Currículo referência história 6º ao 9º ano

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178 CURRÍCULO REFERÊNCIA DE HISTÓRIA Ensino Fundamental 6º ao 9º Ano

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CURRÍCULO REFERÊNCIA

DE

HISTÓRIA

Ensino Fundamental 6º ao 9º Ano

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APRESENTAÇÃO

A história do ser humano não se confunde com as transformações que o

cerca. Pressupõe-se que exista em seu bojo um conjunto de relações, algumas

conflituosas, em que se inserem temas renovadores para a educação, com foco no

respeito pelas sociedades tradicional e moderna, a indústria, a produção do espaço

e as diferenças culturais. Essa compreensão tem início num processo de

humanização e ensinamento, construído coletivamente.

Numa proposta de renovação do currículo do ensino de História, tal

concepção deve ser aceita como ação enriquecedora nas modificações e na

produção do conhecimento histórico. A esse respeito, Paul Veyne (2013)

questionava ponderações feitas por seus pares em relação às mudanças curriculares

na França, na década de 70 - que introduziam a História por temas no ensino

secundário, indagando o porquê da celeuma. Para ele, tal mudança era; tudo o que

sempre sonhara.

A renovação metodológica da produção historiográfica recente que se

configura numa nova concepção de História, admite sua marca nos movimentos de

reformulação curricular. As novas tendências e contribuições estão presentes nas

propostas para um novo ensino de História, na reflexão sobre o seu papel social e

os conteúdos que de fato necessitam ser trabalhados no currículo escolar, dando

sentido ao ensino.

O século XXI convoca educadores e educandos a se sentirem pertencentes,

sujeitos de suas práticas, efetivando novas experiências, forjando novos saberes no

conhecimento de suas/nossas histórias. Instiga-os a se apropriar de princípios

metodológicos, que encontra sua validade ao atender aos pressupostos da

construção de um conhecimento que interage com um saber que se torna

significativo e consciente, constituindo-se em sua relevância social.

Outra grande necessidade da contemporaneidade é a ressignificação dos

saberes de um lugar/comunidade, possibilitando aos educandos uma maior

aproximação com o seu cotidiano, da sua família e de seus companheiros, para a

compreensão de si mesmo como protagonista histórico, agente do seu fazer e do

seu viver. Tem, pois, um caráter formativo ao situar esse indivíduo no seu contexto

de vivência, mas sem se limitar a esse enfoque, ou seja, a particularidade local que

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precisa ser analisada nos aspectos em que se articula com a generalidade e a

complexidade do social-histórico.

Nesse processo, é importante o aprofundamento da compreensão do tempo

histórico, trabalhando-se, a concepção do entrelaçamento das durações, que

desenvolve a consciência dos ritmos da mudança social, possibilitando assim a

percepção dos movimentos lentos sob a aparente imutabilidade das estruturas.

A reflexão e discussão sobre o aparentemente conhecido, como ponte para o

ainda não conhecido/percebido, são pistas para novas abordagens conceituais e

novas práticas na escola. E principalmente, uma atitude, mais que uma metodologia,

interdisciplinar que pode ser desenvolvida num enfoque temático e problematizador.

As novas orientações para o currículo de ensino de História perpassam pela

promoção de uma prática pedagógica aberta e dinâmica, preocupada

fundamentalmente com a questão da cidadania. Tal questão nos remete à

necessidade de instituição/ escola que se preocupa com a formação cientifica e

popular - e nesse sentido abrange o projeto de situar o aluno no seu contexto

histórico, respeitando, também a igualdade e cidadania dos demais membros que

compõem a sociedade brasileira, ampliando tais saberes com base na Lei,

10.639/2003, Art. 26 que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-

Brasileira:

§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o

estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura

negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a

contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à

História do Brasil;

§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão

ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de

Linguagem e Ciências Humanas.

A citada lei trata de decisão política, com fortes repercussões pedagógicas,

inclusive na formação de professores. Com esta medida, reconhece-se que, além de

garantir vagas para negros nos bancos escolares, é preciso valorizar devidamente a

história e cultura de seu povo, buscando reparar danos, que se repetem há cinco

séculos, à sua identidade e a seus direitos. A relevância do estudo de temas

decorrentes da história e cultura afro-brasileira e africana não se restringe à

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população negra, ao contrário, diz respeito a todos os brasileiros, uma vez que

devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma sociedade

multicultural e pluriétnica, capazes de construir uma nação democrática.

É importante destacar que não se trata de mudar um foco etnocêntrico

marcadamente de raiz europeu por um africano, mas de ampliar o jeito e/ou a forma

de condução dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e

econômica brasileira. Nesta perspectiva, cabe às escolas incluir no contexto dos

estudos, atividades que proporcionem diariamente, também as contribuições

histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos, além das

raízes africanas e europeias. É preciso ter clareza que o Art. 26 acrescido à Lei nº

9.394/1996 provoca bem mais do que inclusão de novos conteúdos, exige que se

repensem relações étnico-raciais, sociais, pedagógicas, procedimentos de ensino,

condições oferecidas para aprendizagem, objetivos tácitos e explícitos da educação,

oferecida pelas escolas.

Daniel Epifânio Miglio Técnico em Assuntos Educacionais - História

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1 O ENSINO DE HISTÓRIA

O Ensino de História, enquanto matéria autônoma entrou no cenário

educacional brasileiro a partir da constituição do Estado Nacional, mais precisamente

após a Constituição de 1824 e do decreto de primeiras letras de 1827, que estabelecia

o seguinte:

Os professores ensinariam a ler, a escrever, as quatro operações de aritmética (...), a gramática da língua nacional, os princípios de moral cristã e de doutrina da religião católica e apostólica romana, proporcionando a compreensão dos meninos; preferindo, para o ensino da leitura, a constituição do império e da História do Brasil. (PCN, 1997, p. 19).

Como se observa, de acordo com o decreto citado, já havia uma preocupação,

por parte do próprio Estado, em romper com a História jesuítica introduzida a partir do

processo de colonização do Brasil. Tal preocupação, apesar dos esforços de alguns

intelectuais e educadores, restringiu-se a mera retórica, pois se manteve a perspectiva

religiosa como princípio norteador básico do processo educacional brasileiro. A

disposição dos conteúdos, as figuras abordadas, os temas apresentados e a

metodologia adotada seguiam a velha métrica do Ratio Católico, adotado desde os

primeiros momentos da colonização.

As primeiras mudanças ocorridas no ensino de História deram-se na segunda

metade do séc. XIX após a implantação do Colégio D. Pedro II, na capital do império-

Rio de Janeiro, baseados nos métodos franceses de aprendizagem. Os professores

deste estabelecimento de ensino (destinado às elites nacionais) passaram a

incorporar o modelo laico de ensino, criado na França após a Revolução Francesa.

Este modelo rompia com a metodologia do Ratio e voltava-se para a perspectiva de

ampliação das ciências exatas e naturais, como reflexo do movimento intelectual

ocorrido na Europa no início do século e de adoção da História Universal, que

privilegiava a História da Europa Ocidental e transformava a História do Brasil em um

mero apêndice da História Europeia. Convém notar que, apesar de transformar a

História local em um mero reflexo do processo colonizador europeu, este novo

programa disciplinar constitui um avanço, pois rompe com a velha perspectiva

jesuítica e estabelece, definitivamente, no processo educacional nacional, o ensino

laico.

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No final do século XIX, com a abolição da escravidão, a proclamação da

República, a transferência para a mão-de-obra livre, a intensificação da imigração

estrangeira e a difusão da ideologia positivista, abrem-se novos campos de

abordagem para a educação e, em particular, para o ensino de História. Tratava-se

agora de inserir a nação em um espírito cívico nacionalista que privilegiava o Estado

e as instituições governamentais ligadas à República. A disciplina História ficaria a

cargo destas obrigações, provocando uma 'necessidade de mudança dos currículos

e da metodologia de abordagem do aluno. Vários debates são travados, tanto no

campo de aplicação da disciplina, quanto no campo de estruturação dos conteúdos,

provocando uma reforma estrutural no ensino da disciplina.

A História passou a ocupar, no currículo, um duplo papel: o civilizatório e o patriótico, formando, ao lado da Geografia e da Língua Pátria, o tripé da nacionalidade, cuja missão na escola elementar seria a de modelar um novo tipo de trabalhador: o cidadão patriótico. (PCN, 2000, p.22)

Na república, a História passa a privilegiar, então, o homem nacional, tomado

na sua dimensão patriótica, totalmente inserida no “espírito positivista e republicano”,

enfatizando uma sociedade “democrática e multirracial”, onde, no final, o que

prevalecia era a ideia de uma sociedade homogênea e sem disparidades sociais. Esta

proposta, no entanto, só foi implantada nos grandes centros. No restante do país,

continuou a prevalecer o ensino laico de influência religiosa, transmitido através do

método lancasteriano de ensino. Durante os dois primeiros quartéis do século XX, a

escola pública continuou relegada a um plano secundário e as poucas reformas

existentes pouco alterou este panorama.

