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CURRÍCULO EM REDE:
ENTRE O GLOBAL E O
LOCAL
GLOBALIZAÇÃO
CULTURA GLOBAL
CULTURA LOCAL
CURRÍCULO
CULTURA
CURRÍCULO GLOBALIZADO
CURRÍCULO LOCALIZADO
CURRÍCULO E CULTURA: BINÔMIO
INDISSOCIÁVEL
SELEÇÃO/RECORTE
CONHECIMENTO
CULTURA
PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES
PRODUÇÃO DE IDENTIDADES
Currículo entendido como seleção, recorte
de conhecimentos presentes na cultura,
através do qual os indivíduos devem regular
e disciplinar a si próprios, como membros
de uma determinada sociedade - Espaço de
significação.
O currículo “está centralmente envolvido naquilo que somos, naquilo que nos
tornamos e naquilo que nos tornaremos. O currículo produz, o currículo nos produz”
(SILVA, 1999a, p.27 ).
Escolha, seleção, um desejo, uma vontade de saber e de poder, resultado final de um confronto de forças, de relações de poder.
O que eles são? Quem nós
queremos que eles se
tornem?
Se a compreendermos como o processo por meio do qual o mundo se torna “um só lugar”, concluiremos que estamos caminhando para um
estágio crescente de homogeneidade cultural, marcado pela americanização, haja vista a inegável hegemonia dos Estados Unidos
em todos os setores. Teríamos então uma cultura mundial, semelhante a uma cultura nacional, só que ampliada.
Essa mundialização da cultura é fortemente favorecida pela intensa movimentação de informações e de conhecimentos, facilitada por um avanço tecnológico sem precedentes, que vem se processando, ainda que desigualmente, nas diferentes partes do globo, favorecendo uma
maior homogeneização dos valores culturais, apontando para a possibilidade de padronização dos indivíduos, para o consumo dos mesmos produtos e para a adesão a valores cultuais semelhantes.
O norte-americano Gordon Mathews, em sua obra: “Cultura global e identidade individual”, cunhou a expressão “Supermercado cultural
global”.
Homogeneidade cultural
“Supermercado cultural global”
(Mathews, Gordon. Cultural global e identidade individual, 2002)
Cultura Local - “O lar cultural”
À Procura de um Lar no Supermercado Cultural (Gordon Mathews, “Cultural global e identidade individual”, 2002).
“O lar cultural” - na busca da construção “de um mundo onde caibam muitos mundos”, como disse lindamente Boaventura de Souza Santos ( 2003), ou
na “procura de um lar no supermercado cultural global”, como sinaliza Gordon Mathews,
(“Cultural global e identidade individual”, 2002).
Isso posto, surge inevitavelmente a pergunta:
Haverá espaço para a(as) cultura(as) local(is) no âmbito da globalização cultural?
Currículo:
Entre o global e o local
Como estas questões têm se acomodado nos estudos curriculares?
Como a chamada cultura global/mundial tem sido incorporada nas diretrizes curriculares nacionais,
na proposta curricular da rede? E a cultura nacional/local?
Como estão os debates acerca da tensão global X local?
Tradução e hibridismo - negociação intercultural e borramento de fronteiras;
Para Thomaz Popkewitz (Apud NOVOA, 2000, p.132-133), “O conceito de hibridação permite-nos conceber de forma não hierárquica a relação entre saber e poder, isto é, permite-nos por em causa a
idéia de um movimento que se desenvolveria num único sentido, das nações centrais para os países
periféricos ou menos poderosos. Bem pelo contrário, torna-se cada vez mais evidente que o global e o local estão inextricavelmente ligados
através de padrões complexos que são múltiplos e multidireccionais”.
As negociações entre culturas e a transferência entre fronteiras, as zonas de contato, possibilitariam interfaces
entre os saberes local e global, no melhor estilo urb et orb;
Para Stuart Hall (1997, p84):
Deve-se pensar numa articulação entre o global e o local, ao invés de pensar o global substituindo o local.
Roger Dale, em sua obra “Globalização e Educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional
mundial comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”? defende que os
estados interpretam e respondem à agenda globalmente estruturada para a educação de modo singular –
diversidades culturais.
Teorias pós críticas do currículo:
1. O questionamento radical da ideia de uma cultura global comum e defesa da diversidade
cultural – cultura com letra minúscula e no plural: culturas;
2. O banimento de tipo de estratificação cultural e etnocentrismo e o fortalecimento da diversidade
cultural, social e étnica nos currículos;
3. A defesa da heterogeneidade cultural, da diferença e da alteridade;
4. A proposição dos conceitos de “Tradução cultural” e hibridismo curricular - Ball (1998), Bhabha (1998),
McLaren (2000), Dussel (2002), Canclini (2003, 2005), , Hall (2003) e Lopes e Macedo (2002, 2004, 2005, 2006).
5. O borramento de fronteiras entre o conhecimento científico e o conhecimento popular, entre a cultura erudita e a popular, baseado no entendimento de que tudo o que produz sentidos e significados merece estar no currículo;
6. A reivindicação da inclusão no currículo escolar das formas culturais que reflitam a experiência de grupos cujas identidades culturais e sociais são marginalizadas (Teoria
Pós-colonialista).