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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO À SAÚDE LINHA GUIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL CURITIBA – PR 2014

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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ

SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO À SAÚDE

LINHA GUIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

CURITIBA – PR

2014

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GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ

Beto Richa

SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ

Michele Caputo Neto

DIRETOR GERAL

René José Moreira dos Santos

SUPERINTENDENTE DE ATENÇÃO À SAÚDE - SAS

Márcia Cecília Huçulak

CHEFE DO DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS

Juliano Gevaerd

CHEFE DA DIVISÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR

Janine Trompczynski

AUTORES

André Ribeiro Langowiski

Janine Trompczynski

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HOMOLOGAÇÃO

SOCIEDADE PARANAENSE DE CARDIOLOGIA

Osni Moreira Filho

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA

Roberto Pecoits Filho

©2014. É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.

Secretaria de Estado da Saúde do Paraná Rua Piquiri, 170 – Rebouças CEP: 80.230-140 Tel. (41) 3330-4300 www.saude.pr.gov.br

Tiragem: 1.500 exemplares

Catalogação na fonte: SESA/ESPP/BIBLIOTECA ___________________________________________________________________

PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Superintendência de Atenção à Saúde.

Linha guia de hipertensão. – Curitiba: SESA, 2014.

1. Hipertensão. I.Título.

CDD:616.132

_____________________________________________________________________________

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Sumário

APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................................... INTRODUÇÃO/DEFINIÇÃO........................................................................................................................................................................................ EPIDEMIOLOGIA........................................................................................................................................................................................................

Prevalência da hipertensão arterial sistêmica............................................................................................................................................ PROMOÇÃO À SAÚDE E RISCO CARDIOVASCULAR............................................................................................................................................. FATORES DE RISCO PARA HAS.............................................................................................................................................................................. DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO...........................................................................................................................................................................

Medida da pressão arterial no consultório................................................................................................................................................... AVALIAÇÃO CLÍNICA DIRECIONADA.......................................................................................................................................................................

Investigação clínico-laboratorial................................................................................................................................................................. História clínica............................................................................................................................................................................. Exame físico............................................................................................................................................................................... Medida da pressão arterial......................................................................................................................................................... A importância do tamanho do manguito para a medida adequada da pressão arterial.............................................................. Situações especiais para a medida da pressão arterial.............................................................................................................. Medida da circunferência abdominal.........................................................................................................................................

HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO.................................................................................................................................................................. HIPERTENSÃO MASCARADA .................................................................................................................................................................................. ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR................................................................................................................................................

Fatores de riscos cardiovasculares adicionais nos pacientes com HAS..................................................................................................... Identificação de lesões subclínicas de órgãos-alvo ................................................................................................................................... Condições clínicas associadas à hipertensão.............................................................................................................................................

ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL................................................................................................................................. Fatores de risco cardiovascular associados................................................................................................................................................ Filtração glomerular para avaliação da função renal................................................................................................................................... Periodicidade do rastreamento e monitoramento........................................................................................................................................

AVALIAÇÃO LABORATORIAL INICIAL...................................................................................................................................................................... Avaliação para pacientes de subgrupos específicos................................................................................................................................... Recomendações para a utilização do ecocardiograma............................................................................................................................... Avaliação complementar para o paciente hipertenso – exames recomendados e população indicada......................................................

HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA................................................................................................................................................................ Achados que sugerem hipertensão arterial secundária.............................................................................................................................. Causas de hipertensão secundária.............................................................................................................................................................

PLANO DE CUIDADO................................................................................................................................................................................................. DECISÃO TERAPÊUTICA E METAS..........................................................................................................................................................................

Abordagem para níveis de PA entre 130-139/85-89 mmHg....................................................................................................................... Abordagem em pacientes hipertensos com risco cardiovascular médio, alto e muito alto.........................................................................

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO.................................................................................................................................................................. Controle do peso......................................................................................................................................................................................... Adoção de hábitos alimentares saudáveis................................................................................................................................................. Abandono do tabagismo............................................................................................................................................................................. Prática de atividade física regular................................................................................................................................................................

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO........................................................................................................................................................................... Princípios gerais do tratamento................................................................................................................................................................... Agentes anti-hipertensivos.......................................................................................................................................................................... Associações “Favoráveis”............................................................................................................................................................................

FLUXOGRAMA PARA O TRATAMENTO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL................................................................................................................ INTRODUÇÃO E ADEQUAÇÃO DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS..................................................................................................... HIPERTENSÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS...........................................................................................................................................................

Idosos .......................................................................................................................................................................................................... Mulheres em uso de anticoncepcionais ou terapia hormonal com estrógenos ....................................................................................... Crianças e adolescentes ............................................................................................................................................................................ Negros e miscigenados ..............................................................................................................................................................................

SAÚDE BUCAL........................................................................................................................................................................................................... Manifestações clínicas................................................................................................................................................................................. Procedimentos odontológicos...................................................................................................................................................................... Organização da Atenção Odontológica................................................................................................

ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS................................................................................................................................................................................ CRISE HIPERTENSIVA............................................................................................................................................................................................... ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO..................................................................................................................................................................................

Papel da equipe de Saúde........................................................................................................................................................................... GESTÃO DE CASO.....................................................................................................................................................................................................

Critérios de eleição para gestão de caso de pessoas com hipertensão arterial......................................................................................... Fluxo............................................................................................................................................................................................................

EDUCAÇÃO EM SAÚDE............................................................................................................................................................................................. ATENÇÃO ESPECIALIZADA OU SECUNDÁRIA.......................................................................................................................................................

Indicações para encaminhamento do paciente hipertenso à Atenção Especializada................................................................................. Equipe multiprofissional na Atenção Secundária........................................................................................................................................ Retornos à Atenção Especializada............................................................................................................................................................

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Indicador a ser avaliado............................................................................................................................................................................... CONCLUSÃO.............................................................................................................................................................................................................. Siglas........................................................................................................................................................................................................................... Lista de Tabelas Frequência de internamentos por HAS no Paraná.................................................................................................................................................... Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (>18anos)................................................................................... Recomendações para o seguimento: prazos máximos para reavaliação................................................................................................................... Dimensões aceitáveis da bolsa de borracha para braços de diferentes tamanhos.................................................................................................... Risco atribuído à classificação de hipertensão arterial de acordo com fatores de risco, lesões de órgãos-alvo e condições clínicas associadas Taxa de filtração glomerular baseado na Equação CKD-EPI - Homens Taxa de filtração glomerular baseado na Equação CKD-EPI - Mulheres Estadiamento da doença renal crônica ...................................................................................................................................................................... Periodicidade do rastreamento e monitoramento da doença renal diabética............................................................................................................. Exames laboratoriais................................................................................................................................................................................................. Classificação de acordo com a taxa de excreção de albumina................................................................................................................................... Objetivos, finalidades e periodicidade de avaliação do plano de cuidado das pessoas com HAS............................................................................ Classificação do risco individual de acordo com os níveis pressóricos Decisão terapêutica................................................................................................................................................................................................... Metas a serem atingidas em conformidade com as características individuais.......................................................................................................... Algumas modificações de estilo de vida e redução aproximada da pressão arterial sistólica.................................................................................... Método rápido para cálculo das necessidades calóricas para adultos e idosos......................................................................................................... Recomendações de cardápios de acordo com o cálculo das necessidades calóricas............................................................................................... Medicamentos anti-hipertensivos disponíveis na rede básica do SUS....................................................................................................................... Situações que caracterizam as emergências e urgências hipertensivas................................................................................................................... Periodicidade das avaliações na UBS das pessoas inscritas no programa de Atenção à Pessoa com Hipertensão Arterial.................................... Fluxo de atendimento ao paciente hipertenso............................................................................................................................................................

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Apresentação

A Linha Guia de Hipertensão Arterial foi elaborada com o objetivo de balizar uma mudança

profunda na abordagem dessa condição crônica no Estado do Paraná. Não se trata de um protocolo

apenas. Trata-se de um material que enfatiza a necessidade do manejo do hipertenso por meio da sua

estratificação de risco, orienta os encaminhamentos à Atenção Especializada e oferece apoio

importante à Atenção Primária à Saúde.

A ênfase do papel da equipe multiprofissional no tratamento do hipertenso fortalece a percepção

de que o controle da pressão arterial passa por mudanças no estilo de vida do paciente, trazendo à luz

outra visão do binômio saúde/doença.

Com os papéis da Atenção Primária e da Atenção Secundária definidos e delimitados, pretende-

se instituir um plano de cuidado individualizado para o paciente, levando em conta suas peculiaridades

no escopo familiar, social, econômico, psíquico.

Com isso, pretendemos estabelecer um novo paradigma no tratamento da hipertensão dos

paranaenses tornando-o mais eficaz e eficiente e, por consequência, reduzindo as complicações dessa

condição crônica já nos próximos anos.

MICHELE CAPUTO NETO

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INTRODUÇÃO/DEFINIÇÃO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde pública no Brasil e no

mundo. Ela é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças

cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por

Acidente Vascular Cerebral (AVC), por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em

combinação com o diabetes, 50% dos casos de insuficiência renal terminal.

A Hipertensão Arterial (HA) é, na maior parte do seu curso assintomática, implicando na

dificuldade de diagnóstico precoce e na baixa adesão por parte do paciente ao tratamento prescrito, já

que muitos medicamentos apresentam efeitos colaterais. Por esse motivo, o controle da HA é tão baixo.

De acordo com o Caderno de Atenção Básica 15, do Ministério da Saúde, é evidente a eficácia

de estratégias aplicadas a um número maior de pessoas geneticamente predispostas e a uma

comunidade visando mudanças de estilo de vida. Os profissionais de Saúde da Atenção Primária têm

papel fundamental nas ações individuais e coletivas de controle da HA, como identificação do grupo de

risco, diagnóstico precoce, conduta terapêutica e educação em Saúde.

EPIDEMIOLOGIA Prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica Inquéritos populacionais em cidades brasileiras nos últimos 20 anos apontaram uma prevalência de

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) acima de 30%. Considerando valores de PA ≥ 140/90 mmHg, 22

estudos encontraram prevalências entre 22,3% e 43,9%, (média de 32,5%), com mais de 50% entre 60

e 69 anos e 75% acima de 70 anos. Entre os gêneros, a prevalência foi de 35,8% nos homens e de

30% nas mulheres, semelhante a outros países. Revisão sistemática quantitativa de 2003 a 2008, de 44

estudos em 35 países, revelou uma prevalência global de 37,8% em homens e 32,1% em mulheres.

No ano de 2011, a taxa de mortalidade por doenças cardio e cerebrovasculares, na faixa etária

de 0 a 69 anos de idade, foi de 78,04/100.000 habitantes no Paraná. De acordo com a publicação

Saúde Brasil 2012, 2.278.340 indivíduos realizaram diagnóstico, atendimento ou procedimento na

especialidade de cardiologia entre 2008 e 2012. No Paraná, a frequência de internamentos por HAS

apresentou redução entre 2008 e 2011. No ano de 2011, ocorreram 6.185 internações por HAS,

representando 0,8% de todos os internamentos nesse ano.

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Fonte: SIHSUS Tabwin Estadual em 09/07/2014.

PROMOÇÃO À SAÚDE E RISCO CARDIOVASCULAR

Ao observarmos as condições de morbimortalidade prevalentes, é nítido o crescimento da

incidência das doenças crônicas, porém os sujeitos e as comunidades ainda são considerados

responsáveis únicos pelas várias mudanças ocorridas no processo saúde-doença ao longo da vida, e a

principal resposta social a tais problemas de saúde têm sido investimentos crescentes em assistência

médica curativa e individual, ainda que se identifique, de forma clara, que medidas preventivas e

promoção da saúde, bem como melhoria das condições de vida em geral são fundamentais para a

obtenção de avanços.

As principais prioridades de saúde são determinadas pelo estilo de vida da população, ligadas à

situação social e econômica e o aparato biomédico não consegue modificar os condicionantes nem

determinantes mais amplos desse processo. A Organização Pan-Americana da Saúde contribui para

promover estilos de vida saudáveis, prevenindo os problemas de saúde típicos do desenvolvimento e da

urbanização, como as enfermidades cardiovasculares, cânceres, diabetes, acidentes de trânsito,

tabaco, drogas e alcoolismo.

De acordo com a Carta de Ottawa (WHO, 1986), a promoção da saúde não é responsabilidade

exclusiva do setor saúde, e vai além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global,

trabalhando com o conceito de responsabilização múltipla, envolvendo ações do Estado (políticas

públicas saudáveis), dos indivíduos (desenvolvimento de habilidades pessoais), do sistema de saúde

(reorientação do sistema de saúde) e de parcerias intersetoriais.

A promoção da saúde refere-se a uma combinação de valores como vida, saúde, solidariedade,

equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria.

Frequência de internamentos por HAS no Paraná

8520 82017134

6185

2008 2009 2010 2011

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Prevenção e orientação adequada sobre hábitos saudáveis são medidas que têm impacto direto

na qualidade de vida do cidadão, no perfil de doenças e mortalidade da população e na pressão das

demandas sobre o sistema de atendimento à saúde.

Atitudes como fumar, consumir baixa quantidade de frutas, de legumes e de verduras, além do

consumo de álcool e falta de atividade física influenciam diretamente no adoecimento das pessoas,

trazendo implicações negativas para a qualidade de vida e longevidade da população.

Para a promoção da saúde as estratégias envolvidas no controle e redução dos fatores de risco

devem abordar os diferentes níveis de atenção à saúde por meio da prevenção primária, secundária e

terciária. A prevenção primária deve estar voltada ao controle e redução dos fatores de risco. Dessa

forma, deve-se enfatizar o controle do tabagismo, da obesidade, do sedentarismo, do consumo de sal e

de bebidas alcoólicas e o estímulo a uma alimentação saudável.

A prevenção secundária envolve a detecção e tratamento precoce da doença já instalada e tem

como objetivos alcançar seu controle, evitar o aparecimento de complicações e retardar a progressão

do quadro clínico. Deve-se identificar a presença de fatores de risco associados, de lesões em órgãos-

alvo e de comorbidades. Quanto à prevenção terciária, busca-se minimizar as complicações, tendo

como finalidade melhorar a qualidade de vida e evitar mortes precoces.

