Cultura Do Tomate
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Curso: Tecnólogo em Irrigação e Drenagem Prof. Dr. Sebastião Junior
Gean Duarte da Silva
No mundo ocidental civilizado o tomate ocupa um
lugar proeminente, entre as hortaliças cultivadas.
No Brasil, o tomate ocupa o segundo lugar entre as
culturas oleráceas, por ordem de importância
econômica.
O consumo dos frutos contribui para uma dieta
saudável e bem equilibrada. Estes são ricos em
minerais, vitaminas, aminoácidos essenciais,
açúcares e fibras dietéticas.
O consumo dos frutos contribui para uma dieta saudável e
bem equilibrada. Estes são ricos em minerais, vitaminas,
aminoácidos essenciais, açúcares e fibras dietéticas.
O tomate contém grandes quantidades de vitaminas B e C,
ferro e fósforo. Consomem-se os frutos do tomate frescos, em
saladas, ou cozidos, em molhos, sopas e carnes ou pratos de
peixe. Podem ser processados em purés, sumos e molho de
tomate (ketchup). Também os frutos enlatados e secos
constituem produtos processados de importância econômica.
Reino: Plantae
Classe: Dicotiledoneae
Família: Solanaceae
Género: Solanum
Espécie: Lycopersicon (Solanum) esculentum Mill
A produção mundial de tomate para processamento
industrial no ano 2000 foi de aproximadamente 27 milhões
de toneladas. O Brasil, um dos maiores produtores
mundiais, produziu em 2002 cerca de 1,28 milhão de
toneladas em uma área de 18,25 mil hectares, indicando que,
atualmente, nossa produtividade média é de cerca de 70 t
por hectare.
Área cultivada e produção brasileira de tomate industrial, 1990-2002
Ano
Nordeste (PE/BA) São Paulo Cerrado (GO/MG) Brasil
Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção
ha t ha t ha t ha t t/ha
1990 12.422 337.000 8.260 297.400 6.410 300.000 27.092 934.400 34,6
1991 6.877 291.000 7.620 301.000 5.050 168.000 19.547 760.000 38,9
1992 4.485 190.000 7.250 287.000 9.980 230.000 16.715 707.700 42,3
1993 5.200 180.000 5.690 237.360 6.314 273.000 17.204 690.300 40,1
1994 5.836 212.000 6.380 275.480 6.184 253.000 18.400 740.000 40,2
1995 6.000 235.500 5.560 267.300 6.000 258.500 17.560 761.300 43,2
1996 6.350 259.080 4.560 226.080 5.950 264.775 16.860 749.938 44,4
1997 8.600 160.000 4.407 322.538 9.300 613.000 22.307 1.095.538 49,0
1998 6.500 130.000 4.900 250.000 9.100 637.000 20.500 1.017.000 49,6
1999 2.850 106.000 4.300 238.000 13.400 951.000 20.550 1.295.000 63,0
2000 1.370 65.000 2.040 141.000 11.450 787.500 14.860 1.059.500 66,9
2001 1.350 54.000 1.680 122.200 12.100 962.000 15.130 1.138.000 75,2
2002* 1.200 60.000 2.750 142.000 14.300 1.082.000 18.250 1.284.000 70,4
* Estimativa das indústrias
O tomate tem a sua origem na zona andina de América do
Sul, mas foi domesticado no México e introduzido na
Europa em 1544.
Mais tarde, disseminou-se da Europa para a Ásia meridional
e oriental, África e Oriente Médio. Mais recentemente,
distribuiu-se o tomate silvestre para outras partes da
América do Sul e do México.
A produção de mudas pode ser feita em bandejas de isopor
e tem a vantagem de facilitar a semeadura e o manuseio das
mesmas; permitir melhor controle sanitário e nutricional;
facilitar o transporte para o local definitivo; e reduzir a
necessidade de replantio.
Recomenda-se utilizar bandejas com 200 células.
Entretanto, alguns viveiristas têm utilizado bandejas com
288 células, com tendência para se utilizar bandejas com até
400 células. Nesse caso, em função do pequeno volume de
substrato disponível em cada célula, as mudas se formam
com pequeno volume de raízes, aumentando o risco de
ocorrência de deficiência nutricional. Recomendam-se,
portanto, adubações complementares e regulares com macro
e micronutrientes.
