Cronologia Da Península Ibérica (379-1500) _ Idade Média - Prof. Dr

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Cronologia da Península Ibérica (379‐1500) Ricardo da COSTA (mailto:[email protected]) Esta cronologia tem o objetivo de facilitar o estudo dos historiadores que trabalham com Portugal medieval. Concentrei o maior número possível de informações no período que abrange os séculos XII‐XIV, com uma especial predileção pelo Quatrocentos. Os séculos anteriores e posteriores a esse eixo cronológico entraram neste trabalho indiretamente, ou seja, através de comentários inseridos nos textos relacionados com os séculos XII‐XIV. Além disso, o caráter informativo desta Cronologia passa diretamente pelo político‐militar, com seqüências dinásticas e relações de poder nas "Espanhas" medievais. O destaque dado às ordens militares também tem sua explicação: nos anos 1994‐1999 investiguei a Reconquista e a atuação das ordens foi marcante neste aspecto. As datas consideradas mais problemáticas quanto à sua precisão estão acompanhadas de um ponto de interrogação; optei por aquelas que possuem o maior consenso entre os especialistas, mas provavelmente vocês encontrarão dúvidas num levantamento mais aprofundado. De qualquer modo, espero que os medievalistas interessados na Península Ibérica encontrem nesta Cronologia uma boa companheira de trabalho para suas respectivas pesquisas. Reis de Portugal (1128‐1481)

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Cronologia da Península Ibérica (379‐1500)Ricardo da COSTA (mailto:[email protected])

Esta cronologia tem o objetivo de facilitar o estudo dos historiadores quetrabalham  com Portugal medieval.  Concentrei  o maior  número  possívelde  informações  no  período  que  abrange  os  séculos  XII‐XIV,  com  umaespecial predileção pelo Quatrocentos. Os séculos anteriores e posterioresa  esse  eixo  cronológico  entraram neste  trabalho  indiretamente,  ou  seja,através de comentários  inseridos nos textos relacionados com os séculosXII‐XIV.  Além  disso,  o  caráter  informativo  desta  Cronologia  passadiretamente pelo político‐militar, com seqüências dinásticas e relações depoder nas "Espanhas" medievais.

O destaque dado às ordens militares  também  tem  sua  explicação:  nosanos  1994‐1999  investiguei  a  Reconquista  e  a  atuação  das  ordens  foimarcante  neste  aspecto.  As  datas  consideradas  mais  problemáticasquanto à sua precisão estão acompanhadas de um ponto de interrogação;optei por  aquelas que possuem o maior  consenso  entre os  especialistas,mas  provavelmente  vocês  encontrarão  dúvidas  num  levantamento maisaprofundado.  De  qualquer  modo,  espero  que  os  medievalistasinteressados  na  Península  Ibérica  encontrem nesta Cronologia  uma boacompanheira de trabalho para suas respectivas pesquisas.

 

Reis de Portugal (1128‐1481)

Dinastia de Borgonha I. D. Afonso I (Afonso Henriques) – 1128‐1185 II. D. Sancho I – 1185‐1211 III. D. Afonso II (rei‐leproso) – 1211‐1223 IV. D. Sancho II – 1223‐1248V. D. Afonso III – 1245‐1279 VI. D. Dinis, o Lavrador – 1279‐1325 VII. D. Afonso IV, o Bravo – 1325‐1357 VIII. D. Pedro I, o Cruel – 1357‐1367 IX. D. Fernando I, o Formoso – 1367‐1383D. Leonor Teles (regência) – 1383 (outubro a dezembro)Interregno – 1383 (dezembro)‐1385 (abril)

Dinastia de AvisX. D. João I, da Boa Memória – 1385‐1433XI. D. Duarte, o Eloqüente – 1433‐1438D. Leonor de Aragão (regência) – 1438‐1439D. Pedro, duque de Coimbra (regência) – 1439‐1448XII. D. Afonso V, o Africano – 1448‐1481

Mapa 1

Hispania sob a República Romana.

Cronologia

379‐468  —  Período  que  abrange  a  Crônica  de  Idácio,  galaico‐romanobispo de Chaves.

395‐408 — Arcádio, Imperador do Oriente.

395‐423 — Honório, Imperador do Ocidente.

399‐402 — Papado de Santo Anastácio I, romano.

402‐417 — Papado de Santo Inocêncio I, albanês.

408‐450 — Teodósio II, Imperador do Oriente.

409 — Entrada de  suevos,  vândalos asdingos,  vândalos  silingos e alanosna Península.

411 — Tratado entre os bárbaros e o Império: aqueles foram acantonadoscomo  federados  —  suevos  e  vândalos  asdingos  na  Galícia;  vândalossilingos na Bética; alanos (mais numerosos) na Lusitânia e Cartaginense.

412‐415 — Ataulfo, rei visigodo.

415  —  Entrada  de  visigodos  na  Península  comandados  por  Wallia,  apedido  dos  romanos  para  combater  vândalos  silingos  e  alanos  quepilhavam as regiões mais romanizadas ao sul. (?) Baquiário, presbítero deBraga que tinha praticado o priscilianismo, escreve a obra De fide, para seretratar da heresia. Morte de Ataulfo, rei visigodo.

415‐417 — Wallia, rei visigodo.

417 — Morte de Wallia, rei visigodo.

417‐418 — Papado de São Zósimo, grego.

417‐451 — Teodorico, rei visigodo.

418‐419 — Antipapa Eulálio.

418‐422 — Papado de São Bonifácio I, romano.

419  —  Vândalos  asdingos,  que  tinha  recebido  terras  na  Galécia(provavelmente na zona mais montanhosa do interior), atacam os suevos(que  viviam nos montes Nerbasios,  na  região  de Orense).  Esta  agressãoserve de pretexto ao comes Hispaniarum Astério e ao vicarus Maurocelopara atacarem os Asdingos.

422  —  É  enviado,  sem  sucesso,  um  exército  romano  para  atacar  osasdingos. Morte do rei dos vândalos asdingos, Gunderico.

422‐432 — Papado de São Celestino I, da Campânia.

425 — Os vândalos tomam Sevilha e Cartagena.

425‐455 — Valentiniano III, Imperador do Ocidente.

428 — Genserico,  novo  rei  dos  vândalos  asdingos,  ataca  povoações  nasilhas Baleares.

428‐477 — Genserico, rei dos vândalos asdingos e alanos.

429 — Os  vândalos,  senhores  do  sul  da  Península,  passam  à  África  doNorte. Os visigodos desembarcam nas ilhas Baleares e em Tânger.

430‐456 — Consolidação do reino suevo na Península.

431 — Idácio, bispo de Chaves, vai à Gália, sem sucesso, pedir ao magistermilitium Aécio que organize um ataque contra os suevos.

432‐440 — Papado de São Sisto III, romano.

438 — O príncipe suevo Réquila, associado ao trono pelo rei Hermerico,invade a Bética e devasta várias cidades da Lusitânia, entre elas Mérida eMértola.  O  exército  organizado  pelo  patriciado  local,  comandado  porAndevoto, é derrotado nas margens do rio Genil.

440‐461 — Papado de São Leão I (Magno), toscano.

441 — Réquila, rei dos suevos.

441‐446 — Réquila, de Sevilha (e com a conivência de alguns membros daaristocracia local) domina toda a Lusitânia e parte da Bética.

441‐454  —  “Bagauda”  :  perturbações  na  Península  entre  o  Ebro  e  nasfronteiras  dos  povos  bascos;  revoltas  locais  contra  as  autoridades  e  osgrandes  proprietários  pelos  povos  do  norte  (autóctones),  os  menosatingidos pela romanização.

445‐450 — Últimos episódios do combate ao priscilianismo (heresia) porToríbio de Astorga.

446  —  Os  romanos,  dirigidos  por  Vito,  magister  utriusque  militiae(comandante  de  tropas  compostas  por  soldados  romanos  e  visigodos),tentam libertar‐se dos suevos, mas são derrotados.

448 — Morte de Réquila, rei suevo. (aprox.) O novo rei suevo, Requiário,converte‐se ao catolicismo (um desafio aos arianos visigodos) e continua aassolar  a  Lusitânia,  a  Bética  e  mesmo  a  Cartaginense.  É  o  primeiro  reibárbaro a cunhar moeda em seu nome.

449 — Requiário  se  associa  aos  bandos  da  “bagauda”,  dirigidos  por  umchefe  chamado  Basílio,  para  assolarem  Tarazona  e  depois  Saragoça  eLérida.

450‐457 — Marciano, Imperador do Oriente.

451 — Morte de Teodorico, rei visigodo.

451‐456 — Teodorico II, rei dos visigodos. Política de extermínio visigodacontra os suevos.

453 —  Acordo  de  paz  entre  os  hispano‐romanos  e  suevos  estabelecidopelo comes Hispaniarum Mansueto e pelo conde Frontão.

454 — Os hispano‐romanos pedem auxílio a Teodorico, rei dos visigodos,para combaterem a “bagauda”.

455‐457 — Avito, Imperador do Ocidente.

456  —  Requiário,  rei  suevo,  infringindo  seus  acordos,  ataca  aCartaginense  e,  apesar  do  conde  Frontão  invocar  o  acordo  anterior,invade também a Tarraconense, praticando o saque e fazendo numerososcativos.  Teodorico  II,  rei  visigodo,  atravessa  os  Pireneus  e  dirige‐se  aGalécia,  derrotando  os  suevos  junto  ao  rio  Orbigo,  perto  de  Astorga;marcha  até  Braga,  que  é  inteiramente  saqueada,  sem  poupar  cidadãosromanos, clérigos e igrejas. Depois, segue até o Porto, vencendo Requiárionovamente  e  o  condenando  à  morte.  Por  fim,  entrega  o  reino  suevo  aAgiulfo, seu "cliente" da tribo dos varnas. Morte de Teodorico II, rei dosvisigodos.

457‐474 — Leão I, Imperador do Oriente.

457‐461 — Maioriano, Imperador do Ocidente.

459  —  Nepociano,  magister  militium  na  Hispânia  do  imperador  doOcidente, Maioriano, associa‐se ao conde visigodo Sunierico para atacaros suevos de Lugo.

460 — Maldras,  chefe  suevo que  tinha  se  insubordinado  contra Agiulfo(morto  no  castrum  do  Porto)  luta  pelo  poder  contra  Frantano —  duasfacções  suevas  rivais.  É  assassinado neste  ano  e  sucedido  por  Frumário.Outro  exército  visigodo,  desta  vez  sem  o  apoio  romano,  apodera‐se  deSantarém. O imperador do Ocidente, Maioriano, permanece algum tempoentre  Tarragona  e  Cartagena,  para  preparar  um  ataque  naval  contra  os

vândalos, do qual sai derrotado. Frumário prende Idácio, galaico‐romanobispo de Chaves durante alguns meses por liderar uma tentativa oculta denegociação entre os galaico‐romanos e Requimundo (líder da outra facçãovisigoda que substituiu Frantano).

461‐468  —  Papado  de  Santo  Hilário,  sardo.  Severo,  Imperador  doOcidente.

463  —  Os  galaico‐romanos  conseguem  suscitar  uma  nova  intervençãovisigoda  na  Galécia,  enviando  a  Toulouse  um  membro  local  da  antigaaristocracia senatorial, Palagório, para pedirem a Reodorico, rei visigodo,que impusesse a paz na região.

464 — Frumário e Requimundo, chefes das facções suevas que lutam pelopoder,  morrem.  Surge  um  novo  chefe,  Remismundo,  apoiado  pelo  reivisigodo  Teodorico.  Teodorico,  rei  visigodo,  manda  retirar  o  magistermilitum  Arbório  para  a  Gália  —  nomeado  por  ele  para  controlar  aHispânia  —  ficando  então  os  hispano‐romanos  defendidos  apenas  porVicêncio, dux provinciae da Tarraconense.

465 — Remismundo, rei suevo, retorna ao arianismo graças à pregação dobispo  Ajax  (ariano)  na  Galécia.  Casa‐se  com  uma  princesa  visigoda  erecebe a investidura das armas de Teodorico: aliança suevo‐visigótica. Ossuevos convertem‐se ao arianismo.

466  —  Embaixada  de  Opílio  para  pedir  auxílio  do  rei  visigodo  Euricocontra  os  suevos,  que  tinham  atacado  os  galaico‐romanos  de  Aunona(talvez na zona de Tui).

466‐484 — Reinado visigodo de Eurico (sucessor de Teodorico): consolidaseu  domínio  na  Gália  e  conquista  a  Península,  expulsando  os  romanospara o norte do rio Loire.

467 — Os suevos saqueiam Conímbriga, que desde então perde toda suaimportância (sua população já começara a transferir‐se para Erminium —atual Coimbra).

467‐472 — Antemo, Imperador do Ocidente.

468  —  Lusídio,  governador  romano  de  Lisboa,  entrega  a  cidade  aossuevos;  logo  a  seguir  os  suevos  possuem uma  guarnição  em Mérida  (osvisigodos os expulsam de Mérida pouco depois).

468‐483 — Papado de São Simplício, tiburtino.

469 — Os suevos são obrigados a evacuar Olisipone: Eurico os expulsa daLusitânia,  repelindo‐os  até  a  Galícia.  Fim  da  crônica  de  Idácio, maioresdificuldades de informações do que se passa no ocidente da Península.

469‐550 — Período obscuro sobre o reino suevo.

471  —  O  imperador  do  Ocidente,  Antímio,  tenta,  em  vão,  conter  osavanços de Eurico, rei visigodo, na Provença.

472  —  Eurico,  rei  visigodo,  ocupa  a  Tarraconense,  por  intermédio  detropas comandadas pelo seu general Heldefredo, que se unem aos restosdo  exército  imperial  (comandados  pelo  dux  provinciae  Vicêncio).  Aautoridade de Eurico na Provença e no Auvergne é sancionada pelo novoimperador do ocidente, Júlio Nepote.

472‐475 — Júlio Nepote, Imperador do Ocidente.

474‐475 — Divergências entre Eurico, rei visigodo, e os bispos católicos daGália.

474‐491 — Zenão, Imperador do Oriente.

475 — Eurico, rei visigodo, rompe o tratado com o Império (de 418).

476 — Rômulo Augústulo, Imperador do Ocidente.

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Península Ibérica por volta de 476.

483 — Em Mérida, o dux Salla, governador militar às ordens de Eurico, reivisigodo,  deixa  uma  inscrição  romana  da  cidade  e  manda  restaurar  asmuralhas, decerto para assegurar a defesa contra os suevos.

483‐492 — Papado de São Félix II (III), romano.

484 — Morte de Eurico, rei visigodo.

484‐507 — Alarico, rei visigodo.

491‐518 — Anastácio I, Imperador do Oriente.

492‐496 — Papado de São Gelásio I, africano.

494 — A  partir  desta  data,  transferência maciça  de  contingentes  godospara a Península. Seu estabelecimento na região de Saragoça provoca umarevolta regional.

496 — Batismo de Clóvis.

496‐498 — Papado de Anastácio II, romano.

497 — A revolta de Saragoça — contra a presença visigoda — após  trêsanos, é afogada em sangue.

498 — Antipapa Lourenço.

498‐514 — Papado de São Símaco, sardo.

501‐505 — Antipapa Lourenço.

506 — Nova revolta na região de Saragoça (também esmagada) — contraa presença visigoda — conduzida por um líder de nome Pedro. Alarico II,rei visigodo, se reconcilia com os bispos católicos reunidos no Concílio deAgde  e  promulga  a  Lex  Romana  Visigothorum,  base  do  célebre  códigojurídico que perdurou na Hispânia até o século XIII: assimilação efetiva dacultura romana por parte de Alarico II.

507  —  Batalha  de  Voillé:  vitória  de  Clóvis  e  seus  francos  edesaparecimento  do  reino  visigodo  de  Tolosa  (morte  de  Alarico);  ofabuloso tesouro visigodo é capturado.

508‐531 — Amalarico, rei visigodo.

514‐523 — Papado de São Hormisdas, de Frosinone.

518‐527 — Justino I, Imperador do Oriente.

521 — Concessão do vicariato romano da Bética e da Lusitânia pelo papaHormisdas ao metropolita Salústio de Sevilha.

523‐526 — Papado de São João I, toscano.

526 — Morte de Teodorico,  rei ostrogodo;  reinado  independente de  seuneto Amalarico (até 531).

526‐530 — Papado de São Félix IV (III), de Sanio.

527‐565 — Justiniano, Imperador do Oriente.

530 — Antipapa Dióscoro, alexandrino.

530‐532 — Papado de Bonifácio II, romano.

531  —  Último  ano  de  um  Prefectus  Hispaniarum;  após  essa  data,  nãohouve sucessor:  indício de uma crescente quebra de  influência de Romasobre a Península. O bispo Montano de Toledo acusa a igreja de Palênciade, contaminada pela heresia prisciliana, apoiar o combate que contra ela

travava  o  bispo  Toríbio  (da  mesma  diocese):  os  bispos  católicos  sãoapoiados  pelos  visigodos,  apesar  destes  professarem  a  heresia  ariana.Morte de Amalarico.

531‐554 — General Teudis, sucessor de Amalarico, rei ostrogodo.

533‐535 — Papado de João II, romano.

534  —  Destruição  do  reino  dos  vândalos  pelo  imperador  Justiniano,imperador do Oriente.

535‐536 — Papado de Santo Agapito I, romano.

536‐537 — Papado de São Silvério, da Campânia.

537‐555 — Papado de Vigílio, romano.

538  —  Carta  do  papa  Vigílio  ao  bispo  Profuturo,  de  Braga,  acerca  dealgumas práticas litúrgicas.

542  —  Childeberto  e  Clotário  apoderam‐se  de  Pamplona  e  cercamSaragoça.

543 — Peste de âmbito transcontinental.

548  —  Assassinato  do  General  Teudis,  sucessor  de  Amalarico,  reiostrogodo.

549  —  Assassinato  do  dux  Teudisclo,  sucessor  do  General  Teudis,  reiostrogodo.  Eleição  do  rei  Ágila,  visigodo  (que  fixa‐se  em  Mérida;  seuadversário, Atanagildo, proclama‐se rei em Sevilha).

550 —  Chega  à  Galícia  São Martinho,  missionário  romano  da  Panônia.Carrarico, rei dos suevos, converte‐se ao catolicismo, segundo Gregório deTours, — tendo como protagonista São Martinho de Dume (originário daPanônia—Hungria)  —  graças  a  uma  cura  milagrosa  de  seu  filhoTeodomiro, tocado pelas relíquias de São Martinho de Tours. Fixação deÁgila, rei visigodo, em Mérida.

554 — Os bizantinos ocupam o sul da Península. Morte de Teudis, generale rei ostrogodo.

554‐567 — Atanagildo, rei visigodo.

555  —  Assassinato  de  Ágila,  rei  visigodo;  triunfo  de  seu  adversário,Atanagildo.

555‐561 — Papado de Pelágio I, romano.

558 — (?) Morte de Carrarico, rei dos suevos.

558 ‐ 561 — (?) Ariamiro, rei dos suevos.

560‐636 — Isidoro de Sevilha.

561 — Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume.

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Península Ibérica por volta de 570.

561‐570 — Teodomiro, rei dos suevos.

561‐574 — Papado de João III, romano.

564‐567 — Atanagildo, rei dos visigodos.

565  —  Atanagildo,  rei  visigodo,  abandona  o  sul  e  fixa‐se  em  Toledo:retirada de Mérida do primeiro plano da cena política.

565‐578 — Justino II, Imperador do Oriente.

567  —  Morte  de  Atanagildo,  rei  dos  visigodos.  Após  cinco  meses,  osvisigodos  elegem  como  rei  a  Liúva,  duque  de  Septimânia,  que  resolvepermanecer na Gália e associar ao trono seu irmão Leovigildo.

567‐571 — Teodomiro, rei dos ostrogodos.

569 — (?) São Martinho de Dume sucede o bispo Lucrécio de Braga.

570  —  Leovigildo  inicia  uma  série  de  campanhas  que  restituem  aosvisigodos a inteira supremacia sobre a Hispânia: conquista aos bizantinos(ainda nesse ano) Málaga, Medina Sidônia e Gibraltar.

570‐583 — Miro, rei dos suevos.

571 — Morte de Teodomiro, rei dos ostrogodos.

571‐572 — Leuva, rei dos visigodos.

572  —  II  Concílio  de  Braga,  suscitado  por  São  Martinho  de  Dume.Leovigildo  submete  Córdova,  que  ainda  se  mantinha  independente.Ataque perpetrado pelo rei dos suevos, Miro, contra o povo dos ruccones,que se situava provavelmente na mesma zona dos montes Aregenses (verano 575).

572‐586 — Leovigildo, rei  dos visigodos.

573  —  Leovigildo,  rei  dos  visigodos,  reduz  à  obediência  o  povo  dossappos,  que  viviam  a  ocidente  de  Zamora  (próximo  a  Bragança),  nafronteira  com  os  suevos.  Leovigildo  torna‐se  rei  dos  visigodos  de  plenodireito,  sucedendo  seu  irmão  Liúva.  Associa‐se  a  seus  dois  filhos,Hermenegildo e Recaredo, e inicia uma política claramente inspirada nasinstituições  bizantinas  e  no  direito  romano  (títulos,  moedas  epromulgação de uma versão atualizada do código visigótico).

574 — Leovigildo, rei dos visigodos, dirige uma expedição na Cantábria.

574‐579 — Papado de Bento I, romano.

575  —  Leovigildo,  rei  dos  visigodos,  dirige  uma  expedição  aos  montesAregenses  (provavelmente  entre  as  cidades  de  Leão  e  Orense),  ondedominava o rico proprietário Aspídio — revide ao ataque de 572.

576 — Leovigildo ataca diretamente o rei dos suevos, Miro e este tem depedir  a  paz,  (morre  na  batalha).  Sucede‐lhe  seu  filho  Eborico.  Osaregenses, que habitavam na região de Orense e no norte de Portugal, sob

a  autoridade  de  um  chefe  chamado  Aspígio,  são  dominados  porLeovigildo, rei dos visigodos.

578‐582 — Tibério I, Imperador do Oriente.

578‐584  —  Calamidades  na  Península  (principalmente  no  sul  daLusitânia):  numerosas  e  repetidas  pragas  de  gafanhotos,  com  asconseqüentes más colheitas e fomes, seguidas de um surto de peste.

579 — Morte de São Martinho de Dume, bispo de Braga. Casamento deHermenegildo  (filho  de  Leovigildo,  rei  dos  visigodos)  com  Ingunda,princesa  católica  filha  de  Sigiberto  da Austrásia.  Leovigildo  confia‐lhe  ogoverno  da  Bética  e  ele  fixa‐se  em  Sevilha.  Ingunda  converte‐se  aocatolicismo e passa a se distanciar do pai.

579‐580 — Papado de Pelágio II, romano.

580  —  Concílio  de  Toledo:  sublevação  de  Hermenegildo,  filho  deLeovegildo, rei dos visigodos (as cidades de Mérida, Sevilha e Córdova oapoiam) — lutas entre o catolicismo e o arianismo.

582  —  Hermenegildo  pede  apoio  externo  contra  seu  pai  (suevos,bizantinos,  à  Austrásia  e  à  Borgonha).  Em  resposta,  Leovigildo  ocupaMérida e cerca Sevilha.

582‐602 — Maurício I, Imperador do Oriente.

584 — Revolta do caudilho Audeca contra Eborico (filho de Miro, ver ano572) — Eborico aceita a submissão a Leovigildo, rei dos visigodos. Audecaencerra  Eborico  num  convento  e  se  casa  com  Sisegúntia,  viúva  do  reiMiro. Leovigildo, ocupado com sua campanha em Sevilha, não  interveiologo.

585 — Hermenegildo, atraiçoado por seus aliados é preso em Córdova, eassassinado  (não  se  sabe  se  a  mandado  de  seu  pai).  Extinção  do  reinosuevo:  seu  último  rei,  Andeca,  é  derrotado  em  Bracara  e  Portucale.Leovigildo,  rei  dos  visigodos,  dirige‐se  à  Galécia,  prende  Audeca  numconvento  situado  em Beja,  apodera‐se  do  tesouro  régio  e  anexa  o  reinodos suevos — de nada vale a intervenção das tropas burgundas (enviadaspor  mar  pelo  rei  Gontran  e  destroçadas  no  mar  Cantábrico)  nem  atentativa  de  revolta  de  um  novo  caudilho  suevo,  Amalarico  (tambémderrotado): forte ocupação militar da Galécia.

586 — Morte de Leovigildo, rei dos visigodos.

586‐601 —  Recaredo,  rei  dos  visigodos — momento  de  esplendor  e  deequilíbrio do reino visigótico.

587 — Recaredo consagra em Toledo (capital visigoda) a catedral de SantaMaria.

588 — Calamidades naturais na Galécia.

589  —  III  Concílio  de  Toledo:  conversão  de  Recaredo  ao  catolicismo.Revolta ariana na Septimânia, com o apoio dos burgúndios: o dux Cláudioé encarregado por Recaredo, rei dos visigodos, de a reprimir (com a ajudados merovíngios da Austrásia). Após essa data, consumada a assimilaçãoentre godos e hispano‐romanos. sancionada pela supressão do arianismo.

590‐604 — Papado de São Gregório I (Magno).

590‐621 — João de Biclara, natural de Santarém, após ter peregrinado pelooriente,  funda um mosteiro e é  sagrado bispo de Gerona, na Catalunha.Escreve uma crônica.

599 — O  dux Cláudio,  provavelmente  regressado  à  Lusitânia,  continuaainda a ser um dos principais chefes do exército, além de ser consideradomesmo em Roma,  uma  autoridade de  grande prestígio,  pois  foi  um doscorrespondentes a quem o papa Gregório Magno se dirigiu numa das suascartas.

600‐620 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia.

601 — Morte de Recaredo, rei dos visigodos.

601‐612 — Sisebuto, rei dos visigodos.

601‐642 — Longa crise política no reino visigótico: sucessão rápida de reis,fraqueza da monarquia perante a aristocracia e novos surtos de pestes eoutras calamidades.

602‐610 — Focas, Imperador do Oriente.

604‐606 — Papado de Sabiniano, toscano.

607 — Papado de Bonifácio III, romano.

608‐615 — Papado de São Bonifácio IV, de Marsi.

610‐641 — Heráclio I, Imperador do Oriente.

610‐673  —  Neste  período,  cinco  referências  de  contingentes  de  tropasvisigodas partem da Galécia para atacar bascos, asturianos e ruccones.

612 — O duque Suintila submete os ruccones dentro das antigas periferiasdo  reino  suevo.  Disposições  de  Sisebuto,  contra  os  judeus.  Morte  deSisebuto, rei dos visigodos.

612‐615 — Campanhas  de  Sisebuto  e  Suintila  contra  os  últimos  redutosbizantinos na Península.

612‐621 — Recaredo II, rei dos visigodos.

615‐618 — Papado de São Deusdedit, ou Adeodato I, romano.

616 — Início de forte perseguição aos judeus na Península.

619‐625 — Papado de Bonifácio V, napolitano.

621 — Morte de Recaredo II, rei dos visigodos.

621‐631 — Suintuila é eleito rei dos visigodos.

623‐625  —  Novas  campanhas  dos  visigodos  contra  os  últimos  redutosbizantinos.

625 — Calamidades naturais na Galécia.

625‐638 — Papado de Honório I, da Campânia.

628 — Suintila expulsa os bizantinos do sul da Península.

631 — Suintila é deposto do trono por Sisenando (morre no mesmo ano),louvado pelos bispos.

631‐640 — Sisenando, rei dos visigodos.

631‐641 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia.

633  —  IV  Concílio  de  Toledo:  formulação  da  teoria  política  isidoriana(princípio do  reinado eletivo):  Sisebuto,  rei dos  visigodos é  acusado dospiores crimes pelos padres congregados no concílio. Revolta em Mérida,opondo‐se  ao  rei  Sisenando,  típico  representante da  facção pró‐romana.Seus  dois  opositores:  Geila  e  Iudila  (o  segundo  chega  a mandar  cunharmoedas com seu nome e o título de rei).

639‐640 — Papado de Severino, romano.

640 — Morte de Sisenando, rei dos visigodos.

640‐642 — Papado de João IV, dálmata. Tulga, rei dos visigodos.

641 — Constantino II, Imperador do Oriente.

641‐668  —  Constante  II  Pogonato  (=  Constantino  III),  Imperador  doOriente.

642  —  Segunda  revolta  em  Mérida  (a  primeira  em  633):  agora  contraChindasvinto,  rei  dos  visigodos  (tinha  sido  duque  de  uma  província  donorte da Hispânia antes de se apoderar do trono). Age com brutalidade,condenando à morte centenas de nobres, com o apoio do clero. Morte deTulga, rei dos visigodos.

642‐649 — Papado de Teodoro I, grego.

642‐653 — Chindasvinto, rei dos visigodos: momento de recuperação daautoridade régia visigoda (uso constante da violência).

646 — Concílio de Toledo: condenação de bispos da Galécia que exigiamcontribuições  excessivas  das  suas  freguesias  das  suas  dioceses  e  deviajarem com séquitos de mais de 50 pessoas.

649‐653 — Papado de São Martinho I, de Todi (São Martinho foi preso edesterrado em junho de 653, Apesar de só haver falecido em setembro de655, foi sucedido pelo papa Santo Eugênio em agosto de 654).

653  —  VIII  Concílio  de  Toledo:  perseguição  aos  judeus.  Morte  deChindasvinto, rei dos visigodos.

653‐672 — Rescevinto, rei dos visigodos.

654 — Rescevinto,  rei  visigodo,  promulga  o  Liber  Iudiciorum  —  últimaversão  do  código  visigótico,  sob  a  forma  depois  transmitida  depois  aosreinos  da  Reconquista.  O  bispo  de  Mérida,  Orôncio,  pede  ao  reiRescevinto  a  restauração  dos  direitos  metropolíticos  de  Mérida  até  aoDouro, após a supressão do reino suevo.

654‐657 — Papado de Santo Eugênio I, romano.

655 — IX Concílio de Toledo.

655‐672 — Recesvinto,  rei  dos  visigodos. Após  sua morte,  fragmentaçãodo poder político, novas pestes e fomes, o que mostra a incapacidade pararesistir às invasões muçulmanas de 711‐714.

656  —  X  Concílio  de  Toledo,  por  ordem  de  Rescevinto,  presidido  porEugênio II, bispo metropolitano: reorganização do calendário litúrgico.

657‐672 — Papado de São Vitaliano, de Segni.

661 — Dedicação da Igreja de San Juan de Baños.

665 — Morte  de  São  Frutuoso,  bispo  de  Dume  e  Braga,  que  viveu  notempo  do  rei  Rescevinto  (era  filho  do  dux  da  Galécia,  parente  do  reiSisenando, de família visigótica).

666  —  Concílio  provincial  de  Mérida:  as  atas  ainda  se  conservam  ealudem à restauração dos direitos metropolíticos da cidade até o Douro.

668‐695 — Justiniano II, Imperador do Oriente.

672 — Morte de Rescevinto, rei dos visigodos.

672‐676 — Papado de Adeodato II, romano.

672‐680 — Wamba, rei dos visigodos.

674 — Wamba, rei dos visigodos, comemora a edificação das muralhas deToledo.

675  —  XI  Concílio  de  Toledo.  III  Concílio  de  Braga:  condenação  dos"estranhos"  usos  litúrgicos  do  norte  da  Península,  que  incluíam  acelebração da missa com leite ou uvas, emprego das alfaias sagradas parausos profanos e exageradas formas de veneração dos bispos portadores derelíquias.  Condenação  de  bispos  que  dizem  a  missa  sem  a  estola,  quevivem  com  mulheres  e  castigam  os  presbíteros  com  penas  corporais(açoites).

676‐678 — Papado de Dono, romano.

678‐681 — Papado de Santo Agatão, siciliano.

680 — Wamba é destronado pela aristocracia. Morre no mesmo ano.

680‐687 — Eurico, rei dos visigodos.

682‐683 — Papado de São Leão II, siciliano.

683  —  XIII  Concílio  de  Toledo:  institucionalização  do  triunfonobiliárquico e da feudalização do Estado.

684‐685 — Papado de São Bento II, romano.

685‐686 — Papado de João V, sírio.

686‐687 — Papado de Cónon.

687  —  Antipapa  Teodoro.  Antipapa  Pascoal.  Morte  de  Eurico,  rei  dosvisigodos.

687‐701 — Papado de São Sérgio, sírio.

687‐702 — Ergica, rei dos visigodos.

691‐711 — Calamidades naturais na Galécia.

694 — O futuro rei dos visigodos Witiza, associado ao trono por seu pai,Égica,  tem  a  sede  do  seu  poder  em  Tui  (aí  [?]  fere  de  morte  o  pai  dePelágio).

695‐698 — Leôncio, Imperador do Oriente.

698‐705 — Tibério II, Imperador do Oriente.

701‐705 — Papado de João VI, grego.

702 — Morte de Ergica, rei dos visigodos.

702‐709 — Witiza, rei visigodo.

705‐707 — Papado de João VII, grego.

705‐711 — Justiniano II, Imperador do Oriente.

708 — Witiza recusa o trono a seu filho Áquila, dux da Tarraconense e oentrega  a  Rodrigo,  dux  da  Bética,  último  rei  visigodo  (a  facção  quepreferia  Áquila  pede  auxílio  ao  conde  Julião,  governador  de  Ceuta,  quepor  sua  vez  negocia  a  intervenção  dos  muçulmanos  —  que  haviamconquistado há pouco o norte da África). Papado de Sisínio, sírio.

708‐715 — Papado de Constantino, sírio.

709 — Morte de Witiza, ex‐rei visigodo.

709‐711 — Roderico, rei dos visigodos.

710  —  O  chefe  berbere  Tarif  ben  Ziyad,  com  a  conivência  de  umdignatário  visigodo  rebelde  de  nome  Julian,  conduz  uma  força  invasoraatravés do Estreito até Tarifa.

711 — Batalha de Guadalete (perto de Cádiz): fim do domínio visigótico naEspanha. O rei dos visigodos, Roderico, é vencido pelos mouros lideradospor Tarif ben Ziyad (morre no mesmo ano).

711‐713 — Filípico, Imperador do Oriente.

711‐714 — Tarif ben Ziyad e Musa ibn Nusair, "emires" na Península.

711‐756 — Penetração e instalação de sucessivos grupos árabes e berberes.

712 — O general árabe Musa ibn Nusair toma Medina, Sidônia e Sevilha, ecerca Mérida, que resiste por muitos meses,  rendendo‐se, sob pacto, emjunho de 713.

713 — Musa ibn Nusair instala‐se, com a ajuda dos judeus revoltados, nacapital  (Toledo),  submete  também Huelva,  Ossónoba  (Faro)  e  Beja.  Osvisigodos de Niebla e Beja ocupam Sevilha, mas são dominados por Abdal‐Aziz (filho de Musa ibn Nusair).

713‐715 — Anastácio II, Imperador do Oriente.

714 — Segunda campanha de Musa  ibn Nusair: após  ter‐se  reunido comTarif  ben  Ziyad  em  Toledo  (aí  passando  o  inverno  de  713‐714)  tomaBurgos, Leão, Astorga, Lugo e talvez Viseu. Musa retorna a Damasco, caiem desgraça e é substituído por seu filho 'Abd al‐Aziz (com o título de válida Hispânia): realiza novas campanhas no território da Lusitânia—Évora,Santarém e Coimbra.

714‐717 — Abdelaziz, "emir" da Península.

715‐717 — Teodósio III, Imperador do Oriente.

715‐731 — Papado de São Gregório II, romano.

716  —  Assassinato  de  Abd‐al‐Aziz  (filho  de  Musa  ibn  Nusair)  pelospartidários  do  califa  e  substituído por  al‐Hurr  ben Abd  al‐Rahman,  quecompleta as conquistas da Península a oriente, na Catalunha.

717 — Morte de Abdelaziz, "emir" da Península.

717‐741 — Leão III, Imperador do Oriente.

718‐719 — Alhor, "emir" da Península.

718‐737 — Pelágio, líder (e 1o. rei) das Astúrias.

719 — Morte de Alhor, "emir" da Península.

721 — Eudes, duque da Aquitânia, bate os muçulmanos diante de Tolosa.

722 — Batalha de Covadonga:  vitória  de Pelágio,  que  funda o  reino dasAstúrias (capital Oviedo).

730‐732 — Abderraman de Gafeki, emir da Península.

731 — Nascimento de Abd‐al‐Rahman I, futuro emir de Córdova.

731‐741 — Papado de São Gregório III, sírio.

732 — Batalha de Poitiers: vitória de Carlos (Martel), duque de Austrásia eEudes, duque de Aquitânia, sobre os árabes. Morte de Abderraman, emirda Península.

735 — Os muçulmanos tomam Arles.

737 — Os muçulmanos tomam Avinhão e assolam o vale do Ródano atéLião.

737‐739 — Reinado (2o.) de Favila, das Astúrias.

739‐757  —  Reinado  (3o.)  de  Afonso  I,  das  Astúrias:  política  derepovoamento da Galécia.

741 — Sublevação dos berberes instalados na Península.

741‐752 — Papado de São Zacarias, grego.

741‐775 — Constantino V, Imperador do Oriente.

742 — Balj ibn Bishr comanda um exército que reprime a revolta berbere.Recebe como recompensa o litoral mediterrâneo da Espanha, como feudo.Nascimento de Hisham I, futuro emir de Córdova (2o.).

750  —  (aprox.)  Afonso  I,  o  Católico,  consolida  o  reino  de  Astúrias.Massacre dos omíadas ordenado pelos abássidas.

750‐755 — Anos de seca e fome que dizimaram a população ibérica.

752 —  Papado  de  Estêvão  II  (algumas  fontes  costumam  omitir  o  papaEstêvão II, falecido três dias após sua eleição, sem que fosse realizada suaconsagração).

752‐757 — Papado de Estêvão III (II), romano.

