CURIOSIDADE Gamessolidariedade 40 Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de...

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2º Semestre • 2014 | 14ª edição A um passo da universidade e do mercado de trabalho, Ensino Médio Marista foca nos processos seletivos e na formação do cidadão. BAGAGEM CHEIA CURIOSIDADE Games podem ser fortes aliados no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes, basta usá-los da forma adequada. DIA A DIA Saiba como as aulas imersivas transformam teoria em prática, potencializando o aprendizado do aluno.

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2º Semestre • 2014 | 14ª edição

A um passo da universidade e do mercado de trabalho, Ensino

Médio Marista foca nos processos seletivos e na formação do cidadão.

A um passo da universidade e

BAGAGEM CHEIA

CURIOSIDADEGames podem ser fortes aliados no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes, basta usá-los da forma adequada.

DIA A DIASaiba como as aulas imersivas transformam teoria em prática, potencializando o aprendizado do aluno.

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O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, viven-ciam e disseminam importantes va-lores humanos e cristãos com o com-promisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da

educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resul-tados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condi-ções e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente

com iniciativas alinhadas ao posicio-namento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Combinação única de bons

valores e excelência.

14ª Edição | 2º Semestre 2014

PeriodiCidade Semestral

ediÇÃodiretoria de Marketing e Comunicação do Grupo MaristaEduardo Correa e Vivian Lemos

redaÇÃo

Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646

Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação)

edição de arte: Julyana Werneck

ProJeTo GrÁFiCoEstúdio Sem Dublê | semduble.com

CaPa Débora Gouveia, estudante do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)

FoTo de CaPa Gilberto do Rosário

© Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

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Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500

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44 Confira dicas de sites, revistas, filmes e programas

de TV indicados pelos professores dos Colégios Maristas.

essência

38 Irmãos Maristas comentam sobre a formação integral,

cujo objetivo é formar cidadãos preparados para todas as provas da vida.

8 nos Colégios Maristas os

alunos recebem, além do preparo para o vestibular, subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico.

14 Fabio Viviurka Correia nos conta como o Circuito Projeto de Vida

está acontecendo nos Colégios Maristas e quais são os benefícios que o projeto pode trazer aos alunos envolvidos.

5 Atenta aos novos anseios e pensamentos dos jovens de hoje,

a educação Marista foca em formação integral, de forma a contribuir para as futuras decisões dessa geração.

capa

dia a dia

6 Conheça algumas iniciativas de atividades práticas que

enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula.

solidariedade

40 Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede

Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná.

como fazer

42 Saiba o que fazer quando o temido vilão bullying está à

nossa volta.

curiosidade

50 Antes considerados ameaçadores e perigosos,

games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades.

diversão

46 Além de muito divertida, a arte circense pode

proporcionar aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe.

olhar

48 A psicóloga Marina Vasconcellos propõe a

reflexão de um assunto polêmico. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?

1ª impressão entrevista

índiceseu colégio

17 Confira as matérias

elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.

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índice

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Quem nunca perguntou a uma criança o que ela quer ser quando cres-cer? Muitas, espontaneamente, nos fa-lam sobre as diversas possibilidades que surgem em suas mentes criativas: bailarinas, bombeiros, mágicos, astro-nautas e tudo mais que a imaginação fértil permitir.

Quando nossos jovens entram no Ensino Médio, talvez um pouco antes, a mesma pergunta ganha uma roupa-gem mais adulta: “Você já escolheu a profissão que vai seguir?”. É nessa fase que uma grande responsabilidade re-cai sobre os ombros dos estudantes – a escolha da carreira. Como se não bas-tasse essa dúvida, ainda acumula-se a pressão pelos bons resultados em pro-vas como Enem e aprovação nos vesti-bulares mais concorridos.

O que por si só já parecia complica-do, agora ganha novos elementos com a mudança de perfil das novas gera-ções. Os nascidos a partir da década de 1990 não enxergam o futuro como um cenário de escolhas únicas, em que precisam se decidir entre uma profis-são ou outra. A lógica mudou e, agora, eles pensam em atividades paralelas, em fazer uma coisa e muitas outras si-multaneamente.

Com esse novo comportamento, é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas. Os professores e gestores dos Colégios Maristas têm essa preocupação em to-das as fases da educação, promovendo

atividades que contribuam com a for-mação acadêmica, mas também hu-manista, social e transcendental. No Ensino Médio, esse trabalho continua. A excelência na aprendizagem, que iniciou na Educação Infantil e prolon-gou-se no Ensino Fundamental, é con-tinuada nesse segmento. A preparação dos alunos para os testes e as provas que precisarão enfrentar, já iniciada nas séries anteriores, agora recebe no-vos contornos, sem que, no entanto, se deixe de lado o justo equilíbrio entre excelência acadêmica e formação de valores. Essas duas tarefas tão impor-tantes são o tema de capa desta edição da revista Em Família Marista.

As boas notas obtidas por nossos alunos anualmente no Exame Nacio-nal do Ensino Médio e os altos índices de aprovação nos principais vestibula-res mostram que estamos estruturados para prepará-los para esses desafios. Porém, prepará-los para obter o suces-so almejado somente nessa fase não representaria nosso jeito Marista de educar. O que esperamos é formar ci-dadãos éticos e íntegros que alcancem seus objetivos por toda a vida.

E nessa perspectiva de formação in-tegral, estamos cada vez mais preocu-pados em trabalhar com nossos alunos não somente a profissão que querem seguir, mas ajudá-los na construção de um projeto maior. Um meio para isso, é “Circuito Projeto de Vida”. No site cir-cuitoprojetodevida.com.br, os estu-dantes encontram um conteúdo com a linguagem deles, que tem o objetivo de

ajudar os jovens a descobrir o que eles realmente esperam da vida e como po-dem caminhar rumo à conquista de seus objetivos. Ao pensar o estudante na sua inteireza e propor aprendiza-gens conectadas com a vida, a Educa-ção Marista quer formar cidadãos éti-cos, justos e solidários para a transformação da sociedade, por meio de processos educacionais fundamen-tados nos valores do Evangelho.

Educação Marista, formação integral para a vida

ir. vanderlei Siqueira dos Santos

Diretor Executivo da Rede Marista

de Colégios

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[...] é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas.

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Qual é o aluno que não gosta de sair de sala por algumas horas e participar de atividades práticas em ambien-tes diferentes daquele em que passa a maior parte do tempo? No entanto, mais do que simplesmente oferecer novos ares e – muitas vezes – oportu-nidades de relaxar um pouco do con-teúdo das disciplinas, as aulas externas e atividades práticas são uma excelen-te forma de reforçar o aprendizado e proporcionar novas experiências aos estudantes das mais variadas faixas etárias. Na Rede Marista, são várias as iniciativas que propõem tirar os alunos da sala de aula sem afastá-los dos con-teúdos previstos.

O Colégio Marista Glória, de São Paulo (SP), organiza um projeto que envolve quase todas as turmas – até a 3ª série do Ensino Médio –, e levan-do os alunos para saídas pedagógicas com atividades interdisciplinares re-lacionadas aos assuntos abordados dentro de sala. Cada turma (à exceção do Infantil 3 e da 3ª série do Ensino Médio, que fazem apenas uma saída) vai a dois locais por ano e nenhuma série repete o destino visitado. Em 2014, alguns dos roteiros envolveram o Museu da Língua Portuguesa, o Ins-tituto Butantan, o Teatro Municipal de São Paulo, o MASP e a fábrica da Volkswagen, entre vários outros.

Batizado de Estudo do Meio, o pro-jeto passa por três etapas. Primeiro, os alunos são contextualizados so-bre o local que será visitado. Depois, já no destino, eles recebem uma aula prática e, para finalizar, preparam um trabalho apostilado sobre o conteúdo aprendido na visita, sendo que o tema também pode ser utilizado em ques-tões de provas. Segundo Keila Castro, coordenadora do Núcleo Cultural do Marista Glória, a vivência é o principal ponto positivo ofertado pelas ativida-des práticas.

“Ver, ouvir e presenciar fixa muito mais o conteúdo do que somente ler sobre aquilo. As experiências vividas nas aulas práticas, fora da sala de aula, são momentos de grande aprendizado e que os alunos poderão levar para a vida inteira. Essas aulas práticas não são apenas passeios, mas sim parte fundamental do aprendizado, em que são cobradas até presença e nota. Mas o mais importante é que os estudan-tes têm uma grande oportunidade de enriquecimento cultural em cada uma dessas saídas”, opina Keila.

A declaração da coordenadora é validada pelos alunos da 3ª série do Marista Glória. Mariana Alves Dainese e os irmãos gêmeos Eduardo e Fábio Rodrigues Murad Cassiano se prepa-ram para o vestibular no fim do ano e

Atividades práticas auxiliam

o aprendizado e oferecem diversas

vantagens para as mais variadas faixas etárias de

estudantes

Por Mahani Siqueira

Mão na massavisita à cidade de Santos preparou os alunos da 3ª série do ensino Médio do Maris-ta nossa Senhora da Glória para o vestibular.

alunos do Marista Paranaense têm diversas aulas com atividades práticas e tarefas nada convencionais.

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dia a dia

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asseguram que a experiência de ter visitado a cidade de Santos fez mui-ta diferença na hora dos estudos e, principalmente, caso o assunto este-ja presente nas temidas provas.

“Eu acho importante sair um pouco de sala para poder ver de per-to tudo aquilo que os professores e os livros nos contam. Em Santos, fo-mos a museus, conhecemos o bon-dinho da cidade e pudemos presen-ciar vários detalhes de um assunto que estávamos estudando no Colé-gio”, comenta Mariana, seguida por Fábio, que não hesita quando per-guntado sobre a confiança no tema para o vestibular. “Se cair algo rela-cionado a Santos, eu já tenho gran-des chances de acertar, porque vou me lembrar da viagem e de tudo que aprendemos”, completa o estudante.

Coordenadora pedagógica do Co-légio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS), Marta Gonzatto vê as experiên-cias práticas como fundamentais no processo educacional. Segundo ela, as atividades enriquecem a constru-ção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula. Ela reforça, ainda, que a compreensão de diferentes temas pode ser facilitada com a elaboração de aulas que não se limitam às salas e aos quadros negros.

“O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhe-cer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendi-

mento. O professor pode estimular a curiosidade proporcionando a cons-trução do conhecimento de maneira descontraída e momentos de socia-lização. Assim, a compreensão e o estabelecimento de relações são po-tencializados”, afirma Marta.

A coordenadora pedagógica res-salta, no entanto, que o professor deve ter bem definido o objetivo e o planejamento pedagógico para que qualquer atividade prática seja coe-rente com os estudos que pretende desenvolver. Ela também indica que é importante preparar experiências condizentes com as habilidades exi-gidas na disciplina e que estejam de acordo com a faixa etária dos estu-dantes. “É importante que o profes-sor conheça o espaço e as possibili-dades que ele pode gerar, levando em consideração o fator segurança. Esses cuidados poderão permitir que a prática faça maior sentido e traga resultados mais significativos para os estudantes”, completa.

No Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR), são várias as ativi-dades práticas oferecidas aos alunos, tanto dentro quanto fora da escola. Além de visitas a museus, usinas de reciclagem, aterros sanitários e ci-dades do litoral paranaense e catari-nense, os estudantes podem fabricar sabonetes, vivenciar experiências sensoriais de degustação e manipu-lação de alimentos e até participar da produção de queijo e achocolatados. Para a coordenadora psicopedagógi-ca do Colégio, Neiva Pinel, as práti-cas só têm vantagens a oferecer.

“São experiências muito significa-tivas para os alunos. Nelas, além de aprenderem conteúdos acadêmicos e de terem acesso à tecnologia de úl-tima geração, eles interagem com o meio, atuam com mais autonomia e responsabilidade, amadurecem as relações sociais, aprendem a fazer uma leitura mais ampla dos contex-tos culturais e, por meio da observa-ção, constroem conhecimento, senso crítico e posicionamento político diante das realidades encontradas”, finaliza Neiva.