A estrutura de proteção para a produção das mudas deve
ser coberta com plástico apropriado e fechada lateralmente
com tela de malha estreita, para impedir a entrada de
insetos, principalmente os afídios. Em locais com
temperatura elevada e baixa umidade relativa é
recomendável a colocação de tela do tipo sombrite, com
60% de sombra, na parte interna da casa de vegetação, a
uma altura de 2,5 m, para reduzir a evapotranspiração.
Telados para produção de mudas.
Fon
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
As bandejas devem ser colocadas sobre suportes para que
fiquem a 30 cm do solo . O sistema mais comum e barato
para construção dos suportes consiste em esticar fortemente
dois ou três fios paralelos de arame de aço galvanizado,
distanciados de 45 cm quando utilizar dois fios, ou 15 cm
quando utilizar três fios, para sustentar cada fileira de
bandejas. De dois em dois metros são colocados suportes
para evitar o arqueamento dos fios.
Fon
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
Para enchimento das células das bandejas, utiliza-se um
substrato composto por vermiculita expandida, casca de
pinus, casca de arroz carbonizada e fertilizantes. Nas
bandejas de 200 células, cada célula recebe de 10 a 15 g de
substrato, o que equivale a cerca de 4,2 litros de substrato
por bandeja.
Esse substrato pode ser adquirido comercialmente ou
produzido na propriedade, desde que se teste a proporção
dos ingredientes, antes de se iniciar a produção de mudas
em grande escala.
Após o enchimento das células, faz-se a compactação do
substrato e a abertura dos furos com 1 cm de profundidade
(um furo por célula). Coloca-se uma ou duas sementes por
furo, recobrindo-as em seguida com substrato peneirado ou
com vermiculita pura de granulométria média ou fina.
Para produção de mudas em grande escala, a semeadura
nas bandejas pode ser feita por máquinas automáticas de
precisão que têm rendimento de 120 a 300 bandejas por
hora .
Máquina para semeadura em bandejas.
Fon
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
Independentemente do número de células na bandeja, é
relativamente pequeno o volume de substrato contido em
cada célula e a quantidade de água retida. À medida que as
mudas se desenvolvem, a água disponível se esgota em
períodos cada vez mais curtos, exigindo irrigações cada vez
mais freqüentes.
A aplicação de nutrientes e a irrigação na fase de produção
de mudas deverão ser uniformes evitando-se, desse modo,
que as mudas fiquem desuniformes, dificultando as
operações de transplante e colheita.
Quando são utilizadas bandejas de isopor, as mudas são
transplantadas no mesmo estádio que aquelas produzidas em
sementeiras (4 ou 5 folhas definitivas). Nessa fase, as mudas
encontram-se perfeitamente enraizadas, dando bastante
consistência ao torrão
Fon
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
Para além de ter que se garantir a qualidade da semente,
devem ser usadas placas de germinação desinfectadas e
substratos isentos de pragas e doenças. A germinação deverá
efectuar-se em estufas ventiladas, devidamente climatizadas
com controlo de temperatura e umidade, visto as plantas
jovens serem sensíveis a estes fatores. A rega deve ser feita
por nebulização e deve ser garantido sempre o nível de água
necessário, assim como a sanidade das plantas.
O espaçamento pode variar de 0,5 a 0,7m entre plantas
e 1,0 a 1,2m entre linhas, sendo que os espaçamentos
maiores são utilizados no período chuvoso.
Possui um sistema radicular amplo, constituído por uma
raiz principal, que pode alcançar os 50-60 cm de
profundidade, e por uma grande quantidade de ramificações
secundárias, reforçadas pela presença de um grande número
de raízes “adventícias” que surgem na base dos caules.
Sistema radicular
O caule do tomateiro é anguloso, coberto em toda a sua
superfície de pêlos perfeitamente visíveis que, devido à sua
natureza glandular, libertam uma substância líquida
responsável pelo aroma característico da planta. No início
do crescimento o porte do caule é erecto, mas à medida que
a planta cresce, o seu peso tender para um porte prostrado,
tornando necessário proceder à sua tutoragem. O
desenvolvimento do caule depende da variedade de tomate
Caule
O tomateiro é originário da costa oeste da América do Sul,
onde as temperaturas são moderadas (médias de 15 ºC a 19
ºC) e as precipitações pluviométricas não são muito
intensas. Entretanto, floresce e frutifica em condições
climáticas bastante variáveis. A planta pode desenvolver-se
em climas do tipo tropical de altitude, subtropical e
temperado, permitindo seu cultivo em diversas regiões do
mundo.
