitas, com isto ele tem dois caminhos a seguir: aumentar

seus ganhos ou reduzir seus gastos. No entanto, conforme o autor, para que uma pessoa

consiga trilhar este caminho é necessário observar dois pontos importantes: ter disciplina e

conhecimento na gestão das finanças pessoais.

O autor observa que a união destes fatores evitará gastos desnecessários sem análise prévia e

facilitará o controle dos gastos, a fim de formar uma poupança que permitirá novos

investimentos de maneira consciente e eficaz. Há de ressaltar que educar-se financeiramente

possibilita uma autonomia e confiança para gerir suas finanças e ainda prepara para novas

oportunidades oferecidas pelo mercado. (TOLEDO, 2012).

Segundo Goddi at. al. (2004) o entendimento do campo das finanças poderá beneficiar muitas

pessoas, permitindo tomar melhores decisões. Em contra partida Martins (2004) expõe que a

pouca relevância atribuída a este assunto nas escolas e faculdades levam a consequências

perversas, fazendo com que a maior parte das pessoas ao chegarem à fase adulta continuam

ignorando este assunto e seguem sem instrução ou habilidades para gerir de forma eficiente

seu dinheiro.

Tyson (1997) citado por Halfeld (2001), buscou relacionar as questões financeiras ao ciclo de

vida do individuo. Assim, ele afirma que pessoas na maturidade carecem de recursos

financeiros disponíveis para subsidiar sua aposentadoria e eventuais problemas de saúde.

Portanto, elas não podem manter grandes proporções de seus ativos correndo riscos no

mercado de ações, ou no mercado de imóveis, ou presos em negócio próprio.

O autor cita ainda que estudantes jovens não necessitam e nem devem permanecer com muito

dinheiro disponível. Eles podem começar um consumo demasiado, dificultando o controle das

finanças pessoais. Por outro lado possuem bastante tempo para enfrentar um eventual período

de crise e se recuperarem, diferentemente dos Estudantes das Escolas de Maturidade.

7

Com uma percepção mais crítica, Wills (2009) citado por Augustinis et al. (2012) defende

outro ponto de vista, para ele a educação financeira irá validar e fundamentar processos de

tomada de decisão relativos à questões financeiras, o que não é suficiente. O autor, ainda

afirma que, esta falta ocorre por existir fatores emocionais que interferem diretamente no

comportamento das pessoas em relação às finanças e não é possível separá-lo pela educação.

Além disso, existe uma visão otimista recorrente acerca de consumidores educados

financeiramente transformados em atores responsáveis, empoderados, motivados e

competentes por meio da educação financeira.

2.2 EMOÇÕES

Segundo Myers (1999) a emoção acrescenta animação na vida de todas as espécies, e com

maior frequência os seres humanos parecem ser mais emotivos, pois, expressam

constantemente sentimentos como raiva, medo, tristeza, alegria e amor.

Para Davidoff (2001) as emoções nascem de componentes subjetivos, fisiológicos e

comportamentais.

Para o autor os componentes subjetivos são sentimentos e pensamentos que os seres humanos

mais vivem. Ainda ressalta que, componentes fisiológicos são respostas fisiológicas

associadas às emoções que irá proporcionar energia para que os indivíduos atendam a suas

emergências. Portanto imagina-se que situações que evocam dor, raiva ou medo produza

mudanças corporais especificas que possibilite os organismos a enfrentar os desafios. Já os

fatores comportamentais no decorrer das respostas emocionais, incluem expressões faciais,

gestos e ações.

Diferente de Davidoff, Myers (1999) diz que as emoções são uma mistura de excitação

fisiológica, comportamentos expressivos e experiências conscientes, ou seja, um fato depende

do outro para que a pessoa chegue ao ápice emocional. Ele ainda destaca que os ingredientes

8

da emoção não são apenas a excitação fisiológica e o comportamento expressivo, mas

também a experiência consciente.

Por sua vez, Frijda (2000) citado por Mayer e Avila (2010) diz que as emoções têm várias

fontes e origens. Conceitualmente, emoção é um fenômeno que inclui: sentimentos, mudanças

no comportamento e nos pensamentos, comportamentos impulsivos e involuntários, a

emergência ou a tenacidade de crenças, mudanças no relacionamento com o ambiente e

mudanças psicológicas não causadas por condições físicas. O autor ainda ressalta que todos

estes fenômenos geralmente acontecem devido a eventos4 que ocorram externamente ao

individuo, seja por ação da própria pessoa ou até mesmo por pensamentos.

O autor ainda ressalta que, para surgir a emoção é necessário existir algum evento que crie um

processo a fim de transformá-lo em evento avaliado. Tal processo é chamado de apraisal, ou

seja, avaliação. Esta avaliação é o resultado de um estímulo ou de um julgamento cognitivo

do significado do evento.

Já Lazarus (1991) citado por Mayer e Avila (2010) propõem que emoções são “resultados de

avaliações cognitivas de um evento em termos do significado do evento para o bem estar do

indivíduo (avaliação primária) e em termos do potencial de enfrentamento da situação

considerada pelo individuo (avaliação secundária)”.

Para Davidoff (2001) as emoções surgem por meio de reações determinadas por algumas

situações que irá despertar respostas periféricas por meio de atividades autonômicas como:

suor, coração disparado, respiração ofegante entre outros. O autor ainda ressalta que as

respostas periféricas são distintas para cada emoção, de modo que existe diferença nos

padrões característicos de uma emoção.

Na perspectiva biológica de acordo com Damásio (2000) as emoções possuem duas funções.

A primeira ocasiona uma reação específica para a situação indutora e a segunda função é de

Homeostase, que regula o estado interno do organismo, obtendo uma reação específica. Ou

4 Evento: Acontecimento ou eventualidade

9

seja, as emoções são as formas que a natureza encontrou para proporcionar aos organismos

reações rápidas e eficazes orientados para a sua sobrevivência.

Por sua vez Newen (2009) diz que as emoções cumprem funções importantes. Dentre elas o

autor cita quatro: prepara e motiva para as ações, possibilita o individuo avaliar os estímulos

do ambiente de maneira rápida, contribuem para o controle das relações sociais e são

maneiras de se expressar que indica aos outros as próprias intenções.

