Cultura do Algodão no Cerrado

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    Cultura do Algodo no Cerrado

    Importncia econmicaA evoluo da cultura do algodoeiro no cerrado brasileiroAt o incio da dcada de 90, a produo de algodo no Brasil concentrava-se nas regies Sul, SuNordeste. Aps esse perodo, aumentou significativamente a participao do algodo produzido nade cerrado, basicamente da regio Centro-Oeste. Esta regio, que em 1990 cultivava apenas 123(8,8% da rea de algodo do pas) passou para 479.000 ha em 2002, correspondendo a 63,0% drea (Tabela 1).Os estados do Centro-Oeste, reconhecidamente produtores de algodo herbceo, so Mato GrossoMato Grosso do Sul.

    Outros estados brasileiros que tambm esto produzindo algodo no Cerrado so a Bahia e o Marregio Nordeste, cujos sistemas de produo apresentam caractersticas semelhantes s do Centr

    Tabela 1.rea colhida e produtividade do algodo herbceo, por regies geogrficas do Brasil, no perodo de 12002.

    Centro-Oeste Sul Sudeste Nordeste BAno rea (mil ha) rea (milha) rea (milha)

    Produtividade(kg/ha) rea (milha)

    Produtividade(kg/ha) rea (milha)

    Produtividade(kg/ha) rea (milha)

    1980 81 81 336 1.671 373 1.580 559 264 1.3531985 148 148 540 1.918 547 1.695 1.013 453 2.2531990 123 123 490 1.740 431 1.334 330 458 1.3921995 199 199 283 1.874 241 1.497 360 477 1.1042000 414 414 54 2.313 115 2.110 225 1.113 8092002 479 479 35 2.388 102 2.448 149 1.675 765Fonte: Anurio... (1983, 1988, 1993, 1997); IBGE (2002).Atualmente, a regio Centro-Oeste responde por 74,47% do algodo produzido no Brasil. Somandproduo do Centro-Oeste com a da Bahia e do Maranho, o algodo do cerrado representa mais da produo nacional (Tabela 2).

    O deslocamento da produo de algodo para a regio dos cerrados, principalmente do Centro-Oe

    resultante das condies favorveis para o desenvolvimento da cultura e da utilizao de variedadadaptadas s condies locais, tolerantes a doenas e com maior potencial produtivo, aliadas s mtcnicas de cultivo. Soma-se a isso, a expressiva elevao dos preos internos no primeiro semes1997, o estreito suprimento do produto no mercado interno e o estmulo dos governos estaduais, de programas especiais de incentivo essa cultura.

    Tabela 2. rea colhida, produo e rendimento mdio de algodo herbceo em caroo, segundo as regies e eBrasil, 2002.

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    Regio/Estado rea colhida (ha) Produo(t) Produtividade (kg/ha) ParticipproduBrasil 764.974 2.282.949 2.984

    Norte 65 41 631Rondnia 65 41 631

    Nordeste 148.941 249.448 1.675Maranho 3.134 9.799 3.127Piau 7.792 2.494 320Cear 15.995 16.524 1.033Rio Grande do Norte 18.075 12.206 675Paraba 8.117 9.394 1.157Pernambuco 5.000 2.750 550Alagoas 16.750 9.161 547Bahia 74.078 187.120 2.526

    Sudeste 102.221 250.196 2.448Minas Gerais 38.871 91.146 2.345So Paulo 63.350 159.050 2.511

    Sul 34.889 83.300 2.388Paran 34.889 83.300 2.388

    Centro-Oeste 478.858 1.699.964 3.550Mato Grosso do Sul 45.035 158.373 3.517Mato Grosso 334.318 1.240.911 3.712Gois 99.505 300.680 3.022Fonte: IBGE (2002)Outro fator determinante da evoluo da cultura do algodo no Centro-Oeste a produtividade. Eno Sul, representado pelo estado do Paran, a produtividade em 2002 foi de 2.388 kg/ha e no Su2.448 kg/ha de algodo em caroo, a mdia do Centro-Oeste foi de 3.550 kg/ha, aproximadamenmaior (Tabela 2).Panorama em Mato Grosso

    Mato Grosso ocupa, atualmente, a primeira posio em rea cultivada, produo e produtividade.

    contribui com 54,36% da produo nacional (Tabela 2).

    Mato Grosso uma das mais importantes reas de expanso da cultura do algodo herbceo no B4.480 hectares e uma produo de 4.914 toneladas em 1980, passou a cultivar 334.318 hectaresproduo de 1.240.911 toneladas em 2002. A produtividade cresceu 238,7% no perodo, passand1.097 kg/ha em 1980 para 3.712 kg/ha na safra 2002 (Tabela 3).

    Tabela 3. rea colhida, produo e produtividade de algodo herbceo no Mato Grosso de 1980 a 2002.

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    Ano rea colhida(ha) Produo(ton.) Produtivid(kg/ha

    1980 4.480 4.914 1.1985 16.945 21.837 1.1990 43.422 57.634 1.1995 69.390 87.458 1.1998 106.483 283.812 2.1999 200.182 566.802 2.2000 257.762 908.854 3.2001 412.315 1.525.376 3.2002 334.318 1.240.911 3.Fonte: Anurio... (1983, 1988, 1993, 1997); IBGE (2002).Panorama em Gois

    Gois ocupa, atualmente, a segunda posio em rea cultivada e produo (Tabela 2), atingindo m300 mil toneladas de algodo em caroo na safra 2001/02 (Tabela 4).Apesar das oscilaes da rea cultivada, a produtividade aumentou de ano para ano. De 31.450 huma produo de 62.960 toneladas em 1980, passou a cultivar 99.505 hectares, com uma produ300.680 toneladas em 2002. A produtividade cresceu 50,95% no perodo, passando de 2.002 kg/3.022 kg/ha (Tabela 4).

