Cultura económica e social

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Cultura Económica e Social Economia como ciência -> a economia é entendida como a ciência das riquezas Riqueza = Bem Material A economia como ciência ou teoria económica compreende: Conhecimento rigoroso Conhecimento sistemático (progressivo) Princípios simples e de aplicação geral A economia enquanto Ciência Humana e social O objecto de estudo da Ciência Económica são os fenómenos sociais – O ser Humano 1. Estudo das pessoas e das sociedades 2. Estudo dos fenómenos sociais interligados com conceitos como a escassez e a escolha. Semelhanças com outras ciências Humanas: Psicologia Sociologia Antropologia Economia e Política A economia e a política estão fortemente dependentes, sendo a política um exercício de poder e de governação que exerce uma forte influência sobre a economia de um país. Economia e Geografia Os aspectos geográficos influenciam a vertente económica de um país como: Recursos produtivos de cada região Localização relativa à costa Localização de empresas Custos de transporte Efeitos da poluição Aglomerações urbanas

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Cultura Económica e Social

Economia como ciência -> a economia é entendida como a ciência das riquezas

Riqueza = Bem Material

A economia como ciência ou teoria económica compreende:

Conhecimento rigoroso

Conhecimento sistemático (progressivo)

Princípios simples e de aplicação geral

A economia enquanto Ciência Humana e social

O objecto de estudo da Ciência Económica são os fenómenos sociais – O ser

Humano

1. Estudo das pessoas e das sociedades

2. Estudo dos fenómenos sociais interligados com conceitos como a escassez e

a escolha.

Semelhanças com outras ciências Humanas:

Psicologia

Sociologia

Antropologia

Economia e Política

A economia e a política estão fortemente dependentes, sendo a política um

exercício de poder e de governação que exerce uma forte influência sobre a

economia de um país.

Economia e Geografia

Os aspectos geográficos influenciam a vertente económica de um país como:

Recursos produtivos de cada região

Localização relativa à costa

Localização de empresas

Custos de transporte

Efeitos da poluição

Aglomerações urbanas

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Mão invisível:

Adam Smith defendia

que a economia devia

regular-se sozinha,

sem a intervenção do

estado

Economia e Sociologia

Aspectos a considerar:

Estudo sistemático do comportamento social do individuo, estudo dos

grupos, da divisão da sociedade em classes, da mobilidade social, da

competição e conflito social.

Mobilidade social pode ter como interferências:

Educação

Saúde

Transportes

Políticas salariais

Período Clássico

Para além dos indivíduos agirem basicamente em proveito próprio, vigora a

concorrência de uma forma espontânea, tentando garantir a afectação eficiente

dos recursos e produção sem que exista um excesso de lucros (ideia da “mão

invisível” de Adam Smith).

O Estado para além das suas funções (manutenção da

segurança militar, administração da justiça), intervêm ao

nível da economia quando o mercado deixa de funcionar

em condições satisfatórias, isto é, quando não se

verifica a livre concorrência.

Na Teoria Clássica a economia concorrencial, com oferta

de cada bem e de cada factor de produção, tende a

igualar a procura, sendo que o factor determinante para esse equilíbrio entre a

oferta e a procura reside nos preços.

A base desta escola contribuiu para o conhecimento da utilidade de um bem e

da sua escassez.

Adam Smith defendia:

O trabalho como o principal factor de produção

É o trabalho que determina a prosperidade da nação em

detrimento da posse de ouro e prata

Ênfase no processo produtivo vindo da Revolução Industrial

Factor de produção Produto

Valor Trabalho Valor

Trabalho

Terra

Salários

Lucro e juros

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No final de todo o processo os Valor dos Factores de Produção igualam-se ao

Trabalho

Revolução Keynesiana:

Surge numa conjuntura de colapso económico – Big Crash (1929), Keynes

apresenta uma teoria que visa colmatar a crise.

Conjuntura:

1.Elevado número de desempregados

2.Escassez da procura

3.Estagnação da economia

Princípios

1.Dinamização económica por parte do estado

2.Estado como incentivador de emprego e da procura

3.Activação da economia pelo consumo

4.A valorização do dinheiro possibilita a captação de recursos, para empréstimo

aos investidores

5.Este investimento irá proporcionar emprego, aumentando o consumo

Economia Tradicional:

É o modo mais antigo e mais comum de resolver problemas de ordem

económica – tradição.