Na década de 1930, com o advento do movimento de reorganização do poder

político e a difusão da Escolanovista, aumenta a influência e controle do Estado sobre

a educação; tais fatos culminam com a criação do Ministério da Educação e Cultura e

com a reforma Francisco Campos. O ensino de História sofre uma alteração

circunstancial, passando a ser idêntico em todo o território nacional, dando ênfase ao

ensino de História Geral, sendo, novamente, a História do Brasil e da América

apêndices da Civilização Ocidental.

Nas décadas de 1950 e 1960, as discussões e transformações no ensino de

História aprofundam-se, levadas pelo processo de industrialização e pelo nacional

desenvolvimentismo. A noção de povo passa a ser incorporada à disciplina, porém de

forma bastante superficial, apenas no intuito de caracterizar a formação da sociedade

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nacional. Algumas teorias passam, inclusive, a identificar o atraso do país com a

"mestiçagem" da população. No ensino secundário, como reflexo da criação da

Faculdade de História da USP (1932) e da publicação das obras de Caio Prado Júnior,

Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freire, passam a ser incluídas, nos currículos

de História, as noções de "modo de produção", "classe social", "visão doméstica da

sociedade" e de "ciclos econômicos", privilegiando o estudo de História da América,

com destaque para a História dos Estados Unidos. Na História do Brasil, acontece um

destaque para a história econômica, abordando-se o escravismo e a dependência

econômica do país. Começa a haver, gradativamente, a inclusão da ideia de processo

social e um pequeno rompimento com a linearidade histórica (ainda muito timidamente

e como iniciativas isoladas).

Com o movimento de 1964, na construção do regime militar, novas mudanças

ocorrem no ensino de História, marcadas, principalmente, por um retorno da visão

militar de Estado/Heroico. A lei 5.692/71, que inseria o ensino técnico nas escolas de

1° e 2° graus, provocou uma verdadeira desorganização da disciplina. Segundo

Wellington Germano, 1990, p. 65 "começa um lento e eficaz processo de militarização

da educação nacional, que desarticula qualquer perspectiva formativa autônoma do

aluno e da intelectualidade nacional". A mudança ocorrida transforma a história em

um mero instrumento de glorificação do passado heroico da nação e da formação de

uma sociedade multirracial sem disparidades internas. Disciplinas como OSPB-

Organização Social Politica Brasileira e EMC-Educação Moral e Cívica passam,

gradativamente, a descaracterizar a disciplina História, que se transforma em um mero

narrar de fatos e datas, com livros que enfatizam apenas a descrição oficial e os textos

passam a ceder lugar a um conjunto denso de fotos e pinturas bucólicas da realidade.

Este modo de entender e estudar História só começa a ser alterado no final

da década de 1980 e início da década de 1990. Dois fatos são de fundamental

importância para a compreensão desta mudança: As novas tendências da disciplina,

principalmente com a difusão da ideologia francesa (Nova História) que, no dizer de

Paulo Eduardo Arantes, ( 1981, p. 85); "será o elemento norteador da tentativa de se

formar um sistema intelectual brasileiro capaz de nos fazer parecer com os principais

centros de difusão do conhecimento" e as transformações sociais políticas e

econômicas pelas quais passava o país no final do período militar.

As novas exigências advindas com o final do período militar e a reformulação

do Ministério da Educação e Cultura vão trazer para a disciplina História uma nova

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abordagem no que diz respeito aos conteúdos e aos métodos de ensino utilizados. Os

grandes seminários e os fóruns de debates vão possibilitar novos métodos e novos

objetos de abordagem para o conhecimento histórico. A velha forma de ver e estudar

História, encarcerada na visão cíclica e linear do processo histórico, é substituída por

uma visão integrada e analítica do mesmo processo.

O movimento de mudança, na visão didática de História, teve um grande

impulso a partir de dois momentos:

A ampliação para todo o território brasileiro da Associação Nacional

dos Profissionais Universitários de História (ANPUH) que, apesar de

criada na década de 1960, que começa a ter força no momento da

distensão do regime militar, como as demais instituições e associações

de classe;

Início da discussão da nova LDB/9394/96, que trouxe inovações e

perspectivas para as Ciências Humanas. Apesar destas discussões, no

plano geral, o ensino de História sofreu poucas ou quase nenhuma

alteração nas áreas periféricas, caso específico do Maranhão, onde o

modelo adotado ainda sofria forte influência dos modelos anteriores,

quer pela falta de formação dos profissionais, quer pela falta de

formação continuada, do ponto de vista do aprimoramento intelectual

dos mesmos.

Com a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, o MEC, incorpora a

necessidade de um programa unificado a partir de princípios norteadores, que tenta,

desde 1997, modificar esta configuração, no âmbito das escolas públicas,

promovendo uma série de debates acerca do ensino de História, com o objetivo de

diagnosticar as falhas existentes e as possibilidades de mudança. É neste sentido

que, para a aplicação destes Parâmetros, faz-se necessária a formulação de uma

proposta que adeque princípios e conteúdo no ensino de História.

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2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

2.1 O Conhecimento Histórico: características e importância social

Nas últimas décadas, o conhecimento histórico tem sido ampliado por

pesquisas que têm transformado seu campo de atuação. Houve questionamentos

significativos, por parte dos historiadores, relativos aos agentes condutores da história

- indivíduos e classes sociais -, sobre os povos nos quais os estudos históricos devem

se concentrar em fontes documentais que devem ou podem ser usadas nas pesquisas

e ordenações temporais que precisam ou podem prevalecer. Tem sido criticada,

simultaneamente, uma produção histórica que legitima determinados setores da

sociedade, vistos como únicos condutores da política da nação e de seus avanços

econômicos. Tem sido considerada, por sua vez, a atuação dos diversos grupos e

classes sociais e suas diferentes formas de participação na configuração das

realidades presentes, passadas e futuras.

A aproximação da História com as demais Ciências sociais, em especial com

a Antropologia, ampliou os estudos de povos de todos os continentes,

redimensionando os estudos de populações não europeias. A multiplicidade de povos

e de culturas em tempos e espaços diferentes tem sido estudada, considerando-se a

diversidade de vivências no interior de uma dada sociedade, na medida em que

grupos e classes sociais manifestam especificidades de linguagens, de

representações de mundo, de valores, de relações interpessoais e de criações

cotidianas.

O questionamento sobre o uso exclusivo de fontes escritas levou a

investigação histórica a considerar a importância da utilização de outras fontes

documentais, aperfeiçoando métodos de leitura de maneira a abranger as várias

formas de registros produzidos que tem despertado uma atenção especial aos

diversos jeitos de comunicação entre os homens, além de escrita, oral, gestual,

figurada, musical e rítmica.

O aprofundamento de estudos de diversos grupos sociais e povos trouxeram

como resultado, também transformações nas concepções de tempo, rompendo com

a concepção de um único tempo contínuo e evolutivo para toda a humanidade. Os

estudos consideram que, no confronto entre povos, grupos e classes, a realidade é

moldada por descontinuidades políticas, por rupturas nas lutas, por momentos de

permanências de costumes ou valores, por transformações rápidas e lentas.

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O conhecimento histórico, como área científica, tem influenciado o ensino,

afetando os conteúdos e os métodos tradicionais de aprendizagem. Contudo, não têm

sido essas transformações as únicas a afetarem o ensino de História. As escolhas do

que e como ensinar são provenientes de uma série de fatores e não exclusivamente

das mudanças historiográficas. Relacionam-se com inúmeras transformações da

sociedade, especialmente a expansão escolar para um público culturalmente

diversificado, com a intensa relação entre os estudantes, com as informações

difundidas pelos meios de comunicação, com as contribuições pedagógicas

especialmente da psicologia social e cognitiva - e com propostas pedagógicas que

defendem trabalhos de natureza interdisciplinar.

O ensino de História possui objetivos específicos, sendo um dos mais

relevantes os que se relaciona à constituição da noção de identidade. Assim, é

primordial que o ensino de História estabeleça relações entre identidades individuais

e coletivas, especialmente, as que se constituem como nacionais.

Para a sociedade brasileira atual, a questão da identidade tem se tornado um

tema de dimensões abrangentes, uma vez que se vive um extenso processo

migratório que tem desarticulado formas tradicionais de relações sociais e culturais.

Nesse processo migratório a perda da identidade cultural, tem apresentado situações

alarmantes, desestruturando relações historicamente estabelecidas, desagregando

valores, cujo alcance ainda não se pode avaliar. Dentro dessa perspectiva, o ensino

de História tende a desempenhar um papel mais relevante na formação da cidadania,

envolvendo a reflexão sobre a atuação do indivíduo em suas relações pessoais com

o grupo de convívio, suas afetividades e sua participação no coletivo.