A temperatura ótima da maioria das variedades situa-se
entre 21 a 24 °C, mas a planta pode tolerar uma amplitude
de 10 a 34 ºC. Quando submetida a temperaturas inferiores
a 12 ºC, a planta de tomateiro tem seu crescimento reduzido
Em temperaturas médias superiores a 28 ºC, formam-se
frutos com coloração amarelada em razão da redução da
síntese de licopeno (responsável pela coloração vermelha
típica dos frutos).
Temperatura
Estádio de desenvolvimento Temperatura (º C)
Mínima Ótima Máxima
Germinação 11 16 a 29 34
Crescimento vegetativo 18 21 a 24 32
Pegamento de frutos (noite) 10 14 a 17 20
Pegamento de frutos (dia) 18 19 a 24 30
Desenvolvimento da cor vermelha 10 20 a 24 30
Desenvolvimento da cor amarela 10 21 a 32 40
Fonte: GEISENBERG, C. & STEWART, K. Field crop management. In: ATHERTON, J. C. & RUDICH, J. ed. The
Tomato Crop - A Scientific Basis For Improvement. London, Chapmam and Hall, 1986, p. 511-557.
Temperaturas para os diferentes estádios de desenvolvimento do tomateiro.
Temperatura
Aumenta a concentração de caroteno (pigmento que
confere coloração amarelada à polpa). Temperaturas
noturnas próximas a 32 ºC causam abortamento de flores,
mau desenvolvimento dos frutos e formação de frutos ocos.
Frutos amarelados em razão da alta temperatura.
Temperatura
Embora o tomateiro seja uma planta muito exigente em água,
o excesso de chuvas pode limitar seu cultivo. Altos índices
pluviométricos e alta umidade relativa favorecem a ocorrência
de doenças, exigindo constantes pulverizações de agrotóxicos.
O excesso de chuva ou de aplicação de água por irrigação
prejudica também a qualidade dos frutos, por causa da redução
do teor de sólidos solúveis (º Brix) e do aumento de fungos na
polpa.
Precipitação
Em solos mal drenados, pode ocorrer acúmulo de umidade,
com limitação de crescimento radicular, tornando as plantas
menos eficientes na absorção de nutrientes e mais
suscetíveis às variações da umidade do solo.
Precipitação
Fotoperíodo
O tomateiro não responde significativamente ao
fotoperíodo, desenvolvendo-se bem tanto em condições de
dias curtos quanto de dias longos. O fotoperíodo exerce
pouca influência no florescimento de L. esculentum.
Entretanto, algumas espécies silvestres só florescem em dias
curtos.
Pouca luminosidade provoca um aumento da fase
vegetativa, retardando o início do florescimento.
Em regiões de alta umidade relativa ocorre a formação de
orvalho e as folhas se mantêm úmidas por longo período do
dia, principalmente aquelas localizadas na parte inferior das
plantas. Isso favorece o desenvolvimento de doenças,
principalmente as causadas por fungos e bactérias.
Umidade relativa
São Divididos em 5 grupo:
Santa Cruz
Caqui
Saladete
Italiano
Cereja
Enquadramento por grupos de alguns cultivares mais comuns:
O tomateiro é a cultura olerácea que requer tratos culturais
mais intensivos, durante todo o ciclo cultural. Tais tratos
oneram, sobremaneira, o custo de produção, pois requerem
o uso intensivo de mão-de-obra especializada.
Contrariamente, a cultura rasteira é muito menos exigente
em tratos culturais, no que resulta um custo de produção
bem menos elevado.
Tratos Culturais
A irrigação muito influencia na produtividade e na
qualidade dos frutos produzidos. O tomateiro trata-se de
uma cultura exigente em água, necessitando encontrar um
teor mínimo de 80% de água disponível, a disposição de
suas raízes, no solo, durante todo o ciclo cultural. Por outro
lado, o tomateiro não tolera solos encharcados, com
drenagem deficiente. A irrigação é necessária especialmente
no período seco.
Tratos Culturais
Irrigação
Verificar a qualidade da água de irrigação, pois pode ser
agente de transmissão de doenças bateristas e de outras
culturas infestadas. A origem da água utilizada deve ser de
fonte conhecia, pois pode conter contaminantes químicos ou
biológicos, sendo, por isso preferencialmente originada da
propriedade.