756 — Fundação do emirado omíada de Córdova (durará até 912). Iníciodo reinado de Abd‐al‐Rahman I (neto do califa omíada Hixã).

756‐788 — Abd‐al‐Rahman I, emir de Córdova.

757‐767 — Papado de São Paulo I, romano.

757‐768 — Reinado (4o.) de Fruela I, na casa de Astúrias.

759  —  Pepino,  o  Breve  expulsa  os  muçulmanos  do  sul  da  França(Narbona, última praça árabe).

760 — Abd‐al‐Rahman  I  estabelece,  com sua cunhagem de moedas, umnovo  sistema  monetário.  Nascimento  de  Hakam  I,  neto  de  Abd‐al‐Rahman I e futuro emir de Córdova (3o.).

767‐768 — Antipapa Constantino II, de Nepi.

768 — Antipapa Filipe.

768‐772 — Papado de Estêvão IV (III), siciliano.

768‐774 — Reinado (5o.) de Aurélio, das Astúrias.

772‐795 — Papado de Adriano I, romano.

773 — Aparecimento da numeração árabe.

774‐783 — Reinado (6o.) de Silo, na casa das Astúrias.

775‐802 — Irene, Imperatriz do Oriente.

778 — Expedição  de  Carlos Magno  a  Saragoça:  batalha  de  Roncesvalles(para  proteger  sua  independência  contra  o  emir  de  Córdova,  osgovernadores árabes do norte da Península apelaram para os francos, queavançaram até Saragoça).

783‐788 — Reinado (7o.) de Mauregato, o Usurpador, das Astúrias.

785  —  Início  da  construção  da  grande  mesquita  de  Córdova.  CarlosMagno retoma Gerona.

788 —  Heresia  adocionista:  desintegração  da  Igreja  visigoda.  Morte  deAbd‐al‐Rahman  I,  primeiro  emir  de  Córdova.  Nascimento  de  Abd‐al‐Rahman II, filho de Hakam I de Córdova (4o.).

788‐791  —  Reinado  (8o.)  de  Bermudo  (Veremund)  I,  o  Diácono,  dasAstúrias.

788‐799 — Hisham I, (2o.) emir de Córdova (filho de Abd‐al‐Rahman I).

791‐842  —  Reinado  (9o.)  de  Afonso  II,  o  Casto,  na  casa  das  Astúrias:fortalecimento do reino astúrio e nascimento do sentimento neogoticista.Carlos Magno retoma Urgel.

794 — Recepção da escola malequí em al‐Andaluz.

795‐816 — Papado de São Leão III, romano.

797 —  Reorganização  do  exército  hispano‐muçulmano  por  al‐Hakam  I.“Jornada do fosso” em Toledo.

799‐822 — Hakam I, (3o.) emir de Córdova.

800 — O  nome  Castela  aparece  pela  primeira  vez  para  referir‐se  a  umpequeno  e  fragmentado distrito nas montanhas  cantábricas  ao norte  deBurgos.

801 — Carlos Magno conquista Barcelona.

802‐811 — Nicéforo I, Imperador do Oriente.

809  —  Carlos  Magno  alcança  Tarragona:  é  a  consolidação  da  marcahispânica.

811‐813 — Miguel I, Imperador do Oriente.

813 — “Motim do subúrbio”, em Córdova.

813‐820 — Leão V, Imperador do Oriente.

816 — Nascimento de Mohammed I, filho de Abd‐al‐Rahman II (4o. emirde Córdova).

816‐817 — Papado de Estêvão IV, romano.

817‐824 — Papado de São Pascoal I, romano.

820‐829 — Miguel II, Imperador do Oriente.

822‐852 — Reinado de Abd‐al‐Rahman II, 4o. emir de Córdova,  filho deHakam I.

822 — Abd‐al‐Rahman II consegue atrair para sua corte o cantor Ziriyab,que cria um conservatório de música em Córdova. Morte do 3o. emir deCórdova, Hakam I.

824‐827 — Papado de Eugênio II, romano.

825 — Luís, o Pio, Imperador do Ocidente (814‐840, n. 778), concede umprivilégio ao mercador judeu Abraham de Saragoça.

827 — Papado de Valentim, romano.

827‐844 — Papado de Gregório IV, romano.

829‐842 — Teófilo, Imperador do Oriente.

839 — Refugia‐se em Saragoça Bodo, diácono do  imperador Luís, o Pio,convertido ao judaísmo.

840‐851 — Reinado (1o.) de Inigo Arista, de Navarra.

842 — Morte de Afonso II, o Casto, rei das Astúrias.

842‐850 — Reinado (10.) de Ramiro I (filho de Bermudo I, o Diácono), dacasa de Astúrias: repovoa Tui, Astorga, Leão e Amaia.

842‐867 — Miguel III, Imperador do Oriente.

844 —  Início  das  incursões  normandas  no  litoral  peninsular.  AntipapaJoão.  Nascimento  de  Mondhir,  filho  de  Mohammed  I  (5o.  emir  deCórdova).

844‐847 — Papado de Sérgio II, romano.

847‐855 — Papado de São Leão IV, romano.

848 — Nascimento de Afonso III, o Grande, rei das Astúrias.

850 —  Surge  o  conflito moçárabe;  líder:  padre  Eulógio.  Vários mártirescristãos. Morte de Ramiro I, rei das Astúrias.

850‐866 — Reinado (11o.) de Ordoño I (filho de Ramiro I), das Astúrias.

850‐912 — Os cristãos progridem até a linha do rio Douro, assentando asbases do repovoamento do vale do rio.

851 — Morte do mártir moçárabe de Beja, São Sisenando.

852 — Navarra aparece como reino unificado sob Garcia I. Morte de Abd‐al‐Rahman II, 4o. emir de Córdova.

852‐886 — Reinado de Mohammed I, 5o. emir de Córdova (filho de Abd‐al‐Rahman II).

855 — Antipapa Anastácio.

855‐858 — Papado de Bento III, romano.

858‐867 — Papado de São Nicolau I (Magno), romano.

865‐874 — Anos de fome e epidemias.

866 — Morte de Ordoño I, rei das Astúrias.

866‐909  —  Fernando  Gonzalez  funda  o  condado  de  Castela,  que  seestende até o rio Douro.

866‐910  —  Reinado  (12o.)  de  Afonso  III,  o  Grande,  das  Astúrias:repovoamento de Braga, Portucale, Orense, Eminum  (Coimbra), Viseu  eLamego.

867‐872 — Papado de Adriano II, romano.

867‐886 — Basílio I, Imperador do Oriente.

868 — Nascimento de Abdallah, filho de Mondhir, 6o. emir de Córdova.

870 — (aprox.) Carlos, o Calvo, rei de França (840‐877, n. 823) encarregaum judeu de nome Judas de levar uma mensagem e soma de dez libras deprata ao bispo Frodoíno de Barcelona.

871 — Reconquista de Coimbra pelos cristãos.

872‐882 — Papado de João VIII, romano.

878 — Hermenegildo Mendes, conde de Coimbra, repovoa a cidade.

878‐898  —  Vifredo,  o  "Velloso"  unifica  e  dirige  o  repovoamento  daCatalunha.

882‐884 — Papado de Marino I, de Gallese. Antipapa Martinho II.

884‐885 — Papado de Santo Adriano III, romano.

885‐891 — Papado de Estêvão V, romano.

886 — Morte de Mohammed I, 5o. emir de Córdova.

886‐888 — Reinado de Mondhir, 6o. emir de Córdova.

886‐913 — Leão VI, Imperador do Oriente.

888 — Morte de Mondhir, 6o. emir de Córdova.

888‐912 — Reinado de Abdallah, 7o. emir de Córdova.

889‐922 — Carlos, o Simples, rei de França.

891 — Nascimento de Abd‐al‐Rahman III, neto de Abdallah, 7o. emir deCórdova.

891‐986 — Papado de Formoso.

896 — Papado de Bonifácio VI, romano.

896‐897 — Papado de Estêvão VI, romano.

897 — Papado de Romano, de Gallese. Papado de Teodoro II, romano.

898‐900 — Papado de João IX, tiburtino.

900‐903 — Papado de Bento IV, romano.

900‐911 — Luís IV, o Menino, rei alemão.

900‐924 — Eduardo I, rei da Inglaterra.

903 — Papado de Leão V, de Andréia.

903‐904 — Antipapa Cristóvão, romano.

904‐911 — Papado de Sérgio III, romano.

905 — Instala‐se em Pamplona a dinastia Jimena.

905‐925 — Reinado (2o.) de Sancho Garces, de Navarra.

910‐914 — Reinado (1o.) de Garcia, de Leão.

911‐913 — Papado de Anastácio III, romano.

911‐918 — Conrado I, rei alemão.

911‐924  —  Arias  Mendes  (filho  de  Hermenegildo  Guterres),  conde  deCoimbra.

912 — Morte  de Abdallah,  7o.  emir  de Córdova. Morte  de Afonso  III,  oGrande, rei das Astúrias.

912‐961 — Califado de Abd‐al‐Rahman III, 1o. califa de Córdova.

913 — Nascimento de al‐Hakam II, filho de Abd‐al‐Rahman III (1o. califade Córdova).

913‐914 — Papado de Lando, sabiniano.

913‐959 — Constantino VII e Romano I (920‐914).

914 — Transferência da capital de Olviedo para Leão: início da existênciado reino de Leão. Morte de Garcia, rei de Leão.

914‐924 — Reinado (2o.) de Ordoño II (filho de Afonso III, o Grande), deLeão.

914‐928 — Papado de João X, de Tosiquano.

915‐919 — Anos de secas e fome na Península.

919‐936 — Henrique I da Saxônia, rei alemão.

922 — O condado de Aragão é incorporado ao reino de Pamplona.

922‐923 — Roberto I, rei de França.

923 — Os navarros ocupam a Rioja alta.

923‐936 — Raul, rei de França.

924 — Morte de Ordoño II, rei de Leão.

924‐925 — Reinado (3o.) de Fruela II, de Leão.

924‐940 — Atelstano, rei da Inglaterra.

925 — Morte de Fruela II, rei de Leão.

925‐930 — Reinado (4o.) de Afonso IV, o Monge, de Leão.

925‐970 — Reinado (3o.) de Garcia Sanchez I, de Navarra.

928 — Papado de Leão VI, romano.

928‐981 — Gonçalo Moniz (neto de Arias Mendes), conde de Coimbra.

929 — Abd‐al‐Rahman III assume o título de califa em Córdova.

929‐931 — Papado de Estêvão VII, romano.

930 — Morte de Afonso IV, o Monge, 4o. rei de Leão.

930‐950 — Reinado (5o.) de Ramiro II, de Leão.

931‐936 — Papado de João XI, romano.

936‐939 — Papado de Leão VII, romano.

936‐954 — Luís IV, rei de França.

936‐973 — Otão I Magno, rei alemão.

938 — Primeiro  documento  em que  Portucale  aparece  com um  sentidoregional: território ao sul do rio Lima e a norte do Douro, já separado daGalícia.

939‐942 — Papado de Estêvão VIII, romano.

939‐1058— Abu‐Ibrahim  Samuel  ben  Iosef Halevi  ibn Nagrela, ministrojudeu (1038‐1058) do rei Habus de Granada: início da Idade de Ouro dosjudeus na Espanha.

940‐946 — Edmundo I, rei da Inglaterra.

942‐946 — Papado de Marino II (Antipapa Martinho III), romano.

946‐955 — Papado de Agapito II, romano. Edredo, rei da Inglaterra.

950 — Morte de Ramiro II, 5o. rei de Leão.

950‐956 — Reinado (6o.) de Ordoño III (filho de Ramiro II), de Leão.

950‐997 — (?) Gonçalo Mendes, conde de Portucale.

951  —  (aprox.)  O  condado  de  Castela  (capital  Burgos)  torna‐se  estadoindependente por Fernando González.

954‐986 — Lotário, rei de França.

955 — Lisboa é atacada por Ordoño III, rei de Leão.

955‐959 — Edvigo, rei da Inglaterra.

955‐963 — Papado de João XII, tusculano.

956 — Morte de Ordoño III, 6o. rei de Leão.

956‐967 — Reinado (7o.) de Sancho I, o Gordo  (filho de Ordoño III), deLeão.

959‐963 — Romano II, Imperador do Oriente.

959‐975 — Edgar, rei da Inglaterra.

961 — Morte de Abd‐al‐Rahman III, 1o. califa de Córdova.

961‐976  —  Califado  de  al‐Hakam  II,  2o.  califa  de  Córdova.  Primeiro‐ministro e médico judeu Hasdai ibn Isaac ibn Xaprut (Abu Yusuf); generalAlmançor (Maomé ibn Abi Amir).

963‐964 —  Papado  de  Leão  VIII,  romano  (sua  eleição  foi  realizada  em963, após haver sido deposto o papa João XII, que faleceu em maio de 964.Entretanto,  existem dúvidas  acerca  da  validade destes  atos.  Para  aceitarcomo  legítima  a  atuação  de  Leão  VIII,  haveria  de  admitir‐se  Bento  V,eleito em maio e deposto em junho de 964, como antipapa).

963‐969 — Nicéforo Focas, Imperador do Oriente.

964 — Papado de Bento V, romano.

965‐972 — Papado de João XIII, romano.

967 — Morte de Sancho I, o Gordo, 7o. rei de Leão.

967‐982 — Reinado (8o.) de Ramiro  III  (filho de Sancho  I, o Gordo),  deLeão.

969‐976 — João I, Imperador do Oriente.

970 — Morte de Fernando González, primeiro conde de Castela.

970‐994 — Reinado (4o.) de Sancho Abarca, de Navarra.

973‐974 — Papado de Bento VI, romano.

973‐983 — Otão II, rei alemão.

974  —  Fuero  de  Castrogeriz,  concedido  pelo  conde  Garcia  Fernandez.Antipapa Bonifácio VII, romano.

974‐983 — Papado de Bento VII, romano.

975 — Nascimento de Hisham II, filho de Hakam II, 3o. califa de Córdova.

975‐979 — Eduardo, o Mártir,  rei da Inglaterra.

976 — Nascimento de Mohammed II, 4o. califa de Córdova.

976‐1008 —  Califado  de  Hisham  II,  3o.  califa  de  Córdova.  Ditadura  deAlmançor — conquista Coimbra, Leão, e Zamora.

976‐1025 — Basílio I, Imperador do Oriente.

978‐1016 — Etelredo II, o Irresoluto, rei da Inglaterra.

980 — Nascimento de Suleyman, 5o. califa de Córdova.

980‐1037 — (aprox.) Vida do filósofo persa Avicena (ibn Sina), que viveupor algum tempo em Saragoça.

982 — Morte de Ramiro III, 8o. rei de Leão.

982‐999 — Reinado (9o.) de Bermudo II (filho de Ordoño III), de Leão.

983‐984 — Papado de João XIV, paduano.

983‐1002 — Otão III, rei alemão.

984‐985 — Antipapa Bonifácio VII (antipapa de 974).

985‐996 — Papado de João XV, romano.

986‐987 — Luís V, rei de França.

987 — Almançor repõe Coimbra sob o jugo islâmico.

987‐996 — Hugo Capeto, rei de França.

994‐1000 — Reinado (5o.) de Garcia Sanchez II, de Navarra.

996‐997 — Notícia  sobre Gonçalo Mendes  como  dux magnus  das  terrasportucalenses, o que atesta a crescente autonomia e influência desta novaunidade política.

996‐999 — Papado de Gregório V, saxão.

996‐1031 — Roberto, o Santo, rei de França.

997 — Almançor toma e arrasa Santiago de Compostela.

997‐998 — Antipapa João XVI, rosano.

999 — Morte de Bermudo II, 9o. rei de Leão.

999‐1003 — Papado de Silvestre II, francês.

999‐1008 — Mendo  Gonçalves  II  (neto  de  Gonçalo Mendes),  conde  dePortucale.

999‐1027 — Reinado (10o.) de Afonso V, o Nobre, de Leão.

1000  —  (aprox.)  Ramón  Borrel  I  consegue  a  soberania  do  condado  deBarcelona.

1000‐1035 — Reinado (6o.) de Sancho, o Grande (n. 992), de Navarra.

1002 — Almançor invade Castela.

1002‐1024 — Henrique II, rei alemão.

1003 — Papado de João XVII, romano.

1003‐1009 — Papado de João XVIII, romano.

1008  —  Califado  de  Mohammed  II,  4o.  califa  de  Córdova.  Morre  nomesmo ano. Morte de Abd‐al‐Malik (filho de Almançor). Seu irmão Abd‐er‐Ramã  Xandjul  o  substitui  como  primeiro‐ministro. Morte  de MendoGonçalves  II,  conde  de  Portucale.  Sem  ter  deixado  descendentes,  ogoverno condal cai de novo na descendência direta de Vímara Peres, porintermédio de Auvito Nunes,  com o  exercício  simultâneo da  autoridadepor parte da viúva de Mendo Gonçalves II, a condessa Tutadomma.

1008‐1015 — Auvito Nunes, conde de Portucale.

1009 — Deposição de Xandjul por uma revolução. Califado de Suleyman,5o. califa de Córdova.

1009‐1012 — Papado de Sérgio IV, romano.

1010‐1012 — Califado de Hisham II (reentronado), 6o. califa de Córdova.

1012 — Os berberes tomam e pilham Córdova. Antipapa Gregório VI.

1012‐1017 — Califado de Suleyman (reentronado), 7o. califa de Córdova.

1012‐1024 — Papado de Bento VIII, tusculano.

1016  —  Morte  de  Hisham  II,  3o.  (976‐1008)  e  6o.  (1010‐1012)  califa  deCórdova.

1016‐1035 — Canuto, o Grande, rei da Inglaterra.

1017 —  Fuero  de  Leão.  Morte  de  Suleyman,  5o.  (1009)  e  7o.  (1012‐1017)califa de Córdova.

1017‐1021 — Califado de Ali ibn Hamoud, 8o. califa de Córdova.

1017‐1028 — Nuno Auvites, conde de Portucale. Seu casamento com umafilha de Mendo Gonçalves II volta a unir as  famílias Nunes e Mendes. Ocargo  condal  transmite‐se  então  em  linha  direta  a Mendo Nunes  (1028‐1050) e a Nuno Mendes (1059‐1071), último conde de Portucale.

1018‐1033 — Raimundo Berengário, conde de Barcelona.

1020 — Testemunho  da  arabização  das  comunidades  cristãs  da  Beira:  ocádi  de  Sevilha,  Abul‐l‐Qasim  realizou  uma  expedição  a  Lafões,  ondeencontrou uma população cristã que falava árabe, e trouxe para sua terra300 cativos.

1021 — Morte de Ali ibn Hamoud, 8o. califa de Córdova.

1021‐1022 — Califado de Abd‐al‐Rahman IV, 9o. califa de Córdova.

1022 — Morte de Abd‐al‐Rahman  IV,  9o.  califa de Córdova. Califado deAlcasim, 10o. califa de Córdova. Morre no mesmo ano.

1022‐1023  —  Califado  de  Abd‐al‐Rahman  V,  11o.  califa  de  Córdova  (oscordoveses expulsam os berberes de Córdova e o instalam no trono).

1023‐1024 — Abd‐al‐Rahman V é deposto por Mohammed al‐Mustaqfi III,novo  califa  (12o.).  Sevilha  independente de Córdova — dinastia  abádidasevilhana.

1024 — Morte de Mohammed al‐Mustaqfi III.

1024‐1027 — Califado de Yahya ibn Ali, 13o. califa de Córdova.

1024‐1032 — Papado de João XIX, tusculano.

1024‐1039 — Conrado II, rei alemão.

1026 — (?) O abade Tudeildus de Vacariça  se  refugia em Leça,  junto aoPorto,  ficando  aí  até  o  resto  de  sua  vida  —  exemplo  de  emigraçãomoçárabe.

1027 — Morte de Yahya ibn Ali, 13o. califa de Córdova. Morte de Afonso V,o Nobre, 10o. rei de Leão.

1027‐1031 — Califado de Hisham III, 14o. califa de Córdova.

1027‐1037 — Reinado (11o.) de Bermundo III, de Leão.

1028‐1050 — Mendo Nunes, penúltimo conde de Portucale.

1030 — Sancho, o Grande, de Navarra, estimula a introdução da regra deSão Bento nos  monastérios de seus reinos. Nascimento de Afonso VI, deLeão e Castela (filho de Sancho II).

1031 — Abdicação de Hisham III (morre no mesmo ano). Fim de fato docalifado  de  Córdova.  Ibn  Jauar  primeiro  cônsul  do  conselho  de  estado.Primeiros reinos de taifas (1031‐1085).

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Península Ibérica em 1031.

1031‐1060 — Henrique I, rei de França.

1032  —  Fernando  I,  o Magno,  segundo  filho  de  Sancho,  o  Grande,  deNavarra, reúne sob um mesmo reino Castela e Leão.

1032‐1045  —  Papado  de  Bento  IX,  tusculano  (Bento  IX  ocupou  o  sóliopontifício em três ocasiões diferentes).

1035 — Sancho III, o Grande, de Navarra, deixa o  reino de Aragão a  seuterceiro filho, Ramiro I (ver abaixo). Toledo independente de Córdova.

1035‐1040 — Haroldo, Pé‐de‐lebre, rei da Inglaterra.

1035‐1054 — Reinado (7o.) de Garcia Sanchez III, de Navarra.

1035‐1065 — Reinado (1o.) de Ramiro I, de Aragão.

1037 — Unificação da meseta em benefício de Castela, com Fernando I, oMagno, de Castela e Leão e Astúrias (Galícia e Portugal). Derrota e mortedo (11o.) rei de Leão Bermundo III. Al‐Ma'mun, rei de Toledo.

1037‐1065 —  Reinado  (1o.)  de  Fernando  I,  o Magno,  de  Leão  e  Castela(filho de Sancho, o Grande, de Navarra, 1000‐1035).

1038‐1058 — Ministério do rabino Samuel Halevi (Ismail ibn Nagrela) emCórdova.

1038 — Batalha de Tamarón: morte de Bermuto, rei de Leão.

1039‐1056 — Henrique III, rei alemão.

1040‐1042 — Hardicanute, rei da Inglaterra.

1042‐1066 — Eduardo III, o Confessor (Santo), rei da Inglaterra.

1042‐1068 — Reinado em Sevilha de Abad al‐Mutadid — dinastia abádida.

1045 — Os cristãos reconquistam Calahorra. Antipapa Silvestre III.

1045‐1046 — Papado de Gregório VI, romano.

1046‐1047 — Papado de Clemente II, saxão.

1047‐1048 — Papado de Bento IX, tusculano.

1048 — Duas famílias da cidade italiana de Amalfi solicitam permissão aocalifa fatímida Mustansir Billah (1036‐1094) para construir um hospital emJerusalém,  entregue  aos  cuidados  de  monges  beneditinos.  Papado  deDâmaso II, bávaro.

1049‐1054 — Papado de São Leão IX, de Egesheim.

1050 — Concílio de Coyanza.

1054 — Morte de Garcia Sanchez III, 7o. rei de Navarra.

1055‐1057 — Papado de Vítor II.

1056‐1106 — Henrique IV, rei alemão.

1057 —  Conquista  de  Lamego  no  reinado  de  Fernando  I,  o Magno,  deCastela, Leão e Astúrias.

1057‐1058 — Papado de Estêvão IX, loreno.

1058  —  Conquista  de  Viseu  no  reinado  de  Fernando  I,  o  Magno,  deCastela, Leão e Astúrias. Morte do ministro Nagrela de Córdova. Seu filhoJossef ibn Nagrela o sucede no cargo.

1058‐1059 — Antipapa Bento X, romano.

1058‐1061 — Papado de Nicolau II, borgonhês.

1059‐1071 — Nuno Mendes, último conde de Portucale.

1060‐1108 — Filipe I, rei de França.

1061‐1073 — Papado de Alexandre II, milanês.

1061‐1072 — Antipapa Honório II, veronês.

1063  —  Fuero  de  Jaca,  concedido  por  Sancho  Ramirez  de  Aragão.Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias recebe a homenagem dorei muçulmano de Toledo e  conduz para Leão o corpo de Santo  Isidoro(onde  erige  a  grande  basílica  de  Leão).  O  papa  Alexandre  II  (milanês,1061‐1073) prega a cruzada na Península.

1064  —  Conquista  definitiva  de  Coimbra  no  reinado  de  Fernando  I,  oMagno,  de  Castela,  Leão  e  Astúrias.  Os  cruzados  tomam  a  cidadela  deBarbastro:  recolhem  imenso  espólio.  Fundação  da  primeira  escola  emPortugal,  instalada  em  Coimbra,  tendo  um  monge  beneditino  comoresponsável.

1064‐1068 — Administração do moçárabe Sisenando (morto em 1091) emCoimbra,  seguindo  uma  política  de  grande  autonomia  face  ao  podercentral do reino de Leão.

1065  —  Morte  de  Fernando  I,  o  Magno.  Os  muçulmanos  retomamBarbastro. Morte de Ramiro I, 1o. rei de Aragão.

1065‐1072 — Reinado (2o.) de Sancho II (filho de Fernando I, o Magno), deLeão e Castela.

1065‐1094 — Reinado (2o.) de Sancho I Ramirez, de Aragão.

1066  —  Insurreição  popular  em  Granada.  Pogroom:  o  ministro  judeuJossef  ibn Nagrela  é  crucificado por uma multidão  enraivecida  e  grandenúmero de judeus são assassinados. Os sobreviventes deixam Granada porum bom tempo. O papa Alexandre II (milanês, 1061‐1073) felicita o condeRaimundo Berengário  I de Barcelona por  sua sabedoria em preservar damorte os judeus em seus territórios. Haroldo II, rei da Inglaterra.

1066‐1087 — Guilherme I, o Conquistador, rei da Inglaterra.

1067‐1107 — Sultanato almorávida (1o.) de Yusuf ibn Teshonfin.

1068‐1091 — Reinado  em  Sevilha  de  al‐Mutamid — dinastia  abádida —um dos maiores poetas da Espanha muçulmana.

1070  —  (aprox.)  Introdução  da  Reforma  Cluniacense  na  Península.  Osalmorávidas fundam Marrakech. Restauração do bispado de Braga.

1071  —  Morte  do  conde  português  Nuno  Mendes  em  Pedroso  numarevolta  contra  o  rei  de  Galiza,  perto  de  Braga:  decadência  da  nobrezacondal portucalense.

1072 —  Batalha  de  Golpejera  (janeiro):  Afonso  VI  é  derrotado  por  seusirmãos. Morte de Sancho II, de Leão e Castela.

1072‐1109 — Reinado  (3o.)  de Afonso VI  (filho  de  Sancho  II),  de  Leão  eCastela.

1073‐1085 — Papado de São Gregório VII, toscano.

1074 — Assassinato de al‐Ma'mun em Córdova.

1075 — Início da construção da catedral de Santiago de Compostela sob asordens do mestre francês Bernard le Vieux. Morte de Sesnando, bispo doPorto.

1075‐1091 — Pedro, bispo de Braga, governa a Sé do Porto.

1076  —  Desaparição  do  reino  de  Navarra,  com  sua  repartição  entreCastela e Aragão. Fuero de Sepúlveda, concedido por Afonso VI de Leão eCastela.

1076‐1094 — Reinado (8o.) de Sancho III Ramirez (filho Sancho I Ramirezde Aragão, 1065‐1094).

1077 — Construção da catedral de Jaca.

1080 — Concílio de Burgos:  substituição do rito moçárabe pelo romano.Afonso  VI  de  Leão  e  Castela  impõe  o  rito  romano  a  todo  seu  reino.Bernardo de Sédirac chega a Castela como abade de Sahagún. Restauraçãodo  bispado de Coimbra. Antipapa Clemente III, parmesão.

1081 — O papa Gregório VII (toscano, 1073‐1085) pede a Afonso VI de Leãoe Castela para não deixar os judeus dominar, em suas terras, os cristãos eexercer  seu  poder  sobre  eles.  Nascimento  de  Urraca,  de  Leão  e  Castela(filha de Afonso VI).

1083 — Afonso VI de Leão e Castela em Tarifa.

1084‐1100 — Antipapa Clemente III, parmesão.

1085 — Afonso VI de Leão e Castela reconquista Toledo. Morte do papaGregório VII. Afonso VI de Leão e Castela funda o centro de Logroño.

1085‐1117 — Movimentos comunais anti‐senhoriais no reino de Castela.

1086 — Batalha de Segrajas e de Zala: Afonso VI, rei de Leão e Castela, éderrotado em ambas pelos almorávidas,  liderados por  Iusuf  ibn Tashfin.Afonso VI, atribuindo ao "debilitante" uso dos banhos públicos a derrotade seu exército em Zala, manda destruí‐los. A grande mesquita toledanatorna‐se  catedral,  consagrada  por  Bernardo  de  Sauvetat,  cluniacense,arcebispo de Toledo (1086‐1125).

1086‐1087 — Papado de Vítor III, de Benevento.

1087 — Uma  segunda  cruzada  na  Península,  liderada  por  Raimundo  deSaint‐Gilles, conde de Toulouse e Eudes I, duque da Borgonha. Morte dobispo de Coimbra, Paterno, que resistiu à introdução do rito romano.

1087‐1100 — Guilherme II, o Ruivo, rei da Inglaterra.

1088  —  Bernardo  primaz  da  Espanha.  Na  Galícia,  revolta  do  condeRodrigo  Olveques  contra  Afonso  VI  de  Leão  e  Castela.  Concílio  deHusillos, perto de Palença: Afonso VI de Leão e Castela e o arcebispo deToledo,  na  presença  do  legado  papal  Ricardo,  sagra  bispo  de  CoimbraCrescónio, que tem de esperar pela morte do alvazil Sisnando (1092) paratomar posse.

1088‐1099 — Papado de Urbano II, francês.

1089 — Bernardo sagra a catedral de Braga.

1090  —  Fuero  de  Estella.  Iusuf  ibn  Tashfin  toma  Granada.  Aliançamuçulmana‐cristã  contra  Iusuf.  (aprox.)  Casamento  de  Raimundo  deBorgonha com Urraca, filha de Afonso VI de Leão e Castela.

1090‐1145 — Dominação  almorávida  em Al‐Andaluz:  Yusuf  ben  Tasufin,emir  de Marrocos,  atravessa  o  estreito  e  se  apodera  sucessivamente  deGranada, Málaga e Sevilha.

1091  —  Os  almorávidas  matam  o  rei  de  Sevilha.  Morte  do  alvazil  deCoimbra, Sesnando, que resistia à introdução da liturgia romana.

1092 — Derrota de Afonso VI de Leão e Castela em Jaén. Crescónio, bispode  Coimbra,  sagra  a  igreja  abacial  de  Pendorada.  Morte  de  Sisnando,governador de Coimbra e fiel servidor de Fernando, o Magno e Afonso VIde Leão e Castela: recusou‐se a receber o rito romano (era adepto do ritomoçárabe,  ou  hispânico).  Crescónio  de  Tui  (fiel  ao  rito  romano),designado bispo de Coimbra pelo Concílio de Husillos.

1093  —  Al  Mutawakkil,  rei  de  Badajoz  (reino  taifa)  entrega  Lisboa,  ocastelo  de  Sintra  e  Santarém  a  Afonso  VI  de  Leão  e  Castela.  Bernardo,núncio papal para toda a Espanha. Eleição de Dalmácio, monge francês deCluny, para o bispado de Santiago de Compostela. Soeiro Mendes, senhorde Maia, governador de Santarém e da fronteira.

1094  —  Tomada  de  Valência  por  El  Cid,  rei  de  Valência  em  nome  deAfonso  VI  de  Leão  e  Castela:  derrota  um  exército  almorávida  vindo  daÁfrica.  D.  Raimundo  governa  o  território  desde  a  Galícia  ao  Tejo.Casamento de D. Teresa  (herdeira de Leão e Castela)  com D. Henrique,quarto  filho  do  duque  de  Borgonha  (recebe  como  dote  o  CondadoPortucalense). Os almorávidas retomam Lisboa e Sintra. Crescónio, bispode  Coimbra,  consegue  junto  ao  conde  D.  Raimundo  o  patronato  domosteiro  da  Vacariça,  da  diocese  de  Coimbra.  Morte  de  Sancho  IIIRamirez de Navarra (filho de Sancho I, 2o. rei de Aragão).

1094‐1104 — Reinado (3o.) de Pedro I de Aragão.

1095 — Derrota do conde D. Raimundo na tentativa de recuperar Lisboaaos almorávidas. Começo do governo no condado de D. Henrique ao suldo Minho.  Fuero de  Logroño  e  Santarém,  concedido  por  Afonso  VI  deLeão  e  Castela;  no  mesmo  ano  este  ainda  funda  o  centro  de  Sahagún.Morte  de  al‐Mutamid no Marrocos  como prisioneiro  de  Iusuf.  Pregaçãoda Cruzada em Clermont pelo papa Urbano II.

1096 — Morte de Dalmácio, bispo de Santiago de Compostela. Vacânciado  bispado  até  1101,  com  a  eleição  de  Diego  Gelmírez.  O  conde  D.Henrique  dá  um  foral  à  cidade  de  Guimarães  (residência  habitual  dosantigos  condes  portucalenses)  e  outro  ao  burgo  de  Constantim  dePanoias. O papa Urbano II manda voltar os espanhóis que seguiam paraJerusalém (1a. cruzada).

1096‐1099 — Primeira Cruzada. Tomada de Edessa e Antioquia, Fundaçãodo reino latino de Jerusalém.

1097  —  El  Cid  derrota  um  segundo  exército  africano  nas  portas  deValência.

1099 — Morte do Cid. Governo  em Valência de Ximena. Geraldo,  eleitobispo  de  Braga,  sagrado  pelo  primaz  de  Toledo  na  abadia  de  Sahagún:desenvolve intensa atividade eclesiástica, moral e administrativa.

1099‐1108 — Maurício Burdino governa a diocese de Coimbra.

1099‐1118 — Papado de Pascoal II, de Ravena.

1100  —  Batalha  de  Malagón:  D.  Raimundo  e  D.  Henrique  juntos  nocombate.  Geraldo,  bispo  de  Braga,  consegue  em  Roma,  junto  ao  papaPascoal  II,  o  reconhecimento  da  dignidade metropolítica  para  a  sua  sé.             Nasce o  infante Sancho,  filho de Afonso VI de Leão e Castela e damoura Zaida, nora do rei de Sevilha. O papa Pascoal II nega o pedido deAfonso VI de Leão e Castela para participar da Cruzada.

1100‐1102 — Antipapa Teodorico, de Santa Rufina.

1100‐1135 — Henrique I, Beauclerc, rei da Inglaterra.

1101  —  Eleição  de  Diego  Gelmírez  para  o  bispado  de  Santiago  deCompostela (auge do bispado).

1102 — Os almorávidas apoderam‐se de Valência, abandonada por AfonsoVI de Leão e Castela. Antipapa Alberto, sabiniano.

1103 — Batalha de Vatalandi, onde morre Soeiro Fromarigues, senhor deGrijó. Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papa PascoalII,  a  enumeração  das  seguintes  dioceses  sufragâneas:  Astorga,Mondoñedo, Orense e Tui (na Galiza), e Porto, Coimbra, Lamego e Viseu(em Portugal). O conde D. Henrique põe‐se a caminho de Jerusalém (nãochegou a realizá‐la). O conde D. Henrique em Sahagún.

1104  —  (Fevereiro,  março  maio  e  setembro)  O  conde  D.  Henrique  emCastela. Afonso VI de Leão e Castela passa a considerar o infante Sanchoseu herdeiro. Morte de Pedro I, 3o. rei de Aragão.

1104‐1108 —  Peregrinação  de  Maurício  Burdino,  diácono  de  Coimbra,  aJerusalém.

1104‐1134 — Reinado de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e (4o.) Aragão.

1105 — O  conde D. Henrique  em Santo  Isidro  de  Las Dueñas  e  Burgos.Pacto entre D. Henrique (casado com D. Teresa) e D. Raimundo (casadocom Urraca) sobre a sucessão do reino de Leão e Castela, na presença dolegado cluniacense Dalmácio Geret: Henrique reconhece Raimundo comolegítimo herdeiro dos reinos de Leão, Castela e Galiza, colocando‐se comoseu vassalo. Nasce Afonso Raimundes, filho de Raimundo e Urraca.

1105‐1111 — Antipapa Silvestre IV, romano.

1105‐1125 — Período de anarquia devido à  luta pela sucessão do reino deLeão e Castela: processo de feudalização.

1106 — Afonso VI de Leão e Castela cai doente. Nascimento de Afonso VII,o Imperador (filho de Urraca, neto de Afonso VI de Leão e Castela).

1106‐1108 — O conde D. Henrique em Portugal.

1106‐1125 — Henrique V, rei alemão.

1107 — Morte do conde D. Raimundo (de Borgonha). Morte do (1o.) sultãoalmorávida, Yusuf ibn Teshonfin.

1107‐1144 — Sultanato almorávida (2o.) de Ali ibn Yusuf.

1108 — Batalha  de Uclés: morte  do  filho  único  de Afonso VI  de  Leão  eCastela  (o  infante  D.  Sancho)  em  derrota  diante  os mouros.  Afonso  VImanda reunir cortes em Toledo para decidir a sucessão do trono. Mortede  São  Geraldo.  Maurício  Burdino  o  sucede  na  arquidiocese  de  Braga.Peregrinação do clérigo bracarense Honoricus a Jerusalém.

1109 — Morte de Afonso VI de Leão e Castela em Toledo. Morte do abadeHugo  de  Cluny,  partidário  do  conde  D.  Henrique.  (?)  O  conde  D.Henrique  toma  o  castelo  de  Sintra.  O  papa  Pascoal  II  exorta  o  cleroportuguês  que  anime  o  povo  a  continuar  a  guerra  contra  os mouros. Opríncipe norueguês Sirgud diz, a respeito de Lisboa, que sua população é"meio cristã, meio pagã".