    Tabela 4. rea colhida, produo e produtividade de algodo herbceo em Gois 1980 a 2002. Ano rea colhida

    (ha)Produo

    (ton.)Produtivid

    (kg/ha

    1980 31.450 62.9601985 64.060 116.0301990 35.459 59.7541995 69.533 157.0311998 186.661 260.0621999 117.056 278.3632000 96.718 254.4762001 106.539 326.1502002 99.505 300.680Fonte: Anurio... (1983, 1988, 1993, 1997); IBGE (2002).

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    Panorama em Mato Grosso do Sul

    Em Mato Grosso do Sul, o algodo teve expanso acentuada em meados da dcada de 1990. De uigual a 44.615 hectares e produo de 69.346 toneladas em 1980, passou a cultivar 60.011 mil hcom uma produo de 105.791 toneladas em 1995. Entretanto, a partir de 1995, a rea cultivadadecresceu, atingindo pouco mais de 45.035 hectares em 2002. Mas, a produtividade aumentou, pde 1.554 kg/ha em 1980, para 3.517 kg/ha em 2002, um crescimento de 126,3% (Tabela 5).

    O Estado ocupa o quinto lugar em produo, contribuindo com 6,94% do total nacional e o segundprodutividade, perdendo apenas para Mato Grosso (Tabela 2).

    Tabela 5. rea colhida, produo e produtividade de algodo herbceo no Mato Grosso do Sul de 1980 a 2002

    Ano rea colhida(ha) Produo(ton.) Produtivid(kg/ha

    1980 44.615 69.3461985 66.619 106.3171990 44.570 73.5591995 60.011 105.7911998 49.151 93.2291999 46.231 114.5212000 48.450 127.8392001 50.058 169.4252002 45.035 158.373Fonte: Anurio... (1983, 1988, 1993, 1997); IBGE (2002).Panorama na Bahia

    A Bahia o nico estado brasileiro produtor de algodo que apresentou aumento de rea dessa cusafra 2001/02 em relao 2000/01. A produo concentra-se na regio de Barreiras, que englobtambm os municpios de Lus Eduardo Magalhes, So Desidrio e Ronda Velha.

    O algodo teve expanso acentuada no incio da dcada de 1990, atingindo 186.447 hectares, made ento, a rea decresceu sensivelmente, atingindo 74.078 hectares em 2002. Em compensaoprodutividade aumentou significativamente, pois de apenas 880 kg/ha em 1980, passou para 2.52em 2002, um crescimento de 187,04% (Tabela 6).

    Tabela 6. rea colhida, produo e produtividade de algodo herbceo na Bahia 1980 a 2002. Ano rea colhida

    (ha) Produo(ton.) Produtivid(kg/ha1980 74.870 65.8861985 129.161 161.1931990 186.447 109.361

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    1995 156.557 76.0901998 109.164 41.5321999 42.381 50.0852000 55.952 132.6792001 56.607 170.0922002 74.078 187.120Fonte: Anurio... (1983, 1988, 1993, 1997); IBGE (2002).Panorama no M

    No estado do Maranho, o algodo produzido principalmente na regio de Balsas e predominantemente, por grandes empresrios rurais.

    A cultura foi introduzida recentemente e as tecnologias ainda no esto totalmente definidas.

    A produo ainda pequena, mas o Estado apresenta grande potencial para expanso da cultura,vista a estrutura ferroviria e rodoviria existente e por estar prximo do polo txtil do Cear.

    Clima

    O algodoeiro muito sensvel temperatura. Noites frias ou temperaturas diurnas baixas restringecrescimento das plantas levando-as emisso de poucos ramos frutferos. Por isso, a semeadura aconselhvel em regies ou pocas em que as temperaturas permaneam entre 18 e 30C, nuncultrapassando o limite inferior de 14C e superior a 40C (Doorenbos at al., 1979).

    Os parmetros trmicos que limitam o desenvolvimento do algodoeiro ao longo do seu ciclo podemobservados na Tabela 1.Tabela 1. Parmetros trmicos para o desenvolvimento da cultura do algodoeiro.

    Estapas de crescimento Limite mnimo

    (C)

    Limite ideal

    (C)

    Limite mximo

    (C)

    Germinao 14 18 a 30 40

    Des. Vegetativo 20 30 40

    Formao de gemas e

    florao

    dia: 20

    noite: 12

    30 dia: 40

    noite: 27

    Maturao de frutos 20 27 a 32 38

    Fonte: Doorenbos et al., (1979)

    A temperatura tem importncia tambm como indutora do crescimento das plantas, tendo sidodeterminada a exigncia em unidades de calor para cada fase do crescimento do algodoeiro. Assim

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    necessrio um determinado acmulo trmico, representado pelo somatrio da diferena entreas temperaturas mdias e a temperatura mnima basal dirias, para que o algodoeiro expresse topotencial de crescimento a cada fase de seu desenvolvimento. Essas necessidades trmicas, denomde Unidades de Calor (UC) ou Graus Dia (GD) caracterstica de cada variedade, influenciando fora poca de cultivo, em funo da latitude e altitude de cada localidade. Na Tabela 2 encontram-se temperaturas determinadas para variedades cultivadas nos Estados Unidos e no Brasil, de acordo ROSOLEM, 2001.