Tratos Culturais
Qualidade
Ela deve apresentar-se dentro das características de padrão
mínimo expedida por algum órgão oficial.
Não devem ser utilizadas águas suspeitas de contaminação,
tais como as de mananciais que recebem esgotos
domésticos, industriais, de pocilgas ou estábulos ou de áreas
poluídas, para a irrigação do tomateiro, qualquer que seja o
método utilizado.
Tratos Culturais
Qualidade
É mais comum aplicar água ao tomateiro pelo método de
irrigação por sulcos, embora, eventualmente, no campo e,
quase sempre, em estufa, é possível irrigar por gotejamento.
Tratos Culturais
Irrigação por sulcos
O método de irrigação por sulco é realizado fazendo a água
correr lentamente em canal ou sulco.
Tratos Culturais
Irrigação por sulcos
Fo
nte
: G
oo
gle
Im
ages
O tomateiro tutorado é submetido a diversos tipos de
podas, destinadas a regular e equilibrar a produção com o
desenvolvimento vegetativo. Certamente que tal trato
cultural somente se justifica quando a produção se destina
ao mercado de consumo direto, objetivando-se a obtenção
de frutos de superior qualidade.
Tratos Culturais
Podas e desbastes
A poda inicial é efetuada quando a planta atinge cerca de
40 cm e inicia-se a emissão de brotos laterais. Pode-se
deixar apenas a haste principal ( como é usual entre
produtores de tomate Salada), cortando-se todos os ramos
laterais
O desbaste das plantas em excesso é obrigatório, em
culturas propagadas pela semeadura direta, visando a
obtenção do numero desejável de plantas, dentro de um
espaçamento pré-determinado. Consiste no corte, com uma
lamina afiada, das plantas em excesso.
Tratos Culturais
Podas e desbastes
O raleamento pode ser praticado, nas pencas, para
diminuir o numero de frutos, em favor de sua qualidade. No
tomateiro somente é útil em cultivares do grupo Salada, em
cultivares tutoradas ou rasteiras, obtendo-se um maior
tamanho e peso unitário.
As desbrotas consistem no corte sistemático e freqüente
dos numerosos brotos laterais, que surgem nas axilas das
folhas, modificando-se a forma natural do tomateiro. Efetua-
se tal operação uma ou duas vezes, semanalmente.
Tratos Culturais
Podas e desbastes
As plantas daninhas interferem diretamente no
desenvolvimento do tomateiro, competindo por água,
nutrientes, luz e liberando substâncias alelo químicas, que
afetam a germinação e o crescimento do tomateiro. Deve-se,
por isso, evitar o plantio de tomate em áreas infestadas por
espécies que possuam substâncias inibitórias, como a
tiririca, o capim-maçambará, a grama-seda e o feijão-de-
porco. Indiretamente, as plantas daninhas interferem como
hospedeiras de um número grande de pragas e de patógenos
que atacam o tomateiro.
Tratos Culturais
Capinas
Especialmente na sua fase inicial, após o transplante ou a
emergência das plântulas (no caso da semeadura direta) o
tomateiro mostra-se muito sensível a concorrência motivada
por ervas daninhas. Então, as capinas devem ser rigorosas,
pelo menos junto as plantas, nas fileiras. Quando a planta
alcança uma boa altura, ou um bom comprimento na haste
principal, as capinas com enxada ou meios mecânicos
devem ser efetuadas com muito cuidado, evitando ferir as
raízes superficiais.
Tratos Culturais
Capinas
Pode-se controlar as ervas daninhas entre as fileiras, pela
passagem de cultivadores tracionados por animais ou por
tratores;.
A capina manual ainda é largamente utilizada, mesmo em
tomatais extensos.
Tratos Culturais
Capinas
O controle de insetos e ácaros do tomateiro não se
restringe apenas ao controle químico ou biológico.
Um manejo eficiente é obtido com a adoção das
seguintes recomendações:
Adotar rotação de culturas.
Destruir os restos culturais imediatamente após a colheita.
Manter a lavoura livre de plantas daninhas e outras
hospedeiras de insetos e ácaros.
Utilizar cultivares mais adaptadas à região.