A percepção biológica defendida por Maturana (2004) está relacionada a um “domínio ao

domínio de ações em que um ser animal se move; às ações possíveis do outro, seja ele um

animal ou uma pessoa”. Diante de tal afirmativa o autor esclarece que não existe uma ação

humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torne possível.

Klontz e Klontz (2011) afirmam que as experiências emocionais intensas relacionadas ao

dinheiro, moldam os preceitos financeiros – ou padrões de raciocínio e comportamento – que

determina – se para o indivíduo.

2.3 DISTÚRBIOS FINANCEIROS

Estudos específicos da psicanálise contribuem com referências ao tema do dinheiro, como a

seção dedicada à “loucura do dinheiro – dinheiro e saúde mental” em Furnham e Argyle

(1998), que citam teorias desenvolvidas por Freud (1908), Ferenczi (1926) e Fenichet (1947)

sustentadas por trabalho empírico (Beloff, 1957; Grygier, 1961; Kline, 1967, 1971; Goldberg

e Lewis, 1978; Howart, 1980, 1982; Fornan, 1987; O’ Neill et. al., 1992 e outros), citados por

Ferreira (2007).

De acordo com Mauro Halfeld (2001) dinheiro é um meio de trocas que foi muito importante

para o desenvolvimento de nossa sociedade. A obtenção do dinheiro, para muitos de nós

torna-se um processo que resulta em grandes conflitos. Alguns indivíduos acreditam que tudo

será solucionado se ficarem ricos. Outras, em contradição, tratam o dinheiro com desprezo ou

como algo menor.

10

Os distúrbios financeiros, de acordo com Klontz e Klontz (2011, p.125) “são padrões

persistentes, previsíveis e frequentemente rígidos de comportamentos autodestrutivos

relacionados ao dinheiro”. Estes padrões trazem estresse, ansiedade, sofrimento e

incapacidade a áreas importantes da vida. As pessoas que estão sujeitas aos distúrbios

financeiros, mesmo que estes provoquem caos e tristeza, parece não conseguir se livrar de

conceitos falhos ou transformar seu comportamento prejudicial.

Afirmam ainda que, a combinação entre o desequilíbrio familiar, as dificuldades emocionais,

a frustração nas estratégias para solução, as experiências de infância profundamente dolorosas

ou – com muita frequência – originam os distúrbios financeiros. Os sintomas destes distúrbios

estão associados a temas não resolvidos devido a um passado difícil.

Klontz e Klontz (2011) consideram que os distúrbios financeiros podem incluir sintomas

como: ansiedade, preocupação ou desespero sobre situação financeira; ausência de

economias; excesso de dívidas; falência, empréstimos pendentes, ou ambos; conflito sobre

dinheiro com familiares, amigos ou colegas de trabalho e incapacidade de manter as

mudanças nos comportamentos financeiros.

Os autores ainda indicam que até mesmo os comportamentos financeiros mais irracionais

fazem sentido quando se descobre os preceitos financeiros subjacentes e o contexto no qual

nasceram. Quando esses comportamentos problemáticos tornam-se rotineiros, podem surgir

problemas significantes nos relacionamentos, no trabalho, na saúde psicológica, e no bem-

estar geral e financeiro.

Klontz e Klontz (2011) enfatizam que os distúrbios entrelaçados aos relacionamentos podem

ser descritos como mostra o quadro a seguir:

Quadro 1 – Resumo dos principais distúrbios financeiros

Rejeição ao Dinheiro Negação Financeira;

Rejeição Financeira;

Gastando Menos;

Excessiva Aversão ao Risco.

Adoração ao Dinheiro Acumulação Compulsiva;

11

Correndo Riscos Irracionais;

Jogo Patológico;

Viciados em trabalho;

Excesso de gastos;

Comprador compulsivo;

Distúrbios Relacionais Infidelidade Financeira

Incesto Financeiro

Facilitação Financeira

Dependência Financeira

Fonte: Klontz e Klontz (2011)

2.3.1 Distúrbio de Rejeição ao Dinheiro

De acordo com Klontz e Klontz (2011), este distúrbio envolve uma sistemática fuga ou

rejeição ao dinheiro. O autor explica que este tipo de distúrbio nasce de situações em que as

pessoas equiparam o dinheiro a algum acontecimento que lhe tenha ocasionado uma emoção

negativa. Em outras palavras, elas carregam consigo uma convicção de que o dinheiro é algo

ruim.

O autor ainda esclarece, que o dinheiro pode se tornar um vilão, quando estimula o medo e a

ansiedade das pessoas. Tal fato pode fazer com que elas, ao invés de lutar contra o problema,

procurem fugir dele.

Klontz e Klontz (2011) destaca que nesta categoria de distúrbios possuem: negação e rejeição

financeira, contenção exagerada de gastos e aversão excessiva ao risco.

Para os autores, a negação financeira é uma maneira clássica de defesa, utilizada para

diminuir a ansiedade e a vergonha que as pessoas enfrentam em relação aos problemas

financeiros. Por conseguinte, isto acontece quando o individuo tenta o máximo possível não

pensar em seus problemas financeiros. Normalmente, estas pessoas vivem a angústia de

examinar extratos bancários, faturas de cartão de crédito e falar com seus parceiros sobre

dinheiro.

12

Em relação à negação financeira os autores dizem que, este distúrbio acontece quando as

pessoas passam por algumas experiências emocionais intensas ou inesperadas, ligadas ao

dinheiro, o qual ocasionou algum efeito negativo em suas vidas.

Quando se fala no distúrbio gastando menos, os autores asseguram que, a economia levada ao

extremo pode levar à “pobreza emocional”, que está relacionada ao fato das pessoas

guardarem muitas economias e se recusarem a usar e desfrutar do que possuem. Isto acontece

pelo fato destes indivíduos possuírem sentimentos subconscientes irracionais de medo e

ansiedade, um senso de culpa ou de não merecimento de boa sorte. Já o distúrbio de excessiva

aversão ao risco, é o fato da pessoa ter uma relutância em assumir qualquer tipo de risco com

o dinheiro.