O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendimento.Marta GonzattoCoordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS)

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viagens ao litoral são alguns dos programas mais aguardados pelos estudantes do Marista Paranaense.

o Museu da Língua Portuguesa foi o destino escolhido para as atividades da 2ª série do ensino Médio do Marista nossa Senhora da Glória.

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Ensino Médio focado nas provas da vida

Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas.débora GouveiaAluna da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)

Eu me vejo como uma

João Paulo II, de Brasília (DF)

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Ensino Médio focado nas provas da vida

Mais que preparar o jovem para o vestibular, é preciso ampará-lo para a escolha certa da carreira e lhe dar subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento críticoPor Michele Bravos

Até parece que o cérebro dos jovens nascidos na década de 1990 funciona de um jeito diferente dos demais. E talvez seja isso mesmo. Essa geração, chamada de Geração Z, nasceu conectada e sua consciência foi influencia-da, desde a maternidade, pela velocidade da tecnologia. Segundo dados do Ibope, para a maioria dos jovens Z, o estudo é prioridade e sete em cada dez deles desejam ingressar em uma universidade. O desafio atual da educação, principalmente nos anos do Ensino Médio – fase de transição –, é como tra-balhar o ensino-aprendizagem em novos formatos, atendendo às expectati-vas desses jovens e do mercado de trabalho que os espera.

Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), faz parte desse núcleo de pessoas multitarefas, questionadoras, curiosas, ávidas por tecnologia. Ele sonha em ser professor e atribui a vontade aos exemplos que teve. “Essa convicção nasceu da grande admiração que tenho pelo papel fundamental do professor na sociedade e dos ótimos exemplos que vejo no Colégio e na minha família”.

Em um mundo que não é cartesiano, Flávio Sandi, diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, lembra que preparar essa e as gerações fu-turas para a vida não é treiná-las para uma prova de vestibular. O foco deve estar além. “Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência, desenvolvendo sensibilidade estética, olhando o mundo por meio da dança, por exemplo, trabalhando as dimensões espiritual, corporal e social de forma interligada”.

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Para a fisioterapeuta Carla Do-mingues, 42 anos, mãe de Lucca, a partir do momento em que a escola se propõe a formar um cidadão, ela, junto com a família, deve ter como objetivo a busca pela plenitude da realização pessoal tanto na sua in-dividualidade quanto como parte da sociedade.

A consciência de que ter uma formação cidadã caminha paralela-mente ao sonho de ser biomédica da aluna Débora Figueiredo, da 2ª série do Ensino Médio, do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF). “Eu me vejo como uma cidadã que se preo-cupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas”.

Os sonhos profissionais não ficam tão distantes das carreiras já conhe-cidas. O que muda é a forma como tudo tem se desenrolado. No artigo A chegada da Geração Z no mercado de trabalho, de Caio Lauer, o autor reforça que esses jovens esperam que o mundo ao seu redor – aí se inclui o mercado de trabalho – seja

semelhante ao seu próprio mundo: “conectado, aberto ao diálogo, veloz e global”.

Diante dos muitos anseios e so-nhos, como os de Lucca e Débora, é preciso um esforço em torno dos Zs, lembrando-os de que é necessário ter foco para atingir o que se almeja. Os caminhos, mesmo que múltiplos, devem ter um objetivo.

A diretora educacional Márcia Rosa, do Colégio Marista São Fran-cisco, de Chapecó (SC), afirma que as formas de se relacionar, de so-cializar, estudar e aprender muda-ram e que o Ensino Médio (período em que essa geração se encontra no momento) deve proporcionar “vi-vências favoráveis ao espírito deci-dido e questionador da idade como caminho à composição de diferentes olhares sobre o mundo”.

Foram esses aspectos, que vão além de ensinar um conteúdo, que fizeram com que a pesquisadora as-sociada da Universidade de Brasília Adelaide Figueiredo, 57 anos, e mãe de Débora, escolhesse o Colégio Ma-rista para a filha. “Sei que ela não está só aprendendo o conteúdo ne-cessário para seu acesso à universi-dade, mas também está valorizando o respeito pelas diferenças e pelas pessoas, o esporte, os conceitos de disciplina e de ordem. Tudo isso em um ambiente saudável”.

Os novos formatos de socialização mostram jovens que interagem com tudo e com todos muito bem inter-mediados pela tecnologia, mas que se subestimam nas relações presen-ciais. O diretor-educacional Flávio Sandi pontua o quanto é importante que o jovem seja instigado sobre as relações pessoais e a sua presença no meio, para que tenha sucesso no mercado de trabalho. “No mercado de trabalho, certamente contrata-mos pela competência do indivíduo, mas demitimos pelo relacional”.

A proposta Marista é mediar to-das essas facetas com plataformas digitais, que instigam o aprendizado dessa geração por meio da linguagem que mais faz sentido para ela, mas também desafiando o aluno a vivên-cias que desenvolvam outras habili-dades e formas de relacionamento. “Olhar o mundo sob a ótica das rela-ções, das conexões e das interações de fato permite aos jovens novas pos-sibilidades de inclusão e desenvolvi-mento integral”, afirma Márcia.

A diretora ainda complementa que reconhecer a diversidade como cam-po de atuação e de identificação é fundamental. “É importante permitir aos jovens experiências colaborativas, inovadoras, o reconhecimento dos re-sultados e seu valor. Os alunos devem ser entendidos como fundamentos da autonomia e da criticidade”.

Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência.Flávio SandiDiretor-educacional da Rede Marista de Colégios

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Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosá-rio, de Porto Alegre (RS), e a mãe Carla Domingues.

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PreParaÇÃoA construção de um raciocínio críti-

co passa pelo aprendizado individual. “Aprender é internalizar algo, é atri-buir significado pessoal ao externo”, diz Sandi. Esse processo se inicia nas séries do Fundamental e segue até o Ensino Médio. O diretor questiona a postura de pais que ainda acham que os filhos precisam de respostas prontas para perguntas prontas. “Isso é cópia e não ensinar a aprender. Quem acer-ta mais respostas em uma prova não é aquele que aprendeu mais. Memorizar fórmulas não é aprender, uma vez que esse ato exige construir caminhos”. É o aprendizado que vai tornar esse jovem um cidadão transformador.

O professor Celso de Miranda Ju-nior, conhecido entre os alunos como Pipoca, estudou dez anos em Colégios Maristas – Santa Maria, em Curitiba (PR), e Arquidiocesano, em São Paulo (SP). Depois, ingressou como profes-sor no Colégio paulista. Entre idas e vindas, como estudante e professor, são mais de 40 anos de envolvimento com a Instituição. Formado em Física e Engenharia Eletrônica e com passa-gem pelo cursinho mais visado de São Paulo, ele garante que sua especialida-de é o vestibular e a revisão de conte-údos. “Por tudo o que já vivi, percebo que a pessoa que faz cursinho tem foco em acertar questões de uma pro-va. Normalmente, ela já fez o Terceirão e agora precisa revisar alguns pontos”. Achar que a 3ª série pode ser substituí-da por um cursinho é um engano.

“Toda a diferença está no desen-volvimento do aluno ao longo dos anos anteriores. A parte conceitual é a mais importante de todas e isso é a base. Na fase de vestibular, a decore-ba, com músicas e esquemas, só fará sentido se houver embasamento”. O professor lembra que mais impor-tante que saber uma fórmula é saber utilizá-la e entender o sentido dela aplicada no mundo.

Lucca entende que os processos seletivos representam uma peque-na fração do que os exames, de fato, significam. Ele ainda afirma que o co-tidiano da vida escolar Marista com-preende uma verdadeira gama de va-lores sendo transmitidos, auxiliando na formação do caráter.

O professor diz que a 3ª série Ma-rista não é um cursinho, uma vez que mantém seu foco no aprendizado, mas os professores empenham seus esforços para garantir que o aluno in-gresse em uma universidade e possa fazer valer o conhecimento adquirido durante os anos no Colégio. “Quero ser lembrado como o professor que contribuiu para que essa nova fase fosse possível”.

eSCoLha CerTaA fase que sucede o Ensino Médio

é a preparação mais avançada para o mercado de trabalho. A orienta-ção para essas novas fases faz parte da formação do jovem e também

deve ser amparada pelo Colégio. No Colégio Marista São Francisco (SC), durante a disciplina de Orientação Profissional, os jovens discutem suas afinidades e seus interesses, conhe-cendo um pouco mais sobre os desa-fios de diferentes profissões.

A farmacêutica Yara Battazza, 48 anos, mãe de Bianca Batazza, da 3ª série do Colégio Marista Arquidio-cesano, acredita que esse formato de educação influencia na busca da carreira a ser seguida. “Acho que com essa formação, o aluno busca uma profissão em que possa ser impor-tante e útil na vida de alguém, de ma-neira justa”.

Outra ação implantada em todos os Colégios e que contribui para as esco-lhas nessa fase é o Circuito Projeto de Vida, lançado neste ano (saiba mais sobre o projeto na página 14). Por meio de várias linguagens, entre elas a tec-nológica, com uso de aplicativos, os alunos são incentivados a pensar so-bre seus interesses e suas escolhas. A diretora Márcia explica que o projeto propõe temáticas como solidariedade, protagonismo, amizade, afeto entre outros que sugerem aos jovens anali-sar suas relações e seus sentimentos, suas inquietações e aspirações.

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No Colégio Marista de Brasília, o projeto Conexão Universidade apresenta o conteúdo do Enem e do vestibular da Universidade de Brasília em aulas preparatórias

que têm como objetivo trazer mais clareza para o estudante, além de

capacitá-lo para a tomada de decisões.

Pipoca, professor no Colégio Marista arquidiocesano, em

São Paulo (SP).

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Débora conta que o Colégio teve papel fundamental na escolha do curso de Biomedicina. “Ele me deu várias oportunidades, como palestras e semanas vocacionais, para eu che-gar a essa conclusão do curso”.

“Sabemos que é um momento de dúvidas e que elas são naturais. Nos-so maior desafio está em auxiliar os jovens a se reconhecer nos proces-sos e desafios vividos. A disciplina de Orientação Profissional, juntamente com a equipe de Pastoral e o Núcleo Psicopedagógico, faz o acompanha-mento das reflexões com estudos dirigidos, palestras com diferentes profissionais, teste vocacionais, en-tre outras atividades. Esse trabalho contribui no processo de amadureci-mento dos jovens e na compreensão das suas escolhas, minimizando a an-siedade e estabelecendo uma relação mais segura de expectativas sobre os desafios da vida profissional e do fu-turo”, afirma Márcia.

A professora universitária Maria Teresa Trevisol, mãe de Gabriel Tre-visol, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), analisa que com um conjunto de conhecimentos e com-petências construídos, o aluno terá melhores condições de se posicionar diante das inquietações e dos desa-fios do cotidiano, seja na opção pelo curso superior ou nos encaminha-mentos do cotidiano profissional.

ConheCiMenTo na PrÁTiCaA dinâmica em tempos atuais é de

mesclar o saber com o fazer, a refle-xão com a prática. “A memorização nesse contexto é substituída pelas memórias; a decoreba, por reflexões e repertórios de conhecimentos asse-gurados no domínio de habilidades e competências”, diz Márcia.

Adelaide acredita que, hoje, conte-údo já não é “o mais relevante”, por-

que isso está disponível facilmente na internet, por exemplo. “Analisar e criticar esse conteúdo é que é o gran-de desafio do professor atual. Por isso, acho que o diferencial do Ma-rista está em contribuir com a edu-cação continuada de um estudante, mostrando-lhe como aprender a aprender e não apenas como passar no vestibular”.

A diretora afirma que o próprio Enem aponta para esse caminho de compreensão conceitual e técnica aplicada à prática da realidade. “É sa-bido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados”, diz.

