Cultura e Folclore Paulista [Biblioteca Virtual]

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    CIDADANIA LEGISLAO E GOVERNO SO PAULO TEMAS DIVERSOS TURISMO PROJETOS SOCIAIS ESPECIAIS

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    A maior parte das expresses da cultura tradicional paulista tem suas razes,

    fundamentalmente, em trs grandes vertentes: a portuguesa, a africana e a

    indgena. Vale lembrar que cada uma das trs trouxe influncias dos vrios

    grupos sociais e tribos que as formaram. Mesmo a cultura portuguesa,

    aparentemente to nica, tambm fruto da mistura de vrios povos da

    Pennsula Ibrica. Aqui voc encontra informaes sobre festas e celebraes

    religiosas, folguedos e danas, gneros musicais, culinria e artesanato.

    Vale lembrar que grande parte dessas manifestaes no so exclusivas do

    Estado de So Paulo, pois ocorrem em outras regies do pas.

    Festas e devoes

    O calendrio das festas foi sendo organizado de acordo com a tradio catlica.

    So Paulo: CULTURA E FOLCLORE

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    Festas e devoes

    Danas e folguedos

    Culinria tpica

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  • As celebraes ocorrem em ciclos bem demarcados:

    - Ciclo natalino e de Reis: dezembro/janeiro

    - Ciclo carnavalesco: fevereiro/ maro

    - Quaresma e Semana Santa: 40 dias aps a Quarta-Feira de Cinzas

    - Ciclo do Divino: 50 dias aps a Pscoa

    - Ciclo Junino: junho

    s vezes, a preparao de grandes festas, em algumas localidades, como as

    festas de Reis e do Divino comeam bem antes da sua data de realizao. Essas

    fases preparatrias consistem de rituais que complementam de forma especial

    a festa propriamente dita.

    interessante ver que sempre existe uma mistura entre a devoo religiosa e

    festividade profana nessas celebraes. Ao mesmo tempo em que h rezas e

    procisses, tambm h muita festa, msica e danas.

    Festa dos Santos Reis (Folia de Reis)

    Tem como objetivo homenagear os Trs Reis Magos (Gaspar, Belchior e

    Baltazar), cujo dia oficial 6 de janeiro. O forte desta comemorao a

    presena das Folias de Reis, que so grupos devocionais - geralmente formados

    por homens - que representam a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. Assim

    como nas Folias do Divino, esses grupos visitam casas realizando cantorias e

    rituais de louvao, pedindo doaes para a festa. Os visitantes vm

    fantasiados, portando instrumentos musicais e uma bandeira, a qual

    recebida, logo na porta, pelo dono da casa. Este a conduz para dentro,

    passando-a sobre a cabea dos membros da famlia e por todos os cmodos, a

    fim de garantir a proteo divina. Alguns folies visitantes vm vestidos de

    palhaos (com mscaras, chapus com formato de cone, roupas coloridas e

    folgadas) e fazem o papel dos soldados do rei Herodes. As visitas, ou giros,

    acontecem entre os dias 24 de dezembro e 6 de dezembro.

    A festa ocorre em muitas cidades paulistas sendo que, por conta da presena

    expressiva de folias nas regies norte e noroeste do Estado, so realizados

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  • encontros de folias (s vezes, reunindo mais de 50 grupos). Essas festas so

    comuns em Altinpolis, Barretos, Ribeiro Preto, Votuporanga, entre outras.

    Seus organizadores procuram no coincidir que as festas de seus municpios

    com as de outros; o que em muitos momentos torna-se inevitvel. Por essa

    razo, realizam-se festas at o ms de maio, com interrupes pelo perodo

    quaresmal, estendendo-se at mesmo pelo segundo semestre.

    Folia de Reis, festa muito tradicional no interior de So Paulo (imagem por Pit Thompson, no Flickr)

    Festa de Iemanj

    Diferente da grande maioria das festas, cuja origem relaciona-se com o

    catolicismo, esta homenageia Iemanj, orix das religies afro-brasileiras, que

    representa a fora das guas do mar. Ela tambm associada, dentro do

    sincretismo religioso, Nossa Senhora da Conceio, cuja data comemorada

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  • em 8 de dezembro. As homenagens so realizadas durante o ms dezembro nas

    cidades litorneas de todo o Brasil, principalmente nas passagens de ano, onde

    as pessoas - vestidas de branco - jogam flores e presentes no mar. Em So

    Paulo, os rituais so realizados em Santos, So Vicente, Guaruj, Bertioga e

    Praia Grande.

    Festa de So Gonalo

    So Gonalo, tambm conhecido como Gonalo de Amarante, nasceu e viveu

    em Portugal. A festa em sua homenagem, originalmente no dia 10 de janeiro

    (dia de sua morte), chegou ao Brasil em princpios do sculo 18. O diferencial

    da festa a dana de so gonalo, uma espcie de pagamento de promessa ao

    santo, que pode durar horas. realizada, geralmente, em locais pequenos

    (como no interior das casas ou nos quintais), na frente de um altar com a

    imagem do santo. Os danarinos organizam-se em duas filas, encabeadas por

    dois mestre violeiros (folgazes). Alis, o santo padroeiro dos violeiros e

    tambm casamenteiros das velhas. A festa acontece em muitas cidade de

    So Paulo: Aruj, Nazar Paulista, Atibaia, Joanpolis, Lagoinha, Santa Isabel,

    Mogi das Cruzes, So Jos dos Campos, entre outras; no tendo uma data fixa

    para a sua realizao.