A promoção da saúde tem o objetivo de assegurar a igualdade de oportunidades e proporcionar

os meios para que indivíduos e comunidades possam conhecer e controlar os fatores determinantes da

sua saúde. Ambientes favoráveis a escolhas mais saudáveis, acesso à informação e educação em

saúde, desenvolvimento de habilidades para uma vida saudável, bem como a reorganização dos

serviços de saúde, estão entre os principais campos da promoção da saúde. Propõe-se, então, que as intervenções em saúde sejam ampliadas, tomando como objeto além

dos problemas e necessidades de saúde seus determinantes e condicionantes, ao estreitar a relação

com a vigilância em saúde, de modo que a organização da atenção e do cuidado envolva, ao mesmo

tempo, as ações e os serviços que operem sobre os efeitos do adoecer e aqueles que visem ao espaço

para além dos muros das unidades de saúde e do sistema de saúde, incidindo sobre as condições de

vida e favorecendo a ampliação de escolhas saudáveis por parte dos sujeitos e da coletividade no

território onde vivem e trabalham, estimulando e fortalecendo o protagonismo dos cidadãos e também a

participação social, o que, espera-se, seja indutor de melhoria nas políticas públicas.

FATORES DE RISCO PARA HAS

Idade

Gênero e etnia

Excesso de peso e obesidade

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Ingestão de sal

Ingestão de álcool

Tabagismo

Sedentarismo

Fatores socioeconômicos

Fatores genéticos

DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO

O diagnóstico de hipertensão arterial é baseado num procedimento relativamente simples: a

medida da pressão arterial, envolvendo a grande responsabilidade de decidir se um paciente é

normotenso ou hipertenso. As consequências de um diagnóstico errôneo são desastrosas; o

diagnóstico de normotensão, num hipertenso, irá privá-lo dos benefícios do tratamento, ao passo que o

de hipertensão, num normotenso, irá submetê-lo aos malefícios do tratamento desnecessário (Mion Jr.

et al, 1996).

Medida da pressão arterial no consultório

Na primeira avaliação, as medidas da Pressão Arterial (PA) devem ser obtidas em ambos os

braços e, em caso de diferença, deve-se utilizar como referência sempre o braço com o maior valor

para as medidas subsequentes. O indivíduo deverá ser investigado para doenças arteriais se

apresentar diferenças de pressão entre os membros superiores maiores de 20/10 mmHg para as

pressões sistólica/diastólica, respectivamente.

Em cada consulta deverão ser realizadas pelo menos três medidas e sugere-se o intervalo de

um minuto entre elas, embora esse aspecto seja controverso. A média das duas últimas medidas deve

ser considerada a PA real.

Classificação da Pressão Arterial (PA) de acordo com a medida casual no consultório (>18anos)

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Classificação Pressão Sistólica (mmHg) Pressão Diastólica (mmHg)

Ótima < 120 < 80

Normal < 130 < 85

Limítrofe* 130 - 139 85 - 89

Hipertensão estágio 1 140 - 159 90 - 99

Hipertensão estágio 2 160 - 179 100 - 109

Hipertensão estágio 3 > 180 > 110

Hipertensão sistólica isolada > 140 < 90

Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da

pressão arterial.

* Pressão normal-alta ou pré-hipertensão são termos que se equivalem na literatura.

Recomendações para o seguimento: prazos máximos para reavaliação

PA sistólica inicial

PA diastólica inicial

Seguimento

< 130 < 85

Reavaliar em 1 ano

Estimular mudanças de estilo de vida

130 - 139 85 - 89

Reavaliar em 6 meses*

Insistir em mudanças do estilo de vida

140 - 159 90 - 99

Confirmar em 2 meses*

Considerar controle domiciliar de PA ou em Unidade de Saúde

160 - 179 100 - 109

Confirmar em 1 mês*

Considerar controle domiciliar de PA ou em Unidade de Saúde

≥ 180 ≥ 110

Intervenção medicamentosa

imediata ou reavaliar em 1 semana*

Se as pressões sistólica ou diastólica forem de estágios diferentes, o seguimento recomendado deve ser definido pelo maior

nível de pressão.

*Considerar intervenção de acordo com a situação clínica do paciente (fatores de risco maiores, doenças associadas e lesão

em órgãos-alvo).

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AVALIAÇÃO CLÍNICA DIRECIONADA Investigação Clínico-laboratorial

O objetivo da investigação clínico-laboratorial do paciente hipertenso é explorar as seguintes

condições:

Confirmar o diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica por medida da pressão arterial e

firmar o diagnóstico;

Pesquisar lesões clínicas ou subclínicas em órgãos-alvo;

Identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares e risco cardiovascular global;

Diagnosticar doenças associadas à hipertensão;

Diagnosticar, quando houver, a causa da hipertensão arterial;

Avaliar indícios do diagnóstico de hipertensão arterial secundária.

Para atingir tal objetivo, são fundamentais as seguintes etapas:

1. História Clínica;

2. Exame Físico.

1. História Clínica: Os dados relevantes da história clínica dirigida ao paciente hipertenso, tanto na avaliação inicial

quanto no seguimento, são:

a. Identificação: sexo, idade, raça e condição socioeconômica.

b. História atual:

Data aproximada do diagnóstico da hipertensão arterial e níveis de pressão alterados;

Valores de pressão arterial em avaliações anteriores;

Adesão e reações adversas aos tratamentos anteriores, motivos de abandono do

tratamento;

Resultado do tratamento atual;

Participação em atividades de grupo da Unidade Básica de Saúde (UBS), modificações

realizadas no modo de viver, dúvidas, dificuldades encontradas;

Uso de medicamentos prescritos, suplementos alimentares, fitoterapia, fórmulas

magistrais, reações adversas;

Como está se sentindo em relação à doença e ao tratamento;

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Presença de comorbidades e outras disfunções - sintomas de doença arterial coronária:

sinais e sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca; doença vascular encefálica;

doença arterial periférica; doença renal; diabetes mellitus; indícios de hipertensão

secundária; gota.

c. Investigação sobre diversos aparelhos e fatores de risco: dislipidemia, tabagismo, sobrepeso e

obesidade, sedentarismo, perda de peso características do sono, função sexual, doença

pulmonar obstrutiva crônica.

d. História pregressa:

Antecedentes de complicações agudas e avaliações de urgência em serviços de Saúde;

História sugestiva de complicações crônicas - gota, doença arterial coronária, insuficiência

cardíaca;

História vacinal;

Antecedentes ginecológicos e obstétricos;

Infertilidade;

História sexual e contraceptiva;

Alterações no peso.

e. História mórbida familiar

Acidente Vascular Encefálico;

Doença arterial coronariana prematura (homens < 55 anos, mulheres < 65 anos);

Morte prematura e súbita de familiares próximos (de primeiro grau).

f. Condições e hábitos de vida:

Fatores ambientais e psicossociais;

Atividade física (no lazer, domicílio ou trabalho);

Tabagismo;

Uso de álcool ou drogas ilícitas;

Sintomas de depressão, ansiedade e pânico;

Situação familiar, condições de trabalho;

Grau de escolaridade.

g. Avaliação dietética incluindo: consumo de sal, bebidas alcoólicas, gordura saturada e cafeína.

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h. Consumo de medicamentos ou drogas que podem elevar a pressão arterial ou interferir em seu

tratamento (corticoesteroides, anti-inflamatórios, anorexígenos, antidepressivos, hormônios).

i. Atividade física;

j. Rastreamento de transtornos do humor.

2. Exame Físico:

O exame físico deve ser minucioso, buscando sinais sugestivos de lesões de órgãos-alvo e de

hipertensão secundária.

Os dados relevantes do exame físico dirigido ao paciente hipertenso, tanto na avaliação inicial

quanto no seguimento, são:

Medida da PA;

Frequência cardíaca: realizar palpação e ausculta dos pulsos periféricos;

Avaliação nutricional: obtenção de peso e altura para cálculo do índice de massa corporal e

aferição do perímetro da cintura. É importante verificar a distribuição da gordura corporal, que

caracteriza dois tipos de perfil: “pera” (mais frequente em mulheres) - o depósito de gordura é

principalmente subcutâneo, com maior acúmulo de gordura em membros inferiores e nádegas,

preservando a medida da cintura. “Maçã” (mais frequente em homens) - o depósito de gordura é

principalmente visceral, com maior acúmulo de gordura no abdome e grande aumento da

cintura, o que caracteriza a obesidade central. A gordura visceral age como um órgão endócrino

e seu aumento acarreta elevação de adipocinas, substâncias pró-inflamatórias relacionadas à

disfunção vascular endotelial e à insulino-resistência. Associa-se a um maior risco de

desenvolver diabete mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, doença cardio e

cerebrovascular. Seu acúmulo pode ser verificado por meio da medida da circunferência

abdominal;

Inspeção: fácies e aspectos sugestivos de hipertensão secundária;

Pescoço: palpação e ausculta das artérias carótidas, verificação de turgência jugular e palpação

de tireóide;

Exame do precórdio: ictus sugestivo de hipertrofia ou dilatação do ventrículo esquerdo; arritmias;

3ª bulha, que sinaliza disfunção sistólica do ventrículo esquerdo; ou 4ª bulha, que sinaliza

presença de disfunção diastólica do ventrículo esquerdo; hiperfonese de 2ª bulha em foco

aórtico, além de sopros nos focos mitral e aórtico;

Exame do pulmão: ausculta de estertores, roncos e sibilos;

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Exame do abdome: massas abdominais indicativas de rins policísticos, hidronefrose, tumores e

aneurismas. Identificação de sopros abdominais na aorta e nas artérias renais;

Extremidades: palpação de pulsos braquiais, radiais, femorais, tibiais posteriores e pediosos. A

diminuição da amplitude ou retardo do pulso das artérias femorais sugerem coarctação da aorta

ou doença arterial periférica;

Avaliação de edema;

Exame neurológico sumário;

Exame de fundo do olho: identificar estreitamento arteriolar, cruzamentos arteriovenosos

patológicos, hemorragias, exsudatos e papiledema. O exame de fundo de olho deve ser sempre

feito ou solicitado na primeira avaliação, em especial, em pacientes com Hipertensão Arterial

Sistêmica (HAS) estágio 3, que apresentam diabetes ou lesão em órgãos-alvo.

Medida da Pressão Arterial (PA)

A aferição da pressão arterial é essencial para a avaliação das condições gerais de saúde-

doença do indivíduo, podendo estabelecer o diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial,

permitindo, assim, guiar condutas terapêuticas individuais, monitorar prevalências populacionais e

identificar fatores de risco associados. A adequação das condutas terapêuticas e a validade das

inferências epidemiológicas dependem essencialmente da acurácia dos métodos e procedimentos de

aferição da pressão arterial.

A avaliação indireta da pressão arterial é um método considerado simples, fácil de ser realizado

e não invasivo, embora de grande complexidade teórico-prática. Assim, a minimização de erros de

aferição é crucial e deve ser realizada em todo o atendimento, pelos profissionais de Saúde, com

técnica adequada, certificando-se que os aparelhos utilizados estejam periodicamente testados e

devidamente calibrados e com dimensões adequadas ao paciente a ser avaliado. Esses aparelhos

devem ser utilizados por aferidores bem treinados, para que se obtenham medidas mais precisas.

Medir a pressão, entretanto, a despeito de sua grande utilidade, pode resultar em conclusões

inapropriadas, se normas técnicas básicas e indispensáveis não forem obedecidas. Apesar de

extremamente difundida e rotineiramente realizada, a determinação da pressão arterial, principalmente

pelos métodos convencionais, ainda é feita de maneira não padronizada, quase sempre sem

observação das recomendações básicas para evitar erro nas aferições.

Todo profissional de Saúde, independente de sua especialidade, deve compreender a

interpretação correta do achado clínico de um determinado nível de pressão arterial quanto aos fatores

que o determinam, controlam ou influenciam. Além disso, são relevantes os fatores predisponentes para

essa elevação, a distribuição da pressão arterial em populações e sua variabilidade, as consequências

da elevação da pressão arterial e, finalmente, a eficácia e eficiência do tratamento anti-hipertensivo.

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Portanto, frente às possibilidades que podem concorrer a erros, e consequente falta de precisão na

medida da pressão arterial, pelo método indireto, os responsáveis pela realização do procedimento

devem estar devidamente orientados e preparados para obtenção dos valores pressóricos corretos. Recomenda-se que a aferição seja realizada com o paciente na posição sentada. A medida da

pressão arterial na posição ortostática deve ser feita pelo menos na primeira avaliação, especialmente

em idosos, diabéticos, pacientes com disautonomias, alcoólicos e pacientes em uso de medicação anti-

hipertensiva.

Procedimento para a medida da pressão arterial:

Explicar o procedimento ao paciente;

Orientar repouso de 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável;

Certificar-se de que o paciente:

1) não está com a bexiga cheia

2) não praticou exercícios físicos 60 a 90 minutos antes do procedimento

3) não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos

4) não fumou 30 minutos antes do procedimento

Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado;

Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito;

Posicionar o braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º espaço

intercostal) apoiado com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido;

Solicitar que o paciente não fale durante a medida;

Medir a circunferência do braço do paciente;

Selecionar o manguito do tamanho adequado ao braço;

Colocar o manguito sem deixar folgas, acima (cerca de 2 a 3 cm) da fossa cubital;

Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;

Estimar o nível de pressão arterial sistólica (palpar o pulso radial e inflar o manguito até o seu

desaparecimento, desinflar rapidamente e aguardar 1 minuto antes da medida);

Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do estetoscópio sem

compressão excessiva;

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Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão arterial sistólica;

Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo);

Determinar a pressão arterial sistólica na ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff), que é

um som fraco seguido de batidas regulares e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de

deflação;

Determinar a pressão arterial diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff);

Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e

depois proceder à deflação rápida e completa;

Informar ao paciente os valores obtidos da pressão arterial e a possível necessidade de

acompanhamento.

A importância do tamanho do manguito para a medida adequada da pressão arterial

Um dos aspectos mais importantes para garantir a acurácia das medidas de pressão arterial é a

utilização de manguitos de dimensões recomendadas para o uso nas diversas faixas etárias e locais de

medida da PA. A utilização de aparelhos de pressão com manguitos de dimensões fora das

recomendadas acarretará na imprecisão dos resultados obtidos. A utilização de manguitos de

dimensões inferiores às necessidades, de acordo com o paciente sob exame, resultará em pressão

arterial superestimada, enquanto que o oposto levará à pressão arterial menor que a real.

Os tensiômetros utilizados hoje têm manguitos em média com 23 a 24 cm de comprimento, o

que dá 80% para braços de até 30 cm de perímetro, na maioria das vezes adequado.

No entanto, as dimensões recomendadas para a bolsa de borracha para os aparelhos de pressão

(manguito) segundo recomendações da AHA - American Heart Association, são:

Dimensões aceitáveis da bolsa de borracha para braços de diferentes tamanhos

Circunferência do braço Tamanho do manguito Tamanho

22 a 26 cm 12 a 22 cm Adulto pequeno (small adult)

27 a 34 cm 16 a 30 cm Adulto (adult)

35 a 44 cm 16 a 36 cm Adulto grande (large adult)

45 a 52 cm 16 a 42 cm Coxa de adulto (adult thigh)

Recomendações da AHA. Circulation. 2005;111:697-716.