1109‐1114  —  União  fugaz  entre  Leão‐Castela  e  Aragão:  matrimônio  deUrraca e Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão.

1109‐1126 — Reinado  (4o.) de Urraca, de Leão e Castela  (filha de AfonsoVI).

1110 — (Janeiro) Batalha de Valtierra: D. Henrique participa a serviço deAfonso  I,  o  Batalhador,  de  Navarra  e  Aragão,  e  Urraca  contra  o  rei  deSaragoça. (Outubro) Batalha de Candespina: D. Henrique  luta com o reide  Aragão  contra  as  tropas  da  rainha Urraca.  (Novembro) D. Henriquepassa  para  o  lado  de  Urraca  e  cerca  o  marido  desta  (Afonso  I,  oBatalhador,  de Navarra  e Aragão)  em Peñafiel. O papa Pascoal  II  exortanovamente  o  clero  português  a  incentivar  o  povo  a  continuar  a  guerracontra os mouros.

1111 — Os almorávidas, sob o comando de Sir ben Abu Bakr, apoderam‐sede  Santarém  e  Saragoça.  Rebelião  dos  habitantes  de  Coimbra  contradelegados  do  conde  D.  Henrique:  foral  da  cidade.  Martinho  Moniz  serebela contra D. Henrique. Forais de Sátão, Soure, Tavares e Azurara daBeira que reproduzem o modelo de Coimbra.

1111‐1112  —  O  conde  D.  Henrique  em  Leão  e  Coimbra,  onde  pacifica  acidade.

1111‐1127 — Guerras  entre Afonso  I,  o Batalhador,  de Navarra  e Aragão  eseu genro Afonso VII, o Imperador, de Castela (1126‐1157).

1112 — O conde D. Henrique em Astorga, onde morre. D. Teresa regente.Restauração  do  bispado  de  Portucale.  Hugo  de  Compostela  é  nomeadopara a diocese do Porto. Foral de Tavares concedido por D. Henrique.

1113  —  Bula  do  papa  Pascoal  II  (de  Ravena,  1099‐1118):  o  hospital  deJerusalém torna‐se uma ordem religiosa  subordinada apenas ao papa. Olegado papal Pôncio de Cluny chega à Hispânia e excomunga todos os queapoiavam a união dos soberanos de Leão e Castela.

1114  —  Os  almorávidas  avançam  até  Barcelona.  Bula  papal  que  separaAfonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão de Urraca. Sagração episcopaldo bispo de Lugo, sufragâneo de Braga.

1115 — Tomada de Toledo pelos cristãos.

1116  —  Primeira  menção  conhecida  de  uma  feira  na  Península:  a  deBelorado.  Os  mouros  tomam  Miranda  do  Corvo  e  o  castelo  de  SantaEulália.

1117  —  Raimundo  Berengário  III,  conde  de  Barcelona,  unifica  o  espaçopolítico catalão. Os mouros  incendiam os arrebaldes de Coimbra: mortede  centenas  de  cristãos.  Urraca,  rainha  de  Leão  e  Castela,  assina  um

acordo  com  os  representantes  de  Afonso  Henriques,  reconhecendo  suaautoridade sobre Galiza e Toledo, reservando para si o governo de Leão eo resto de Castela.

1118 — Afonso  I,  o Batalhador,  rei  de Navarra  e Aragão,  toma  Saragoça,que  se  torna  a  capital  do  reino  aragonês.  Em  Jerusalém,  fundação  daOrdem do Templo. Tomada da cidade de Alcalá de Henares.

1118‐1119 — Papado de Gelásio II, gaetano.

1118‐1121 — Antipapa Gregório VIII, francês.

1119‐1124 — É eleito papa o arcebispo de Vienne com o nome de Calixto II,tio  paterno  de  D.  Afonso  Raimundo,  o  jovem  rei  de  Galiza:  papado  deCalixto II, borgonhês.

1120  —  Na  Palestina,  Raymund  du  Puy  organiza  a  Ordem  do  Hospitalcomo  uma  ordem  religiosa  e  militar.  (17/02)  Bula  papal  que  atribui  aDiego  Gelmírez,  arcebispo  de  Santiago  de  Compostela,  direitosmetropolíticos sobre Mérida (ainda sob o jugo muçulmano), com diocesessufragâneas de Coimbra e Salamanca. (18/02) O arcebispo de Santiago deCompostela Diego Gelmírez é nomeado legado da Sé Apostólica sobre asprovíncias  eclesiásticas  de  Braga  e  Mérida.  A  rainha  de  Leão  e  CastelaUrraca invade Portugal e saqueia todo o território: D. Teresa refugia‐se nocastelo de Lanhoso, sujeitando‐se à irmã.

1121 — O arcebispo de Braga consegue do papa os direitos metropolíticossobre as dioceses de Viseu, Lamego e Idanha, todas pertencentes outroraà província de Mérida, portanto sufragâneas de Santiago de Compostela.Casamento de Urraca Henriques, filha de D. Teresa, com Bermundo Peres(da família dos Travas).

1122 —  Bula  papal  ordenando  a  D.  Teresa  a  libertação  do  arcebispo  deBraga. Concordata de Worms:  fim de uma  fase da  luta das  Investiduras.Peregrinação de Petrus Gunsalviz a Jerusalém.

1124 — Morte  do  arcebispo  Bernardo.  Afonso  VII  arma‐se  cavaleiro  emSantiago de Compostela. Antipapa Celestino II, romano.

1124‐1130 — Papado de Honório II, de Imola.

1125  —  Fundação  da  feira  de  Ponte  de  Lima.  Começam  em  Toledo  asgrandes traduções do árabe para o latim. (?) D. Afonso Henriques arma‐secavaleiro em São Salvador de Zamora no dia de Pentecostes.

1125‐1126 — Afonso I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão, realiza umaexpedição a Andaluzia, trazendo em seu regresso a Aragão um importantecontingente  de  moçárabes.  Nascimento  em  Córdova  de  Maimônides(1126‐1198), médico e filósofo judeu.

1125‐1137 — Lotário I, rei alemão.

1126 — Morte de Urraca, rainha de Leão e Castela. Ali ben Yusuf deportamilhares  de  moçárabes  para  a  África,  sob  o  pretexto  de  haveremcolaborado com Afonso I de Aragão.

1126‐1157 — Reinado de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela.

1126‐1152 — Episcopado de Raimundo em Toledo.

1126‐1198 — Vida do filósofo hispânico Averróis.

1127 — Acordo de Zamora entre Afonso VII de Leão e Castela, D. Teresa eFernão Peres. Ação militar de Afonso VII de Leão e Castela contra o rei deAragão: acordo no vale de Tâmara. Afonso VII de Leão e Castela submetepela  força  sua  tia  D.  Teresa,  que  se  recusava  a  prestar‐lhe  vassalagem.Cerco de Guimarães: expedição militar de Afonso VII de Leão e Castela aPortugal, resistência de D. Afonso Henriques. Primeiro foral de Satão.

1128 —  Batalha  de  S. Mamede:  D.  Afonso Henriques  vence  sua mãe D.Teresa e os nobres partidários da ligação com a Galícia e passa a governarcom  o  título  de  rei  (D.  Afonso  I):  infante  e  príncipe  (1128‐1139).  (?)  D.Teresa  doa  a  primeira  casa  conventual  dos  hospitalários  em Portugal,  omosteiro  de  Leça  do  Bailio.  Raimundo  Bernardo,  cavaleiro  templário,dirige‐se  à  Península  para  reunir  dinheiro  e  alistar  membros  para  aOrdem. Em março, se encontra na corte portuguesa. (19.03) A Ordem doTemplo se instala em Portugal: D. Teresa doa à ordem o castelo do Soure,no rio Mondego e todas as terras entre Coimbra e Leiria, as quais estavamdespovoadas e ainda em poder dos infiéis (confirmado em 29 do mesmomês).  O  co‐regente  conde  Fernando  e  dezesseis  nobres  portugueses,apoiam  a  doação  do  lugar  de  Fontacarda  de  D.  Teresa  aos  templários. Concílio  de  Troyes  estabelece  a  regra  da  Ordem  do  Templo. Morte  doconde  Pedro  Froilaz,  tutor  de  Afonso  VII  de  Leão  e  Castela.  Foral  deGuimarães confirmado por D. Afonso Henriques.

1128‐1137 — Afonso I de Portugal em rebelião aberta contra Afonso VII, deLeão e Castela.

1129 — Doação de Afonso  I de Portugal a Monio Rodrigues  (documentoonde  afirma  a  posse  de  todas  as  cidades  de  Portugal).  (?)  Afonso  I  dePortugal entrega o castelo de Soure aos templários, confirma a doação docastelo  do  Soure  e  se  declara  "irmão  templário".  Lourenço  Viegas  deRibadouro, filho de Egas Moniz, primeiro alferes‐mor do palácio luso.

1130 — Morte de D. Teresa, a condessa portucalense destronada.

1130‐1143 — Papado de Inocêncio II, romano.

1130‐1138 — Antipapa Anacleto II, romano.

1130‐1284 — Atividade da "Escola de Tradutores" de Toledo.

1130‐1136 — Fernão Cativo, segundo alferes‐mor do palácio luso.

1131 — Afonso  I de Portugal  abandona Guimarães,  antiga  residência doscondes de Portucale, para fazer de Coimbra o centro de suas deslocaçõesatravés de seus domínios.

1131‐1162 — Raimundo Berengário IV, conde de Barcelona.

1132 —  Fundação  do  mosteiro  de  Santa  Cruz  de  Coimbra  por  D.  Telo,arcediago  da  Sé  Catedral.  Anteriormente  a  essa  data,  os  cavaleiroshospitalários,  sob  a  chefia  do  vigário  da  ordem,  Paio  Galindes,  seestabelece  em  Portugal,  adquirindo  bens  imóveis  (documento  de  SantaCruz de Coimbra).

1132‐1142 — Traduções de João de Sevilha.

1133 — São Teotônio, prior da comunidade de Santa Cruz de Coimbra.

1134 — Morte de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão: restauraçãodo reino de Navarra. Em seu testamento, Afonso I, o Batalhador, que nãodeixou  herdeiros,  doou  seu  reino  às  ordens  do  Templo  e  do  Hospital.Concílio  de  Tarragona,  em  Aragão:  nenhum  sarraceno  pode  abraçar  ojudaísmo  e  nenhum  judeu  pode  tornar‐se  sarraceno.  Os  Regrantesintroduzem a regra de Santo Agostinho em mosteiros antigos no norte dopaís. Afonso I de Portugal concede albergaria a Marão, com o intuito derepovoamento e confia sua proteção à Santa Sé.

1134‐1137 —  Reinado  (5o.)  de  Ramiro  II,  o Monge,  de  Aragão  (irmão  deAfonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão).

1134‐1150 — Reinado (9o.) de Garcia Ramirez IV, de Navarra.

1135  —  Nascimento  em  Córdova  de  Maimônides  (1135‐1204),  médico,teólogo  e  filósofo  judeu.  Coroação  de  Afonso  VII,  rei  de  Castela,  emBurgos, como imperador. Construção do castelo de Leiria por Afonso I dePortugal. Morte de Ermígio Moniz, irmão de Egas Moniz e provável chefeda  linhagem  de  Ribadouro.  Isenção  canônica  dos  cônegos  regrantes  deCoimbra.

1135‐1154 — Estêvão de Blois, rei da Inglaterra.

1136 — Foral  de Miranda  do Corvo.  Foral  de  Seia.  Afonso  I  de  Portugalconcede albergaria a Gavieiras e confia sua proteção à Santa Sé.

1136‐1146 —  Egas  Moniz  de  Ribadouro,  magnate  portucalense,  segundocomo  dapifer  curiae,  espécie  de mordomo‐mor  da  corte  de  Afonso  I  dePortugal.

1137 — Tratado de Tui, para a paz entre portugueses e leoneses. Morte deRamiro II, o Monge, 5o. rei de Aragão. Constituição da coroa de Aragão:matrimônio de Raimundo Berengário IV de Barcelona e Petronila, filha deRamiro II, o Monge, de Aragão. Assim, o condado de Barcelona é unido aoreino  de  Aragão.  Foral  de  Penela.  (?)  Um  exército  português  éexterminado perto de Tomar.

1137‐1139 — Foral da pequena comunidade rural de Ansiães concedido porAfonso I de Portugal.

1137‐1162 — Reinado (6o.) de Petronila, de Aragão.

1138 — Antipapa Vítor IV (atuou apenas dois meses).

1138‐1141 — Garcia Mendes de Sousa, provavelmente irmão mais novo domordomo‐mor Gonçalo de Sousa, terceiro alferes‐mor do palácio luso.

1138‐1152 — Conrado III, rei alemão.

1139 — (?) Batalha de Ourique: vitória de Afonso  I de Portugal  sobre osmuçulmanos; começa a utilizar o título de rei: 1139‐1185. Bula papal Omnedatum optimum estabelece os privilégios da Ordem do Templo. Segundoforal de Satão, concedido por Afonso I de Portugal.  Isenção canônica domosteiro canonical de Grijó.

1140 —  Afonso  I  de  Portugal  invade  a  Galícia  e  reconquista  Santarém.Santarém já possui uma comunidade judaica com sinagoga (a mais antigade  Portugal).  Cistercienses  e  premonstanenses  estabelecem  seus

primeiros monastérios na Península. (?) Os mouros arrasam o castelo deLeiria.  (?)  Presença  de  Afonso  I  de  Portugal  em  Valdevez.  Afonso  I  dePortugal  concede  carta  de  couto  aos  cavaleiros  hospitalários,comprovando a posse de Leça do Bailio com seus bens e couto. Auge dacarreira de Ibn Jachia,  judeu favorito de Afonso I de Portugal, mordomoreal e cavaleiro‐mor.

1140‐1217 —  Oito  frotas  de  cruzados  do  Mar  do  Norte  ou  do  Canal  daMancha são retidas pelos portugueses e convencidas a guerrear os mourosna Península.

1142 — Afonso I de Portugal manda construir o castelo Germanelo, juntoao Rabaçal, além (?) dos castelos de Alvorge e Ancião. Segundo o primeiroforal de Leiria, Afonso I de Portugal recupera o castelo de Leiria. (?) Umaconsiderável armada de cruzados devasta os arredores de Lisboa.

1142‐1144 — Foral de Germanelo concedido por Afonso I de Portugal.

1142‐1145 — Álvaro Peres, provavelmente irmão de Fernão Cativo, quartoalferes‐mor do palácio luso.

1143 — Intervenção do legado papal Guido da Vico (cardeal e diácono deSão Cosme e Damião). Tratado de Zamora: Afonso VII,  o  Imperador, deCastela, reconhece o novo reino de Portugal. É oficialmente o nascimentodo reino. Afonso I de Portugal coloca o reino sob a proteção (vassalagemlígia) da Santa Sé. Presença de Afonso  I de Portugal  em Zamora. Morreem Marrocos  o  emir  Ali  ben  Yusuf.  Após  demoradas  negociações  entreRaimundo  Berengário  IV  e  Roberto  de  Craon  (mestre  templário),  ficouacertado  que  os  templários  ficariam  com  Monzón  e  outros  lugares  deAragão. Desde  essa  data  se  encontra  em  Portugal  o  cavaleiro  templárioHugo  de  Martônio,  que  mais  tarde  recebe  o  título  de  mestre  dostemplários  em  Portugal.  Sancho  I  de  Portugal  incumbe  o  mestre  doHospital de fazer chegar às mãos do papa, por dois cavaleiros que iam àRoma, 504 morabitinos, em que importavam, à razão de 04 onças, os anosdecorridos desde o Concílio de Latrão III.

1143‐1144 — Papado de Celestino II, de Città di Castello.

1144 — Ataque dos mouros ao castelo de Soure, de propriedade templária:a  ordem é derrotada. Os discípulos de  Ibn Qasi  ("muridin",  os  adeptos)tomam Mértola e lhe entregam a cidade para governar. Foral de Espinho,

Panoias, no concelho de Mortágua, concedido por Afonso  I de Portugal.Morte do 2o. sultão almorávida, Ali ibn Yusuf.

1144‐1145 — Papado de Lúcio II, bolonhês.

1144‐1147 — Sultanato almorávida de Teshoufin ibn Ali.

1145 — Fim da dominação almorávida em al‐Andaluz: segundos reinos detaifas  em Mértola,  Silves  e  Évora.  O  concelho  de  Coimbra  proíbe  seuscidadãos de ir a Jerusalém para a Segunda Cruzada. Apelação em Coimbrapara  seus  habitantes  auxiliarem  os  do  castelo  de  Leiria.  Casamento  deAfonso I de Portugal com Matilde, filha do conde Amadeu II de Sabóia ePiemonte. A Ordem do Templo recebe em Portugal uma região florestal,onde fundarão Pombal e Redinha. (Agosto) O arcebispo de Braga, D. João,com o seu cabido, e com a aprovação e o consentimento de Afonso I dePortugal, confirmou e de novo concedeu aos templários o hospital que oarcebispo D. Paio havia fundado e dotado em Braga, para uso dos pobres emiseráveis.

1145‐1153 — Papado de Eugênio III, pisano.

1146 — Penetração almôada na Península (os reinos independentes de al‐Andaluz são submetidos). Mendo Fernandes de Bragança, quinto alferes‐mor do palácio luso.

1146‐1149 — Segunda Cruzada na Terra Santa. Cruzada contra os vênedos(rio Elba, Alemanha Oriental).

1146‐1155 —  Fernão  Peres  Cativo,  de  origem  galega,  terceiro  mordomo‐mor do palácio, um dos mais  fiéis  seguidores de Afonso  I de Portugal  efundador da casa de Soverosa.

1147  —  Afonso  I  de  Portugal  reconquista  (com  a  ajuda  dos  cruzados)Lisboa, Santarém e al‐Usbuna: fixação da linha do Tejo: oferece domíniosaos cruzados que quiseram ficar em Portugal. Os templários recebem deAfonso  I  de  Portugal  vastos  domínios,  juntamente  com  os  direitoseclesiásticos de Santarém, logo depois da conquista da cidade, quando foiajudado por alguns cavaleiros da ordem (primeira entrada dos templáriosnos  exércitos  do  rei  português).  Tomada  de  Almería  por  Afonso  VII,  oImperador, de Castela. Nascimento de Santo Antônio de Lisboa. Fundaçãoem  Portugal  da  Ordem  de  Avis.  Conquista  de  Sevilha  por  Barraz  benMuhammad al‐Masufi, general do califa almôada Abd al‐Mumin. Afonso

VII,  o  Imperador,  de  Castela,  toma  o  porto  mediterrâneo  de  Almeria.Morte  do  3o.  sultão  almorávida,  Teshoufin  ibn  Ali  (fim  do  sultanatoalmorávida).

1147‐1163 — Sultanato almôada de Abd‐el‐Moulmin (1o.)

1147‐1169 — Pêro Pais da Maia, sexto alferes‐mor do palácio luso.

1148 — Raimundo Berenguer IV de Aragão reconquista Tortosa. Protestosde Afonso VII, o Imperador, de Castela, quanto às nomeações eclesiásticasde Afonso I de Portugal para os bispados de Lisboa (o inglês Gilberto deHastings),  Viseu  Odório  e  Lamego  (o  cônego  regrante  de  CoimbraMendo).  Todos  sagrados  pelo  arcebispo  de  Braga,  que  assim  afirma  suaindependência  de  Santiago  de  Compostela  e  Toledo:  resposta  do  papaEugênio III.

1149 — Raimundo Berenguer IV de Aragão toma Lérida e Fraga.

1150 — Afonso VII,  o  Imperador,  de  Castela,  toma Uclés.  A  partir  destadata, os combates decisivos eram travados, do  lado cristão, pelas ordensmilitares,  e  do  lado muçulmano,  pelos  cavaleiros  voluntários  dos  ribat,que faziam da guerra santa um ato de piedade. Morte de Garcia RamirezIV, 9o. rei de Navarra.

1150‐1180 — Traduções de Gerardo de Cremona e de Domingo González.

1150‐1194 — Reinado (10.) de Sancho V, o Sábio, de Navarra.

1151 — Afonso VII, o Imperador, de Castela põe cerco a  Jaén. Tratado deTudilém  entre  Afonso  VII,  o  Imperador,  de  Castela  e  RaimundoBerengário  IV,  de  Aragão,  sobre  a  partilha  das  terras  a  conquistar.  IbnQasi  tenta  uma  aliança  com Afonso  I  de  Portugal;  é morto  (1152)  e  suacabeça entregue espetada na lança que recebera de presente de Afonso Ide  Portugal.  O  bispo  de  Lisboa,  Gilberto  de  Hastings  vai  à  Inglaterrapregar  a  cruzada  e  tentar  convencer  seus  compatriotas  a  organizaremuma  expedição  a  Sevilha,  esperada  por  Afonso  VII,  o  Imperador,  deCastela.  Foral  de  Arouce  (junto  a  Lousã)  concedido  por  Afonso  I  dePortugal.  (?) Morte de  Ibn  Jachia,  judeu, mordomo real, cavaleiro‐mor efavorito de Afonso I de Portugal.

1152 — Criação da feira de Valladolid. Foral de Mesão Frio e Banho (juntoa São Pedro do Sul) concedido por Afonso I de Portugal.

1152‐1190 — Frederico I Barbaroxa, rei alemão.

1153  —  Primeira  menção  conhecida  de  uma  feira  em  Catalunha:  a  deMoyá. Fundação em Portugal da abadia cisterciense de Alcobaça. Afonso Ide  Portugal  chama  os  Cistercienses  a  Alcobaça,  dando‐lhes  enormeterritório,  onde  esta  ordem  começa  a  desbravar.  Acordo  de  Sahagún:Fernando  (II)  assina  um  acordo  com  seu  irmão  Sancho  (III),  no  qualreserva para si a posse da zona do Alentejo e Algarve.

1153‐1154 — Papado de Anastácio IV, romano.

1154 — Foral concedido por Afonso I de Portugal aos cavaleiros de Sintra.Isenção  canônica  do  mosteiro  canonical  de  Refojos  de  Lima.  Visita  docardeal legado Jacinto a Coimbra, Tibães e Tui.

1154‐1159 — Papado de Adriano IV, inglês.

1154‐1189 — Henrique II Plantageneta, rei da Inglaterra.

1155 — Bispos portugueses tomam parte no concílio de Valladolid, no qualo  cardeal  legado  Jacinto  promulga  uma  expedição  contra  os  mouros  econcede  indulgências.  Nascimento  de  Afonso  VIII  de  Castela,  filho  deSancho III de Castela.

1156 —  Domínio  almôada  no  sul  de  Portugal.  Fundação  em  Castela  daOrdem de Alcântara. (?) Afonso I de Portugal faz mais doações a mestreGualdim  Pais,  o  procurador  dos  templários  em  Portugal  (Foral  deFerreira). Os templários dão foral a Ferreira de Alves.

1156‐1169 — Foral de Barcelos concedido por Afonso I de Portugal.

1157 — Criação da Ordem religiosa‐militar de Calatrava. Morte de AfonsoVII, o Imperador, de Castela em Fresneda: separação dos reinos de Castelae Leão. O califa Abd al‐Mumin colocou seu filho Abu Yaqub Yusuf comogovernador  de  Sevilha,  e  este  suprimiu  por  completo  a  autonomia  dosreinos de taifas. O único a resistir  foi o de Múrcia (até  1172). Os mourosrecuperam o porto de Almeria.

1157‐1158 — Reinado (1o.) de Sancho III, de Castela, filho de Afonso VII, oImperador, de Leão e Castela.

1157‐1167 — D. Gonçalo de Souza, mordomo‐mor.

1157‐1188 — Reinado (1o.) de Fernando II de Leão,  filho de Afonso VII, oImperador.

1158 — (?) Afonso I de Portugal toma Alcácer do Sal com a ajuda de algunscruzados. Tratado de Sahagún entre os filhos de Afonso VII, o Imperador,de Leão e Castela. Morte de Sancho III, 1o. rei de Castela, filho de AfonsoVII,  o  Imperador,  de  Leão  e  Castela.  Afonso  I  de  Portugal  passa  aostemplários  uma  carta  de  liberdade  e  imunidade  para  eles  e  suas  terras,igrejas, homens e quaisquer possessões que tivessem ou viessem a ter.

1158‐1214 — Reinado  (2o.)  de  Afonso  VIII,  o Nobre,  de  Castela,  filho  deSancho III de Castela.

1159 — Afonso I de Portugal doa à Ordem do Templo o castelo de Ceras(ou Cera), algum tempo mais tarde transferido para Tomar (ver 1160). Ostemplários ficam assim encarregados da defesa de Santarém e de Lisboa,além de desenvolverem intensa atividade colonizadora. Isenção canônicapara os templários em Portugal. Os templários dão foral à Redinha.

1159‐1164 — Antipapa Vítor  IV  (deveria  chamar‐se Vítor V, mas  como oanterior Vítor IV atuou apenas dois meses, resolveu repetir o número IV).

1159‐1181 — Papado de Alexandre III, sienês.

1160 — (?) Fundação da Ordem de Santiago. Foral de Celeirós concedidopor Afonso I de Portugal. Afonso I de Portugal recebe em Tui o conde deBarcelona, Raimundo Berenguer IV para negociar com ele o casamento deseu  filho  Raimundo  com  a  princesa  Mafalda:  política  de  aproximaçãoentre Portugal e a Catalunha ou Aragão. Afonso I de Portugal e FernandoII de Leão encontram‐se no mosteiro beneditino de Celanova, na Galiza,celebrando  um  acordo  que  restituía  a  Fernando  II  a  cidade  de  Tui  e  orespectivo  território.  Os  templários  fundam  a  primeira  igreja,  sob  ainvocação de Santa Maria do Olival. Lançam também os fundamentos docastelo de Tomar, sobre um alto e escarpado cerro, na margem direita dorio Nabão. Também se dá princípio à vila de Tomar.

1160‐1190  —  Templários  e  Hospitalários  portugueses  colocaram  nomercado os rendimentos das suas enormes propriedades no Norte.

1161 — (?) Repovoamento de Cidade Rodrigo  (antiga Augusto‐briga) porFernando II de Leão. Visita dos núncios Teodino e Leão em Coimbra, pararecolher dinheiro para a Santa Sé.

1162 — Geraldo sem Pavor toma a cidade de Beja aos muçulmanos. AfonsoI de Portugal exerce atos de soberania sobre Límia. Peregrinação do condeGonzalo  a  Jerusalém.  A  vila  de  Tomar,  pertencente  aos  templários,  já

possui  um  bom  número  de  povoadores; mestre  Gualdim  dá  foral  a  ela.Morte  de  Petronila,  6a.  rainha  de  Aragão.  Morte  de  Santo  Teotônio,primeiro prior do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

1162‐1196 —  Afonso  II,  conde  de  Barcelona,  7o.  rei  de  Aragão  (filho  deRamon Berenguer IV).

1163 — Isenção canônica aos mosteiros cistercienses de Tarouca e Lafões.Gilberto  de  Hastings,  bispo  de  Lisboa,  vai  à  França  pedir  a  Luís  VIIvoluntários  para  a  cruzada  na  península. Afonso  I  de  Portugal  recuperaToronho  e  estende  sua  autoridade  a  Salamanca.  Morte  do  1o.  sultãoalmôada, Abd‐el‐Moulmin. Canonização  de  Santo Antônio. A  cidade  deViseu toma‐o como padroeiro.

1163‐1178 — Sultanato almôada (2o.) de Yusuf abou Yacoub.

1164  —  Isenção  canônica  para  o  mosteiro  de  Alcobaça.  A  Ordem  deCalatrava é confirmada pelo papa Alexandre III.

1164‐1168 — Antipapa Pascoal III, cremonense.

1165 — Conquista definitiva de Évora por Geraldo sem Pavor; toma aindaas  cidades de Trujillo,  e Cáceres. Afonso  I  de Portugal  se  encontra  comFernando II de Leão em Pontevedra e selam novo acordo de paz. Afonso Ide Portugal doa aos templários Idanha‐a‐Velha e Mosanto.

1166  —  Foral  de  Évora.  Geraldo  sem  Pavor  toma  os  castelos  deMontánchez,  Serpa  e  Juromenha;  se  instala  nesta  última,  assediandoBadajoz.  Fernando  II  de  Leão  conquista  Alcântara.  (?)  Afonso  I  dePortugal manda edificar o castelo de Coruche. Fernando II de Leão se casacom Urraca Afonso,  filha  de Afonso  I  de  Portugal.  Entram  em Portugalalguns membros da ordem castelhana de Calatrava, estabelecendo‐se emÉvora.

1167 — Fuero de Benavente, concedido por Fernando II de Leão. (?) Mortede  Gonçalo  Mendes  de  Souza,  quarto  mordomo‐mor  do  palácio  luso.Sucede‐lhe o conde Vasco Sanches de Barbosa.

1168 — (?) Visita Portugal mestre Pedro, com funções de coletor da cúria.

1168‐1178 — Antipapa Calisto III, arentino.

1169 — Desastre de Afonso I de Portugal e Geraldo sem Pavor em Badajoz:Fernando II de Leão, aliado dos almôadas, aprisiona o rei de Portugal (osolta em seguida). Foral ao concelho de Linhares concedido por Afonso Ide  Portugal.  Pêro  Pais  da  Maia,  sexto  alferes‐mor  do  palácio  luso,incompatibilizado com Afonso I de Portugal, passa ao reino de Leão, ondeFernando II lhe confia o mesmo cargo na sua corte. Afonso I de Portugalfaz uma doação à catedral de Tui. Afonso  I de Portugal,  em Lafões, doaaos  templários  a  terça parte de  tudo o que  conquistasse no Alentejo. Opríncipe D. Sancho de Portugal passa a orientar a política portuguesa.

1169‐1175 —  Foral  de  São  João  da  Pesqueira  concedido  por  Afonso  I  dePortugal.

1170 — Fernando  II  de  Leão  funda  a Ordem de  Santiago  da  Espada  (deCáceres, de Uclés, ou de Santiago). As ordens de Calatrava e Santiago seinstalam  em  Portugal.  Sayyid  Abu  Hafs,  irmão  do  califa  em  Marrocos,comanda um poderoso exército e chega a Badajoz; retirada de Fernando IIde Leão. Afonso  I de Portugal arma cavaleiro  seu  filho Sancho  (I), de  17anos,  no  dia  da  festa  da  Assunção  de  Nossa  Senhora.  Os  cavaleirostemplários,  que  já  fazem há mais  de  vinte  anos  a  defesa  de  Lisboa,  sãoreforçados para lá do Tejo pela ordem de Évora, e na Beira interior, pelosde  Santiago.  Os  templários  dão  foral  aos  povoadores  do  castelo  deAlmourol.

1170‐1231 — Dominação almôada em al‐Andaluz.

1172 — Começa a construção da catedral de Ávila. Construção do minareteda  mesquita  de  Sevilha,  "La  Giralda".  Morte  de  Ibn  Mardanish,  o  "reiLobo"  de Múrcia,  último  a  resistir  ao  avanço  almôada.  Seu  filho  decidesubmeter‐se  ao  califa  Abu  Yaqub.  (?)  Geraldo  sem  Pavor  ataca  e  pilhaBeja. Afonso I de Portugal entrega o castelo de Mosanto (dos templários)à Ordem de Santiago, além da vila de Arruda.

1173  —  Beja  é  abandonada.  Acordo  de  Sevilha:  o  conde  Nuno  de  Lara(tutor  do  pequeno  rei  Afonso  VIII,  filho  de  Sancho  III)  e  Afonso  I  dePortugal pedem uma trégua de cinco anos a Yusuf I. Geraldo sem Pavorpassa a servir o califa e se instala em Sevilha (até 1176). Visita do cardealJacinto a Portugal.

1174 —  Casamento  de  Sancho  I,  filho  de  Afonso  I  de  Portugal,  com D.Dulce,  filha  de  Raimundo  Berenguer  IV,  rei  de  Aragão.  Fernando  II  deLeão tem de suportar o ataque de Abu Hafs, um dos chefes, de Abu Yaqub

Yusuf.  Este  toma  as  fortalezas  de Alcântara  e  de Cáceres;  cerca  ainda  aCidade  Rodrigo,  que  conseguiu  resistir.  Afonso  I  de  Portugal  concedecarta de couto ao mosteiro cisterciense de Santa Maria de Aguiar. O foralda vila de Tomar (ver 1162), dos templários, é ampliado. Os templários dãoforal aos povoadores do castelo do Zezêre.

1174‐1175 — Yusuf I manda repovoar Beja e reconstruir suas muralhas.

1175  —  (?)  Afonso  I  de  Portugal  funda  a  Ordem  de  Évora,  milíciaportuguesa, e entrega seu comando ao governador militar de Lisboa e daEstremadura,  Gonçalo  Viegas  de  Lanhoso.  Fernando  II  de  Leão,pressionado pela Santa Sé, separa‐se de sua esposa Urraca Afonso, filha deAfonso I de Portuga e irmã de Sancho.

1176  —  Afonso  I  de  Portugal  confia  a  defesa  de  Coruche  à  Ordem  deÉvora.  Os  templários  dão  foral  aos  povoadores  da  terra  e  castelo  dePombal.

1177  —  Tomada  de  Cuenca  pelos  castelhanos.  Estatutos  da  Ordem  deSantiago. Fernando II de Leão organiza uma expedição de contra‐ataqueaos almôadas, chegando até Jerez e Arcos de la Frontera. O arcebispo deBraga Godinus e Marchus vão até Roma, talvez tenha ido à Terra Santa.

1178 — Fernando II de Leão repele um ataque de seu sobrinho Afonso VIIIde  Castela  em  Terra  de  Campos.  Sancho  I  de  Portugal  organiza  umaexpedição  em  território  muçulmano,  alcançando  e  destruindo  osarredores  de  Sevilha,  na margem  direita  do Guadalquivir. Morte  do  2o.sultão almôada, Yusuf abou Yacoub.

1178‐1199 — Sultanato almôada (3o.) de Yacoub ibn Yousouf.

1179  —  Reconhecimento  da  independência  de  Portugal  pelo  papaAlexandre  III  (bula  Manifestis  probatum):  Afonso  I  de  Portugalquadruplicou o censo que pagava à cúria romana, pagando de uma só vez1.000  peças  de  ouro.  Forais  de  Lisboa,  Santarém,  Évora  e  Coimbra:estímulo das atividades comerciais e artesanais. Tratado de Cazorla entreAfonso  VIII,  o Nobre,  de  Castela  e  Afonso  II  de  Aragão  (repartição  deterras  a  conquistar  em  território  muçulmano,  excluindo  qualquervassalagem entre eles): Afonso VIII, o Nobre, de Castela, renuncia assim aqualquer pretensão de supremacia sobre Aragão. D. Afonso I de Portugaldispõe  em  seu  testamento  de  "8.000 mosmodiz  e  400 marcos  de  pratamenos  24,  pelo  que  dá  162  maravedis  e  6.000  maravedis  maiores"    à

Ordem  do  Hospital.  Gonçalo  Viegas  de  Lanhoso,  mestre  da  Ordem  deÉvora,  é  chamado  para  organizar  a  defesa  da  zona  de  Lisboa,  atacadaconstantemente por mar. Multiplicação dos  ataques mouros:  represáliasao ataque de Sancho I a Sevilha. Abrantes sofre um ataque conduzido pelopróprio filho do califa e por seu irmão.

1179‐1180 — Antipapa Inocêncio III, de Sezza.

1180‐1190 — A mais intensa produção literária portuguesa relacionada como tema de cruzada ou da guerra santa.

1180  —  (aprox.)  Fuero  de  San  Sebastián,  concedido  por  Sancho  VI  deNavarra.  Batalha  de  Arganal  (perto  de  Cidade  Rodrigo):  Sancho  I  dePortugal  (ainda  infante)  sofre  pesada  derrota  frente  a  Afonso  VIII,  oNobre,  de  Castela  (seu  tio)  em  sua  ofensiva  sobre  a  região  de  Ribacoa.Coruche (pertencente aos cavaleiros de Évora) é atacada pelos almôadas:seu castelo é destruído e seus habitantes levados em cativeiro.

1180‐1223 — Filipe II Augusto, rei de França.

1181  —  Paz  de  Medina  de  Rioseco:  Afonso  VIII,  o Nobre,  de  Castela  eSancho  I  de Portugal.  (Maio) Ataque do  váli  de  Sevilha, Abu Abd AllahMuhammad ben Wanudin a Évora.

1181‐1185 — Papado de Lúcio III, lucano.

1182 —  Isenção  canônica  para  o mosteiro de  Santa Maria  de Aguiar.  (?)Passam  a  desempenhar  as  mesmas  funções  dos  chanceleres‐mores,  jádesignados mestres (formados em Direito ou Teologia), os criados do rei,provavelmente de origem não‐nobre.

1183 —  (01.07)  Novas  hostilidades  entre  Sancho  I  de  Portugal  e  AfonsoVIII,  o  Nobre,  de  Castela,  entre  Fresno  e  Lavandera  (pretensõesexpansionistas de Sancho I de Portugal).

1184 — Grande ofensiva  fracassada dos almôadas contra Santarém, ondemorre  o  emir  de  Marrocos  Yacub  Yusuf  (a  cidade  foi  defendida  porSancho I de Portugal). É aclamado emir Yaqub al‐Mansur, filho de YacubYusuf.

1185 — Morre D. Afonso I (Henriques) de Portugal.

1185‐1187 — Papado de Urbano III, milanês.

1185‐1211 — Reinado de Sancho I, de Portugal.

1186 — Sancho I de Portugal doa os castelos de Almada, Palmela e Alcácerdo  Sal  (que  asseguravam  a  proteção de  Lisboa  ao  sul)  aos  cavaleiros  deSantiago (espatários). Sancho I de Portugal concede privilégios a Gouveiae Covilhã. No dia de São Jorge, nasce o primeiro filho varão de Sancho I dePortugal:  o  futuro  Afonso  II.  Pêro  Pais  da  Maia,  sexto  alferes‐mor  dopalácio luso, após servir o rei de Leão, volta à corte portuguesa.