    Festa de So Benedito

    So Benedito considerado o padroeiro da comunidade negra no Brasil. As

    homenagens a ele so realizadas em datas diversas, conforme a tradio de

    cada regio. Ocorrem em Tiet, Itapira, Atibaia, Aruj, Guaratinguet e

    Aparecida. Nessas duas ltimas cidades, as festividades so bem movimentadas

    e as mais tradicionais do Vale do Paraba. Embora o dia de So Benedito seja

    comemorado pela Igreja Catlica em outubro, nessa duas cidades as festas em

    sua homenagem so realizadas por ocasio da Pscoa (em Guaratinguet, a

    festa no domingo de Pscoa e na segunda-feira; em Aparecida, dura cerca de

    uma semana). Ambas as cidades se enchem de visitantes, msica e cores. H

  • cavalarias, procisses, coroao de rei e rainha, execuo de moambiques e

    congadas, alm de barracas com comes e bebes.

    Festas do Divino

    Corresponde Festa de Pentecostes, onde se comemora a presena do Esprito

    Santo entre os apstolos, 50 dias aps a Pscoa. A devoo ao Divino Esprito

    Santo constitui-se em um dos fortes ncleos das devoes populares em vrios

    cantos do Brasil, inclusive em So Paulo, desde os tempos do Brasil Colnia.

    Originalmente, a festa consiste no estabelecimento de uma corte - o Imprio

    do Divino - com direito a escolha de um imperador. Serve-se o afogado, prato

    especial, que composto por carne de boi ensopada, arroz, feijo, farinha de

    mandioca e batata cozida. Os ingredientes vm das doaes recolhidas nas

    folias, que ocorrem bem antes da festa.

    As folias do Divino so grupos de cantadores que visitam as casas de fiis nas

    regies prximas, a fim de cantar louvores ao Esprito Santo e recolher doaes

    para a realizao da festa. No grupo h sempre um bandeireiro, encarregado

    de conduzir a bandeira do Divino, ilustrada pela pomba que simboliza o Esprito

    Santo. Muitas cidades paulistas realizam grandes festas que duram dias, como:

    So Luis do Paraitinga, Lagoinha, Nazar Paulista, Cunha, Mogi das Cruzes,

    Salespolis, Piracicaba, Tiet, Anhembi e Laranjal Paulista.

    Encontro dos Bateles

    No Mdio Tiet, no principal dia da Festa do Divino, acontecem os encontros

    fluviais das Irmandades do Divino em grandes bateles - os famosos Encontros

    de Bateles. Os bateles so grandes barcos capazes de transportar, em alguns

    casos, at 40 pessoas, impulsionados por varejes ou por remos. At pouco

    tempo levam os Irmos do Divino neles seguiam de pouso em pouso (os stios na

    zona rural que acolhem a bandeira/ folia, dando-lhes pernoite). Hoje ainda so

    muitos os pousos (os donos das casas recebendo os amigos e devotos do Divino

  • sempre com mesas fartas), mas os acessos, nem sempre, so feitos por

    barcos. No grande dia da festa, os barcos do rio abaixo se encontram com os

    do rio acima, em meio a revoadas de pombos e tiroteios preparados pelos

    fogueteiros artesanais.

    Festa de Santa Cruz

    No Brasil, a devoo e a festa de Santa Cruz (maior smbolo do cristianismo) foi

    trazida pelos jesutas e logo adaptada cultura indgena, como a insero da

    dana sarabaqu, visando a catequizao dos ndios. Para os guarani era

    santa curuzu e para os tupi santa curu. H sempre a presena de

    grandes cruzes (localizadas em locais centrais, como praas e em frente s

    igrejas), danas, cantorias ao som de violas; sendo que a festa dividida em 3

    partes: saudao, roda e despedida. A festa considerada uma das grandes

    contribuies dos jesutas e dos ndios para a formao cultural do Estado de

    So Paulo. comemorada no incio de maio (perto do dia 3), em cidades como

    Embu, Itaquaquecetuba, Brotas e Carapicuba (a mais famosa).

    Mais informaes em:

    - Festa de Santa Cruz em Carapicuba

    - Dana de Santa Cruz (texto de Alceu Maynard Arajo, publicado originalmente

    no Correio Paulistano, em 1920)

    Festa de Corpus Christi

    Corpus Christi vem do latim e quer dizer Corpo de Cristo. A celebrao foi

    criada pela Igreja Catlica, no sculo 13, para lembrar a presena e o sangue

    de Cristo, um dos sacramentos da Eucaristia. No tem uma data fixa e uma

    das festividades que giram em torno da Pscoa. celebrada na quinta-feira

    aps o domingo de Pentecostes, que por sua vez comemorado 50 dias aps o

    domingo de Pscoa.

  • A maior caracterstica dessa celebrao a confeco de tapetes coloridos e

    com desenhos que lembram a data- confeccionados com ptalas de flores,

    serragem tingida, vidro modo, casca de ovo, p de caf, entre outros

    materiais - que cobrem as ruas por onde passam as procisses. Os tapetes so

    feitos pela prpria comunidade e so um belo exemplo de trabalho colaborativo.

    A celebrao ocorre em Mato, So Manuel, Caapava, Santana do Parnaba,

    Taubat, So Luiz do Paraitinga, Taquaritinga e Capivari.