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Situações especiais para a medida da pressão arterial Em crianças:

A determinação da pressão arterial em crianças é possível e necessária, recomendada

rotineiramente como parte integrante de sua avaliação clínica, pois é a única maneira de diagnosticar

precocemente (antes que exista lesão em órgão-alvo) - doenças potencialmente graves.

Critérios a serem observados:

A pressão arterial deve ser medida preferencialmente com a criança calma e tranquila, em

ambiente agradável;

A largura da bolsa de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do

braço;

O comprimento da bolsa de borracha do manguito deve envolver 80% a 100% do braço;

A pressão diastólica deve ser determinada na fase V de Korotkoff.

O tamanho do manguito é um dos principais fatores de erro na medida de pressão arterial na

infância, pois existem apenas três tamanhos de manguitos para criança e um para adolescente. Se

nenhum manguito tem o tamanho adequado, deve-se selecionar o maior, pois o manguito maior

usualmente não mascara uma hipertensão verdadeira, mas um pequeno pode levar a leituras ainda

mais elevadas.

São necessárias várias medidas (pelo menos duas) em ocasiões diferentes para classificar a

pressão arterial em crianças e adolescentes.

Em Idosos:

No idoso, há dois aspectos importantes:

Maior frequência de hiato auscultatório, que consiste no desaparecimento dos sons na ausculta

durante a deflação do manguito, geralmente entre o final da fase I e o início da fase II dos sons de

Korotkoff. Tal achado pode subestimar a verdadeira pressão sistólica ou superestimar a pressão

diastólica;

Pseudo-hipertensão, caracterizada por nível de pressão arterial falsamente elevado em

decorrência do enrijecimento da parede da artéria. Pode ser detectada por meio da manobra de Osler,

que consiste na inflação do manguito no braço até o desaparecimento do pulso radial. Se a artéria for

palpável após esse procedimento, sugerindo enrijecimento, o paciente é considerado Osler positivo.

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A posição recomendada para a medida é a sentada; pacientes idosos devem ter uma medida de PA

na posição ortostática para avaliação de disautonomia, especialmente quando já em uso de medicação

anti-hipertensiva. (Protocolo Albert Eintein)

Em gestantes:

Recomenda-se que a medida da pressão arterial em gestante seja feita na posição sentada. A

determinação da pressão diastólica deve ser realizada na fase V de Korotkoff (desaparecimento do

som).

Obesos:

Manguitos mais longos e largos são necessários em pacientes obesos, para não haver

superestimação da pressão arterial. Em braços com circunferência superior a 50 cm, onde não há

manguito disponível, pode-se fazer a medida no antebraço e o pulso auscultado deve ser o radial. Há,

entretanto, restrições quanto a essa prática, recomendando-se que sejam usados manguitos

apropriados. Especial dificuldade ocorre em braços largos e curtos, em forma de cone, onde esses

manguitos maiores não se adaptam.

O principal fator de erro relacionado à medida da pressão arterial nas pessoas obesas é a

relação inadequada entre o tamanho da bolsa de borracha do manguito e a circunferência do braço. A

bolsa de borracha estreita em relação ao braço, pela falta de compressão adequada da artéria durante

a inflação, pode falsamente elevar os valores da pressão arterial, ocasionando inclusive diagnóstico

incorreto de hipertensão.

Medida da Circunferência Abdominal Técnica da medida da circunferência abdominal

Posicionar a pessoa de pé, ereta, com abdome relaxado, braços estendidos ao longo do corpo e

pés separados numa distância de 25 a 30 cm;

Afastar a roupa de forma que a região abdominal fique despida. A medida não deve ser feita

sobre a roupa ou cinto;

Posicionar-se ao lado da pessoa;

Passar uma fita métrica horizontalmente na linha média entre a extremidade da última costela e

a crista ilíaca (osso do quadril), ao redor do abdome, e mantê-la de tal forma que permaneça

paralela ao chão. Geralmente, a fita passa pela cicatriz umbilical;

Verificar se a fita está no mesmo nível em todas as partes do abdome e se não está larga ou

apertada;

Orientar a pessoa a inspirar profundamente e expirar. Imediatamente após a expiração, o

profissional deve realizar a leitura da circunferência (antes de uma nova inspiração);

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Na população adulta (20 a 59 anos), a circunferência abdominal igual ou superior a 80 cm em

mulheres e 94 cm em homens define distribuição central de gordura (WHO, 2000) e

correlaciona-se estatisticamente com maior quantidade de gordura visceral, medida por exames

de imagem.

HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO

Na presença de pressão arterial maior que 140 x 90 mmHg, em paciente sem lesão em órgão-

alvo, que informa apresentar valores menores na ausência do médico (ou os níveis na Monitorização

Ambulatorial de Pressão Arterial (MAPA) ou domiciliares estão normais) deve-se pensar na

possibilidade de hipertensão do avental branco, jaleco branco ou hipertensão isolada de consultório

(Guedis et al. 2008). Alguns estudos sugerem que está associada ao maior risco de desenvolver

hipertensão arterial verdadeira, mas seu valor prognóstico para eventos cardiovasculares ainda é

incerto (Blood Press Monit 2007;12(6):387-9).

HIPERTENSÃO MASCARADA (HM)

É identificada quando os níveis de pressão arterial medidos em consultório estão normais e os

níveis na MAPA ou domiciliares estão elevados. É de ocorrência infrequente, mas está associada com

maior gravidade de lesão de órgãos-alvo e maior incidência de eventos cardiovasculares. (Blood Press

Monit 2007;12(6):387-9). Fatores como idade, sexo, índice de massa corporal, estresse, tabagismo ou

abuso de álcool estão frequentemente relacionados à presença de HM, de acordo com Lopes et al,

2008.

A decisão do tipo de tratamento que o paciente deverá receber para cada nível de pressão

arterial, assim como as metas que devem ser buscadas, dependerá do risco cardiovascular global, que

envolve a associação com outros fatores de risco. O diagnóstico e o manejo da pressão arterial deverão

ser relacionados à quantificação do risco cardiovascular global.

ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR

Na avaliação do paciente hipertenso é de fundamental importância a Estratificação do Risco

Cardiovascular Global para orientar a conduta terapêutica e o prognóstico de cada paciente, que levará

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em conta, além dos valores de pressão arterial, a presença de fatores de risco adicionais, de lesões em

órgãos-alvo e de doenças cardiovasculares.

A classificação de risco de cada indivíduo também deve ser avaliada pelo cálculo do escore de

Framingham. Fatores de riscos cardiovasculares adicionais nos pacientes com HAS:

Idade (homem > 55 e mulheres > 65 anos);

Tabagismo;

Dislipidemias: triglicérides > 150mg/dL; LDL colesterol > 100mg/dL; HDL < 40mg/dL;

Diabetes Mellitus;

História familiar prematura de doença cardiovascular: Homens < 55 anos e mulheres < 65 anos.

Identificação de Lesões (subclínicas) de Órgãos-Alvo (LOA):

Eletrocardiograma com sobrecarga ventricular esquerda;

Ecocardiograma com Hipertrofia Ventricular Esquerda (HVE);

Espessura médio-intimal de carótida > 0,9mm ou presença de placa de ateroma;

Índice tornozelo braquial < 0,9;

Depuração de creatinina estimada < 60 ml/min/1,72m2;

Baixo ritmo de filtração glomerular ou clearance de creatinina (< 60ml/min);

Microalbuminúria 30 – 300mg/24h ou relação albumina/creatinina > 30mg por g;

Velocidade de onda de pulso (se disponível) > 12m/s.

Condições clínicas associadas à hipertensão:

Doença cerebrovascular (AVE, AVEI, AVEH, alteração da função cognitiva);

Doença cardíaca (infarto, angina, revascularização coronária, insuficiência cardíaca);

Doença renal: nefropatia diabética, déficit importante de função (clearance < 60ml/min);

Retinopatia avançada: hemorragias ou exsudatos, papiledema;

Doença arterial periférica.

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ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL Risco atribuído à classificação de hipertensão arterial de acordo com fatores de risco, lesões de órgãos-alvo e condições clínicas associadas Normotensão Hipertensão

Outros fatores

de risco ou

doenças

Ótimo

PAS < 120

ou PAD < 80

Normal

PAS 120 – 129

ou PAD 80 - 84

Limítrofe

PAS 130 – 139

Ou PAD 85 - 89

Estágio 1

PAS 140 – 159

PAD 90 - 99

Estágio 2

PAS 160 – 179

PAD 100 - 109

Estágio 3

PAS > 180

PAD > 110

Nenhum fator

de risco

Risco basal Risco basal Risco basal Baixo risco

adicional

Moderado risco

adicional

Alto risco

adicional

1 – 2 fatores de

risco

Baixo risco

adicional

Baixo risco

adicional

Baixo risco

adicional

Moderado risco

adicional

Moderado risco

adicional

Risco adicional

muito alto

> 3 fatores de

risco, LOA* ou

SM* – DM*

Moderado risco

adicional

Moderado risco

adicional

Alto risco

adicional

Alto risco

adicional

Alto risco

adicional

Risco adicional

muito alto

Condições

clínicas

associadas

Risco adicional

muito alto

Risco adicional

muito alto

Risco adicional

muito alto

Risco adicional

muito alto

Risco adicional

muito alto

Risco adicional

muito alto

*LOA: Lesão em Órgãos-Alvo; *SM: Síndrome Metabólica; *DM: Diabetes Mellitus

Fatores de risco cardiovascular associados

Obesidade

Hipertensão arterial e obesidade, em especial a obesidade central, com acúmulo de gordura

visceral, frequentemente associadas à dislipidemia e à intolerância à glicose, compõe a chamada

síndrome metabólica, que também é acompanhada de resistência à insulina e hiperinsulinemia.

Redução do excesso de peso em pelo menos 5%, restrição dietética de sódio e prática de atividade

física regular são fundamentais para o controle pressórico, além de atuarem favoravelmente sobre a

tolerância à glicose e o perfil lipídico.

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Diabetes Mellitus

A prevalência de hipertensão em diabéticos é pelo menos duas vezes maior do que na

população em geral. Em razão de uma possível disautonomia, a pressão arterial em diabéticos deve ser

medida nas posições deitada, sentada e em pé. No diabetes tipo 1, a hipertensão se associa à

nefropatia diabética e o controle da pressão arterial é crucial para retardar a perda da função renal. No

diabetes tipo 2, a hipertensão se associa à síndrome de resistência à insulina e ao alto risco

cardiovascular. Estudos em diabéticos hipertensos ressaltam a importância da redução da pressão

arterial sobre a morbimortalidade cardiovascular e as complicações microvasculares relacionadas ao

diabetes. Recomenda-se que a meta para a pressão arterial seja reduzida a níveis inferiores a 130/80

mmHg. Todos os anti-hipertensivos podem ser usados no diabético. Os diuréticos podem ser usados

em baixas doses. Na vigência de microalbuminúria ou proteinúria, o bloqueio do sistema renina

angiotensina tem sido sugerido como uma medida mais eficiente para deter a progressão da doença

renal, podendo ser priorizados esses grupos farmacológicos.

Dislipidemia

É frequente a associação entre dislipidemia e hipertensão arterial. Juntos representam mais de

50% do risco atribuível a doença arterial coronariana. A abordagem não medicamentosa - com

modificações no estilo de vida, implementando cuidados alimentares, adequação do peso corporal e

prática regular de atividade física - é obrigatória.

O uso de hipolipemiantes, especialmente de estatinas, tem demonstrado grande benefício sobre

a morbimortalidade cardiovascular. O manejo da dislipidemia depende do risco cardiovascular global e

do perfil lipídico. Para aqueles indivíduos hipertensos com doença cardiovascular manifesta ou de alto

risco está recomendado o uso de estatinas independente dos níveis de colesterol.

Filtração glomerular para avaliação da função renal Nem sempre o declínio da função renal é acompanhado de elevação da excreção urinária de

albumina. Algumas pessoas com diabetes e normoalbuminúricas podem apresentar diminuição

importante da Filtração Glomerular (FG). Portanto, a avaliação da FG é imprescindível para o

monitoramento e estadiamento da função renal. O uso isolado da dosagem sérica de creatinina para

avaliação da função renal não é indicada, pois o exame somente estará alterado após perda de mais de

50% da função glomerular.

Existem várias formas indiretas para se estimar a FG. A depuração de creatinina (clearance)

com urina de 24h - é o “padrão ouro”, no entanto podem ocorrer erros pré-analíticos, o que demanda

novas coletas e torna o exame cansativo e dispendioso.

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De acordo com a nota técnica n°59/2013 do Conselho Nacional dos Secretários da Saúde

(CONASS), a avaliação da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) deve ser realizada a partir da creatinina

sérica, uma vez que a forma de coleta da creatinina de 24 horas é inconveniente e pode gerar erros. A

fórmula de Cockcroft-Gault não é recomendada, pois necessita da correção para superfície corpórea,

além de apresentar vieses na correção com a TFG. Na nota técnica há a recomendação do uso de uma

das duas seguintes fórmulas:

_____________________________________________________________________

1) Equação simplificada do estudo MDRD (Modification of Diet in Renal Disease): Taxa de filtração glomerular = 175 x ( creatinina -1,154 ) x ( idade -0,203 ) x A x B

Onde:

Valor de A Negro: 1,21. Não negro: 1,0

Valor de B Mulher: 0,742. Homem:1,0

_____________________________________________________________________ 2) Fórmula CKD-EPI (Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration):

Taxa de filtração glomerular = A x (Creatinina/B)C x idade 0,993

Onde:

Valor de A Negro: mulher = 166, Homem = 163

Não negro: mulher = 144 Homem = 141

Valor de B Mulher: 0,7. Homem: 0,9

Valor de C Creatinina > 0,7 = - 1,209

Creatinina ≤ 0,7, Mulher = -0,329, Homem = -0,411

_____________________________________________________________________

A equação do MDRD para estimativa da TFG foi originalmente desenvolvida com base nos

dados do estudo Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) em pacientes com Doença Renal

Crônica (DRC) e não incluiu indivíduos saudáveis. A equação, denominada de CKD-EPI, usa as

mesmas quatro variáveis que a equação do MDRD, mas, comparativamente, apresenta melhor

desempenho e previsão de desfechos adversos.

Magacho e colaboradores (2012) propuseram os nomogramas para a Estimação da Taxa de

Filtração Glomerular, sendo um para mulheres e outro para homens. São utilizadas três das quatro

variáveis que compõem a equação CKD-EPI: Idade (nos limites de 18 a 80 anos): sexo e creatinina

sanguínea (nos limites de 0,6 a 5 mg/dL). Os estágios da DRC foram representados por cores

diferentes. De acordo com os autores as tabelas a seguir facilitarão o diagnóstico da DRC por qualquer

profissional de Saúde, particularmente nos seus estágios pré-clínicos, quando, frequentemente, é

assintomática.