2.3.2 Adoração ao Dinheiro

Neste distúrbio as pessoas concedem ao dinheiro uma significância desproporcional. Logo, a

vida destas pessoas baseia-se em ganhá-lo, poupá-lo e por fim gastá-lo. Acreditam na

proposição de que o dinheiro se associa à segurança e/ou à felicidade. Klontz e Klontz (2011)

relacionam este distúrbio com: acumulação compulsiva, correr riscos irracionais, jogo

patológico, viciados em trabalho, excesso de gastos e comprador compulsivo.

O ato de acumular excessivamente é uma característica do distúrbio de acumulação

compulsiva. Klontz e Klontz (2011) dizem que, as pessoas com este distúrbio não se

contentam apenas em comprar ou gastar, elas precisam acumular coisas para se sentirem

seguras e aliviadas.

Já correr riscos irracionais, para os autores significa colocar o bem estar financeiro de outras

pessoas sobre risco desnecessário, a fim de alcançar ganhos incertos. Citam ainda que jogo

patológico é o risco associado a jogos. Neste caso as pessoas que sofrem com este distúrbio

necessitam jogar para se sentirem melhor ou escapar dos problemas.

13

Ainda nesta categoria de distúrbios, os autores descrevem sobre os viciados em trabalho. Este

distúrbio está relacionado a pessoas que acreditam que mais dinheiro lhe tornará mais feliz e

provará o seu valor. Diante disto estas se tornam viciadas em trabalho, ficam tão imersas que

se esquecem da família, filhos, lazer, entre outros.

No que diz respeito ao excesso de gastos, este está associado ao fato dos gastadores ao

procurar por sentimentos de segurança, conforto, admiração e plenitude, acabam gastando de

maneira excessiva consigo e com os outros. E por fim os autores falam do distúrbio do

comprador compulsivo, que é a prática de comprar em excesso, como forma de preencher um

sentimento de vazio ou uma fuga temporária dos problemas.

2.3.3 Distúrbios Relacionais

Klontz e Klontz (2011) relatam que neste distúrbio em geral as pessoas provocam dano na

vida emocional e financeira na própria vida e na vida de outras pessoas, devido seu

comportamento perturbado. Este distúrbio está atrelado aos relacionamentos e as emoções que

o envolve. Os distúrbios nesta categoria são: infidelidade, incesto, facilitação e dependência

financeira.

Os autores esclarecem que a infidelidade leva em consideração nossa complexa relação com o

dinheiro, não é surpreendente o fato de muitos casais evitarem conversar sobre este assunto. O

tema dinheiro possui uma grande carga emocional e o sigilo ou a desonestidade a ele

relacionado pode se transformar num distúrbio chamado de infidelidade financeira.

A expressão usada para descrever o uso do dinheiro para controle ou manipulação de uma

criança e para satisfazer alguma necessidade de um adulto é denominado incesto financeiro.

Este distúrbio surge quando um dos pais não consegue distinguir de maneira adequada as suas

necessidades e as necessidades da criança.

Klontz e Klontz (2011) afirmam que a facilitação financeira esta relacionada a uma

necessidade irracional de dar dinheiro aos outros, independente das condições financeiras que

14

o facilitador se encontra no momento. Envolve também a dificuldade de dizer não a

solicitações de dinheiro e talvez sacrificar o bem estar financeiro pelo bem ao próximo.

Os autores consideram que a dependência financeira ocorre porque muitas pessoas preferem

permanecer dependente financeiramente de outras, para que estas as impeçam de assumir sua

própria educação, preparo e planejamento financeiro. O facilitador financeiro e o dependente

financeiro caminham juntos. A dependência extrapola a ambição e o senso de autonomia das

pessoas e fazem com que se sintam perdidas e sem esperança.

3. METODOLOGIA

A pesquisa realizada possui uma abordagem quantitativa, que de acordo com Michel (2009)

este tipo de pesquisa, quantifica e percentualiza opiniões, submetendo seus resultados a uma

análise crítica. A abordagem utilizada na pesquisa possibilitou levantar a percepção dos

estudantes a respeito do impacto das emoções na vida financeira. Os dados alcançados, foram

quantificados por meio de testes estatísticos, o que permitiu aos autores associar as respostas a

um determinado comportamento.

Em relação aos objetivos, o tipo de pesquisa utilizada foi a descritiva que, segundo Gil (1994,

pag.46) assim a define: “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição

das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de

relações entre variáveis.” A presente pesquisa verificou a variável emoção e sua relação com a

vida financeira de estudantes do curso de administração e das escolas de maturidade.

Em função da natureza da pesquisa, ela é considerada básica, pois de acordo com Michel

(2009) a mesma não tem o propósito de ser aplicada imediatamente, ela é generalista e

voltada para a descoberta de fenômenos naturais e físicos, ou seja, seu propósito é unicamente

a geração de novos conhecimentos e desvendar características básicas dos fenômenos. De fato

esta é a perspectiva deste estudo, pois tem como objetivo contribuir para novas pesquisas

relacionadas ao tema, vida financeira e emoção, assunto este pouco difundido entre os

estudiosos.

15

Quanto aos procedimentos, utilizou-se a pesquisa de campo e o survey. A pesquisa de campo

segundo Michel (2009) trata-se da coleta de dados do ambiente natural, com o objetivo de

observar, criticar a vida real, com base em teoria para verificar como a teoria estudada se

comporta na prática.

Michel (2009) define o survey como o método que utiliza escalas de medidas, muito usado na

pesquisa quantitativa, cujo propósito é medir e quantificar opiniões e atitudes. O survey

contempla apenas uma amostra da população. Este método de pesquisa pretende medir,

através de uma amostra menor definida, a opinião de uma população também definida de

pessoas. O survey adotado foi o cross section, relevante para este estudo uma vez que se

pretende medir a opinião de uma população por meio de uma amostra definida.

Quanto a unidade de análise a população escolhida foi, estudantes das escolas de maturidade

de Belo Horizonte e estudantes do curso de administração dos Centros Universitários de Belo

Horizonte. A pesquisa foi aplicada para uma amostra de 122 alunos do 1º ao 8° período do

curso de administração e para 109 alunos das escolas de maturidade localizadas em Belo

Horizonte, sendo que a população dos estudantes de administração corresponde a 650 alunos

e a população das escolas de maturidade corresponde a 550 alunos. A amostra utilizada foi a

não probabilística e aleatória em relação aos sujeitos, pois permite que todas as unidades

tenham as mesmas chances de serem escolhidas. Em relação ao ambiente foram escolhidos

devido à acessibilidade.