    Festas Juninas

    No h quem no conhea ou nunca tenha participado de uma festa junina.

    Extremamente populares em todo o Brasil, elas so homenagens a Santo

    Antnio (13/06), So Joo Batista (24/06) e So Pedro (29/06). Embora a

    parte festiva seja a mais clebre e executada em todos os lugares (inclusive nas

    grandes cidades e sobretudo em escolas e associaes) - com elementos

    tradicionais tais como fogueira, casamento caipira, quadrilhas formadas por

    danarinos carter, comidas tpicas e fogueira - a parte religiosa mais

    preservada em localidades rurais de cidades do Interior paulista.

    Em junho de 2007, a Biblioteca Virtual publicou um especial sobre as festas

    juninas, falando sobre suas origens, significados dos elementos mais

    tradicionais, entre outros aspectos.

    Festa de Bom Jesus

    Tambm realizada em vrias cidades paulistas, como Iguape, Trememb e

    Pirapora do Bom Jesus. Esta ltima a mais clebre do Estado e comemorada

    entre os dias 3 e 6 de agosto. Surgiu em homenagem ao aparecimento de uma

    imagem do Senhor Bom Jesus na regio, reunindo devotos e romeiros de So

    Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Alm da devoo religiosa, o encontro de

    tantas pessoas tambm propiciou reunies festivas regadas a competies de

    grupos de samba tradicional paulista (tambm chamado de samba de bumbo,

  • samba de pirapora ou samba caipira).

    Procisses das guas

    Alm dos encontros dos Irmos do Divino nas guas do Mdio Tiet (regio em

    que o rio volta de novo vida), observamos outras devoes semelhantes,

    estruturadas em grandes cortejos fluviais, lacustres e martimos de

    embarcaes variadas (barcos, bateras, ubs, botes, chatas, lanchas, balsas,

    bias). Busca-se com eles homenagear Bom Jesus, Nossa Senhora (dos

    Navegantes, do Livramento, do Rocio, do Patrocnio, Aparecida) e So Pedro.

    Ocorre em cidades litorneas como Canania, Iguape, Ilhabela, Ubatuba,

    Guaruj, So Vicente, e em outras como Botucatu, Diadema, Pindamonhagaba,

    entre outras.

    Festa da Carpio

    Ocorre, geralmente, por volta do dia 15 de agosto. Como o prprio nome diz, a

    celebrao tem incio com a limpeza do mato da rea do entorno da igreja

    local. Em seguida, recolhido um punhado de terra que, se colocado junto a

    alguma parte enferma do corpo (seja de pessoa ou animal), tem efeito

    curativo. Alm desse ritual, h festas e quermesses. associada Nossa

    Senhora da Carpio e Nossa Senhora do Bom Sucesso (ttulo que relembra o

    auxlio de Maria, me de Jesus, aos que desejam sucesso em seus tratamentos

    de sade e nos seus empreendimentos).

    Em So Paulo, ocorre em So Jos dos Campos (no bairro de Remdios e no

    bairro do Bom Sucesso) e em Guarulhos (no bairro de Bom Sucesso).

    Festa de So Cosme e So Damio

  • O dia dos santos gmeos Cosme e Damio - 26 de setembro para os catlicos e

    27 para outras religies - comemorado em diversas cidades paulistas.

    Considerados protetores das crianas, os santos so homenageados na tradio

    do catolicismo e da umbanda (que aqui so ibeji, divindades gmeas

    sincretizados em Cosme e Damio). So distribudos doces e brinquedos para as

    crianas.

    Festa de Nossa Senhora de Aparecida

    Ocorre por ocasio do Dia de Nossa Senhora (12 de outubro), muitas festas em

    homenagem ela ocorrem no Estado de So Paulo, sendo que a mais famosa

    a da cidade de Aparecida, no Vale do Paraba. Milhares de pessoas vo at

    Aparecida para participar das procisses e assistir aos espetculos que

    acontecem nesse perodo. Renem-se grupos de moambiques e as congadas e

    outras manifestaes folclricas.

    Recomenda das Almas

    Tambm conhecida como Arrecomenda das Almas ou Encomenda das Almas,

    uma devoo herdada de Portugal. Atravs de uma procisso realizada,

    geralmente, nas sextas-feiras da Quaresma, os penitentes rezam pela salvao

    das almas que esto no purgatrio. Os participantes, ou recomendadores,

    caminham pelas ruas, por volta da meia-noite, com a cabea ou mesmo o

    corpo cobertos por panos ou lenis brancos e segurando velas acesas. Alguns

    membros do grupo carregam um estandarte, uma cruz e matracas para alertar

    os moradores das casas. Rezam um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. Percorrem

    vrias casas, fazem questo que o nmero de casas seja impar. O fogo dentro

    das casas deve estar sempre apagado. Em muitas janelas esto colocados caf

    e comidas para os "recomendadores".

  • Trecho do documentrio Cantos da Terra, realizado em 2003, sobre um grupo de recomenda das almas em

    Pilar do Sul (SP)

    Romarias

    So um tipo de celebrao religiosa que tem como foco um tema catlico. So

    realizadas sempre em grupo, podendo ser a p, a cavalo, em veculos

    motorizados ou no. So organizadas em ciclos, de acordo com o dia de

    homenagem a algum santo ou simplesmente para pagar uma promessa. Alguns

    plos de atrao para as romarias so Aparecida, Iguape, Bom Jesus dos

    Perdes e Pirapora do Bom Jesus.