    Tabela 2. Nmero mdio de dias e unidades de calos (UC) que o algodo necessita durante seu crescimento, eestdios. Dados mdios obtidos com as cultivares ITA 90 e Antares, na safra 98/99, na regio de Rondonpolis,

    Estdio de Crescimento Nmero de dias Unidades de Calor(1)

    MT Literatura MT Literatura

    Semeadura emergncia 4-9 50-60

    Emergncia ao primeiro boto 33 27-38 358 425-475

    Primeiro boto primeira flor 21 20-25 271 300-350

    Emergncia primeira flor 54 47-63 629 725-825

    Primeira flor ao primeiro capulho 54 45-66 658 850

    Emergncia ao primeiro capulho 109 125-161 1.287 1.575-1.675

    Entrens

    Na haste principal 2-3 40-60

    Nos ramos 5-6 80-120

    (1)UC Unidades de Calor acumuladas, calculadas por: UC= [(T + t)/2 15], onde T = temperatura mxima diria; t =

    temperatura mnima diria; 15 = temperatura base (C).

    Fonte: Rosolem, 2001

    Dependendo do clima e da durao do ciclo, o algodoeiro necessita de 700 a 1.300mm de chuva patender suas necessidades de gua; 50 a 60% dessa gua necessria durante o perodo de flora70 dias), quando a massa foliar est completamente desenvolvida.

    A necessidade de gua do algodoeiro, representada pela evapotranspirao mxima (Etm) em rela

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    evapotranspirao de referncia (Eto), estimada para cada etapa do desenvolvimento das plantautilizando-se o respectivo coeficiente de cultivo (kc), atravs da equao: ETm = kc x ETo.

    Na tabela 3 so apresentados os valores de kc nas diversas fases de desenvolvimento do algodoeir

    Tabela 3. Coeficiente de cultivo para cada fase de desenvolvimento do algodoeiro.

    Perodo inicial(15 a 25 dias)

    Des. vegetativo Gemas e Florao Maturao deFrutos

    Final de ciclo ecolheita

    0,4 0,7 1,05 0,8 0,65

    Fonte: Doorenbos et al., (1979)

    A partir de 1997/98, para efeito de crdito e seguro agrcola, foi introduzido o zoneamento agrcola baseado na definio das regies e pocas de semeadura com menor risco de perdas por adversclimticas.

    Nas tabelas 4 e 5 podem ser encontradas as pocas de semeadura, por municpio, para os EstadosGrosso do Sul e Mato Grosso. Na Tabela 6 encontrada a poca de semeadura para o Estado da Bincluindo os municpios da regio do cerrado baiano, polarizada pelo municpio de Barreiras.

    Tabela 4. pocas de semeadura e zoneamento para a cultura do algodoeiro no estado de Mato Grosso do Sul.

    Municpios poca de semeadura

    Todos os tipos de solo

    gua Clara 1/10 a 20/11

    Alcinpolis 21/11 a 20/01

    Amambai 21/10 a 30/11

    Anastcio 01/10 a 30/11

    Anaurilndia 01/10 a 20/11

    Antnio Joo 21/10 a 30/11

    Aparecida do Taboado 01/10 a 20/11

    Aquidauana 01/10 a 30/11

    Aral Moreira 21/10 a 30/11

    Bandeirantes 01/12 a 10/01

    Bataguassu 01/10 a 20/11

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    Japor 21/10 a 20/11

    Jaraguari 01/12 a 10/01

    Jardim 01/10 a 30/11

    Jate 01/10 a 20/11

    Jut 01/10 a 20/11

    Laguna Carap 01/10 a 20/11

    Maracaj 01/10 a 20/11

    Miranda 01/10 a 30/11

    Mundo Novo 21/10 a 30/11

    Navira 01/10 a 20/11

    Nioaque 01/10 a 30/11

    Nova Alvorada do Sul 01/10 a 20/11

    Nova Andradina 01/10 a 20/11

    Novo Horizonte do Sul 01/10 a 20/11

    Paranaba 01/10 a 20/11

    Paranhos 21/10 a 10/12

    Pedro Gomes 21/11 a 20/01

    Ponta Por 21/10 a 30/11

    Porto Mutinho 01/10 a 30/11

    Ribas do Rio Pardo 01/10 a 20/11

    Rio Brilhante 01/10 a 20/11

    Rio Negro 01/10 a 30/11

    Rio Verde de Mato Grosso 21/11 a 20/01

    Rochedo 01/10 a 30/11

    Santa Rita do Pardo 01/10 a 20/11

    So Gabriel do Oeste 01/12 a 10/01

    Selvria 01/10 a 20/11

    Sete Quedas 21/10 a 30/11

    Sidrolndia 01/10 a 20/11

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    Sonora 21/11 a 20/01

    Tacuru 21/10 a 30/11

    Taquarussu 01/10 a 20/11

    Terenos 01/10 a 20/11

    Trs Lagoas 01/10 a 20/11

    Vicentina 01/10 a 20/11

    Tabela 5. pocas de semeadura e zoneamento para a cultura do algodoeiro no estado de Mato Grosso.