Traça-do-tomateiro
Mosca branca
Ácaros
Larva minadora
Tripes
Pulgões
Lagarta-rosca, Broca grande, Broca pequena e Lagarta-
militar
Burrinho
Ocorre durante todo o ano, especialmente no período mais
seco, quase desaparecendo em períodos chuvosos. Lavouras
irrigadas por aspersão convencional ou por pivô central são
menos danificadas do que as irrigadas por sulco. A irrigação
por aspersão derruba os ovos, larvas e pupas, reduzindo o
potencial de multiplicação do inseto.
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Os ovos são colocados nas folhas, hastes, flores e frutos. São
elípticos, de cor branca, e se tornam amarelados ou marrons.
As larvas eclodem três a cinco dias após a postura e são de cor
branca ou verde. Após a eclosão, penetram imediatamente no
parênquima foliar, nos frutos ou nos ápices das hastes, onde
permanecem por oito a dez dias, quando se transformam em
pupas. A fase de pupa dura de sete a dez dias e ocorre
principalmente nas folhas ou no solo e, ocasionalmente, nas
hastes e frutos.
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Biologia
Os adultos são pequenas mariposas de cor cinza, marrom ou
prateada, medem aproximadamente 10 mm de comprimento e
podem viver até uma semana. Acasalam-se imediatamente
após a emergência, voam e ovipositam predominantemente ao
amanhecer e ao entardecer.
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Biologia
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
. Ovos, (A). Lagarta da traça-do-tomateiro, (B) Traça-do-tomateiro adulto, (C).
Fonte: Google images
Os danos são causados pelas larvas, que formam minas nas
folhas e se alimentam no interior destas..
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Danos
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Danos
Danos de traça-do-tomateiro em folhas, (A). Planta severamente atacada, (B) Frutos danificados
por traça-do-tomateiro, (C).
Podem destruir completamente as folhas (A e B) do
tomateiro e tornar imprestáveis os frutos (C), além de
facilitar a contaminação por patógenos.
O controle químico é a prática mais utilizada por agricultores.
Recomenda-se utilizar os produtos registrados para o controle
da praga, as pulverizações devem ser iniciadas quando o inseto
for constatado na área. Considera-se bom o manejo que, ao
final do ciclo, resulte em no máximo 10% de frutos
danificados.
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Controle químico
Uma série de inimigos naturais da traça-do-tomateiro é
encontrada em sistemas de produção de tomate que utilizam
conceitos de manejo integrado de pragas. Em geral, nessas
áreas o nível populacional de T. absoluta é relativamente
mais baixo durante todo o desenvolvimento da cultura,
quando comparado com as áreas onde inseticidas são
utilizados indiscriminadamente. Doze espécies de
parasitóides já foram registradas no Brasil.
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Controle biológico
O uso do controle biológico no controle da traça-do-
tomateiro é feito com o parasitóide Trichogramma
pretiosum em liberações semanais na lavoura, Essa técnica
tem assegurado o controle eficiente e com menor gasto,
obtendo-se produções com menos de 2% de frutos
danificados. Entretanto, esse método deve ser utilizado
preventivamente, ou seja, antes da presença do inseto na
área.
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Controle biológico
As liberações de Trichogramma pretiosum(450.000 a
1.200.000 indivíduos/ha) devem ser iniciadas entre o 20º e o
30º dia após o transplante e estender-se por pelo menos doze
semanas. A grande limitação dessa prática é a pouca
disponibilidade do parasitóide. Embora a produção do
Trichogramma pretiosum seja de baixo custo, atualmente é
produzido apenas em laboratórios de pesquisa ou para uso
próprio.
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Controle biológico
Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)
Controle Cultural
As medidas mais eficientes de controle, como a destruição
e incorporação dos restos culturais, visam interromper o
ciclo biológico do inseto.
Períodos secos e quentes favorecem o desenvolvimento e a
dispersão da praga, sendo, por isso, observados maiores
picos populacionais na estação seca. São hospedeiros
preferenciais da mosca-branca: algodão, brássicas (brócolos,
couve-flor, repolho), cucurbitáceas (abobrinha, melão,
chuchu, melancia, pepino), leguminosas (feijão, feijão-de-
vagem, soja), solanáceas (berinjela, fumo, pimenta, tomate,
pimentão),
Mosca-branca (Bemisia argentifolii)
Os adultos da mosca-branca são de coloração amarelo-
pálida .
Mosca-branca (Bemisia argentifolii)
Biologia
Adulto de mosca-branca.
Medem de 1 a 2 mm, sendo a fêmea maior que o macho.