1187 — Sancho I de Portugal conquista Alvor e Silves. Faz ainda novas eimportantes concessões às ordens militares: aos freires de Évora o castelode  Alcanede  e  a  vila  de  Alpedriz,  prometendo  ainda  o  castelo  deJuromenha, caso conquistado. Sancho I de Portugal concede privilégios aAvô,  Viseu  e  Folgosinho  e  forais  a  Bragança  e  Penarroias.  Ainda  nãoexistiam  judeus  em  Bragança  (que  tornou‐se  posteriormente  um  dosmaiores  centros  judaicos  em  Portugal).  Nascimento  do  segundo  filhovarão de Sancho I de Portugal: Pedro. Sancho I de Portugal recebe convitedo  papa  Gregório  VIII  para  participar  da  cruzada.  Saladino  retomaJerusalém aos muçulmanos. Papado de Gregório VIII, de Benevento.

1187‐1191 — Papado de Clemente III, romano.

1188 — Morte de Fernando II (filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão eCastela),  1o. rei de Leão. Nascimento das cortes de Leão, as mais antigasda  Península.  Sancho  I  de  Portugal  concede  privilégios  a  Valelhas.  (?)Sancho I de Portugal concebe (não realizada) uma expedição a Jerusalém.Afonso  VIII,  o  Nobre,  de  Castela,  invade  Leão:  é  derrotado  e  faz  umacordo. Sancho I de Portugal dita seu (primeiro) testamento.

1188‐1230 — Reinado (2o.) de Afonso IX, de Leão, filho de Fernando II deLeão.

1189 — Chega a Lisboa uma armada de cruzados da Dinamarca e Frísia:atacam  e  conquistam  o  castelo  de  Alvor,  em  frente  a  Silves.  Cerco  etomada  de  Silves,  mantida  até  1191.  Sancho  I  de  Portugal  expulsatemplários e hospitalários de Silves.

1189‐1192 — Terceira Cruzada, com Frederico Barbaroxa, Ricardo Coraçãode Leão e Filipe II Augusto. Conquista de Chipre e reconquista de Acre.

1189‐1199 — Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra.

1190 — Fuero de Cuenca, concedido por Afonso VIII, o Nobre, de Castela.Os almôadas, comandado por Sayyid Yaqub ben Abi Hafs, governador deSevilha,  sitia  Silves,  sem  conseguir  tomá‐la.  Os  almôadas  sitiam  Évora,

também  sem  êxito.  Os  almôadas  tomam  Torres  Novas  e  sitiam  Tomar,defendida pelos  templários  (comandados por  seu mestre Gualdim Pais).Forais de Torres Novas e Almada concedidos por Sancho I de Portugal. Oscruzados alemães (futura Ordem Teutônica, ver 1197) fundam um hospitalna palestina para os doentes de sua nação.

1190‐1191 — Novas ofensivas almôadas, que atingem o Tejo.

1190‐1197 — Henrique VI, rei alemão.

1190‐1210 — Crise demográfica em Portugal.

1191 — (10.07) Os almôadas tomam Alcácer do Sal, e destroem os castelosde Palmela e Almada (abandonados pelos cavaleiros espatários). Tomamainda Silves. Casamento de Sancho I com sua prima direta Tereza Sanches(filha  de Afonso  IX de  Leão). Acordo de Huesca:  coligação de Portugal,Leão e Aragão contra Castela. O emir Yaqub al‐Mansur destrói o castelode Torres Novas.

1191‐1198 — Papado de Celestino III, romano.

1192 — (?) Sentenças de excomunhão e interdito lançada sobre Portugal eLeão pelo cardeal Reinério.

1193 — Sancho I de Portugal doa a torre e paços da alcáçova de Santarémaos cavaleiros da Ordem de Santiago (espatários).

1194 — Naufrágio de um navio português que ia para Brughes. Sancho I,de Portugal doa à Ordem do Hospital de São João de Jerusalém as terrasda  coroa  da margem  direita  do  Tejo  chamada  Guidimtesta,  permitindoque se edificasse um castelo, de nome Belver — transformação dos freiresdo Hospital em cavaleiros (em Portugal). Fernando Afonso, filho bastardode Afonso I de Portugal, se torna grão‐mestre da ordem dos hospitalários.Renuncia  no  mesmo  ano.  Tratado  de  Tordehumos  entre  Afonso  IX  deLeão  e  Afonso  VIII  de  Castela.  Zamora:  Tratado  entre  Sancho  I  dePortugal e Afonso IX de Leão. Ação repovoadora de Sancho I de Portugalem Marmelar e Pontével  (concede‐a aos  francos). Morte de Sancho V, oSábio, 10o. rei de Navarra. Sancho I de Portugal doa à Ordem de Santiago(espatários) o edifício de Santos‐o‐Velho, junto a Lisboa.

1194‐1234 — Reinado (11o.) de Sancho VI, o Forte, de Navarra.

1195  —  Derrota  de  Afonso  VIII,  o  Imperador,  de  Castela  frente  aosalmôadas  na  batalha  de  Alarcos,  onde  este  perde  a  Marca  de  Espanha(limes  hispanicus,  enclave  franco  situado  além  Pireneus  e  governado  apartir  de  817  pelo  conde  de  Barcelona).  Morrem  também  o  mestrefundador dos cavaleiros de Évora, Frei Gonçalo Viegas e Rodrigo Sanches(antigo  governador  de  Silves).  (22/07)  Breve  do  papa  Celestino  III,concedendo ao prior de Santa Cruz de Coimbra o direito de dar a cruz aperegrinos e a quem quisesse combater os pagãos e de impor penitênciaspúblicas. Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Povos. Sancho Ide Portugal  concede  foral  a S. Vicente da Beira e Penedono.  (15/08) EmLisboa, nascimento de Fernando de Bulhões (Santo Antônio).

1196 — Peregrinação de Afonso  II  de Aragão  a  Santiago de Compostela;vai depois a Coimbra com o  intuito de persuadir Sancho I de Portugal anão  desencadear  hostilidades.  Morte  de  Afonso  II,  7o.  rei  de  Aragão:sucede‐lhe Pedro II.

1196‐1213 — Reinado  (8o.)  de  Pedro  II  de Aragão  (filho  de Afonso  II  deAragão).

1197  —  Povoamento  da  cidade  episcopal  da  Guarda.  Expedição  decruzados  alemães  contra  Silves.  Os  cruzados  alemães  na  Palestinaorganizam‐se  à  semelhança  do  Hospital  de  São  João  de  Jerusalém:intitularam‐se  Irmãos  da  Casa  Alemã,  ficando  mais  conhecidos  comoCavaleiros da Ordem Teutônica. O papa Celestino III concede a Sancho Ide  Portugal  indulgência  de  Jerusalém  para  a  luta  contra  Afonso  IX  deLeão, que se aliara aos muçulmanos. Afonso VIII de Castela dá sua  filhaBerenguela em casamento a Afonso IX de Leão. (?) Sancho I de Portugalconfia  aos  templários  as  povoações  de  Idanha  e  Açafa  (a  partir  de  1199chamada Ródão).

1198 — Afonso, filho bastardo de Afonso I de Portugal, mestre da Ordemdos hospitalários na Hispânia. Sancho I de Portugal encarrega seu irmão(bastardo)  Fernando  Afonso,  mestre  dos  hospitalários  na  Hispânia,  deentregar  ao  papa  o  censo  que  lhe  devia. O  papa  Inocêncio  III  ordena  aseparação de Afonso  IX de Leão  e Berenguela. Afonso  IX de Leão  lançauma  ofensiva  na  Beira  Alta:  Batalha  de  Ervas  Tenras  —  morremnumerosos membros das mais nobres famílias portuguesas. Afonso IX deLeão cerca Bragança. Sancho I de Portugal cerca Cidade Rodrigo: morremo nobre Nuno Fafes e o mestre dos templários Lopo Fernandes. (?) Morteda rainha de Portugal, Dona Dulce, de peste. Morte de Yacub al‐Mansur.

1198‐1208 — Filipe da Suábia, rei alemão.

1198‐1215 — Otão IV, rei alemão.

1198‐1216 — Papado de Inocêncio III, de Anagni.

1199 — Foral da Guarda. Sancho I de Portugal atribui aos flamengos váriasterras  em  Montalvo  de  Sor.  Sancho  I  de  Portugal  dá  terras  a  colonosfrancos  em  Sesimbra.  Sancho  I  de  Portugal  concede  foral  a  Belmonte  eGuarda. Na região galega Sancho I de Portugal manda construir uma torreem  Melgaço,  com  a  ajuda  dos  monges  do  Mosteiro  de  Longos  Vales.Eclipse  solar  vista  em  Coimbra  e  Lisboa. Morte  do  3o.  sultão  almôada,Yacoub  ibn  Yousouf.  Nascimento  de  Fernando  III,  o  Santo,  de  Castela,filho de Berenguela e Afonso IX de Castela.

1199‐1213 — Sultanato almôada (4o.) de Mohammed ibn Yacoub.

1199‐1216 — João sem Terra, rei da Inglaterra.

1200 — Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Benavente. SanchoI  de  Portugal  atribui  aos  flamengos  várias  terras  em  Azambuja.  Para  omontante do Tejo, reforçou as posições dos templários no vale do Zezêre.Sancho  I  de  Portugal  concede  carta  de  culto  ao  Santuário  de  SantaSenhorinha de Basto. O bispo do Porto, Martinho Rodrigues, chega a umacordo com seus cônegos sobre a distribuição das rendas da diocese e docabido.

1201  —  Sancho  I  de  Portugal  concede  foral  à  povoação  de  Sesimbra.Sancho  I de Portugal  reforça  sua  soberania organizando o município deJunqueiro da Vilariça, perto de Torre de Moncorvo. Os freires da Ordemde  Évora  são  detentores  de  vasto  patrimônio,  e  o  papa  Inocêncio  III,através  da  bula  Religiosam  vitam  (17.04.1201),  declara  tomá‐los  sob  suaproteção.

1202  —  (?)  Grande  fome  em  Portugal.  Nascimento  de  Henrique  I  deCastela, filho de Afonso VIII de Castela.

1202‐1204 —  Fernando  Afonso,  filho  bastardo  de  Afonso  I  de  Portugal,toma  parte  na  quarta  Cruzada,  na  Ordem  dos  hospitalários.  QuartaCruzada: tomada de Constantinopla.

1203 — Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Montemor‐o‐Novo.

1204  —  Fernando  Afonso,  filho  bastardo  de  Afonso  I  de  Portugal,cavaleiro  hospitalário,  recebe  uma  doação  do  imperador  deConstantinopla.

1204 — (Entre  1204 e  1208) Nascimento de Afonso Peres Farinha,  futuroprior da Ordem do Hospital  em Portugal  (foi prior de Portugal duas outrês vezes, e três vezes passou ao Ultramar).

1206 — Afonso I de Portugal confia aos templários a povoação de Idanha‐a‐Nova.  Um  documento  de  Braga  e  uma  bula  papal  referem‐se  a  umagrande fome.

1207  —  Morte  de  Fernando  Afonso,  grão‐mestre  hospitalário  e  filhobastardo de Afonso I de Portugal. Violenta chuva de pedra em Santarém oCoruche. O papa Inocêncio III intervêm no Porto e obriga seus cônegos acumprir o acordo de 1200.

1208 — Conflito de Sancho I de Portugal com o bispo do Porto. Rebeliãodos  burgueses  do  Porto  contra  o  bispo  (tentativa  de  autonomiagovernativa  do  concelho).  Excomunhão  de  Sancho  I  de  Portugal.Episcopado  de  Rodrigo  Jiménez  de  Rada  em  Toledo.  Participa  daconquista  da  Andaluzia.  Escreve  uma  história  da  Espanha.  Assenta  aprimeira  pedra  da  catedral  gótica.  Sancho  I  de  Portugal  reforça  suasoberania  organizando  o  município  de  Rebordãos.  Grande  tempestademarítima  em  Portugal,  com  numerosas  vítimas.  (?)  Inimizade  surgidaentre Sancho I de Portugal e o cavaleiro Pedro Poiares (família de Baião).Graves  questões  entre  Sancho  I  de  Portugal  e  o  bispo  do  Porto,  D.Martinho  Rodrigues  da  Palmeira  (tido  cavaleiro  Pedro  Poiares).Casamento  do  príncipe  D.  Afonso  (filho  de  Sancho  I  de  Portugal)  comUrraca  de  Castela  (filha  de  Afonso  VIII  de  Castela):  o  bispo  do  Porto,Martinho Rodrigues se recusa a assistir a cerimônia, pois os noivos eramparentes.

1209  —  Sancho  I  de  Portugal  concede  foral  a  Penamacor  e  Pinhel.Fernando Sanchez, um nobre, doa metade da Vila Franca de Cardosa, emCastelo  Branco,  aos  templários. O  rei  Sancho  I  de  Portugal  protege  porcarta  as  confrarias  de  pedreiros  que  trabalhavam  nas  pontes  de  várioslocais  do  país.  Sancho  I  de  Portugal  faz  testamento  (segundo):  nomeiajuízes  pelo  cumprimento  o  arcebispo  de  Braga,  o  abade  de  Alcobaça,  oprior  de  Santa  Cruz  de  Coimbra,  o  abade  de  Santo  Tirso,  o mestre  dostemplários, o prior do Hospital e seu meio‐irmão Pedro Afonso.

1209‐1229 — Cruzada contra os albigenses no sul da França.

1210  —  Templários  e  Hospitalários  detêm  uma  parte  do  tesouro  régio:conflitos (mal conhecidos) no reinado de Sancho I. Sancho I de Portugaltoma  providências  para  cessarem  os  abusos  sobre  as  propriedades  doscidadãos  e  sobre mouros  e  judeus  do  rei.  O  papa  Inocêncio  III  nomeiajuízes apostólicos para averiguarem o procedimento dos cônegos do Portona  revolta  da  cidade.  Sancho  I  de  Portugal  liberta  o  bispo  de  Coimbra.Sancho I de Portugal faz testamento (terceiro) em Coimbra ‐ os cavaleirosda  Ordem  de  Santiago  são  designados  neste  testamento  por  freires  dePalmela,  e  ocupam  novamente  as  terras  ao  sul  do  Tejo.  Afonso  VIII  deCastela  faz  apelo  a  franceses,  italianos,  aragoneses  leoneses  e  navarrospara  uma  grande  expedição  contra  os  muçulmanos;  obtêm  do  papaInocêncio  III  indulgências  a  favor. Os  reinos  de  Leão  e  Portugal  não  sejuntam à cruzada de Afonso VIII de Castela. Partem de Portugal muitosmembros das ordens militares.

1211 — Morte de Sancho I de Portugal em Santarém aos 57 anos de idade.O papa Inocêncio III, informado dos preparativos dos marroquinos no sulda  Espanha,  ordena  que  em  França,  Alemanha  e  Itália  se  pregasse  acruzada em favor da guerra espanhola. O papa Inocêncio III excomunga20 burgueses do Porto, considerados os líderes da revolta na cidade. Umabula  papal  acusa  o  chanceler  Julião  Pais  de  ocultar  cartas  apostólicas  arespeito  das  questões  de  Coimbra  (oposição  da  cidade  e  da maioria  doclero à política de Afonso II de Portugal). O papa Inocêncio III nomeou oarcebispo  de  Santiago  de  Compostela  juiz  apostólico  para  a  questão  deCoimbra.  (Fevereiro)  Em  bula  papal,  Inocêncio  III  censura  a  excessivaacumulação de bens fundiários nas mãos do clero português. Cúria de 1211:primeira  lei  de  desamortização,  onde  se  proíbem os mosteiros  e  ordensreligiosas  de  comprar  bens  fundiários,  exceto  para,  com  seusrendimentos, celebrar ofícios por alma dos reis. Afonso II de Portugal doaaos  freires  de  Évora  (Calatrava)  o  lugar  de  Avis,  com  a  condição  de  opovoarem e nele edificarem um castelo.

1211‐1216 — Lutas entre Afonso II de Portugal e suas duas irmãs: GonçaloMendes  de  Sousa  refugia‐se  em  Leão  (era  partidário  das  infantas  naquestão  com  o  rei  Afonso  II  de  Portugal),  onde  obtêm  o  governo  deTrassara e Estremadura. Os hospitalários protestam junto à cúria romanapor terem sido expulsos por Afonso II de Portugal das vilas que a infantaMafalda  lhes  concedera.  Afonso  II  de  Portugal  manda  pôr  cerco  a

Montemor‐o‐Velho e Alenquer, pertencentes, respectivamente às infantasTeresa e Sancha. Pedro Sanches apodera‐se de várias povoações em Trás‐os‐Montes com o auxílio do rei de Leão, de Pedro Fernandes de Castro ede Fernando, filho de D. Teresa e de Afonso IX. Gonçalo Mendes de Sousaauxilia os sitiados de Montemor e derrota as tropas régias, sob o comandodo alferes Martim Anes da Riba de Vizela. Os hospitalários são acusadosde  usurparem  e  de  favorecerem  a  usurpação  de  terras  da  coroa,  o  queAfonso II de Portugal proibiu.

1211‐1223  —  Reinado  de  Afonso  II  de  Portugal.  Início  de  uma  vigorosacentralização estatal.

1212 — "Estudio General" de Palencia. Vitória de Afonso VIII, o Nobre, deCastela  (Castela‐Navarra‐Aragão)  frente  aos  almôadas na batalha de LasNavas de Tolosa. Fim do poder militar muçulmano na Península. AfonsoII  de  Portugal,  não  comparecendo,  envia  tropas.  Primeiras  mençõesdocumentais  a  tabeliães  régios  —  implantação  do  notariado  (Canedo,Panóias e Santarém). Em Coimbra, acordo de trégua entre Portugal, Leãoe  Castela  (iniciativa  de  Afonso  VIII  de  Castela).  Afonso  IX  de  Leãoobrigou‐se  a  restituir  a  Portugal  os  castelos  que  tomou.  Cruzada  dascrianças.

1213 — Batalha de Muret: derrota e morte de Pedro II (8o. rei) de Aragão;fim da expansão ultrapirenaica da coroa aragonesa. O papa Inocêncio IIIordena  aos  juízes  eclesiásticos  que  absolvam  Afonso  II  de  Portugal  deexcomunhão, além da multa de 50.000 cruzados (o rei recorre ao papa e éparcialmente  dispensado).  Afonso  II  de  Portugal  confirma  o  juízo  régiosobre os domínios das  infantas. Morte de Muhammad al‐Nasir,  filho deYacub  al‐Mansur:  enfraquecimento  do  império  almôada.  Morte  do  4o.sultão almôada, Mohammed ibn Yacoub.

1213‐1223 — Sultanato (5o.) almôada de Abou Yaoub.

1213‐1276 — Reinado de Jaime I, o Conquistador, de Aragão (filho de PedroII de Aragão).

1214 — Afonso II de Portugal doa o restante da herdade da Vila Franca deCardosa,  em  Castelo  Branco  (vasta  zona  da  Beira  Baixa).  O  mestre  doTemplo em Portugal, Pedro Auvito, dá o  foral a Castelo Branco. Batalhade Bouvines: a coligação anti‐francesa é derrotada pelo rei Felipe Augusto.O  infante D.  Fernando,  agora  conde de Flandres,  é  aprisionado pelo  reifrancês.  Sancho  I  de Portugal  oferece uma  cruz de ouro  ao mosteiro de

Santa  Cruz  de  Alcobaça  (ano  da  Encarnação).  (Julho)  Afonso  II  dePortugal  redige  seu  primeiro  testamento  —  primeiros  documentosredigidos em português. São feitas treze cópias para enviar aos arcebisposde Braga, Santiago e Toledo, aos bispos do Porto, Lisboa, Coimbra, Évorae Viseu, aos mestres do Templo e do Hospital, ao abade de Alcobaça e aoprior  de  Santa  Cruz.  Em  Guimarães,  os  mais  antigos  instrumentostabeliônicos conservados. Morte de Afonso VIII, 2o. rei de Castela.

1214‐1217 — Reinado (3o.) de Henrique I de Castela,  filho de Afonso VIIIde Castela.

1215  —  Criação  da  universidade  de  Salamanca.  São  Domingos  funda  aordem  dominicana.  IV  Concílio  de  Latrão:  prescrição  de  insígniadistintiva para os  judeus e sarracenos vivendo em terras cristãs. O bispoSueiro de Lisboa, presente, pede autorização para  reter os  cruzados queeventualmente passassem nas costas espanholas e levá‐los à guerra contraos  mouros.  Morte  de  Julião  Pais,  chanceler  português.  Sucedeu‐lheGonçalo  Mendes,  que  conservou  o  cargo  até  1228.  Aproximação  entrePortugal  e  Castela,  através  de  proposta  de  casamento  entre Henrique  I(que tinha 12 anos de idade), herdeiro de Afonso VIII, e Mafalda, irmã deAfonso II de Portugal — o matrimônio foi cancelado pelo papa. Já é dadoo nome de Avis à Ordem de Évora (Calatrava).

1215‐1250 — Frederico II, rei alemão.

1216  —  Grandes  intempéries  em  Évora,  Santarém  e  Coruche.  A  partirdesta  data,  Gonçalo  Mendes  e  Pêro  Anes  da  Nóvoa,  auxiliares  daautoridade  régia  e  inimigos  dos  poderes  senhoriais,  dominam  a  políticarégia. Bula papal que assegura ao bispo de Évora a jurisdição sobre todo oterritório povoado por cristãos entre os limites de sua diocese e os infiéis:a  reconquista  vai  avançando  em  direção  ao  Baixo  Alentejo,  talvez  poriniciativa das ordens militares.

1216‐1227 — Papado de Honório III, romano.

1216‐1272 — Henrique III, rei da Inglaterra.

1217  —  Ocupação  de  Alcácer  do  Sal  por  Afonso  II  de  Portugal.  Oscavaleiros de santiago, templários e hospitalários participam da conquista(segundo  Erdmann,  a  primeira  cruzada  portuguesa).  Reforço  de  PedroAuvites,  mestre  dos  templários  de  toda  a  Hispânia.  Alcácer  do  Sal  éentregue  aos  cavaleiros  de  Santiago  (espatários  ou  freires  de  Palmela).

Morte  de  Henrique  I,  3o.  rei  de  Castela.  Reinado  (4o.)  e  renúncia  deBerenguela  de  Castela, mãe  de  Fernando  III.  A  coroa  passa  a  Fernando(III), o Santo, filho de Afonso IX de Leão. Afonso II de Portugal passa a irrepetidas vezes a Santarém — talvez com o objetivo de  tentar curar sualepra com médicos experientes na tradição árabe. (Novembro) Elaboraçãodo primeiro registro oficial dos diplomas régios. Doação de Aramenha aomosteiro de Alcobaça: construção do castelo de Marvão.

1217‐1252 — Reinado (5o.) de Fernando III, o Santo, de Castela.

1218 — Nascem  as  cortes  de Catalunha. Grandes  intempéries  em Évora,Santarém e Coruche. (Janeiro) Afonso II de Portugal redige seu segundotestamento.  (Abril)  Afonso  II  de  Portugal,  a  conselho  dos  juristasauxiliares do chanceler Gonçalo Mendes, oferece os dízimos dos direitosrégios a todas as dioceses do reino e a algumas ordens religiosas. Afonso IIde Portugal recorre novamente ao papa após a renovação do processo deexcomunhão  movida  pelo  bispo  de  Lugo.  (Maio)  Teresa,  ex‐mulher  deAfonso IX de Leão, é julgada na cúria romana, a respeito de seus direitossenhoriais.  João  Fernandes  da  Límia,  antigo  dapífero  de  Sancho  I  dePortugal,  regressa  à  corte,  após  seu  casamento  com a  antiga barregã deSancho I, Maria Pais, a Ribeirinha. O mestre da Ordem do Templo doou aPelágio Farpado e a todos os seus descendentes o lugar de Ceiceira, com acondição  de  ali  fundar  uma  albergaria  "para  nela  servir  a  Deus,recolhendo e hospedando a todos os passageiros, fossem pobres ou ricos".

1218‐1219  —  Cruzadas  em  Castela,  com  a  participação  de  tropasportuguesas.

1218‐1238  —  Gonçalo  Anes,  irmão  de  Pêro  Anes  da  Nóvoa  (mordomo‐mor), grão‐mestre da ordem de Calatrava.

1219 — Beatriz de Suábia tenta destronar Fernando III de Leão e Castela.Afonso II de Portugal vai a Santiago de Compostela. Os Sousas voltam àcorte portuguesa, juntando‐se a Garcia Mendes e a Rodrigo. Desligavam‐se, assim, de Afonso IX de Leão. (Março ou abril) Afonso IX de Leão voltaa  atacar  Portugal,  conquistando  Chaves.  (Junho)  Tratado  de  Baronal:Afonso  II  de Portugal  vai  a  Santiago de Compostela  e  faz  as  pazes  comAfonso IX de Leão.

1220 — Cinco franciscanos são martirizados no Marrocos — Em Coimbraserá  construída  uma  arca  tumular  para  suas  relíquias  (no  século  XIV).Primeiras  inquirições  gerais  em  Portugal:  inovação  muito  precoce  no

contexto  da  centralização  régia  européia.  (aprox.)  Franciscanos  edominicanos  estabelecem  seus    primeiros  conventos  na  Península.Construção  da  Torre  de Ouro  em  Sevilha. O  papa Honório  III  concedeindulgência  aos  cavaleiros  de  Évora.  (Dezembro)  Bula  papal  quemenciona o  chanceler de Portugal, Gonçalo Mendes  e o mordomo PêroAnes  da  Nóvoa  como  personagens  que  conduziam  o  rei  à  impiedade.Questões entre Afonso II de Portugal e Estêvão Soares da Silva, arcebispode  Braga:  este  o  excomunga,  juntamente  com  o  mordomo‐mor  e  ochanceler. Gil Vasques de Soverosa, mordomo‐mor, é o principal executordas  medidas  tomadas  contra  o  arcebispo  de  Braga.  Depredações  deoficiais  régios  sobre  o  couto  de  Ervededo:  seu  governador,  MartimSanches,  bastardo  régio  português  a  serviço  do  rei  de  Leão,  pega  emarmas com gente de Toronho e Límia e se dirige à Ponte de Lima, onde seencontra Afonso II de Portugal. Mendo Gonçalves de Souza, João Pires daMaia  e  Gil  Vasques  de  Soverosa  defendem  o  rei  e  são  derrotados.  Osportugueses  se  retiram para Braga e Guimarães e os galegos devastam aregião.  (Dezembro) O papa Honório  III  encarrega os bispos de Palença,Astorga e Tui de confirmar a sentença de excomunhão contra Afonso II dePortugal.

1221  —  A  partir  de  então,  Afonso  II  de  Portugal  não  voltou  a  sair  deSantarém. Redige em novembro seu segundo testamento. Nascimento deAfonso  (X), primogênito de Fernando  III de Leão e Castela  e Beatriz daSuábia.

1221‐1254 — Começa a construção das catedrais de Burgos (lançamento daprimeira pedra por Fernando III de Castela e Leão), Toledo (1226) e Leão.

1222 —  Consagração  do  mosteiro  de  Alcobaça.  (Junho)  Bula  papal  quesuspende  de  suas  funções  clericais  os  juristas  auxiliares  do  chancelerGonçalo  Mendes  por  serem  considerados  instigadores  da  política  deAfonso II (mestre Vicente, deão de Lisboa, mestre Julião, deão de Coimbrae  filho de  Julião Pais,  e mestre Pedro,  chantre do Porto). Parte do  cleroque apóia Afonso II de Portugal é suspensa em bula papal (16.06): o papaHonório III renova a ameaça de expor o reino de Portugal à conquista deoutros soberanos e de absolver seus vassalos do juramento de fidelidade.Mestre Vicente, deão de Lisboa, começa a negociar um acordo prévio coma Santa Sé, interrompido com a morte do rei em 1223. O papa Honório IIIreitera ameaça feita em 1220 de invasão de Portugal por outros reis.

1223  —  Morte  de  Afonso  II  de  Portugal  (excomungado).  Nos  últimosdocumentos que promulgou já não podia desenhar o sinal de seu punho,devido  à  lepra.  (Junho)  Sancho  II  de  Portugal,  aos  treze  anos,  faz  duasconcórdias  com  suas  tias,  em  Coimbra.  As  infantas  recebem  TorresVedras, Alenquer, Montemor  e  Esgueira.  Estêvão  Soares  da  Silva  recebe6.000  maravedis  de  indenização  (o  restante  seria  calculadoposteriormente).  (Setembro)  Martim  Anes,  mordomo‐mor  da  corteportuguesa. Morte do 5o. sultão almôada, Abou Yacoub.

1223‐1225 — Sultanato (6o.) almôada de Abou Malik.

1223‐1226 — Luís VIII, rei de França.

1223‐1248  —  Reinado  de  Sancho  II  de  Portugal.  Fortalecimento  dosfranciscanos em Portugal: no início do reinado de Sancho II  já possuíamconventos  em  Guimarães,  Coimbra,  Lisboa  e  Alenquer,  fundando  nosanos seguintes outros em Évora, Leiria, Porto, Guarda, Covilhã, Estremoze Santarém.

1224  —  Fim  do  domínio  almôada  em  al‐Andaluz:  início  dos  terceirosreinos  de  taifas.  (Abril)  Henrique  Mendes  de  Sousa,  mordomo‐morportuguês.  Martim  Anes  de  Riba  de  Vizela,  alferes‐mor  português.(Outubro) Mestre  Vicente  recebe  grandes  elogios  do  papa.  (Dezembro)Gonçalo Mendes (irmão de Henrique Mendes), mordomo‐mor português.João Fernandes de Límia, alferes‐mor português. Fernando  III de Leão eCastela  inicia  uma  vigorosa  luta  contra  os  muçulmanos.  Sancho  II  dePortugal faz grandes concessões ao bispo de Évora.

1225  —  (Junho)  João  Fernandes  de  Límia,  mordomo‐mor  português.Morte  do  6o.  sultão  almôada,  Abou Malik.  Nascimento  de  Afonso  X,  oSábio, de Leão e Castela, filho de Fernando III, o Santo, de Castela.

1225‐1238 — Sultanato (7o.) almôada de Mamoun.

1226 — O rei da Inglaterra Henrique III (1216‐1272) passa 100 autorizaçõesde comércio a mercadores portugueses. Regência de Branca de Castela. Oarcebispo de Braga, Estêvão, que antes tomara parte ativa na conquista deElvas, obtêm do papa a  faculdade de absolver os guerreiros que  lutavamcontra os mouros. O infante português D. Fernando, conde de Flandres, élibertado do cativeiro de Filipe Augusto mediante pagamento de pesado

resgate  oferecido  por  sua  mulher.  (Julho)  Abril  Pires  de  Lumiares,mordomo‐mor  português.  Martim  Anes  de  Riba  de  Vizela,  alferes‐morportuguês.

1226‐1270 — Luís IX (Santo), rei de França.

1226‐1283 — Os cavaleiros teutônicos conquistam a Prússia.

1226‐1238  —  Sancho  II  de  Portugal,  auxiliado  pelas  ordens  militares(Santiago, Calatrava, Hospitalários), conquista o Alentejo.

1227 — Um documento de Lisboa revela que seus juízes são impedidos deresolverem  queixas  apresentadas  pelos  pobres.  Tomada  de  Cáceres  eBadajoz  pelas  tropas  leonesas  (Afonso  IX).  O  legado  papal  João  deAbbeville  consagra  a  Igreja  de  Santa Cruz de Coimbra. Uma bula  acusaSancho  II  de  Portugal  de  intervir  abusivamente  no  Porto.  Aos  32  anos,Santo Antônio prega em Roma para o papa Gregório IX.

1227‐1241 — Papado de Gregório IX, de Anagni.

1228 — Concílio  de  Valladolid:  proibição  aos  judeus  de  Castela  de  usarcapas  semelhantes  aos  clérigos.  O  infante  português  Pedro  Sanchezconquista Mérida,  a  serviço  de  Afonso  IX  de  Leão,  além  de  repelir  IbnHud, xeque de Sevilha.

1228‐1229 — O legado papal João Halgrin de Abbeville exorta os soberanosda  Península  a  recomeçarem  a  cruzada.  Quinta  Cruzada,  Frederico  IIobtêm a restituição de Jerusalém através de negociações.

1228‐1231  —  Pêro  Anes  da  Nóvoa,  antigo  mordomo  de  Afonso  II  dePortugal, novamente mordomo‐mor português.

1229  —  Reunião  das  Cortes  em  Coimbra.  (13/03)  Morte  da  infanta  D.Sancha,  irmã de D. Mafalda, ambas filhas de Sancho I de Portugal. Feirade Castelo Mendo  já  diferenciada do mercado  local.  Início  da  ocupaçãocristã das ilhas Baleares (Jaime I, o Conquistador, de Aragão). D. Sancho IIde Portugal conquista Elvas (dando‐lhe foral) e Juromenha.

1230 — Os  conflitos  entre  Portugal  e  Leão  terminam.  (?)  Conquista  deBadajoz  pelos  leoneses  (Afonso  IX).  (Setembro) Morte  de Afonso  IX  deLeão:  seu  sucessor, Fernando  III unifica Leão e Castela e  faz da cruzadaseu principal objetivo.

1231  —  Tratado  do  Sabugal:  acordo  entre  Sancho  II  de  Portugal  eFernando  III  de  Leão  e  Castela:  a  cidade  de  Chaves,  tomada  em  1219,  érestituída a Portugal. Fernando III de Leão e Castela percorre o reino deLeão e Galiza para desencorajar qualquer ato de rebeldia. O legado papalJoão de Abbeville obtêm do papa Gregório IX violentas bulas contra o reiSancho  II  de  Portugal.  (13/06)  Morte  de  Santo  Antônio.  (Dezembro)Portugal sofre o interdito papal.

1232 — Canonização de Santo Antônio de Lisboa. Afonso Peres Farinha,prior do Hospital conquista Serpa., Moura (indo aí residir), (?) Arouche eAracena.  Início  da  dinastia  násrida  em  Granada,  que  durará  até  1492.Início da construção de Alhambra de Granada. (Março) Com o objetivo derepovoamento,  Sancho  II  de  Portugal  doa  o  território  chamado  Ocrate(Crato)  para  a  Ordem  do  Hospital.  (?)  Tomada  portuguesa  de  Beja.  Opapa Gregório  IX proíbe qualquer  eclesiástico de  excomungar Sancho  IIde  Portugal  enquanto  permanecesse  em  combate  contra  os  sarracenos.Morte  do  legado  papal  e  bispo  João  de  Abbeville.  Início  de  disputasviolentas  pelo  cargo  de  bispo.  (01/06)  Bula  Cum  dicat  dominus  —canonização de Santo Antônio.

1232‐1234 — Cruzada contra os camponeses do norte da Alemanha.

1233 — (Junho) O papa Gregório IX encarrega o franciscano frei Tiago deabsolver  Sancho  II  de  Portugal  de  excomunhão  por  violência  contraclérigos  enquanto  estivesse  em  expedição militar.  As  tropas  castelhanasconquistam Úbeda. O bispo Martinho Rodrigues obtêm em Roma váriasbulas  que  acusavam Sancho  II  de Portugal  de não  respeitar  a  jurisdiçãotemporal do bispo sobre a cidade do Porto.

1234 —  A  Ordem  de  Santiago  conquista  Aljustrel  (Paio  Peres  Correia).Navarra  cai  em  órbita  política  da  França.  O  papa  Gregório  IX  induzSancho II de Portugal a participar da Cruzada à Terra Santa. Em outubro,concede  as  indulgências  de  cruzada  a  quem  ajudasse  Sancho  II  dePortugal na guerra contra os mouros e na ocupação das cidades por eleadquiridas. Sancho  II de Portugal consegue,  junto ao papa,  indulgênciaspara seu exército. (?) Revolta de Álvaro Pires de Castro contra FernandoIII  de  Castela  e  Leão.  (Fevereiro  a  Agosto)  Uma  série  de  bulas  dão  aentender que vários párocos do Porto se recusavam a pagar certos direitosexigidos pelo bispo. Morte de Sancho VI, o Forte, 11o. rei de Navarra.

1234‐1238  —  Sancho  II  de  Portugal,  auxiliado  pelas  ordens  militares(Santiago, Calatrava, Hospitalários) conquista o Algarve oriental.

1234‐1253 — Reinado (12o.) de Teobaldo I, de Navarra.

1235 — Fernando III de Castela e Leão conquista Córdova. (Setembro) Onovo  bispo  do  Porto,  Pedro  Salvadores,  obtêm  do  papa  Gregório  IX  afaculdade de absolver da excomunhão os oficiais régios que vexavam a suadiocese.  Os  cavaleiros  da  Ordem  de  Santiago  (espatários  ou  freires  dePalmela)  recebem  de  Sancho  II  de  Portugal  a  terra  de  Aljustrel,  queajudaram a conquistar.

1235‐1260 — Gonzalo de Berceo produz sua obra literária.

1236 —  Os  castelhanos  (Fernando  III  de  Castela  e  Leão)  reconquistamCórdova. O  infante D. Pedro,  já alheio à  sua pátria, vai ao Oriente  lutarcontra  os  muçulmanos.  As  tropas  castelhanas  conquistam  Córdova.Mestre  Vicente  de  Lisboa  entrega  o  cargo  de  chanceler  do  reino  aDurando  Froilaz,  dedicando‐se  ao  governo  da  diocese  de  Braga.  Oscavaleiros  da  Ordem  de  Santiago  (espatários  ou  freires  de  Palmela)recebem de  Sancho  II  de  Portugal  a  terra  de  Sesimbra,  que  ajudaram  aconquistar.