  • A Baslica Nacional est na cidade de Aparecida, na regio do Vale do Paraba. Essa localidade o destino de

    muitos grupos de romeiros, sobretudo na poca prxima ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de

    outubro.

    Danas e Folguedos

    A herana da cultura africana um trao muito forte nas danas tpicas

    realizadas em terras paulistas. Muitas danas so acompanhadas por msicas e

    cantorias ritmadas por batuques, termo que se refere a qualquer ritmo

    percussivo.

    Alm das danas propriamente ditas, existem os folguedos, que so encenaes

    com personagens, acompanhados por danas coreografadas e msica;

    geralmente executadas em festas de homenagens a santos ou comemoraes

    religiosas.

    Jongo

  • Folguedo que, embora no tenha data fixa para ser realizado, geralmente

    apresentado nas festas juninas, para homenagear So Benedito e para

    comemorar a data da Abolio da Escravatura (13 de maio). O tipo de

    coreografia mais comum o de roda, com a apresentao de um casal ao

    centro (s vezes perto de uma fogueira). Em algumas modalidades, lanado

    um enigma que precisa ser desvendado pelos participantes. Os instrumentos

    utilizados durante o folguedo so: tambores, chocalhos (chamados guai ou

    angia). As cantorias so chamadas de pontos. O jongo executado em

    Guaratinguet, So Luiz do Paraitinga, Pindamonhangaba, Cunha e Piquete.

    Cavalhadas

    Folguedo que ocorre durante as festas do Divino e em outras festas (at em

    feiras de gado e agrcolas). Trazida pelos europeus durante o perodo colonial,

    representa a luta entre os cristos e os mouros na Pennsula Ibrica. Na forma

    dramatizada, formam-se dois grupos com 12 cavaleiros cada. Os cristos

    vestem-se de azul e os mouros de vermelho; todos armados com espadas,

    garruchas e lanas e montados em seus cavalos. Nessas encenaes, os mouros

    sempre perdem a luta e so convertidos. A partir da, so realizadas

    competies equestres. H um tipo de cavalhada onde no existe mais a parte

    encenada. Em cidades como Franca e So Luiz do Paraitinga, a encenao

    ainda preservada. S no se pode confundir a cavalhada com a cavalaria de

    So Benedito, um tipo de cortejo a cavalo em honra ao santo, cujo evento mais

    conhecido o de Guaratinguet.

    Congada

    Tambm chamado de congado ou congo, um folguedo realizado, sobretudo,

    em comunidades afro-brasileiras, e que homenageia So Benedito, Nossa

    Senhora do Rosrio e Santa Ifignia. Algumas vezes apresentam-se na forma de

    danas e, em outras, na forma de dramatizaes de lutas entre grupos

    (fazendo referncia frica ou luta entre cristos e mouros), ao som de

  • cantorias e instrumentos como percusso, viola caipira, violo, cavaquinho e

    acordeo. Alguns associam a origem da congada s festas de coroao do Rei

    Congo, manifestao trazida pelos portugueses no sculo XV. Outros acreditam

    que tenha surgido nas festas dedicadas Nossa Senhora do Rosrio.

    Um dos grupos de congada mais famosos, em So Paulo, o Terno de Congada

    Chapu de Fita, do municpio de Olmpia (clebre tambm pelas iniciativas de

    preservao do folclore paulista). Os membros do grupo trajam chapus, feitos

    com compridas fitas coloridas que cobrem quase o corpo todo.

    Saiba mais sobre a congada no site Jangada Brasil.

    Moambique

    Dana-cortejo afro-brasileira que utiliza bastes e realizada em cidads do

    Vale do Paraba. Consiste em duas fileiras compostas por homens vestidos de

    branco e com chapus, que contm fitas ou medalhas de santos. Trazem ainda,

    no peito, fitas azuis (de Nossa Senhora) ou vermelhas (de So Benedito)

    cruzadas e guizos amarrados s pernas. A dana executada ao som de

    instrumentos como caixa (tambor pequeno), viola, sanfona, violo, cavaquinho.

    Os bastes, alm de fazerem parte do aparato, tambm servem para dar o

    ritmo. Junto aos msicos, ficam o rei e a rainha do moambique, que

    conduzem a bandeira do grupo, sempre com as figuras de So Benedito e Nossa

    Senhora do Rosrio.

    Saiba mais sobre o moambique no site Jangada Brasil.

    Caiap

    Folguedo formado por grupos (na maior parte, compostos por homens),

    fantasiados de ndios, e que se apresentam na foma de uma dana-cortejo,

    encenando o embate entre os bandeirantes e os ndios. Apesar da referncia

    indgena, no tem a ver com os caiaps, grupo indgena do norte do Brasil. No

  • Estado de So Paulo representado em poucas cidades, como So Jos do Rio

    Pardo, Piracaia e Ilhabela, no perodo carnavalesco.

    Samba de Bumbo/Samba-Leno

    So duas variantes do samba tradicional em So Paulo, considerados como os

    ancestrais do samba cosmopolita. Tambm so lembrados pelos nomes samba

    de pirapora ou samba caipira. Guardam traos que os aproximam do jongo e

    do batuque, seus parentes prximos e por muitos considerados como seus

    antecessores. O de Bumbo, tem como foco de aglutinao a Festa do Bom

    Jesus, em Pirapora. O Leno, a devoo familiar do grupo a So Benedito.