Quando em repouso, as asas são mantidas levemente
separadas, com os lados paralelos, deixando o abdome
visível. A longevidade do inseto depende da alimentação e
da temperatura. Do estágio de ovo ao de adulto o inseto
pode levar de 18 a 19 dias (com temperaturas médias de 32
°C). O ovo, de coloração amarela, apresenta formato de pêra
e mede cerca de 0,2 a 0,3 mm. São depositados pelas
fêmeas, na parte inferior da folha. A duração dessa fase é de
seis a quinze dias, dependendo da temperatura.
Mosca-branca (Bemisia argentifolii)
Biologia
Como vetor de vírus, pode causar perdas
substanciais na cultura do tomateiro (40% a 70%).
Quando o vírus infecta as plantas ainda jovens, essas
têm o crescimento paralisado.
Ao sugar a seiva das plantas, com a introdução do
estilete no tecido vegetal, os insetos (adultos e
ninfas) provocam alterações no desenvolvimento
vegetativo e reprodutivo da planta, debilitando-a e
reduzindo a produtividade e qualidade dos frutos.
Mosca-branca (Bemisia argentifolii)
Danos
Em casos de altas densidades populacionais, podem
ocorrer perdas de até 50% da produção. Infestações
muito intensas ocasionam murcha, queda de folhas e
perda de frutos.
Mosca-branca (Bemisia argentifolii)
Danos
Mosca-branca (Bemisia argentifolii)
Danos
Dano causado por mosca-branca em frutos de tomate.
Em tomate para processamento industrial, ocorre o amadurecimento
irregular dos frutos, provavelmente causado por uma toxina injetada pelo
inseto. Isso dificulta o reconhecimento do ponto de colheita dos frutos e
reduz a produção
É o tipo de controle mais generalizado, embora na maioria
das vezes feito de forma irracional. Para a eficiência do
controle químico, deve ser utilizada a seguinte medida:
Mosca-branca (Bemisia argentifolii)
Controle químico
Inseticidas — Os produtos registrados para o controle da
mosca-branca estão listados na tabela a seguir. Devem-se
utilizar as dosagens recomendadas nos rótulos. O emprego
de óleos (0,5% a 0,8%), sabões e detergentes neutros
(0,5%).
Esses produtos reduzem a oviposição de mosca-branca e
causam transtornos no desenvolvimento das ninfas,
especialmente no primeiro estádio. As ninfas não se
alimentam na superfície tratada com óleo e morrem
desidratadas.
Mosca-branca (Bemisia argentifolii)
Controle quimico
Grupo químico Impacto sobre mosca-branca
Ingrediente ativo
Produto comercial
Ditiocarbamato Mortalidade de adultos Cartap1 Cartap, Thiobel
Fosforado Mortalidade de adultos e ninfas Acephate1 Orthene 750BR
Dimethoate Tiomet 400CE
Metamidophos1 Faro, Hamidop 600, Metafos, Metamidofos Fer, Nocaute, Stron, Tamaron BR
Triazophos1 Hostathion 400
Fosforado + piretróide
Mortalidade de adultos e ninfas Triazophos + Deltamethrin1
Deltaphos CE
Piretróide Mortalidade de adultos e ninfas Betacyfluthrin Bulldock 125SC
Esfenvalerate Sumidan 25CE
Fenpropathrin Danimen 300CE, Meothrin 300
Fenvalerate Belmarck 75CE, Sumicidin 200
Neonicotinóide Inibe a alimentação, vôo e movimento de adultos; reduz a oviposição
Acetamiprid1 Sauros PS, Mospilan
Imidacloprid1 Confidor, Provado
Thiamethoxan1 Thiamethoxan 250WG, Actara
Thiacloprid1 Calypso
Piridazinonas ----------------2 Pyridaben1 Sanmite
Piridil éter Inviabiliza eclosão de ovos; esteriliza fêmeas e pupas; inibe o desenvolvimento de ninfas
Pyriproxyfen1 Cordial 100, Epingle 100, Tiger 100
Tiadiazina Reduz a produção de ovos das fêmeas; esteriliza ovos; inibe o desenvolvimento de ninfas
Buprofezin1 Applaud
1/ Produto registrado para uso emergencial. Instrução Normativa nº 1, de 12 de janeiro de 1999. SDA, Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Diário Oficial de 14 de janeiro de 1999.
2/Informação sobre o inseticida indisponível no CAB Abstracts até 10/98.