1237 — Jaime I, o Conquistador, de Aragão, toma Valência. Capítulo Geraldos  dominicanos  em  Burgos.  Tibúrcio  (bispo  de  Coimbra)  e  Vicente(diocese da Guarda) vão a Roma tratar dos limites de suas dioceses.

1237‐1238 — Começa a construção do Alhambra de Granada.

1238  —  Conquista  portuguesa  de  Mértola  por  Paio  Peres  Correia  e  aOrdem  de  Santiago  —  passo  decisivo  para  o  domínio  definitivo  doAlentejo e do Algarve por Sancho II de Portugal. Conquista portuguesa deAlfajar  de  Pena.  Criação  do  reino  nazarí  de  Granada.  Casamento  deAfonso  (irmão  de  Sancho  II  de  Portugal)  com  Matilde,  condessa  deBologne‐sur‐Mer.  Tomada  de  Valência  por  Jaime  I,  o  Conquistador,  deAragão. (Maio) Acordo entre Sancho II de Portugal e o bispo do Porto e oarcebispo de Braga. Morte do 7o. sultão almôada, Mamoun.

1238‐1273 — Reinado (1o.) de Maomé I, de Granada.

1239 — A Ordem de Santiago recebe de Sancho II de Portugal Alfajar dePena e Mértola  (para onde passou o convento da Ordem, até  1284), queajudaram a  conquistar. O papa Gregório  IX  concede  12  bulas  ao  infante

Fernando de Serpa (irmão mais novo de Sancho II de Portugal) para suasexpedições cruzadas. (?) Mécia Lopes de Haro enviuva de Álvaro Pires deCastro,  ex‐revoltoso  de  Fernando  III  de  Castela  e  Leão;  casa‐se  comSancho II de Portugal.

1240 — (?) Sancho II de Portugal conquista Mértola, Aiamonte, Alvor. AOrdem de Santiago conquista Cacela (Paio Peres Correia) e Aiamonte.

1241 — (Fevereiro) Sancho  II de Portugal consegue novamente,  junto aopapa, indulgências para seu exército. (?) A Ordem de Santiago conquistaPaderne  (Paio  Peres  Correia).  Paio  Peres  Correia,  prior  da  Ordem  deSantiago em Castela. Papado de Celestino IV, milanês.

1241‐1242 — Revolta de Diogo Lopes de Haro,  irmão de Mécia Lopes deHaro (esposa do rei Sancho II de Portugal), contra Fernando III de Castelae Leão.

1241‐1243 — Sede pontifical vacante.

1242 — (17.06) Em Paris, primeira destruição oficial da literatura rabínica(talmude) pela Igreja católica. (Julho) O infante português (conde) Afonsode Bolonha participa da batalha de  Saintes,  como vassalo de Luís  IX deFrança, contra Henrique III de Inglaterra. Torna‐se seu protegido.

1242‐1246 — Castela toma Múrcia, Arjona e Jaén.

1243 — Sancho II de Portugal ataca os bispos de Braga, Coimbra e Portoque conseguem com o papa Inocêncio IV sua deposição em 1245. O reinode Múrcia rende‐se pacificamente ao infante D. Afonso de Castela (futurorei Afonso X) — auxiliado pela Ordem de Santiago (Paio Peres Correia). Oinfante  Fernando  de  Serpa  (irmão  mais  novo  de  Sancho  II)  volta  aPortugal como governador da Beira Oriental. O infante português Afonsode Bolonha faz a peregrinação a Santiago de Compostela.

1243‐1254 — Papado de Inocêncio IV, genovês.

1244  —  (09.01)  A  Ordem  de  Santiago  conquista  Tavira.  Tratado  deAlmizra entre Jaime I, o Conquistador, de Aragão e Afonso, futuro rei dePortugal. D. Afonso de Castela (futuro Afonso X) conquista Lorca e Mulacom  o  auxílio  da  Ordem  de  Santiago  (Paio  Peres  Correia).  É  nomeadobispo  o  galego  Aires  Vasques,  dando  fim  às  disputas  do  cargo  desde  a

morte de João de Abbeville (1232). O infante português Afonso de Bolonharetorna de Santiago de Compostela e se encontra com Luís IX de França esua mãe Branca de Castela em Limoges.

1245  —  Afonso,  conde  de  Bolonha  e  irmão  de  Sancho  II  de  Portugal,recebe do papa  Inocêncio  IV  convite para uma cruzada.  (04.02) O papaInocêncio IV manda Sancho II de Portugal separar‐se de Mécia Lopes deHaro,  por  ter  se  casado  sem  dispensa  de  consagüinidade  (a  acusaçãopartiu  de  Afonso  de  Bolonha).  (Março)  Bula  Inter  alia  desiderabiliadirigida  aos  barões,  concelhos,  bispos  e  clero  (franciscanos  edominicanos) e principalmente às ordens militares: responsabiliza SanchoII  de Portugal  pela  situação do  reino  (lutas  entre  a nobreza  e  contra  osbispos).  Fim  da  reconquista  aragonesa.  (Junho)  1o.  Concílio  de  Lião:  osbispos  portugueses  são  convocados  para  prestar  contas  do  reinado  deSancho  II  de  Portugal,  considerado  negligente.  (24.07)  Bula Grandi  nonimmerito: deposição de Sancho II de Portugal;  seu  irmão, Afonso, condede  Boulogne‐sur‐Mer,  é  o  escolhido  para  governar  o  reino:  guerra  civil.Afonso (X, o Sábio), primogênito de Fernando III de Leão e Castela apóiaSancho  II.  (Agosto?)  Abril  Pires  de  Lumiares  e  Rodrigo  Sanches  (tio  deSancho II) ataca o rei em Gaia: as tropas do rei vencem e ambos morremna  batalha.  (Setembro)  Afonso  de  Bolonha,  em  Paris,  jura  respeitar  asliberdades da  Igreja. Chega em Lisboa no  final do ano,  em plena guerracivil.  O  papa  Inocêncio  IV  confirma  as  doações  feitas  à  Ordem  deSantiago em Portugal — entre elas menciona a vila de Tavira, os castelosde Mértola e Cacela, a vila de Sesimbra, o padroado das igrejas de Alcácer,Palmela e Alhambra e algumas terras de Santarém.

1246 —  Fernando  III  de  Castela  e  Leão  conquista  Jaén  com  a  ajuda  daOrdem  de  Santiago  (Paio  Peres  Correia).  Sancho  II  permanece  emCoimbra (seu ponto de apoio). Os concelhos do Centro e sul e os castelosde  Santarém,  Alenquer,  Torres  Novas  e  Alcobaça  apóiam  Afonso  deBolonha (futuro Afonso III). A rainha Mécia Lopes de Haro é raptada porRaimundo  Viegas  de  Portocarrero,  o  Torres  e  levada  para  o  castelo  deOurém. Violentos combates entre Coimbra e Leiria.

1247  —  (Janeiro)  Afonso,  conde  de  Bolonha,  é  derrotado  em  Leiria:centenas  de mortos.  (Fevereiro)  Franciscanos  e  dominicanos  da Guardainformam as determinações pontifícias aos partidários do rei. Nascem as

cortes  de  Aragão.  Paio  Peres  Correia,  prior  da  Ordem  de  Santiago,acompanha  o  infante  Afonso  de Molina  na  conquista  de  Aljarafe  e  nascampanhas contra o rei de Niebla.

1247‐1267 — Governo de Egas Fafes na diocese de Coimbra.

1248 — (Janeiro) Morte de Sancho II de Portugal em Toledo, sem filhos.Os  castelhanos  (Fernando  III  de  Castela  e  Leão)  reconquistam  Sevilhacom o auxílio de Paio Peres Correia, prior da Ordem de Santiago. Acordoentre  o  bispo  de  Évora  e  a  Ordem  do  Hospital  sobre  os  direitoseclesiásticos de Moura e Serpa.

1248‐1254 — Sexta Cruzada. São Luís IX tenta reconquistar a Terra Santa apartir do Egito.

1248‐1279 — Reinado de Afonso III de Portugal.

1249 — Conquista portuguesa de Faro e do resto do Algarve ‐ que estavamnas  mãos  dos  mouros  —  por  Afonso  III  de  Portugal  (e  a  Ordem  deSantiago): fim da reconquista portuguesa. Afonso III de Portugal concedeo Algarve à Ordem de Avis.

1250 — (01.03) Afonso III de Portugal doa o castelo de Albufeira à ordemde  Avis,  na  pessoa  de  seu  mestre,  D.  Martinho  Fernandes.  (Fevereiro)Afonso III de Portugal, em Santa Maria de Faro, doa o castelo de Porchesa  seu  chanceler, D.  Estêvão.  Afonso  III  de  Portugal  reúne  as  Cortes  emGuimarães: os bispos ainda se queixam de banditismo em Portugal. Fomee carestia em Portugal. (17.06) Morte da infanta D. Teresa, filha de SanchoI de Portugal, no mosteiro de Lorvão. (04.08) Afonso III de Portugal doa aseu chanceler D. Estêvão os bens outrora pertencidos ao mouro Aboaale esua mulher, Zaporona, em Santa Maria de Faro. (Outubro) Bula do papaInocêncio IV a respeito da questão do Algarve (Niebla) entre Afonso III dePortugal  e  Afonso  (X,  o  Sábio)  primogênito  de  Fernando  III  de  Leão  eCastela.

1250‐1254 — Conrado IV, rei alemão (interregno 1256‐1273).

1250‐1258 —  Viagens  constantes  de  Afonso  III  de  Portugal  ao  norte  doDouro,  afim  de  estancar  a  apropriação  de  direitos  régios  por  fidalgos,bispos, ordens monásticas e sobretudo por ordens militares.

1251  —  (Janeiro)  Em  Portugal  lei  geral  que  prevê  severas  penas  contramalfeitores  que  invadissem  as  casas  dos  fidalgos,  cortassem  vinhas  ouroubassem gado. Privilégios de Fernando III, de Leão e Castela à colôniagenovesa de Sevilha. Em Toledo, tradução de Kalila e Dimna. A Ordem doHospital  faz um empréstimo de  14.000 maravedis  ao Bispo de Coimbra:isso  mostra  sua  capacidade  financeira  e  acumulação  de  espécies  emdinheiro. Conquista de Aroche e Aracena  (em Niebla) por Afonso  III dePortugal: protestos de Afonso  (X, o Sábio), primogênito de Fernando  IIIde Leão e Castela.

1252 —  (Maio)  Morte  de  Fernando  III,  o  Santo,  5o.  rei  de  Castela,  emSevilha. (Outubro) Afonso X, o Sábio, de Leão e Castela, reúne cortes emSevilha. Pede ao papa a restauração do bispado de Silves. (?) Crise agrícolaem  Portugal.  (?‐ou  1256)  Morte  de  D.  Mafalda,  filha  de  Sancho  I  dePortugal. Sepultada no mosteiro de Arouca.

1252‐1253  —  Conflitos  de  Afonso  III  de  Portugal  com  as  classesprivilegiadas: com o bispo do Porto e com o mestre dos Templários (o reiteria se apoderado dos tesouros da ordem ou exigido algum empréstimoforçado).

1252‐1284 — Reinado  (6o.)  de Afonso X,  o Sábio,  rei  de  Leão  e  Castela,filho de Fernando III, o Santo, de Castela.

1253  —  Reunião  da  Cúria  plena  ou  extraordinária  (que  incluiurepresentantes dos concelhos) em Leiria. (?) Em Portugal, lei que proíbe aexportação de cereais. O papa exorta os dois reis (Afonso III de Portugal eAfonso  X  de  Leão  e  Castela)  a  resolverem  pacificamente  a  questão  doAlgarve.  (Maio) Casamento de Afonso  III de Portugal  e D. Beatriz  (filhabastarda  de  Afonso  X  de  Leão  e  Castela  e  Maria  Guilhén  de  Gusmão).Afonso  III  era  casado  também  com  D.  Matilde  de  Bolonha.  Morte  deTeobaldo I, 12o. rei de Navarra. (20.08) Afonso X de Leão e Castela doa aaldeia  de  Lagos  (território  português)  a  D.  Frei  Roberto.  (26.12)  Lei  daAlmoçataria: tabelamento de preços em Portugal; repressão a uma alta depreços.

1253‐1258 — Promulgação de grande quantidade de  forais e aforamentosem Portugal.

1253‐1270 — Reinado (13o.) de Teobaldo II, de Navarra.

1254 — (22.01) Afonso III de Portugal protesta na Sé de Lisboa contra atosunilaterais de Afonso X de Leão e Castela — principalmente a nomeaçãode  um  bispo  (D.  Frei  Roberto)  para  um  território  nacional  (ver20.08.1353). (Fevereiro e Março) Cortes de Leiria (tidas como as primeirasdo  reino):  decisão  de  proibir  a  exportação  de  metais  preciosos,  panos,couros e mel. O mosteiro de S. Cucufate é colocado sob a obediência de S.Vicente de Lisboa pelo concelho da cidade de Beja. Conflito de Afonso IIIde Portugal com o bispo de Coimbra. (Agosto) O papa censura Afonso IIIde  Portugal  em bula. O  alcaide  de  Lisboa  consegue  a  nomeação do  seucapelão Mateus Martins para o bispado de Viseu.

1254‐1261 — Papado de Alexandre IV, de Anagni.

1255 —  (20.02)  Na  Cúria  reunida  em  Santarém,  Afonso  III  de  Portugal,com o consentimento de sua esposa, D. Beatriz, doa o castelo de Cacela eo de Aiamonte para o mestre da ordem de Santiago, D. Paio Peres Correia.(22.02) Afonso III de Portugal confirma o castelo de Sesimbra à ordem deSantiago.  (24.02) Afonso  III  de  Portugal  confirma  à  ordem de  Santiago,nas  pessoas  do  mestre  D.  Paio  Peres  Correia  e  do  comendador,  oscastelos,  outrora  doados  por  Sancho  I  e  confirmados  por  Afonso  II,  deAlcácer  do  Sal,  Palmela,  Almada  e  Arruda.  Fuero  Real,  redigido  porinspiração de Afonso X de Leão e Castela. (Março) Afonso III de Portugaljura perante o bispo de Évora que não procederá à quebra da moeda e àcobrança  do  imposto  do  "monetágio".  Envia  cópias  do  documento  aosmestres  das  ordens militares,  mais  ligados  a  uma  economia monetária.(Maio) A condessa Matilde de Bolonha, esposa de Afonso III de Portugal,protesta na cúria romana pela bigamia do rei. Afonso III é convocado paraser  julgado.  Foral  de  Vila  Nova  de  Gaia  concedido  por  Afonso  III  dePortugal, para incrementar seu comércio internacional.

1255‐1262 — Anos de colheita ruim em Castela.

1256 —  Início  da  redação  da  obra  jurídica  Las  Siete  Partidas.  (Julho)  Aquestão da bigamia de Afonso III de Portugal: o papa ordena a Afonso IIIque se separe da condessa Matilde de Bolonha e lhe restitua o dote.

1256‐1257 —  Viagens  constantes  de  Afonso  III  de  Portugal  à  Beira  paraestancar  a  apropriação  de  direitos  régios  por  parte  de  fidalgos,  bispos,ordens  monásticas  e  sobretudo  por  ordens  militares.  Afonso  III  de

Portugal interfere nas questões entre o bispo de Coimbra e o Mosteiro deSanta  Cruz,  além  das  violências  físicas  praticadas  em  Lisboa  contra  obispo Aires Vasques (morto em 1258).

1257  —  Constituição  da  universidade  dos  prohomes  de  la  ribera,  emBarcelona.  Eleição  de  Afonso  X  de  Leão  e  Castela  e  de  Ricardo  deCornualha para o Sacro Império.

1258  —  Novas  inquirições  em  Portugal:  cinco  alçadas  que  colheminformações nos  locais por onde passam.  Imenso e minucioso  inquérito,um  dos mais  impressionantes monumentos  da  documentação medievalportuguesa. (Abril) A questão da bigamia: bula papal acusando Afonso IIIde  adultério  e  incesto,  ordenando  a  restituição  do  dote  da  condessaMatilde de Bolonha. Morte da condessa Matilde de Bolonha. Afonso III dePortugal promulga um Regimento da Casa Real, com o intuito de moderaras  despesas  e  definir  as  responsabilidades  dos  membros  da  corte(parcialmente  reformulado  em  1261).  Morte  do  bispo  de  Lisboa,  AiresVasques,  assassinado.  O  alcaide  de  Lisboa  apresenta  Pedro  Anes  comobispo de Lamego. Nascimento de Sancho IV de Castela, filho de Afonso X,o  Sábio,  de  Leão  e  Castela.  (?)  Início  da  construção  do  mosteiro  doMarmelal,  dos  cavaleiros  hospitalários  (tendo  como  prior  Afonso  PeresFarinha). Reclamações dos bispos portugueses entregues ao papa (a 39a.rezava que o monarca português empregava judeus em cargos oficiais).

1258‐1262 — Afonso III de Portugal concede cartas de privilégios a váriasfeiras,  para  isentar  de  impostos  os  seus  freqüentadores,  estimulando  ocomércio interno.

1259 — D. Beatriz, esposa de Afonso III de Portugal, dá a luz a D. Branca.(Abril) Afonso III de Portugal protege e funda o convento das clarissas emSantarém,  autorizado  pelo  papa  Alexandre  IV  —  o  convento  éconsiderado  um  dos  primeiros  exemplos  de  igreja  gótica  portuguesa.(Setembro) Afonso III de Portugal doa a seu chanceler D. Estêvão o coutode Alvito, no Alentejo.

1260 — O papa Alexandre IV induz Afonso III de Portugal a participar daCruzada à Terra Santa. O alcaide de Lisboa influencia a eleição de VicenteMendes no Porto. (?) Construção de uma sinagoga em Lisboa, por partede José Ibn Jachia, pai de Salomão Ibn Jachia (autor de um comentário doTalmude hoje desaparecido).

1261 — (Janeiro a Março) Afonso III de Portugal, em Guimarães, promulgauma lei geral que regulamenta os direitos que os padroeiros podiam exigirdas suas igrejas e mosteiros (política de repressão dos abusos senhoriais).Afonso  III  de  Portugal  promulga  uma  solene  proibição  dos  abusos  dasordens  militares  quanto  à  cobrança  do  direito  de  montado,  queprejudicava  os  criadores  de  gado  não  pertencentes  a  tais  corporações.Cobra,  ainda,  um  imposto  geral  proporcional  aos  rendimentos  doscontribuintes,  excetuando,  os  bispos,  chefes  das  ordens  militares,cavaleiros  e  cônegos.  Em  Portugal,  importante  atividade  legisladora.Nascimento de Dinis, primeiro filho varão de Afonso III de Portugal e D.Beatriz. O Regimento da Casa real promulgado por Afonso III de Portugalem  1258  é  parcialmente  reformulado.  (Abril)  Cortes  de  Coimbra:  (?)criação do cargo de meirinho‐mor, encarregado de vigiar e coordenar asintervenções dos meirinhos regionais. Nomeado Nuno Martins de Chacim(meirinho regional Entre Douro e Minho).

1261‐1264 — Papado de Urbano IV, de Troyes.

1262 — (Fevereiro) Supressão do reino de Niebla pela conquista da cidadea Ibn Mahfut por Afonso X de Leão e Castela. (01.04) Doação do castelo deUlgoso a Rodrigo Paes, mestre do Hospital, e à sua ordem. Confirmam: D.Henrique Mendes, mordomo‐mor, D. Martinho de Sousa (Annes?), alferesdel  rei,  D.  Gonçalo  Mendes,  D.  Poncio  Affonso,  Pedro  Peres,  D.  Jo,Fernandes. Todos os prelados. Feita em Lisboa e incluída em sentença de1742 (G. 6, M. único no. 32, no Arq. Nac.). (Maio) Os bispos portuguesesescrevem ao papa pedindo a  legitimação do casamento de Afonso  III dePortugal com D. Beatriz e os filhos já dela  nascidos (o pedido é apoiadopor Luís IX de França, Teobaldo, rei de Navarra, Carlos, conde de Anjou eProvença, e vários senhores portugueses). O prior do Hospital, D. AfonsoPires dá o primeiro foral a Tolosa.

1263 — Desvalorização  da moeda  em  Portugal.  (Abril)  É  nomeada  umacomissão  para  solucionar  as  divergências  da  questão  do  Algarve  entrePortugal  e  Castela.  (Junho)  Acordo  entre  Portugal  e  Castela  para  oAlgarve: discussão sobre a legitimidade das concessões de terras algarviasàs  ordens  militares  feitas  por  ambos  os  soberanos.  (Junho)  Concessãopapal para o casamento de Afonso III de Portugal e D. Beatriz.

1263‐1266  —  Sublevação  mudéjar  e  contra‐ofensiva  cristã  no  baixoGuadalquivir  e  antigo  reino  de  Múrcia:  Afonso  X  de  Leão  e  Castela  éobrigado a reunir um grande exército para recuperar várias praças.

1264  —  (Setembro)  Afonso  X  de  Leão  e  Castela  cede  a  Afonso  III  dePortugal  as  regalias  sobre o Algarve que  tinha conseguido no acordo de1263.  Afonso  III  aproveita  a  ocasião  para  exigir  um  empréstimo  forçadodos  concelhos.  Em  Portugal,  lei  que  proíbe  a  mudança  de  estatuto  deterras  foreiras,  rengueiras  e  de  cavalaria  (para  o  rei  não  perder  osrespectivos  foros  quando  fossem  adquiridas  por  privilegiados).Incompatibilizado  com  Afonso  III  de  Portugal,  Gil  Martins  de  Riba  deVizela deixa de  ser mordomo‐mor português  (abandonou o país para  sefixar na corte do rei de Castela), passando o cargo para D. João de Aboim(fiel  cortesão  de  categoria  inferior)  —  Afonso  III  de  Portugal  apóia‐setambém  nos  seus  bastardos,  casando‐os  com  as  melhores  herdeiras  doreino.  Neste  ano,  sede  pontifical  vacante.  Neste  ano  é  concluída  aconstrução do mosteiro do Marmelal, pertencente à Ordem do Hospital(e tendo como prior Afonso Peres Farinha).

1265 — Cortes de Egea: se delineia a figura de Justiça de Aragão. Tomadade  Múrcia  por  Jaime  I,  o  Conquistador,  de  Aragão.  O  papa  dá  umaconcessão a Afonso X de Leão e Castela para financiar a cruzada: a décimaparte  dos  rendimentos  eclesiásticos  de Castela  e  Portugal.  Em Portugal,lei  que  regulamenta  o  pagamento  das  anúduvas,  ou  prestações  emtrabalho para a reparação de muralhas e castelos. Afonso III de Portugaldota o tribunal régio de um corpo de magistrados.

1265‐1268 — Papado de Clemente IV, francês.

1266  —  O  alcaide  de  Lisboa  consegue  eleger  para  Évora  o  capelão  darainha, Durando Pais. Em Portugal, lei que procura reprimir a usura. EmSantarém, um caso referente a profanação de hóstia por um judeu. AfonsoIII de Portugal promulga então uma lei considerada imparcial em relaçãoa tais casos.

1266‐1267 —  Em  Portugal,  criação  de  um  corpo  de  leis  processuais  queregula os mecanismos de justiça.

1267  —  Assinalam‐se  mercadores  portugueses  na  feira  de  Lille.  (16.02)Tratado  de  Badajoz,  demarcando  a  fronteira  entre  Portugal  e Castela:  orio Guadiana a partir da foz do Caia para o sul. Legitima definitivamente aintegração do Algarve a Portugal (é reconhecida por Afonso X de Leão eCastela  a  soberania portuguesa do Algarve).  (07.05) Afonso X de Leão eCastela  dispensa  o  rei  de  Portugal  da  obrigação  de,  eventualmente,  lheprestar auxílio militar com 50 homens de lança.

1267‐1268 — Todos os bispos do reino de Portugal se encontram na cúriapontifícia,  apresentando  um  libelo  de  43  artigos  de  acusações  contraAfonso III de Portugal.

1268 — Lei de  taxas de preços e salários de Afonso X de Leão e Castela.Afonso  III de Portugal  toma a cruz e obriga‐se a uma expedição à TerraSanta  (nunca  chegou  a  ir).  O  papa  Clemente  IV  outorga  dinheiro  decruzada  a  Afonso  III  de  Portugal,  depois  de  obter  a  promessa  de  umacruzada à Terra Santa.  (31.07) O papa  levanta por seis meses o  interditoque  os  bispos  portugueses  lançaram  sobre  Portugal,  permitindo  ao  reireceber durante algum tempo o produto de legados pios e esmolas para aTerra  Santa,  para  preparar  sua  expedição.  (Novembro)  Morte  do  papaClemente IV — vacância da Santa Sé até março de 1272.

1268‐1282 —  Pero  Anes  de  Portel,  filho  de  D.  João  de  Aboim  (um  dospersonagens principais da corte de Afonso III de Portugal), governador deLeiria e Sintra.

1268‐1271 — Sede pontifical vacante.

1270 — Nova cunhagem de moeda em Portugal: sinal de estabilização dacoroa. Afonso  III  de Portugal  dá  a  seu  infante um  importante  senhorio,constituído das vilas de Portalegre, Marvão, Arronches e (castelo de) Vide.Sétima Cruzada: São Luís IX de França ataca a Tunísia muçulmana. Mortede Teobaldo II, 13o. rei de Navarra. O bispo de Silves, D. Bartolomeu e seucabido, declaram não reconhecerem outro senhor senão D. Afonso III dePortugal, renunciando a todas as doações e direitos outorgados pelos reisde  Castela,  mesmo  que  tivessem  sido  confirmadas  por  autoridadepontifícia.

1270‐1274 — Reinado (14o.) de Henrique I, de Navarra.

1270‐1285 — Filipe III, rei de França.

1271 — Em  seu  testamento, Afonso  III  de  Portugal  deixa  alguns  legadospara  a  Terra  Santa.  Num  diploma,  manda‐se  suscitar  a  observância  dodireito  estabelecido  de  apelação  da  justiça  administrada  pelas  ordensmilitares  em  suas  terras.  (?) Nascimento  de D.  Isabel  de Aragão,  futuraesposa do rei de Portugal, D. Dinis.

1271‐1276 — Papado de Gregório X, placentino.

1272 —  Em Portugal,  renovação  da  lei  de  1261,  que  reprime  o  abuso  defidalgos contra bens de mosteiros e  igrejas. Afonso III de Portugal emitelei para reprimir a vingança privada.

1272‐1275  —  Afonso  III  de  Portugal  retoma  a  política  de  concessão  decartas de privilégios a várias feiras.

1272‐1307 — Eduardo I, rei da Inglaterra.

1273 — Privilégios de Afonso X de Leão e Castela ao Honrado Concejo dela Mesta. Morte de Ricardo de Cornualha, última tentativa de Afonso X deLeão e Castela para convencer o papa (1275). Em bula, o papa Gregório Xretoma a questão entre os bispos e o rei.

1273‐1274 — Cortes em Santarém reunidas para tratar da questão entre osbispos e o rei Afonso  III de Portugal. Durando Pais é designado um dos"corregedores" para arbitrar as questões.

1273‐1291 — Rodolfo de Habsburgo, rei alemão.

1273‐1303 — Reinado (2o.) de Maomé II, de Granada.

1274 — O papa Gregório X ordena que seja pregada a cruzada também emPortugal. Morte de Henrique I, 14o. rei de Navarra. Concílio de Lião: já sepensa em suprimir as ordens militares especialmente os templários. PedroDubois,  autor  do  livro  De  recuperatione  terrae  sanctae,  propôs  que  ostemplários  fossem  obrigados  a  residir  na  Palestina,  que  os  seus  bensfossem arrendados  e  que  suas  comendas  e  priorados  se  transformassemem escolas destinadas ao ensino das ciências.

1274‐1305 — Reinado (15o.) de Joana I, de Navarra.

1275 — Gregório  emite  a  bula De  regno  Portugaliae,  historiando  toda  acontrovérsia  entre  os  reis  e  os  bispos  portugueses  desde  Afonso  II  dePortugal. A partir desse ano até sua morte, Afonso III de Portugal não saimais de Lisboa, provavelmente por sua saúde.

1275‐1315 — Ramon Llull escreve sua obra Libro de la orden de Caballeria.

1275‐1277 — O breve pontificado do papa João XXI (português, 1276‐1277,de nome Pedro Julião) constituiu um intervalo no conflito entre o clero ea nobreza lusa.

1276 —  (Janeiro)  Morte  do  papa  Gregório  X.  (Fevereiro)  Eleito  o  papaInocêncio V, que designa um franciscano (frei Nicolau Hispano) para ir aPortugal com plenos poderes para executar a bula apostólica; retorna semter conseguido. (Junho) Morte de Inocêncio V. (Julho a Agosto) Adriano Vpapa.  (Setembro)  Pedro  Hispano,  português,  papa  João  XXI,  dá  novospoderes ao  franciscano Nicolau Hispano para  ir a Portugal. Ramon Llullfunda  o  colégio  de  Miramar  para  o  estudo  do  árabe  e  a  formação  demissionário para países muçulmanos. Morte de  Jaime  I, o Conquistador,9o. rei de Aragão.

1276‐1285 — Reinado  (10o.)  de Pedro  III,  o Grande,  de Aragão  (n.  1239),filho de Jaime I, o Conquistador.

1276‐1277 — Papado de  João XXI, português (não existe  João XX na  listade papas).

1277 — (Janeiro) Sob ordens de João XXI, o franciscano Nicolau Hispanochega  a  Portugal  e  consegue  com  o  rei  uma  solene  audiência,  lendo  aconstituição  de Gregório X.  (Fevereiro  e Março) Vários  encontros  entreNicolau Hispano  e  Afonso  III  de  Portugal,  sem  resultado.  (Março)  BulaJucunditatis et exultationis, onde o papa português João XXI exprime seudesejo  de  resolver  a  questão  entre  os  bispos  e  Afonso  III  de  Portugal.(Abril  e  Maio)  Nicolau  Hispano  em  Santarém,  Coimbra,  Porto,  Braga,Guimarães,  Lamego,  Viseu  e  Guarda.  (Maio)  Morte  do  papa  João  XXI.(06.10)  Nicolau  Hispano  é  chamado  a  outra  audiência  com  o  rei,  napresença dos infantes D. Dinis e D. Afonso, em que Afonso Peres Farinhadiscursa elogiando o zelo do legado papal. Afonso III de Portugal proíbeaos  nobres,  incluindo  os  ricos‐homens,  pousarem nos  casais  foreiros  dacoroa e nos reguengos — implantação da autoridade e do poder régio.

1277‐1280 — Papado de Nicolau III, romano.

1278 — (Abril) Bula do papa Nicolau III, onde o papa, nomeando um novoarcebispo  de  Braga,  comunica  sua  decisão  a  Afonso  III,  pedindo  suaproteção. Afonso III de Portugal entrega o governo do reino a seu filho D.Dinis.  Já  nesse  ano,  num documento  oficial,  vem  citado  o  “arrabi moordos  judeus”,  conseqüência da  regulamentação de Afonso  III de Portugalao sistema de rabinato.

1279  —  (Janeiro)  Ainda  excomungado,  Afonso  III  de  Portugal  mandaredigir um documento em que declara sua submissão ao papa, ordena aentrega  de  várias  terras  à  Igreja  e  recebe  a  absolvição  de  frei  Estêvão,

abade  resignário  de  Alcobaça.  (16.02) Morte  de  Afonso  III  de  Portugal:recebe  exéquias  litúrgicas.  (Março)  O  papa  Nicolau  III  nomeia  o  freifranciscano Telo para uma visita a Leão e Castela para solicitar a AfonsoX,  o  Sábio  que  intervenha  junto  a  D.  Dinis  a  respeitar  as  liberdadeseclesiásticas. Tratado de D. Dinis com os judeus de Bragança (em númerode  19).  Estes  comprometem‐se  a  pagar  ao  rei  anualmente,  no  mês  deagosto, um tributo de 600 maravedis  leoneses, além de adquirir bens deraiz de estado pela quantia de 3.500 maravedis: 2.000 maravedis de linhas,1.000 maravedis de terras para lavoura e 500 maravedis em edificações.

1279‐1325 — Reinado de D. Dinis, o Lavrador, de Portugal.

1280 — (Agosto) Morte do papa Nicolau III — vacância da sede pontifíciaaté  janeiro  de  1281.  D.  Dinis  em  Trancoso:  ordena  uma  embaixadaportuguesa que vá a Aragão: início das negociações para o casamento deD. Dinis e Isabel, filha de Pedro III, o Grande.

1281 — Lutas entre D. Dinis I de Portugal e o irmão D. Afonso: o primeiroataca o segundo em Vide, por este ter decidido cercar a vila e transformá‐la em castelo (aumentando‐lhe em uma torre) sem lhe pedir autorização.Em Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobre igrejas emosteiros,  favorecendo  o  clero  contra  extorsões  dos  nobres.  Embaixadaaragonesa  em  Portugal,  nas  negociações  do  casamento  de  D.  Dinis  eIsabel de Aragão. (Abril) Generosa carta de dotação da futura rainha (D.Isabel),  com  o  senhorio  de  três  vilas  e  a  segurança  de  doze  castelos. Oprior do Hospital, D. Gonçalo Fagundes, dá o segundo foral a Tolosa.

1281‐1285 — Papado de Martinho IV, francês.

1281‐1295  —  Intensificação  da  política  de  D.  Dinis  da  prática  deaforamentos (758 aforamentos, a uma média de 54 por ano).

1282 —  (Fevereiro)  Em  Barcelona,  casamento  por  procuração,  entre  D.Dinis  de  Portugal  e  Isabel  de  Aragão.  (Fevereiro)  Acordo  de  Estremozentre D. Dinis e o infante D. Afonso a respeito da questão de Vide (1281).(Abril) Cortes de Évora: é apresentado um texto final entre D. Dinis e osbispos, mandado ao papa Martinho IV (a resposta veio em 1284). (Junho)D. Dinis em Trancoso: celebração do casamento com D. Isabel de Aragão.(04.08) D. Dinis subscreve um diploma na Guarda. (Outubro) D. Dinis eD. Isabel em Coimbra: A corte permanece nessa cidade até o fim do ano.Guerra  civil  castelhana:  insurreição  de  um  irmandade  geral  em  apoio  aSancho IV contra seu pai Afonso X, o Sábio, de Leão e Castela (D. Dinis de

Portugal  apóia o príncipe Sancho). A  sublevação da Sicília  contra Anjoucoloca  a  ilha  em mãos  de  Pedro  III,  o Grande,  de  Aragão —  "VésperasSicilianas"  —  os  angevinos  são  expulsos.  Em  Portugal,  proteção  aempresários  que  se  consagraram  à  exploração  de  minas  de  ferro  e  demercúrio (azougue). Pero Anes de Portel, governador de Trás‐os‐Montes.

1282‐1290 — Período de maior concessão de forais, política de D. Dinis. Amaior  parte  beneficiava  povoações  transmontanas,  com  fraca  densidadedemográfica.

1283  —  Criação  do  Consulado  de  Comércio  de  Valência.  Pedro  III,  oGrande,  de  Aragão,  concede  à  União  Aragonesa  seu  Privilégio  Geral.Nascem  as  cortes  de Valência. Morte  de Durando  Pais,  ex‐chanceler  darainha  e  bispo  de  Évora.  (Novembro‐dezembro)  Cortes  de  Coimbra.(Dezembro) Inquirição em Silvade, na Terra de Santa Maria.

1284 — O papa Martinho IV envia resposta a D. Dinis sobre as questõesdos bispos, com exigências de emendas. (Fevereiro) D. Dinis manda fazerinquirições: cadastro geral no julgado de Gaia e na Terra de Santa Maria,prolongando‐se  até  agosto  de  1284.  Início  da  indústria  têxtil  emBarcelona. Afonso III de Aragão apóia os infantes de La Cerda. Sancho (IVde  Leão  e  Castela)  obtém  a  aliança  de  Filipe  IV  de  França.  Morte  deAfonso X, o Sábio, de Leão e Castela, no meio de grave conflito com seufilho,  Sancho  IV.  Nomeia  D.  Beatriz  sua  testamenteira,  deixando‐lhe  oantigo  reino  de  Niebla.  Sancho  IV  autoproclama‐se  rei,  é  coroado  emToledo e impõe sua autoridade sobre Castela.

1284‐1295 — Período de maior concessão de cartas de privilégio de feirasfrancas, política de D. Dinis I de Portugal. Privilegiou‐se os lugares pertodas fronteiras galega,  leonesa e castelhana,  junto às vias de penetração ede circulação no interior, como o Douro e a estrada da Beira. Reinado deSancho IV, de Castela, filho de Afonso X, o Sábio.

1285 — Sublevação em Barcelona encabeçada por Berengário Oller. Mortede Pedro  III,  o Grande,  10o.  rei  de Aragão.  (Junho) Cortes  de  Lisboa:  osbispos  escrevem  ao  papa Honório  IV  fazendo  acusações  a  D.  Dinis.  Osnobres  protestam  contra  a  quebra  de  imunidades  senhoriais,  face  àofensiva  da  administração  central  nas  inquirições  iniciadas  em  1284.Domingos  Anes  Jardo,  chanceler  favorável  a  D.  Dinis,  para  Évora.  EmPortugal, definição da taxação dos tabelionatos. Nascimento de Fernando

IV de Castela, filho de Sancho IV de Castela. (?) Nascimento de D. Pedro,filho bastardo do rei D. Dinis e autor do Livro de Linhagens e da CrônicaGeral de Espanha de 1344.

1285‐1287 — Papado de Honório IV, romano.

1285‐1291 — Reinado (11o.) de Afonso III de Aragão (filho de Pedro III, oGrande, de Aragão).

1285‐1312 — Fernando IV, o Aprazado, rei de Castela e Leão.

1285‐1314 — Filipe IV, o Belo, rei de França.