    Letras e melodias singelas e funcionais, algumas tradicionais, outras

    estruturadas de acordo com as circunstncias. executado, tambm, em

    Santana de Parnaba, Campinas, Rio Claro, Sorocaba, Itu, Atibaia e Franco da

    Rocha.

  • Trecho do documentrio Cantos da Terra, realizado em 2003, sobre um grupo de samba caipira em

    Quadra (SP)

    Catira/Cateret

    Catira e cateret so denominaes de nossas danas de sapateado, derivadas

    do antigo fandango portugus. Ponteiam todo o Estado, incluindo-se a grande

    So Paulo.

    O Cateret uma das danas mais genuinamente brasileira. de origem

    indgena, mas foi adaptada pelos jesutas para ajudar no processo da

    catequese. Trata-se de uma espcie de sapateado brasileiro executado com

    "bate-p" ao som de palmas e violas. Tanto exercitado somente por homens,

    como tambm por um conjunto de mulheres. Ocorre em festas familiares ou

    tradicionais, como a Festa do Divino, de Santa Cruz, etc, em diversas cidades

  • paulista como, por exemplo, Ibina.

    Trecho do documentrio Cantos da Terra, realizado em 2003, sobre um grupo de catira em Ibina (SP)

    A catira tambm foi abordada em nosso especial, de maro de 2010, sobre

    Msica Brasileira.

    Fandango

    Refere-se a alguns tipos de danas de grupos, cujo ponto de semelhana o

    bater dos ps, geralmente executado por homens. Geralmente, executado

    em duas alas, que ficam frente a frente, acompanhadas de violas, sanfonas e

  • pandeiros. No litoral sul de So Paulo, tambm costuma denominar bailes

    comuns, arrasta-ps. No litoral norte chamado de chiba.

    A seguir, apresentamos as caractersticas dos dois tipos mais conhecidos de

    fandango - o Fandango de Tamancos e o Fandango de Chilenas:

    Fandango de Tamancos - executado entremeando os fortes sapateados e

    palmeados com os queromanas, as modas que relatam aspectos da vida rural,

    com possibilidades para improvisos. O acompanhamento se d com p de bode

    (sanfona de oito baixos) e/ou violas. A maior caracterstica o uso de

    tamancos de madeira de laranjeira, cujos calcanhares possuem pequenas

    fendas que reverberam o som do sapateado. Sua origem vem da Pennsula

    Ibrica e servia de diverso nas pousadas dos tropeiros no interior paulista.

    Podemos ver exemplos dessa modalidade, dentro do Estado de So Paulo, em

    Olmpia, em Ribeiro Grande em Capo Bonito.

  • Trecho do documentrio Cantos da Terra, realizado em 2003, sobre o fandango de tamancos na cidade de

    Capo Bonito (SP)

    Fandango de Chilenas - As chilenas so esporas no dentadas, atadas botas

    dos tropeiros paulistas, tendo apenas a funo de enfeitar o calado e servir

    como instrumento de percusso, tal como um guizo, durante o sapateado.

    Tambm tem origem espanhola e era muito praticado pelos tropeiros. O

    sapateado acompanhado por violas, assim como outras modalidades de

    fandango. A dana lembra gestos e nomes que fazem referncia ao cotidiano

    dos tropeiros.

    Existem vrios grupos de fandango formados ao longo da rota do tropeirismo.

    Ocorre em Capela do Alto, Sorocaba e Tatu. O festival de Folclore em Olmpia

    tambm palco de diversas apresentaes de grupos.

    No site da Prefeitura de Capela do Alto, voc pode conferir mais informaes

    sobre a dana e saber como surgiu o grupo mais tradicional da regio, o

    Fandango de Chilenas Irmos Lara.

    Maculel

    Mistura de dana, luta e jogo de bastes, fruto da mistura da cultura africana

    e indgena. Acredita-se que tenha evoludo do cucumbi, antigo folguedo de

    negros.

    Dana de Fitas

    Um grupo de homens e mulheres ou um grupo de meninas (composio mais

    comum) realiza a coreografia em torno de um mastro, de cuja ponta pendem

    cerca de 12 fitas coloridas (geralmente vermelhas e azuis). Cada integrante do

    grupo segura uma fita e realiza uma dana parecida com uma quadrilha (ao

  • som de marchas ou polcas), girando ao redor do mastro, em zigue-zague, de

    forma a cruzar as fitas e formar um tranado.

    executada em Cunha, Natividade da Serra, So Luiz do Paraitinga, Ubatuba,

    Taubat, Cotia e Iguape.

    Dana de So Gonalo

    realizada em devoo a So Gonalo, fazendo sempre parte da festa em sua

    homenagem, e como forma de pagamento de uma promessa. Ao som de duas

    violas, os danarinos ficam enfileirados em pares e dirigem-se ao altar do

    santo. Ao chegarem na frente e fazerem a louvao, os pares logo vo indo

    para o final da fila at que todos faam isso.

    H em So Paulo duas formas distintas de dana devocional: o So Gonalo do

    litoral e o do interior. O do litoral acontece sempre ao som de violas, rabecas,

    cordas em geral e caixa, todo valsado e solene, sempre executada por pares.

    mais compacto, no durando mais de 15 minutos, acontecendo sempre em

    cumprimento de promessa, no incio dos bailes de stio e fandangos. danado

    em Cruzeiro, em Itu e em Porto Feliz.