Fonte: Agrofit
Inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para o controle
da mosca-branca.
Muitas doenças atacam o tomateiro, causando grande
redução da produtividade e da qualidade do produto. O
conhecimento da etiologia, da sintomatologia e dos métodos
gerais de controle permite a identificação precoce e o
tratamento preventivo das doenças. Para isso, recomendam-
se vistorias freqüentes na lavoura, procurando identificar as
anomalias – como crescimento deficiente, murcha, manchas
e mofos.
Bactérias
Fungos
Vírus
Nematóides
Danos fisiológicos
Doenças causadas por bactérias
Cancro-bacteriano (Clavibacter michiganensis
subsp. michiganensis)
Fonte: Embrapa hortaliças
Na folha, a doença caracteriza-se pela presença de manchas
grandes, escuras, circulares, com anéis concêntricos.
Doenças causadas por fungos
Pinta-preta (Alternaria solani)
Fonte: Embrapa hortaliças
O ataque severo provoca desfolha acentuada e expõe o fruto à
queima de sol. também é comum o aparecimento de cancro no
colo, nas hastes (figura A) e nos frutos (figura B).
Fonte: Embrapa hortaliças
Doenças causadas por fungos
Pinta-preta (Alternaria solani)
A B
A doença é favorecida por temperatura elevada (24 a 34
°C) e umidade alta. O fungo sobrevive nos restos culturais.
A doença é também transmitida por sementes.
Não existem cultivares comerciais resistentes. Deve-se
pulverizar preventivamente com os fungicidas registrados
para essa doença. Recomenda-se, também, incorporar os
restos culturais imediatamente após a última colheita e fazer
rotação de cultura com gramíneas.
Doenças causadas por fungos
Pinta-preta (Alternaria solani)
O tomate não é muito exigente relativamente aos
solos, embora cresça melhor quando são soltos,
profundos, bem drenados e providos de matéria
orgânica. Os rendimentos máximos são obtidos com
valores de pH entre 6,5 e 6,9.
A falta ou insuficiência de nutrientes debilita e atrasa o
desenvolvimento das plantas, que passam a apresentar
sintomas de deficiência nutricional. Os principais sintomas
de deficiência nutricional, fatores associados são
relacionados a seguir.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
A exigência do elemento é maior nos primeiros estádios de
crescimento. Em sua falta ou insuficiência, o crescimento da
planta é retardado e as folhas mais velhas tornam-se verde-
amareladas.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Nitrogênio:
Deficiência de nitrogênio no tomateiro
Fon
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
Se a falta do nutriente for prolongada, toda a planta
apresentará esses sintomas. Em casos mais severos, ocorre
redução do tamanho dos folíolos, e as nervuras principais
apresentam uma coloração púrpura, contrastando com um
verde-pálido das folhas. Os botões florais amarelecem e
caem.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Nitrogênio:
A deficiência de fósforo é observada com freqüência em
solos de baixa fertilidade e nos que possuem elevada taxa
de absorção desse nutriente, como os solos de cerrados.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Fósforo:
A taxa de crescimento das plantas é reduzida desde os
primeiros estádios de desenvolvimento .
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Fósforo:
Solo pobre em fósforo.
Fon
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
As folhas mais velhas adquirem coloração arroxeada, em
razão do acúmulo do pigmento antocianina.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Fósforo:
Folhas afetadas pela deficiência do nutriente fosforo . F
on
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
Em estádios de desenvolvimento mais tardios, as folhas
apresentam áreas roxo-amarronzadas que evoluem para
necroses. Essas folhas caem prematuramente, e a planta
retarda sua frutificação.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Fósforo:
É o nutriente mais extraído pelo tomateiro. A deficiência de
potássio torna lento o crescimento das plantas; as folhas
novas afilam e as velhas apresentam amarelecimento das
bordas, tornando-se amarronzadas e necrosadas.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Potássio:
Folhas afetadas pela deficiência do nutriente potássio
Fon
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
O amarelecimento geralmente progride das bordas para o
centro das folhas. Ocasionalmente verifica-se o
aparecimento de áreas alaranjadas e brilhantes. A falta de
firmeza dos frutos, em muitos casos, é também devida à
deficiência de potássio.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Potássio:
O sintoma é conhecido como podridão estilar ou "fundo-
preto". Em condições em que ocorrem períodos curtos de
deficiência – principalmente quando ocorrem mudanças
bruscas de condições climáticas. Geralmente, qualquer fator
que diminua o suprimento de cálcio, ou interfira em sua
translocação para o fruto, pode provocar deficiência. Assim,
fatores como irregularidade no fornecimento de água, altos
níveis de salinidade, uso de cultivares sensíveis, altos teores
de nitrogênio, enxofre, magnésio, potássio.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Cálcio:
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Cálcio:
O sintoma característico da deficiência de cálcio inicia com
a flacidez dos tecidos da extremidade dos frutos, que evolui
para uma necrose deprimida, seca e negra.
