Currículo como campo de estudo: as teorias curriculares: tradicionais, Críticas E pós-criticas

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DISCIPLINA: CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO BÁSICA/ TEORIA E PRÁTICA Professora: Márcia Alves Tenório Basílio

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DISCIPLINA: CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO BÁSICA/ TEORIA E PRÁTICA

Professora: Márcia Alves Tenório Basílio

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Por que o currículo como campo de estudo?

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Preocupação do currículo como objeto de estudo(1920-EUA);

Massificação da escolarização e intensa industrialização;

Racionalização do processo de construção, desenvolvimento e testagem do currículo;

Objetivos, procedimentos e métodos para resultados que podem ser medidos, passou a ser aceito por professores, estudantes e administração;

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Esse cenário vai abrir as possibilidades para de um campo profissional e de pesquisas para o currículo;

Qual conhecimento deve ser ensinado? O que os alunos devem saber? Qual conhecimento ou saber é considera do importante ou válido para merecer ser considerado parte do currículo?

Respondidas a estas perguntas, houve a preocupação em justificar a escolha por tais conhecimentos e não por outros e o que os alunos devem ser ou se tornar a partir desses conhecimentos.

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A existência de teorias sobre o currículo está identificada com a emergência do campo do currículo como campo:

1. profissional;2. especializado;3. de estudos e pesquisas;

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A emergência do currículo como campo de estudos também está ligada a processos como:

1. formação de um corpo de especialistas;2. a formação de disciplinas;3. departamentos universitários;4. a institucionalização de setores

especializados;5. revistas acadêmicas especializadas;6. tudo sobre o currículo.

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A institucionalização da educação das massas faz com o campo de estudo do currículo nascesse nos EUA como um campo profissional especializado;

formação de uma burocracia estatal encarregada dos negócios ligados a educação;

a educação como objeto próprio de estudo; extensão da educação institucionalizada a níveis

cada vez mais altos a segmentos cada vez maiores da população;

a preocupação com a manutenção da identidade nacional e a crescente industrialização e urbanização.

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Influencia de teóricos como: Bobbitt (1918), escreve o livro The

Curriculum; Tyler (1949);

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QUAIS AS TEORIAS QUE IRÃO PERMEAR OS ESTUDOS SOBRE O CURRÍCULO?

TEORIA TRADICIONAL; TEORIA CRÍTICA; TEORIA PÓS-CRÍTICA.

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O QUE É TEORIA TRADICIONAL?

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Escola e Currículo (Neutros); Foco: identificar os objetivos da educação; formar o

trabalhador especializado/proporcionar uma educação geral, acadêmica a população;

Silva (2003, p.23), nesse momento, a escola e o currículo foi utilizado por “forças políticas, econômicas e culturais que procuravam envolver a educação de massas para garantir que sua ideologia fosse garantida”;

A escola deveria funcionar como uma empresa industrial/ comercial e fazer um exame das habilidades necessárias para exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida adulta;

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O modelo de Bobbit (baseado/teoria de administração econômica-Taylor)/ palavra-chave ►eficiência;

O currículo ► questão de organização e ocorria de forma mecânica e burocrática;

A tarefa dos especialistas em currículo: fazer um levantamento das habilidades; desenvolver currículos para que essas habilidades fossem alcançadas; planejar e elaborar instrumentos de medição para dizer com precisão se elas foram aprendidas;

Essas ideias influenciaram a educação nos EUA até os anos de 1980 e em muitos países, inclusive no Brasil;

Progressista, mas também tradicional, Dewey preocupou-se mais com a democracia do sistema educacional do que com o funcionamento da economia, e dava, também, atenção aos interesses e às experiências das crianças e jovens.

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Ensino; Aprendizagem; Avaliação; Metodologia; Didática; Organização; Planejamento; Eficiência; Objetivos;

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http://www.youtube.com/watch?v=vrC8i7qyZ2w Movimentos sociais e culturais (1960) em todo o mundo; surgiram teorizações questionando ► o pensamento, a

estrutura educacional e as concepções de currículos tradicionais;

As teorias críticas desenvolveram conceitos para compreender (análise marxista), o que o currículo faz;

Ligação entre educação e ideologia; vários pensadores elaboraram teorias que foram

identificadas como críticas e, apesar de uma linha semelhante de pensamento, apresentavam suas individualidades.

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Althusser ► a escola é uma meio utilizado pelo capitalismo para manter sua ideologia, pois atinge toda a população por um período prolongado de tempo;

Pelo currículo, a ideologia dominante transmite seus princípios, pelas disciplinas e conteúdos que reproduzem seus interesses;

dos mecanismos seletivos que fazem com que crianças de famílias menos favorecidas saiam da escola antes de chegarem a aprender as habilidades próprias das classes dominantes, e práticas discriminatórias que levam as classes dominadas a serem submissas e obedientes.

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Boudieu e Jean-Claude, desenvolveram sua crítica afastando-se das análises marxistas. Propuseram que a reprodução social ocorre na reprodução cultural;

Pela transmissão da cultura dominante fica garantida a sua hegemonia; o que tem valor é a cultura dominante: valores, gostos, costumes e hábitos, que passam a ser considerados a “cultura”, desprezando os costumes e valores das classes dominadas;

O currículo da escola está baseado na cultura dominante [...] código cultural dominante. As crianças das classes dominantes podem facilmente compreender esse código, pois durante toda sua vida elas estiveram imersas[..] nesse código [...] Em contraste, para as crianças e jovens das classes dominadas, esse código é simplesmente indecifrável, (SILVA, 2003, p. 35).

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A reconceptualização, mais um movimento de insatisfação com o estudo do currículo em relação aos parâmetros estabelecidos por Bobbit e Tyler, passaram a perceber que o currículo não poderia ser compreendido apenas de forma burocrática e mecânica, sem relação com as teorias sociais da época.

As teorias se apresentaram, então, de um lado, críticas, baseadas nas estruturas políticas e econômicas e na reprodução cultural e social e,

por outro lado, surgiram as críticas inspiradas em estratégias interpretativas de investigação, como a fenomenologia e a hermenêutica.

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A ênfase das teorias críticas estava no significado subjetivo dado às experiências pedagógicas e curriculares de cada indivíduo, observando as experiências cotidianas sob uma perspectiva profundamente pessoal e subjetiva, levando em consideração as formas pelas quais estudantes e docentes desenvolviam, por meio de processos de negociação, seus próprios significados sobre o conhecimento;

“Na perspectiva fenomenológica, o currículo não é constituído de fatos, conceitos teóricos e abstratos: o currículo é um local no qual docentes e aprendizes têm a oportunidade de examinar, de forma renovada, aqueles significados da vida cotidiana” (SILVA, 2003, p. 40).

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Alguns autores baseados nas análises sociais de Marx:

Apple ► a seleção que constitui o currículo é o resultado de um processo que reflete os interesses particulares das classes e dos grupos dominantes;

Giroux ► as teorias tradicionais, ao se concentrarem em critérios de eficiência e racionalidade burocrática, deixavam de levar em consideração o caráter histórico, ético e político das ações humanas e sociais e do conhecimento;

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Freire ► o currículo está resumida no conceito de educação bancária (o conhecimento como constituído por informações e fatos a serem simplesmente transferidos do professor para o aluno [...] um ato de depósito bancário; propõe um novo conceito de educação problematizadora;

Young ► A questão básica era a conexão entre currículo e poder, entre a organização do conhecimento e a distribuição de poder. Questionava por que era atribuída mais importância a certas disciplinas e conhecimentos do que a outros;

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Na concepção crítica, não existe uma cultura da sociedade, unitária, homogênea e universalmente aceita e praticada e, por isso, digna de ser transmitida às futuras gerações através do currículo.

Em vez disso, a cultura é vista menos como uma coisa e mais como um campo e terreno de luta. Nessa visão, a cultura é o terreno em que se enfrentam diferentes e conflitantes concepções de vida social, é aquilo pelo qual se luta e não aquilo que recebemos.

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o currículo multiculturalista ►destaca a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo;

O multiculturalismo (antropologia) ► nenhuma cultura pode ser julgada superior a outra;

No currículo, o multiculturalismo aparece como movimento contra o currículo universitário tradicional que privilegiava a cultura branca, masculina, européia e heterossexual, ou seja, a cultura do grupo social dominante.

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Surgiram duas perspectivas: A liberal ou humanista ►defende idéias

de tolerância, respeito e convivência harmoniosa entre as culturas;

A mais crítica ► a visão crítica pontua que, dessa forma, permaneceriam intactas as relações de poder, em que a cultura dominante faria o papel de permitir que outras formas culturais tivessem seu “espaço”.

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As desigualdades criadas dentro do processo escolar não aparecem apenas nas relações de poder entre grupos dominantes a partir de questões econômicas, mas também nas diferenças raciais, de sexo e gênero, quando são colocados como dominantes valores, como a superioridade masculina e a branca.

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Relações de gênero ► o feminismo aparece para questionar o predomínio de uma cultura extremamente patriarcal, pela grande desigualdade entre homens e mulheres no acesso à educação e, dentro do currículo, havia distinções de disciplinas masculinas e femininas. Certas carreiras eram exclusivamente masculinas sem que as mulheres tivessem oportunidade;

Nos currículos as experiências, os interesses, os pensamentos e os conhecimentos femininos, deveriam ter igual importância.

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As questões raciais e étnicas ►O currículo não pode se tornar multicultural apenas incluindo informações sobre outras culturas. Precisa considerar as diferenças étnicas e raciais como uma questão histórica e política;

Deve-se desconstruir o texto racial, questionar por que e como valores de certos grupos étnicos e raciais foram desconsiderados ou menosprezados no desenvolvimento cultural e histórico da humanidade;

Pela organização do currículo, proporcionar os mesmos significados e valores a todos os grupos, sem supervalorização de um ou de outro.

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O currículo organiza as funções da escola e seus elementos refletem seus objetivos. Devemos dar a importância a esse processo e perceber que a escola precisa ter o currículo, não apenas como grade curricular, mas abranger de forma interligada todas as suas finalidades.

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Para perceber seu papel fundamental é necessário constante verificação, análise, interpretação e reelaboração, para mantê-lo atualizado e perceber, pela prática, o que estamos reproduzino/produzindo, transmitindo/construindo. O professor deve se perceber como participante no processo de elaboração/reelaboração, pois seu papel de educador.

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HORNBURG, Nice e SILVA, Rúbia. Teorias sobre

o currículo: uma análise para a compreensão e

mudança. ICPG, 2007, volume 03, n.10.

SILVA, Tomas Tadeu da. Documentos de

identidade: uma introdução às teorias do

currículo, 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.