A técnica utilizada na pesquisa de campo foi a observação direta a partir de dados primários,

que para Michel (2009) compreende o questionário, o formulário e o questionário que utiliza

escalas de medida, para medir opinião, atitudes e técnicas mercadológicas. Utilizou-se ainda

um questionário com escalas como instrumento de coleta de dados. Esse tipo de questionário

é composto por afirmações, proposições, juízos de valor, seguidos de uma escala ascendente

de opiniões a respeito daquela proposição, na qual os estudantes se posicionaram.

O questionário (ver apêndice) é composto também por uma escala nominal, com três

perguntas referentes a dados sociodemográficos e uma escala ordinal, composta por vinte e

16

cinco afirmações relacionadas aos distúrbios financeiros. A escala de Likert foi utilizada no

questionário, composta por cinco itens ascendentes que variam de “discordo totalmente” a

“concordo totalmente”. A aplicação desse questionário foi realizada no período de agosto a

setembro de 2015.

A análise de dados de acordo com Gil (1994) tem como objetivo, organizar e sintetizar os

dados de forma que possibilite o fornecimento de respostas ao problema proposto para

investigação. O tipo de análise utilizada foi a Análise de Correspondência, que é uma técnica

multivariada para análise exploratória de dados categorizados, ideal para utilização em escalas

ordinais. Os dados coletados foram armazenados em uma base de dados adequadamente

preparada para seu devido tratamento e, em seguida, foram submetidos à utilização do

programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.

Segundo Goode e Hatt (1969 p. 75) hipótese “é uma proposição que pode ser colocada à

prova para determinar sua validade”. Utilizou-se referências empíricas, que segundo o autor,

envolve conceitos que podem ser verificados pela observação.

A hipótese da pesquisa estabelece relações entre os construtos teóricos e os grupos, sendo: H0

não há diferenças e H1 existem diferenças entre os grupos pesquisados, em relação aos

distúrbios financeiros. Todas as afirmativas correspondentes aos distúrbios foram analisadas a

partir do teste T, a fim de verificar a concordância ou não dos grupos.

4. DADOS E ANÁLISE DA PESQUISA

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

De acordo com os dados da tabela 1, percebe-se que 53% dos pesquisados correspondem a

estudantes do curso de administração e 47% a estudantes das escolas de maturidade. Dentre os

respondentes, 60% pertencem ao sexo feminino.

Tabela 1 - Distribuição entre Estudantes de Administração e Estudantes das Escolas de Maturidade.

Público Frequência Percentual

Estudantes de Adm. 122 52,81

17

Estudantes de Escolas de Maturidade 109 47,19

Total 231 100,0 Fonte: Dados da Pesquisa (2015)

A tabela 2 identifica o grau de escolaridade dos entrevistados e aponta que 55% possui ensino

superior incompleto. Ao adicionar ao resultado 25%, referente aos que possuem apenas o

ensino fundamental, o percentual é elevado para 80% das pessoas pesquisadas.

Tabela 2 - Distribuição dos entrevistados segundo a escolaridade.

Fonte: Dados da Pesquisa (2015)

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS LATENTES

Este tipo de caracterização descreve as respostas que foram obtidas para cada uma das

afirmações utilizadas na avaliação das variáveis do impacto das emoções na vida financeira, e

tem como finalidade definir a percepção geral dos estudantes sobre cada uma das questões

estudadas.

Para realizar a avaliação foi utilizada a média obtida em cada uma das questões, com 95% de

confiança (IC 95%), a fim de definir a tendência geral de resposta do grupo pesquisado com a

margem de erro especifica.

Com o objetivo de verificar a concordância dos grupos em relação às afirmativas, utilizou-se

como base, médias com valores acima de 3. Em relação a grande variabilidade das respostas

dentro de um mesmo grupo adotou–se como referência o desvio padrão acima de 1. Com o

intuito de aferir estatisticamente se existe ou não diferenças entre os grupos empregou-se o

p≤0,05 para confirmar a hipótese.

4.2.1 Avaliação de Rejeição ao dinheiro

Escolaridade Frequência Percentual Percentual Ac.

Ensino Fundamental 57 24,68 24,68

Ensino Médio 34 14,72 39,39

Ensino Superior Incompleto 127 54,98 94,37

Ensino Superior Completo 8 3,46 97,84

Pós- graduação 5 2,16 100,00

Total 231 100,0 -

18

Este quesito avalia a composição dos itens em relação à rejeição ao dinheiro, para isto

elaborou-se a tabela 3.

Na questão em que compara o valor financeiro ao valor como pessoa, apenas os Estudantes de

Administração concordaram. Já em relação à afirmativa sobre preocupação com as finanças

pessoais, apenas os estudantes das escolas de maturidade estão de acordo. Nas questões

relativas à administração dos recursos, aplicações financeiras, dividas gerando estresse e mais

dinheiro como uma forma de se sentir mais feliz, ambos os grupos são favoráveis. Nas

demais afirmações houve discordância dos grupos.

Nas questões Q2, Q7, Q8, Q10 houve diferenças estatísticas a 0,01 de significância. Em

relação a Q6 ambos os grupos não concordaram com a afirmativa e teve diferenças estatísticas

a 0,05 de significância.

Tabela 3 – Rejeição ao dinheiro

Questões Estudantes de

Administração

Estudantes das Escolas

de Maturidade

Teste T

P(T<=t)

Q1- O dinheiro que não ganhei não é

realmente meu. Deus cuida dos “pardais”. Se

eles não precisam se preocupar, porque eu

deveria.

Q2- Você compromete o lazer, educação,

alimentação e outros, para economizar e ter

um padrão de vida modesta.

Q3- Você administra bem os seus recursos

para tirar o melhor proveito do que possui.

Q4- A família concordaria aplicar a sobra do

mês em poupança ou em outro investimento.

Q5- Desfrutar de uma herança ou seguro é o

mesmo que dizer que estou feliz pela morte

de alguém.