  • Canto e Dana de So Gonalo no evento XIII Revelando So Paulo 2009 - Festival de Cultura Paulista

    Tradicional no Parque da gua Branca em So Paulo - SP

    Ciranda

    Originou-se da ciranda portuguesa e difundida em todo o Brasil, com algumas

    modificaes em relao dana original. Pode ser executada de forma

    autnoma ou integrando o conjunto de bailados do chiba/ fandango. Os

    danarinos se dispem em crculos duplos, aos pares (damas e cavalheiros) e de

    mos dadas, que vo girando e invertendo a ordem e os pares conforme a

    evoluo e a msica.

    Algumas formas de ciranda tambm so chamadas de cana-verde, dana do

    caranguejo e chimarrete. No Estado de So Paulo muito executada no litoral

    sul, em cidades como Bertioga, Guaruj, Canania e Ubatuba, e no interior

  • tambm.

    Dana de Pares

    So variadas as danas de pares, enlaados ou simplesmente de mos dadas,

    em uso em todo o Interior Sul e Vale do Ribeira. Muitas delas guardam ainda

    ntidos traos de sua origem nobre. Provenientes da corte europia, embalaram

    os sales da corte brasileira e continuam a animar os nossos bailes e festas

    populares. assim com os tchotes (carreirinha, marcado, simples, ingls), com

    a mazurca (simples e de quatro), com as vaneirinhas, o caranguejo, a palminha

    e tantas outras. H ocorrncia dela no municpio paulista de Silveiras.

    Dana de Santa Cruz

    A devoo Santa Cruz (Cruzeiro), originalmente introduzida pelos jesutas aos

    ndios, fixou-se de forma significativa na Grande So Paulo, Vale do Paraba e

    Comunidades da Mantiqueira. So muito numerosas as capelinhas de beira de

    estrada e stios que lhe so votadas e onde acontecem as rezas e significativas

    festas. A devoo se expressa com a dana de Santa Cruz - na realidade, uma

    sequncia de danas com que se sadam o cruzeiro principal e as cruzes

    enfeitadas de flores colocadas frente das casas.

    Culinria Tpica - as origens da alimentao paulista

    A base da culinria tpica do Estado de So Paulo carrega as caractersticas do

    incio do povoamento das terras paulistas, e foi fruto do encontro entre as

    culturas indgenas e europeias (atravs dos primeiros colonizadores

    portugueses). Ao longo dos sculos, influncias de outros povos foram

    agregando novas cores e sabores ao jeito de se alimentar de So Paulo.

  • Nos sculos 16 e 17 - ao contrrio das capitanias do litoral nordestino,

    enriquecidas com a produo do ento valorizado acar - a capitania de So

    Paulo (antes chamada de So Vicente) era muito pobre. Os colonizadores

    portugueses que se embrenhavam e fixavam residncia nas terras paulistas,

    acabavam incorporando os hbitos alimentares e agrcolas dos ndios, por bvios

    motivos de sobrevivncia. Os principais produtos paulistas, nessa poca, eram

    as farinhas (de mandioca, de trigo ou de milho). A farinha de mandioca, por

    exemplo, era o alimento preferido dos bandeirantes, pois era durava bastante

    tempo e era fcil de acondicionar; o que era timo para as suas longas

    expedies. Alm disso, os bandeirantes costumavam plantar feijo, abbora e

    milho durante o percurso para com-los no retorno de suas viagens ou mesmo

    para o benefcio de outros aventureiros.

    O milho era - e ainda - super importante na cultura alimentar paulista.

    Farinhas, canjicas, curaus e pamonhas... uma infinidade de produtos fazia

    parte da alimentao bsica.

    Outros itens muito frequentes nos hbitos dos primeiros paulistas: pinho,

    jabuticaba, ara, cambuci, pitanga, carne de caa e peixes.

    O tradicional virado paulista (mistura de farinha de milho com feijo) tambm

    surgiu na poca dos primeiros colonizadores, fazendo parte do kit de

    sobrevivncia das viagens. Alm do virado, integravam o kit o toucinho e a

    carne seca, alimentos com tempo de conservao maior. A ttulo de

    curiosidade, podemos citar o hbito de consumir a i (formiga tanajura ou

    sava vermelha) seca e torrada com farinha de mandioca (inclusive, com alto

    valor nutritivo), tpico da alimentao indgena e que se estende at hoje no

    Vale do Paraba. Monteiro Lobato chegou a citar a i como o caviar da gente

    taubateana. Os europeus, por sua vez, trouxeram para o planalto paulista a

    cultura do trigo, da uva, do figo, do marmelo e da cevada.

  • Vdeo originalmente publicado no site Virado Paulista e que mostra um breve histrico do prato e o modo

    de preparo

    A partir do sculo 18, com a descoberta de ouro em algumas regies mais

    centrais do Brasil (principalmente em Minas Gerais) e com a introduo da

    cultura canavieira em So Paulo, a figura do tropeiro tornou-se importante

    para o desenvolvimento das vilas e cidades. O tropeiros eram o condutores das

    comitivas de animais de cargas (tropas) entre as regies de produo e de

    consumo espalhadas pelo pas. Compravam e revendiam animais,

    transportavam a produo colonial at os portos e traziam gneros importados

    para as cidades. Por realizarem toda essa circulao, acabavam se tornando

    verdadeiros veculos de notcias em um tempo em que at as estradas eram

    raras e difceis. Os hbitos alimentares dos tropeiros so uma forte herana

    legada aos paulistas, como o tpico trio feijo-arroz-farinha. Alis, a farinha de

    milho socada no pilo era a primeira refeio do dia.