1286  —  Lei  de  desamortização  de  D.  Dinis  (favoreciam  a  coroa  e  osnobres,  prejudicados pela  excessiva  acumulação de bens  fundiários  peloclero). Álvaro Nunes  de  Lara  se  revolta  abertamente  contra  seu  senhor,Sancho  IV  de  Castela,  assolando  com  seu  bando  povoações  castelhanasjunto  à  fronteira  portuguesa  (Beira  e  Trás‐os‐Montes)  —  o  infante  D.Afonso apóia Álvaro Nunes de Lara, um dos motivos de sua contenda comD. Dinis. Um dos combates se deu em Alfaiates (ainda pertencente ao reide Leão). Nele morreram dois cavaleiros portugueses irmãos do mordomodo infante D. Afonso. Pero Anes de Portel, governador de Panóias.

1287  —  A  "Lide  dos  Alfaiates":  luta  dos  concelhos  contra  os  nobresrevoltosos. Morte do papa Honório IV. D. Isabel recebe Sintra como arrade seu rei, D. Dinis. (Outubro e Novembro) D. Dinis associa‐se a SanchoIV  de  Castela  para  cercar  o  infante  português  D.  Afonso  em  Aroches.(Dezembro)  o  infante D. Afonso,  submetido  a D. Dinis  e  Sancho  IV  deCastela, celebra a paz de Badajoz.  Inquirição sobre a herança da fortunada família de Souza, a mais poderosa representante da nobreza tradicionalportuguesa (os herdeiros do conde Gonçalo Garcia de Souza).

1288  —  Sancho  IV  assegura  o  poder  real  definitivamente  em  Leão  eCastela. O tratado assinado em Lyon estabelece por dois séculos as linhasgerais  da  política  externa  castelhana.  A  aliança  com  a  França  será  seuponto  forte.  (Fevereiro)  Eleito  novo  papa,  Nicolau  IV:  as  negociaçõessobre  as  questões  dos  bispos  recomeçam  em  Roma,  com  a  presençadestes. (17.09) Na bula papal Pastoralis officii, Nicolau IV, respondendo aum pedido dos  freires  portugueses  da Ordem de  Santiago,  permite‐lheseleger provincial próprio, independente do mestre da Hispânia. (?) Iníciodas  negociações  para  a  fundação  de  uma  universidade  em  Portugal.(Junho)  Cortes  de  Guimarães:  D.  Dinis  I  de  Portugal,  numa  posição  de

força  após  a  submissão  do  infante  D.  Afonso  (1287),  responde  aosprotestos dos nobres prometendo designar uma comissão para averiguar alegitimidade das honras criadas desde o tempo de Afonso II. (Setembro)Sentença sobre o destino dos bens da família de Souza: o rei se arroga nodireito de interferir na sucessão do patrimônio senhorial — afirmação dopoder régio.

1288‐1292 — Papado de Nicolau IV, de Ascoli.

1289 — Concordata de D. Dinis com a Santa Sé para pôr fim às querelasentre o clero português e a nobreza: texto com 40 artigos aprovados pelopapa  em  07  de  março.  Domingos  Anes  Jardo,  chanceler  favorável  a  D.Dinis, de Évora para Lisboa. D. Dinis  I de Portugal auxilia Sancho IV deCastela  na  guerra  contra  Afonso  III  de  Aragão,  apesar  deste  ser  seucunhado.  D.  Dinis  doa  a  seu  filho  D.  Pedro  (futuro  conde  de  Barcelos,autor do Livro de Linhagens e da Crônica Geral de Espanha de 1344) bensem Lisboa, Estremoz, Évora‐Monte, para ele e sua descendência legítima(caso não tivesse descendentes, os bens deveriam reverter para seu irmãoAfonso Sanchez, outro bastardo).

1289‐1313 — D. Dinis I de Portugal sustenta graves questões com o bispoD. Egas de Viseu, levando este a escrever a obra De libertate Ecclesiae.

1290 — Os  judeus  são  expulsos  da  Inglaterra  pelo  rei  Eduardo  I  (1272‐1307). O papa Nicolau IV (de Ascoli,  1288‐1292) confirma o Estudo Geralde  Lisboa,  fundado  por  D.  Dinis  I  de  Portugal.  Concordata  de  1289:suspensão  do  longo  interdito  a  que  o  reino  estava  sujeito  desde  1267.(01.03)  Fundação da Universidade de Lisboa por D. Dinis  I  de Portugal.Em Portugal, proteção a empresários que se consagraram à exploração doouro.  (05.11)  Provisão  régia:  sentença  judicial  sobre  o  resultado  dasinquirições de 1288, reprimindo a extensão e a multiplicação de honras desenhores.

1291 — Queda de Acre na Terra Santa; o papa Nicolau IV manda que osclérigos  portugueses  celebrem  concílios  provinciais  para  deliberaremsobre o auxílio a enviar à Terra Santa. (Fevereiro) Nascimento de Afonso,futuro Afonso IV de Portugal, 7o. rei, filho de D. Dinis I de Portugal e darainha Santa Isabel. 2a. lei de desamortização de D. Dinis (a 1a. em 1286).(Março)  Cortes  de  Coimbra:  lei  sobre  heranças;    novos  protestos  dosnobres diante da afirmação do poder  régio. D. Dinis promulga a  lei queproíbe as ordens militares de herdarem bens dos seus professos e de lhes

comprarem  propriedades  fundiárias  ou  os  receberem  em  doação,alegando justamente que as terras dos fidalgos estavam "minguadas e muipobres".  (Setembro) D. Dinis encontra‐se com Sancho  IV de Castela emCidade Rodrigo para combinar o casamento de sua  filha Constança comFernando,  príncipe  herdeiro  de Castela. Morte  de Afonso  III,  11o.  rei  deAragão.

1291‐1327 — Reinado  (12o.) de  Jaime  II de Aragão,  irmão de Afonso  III  efilho de Pedro III, o Grande.

1292 —  Sancho  IV  de  Leão  e  Castela  conquista  Tarifa.  Concordata  (05artigos)  respondendo  a  queixas  dos  bispos  do  Porto,  da  Guarda,  deLamego e de Viseu contra o rei D. Dinis. 3a. lei de desamortização de D.Dinis (1a. em 1286, 2a. em 1291).

1292‐1294 — Sede pontifical vacante.

1292‐1298 — Adolfo de Nassau, rei alemão.

1293 — É criada uma bolsa de mercadores em Portugal, com entrepostosna Flandres, Inglaterra, Normandia, Bretanha e La Rochelle. Liberdade decomércio  entre  Portugal  e  Inglaterra.  Esmorecimento  da  aliança  luso‐castelhana (D. Dinis e Sancho IV): o rei português protege D. João Nunesde Lara nas suas desavenças com Sancho IV e quando este decide rompero acordo acerca do futuro casamento de seu filho, prometendo desposá‐locom uma filha do rei Filipe, o Belo, de França.

1294 —  Papado  de  São  Celestino  V,  dos  Abruzzos.  O  papa  Celestino  Vconfirma  a  bula  de  1288  do  papa  Nicolau  IV  que  concede  aos  freiresportugueses da Ordem de Santiago a eleição independente do mestre daHispânia  (ela  foi  revogada  pouco  depois  pelo  mesmo  pontífice  e  porBonifácio VIII).

1294‐1303 — Papado de Bonifácio VIII, de Anagni.

1294‐1313 — João Martins de Soalhães, chanceler favorável a D. Dinis, emLisboa.

1295 —  Em  Portugal,  fundação  do mosteiro  de monjas  cistercienses  deOdivelas,  protegido  por  D.  Dinis.  Martim  Pires  de  Oliveira,  chancelerfavorável a D. Dinis, para Braga.  (Abril) Morte de Sancho IV de Castela:disputa  política  entre  Fernando  IV  (de  apenas  9  anos),  os  infantesHenrique  (irmão  de  Afonso  X,  o  Sábio),  João  (irmão  de  Sancho  IV),

Afonso e Fernando de la Cerda. D. Dinis apóia o infante D. João. (20.07)Bula Ab antiquis retro, do papa Bonifácio VIII: revoga a concessão do papaNicolau IV (de 1288) e os freires de Santiago voltam à sujeição do mestrede Castela (até 1314). (Outubro) Compromisso firmado entre D. Dinis e onovo  tutor  de  Fernando  IV,  D.  Henrique:  D.  Dinis  se  compromete  aentregar as povoações de Moura, Serpa, Arouche e Aracena, demarcar afronteira luso‐castelhana em litígio e renovar a promessa de casamento deFernando IV com D. Constança. Carta de D. Dinis a  favor dos  judeus deLisboa.

1295‐1303 — D. Judá, rabino‐mor de Portugal e ministro das finanças de D.Dinis.

1295‐1312 — Reinado (8o.) de Fernando IV de Castela, filho de Sancho IVde Castela.

1296 — (Janeiro) Em Aragão, renovam‐se as tentativas para retirar o tronoa Fernando  IV: os  infantes D.  João e D. Afonso de  la Cerda partilham oreino entre si  (Leão, Galiza e Astúrias ao primeiro e Castela e Andaluziaao  segundo).  (Abril)  Os  dois  infantes  são  aclamados  reis,  em  Leão  eSahagún. Aragão ocupa Múrcia e Alicante. (Setembro e Outubro) D. Dinisauxilia  o  infante D.  João  com  centenas  de  cavaleiros:  com Afonso  de  laCerda  marcham  de  Salamanca  sobre  Tordesilhas  e  Simancas  paraconquistar  Valhadolid.  D.  Dinis  se  retira  para  a  Beira.  Constituição  da"Irmandade  da  Marinha  de  Castela  com  Vitoria",  ou  "Irmandade  dasMarinhas". Pedro Martins, chanceler  favorável a D. Dinis, para Coimbra.Generalização  da  adoção  da  língua  vulgar  nos  documentos  oficiais  dachancelaria portuguesa.

1296‐1317 — Política de D. Dinis de aforamentos (532, a uma média de 25por ano).

1297 — (Setembro) Tratado de Alcanises: é atribuído a Portugal Sabugal,Castelo  Rodrigo  e  Almeida  (questão  de  Ribacoa).  Portugal  desiste  deAroche e Aracena, além de Valência, Ferreira, Esparregal e Aiamonte. D.Dinis compromete‐se a ajudar Castela com 300 cavaleiros sob o comandode  João Afonso  de Albuquerque.  Este  tratado  fixou  a  demarcação  entrePortugal  e Castela — é  considerada  a  linha de  fronteira mais  estável daEuropa. É acertado o casamento de Fernando IV de Castela e sua irmã, D.

Beatriz, com D. Constança de Portugal e seu irmão, o infante D. Afonso.Em Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobre igrejas emosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres.

1298 — Início da construção da catedral de Barcelona. (Fevereiro) Cortesde Valhadolid: as hermandades de vários concelhos castelhanos pedem oauxílio  de D.  Dinis  para  combater  o  infante D.  João  e  os  nobres  que  oapoiavam.  (Maio)  Nomeação  do  primeiro  conde  territorial  português,João Afonso de Albuquerque, conde de Barcelos. (Julho) D. Dinis dirige‐secom  suas  tropas  a  Castela,  encontrando‐se  em  Toro  e  em  Mota  delMarqués  com o  infante D. Henrique.  Propôs  a D. Maria  de Molina  quereconhecesse  D.  João  como  rei  de  Galiza:  a  rainha  recusou.  (Agosto  eSetembro)  D.  Dinis  permanece  no  Sabugal,  aguardando  o  evoluir  dosacontecimentos castelhanos. D.  Judá,  rabino‐mor de Portugal e ministrodas  finanças  de  D.  Dinis,  empresta  6.000  libras  a  D.  Raimundo  deCardona, para a compra da cidade de Mourão.

1298‐1302 — A política externa de Portugal é dominada pelas relações comCastela.

1298‐1308 — Alberto I, rei alemão.

1298‐1347  —  Início  da  construção  das  catedrais  de  Barcelona,  Gerona,Huesca, Saragoça, Palma de Mallorca e Tortosa.

1299 — Terceira  revolta do  infante D. Afonso, que desta vez  foi cercadoem Portalegre  (entre maio e outubro), com a ajuda das ordens militaresde Avis e do Templo. Como em 1281 e 1287, o resultado foi a submissão doinfante e a troca de seus senhorios por outros do interior: recebeu Ourémem vez de Marvão e Sintra em vez de Portalegre.

1300 — (aprox.) Las Siete Partidas adquirem sua forma definitiva. (Março)D.  Dinis  volta  a  encontrar‐se  em  Cidade  Rodrigo  com  os  soberanos  deCastela  para  repartir  os  custos  das  bulas  que  era  necessário  obter  emRoma para  a  legitimação de  Fernando  IV de Castela.  (Julho) Acordo deLisboa sobre a terceira revolta do infante D. Afonso (1299).

1300‐1314 — Geraldo Domingues,  chanceler  favorável  a D. Dinis,  para  oPorto.

1301  —  Fernando  IV  de  Castela  atinge  a  maioridade.  Em  Portugal,proteção  a  empresários  que  se  consagraram à  exploração de  sulfatos  dealumínio e sódio ou potássio (pedra‐ume). D. Dinis manda recomeçar as

inquirições em quase  todo o Minho e em parte da Beira. D. Dinis doa aseu filho bastardo D. Pedro (futuro conde de Barcelos) bens em Sintra.

1302 — (Janeiro) Fernando IV de Castela celebra bodas de casamento comD.  Constança  de  Portugal.  Fernando  IV  de  Castela  passa  a  ter  o  apoioefetivo de  seu  sogro, D. Dinis.  Tratado de Caltabellota:  reconhecimentodo  império  mediterrâneo  da  coroa  de  Aragão.  Obras  dos  castelos  deMonsanto  e  Sabugal,  dirigidas  por  um  monge  cisterciense.  Umainquirição deste ano diz que “havia 50 annos e mais”, naquela data, queArouche  estava  conquistada  e  que  Afonso  Peres  Farinha  —  prior  doHospital em Portugal — residira em Moura.

1303 — (Abril?) D. Dinis encontra‐se com Fernando IV de Castela, a seupedido, em Badajoz, obtendo um empréstimo monetário de  1 milhão demaravedis, ficando os rendimentos da cidade de Badajoz como penhor deseu  pagamento.  D.  Dinis  ainda  obriga‐se  a  ajudá‐lo  militarmente  naguerra contra seus opositores. Cortes de Coimbra: lei sobre os tabeliães eos  selos dos concelhos —  inovação de grande  importância,  atribuindo àcoroa  um  instrumento  de  controle  burocrático  dos  concelhos.  D.  Dinismanda recomeçar as inquirições de novo no Minho (a outra de 1301) e emTrás‐os‐Montes. D. Dinis doa a seu filho bastardo D. Pedro (futuro condede Barcelos) bens em Tavira.

1303‐1304 — Papado de Bento XI, de Treviso.

1303‐1309 — Reinado (3o.) de Maomé III, de Granada.

1304 — D. Guedelha, judeu filho de D. Judá, já ocupa o cargo de rabino‐mor de Portugal. Estêvão Anes Brochado, chanceler favorável a D. Dinis,para  Coimbra.  (Junho)  Fernando  IV  de  Castela  declara  aceitar  aarbitragem portuguesa para as questões pendentes entre Castela e Aragão.(Julho)  D.  Dinis  dirige‐se  à  fronteira  castelhano‐aragonesa  à  frente  deuma solene comitiva de mais de 1000 nobres. (Agosto) Tratado de Agreda:os três reis (Portugal, Aragão e Castela) encontram‐se em Torrellas, entreAgreda  e  Tarazona,  onde  D.  Dinis  pronuncia  sua  sentença  acerca  dasquestões  de  litígio.  É  estabelecida  uma  aliança  perpétua  entre  os  trêsreinos.

1305 — 4a. lei de desamortização de D. Dinis (1a. em 1286, 2a. em 1291, 3a.em 1292). Publicação do regimento dos tabelionatos em Portugal. (Maio)Lei que proíbe os nobres de armarem cavaleiros os vilãos dos concelhos,

declarando  que  só  o  rei  podia  exercer  este  privilégio. Morte  de  Joana  I,15a. rainha de Navarra.

1305‐1306 — (?) Entre esses anos, casamento de D. Pedro (filho bastardodo rei D. Dinis, futuro conde de Barcelos e autor do Livro de Linhagens eda  Crônica  Geral  de  1344)  com D.  Branca  Peres,  filha  de  Pero  Anes  dePortel, governador de Sintra e Leiria (1268‐1282), Trás‐os‐Montes (1282) ePanóias (1286).

1305‐1314 — Papado de Clemente V, francês.

1305‐1316 — Reinado (16o.) de Luís Hutfn, de Navarra.

1306 — Clemente  V  ordena  que  se  reúna  um  concílio  na  Espanha  parajulgar o procedimento dos templários ibéricos. Reuniu‐se em Salamanca,assistindo  o  arcebispo  de  Santiago,  e mais  onze  bispos,  entre  eles  o  deLisboa, D. João de Soalhães. Nada se apurou contra a Ordem do Templo.D. Dinis doa a terra de Gestaçô com seus termos e jurisdições a seu filhobastardo D. Pedro (futuro conde de Barcelos).

1307  —  Novas  inquirições  em  Portugal  (de  novo  no  Minho,  Trás‐os‐Montes e na Beira): novos protestos dos nobres, O rei confia o exame dosresultados  a  uma  junta  de  cinco membros,  presidida  pelo  arcebispo  deBraga,  o  cortesão  Martim  Pires  de  Oliveira:  os  resultados  foramconfirmados.  Os  nobres  reclamaram  de  novo;  foi  designado  o  bispofranciscano  do  Porto,  frei  Estêvão  Miguéis,  que  também  aprova  oresultado.  Em  Portugal,  leis  que  restringem  os  abusos  dos  padroeirossobre  igrejas  e  mosteiros,  favorecendo  o  clero  contra  extorsões  dosnobres.  D.  Constança,  esposa  de  Fernando  IV  de  Castela  e  filha  de  D.Dinis,  pede  pessoalmente  ao  pai  um  novo  empréstimo  ao  marido.  D.Dinis tem uma árdua contenda com o bispo de Tui, cuja diocese ia até oLima,  porque  não  admitia  que  os  clérigos  desta  parte  do  territórioportuguês mandassem  redigir  os  seus  documentos  aos  notários  daquelacidade. (?) Nomeação do primeiro almirante português conhecido, NunoFernando Cogominho (até 1317). O papa Clemente V ordena que se realizena Hispânia um concílio que averiguasse as responsabilidades efetivas dostemplários na Península,  face  ao processo movido por Filipe, o Belo. Ospadres, reunidos em Salamanca, entre eles o bispo de Lisboa, concluírampela inocência. (04.2) Carta do rei da Inglaterra Eduardo I, escrita aos reisde Portugal, Castela, Sicília e Aragão, sobre as acusações que se faziam aostemplários,  pede  que  sejam  tratados  com  favor.  (13.10)  Prisão  dos

templários na França. O conde D. Pedro,  filho bastardo do  rei D. Dinis,torna‐se mordomo da  infanta D. Brites,  esposada mas  ainda não  casadacom o infante D. Afonso.

1307‐1327 — Eduardo II, rei da Inglaterra.

1307‐1336 — D.  Estêvão Vasques  Pimentel,  prior  da Ordem do Hospitalem Portugal, conselheiro de D. Dinis.

1308  —  Tratado  de  comércio  entre  Portugal  (D.  Dinis)  e  Inglaterra(Eduardo  II).  (26.02)  O  papa  Clemente  concede  autorização  a  D.  Dinispara  transferir  a  universidade  de  Alfama  (Lisboa)  para  Coimbra,  queocorre em 1309. D. Dinis e Fernando IV de Castela estabelecem um pactode defender e conservar os bens dos templários contra qualquer decisãoem contrário, mesma  vinda do papa  (os  templários  tinham começado  aser atacados por Filipe, o Belo, desde  1307). O rei de Aragão associou‐semais  tarde  a  esse  acordo.  Política  de  criar  coutos  de  homiziados(indivíduos  fugitivos  da  justiça):  instituição  do  de  Noudar.  Apesar  dadecisão  do  concílio  de  Salamanca  (1307)  sobre  os  templários,  o  papaordena o seqüestro de seus bens  (alguns eclesiásticos, como os CônegosRegrantes  de  Santa  Cruz  e  o  bispo  da  Guarda  quiseram  apoderar‐sedeles).  O  rei  português  não  consentiu.  Instala‐se  então  um  processojudicial para os incorporar na coroa.

1308‐1313 — Henrique VII, rei alemão.

1309 — Concordata (22 artigos) para resolver divergências entre o bispo eo cabido de Lisboa. 5a. lei de desamortização de D. Dinis (1a. em 1286, 2a.em 1291, 3a. em 1292, 4a. em 1305). D. Constança pede novamente ao pai(D. Dinis) um empréstimo ao marido, Fernando IV de Castela, por ocasiãoda guerra com Granada, que levou ao cerco de Algeciras e à conquista deGibraltar. D. Dinis colaborou com a campanha de Fernando IV de Castela,com 700 cavaleiros comandados por D. Martim Gil de Souza. Casamentodo  infante D. Afonso (IV) de Portugal com a  infanta D. Beatriz,  irmã deFernando  IV  de Castela. O  baixo  clero  de  Lisboa  dirige‐se  a  Roma  comlongas reclamações contra D. Dinis, especialmente pelo florescimento dajudiaria em Lisboa e a presença de judeus influentes na corte portuguesa.É  sagrado  bispo  do  Porto  (30o.)  frei  Estêvão,  franciscano.  O  papado  seestabelece em Avignon.

1309‐1312 — Reinado (4o.) de Nazar, de Granada.

1310 — Concessão coletiva de Filipe, o Belo, de França, faz aos mercadoresportugueses  de Harfleur  (expansão  do  comércio  luso).  (21.01)  É  fechadoum pacto entre D. Dinis e seu genro, Fernando de Castela: para o caso deser  abolida  a  Ordem  do  Templo,  os  dois  reis  se  obrigam  a  defender  econservar os bens templários em seus reinos. Clemente V determina quese  reúna  novo  concílio  para  averiguar  o  procedimento  dos  templáriosibéricos.  Dois  concílios  são  realizados.  Locais  Medina  del  Campo  eSalamanca (neste com a presença do bispo de Lisboa, D. João, e do bispoda  Guarda,  D.  Vasco).  É  reconhecida  a  inocência  dos  templários.  Oprocesso judicial (1307) para tratar da incorporação dos bens templários àcoroa portuguesa decide  favoravelmente a D. Dinis. Concílio de Medinadel Campo e, a seguir, em Salamanca (neste, com a presença dos preladosportugueses)  para  tratar  dos  bens  templários  na  Península. Nascimentode Afonso XI  de Castela,  filho de  Fernando  IV de Castela.  54  cavaleirostemplários são queimados à porta da Igreja de Santo Antônio, em Paris.

1310‐1313  —  D.  Dinis  sustenta  graves  questões  com  o  frei  franciscanoEstêvão Miguéis do Porto.

1311 — Em Portugal,  leis que  restringem os  abusos dos padroeiros  sobreigrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres.

1312  —  Bula  Vox  in  excelso:  supressão  dos  templários  no  Concílio  deViena,  com  a  presença  de  Filipe,  o  Belo  e  o  papa Clemente V  (além dequatro bispos portugueses): o papa exclui da decisão os bens templáriosque se situavam na Hispânia. (Janeiro) O tribunal régio decide a respeitodos  herdeiros  de  João  Afonso  de  Albuquerque:  seus  genros,  o  bastardorégio Afonso Sanches  e  o  alferes‐mor, Martim Gil  de  Souza. Martim Gilherdou o  título de  conde de Barcelos, mas Afonso  Sanches  ficou  com amaior parte da  fortuna (o senhorio e o castelo de Albuquerque).  (02.05)Bula Ad  providam:  Clemente V  confere  os  bens  templários  à Ordem doHospital,  exceto  os  situados  nos  reinos  de  Castela,  Aragão,  Portugal  eMaiorca. O irmão bastardo da rainha Santa Isabel de Portugal, D. João deAragão,  dirigiu  uma  embaixada  à  corte  de  D.  Dinis  para  propor  ocasamento de D. Violante, filha de Jaime II, na casa real portuguesa, alémde  tentar  resolver  questões  de  fronteira  entre  Portugal  e  Castela.(Setembro) Morte de Fernando IV de  Castela ‐ menoridade de Afonso IX.(Novembro)  Ofendido  com  a  decisão  do  tribunal  régio  (ver  acima),Martim Gil exilou‐se em Castela, morrendo neste mês.

1312‐1325 — Reinado (5o.) de Ismail I, de Granada.

1312‐1350  —  Reinado  (9o.)  de  Afonso  XI,  o  Bom  de  Castela,  filho  deFernando  IV  de  Castela.  Afonso  XI  de  Castela  protege  a  comunidadejudaica:  faz de Don José De Écija seu ministro de  finanças e Samuel  ibnWakar seu médico (foram mais tarde acusados de intriga e morreram naprisão).

1313‐1322 —  Estêvão Miguéis,  agora  frei  de  Lisboa,  continua  a  sustentargraves questões com D. Dinis.

1314 — Conflitos entre D. Dinis e o filho, futuro D. Afonso IV, agravadospela guerra civil entre 1320‐1324. Geraldo Domingues, chanceler do Portodesignado  para  Évora,  favorável  a  D.  Dinis.  (Outubro)  Reunião  dasdelegações portuguesa e castelhana para demarcar a fronteira na zona deMoura e Noudar. É eleito um mestre português para a Ordem de Santiagoindependente  do mestre  da Hispânia,  apesar  de  bula  contrária  do  papaBonifácio VIII. O bastardo  régio D. Pedro  é  feito  conde de Barcelos porseu pai, o rei D. Dinis — o único título de conde que havia em Portugal —e  doava‐lhe  a  vila  de  Barcelos.  D.  Dinis  confirma  uma  doação  que  lhefizera  D.  João  Soares,  da  Ordem  do  Templo.  Cinqüenta  e  quatrotemplários franceses são queimados em Paris.

1314‐1316 — Sede pontifícia vacante. Luís X, rei de França.

1314‐1347 — Luís IV de Baviera, rei alemão.

1315  —  A  partir  desse  ano  o  infante  D.  Afonso  (futuro  Afonso  IV  dePortugal) incompatibiliza‐se com o pai, D. Dinis, por razões relacionadascom  o  valimento  na  corte  de  seus  meios‐irmãos  Afonso  Sanches,  JoãoAfonso  e  Fernão  Sanches.  O mestre  português  eleito  para  a  Ordem  deSantiago é excomungado pelo mestre castelhano da Hispânia. Os nobresportugueses  solicitam  a  designação  de  um  cavaleiro  para  osrepresentarem  junto  ao  processo  sobre  o  resultado  das  inquirições  de1307,  que  continua  se  arrastando no  tribunal  da  corte. D. Diogo Muniz,mestre da Ordem de Santiago, publicou excomunhão contra os freires dePortugal, a qual foi passada em nome do arcebispo de Toledo, do bispo deSalamanca  e  do  deão  de  Lugo;  mas  Lourenço  Anes  resistiu  sempre,opondo  processos  dilatórios.  Antes  desse  ano,  morte  de  Pero  Anes  dePortel, governador de Leiria e Sintra (1268‐1282), Trás‐os‐Montes (1282) ePanóias (1286).

1316 — A decisão de manter os freires portugueses da Ordem de Santiagosujeitos a Castela (mestre da Hispânia) é confirmada pelo papa João XXII.O  tribunal  da  corte  repete  mais  uma  vez  a  sentença  anterior:  o  reicontinua então a encarregar seus delegados de exigirem os direitos régiosnas honras devassas. Raimundo de Cordona, testamenteiro de Martil Gilde Sousa (conde de Barcelos exilado em Castela em 1312) também se exilaem Castela. O  papa  João XXII  encarrega  o  arcebispo  de  Compostela  dereconciliar D. Dinis e o infante D. Afonso. Dissensões entre D. Dinis e osdois  bispos  do  Porto  e  Lisboa,  Fernando  Ramires  e  seu  tio  frei  EstêvãoMiguéis,  entretanto  transferido  do  Porto  para  a  capital.  Morte  de  LuísHufn, 16o. rei de Navarra.

1316‐1322 — Filipe V, rei de França. Reinado (17o.) de Filipe, de Navarra.

1316‐1334 — Papado de João XXII, de Cahors.

1317 — O  genovês Manuel  Pessanha  é  nomeado  almirante  da  frota  realportuguesa,  em  substituição  ao  primeiro  almirante,  Nuno  FernandoCogominho.  Concessão  de  bens  e  privilégios  que  D.  Dinis  oferece  aManuel  Pessanha.  Em  Portugal,  leis  que  restringem  os  abusos  dospadroeiros sobre igrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsõesdos  nobres.  (17.04)  Bula  Inter  caetera:  O  papa  João  XXII  confirma  adecisão de manter os  freires portugueses da Ordem de Santiago sujeitosao mestre da Hispânia (Castela). O rei apóia as reclamações do concelhodo  Porto  contra  seu  bispo,  Fernando  Ramires,  e  neste  ano  dá  sentençacontra ele. O partido senhorial consegue como aliado o bastardo régio D.Pedro,  apesar deste  ter  sido  feito  conde de Barcelos  (1314)  e  alferes‐mor(1317). O  conde de Barcelos D.  Pedro  encontra‐se no  concelho da  Feira,encarregado de proceder a uma das  inquirições particulares que o rei D.Dinis fez seguir às inquirições gerais de 1290. O bastardo régio D. Pedro,conde de Barcelos, chefia um combate contra os partidários do  tambémbastardo Afonso Sanches, derrotando‐os. Cai assim na ira régia e exila‐seem  Castela.  O  bispo  de  Évora  é  encarregado  de  excomungar  osadversários do rei no seio da nobreza.

1318 — D. Dinis envia embaixada à Santa Sé (de que fazia parte o genovêsalmirante  Manuel  Pessanha)  para  defender  a  sua  causa  dos  cavaleirosportugueses da Ordem de Santiago. Uma embaixada é enviada à Santa Sépara  tratar  da  criação  da  Ordem  de  Cristo  em  Portugal.  Agrava‐se  asdissensões entre D. Dinis e os bispos do Porto e Lisboa, iniciadas em 1316.

O rei condena à morte dois familiares do primeiro e manda seu mordomoVasco Pereira ocupar as torres e o palácio do segundo. Ambos deixam oreino e se refugiam em Avinhão.

1319  —  Bulas  de  João  XXII  Olim  felicis  (27.02)  e  Tunc  digne  (01.07):separação  entre  a  Ordem  de  Santiago  de  Portugal  e  de  Castela.  Bulaspapais Ad  ea  ex  quibus  (de  14.03)  e Desiderantes  ab  intimus  (de  15.03):criação da Ordem Militar de Cristo em Portugal por D. Dinis, pelo papaJoão XXII (de Cahors, 1316‐1334): os bens templários em terras portuguesaspassam  a  essa  ordem;  atribui‐lhe  a  regra  de  Calatrava,  sujeitando‐a  àjurisdição  espiritual  do  abade  de  Alcobaça  e  colocando  a  sua  sede  emCastro Marim — o  rei português  seguia assim o exemplo do de Aragão,que  com  o  patrimônio  dos  templários  valencianos,  criou  a  Ordem  deMontesa, embora entregasse o restante do patrimônio aragonês à Ordemdo  Hospital  (o  rei  de  Castela  incorporou  a  maioria  dos  domínios  dosextintos cavaleiros do Templo). Martinho, médico de D. Dinis, designadopara a chancelaria da Guarda. D. Afonso, herdeiro do  trono de Portugalexige que lhe seja entregue a justiça do reino, apoiado nos nobres que sesentiam prejudicados pelas  inquirições.  (Maio) Encontro do herdeiro D.Afonso com a rainha D. Maria de Molina de Castela para conseguir apoiocontra D. Dinis. Concessão de bens  e  privilégios  que D. Dinis  oferece  aManuel Pessanha. Após o envio da embaixada à Santa Sé (1318), D. Dinisconsegue  que  o  papa  nomeie  como  juízes  apostólicos  na  causa  doscavaleiros portugueses da Ordem de Santiago os arcebispos de Braga e deCompostela. A independência da província portuguesa face ao mestre daHispânia  tornou‐se  fato  consumado  (apesar  de  Roma  nunca  terconfirmado). (Novembro) É eleito o primeiro mestre da Ordem de Cristo.

1319‐1324 — Guerra civil: revolta do infante D. Afonso (futuro Afonso IV)que atribuía a D. Dinis a intenção de o preterir na sucessão do trono porum irmão bastardo, D. Afonso Sanches. De um lado, D. Afonso e sua mãe,a rainha Santa Isabel, além de um punhado de grandes senhores e muitosfilhos segundos, além dos bispos do Porto e de Lisboa (Norte e Centro doreino).  Do  outro,  o  sexagenário  rei  D.  Dinis  com  os  filhos  bastardosAfonso Sanches, João Afonso e Fernão Sanches, os oficiais da corte, algunsnobres de segunda, o bispo de Évora, o deão do Porto e, importantíssimosaliados, os mestres das ordens militares (sul do reino).

1320  —  (08.04)  Nascimento  em  Coimbra  do  infante  D.  Pedro  (futuroPedro I de Portugal). (23.05) Através da bula Apostolice Sedis, o papa JoãoXXII  dá  uma  concessão  a D. Dinis  por  três  anos  do  dízimo de  todas  asrendas  eclesiásticas  do  reino —  exceto  as  do Hospital — para  financiaruma  armada  de  galés  destinada  a  guerrear  os  mouros  durante  igualperíodo (guerra com Granada). (01.07) D. Dinis acusa seu filho D. Afonsopublicamente  de  revolta  num manifesto.  (Setembro) D.  Dinis  conseguecom o papa João XXII bula que condena todos aqueles que  incitassem oinfante à revolta. (?) D. Dinis envia à cúria pontifícia o almirante ManuelPessanha  e  o  deão  do  porto,  D.  Gonçalo  Gonçalves  de  Pereira  (futurobispo de Lisboa e arcebispo de Braga) a fim de solicitarem ao papa, entreoutras coisas, auxílio financeiro para a guerra contra os mouros.

1320‐1321 — Todas as igrejas do reino de Portugal são taxadas.

1321  —  Morte  da  rainha  D.  Maria  de  Molina  de  Castela.  (05.03)Assassinato do bispo de Évora pelos partidários do  infante. Ordem régiapara o meirinho‐mor de Aquém‐Mouro reprimir os abusos praticados nashonras novas e na periferia das honras antigas. O infante D. Afonso ocupaa cidade de Leiria, por traição do copeiro do rei, cujos bens foram depoisconfiscados.

(Abril?)  Conquista  da  alcaçóva  de  Santarém  pelo  infante  D.  Afonso.(Maio?)  Reconquista  da  alcaçóva  de  Santarém  por  D.  Dinis.  (15.05)  D.Dinis manda ler em Lisboa um segundo manifesto acusatório contra seufilho. Mensagem de D. Dinis a Aragão. (11.06) São aprovados os primeirosestatutos da Ordem de Cristo (a ordem possuía 69 cavaleiros armados emontados,  9  clérigos  e  6  sargentos,  num  total  de  84  freires).  (Julho)Mensagem da rainha D. Isabel e do infante D. Afonso a Aragão. (Julho?)Desterro  da  rainha  D.  Isabel  para  Alenquer.  (Setembro)  Mensagem  darainha D. Isabel a Aragão. (Verão e Outono) Marcha do infante D. Afonsosobre Lisboa. (Setembro a Dezembro) Missão do legado aragonês, D. freiSancho,  meio‐irmão  da  rainha  D.  Isabel.  (17.12)  D.  Dinis  apresenta  oterceiro manifesto contra o filho (o infante D. Afonso), ainda em Lisboa.Em  resposta,  D.  Afonso  apodera‐se  de  Coimbra,  ainda  neste  mês.Inquirição  dirigida  à  região  de  Lamego.  Em  Portugal,  proibição  de  seconstituírem novas honras.

1322 — A nova frota portuguesa comandada por Manuel Pessanha passa oestreito de Gibraltar e ataca as costas de Marrocos e de Granada. (Janeiro)O  infante D. Afonso  entra  em Montemor‐o‐Velho,  avança para  o norte,

ocupa os castelos da Feira e de Vila Nova de Gaia e o Porto. Ainda nessemês, D. Dinis reconquista Leiria. (Fevereiro e Março) O infante D. Afonsoataca  Guimarães,  onde  tinha  se  refugiado  o  meirinho‐mor  do  rei,  MenRodrigues de Vasconcelos, que dirigiu a defesa da cidade. Carta do papa àrainha D.  Isabel.  (Março) D. Dinis  toma Leiria,  castigando  com a maiorseveridade  alguns de  seus habitantes;  avança  até Coimbra. O  infante D.Afonso abandona o cerco de Guimarães para socorrer Coimbra. A rainhaSanta  Isabel  toma  a  iniciativa  das  conversações  de  paz,  com  a  ajuda  doconde D. Pedro de Barcelos  (filho bastardo do  rei),  regressado do exílioem Castela. Novas cartas do papa ao rei e à rainha de Portugal. (01 a 10.05)O rei se estabelece em Leiria, o infante D. Afonso em Pombal. Chegam aum  acordo:  D.  Afonso  recebe  o  senhorio  das  povoações  que  tinhaocupado  (Coimbra,  Montemor,  Feira,  Gaia  e  Porto),  mas  o  faz  porhomenagem ao rei. (Maio a Julho) Embaixada do legado do papa. (Junho)D. Dinis,  com 61  anos de  idade  e  gravemente  enfermo,  faz  seu  segundotestamento.  (Junho)  De  volta  da  expedição  guerreira  ao  Marrocos  eGranada, Manuel Pessanha recebe galardão pelo feito. Inquirição sobre opadroado  da  igreja  de  Valença.  Proteção  ao  clero  minhoto  contra  osabusos  da  nobreza.  Em  Portugal,  leis  que  restringem  os  abusos  dospadroeiros sobre igrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsõesdos nobres. Concessão de bens e privilégios que D. Dinis oferece a ManuelPessanha. Segundas núpcias do conde D. Pedro de Barcelos. Da primeiraesposa, D. Branca Peres, D. Pedro herda uma parte importante da fortunados Sousas. Morte de Filipe, 17o. rei de Navarra.