Q6- Você pode ter amor ou dinheiro, mas não

pode ter os dois.

Q7- Sua família presta pouca ou nenhuma

atenção as finanças pessoais.

Q8- Meu valor como pessoa é igual meu

valor financeiro.

Q9- Dívida gerando dívidas poderá contribuir

para um estresse financeiro.

Q10- As coisas seriam melhores se eu tivesse

mais dinheiro.

Média

2,34

1,72

3,89

3,86

1,54

1,50

2,39

3,02

4,42

4,19

DP

1,49

1,18

1,19

1,22

1,04

0,95

1,33

1,33

1,11

1,19

IC

0,27

0,21

0,21

0,22

0,19

0,17

0,24

0,23

0,20

0,21

Média

3,34

2,35

4,06

3,67

1,39

2,53

3,29

1,64

4,28

3,54

DP

1,71

1,74

1,40

1,56

1,08

1,72

1,70

1,38

1,50

1,69

IC 95%

0,32

0,33

0,27

0,30

0,20

0,33

0,32

0,26

0,28

0,32

0,19

0,00**

0,41

0,61

0,24

0,05***

0,01**

0,00**

0,70

0,00**

Fonte: Dados da Pesquisa (2015)

Legenda:

** 0,01 de significância *** 0,05 de significância *0,10 de significância

19

4.2.2 Avaliação do item distúrbios financeiros relacionais

Nesta seção criou-se a tabela 4 para demonstrar os distúrbios financeiros relacionais, a fim de

verificar a concordância entre os respondentes.

Por meio das médias obtidas houve concordância de ambos os grupos em relação à questão

que aborda a dependência financeira quando não se discute sobre dinheiro com os filhos e

nestas afirmativas houve diferenças estatísticas a 0,05 de significância.

Os estudantes das escolas de maturidade admitiram que o ato de utilizar o dinheiro como

mecanismo de controle pode ser uma prática comum na educação. Em todas as questões

houve uma variabilidade de resposta dentro do mesmo grupo.

Tabela 4 - Distúrbios Relacionais

Questões Estudantes de

administração

Estudantes das escolas

de maturidade

Teste T

P(T<=t)

Q11- Usar o dinheiro como mecanismo

de controle dos filhos pode ser

considerado uma prática comum na

educação.

Q12-Os pais podem criar uma

dependência financeira no momento que

não discutem o funcionamento do

dinheiro com os filhos.

Média

2,87

3,33

DP

1,32

1,41

IC

0,24

0,25

Média

3,10

3,71

DP

1,77

1,61

IC 95%

0,33

1,31

0,20

0,04***

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Legenda:

** 0,01 de significância *** 0,05 de significância *0,10 de significância

4.2.2 Avaliação da adoração ao dinheiro

Nesta seção, foram estudados os itens utilizados para mensurar a adoração ao dinheiro. Na

tabela 5, é possível verificar que nas questões sobre: dinheiro como uma forma de adquirir

mais dinheiro; a vida é curta viva um pouco; tenho que trabalhar para garantir que tenha

dinheiro e se eu não trabalhar pensarão que sou preguiçoso, ambos os grupos entrevistados

foram favoráveis a estas afirmativas.

20

Apenas os estudantes de administração consentiram que mais dinheiro e mais bens iriam

torná-los mais felizes e que se alguém tem que ganhar muito dinheiro que sejam eles. Os

estudantes das escolas de maturidade admitiram que não se deve confiar em ninguém no que

se refere a dinheiro; se continuar tentando seu dia chegará e que gastar com alguém é como

demonstrar amor.

Nas questões Q14, Q19, Q20 e Q24 houve divergências nas opiniões dos grupos, com

diferenças estatísticas a 0,01 de significância. No que diz respeito a Q15 e Q23 os pesquisados

discordam desta afirmativa, e teve diferenças estatísticas a 0,01 de significância. E em Q18

teve concordância dos grupos e estatisticamente teve diferenças a 0,01 de significância.

Em Q13 teve discordância entre os grupos com diferenças estatísticas a 0,05 de significância.

Nos quesitos Q17 e Q25 os grupos discordam da afirmativa e as médias tiveram diferenças

estatísticas a 0,05 de significância.

Tabela 5- Adoração ao dinheiro

Questões Estudantes de

administração

Estudantes das escolas de

maturidade

Teste T

P(T<=t)

Q13- Mais dinheiro/bens me farão mais

feliz.

Q14- Não se deve confiar em ninguém

no que se refere a dinheiro.

Q15- Nunca terei dinheiro o suficiente.

Q16- Dinheiro traz dinheiro

Q17- Ter segurança é chato.

Q18- A vida é curta: viva um pouco.

Q19- Se alguém tem que ganhar muito

dinheiro que seja eu.

Q20- Se eu continuar tentando meu dia

vai chegar.

Q21- Tenho que trabalhar para garantir

que tenha dinheiro.

Q22- Se eu não trabalhar muito, vão

pensar que sou um preguiçoso.

Q23- Nunca serei capaz de pagar pelas

coisas que realmente quero na vida.

Q24- Gastar com alguém é como

demonstrar amor.

Q25- O ato de comprar fora do

orçamento mensal previsto, omitir sobre

itens comprados com o marido ou

Média

3,33

2,98

2,06

3,61

1,66

3,52

4,35

2,68

4,34

3,61

1,76

2,65

2,59

DP

1,51

1,33

1,34

1,37

1,13

1,58

1,11

1,33

1,02

1,26

1,15

1,40

1,42

IC 95%

0,27

0,24

0,2

0,25

0,20

0,30

0,20

0,23

0,18

0,22

0,20

0,25

0,25

Média

2,83

4,18

2,75

3,63

2,05

4,13

2,94

3,59

4,39

3,47

2,23

3,11

2,94

DP

1,77

1,37

1,79

1,70

1,63

1,46

1,86

1,68

1,33

1,67

1,67

1,80

1,82

IC 95%

0,34

0,26

0,33

0,32

0,31

0,28

0,35

0,32

0,25

0,31

0,32

0,34

0,34

0,02***

0,00**

0,00**

0,75

0,02***

0,00**

0,00**

0,00**

0,50

0,48

0,01**

0,01**

0,05***

21

mulher pode ser considerado como

infidelidade no casamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Legenda:

** 0,01 de significância *** 0,05 de significância *0,10 de significância

4.3 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Distúrbios financeiros para Klontz e Klontz (2011), são padrões resistentes, previsíveis e

inflexíveis de comportamentos que normalmente causam algum dano destrutivo relacionado

ao dinheiro. Estes distúrbios normalmente trazem sofrimento emocional ligado a estresse,

ansiedade e a falta de capacidade em lidar com áreas importantes da vida.