  • O caf era bastante consumido (muitas vezes sem coar), assim como a

    rapadura e o acar mascavo. Uma bebida bastante popular entre os tropeiros

    (e que agora caiu em desuso) era a jacuba, cujos ingredientes eram gua,

    farinha de milho ou mandioca e rapadura ou mel. s vezes acrescentava-se

    leite, cachaa ou sumo de limo.

    Esse tipo de alimentao, tipicamente paulista (dos ndios, bandeirantes e

    tropeiros), reinou at o sculo 19, quando So Paulo comeou a despontar

    como potncia econmica por conta da produo cafeeira. Os membros da elite

    cafeeira, ao voltarem de suas viagens ao exterior, comearam a trazer novos

    hbitos alimentares, como molhos da cozinha francesa e outros ingredientes.

    A urgncia de mo-de-obra nas lavouras de caf e outras culturas agrcolas

    abriu as portas para os imigrantes italianos, espanhis, poloneses, japoneses,

    alemes, libaneses entre outros povos e etnias; cujo pice do processo

    migratrio foi do incio do sculo 20 at quase o final dos anos de 1950. Com

    eles vieram pratos e iguarias que, com o tempo, foram totalmente

    incorporados ao cardpio mdio paulista. Dos italianos vieram as massas e as

    pizzas (cuja adaptao paulista tornou-se bastante peculiar e diferente da

    original); dos srios e libaneses vieram as esfihas, os quibes, entre outros; dos

    japoneses vieram o gosto pelo ch, pelo sushi, sashimi e pelo uso de

    ingredientes como o tofu e o shoyu nos pratos; enfim, cada povo trouxe

    elementos que fizeram de So Paulo - sobretudo a sua capital - o importante

    plo gastronmico que hoje, com sabores do mundo inteiro.

    claro que muitos pratos e receitas tradicionais, dos tempos das fazendas

    coloniais, ainda fazem parte da mesa do paulista - com muito sucesso - como

    os doces: canjica, furrundum (mistura de cidra ralada, gengibre e rapadura),

    paoca de amendoim, marmelada, bananada, doces de tubrculos (batata-

    doce, batata-roxa e abbora), goiabada, ambrosia (feito com gemas de ovos

    cozidos em leite e acar), costumeiramente feitos em tachos e paneles.

    possvel identificar culinrias diferentes dentro do Estado. No litoral, a

    culinria caiara abusa elementos da cultura portuguesa (bolinhos, caldeiradas,

    ensopados). No interior encontra-se a tradio caipira baseada na culinria

    dos tropeiros, com pratos como a mandioca frita, arroz carreteiro e feijo

    gordo.

  • Virado Paulista, um dos pratos mais populares do Estado de So Paulo

    Msica

    Msica de Viola

    bastante fcil encontrar violeiros por todo So Paulo. Violas e rabecas,

    sempre associadas, existem em grande nmero em todo o Litoral Sul e Vale do

    Ribeira, com uma peculiaridade: so fabricadas na prpria regio.

    Companheira fiel das horas de folga dos caiaras, para quem a viola, portadora

    de seus sentimentos, fala e chora, costuma receber na regio o nome de viola

    branca pela cor da madeira de que feita, a cacheta. a prpria viola caipira.

    Quando querem dizer que o baile ser mais de acordo com os usos da terra,

    dizem que haver fandango, ou para explicitar mais ainda dizem que haver

    baile de viola.

    So confeccionadas em 4 tamanhos: Viola inteira (a maior, mais difcil de ser

    encontrada), Trs quartos (3/4 da viola inteira, fceis de serem encontradas),

    Meia viola (fcil de ser encontrada e a mais procurada) e o Machete ou

  • Macheto (viola pequena, tambm chamada de viulinha, mais raras).

    Marimba

    Muito comuns nas culturas bntu da frica negra, as marimbas transmigraram

    na bagagem do negro escravizado tendo sido populares no Brasil.

    Correspondentes nos crculos eruditos aos xilofones, so instrumentos

    percussivos meldicos constitudos de uma srie de lminas de determinados

    tipos de madeira, em nmeros variveis, afixados em pequenas traves ou

    arcos, tendo por ressoadores, pequenos coits (cabaas), cortadas pela metade

    e afixados por baixo de cada lmina. Serviam, ento, ao lado de outros

    instrumentos tambm chegados nas bagagens dos negros escravizados, de base

    rtmica, com variaes, para folguedos e danas.

    Ao que tudo indica as marimbas desapareceram de todo o territrio brasileiro,

    tendo sobrevivido, somente no litoral Norte de So Paulo. Tambm ali inspira

    hoje cuidados, pois sua utilizao se circunscreve s congadas, so muito

    poucos seus executantes e bem menos os que conseguem confeccion-las.

    Tanto em sua configurao tcnica quanto em sua execuo, as marimbas

    caiaras continuam bem prximas de seus ancestrais africanos.

    Cururu

    Cururu o repente, o desafio trovado ao som de violas do Mdio Tiet. So

    numerosos, afamados e respeitados os cururueiros (os trovadores) da regio.