1322‐1328  —  Carlos  IV,  rei  de  França.  Reinado  (18o.)  de  Carlos  I,  deNavarra.

1323  —  (Outubro)  Cortes  de  Lisboa,  a  pedido  de  D.  Afonso:  questõeslevantadas pela guerra civil. Não obtendo suas reivindicações, retira‐se daassembléia  para  Santarém,  onde  reúne  um  exército  para  conquistarLisboa.  Os  seus  homens  defrontam‐se  com  os  do  rei  na  batalha  deAlbogas,  perto  de  Loures.  A  rainha  Santa  Isabel  intervêm  novamente.(Dezembro) Os dois exércitos quase chegam às vias de fato em Alvalade,perto de Lisboa; chega‐se a novo armistício por  intervenção conjunta deD.  Isabel  e do bispo da cidade, D. Gonçalo Gonçalves de Pereira.  (19.12)Carta  régia  de  entrega  dos  bens  templários  à  Ordem  de  Cristo.  EmPortugal, proibição ao clero de interferir nos testamentos.

1324 — (Janeiro) Rebelião de Santarém contra D. Dinis. (Fevereiro) O reidirige‐se de Lisboa a Santarém, onde seu filho continuava a morar. Nemeste  nem  o  concelho  quiseram  recebê‐lo.  Nova  batalha,  sem  resultado.(26.02)  Paz  de  Santarém:  o  infante  D.  Afonso  obtinha  a  segurança  dasucessão,  sendo  destituído  dela  e  afastado  da  corte  o  bastardo  emordomo‐mor  Afonso  Sanches.  Recebe  do  rei  um  aumento  de  suasrendas  em  10.000  libras.  O  rei  ainda  substitui  o  meirinho‐mor,  MendoRodrigues de Vasconcelos  por Vasco Pereira,  e  o meirinho da  casa  real,Lourenço Anes Redondo, por Lourenço Mendes; uma efetiva cedência àsreclamações  e  exigências  de  seu  filho  e  da  nobreza  senhorial.  (Maio)Chega  a  Santarém  o  arcebispo  de  Compostela,  enviado  pelo  papa  paraconfirmar  os  acordos  estabelecidos  e  celebrar  a  paz.  Inquirição  sobre  amata  da  Urqueira,  na  zona  da  Vila  Nova  de  Ourém.  Em  Portugal,  leicontra  os  abusos  da  jurisdição  feudal.  (31.12) D. Dinis  faz  seu  terceiro  eúltimo testamento.

1325  —  (07.01)  Morte  de  D.  Dinis  em  Santarém.  A  rainha  viúva  SantaIsabel  entra  no  convento  de  franciscanas  de  Santa  Clara,  em  Coimbra,vestindo  o  hábito,  mas  sem  fazer  profissão  religiosa.  (Abril)  Cortes  deÉvora, convocadas por Afonso IV de Portugal com o objetivo de jurar o reiacabado  de  subir  ao  trono  (desde  1254,  ano  das  primeiras  cortesseguramente comprovadas, até 1433, não se conhece outra além desta quetenha sido expressamente convocada para o juramento do rei). Afonso IVacusa  o  bastardo  Afonso  Sanches  (refugiado  em  Castela)  de  traidor,condenando‐o  a  desterro  perpétuo  e  confiscando‐lhe  os  bens.  AfonsoSanches invade Portugal, desde Trás‐os‐Montes até o Alentejo; Afonso IVde  Portugal  em  Albuquerque,  na  zona  de  Badajoz.  É  reafirmada  a  leisegundo  a  qual  os  judeus  não  podiam  aparecer  publicamente  sem  odistintivo, a estrela hexagonal amarela, colocada no chapéu ou no capote,nem usar colares de ouro ou prata.

1325‐1326 — Afonso  IV  de  Portugal  tenta,  sem  sucesso,  o  casamento  desua  filha,  D.  Maria,  com  o  herdeiro  da  coroa  inglesa,  Eduardo  (futuroEduardo III).

1325‐1333 — Reinado (6o.) de Maomé IV, de Granada.

1325‐1357 — Reinado de D. Afonso IV de Portugal, o Bravo.

1326  —  Afonso  IV  de  Portugal  invade  o  feudo  de  seu  meio‐irmão(bastardo)  Afonso  Sanches,  localizado  em  Albuquerque  (Castela)  e  põecerco  a  La  Codosera,  que  acaba  por  se  render.  Acometido  pela  doença,Afonso Sanches suspende a  luta. Alguns meses mais tarde negociou‐se apaz: Afonso IV de Portugal restitui os confiscos ao irmão. (04.07) AfonsoIV  de  Portugal,  o  Bravo,  condena  à  morte  seu  outro  meio‐irmão(bastardo) João Afonso. A rainha Santa Isabel, enclausurada em Coimbra,pede a paz, em vão.

1327  —  Em  Portugal,  Reforma  judicial:  reforma  da  administração  dajustiça — criação dos    juízes de  fora,  corregedores  e  "juízes por El‐Rei".Morte de  Jaime  II,  12o.  rei de Aragão. Tratado bilateral  entre Portugal  eCastela.

1327‐1336 — Reinado (13o.) de Afonso IV de Aragão.

1327‐1377 — Eduardo III, rei da Inglaterra.

1328 — Início da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra. AfonsoIV  de  Portugal  opta  pela  Inglaterra,  a  nível  da  neutralidade  militar(relações  diplomáticas  e  acordos  comerciais).  Os  sermões  de  um  fradefranciscano  incitam  os  cristãos  de  Estella,  na  Navarra,  a  matar  5.000judeus  e  incendiar‐lhes  as  casas. Morte  de Carlos  I,  18o.  rei  de Navarra.Confirmada  a  aliança  perpétua  de  Portugal  com  Aragão  e  Castela(reafirmação  do  Tratado  de  Agreda,  de  1304).  São  negociados  oscasamentos  da  infanta  D.  Maria  (filha  de  Afonso  IV  de  Portugal)  comAfonso IX de Castela e do infante D. Pedro (futuro rei de Portugal) comD. Branca (filha do infante Pedro de Castela).

1328‐1330 — Antipapa Nicolau V, de Corvária.

1328‐1349 — Reinado (19o.) de Joana II, de Navarra.

1328‐1350 — Filipe VI, rei de França.

1329 — Negociada  a  paz  entre Afonso  IV de Portugal  e  seu meio‐irmãoAfonso Sanches. Este recebe a restituição de seus bens confiscados. Mortedo  bastardo  de  Afonso  IV  de  Portugal,  Afonso  Sanches,  sepultado  noConvento de Santa Clara de Vila do Conde, que ele fundou. Confirmadonovamente o tratado de Agreda, de 1304. Tratado bilateral entre Portugale Castela (o 1o. de 1327). Encontro entre Afonso IV de Portugal e AfonsoIX de Castela em Fuenteguinaldo: coroamento da boa política peninsular.

1330 — Em Portugal, reforma processual (1a.).

1331  —  (Maio)  Cortes  de  Santarém:  reforma  do  modo  de  atuaçãoparlamentar  dos  deputados  do  povo,  repressão  de  abusos  senhoriais  ecriação de novas honras. Em Portugal, ordenação dos besteiros do conto.

1331‐1340  —  Em  Portugal,  medidas  inovadoras  na  organização  dodesembargo régio (data indeterminada) e regulamentação do Tribunal deJustiça da Corte (data também indeterminada).

1332 — Expedição marítima  portuguesa  além Gibraltar  para  combater  omundo islâmico. Em Portugal, reforma processual (2a.) e regulamentaçãodos corregedores.

1332‐1340  —  Em  Portugal,  novamente,  reforma  da  administração  dajustiça (juízes de fora e corregedores).

1333  —  Nascimento  de  Henrique  II  (Trastâmara),  irmão  de  Pedro  I,  oCruel, de Castela. Grande fome na Península Ibérica e especialmente emCoimbra. A rainha Santa Isabel manda distribuir esmolas de pão e carneaos pobres da cidade, dando ainda mortalhas, mandando abrir sepulturase  encarregando  os  seus  clérigos  da  encomendação  dos  finados.  EmPortugal,  regulamentação  sobre a venalidade  judicial  e ao barateamentoda justiça.

1333‐1354 — Reinado (7o.) de Youcef  I, de Granada.

1334 — Em Portugal,  repressão de  abusos  senhoriais  e  criação de novashonras. Nascimento de Pedro I, o Cruel, de Castela, filho de Afonso XI deCastela. D. Beatriz, mulher de Afonso IV de Portugal, recebe Sintra comoarras.

1334‐1342 — Papado de Bento XII, francês.

1335 — Em Portugal,  repressão  de  abusos  senhoriais  e  criação  de  novashonras. Inquirições em Trás‐os‐Montes e Beira.

1336 —  A  rainha  Santa  Isabel  dirige‐se  a  Estremoz,  a  fim  de  aplacar  acólera de  seu  filho Afonso  IV,  em guerra  com seu genro,  rei de Castela.(04/07) Um tumor no braço vitima a rainha Santa Isabel. Seu corpo, apóstranslado  a  Coimbra  (12/07),  é  encerrado  no  túmulo  de  pedra  que  elamandara  construir.  Célebre  exploração  das  ilhas  Canárias,  atribuída  aLancelloto Malocelli, genovês, orientada pelo almirante‐mor de Portugal,Manuel  Pessanha  (também  genovês).  Morte  de  Afonso  IV,  13o.  rei  de

Aragão.  Início da guerra afonsina entre Portugal e Castela (1336‐1339): a)as  hostes  portuguesas  do  conde de Barcelos  e D.  Pedro, meio‐irmão dorei, passam pelo rio Minho e fazem cerco ao castelo de Entienza, onde seacolhera  o arcebispo de Santiago de Compostela; b) por sua vez, AfonsoIV de Portugal cerca Badajoz (sem conseguir tomá‐la) e assola o territórioao sul dessa cidade até Aroche, Cortegana e Aracena; c) a frota portuguesa(capitaneada  por  Gonçalo  Camelo)  devasta  a  costa  andaluza,  da  foz  doGuadiana a Punta Umbria, com subidas pelos rios Odiel (até Gibraleón) ePiedras (até Lepe, onde se travou combate em 08.09).

1336‐1339 — Guerra afonsina entre Portugal e Castela (ver acima).

1336‐1387 — Reinado (14o.) de Pedro IV, o Cerimonioso, de Aragão (filhode Afonso IV de Aragão).

1337  —  Guerra  afonsina  (1336‐1339):  a)  Afonso  IX  de  Castela  invade  oAlentejo, passando por Elvas, Arronches, Assumar, Veiros, Vila Viçosa  eOlivença.  Retira‐se  por  se  sentir  doente;  b)  No  norte,  um  exércitocastelhano, sob o comando de D. Fernando de Castro e seu irmão D. Juánde Castro, entra pelo Minho, até o Porto. Aí é detido pelas hostes do bispoda cidade, do arcebispo de Braga e do mestre da Ordem de Cristo, que oforçaram a retirar‐se e até matam D. Juán, num combate junto a Braga; c)(21.07)  As  galés  portuguesas,  chefiadas  pelo  velho  almirante  ManuelPessanha (que tinham atacado a Galiza e devastado sua costa até Baiona)sofrem pesada derrota junto ao cabo de São Vicente: o próprio almirante écapturado, além de seu filho Carlos.

1338  —  São  conferidos  certos  privilégios  a  comerciantes  ingleses  eitalianos  em Portugal. Tratado bilateral  entre Portugal  e Aragão. Guerraafonsina  (1336‐1339):  a)  Afonso  IX  de  Castela  volta  a  invadir  Portugal,atravessando o Guadiana e devastando o Algarve Oriental (Castro Marim,Tavira,  Loulé  e  Faro).  A  frota  castelhana  segue  junto  ao  longo  da  costaalgarvia  na  direção  de  Lisboa,  causando  estragos;  b)  Os  portuguesesinvadem  a Galiza  novamente,  atacando Neves  e  Salvatierra  de Miño;  c)Trégua  nas  hostilidades:  a  intervenção  do  bispo  de  Rodes  (enviado  dopapa Bento XII) e do bispo de Reims (mandatário de Filipe VI de França).

1339 — (Julho) Paz de Sevilha entre Portugal e Castela: as  fronteiras sãomantidas, com a vinda da infanta D. Constança para Portugal e o regressoda  infanta  D.  Branca  (havida  por  demente)  a  Castela,  além  de  obrigarAfonso  XI  de  Castela  a  dar  a  sua  mulher  o  tratamento  que  lhe  devia.

Ainda  em  julho,  Afonso  IV  de  Portugal  visita Oeiras  e  Sintra,  passandopor  acaso por Cascais. Granada  (muçulmana)  toma Gibraltar,  assolandoos territórios cristãos ao sul. Os navios portugueses continuam a exploraras Canárias. Inquirição ao bispo do Porto.

1340 — A partir deste ano, o prior do Hospital passa a ser designado Priordo  Crato.  (Junho)  O  sultão  de Marrocos,  Abu‐l‐Hassan  ‘Ali  atravessa  oestreito  com mais  de  100  navios,  unindo‐se  ao  rei  de  Granada,  Yusuf  I.(Setembro) Os exércitos mouros põem cerco a Tarifa.  (30.10) Batalha doSalado:  Castela,  Aragão  e  Portugal  contra  o  avanço marroquino.  Vitóriacristã. D. Frei Álvaro Gonçalves de Pereira, prior da ordem do Hospital, D.Garcia  Peres, mestre  de  Santiago, D.  Frei  Gonçalo  Vaz, mestre  de Avis,participam  da  batalha,  além  do  próprio  Afonso  IV  de  Portugal  (ÁlvaroGonçalves  Pereira  é  filho  de  D.  Gonçalo  Pereira,  arcebispo  de  Braga  eTareja  Pires  Vilarinho).  Em  Portugal,  reformas  da  administraçãoconcelhia  e  regulamentação  dos  corregedores.  A  partir  desse  ano  emPortugal,  ordenação  sobre os  oficiais  dos  concelhos,  além de  instituiçãodos  vereadores.  Em  Portugal,  tendência  para  o  aumento  de  preços  nosprodutos industriais (inquietação nas camadas sociais inferiores).

1341 — Em Portugal,  repressão  de  abusos  senhoriais  e  criação  de  novashonras.  Desde  esse  ano,  mercadores  portugueses  são  privilegiados  emHarfleur (Normandia), senhorio do rei da Inglaterra.

1342 — Em Portugal, reforma processual (3a.).

1342‐1352 — Papado de Clemente VI, francês.

1343 — Tratado de mútua proteção anticorso entre Inglaterra e Portugal.Em Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novas honras.

1344  —  Afonso  XI,  o  Bom,  de  Castela  (1312‐1350),  toma  Algeciras  aosmouros.

1344‐1345 — Negociações entre Portugal e Inglaterra, visando o casamentoda filha mais nova de Afonso IV de Portugal (D. Leonor) com o herdeiroda  coroa  inglesa,  Eduardo,  o  Príncipe Negro,  filho  de  Eduardo  III.  Nãoforam adiante.

1345 — A partir dessa data, os  reis portugueses,  com base nas pioneirasviagens marítimas  às  Canárias,  nunca  deixarão  de  reivindicar  junto  aospapas  (por  mais  de  100  anos)  a  sua  soberania  no  arquipélago.  (31.10)

Nascimento em Coimbra de D. Fernando, futuro Fernando I de Portugal.Em Portugal, reforma processual (4a.).

1346  —  Tentativa  de  aproximação  diplomática  de  Portugal  com  aInglaterra, sem sucesso.

1346‐1378 — Carlos, IV, rei alemão.

1347 —  Casamento  da  infanta  portuguesa  D.  Leonor  com  Pedro  IV  deAragão.

1348‐1349 — Peste Negra na Europa.

1348  —  (?)  Morte  da  rainha  de  Portugal,  D.  Constança.  (Setembro  aDezembro) Peste Negra em Portugal.

1349  —  Em  Portugal,  medidas  sociolaborais:  lei  procurando  fixar  ostrabalhadores  aos  seus  ofícios  (conseqüência  da Peste Negra). Morte  deJoana II, 19a. rainha de Navarra.

1349‐1354  —  Em  Portugal,  uma  série  de  medidas  contra  os  judeus.  Oinfante  de  Portugal  D.  Pedro  faz  Inês  de  Castro  regressar  de  Castela  epassa a viver com ela maritalmente, tendo quatro filhos nesse período.

1349‐1387 — Reinado (20o.) de Carlos II, o Mau, de Navarra.

1350 — Peste em Portugal. O povo culpa os judeus e Afonso IV contém osexcessos.  (26.03)  Morte  de  Afonso  XI  de  Castela.  Pedro,  o  Cruel,  aosquinze  anos,  sobe  ao  trono  de  Castela,  banindo  os  nove  bastardos  deAfonso XI  e  condenando  à morte  sua mãe,  Leonor  de Guzmán. D.  FreiÁlvaro Gonçalves Pereira, prior do Crato (Hospital) vai a Castela. Pedro I,o Cruel, protege a comunidade judaica de Castela. Samuel Abulafia, judeu,torna‐se tesoureiro do Estado no reinado de Pedro I, o Cruel (juntou umagrande  fortuna  e  foi  condenado  à  morte  pelo  rei).  (30.03)  O  conde  deBarcelos D. Pedro (cronista do Livro de Linhagens e da Crónica Geral deEspanha de  1344),  irmão bastardo do  rei Afonso  IV de Portugal,  faz  seutestamento.  Data‐o  de  Lalim  e  pede  que  o  sepultem  em  S.  João  deTarouca.

1350‐1364 — João II, o Bom, rei de França.

1350‐1369 — Reinado (10o.) de Pedro I, o Cruel, de Castela, filho de AfonsoXI de Castela.

1351 — (?) O infante de Portugal D. Pedro tenta obter do papa uma bulade  dispensa  que  lhe  permitisse  o  casamento  com  Inês  de  Castro.  Éexecutada D. Leonor de Gusmão, amante de Afonso XI o Bom, de Castela.

1352 —  Privilégio  concedido  aos  mercadores  portugueses  na  Inglaterra.Afonso IV de Portugal tira dos judeus a liberdade de emigrar. Todo judeuque possuísse bens até o valor de 500 libras não podia deixar o país semlicença régia. Cortes de Valladolid.

1352‐1362 — Papado de Inocêncio VI, francês.

1353  —  Tratado  comercial  de  Portugal  com  a  Inglaterra,  válido  por  50anos. Afonso IV de Portugal organiza o fisco das comunas judias do país,além  de  promulgar  uma  lei  que  proibia  aos  judeus  fechar  “contratosusureiros”, limitando os juros a 33 1/3.

1354 — Casamento de D. Juana de Castro (irmã de Inês Peres de Castro)com Pedro I, o Cruel, de Castela. Um partido da alta nobreza castelhanaadversário do rei Pedro I, o Cruel (onde militava D. Álvar Péres de Castro)procura o infante D. Pedro e o convida a aceitar a coroa de Castela. Mortedo  Conde  de  Barcelos  D.  Pedro,  irmão  bastardo  do  rei  Afonso  IV  dePortugal  e  autor  da  Crónica  Geral  de  Espanha  de  1344  e  do  Livro  deLinhagens. Foi sepultado no mosteiro de Tarouca. Entre fevereiro e julhodeste ano.

1354‐1359 — Reinado (8o.) de Maomé V, de Granada.

1355 — (Janeiro) Assassinato (ordenado ou consentido pelo rei Afonso IV)de D. Inês de Castro, amante do infante D. Pedro desde a morte da rainhaD.  Constança  (1348?).  Os  Castros  estavam  rebelados  contra  Pedro  I,  oCruel, de Castela, e temia‐se que D. Inês influenciasse D. Pedro a imiscuir‐se nos assuntos de Castela, provocando assim a guerra civil em Portugal: oinfante D. Pedro x o rei Afonso IV. (05.08) Graças ao prior do Hospital, D.Álvaro  Gonçalves  Pereira,  assina‐se  o  tratado  de  paz  entre  pai  e  filho(Canaveses,  05  de  agosto).  Nele,  o  infante  D.  Pedro  fica  como  co‐governador do país. Em Portugal, D. Pedro é o primeiro infante, e depoisrei, a instituir o "beneplácito régio" (censurar os restritos e letras papais).Tomada de Toledo por Pedro I, o Cruel, de Castela.

1355‐1356 — Fome em Portugal.

1356 — O prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves de Pereira(o mesmo que participou da batalha do Salado com Afonso IV de Portugalem  1340)  funda,  na  Flor  da  Rosa,  uma  igreja  e  mosteiro  toreado.Assassinato de Martim Afonso Telo, antigo escudeiro e amante de Maria,rainha‐mãe de Castela e filha de Afonso IV de Portugal. Tomada de Toropor  Pedro  I,  o  Cruel,  de  Castela.  Epidemia  de  peste  e  terremoto  emPortugal.

1357 — (11.04) Nascimento de D. João I, Mestre de Avis, em Lisboa — filhobastardo do rei D. Pedro e de uma senhora galega, Teresa Lourenço — daqual não se sabe nada. (?) Em Évora, Afonso IV de Portugal assassina suafilha  Maria,  rainha‐mãe  de  Castela.  (28.05)  Morte  de  Afonso  IV  dePortugal,  o Bravo,  com  a  idade  de  66  anos,  32  reinante.  D.  Pedro  I  dePortugal, o Cruel, fez conde de Barcelos a D. João Afonso Telo, seu validofavorito,  outorgando‐lhe  a  inédita  regalia  de  poder  transmitir  o  título  edireitos  por  hereditariedade.  Samuel  Abulafia  (ou  Levi),  judeu  etesoureiro do Estado no reinado de Pedro I, o Cruel, de Castela, constróiem Toledo a célebre sinagoga do Trânsito, transformada pelos jesuítas noreinado de Fernando na igreja cristã de Nossa Senhora do Tránsito (hojemonumento  de  arte  hispano‐mourisca  na  Espanha).  (22.06)  Renovaçãodos  privilégios  dos  estrangeiros  residentes  em  Portugal.  (28.07)  EmPortugal,  Leis  que  reprimem  o  adultério  e  perseguem  as  alcoviteiras.Sentença  em  pleito  tomada  por  Pedro  I  de  Portugal,  o Cruel,  contra  omosteiro de Grijó. São  legitimados os  seguintes  filhos do prior do Crato(Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira: Pedro Álvares (futuro mestrede  Calatrava  em  Castela  com Maria  Domingues  Brandão  (solteira),  emPortalegre;  Rodrigo  Álvares  (filho  de  Iria  Vicente  e  futuro  senhor  deSousel e Cerveira), em Morgado de Águas Belas; Fernando Álvares (filhode Iria Gonçalves do Carvalhal e futuro alcaide‐mor de Elvas).

1357‐1367 — Reinado de D. Pedro I de Portugal, o Cruel (cinge a coroa aos37 anos).

1358  —  Nascimento  de  João  I,  de  Castela,  filho  de  Henrique  II(Trastâmara)  de  Castela.  (01.06)  Em  Portugal,  Leis  que  discriminam  eregulamentam  os  contratos  de  compra  e  venda  praticados  por  judeus.Sentença  em  pleito  tomada  por  Pedro  I  de  Portugal,  o Cruel,  contra  omosteiro de Vila Cova das Donas e a comendadeira de Santos. (Junho ouJulho) São acertados os casamentos do infante D. Fernando (herdeiro da

coroa) com D. Beatriz (filha de Pedro I de Castela) e do infantes D. João eD.  Dinis  (filhos  de  Inês  de  Castro)  com  D.  Constança  e  D.  Isabelrespectivamente (filhas de Pedro I de Castela) — não se consumaram.

1359  —  (07.02)  Em  Portugal,  Lei  sobre  apelações  (aperfeiçoamento  damáquina  judicial  portuguesa).  D.  Pedro  I  de  Portugal,  o  Cruel,  auxiliaCastela em sua guerra contra Aragão, cedendo‐lhe algumas galés. As galésportuguesas do almirante Manuel Pessanha vão bloquear o Ebro e atacarBarcelona. É feito um acordo de extradição de refugiados entre Portugal eCastela.

1359‐1361— Reinado (9o.) de Ismail II, de Granada.

1360 —  (Fevereiro)  São  extraditados  e  executados Pero Coelho  e ÁlvaroGonçalves, considerados os assassinos de Inês de Castro. (Junho) Inês deCastro  é  proclamada  (post‐mortem)  esposa  legítima  de  Pedro  I  dePortugal,  o  Cruel  e  é  anunciado  que  o  casamento  tivera  lugar  emBragança, algures em 1353. Nessa mesma data é realizada a cerimônia datranslação  e  construído  o  magnífico  túmulo  de  Alcobaça.  (29.08)  EmPortugal,  incentivo do comércio com Flandres.  (?) Nascimento de NunoÁlvares,  filho do prior  do Crato  (Hospital), D.  Frei Álvaro Gonçalves  dePereira.

1361 — Cortes de Elvas (antipatia com os eclesiásticos: prosseguimento daafirmação do Estado contra a Igreja): queixas do clero contra o rei. Nelas,é  reinstalada  a  lei  que  proibia  aos  judeus  ou mouros  permanecerem nacidade  após  o  pôr‐do‐sol,  vedando  às  mulheres  cristãs  a  entrada  najudiaria sem acompanhamento de indivíduos do sexo masculino. D. PedroI  de  Portugal,  o Cruel,  faz  dos  filhos  de  Inês  de  Castro,  que  eram  seusfilhos também, D. João e D. Dinis, senhores do Porto de Mós e do Prado.Pedro I, o Cruel,  rei de Castela, manda envenenar sua esposa, Branca deBourbon, sob a acusação de conspiração, e casa‐se com a amante, Mariade Padilla. Reinado (10.) de Abou‐Said, de Granada. (05.01) Em Portugal,criação  do  concelho  de  Lagos.  (15.04)  Em  Portugal,  Lei  sobre  partilhas.(08.06) Em Portugal, Lei que regulamenta contratos com judeus. (24.07) Élegitimado  em  Portalegre  Nuno  Álvares,  filho  do  prior  do  Crato(Hospital),  D.  Frei  Álvares.(24.08)  É  legitimado  em  Portalegre  LopoÁlvares,  filho  do  prior  do  Crato  (Hospital),  D.  Frei  Álvaro  GonçalvesPereira  com  Iria  Gonçalves  do  Carvalhal.  (09.09)  Em  Portugal,  Lei  que

regulamenta as comunas judaicas. (05.10) Em Portugal, reedição da Lei de08.06.  Em  Portugal,  organização  da  Casa  Real  e  ordenação  dosdesembargos.

1361‐1363 — Peste em Portugal.

1361‐1391 — Reinado (11o.) de Maomé V (reentronado), de Granada.

1362  —  Em  Portugal,  Lei  sobre  advogados  e  procuradores.  (01.03)  EmPortugal, Leis que regulamentam e fixam doutrina sobre as coutadas e asterras  lavradas  em  todo  o Alentejo  e  Ribatejo.  (07.04)  Em Portugal,  Leisobre  advogados  e  procuradores.  (01.08)  Renovação  dos  privilégios  dosestrangeiros  residentes  em  Portugal.  (24.11)  Em  Portugal,  criação  doconcelho de Sines.

1362‐1370 — Papado de Urbano V, de Grimoard.

1363 — (07.03) Renovação dos privilégios dos estrangeiros residentes emPortugal. Guerra entre Inglaterra e Navarra.

1364 — D. Pedro I de Portugal, o Cruel, faz de seu filho bastardo D. João(futuro  rei  D.  João  I)  mestre  da  Ordem  de  Avis,  com  isso  iniciando  anacionalização  das  ordens  militares.  (17  e  18.02)  Em  Portugal,  Leis  queregulamentam e fixam doutrina sobre as coutadas e as terras lavradas emtodo o Alentejo e Ribatejo.  (07.06) Em Portugal, criação do concelho deCascais.  Propõe‐se  o  casamento  do  infante  D.  Fernando  (herdeiro  dacoroa) com D. Joana (filha de Pedro IV de Aragão). Guerra entre Castela eAragão: as armadas portuguesas vão em auxílio de Castela.

1364‐1366 — Fome e (ou) escassez de mantimentos em Portugal.

1364‐1380 — Carlos V, rei da França.

1365 — (08.01) Em Portugal, Regimento dos sacadores e porteiros. (19.09)Em  Portugal,  Lei  de  segregação  aos  judeus.  (04.12)  Em  Portugal,  Leirestritiva  da  livre  atividade  dos  mercadores  estrangeiros.  Tenta‐se  ocasamento da infanta D. Beatriz (filha de Inês de Castro) com Pedro I deCastela, o Cruel — fracassado.

1366  —  D.  Pedro  I  de  Portugal,  o  Cruel,  institui  senhor  de  Unhão  o"cunhado", D. Álvares Péres de Castro (irmão de Inês de Castro). Propõe‐se  o  casamento  da  infanta  D.  Isabel  (filha  ilegítima  do  infante  D.Fernando) com Frederico III da Sicília  (irmão da rainha de Aragão) — anegociação  fracassa.  (Maio)  Pedro  I  de  Castela,  o Cruel,  vai  a  Portugal

pedir  auxílio  contra  Henrique  de  Trastâmara,  ao  que  o  soberanoportuguês não acedeu. (Outubro ou Novembro) Pedro I de Portugal firmaum acordo com Henrique de Trastâmara. (Outono) Pedro I de Portugal, oCruel,  envia  um  corpo  diplomático  à  Inglaterra  para  dar  explicações  àcorte  do  príncipe  de  Gales  Eduardo,  o  Príncipe  Negro  em  Bayonne  eBordéus, a respeito de seu acordo com Henrique de Trastâmara, onde serefugiara Pedro I de Castela.

1367  —  (18.01)  Morte  de  D.  Pedro  I  de  Portugal,  o  Cruel.  (15.09)  Élegitimado  em  Atouguia  Gonçalo  Pereira,  filho  do  prior  do  Crato(Hospital),  D.  Frei  Álvaro  Gonçalves  Pereira  com  Iria  Gonçalves  doCarvalhal.

1367‐1368 — Em Portugal, Leis que acodem a agricultura e à carência detrabalhadores.

1367‐1383 — Reinado de D. Fernando I de Portugal, o Formoso. Tinha 21anos  quando  subiu  ao  trono,  solteiro  e  pai  de  uma  filha  ilegítima,  D.Isabel.

1369 — Assassinato de Pedro  I, o Cruel, de Castela pelo  seu meio‐irmãoHenrique de Trastâmara. O trono é usurpado pelo regicida. Os soldadosvitoriosos de Henrique de Trastâmara massacram 1.200 judeus em Toledo.Fernando I de Portugal, o Formoso,  vai ao norte de Coimbra num curtopasseio bélico, cujo destino era a Galiza. 1a. Guerra fernandina: (Julho) D.Fernando  I  de  Portugal  entra  na Galiza,  atingindo  a  Corunha,  ao  passoque Monterrey (Orense) se  lhe rendia (1a. Guerra  fernandina); a) A frotaportuguesa, aliada à dos castelhanos seus partidários, bloqueia Sevilha pormais de um ano; b)  (Agosto) Henrique  II de Castela  (Trastâmara)  cercaZamora,  invade  a  Galiza  e  entra  em  Portugal  ao  norte,  a  oriente  deValença,  com  auxílio  de  contingentes  franceses  de  Du  Guesclin.  Nessemesmo mês, Henrique  II cerca e  toma Braga, que queimou em parte; c)(01.09) Henrique II cerca Guimarães, mas volta ao seu reino, capturandono  caminho  Vinhais,  Bragança,  Cedovim  e  Outeiro  de Miranda;  d)  EmPortugal, Leis que protegem a marinha, o comércio externo e discriminacontra os judeus; e) (08.09) É legitimado em Coimbra Vasco Pereira, filhodo  prior  do  Crato  (Hospital)  D.  Frei  Álvaro  Gonçalves  Pereira  com  IriaGonçalves do Carvalhal.

1369‐1373 — Sucessivas desvalorizações da moeda em Portugal: os preçossubiram rapidamente.

1369‐1371  —  1a.  Guerra  fernandina  entre  Portugal  e  Castela.  Motivo:  asucessão da coroa castelhana (durou até janeiro de 1371): a) Ao lado de D.Fernando  I  de  Portugal,  o  Formoso:  cidades  e  vilas  galegas  de  Tuy,Salvatierra  de  Miño  e  Baiona  (atual  província  de  Pontevedra),  Orense,Milmanda, Allariz, Araujo e Ribadavia (na de Orense), Lugo e Rocha (nade Lugo), Santiago de Compostela, Corunha e Padrón (na de Corunha); ascidades  leonesas  de  Zamora  (província  de  Zamora),  Ciudad  Rodrigo,Lumbrales  e  Hinojosa  de  Duero  (província  de  Salamanca),  Alcântara  eValência de Alcântara na Estremadura (Cáceres), Carmona, na Andaluzia(Sevilha).

1369‐1372  —  Álvaro  Pais,  Vedor  da  Chancelaria  (um  dos  futurosconspiradores  do  assassinato  do  conde  João  Fernandes  de  Andeiro  em1383).

1369‐1379 — Reinado (11o.) de Henrique II (Trastâmara) de Castela, irmãode Pedro I, o Cruel, de Castela.

1370‐1378 — Papado de Gregório XI, francês.

1371 — (Março) Paz de Alcoutim (fim da guerra entre Castela e Portugal):D. Fernando  I de Portugal, o Formoso, desiste do  trono de Castela, masalarga  o  território  nacional  para  leste  e  oeste.  (?)  D.  Fernando  I  dePortugal,  o Formoso,  cria  o  condado  de Ourém.  Em Portugal, mau  anoagrícola.  Casamento  (em  segredo)  de  D.  Fernando  I  de  Portugal,  oFormoso,  com  D.  Leonor  Teles.  (Outubro)  Tumultos  em  Portugal:  oalfaiate  Fernão Vasques  congrega  3.000 pessoas para um protesto  socialem Lisboa, Tumultos também em Santarém (Luís Peres e outros) Tomar(Afonso  Esteves)  Abrantes  (Lourenço  Afonso  de  Punhete),  Leiria(Lourenço Afonso) e Alenquer.

1371‐1372  —  D.  Fernando  I  de  Portugal,  o  Formoso,  cria  o  condado  deViana do Lima, depois trocado em Arraiolos. Fome em Portugal.

1371‐1373  —  O  conde  D.  Juán  Fernandez  de  Andeiro,  partidário  de  D.Fernando I de Portugal, o Formoso, refugiado em Castela.

1372 — Nascimento da infanta D. Beatriz, herdeira do reino português. D.Leonor Teles, mulher de D. Fernando,  recebe Sintra  como arras.  (Maio)Em Leça do Bailio, propriedade da Ordem do Hospital, casamento públicode D. Fernando I, o Formoso,  com D. Leonor Teles  (filha do  inimigo deHenrique  de  Trastâmara,  II  de  Castela  —  desrespeito  ao  Tratado  de

Alcoutim): explosões populares contrárias são violentamente reprimidas.O  infante D. Dinis  (filho de  Inês de Castro)  se  recusa a beijar a mão danova  rainha,  o  que motivou  uma  tentativa  de  assassinato  por  parte  dopróprio  rei.  O  infante  então  abandona  o  reino,  sendo  os  seus  bensconfiscados.  Acordo  de  Tui:  é  revogado  o  Tratado  de  Alcoutim,  e  seestabelece que as  fronteiras  luso‐castelhanas regressam ao status quo deantes da guerra de 1369. (10.07) Tratado de Tagilde: Portugal toma partidopela  Inglaterra contra Henrique II de Castela e seus aliados  franceses —Portugal  e  Inglaterra  x  Castela  e  Aragão.  Fernando  I  de  Portugal,  oFormoso,  vai  ao  norte  de  Coimbra.  (17.08)  Em  Portugal,  Leiregulamentando  os  privilégios  da  nobreza.  D.  Dinis  (filho  de  Inês  deCastro)  busca  o  exílio  em  Castela.  Em  Portugal,  mau  anoagrícola.  (Dezembro)  2a.  Guerra  fernandina  entre  Portugal  e  Castela:  a)Tomando a ofensiva devido ao Tratado de Tagilde, Henrique II de Castelainvade Portugal, avançando sobre Lisboa, cercando a cidade e devastandoa  maior  parte  do  casario  exterior  à  muralha;  b)  Henrique  II  parte  deZamora em direção à frota portuguesa.

1372‐1373 — 2a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela.

1373  —  2a.  Guerra  fernandina:  a)  (Janeiro)  Henrique  II  de  Castelaconquista, sem dificuldade, Almeida, Pinhel, Linhares, Celorico da Beira eViseu,  chegando  perto  de  Coimbra;  b)  (23.02)  Henrique  II  de  Castelaocupa  Lisboa  (então  desprovida  de  qualquer  muralha),  saqueando  eincendiando  a  judiaria  da  cidade.  O  exército  de  D.  Fernando  I  dePortugal,  mal  organizado  e  mal  comandado,  fugiu  diante  do  inimigo;c)  (24.03) D.  Fernando  I  de  Portugal,  o Formoso,  vencido  e  humilhado,assina o acordo de paz em Santarém: Portugal obriga‐se a cortar a aliançacom  os  ingleses  e  juntar‐se  à  França  e  Castela  outra  vez;  d)  (07.04)Henrique  II  e  Fernando  I  se  encontram no Tejo; Henrique  II  abandonaPortugal e os dois soberanos realizam os esponsais dos infantes Sancho eBeatriz; e) (Junho) O Tratado de Tagilde é ratificado por D. Fernando I dePortugal, o Formoso,  e Eduardo  III da  Inglaterra;  f) Explosões popularesem Lisboa, Abrantes, Tomar, Leiria, Santarém. Motivo: desvalorização damoeda e alta dos preços; g) D. Fernando I de Portugal, o Formoso, cria oscondados de Viana do Alentejo e Neiva; h) O conde D. Juán Fernandez deAndeiro é exilado em Castela (e não mais refugiado); i) O prior do Crato(Hospital),  D.  Frei  Álvaro  Gonçalves  Pereira,  resolve  enviar  à  corte  seufilho, Nuno Álvares, de treze anos.

1373‐1375  —  Amuralhamento  de  cidades  e  vilas:  Lisboa,  Évora,  Porto,Braga, Óbidos, Coimbra, Santarém, Viana, Ponte de Lima e Beja.

1374 — Explosões populares em Portel, Montemor‐o‐Velho e Tomar. EmPortugal,  Leis  que  reformam  a  administração  pública,  legislam  contraabusos senhoriais e aumentam os  impostos  (sisas).  (24.04) Em Portugal,Lei  regulamentando  os  privilégios  da  nobreza.  Em  Portugal,  mau  anoagrícola,  além  de  peste.  Antes  desse  ano,  outra  agitação  popular  emPortugal: Portel (Afonso Mendes).

1374‐1376 — Fome em Portugal.

1375 — (08.01) São legitimados em Vila Viçosa Rui Pereira, Fernão Pereira,Afonso  Pereira  e  Diogo  Álvares,  filhos  do  prior  do  Crato  (Hospital),  D.Frei Álvaro Gonçalves Pereira com Iria Gonçalves do Carvalhal. Explosõespopulares  em  Portugal.  Lei  das  Sesmarias,  leis  protetoras  dos mercadosnacionais, leis reguladoras dos privilégios jurisdicionais da nobreza. João,mestre da ordem de Avis e filho bastardo do rei D. Pedro I tem um casocom Inês Pires — desse amor nasceu Afonso, futuro conde de Barcelos eduque de Bragança, e anos depois Beatriz, que será condessa de Arundel.(13.09)  Em  Portugal,  Lei  regulamentando  os  privilégios  da  nobreza.  EmPortugal, mau ano agrícola. Agitações populares em Portugal: Montemor‐o‐Velho (João Domingues), Sousel, Valença e novamente Tomar.

1376 — Em Portugal, mau ano agrícola.

1376‐1377 — Negociação do casamento da infanta D. Beatriz (aos 04 anos,herdeira  do  reino  português)  com  D.  Fradique  Henriques,  duque  deBenavente — fracassada.

1377  — Foral da Portagem de Lisboa.

1377‐1380 — Em Portugal,  Leis de  fomento naval  e  sobre  importação detêxteis.

1377‐1399 — Ricardo II, rei da Inglaterra.

1378 — Em Portugal, novas leis sobre a reforma da administração pública.Os judeus de Leiria, sujeitos a constantes maus tratos, queixam‐se ao rei:este ordena que não saiam de suas moradias durante as procissões e diassantos  cristãos. Grande  Cisma  do  Oriente:  Castela  e  França  seguiram  opapa de Avinhão;  Inglaterra o de Roma  (Portugal  vai  seguir um e outroconforme lhe convenha: de Urbano VI passa a Clemente VII).

1378‐1394 — Clemente VII, rei alemão.

1378‐1389— Papado de Urbano VI, napolitano.

1378‐1394 — Antipapa Clemente VII, genebrês.

1378‐1400 — Venceslau da Boêmia, rei alemão.

1379  —  Morte  de  Henrique  II  (Trastâmara),  11o.  rei  de  Castela.Nascimento de Henrique III de Castela, filho de João I de Castela.

1379‐1380 — D. João (filho de Inês de Castro) busca exílio em Castela.

1379‐1390—  Reinado  (12o.)  de  João  I,  de  Castela,  filho  de  Henrique  II(Trastâmara) de Castela.

1380 — Em Portugal Lei que Funda a Companhia das Naus. Acordo anglo‐luso de Estremoz (confirmação do Tratado de Tagilde, de julho de 1372),tendo  como  intermediário  o  conde  D.  Juán  Fernandez  de  Andeiro:garante  a  Portugal  a  possibilidade  de  expandir‐se  para  norte  e  leste,acorda‐se  o  envio  de  uma  força  inglesa  de  2.000  homens,  negocia‐se  ocasamento da infanta D. Beatriz, de 08 anos, com Edward of Langley, filhodo conde de Cambridge e sobrinho de John of Gaunt, duque de Lancaster(convencionando‐se  que,  ganha  a  guerra,  o  duque  inglês  seria    rei  deCastela).

1380‐1422 — Carlos VI, rei da França.

1381 — Portugal volta a se alinhar com Urbano VI na questão do GrandeCisma (ver 1378). 3a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela: a) (Maio)Incursão  castelhana  no  Alentejo,  proveniente  de  Badajoz;  b)  (17.06)Batalha  naval  de  Saltes  (perto  do  Guadiana):  pesada  derrota  da  frotaportuguesa,  destruída  e  aprisionada  na  sua  quase  totalidade  pela  frotacastelhana; c) (Julho) Chega em Lisboa uma força expedicionária  inglesachefiada  por  Edmund,  conde  de  Cambridge;  d)  (Julho  e  Agosto)  Oscastelhanos  invadem  Trás‐os‐Montes  e  apoderam‐se  de  Miranda  doDouro  e  de  Mogadouro,  a  Beira,  cercando  e  capturando  Almeida,  e  oAlentejo, pondo cerco a Elvas; e) (Setembro) Os castelhanos retiram todasas  suas  frentes  de  batalha  devido  a  questões  internas;  f)  (Dezembro)Depois de meses de  inatividade, o exército aliado  inglês parte de Lisboarumo ao Alentejo (ficam com fama de odiados ocupantes); g) (Dezembro)

Morte  do  conde  de  Barcelos  e  Ourém.  D.  João  Afonso  Telo:  seupatrimônio  passa  como  herança  para  o  conde  de  Barcelos,  amante  darainha D. Leonor Teles.

1381‐1382 —  (Maio)  3a.  Guerra  fernandina  entre  Portugal  e  Castela  (veracima).

1382 — 3a. Guerra fernandina: a) Primavera e Verão — Diversas correrias eescaramuças  quase  sempre  em  território  castelhano;  b)  (Março) Ataqueda frota castelhana a Lisboa; c) (Agosto) Tratado de Elvas: D. Fernando Ide  Portugal  e  João  I  de  Castela  fazem  a  paz,  sem  vencedores  nemvencidos. A infanta D. Beatriz, herdeira do trono português, pelo acordo,casaria  com  o  herdeiro  de  Castela;d)  (Setembro)  O  exército  inglêsreembarcou no Tejo a bordo de navios castelhanos que o transportou deregresso a Inglaterra. (?) Conspiração urdida pelo mestre de Avis, D. Joãoe  por  Gonçalo  Vasques  de  Azevedo  contra  o  rei.  É  preso  no  castelo  deÉvora, D. João, mestre da Ordem de Avis e filho bastardo do rei D. PedroI.  Portugal,  pela  segunda  vez,  volta  a  se  alinhar  com  Clemente  VII  naquestão  do Grande Cisma  (ver  1378  e  1381).  (Verão) Morte  da  rainha  deCastela, D. Leonor (alteração do Tratado de Elvas).

1383 —  (02.04) Tratado de Salvaterra de Magos:  com a morte da  rainhacastelhana D.  Leonor,  a  infanta D.  Beatriz,  com onze  anos,  passa  comonoiva  do  filho  (infante)  para  o  pai  (rei  de  Castela).  (Agosto)  Cortes  deValhadolid:  ratificação castelhana do casamento do rei com a  infanta D.Beatriz.  (Setembro)  Cortes  de  Santarém:  ratificação  portuguesa  docasamento da infanta com o rei castelhano. (22.10) Morte de D. João I dePortugal,  o  Formoso  (tuberculoso),  em  Lisboa.  Revolução  em  Portugal(1383‐1385) e guerra contra Castela (1384‐1385): a) (Outubro a Dezembro)D. Leonor Teles, a Aleivosa, viúva, torna‐se regente de Portugal; b) (06.12)O  conde  Andeiro  é  assassinado  em  Lisboa  e  o  povo  da  cidade  émobilizado para proteger o assassino — precisamente o mestre de Avis,D.  João  (filho do  infante  e  rei D.  Pedro  e  de  Inês de Castro). A  rebelãoalastra‐se  pelo  reino,  o  rei  de  Castela,  João  I  (filho  de  Henrique  II  deCastela)  invade Portugal, D. Leonor Teles foge da capital  mestre de Avisé  proclamado,  revolucionariamente  e  contra  a  vontade,  "Regedor  eDefensor"; c) As ordens religiosas militares — com exceção da do Hospital—  seguiram  o  mestre  de  Avis;  d)  (13.12)  João  I  de  Castela  entra  emPortugal  e  se  apodera  da  Guarda;  e)  (Dezembro)  Assembléia  de  SãoDomingos, em Lisboa

1383‐1385   — Revolução em Portugal e guerra contra Castela  (ver acima).Peste em Portugal.

1384  — Revolução em Portugal (1383‐1385) e guerra contra Castela (1384‐1385): a) (Janeiro) João I de Castela prende a regente D. Leonor Teles; b)(12.01)  João  I  de  Castela  alcança  Santarém,  onde  se  detêm  4  meses;  c)(14.02)  Carta  do mestre  de Avis  de missão  ao Alentejo  (pedindo  auxíliofinanceiro para  a  guerra),  dirigida  aos  concelhos de Montemor‐o‐Velho,Évora, Viana do Alentejo, Alvito, Vila Nova da Baronia, Alcáçovas, Portel,Beja, Serpa, Mértola, e a todas as vilas   e  lugares de Campo de Ourique,Odemira,  Santiago  de  Cácem,  Sines  e  Torrão;  d)  (01.04)  Concessão  aosmesteirais de Lisboa; d) (06.04) Nuno Álvares derrota forças castelhanasnos  Atoleiros;  e)  (Abril  a  Setembro)  Escaramuças  entre  portugueses  ecastelhanos  em vários  locais  do Alentejo  (Évora, Vila Viçosa, Alandroal,Olivença, Elvas);  f)  (04.05) É concedida a Lisboa  jurisdição cível e crimesobre os reguengos de Sacavém, Unhos, Frielas e Camarate; g) (Maio) Oexército do arcebispo de Santiago de Compostela não consegue vencer aresistência  da  cidade  do  Porto  e  bate  em  retirada;  h)  (27.05)  João  I  deCastela marcha sobre Lisboa, cerca a cidade e captura Almada. A recém‐construída muralha fernandina conteve o avanço castelhano; i) (Junho) Afrota  portuguesa  ataca  a  costa  da  Galiza;  j)  (Julho)  A  frota  portuguesa,regressando a Lisboa, se envolve num combate com a frota castelhana noTejo;  k)  (30.07)  Almada,  sitiada  desde  maio,  se  rende  aos  castelhanos,forçada pela sede; l) (03.09) Com seu exército dizimado pela peste, João Ide Castela levanta o cerco a Lisboa e se retira para Castela; m) (06.10) Omestre  de  Avis  isenta  Lisboa  de  qualquer  direito  de  importação  demantimentos  e de  exportação,  por  gentes  suas,  de mercadorias,  doandotambém à cidade as suas carniçarias, paços das fangas da farinha e paçosdo  trigo.  Dias  depois,  isentava‐a  das  jugadas,  relegos  e  outros  direitosreais e senhoriais; n) Nesse mesmo dia, no Paço Real de Lisboa, o mestrede Avis recebe formalmente o preito e a menagem dos representantes dostrês  estados; o)  (Outubro) A  causa do mestre de Avis  já não é  a de unsrebeldes que se ergueram contra Lisboa, mas a de Portugal contra Castela.O marco  de  prata  em  Portugal  vale  36  libras.  É  eleito  como mestre  deCalatrava em Castela Pedro Álvares, filho do prior do Crato (Hospital), D.Frei Álvaro Gonçalves de Pereira e irmão de Nuno Álvares.

1384‐1387 — Fome em Portugal.

1385 — Revolução  em Portugal  (1383‐1385)  e  guerra  contra Castela  (1383‐1385):  a)  (03.03  a  10.04)  Cortes  de  Coimbra.  Os  povos  propõem  quecasamentos  régios  passem  a  ser  matéria  do  Parlamento.  Decidem,  poreleição unânime (sob as ameaças do condestável D. Nuno Álvares Pereira,mestre da ordem do Hospital), que D. João, mestre de Avis será João I dePortugal;  b)  (Abril  e Maio) Nuno Álvares  Pereira  consegue  a  adesão  dequase todo o Minho, pela persuasão ou força das armas (Neiva, Viana doLima,  Vila  Nova  de  Cerveira,  Caminha,  Monção,  Guimarães,  Braga  ePonte  de  Lima);  c)  (30.05?)  Batalha  campal  de  Trancoso:  vitóriaportuguesa; d) (14.08) Batalha de Aljubarrota (perto de Leiria): D.  João Ide  Portugal  e  D.  Nuno  Álvares  Pereira,  mestre  da  ordem  do  Hospital,derrotam os castelhanos: o rei de Castela foge, seu exército é chacinado, eas cidades, vilas e praças que lhe eram fiéis apressam‐se a render‐se ao reiportuguês; e) (Setembro) D. João I de Portugal doa ao concelho de Lisboaos concelhos e termos de Sintra, Mafra, Alenquer e Torres Vedras. Guerraentre Portugal e Castela (1385‐1389): a) (Outubro) Um exército portuguêsde cerca de 1.000 lanças e 200 peões, comandado pelo condestável, invadea  Estremadura  castelhana,  passando  por  Badajoz,  Almendral,  La  Parra,Zafra, Fuente del Maestre, Villagarcia de la Torre, Magacela e Villanuevade  la  Serena;  b)  (15  ou  16.10)  Em  seu  regresso,  o  exército  português  éatacado nas margens do Guadiana (junto a Valverde de Mérida) por forçascastelhanas  comandadas  pelo mestre  de  Santiago. A  batalha,  conduzidapelo  condestável,  resultou  em  vitória  portuguesa.  Poucos  dias  depois,Nuno  Álvares  reentrou  triunfalmente  em  Elvas;  c)  (Dezembro)  NunoÁlvares  junta  suas  forças  com o  rei  e  põe  cerco  a Chaves,  que  se  rendequatro meses depois.

1385‐1389 — Guerra entre Portugal e Castela (ver acima).

1385‐1430 — Até o fim do reinado de D. João I de Portugal, 28 cortes sãoconvocadas.

1385‐1433 — Reinado de D.  João I de Portugal (início da dinastia de Avis),de Boa Memória.

1386 — Em Portugal, confirmação do privilégio da feira de Pinhel. Guerraentre Portugal e Castela  (1385‐1389):  a)  (Abril) Chaves  se  rende às  forçasdo rei e de Nuno Álvares; b) (Maio) Bragança e Almeida caem diante dasforças  portuguesas.  Nesse mesmo mês  os  portugueses  invadem Castela,passando por Ciudad Rodrigo, Gata e Coria, que cercaram sem resultado;c)  (09.05)  Tratado  de  Windsor:  integração  da  guerra  de  D.  João  I  de

Portugal  na dos Cem Anos — a mais  antiga  aliança  entre nações  que  oOcidente  conhece  (reiteração  da  aliança  de  1373);  d)  (Julho)  D.  João  Ireentra em Portugal;  e)  (25.07) Desembarque do duque de Lancaster naCorunha, com cerca de 3.000 homens;  f)  (24.10) Em Portugal,  revogaçãoprovisória do aldeamento (medida para estimular o comércio); g) (01.11) Oduque  de  Lancaster  se  encontra  com  João  I  de  Portugal  em  Ponte  deMouro, na raia minhota.

1387 — Morte de Carlos II, o Mau, 20o. rei de Navarra. Morte de Pedro IV,o Cerimonioso, 14o. rei de Aragão. (02.02) D. João I de Portugal recebe emcasamento  a  filha  do  duque  de  Lancaster,  de  nome  Filipa.  D.  Filipa  deLancaster  recebe  Sintra  de  João  I  de  Portugal,  como  arra. Guerra  entrePortugal e Castela (1385‐1389):  a)  (26.03) Os exércitos português e  inglêsinvadem  Léon,  atravessando  o  rio  Maçãs.  Daí  alcançam  Alcañides,marchando  para  nordeste,  por  Tábara,  Benavente,  Roales  e  outrospovoados; b) (16.05) Os exércitos português e  inglês entram em Zamora;c)  (04.06)  Os  exércitos  português  e  inglês  rumam  para  o  sul,  atingemCiudad Rodrigo, reentrando em Portugal por Almeida; d) (Julho) Tratadode Trancoso entre o duque de Lancaster e o rei de Castela; e) (Setembro)Reembarque do duque de Lancaster com destino a Bayonne, pondo fim àintervenção  inglesa  na  guerra  entre  Portugal  e  Castela  de  1383‐1393).(Verão) Correrias castelhanas no Baixo Alentejo.

1387‐1395 —  Reinado  (15o.)  de  João  I,  de  Aragão  (filho  de  Pedro  IV,  oCerimonioso, de Aragão).

1387‐1425 — Reinado (21o.) de Carlos III, o Nobre, de Navarra.

1388  —  Guerra  entre  Portugal  e  Castela  (1383‐1389):  a)  Correriasportuguesas  no  Melgaço;  b)  (Março)  Os  portugueses  reconquistamMelgaço; c) (Dezembro) Os portugueses reconquistam Campo Maior; d)João  I  de  Portugal  reconquista  todas  as  cidades,  vilas  e  lugares  queobedeciam  a  D.  Beatriz  e  ao  rei  de  Castela.  Uns  entregam‐seespontaneamente  (na  Estremadura,  Trás‐os‐Montes  e  entre  Tejo  eOdiana), outros, houve que tomá‐lo à força (Chaves, Bragança, Almeida,Melgaço, Campo Maior).

1389 — Guerra  entre  Portugal  e  Castela  (1383‐1389):  a)  (Setembro) Apósuma trégua de seis meses, os portugueses apoderam‐se de Tuy; b) (29.11)Tratado  de Monsão:  estabelece  uma  trégua  de  três  anos  e  a  restituiçãomútua das terras conquistadas (Portugal cedeu Tuy e Salvatierra de Miño,

recebendo em troca Olivença, Nôudar e Mértola (no Alentejo), e CasteloRodrigo, Castelo Mendo  e Castelo Melhor  (em Ribacoa). Capítulo Geralda Ordem de Santiago,  reunido em Alcácer, determinou que os mestresnão  dispusessem  arbitrariamente  dos  bens  da  ordem  a  favor  de  quemquisessem, e que os freires não faltassem à obediência ao mestre, nem seeximissem  ao  desempenho de  qualquer  serviço.  Cortes  de  Lisboa.  Pesteem Portugal.

1389‐1404 — Papado de Bonifácio IX, napolitano.

1390 — (09.10) Morte de  João  I,  12o.  rei de Castela,  filho de Henrique  II(Trastâmara)  de  Castela.  Em  Portugal,  confirmação  dos  privilégios  dasfeiras de Castelo Branco e Sertã.

1390‐1392  —  No  Porto,  juízes  por  El‐Rei  substituem  os  juízes  eleitos(intervenção do poder central).

1390‐1406 — Reinado (13o.) de Henrique III de Castela, filho de João I deCastela.

1391  —  Pogroom  na  Espanha:  os  sermões  de  Fernán  Martínez  levam  apopulaça em todos os centros mais  importantes da Espanha a massacrartodos  os  judeus  encontrados  que  recusassem  a  converter‐se.  (31.10)Nascimento de D. Duarte de Portugal, em Viseu. Cortes em Portugal. EmPortugal, confirmação dos privilégios das feiras de Pinhel (confirmado em1386), Amarante e Coimbra.

1391‐1392 — Fome em Portugal.

1391‐1396 — Reinado (12o.) de Youcef II, de Granada.

1392 — Nascimento do infante D. Pedro (filho de D. Duarte), na cidade deLisboa. Em Portugal, confirmação dos privilégios da feira de Viseu. (21.04)Em Portugal, a criação de um “porto  franco” em Caminha  (medida paraestimular o comércio).

1393 — (15.05) Tratado de Lisboa: prolongou o Tratado de Monsão (1389),estabelecendo  a  suspensão das hostilidades  entre Portugal  e Castela  ematé quinze anos.

1394 — Cortes em Portugal. Fome em Portugal.

1394‐1395 —  Em  Portugal,  renovação  das  bolsas  de  mareantes  (medidapara estimular o comércio).

1394‐1417 — Bento XIII, rei alemão.

1394‐1423 — Antipapa Bento XIII, aragonês.

1395 — Morte de João I, 15o. rei de Aragão.

1395‐1410 — Reinado (16o.) de Martin I, o Humano, de Aragão (irmão deJoão I de Aragão).

1396 — Guerra entre Portugal e Castela (1396‐1402): (12.05) Os portuguesesapoderam‐se de Badajoz.

1396‐1402 — Guerra entre Portugal e Castela (ver acima).

1396‐1408 — Reinado (13o.) de Maomé VI, de Granada.

1397  —  Guerra  entre  Portugal  e  Castela  (1396‐1402):  a)  (Junho)  Comoretaliação  da  tomada  de  Badajoz  (1396),  os  castelhanos  apresam  váriasnaus portuguesas e talam os campos da Beira Alta até Viseu, regressandoem  seguida  a  Castela;  b)  Verão  e  Outono  —  Um  exército  castelhanoinvade o Alentejo, chegando quase a Alcácer do Sal, mas se retira depois;c)  (Dezembro) Os portugueses  (exército do  infante D. Dinis) entram naEstremadura  por  Ouguela,  atingindo  Cáceres  e  Valência  de  Alcântara,regressando logo depois. Atacam também Cádiz por mar. No Porto, juízespor El‐Rei substituem os juízes eleitos (intervenção do poder  central). EmPortugal,  renovação  das  bolsas  de mareantes,  já  renovada  em  1394‐1395(medida de estímulo ao comércio).

1397‐1400 — Fome em Portugal.

1398 — Guerra  entre  Portugal  e Castela  (1396‐1402):  a)  (Maio‐Junho) Osportugueses  fazem  nova  ofensiva  na  Estremadura;  b)  (Maio)  Osportugueses conquistam Salvatierra de Miño;  c)  (Junho‐Julho) As hostesdo infante D. Dinis (aclamado rei de Portugal) atacam em Trás‐os‐Montese  na  Beira,  apoderando‐se  de  vários  castelos  e  passando  por  Sabugal,Guarda,  Viseu  e  Covilhã;  d)  (25.07) Os  portugueses  conquistam Tuy;  e)(Dezembro)  Correrias  na  Estremadura  castelhana,  seguindo‐senegociações e tréguas; f) Cortes em Portugal.

1399 — Em Portugal,  a maior  inflação de  sua história: o marco de pratapassa de 36 libras (em 1384) para 330 (1399).

1399‐1413 — Henrique IV, rei da Inglaterra.

1399‐1400 — Guerra  entre  Portugal  e  Castela  (1396‐1402):  a)  Nos  verõesdesses anos reacende‐se o conflito: os portugueses entram em Castela porBadajoz  e  põem  cerco  a  Alcântara;  os  castelhanos  ocupam Miranda  doDouro, Penacamor e outras praças‐fortes.

1400  —  (?)  Vasco  de  Lobeira  escreve  em  português  um  romance  decavalaria,  Amadis  de  Gaula,  um  dos  livros  mais  populares  da  Europa.Cortes  em  Portugal.  Em  Portugal,  Lei  discriminatória  contra  os  judeus.Peste em Portugal.

1400‐1410 — Roberto, rei alemão.

1401 — É aberto um banco do Estado em Barcelona. Cortes em Portugal.Casamento de D. Beatriz, filha única de Nuno Álvares Pereira — prior daOrdem do Hospital — com o filho bastardo de D. João I de Portugal, D.Afonso,  que  recebeu do  sogro o  condado de Barcelos  e um  significativopatrimônio.  Em  Portugal,  confirmação  dos  privilégios  da  feira  de  FonteArcada.

1402 — Acordo de  1402 entre Portugal e Castela — paz por  10 anos. EmPortugal,  Lei  discriminatória  contra  os  judeus. D.  João  I  procede  a  umacuidadosa revisão da constituição do rabinato (criada em Portugal desde oreinado de Afonso III) devido a queixas de lisboetas contra o rabino‐morD. Judá Cohen.

1403 — Fome em Portugal.

1404 —  Em  Portugal,  antes  desse  ano,  confirmação  dos  privilégios  dasfeiras de Prado e Caria.

1404‐1406 — Papado de Inocêncio VII, de Sulmona.

1405 — Nascimento de João II de Castela, filho de Henrique III de Castela.O infante D. Afonso acompanha sua irmã D. Beatriz à Inglaterra, que foracasar com o conde de Arundel (aliança entre Portugal e a Inglaterra).

1406  —  Morte  de  Henrique  III,  13o.  rei  de  Castela,  filho  de  João  I  deCastela.  O  infante  D.  Afonso  sai  de  Portugal  com  destino  a  Jerusalém,acompanhado por uma centena de cavaleiros. Passou por Castela, Aragão,França,  Veneza  e  Sacro  Império,  tendo  sido  recebido  pelo  imperadorRoberto.

1406‐1415 — Papado de Gregório XII, veneziano.

1406‐1454 — Reinado (14o.) de João II de Castela, filho de Henrique III deCastela.

1407  —  Em  Lisboa,  juízes  por  El‐Rei  substituem  os  juízes  eleitos(intervenção do poder central. Em Portugal,  confirmação dos privilégiosda feira de Feira.

1408    —  Cortes  em  Portugal.  O  infante  D.  Afonso,  regressando  aoOcidente após ter ido a Jerusalém, passa por Ferrara.

1408‐1425 — Reinado (14o.) de Youcef III, de Granada.

1409‐1410 — Antipapa Alexandre V, cretense.

1410 — Valladolid, e depois outras cidades, influenciadas pela eloqüênciado santo e fanático Vicente Ferrer, ordenaram o confinamento dos judeuse  dos  mouros  em  quarteirões  determinados  (Judería  ou  Alhama),  cujasportas  deveriam  ser  fechadas  do  pôr‐do‐sol  até  o  amanhecer. Morte  deMartin I, o Humano, 16o. rei de Aragão. Cortes em Portugal. (?) O infanteD.  Afonso  combate  os  turcos  ao  lado  do  imperador  Segismundo.(Outubro) O  infante D. Afonso passa novamente por Veneza. O  infanteD.  Fernando  luta  contra  os  muçulmanos  do  reino  de  Granada  e  tomaAntequera.

1410‐1415 — Antipapa João XXIII, napolitano.

1410‐1437 — Sigismundo, rei alemão.

1411 — Acordo de Segóvia entre Portugal e Castela, que pôs fim definitivoàs hostilidades entre os dois reinos  ibéricos. D.  João I de Portugal  ficavarei de um Portugal restituído às fronteiras de 1297. Até esse ano, Portugalvive — desde o início do reinado de João I de Avis (1385) — praticamenteem guerra. A conquista de Granada é discutida em Portugal. (20.03.1411) Abula  Eximie  Devociones  do  antipapa  João  XXIII  responde  de  modoafirmativo  ao  pedido  de  D.  João  I  de  Portugal  de  ajuda,  por  parte  dasordens  militares,  a  qualquer  forma  de  guerra  justa.  (?)  O  infante  D.Afonso em Portugal após peregrinação à Terra Santa.

1412 — Em Portugal,  Lei  discriminatória  contra  os  judeus.  Em Portugal,confirmação dos privilégios das feiras de Barcelos, Salzedas e Batalha (?).(?) D.  João de Portugal associa ao  trono seu  filho e herdeiro, D. Duarte,um  jovem  de  21  anos  (futuro  rei  D.  Duarte  I  de  Portugal),  e  atribuigradualmente  lugares  de  comando  e  fontes  de  rendimento  aos  outros

infantes,  D.  Pedro  e  D.  Henrique,  dando  a  eles  a  direção  dos  negóciosexternos  do  Reino.  Negociações  entre  Portugal  e  Castela  a  respeito  deauxílio  contra  Granada.  Começa  a  ser  preparada  a  expedição  militar  aCeuta.  Em  todo  o  processo  tiveram  ação  decisiva  (além  do  rei,  dosinfantes e dos principais  senhores  feudais do  reino) o vedor da Fazenda(João  Afonso  de  Alenquer),  o  prior  do  Hospital  (Álvaro  GonçalvesCamelo) e o capitão‐mor do Mar (Afonso Furtado de Mendonça).

1412‐1414 — Fome em Portugal.

1412‐1416 — Reinado (17o.) de Fernando I, de Aragão (irmão de João II deCastela).

1413‐1422 — Henrique V, rei da Inglaterra.

1414  —  Em  Lisboa,  juízes  por  El‐Rei  substituem  os  juízes  eleitos(intervenção do poder central).

1414‐1416 — Peste em Portugal.

1415 —  (25.07)  Parte  de  Lisboa  uma  frota  militar  com  destino  a  Ceuta(mais  de  200  embarcações  e  20.000  homens,  incluindo  navios  emercenários flamengos, bretões,  ingleses e outros). Faz escala em Lagos,Faro  e  Algeciras.  (21.08)  Desembarque  português  em  Ceuta.  (22.08)Conquista portuguesa de Ceuta, no Marrocos, comandada pelos  infantesD. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. (01.09) Regresso da frota portuguesade  Ceuta,  ficando  na  cidade  uma  guarnição  de  2.700  homens  chefiadospor  40  membros  da  nobreza  chefiado  por  D.  Pedro  de  Meneses.Casamento da  filha de D.  João  I de Portugal, a  infanta D.  Isabel  (que secasara  em  1405  com  o  conde  de  Arundel)  com  o  barão  de  Irchenfield(manutenção da aliança entre Portugal e Inglaterra).

1416 — Morte de Fernando I, 17o. rei de Aragão.

1416‐1458 — Reinado (18o.) de Afonso V, o Magnânime, de Aragão (filhode Fernando I de Aragão).

1417 — Em Portugal, confirmação dos privilégios das feiras de Lanhoso (?)e Pena.

1417‐1418  —  Reforçam‐se  as  posições  defensivas  portuguesas  em  Ceutacom o  auxílio  inglês.  (04.04)  Bula  de  cruzada  do  papa Martinho V, RexRegum, onde Portugal recebe as rendas da Ordem de Santiago.

1417‐1431 — Papado de Martinho V, romano.

1418  —  (22.01)  Estreitamento  de  laços  diplomáticos  entre  Portugal,  oImpério e o reino da Hungria: doação da marca de Treviso, como feudo,ao  infante D. Pedro.  Isso  implicou uma estadia de  senhores e cavaleirosportugueses na região, entre os quais Álvaro Gonçalves de Ataíde, validodo infante. (08.10) Bula papal In apostolice Dignitatis Specula: D. João I dePortugal consegue  junto ao papado a concessão para seu filho, o  infanteD. João, ao posto de mestre da Ordem de Santiago. Portugal conquista ailha de Madeira. Fome em Portugal.

1419  —  (13  e  18.08)  Forças  marroquinas  e  granadinas  cercam  Ceuta.(Setembro)  Um  contingente  de  socorro  a  Ceuta  parte  de  Portugal,chegando à cidade quando um novo assédio estava em curso. Após duassemanas,  os  aliados  muçulmanos,  incapazes  de  reconquistar  Ceuta,levantam o cerco.

1419‐1421 — Conquista portuguesa das ilhas da Madeira e do Porto Santo,após  expedições  de  João  Gonçalves  Zarco,  Tristão  Vaz  Teixeira  eBartolomeu Perestrelo.

1420 —  (Março) O  infante D. Henrique,  em Ceuta  até  esse mês  (desde1415), projetou capturar Gibraltar, não conseguiu devido a um temporal.Em  Portugal,  confirmação  dos  privilégios  da  feira  de  Tomar  (sede  daantiga  Ordem  do  Templo,  agora  de  Cristo).  (25.05)  Bula  papal  Inapostolice Dignitatis Specula (homônima da de 1418): D. João I de Portugalconsegue  junto  ao  papado  a  concessão  para  seu  filho,  o  infante  D.Henrique, o Navegador, ao mestrado da Ordem de Cristo.

1422  —  Em  Portugal,  hiperinflação:  o  marco  de  prata  sobe  para  5.000libras  (36  libras  em  1384,  330  em  1399).  Desde  esse  ano  (ou  até  antes),expedições portuguesas à costa da África.

1422‐1427 — Fome em Portugal.

1422‐1433 — Conquista portuguesa da costa da África até o cabo Bojador.

1422‐1461 — Carlos VII, rei da França. Henrique VI, rei da Inglaterra.

1423 — Peste em Portugal.

1423‐1429 — Antipapa Clemente VIII, de Aragão.

1425 — Nascimento de Henrique IV de Castela, filho de João II de Castela.Morte de Carlos III, o Nobre, 21o. rei de Navarra. (?) O infante D. Pedroescreve  uma  carta  ao  irmão  co‐governador  e  futuro  rei  Afonso  V.(Setembro) O infante D. Pedro vai a Inglaterra. (Dezembro) O infante D.Pedro em Flandres.

1425‐1427 — Reinado (15o.) de Maomé VII, de Granada.

1425‐1430 — Contra‐antipapa Bento XIV, de Avignon.

1425‐1479 — Reinado (22o.) da rainha Branca e do rei D. João, de Navarra.

1426 — Carta escrita de Bruges pelo infante D. Pedro ao irmão, o infanteD.  Duarte:  “Portugal  era  terra  que  dava  vontade  de  emigrar  e  que  nãoatraía ninguém”. Em Portugal, hiperinflação: o marco de prata sobe para28.000 libras (36 libras em 1384, 330 em 1399, 5.000 em 1422). O marco deouro  sobe  de  forma  correspondente.  Em  Portugal,  confirmação  dosprivilégios da feira de Montemor‐o‐Velho. (Fevereiro) O infante D. Pedrono  Sacro  Império  (passa  por  Colônia,  Nuremberg  e  Regensbruck).(Março)  O  infante  D.  Pedro  em  Viena.  Permanece  ao  serviço  doimperador Segismundo durante dois anos, combatendo contra os turcos,estacionando na Hungria e na Valáquia.

1427 — Reinado (16o.) de Maomé VIII, de Granada. Cortes em Portugal:uma  concordata  de  94  capítulos  suscitada  pelo  clero  consagra,  acontragosto dos prelados e em proveito da monarquia, normas e  limitesàs ambições clericais (Lei Mental — ver 08.04.1434). Expedição portuguesa(Diogo de Silves) aos Açores.

1427‐1431 — Reinado (17o.) de Maomé VII (reentronado), de Granada.

1427‐1432 — Conquista portuguesa dos Açores.

1428 — O herdeiro do trono de Portugal, o infante D. Duarte casa‐se coma infanta D. Leonor de Aragão. (Março) O infante D. Pedro inicia viagemde  volta  a  Portugal,  passando  por  Veneza,  Ferrara,  Florença  e  Roma.(Junho)  O  infante  D.  Pedro  parte  de  Pisa,  por  mar,  rumo  à  PenínsulaIbérica. Demorou‐se no reino de Aragão até o final de Agosto. (Setembro)O infante D. Pedro atravessa Castela e entra em Portugal.

1428‐1429  —  Aliança  entre  Portugal  e  Aragão:  duplo  casamento  dosinfantes D. Duarte e D. Pedro com princesas aragonesas.

1429 — Peste em Portugal. O infante de Portugal D. Pedro casa‐se com afilha do conde de Urgel.

1430 — Aliança entre Portugal e Borgonha: casamento da filha de D. JoãoI  de  Portugal,  D.  Isabel,  com  o  poderoso  duque  de  Borgonha,  Filipe,  oBom.

1431 — Reinado (18o.) de Ebn Alhamar, de Granada.

1431‐1432 — Expedição portuguesa (Gonçalo Velho) aos Açores.

1431‐1447 — Papado de Eugênio IV, veneziano.

1432  —  (15.01)  Nascimento  de  Afonso  (futuro  Afonso  V  de  Portugal,  oAfricano), filho do infante D. Duarte de Portugal e D. Leonor de Aragão.(11.08) Pacto de Torres Novas assinado entre Portugal e Aragão: resoluçãoda  querela  entre  o  condestável  castelhano  D.  Álvaro  de  Luna  e  os“infantes de Aragão”, D. Henrique e D. Pedro (Portugal foi o medianeiro).

1432‐1433 — Peste em Portugal.

1432‐1445 — Reinado (19o.) de Maomé VII (reentronado), de Granada.

1433  —  (13.08)  Morte  de  D.  João  I  de  Portugal,  de  Boa  Memória,  emLisboa,  aos  76  anos  de  idade  e  48  de  reinado  (“...prestigiado,  amado  echorado pelos seus súbditos” — A. H. de Oliveira Marques). (Novembro‐dezembro)  Cortes  de  Leiria  (depois  transferidas  para  Santarém),  asprimeiras do reinado de D. Duarte I (nelas os deputados afirmam seremas pestes um traço habitual do perfil do reino). Expedição portuguesa nacosta  africana.  Negociações  entre  Portugal  e  Castela  (conseqüência  doPacto de Torres Novas, de 1432). A política portuguesa da guerra na África(interrompida pelos custos da manutenção de Ceuta e o agravamento dainflação em Portugal) é retomada.

1433‐1438 — (14.08) Reinado de D. Duarte de Portugal, o Eloqüente (2o. dadinastia  de  Avis) —  assume  o  trono  aos  42  anos  de  idade  (escreve  umtratado de desporto: Ensinança de bem cavalgar toda a sela).

1434  —  (02.03)  Em  Portugal,  novos  regimentos  dos  juízes  dos  Órfãos.(22.03) