Curso Blues fasdfad

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Curso de Guitarra Blues Prof. Léo Porto Léo Porto

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Curso de Guitarra BluesProf. Léo Porto

Léo Porto

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Sobre o Autor

Léo Porto é músico/guitarrista profissional bacharel em música pela UFPB, atuando comosideman, músico de estúdio e na área do ensino de guitarra há mais de 10 anos, lecionando nasmelhores escolas especializadas da área em João Pessoa-PB, atualmente é professor efetivo nocurso regular e ministrando masterclasses, workshops e cursos na Studio Escola de Música. Já atuouem diversos grupos da Paraíba como a Orquestra de Violões da Paraíba, Orquestra Toque de Vida,integrou a big band de apoio no Serrano Music Festival de Gramado-RS em 2009, atualmente éguitarrista da banda de música nordestina cristã Alumiar.

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INTRODUÇÃO

Neste material você irá encontrar as ferramentas essenciais para o desenvolvimento dalinguagem da guitarra blues. Faremos um extenso estudo sobre os elementos característicos doestilo que é considerado o propulsor da guitarra elétrica, originando uma série de outros estilos taiscomo jazz, rock, heavy metal e formando expoentes do instrumento como Eric Clapton, BB King,Stevie Ray Vaughan, Bud Guy, Roben Ford e inúmeros outros. Estudaremos a harmonia, a forma, asescalas características, veremos dicas e muito mais da música negra americana que nasceu naslavouras de algodão, no canto e nas guitarras acústicas dos negros que tocavam suas tristezas, seusamores, seus anseios. Bons estudos e seja bem-vindo ao universo Blues.

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SUMÁRIO

1- UM POUCO DA HISTÓRIA Pág. 1

2- HARMONIA Pág. 22.1 - Sistema 5 (CAGED) Aplicado ao Blues Pág. 2

3- HARMONIA E FORMA Pág.33.1 - Troca lenta Pág. 53.2 – Troca rápida Pág. 53.3 - Sofisticações Harmônicas Pág. 63.4 - Passo no.3 – Sub 5. Pág. 7

4- ESCALAS Pág. 84.1 - Estrutura da penta maior Pág. 84.2 - Penta menor 7 Pág. 104.3 - Penta Maior 7 Pág. 114.4 -Penta menor 6 Estrutura Pág. 13

5- FRASEADO E USO DAS ESCALAS Pág.145.1 - Relação Escala/ Acorde Pág.14

6- DICAS FINAIS Pág. 15

CONSIDERAÇÕES FINAIS Pág. 16

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1 - Um Pouco de História

O Blues tem raízes profundas na história americana, e particularmente na história dos negrosdos Estados Unidos. Aqui, uma observação: embora ainda não saibamos (talvez nunca) ao certo, épossível que a “música” (som com melodia e ritmo) tenha se desenvolvido originalmente (milharesde anos atrás) como um meio para coordenar e sincronizar o movimento humano coletivo, taiscomo a caça ou a agricultura. Ainda hoje, basta juntar um grupo de pessoas que ela aparecenaturalmente, como por exemplo para acompanhar uma atividade de um grupo de pessoas, seja umacaminhada nas montanhas, ou a construção de um telhado. É de se supor que aqueles que sedestacavam nessa atividade atingiam um status social importante, assim como os xamãs e caçadoresmais talentosos.

Não é bom esquecer que a música quase sempre esteve no papel de “contadora de histórias”ou de “transmissora de mensagens”. Como nas músicas religiosas. Porém, em algum momento aspessoas comuns começaram a criar canções próprias, com as SUAS PRÓPRIAS histórias, coisasdas suas realidades próximas, ou “folk” músicas. Essas músicas não eram sobre heróis ou sobreDeus, mas sobre as alegrias e tristezas da vida cotidiana. E é nesse contexto de proximidade,simplicidade e força (realçada pela realidade) que o Blues nasce / evolui. E se é ponto pacífico queo Blues teve origem nos Estados Unidos, nas plantações do Sul no século 19, já não podemos dizerque houve “um inventor” do Blues. Foram muitos. Seus inventores eram escravos, ex-escravos edescendentes de escravos-meeiros afro-americanos, que cantavam sobre como eles trabalharam emcampos de algodão e hortaliças. É geralmente aceito que a música evoluiu do “spirituals” Africano,cantos Africanos populares, canções de trabalho, cantos de campo, e outros autores considereramtambém a influência de hinos evangélicos.

A verdade é que seria impossível ouvir grande parte da música que ouvimos nos dias dehoje, tais como jazz, rock, funk entre outros sem as raízes do blues que influenciou tanto a músicaem geral como o desenvolvimento técnico do nosso instrumento, a guitarra. Portanto bem-vindo aum pouquinho da magia presente nos acordes, solos e versos desse estilo musical fantástico que é oblues.