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Taxa de filtração glomerular baseado na Equação CKD-EPI – Homens

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Taxa de filtração glomerular baseado na Equação CKD-EPI - Mulheres

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Após a determinação da presença ou não de micro ou macroalbuminúria e da FG estimada pela

MDRD ou CKD-EPI, o comprometimento da função renal deve ser estadiado de acordo com o quadro

abaixo:

Estadiamento da doença renal crônica (de acordo com KDOQI/KDIGO1)

*Dano renal: qualquer alteração bioquímica (ex.: micro ou macroalbuminúria) ou de imagem dos rins. TFG - Taxa de Filtração Glomerular. IR - Insuficiência Renal. Fonte: Adaptado da Fundação Nacional do Rim. Periodicidade do rastreamento e monitoramento A periodicidade é determinada depois o estadiamento da função renal do paciente.

Periodicidade do rastreamento e monitoramento da doença renal ESTÁGIOS DA FUNÇÃO RENAL PERIODICIDADE

0 Anual

1 e 2 Semestral

3, 4 e 5 Determinada pelo nefrologista

AVALIAÇÃO LABORATORIAL INICIAL

A investigação laboratorial básica indicada a todos os pacientes hipertensos compreende:

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Análise de urina;

Potássio plasmático;

Creatinina plasmática e estimativa do ritmo de filtração glomerular;

Glicemia de jejum;

Colesterol total, HDL, triglicérides plasmáticos*;

Acido úrico plasmático;

Eletrocardiograma convencional.

* Pode-se calcular o LDL-colesterol, quando a dosagem de triglicérides for abaixo de 400 mg/dl, pela fórmula:

LDL-colesterol = colesterol total – HDL-colesterol – triglicérides/5.

A avaliação complementar está indicada em pacientes que apresentam elementos indicativos de

hipertensão secundária, de lesão em órgãos-alvo ou doenças associadas, que devem ser investigadas

por métodos específicos.

Exames Laboratoriais

EXAME PERIODICIDADE PARÂMETRO

Triglicerídeos No diagnóstico e anualmente. Caso esteja alterado, a cada 6 meses. < 150 mg/dl

Colesterol total No diagnóstico e anualmente. Caso esteja alterado, a cada 6 meses. < 200 mg/dl

HDL colesterol No diagnóstico e anualmente. Caso esteja alterado, a cada 6 meses.

Homens > 40 mg/dl

Mulheres > 50 mg/dl

LDL colesterol No diagnóstico e anualmente. Caso esteja alterado, a cada 6 meses.

< 100 mg/dl (< 70 mg/dl para os com risco cardiovascular elevado)

Creatinina No diagnóstico e anualmente. Caso esteja alterado, a cada 6 meses.

Homens 0,8 – 1,5 mg/dl

Mulheres 0,7 – 1,2 mg/dl

Potassemia No diagnóstico e anualmente. Caso esteja alterado, a cada 6 meses. 3,5 – 5,5 mmol/l

Urina I No diagnóstico e anualmente. Solicitar bioquímica e sedimento

Taxa de excreção de albumina

Relação albumina/creatinina em amostra isolada de urina

Pacientes hipertensos diabéticos, hipertensos com síndrome metabólica e hipertensos com dois ou mais fatores de risco.

No diagnóstico e anualmente se a proteinúria for negativa.

Sua alteração é o sinal mais precoce de nefropatia e identifica os pacientes com maior risco para: retinopatia, doença cardiovascular, cerebrovascular e mortalidade. Na criança, não há necessidade de solicitação no início do tratamento. Vide classificação de acordo com a taxa de excreção de albumina no quadro abaixo

Taxa de filtração glomerular (TFG)

No diagnóstico e anualmente. Função renal normal > 90 ml/min; disfunção renal leve 60 – 90 ml/min; disfunção renal moderada 30 – 60 ml/min; disfunção renal grave < 30 ml/min

Pesquisa de comorbidades Definir os exames e a periodicidade de acordo com a queixa clínica, os

De acordo com a patologia

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achados de exame físico e resultados de outros exames.

Glicemia de jejum No diagnóstico e anualmente para hipertensos de baixo risco; para os demais, a cada 6 meses.

Normal < 100 mg/dl

(se o resultado estiver entre 101 – 125 mg/dl, considerar como intolerância a carboidratos / pré-diabetes)

Ácido úrico plasmático No diagnóstico e anualmente. Dentro dos limites da normalidade, de acordo com o método

*Taxa de filtração glomerular estimada (TFGE) Classificação de acordo com a taxa de excreção de albumina

Classificação* Relação

Albumina/Creatinina (mg/g de creatinina)

Interpretação

Normoalbuminúria < 30 Sem doença renal aparente

Microalbuminúria 30-300 Doença renal incipiente Macroalbuminúria ≥ 300 Doença renal manifesta *Após dois resultados positivos. Fonte: ADA, 2009. Avaliação para pacientes de subgrupos específicos

Pacientes com diabetes mellitus ou doença renal: em caso de proteinúria > 0,5 g/24 horas,

recomendam-se níveis mais baixos de pressão arterial;

Pacientes com glicemia de jejum entre 110 e 125 mg/dl: recomenda-se a realização de glicemia

pós-prandial.

Recomendações para a utilização do ecocardiograma

Para avaliação de possível hipertrofia de ventrículo esquerdo e estabelecimento de risco

cardiovascular;

Para hipertensos com suspeita de hipertrofia de ventrículo esquerdo, disfunções sistólica e

diastólica ou doença arterial coronária;

Não deverá ser utilizado para avaliação de regressão da massa ventricular esquerda como

análise da ação terapêutica anti-hipertensiva.

Avaliação complementar para o paciente hipertenso – exames recomendados e população

indicada: a) Radiografia de tórax – recomendada para pacientes com suspeita clínica de insuficiência

cardíaca, quando os demais exames não estão disponíveis, e para avaliação de

acometimento pulmonar e de aorta;

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b) Ecocardiograma: hipertensos estágios 1 e 2 sem HVE ao Eletrocardiograma (ECG), mas

com dois ou mais fatores de risco; hipertensos com suspeita clínica de insuficiência

cardíaca;

c) Microalbuminúria: pacientes hipertensos diabéticos, hipertensos com síndrome

metabólica e hipertensos com dois ou mais fatores de risco;

d) Ultrassom de carótida: pacientes com sopro carotídeo, com sinais de doença

cerebrovascular, ou com doença aterosclerótica em outros territórios;

e) Teste ergométrico: suspeita de doença coronariana estável, diabético ou antecedente

familiar para doença coronariana em paciente com pressão arterial controlada;

f) Hemoglobina glicada: na impossibilidade de realizar hemoglobina glicada, sugere-se a

realização do teste oral de tolerância à glicose em pacientes com glicemia de jejum entre

100 e 126 mg/dl;

g) Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial (MAPA), Monitorização

Residencial de Pressão Arterial (MRPA) e medida domiciliar segundo as

indicações convencionais para os métodos;

h) Outros exames: velocidade de onda de pulso (se disponível);

i) Investigação de hipertensão secundária, quando indicada pela história, pelo

exame físico ou pela avaliação laboratorial inicial.

HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA

A maioria dos casos de hipertensão arterial não apresenta uma causa aparente facilmente

identificável, sendo conhecida como hipertensão essencial. Uma pequena proporção dos casos de

hipertensão arterial é devida a causas muito bem estabelecidas, que precisam ser devidamente

diagnosticadas, uma vez que, com a remoção do agente etiológico, é possível controlar ou curar a

hipertensão arterial. É a chamada hipertensão secundária.

No nível de atenção básica, a equipe de saúde deve estar preparada para diagnosticar, orientar

e tratar os casos de hipertensão essencial, que são a maioria. Por outro lado, os casos suspeitos de

hipertensão secundária deverão ser encaminhados a especialistas.

Achados que sugerem hipertensão arterial secundária

Ronco, sonolência diurna, síndrome metabólica – Apneia obstrutiva do sono;

Hipertensão resistente ao tratamento e/ou com hipocalemia e/ou com nódulo adrenal –

Hiperaldosteronismo primário;

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Insuficiência renal, doença cardiovascular aterosclerótica, edema, ureia elevada, creatinina

elevada, proteinúria/hematúria – Doença renal parenquimatosa;

Sopro sistólico/diastólico abdominal, edema pulmonar súbito, alteração de função renal por

medicamentos que bloqueiam o Sistema Renina-Angiotensina (SRA) – Doença renal

parenquimatosa;

Uso de simpaticomiméticos, perioperatório, estresse agudo, taquicardia – Catecolaminas em

excesso;

Pulsos em femorais reduzidos ou retardados, raio-x de tórax anormal – Coarctação de aorta;

Ganho de peso, fadiga, fraqueza, hirsutismo, amenorreia, face em “lua cheia”, “corcova” dorsal,

estrias purpúricas, obesidade central, hipopotassemia – Síndrome de Cushing;

Hipertensão paroxística com cefaleia, sudorese e palpitações – Feocromocitoma;

Fadiga, ganho de peso, perda de cabelo, hipertensão diastólica, fraqueza muscular –

Hipotireoidismo;

Intolerância ao calor, perda de peso, palpitações, hipertensão sistólica, exoftalmia, tremores,

taquicardia – Hipertireoidismo;

Litíase urinária, osteoporose, depressão, letargia, fraqueza muscular – Hiperparatireoidismo;

Cefaleias, fadiga, problemas visuais, aumento de mãos, pés e língua – Acromegalia.

Causas de hipertensão secundária

Doença Parenquimatosa Renal (glomerulopatia, pielonefrite crônica, rins policísticos, nefropatia

de refluxo);

Renovascular (aterosclerose, hiperplasia fibromuscular, poliartrite nodosa);

Endócrina (acromegalia, hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperparatireoisdismo,

hiperaldosteronismo primário, síndrome de Cushing, hiperplasia adrenal, feocromocitoma, uso

de hormônios exógenos);

Coarctação de aorta;

Hipertensão gestacional;

Neurológicas (aumento de pressão intracraniana, apneia do sono, quadriplegia, porfiria aguda,

disautonomia familiar);

Estresse agudo (cirurgia, hipoglicemia, queimadura, abstinência alcoólica, pós-parada cardíaca,

perioperatório);

Exógenas (abuso de álcool, nicotina, drogas imunossupressoras, intoxicação por metais

pesados);

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Insuficiência aórtica, fístula artério-venosa, tireotoxicose, doença de Paget e beribéri

(hipertensão sistólica).

PLANO DE CUIDADO

A abordagem multiprofissional é de fundamental importância no tratamento da hipertensão e na

prevenção das complicações crônicas. Assim como todas as doenças crônicas, a hipertensão arterial

exige um processo contínuo de motivação para que o paciente não abandone o tratamento.

Conforme orientação do Ministério da Saúde, devem fazer parte da equipe multiprofissional os

seguintes profissionais de Saúde: enfermeiro, nutricionista, psicólogo, assistente social, educador físico,

farmacêutico, agentes comunitários de Saúde e médico. Entre as ações comuns à equipe

multiprofissional, destacam-se:

Promoção à saúde (ações educativas com ênfase em mudanças do estilo de vida, correção dos

fatores de risco e divulgação de material educativo);

Treinamento de profissionais;

Encaminhamento a outros profissionais, quando indicado;

Ações assistenciais individuais e em grupo;

Gerenciamento do programa.

Objetivos, finalidades e periodicidade de avaliação do plano de cuidado das pessoas com HAS

INDICADOR OBJETIVOS E FINALIDADES PERIODICIDADE E ORIENTAÇÕES

ESTILO DE VIDA

Alimentação saudável, prática de atividade física

regular leve à moderada e abstinência de fumo e

álcool sob recomendação médica

Em todas as avaliações de saúde

Para tabagistas – abordagem mínima para cessação

do tabagismo em todas as avaliações de saúde e

encaminhamento para abordagem e tratamento

intensivo

NUTRIÇÃO

Manter o peso saudável (IMC 18,5 a 25kg/m2

adultos ou 22 a 27kg/m2 idosos)

Circunferência abdominal < 80 cm em mulheres e

< 94 cm em homens

Todas as avaliações de saúde

Perder 5 a 10% do peso se sobrepeso ou obesidade

presente

VACINAÇÃO CONTRA INFLUENZA

Manter esquema vacinal em dia Anualmente para:

- pessoas com mais de 60 anos, nas campanhas de

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vacinação

CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL

< 140/90 mm Hg Em todas as avaliações de saúde

CONTROLE LIPÍDICO

Colesterol total <200 mg/dl

LDL-col < 100 mg/dl*

HDL-col > 45 mg/dl

Triglicerídeos < 150 mg/dl

Anual – principalmente se idade > 40 anos, com

Fatores de Risco Cardiovascular (FRCV) ou

dislipidemia (após controle lipídico)

FUNÇÃO RENAL

Ausência (TFG**> 90 ml/min e relação albumina-

creatinina < 30 mg/g em urina) ou controle de

doença renal diabética

Estágio 0 – anual

Estágio 1 e 2 – semestral

Estágio 3, 4 e 5 – especialista

RETINA

Ausência (fundoscopia normal) ou controle de

composição microvascular retineana

Encaminhar anualmente para avaliação com

oftalmologista, na ausência de retinopatia

Encaminhar imediatamente se ocorrer perda súbita de

visão, suspeita de glaucoma ou descolamento de

retina (flashes de luz, moscas volantes, escotomas ou

sombras)

SAÚDE MENTAL

Saudável; prevenção ou tratamento de

transtornos mentais associados

Rastreamento de depressão pelo médico e/ou equipe

multiprofissional em todas as avaliações de saúde

Participação nas atividades educativas da UBS;

encaminhamento para ambulatório especializado se

necessário

SAÚDE BUCAL Saudável (ausência de processos infecciosos e

inflamatórios)

Anual pelo Cirurgião Dentista (CD)

PLANEJAMENTO FAMILIAR

Redução de risco materno-infantil Anual

Orientações sobre risco gestacional e indicação de

métodos contraceptivos definitivos para casais que

não queiram mais filhos (dentro da legislação vigente)

*Se doença vascular presente, LDL < 70 mmHg

**TFG = Taxa de Filtração Glomerular

Fonte: BRASIL, 2006; ADA 2008; SBD, 2007.

Manutenção do peso adequado, orientações nutricionais para uma alimentação saudável

e atividade física com acompanhamento médico são o eixo central do tratamento na HAS.

DECISÃO TERAPÊUTICA E METAS

Após a confirmação diagnóstica da hipertensão arterial, deve-se proceder à decisão terapêutica

baseada no risco cardiovascular global, considerando-se, além do nível de pressão arterial, a presença

de fatores de risco e cálculo do escore de Framingham, lesão em órgão-alvo e/ou doença

cardiovascular estabelecida.