    Municpios pocas de semeadura

    Solo tipo 1 Solo tipo 2 Solo tipo 3

    Acorizal 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    gua Boa 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Alta Floresta 01/01 a 10/01 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Alto Araguaia 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Alto Boa Vista 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Alto Garas 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Alto Paraguai 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Alto Taquari 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Apiacs 01/12 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Araguaiana 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Araguainha 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Araputanga 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Arenpolis 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Aripuan 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Baro de Melgao 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Barra do Bugres 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Barra do Garas 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    B.Jesus do Araguaia 01/01 a 10/02 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Brasnorte 01/12 a 10/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

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    Cceres 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Campinpolis 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    C. Novo do Parecis 01/12 a 31/12 01/12 a 20/02 01/12 a 20/02

    Campo Verde 01/12 a 10/01 01/12 a 10/02 01/12 a 10/02

    Campos de Jlio 01/12 a 31/12 01/12 a 20/02 01/12 a 20/02

    Cana Brava do Norte 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Canarana 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Carlinda 01/01/ a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Castanheira 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    C. dos Guimares 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Cludia 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Cocalinho 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Colder 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Colniza 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Comodoro 01/12 a 31/12 01/12 a 20/02 01/12 a 20/02

    Confresa 01/01 a 10/02 01/01 a 20/02 01/01 a 28/02

    Cotriguassu 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Cuiab 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Curvelndia 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 28/02

    Denise 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Diamantino 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Dom Aquino 01/12/ a 10/01 01/12 a 31/12 01/12 a 31/01

    Feliz Natal 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Figueirpolis do Oeste 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Gacha do Norte 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    General Carneiro 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Glria do Oeste 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Guarant do Norte 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 0101 a 28/02

    Guiratinga 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

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    12/24

    Indiava 01/01 a 10/02 01/01 a 20/02 01/01a 20/02

    Itaba 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Itiquira 20/11 a 21/01 01/12 a 20/01 01/12 a 20/01

    Jaciara 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Jangada 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Jauru 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Juara 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Juna 01/01 a 20/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Juruena 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Juscimeira 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Lambari do Oeste 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Lucas do Rio Verde 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Luciara 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Marcelndia 01/01 a10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Matup 01/01 a 28/02 01/01 a28/02 01/01 a 28/02

    Mirassol do Oeste 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Nobres 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Nortelndia 01/12 1 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    N. Sra. do Livramento 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Nova Bandeirante 01/01 a 31/01 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Nova Brasilndia 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Nova Cana do Norte 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Nova Guarit 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Nova Lacerda 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Nova Marilndia 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Nova Maring 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Nova Monte Verde 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Nova Mutum 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Nova Nazar 01/12 a 10/01 01/12a 31/01 01/12 a 31/01

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    Nova Olmpia 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Nova Santa Helena 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01//01 a 28/02

    Nova Ubirat 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Nova Xavantina 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Novo Horizonte do Norte 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Novo Mundo 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Novo So Joaquim 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Novo Santo Antonio 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Paranata 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Paranatinga 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Pedra Preta 20/11 a 21/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Peixoto de Azevedo 01/01 a 31/01 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Planalto da Serra 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Pocon 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Pontal do Araguaia 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Ponte Branca 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Pontes e Lacerda 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Porto Alegre do Norte 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Porto dos Gachos 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Porto Esperidio 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Porto Estrela 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Poxoro 20/11 a 21/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Primavera do Leste 20/11 a 21/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Querncia 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Reserva do Cabaal 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Ribeiro Cascalheira 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Ribeirozinho 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Rio Branco 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Rondolndia 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

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    Rondonpolis 20/11 a 21/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Rosrio do Oeste 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Salto do Cu 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Santa Cruz do Xingu 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Santa Carmen 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Santa Rita do Trivelato 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Santa Terezinha 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Santo Afonso 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    S. Antonio do Leste 20/11 a 21/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    S.Antonio do Leverger 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    S. Felix do Araguaia 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    S. Jos do Povo 20/11 a 21/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    S. Jos do R. Claro 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    S. Jos do Xingu 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    S. Jos dos QuatroMarcos

    01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    So Pedro da Cipa 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Sapezal 01/12 a 31/12 01/12 a 20/01 01/12 a 20/01

    Serra Nova Dourada

    01/01 a 10/02

    01/01 a 28/02

    01/01 a 28/02

    Sinop 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Sorriso 01/12 a 10/01 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Tabapor 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Tangar da Serra 01/12 a 31/12 01/12 a 20/02 01/12 a 20/02

    Tapurah 01/01 a 10/02 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Terra Nova do Norte 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Tesouro

    01/12 a 10/01

    01/12 a 31/01

    01/12 a 31/01

    Torixoru 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

    Unio do Sul 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Vale de S. Domingos 01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Vrzea Grande 01/12 a 10/01 01/12 a 31/01 01/12 a 31/01

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    Vera 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Vila Bela da SS.Trindade

    01/01 a 31/01 01/01 a 20/02 01/01 a 20/02

    Vila Rica 01/01 a 10/02 01/01 a 28/02 01/01 a 28/02

    Manejo de solos

    Por se tratar de uma planta oleaginosa, o algodoeiro herbceo (Gossypium hirsutun L.r latifolium Hafirma-se, teoricamente, como exigente, no que se refere ao solo, preferindo aqueles de textura mprofundos, ricos em matria orgnica, permeveis, bem drenados e de boa fertilidade. No entantode uma cultura de larga adaptao, no que se refere s condies edficas, podendo ser cultivada diversos tipos de solo de caractersticas fsicas adversas e menos frteis, desde que sejam efetuaddevidas correes, de forma que passem a apresentar caractersticas suficientes para atender s

    necessidades bsicas ao seu pleno desenvolvimento por outro lado, solos rasos, excessivamente ae/ou pedregosos, demasiadamente argilosos e/ou siltosos e de baixa permeabilidade, devem ser epor suas caractersticas de difcil correo. reas sujeitas a encharcamento tambm so desfavorcultivo do algodoeiro por no suportarem baixa oxigenao no ambiente radicular.

    Os solos de cerrado, em geral, por serem profundos, apresentam caractersticas de valor elevado ecapacidade de infiltrao de gua, em acidez hidroltica, em toxidez de alumnio, na capacidade dede fsforo e baixos nveis de potssio, clcio e magnsio trocveis, entre outras, a capacidade prodbaixa em condies naturais. Contudo, o potencial para uso com o algodoeiro alto, uma vez corrdeficincias nutricionais.