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2- Harmonia

á apresentados às suas origens, iremos estudar as características musicais do estilo. Daremosinício ao estudo das harmonias ou bases presentes no blues. Tradicionalmente podemos notar umaestrutura harmônica que beira a simplicidade, baseada em basicamente 3 acordes da tonalidade, o I,IV e V todos com o acréscimo de uma sétima menor. Revisemos a estrutura de um campoharmônico:

Estrutura básica de um campo harmônico maior

I7M iim7 iiim7 IV7M V7 vim7 viim7(b5)

Baseados nessa estrutura chegamos ao campo harmônico do blues

I7 IV7 V7

Vejamos alguns exemplos de bases de blues.Vide exemplo 1 e backingtrack 1.

2.1 - Sistema 5 (CAGED) Aplicado ao Blues

É de extrema importância que além do domínio melódico (solo) o guitarrista possua umaforte base harmônica, para isso iremos realizar o mapeamento dos acordes dominantes (X7) em 5regiões diferentes do braço da guitarra, conhecido como sistema 5 ou CAGED(dó, lá, sol, mi e ré).

Uma breve revisão de sua formação

Tônica terça maior quinta justa sétima menorT 3 5 b7 2t t +st t+st

3

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Estrutura de C

Do grave para o agudo temos:

T 3 b7 T

Estrutura de A

Do grave para o agudo temos:

T 5 b7 3

Estrutura de G

Do grave para o agudo temos:T 3 5 T 3 b7

4

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Estrutura de E

Do grave para o agudo temos:

T b7 3 5

Estrutura de D

Do grave para o agudo temos:

T 5 b7 3

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5Tabela dos campos harmônicos blues

Campo de C C7 F7 G7

Campo de Db Db7 Gb7 Ab7

Campo de D D7 G7 A7

Campo de Eb Eb7 Ab7 Bb7

Campo de E E7 A7 B7

Campo de F F7 Bb7 C7

Campo de Gb Gb7 Cb7 Db7

Campo de G G7 C7 D7

Campo de Ab Ab7 Db7 Eb7

Campo de A A7 D7 E7

Campo de Bb Bb7 Eb7 F7

Campo de B B7 E7 Gb7

3- Harmonia e Forma

Tendo mapeado os acordes típicos do blues em várias tonalidades, iremos agora observarcomo estes acordes são distribuídos ao longo de uma base e um aspecto característico do estilo é afamosa forma dos 12 compassos, consagrada pelos primeiros guitarristas do estilo, Robert Johnsonpor exemplo, na qual os 3 acordes são trabalhados sempre numa extensão de 12 compassos.

3.1 - Troca lenta

| A7 | % | % | % | D7 | % | A7 | % | E7 | D7 | A7 | E7 ||

3.2 - Troca rápida

| A7 | D7 | A7 | % | D7 | % | A7 | % | E7 | D7 | A7 | E7 ||

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63.3 - Sofisticações Harmônicas

Veremos agora um passo a passo objetivando conseguir harmonias mais sofisticadas para nosso blues de 12 compassos.

Passo no.1 -Acrescentando as nonas

A maneira mais simples de obter uma sonoridade harmônica sofisticada semelhante a dojazz é com o acréscimo de nonas aos acordes de sétima já estudados, para isso basta substituir oacorde de sétima em questão por um acorde meio diminuto partindo de sua terça. Complicou?Vejamos:

Exemplo C7:

Estrutura do acorde----->C E G Bb

Ao acrescentarmos uma nona (D) ao acorde, iremos obter como consequência o acorde deEm7(b5)podendo assim ser usado para substituir o C7, obtendo uma sonoridade mais “enxuta” ao descartar atônica, provavelmente tocada por outro instrumento da banda, baixo ou piano.

Vejamos como ficaria a base citada anteriormente com essa substituição harmônica.

Troca rápida com nonas

| C#m7(b5) | F#m7(b5) | C#m7(b5) | % | F#m7(b5) | % | C#m7(b5) | % |

| G#m7(b5) | F#m7(b5) | C#m7(b5) | G#m7(b5) ||

A7=C#m7(b5)

D7=F#m7(b5)

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7E7=G#m7(b5)

Passo no. 2- II V I

A progressão II V I é umas das mais conhecidas e estudadas no jazz e na improvisação emgeral. Servindo basicamente como ponte, passagem ou preparação para determinado acorde.

Revisando o campo harmônico concluímos que os acordes presentes no segundo e quintograus são respectivamente menor com sétima e maior com sétima repousando sobre o acorde típicode um blues, o X7.

Exemplo-----> Alvo ----->D7

Em7 A7 D7IIm7 V7 I7

Troca rápida com uso de II V I

| A7 | D7 | A7 | Em7 A7 | D7 | % | A7 | % | E7 | D7 | A7 | Bm7 E7 || II V I II V

3.4 - Passo no.3 – Sub 5.

É muito comum o uso de acordes sub 5 (substituto de V), usado como preparação para dadoacorde. O sub 5 funciona da seguinte forma, o objetivo é encontrar um acorde de 7 que possua omesmo trítono que o dominante em questão. Conseguimos isso de forma bem simples, encontrandoum acorde X7 meio tom acima do acorde alvo.

Exemplo-----acorde alvo----> A7

Naturalmente o acorde dominante que serviria de preparação para o A7 seria o E7

Analisemos o E7:

E G# B DTrítono (3 tons)----> G# D (intervalo causador de tensão)

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8Nosso trabalho será encontrar outro acorde de sétima que tenha o mesmo trítono em sua estrutura

Seguindo a dica anterior, podemos encontrá-lo meio tom acima do A7.

Bb7---> Bb D F Ab

mesmo trítono de E7

D/Ab= G#/D

Troca rápida com sub5

| A7 | D7 | A7 | Eb7 | D7 | Bb7 | A7 | % | E7 | D7 | A7 | Bb7 || sub5 sub5 sub5

4- Escalas

Iremos estudar agora as ferramentas essenciais para a criação de melodias e solos de blues, as escalas. E para começar estudaremos a escala pentatônica na sua forma maior e menor.

4.1 - Estrutura da penta maior

A escala pentatônica nasce da escala maior, basta excluirmos o 4º e 7º graus, justamente os graus que entre si formam o trítono.

Escala maior em C--->C D E F G A B CPenta de C maior----->C D E G A

Estrutura

T 2 3 5 6

Assim como se fez importante um mapeamento geral dos acordes em todo o braço da guitarra, também iremos trabalhar exaustivamente na localização dos formatos das escalas em todo o braço.

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9Padrões ou Shapes da Penta Maior

Padrão 1

Padrão 2

Padrão 3

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10Padrão 4

Padrão 5

4.2 - Penta menor 7

Para a pentatônica menor 7 realizaremos o mesmo procedimento, encontrando 5 formatos oupadrões ao longo do braço da guitarra, porém podemos estabelecer uma relação entre os formatosda maior com a menor fazendo uso de estruturas relativas. Para todo maior obteremos um relativomenor e vice-versa. Chegando à seguinte tabela:

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11Tabela de Tons (escalas) Relativos

C Am

Db Bbm

D Bm

Eb Cm

E C#m

F Dm

Gb Ebm

G Em

Ab Fm

A F#m

Bb Gm

B G#m

4.3 - Penta Maior 7

Estrutura

T 3 4 5 b7

Padrão 1

Padrão 2

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12Padrão 3

Padrão 4

Padrão 5

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134.4 -Penta menor 6

Estrutura

T b3 4 5 6

Padrão 1

Padrão 2

Padrão 3

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14Padrão 4

Padrão 5

5- Fraseado- Uso das Escalas

Agora que vimos e estudamos os elementos essenciais básicos do blues (acordes,progressões e escalas) faremos um estudo de fraseado e improvisação baseado nas progressõestípicas do estilo. Uma coisa, talvez a principal delas, que devemos ter em mente é que as frases esolos do blues são baseadas nas estruturas dos acordes em questão, conceitos como notas depassagem, notas de repouso, downbeat(tempo forte), upbeat(tempo fraco) são elementosfundamentais para uma improvisação coesa e dentro das caraterísticas do estilo. O uso das escalasdeve ser feito com prudência e responsabilidade, pra não correr o risco de soar monótono ou atémesmo infantil, pensamos sempre nos elementos à serviço da música e não como forma deautoafirmação ou propaganda de técnica, virtuose e velocidade, soar musical em primeiro lugar.

5.1 - Relação Escala/ Acorde

O princípio fundamental dos uso ou escolha das escalas na improvisação blues é notarsempre o máximo de notas de acorde presentes na escala. Faremos um estudo das melhores (não as

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15únicas) opções para um blues comum com acordes de 1º, 4º e 5º graus.

Exemplo em A:

A7----> opções: Penta A maior, A7, penta de Am7

Análise:

Penta de A maior sobre A7----->Intervalos: T 2 3 5 6Penta de A7 sobre------> T 3 4 5 b7Penta de Am7 sobre A7----> T #9 4 5 b7

D7----> opções: Penta de D maior, D7 e Am7A novidade aqui é a penta de Am7 gerando----> 5 b7 T 9 11

E7----->opções: Penta de E maior, E7.

6- Dicas Finais

Não são regras absolutas, mas consideremos algumas dicas para um melhor fraseado no estilo:

1- Considere o acorde em execução e priorize o uso de notas do acorde em tempos fortes.2- Por consequência, notas não pertencentes ao acorde ou mesmo notas “outside” deve ser executadas preferencialmente nos tempos fracos.3- Ouvir bastante o estilo, instrumentistas diversos (não apenas guitarristas).4- Tocar em grupo, prestar atenção no fraseado dos outros instrumentistas enquanto os acompanha.5- Tocar em diversas formações e perceber que nosso instrumento pode se comportar de diversas maneiras dependendo da textura encontrada na formação.

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16CONSIDERAÇÕES FINAIS

Bom pessoal, espero que o assunto aqui exposto tenha contribuído com os estudos de vocês,o tema é vasto e levaria toda uma vida pra explorar tudo o que o estilo nos proporciona. Além demuito estudo, vale muito a pena ouvir o máximo de discografia possível, pois unindo toda a parteteórica com o repertório dos grandes mestres do estilo daremos início a uma longa jornada nessaestrada sem fim que é o mundo blueseiro. Bom som e Bons estudos!

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