Nas sociedades tradicionais, as pessoas utilizam os métodos de produção e

distribuição cuja origem remota a um passado distante e aceites ao longo de

tentativa e erro. Os usos e costumes são por vezes fruto de superstições e

crenças religiosas. Existe a ideia de que se os padrões de vida e o trabalho

sofrerem um desvio as pessoas podem sofrer algum azar.

A divisão da terra era feita entre as famílias da aldeia ou da tribo, os

períodos de plantação e colheitas, a selecção das culturas e os modos de produção

eram distribuídos pelos diferentes grupos.

Os processos de trabalho não são alterados, isso poderia ser entendido

como uma afronta aos antepassados, ou ofensa aos Deuses.

Os problemas fundamentais não são susceptíveis de discussão, já o foram em

tempos. É seguido um caminho à nascença, o filho segue os passos do pai, utiliza a

mesma técnica e os mesmos instrumentos.

Questões como:

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O quê? e Como? – São resolvidos pela utilização da terra e pelos recursos de cada

família e processos tradicionais, de acordo com o lugar de cada um na estrutura

social.

Para quem? – São seguidos os processos de partilha das colheitas e da caça. Os

mais velhos, os chefes de família, as mulheres e crianças recebem uma parcela de

acordo com os costumes.

Economia de Mercado:

Economia de Mercado -> Sistemas de concorrência pura, sem interferência do

Estado

Conjunto de ideais políticos e sociais que favorecem a máxima liberdade económica

sem a intervenção do Estado, dedicando-se este a actividades como a defesa e

relações exteriores.

Princípios:

1.Propriedade privada

2.Liberdade de escolha e liberdade de empresa

3.Interesse pessoal como motivação dominante

4.Concorrência

5.Confiança no sistema de preços

6.Papel limitado do estado

Características:

• Excesso de oferta

•Formação de Stocks

•Redução de preços - equilíbrio

•Laissez-faire, os problemas económicos (o quê e quanto como e para quem?) são

resolvidos pela mão invisível (preço – equilíbrio de mercados)

•Excesso da procura (escassez da oferta)

•Tendência dos preços a aumentar - equilíbrio

O que produzir: decidido pelo consumidor

Quanto: determinado pelo ponto de equilíbrio

Como: eficiência produtiva

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Para quem: Decidido pela Procura, Oferta e Factores de Produção

Princípios deste Liberalismo: o mercado deve-se preocupar com questões de

segurança, deixando as questões económicas para as empresas.

Principais criticas:

Exagerada simplificação

Os preços podem variar não pelo mercado mas por outros factores:

Sindicatos,

Poder de monopólios na formação de preços

Intervenção do governo, ao nível dos impostos, subsídios.

Falha na distribuição de recursos, a produção de alguns produtos poderá se

prejudicial (externalidades )

O sistema de mercado é também designado de livre-empresa ou sistema

capitalista.

1. Propriedade privada: principio fundamental do capitalismo, os indivíduos têm o

direito de possuir, controlar e dispor da terra, dos edifícios, das máquinas e

respectivos recursos naturais ou recursos produzidos pelo homem. Tudo o que seja

produzido pelo homem como estaleiros e fabricas é considerado capital. A riqueza

pessoal está na capacidade de transformar algo em moeda. Como o trabalho, por

exemplo, sendo este também para adquirir bens produzidos por outros. Embora os

recursos não humanos possam ser propriedade privada os “serviços de trabalho”

têm de ser comprados.

2. Liberdade de escolha e liberdade de empresa: os indivíduos têm a liberdade de

comprar ou arrendar recursos económicos para produzir ou vender os seus

produtos em mercados à escolha. Os trabalhadores possuem também a liberdade

de “entrar ou sair” de qualquer ocupação.

Por ultimo, os consumidores têm liberdade de gastar os seus rendimentos da forma

que considerarem mais conveniente, está é a liberdade mais importante. O

consumidor é considerado soberano sobre as suas escolhas. No modelo capitalista

os produtores tentam colmatar as necessidades e preferências dos consumidores.

3. Interesse pessoal: sendo que um dos princípios do capitalismo, o facto de os

consumidores terem liberdade de escolha, os agentes económicos tentam fazer o

melhor para si. As empresas tentam obter o máximo de lucro, os proprietários de

terra e de capital empregam os activos como forma de conseguirem elevada

rentabilidade, e os trabalhadores procuram regiões que oferecem salários mais

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elevados. Segundo Adam Smith o egoísmo de cada um maximiza o interesse

colectivo.