    Manejo do Solo

    O manejo do solo se constitui de prticas simples e indispensveis ao bom desenvolvimento das cucompreende um conjunto de tcnicas que, utilizadas racionalmente, proporcionam alta produtividase mal utilizadas, podem levar destruio dos solos a curto prazo (Figura 1), podendo chegar desertificao de reas extensas.

    De maneira geral, pode-se considerar, os seguintes tipos de manejo do solo:y Preparo convencional - provoca inverso da camada arvel do solo, mediante o uso de arado

    operao seguem outras, secundrias, com grade ou cultivador, para triturar os torres; 100% superfcie so removidos por implementos. Este tipo de preparo s deve ser utilizado quando dade algumas caractersticas na subsuperfcie do solo, onde necessite de incorporao de corretivorompimento de camadas compactadas (Figura 2).

    y Preparo mnimo - intermedirio, que consiste no uso de implementos sobre os resduos da cultanterior, com o revolvimento mnimo necessrio para o cultivo seguinte. Geralmente utilizado escarificador a 15cm suficiente para romper crostras e p de grade niveladora (Figura 3).

    y Plantio direto - aqui, as sementes so semeadas atravs de semeadora especial sobre a palhaculturais do cultivo anterior ou de culturas de cobertura palha produzidas no local para este fim

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    compactao. Para romper adensamentos superficiais, geralmente, escarificadores (Figura 8), probom trabalho, enquanto camadas mais profundas e expessas necessitam de subsoladores de altaresistncia. reas de solos de textura mdia ou arenosa com mais de quatro anos de pousio dificnecessitam de descompactao pois, as razes das plantas ali existentes j se encarregaram de reabiologicamente.

    Manejo Conservacionista

    Os objetivos de uma agricultura sustentvel so o desenvolvimento de sistemas agrcolas que sejamprodutivos, conservem os recursos naturais, protejam o ambiente e melhorem as condies de sadesegurana a longo prazo. Neste sentido, as prticas culturais e de manejo, como a rotao de culturaplantio direto, e o manejo do solo conservacionista, so muito aceitveis pois, alm de controlarem ado solo e as perdas de nutrientes, mantm e/ou melhoram a produtividade do solo.

    Nos melhores solos do cerrado, que em geral so profundos, bem estruturados possuem textura mduma boa drenagem ao longo do perfil, e de suaves pendentes, pode-se manter um alto nvel de prodmediante a aplicao de escassas mas bem estruturadas prticas de conservao de solos; ento, umverdadeiro sistema de agricultura sustentvel aquele em que os efeitos benficos das diferentes prconservao so iguais ou ultrapassam os efeitos adversos dos processos depredativos. O componendeste equilbrio dinmico a matria orgnica, a qual tem que ser mantida atravs de adies regulamateriais orgnicos.

    Uma das caracterstidas do solo que mais sofre influncia do manejo a estrutura que pode ser consicomponente bsico de sua fertilidade fsica, ao condicionar o desenvolvimento da porosidade intra einteragregados, como a principal via de circulao da gua e do ar no solo. A estrutura que envolve ude interrelaes muito sutis, estabelecidas entre os componentes minerais e orgnicos do solo e que

    uma srie de processos fsicos, qumicos e biolgicos, pode facilmente se deteriorar pela ao das forcompresso derivadas do uso incorreto de mquinas e implementos agrcolas. Os restos vegetais deixsuperfcie do solo nos sistemas de manejo conservacionistas (Figura 9). repercutem muito no aumenconservao da estabilidade de agregados na superfcie e na reduo da compactao das camadassubsuperficiais.

    Todos estes fatores incidem tambm sobre a capacidade de infiltrao de gua no solo que resultanbalano entre a quantidade de gua que chega e a que sai. Neste balano influi a taxa de infiltrao, escorrimento superficial, a ascenso capilar, a drenagem e a evaporao. Do volume de gua que csuperfcie, parte se infiltra no solo e atinge o lenol fretico, garantindo a perenizao dos cursos d'genquanto a parte infiltrada retida pelo solo - constituindo-se em gua disponvel para as plantas, ogrande importncia, pois o processo de nutrio de plantas depende da gua disponvel para a forma

    soluo do solo -, as plantas podem absorver os nutrientes necessrios ao seu pleno desenvolvimento

    Parte da gua retida no solo perdida por evaporao e/ou evapotranspirao e, em funo da capacinfiltrao e reteno de gua do solo e da intensidade das chuvas, parte pode exceder e ser perdida escoamento superficial; dependendo do volume e da velocidade deste escoamento, pode ocorrer o arpartculas de solo e dos insumos nele aplicados, sedimentando-se em baixadas, lagos e rios, o que afgradativamente a capacidade produtiva do solo, reduzindo entre outros fatores, a sua fertilidade, a cade infiltrao e a reteno de gua. Alm disso eleva a acidez e provoca irregularidade superficial, o q

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    dificultar seu uso agrcola, exigindo mais energia e insumos para a manuteno de sua produtividade

    Em todos esses fatores citados, a matria orgnica tem paticipao direta ou indireta, estando presenatividade agrcola desde a sua origem e at a sua utilizao, de maneira histrica, diretamente fert produtividade dos solos cultivados. Em muitos solos, a matria orgnica humificada do horizonte suo principal fator responsvel pela "capacidade de troca de ctions" (CTC) verdadeira dispensa dos nut

    que podem ser liberados progressivamente disposio dos cultivos; logo, pode-se deduzir que umcomponente do solo que tem papel fundamental nas perdas de nutrientes por lixiviao.