    Alguns deles com vrias viagens para o exterior. No h Festa, ou Pouso de

    Bandeira do Divino sem o cururu que pode varar a noite num revezamento de

    vrias trovadores. E no h cidado que arrede p diante de uma porfia de

    canturies (cantadores).

    Se voc quiser saber mais sobre os gneros musicais tpicos do Estado de So

    Paulo e outras regies brasileiras, confira o nosso especial, de maro de 2010,

  • sobre Msica Brasileira.

    Artesanato

    Artesanato diferente de trabalho manual. Artesanato o artefato que

    apresenta mais de 80% de trabalho das mos do arteso, com ou sem auxlio de

    instrumentos rudimentares, na transformao de matria-prima bruta,

    normalmente comum em sua regio de origem, em produto acabado e com

    reflexos claros da cultura local. Por sua vez, o trabalho manual aquele tenha,

    no mnimo, 60% de trabalho manual aplicado pea e reproduzido a partir de

    frmulas e receitas de domnio pblico com materiais geralmente

    industrializados, sem traos culturais peculiares e que, justamente por isso so

    mais fceis de serem encontrados, tais como croch, tric, bordado, etc.

    Um outro conceito o da arte popular, que a manifestao pessoal de

    artistas do povo, sem instruo acadmica, que exprimem sua realidade e sua

    imaginao em peas decorativas nicas.

    Ento, quando queremos falar sobre o artesanato ou arte popular tpicos de So

    Paulo, devemos pensar nas expresses mais tradicionais e genunas do Estado.

    Muitas delas tambm so fruto da mistura entre a cultura do europeu e a do

    ndio. A vo alguns exemplos:

    Cermica dos Figureiros de Taubat

    A maior representao artesanal da cidade de Taubat so os objetos de

    cermica feitos pelos figureiros. A expresso teve origem no sculo 17,

    estimulada pelos frades franciscanos do Convento de Santa Clara, com o

    trabalho de modelagem em barro cru de pequenas figuras para prespios

    (desde a Sagrada Famlia at os animais do estbulo). Com o tempo, os temas

    comearam a se diversificar e as peas - sempre pequenas - extrapolam o

    universo religioso, retratando o cotidiano da cidade, os animais e o imaginrio

    popular.

  • Alis, as figuras de aves de Taubat so bem clebres, como a galinha-dangola

    e o pavo azul, e chegam a ser consideradas smbolos do artesanato paulsita.

    Conhea melhor o trabalho dos figureiros nesta pgina.

    Croch de Barbante

    A tcnica do croch, no Brasil, foi trazida pelos portugueses e muito popular.

    Porm, na cidade de Bananal o croch ganhou uma caracterstica especial: o

    uso do barbante como matria-prima. A tcnica criada em Bananal referncia

    em todo o Vale do Paraba.

    Tranado de Taboa

    A cidade de Potim, no Vale do Paraba, famosa pelos utilitrios e peas feitas

    com a fibra da taboa, uma planta tpica de regies midas, como os brejos.

    Herana da influncia indgena, essa arte tem produzido uma infinidade de

    objetos: bolsas, cestas, fruteiras, porta-revistas, esteiras, etc.

    Cestaria do Vale do Ribeira e Litoral

    Nesta regio muito fcil encontrar fibras e cips remanescentes da Mata

    Atlntica, especialmente o timbopeva, o imb e a taquara. Com este material

    so feitos cestos, balaios, entre outros objetos.

    Artesanato de Cobre do Vale do Paraba

    O Vale do Paraba era passagem obrigatria para os tropeiros, no sculo 18, por

  • estar localizado entre Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ao longo dos caminhos

    formavam-se diversas vilas, que serviam como locais de pousadas para os

    viajantes. Por essa razo, nessas vilas concentravam-se muitos prestadores de

    servio, entre eles os artesos de cobre. Surgiu a uma tradio de artesanato

    de objetos em cobre, tais como tachos, panelas, alambiques e outros

    utilitrios. Devido complexidade da tcnica de manufatura e da concorrncia

    dos objetos industrializados, a atividade tem ficado cada vez mais rara.

    Pan em Ponto Ajur

    Muito popular em So Carlos, a tcnica o encontro de vrias tcnicas de

    costura. Visa reunir retalhos de juta com retalhos de tecido, costurados pelo

    ponto de bordado ajur. Surgida entre os imigrantes italianos, a tcnica visava

    aproveitar os sacos de juta, que serviam para ensacar o caf, produto principal

    de So Carlos (assim como em outras vrias cidades paulistas) entre o final do

    sculo 19 e comeo do 20. Antes disso, os escravos j faziam uso dos sacos de

    juta para confeccionar suas roupas, arrematando-as com sisal.

    Fontes

    Abaa Organizao Social de Cultura

    Brasil 500 Anos

    Jangada Brasil

    Mapa Cultural Paulista Tradicional

    Coleo Terra Paulista: histrias, artes, costumes. coordenao de Maria AliceSetubal [et al.]. So Paulo : CENPEC, 2004 : Imprensa Oficial. 3 volumes.

    Coleo Terra Paulista Jovens. So Paulo: CENPEC, 2005. 10 volumes.

    Links Relacionados

    O que Folclore?

    Pratos Tpicos do Estado de So Paulo

  • Terra Paulista: msica, artes, arquitetura e literatura paulista

    BIBLIOTECA VIRTUAL DO GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    Subsecretaria de Comunicao da Casa Civil