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Basicamente, existem duas abordagens terapêuticas para a hipertensão arterial: o tratamento

baseado em modificações do estilo de vida (perda de peso, incentivo às atividades físicas, alimentação

saudável, entre outros) e o tratamento medicamentoso. A adoção de hábitos saudáveis é parte

fundamental da prevenção de hipertensão e do manejo de todos aqueles com hipertensão arterial

sistêmica.

O tratamento mais adequado para um determinado paciente, de acordo com a classificação do

risco individual e os níveis pressóricos detectados na consulta inicial é o seguinte:

Classificação do risco individual de acordo com os níveis pressóricos Risco Baixo Risco Moderado Risco Alto e Muito Alto

Pressão limítrofe

(130-139/85-89 mmHg) Mudança do estilo de vida Mudança do estilo de vida

Mudança do estilo de vida + tratamento medicamentoso se insuficiência cardíaca, doença

renal crônica ou diabetes mellitus Estágio 1

(140-159/90-99 mmHg) Mudança do estilo de vida (até 12 meses)

Mudança do estilo de vida (até 6 meses) + tratamento

medicamentosos se múltiplos fatores de risco

Tratamento medicamentoso +

Mudança de estilo de vida

Estágio 2

(>160/>100 mmHg)

Tratamento medicamentoso +

Mudança de estilo de vida

Tratamento medicamentoso +

Mudança de estilo de vida

Tratamento medicamentoso +

Mudança de estilo de vida

Abordagem para níveis de PA entre 130-139/85-89 mmHg A justificativa para intervenções em pessoas com esses níveis de Pressão Arterial (PA) baseia-

se no fato de que metade do risco atribuível de eventos ocorre para pressões sistólicas entre 130 e 150

mmHg, isso é, incluindo o comportamento limítrofe de PA.

Uma importante consideração a ser feita é que nessa faixa de PA há uma grande parcela de

indivíduos com doença cardiovascular e renal estabelecidas, além de boa parte de indivíduos com

diabetes, doença renal, múltiplos fatores de risco cardiovascular e síndrome metabólica.

Assim, parece pertinente que esses indivíduos recebam tratamento medicamentoso. Estudos

sugerem que a instituição de tratamento medicamentoso em pacientes de alto risco reduz os eventos

cardiovasculares quando há valores de PA entre 130-139 /85-89 mmHg.

Abordagem em pacientes hipertensos com risco cardiovascular médio, alto e muito alto

A instituição precoce do tratamento medicamentoso visa à proteção dos órgãos-alvo; redução do

impacto causado pela elevação da PA; redução do impacto causado pela presença de fatores de risco

associados e na progressão do processo aterosclerótico.

A abordagem multiprofissional é de fundamental importância no tratamento da hipertensão e na

prevenção das complicações crônicas. Assim como todas as doenças crônicas, a hipertensão arterial

exige um processo contínuo de motivação para que o paciente não abandone o tratamento.

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Sempre que possível, além do médico, devem fazer parte da equipe multiprofissional o

enfermeiro, o nutricionista, o psicólogo, o assistente social, o professor de educação física, o

farmacêutico e os agentes comunitários de saúde, tendo como prioridade a promoção à saúde.

Decisão Terapêutica Categoria de Risco Considerar

Sem risco adicional Tratamento não medicamentoso isolado

Risco adicional baixo Tratamento não medicamentoso isolado por até 6 meses. Se

não atingir a meta, associar tratamento medicamentoso

Risco adicional médio, alto e muito alto Tratamento não medicamentoso + medicamentoso

Metas a serem atingidas em conformidade com as características individuais

Categoria Considerar

Hipertensos estágios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e médio < 140/90 mmHg

Hipertensos com comportamento limítrofe com risco cardiovascular alto e muito

alto, ou com 3 ou mais fatores de risco, DM, SM ou LOA

Hipertensos com insuficiência renal e proteinúria > 1,0g/l

130/80 mmHg

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO

A principal estratégia para o tratamento não farmacológico da hipertensão arterial sistêmica é a

mudança de estilo de vida, que compreende diversos fatores.

As mudanças no estilo de vida estão indicadas a todos os pacientes e são eficazes em reduzir a

pressão arterial, desde que realizadas adequadamente.

I A tabela seguinte representa a redução esperada na pressão arterial com cada uma das

medidas não farmacológicas.

Algumas modificações de estilo de vida e redução aproximada da pressão arterial sistólica* Modificação Recomendação Redução aproximada na PAS**

Controle do peso Manter o peso corporal na faixa normal (índice de massa

corporal entre 18,5 a 24,9kg/m2)

5 a 20 mmHg para cada 10kg de

peso reduzido

Padrão alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com

baixa densidade calórica e baixo teor de gorduras

saturadas e totais. Adotar dieta DASH

8 a 14 mmHg

Redução do consumo de sal Reduzir a ingestão de sódio para não mais que 2g (5g de

sal/dia) no máximo 3 colheres de café rasas de sal = 3g +

2g de sal dos próprios alimentos

2 a 8 mmHg

Exercício físico Habituar-se à prática regular de atividade física aeróbica, 4 a 9 mmHg

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como caminhadas por, pelo menos, 30 min. por dia, 3

vezes/semana, para prevenção e diariamente para

tratamento

*Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular.

** Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas.

Modificações no estilo de vida podem refletir no retardo do desenvolvimento da HAS em

indivíduos com pressão limítrofe. Também terá um impacto favorável nos fatores de risco envolvidos no

desenvolvimento ou agravo da hipertensão. Assim, devem ser indicadas indiscriminadamente.

O período de tempo recomendado para as medidas de modificação no estilo de vida

isoladamente em pacientes hipertensos e naqueles com comportamento limítrofe da pressão arterial,

com baixo risco cardiovascular é de, no máximo, seis meses.

Caso os pacientes não estejam respondendo a essas medidas após três meses, uma nova

avaliação, em seis meses deve ser feita para confirmar o controle da PA. Se esse benefício não for

confirmado, já está indicada a instituição do tratamento medicamentoso em associação.

Em pacientes com risco médio, alto ou muito alto e independentemente da PA, a abordagem

deve ser combinada (não medicamentosa e medicamentosa) para se atingir a meta preconizada o mais

precocemente.

Controle do Peso O excesso do peso é um fator de risco para a hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e

doença cardiovascular. Estima-se que 20% a 30% da prevalência da hipertensão pode ser explicada

pela presença do excesso de peso. A redução de 5 a 10% do peso corporal associa-se à melhora

significativa do controle metabólico e dos níveis de PA. O objetivo é alcançar uma perda sustentada e

progressiva de 0,5 a 1 kg de peso por semana. A meta é alcançar um Índice de Massa Corporal (IMC)

inferior a 25 kg/m2 e circunferência da cintura inferior a 94 cm para homens e 80 cm para mulheres,

embora a diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já seja capaz de produzir redução da

pressão arterial.

Independente do valor do IMC, a distribuição de gordura, com localização predominantemente

no abdome, está frequentemente associada com resistência à insulina e elevação da pressão arterial.

Assim, a circunferência abdominal acima dos valores de referência é um fator preditivo de doença

cardiovascular. A redução da ingestão calórica leva à perda de peso e à diminuição da pressão arterial,

explicado pela queda da insulinemia, redução da sensibilidade ao sódio e diminuição da atividade do

sistema nervoso autônomo simpático.

Dietas radicais não devem ser adotadas por serem facilmente abandonadas e o retorno aos

maus hábitos alimentares impede que os resultados alcançados se sustentem ao longo do tempo. Além

disso, perdas súbitas e intensas de peso são prejudiciais ao metabolismo pela grande perda de massa

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magra e consequente redução do gasto energético total, o que leva possivelmente ao aumento de

massa gordurosa após a dieta restritiva.

Adoção de Hábitos Alimentares Saudáveis A elaboração do plano alimentar pelo nutricionista baseia-se nos princípios da alimentação

saudável, na classificação do estado nutricional, nos hábitos e preferências alimentares, na prática de

exercício físico e na presença de comorbidades ou outros fatores de risco cardiovascular.

As orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira aplicam-se à comunidade em

geral assim como às pessoas com hipertensão arterial. As diretrizes para uma alimentação saudável

são:

1) Incluir alimentos variados e coloridos na alimentação diária como arroz, feijão, carne,

verduras, legumes, frutas, pães, leites e derivados.

Recomenda-se no mínimo 5 refeições por dia (café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e

jantar), de preferência a cada três horas, evitando longos períodos sem se alimentar para prevenir fome

intensa com ingestão incontrolável de alimentos e episódios de hipoglicemia.

2) Comer com moderação arroz, pães, massas, trigo, milho, aveia, batatas, aipim ou mandioca,

cará, inhame (ver carboidratos).

Recomenda-se consumir arroz, pães e massas preferencialmente na forma integral. Preferir

batatas, aipim ou mandioca, cará e inhame sempre na forma cozida ou assada, evitando as frituras. O

consumo em excesso desses alimentos pode contribuir para o descontrole da glicemia e para o

aumento do peso corporal, por isso recomenda-se distribuí-los durante o dia em 5 ou 6 refeições,

evitando misturar um ou mais tipos na mesma refeição. Exemplo: evitar arroz, macarrão e batata na

mesma refeição. Se o paciente quiser comer mais de um alimento desse grupo na mesma refeição, ele

deve ser orientado a fazê-lo de acordo com o seu plano alimentar e respeitar as quantidades

adequadas às suas necessidades calóricas.

3) Comer diariamente frutas (laranja, banana, maçã, mamão, uva, ponkan, mimosa, abacaxi,

uva, pera, figo, pêssego, morango, melancia, melão), verduras (alface, acelga, escarola, agrião, couve,

repolho, espinafre, almeirão, radite, rúcula) e legumes (cenoura, chuchu, vagem, abobrinha, quiabo,

abóbora, beterraba, rabanete).

Esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais e fibras, têm alto valor nutritivo, tornam as

refeições mais apetitosas pelo colorido e sabor e possuem baixo custo na época de safra. As frutas

podem ser consumidas também na forma desidratada, desde que sem adição de açúcar, ou na forma

de chás. É importante consumir sempre aqueles de cor intensa.

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4) Comer diariamente ou, no mínimo 5 vezes por semana, feijão, lentilha, ervilha seca, grão de

bico ou soja.

Esses alimentos aumentam a resistência imunológica. São ricos em fibra alimentar, vitaminas do

complexo B, ferro e outros minerais. Arroz com feijão é uma combinação muito saudável, completa em

proteínas.

5) Comer alimentos de origem animal (carnes, ovos, leites e derivados) com moderação.

Preferir carnes magras, grelhadas ou cozidas e sem gordura aparente como frango sem pele e

peixe sem couro. Consumir leite e derivados desnatados ou com menor teor de gordura.

6) Diminuir a ingestão de sal, gordura, açúcar e alimentos industrializados. Resgatar velhas

receitas de família.

O consumo rotineiro e em quantidades elevadas de gorduras, açúcar e sal aumenta o risco para

doenças crônicas e seus agravos. Para reduzir a quantia de sal ingerida, é importante evitar adicionar

sal no preparo dos alimentos, saladas cruas e pratos prontos. O sódio, presente no sal de cozinha,

também se encontra em muitos alimentos embutidos, processados e industrializados, inclusive em

muitos alimentos industrializados doces.

Abandono do Tabagismo O tabagismo é a maior causa isolada e evitável de doença e morte, sendo responsável por 25%

das mortes por doenças coronarianas, 25% das mortes por doenças cerebrovasculares.

O risco associado ao tabagismo é proporcional ao número de cigarros fumados e à profundidade da

inalação. Parece ser maior em mulheres do que em homens. Os hipertensos que fumam devem ser

repetidamente estimulados a abandonar esse hábito por meio de aconselhamento e medidas

terapêuticas de suporte específicas.

Uma estratégia muito efetiva no tratamento dessa dependência química é abordar como o

tabagismo interfere na vida diária do tabagista, buscando maneiras de lidar com ele, associando ou não

a farmacoterapia. Uma boa resposta terapêutica depende do apoio da família, da comunidade e da

equipe de saúde.

Prática de atividade física regular

A atividade física regular associada a uma alimentação saudável é fundamental para a

promoção e manutenção da saúde física e mental, em todos os ciclos da vida, pois além de diminuir a

pressão arterial e melhorar o controle lipídico e glicêmico, reduzem consideravelmente o risco de

doença arterial coronária e de Acidente Vascular Cerebral e a mortalidade geral, facilitando ainda o

controle do peso.

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A recomendação da atividade física baseia-se em parâmetros de frequência, duração,

intensidade e modo de realização. As pessoas devem incorporar o exercício físico nas atividades

rotineiras como caminhar, subir escadas, realizar atividades domésticas dentro e fora de casa,

envolvendo pelo menos 150 minutos/semana, equivalente a pelo menos 30 minutos realizados em 5

dias da semana, podendo ser realizados em uma única sessão ou em duas sessões de 15 minutos ou

três sessões de 10 minutos.

É importante que a atividade física moderada possa ser realizada mantendo-se a conversação e

a frequência cardíaca não exceda 60 a 80% da frequência cardíaca máxima.

Para a prática de atividades moderadas não é necessária avaliação cardiorrespiratória de

esforço para indivíduos iniciarem um programa de atividade física. A avaliação médica e de esforço em

indivíduos assintomáticos deve se restringir apenas a pacientes com escore de Framingham alto ou

aqueles que desejem desenvolver programas de exercícios estruturados ou atividades desportivas que

exijam níveis de atividade física de alta intensidade.

Um programa estruturado deve partir de uma prescrição individualizada de exercícios e

recomendar atividades aeróbicas prazerosas, como caminhadas, passeios de bicicleta, jogos em grupo

e danças, que melhoram a motivação e adesão ao programa.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da

mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis

tensionais e de outros fatores agravantes. São utilizadas tanto medidas não farmacológicas isoladas

como associadas a fármacos anti-hipertensivos. Os agentes anti-hipertensivos a serem utilizados

devem promover a redução não só dos níveis tensionais como também a redução de eventos

cardiovasculares fatais e não fatais. Princípios gerais do tratamento

O medicamento anti-hipertensivo deve:

Ser eficaz por via oral;

Ser bem tolerado, pois a baixa adesão ao tratamento se deve principalmente a intolerância ao

medicamento;

Permitir a administração em menor número possível de tomadas diárias com preferência para

posologia de dose única diária;

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Iniciar com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação clínica, podendo ser

aumentadas gradativamente. Deve-se levar em conta que quanto maior a dose, maiores serão

as probabilidades de efeitos adversos;

Pode-se iniciar o uso combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com

hipertensão em estágio 2;

Respeitar o período mínimo de quatro semanas, salvo em situações especiais, para aumento de

dose, substituição da monoterapia ou mudança da associação de fármacos;

Instruir o paciente sobre a doença hipertensiva, particularizando a necessidade do tratamento

continuado, a possibilidade de efeitos adversos dos medicamentos utilizados, a planificação e os

objetivos terapêuticos;

Considerar as condições socioeconômicas do paciente.