    A parte desta relao direta, h outras, indiretas: o hmus, como visto anteriormente, um dos princondicionantes do desenvolvimento da estrutura do solo e de sua estabilidade; a degradao da estruincide sobre a distribuio do tamanho dos poros e da erodibilidade e perdas de solo da zona, que cosa mais rica em hmus e nutrientes; por outro lado, os resduos dos cultivos deixados na superfcie pesistemas de preparo conservacionistas protegem a ao direta do impacto das gotas de chuva (respopelo selamento de poros e pela formao de crostas superficiais), incidem sobre o regime de temperaumidade do solo e, tambm, reduzem o escoamento superficial.

    Assim, pode-se dizer que a proteo da superfcie do solo nos sistemas de manejo evita perdas de um

    por evaporao, o que, unido ao desenvolvimento de uma quantidade maior de macroporos aptos patransmisso de gua e de microporos para sua reteno, proporcionam incremento significativo na cade armazenamento de gua e nutrientes e melhor disponibilidade destes para os cultivos.

    Adubao e correo .

    Considerando que a quantidade de nutrientes exportados da lavoura pela fibra e semente relativpequena, comparada a outras culturas de importncia econmica, o algodoeiro no seria considera

    planta esgotante do solo. Contudo, nos casos em que adotada a prtica de arrancar e queimar acomo medida de controle de doenas e pragas, em cultivo convencional, ocorre perda de parte dosnutrientes que poderiam retornar ao solo. Este mtodo de destruio dos restos culturais associadrevolvimento intensivo do solo durante seu preparo faz com que as recomendaes de adubao ssuperiores ao que retirado pela fibra e semente para compensar as perdas e evitar o empobrecimgradual do solo.

    Uma maneira de minimizar estas perdas seria atravs da implantao de sistemas agrcolas sustenque sejam produtivos, conservem os recursos naturais, protejam o ambiente e melhorem as condisade e segurana a longo prazo. Neste sentido, as prticas culturais e de manejo, como a rotaoculturas, a reciclagem de nutrientes e o preparo conservacionista do solo so muito aceitveis poiscontrolarem a eroso do solo e as perdas de nutrientes, mantm e/ou melhoram a produtividade dEm muitos solos, a matria orgnica humificada do horizonte superficial o principal fator respons"capacidade de troca de ctions" (CTC), verdadeira despensa de nutrientes, que podem ser liberadprogressivamente disposio dos cultivos; logo, pode-se deduzir que a matria orgnica tem papfundamental na ciclagem e manuteno dos nutrientes, evitando as perdas por lixiviao. Os resdcultivos deixados na superfcie pelos sistemas de plantio direto (Figura 1) e/ou semi direto oferecemelhor forma de se restaurar a produtividade dos solos agrcolas degradados.

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    Figura 1. Cobertura do solo (palhada de milho e soja).

    O planejamento de um sistema sustentvel, como o citado anteriormente, requer uma srie de etapreliminares como histrico da rea, complexo florstico de ervas daninhas, pesquisa de mercado, do perfil do solo e etc.

    Anlises do Solo

    Como seguimento importante desta ltima, esto as amostragens de solos para anlises de fertilidserviro como base para recomendao de calagem e adubao. Por essa razo as amostras coletdevem ser representativas da rea a ser cultivada. Para isso, a rea a ser amostrada deve ser divitalhes de at 20 ha, homogneos quanto topografia, cor e textura do solo, cobertura vegetal anhistrico de uso e drenagem. Em cada talho, toda a rea deve ser percorrida em zigue-zague, ret15 a 20 subamostras simples, de mesmo volume. As subamostras simples devero ser misturadasrecipiente limpo para formar uma nica amostra composta, da qual so retirados cerca de 500 a 6terra, identificados e enviados ao laboratrio.

    Em reas sob cultivo convencional as amostras de solo devem ser coletadas nas camadas 0-20 e 2No sistema de Plantio Direto nos trs primeiros anos segue-se o mesmo procedimento do convencsendo que a partir do quarto ano recomendvel retirar amostras nas camadas 0-10, 10-20 e 20-profundidade.

    Quanto poca de amostragem, conveniente retirar amostras com bastante antecedncia do pluma vez que a recomendao de adubao e calagem depende dos resultados da anlise do solo. do manejo convencional, convm coletar as amostras antes da arao para permitir a aplicao deantes dessa operao. O ideal seria repetir a amostragem e anlise de solo anualmente, visando a

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    o acompanhamento das condies de fertilidade do solo e recomendao de adubao adequada. Qser complementada pela anlise foliar.

    Anlises Foliares

    A anlise foliar uma ferramenta essencial para a avaliao do estado nutricional do algodoeiro quser considerada como complementar anlise do solo e nunca como substituta. Quando usada emcom os resultados de anlise do solo e o histrico de uso da rea, permite acompanhar o equilbrionutricional das culturas, tendo-se a recomendao de adubao mais consistente.

    A poca correta de amostragem no perodo do florescimento, 80 a 90 dias aps a emergncia. Dcoletar a 5 folha totalmente formada a partir do pice da haste principal, num total de 30 folhas phomognea. Recomenda-se evitar folhas que apresentem danos causados por pragas e doenas side doenas. Aps a coleta, as folhas devem ser colocadas em sacos de papel, identificadas e envia

    laboratrio, se possvel no mesmo dia.

    Calagem

    Por ser o algodoeiro pouco tolerante acidez e presena de alumnio trocvel e ser exigente em elemento importante na germinao e desenvolvimento inicial das razes, a correo da acidez epara a obteno de boa produtividade. A calagem a aplicao de corretivo da acidez (geralmente

    no solo e tem o objetivo de corrigir a acidez, neutralizar o alumnio trocvel, elevar a saturao defornecer clcio e magnsio para as plantas. Alm desses efeitos diretos, com a calagem a cultura beneficiada indiretamente pelo aumento da capacidade de troca de ctions (CTC) e da disponibilidaS, P, B e Mo, melhoria do desenvolvimento do sistema radicular, que permite explorao de maiorde solo e conseqentemente maior eficincia na absoro de nutrientes do solo pela planta.

    Recomendao de calagem

    So vrios os mtodos usados para clculos da necessidade de calcrio, sendo a mais usada para

    do algodo aquele baseado na CTC e SATURAO DE BASES, o qual aplica a seguinte frmula:

    NC (t/ha) = CTC (V2-V1)/100, sendo:

    NC = necessidade de calcrio em t/ha

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    CTC (mmolc/dm3) = capacidade de troca ctions do solo a pH 7,0 (Ca2+ + Mg2+ + K+ + H+ +Al

    V2 = porcentagem de saturao por bases recomendada para a cultura (60-70%)

    V1 = porcentagem de saturao por bases atual do solo, calculada pela frmula: 100 x SB/CTC

    SB = soma de bases trocveis (Ca2++Mg2++ K+, em cmolc/dm3).

    A quantidade de calcrio recomendada para aplicao do produto em uma superfcie (S) de um h(10.000 m2), a uma profundidade de incorporao (PI) de 20 cm e usando calcrio com PRNT igua%. Caso haja diferena em qualquer desses critrios necessrio fazer uma correo na quantidadaplicada:

    Quantidade de calcrio (t/ha) = NC x S/10.000 x PI/20 x 100/PRNT,

    onde PRNT = Poder Relativo de Neutralizao Total do calcrio utilizado.

    A calagem deve ser feita a pelo menos dois meses do plantio e em rea total com posterior incorpo

    com arao e gradagem. Caso seja usado o plantio direto, deve ser aplicado na superfcie da dorecomendada at o limite de 2,5 t/ha em solos argilosos e 2,0 t/ha em solos arenosos.

    A correo da acidez e dos teores txicos de Al na subsuperfcie pode ser feita com gesso agrcola.uso recomendado quando na camada subsuperficial (20-40) a saturao por alumnio for superioe/ou a saturao de clcio for menor que 60% da CTC efetiva. De modo geral, a quantidade de gea ser aplicada no solo pode ser calculada pela frmula:

    QG (kg/ha) = 50 x %argila

    Ou ainda:

    Solos arenosos (< 15% de argila) At 700 kg/haSolos de textura mdia (15 35% de argila) At 1.200 kg/haSolos argilosos (35 60% argila) At 2.200 kg/haSolos muito argilosos (> 60% argila) At 3.200 kg/haPara o algodoeiro, sugere-se a observao das seguintes condies destacadas por Medeiros et al.

    I) Em solos argilosos, porm com baixos teores de potssio, a gessagem pode ser efetuada desde

    feita adubao com potssio.

    II) Em solos argilosos com teores mdios ou altos de potssio, o gesso pode ser usado sem restriIII) A quantidade de gesso a ser aplicada no deve ultrapassar 1.500 kg/ha.IV) O gesso pode ser usado como fonte de enxofre e nesse caso a quantidade deve ser calculada pfornecer 20 a 30 kg/ha desse nutriente.

    Vale salientar que o solo corrigido pode voltar a ficar cido porque os fatores que causam a acidezcontinuam atuando ao longo do tempo, por exemplo:yperdas de bases (Ca, Mg e K) por lixiviao, que aumentada na presena dos nions sulfato, clo

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    nitrato fornecidos nas adubaes, com conseqente reduo do pH.yutilizao de adubos nitrogenados, como sulfato de amnio e uria, que acidificam o solo. yprocesso de nitrificao (transformao de amnio em nitrato) que ocorre aps a mineralizao dnitrognio da matria orgnica, cuja reao provoca acidificao do solo.

    yextrao de ctions (Ca, Mg, K) pelas culturas.

    yPor isso, conveniente monitorar, anualmente, a fertilidade do solo atravs de anlises laboratorque se identifique alteraes na reao do solo e a necessidade de sua correo.

    AdubaoPara se fazer uma adubao equilibrada, muito importante conhecer a quantidade total de nutrieextrados, exportados (fibra e sementes) e quanto retornou ao solo atravs dos restos culturais. Poalm das exigncias nutricionais, vrios fatores determinam a resposta das culturas adubao, ta dinmica dos nutrientes no solo, o histrico de uso da rea (principalmente, cultura anterior, coadubaes aplicadas) e, a disponibilidade de gua, dentre outros. O fsforo, por exemplo, embora macronutriente menos absorvido pelo algodoeiro, usado em maior proporo nas formulaes deadubao devido sua fixao no solo, especialmente na regies de cerrado. De qualquer forma ode nutrientes no solo devem ser manejados de modo a se construir sua fertilidade at os nveisconsiderados altos ou adequados. Desse ponto em diante, a adubao deve objetivar manter a fero nvel da produtividade alcanada.yO fsforo e o potssio so recomendados em funo da anlise do solo, considerando as tabelas drecomendao de adubao de cada estado ou regio.

    yA recomendao de nitrognio baseada na produtividade esperada e no potencial de resposta dassociado ao histrico de uso da rea.

    yNo se espera resposta adubao potssica quando o teor de potssio no solo for superior a 2,

    mmolc/dm3 ou quando a relao (Ca + Mg)/K < 20.

    yO enxofre, assim como o nitrognio, no recomendado pela anlise do solo. Nos casos em que sresposta a esse nutriente, a aplicao de 25 a 30 kg/ha usando gesso tem sido suficientes para oalgodoeiro.

    y recomendvel o uso de fontes solveis de fsforo e de formulaes NPK que contenham sulfatocomo sulfato de amnio e/ou superfosfato simples, que alm de N e P tambm fornecem enxofre

    A adubao de plantio deve ser feita no sulco de semeadura, ao lado e abaixo da semente, com peproporo de nitrognio (10-15 kg/ha), fsforo em dose total, metade ou um tero da dose recomde potssio e micronutrientes.