Os autores asseguram que quando nascem atitudes e preceitos nos quais as pessoas equiparam

o dinheiro a emoções negativas ou a algum acontecimento doloroso, isto é considerado

rejeição ao dinheiro. Por se ter a crença de que o dinheiro é algo ruim este distúrbio envolve

uma sistemática fuga ou rejeição a ele. O resultado da pesquisa evidencia que ambos os

grupos tendem a discordar dos distúrbios de rejeição ao dinheiro, nos itens que afirmam haver

o comprometimento do lazer e educação para economizar e ter uma vida modesta, desfrutar

de uma herança é o mesmo que estar feliz pela morte de alguém e você pode ter amor ou

dinheiro, mas não pode ter os dois. Assim sendo, este distúrbio não possui um impacto efetivo

na vida financeira dos pesquisados.

Os distúrbios relacionais estão atrelados ao relacionamento com outras pessoas e as emoções

ligadas a esses relacionamentos. As pessoas que sofrem com este distúrbio geralmente causam

algum tipo de dano na vida financeira emocional de outros e também na própria vida. Além

disso, tem a tendência de guardar segredo e serem desonestas em relação ao dinheiro, mesmo

com pessoas queridas. A análise dos dados permite inferir que, os estudantes das escolas de

maturidade tendem a concordar com os itens relacionados a este distúrbio, pois houve

concordância com mais de 50% das afirmativas. Desta forma os distúrbios relacionais

refletem impactos na vida financeira destes estudantes.

No item de adoração ao dinheiro, Klontz e Klontz (2011) estabelece que as pessoas tendem a

atribuir ao dinheiro uma significância desproporcional. Logo, a vida destas pessoas, se baseia

em ganhá-lo, poupá-lo e por fim gastá-lo. Acreditam na proposição de que o dinheiro se

22

associa à segurança e à felicidade. Na pesquisa, foi possível observar que apenas os

estudantes das escolas de maturidade tem predisposição a concordar com as questões que se

relacionam a esse distúrbio.

Dentre as afirmativas que se relacionam ao distúrbio de adoração ao dinheiro os estudantes

das escolas de maturidade consentiram que não se deve confiar em ninguém no que se refere a

dinheiro; dinheiro traz dinheiro; a vida é curta viva um pouco; tenho que trabalhar para

garantir que tenha dinheiro e se eu não trabalhar muito pensarão que sou um preguiçoso.

Em relação aos distúrbios estudados percebe-se que os distúrbios relacionais e de adoração ao

dinheiro, tiveram maior influência na vida financeira dos estudantes das escolas de

maturidade, pois o grupo concordou com 60% das afirmativas relacionadas a esses distúrbios.

Dentre as categorias desses distúrbios, os que representam maior impacto na vida financeira

destes estudantes são: facilitação financeira, dependência financeira. acúmulo compulsivo e

viciados em trabalho.

Klontz e & Klontz (2011) alega que para algumas pessoas, é suficiente apenas o acúmulo

compulsivo do dinheiro, para outras a compulsão pode ser pelo acumulo de vários objetos, na

maioria das vezes estranhos. Além disso, alguns acumuladores se tornam gastadores ou

compradores compulsivos. É importante ressaltar que, não é o ato de comprar ou gastar que

traz segurança ao acumulador e sim o acúmulo de estoque.

O distúrbio de adoração ao dinheiro também pode refletir como impactos na vida financeira

destes estudantes, quando na busca pelo dinheiro concedem ao trabalho uma dedicação

extraordinária. Esta procura pelo dinheiro é apenas um dos aspectos que causam este interesse

desproporcional pelo trabalho. É provável que os melhores relacionamentos, o sentimento de

pertencimento, de competência e controle estejam presentes no ambiente de trabalho.

Estas pessoas acreditam de forma inconsciente que precisam trabalhar para que tenham algum

valor e que quanto mais trabalharem, mais valor elas terão. Acreditam ainda que a melhor

forma de ser responsável com as pessoas queridas é trabalhar muito e se sacrificar no

trabalho, mas na verdade ocorre o inverso, as famílias se sentem mal pelo fato do trabalho

estar sempre em primeiro lugar.

23

Grande parte das pessoas na fase de maturidade que já se aposentaram, estão retomando ao

mercado de trabalho. Um estudo apresentado pelo site G1 (2014) aponta que os motivos para

este acontecimento se deve ao fato de que muitas pessoas não estão conseguindo pagar o que

devem e chegam à fase de aposentadoria sem nenhum dinheiro guardado para emergências.

Este fato ocorre devido à falta de controle das finanças e, além do salário, estas pessoas

querem continuar trabalhando para se sentirem ativas.

Klontz & Klontz (2011) acentuam que a facilitação financeira, acontece de preceitos que

igualam dinheiro ao amor. Este fato demonstra que quando as pessoas utilizam o dinheiro

como uma maneira de mitigar suas culpas, de se sentirem importantes e como forma de

estreitar as relações com pessoas queridas, podem até mesmo torna-las dependentes

financeiramente.

De acordo com a análise dos dados, rejeita-se H0 de que não há diferenças entre os

pesquisados, pois, nos distúrbios relacionais e de adoração ao dinheiro houve concordância

apenas pelos estudantes de maturidade.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

O objetivo do estudo fundamentou-se em apurar e analisar o impacto das emoções na vida

financeira dos estudantes de administração e dos estudantes das escolas de maturidade. A

pergunta que norteou a pesquisa foi: Qual o impacto das emoções na vida financeira?

Para a realização do objetivo geral, foram realizadas verificações que requerem

conhecimentos em conceitos bibliográficos, pesquisa de campo, em que se almejou verificar

as percepções de ambos os grupos em relação ao tema da pesquisa e comparar o

posicionamento dos estudantes com as questões relacionadas aos distúrbios.