Agentes Anti-hipertensivos Há 5 classes principais de medicamentos que exercem ação terapêutica através de distintos

mecanismos que interferem na fisiopatologia da hipertensão arterial, reduzindo comprovadamente a

pressão arterial e a incidência de eventos cardiovasculares:

1. Diuréticos

Entre os fármacos mais estudados e que se mostraram benéficos em reduzir eventos

cardiovasculares, cerebrovasculares e renais maiores estão os diuréticos em baixas doses.

Considerando ainda o baixo custo e extensa experiência de emprego, são recomendados como

primeira opção anti-hipertensiva na maioria dos pacientes hipertensos. Devem ser prescritos em

monoterapia inicial, especialmente para pacientes com hipertensão arterial em estágio 1 que não

responderam às medidas não medicamentosas. Entretanto, a monoterapia inicial é eficaz em

apenas 40% a 50% dos casos. Muitos pacientes necessitam da associação com anti-hipertensivo de

outra classe, como inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA), betabloqueadores,

antagonista de cálcio.

2. Inibidores adrenérgicos

Essa classe inclui os betabloqueadores e alfabloqueadores

- alfabloqueador: Reduz a resistência periférica total por antagonismo competitivo com as

catecolaminas pelos receptores alfa 1 adrenérgicos. Produz vasodilatação, mas geralmente tem

pouco efeito sobre o Débito Cardíaco. Dilata tanto as arteríolas quanto as veias. Seu efeito é mais

acentuado quando o paciente está em pé. Seu principal efeito adverso consiste em hipotensão

postural, que pode ser grave após a primeira dose. É uma classe utilizada para tratar pacientes que

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sofram tanto de hipertensão quanto de insuficiência cardíaca congestiva. Tratamento prolongado

pode resultar em tolerância ao seu efeito anti-hipertensivo.

- betabloqueadores: Essas drogas têm sido eficazes e bem toleradas na hipertensão. Embora

muitos pacientes hipertensos respondam a um beta bloqueador usado isoladamente, a droga é com

mais frequência, administrada com um diurético ou vasodilatador. Esse efeito resulta de vários

fatores, alguns dos quais ainda não estão totalmente elucidados. Esses fatores incluem efeitos

sobre o coração e vasos sanguíneos (bloqueiam o estímulo cardíaco e provocam vasodilatação), o

SRA (inibem a liberação de renina causada pelo sistema nervoso simpático) e, possivelmente, o

Sistema Nervoso Central.

3. Vasodilatadores diretos

Eles relaxam a musculatura lisa dos vasos, diminuindo a resistência vascular sistêmica. Porém a

menor resistência arterial e menor pressão sanguínea arterial média despertam respostas

compensatórias, mediada por barorreceptores e sistema nervoso simpático, bem como renina,

angiotensina e aldosterona. Não causam hipotensão ortostática e funcionam melhor em associação

com outras drogas anti-hipertensivas que se opõem às respostas cardiovasculares compensatórias.

4. Antagonistas do Sistema Renina-Angiotensina

Esses fármacos atuam no Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona inibindo a Enzima Conversora

da Angiotensina (ECA), que catalisa a conversão da Angiotensina I inativa à Angiotensina II, que é

vasoconstritora potente e estimulante da produção de aldosterona no córtex adrenal, com

decorrente aumento da absorção renal de sódio e do volume sanguíneo intravascular. Essa inibição

resulta em diminuição na Angiotensina II e Aldosterona circulantes e aumento compensatório nos

níveis de Angiotensina I e Renina. Diminuem a pressão principalmente por diminuírem a resistência

vascular periférica. O débito cardíaco e a frequência cardíaca não são alterados de modo

significativo. Ao contrário dos vasodilatadores diretos esses agentes não determinam ativação

reflexa simpática, podendo ser usados com segurança em pessoas com cardiopatia isquêmica.

5. Bloqueadores dos Canais de Cálcio (BCC)

Os íons cálcio têm papel central na modulação da contratilidade do miocárdio e no tônus do

músculo liso vascular. O antagonismo farmacológico nos canais lentos do cálcio interfere no

complexo excitação-contração diminuindo a contratilidade miocárdica. No músculo liso vascular, as

alterações de tônus dependem do movimento do cálcio do espaço extracelular para o intracelular

onde se liga a calmodulina. Uma diminuição na entrada celular dos íons cálcio reduz o tônus da

musculatura lisa vascular e provoca vasodilatação. São drogas com pequena incidência de efeitos

adversos e com resultados efetivos.

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Associações “Favoráveis”

As seguintes associações foram efetivas e bem toleradas, inclusive utilizadas favoravelmente em

estudos de eficácia:

Diurético tiazídico + IECA (ou BRA);

BCC + IECA (ou BRA);

BCC + diurético tiazídico;

Betabloqueador + BCC (diidropiridínico);

Para uso como anti-hipertensivos, são preferidos os diuréticos tiazídicos e similares, em baixas

doses. Os diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensão associada à insuficiência

renal com taxa de filtração glomerular abaixo de 30 ml/min/1,73 m2 e na insuficiência cardíaca com

retenção de volume.

Em pacientes com aumento do volume extracelular (insuficiências cardíaca e renal), o uso

associado de diurético de alça e tiazídico pode ser benéfico tanto para o controle do edema quanto da

pressão arterial, ressalvando-se o risco maior de eventos adversos, especialmente hipocalemia.

Medicamentos anti-hipertensivos disponíveis no SUS

Grupos Representantes Apresentação

Disponível

Dose Diária (mg)

Intervalo de Dose (h)

Riscos de Emprego mais

Importantes Contra-indicação

Diuréticos Hidroclorotiazida Comprimido 25 mg 12,5 - 25 24 Hipocalemia,

hiperuricemia Gota

Besilato de

Anlodipino Comprimido 5 mg 5 - 10 24

Bloqueador do

Canal de Cálcio Cloridrato de

Verapamil Comprimido 80 mg-

120 mg 80-240 8-12

Bradicardia

importante, BAV 2º

e 3º Graus e ICC

Metildopa Comprimido 250 mg 500-1500 8-12

Succinato de

Metoprolol Comprimido 50 mg 25-250 12-24

Atenolol Comprimido 50 mg 25-100 12-24

Bloqueadores

Adrenérgicos

Cloridrato de

Propranolol Comprimido 40 mg 80 - 240 8 – 12

Em predispostos:

broncoespasmo,

doença arterial

periférica,

bradiarritmias

Inibidores da

Enzima

Conversora da

Angiotensina

Losartana

Potássica Comprimido 50 mg 25-100 24

Gestação,

hiperpotassemia,

estenose de artéria

renal bilateral

Inibidores da Captopril Comprimido 25 mg 25 – 150 8-12 Tosse, Gestação, Edema

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Enzima

Conversora da

Angiotensina Maleato de Enalapril

Comprimido 10 mg e 20 mg 5 - 40 12 - 24

hipercalemia Angioneurítico,

Hiperpotassemia,

Estenose de

Artéria Renal

Bilateral

FLUXOGRAMA PARA O TRATAMENTO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

INTRODUÇÃO E ADEQUAÇÃO DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS

A abordagem terapêutica da hipertensão arterial deve ser periodicamente reavaliada para definir

se alguma mudança é necessária para manter os níveis pressóricos próximos das metas desejáveis.

Em geral, principalmente nos casos de hipertensão menos grave, o tratamento é iniciado com

monoterapia e depois, com o passar do tempo e dependendo da resposta do paciente à terapêutica,

quase sempre é necessária a adoção de terapias combinadas, envolvendo dois ou mais agentes anti-

hipertensivos com diferentes mecanismos de ação.

HIPERTENSÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

Hipertensão Arterial Estágio 1

Hipertensão Arterial Estágio 2 e 3

Risco CV alto e muito alto

Monoterapia

Todas as classes de anti-hipertensivos,

com exceção dos vasodilatadores diretos

Combinações Dois anti-hipertensivos de classes diferentes e em

baixas doses

Resposta inadequada ou eventos adversos não toleráveis

Aumentar a dose da monoterapia

Trocar a monoterapia

Acrescentar o 2º fármaco

Aumentar a dose da combinação

Trocar a combinação

Acrescentar o 3º fármaco

Resposta inadequada

Acrescentar outros anti-hipertensivos

Risco CV baixo e moderado

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Idosos

Estima-se que pelo menos 65% dos idosos brasileiros são hipertensos. De acordo com a

Organização Mundial de Saúde, em países desenvolvidos são considerados idosos pessoas com 60

anos ou mais. A maioria apresenta elevação isolada ou predominante da pressão sistólica, aumentando

a pressão de pulso, que mostra forte relação com eventos cardiovasculares. Para o tratamento do idoso

hipertenso, além da estratificação de risco, é fundamental a avaliação de comorbidades e do uso de

medicamentos. O esquema de terapia combinada para os idosos melhora a aderência e a eficácia anti-

hipertensiva, diminuindo os efeitos colaterais. O objetivo do tratamento é a redução gradual da pressão

arterial para níveis abaixo de 140/90mmHg. Em alguns pacientes muito idosos é difícil reduzir a pressão

abaixo de 140 mmHg, mesmo com boa adesão e múltiplos agentes.

Os estudos mostram que o tratamento da hipertensão no idoso reduz a incidência de déficit

cognitivo. Hipertensos com mais de 80 anos e com cardiopatia associada devem ser tratados. Por outro

lado, a terapia farmacológica de idosos com mais de 80 anos e sem comorbidades cardiovasculares,

ainda está sob investigação, mas provavelmente confere proteção cardiovascular. Conforme estudos, o

estímulo da mudança de hábitos de vida em idosos resulta em aderência e benefícios satisfatórios.

Mulheres em Uso de Anticoncepcionais ou Terapia Hormonal com Estrógenos

A hipertensão é duas a três vezes mais comum em usuárias de anticoncepcionais orais,

especialmente entre as mais idosas e obesas. Em mulheres com mais de 35 anos e fumantes, o

anticoncepcional oral está contraindicado. O aparecimento de hipertensão arterial durante o uso de

anticoncepcional oral impõe a interrupção imediata da medicação, o que, em geral, normaliza a pressão

arterial em alguns meses. Deve-se, no entanto, providenciar a substituição por método contraceptivo

eficaz.

Crianças e Adolescentes

A prevalência de hipertensão arterial em crianças e adolescentes pode variar de 2% a 13%,

sendo obrigatória a medida anual da pressão arterial a partir de três anos de idade com equipamento de

tamanho adequado e devidamente calibrado. Além da avaliação habitual em consultório, recomenda-se

a medida rotineira da PA no ambiente escolar.

A ingestão de sódio pela criança é um fator associado ao aumento da pressão arterial na

adolescência. A obesidade é outro fator de risco importante, constituindo-se problema de saúde

crescente na população pediátrica mundial. Atenção especial deve ser dada à presença de fatores de

risco cardiovascular associados, que representam importante alvo para medidas de prevenção primária.

Quanto mais altos forem os valores da pressão arterial e mais jovem o paciente, maior será a

possibilidade da hipertensão arterial ser secundária, com maior prevalência das causas renais.

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Negros e Miscigenados

Nos negros, a prevalência e a gravidade da hipertensão são maiores, o que pode estar

relacionado a fatores étnicos, socioeconômicos e/ou ambientais, tais como o fumo, álcool, estresse e

tendência à obesidade. Em nosso país predominam os miscigenados, que podem diferir dos negros

quanto às características da hipertensão. Estudos recentes em populações de indivíduos negros norte-

americanos mostraram que o uso de Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) e

Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina (BRA) podem ser menos eficazes, especialmente na

prevenção de AVC, que outras classes de anti-hipertensivos. Nessa população, os diuréticos e

bloqueadores de canais de cálcio parecem ser mais efetivos.

SAÚDE BUCAL

O rastreamento da hipertensão arterial deve ser realizado por todos os profissionais da equipe

de saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) e Estratégia de Saúde da Família (ESF) e, depois de

diagnosticada, deve ter apoio de toda a equipe de Saúde, por ser um agravo que envolve orientações

voltadas para vários objetivos. A adesão do paciente ao tratamento depende do seu vínculo com a

equipe de Saúde. As equipes de Saúde devem estar cientes das doenças bucais envolvidas na HA,

promovendo assistência odontológica adequada. O estado nutricional do portador de HA pode ser

comprometido dependendo da sua saúde bucal, necessitando de avaliação rotineira para o

rastreamento e tratamento de doenças bucais bem como a instituição de cuidados preventivos.

A avaliação imediata do paciente deve ser realizada quando houver sinais de alerta como dor,

sangramento, trauma ou abscesso bucal. Toda a equipe de Saúde Bucal deve enfatizar os benefícios

da prática regular da escovação dental para a manutenção da saúde bucal e o auxílio na saúde geral.

Manifestações clínicas Muitas das manifestações bucais no paciente hipertenso podem ser causadas por

medicamentos anti-hipertensivos. A hiperplasia gengival pode ser induzida pelo uso de bloqueadores de

canal de cálcio. Alguns outros medicamentos anti-hipertensivos, como diuréticos, inibidores

adrenérgicos de ação central e inibidores de enzima de conversão de angiotensina, podem, como efeito

colateral, causar a xerostomia, com posterior desmineralização do dente e aumento da incidência de

cáries e maior perda dentária. O consequente uso de prótese dentária leva a uma diminuição da

sensibilidade/paladar e, geralmente, reflete no aumento do consumo de sal nos alimentos preparados

em domicílio. É de grande importância a avaliação periódica da função salivar em portadores de

hipertensão arterial para deter os efeitos negativos que a redução do fluxo salivar pode causar na saúde

bucal.

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Procedimentos odontológicos Os procedimentos odontológicos podem ser realizados nas pessoas com hipertensão arterial,

observando o estado geral do paciente. Muitas vezes a elevação da pressão arterial se dá pelo estresse

que o paciente apresenta diante do procedimento odontológico. Nesse caso, o vínculo equipe-paciente

é essencial. Por sugestão da American Heart Association e do Colégio Americano de Cardiologia a

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) estágio 3 deve ser controlada antes de um procedimento cirúrgico

eletivo. Alguns autores preconizam que a presença de lesões em órgãos-alvo indicam sinal de alerta

maior que os níveis pressóricos elevados isoladamente.

Cirurgias eletivas em pacientes com pressão arterial superior a 180/110 mmHg devem ser

adiadas, pois há risco de complicações intra e pós-operatórias. Nessas situações, o paciente deverá ser

encaminhado ao médico assistente da Unidade Básica de Saúde, pois o controle adequado da pressão

arterial pode durar semanas ou meses.

Organização da atenção odontológica Os portadores de Hipertensão Arterial (HA) devem realizar avaliação anual com o Cirurgião

Dentista (CD), periodicamente observando presença de sinais de alerta. A periodicidade das avaliações

subsequentes é determinada pelo CD, levando em consideração as condições de higiene bucal.

A equipe de Saúde Bucal deve encaminhar os usuários com sintomatologia suspeita de HA ou

com histórico da doença sem acompanhamento na UBS para avaliação médica o mais precocemente

possível.

As atividades educativas da UBS devem abranger informações e orientações sobre cuidados

com a saúde bucal, principalmente orientar quanto à higiene bucal e o controle das manifestações

bucais mais prevalentes nessa população, visando a qualidade de vida de pessoas com hipertensão

arterial.

CRISE HIPERTENSIVA

O conceito de crise hipertensiva, uma situação em que se atribuía riscos imediatos ante a

elevação da pressão arterial, derivou da constatação de acentuadas elevações da pressão arterial na

vigência de catástrofes clínicas, como o acidente vascular encefálico e infarto do miocárdio. Entretanto,

há evidências de que, em muitas dessas situações a causalidade seja reversa, quando a elevação da

pressão arterial decorre de potentes estímulos hipertensores gerados em decorrência do órgão em

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sofrimento. Há poucas situações em que elevações abruptas da pressão arterial podem provocar dano

orgânico em curto prazo. As mais conhecidas são a hipertensão acelerada-maligna e a encefalopatia

hipertensiva. Em outras situações, a elevação acentuada da pressão arterial parece contribuir para a

exacerbação de condições clínicas.

As situações clínicas descritas como emergências hipertensivas estão apresentadas no quadro.

Não há valores pressóricos fixos que, acompanhados das situações listadas, constituam um delimitador

diagnóstico. De acordo com dados experimentais e experiência clínica mais antiga costuma-se apontar

130 mm/Hg de pressão diastólica como um valor de referência, sem esquecer que a situação clínica é

mais importante para o diagnóstico do que a cifra tensional.

Muitos pacientes que têm a pressão arterial reduzida rapidamente em salas de emergência não

têm emergência ou urgência hipertensivas. Provavelmente, nessa situação, o que ocorre são casos de

hipertensão não controlada. A conduta mais adequada é recomendar correta avaliação ambulatorial.

Em alguns casos pode se iniciar ou corrigir o tratamento anti-hipertensivo em uso, com fármacos por via

oral, mantendo-se observação por breves períodos em casos suspeitos de anormalidades subclínicas.

Na presença de pressão arterial muito elevada, acompanhada de sintomas, há necessidade de

uma adequada avaliação clínica, incluindo exame físico detalhado e fundoscopia de olho. Nas

emergências hipertensivas recomenda-se controlar a pressão mais rapidamente, enquanto nas

urgências hipertensivas o controle pode ser gradual, num período de até 24 horas. Idealmente, os

pacientes em emergência hipertensiva, devem ser encaminhados para internação em unidade de

tratamento intensivo, com monitorização da pressão arterial e do eletrocardiograma. A urgência

hipertensiva pode ser tratada com a instituição de tratamento medicamentoso convencional. Pode ser

utilizado captopril, propranolol ou clonidina oral.

A furosemida ainda é empregada para tratamento de emergências e urgências hipertensivas,

mas só deve ser usada na concomitância de edema agudo de pulmão; em outras situações, pode

causar imprevisível queda de pressão arterial.

Situações que caracterizam as emergências e urgências hipertensivas

Emergências

Urgências

Encefalopatia hipertensiva

aa

Angina instável

Edema agudo de pulmão Pré-eclâmpsia

Infarto do miocárdio Anticoagulação

Aneurisma dissecante de aorta Intoxicação por cocaína ou anfetamina

Hemorragia intracraniana Pré e pós-operatório

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Eclâmpsia Transplante renal

Sangramento pós-operatório

Queimaduras extensas

Crises de feocromocitoma

Rebote hipertensivo após suspensão súbita de clonidina ou outros anti-hipertensivos

Hipertensão acelerada-maligna com edema de papila

ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO

Para a organização da atenção à população em relação à Hipertensão Arterial (AH), é

imprescindível o levantamento do número esperado de portadores da doença na área de abrangência

da Unidade Básica de Saúde. É papel da equipe de Saúde identificar precocemente as pessoas que

apresentam maior risco, iniciando o tratamento e acompanhamento com o objetivo de evitar

complicações causadas pelo agravo. Após o diagnóstico e inscrição no programa, o agendamento

programado de consultas é uma estratégia de acompanhamento que garante o acesso e continuidade

do cuidado, bem como o estabelecimento de vínculo com o paciente.

Para o planejamento de ações deve ser considerada a estratificação de risco frente à doença. O

grupo de risco baixo beneficia-se de medidas de prevenção primária e deve ser investigado anualmente

quanto à HA e outros fatores de risco cardiovascular, com monitoramento de pressão arterial,

indicadores nutricionais (peso, IMC e circunferência abdominal), glicemia e lipídeos. Para tanto,

preconiza-se uma consulta médica anual (após a primeira consulta) intercalada com um atendimento de

enfermagem anual. Para aquelas pessoas com excesso de peso, o encaminhamento para grupos de

reeducação alimentar é indicado. As atividades desenvolvidas pela Unidade Básica de Saúde são muito

importantes para a adesão às mudanças no estilo de vida e o monitoramento da condição de saúde.

Para o grupo de risco médio, as consultas médicas podem ser realizadas semestralmente, as do

enfermeiro também, enquanto que os atendimentos de enfermagem podem ser trimestrais. Já para os

de risco alto e muito alto, a intervenção mais agressiva para adequação da terapia medicamentosa

exige consultas médicas quadrimestrais. Recomenda-se avaliação quadrimestral com o enfermeiro e

bimestral com os auxiliares de enfermagem. Para todos esses grupos, as atividades desenvolvidas pela

Unidade Básica de Saúde em educação em Saúde, são muito importantes para a adesão ao plano de

cuidado e o monitoramento dos objetivos e metas do mesmo.

As consultas médicas e com o enfermeiro, e os atendimentos de enfermagem, devem ser

intercalados.

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O monitoramento da saúde bucal nos pacientes de médio, alto e muito alto risco deve prever

avaliação clínica com o cirurgião dentista anualmente.

Qualquer profissional da equipe pode aproveitar a visita domiciliar ou a vinda da pessoa com

hipertensão arterial à Unidade Básica de Sáude, para realizar abordagens rápidas sobre a alimentação,

atividade física e a presença de queixas.

Periodicidade das avaliações na Unidade Básica de Saúde (UBS) das pessoas inscritas no Programa de Atenção à Pessoa com Hipertensão Arterial

Avaliação

Risco Médico Enfermeiro

Auxiliar de

Enfermagem

Cirurgião Dentista

(CD)

Baixo anual anual anual anual

Médio semestral semestral trimestral anual

Alto e Muito Alto quadrimestral quadrimestral bimestral anual

*As consultas médicas e de enfermagem e avaliações de enfermagem devem ser intercaladas.

Papel da equipe de Saúde

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é responsável pelo rastreamento, encaminhamento à

UBS e monitoramento dos comparecimentos às avaliações de saúde das pessoas com hipertensão

arterial já diagnosticado do seu território. Ao abordar a comunidade, o ACS deve observar a presença

de fatores de risco para Hipertensão Arterial (HA) como o tabagismo, obesidade, diabete mellitus,

dislipidemia e antecedentes familiares de doença cardiovascular precoce. Também compete ao ACS o

esclarecimento da comunidade sobre esses fatores de risco e sobre estratégias de promoção à saúde e

prevenção de doenças.

A visita domiciliar do ACS visa: Esclarecer a comunidade sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares,

orientando-a sobre as medidas de prevenção;

Rastrear precocemente a população em risco de desenvolver HA da sua área de

abrangência e encaminhá-las para a UBS para investigação de HA;

Cadastrar os usuários com HA de sua microárea e manter os cadastros atualizados;

Acompanhar os usuários inscritos no Programa de Atenção à Pessoa com HA;

Verificar o comparecimento das pessoas com HA às atividades agendadas na UBS

(busca ativa de faltosos);

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Encorajar o usuário a seguir as orientações alimentares, de atividade física e de não

fumar, bem como de tomar os medicamentos de maneira regular;

Verificar a presença de sintomas de doença cardiovascular, cerebrovascular ou outras

complicações de hipertensão arterial e encaminhar para consulta extra;

Orientar ao usuário que procure a UBS se houver dúvidas quanto sobre o tratamento,

tomada da medicação, realização de consultas ou outras intercorrências;

Registrar na ficha de acompanhamento as visitas realizadas aos inscritos no programa,

bem como as intercorrências, internamentos e outras informações.

O Auxiliar de Enfermagem/Técnico de Enfermagem é responsável pelos atendimentos de

enfermagem do hipertenso e pela dispensação de medicamentos. Esse agendamento será determinado

pela estabilização do quadro. Para os pacientes cujo quadro não esteja estabilizado, as consultas serão

determinadas pelo médico e pelo enfermeiro, a critério da evolução clínica. Já para aqueles

estabilizados, preconiza-se o atendimento conforme o quadro acima. O atendimento de enfermagem

compreende:

Acolher e estabelecer vínculo de confiança com usuário/família/cuidador;

Verificar os níveis de pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal em

indivíduos da demanda espontânea da unidade de saúde;

Orientar a comunidade sobre a importância das mudanças de hábitos de vida

relacionados com a alimentação e a prática de atividade física rotineira;

Orientar a comunidade sobre os fatores de risco cardiovascular, em especial aqueles

ligados à hipertensão arterial e ao diabetes;

Avaliar a adesão ao tratamento e o alcance das metas instituídas;

Avaliar situação vacinal;

Estimular o autocuidado;

Monitorar as intercorrências;

Verificar dados vitais, peso e altura;

Medir a circunferência abdominal;

Orientar estratégias para o alcance das metas do tratamento;

Orientar mudanças no estilo de vida e tratamento não medicamentoso;

Orientar sobre o tratamento medicamentoso já prescrito;

Encaminhar para as atividades educativas e físicas promovidas pela UBS;

Encaminhar para atividades antitabagismo e para desintoxicação alcoólica se necessário;

Encaminhar as solicitações de exames complementares para serviços de referência;

Realizar registros no prontuário.

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O Enfermeiro é responsável pela realização da consulta do enfermeiro e pela capacitação e

supervisão dos auxiliares de enfermagem e dos agentes comunitários nas suas ações. Deve participar

das atividades educativas e da elaboração de estratégias para o melhor funcionamento do programa na

UBS. A consulta do enfermeiro compreende:

Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários de Saúde e

supervisionar, de forma permanente, suas atividades;

Avaliação das informações obtidas nos atendimentos de enfermagem;

Avaliação da adesão ao tratamento e do alcance das metas instituídas;

Monitoramento das intercorrências;

Aferição dos dados vitais, peso e altura;

Medida da circunferência abdominal;

Orientações sobre estratégias para o alcance de metas do tratamento;

Orientações sobre o tratamento medicamentoso prescrito;

Encaminhamento para as atividades educativas e físicas promovidas pela UBS;

Estabelecer, com a equipe, estratégias para o fortalecimento da adesão ao tratamento;

Encaminhamento para atividades antitabagismo e para desintoxicação alcoólica se

necessário;

Encaminhamento para avaliação anual oftalmológica;

Avaliação e encaminhamento das emergências para serviços de pronto-atendimento

clínico;

Agendamento de atendimento de enfermagem e de consulta médica e de enfermagem;

Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não

aderentes, de difícil controle e portadores de lesões em órgãos-alvo (cérebro, coração,

rins, olhos, vasos, pé diabético) ou com comorbidades;

Encaminhar para consultas com o médico da equipe os indivíduos que, mesmo

apresentando controle dos níveis tensionais, sejam portadores de lesões em órgãos-alvo

ou comorbidades;

Registrar ações no prontuário;

Solicitar os exames complementares iniciais contidos nesta Linha Guia.

Cabe ao Médico, além de realizar a consulta médica, participar da capacitação da equipe de

Saúde, das atividades educativas e da elaboração de estratégias para o melhor funcionamento do

programa na UBS. A consulta médica deve compreender:

Confirmação do diagnóstico de HA;

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Inscrição das pessoas com HA no programa de Hipertensão e Diabetes;

Avaliação clínica e seguimento;

Estratificação do risco cardiovascular global individual;

Classificação do hipertenso em grau I, II, ou III;

Identificação de comorbidades;

Solicitação de exames complementares de rotina e outros exames a critério clínico;

Decisão terapêutica de acordo com o perfil individual;

Prescrição medicamentosa;

Acompanhamento rigoroso da evolução do quadro e do alcance das metas do plano

terapêutico para readequações;

Encaminhamento para as atividades educativas e físicas promovidas pela UBS;

Encaminhamento para avaliação multiprofissional;

Encaminhamento para avaliações com especialistas quando o paciente for estratificado

como de alto ou muito alto risco;

Avaliação e encaminhamento das emergências;

Registro no prontuário.

A Equipe de Saúde Bucal é responsável pelo cuidado em saúde da população da área de

abrangência da UBS por meio de ações de promoção da saúde, de prevenção de agravos e curativas.

Deve fazer os encaminhamentos necessários às consultas odontológicas especializadas e às

avaliações médicas e de enfermagem. Todos da equipe são responsáveis pela qualidade dos registros

das atividades assistenciais e coletivas no prontuário.

Compete à Equipe de Saúde Bucal:

Desenvolver ações de promoção em Saúde;

Avaliar a adesão ao tratamento para HA;

Encaminhar para as atividades educativas e físicas promovidas pela UBS;

Estabelecer, com a equipe, estratégias para o fortalecimento da adesão ao tratamento;

Encaminhamento para atividades antitabagismo e para desintoxicação alcoólica se

necessário;

Encaminhar para atendimento de enfermagem e consulta médica e de enfermagem;

Realizar busca ativa para pacientes ou famílias de risco às doenças bucais;

Planejar, em conjunto com a equipe de saúde, a atenção coletiva de sua área de

abrangência, abordando os fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão

arterial;

Priorizar os atendimentos de acordo com os critérios de risco;

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Disponibilizar ao usuário, familiares e cuidadores informações sobre como evitar o

aparecimento das doenças bucais preveníveis relacionadas à hipertensão arterial;

Capacitar e supervisionar o Auxiliar de Consultório Dentário (ACD) e o Técnico de

Saúde Bucal (TSB) para a execução de ações individuais e coletivas de promoção de

Saúde Bucal;

Disponibilizar aos usuários, familiares e cuidadores informações sobre hábitos bucais

prejudiciais e saudáveis.