Inicialmente, a inclusão da constituição da identidade social nas propostas

educacionais para o ensino de História, que necessita de um tratamento capaz de

situar a relação entre o particular e o geral, que retrate o indivíduo, sua ação e seu

papel na sua localidade e cultura e também das relações entre a localidade específica,

a sociedade nacional e o mundo ficou de fora, ou seja, se referiam apenas aos

conteúdos/conceitos de cada segmento de ensino sem levar em conta as

particularidades de cada sociedade.

Do trabalho com a identidade decorre, também, a questão da construção das

noções de diferenças e de semelhanças. Nesse aspecto, é importante a compreensão

do "eu" e a percepção do "outro", do estranho, que se apresenta como alguém

diferente. Para existir a compreensão do "outro", os estudos devem permitir a

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identificação das diferenças no próprio grupo de convívio, considerando os jovens e

os velhos, os homens e as mulheres, as crianças e os adultos, e o "outro" exterior, o

"forasteiro", aquele que vive em outro local. Para existir a compreensão do "nós", é

importante à identificação de elementos culturais comuns no grupo local e comum a

toda a população nacional e, ainda, a percepção de que outros grupos e povos,

próximos ou distantes no tempo e no espaço, constroem modos de vida diferenciados.

O trabalho com identidade envolve um terceiro aspecto: a construção de

noções de continuidade e de permanência. É fundamental a percepção de que o "eu"

e o "nós" são distintos de "outros" de ulteriores tempos, que viviam, compreendiam o

mundo, trabalhavam, vestiam-se e se relacionavam de outra maneira. Ao mesmo

tempo, é importante a compreensão de que o "outro" é, simultaneamente, o

"antepassado", aquele que legou uma história e um mundo específico para ser vivido

e transformado. O conhecimento do "outro" possibilita, especialmente, aumentar o

conhecimento do estudante sobre si mesmo, à medida que conhece distintas formas

de viver, as diferentes histórias vividas pelas diversas culturas, de tempos e espaços

diferentes. Essas considerações são importantes para explicitar os objetivos, os

conteúdos e as metodologias do ensino de História que estão sendo propostos, neste

documento, para os anos finais do ensino fundamental.

Considera-se, então, que o ensino de História envolve relações e

compromissos com o conhecimento histórico, de caráter científico, com reflexões que

se processam no nível pedagógico e com a construção de uma identidade social pelo

estudante, relacionada às complexidades inerentes à realidade com que convive.

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3 PROPÓSITOS GERAIS DO ENSINO DE HISTÓRIA

A História, enquanto Ciência é entendida hoje em dois planos distintos que

formam os marcos referenciais do historiador: o tempo e o espaço. A História passa a

ser vista, então, como uma disciplina aberta às outras, em busca constante de novos

conceitos e novos métodos de abordagem. Assim sendo, para se caracterizar os

objetivos de História, se faz necessária uma compreensão de seu conceito e suas

linhas de força’ na atualidade. Segundo o historiador Ciro Flamarion Cardoso:

A História deve ser vista como uma ciência em construção, onde os conceitos e abordagens não podem ser entendidos de forma fechada e acabada e onde a força reside na interação constante com as demais ciências do homem; menos rígida e mais aberta às inovações, a História consegue adequar conceitos e definições sem perder o seu caráter essencial e os seus marcos referenciais. As linhas de força da disciplina História foram e continuam a ser o contato constante com as demais ciências do homem" (CARDOSO, 1990, p. 39)

Partindo deste conceito, que prega a necessidade de uma disciplina aberta e

integrada com as demais ciências sociais e humanas, como a Sociologia, a Geografia,

Economia, a Psicologia, a Demografia, a Antropologia, etc., contrapondo-se, é claro,

ao velho conceito de ciência do passado, elaborado pela lógica positivista que via a

história como um mero amealhar de fatos e datas é que expomos os seguintes

objetivos para a História, enquanto disciplina:

Entender o processo histórico como obra das civilizações humanas

tomadas aqui em seu conceito mais geral;

Analisar o desenvolver do homem e de suas formas de socialização

desde a sua origem até os dias atuais;

Estudar as sociedades como algo complexo e heterogêneo onde

prevalece uma luta constante para a afirmação das visões de mundo e de

classe, tanto no nível material, quanto no ideológico;

Entender a história da humanidade a partir de suas especificidades de

tempo e espaço, rompendo com a visão linear e unívoca do processo

histórico;

Analisar as diversas maneiras de organização humana, nos diversos

momentos da história, como objeto de dominação das inúmeras formas de

produção e sobrevivência do homem;

Analisar as situações concretas e das imagens vividas pelo homem.

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Ao final do 6º e 7º Ano, espera-se que os alunos consigam identificar e fazer

relações entre diferentes aspectos das sociedades estudadas, dimensionando essas

relações em diferentes temporalidades. Por isso o ensino não deve se pautar na

mensuração factual, mas na compreensão de processos históricos, analisando

semelhanças e diferenças, continuidades e descontinuidades entre momentos

históricos, percebendo dinâmicas 'de mudanças e permanências, desenvolvendo o

senso crítico do aluno.

Espera-se que os alunos tenham construído conhecimentos que lhes

permitam:

Compreender a história enquanto conhecimento e prática social;

Identificar diferentes tipos de registro humanos como fontes que

possibilitem o conhecimento de sociedades de outras épocas;

Reconhecer semelhanças e diferenças nas relações de trabalho em

diferentes sociedades do mundo antigo;

Reconhecer a multiplicidade de formas de poder que ultrapasse o âmbito

institucional, estando contidas em diversas estratégias de controle social;

Perceber diferentes estratégias de resistência dos sujeitos sociais;

Reconhecer costumes, crenças, valores, comportamentos que

demonstrem os diferentes modos de vida e de representações internas das

sociedades;

Estabelecer as relações entre acontecimentos e contextos históricos.

Os alunos do 8º e 9º Ano, respectivamente, devem dominar os seguintes

conhecimentos básicos, relativos aos conteúdos trabalhados:

Reconhecer os elementos econômicos, políticos e culturais que

explicam a crise do Antigo Regime e do Antigo Sistema Colonial,

possibilitando a emergência do mundo capitalista, em seus ritmos variados;

Identificar a forma específica de inserção das Américas, do Brasil e do

estado local neste contexto geral de emergência do capitalismo como sistema,

assim como os grandes problemas e desafios criados a partir daí;

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Reconhecer as grandes correntes de ideias, em suas características

básicas, que nortearam a emergência do capitalismo mundial e local;

Identificar as principais fases em que se desdobra a história do

capitalismo contemporâneo, inclusive reconhecendo as tentativas de sua

superação, posicionando-se criticamente diante desse quadro.

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4 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

4.1 Orientações Metodológicas para as Turmas de 6º e 7º Ano

O estudo da disciplina História, no ensino fundamental, tem se constituído em

um grande desafio para o professor que busca na sua prática pedagógica, a

aplicabilidade de uma concepção de história atual e contextualizada às reais

necessidades de aprendizagem dos educandos. Essa concepção se constrói a partir

das ações cotidianas do fazer humano. Nela estão contidas todas as relações sociais

de poder, de trabalho, de representação dos mais variados grupos sociais. Levam-se

em conta, portanto, neste tipo de concepção da história, o fazer dos homens, a

maneira como vivem, trabalham, se alimentam, pensam, se organizam, se divertem,

enfim, como se comportam numa determinada sociedade.

Nesse sentido, Cabrini et al (1986, p. 33), quando resgata, na concepção de

história, essa relação do indivíduo com a sociedade nos seus mais diferentes espaços

e tempos faz as seguintes considerações:

A história estuda as ações dos homens, procurando explicar as relações entre seus diferentes grupos. Essas relações estão em permanente movimento são essencialmente dinâmicas e contraditórias. Produzir história (...) é procurar captar recuperar essas relações que se estabelecem entre os grupos humanos no desenvolvimento de suas atividades nos mais diferentes tempos e espaços.

Analisada nesta perspectiva, a história deixa de ser compreendida de forma

estática e distante para ser apreendida como processo, como construção cujas

transformações são resultantes de ações concretas de sujeitos históricos no seu

cotidiano. Partindo desse princípio fica claro que o professor que se propõe ensinar

História, nessa etapa do ensino fundamental, tem um duplo desafio: primeiro o de

considerar e valorizar as experiências vividas pelos seus alunos ao chegarem nessa

etapa; segundo, por ter que romper com qualquer visão que distancie a história da

vivência desse aluno.

Entendida nessa perspectiva, o aluno será capaz de interrogar acerca da sua

própria historicidade, de compreender a dimensão histórica da realidade em que vive.

Desse modo, as abordagens dos conteúdos apresentados, nesta proposta, avançam

na medida em que problematizam as sociedades buscando compreender as diversas

relações que se estabelecem no seu interior, possibilitando ao aluno a compreensão

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dos processos históricos complexos, conflituosos, vividos pelas sociedades ao longo

dos tempos.