Nesse contexto, potencializam-se as diversas formas de aprendizado e a visão ampla sobre o ensino e a for-mação do jovem.

O professor Junior enfatiza: “Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade”. Ele, que também é pai Marista, conta que estava ciente de que se os fi-lhos não passassem no vestibular mais concorrido do país, isso não os diminuiria. “A minha filha escolheu uma profissão para ajudar as pessoas, ela é terapeuta ocupacional em uma comu-nidade vulnerável. O meu filho tem um espírito de liderança, de articulação

de pessoas muito forte. Eles são ci-dadãos e muito disso é por conta do Marista”.

É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados.Márcia Maria rosaDiretora educacional do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC)

É sabido que, há um

Diretora educacional do Colégio

a visão ampla sobre o ensino e a for-

O professor Junior enfatiza: “Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade”. Ele, que também é pai Marista, conta que estava ciente de que se os fi-

isso não os diminuiria. “A minha filha escolheu uma profissão para ajudar as pessoas, ela é terapeuta ocupacional em uma comu-nidade vulnerável. O meu filho tem um

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o TerCeirÃo MariSTa

A 3ª série Marista está envolta por muitas emoções, que nem as fórmulas explicam. O professor Junior lembra que o perfil do aluno Marista dessa etapa é majoritariamente de jovens que estudaram anos no Colégio. Portanto, esse é um ano de passagem, de despedida. Quem pratica dança ou esporte sabe que é o último ano que fará aquilo pelo Colégio.Dessa forma, o ritmo de aula também precisa estar adequado a esse momento. “Isso precisa ser respeitado e vivido por eles”, diz o professor. Já se o aluno tem expectativa de entrar em uma universidade extremamente concorrida, é preciso estar ciente de que o ritmo nos estudos deve ser mais puxado.

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UMa vaGa na USP

À procura de emprego, certa vez o pai de Allan Deusdará, 24 anos, deixou seu currículo no Colégio Ar-quidiocesano. “Eu me lembro de es-tar andando com o meu pai pela ci-dade, entregando currículos. Lembro quando passamos no Arqui”. Nem pai nem filho poderiam imaginar o que esse currículo renderia no futu-ro. O pai de Allan foi chamado para trabalhar na portaria do Colégio. Tempos depois, Allan conseguiu uma bolsa integral para estudar o Ensino Médio no Marista.

“Eu estudei toda a minha vida em escola pública. Quando comecei a estudar no Arqui, foi bem puxado. Eu não tinha base e alguns assuntos do 7º ou 8º ano eu nunca nem tinha visto”. Allan conta que foi só na 2ª série que ele conseguiu acompanhar melhor o ensino.

Nesses três anos de Ensino Médio, ele conta que se dedicou bastante aos estudos e quando decidiu pres-tar vestibular somente na USP e na Unicamp, os esforços redobraram. “Eu dedicava boa parte do meu tem-po para os estudos. Fazia simulados, revia o conteúdo nos fins de semana”.

O esforço não foi em vão. Allan passou nos dois vestibulares que prestou e, hoje, exerce a profissão de engenheiro químico em uma empre-sa do segmento, em São Paulo.

O legado Marista que ele traz consigo até hoje é o valor da amiza-de. “Eu me tornei amigo de muitos professores do Arqui. Foram eles que me ajudaram a superar as falhas que eu tinha, devido ao ensino público. Percebia que eles ficavam felizes em ver o meu progresso. Quando disse que queria fazer USP ou Unicamp, muitos me alertaram que seria difícil, mas me apoiaram dizendo que se era o que eu queria, eu deveria me esfor-çar e eu poderia conseguir”.

Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade.Celso de Miranda Jr.Professor do Terceirão do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo (SP)

© Foto: Gilberto do Rosário

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Os pais devem almejar que o filho se torne

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Projeto de vida baseado em valoresProjeto de vida baseado em valores

Por Janaína Fogaça

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entrevista

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Ter um projeto de vida e mantê--lo a longo prazo não é tão simples, mas quando uma reflexão mais am-pla é proposta, o que era um projeto torna-se rotina. E é dessa forma que o Circuito Projeto de Vida, lançado pelo Grupo Marista, propõe uma reflexão acerca de questões sobre o que as pes-soas estão vivenciando, norteada por “o que quero ser aqui e agora”. Dian-te de tantas possibilidades oferecidas

nessa nova época, torna-se cada vez mais difícil escolher uma coisa só ou assumir um compromisso para a vida toda. O projeto é pessoal e intransfe-rível e tem como base o registro das memórias vividas com base em pe-quenas experiências que são funda-mentais para cultivar as lembranças do ser humano. Por isso, vale a pena registrar cada momento, pensando nos próximos passos. Importa mais a

distância percorrida em direção aos nossos sonhos do que o próprio des-tino de chegada. Afinal, projetar a vida é uma arte.

Em entrevista para a revista Em Fa-mília Marista, Fabio Viviurka Correia, um dos responsáveis pela implanta-ção do projeto, falou sobre como ele está acontecendo na prática nos Colé-gios do Grupo Marista e os benefícios que ele pode trazer aos envolvidos.

O Circuito é um instrumento para que os jovens se permitam projetar sua vida de forma não-linear, descolada e com propósito. Em um mundo com tantas possibilidades e escolhas diá-rias, é necessário ir além do vestibular, da profissão e do senso comum. Acre-ditamos que pensar continuamente nas escolhas que vão sendo feitas ao longo do caminho contribui para a for-mação dos nossos jovens. Nos Colégios Maristas, além de preparar os alunos para os conteúdos curriculares, pre-paramos para a vida. E a vida é a refe-rência. Como diz Sêneca, "para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve". Dessa forma, o conceito prin-cipal do projeto é: conecte-se com sua memória histórica e pense nos próxi-mos passos. O Grupo Marista ajuda! Resumidamente, o Circuito Projeto de Vida propõe aos jovens e adolescentes a construção de projetos pessoais de vida.

O que é o Circuito Projeto de Vida e a que ele se propõe?

A princípio, ele é direcionado aos jo-vens em geral. Qualquer pessoa pode acessar o aplicativo do Circuito. Nos Co-légios e nas Unidades Sociais Maristas, estão sendo realizados pilotos que en-volvem os alunos do Ensino Médio e a comunidade educativa. Serão dedicados tempo, espaço e subsídios para inspirar os jovens a construir seu projeto de vida.

Para quem o projeto é

direcionado?

O piloto do Circuito está acon-tecendo em três Colégios, quatro Unidades Sociais, no TECPUC e na PUCPR. Estima-se que 5 mil pessoas sejam atingidas diretamente nesse primeiro ano, sem contar as que te-rão acesso pela web. O público-alvo são jovens de 15 a 18 anos.

Onde o projeto já foi implantado

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O Circuito Projeto de Vida propõe re-flexões aos educandos em 16 temáticas, chamadas de “inspirações”, entre elas o afeto, a amizade, a carreira, o consumo, a família, o futuro, o protagonismo, a soli-dariedade e os sonhos. Em sala de aula, o professor titular de cada turma apresen-tará os conteúdos relacionados à temá-tica escolhida pelos alunos e, por meio do aplicativo, eles continuarão a refletir a respeito do tema e a trocar experiências.

Quais as temáticas

abrangidas como

projetos de vida?

Na prática, o site (aplicativo) está no ar: circuitoprojetodevida.com.br. Nas uni-dades Maristas, os Núcleos Pedagógicos e professores estão sendo capacitados e instrumentalizados para aplicar o pro-jeto em sala de aula. Cada aluno recebe-rá um kit com uma caixa de memórias, adesivos, um livreto impresso chamado scrapbook com inspirações, revistas di-dáticas e brindes. Com esse material, vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos.

Ao receber o kit, os alunos receberão também uma tarefa que deverá ser cum-prida em 24 horas. Essas tarefas foram batizadas de “nanoatitudes”, que são ações para tornar a sociedade melhor. Entre as nanoatitudes incentivadas es-tão: ficar 24 horas sem celular, para for-talecer as relações off-line; elogiar uma pessoa em público; e pagar um lanche para um colega. No total, são 31 nano-atitudes. Com isso, queremos estimular comportamentos positivos entre nossos alunos. Em seguida, o professor motiva um bate-papo sobre temas específicos e, depois, indica o site para que os alu-nos compartilhem as nanoatitudes nas redes sociais, por meio de hashtags, e continuem suas reflexões durante o ano. A Pastoral retomará as reflexões em mo-mentos específicos.

Como o projeto funciona na

prática?

O aplicativo possui uma área para que o usuário crie listas por tema. Entre os te-mas estão: profissional, afeto, interroga-ções, sonho de consumo, sonho coletivo, super-sonho, futuro, entre outros. Nesse espaço, o usuário vai anotando seus sen-timentos mais significativos, criando, as-sim, a sua memória histórica. O aplicativo traz, ainda, testes vocacionais e uma área dedicada a compartilhar histórias de pes-soas que, com seus projetos de vida, fa-zem a diferença na sociedade.

De que forma o

aplicativo está

dividido?

Vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos.

Vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos.

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entrevista

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Gente Nossa

34 Conheça a trajetória de ivan Marques de Toledo

Camargo, ex aluno Marista e hoje reitor da Universidade de Brasília.

18 A formação integral no Maristão.

diz aí caleidoscópio

26 “O que eu quero ser quando crescer?”. Saiba o que seu

filho pensa sobre isso.28 Relembre os principais

acontecimentos do Colégio.

ens. médio educar

20 O aprendizado de uma língua estrangeira não só aumenta a

capacidade intelectual do ser humano como também rompe as fronteiras.

22 Projeto do Maristão potencializa perfil solidário

dos alunos.

você sabia?

32 Atividades complementares ajudam no desenvolvimento

emocional, motor e cognitivo dos alunos.

destaque

30 Partilha de experiência: diretora educacional

do Maristão visita a Rússia e a Finlândia.

ser melhor

36 Conheça o trabalho da Manhã de Formação

desenvolvido pela Pastoral.

com a palavra

POR déBora CoSTa

índice

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Educação integral e educação em tempo integral não querem dizer a mesma coisa, mas apontam para uma mesma perspectiva: educação que visa o pleno desenvolvimento da pessoa.

Educação integral não se confunde com mais tempo na escola, nem com maior número de aulas, ou mais projetos complementa-res. Educação integral reconhece que o educando aprende em qual-quer lugar, a qualquer hora, com tudo pelo que se interessa e viven-cia e com todas as pessoas com quem convive ou entra em contato.

Dessa forma, se por um lado aprende-se fora da escola, no mun-do e com o mundo, por outro aprende-se enquanto pessoa inteira, sujeito de ideias, sentimentos, dúvidas, preferências, forças, receios, sonhos, etc.

À escola compete educar para o entendimento que conecta tudo: práticas, conhecimentos e saberes. É ela que deve arquitetar experi-ências prático-teóricas articuladas aos interesses de crianças, ado-lescentes e jovens, contribuindo para que vivam de maneira crítica, propositiva e alegre.

No Maristão, estamos experimentando oferecer aos nossos estu-dantes amplas possibilidades de aprender como pessoa inteira e em pleno desenvolvimento de suas potencialidades.

Há diferentes atividades – teatro, música, dança, esportes, proje-tos de pesquisa, de comunicação e de solidariedade – e várias ofici-nas – fotografia, gastronomia, rádio e televisão, empreendedorismo, inovação, etc. O mais importante, porém, é que essas ofertas são feitas mediante consulta aos próprios estudantes. A partir de seus interesses, a Escola articula empresas, universidades e ONGs para viabilizar experiências ampliadoras da sala de aula e enriquecedo-ras do repertório intelectual, social e espiritual de estudantes e pro-fessores.