24

A pesquisa possui abordagem quantitativa e o tipo de pesquisa utilizada foi a descritiva. Os

dados obtidos foram quantificados por meio de testes estatísticos e quanto aos procedimentos,

foi utilizado o survey .

Referente aos distúrbios financeiros empregou-se a abordagem conceitual de Klontz e

Klontz(2011), e percebeu-se que em relação à rejeição ao dinheiro os respondentes tem

propensão a discordar com 50% dos itens que se relacionam a este distúrbio.

A pesquisa demonstra que os distúrbios financeiros relacionais são nocivos tanto à vida

financeira quanto à emocional dos estudantes da maturidade quando o seu comportamento

perturbado de atrair a atenção e o carinho dos outros com dinheiro e objeto, faz com que estes

se tornam dependentes financeiramente.

Em relação ao distúrbio de adoração ao dinheiro foi possível inferir que o maior grau de

concordância foi obtido pelos estudantes das escolas de maturidade, consequentemente, as

emoções podem impactar na vida financeira deste grupo, quando eles atribuem um valor

imensurável ao dinheiro e ao trabalho. Este resultado vai de encontro com os apontamentos de

Klontz e Klontz (2011), ao dizer que as pessoas compartilham de ensinamentos que igualam o

dinheiro à segurança, ao valor próprio e/ou felicidade.

A pesquisa demonstra que estudantes das escolas de maturidade são mais favoráveis aos

distúrbios do que os estudantes de administração, pois em relação às afirmativas tiveram

concordância de 60%. Desta forma, as emoções possuem maior impacto na vida financeira

dos estudantes das escolas de maturidade.

A partir das análises, foi possível identificar que os objetivos gerais e específicos desta

pesquisa foram alcançados.

Sugere-se que novas pesquisas sejam feitas nessa área com jovens e pessoas na fase de

maturidade de forma geral e de diferentes estados do país, para analisar como as emoções

influenciam na vida financeira destas pessoas e verificar o posicionamento de ambos os

25

grupos. Sugere - se também que novas pesquisas sejam realizadas por ser um assunto ainda

pouco difundido e para verificar possíveis modificações nos resultados alcançados.

REFERÊNCIAS

AS EMOÇÕES, Disponível em: <https://psicologado.com/psicologia-geral/introducao/as-

emocoes> Acesso em: 08 de Março de 2015.

AUGUSTINIS, Viviane Franco; COSTA, Alessandra de Sá Mello da Costa; BARROS,

Denise Franca. Uma análise crítica do discurso de educação financeira: por uma Educação

para além do Capital. Revista ADM.MADE, Rio de Janeiro, ano 12, v 16, n.3, p. 79 – 102,

setembro/dezembro, 2012.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira Gestão de Finanças

Pessoais, Disponível em:

<https://www.bcb.gov.br/pre/pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf>, Acesso em: 20 de

Abril de 2015 .

BANCO CENTRAL DO BRASIL. O programa de Educação Financeira do Banco Central.

Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?BCEDFIN>, Acesso em: 08 de Março de 2015.

BURIGO, E. C. R Análise do Comportamento de funcionários de uma cooperativa de

crédito em relação as suas finanças pessoais. 41 f. Criciúma, 2011, Trabalho de conclusão

de curso (Especialização). Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).

CHEROBIM, A. P. M. S.; ESPEJO, M. M dos S. B. (Orgs.). Finanças Pessoais: conhecer

para enriquecer! São Paulo: Atlas, 2010.

DAMÁSIO, A. O erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano. Tradução: Dora

Vicente e Georgina Segurado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

DAVIDOFF, Linda L. Introdução á Psicologia. 3º edição, São Paulo: Ed. Pearson 2001.

DAVIDOFF, Linda L., Introdução á Psicologia. São Paulo Ed. McGraw-Hill Ltda. 1983,

DEMO, Pedro. Praticar Ciência: metodologias do conhecimento cientifico. São Paulo:

Saraiva 2011. 208p.

26

FERREIRA, R. Como planejar, organizar e controlar seu dinheiro. São Paulo: Thomson

IOB, 2006.

FERREIRA, Vera Rita de Melo. Psicologia Econômica. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO

DE EMPRESA, PUC – SP, vol. 47 nº 3. Julho/Setembro 2007.

FRANKENBERG, Louis, 2012 A extrema complexidade dos fatores relacionados com

nossas finanças pessoais. Disponível em:

<www.ibcpf.org.br/PlanejamentoFinanceiro/Artigo/188> Acesso em: 03 de maio de 2015.

FRANKENBERG. Louis. Seu futuro financeiro. 2ª. Edição. Rio de Janeiro. Campus, 1999.

GIL, Antônio Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1994.

GOMES, Deisi Martinello; SORATO, Kátia Aurora Dalla Libera. Planejamento e Controle

das Finanças Pessoais com Enfoque na Utilização das Ferramentas e Serviços Contábeis: um

estudo com profissionais autônomos, SEMINÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

APLICADAS, Vol. 2, No 2 (2010) Disponível em:

<http://periodicos.unesc.net/index.php/seminariocsa/article/viewFile/1424/1351> Acesso em:

20 de abril de 2015.

GOODE, William J., HATT, Paul k. Métodos em pesquisa social. São Paulo: Nacional,

1969.

HALFELD, Mauro. Investimentos: Como administrar melhor o seu dinheiro. – 1 ed. – São

Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2001.

JORNAL HOJE, Seis em cada dez idosos não têm dinheiro guardado. Disponível em:

<http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/10/seis-em-cada-dez-idosos-nao-tem-dinheiro-

guardado-diz-pesquisa.html> Acesso em: 28 de outubro de 2015.

KLONTZ e KLONTZ. A mente acima do dinheiro: o impacto das emoções em sua vida

financeira. [traduzido por Cláudia Vessão Ruggiero]. Osasco, SP: Novo Século Editora,

2001.

LEITÃO, Sérgio Proença; FORTUNATO, Graziela; FREITAS, Angilberto Sabino de.

Relacionamentos interpessoais e emoções nas organizações: uma visão biológica. 2006.

Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rap/v40n5/a07v40n5.pdf> Acesso em: 05 de maio

de 2015.

LIZOTE, Suzete Antonieta; SIMAS Jaqueline de; LANA, Jeferson. Finanças Pessoais: Um

estudo Envolvendo os Alunos de Ciências Contábeis de uma Instituição de Ensino Superior

de Santa Catarina. 2012. Disponível em:

<http://wwww.aedb.br/seget/artigos12/10216156.pdf>, Acesso em: 20 de Abril de 2015.

LUCENA, Wenner Glaucio Lopes; MARINHO, Reiniele Alves de Lima 2013 Competências

Financeiras: Uma análise das decisões financeiras dos discentes no tocante as finanças

27

pessoais. Disponível em: < semead6.tempsite.Ws/ 16semad/resultado/trabalhosPDF/696.pdf>

Acesso em: 03 de maio de 2015.

MARTINS, José Pio. Educação Financeira ao alcance de todos. São Paulo; Fundamento

Educacional, 2004.

MATURANA, H.; VARELA, F. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do

entendimento humano. Campinas: Psy, 1995.

MAYER, Verônica Feder; AVILA, Marcos Gonçalves. Desenvolvimento de uma escala

para medição de emoções em situações de percepção de injustiça em preços. EnANPAD

2006. 38º Encontro do ANPAD – 23 a 27 de setembro de 2006 – Salvador /BA – Brasil.

Disponível em: < http://www.coppead.ufrj.br/pt-br/upload/publicacoes/enanp.pdf/> Acesso

em: 05 de maio de 2015.

MEDEIROS, Flaviani Souto Bolzan; LOPES, Taíze de Andrade Machado. Finanças

Pessoais: Um estudo com alunos do curso de Ciências Contábeis de um IES privada de Santa

Maria – RS. 2014. Disponível em: <

http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/article/view/1966> acesso em: 05 de maio

de 2015.

MICHEL, Maria Helena, Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais. 2. Ed. São

Paulo: Atlas 2009.

MYERS, David, Introdução á Psicologia Geral. 5º edição Ed. LTC- Rio de Janeiro Livros

Técnicos e Científicos Editora S.A. 1999

NEWEN, Albert e ZINCK, Alexandra. O jogo das emoções. Mentes & Cérebro. n. 195, p.38-

45, abr. 2009.

PSICOLOGIA ECONÔMICA Disponível em: <

<http://verarita.psc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=55&Itemid=53>

Acesso em: 01 de maio de 2015.

ROCHA, Alex Lima, Educação financeira em cooperativa de crédito: Variáveis

comportamentais na propensão de endividamento de seus cooperados. 2015. Dissertação

(mestrado) – Faculdade Novos Horizontes, Programa de Pós – graduação em Administração

em Belo Horizonte.

SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, Quatro em cada dez consumidores não se

consideram organizados financeiramente, revela SPC Brasil. Disponível em:

<https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas/604quatroemcadadezconsumidoresnaoseco

nsideramorganizadosfinanceiramenterevelaspcbrasil>, Acesso em: 20 de Abril de 2015.

TOLEDO, Elaine. Saiba mais para gastar menos: aprenda a desenvolver sua

inteligência financeira. 2 ed. São Paulo: Alaúde, 2012.

28

APÊNDICE

Esta é uma pesquisa acadêmica, que tem como objetivo geral observar “O impacto das

Emoções na Vida Financeira: Uma análise com estudantes de escolas de maturidade e

administração”.

Não há necessidade de identificação

A finalidade é apenas verificar o perfil e o impacto das emoções na vida financeira e não

avalia-lo, sendo assim, não existe afirmativa certa ou errada.

Antecipadamente, agradecemos a sua colaboração.

Parte I – Dados sociodemográficos

1) Faixa etária: ________ anos. 2) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

3) Grau de escolaridade:

( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio (científico)

( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Pós – graduação

Questionário sobre os distúrbios relacionais financeiros

Assinale com um “X” a afirmativa que expressa a sua opinião, em uma escala de 1 a 5,

sendo:

1) Discordo totalmente 2) Discordo em partes 3) Indiferente

4) Concordo em parte 5) Concordo totalmente

Nº Quesito 1 2 3 4

1 O dinheiro que não ganhei não é realmente meu. Deus cuida dos “pardais”. Se

eles não precisam se preocupar, porque eu deveria.

2 Você compromete o lazer, educação, alimentação e outros, para economizar e ter

um padrão de vida modesta.

3 Você administra bem os seus recursos para tirar o melhor proveito do que

possui.

4 A família concordaria aplicar a sobra do mês em poupança ou em outro

investimento.

5 Desfrutar de uma herança ou seguro é o mesmo que dizer que estou feliz pela

morte de alguém.

6 Você pode ter amor ou dinheiro, mas não pode ter os dois.

7 Sua família presta pouca ou nenhuma atenção as finanças pessoais.

8 Meu valor como pessoa é igual meu valor financeiro.

9 Dívida gerando dívidas poderá contribuir para um estresse financeiro.

10 As coisas seriam melhores se eu tivesse mais dinheiro.

11 Usar o dinheiro como mecanismo de controle dos filhos pode ser considerado

uma prática comum na educação.

12 Os pais podem criar uma dependência financeira no momento que não discutem

o funcionamento do dinheiro com os filhos.

13 Mais dinheiro/bens me farão mais feliz.

14 Não se deve confiar em ninguém no que se refere a dinheiro.

15 Nunca terei dinheiro o suficiente.

16 Dinheiro traz dinheiro

29

17 Ter segurança é chato.

18 A vida é curta: viva um pouco.

19 Se alguém tem que ganhar muito dinheiro que seja eu.

20 Se eu continuar tentando meu dia vai chegar.

21 Tenho que trabalhar para garantir que tenha dinheiro.

22 Se eu não trabalhar muito, vão pensar que sou um preguiçoso.

23 Nunca serei capaz de pagar pelas coisas que realmente quero na vida.

24 Gastar com alguém é como demonstrar amor.

25 O ato de comprar fora do orçamento mensal previsto, omitir sobre itens

comprados com o marido ou mulher pode ser considerado como infidelidade no

casamento.