Cur So Cm Guimaraes

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1 Associação de Universidades “Grupo de Montevidéu” – AUGM Seminário Da História à Arqueologia: Escravismo e Mineração Colonial. Professor: Dr. Carlos Magno Guimarães do Laboratório de Arqueologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais – Brasil Data: Lunes 30 noviembre al lunes7 de diciembre de 2009 De 13.30 a 18hs Duração: 25 horas Local: Facultad de Filosofia y Letras de la Universidad de Buenos Aires

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Associação de Universidades “Grupo de Montevidéu” – AUGM

Seminário

Da História à Arqueologia: Escravismo e MineraçãoColonial.

Professor: Dr. Carlos Magno Guimarãesdo Laboratório de Arqueologia da Faculdadede Filosofia e Ciências Humanas daUniversidade Federal de Minas Gerais – Brasil

Data: Lunes 30 noviembre al lunes7 de diciembre de 2009De 13.30 a 18hs

Duração: 25 horas

Local: Facultad de Filosofia y Letras de la Universidad de Buenos Aires

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Introdução

O desenvolvimento de algumas das ciências ou áreas do conhecimento que tratam das

sociedades humanas tem se dado mediante um processo através do qual elas manifestam

atração e/ou repulsão entre si dependendo dos contextos e de seus desenvolvimentos

específicos.

É o que se pode perceber na trajetória que colocou frente a frente a Arqueologia e a

História. Se na sua fase comumente identificada como “clássica” a Arqueologia

estabeleceu um diálogo intenso com a História; em momento posterior, da denominada

arqueologia processual, ocorreu um afastamento e uma maior aproximação com a

Antropologia.

A perspectiva que orientou a concepção deste seminário partiu da interação possível e

necessária entre História e Arqueologia, e busca as contribuições que ambas podem dar

para o entendimento de alguns aspectos das formações sociais, em suas trajetórias

históricas. Embora o foco da abordagem esteja voltado para a sociedade brasileira, está

contemplada a possibilidade de comparação com outras realidades e processos

históricos. Buscam-se as possibilidades que se abrem para a Arqueologia Histórica

quando ela se utiliza de fontes como os documentos escritos, a iconografia antiga, os

relatos de viagem, a fotografia, a tradição oral etc.

O seminário vai se desenvolver através de dois grandes eixos temáticos que apresentam

conexões, percebidas na sua abordagem ao longo do tempo e/ou em contextos

específicos: o Escravismo e a Mineração Colonial. Cada um dos temas será tratado

partindo de uma base teórica (histórica) desembocando em uma exposição de resultados

possíveis ou já apresentados pela Arqueologia. Assim a base teórica vai apresentar o

tema através de alguns pontos que permitam sua compreensão e posicioná-lo diante de

dados obtidos pela Arqueologia.

O grande objetivo que orienta a proposta deste seminário é a possibilidade de estar

discutindo com alunos/pesquisadores de um outro universo acadêmico, questões de

natureza teórico-metodológica com vistas à ampliação do debate e do intercâmbio de

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idéias/experiências. Em uma perspectiva mais duradoura; podendo estimular inclusive o

intercâmbio de alunos de pós-graduação entre as duas universidades envolvidas.

Em outro nível coloca-se a oportunidade para compartilhar os resultados atingidos

pelas pesquisas do Laboratório de Arqueologia da Faculdade de Filosofia e Ciências

Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais-Brasil.

Programação

Unidade I – O Escravismo Colonial e a Rebeldia Escrava

O Escravismo foi a base da sociedade brasileira por três séculos e meio imprimindo a

ela os traços de sua estruturação e dinâmica. Em que pese esta longevidade isto não

significou uma postura passiva por parte da população escrava. Desde o início

diferentes formas de inconformismo e contestação foram desenvolvidas contra a ordem

social escravista; gerando uma instabilidade constante que se expressava através de

diferentes fenômenos.

Os quilombos – comunidades formadas por escravos fugidos – foram uma das

modalidades de rebeldia que deixaram tanto vestígios arqueológicos quanto

comunidades remanescentes que são, hoje, objeto de tratamento especial previsto na

(atual) Constituição Brasileira.

Nesta unidade busca-se uma visão do Escravismo Colonial (Moderno) a partir da

natureza do Ser-escravo, e da sua utilização nos diferentes ramos da atividade

econômica. Também serão discutidas a natureza da escravidão e do Escravismo; o

Escravismo Antigo e o Moderno; a diversidade do trabalho escravo e das formas de

rebeldia, bem como os mecanismos de repressão.

A bibliografia proposta permite uma abordagem cujo enfoque, mais amplo ou mais

estreito,vai do mundo ocidental às áreas coloniais específicas do continente americano.

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Bibliografia

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18. KULIKOFF, Allan. Tobacco and Slaves: the Development of Southern Cultures in the

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27. SYMANSKI, Luis C. P. O Domínio da tática: práticas religiosas de origem africana nos

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29. WADE, Richard C. Slavery in the Cities: the South 1820-1860. Oxford: Oxford

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33. YENTSCH, Anne Elizabeth. A Chesapeake family and their slaves: a study in historical

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Unidade II – A Mineração e a Sociedade Colonial

A orientação mercantilista da colonização brasileira fez com que, desde o início, a busca

por metais e pedras preciosas fosse uma atividade recorrente.

Nos últimos anos do século XVII a descoberta do ouro na região central do Brasil fez

com que a colonização se deslocasse do litoral para o interior promovendo a ocupação

de amplas regiões e o surgimento de uma sociedade com características peculiares.

Foi uma sociedade marcada por grande diversidade tanto étnico-cultural quanto de

categorias sociais; por conflitos de toda natureza; e pela interação acentuada entre um

universo rural e um intenso processo de urbanização, cujas conseqüências ainda se

fazem presentes.

A mineração, embora não fosse a única, era a atividade nuclear tendo deixado uma

imensa quantidade de vestígios arqueológicos que permitem compreendê-la, tanto do

ponto de vista técnico quanto de sua inserção na dinâmica social. Neste ponto a

Arqueologia ocupa uma posição privilegiada pelos resultados que pode atingir.

Nesta unidade serão abordadas, inseridas no contexto colonial mercantilista, as técnicas

utilizadas na atividade minerária, a diversidade da estrutura social e algumas das formas

de contestação da ordem colonial.

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Bibliografia

34. ALVAREZ, Roberto Arce. Desarrolo Econômico e Histórico de La Minería em

Bolívia.La Paz : 2003 (p.3-80).

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39. BURNHAM, Barry and Helen (eds). Dolaucothi-Pumsaint:survey and excavations at a

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económica de la minería chilena,siglos XVIII-XIX. Santiago: LOM Ediciones,

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Unidades Aula n° Textos

1-4 05-14-08-09-19-20-24-26-27

5-8 30-31-32-33-06-08-11-22-23Escravismo e

Rebeldia Escrava

9-12 02-03-12-13-15-16-17-28-29-30

13-16 47-44-45-51-42

17-20 37-35-38-40-48Mineração e

Sociedade Colonial

21-24 34-50-41-43-52