Se desejarem, os alunos podem ficar o dia inteiro na Escola. Mas não é isso o que mais importa. Estamos ensaiando um desenho cur-ricular em que estudantes e professores percebam e atuem de modo a fazer valer a conexão entre escola, vida e interesses dos sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem. Nessa perspectiva, as au-las são apenas parte do processo educativo. E o tempo ampliado somente favorece sua organização.

José Leão da Cunha Filho

Diretor-Geral

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a formação integral no Maristão

À escola compete educar para o entendimento que conecta tudo: práticas, conhecimentos e saberes. É ela que deve arquitetar experiências prático-teóricas articuladas aos interesses de crianças, adolescentes e jovens, contribuindo para que vivam de maneira crítica, propositiva e alegre.

18 Colégio Marista de Brasília | Maristão

com a palavra

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Língua estrangeira: um estudo que supera fronteiras

O conhecimento de outro idioma é peça fundamental no mundo atual, onde as fron-teiras se rompem a partir do momento em que é possível que pessoas de diversas loca-lizações e nacionalidades se comuniquem. A proficiência em pelo menos uma língua estrangeira se tornou elemento básico para a inserção no mercado de trabalho, tanto na expansão da área de atuação profissional quanto em atividades acadêmicas. Estudos apontam que, além desses benefícios, explorar outras línguas aumenta a capacidade intelectual do ser humano.

A Universidade de Edimburgo, na Escócia, divulgou recentemente uma pesquisa que confirmou que estudar uma segunda língua faz bem para a saúde, estimula o cére-

Benefícios independem

da idade

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ens. médio

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bro e as fluências verbal e de leitura e aumenta a capacidade intelectual. O estudo começou em 1947, com exa-mes de inteligência em 835 morado-res de Edimburgo, próximos aos 11 anos de idade, praticantes da língua inglesa. Os testes foram repetidos em 2008 e 2010, após os participan-tes completarem 70 anos. Destes, 262 eram bilíngues na segunda ro-dada de testes. No grupo, 195 apren-deram a segunda língua antes dos 18 anos, e 65 aprenderam depois dessa idade. Durante a pesquisa, uma das questões levantadas foi se as pesso-as eram mais inteligentes e, por isso, aprenderam uma segunda língua ou se por aprenderem um segundo idioma, tornaram-se mais inteli-gentes. De acordo com o professor e líder da pesquisa Thomas Bak, o pa-drão revelado pelo estudo era "signi-ficativo" e as melhorias na atenção, no foco e na fluência não podiam ser explicadas pela inteligência ori-ginal (constatada a partir dos testes feitos na infância). Segundo informa o estudo, as áreas mais afetadas pelo aprendizado de uma nova língua são a da inteligência e a da leitura. As descobertas apontam ainda que os benefícios independem da idade, o que significa que nunca é tarde para se dedicar a outro idioma.

A professora de Língua Inglesa Sandra Mara Portocarrero afirma que as pessoas que dominam uma segun-da ou uma terceira língua têm uma capacidade maior de processar o som e codificá-lo. Segundo ela, essas pessoas possuem uma massa cinzen-ta no cérebro maior e seus neurônios se conectam mais. “A massa cinzenta é responsável pelo processo de in-formações, incluindo a memória, a fala e a percepção memorial. É sabi-do que quando nos deparamos com uma nova palavra, principalmente em outro idioma, e deciframos ime-diatamente seu significado, nos tor-namos mais inteligentes”, ressalta. Sandra comenta que aprender outra

língua aumenta a empatia pelos ou-tros, o que é parte decisiva na for-mação da inteligência emocional, e também destaca as vantagens que o inglês exerce sobre outros idiomas, reforçando a influência da língua em nossa cultura. “O inglês é a língua internacional, a língua dos estudos, das viagens, dos negócios, a língua da comunicação com o mundo inteiro. Todos os dias e em qualquer lugar es-tamos rodeados por uma série de pa-lavras em língua inglesa, não dá para fugir”, diz.

No Maristão, a Língua Inglesa faz parte da grade curricular, ou seja, é obrigatória. Para os estudantes que já fazem aulas de inglês em escolas de idiomas especializadas e que não têm interesse em fazer novamente na Escola, oferecemos aulas de ra-ciocínio lógico no mesmo horário em que o aluno teria a aula de lín-

gua estrangeira. O Maristão também oferta a língua espanhola como dis-ciplina opcional. As turmas de língua estrangeira do Colégio são divididas por níveis de aprendizado entre bá-sico e intermediário.

A aluna do 1º J Valentina Leivas acrescenta outros valores ao desta-car a importância de aprender outra língua. Para ela, mais do que aumen-tar a inteligência, falar outro idioma abre portas e propicia experiências novas. “Fiz um intercâmbio no Cana-dá. Fiquei 30 dias fora de casa e pude aprender muito com essa oportuni-dade. Percebi o quanto é importante poder me expressar em outra língua e saber que as pessoas entendem o que digo, assim como pude entender o que eles falam”, afirmou.

Maria Eduarda Munhoz é aluna do 1º J e, assim como Valentina, vi-venciou a experiência de morar fora do país. Em Nova Iorque, ela partici-pou de um programa que ofereceu aulas de inglês para estudantes de outras nacionalidades. “O mais legal foi que além de aprender o idioma nativo, acabei aprendendo algumas palavras e detalhes sobre outras lín-guas e culturas, porque meus colegas eram de outros países, como Japão e China”, contou. A estudante acredita que os benefícios de aprender ou-tras línguas ultrapassam questões relacionadas ao intelecto da pessoa. “Quero falar outras línguas também. Quero poder me comunicar com ou-tras pessoas, aprender sobre outras culturas”, destaca.

O conhecimento da língua estran-geira passou a ser requisito funda-mental em escolas públicas e parti-culares de todo o Brasil desde 1996. A avaliação de conhecimentos espe-cíficos em pelo menos uma língua estrangeira já faz parte do cotidiano dos jovens brasileiros em diversos exames de admissão para universi-dades, e para quem deseja estudar fora, dominar outro idioma é funda-mental.

O inglês é a língua internacional, a língua dos estudos, das viagens, dos negócios, a língua da comunicação com o mundo inteiro. Todos os dias e em qualquer lugar estamos rodeados por uma série de palavras em língua inglesa, não dá para fugir.Sandra Mara PortocarreroProfessora de Língua Inglesa

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Projeto do Maristão

potencializa perfil solidário dos

alunos

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Alunos do colégio Maristão visitaram, em junho, idosos no Lar dos Velhi-nhos São Francisco de Assis. Fundado em 1982, o Lar atende 64 pessoas em idade avançada, visando promover seu bem-estar físico, mental e social e dar apoio ao idoso carente e em estado de vulnerabilidade social.

A atividade foi promovida pela Oficina de Ações e Projetos Solidários, coordenada pelo professor de História, Reinaldo Córdova. O programa, ini-ciado em 2013, conta com a participação ativa de 20 alunos e promove, se-manalmente, dois encontros no Colégio. O projeto se desenvolve por meio de etapas nas quais os alunos escolhem a ação, estudam o tema, debatem questões que permeiam a situação e recebem orientações sobre a visita para, enfim, agirem. Após a atividade, eles se reúnem para avaliar o desempenho do trabalho realizado e planejar novas ações.

De acordo com o coordenador do programa, antes da visita ao Lar dos Ve-lhinhos, os alunos foram informados sobre as necessidades das pessoas que vivem lá, sobre como tratá-las e como tornar a visita significativa. Os alunos conversaram em casa com seus pais e avós, para que pudessem se aprofun-dar mais sobre o tema. “As visitas demandam de nós mais do que a doação de materiais, é uma questão de relação humana. Ao conversar em casa, os me-ninos perceberam que as necessidades dos avós eram muito maiores do que simplesmente ouvi-los”, citou Córdova. A aluna Luisa Tavares, 3º J, comple-

enxergando o outro como a si mesmo

educar

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As visitas demandam de nós mais do que a doação de materiais, é uma questão de relação humana. Ao conversar em casa, os meninos perceberam que as necessidades dos avós eram muito maiores do que simplesmente ouvi-los.reinaldo CórdovaCoordenador do Programa

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menta: “Ser solidário é poder ouvir, ter contato, poder tocar e tornar aquele momento algo significativo para eles”.

Para Beatriz Moura, aluna do 3º J, esse trabalho mostrou outro lado da solidariedade. A família da estudante costuma fazer doações aos mais necessitados, mas Beatriz ainda não havia vivenciado uma situação similar à visita ao Lar dos Velhinhos. “Essa experiência de passar um dia com os idosos, ver como eles vivem, poder conversar e simplesmente estar ali ao lado deles foi muito forte para mim. Eu aprendi a me doar como pessoa, pude perceber o que o outro sente, o que pensa e do que precisa”, comentou.

Segundo Córdova, o que é mais interessante nesse programa é a ampliação para a participação da comunidade. O professor afir-ma ainda que a Oficina de Ações e Projetos Solidários não se resume somente às visitas, em que um número reduzido de participantes atua, mas também se pauta na interação desses participantes du-rante a construção de cada nova ação solidária. “A oficina é muito maior do que uma visita específica, os alunos podem trazer fami-liares e colegas para participar conosco da discussão dos temas, do planejamento e da execução”, lembra.

De acordo com Liliane Begami, psicóloga, mãe da aluna Isabella Hannes, 3º J, e participante da visita, o trabalho de inserção dos jo-vens em uma realidade diferente da qual eles vivem é importantís-simo para a formação de valores e de crescimento pessoal. “Acho fantástico o desenvolvimento desse perfil de trabalho com os alunos porque sozinhos eles não se envolveriam e não se estimulariam tan-to com uma causa tão nobre”, ressaltou. Como profissional, Liliane acredita que os alunos e familiares não têm dimensão da importân-cia do ato solidário. “Fico muito feliz por ter ido com a Isabella na visita ao Lar dos Velhinhos e por ter visto que ela está engajada em

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um projeto que fomenta a doação de si próprio em função do outro”, lem-brou.

Sobre o comportamento dos alu-nos, Córdova afirma que eles pas-saram a perceber o outro e a res-peitá-los da maneira como são. “A realidade dos alunos é bem diferente da que vimos na visita e isso choca. Comparar a realidade deles em casa com a de um idoso abandonado os faz refletir sobre suas vidas e de suas famílias”. Em sala, o professor afirma que os jovens participantes da Ofi-cina de Ações e Projetos Solidários estão mais sensíveis em relação aos colegas, eles respeitam seus limites e suas necessidades. “Eles percebem a carência do colega e tentam reme-diar conflitos”.

Essa atividade extracurricular propicia a formação integral. A pro-posta pedagógica Marista desen-volve o perfil do aluno pesquisador, comunicador e solidário. O espaço pensado para potencializar esse de-senvolvimento é o CEDES/DF, Cen-tro de Estudos do Desenvolvimento Econômico e Social do Distrito Fe-deral, que integra três programas: a Oficina de Ações e Projetos Solidá-rios, o Maristão Faz Ciência e o La-boratório de Comunicação.

O anseio desses programas é esti-mular os estudantes a pensar os principais problemas da população no DF de forma crítica, criativa e inovadora. O CEDES/DF tem como objetivo contribuir para que nossos estudantes se tornem líderes inova-dores e preocupados com o desen-volvimento do Distrito Federal e, nesse contexto, a Oficina de Ações e Projetos Solidários atua no desen-volvimento de ideias que gerem ações e projetos de caráter solidário. A necessidade de intervenção em al-gumas comunidades pode ser perce-bida por alunos, familiares, funcio-nários, professores e pela interação com os diversos projetos do Maris-tão Faz Ciência e do Laboratório de

Comunicação. Um ponto muito im-portante do programa é ressaltar que ele não tem um caráter assisten-cialista, a atuação é no desenvolvi-mento de comunidades ou grupos socialmente desfavorecidos e na ca-pacitação de pessoas nas seguintes áreas: saúde, educação, cultura e la-zer, cooperação para o desenvolvi-mento, emprego e formação profis-sional, reinserção profissional, proteção civil e economia social.