O Fisioterapeuta é responsável por:

Realizar consulta fisioterapêutica;

Orientar quanto aos cuidados preventivos na realização de exercícios específicos;

Encaminhar os casos necessários para os serviços prestadores de reabilitação;

Apoiar os grupos de caminhada, alongamento e outros desenvolvidos pela equipe da

UBS;

Apoiar as atividades de educação em HA da UBS e da comunidade, abordando

orientações específicas sobre alongamento e reforço muscular;

Realizar visitas domiciliares para orientações e acompanhamentos.

O Profissional de Educação Física é responsável por:

Desenvolver atividades físicas, práticas corporais, práticas integrativas e

complementares com a comunidade com vistas à promoção de saúde e prevenção de

doenças, entre elas, a HAS;

Promover eventos que estimulem ações que valorizem atividades físicas e práticas

corporais e sua importância para a saúde da população e, conseqüente, diminuição de

risco do desenvolvimento de HAS;

Elaborar o plano de atividade física e práticas corporais em reuniões individuais e/ou

coletivas;

Apoiar os grupos já existentes da UBS;

Apoiar as atividades de educação em HA da UBS e da comunidade, abordando:

- Importância das práticas corporais e de atividade física para o alcance e a manutenção do

peso saudável para promoção da saúde e prevenção das complicações do HA.

- Orientações específicas sobre exercícios aeróbicos, de alongamento e resistência.

Capacitação dos profissionais, inclusive os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para

atuarem como facilitadores/monitores no desenvolvimento de atividades físicas e práticas

corporais;

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Veiculação de informações que visem a prevenção e a minimização dos riscos do

desenvolvimento da HAS, buscando a produção do autocuidado;

Supervisão de forma compartilhada e participativa, das atividades desenvolvidas pelas

equipes da UBS na comunidade;

Apoiar a equipe de Saúde para a avaliação e orientação dos usuários quanto à

realização de atividades físicas e práticas corporais - cuidados, limites, contraindicações,

riscos, entre outros.

O Nutricionista é responsável por:

Elaborar o plano alimentar em reuniões individuais ou coletivas

Encaminhar pessoas com HA e excesso de peso para os grupos de reeducação alimentar

Apoiar as atividades de educação em HA da UBS e da comunidade, abordando:

- Princípios da alimentação saudável

- Como alcançar e manter o peso saudável para promoção da saúde e prevenção das

complicações do HA

- Orientações nutricionais específicas para controle glicêmico e pressórico

Apoiar a equipe de saúde para a avaliação e orientação nutricional dos usuários

O Farmacêutico é responsável por:

Apoiar as atividades de educação em HA da UBS e da comunidade, abordando:

- Anti-hipertensivos orais;

- Riscos de automedicação;

Realizar seguimento farmacoterapêutico dos usuários com HA individual ou coletivamente;

Acompanhar e planejar o controle dos fármacos anti-hipertensivos dispensados na UBS:

- Apoiar os profissionais prescritores quanto a problemas relacionados a medicamentos e sua

efetividade, segurança, interação medicamentosa, adesão ao plano terapêutico entre outros.

O Psicólogo participa de ações que visam ampliar a abrangência e a resolubilidade das ações da

atenção básica e a competência das equipes de Saúde, por meio do apoio matricial. Cabe ao mesmo:

Apoiar as atividades de educação em HA da UBS e da comunidade, abordando:

- Motivação para adesão ao plano terapêutico instituído e às mudanças no estilo de vida.

- Resolução de problemas.

- Desenvolvimento de habilidades e autoeficácia para o autocuidado.

Apoiar a equipe de Saúde na construção conjunta de estratégias para o alcance e a sustentação

das metas estabelecidas para os usuários no que diz respeito à saúde mental;

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Compartilhar e ser corresponsável por alguns casos apresentados pelas equipes das Unidades

Básicas de Saúde por meio de ações conjuntas como discussões de caso, intervenções com as

famílias e comunidades e atendimento individual ou coletivo.

GESTÃO DE CASO

A gestão de caso é uma tecnologia que tem como objetivo planejar e monitorar opções e

serviços de acordo com as necessidades das pessoas com HA em situação de maior risco. Os gestores

de caso são responsáveis pela coordenação e avaliação da atenção aos usuários e devem advogar as

necessidades dos mesmos e de seus familiares, assegurando a continuidade do cuidado na Rede de

Atenção à Saúde.

As principais funções do gestor de caso englobam a qualificação e a adequação dos serviços

prestados ao portador de HA, o incremento da comunicação entre o usuário e os profissionais de

Saúde, o estímulo ao autocuidado e o monitoramento do plano de tratamento.

Critérios de eleição para gestão de caso de pessoas com HA Risco social

Pessoas com baixo grau de autonomia, incapacidade de autocuidado e dependência + ausência

de rede de apoio familiar ou social;

Idoso dependente em Instituições de Longa Permanência.

Risco biológico

Hipertensão arterial de difícil controle - pessoas com boa adesão ao plano de cuidado, mas de

manejo complexo, necessitando de diferentes classes de anti-hipertensivos sem o atingimento das

metas pressóricas;

Hipertensão arterial sem controle adequado – pessoas que usam medicamento de forma incorreta

e sem adesão ao plano de cuidado;

Internações por crises hipertensivas nos últimos 12 meses;

Doença cardiovascular aguda há menos de 12 meses – Acidente Vascular Encefálico (AVE),

Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e angina;

Complicações crônicas severas – cegueira, doença renal estágio 4 e 5, insuficiência cardíaca,

sequela de AVC, doença arterial coronariana crônica;

Comorbidades severas (câncer, doença neurológica degenerativa, doenças metabólicas, entre

outras).

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Fluxo A enfermeira e o médico da UBS avaliam os casos indicados e, de acordo com os critérios

estabelecidos, selecionam aqueles de maior gravidade. Os casos eleitos são apresentados à equipe de

saúde para:

Definição do responsável pelo acompanhamento (gestor);

Obtenção do maior número de informações para identificação do problema;

Elaboração do plano do caso com objetivos e metas, programação do acompanhamento com

cronograma de atividades e detalhamento do plano de intervenções;

Distribuição das tarefas entre os profissionais envolvidos como supervisão da medicação, visita

domiciliar, priorização da consulta na UBS ou na rede especializada, realização de exames

complementares, entre outras.

O gestor do caso é responsável pelo registro periódico dos planos de casos da sua competência. Os

planos de casos devem ser avaliados periodicamente pela equipe, para o monitoramento das metas

instituídas e para a adequação das intervenções determinadas. Familiares, cuidadores e instituições

devem participar ativamente do processo, sempre que possível. Quando os objetivos forem alcançados,

o paciente pode ter alta da gestão de caso.

EDUCAÇÃO EM SAÚDE

A participação das pessoas com HA em atividades de educação em Saúde, tanto individuais

quanto coletivas, é um fator motivador para o autocuidado, a instituição de mudanças no estilo de vida e

a adesão ao tratamento. A efetividade dessas atividades depende tanto do entendimento que a pessoa

tem acerca das metas terapêuticas quanto do estilo de abordagem da equipe de Saúde. Na maior parte

do tempo, o usuário conta com sua motivação interna para sustentar suas escolhas e o contato com os

profissionais deve potencializar esse processo.

A maioria dos planos terapêuticos engloba a prescrição de alimentação saudável, práticas

corporais e atividade física, participação em atividades individuais e coletivas da UBS. Compreende,

portanto, uma série de mudanças significativas no cotidiano das pessoas e de seus familiares. Conduzi-

las pelos diferentes estágios para a mudança, com a percepção da ambivalência (querer e não querer

mudar) e o manejo da mesma, por meio do reconhecimento dos motivos próprios para a adoção e

sustentação de estilos de vida mais saudáveis é o desafio de todos.

A formação de grupos deve respeitar a realidade das UBS assim como a periodicidade das

reuniões. Preconiza-se, no entanto, que todos participem de, no mínimo, duas atividades educativas

promovidas pela UBS no ano.

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ATENÇÃO ESPECIALIZADA OU SECUNDÁRIA Indicações para encaminhamento do paciente hipertenso à Atenção Especializada

Hipertenso de risco alto pela estratificação do risco cardiovascular global;

Hipertenso de risco muito alto pela estratificação de risco cardiovascular global;

Hipertenso em uso correto de pelo menos três classes de anti-hipertensivos sem controle

adequado da pressão arterial (PA<140/90 mmHg).

Todo paciente hipertenso que se enquadre nos critérios acima deve realizar, no mínimo, uma

consulta com a equipe multiprofissional secundária com base na linha de cuidado da hipertensão

arterial. Entende-se que, devido à maior gravidade dos pacientes a serem encaminhados à Atenção

Especializada, o trabalho da equipe multiprofissional deve ser mais intensivo a fim de mitigar os riscos

inerentes ao paciente. Portanto, pelo fato da HAS ser uma doença multifatorial, o manejo do paciente

hipertenso de risco alto e muito alto deve sempre transcender a consulta médica apenas focada no

tratamento medicamentoso. Vale ressaltar que o paciente deve ter concluído sua avaliação na Atenção

Primária à Saúde (APS), isto é, ter tido seu risco estratificado e realizado os exames referentes à

avaliação inicial do hipertenso para ser encaminhado à Atenção Secundária, quando indicado. De toda

forma, o paciente atendido na Atenção Secundária retorna aos cuidados da Atenção Primária

contrarreferenciado com a linha de cuidado proposta por aquela. Cabe, assim, à APS acompanhar o

paciente para verificar e intervir caso a linha de cuidado proposta na Atenção Secundária não seja

seguida conforme orientado.

Fluxo de atendimento ao paciente hipertenso

Equipe multiprofissional na Atenção Secundária Cardiologista As principais atribuições do cardiologista são:

Confirmar o risco cardiovascular global do paciente (alto e muito alto risco);

Realizar anamnese e exame físico direcionados;

Atenção Primária:

-Identifica o hipertenso

-Estratifica o risco cardiovascular global

Atenção Primária:

-Trata o hipertenso e institui a linha de cuidado

-Encaminha os de alto e muito alto risco

Atenção Secundária:

-Confirma o risco e institui a linha de cuidado

-Contrarreferência o paciente à APS

Atenção Primária:

-Verifica e acompanha a linha de cuidado proposta pela Atenção Secundária

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Solicitar e avaliar exames adicionais, quando indicado;

Perseguir as metas de controle de níveis tensionais preconizados por esta Linha Guia e pelas

diretrizes nacionais de hipertensão;

Enfatizar a abordagem multiprofissional naqueles pacientes com fatores de risco adicional, por

exemplo, pacientes obesos com dieta inadequada e sedentarismo;

Orientar a APS quanto à linha de cuidado proposta pela Atenção Secundária ao paciente;

Capacitar as equipes de Saúde da Atenção Primária.

Nefrologista Todo paciente identificado com doença renal estágio 3B, 4 e 5 deve realizar consulta com

nefrologista.

Suas principais atribuições:

Confirmar, identificar e classificar a doença renal do paciente;

Realizar o seguimento do paciente;

Solicitar exames de acordo com as diretrizes nacionais vigentes;

Orientar a APS quanto à linha de cuidado proposta pela Atenção Secundária ao paciente.

Oftalmologista Todo paciente hipertenso deve realizar uma consulta anual. Cabe ao oftalmologista:

Identificar e tratar as complicações microvasculares da HAS na retina dos pacientes;

Solicitar e realizar os exames complementares necessários, quando indicado;

Orientar a APS quanto à linha de cuidado proposta pela Atenção Secundária ao paciente.

Angiologista Cabe a esse profissional:

Identificar e tratar as complicações macrovasculares da HAS;

Solicitar e realizar os exames complementares necessários, quando indicado;

Orientar a APS quanto à linha de cuidado proposta pela Atenção Secundária ao paciente.

Equipe multiprofissional Os demais integrantes da equipe multiprofissional devem proceder ao atendimento especializado

conforme consta na seção “Papel da equipe de saúde” nesta Linha Guia. Compõem a equipe

multiprofissional na Atenção Secundária, os seguintes profissionais:

Enfermeiro

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Nutricionista

Psicólogo

Fisioterapeuta

Assistente Social

Educador Físico

Farmacêutico

Retornos na Atenção Especializada (Centros de Especialidades do Paraná – CEP) O paciente hipertenso de alto risco e de muito alto risco deve realizar retornos na Atenção

Especializada a critério do especialista até que seu quadro clínico esteja compensado e estabilizado.

Após, os retornos podem ser agendados anualmente.

Indicador a ser avaliado Apesar das diretrizes e desta Linha Guia preconizar metas diferentes de níveis pressóricos de

acordo com o risco cardiovascular global, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná utilizará, como

parâmetro na qualidade da Atenção Secundária ao hipertenso, a meta de pressão arterial < 140/90

mmHg.

CONCLUSÃO O manejo adequado da HAS no Estado do Paraná faz parte de uma política de Saúde Pública

devido à magnitude do problema. O seguimento eficaz dos pacientes portadores de condições crônicas

passa, necessariamente, pelo fortalecimento da APS, pela conscientização de que tais agravos são

multifatoriais, requerendo uma abordagem ampla do caso, e pelo devido acesso à Atenção

Especializada. Esses pontos formam elos cuja fragilidade pode colocar em risco toda uma linha de

cuidado.

Por fim, espera-se que o aprimoramento na condução dos pacientes hipertensos resulte

diretamente na redução das suas complicações, gerando uma melhor qualidade de vida à população

paranaense e mitigando o grande impacto que esse agravo causa atualmente no Paraná.

Siglas ACD – Auxiliar de Consultório Dentário

ACS – Agente Comunitário de Saúde

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVE – Acidente Vascular Encefálico

AVEH – Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico

AVEI – Acidente Vascular Encefálico Isquêmico

BAV – Bloqueio Atrioventricular

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BCC – Bloqueadores de Canais de Cálcio

BRA – Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina

CD – Cirurgião Dentista

DM – Diabetes Mellitus

DRC – Doença Renal Crônica

ECA – Enzima Conversora de Angiotensina

ECG – Eletrocardiograma

ESF – Estratégia de Saúde da Família

FRCV – Fatores de Risco Cardiovascular

HA – Hipertensão Arterial

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica

HDL – High-density Lipoprotein (Lipoproteína de Alta Densidade)

HVE – Hipertrofia Ventricular Esquerda

IAM – Infarto Agudo do Miocárdio

IECA – Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina

IMC – Índice de Massa Corporal

LDL – Low-density Lipoprotein (Lipoproteína de Baixa Densidade)

LOA – Lesões em Órgãos-Alvo

MAPA – Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial

MRPA – Monitorização Residencial de Pressão Arterial

PA – Pressão Arterial

SM – Síndrome Metabólica

SM – Síndrome Metabólica

SRA – Sistema Renina-Angiotensina

TSB – Técnico de Saúde Bucal

UBS – Unidade Básica de Saúde

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