Frutos afetados pela deficiência do nutriente cálcio, visão externa
Fon
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Cálcio:
observam-se tecidos necrosados no interior dos frutos, cujo
sintoma é conhecido como coração preto. Eventualmente
verificam-se, em condições de campo, deformações das
folhas novas e morte dos pontos de crescimento.
Frutos afetados pela deficiência do nutriente cálcio, visão interna F
on
te:
Em
bra
pa
ho
rtal
iças
O período necessário para a maturação dos frutos depende
da cultivar, do clima da região, do estado nutricional e da
quantidade de água disponível para as plantas. Quando
submetidas a estresse, as plantas tendem a reduzir o ciclo. A
maioria das cultivares plantadas no Brasil é colhida com
aproximadamente 110 a 120 dias após a germinação ou 90 a
100 dias do transplante
A colheita manual é geralmente feita em duas etapas. A
primeira, quando 70% a 80% dos frutos estão maduros, e a
segunda, cerca de dez a quinze dias após a primeira colheita.
É possível realizar a colheita em uma única etapa utilizando-
se cultivares de maturação concentrada, desde que o período
de maturação coincida com dias quentes Pode-se também
acelerar a maturação dos frutos reduzindo as irrigações
aproximadamente 90 dias após germinação, e/ou quando
cerca de 20% dos frutos encontram-se maduros.
Colheita e Pós-colheita
Colheita manual de tomate
A decisão de fazer uma segunda colheita irá depender do
preço do tomate e da quantidade de frutos a serem colhidos
nessa etapa, levando-se sempre em conta que os custos da
segunda colheita são maiores e que a qualidade do produto é
inferior.
Colheita e Pós-colheita
Colheita manual de tomate
Colheita Manual
Colheita e Pós-colheita
Colheita mecanizada
Os equipamentos atualmente em uso no Brasil são
automotrizes que cortam as plantas rente ao solo, sendo a
parte aérea recolhida e os frutos destacados por meio de
intensa vibração. Essas colhedeiras têm capacidade de
colher cerca de 15 toneladas por hora, o que corresponde a
aproximadamente 3 ha/dia.
Colheita e Pós-colheita
Colheita mecanizada
Atualmente, a maior parte da colheita vem sendo feita com
colheitadeira mecânica.
Colheita Mecanizada
Colheita e Pós-colheita
Colheita mecanizada
Porém a colheita mecanizada reduz a qualidade da
produção por causar mais danos aos frutos e resultar em
maior acúmulo de impurezas junto ao produto colhido,
quando comparada à colheita manual. Além disso, as
colhedeiras necessitam de um bom serviço de assistência
técnica e manutenção para perfeito funcionamento.
Colheita e Pós-colheita
Colheita mecanizada
Do ponto de vista sanitário, o uso da colheita mecanizada é
vantajoso, pois diminui o trânsito de pessoal e de caixas nas
lavouras, reduzindo a disseminação de pragas e de doenças.
A colheita mecanizada também favorece a programação da
colheita; pois, além de depender de um menor número de
pessoas, não depende da disponibilidade de caixas de
plástico para armazenamento e transporte da produção.
A polpa do fruto pode ser consumida "in natura", na
culinária domestica compondo temperos diversos, saladas,
"tira-gosto"; na indústria é matéria-prima para sucos, para
molhos, para massas em culinária e outros.
GEISENBERG, C.; STEWART, K. Field crop management. ln:
ATHERTON, J. C.; RUDICH, J.(Ed.). The tomato crop: a scientific
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Embrapa: ANCARPE: BRASCAN-PE: Embrapa-CPATSA: IPA,
1975. 20 p.
EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-
Árido. Recomendações técnicas para o cultivo do tomate industrial em
condições irrigadas. Petrolina: Embrapa-CPATSA: FUNDESTONE,
1994. 52 p.