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A realidade dos alunos é bem diferente da que vimos na visita e isso choca. Comparar a realidade deles em casa com a de um idoso abandonado os faz refletir sobre suas vidas e de suas famílias.

reinaldo CórdovaCoordenador do Programa

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“Escolher uma profissão é algo muito difícil, especialmente para os jovens inexperientes do Ensino Médio. No entanto, mesmo sem ter escolhido ao certo o meu curso, já decidi que quero uma profissão que me possibilite inspirar os outros.”

SoFia Todd ToMBini3ª C

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“Desde pequeno, pratico esportes. Atualmente, sou atleta de tênis e pretendo seguir a carreira nessa modalidade. O meu objetivo é me formar em Educação Física na UnB e fazer uma pós em Nutrição Esportiva. O meu sonho é mesmo trabalhar com o esporte.”

CLeiLSon Moreira de SoUza3ª C

“Neste momento, com 16 anos e ainda cursando a 1ª série do Ensino Médio, sonho em ser diplomata, seguindo a tradição familiar. Vejo-me como uma pessoa sociável, que valoriza as relações pessoais e que adoraria conhecer o mundo.”

anTonio LeonardoS TaBaJara1ª B

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diz aí

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“Meu sonho é ser médica. Sempre achei fascinante o trabalho que os médicos realizam. Salvar vidas é algo realmente admirável e desafiador. Não tenho dúvida de que quero isso para o meu futuro.”

Giovanna roCha BarreTo 3ª A

“A profissão dos meus sonhos é ser diretora de cinema. Toda a minha vida sempre me interessei por essa área. Aos 15 anos, quando finalizei meu primeiro curta, percebi que era o que eu amava fazer e quero continuar fazendo pelo resto da minha vida.”

Maria LUiza r. MUnhoz3ª E

“Na minha futura vida profissional, desejo realizar meus objetivos pessoais, como me dedicar à área econômica. Porém, não só isso, quero poder ajudar o progresso social humano, que acredito conseguir por meio da minha formação e atuação.”

ÁLvaro BraGanÇa MarqUeS3ª C

oPiniÃo do edUCadorCabe ao jovem sonhar, e qual a alegria da vida se não buscarmos os nossos

sonhos? Ele encara a difícil decisão de uma vida – a sua vocação profissional, a própria necessidade de equilibrar a carreira profissional de sucesso com o sonho de uma profissão. Torna-se essencial o papel dos educadores, pais e professores no conhecimento das potencialidades e dos desejos dos jovens para orientá-los sobre as possibilidades após o Ensino Médio. Atualmente, com o mundo globalizado, a quantidade de profissões e cursos superiores aumentou, ampliando, assim, o leque de oportunidades. Se de um lado esse fator é benéfico, de outro produz, em muitos deles, mais dúvidas sobre o fu-turo profissional. Uma saída viável é a busca pela orientação vocacional, pois esta aflora uma série de potencialidades do estudante. Outra forma é uma conversa sobre as opções de universidades, mercado de trabalho e profissões que se adequam aos desejos e às afinidades de cada estudante. A escola e os pais podem e devem esclarecer, trazer informações, mas não determinar pro-fissões como única saída viável de sucesso, pois, como dizia Cecília Meireles, “o segredo do sucesso não é fazer o que gosta, mas sim gostar do que faz”.

niLSon Ferreira CaeTanoProfessor e coordenador do Projeto Conexão Universidade

27Colégio Marista de Brasília | Maristão

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O Maristão promoveu, entre julho e agosto de 2014, encontros para debater com os alunos e comunidade local o tema Política. Em um cenário de importantes acontecimentos nacionais, coube ao Colégio, em seu papel forma-dor de virtuosos cidadãos, estimular a apropriação e o debate das questões fundamentais do contexto social.

O Maristão promoveu, no primeiro semestre, uma palestra com o 1º Batalhão Escolar da Polícia Mi-litar do Distrito Federal com o tema Segurança de Transeuntes nas Entrequadras próximas ao Colégio Marista – Ensino Médio. A supervisora de apoio edu-cacional do Maristão, Rovena Monteiro, afirmou que essa foi uma ótima oportunidade de alertá-los para a própria segurança.

Com o objetivo de munir os alunos de informações do mundo univer-sitário, orientando-os sobre cursos, instituições de Ensino Superior e processos seletivos locais e nacionais, iniciaram as aulas do Conexão PAS e do Conexão Enem. Elas abordam os conteúdos exigidos nesses

exames, além de estruturar um método de estudo que traga resultado aos alunos e contribuir para a tomada de decisões nessa fase da vida.

QUINTAS POLíTICASBATALHÃO DA PMCONEXÃO PAS E ENEM

28 Colégio Marista de Brasília | Maristão

caleidoscópio

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OFICINAS NAC

Aconteceu no Maristão, de 30/07 a 2/08, a 5ª edição da Semana Cham-

pagnat: uma gincana esportiva, cultu-ral, acadêmica e social que envolveu

todos os estudantes do Colégio, como forma de celebrar a vida do nosso

fundador, São Marcelino Champagnat. Por meio de suas atividades, a gincana

estimula o protagonismo juvenil, a solidariedade e o espírito de liderança

entre os alunos.

O Núcleo de Atividades Complementares do Maristão promoveu, ao longo de 2014, diversas atividades com os alunos. O intuito foi levar a eles o conhecimento e a formação integral além da sala de aula, propondo oficinas pedagógicas, entre elas: Artes

Cênicas, Desenho I e II, DJ, Oficina de Veículo Protótipo BAJA, Mobilidade Urbana (2º etapa), Música e Robótica I e II.

SEMANA CHAMPAGNATQUINTAS POLíTICAS

29Colégio Marista de Brasília | Maristão

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Em maio passado, fui convidada a integrar uma delegação para co-nhecer os sistemas educacionais da Rússia e da Finlândia.

A experiência foi extremamente rica, pois tivemos a oportunida-de de visitar diversas escolas, bem como setores governamentais res-ponsáveis pela definição de políti-cas públicas desses países.

Vale dizer que retornei trazendo na bagagem um rico conteúdo pe-dagógico cultural para refletir, tro-car ideias e impressões acerca da experiência e agir naquilo que faz sentido para a nossa realidade.

edUCaÇÃo rUSSa: ConqUiSTaS e deSaFioS

O sistema educacional da Rússia é universalizado e predominante-mente público e, apesar de não evi-denciar os melhores resultados nas avaliações internacionais, tem avan-çado bastante nos últimos anos. Além disso, é o país que apresenta o menor índice de analfabetismo do mundo: somente 0,6% da população não sabe ler ou escrever.

A estrutura obrigatória é compos-ta pela Educação Primária (dos 6,5 aos 10 anos), Educação Básica (dos 10 aos 15 anos) e Educação Secun-dária (dos 15 aos 17 anos) – esta já voltada para o estudo especializado em áreas escolhidas pelos estudan-tes. Após a conclusão da Educação Secundária, o jovem pode optar por estudar em escolas técnicas ou cur-sar uma universidade.

O acesso às universidades só é possível por meio do exame estatal unificado. As provas dependem da área escolhida pelo aluno. Só são obrigatórias língua russa e matemá-tica.

O governo tem investido em uma ampla reforma pedagógica, que en-volve a modificação das prioridades no sistema de ensino, a democrati-zação das instituições educacionais, liberdades acadêmicas e autonomia institucional, além da aposta na for-mação e na valorização do professor.

Na escola, a prioridade é trocar a simples aquisição de conhecimentos pela metacognição, ou seja, analisar como se conhece. Os estudantes pre-cisam aprender a estudar e a resolver

problemas com os próprios méto-dos. O trabalho em grupo também faz parte da organização pedagógica, para que os alunos desenvolvam a ca-pacidade de liderar, negociar ideias e pensar como equipe.

Os trabalhos científico e tecnoló-gico são predominantes nas escolas a partir do 5º ano para que as crian-ças aprendam a planejar suas rea-lizações e a resolver problemas de diferentes categorias, fazendo trans-posição de conhecimentos para ou-tras áreas.

É possível encontrar nas escolas russas uma grande diversidade de atividades pedagógicas que variam de uma instituição para outra. O Es-tado fornece o programa obrigató-rio de educação e as escolas podem complementar o ensino com progra-mas suplementares.

Muitas escolas já colocam seus alunos em contato com universida-des muito antes do exame estatal de ingresso no Ensino Superior. Algu-mas fazem parceria para ministrar disciplinas específicas ou desenvol-ver programas de preparação profis-sional.

As modificações almejadas na educação russa continuarão a inte-grar os desafios da nação. Implantar os direcionamentos da reforma em todos os níveis do sistema não é ta-refa simples, contudo, os russos já comemoram e se orgulham de terem avançado bastante, principalmente no Ensino Primário, que consideram destaque no país.

Partilha de experiênciaDiretora educacional do Maristão visita a Rússia e a Finlândia Por andréa Studart Correa Galvão

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destaque

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edUCaÇÃo FinLandeSa: aUTonoMia e qUaLidade

A Finlândia é conhecida pelo alto nível educacional. Conquistou, du-rante uma década, os primeiros luga-res do Programa Internacional, que mede a qualidade da educação no mundo. Os dados de 2012 indicam que ela perdeu posições para os asiá-ticos, mas ainda é um dos países que mais recebe visitantes que buscam desvendar os segredos de uma edu-cação de qualidade.

Segundo os educadores finlande-ses, não há segredos que sustentem o sistema educacional do país como um dos mais eficientes do mundo. As chaves para o sucesso estão na famí-lia, na liberdade pedagógica, na qua-lidade dos professores e nos recursos socioculturais.

O pensamento educacional fin-landês parte do pressuposto de que o potencial de cada aluno deve ser maximizado, bem como a autono-mia e a responsabilidade. Assim, diferentes formas de estímulo e li-berdade de escolha são essenciais. O incentivo à leitura também é uma prioridade nacional.

O currículo das escolas é definido considerando a base nacional co-mum, com total liberdade para fazê--lo. Os estudantes têm acesso às disci-plinas obrigatórias e optativas a partir dos 7 anos, e é possível encontrar uma grande variedade de opções.

A educação obrigatória vai dos 7 aos 16 anos, definida como Educação Básica. Contudo, o sistema de ensino oferece Educação Infantil a todas as crianças a partir do nascimento, além do Ensino Secundário e da Educação Universitária.

O currículo do Ensino Secundário foi elaborado para ser cumprido em três anos, mas o aluno pode terminá--lo antes ou depois, já que as bases são somadas pelo cumprimento das disciplinas obrigatórias e optativas e não por anos letivos.

Para as universidades, um vesti-bular unificado é aplicado a todos os alunos. Dos testes, apenas a língua materna é obrigatória.

Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados, já que essa é uma profis-são de prestígio social. Os educadores da Pré-Escola ao Ensino Médio de-vem ter mestrado para lecionar.

O sucesso educacional não impe-diu que a Finlândia enfrentasse pro-blemas sociais, como a alta taxa de suicídio entre jovens. Mesmo assim, a educação finlandesa pode ser inspi-ração quando pensada nas bases de um sistema de ensino que faça sen-tindo para crianças e jovens.

Vale dizer que retornei trazendo na bagagem um rico conteúdo pedagógico cultural para refletir, trocar ideias e impressões acerca da experiência e agir naquilo que faz sentido para a nossa realidade.

FinLÂndia

rÚSSia

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você sabia?

Você sabia que as atividades com-plementares auxiliam no ganho da consciência corporal? Por meio dessas disciplinas e sob a orientação de pro-fissionais adequados, os jovens apren-dem e se preparam para compreender as habilidades de ser, conviver, conhe-cer e fazer. Por meio da apreensão de conhecimentos específicos, o aluno desenvolve competências, capacida-des e habilidades associadas às di-mensões afetivas, cognitivas, sociais e psicomotoras, além de internalizar valores. Pela participação em ativida-des individuais e coletivas, ele deixará de pensar apenas em si mesmo para contribuir com o bem-estar comum.