4. Concorrência: a concorrência ou rivalidade económica é outra característica. Os

economistas vêem-na através dos preços. Este sistema pressupões que para cada

bem existam vários compradores e vendedores. Cada um, por si só, não exerce

qualquer influencia, no entanto é a acção da procura total e da oferta total que

determina os preços, cada comprador ou vendedor tem que tomar esse preço como

um dado, escapando ao seu controlo. Teoricamente a concorrência é o regulador do

capitalismo.

5. Mercados e preços: as decisões dos produtores determinam a oferta de uma

mercadoria, enquanto que as decisões dos compradores determinam a procura, esta

interacção determina o preço. As variações da procura e da oferta conduzem a

variações de preços. Estas variações influenciam o modo como as sociedades

utilizam os recursos económicos.

Ex. quando a procura é superior à oferta ao preço corrente, cria-se uma situação

de escassez e os preços sobem. Esta súbita torna a produção mais lucrativa.

Outra função importante dos preços é o facto de actuarem como um

mecanismo de racionamento. Quando a oferta é insuficiente para satisfazer a

procura ao preço existente, o preço sobe e continua a subir até a quantidade

procurada ser igual à oferta existente, logo aqueles que não conseguirem pagar

esse preço, são colocados fora do mercado.

O preço atribui os bens escassos àqueles que os podem pagar. Se a oferta

excede a procura o preço desce aumentando o número de compradores.

Economia Positiva

Tem como principal objectivo descobrir e teorizar determinado aspecto da

realidade, preocupando-se com factos, e a forma como eles surgem e se

desenvolvem na economia

Nesta analise não estão incluídos juízos de valor, sobre o que será benéfico

ou não.

Questões exemplo:

Qual o impacto dos computadores na produtividade de uma empresa?

Porque razão os médicos ganham mais do que os porteiros?

Economia Normativa

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Pretende estudar como os factos deveriam ser, de que forma a realidade

económica poderá ser alterada em função de objectivos previamente

estabelecidos, formando-se desta forma juízos de valor.

Para que se possa aplicar a Economia Normativa, terá de existir um grande

conhecimento sobre os princípios da Economia Positiva para que haja uma intuição

de prováveis efeitos que resultem de acções ou medidas tomadas no âmbito da

Politica Económica.

Questão exemplo:

Deve o desemprego aumentar para assegurar que a inflação não acelere?

Não existem respostas certas ou erradas, apenas podem ser debatidas

politicamente, e não unicamente através de uma análise económica.

Em suma:

Existe nos Princípios Positivos e Normativos uma estreita relação de

interdependência, apesar das suas diferenças. A Economia Normativa não pode

prescindir dos esquemas e dos avanços descritos pela Economia Positiva.

São dois os Princípios Básicos da Economia, que constituem a base da

abordagem económica e os elementos que caracterizam a economia relativamente

ás outras ciências, sendo com base nestes princípios que os resultados económicos

surgem.

Principio da racionalidade: ou do “interesse próprio” (Adam Smith),

significa que cada individuo procura escolher o que considera mais adequado,

evitando racionalmente o desperdício. A economia enquanto ciência trata a forma

como cada individuo toma uma decisão e os meios que utiliza para a realizar.

Principio do equilíbrio: deriva do Principio da Racionalidade, isto porque entende

que os mercados têm a função de equilíbrio, verifica a comunicação e interacção

entre as decisões racionais dos diferentes agentes. As decisões dos agentes

quando confrontadas combinam da melhor forma.

O que este principio transmite é o facto de quando as partes decidem a

favor dos seus objectivos, que essas decisões em cadeia sejam tomadas de uma

forma racional.

Em suma:

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A verificação do Principio do Equilíbrio é mais complexa do que a do

Principio da Racionalidade, uma vez que compreende a interacção dos diferentes

agentes com objectivos também diferentes.

É a partir destes dois Princípios que surge a base teórica da Economia, para

atingir objectivos é necessário que as leis económicas determinem quais as

decisões racionais a ter em atenção ou qual o ponto de equilíbrio.

Fronteiras das Possibilidades de produção

Impossível

Não estar a

maximizar os

recursos

disponíveis

Custo de oportunidade -> o que se

perde na escolha