    A adubao de cobertura pode ser nica ou parcelada, se necessrio. A primeira cobertura deve seentre 30 a 35 dias aps a emergncia, com N, K, S e B (1/2 da dose), caso esses dois ltimos nosido aplicados na semeadura. A segunda cobertura com N e K (se necessrio) deve ser feita cerca dias aps a primeira. Este parcelamento aumenta a eficincia da adubao pois assegura o fornecidesses nutrientes na fase de maior absoro pelas plantas e evita perdas por lixiviao, sobretudoarenosos. Alm disso, a aplicao de quantidades elevadas de adubo potssico na semeadura podeprejudicar a emergncia das plantas devido ao aumento da presso osmtica no meio, uma vez qucloreto de potssio tem elevado ndice salino.Resultados de pesquisas recentes tm indicado que:

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    yA aplicao de nitrognio em cobertura em doses acima de 120 kg/ha no so econmicas,

    yAs aplicaes tardias de nitrognio (aps 80 dias de emergncia) promove o crescimento vegetatprolongamento do ciclo da cultura, aumento da queda de botes florais e aumento da intensidadeataques de pragas e doenas, sem que ocorra aumento da produtividade.

    yRespostas a doses elevadas de nitrognio em cobertura (acima de 140 kg/ha) esto associadas

    compactao do solo e/ou presena de nematides.Quanto aos micronutrientes, a adubao via solo tem se mostrado mais eficiente do que a adubaEm reas com histrico favorvel para a deficincia desse micronutriente, recomenda-se a aplica1,2 kg/ha na semeadura, ou em cobertura junto com N e K. Como o limite entre a deficincia e a tde boro muito estreito, aplicaes acima de 2 kg/ha podem causar prejuzo na produo. Em solcerrado, na fase de correo, recomenda-se aplicar 3 kg/ha de Zn se o teor no solo for inferior a 0mg/dm3, para prevenir deficincias.Os resultados de pesquisa mostram que a adubao foliar menos eficiente do que a adubao travia solo. Por isso, a pulverizao foliar recomendada apenas para corrigir deficincias detectadaso desenvolvimento da cultura. Entretanto, quando essas deficincias ocorrem parte da produo pda planta j est comprometida e a correo apenas diminui a intensidade das perdas.No caso de solos corrigidos e com uso de elevadas adubaes com NPK, visando altas produtividad

    conveniente o uso de formulaes NPK de plantio contendo micronutrientes, para prevenir possvedeficincias. Nessas formulaes comum o uso de fritas como fonte de todos os micronutrientes.so relativamente baratas e de lenta solubilizao no solo, assegurando liberao gradual dosmicronutrientes sem causar toxicidade.

    Sintomas de deficincias

    Nitrognio Reduo do crescimento vegetativo e amarelecimento uniforme da planta. Os sintommais acentuados nas folhas mais velhas, nas quais surgem manchas avermelhadas ou pardas que provocam a queda prematura das folhas. As plantas apresentam-se pouco desenvolvidas, com nmreduzido de ramos vegetativos e botes florais.Fsforo Ocorre atraso no desenvolvimento e as folhas apresentam colorao verde escuro intenmanchas ferruginosas no limbo. Esses sintomas so difceis de serem detectados no campo.Potssio Amarelecimento das margens das folhas mais velhas, que avana entre as nervuras. Cagravamento da deficincia, a superfcie das folhas passam para uma colorao bronzeada. A clorodesloca gradualmente para as folhas mais novas e as mais velhas morrem e caem, provocando amaturao prematura dos frutos e causando prejuzo na produtividade e na qualidade do produto.Clcio Sintomas de deficincia de clcio so difceis de serem encontrados no campo. Sob condiseveras de deficincia o sistema radicular prejudicado, o crescimento paralisado e ocorre murce queda das folhas. As folhas que no caem tornam-se avermelhadas.Magnsio O sintoma bem caracterstico a clorose internerval das folhas mais velhas, que evolcolorao vermelho-prpura, formando um contraste ntido com o verde das nervuras. As folhas d

    e as mas se desprendem com facilidade.Enxofre Clorose do ponteiro, caracterizado pela colorao verde-limo tpica que atinge as folhavelhas, causando sua queda prematura.Boro O algodoeiro uma das plantas mais exigentes em Boro. Os principais sintomas de deficiso:yfolhas novas amareladas e enrugadas, contrastando com o verde normal das folhas mais velhas.yflores defeituosas e aumento da queda de botes florais e dos frutos, os quais apresentam escureinterno na sua base.

    yaparecimento de anis verde-escuros nos pecolos.

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    ysuperbrotamento e morte dos ponteiros, quando a deficincia muito severa.Zinco Clorose internerval nas folhas novas, que se apresentam com as bordas voltadas para cimlbulos alongados no formato de dedos.Mangans Clorose internerval das folhas novas dos ponteiros, contrastando com o verde das neCobre as folhas novas apresentam nervuras tortas e salientes. So sintomas de difcil ocorrnciacampo.

    Ferro Sintomas semelhantes aos da deficincia do mangans. No se espera deficincia de ferroBrasil, a no ser em condies de elevada disponibilidade de mangans, devido ao antagonismo enou em solos alcalinos.