(Fonte: educarparacrescer.abril.com.br)

O Núcleo de Atividades Comple-mentares (NAC) do Maristão oferece várias atividades esportivas, artísticas, culturais e pedagógicas que visam ampliar o currículo dos alunos e aten-der às suas demandas. Dentro das modalidades esportivas e culturais, o Colégio trabalha com as que mais va-lorizam o convívio coletivo: basquete, voleibol, handebol e futsal; e também o teatro, a dança e o coral, pois benefi-ciam a formação do trabalho em equi-pe, a organização e a pró-atividade, além de melhorar as relações afetivas e sociais entre os jovens. Já as oficinas pedagógicas visam ampliar os hori-zontes dos futuros profissionais no

enfrentamento dos desafios da socie-dade contemporânea. Para munir os estudantes com o que há de mais rele-vante no mercado, o Maristão oferece oficinas que instigam a curiosidade e o interesse dos alunos, como Gastro-nomia, Fotografia, Robótica, Enge-nharia Mecânica e Desenho.

Atualmente, cerca de 40% dos estudantes do Ensino Médio par-ticipam de alguma modalidade ou oficina. O estudante do 2º I, Pedro Henrique Ibarra, 16, afirma que tan-to as atividades esportivas quanto as oficinas são importantes em sua educação: “Sempre fiz atividades do NAC. Já fiz esportes, artes e agora es-tou fazendo as pedagógicas. Por meio delas, aprendi a me concentrar e a falar em público. Hoje, consigo apre-sentar um trabalho em sala de aula com mais segurança, me sinto mais confiante”, afirmou.

O fundador do Instituto Marista, São Marcelino Champagnat, acre-ditava em uma escola que pudes-se levar o conteúdo além da sala de aula, que propusesse uma educação diferenciada, formadora em todos os sentidos. E é nesse contexto que o Maristão trabalha: entrelaçando a proposta pedagógica ao NAC, o que contribui para a formação integral.

Para Liliane Falcomer, supervisora do NAC, os eventos e as atividades que o setor oferece no Colégio são es-senciais para a formação dos estu-

dantes. “É visível o crescimento dos alunos quando eles passam a fre-quentar o Núcleo. Eles ganham mui-to na capacidade de raciocínio, de se relacionar, e ganham maturidade para tomar decisões e vislumbrar suas opções de futuro”.

Conhecimento além da sala de aulaConhecimento além da sala de aulaAtividades complementares ajudam no desenvolvimento emocional, motor e cognitivo dos alunos

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A trajetória brilhante do ex-aluno Marista que se

tornou reitor da UnB

Ivan Marques de Toledo Camar-go é atualmente o reitor da Uni-versidade de Brasília. Em um bate--papo com a revista Em família, o engenheiro se lembrou dos bons momentos que passou no Maristão como estudante e contou com de-talhes o que o fez optar pelo curso de Engenharia e pela carreira aca-dêmica.

Qual foi sua melhor época no Ma-ristão?

Entrei no Maristão em 1976 e lembro que a escola tinha poucas turmas. Tínhamos a boa sensação de que conhecíamos todo mundo. Lembro-me também do forte estí-mulo à prática de esportes. O espor-te, em geral, é muito agregador. Foi uma das melhores fases de sociali-zação da minha vida.

O que o convívio Marista represen-tou na sua vida?

Representou uma parte impor-tante de minha formação. Não de-vemos esperar mais do que isso de uma escola. Adquiri hábitos de trabalho e disciplina que me foram muito úteis ao longo da minha vida profissional. Destaco a dedicação ao trabalho e a disciplina. Sempre fui muito estudioso. Não me arrependo nem um pouco disso. ©

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Quais foram os incentivos que o se-nhor recebeu do Colégio para a es-colha de sua carreira profissional?

Na época, tínhamos um professor de Física, Álvaro Prata, meu amigo até hoje, que me aconselhou o cur-so de Engenharia Elétrica. Disse, naquela época, que eu era bom em matemática e que o curso era bem difícil, mas promissor. Hoje, para os alunos que me perguntam, continuo recomendando esse curso.

O que fez com que o senhor esco-lhesse a vida acadêmica?

O gosto pelo estudo. Preparar e dar uma aula, para quem gosta, é uma delícia. A vida acadêmica tem outras vantagens. Fazer um doutora-do é muito gratificante. Se o douto-rado for no exterior, é ainda melhor, porque aumenta a visão do mundo e a experiência de vida. Tem, ainda, os congressos. Tive a oportunidade, como professor, de conhecer muitas cidades e universidades. É uma car-reira fantástica!

O senhor se imaginava no cargo que ocupa atualmente?

Não. É por isso que recomendo sempre uma formação sólida. Nin-guém sabe, exatamente, o que vai ser quando crescer. Prepare-se que os desafios aparecem.

O que o senhor diria aos alunos do Ensino Médio que estão se prepara-do para a vida universitária?

Preparem-se para a fase da vida de maior transformação. É um período decisivo na formação das pessoas. Aproveitem bastante porque, muito provavelmente, será o melhor período da vida de vocês.

De aluno a professor

De aluno a professor

34 Colégio Marista de Brasília | Maristão34 Colégio Marista de Brasília | Maristão

gente nossa

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A ONG GirArte e a Creche San-to Aníbal receberam este ano uma grande doação de recursos materiais de alunos do Maristão. A ação fez parte da Semana Champagnat, gin-cana do Colégio que trabalha ativi-dades esportivas, culturais, pedagó-gicas, pastorais e sociais e tem como foco a construção de uma cultura de solidariedade entre os alunos. Para conquistar mais pontos para as equipes, os estudantes tinham que arrecadar alimentos e materiais de limpeza, que posteriormente foram doados a essas instituições.

Organizada pelo Núcleo de Pas-toral do Maristão, a Semana Cham-pagnat comemorou, em 2014, sua 5ª edição. De 30/07 a 2/08, as quatro equipes participantes – AllBlacks, A Onda, Feuer e Bonde+ – agitaram as manhãs do Colégio na execução das tarefas. Para o coordenador da Pas-toral, Marcelo Coutinho, essa é uma oportunidade de mostrar aos estu-dantes que eles podem se divertir ao mesmo tempo em que interagem uns com os outros, ajudando-se, co-operando, apoiando e solidarizan-do-se com o próximo. “Às vezes, os alunos arrecadam os materiais só pelos pontos que a equipe acumula para a gincana. Aí no dia de entregar esses donativos, nos surpreendemos com a emoção e a sensibilidade de-les ao ver a alegria das crianças e dos jovens carentes”, lembrou.

A ONG GirArte proporciona um espaço de inclusão produtiva para atender 230 adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade so-cial. O projeto desenvolve atividades de profissionalização em núcleos

urbanos e rurais do Distrito Federal, onde são implementadas atividades laborais que possibilitam a geração de renda e/ou oportunidade de tra-balho, dentro da concepção de uma economia solidária e associativista.

A Creche Santo Aníbal é uma instituição sem fins lucrativos que atende crianças e adolescentes com idade entre 1 e 13 anos em situação de risco e vulnerabilidade pessoal e/ou social em período integral. Atu-almente, ela acolhe 187 crianças e 30 adolescentes. Além de atividades pedagógicas e lúdicas, são ofereci-das quatro refeições diárias para as crianças de período integral e duas refeições para as que permanecem meio período.

Os materiais doados variaram de acordo com a necessidade de cada instituição. Para a GirArte, que capa-cita pessoas nas áreas de cozinha, es-tética e serigrafia, foram arrecadadas quantidades significativas de produ-tos para que os projetos possam ser desenvolvidos. Já na Creche Santo Aníbal, a necessidade era a doação de materiais e itens alimentícios.

Solidariedade: um gesto que transforma vidasDonativos arrecadados por alunos do Maristão fazem a alegria de crianças e jovens carentes do DF

Às vezes, os alunos ar-recadam os materiais só pelos pontos que a equipe acumula para a gincana. Aí no dia de entregar esses donativos, nos surpreen-demos com a emoção e a sensibilidade deles ao ver a alegria das crianças e dos jovens carentes.

Marcelo CoutinhoCoordenador de Pastoral

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“DEIXAR A PRÓPRIA

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Diretor do Colégio Marista Rosário (RS)

Num certo dia, há um ano e meio, entrou pela portaria do Colégio Ma-rista Rosário um senhor de cabelos brancos. O ex-aluno foi recebido e acolhido como de costume. Aproxi-mo-me, dizendo meu nome, e, com singeleza, ele me pede permissão para ver o pátio do Colégio. Eu o acompanho e quando chegamos ao destino, com um olhar longínquo, ele demonstra querer ficar só. Meia hora mais tarde, passo pelo local e o vejo sereno. Eis que o visitante diz: “Obrigado, Irmão, revivi a vida de estudante neste pátio pelo qual pas-sei”. Em sua sabedoria e agradecido, foi saindo de mansinho após con-templar parte de sua trajetória.

Esse e tantos outros relatos e vivên-cias com que nos deparamos diaria-mente remetem à riqueza do jovem como protagonista de sua história. Os desafios em diferentes áreas do

conhecimento e o cultivo de valores fazem parte da vida do estudante em nossos Colégios. E, assim, formamos cidadãos comprometidos com o pre-sente e o futuro. Isso tudo é um com-promisso de nossa visão e resultado de um processo contínuo de educação cristã e Marista, que vê o indivíduo de forma integral, cuja experiência ele carregará para toda a vida.

Igualmente, ao olharmos para a história da educação Marista, en-contramos o mesmo amor e empe-nho educativo. Na própria memória do caro leitor devem haver diversas experiências inesquecíveis envol-vendo estudantes e familiares nas escolas Maristas. São muitos os Ir-mãos e professores que têm orien-tado e desafiado os jovens a superar as próprias metas e a construir com dignidade a vida profissional e voca-cional.

Acima de tudo, como repetia São Marcelino Champagnat aos primei-ros Irmãos: “Para bem educar uma criança é preciso antes de tudo amá-la!” – princípio este que precisa se tornar prática em cada época. As-sim, continuamos hoje partícipes com a família, primeira educadora, na formação integral das crianças e dos jovens a nós confiados. Por isso, convido todos a repensarem, conta-rem e escreverem sua própria expe-riência de formação integral e seu significado para a vida.

Formar jovens atuantes e comprometidos com o

futuroFormar jovens atuantes e comprometidos com o

futuro

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essência

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Crianças encarceradas e uma casa de direitos

Atrás do portão verde de ferro da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, uma das penitenciá-rias estaduais de segurança máxima do país, estão em clausura, além de pouco mais de 400 presas, cerca de 40 crianças entre zero e 3 anos de idade. Em casos em que a mulher é presa grávida, seu bebê nasce em cárcere e, por lei, lá ele pode perma-necer até os 6 anos de idade.

A mesma justiça também prevê, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “o direito à liber-dade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas”, compreendendo--se que liberdade é poder ir e vir, con-viver em ambiente familiar e comu-nitário sem discriminação, brincar, praticar esportes e se divertir.

Com o objetivo de assegurar os direitos da criança, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) assumiu, no segundo semestre de 2014, o espaço Cantinho Feliz, uma creche localiza-da dentro da penitenciária e que, até então, era mantida pelo Estado. Com a mudança, o espaço passa a se chamar Centro Social Marista Estação Casa.

Viviane da Silva, gerente educa-cional das unidades da RMS, destaca a importância de projetos pautados em valores e, principalmente, no amor em locais de extrema vulnera-bilidade, como é o caso da creche na penitenciária. Lá, a urgência é ainda maior por se tratarem de crianças na fase da primeira infância – perí-odo determinante para o desenvol-vimento cognitivo e social do indi-

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Na tentativa de assegurar os

direitos da criança, Rede Marista de

Solidariedade assume creche

da Penitenciária Feminina do Paraná.

Formação pautada em valores e amor é o

foco dessa mudançaPor Michele Bravos

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solidariedade

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víduo. É nessa fase também que a criança passa a ter consciência de sua existência.

O novo nome do espaço não é à toa e faz jus ao que ele se propõe a ser: um espaço acolhedor, que promove o fortalecimento de vín-culos entre mãe, criança e família, respeitando as culturas infantis e proporcionando às crianças acesso ao mundo que está além-muros. “É um espaço que se diferencia da ins-tituição prisional, com dinâmicas e processos que respeitam as culturas infantis e a maternagem, garantindo a dignidade e promovendo a efetiva-ção de direitos”, afirma Viviane.

ParCeriaO projeto da RMS é uma conse-

quência de um trabalho que já vem sendo realizado na penitenciária por meio do programa Ciência e Trans-cendência: Educação, Profissionali-zação e Inserção Social, idealizado por Fernando Arns e em execução desde 2012. O programa é coordena-do pela Pastoral da PUCPR e está sob a coordenação de Cristiane Arns. Até o primeiro semestre de 2014, um dos projetos do programa era aplicado na creche, com foco no resgate do vín-culo mãe e bebê, por se entender que uma educação com raízes no amor pode trazer transformações futuras.

Cristiane conta o quanto é ad-mirável presenciar a mudança de comportamento das mães com seus filhos. Antes do programa, não havia delicadeza no cuidado com o bebê. Hoje, ouve-se até música de ninar pelos corredores frios e cinzentos.

A maioria das detentas mães ver-baliza o quanto esse novo olhar para os filhos as fez ver uma nova pers-pectiva de futuro para elas próprias e poder sonhar um caminho diferente para seus filhos.

Em um primeiro momento, atu-arão na Estação Casa dois técnicos, sendo um coordenador e um assis-tente social, além de dois educado-

res. Por ser uma iniciativa inovadora no país, Viviane ressalta a importân-cia de um planejamento que pon-dera os riscos e desafios de tanta mudança. “É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no con-texto complexo de uma penitenci-ária. Outro ponto de atenção é am-pliar as ações que visam humanizar as relações com esse espaço, inclusi-ve extrapolando o tempo da criança na penitenciária. Há de se pensar na saída da criança e na continuida-de desse vínculo”, explica a gerente educacional.

Segundo Viviane, “as crianças que nascem na penitenciária estão na fronteira da invisibilidade das polí-ticas públicas, fragilizadas pela reali-dade do cárcere”, por isso, é também desafio para a RMS levar para dis-cussão nacional políticas públicas que assistam às crianças em contex-to prisional.

Todo o planejamento do Centro Social foi respaldado pela experiência da equipe do Programa e da própria direção do presídio e contou com o auxílio de uma consultoria social.

É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária.viviane da SilvaGerente educacional das unidades da RMS

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De olho no bullyingDe olho no bullyingApesar de relativamente novo, o termo “bullying” apenas define uma série de comportamentos bem mais antigos. O que fazer quando esse temido vilão está à nossa volta?Por Mahani Siqueira

Não faz muito tempo que o ter-mo "bullying" ganhou os holofotes e passou a ser alvo de frequentes e intermináveis discussões por parte de professores, psicólogos e pais. Atos de agressão física ou verbal no ambiente escolar, no entanto, exis-tem há muito mais tempo do que se possa calcular, ainda que sem uma denominação específica. Foi apenas no começo da década passada que a palavra originada de bully (valen-tão, em inglês) incorporou-se ao vo-cabulário de verbetes comuns nas conversas de educadores e definiu um nome para a preocupação de inúmeros pais em relação ao com-portamento de seus filhos na escola.

Muitas vezes, descobrir que as crianças estão praticando ou sen-do vítimas de bullying é uma tare-fa complicada e que exige atenção detalhada das pessoas à sua volta. Segundo a psicóloga clínica Juliana Potter, especializada em terapia fa-miliar e parceira dos Colégios Ma-ristas, são vários os sinais que os

filhos podem dar para demonstrar que estão sofrendo provocações ou algum tipo de agressão na escola ou em atividades paralelas. Em todos os casos, de acordo com a psicóloga, é fundamental que os adultos este-jam com o radar em pleno funciona-mento.

“A criança pode se manifestar de diversas maneiras: por meio de do-res psicossomáticas (sempre ter dor de barriga na hora de ir para a esco-la, por exemplo), evitando ativida-des relacionadas à escola (medo de pegar a van, medo de ser assaltado perto da escola, perder os trabalhos da escola e objetos importantes), diminuição do contato com os ami-gos, irritação, tristeza, pesadelos, choro frequente, cansaço extremo, abatimento, alterações de apetite, entre outros. É importante dizer que nenhum desses sintomas de forma isolada caracteriza o bullying. Por isso, os pais devem estar atentos sempre para agir com rapidez e de maneira assertiva”, avalia Juliana.

Marilisa Fraga, psicóloga e psica-nalista infantil, entende que é im-portante os pais prestarem atenção para não interpretarem os sinais dos filhos de maneira errada e, na pressa, já definir como bullying um comportamento que, se avaliado com mais calma e cuidado, pode se revelar apenas um episódio isolado ou até mesmo um apelo por mais carinho. Segundo Marilisa, a ge-neralização é um perigo constante quando se trata desse tema.

“Os pais devem tomar cuidado para não serem seduzidos pelos afetos direcionados aos filhos e ter a tendência natural de generalizar e tomar o bullying como verdade absoluta antes de uma investigação mais profunda. Uma queixa que o fi-lho chama de bullying pode ter sido apenas uma crítica mais dura de um amigo irritado ou pode estar sendo hiperdimensionada pelo jovem. Ou-tra possibilidade é que se trate de um pedido de atenção fraterna, que acaba simplesmente sendo nomea-

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De olho no bullyingDe olho no bullyingdo com clichês pela criança. É preci-so ter muita atenção flutuante para captar o que está sendo dito e o que ele quer dizer simbolicamente com aquela queixa”, opina Marilisa.

A partir do momento em que o bullying é constatado, a conversa torna-se uma ferramenta impres-cindível para evitar maiores danos e prevenir que os temidos episódios voltem a acontecer. A psicóloga Ju-liana defende que qualquer solução ou resposta a agressões deve ser buscada em conjunto entre todas as partes envolvidas. Ela garante, ainda, que a comunicação, quan-do frequente no dia a dia, pode ser um excelente instrumento contra o bullying.

“Existem muitas maneiras de li-dar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a crian-ça agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.

É importante manter um bom con-tato com a escola para compreender o que acontece e buscar a melhor atitude a ser tomada de maneira conjunta”, comenta a psicóloga.

De acordo com Marilisa, a in-vestigação detalhada e a identifica-ção precisa do que acontece com a criança ou com o jovem é o primeiro passo antes de definir qual a atitu-de mais correta a se tomar. “Nesses casos, os pais devem procurar a co-ordenação da escola e checar infor-mações do atual comportamento e das atitudes do filho naquele am-biente. Essa é primeira providência a ser tomada pelos pais, pois deter-mina muitas vezes se há ou não reais necessidades de encaminhamento terapêutico para o psicólogo”, com-plementa.

Outra preocupação que deve ser levada em conta pelos responsáveis é saber que o filho pode ser, na verda-de, o autor de atitudes consideradas bullying. Nesses casos, o diálogo tam-bém se faz fundamental, assim como a

aceitação do fato e seu enfrentamento. É o que garante Juliana.

“É importante não negar a situação ou tapar o sol com a peneira. Conver-sar com o filho sobre a responsabilida-de e o impacto das atitudes na vida do agredido pode ser um bom começo. Se a agressão acontece pela internet, os pais devem estar mais atentos e super-visionar as ações do filho de perto. Buscar maneiras de reparação junto ao agredido e atividades que desenvol-vam comportamentos mais empáti-cos. A ajuda de um profissional tam-bém pode ser muito importante”, finaliza a psicóloga.

Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas. Juliana PotterPsicóloga

Marilisa Fraga, psicóliga e psicanalista infantil.

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CoMPanheiroS de viaGeMNo livro “Pais e Filhos – Companheiros de Viagem, uma Educação Para a Felicidade”, Roberto Shinyashiki nos presenteia com um conselho ímpar: devemos, como professores e pais, ajudar nossos alunos e filhos a realizar suas próprias vocações, libertando-os de um sonho ou projeto de vida que não lhes pertença. É um livro para a família e os alunos, principalmente para aqueles que estão prestes a encarar os vestibulares e, consequentemente, para a família que vive tudo isso junto. Somos educados para o sucesso ou para a felicidade? Um problema filosófico bem pertinente para o momento de nossos alunos e filhos.

Marciel Colonetti, professor de Filosofia no Ensino Médio do Colégio Marista Paranaense - Curitiba (PR)

CanaL do enSinoVivenciamos e demonstramos o nosso jeito Marista de ser e de educar por meio da autonomia no desenvolvimento acadêmico de cada estudante, enfatizando a pluralidade de conhecimentos e investindo na capacitação dos nossos jovens de maneira significativa e produtiva. É nossa missão cotidiana fazer com que eles desenvolvam habilidades e competências que os realizem plenamente. O portal Canal do Ensino é uma ótima ferramenta, que pode auxiliar os jovens na busca por capacitação e conteúdos relevantes, tendo a internet como aliada.

Maira Bachmann Wroblewski, coordenadora psicopedagógica do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís - Jaraguá (SC)

o qUe qUero Ser qUando CreSCer?A incômoda pergunta "o que quero ser quando crescer?" requer a busca constante pelo autoconhecimento e por informações sobre cursos e carreiras. A família tem papel importante no envolvimento, na preparação e na execução das atividades da escola e de exames externos. O Maristão oferece ações como Orientação de Estudos, Feira de Profissões e Conexão Universidade e demais projetos que buscam orientar a caminhada. Uma boa dica é o Guia do Estudante Abril, que traz sempre conteúdos atuais, que podem ser úteis nos concursos vestibulares de todo o país.

Matheus kaiser Cabral Brandão, assistente psicopedagógico do Colégio Marista de Brasília - EM (DF)

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Treino Para a vida O filme “Coach Carter - Treino Para a Vida” traz a história de um treinador que decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às quadras. A história leva à reflexão além das quatro linhas e pode perfeitamente ser utilizada como suporte de orientação em busca do sucesso ou do acerto em decisões.

Fábio acencio, professor do Colégio Marista de Maringá (PR)

o eSTUdo e aS MÍdiaS diGiTaiSCom a liberação da rede wireless na escola, vários professores estão repensando suas aulas e projetos, integrando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em suas práticas docentes para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a avaliação por meio de aulas criativas, interativas e inovadoras.Por exemplo, produção de texto no Whatsapp, Plataforma Oxford para prática em Língua Inglesa, EDMODO para uma maior interação entre professor e aluno, ferramentas de autoria, dentre outros.

nelson Luiz Felipe Coelho, coordenador psicopedagógico do Colégio Marista Londrina (PR)

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Arte circense que se aprende na escola

A técnica circense trabalhada pela professora Patrícia durante as aulas foca a coordenação motora para crianças de 5 a 7 anos. A partir dos 10 anos, as crianças começam a ter um contato mais amplo com as técnicas. "Procuro trabalhar com as crianças menores os malabares, a cama elástica e o slackline, pois eles ajudam a desenvolver o equilíbrio, a coordenação motora e psicomotora, além da autoconfiança. Com os maiores, conseguimos ousar um pouco mais nas acrobacias em tecido", afirma Patrícia.

Dentre os benefícios oferecidos pela prática estão o favorecimento da força e a valorização do trabalho em equipe, fazendo com que alguns alunos que antes eram tímidos comecem a se "soltar". "Temos relatos de pais e professores que dizem que o aluno era tímido, retraído, e que com as aulas de circo, começou a socializar mais com os colegas e também em casa", conta a professora.

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Tatames, bolas, pratos de plástico, malabares, tecido. Os itens descritos bem podiam representar um legíti-mo picadeiro, e é exatamente isso que acontece no ginásio de esportes do Co-légio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR): aulas de circo.

Há cerca de 3 anos, a unidade ofere-ce aos seus alunos a modalidade como atividade extracurricular. "A aposta nas

aulas de circo deu tão certo que, atual-mente, além dos 45 alunos matricula-dos, temos outros 20 em fila de espera", diz o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares, Anderson Retechuki.

Atualmente, 45 alunos entre 7 e 17 anos participam das aulas que acon-tecem no contraturno escolar uma vez por semana, durante 50 minutos.

Atividade extracurricular privilegia

o contato com a arte do circo, proporcionado

aos alunos o desenvolvimento motor,

a convivência e o trabalho em equipe

Por Janaína Fogaça

Tudo começou em 2010, quando a professora Patrícia Dal Molin apresentou o projeto para a direção do Colégio. "Queria apresentar uma proposta nova, de algo que fosse criativo, interativo e diferente. Então, aliei duas paixões: o circo e as aulas", conta a professora, que traz consigo uma bagagem circense, pois a sua avó fazia apresentações no picadeiro quando jovem.

Em 2001, Patrícia engravidou, e a rotina das aulas de Educação Física ficou comprometida. "Eu não podia mais exercer as atividades que exercia anteriormente, como a ginástica e a capoeira, foi um momento de adaptação para mim, então, aproveitei os sábados para praticar as atividades circenses e aos poucos ir retomando a rotina", diz a professora, que se orgulha ao mencionar que o filho, de apenas 3 anos, já está iniciando nas atividades circenses.

Oferecida como opção de atividade extracurricular, as aulas circenses vêm ganhando espaço por engajarem crianças e adolescentes em exercícios físicos de forma lúdica e estimularem a concentração, a disciplina, a expressão corporal e o trabalho em equipe, incluindo a confiança em si mesmos e nos colegas. Em Curitiba, além do Colégio Santa Maria, o Marista Paranaense também oferece a atividade.

a neCeSSidade de Ser CriaTivo

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diversão

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A estudante do 8º ano do Ensino Fundamental Larissa Serbena estava em busca de uma atividade complementar diferente quando soube das aulas de circo oferecidas pela Escola. "Eu quis saber o que exatamente a atividade oferecia. No início, achei que era mais voltada para a parte de clown (palhaços), mas quando eu vi que tinha atividades em tecido, eu achei muito legal e quis me inscrever", conta a estudante.

Em seguida, Larissa convidou a melhor amiga e colega de classe, Giulia Pizzatto, a se inscrever. A relação de amizade e companheirismo entre as duas é nítida e fica mais evidente quando elas desenvolvem atividades juntas. O tecido é a paixão de ambas, e para chegar lá no alto, Larissa conta com a ajuda de Giulia e vice-versa. "Nós nos conhecemos desde os 3 anos de idade, e de um ano para cá, somos amigas inseparáveis. A atividade de circo é algo de que nós duas gostamos muito e costumamos nos ajudar nas acrobacias. Acho fundamental poder ter com quem contar na hora em que estamos desenvolvendo essas atividades", diz Giulia.

Além do gosto pela atividade, as duas têm em comum a vontade de ir cada vez mais longe: "Cada vez que a gente consegue se sair bem em um exercício e consegue dominá-lo, tem vontade de partir para outros mais difíceis – inclusive, pesquisamos na internet exercícios que ainda não tenhamos feito e trazemos para a professora nos auxiliar", afirma Giulia.

A disposição e o interesse das meninas chamou a atenção da professora. Patrícia conta que Giulia e Larissa pedem para treinar até mesmo depois que aulas acabam. "Normalmente, a aula delas acaba por volta de duas horas da tarde, mas elas pedem para ficar um pouco mais. É gratificante saber que consegui despertar nelas essa vontade e a paixão por esse esporte", conta, emocionada, a professora.

No início, os pais ficaram um pouco preocupados com a ousadia das meninas e a vontade de ir cada vez mais fundo no esporte. "Meus pais achavam perigoso, mas hoje já estão mais confiantes. Toda vez que conto para a minha mãe que aprendi um exercício diferente, que envolve acrobacias no tecido, ela fica apreensiva", conta, entre risos, Giulia.

Quando perguntadas se pretendem seguir carreira na ginástica ou em atividades relacionadas ao circo, as duas garotas são enfáticas: "Talvez como uma atividade paralela, mas meu sonho é ser médica", diz Giulia. "E o meu é ser arquiteta", completa Larissa.

CoMPanheiraS de aCroBaCia

A modalidade tem custo simbólico para os participantes. O investimento maior se dá pela Instituição ao adquirir os equipamentos, mas para quem pratica a modalidade, além do interesse e da força de vontade, são necessários os seguintes itens:

l Calça leggingl Camisetal Colant para apresentaçõesl Sapatilha de ginástica rítmica desportiva

Quanto aos acessórios a serem adquiridos pelas Instituições, são necessários malabares, que custam por volta de R$ 200; tecido, R$ 250; trapézio, R$ 600; e lira, R$ 250.

inveSTiMenTo

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Lei da Palmada

olhar

Em primeiro lugar, temos que definir o que vem a ser uma palmada: como o próprio nome sugere, é o ba-ter com a palma da mão. Quem já levou uma palmada quando criança de seus pais por algo de errado que te-nha feito e sente-se “traumatizado” por isso? Difícil en-contrar um exemplo.

Estamos falando aqui daquela “palmada corretiva”, quando os argumentos verbais já foram explorados e es-gotados sem efeito e os pais sentem-se “obrigados” a partir para uma intervenção física para que a criança entenda de uma vez por todas o que está sendo pedido ou ordenado.

Existe sempre a “tática do 1... 2... 3!” antes de bater, que consiste em dizer para a criança que ela está fazen-do algo errado e deve parar imediatamente. Você conta-rá até três pausadamente: caso ela não tenha parado no três, levará uma palmada. Dessa forma, está sendo ad-vertida verbalmente e tem a chance de evitar um possí-vel castigo mais severo se não obedecer, tendo a escolha de parar o que está fazendo para não apanhar.

Geralmente, elas param antes do três e não é preciso bater. Mas nem todas são tão fáceis de lidar. Há aque-las que insistem em provocar e testar os limites dos pais achando que não acontecerá nada demais, e quando levam a palmada, param instantaneamente, como se a ficha da autoridade dos pais caísse naquele momento, forçando-as a obedecê-los.

Estamos falando, aqui, de crianças pequenas, até seus 5 ou 6 anos, algumas um pouco mais. E a palmada é pontual, funcionando como um “basta” ao comporta-mento a ser corrigido. Nada que deixe marcas no corpo, ou que seja humilhante (como tapa no rosto, inadmis-sível). Totalmente diferente de surras, em que os pais muitas vezes utilizam objetos para bater nos filhos, dei-xando, aí sim, marcas visíveis da violência empregada.

O Estatuto da Criança e do Adolescente condena o uso de maus tratos contra tais vítimas em sua educação, apenas não definindo se são físicos ou morais. A nova lei deixa expresso que não se pode usar “castigo corpo-ral” contra crianças e adolescentes, embora a “palmada corretiva” ainda seja permitida, ao contrário da “palmada agressiva”. Mas quem definirá o limite entre o corretivo e o agressivo? Esse critério é extremamente subjetivo, o que, certamente, dará brecha para inúmeras interpretações.

Aí pergunto: como ficam os maus tratos verbais e emocionais contra os menores, que podem ser de longe mais traumatizantes para os futuros adultos, que prova-velmente crescerão com marcas psíquicas profundas e, por vezes, incuráveis? Quanto aos aspectos práticos e à eficácia, como prevenir os maus tratos ou o tratamento degradante e cruel quando a lei não prevê sequer pena ao infrator?

Talvez essa lei seja útil apenas para trazer o assunto à baila e provocar discussões, forçando-nos a olhar para os inúmeros casos de violência doméstica que acontecem ro-tineiramente em grande parte das famílias brasileiras.

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Marina vasconcellos é psicóloga pela

PUCSP; especialista em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes

Sapientiae; psicodramatista

didata pela Federação Brasileira de

Psicodrama (FEBRAP); e terapeuta familiar

e de casais pela Unifesp.

Questionamentos sobre a

Assunto polêmico esse. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?

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Encontrea MPBna internet.

www.lumenfm.com.brAcesse o novo site:

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Aprendizado virtualAntes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidadesPor Mahani Siqueira

Por muito tempo, eles foram vistos como inimigos da saúde, causadores de episódios frequentes de mau com-portamento, incitadores de atos vio-lentos e perigosos para a formação de qualquer criança ou adolescente. Hoje, os games assumiram um novo papel e, embora ainda despertem alguma desconfiança aqui ou ali, po-dem ser poderosos instrumentos no processo educativo.

A NeuroGames é uma iniciativa que comprova as inúmeras utilidades que os jogos virtuais podem ter para trazer diferentes benefícios. A empre-sa, que tem como principal área de atuação o desenvolvimento de ferra-mentas para saúde com foco na edu-cação, já elaborou jogos em parceria com universidades federais e inter-nacionais e, atualmente, cria games capazes de detectar precocemente habilidades cognitivas e socioemo-cionais de crianças e adolescentes. Segundo Thiago Rivero, neuropsicó-logo e um dos fundadores do projeto, são várias as habilidades necessárias na hora de comandar o joystick.

“Todos os games exigem o desem-penho de habilidades cognitivas e socioemocionais. Quando jogamos,

atenção, memória, controle do im-pulso, tomada de decisão, gerencia-mento de habilidades sociais e outras tantas são requisitados. Por meio dos jogos, provocamos o uso dessas funções e, assim, podemos construir ferramentas de avaliação e estimula-ção das habilidades cognitivas. Com isso, podemos conhecer melhor as habilidades dos jogadores e, desse modo, construir, por meio da nossa plataforma e de nossa metodologia, intervenções que sejam ‘adaptadas’ e costuradas para as dificuldades e ca-racterísticas individuais de cada um”, comenta Rivero.

“Crianças e adolescentes enten-dem a linguagem simbólica e profun-da dos games. Isso nos permite falar diretamente e, principalmente, nego-ciar e explicar o que queremos. Com games, não é possível ser indulgente com as crianças. Elas sabem jogar e jo-gam bem; portanto, precisamos criar desafios e formas de avaliá-las que sejam motivadores e que tenham sen-tido. Os games são máquinas eficazes de aprendizado, e quando as crianças decifram seus códigos e suas formas de atuação, elas aprendem”, comple-menta o psicólogo da NeuroGames.

Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUCSP, a interação com os games pode despertar nas crianças uma série de habilidades, desde que sejam escolhidas as op-ções corretas e que os pais acompa-nhem o que os filhos têm em mãos. “Todos os games podem ser positivos de alguma maneira. As opções de guerra, por exemplo, exigem muita estratégia. Mas é importante ter sem-pre em mente qual é o interesse do jo-vem naquele jogo e saber como ele vê essa diversão”, analisa Luciana.

Gerente de inovação e novas mídias da Editora FTD, Fernando Fonseca re-vela que a empresa já enxerga as plata-formas digitais e os momentos de la-zer como potenciais ferramentas de aprendizado que podem ser integra-das com os livros. Segundo ele, assim também é possível fazer com que o estudo seja mais divertido e prazero-so. “Não há dúvida de que os jogos permitem criar uma experiência de ensino e de aprendizagem mais moti-vadora para todos, capaz de obter re-sultados superiores ao que, em geral, o professor consegue com outras estra-tégias”, finaliza Fonseca.

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