Nesse sentido, cabe ao professor propor ao aluno, desafios que desperte o

gosto pela reflexão de maneira, que a sua preocupação privilegie a explicação do

saber e do fazer das transformações sociais, mais do que os "onde" e "quando". A

partir daí o aluno perceberá as diferenças e semelhanças das sociedades nos

diversos tempos e espaços.

No que se refere à questão do tempo histórico, este deverá ser trabalhado

não apenas para instrumentalizar o aluno para a localização espaço/tempo, posto que

esta compreensão não esteja relacionada apenas à noção cronológica, limita-se

também a análise de tempo histórico. Não é apenas sabendo identificar o período em

que se deu determinado fato que fará com que o aluno compreenda e explique esse

acontecimento, mas, é necessária uma postura investigativa, de modo a perceber as

mudanças nas relações sociais do mundo do trabalho, da cultura, da mentalidade das

sociedades no seu fazer histórico.

Quanto ao espaço, o que vai ressignificar o momento é a reflexão acerca do

meio histórico, a partir das transformações ocorridas no meio geográfico feito pela

ação dos mais variados grupos sociais.

É importante considerar que, para as abordagens dos conteúdos aqui

propostos, é preciso que haja uma compreensão de “fato histórico”, desvinculada de

qualquer visão que privilegie apenas os grandes acontecimentos e os heróis, sem

envolver e/ou perceber a participação dos populares no seu cotidiano.

Feitas estas considerações iniciais que julgamos de grande importância para

o desenvolvimento da Proposta, passemos à discussão dos conteúdos propriamente

ditos de 6º e 7º Ano, cuja temática é apresentada sob o título de introdução ao estudo

de história.

Nesta unidade, propomos ao professor que desenvolva uma abordagem

conceitual da história, a partir dos elementos fundamentais para a compreensão da

mesma, ou seja, noções de tempo histórico, espaço, fato e fontes históricas. Estas

conceituações, não devem ser dadas prontas e acabadas ao aluno, levando-o a

decorá-las, mas, proporcionar condições para que o aluno aprenda - como construir

conceitos em história; compreenda a noção de fato histórico, a partir de sua vivência

e que amplie sua noção de documentos históricos (fotos, jornais, filmes, etc.) para

além do registro escrito, percebendo, na diversidade de fontes, que, hoje, a história

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apresenta instrumentos reveladores do modo de viver, de pensar e agir de um

determinado povo numa determinada época.

No que concerne ao estudo do macro tema, apresentado nesta proposta para

o 6º Ano, “as sociedades antigas e medievais”, propomos ao professor trabalhar essas

sociedades, desde a mais simples até a mais complexa, a partir da análise das

relações sociais internas e externas nelas existentes, sem perder de vista o lugar, o

tempo e o momento presente, fazendo um paralelo entre o passado e o presente.

Para melhor analisarmos a natureza e funcionamento dessas sociedades,

optamos por organizar o estudo de forma que possamos levar o aluno a perceber o

mundo do trabalho, do poder e das representações culturais configuradas no cotidiano

dessas sociedades.

Assim, ao tratarmos, por exemplo, das comunidades domésticas, propomos

que seja estudada a sua caracterização geral através das relações sociais que

estabelecem entre si, isto é, relações sociais de trabalho e, dentro deste tipo de

relação, o professor analise o processo de produção vivido por esses povos; as

evoluções tecnológicas por eles experimentadas nos diferentes espaços e tempos dos

continentes: Europa, Ásia, África e América.

Que, ao discutir as relações sociais de representação, o professor chame a

atenção do aluno para a intimidade desses povos com a natureza representada

através dos seus símbolos. No desenvolvimento dessas relações sociais de poder,

propomos que o professor considere, para a sua análise, a passagem do matriarcado

para o patriarcado nessas sociedades; a inexistência do estado; de classes e a força

política do coletivo.

É importante salientar que essas relações não se dão de forma isolada. Elas

fazem parte de um todo que é a sociedade, portanto, o professor não deve criar, no

aluno, uma visão estanque, finalista, como se cada relação social não tivesse ligação

entre si. Muitas vezes, elas são difíceis de separar, como é o caso das relações sociais

de representação e de poder. Isolá-las seria um anacronismo.

Desse modo, à medida que o professor for tratando das complexidades

existentes nas sociedades nos seus mais variados tipos, as relações sociais também

adquirirão um grau de complexidade maior.

Outro ponto a considerar, para o sucesso das estratégias aqui propostas, é a

importância que o professor deve dar ao estudo dos conceitos no início de cada novo

assunto. Não estamos nos referindo ao estudo do conceito de História inicialmente

Page 18: Currículo referência história 6º ao 9º ano

195

abordado neste Currículo Referência, mas, durante o desenvolvimento de todo o

curso, cabe ao professor problematizar os sentidos, tempos e fatos históricos,

conceituando-os em consonância com os objetivos para que os estudantes

compreendam a relevância do tema que ele vai estudar e não apenas escrever no

quadro o título da aula, sem esclarecer os conceitos básicos essenciais para a

compreensão do assunto.

Enfatizamos, mais uma vez, que não estamos propondo que o professor dê

pronto e acabado os conceitos para que o aluno os decore simplesmente para depois,

esquecê-los, mas que lhe sejam dadas as ferramentas para que nesta etapa do

ensino, quando ainda não domina todas as noções abstratas, possa melhor com-

preendê-las sem que tenha que decorá-las.

Dessa forma, conceitos de comunidade doméstica, sociedades agropastoris,

sociedades hidráulicas, sociedades escravistas, cidades-estados, democracia, etc.,

são indispensáveis para a compreensão das relações sociais que aqui propomos que

sejam trabalhadas.

No 7º Ano, abordar-se-á a transição dos tempos modernos, objetivando

discutir a construção da modernidade nos seus mais diferentes aspectos. Isto implica

ir além do estudo sobre as relações econômicas e de poder, analisando, também, as

relações de representação, contidas nesse momento histórico; as concepções de

mundo presentes que contribuem para mudanças no social.

É muito importante, ao estudar esse momento de transição, perceber as

permanências e transformações, apontando para os ritmos de tempo, onde há

mudanças que ocorrem mais lentamente que outras e analisando os acontecimentos

tanto na sua conjuntura quanto na longa duração.

Iniciamos o estudo do 7º ano, pela Europa, mais precisamente sua parte

ocidental, uma vez que é nela que se dá o processo de construção dessa

modernidade.

A abordagem dos continentes africano, asiático e americano encontra-se

ligada ao processo de expansão europeia e de formação do Antigo Sistema Colonial,

embora se devam reconhecer e identificar as formas sociais e singulares daqueles

continentes.

É importante, na abordagem da estrutura e dinâmica do Sistema Colonial,

enfatizar as semelhanças, especificidades e contradições contidas nas diversas

Page 19: Currículo referência história 6º ao 9º ano

196

sociedades coloniais da América e que podem ser percebidas, tanto nas diversas

formas de exploração da mão-de-obra, como também no relacionamento entre

colônias e metrópoles e na organização interna das colônias. Também se faz

necessário um estudo mais específico da realidade brasileira e, consequentemente, a

maranhense, nesse contexto.

4.2 Orientações Metodológicas para as Turmas de 8º e 9º Ano

Nesta fase, espera-se que os alunos já compreendam a importância das

sociedades a partir de critérios fundamentais explicitados nos eixos temáticos -

exercitados no ciclo anterior. De tal maneira que, agora, possam trabalhar os

conteúdos destas fases do ensino fundamental, levando em consideração seus

aspectos mais teóricos e conceituais. Ou seja, trabalhar com as características

estruturais do capitalismo enquanto sistema econômico-social e político, tanto nos

países onde ele se originou, quanto nas formas que vai assumindo no restante do

mundo - e em relação aos países matrizes. Desta forma, poder-se-á correlacionar tal

processo às próprias vicissitudes e contradições de nossa sociedade atual dado

aquele caráter formativo, considerando que no 8º ano, o aluno defrontar-se-á com o

sistema capitalista já estruturado e, portanto, com as grandes contradições mundiais

e locais por ele criadas.

A dimensão política da estruturação do capitalismo no mundo globalizado com

suas classes sociais e interesses possibilitará ao aluno posicionar-se diante dos

grandes temas colocados por esses processos, facilitando o entendimento das

consequências, ainda atuais e em jogo (inclusive eleitoral) nas sociedades referidas -

especialmente a nossa própria. Não nos esqueçamos de que, nessa faixa etária, os

estudantes já estão prestes a adquirir o direito ao voto, sendo importante situá-los a

respeito das raízes históricas contemporâneas, dos problemas e grandes questões

atuais. É também conveniente a utilização de pequenos textos ou capítulo de livros

paradidáticos, extraídos de autores consagrados nos respectivos temas em estudo

para leitura, fichamento e discussão em sala de aula. O estímulo à pesquisa e à

reflexão crítica poderá, ainda, ser realizado com o uso de fontes ou documentos de

época, que possibilitem ao aluno, extrair conclusões baseadas no conhecimento mais

geral que está adquirindo sobre os temas em estudo.

Portanto, recomenda-se aos professores as seguintes situações didáticas:

Page 20: Currículo referência história 6º ao 9º ano

197

Questionar os alunos sobre o que sabem quais as suas ideias, opiniões

ou dúvidas sobre o tema em debate, valorizando seus conhecimentos;

Questioná-los sobre as diferenças e permanências entre o tema em

debate e aqueles vistos nas sociedades e momentos históricos anteriores, já

trabalhados;

Desenvolver atividades com diferentes fontes de informação (jornais,

revistas, fotografias, objetos, filmes etc.) de tal maneira a concretizar o

significado do tema em debate.

Outra estratégia bem interessante é promover estudos especiais sobre as

concepções ou visões de mundo que estejam de acordo com a época em debate,

assim como suas expressões nas artes. Buscar, neste caso, a interdisciplinaridade,

trabalhando a literatura, a música, a pintura, a arquitetura, as artes visuais.

Recomenda-se visita a museus, exposições de arte, e à própria cidade onde se estará

buscando as interpolações histórico-temáticas.

Page 21: Currículo referência história 6º ao 9º ano

198

5 PANORAMA GERAL DO COMPONENTE CURRICULAR

Quadro 1: Panorama geral do componente curricular História – 6º ano

EIXO/TEMÁTICAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – 6º ANO

Eixo: Linguagens e Procedimentos de Pesquisa

TEMÁTICA: A importância da História e o surgimento das civilizações

O trabalho do historiador; O tempo e a importância da História; As origens do ser humano; A evolução dos seres humanos; A vida humana no Paleolítico; O Neolítico e Revolução agrícola; O surgimento das cidades. (Apresentar e discorrer

também sobre o surgimento da cidade de Açailândia).

1. Perceber que a História é a Ciência que estuda as ações humanas no tempo.

2. Conhecer e reconhecer diversas maneiras de contagem e de registro do tempo –

calendário e outras formas consagradas – dos Maias, dos Egípcios, dos diferentes povos

indígenas brasileiros entre outros, discutindo usos e adequações;

3. Compreender as diferentes medidas de tempo comumente utilizadas – Décadas, Século,

Milênio, Era – e as formas de realizar as medidas em outras culturas.

4. Constatar que o ser humano é o resultado de um longo processo evolutivo.

5. Comparar o modo de vida do homem do Paleolítico com o do Neolítico.

6. Identificar as mudanças que a revolução agrícola trouxe para as sociedades humanas.

7. Conhecer diferentes formas de periodização dos processos históricos, tais como Idades

Antiga, Média e Contemporânea;

8. Compreender a relação entre o surgimento das primeiras cidades, a formação do estado

e o desenvolvimento da escrita.

9. Compreender as Eras do Descobrimento, das Revoluções, Atômica e Espacial;

10. Comparar o modo de vida dos povos antigos com foco na sociedade atual do nosso

país, estado e município.

Eixo: Linguagem e procedimentos de Pesquisa

Page 22: Currículo referência história 6º ao 9º ano

199

TEMÁTICA: Povoamento da América

Como viviam os primeiros americanos; A vida dos primeiros habitantes do Brasil.

11. Reconhecer e diferenciar as principais hipóteses e teorias sobre a chegada dos

primeiros seres humanos na América;

12. Identificar fontes históricas, tais como documentos pessoais, fotografias, narrativas

orais, escritas e iconográficas e materiais audiovisuais;

13. Entender a importância das ferramentas para a produção de evidências e posterior

formulação de narrativas sobre o passado, ampliando o vocabulário historiográfico e a

compreensão sobre o passado do local ou da região em que vive na América e em especial

no Brasil;

14. Localizar em um mapa atual, os países da América e sua importância para o

desenvolvimento das comunidades atuais.

Eixo: Conhecimentos Históricos 15. Conhecer a história do mundo antigo, com ênfase no processo de surgimento das

civilizações.

16. Entender a importância da invenção da escrita para o desenvolvimento das atividades

comerciais e para a ocupação de cargos no Estado das civilizações mesopotâmicas, egípcia

e Núbia;

17. Comparar o modo de vida dos povos que habitaram a Mesopotâmia, o Egito e Núbia;

18. Conhecer a importância do rio Nilo para a civilização egípcia.

TEMÁTICA: Berço das Civilizações Antigas

Mesopotâmia; O Egito e o Rio Nilo: Terra de grandes impérios; As sociedades do Egito antigo e Núbia: relação com

a religião e a escrita.

Eixo: Conhecimentos Históricos 19. Relacionar as características geográficas da área ocupada pelos fenícios ao

desenvolvimento histórico desse povo;

20. Perceber o papel dos fenícios na criação do alfabeto;

21. Identificar os principais momentos da história dos antigos hebreus;

22. Compreender o contexto histórico da formação e expansão do império persa.

TEMÁTICA: Fenícios, Hebreus e Persas

Fenícios: domínio das navegações; Hebreus: ocupação de Canaã; O Império Persa: lutas e conquistas.

Page 23: Currículo referência história 6º ao 9º ano

200

Eixo: Conhecimentos Históricos 23. Reconhecer os conceitos de democracia e cidadania construídos na Grécia clássica e,

em particular, em Atenas;

24. Identificar a importância da mitologia grega e de suas representações nas artes e na

literatura, até os dias atuais;

25. Valorizar as contribuições do pensamento grego para a Matemática e para o

conhecimento da natureza.

26. Analisar a história das riquezas dos rios situados na região da Antiga Mesopotâmia e

comparar com mapas históricos da atualidade.

27. Conhecer a conquista da Grécia pela Macedônia e a difusão da cultura helênica pelo

mundo mediterrâneo.

TEMÁTICA: Civilização Grega

A origem da civilização grega; A vida política na Grécia; A conquista macedônica; A vida cotidiana na Grécia Antiga; Mitos e religião na Grécia;

A arte grega, a filosofia e ciência.

Eixo: Conhecimentos Históricos 28. Conhecer o processo de formação do Império Romano.

29. Compreender aspectos da República romana e o papel do Direito na organização do

Estado.

30. Reconhecer a importância do latim na formação das línguas vernáculas modernas.

31. Conhecer a relação entre patrícios e plebeus.

32. Identificar as origens do Cristianismo na região da Palestina e sua propagação por

outras regiões do Império Romano.

30. Identificar a divisão do Império Romano entre Império romano do Ocidente e do Oriente.

TEMÁTICA: Civilização Romana

A formação de Roma; A República romana; As guerras da conquista; O Império Romano; A sociedade e a cultura. A mensagem do cristianismo;

A divisão do Império e a queda de Roma.

Eixo: Conhecimentos Históricos

Page 24: Currículo referência história 6º ao 9º ano

201

TEMÁTICA: Idade Média

O declínio do Império romano; Os germânicos e a idade média; O Reino Franco e o Cristianismo;

A Economia, Política e Cultura Feudal.

31. Compreender a desestruturação do Império Romano e a formação do mundo medieval

na Europa.

32. Identificar aspectos do conceito de feudalismo.

33. Classificar a estrutura da sociedade feudal definida a partir de três ordens: oratores,

bellatores e laboratores, representadas pelas figuras do sacerdote, do cavaleiro e do

camponês.

34. Reconhecer as principais características da economia, cultura e política no período

feudal.

Fonte: Produção Equipe Pedagógica SME da Área de Ciências Humanas, baseada na Meta 2 do Plano Municipal de Educação (PME 2014 – 2024).

Page 25: Currículo referência história 6º ao 9º ano

202

Quadro 2: Panorama geral do componente curricular História – 7º ano

EIXO/TEMÁTICAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – 7º ANO

Eixo: Linguagens e procedimentos de Pesquisa

TEMÁTICA: Baixa Idade Média

Mudanças no campo e nas cidades; As Cruzadas; A Formação dos Estados europeus modernos; A Peste Negra e a Grande Fome;

O saber e as artes.

01. Conhecer marcas fundamentais das Histórias Antiga e Medieval, incluindo

contraposições, conexões e trocas que se estabeleceram entre Ocidente e Oriente ao longo

dos séculos (cerca de 3 mil a.C. a fins do século XV);

02. Produzir textos que discorram sobre o desenvolvimento dessas civilizações e sociedade

no que tange à arte.

03. Utilizar tecnologias para acesso às fontes históricas (dados, registros, documentos e

narrativas) em pesquisas sobre acontecimentos passados, selecionando informações

considerando os contextos de sua proporção na história da Idade Média;

04. Comparar as cidades medievais com as cidades atuais estabelecendo semelhanças e

diferenças;

05. Comparar a idade média com o Renascimento e identificar as mudanças e as

permanências de um período para o outro.

Eixo: Linguagens e procedimentos de Pesquisa 06. Entender a importância das atividades comerciais e agrícolas para a expansão da vida

urbana na Europa a partir do século XI e identificar os grupos sociais que então se

desenvolveram;

07. Identificar as principais características do processo de formação dos Estados Nacionais

Europeu (Portugal, Espanha, França e Inglaterra) e perceber a especificidade do processo

inglês;

08. Analisar as questões políticas e econômicas que circundaram a Reforma e a

Contrarreforma;

09. Relacionar as mudanças ocorridas na sociedade europeia com o desenvolver artístico

e cultural da baixa idade média, ampliando para uma discussão local.

TEMÁTICA: Mudanças na arte, na religião e na política europeia O Humanismo; A Arte do Renascimento; A Reforma Protestante; A Contrarreforma O fortalecimento das monarquias nacionais. (Apresentar e discorrer sobre as riquezas da cidade de

Açailândia, representadas na arte, na religiosidade e na política).

Eixo: Conhecimentos Históricos 10. Identificar os fatores prováveis do declínio das cidades – Estados Maias;

Page 26: Currículo referência história 6º ao 9º ano

203

TEMÁTICA: Povos pré-colombianos

América: Terra de grandes civilizações; A civilização Maia O Império Asteca;

A civilização Inca.

11. Perceber que os Incas preservavam sua memória mesmo sem conhecer a escrita;

12. Apreciar e analisar os aspectos culturais dos Incas e Maias.

Eixo: Conhecimentos Históricos 13. Compreender o processo de organização do domínio colonial nas Américas portuguesa

e espanhola.

14. Analisar os diferentes impactos da conquista europeia da América para as populações

ameríndias.

15. Analisar as relações de trabalho impostas às populações indígenas e a introdução da

escravidão de origem africana nas Américas.

16. Identificar as principais características do Estado Absolutista e suas relações com a

política mercantilista.

17. Identificar sujeitos e processos históricos relacionados a formação dos povos e em

especial o povo brasileiro em diferentes fontes, tais como documentos oficiais; (lista de

imigrantes, documentos censitários, registros paroquiais entre outros.) Documentos

pessoais, fotografia, narrativas orais. Escritas e iconográficas e materiais audiovisuais.

TEMÁTICA: As grandes navegações e a colonização da América Portuguesa

A Expansão Marítima Portuguesa; A Expansão Marítima Espanhola; A colonização Portuguesa na América;

A administração da América Portuguesa.

Eixo: Conhecimentos Históricos 18. Reconhecer os diferentes processos de escravidão ocorridos no Brasil / escravidão de

africanos e escravidão de indígenas / relacionando-os com a formação política, economia,

cultura e social das diferentes regiões do Brasil;

19. Comparar as principais características da expansão marítima portuguesa e espanhola.

TEMÁTICAS: Espanhóis e ingleses na América

A conquista espanhola; A colonização espanhola na América; As atividades econômicas na Colônia; As viagens marítimas inglesas; A colonização inglesa na América;

Franceses e ingleses na América do Norte. Eixo: Conhecimentos Históricos

Page 27: Currículo referência história 6º ao 9º ano

204

TEMÁTICA: Nordeste colonial do Brasil

A economia açucareira; O cotidiano nos engenhos; Escravidão, existência e trocas culturais;

A ocupação do Nordeste brasileiro pelos holandeses.

20. Conhecer as diferentes fases da colonização do Brasil, em especial a da economia do

açúcar no Nordeste, da exploração mineradora e da expansão das fronteiras do território

colonial.

21. Identificar e analisar algumas contribuições das culturas pré-colombianas para a

formação de hábitos alimentares comuns na atualidade, em todo mundo Ocidental;

22. Respeitar e valorizar a cultura material e simbólica dos povos pré-colombianos como

patrimônio da humanidade;

23. Compreender que o processo de aculturação era dinâmico e complexo e que os

indígenas, muitas vezes, resistiram e mantiveram suas crenças;

24. Identificar os diferentes regimes de trabalhos implantados nas colônias espanholas e

nas colônias inglesas da América;

25. Estabelecer diferenças e semelhanças entre os movimentos migratórios para o

continente americano na época da colonização e os movimentos migratórios atuais que

ocorre dentro do próprio continente;

26. Indicar os fatores que levaram os portugueses a cultivar cana de açúcar na América

portuguesa;

27. Estabelecer relações entre as diversas atividades econômicas desenvolvidas pelos

colonizadores na América portuguesa;

28. Perceber o preconceito racial que ainda persiste no Brasil como uma das heranças

perversas da escravidão;

29. Reconhecer as várias formas de resistência praticadas pelos escravos, em especial a

formação de quilombos.

Fonte: Produção Equipe Pedagógica SME da Área de Ciências Humanas, baseada na Meta 2 do Plano Municipal de Educação (PME 2014 – 2024).

Page 28: Currículo referência história 6º ao 9º ano

205

Quadro 3: Panorama geral do componente curricular História – 8º ano

TEMÁTICAS/CONTEÚDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – 8º ANO

Eixo: Conhecimentos Históricos

TEMÁTICA: a expansão da América Portuguesa e época do ouro no Brasil

As missões jesuítas; A conquista do sertão; A crise da economia portuguesa; Rebeliões na Colônia; A descoberta do ouro; A exploração de ouro e diamante; A vida urbana e o mercado interno;

A vida cotidiana nas cidades mineiras.

01. Reconhecer as fontes históricas, tais como documentos pessoais, fotografias, narrativas

orais, escritas, iconográficas e materiais audiovisuais, dentre outros, como ferramentas para

a produção de evidências e posterior formulação de narrativas sobre o passado, ampliando

o vocabulário historiográfico e a compreensão sobre a história do Brasil.

02. Perceber a importância dos jesuítas para a educação e a expansão do catolicismo na

América espanhola;

03. Reconhecer a conquista da América como parte do processo de expansão ultramarina

europeia por meio do estudo das relações econômicas nas quais os Portugueses estavam

inserindo entre os séculos XIV e XV;

04. Caracterizar as missões jesuíticas como aldeamentos destinados a conversão do

indígena, destacando alguns aspectos da vida nas missões;

05. Caracterizar as missões jesuíticas como aldeamentos destinados a conversão do

indígena, destacando alguns aspectos da vida nas missões;

06. Comparar a revolta de Beckham e a guerra dos mascates e identificar esses

movimentos como expressão de interesses locais, que não questionaram o domínio colonial

Português.

07. Analisar a importância da mineração para a expansão da América portuguesa e para o

desenvolvimento econômico do centro-sul da colônia;

08. Reconhecer a importância e o predomínio do trabalho escravo na extração aurífera da

região das minas;

Page 29: Currículo referência história 6º ao 9º ano

206

09. Comparar a revolta de Beckham e a guerra dos mascates e identificar esses

movimentos como expressão de interesses locais, que não questionaram o domínio colonial

Português.

Eixo: Conhecimentos Históricos 10. Perceber a importância das revoluções inglesas do século XVIII para o processo de

industrialização da Inglaterra;

11. Compreender as condições socioeconômicas e políticas que explicam o pioneirismo

inglês na industrialização;

12. Identificar as principais características da revolução industrial inglesa;

13. Reconhecer as diferenças entre os ritmos e a disciplina de trabalho antes e depois da

revolução industrial.

TEMÁTICA: Das revoluções inglesas à revolução industrial

As Revoluções inglesas do século XVII; O desenvolvimento econômico da Inglaterra; A Revolução Industrial; As cidades industriais e a vida operária;

As lutas operárias e os sindicatos. Eixo: Conhecimentos Históricos 13. Identificar as principais críticas dos pensadores iluministas ao antigo regime, bem como

as novas ideias que eles defendiam;

14. Perceber a influência do pensamento liberal-iluminista no movimento de independência

dos Estados Unidos;

15. Reconhecer na declaração dos direitos do homem e do cidadão os princípios liberais

que hoje predominam no mundo ocidental;

16. Compreender a complexidade da revolução francesa, cujo andamento foi marcado pela

diversidade de interesses e objetivos, associados às camadas sociais heterogêneas que

disputaram o poder;

TEMÁTICA: Revoluções na América e na Europa

O Iluminismo; A independência dos Estados Unidos; Revolução Francesa: início e reações, mudanças

sociais e políticas. Do Terror ás mudanças trazidas pela Revolução.

Eixo: Conhecimentos Históricos 17. Explicar a súbita de Napoleão ao poder na França como o corolário da revolução de

1789;

18. Compreender as características do governo de Napoleão Bonaparte, diferenciado as

esperas econômicas, policial e jurídica;

TEMÁTICA: A Era de Napoleão: Na Europa e na América

Napoleão Bonaparte no poder;

Page 30: Currículo referência história 6º ao 9º ano

207

O Império Napoleónico; A Independência do Haiti;

Os americanos lutam por liberdade.

19. Entender a especificidade pela independência no Haiti e compara-la aos processos

emancipatórios das demais colônias do continente americano.

Eixo: Conhecimentos Históricos 20. Compreender os limites da independência alcançada pelos países da América Latina e

reconhecer as contradições do período colonial que permanecem ainda hoje.

21. Reconhecer os nexos entre o processo de independência e as transformações ocorridas

na Europa, por meio do estudo da revolução francesa e seu desdobramento no campo

político;

22. Relacionar a crise portuguesa do século XVIII às alterações no nexo metrópole-colônia;

23. Contextualizar a transferência da família real portuguesa para o Brasil na construção da

era napoleônica;

24. Identificar as mudanças econômicas, sociais e política, decorrente da transferência da

família real e da corte portuguesa para o Brasil;

25. Caracterizar e comparar as construções Mineira e Baiana;

26. Contextualizar as discussões do processo de independência do Brasil com a

independência financeira e política do município;

27. Conhecer os motivos e os desdobramentos da vida na corte portuguesa para o Rio de

Janeiro em 1808.

TEMÁTICA: A independência do brasil e o primeiro reinado

O Brasil sobre as regras do pacto colonial; A crise do Antigo Sistema Colonial; A Família Real no Brasil; A Independência do Brasil; O Primeiro Reinado (1822 - 1831);

A independência histórica do processo político de Açailândia.

Eixo: Conhecimentos Históricos 28. Comparar a formação dos estados Italiano e Alemão, e reconhecer nesses processos

históricos e triunfo dos ideais nacionalistas na Europa;

29. Relacionar a expansão territorial dos Estados Unidos no século XIX com a retração dos

territórios indígenas no pais;

30. Reconhecer as diferenças que havia entre o sul e o norte dos Estados Unidos e associar

essas diferenças a eclosão da guerra civil americana.

TEMÁTICA: Revoluções na Europa e a Expansão dos Estados Unidos

A Europa das Revoluções; A unificação da Itália e da Alemanha; Estados Unidos: A conquista do Oeste; A Guerra civil americana.

Page 31: Currículo referência história 6º ao 9º ano

208

Eixo: Conhecimentos Históricos 31. Analisar os principais fatores que deslocaram na independência do

Brasil e os conflitos que surgiram m diversas províncias para a sua manutenção;

32. Reconhecer as principais características políticas, economia e social do primeiro reinado

e identifica os acontecimentos que levaram a crise do governo de D. Pedro I.

33. Analisar os movimentos revolucionários do século XIX na Europa, quando as suas

motivações, reivindicações, ideias e resultados;

34. Comparar as principais características das revoltas que ocorreram no período regencial;

35. Reconhecer mudanças e permanências no lugar ocupado por populações negras e

indígenas na sociedade brasileira, considerando sua condição nos passados colonial e

imperial brasileiro e na sociedade brasileira contemporânea;

36. Comparar as principais características das revoltas que ocorreram no período regencial;

37. Situar a guerra do Paraguai no contexto das disputas políticas e econômicas da região

platina e reconhecer as diferentes visões construídas pela historiografia;

38. Reconhecer os efeitos gerados no Brasil com a abolição do tráfico negreiro em 1850;

39. Analisar a importância do movimento abolicionista do século XIX e assumir uma postura

crítica contra qualquer forma de preconceito racial;

40. Compreender os interesses do governo e das elites agrarias em incentivar a vinda de

imigrantes para o Brasil e identificar as principais características do trabalho escravo e do

trabalho livre nas grandes fazendas de café do século XIX.

TEMÁTICAS: Brasil: Período Regencial e o Segundo Reinado

O Período Regencial (1831 - 1840); O Segundo Reinado; A Expansão cafeeira no Brasil; O Movimento Absolutista;

Os Imigrantes no Brasil.

Fonte: Produção Equipe Pedagógica SME da Área de Ciências Humanas, baseada na Meta 2 do Plano Municipal de Educação (PME 2014 – 2024).

Page 32: Currículo referência história 6º ao 9º ano

209

Quadro 4: Panorama geral do componente curricular História – 9º ano

TEMÁTICAS/CONTEÚDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – 9º ANO

Eixo: Linguagem e Procedimentos de Pesquisa

TEMÁTICA: Imperialismo

As novas tecnologias; A expansão da Revolução Industrial; O surgimento da Sociedade de Massas;

A Era dos Impérios e a Arte Moderna.

01. Analisar os efeitos devastadores do imperialismo europeu sobre os países da África e

Ásia;

02. Caracterizar a 2° revolução industrial e diferencia-la da 1° revolução industrial;

03. Analisar as motivações e decorrências da expansão imperialista europeia sob os pontos

de vista econômico, político e cultural;

04. Reconhecer alguma característica da era imperialista: o crescimento das cidades e

formação de uma cultura de massas;

06. Reconhecer a influência da arte das áreas coloniais nas manifestações artísticas das

vanguardas europeias.

Eixo: Linguagem e Procedimentos de Pesquisa 07. Analisar os sentidos sociais e culturais da revolta de Canudos no sertão da Bahia, na

década de 1890;

08. Conhecer a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, em especial a sua “descoberta”

das mazelas do “Brasil”;

09. Identificar o sistema político partidário da Primeira República e as bases sociais do

partido republicano nos estados participantes da chamada política do “café com leite”, São

Paulo e Minas Gerais;

10. Conhecer os principais movimentos sociais do Brasil durante a 1° republica (guerra de

canudos, guerra de contestado e cangaço);

11. Identificar as mudanças e as permanências, na passagem da monarquia para a

república sob os pontos de vista econômico e social;

TEMÁTICAS: Brasil republicano

A Guerra de Canudos; A Guerra do Contestado; Cangaço: Uma Guerra no Sertão; A Industrialização e o crescimento das cidades;

O Movimento operário na Primeira República.

Page 33: Currículo referência história 6º ao 9º ano

210

12. Descrever a característica da classe operaria brasileira e suas lutas de classes.

Eixo: Linguagem e Procedimentos de Pesquisa 13. Identificar diferentes fontes de consulta sobre as grandes guerras mundiais;

14. Analisar os fatores que levaram a 1° guerra mundial e os resultados advindos desse

acontecimento;

15. Relacionar a 1° guerra mundial e a revolução Rússia, entendendo a influência mutua de

ambos os acontecimentos;

16. Compreender as razões que levaram a queda do cristianismo e a revolução socialista

na Rússia;

17. Caracterizar a Belle époque e as principais tendências culturais desenvolvidas na

Europa durante os anos 1920.

TEMÁTICA: A 1ª guerra e a Revolução Russa

A Belle Époque; A 1ª Guerra Mundial; A Revolução Socialista na Rússia;

A Arte e a cultura na Europa dos anos 1920.

Eixo: Conhecimentos Históricos 18. Compreender as razões que levaram a crise de 1929, caracterizar o programa

conhecido como New Deal e estabelecer paralelos com a crise econômica de 2008;

19. Caracterizar o Nazi fascismo como uma ideologia assentada no nacionalismo e no

totalitarismo, na imposição de um partido único, monopolizado pelo estado, no culto ao

chefe e no aniquilamento das oposições, por meio das forças e dos instrumentos de

programa política;

20. Reconhecer os principais acontecimentos da 2° guerra mundial e destacar os resultados

do conflito na configuração do mundo bipolar.

TEMÁTICA: A crise do capitalismo e a Segunda Guerra Mundial A Crise de 1929; Os Regimes autoritários tomam conta da Europa; Uma experiência dolorosa: o Nazismo alemão; A Expansão do Eixo e a Segunda Guerra Mundial;

A Eclosão da Guerra.

Eixo: Conhecimentos Históricos 16. Identificar as forças políticas que compuseram a aliança liberal e chegaram ao poder

em 1930;

17. Caracterizar o estado novo do ponto de vista político, econômico e social e compreender

o contexto em que esse regime foi instalado;

18. Destacar alguns elementos da produção cultural da era Vargas, inserindo-os no contexto

geral da época;

TEMÁTICAS: A Era Vargas

A Revolução de 1930 e o Governo Provisório; A Ditadura do Estado Novo; A educação e cultura na Era Vargas; O Brasil depois de 1945;

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211

A Guerra Fria; Revolução na Ásia; A descolonização da África;

A questão Judaica – Palestina.

19. Caracterizar o 2° governo Vargas sob os pontos de vista político, econômico e social;

20. Caracterizar a guerra fria em seus diversos aspectos (politica, produção cultural, ciência

e esportes);

21. Conhecer os efeitos da guerra fria sobre os países da América do Sul e sobre o Brasil

em particular;

22. Sintetizar os principais fatores e aspectos envolvidos no conflito entre israelenses e

palestinos;

23. Relacionar a luta de independência das colônias africanas e asiáticas ao contexto da

guerra fria, reconhecendo, porém, os aspectos particulares de cada região.

Eixo: Linguagem e Procedimentos de Pesquisa 24. Identificar os desdobramentos da revolução cubana para o acirramento da disputa entre

o bloco capitalista e o bloco socialista;

25. Identificar as bases do desenvolvimento econômico ocorridos durante os anos J.K.

26. Comparar os golpes de estado que implantaram aas ditadura militares no Brasil, na

argentina e no Chile e relaciona-los ao cenário internacional da guerra fria;

27. Caracterizar o regime militar que se implantou no Brasil em 1964 sob os pontos de vista

político e econômico;

28. Reconhecer as várias formas de resistência promovidas contra a ditadura militar no

Brasil;

TEMÁTICAS: Democracia e ditadura na América Latina

Os “Anos Dourados”; O governo João Goulart e o Golpe de 1964; O fim das Liberdades Democráticas; A cultura no Regime Militar;

Ditaduras na Argentina e no Chile.

Eixo: Linguagem e Procedimentos de Pesquisa 29. Analisar mudanças e permanências produzidas pela globalização na vida brasileira;

30.Compreender o significado da queda do muro de Berlim na instauração de uma nova

ordem mundial;

31. Analisar os fatores da crise do mundo socialista no final do século XX;

TEMÁTICA: A nova ordem mundial O fim da União Soviética e do Socialismo no Leste

Europeu; A Globalização e seus efeitos;

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212

Os Estados Unidos e o Mundo Contemporâneo; O Brasil na nova ordem mundial;

Um balanço do Brasil contemporâneo: (discorrer sobre esses efeitos na cidade de Açailândia).

32. Caracterizar o progresso de globalização, compreendendo as suas contradições e o

debate que divide os defensores e os críticos desse fenômeno;

33. Refletir sobre alguns desafios colocados para a humanidade no novo milênio, como a

preservação da natureza e o combate à pobreza e a intolerância.

Fonte: Produção Equipe Pedagógica SME da Área de Ciências Humanas, baseada na Meta 2 do Plano Municipal de Educação (PME 2014 – 2024).

Page 36: Currículo referência história 6º ao 9º ano

213

6 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DE HISTÓRIA

Antes de começar um estudo sobre avaliação escolar, é necessário refletir

sobre o objetivo daquilo que se quer descobrir, pois geralmente os resultados

alcançados refletem a ação da prática pedagógica como ponto de partida. Segundo

Luckesi (1996), as pedagogias imprimem na avaliação da aprendizagem o princípio

do autoritarismo. Por meio da avaliação autoritária e classificatória promove-se

implacavelmente a seleção dos “bons” e dos “maus”. São pedagogias que veem a

educação e a avaliação como princípios em si mesmos e não como um meio do

processo ensino e aprendizagem, ou ainda, como expressão das relações sociais

contraditórias da existência humana.

Nesse sentido, essas pedagogias não tecem críticas ao sistema social,

político e econômico hegemônico, pois acreditam que o fracasso é de

responsabilidade dos alunos e de suas famílias. São procedimentos didáticos de

pedagogias que não analisam os impactos que as diferenças sociais causam nas

possibilidades de aprendizagem das crianças das camadas mais pobres. Segundo

Luckesi (1996 p.32):

A prática da avaliação escolar, dentro do modelo liberal conservador, terá de ser, obrigatoriamente, autoritária, pois esse caráter pertence à essência dessa perspectiva de sociedade, que exige controle e enquadramento dos indivíduos nos parâmetros previamente estabelecidos de equilíbrio social, seja pela utilização de ações explícitas (nos modelos de avaliação em sala de aula), seja pelas (...) diversas modalidades de propaganda ideológica no discurso e nas atitudes autoritárias do professor. A avaliação educacional será, assim, um instrumento disciplinador não só das condutas cognitivas como também das condutas sociais do aluno, no contexto da sala de aula e da escola.

Trata-se de uma pedagogia, que dependendo do estágio do modo de

produção capitalista, ora coloca a ênfase no ensinar (racionalidade formal), ora no

aprender (racionalidade técnica), em ambos a avaliação assume contornos do

mercado e cumpre o seu papel conservador. Sendo assim a escola deve planejar,

elaborar e aplicar a avaliação como ato subsidiário do processo ensino aprendizagem.

A avaliação processada dessa forma não é algo isolado em si mesma, mas

pertencente a um projeto pedagógico de educação, no qual os objetivos, os princípios,

os métodos, as metodologias, os conteúdos, as metas e ações serão os elementos

orientadores da avaliação.

A partir de tais pressupostos, percebe-se que a metodologia de ensino está

associada a um processo mais complexo, que envolve cuidado nos critérios de

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214

seleção de conteúdos, e encontram-se intimamente ligados à avaliação. Uma

concepção de metodologia de ensino articulada à relação entre conhecimento prévio,

conhecimento científico e conhecimento escolar conduz à revisão das maneiras de

avaliar, retoma a reflexão sobre o significado do “erro” e assume maior significação,

ao englobar uma visão crítica (e não punitiva) tanto do trabalho do aluno quanto do

próprio trabalho docente.

A apresentação dos temas de estudo de História suscitará, em maior ou

menor escala, dependendo do nível e da composição social da classe, uma avaliação

inicial por parte dos alunos, que possuem, invariavelmente, um conhecimento prévio

sobre temas e conceitos propostos para estudo no decorrer das aulas, permitindo ao

professor meios de avaliar os próprios alunos e o curso em sua integralidade,

privilegiando:

Os conhecimentos prévios e de como os alunos os organizam em

relação aos objetos a ser estudados, levando o professor a medir as

diferenças entre as próprias expectativas e a da classe;

Os acontecimentos importantes que efetivamente ocorrem na classe

durante as sequências de aprendizagem, pois muitas vezes é difícil contornar

conflitos entre o saber escolar e os provenientes da opinião dos alunos –

conflitos ou diferenças que provocam resistências e levam ao malogro em

certas etapas do trabalho em sala de aula, como por exemplo, o problema do

racismo, de preconceitos sexuais, sociais, etc.);

As mudanças dos alunos diante do objeto de estudo e da relação disso

com a eficácia da prática pedagógica do professor. Ao introduzir formas de

registros no começo e no término de um tema, torna-se possível perceber o

impacto da metodologia utilizada para enriquecer informações ou as

mudanças da visão inicial dos alunos sobre o objeto de estudo.

O estudo das temáticas/conteúdos, explicitados aqui, primam pela

metodologia de ensino associada a um processo mais complexo, o que envolve

cuidados nos critérios de seleção de conteúdos que se encontra intimamente ligados

ao processo avaliativo. Ensinar a partir dessa concepção, articulando a relação entre

conhecimento prévio, conhecimento científico e conhecimento escolar, passa a ser

um convite à reflexão sobre o significado do “erro” e assume maior significação, ao

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215

englobar uma visão crítica (e não punitiva) tanto do trabalho do aluno quanto do

próprio trabalho docente com base nos seguintes princípios:

Efetivação do Currículo Referência de História como um conjunto/apoio

de sugestões didáticas no processo de aprendizagem, que só terá validade

se o professor/mediador coordenar e orientar seus educandos de forma

prática e significativa;

Compreensão dos questionamentos e conteúdos aqui abordados são

abertos, sem grandes preocupações com definições de fórmulas prontas. Da

introdução até as sugestões de atividades, apontadas aqui e também nas

partes referentes aos conteúdos, insistimos nos procedimentos para motivar

o educando, “descobrir” ou construir o saber, relacionando os estudos e

discussões ao seu cotidiano;

Registro e análise do percurso formativo dos estudantes com foco na

melhoria e aprimoramento da aprendizagem.

Sendo assim, a escola deve primar pela avaliação formativa que luta contra o

fracasso escolar e as desigualdades sociais. Para isso, tem que romper com as

políticas autoritárias e com as metodologias padronizadas, respeitando a diversidade

e a pluralidade cultural.

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216

REFERÊNCIAS AÇAILÂNDIA/MA. Secretaria Municipal de Educação de Açailândia. Plano Municipal de Educação – 2014-2024. Açailândia, 2014. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular – Documento preliminar. Brasília, 2015. ______. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. In: BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 2000. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: história, geografia / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. ______. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 3º e 4º ciclos do ensino fundamental: História. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRAUDEUL, Fernand. História e Ciências sociais. 5. ed. Lisb: Editorial Presença, 1986. CABRINI, Conceição et alii. O ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1985. CARDOSO, Ciro Flamarion. História e Paradigmas. Rivais. In: CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mocambos. Rio de Janeiro: José Olympio Editora,1951. GERMANO, José Wellington. Estado Militar e educação no Brasil. São Paulo: Cortez, 1993. HOLANDA, Sergio Buarque. Raízes do Brasil. 10. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1996. MARANHÃO. Diretrizes Curriculares - Secretaria de Estado da Educação do Maranhão, SEDUC, 3. Ed. São Luis, 2014. PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2006.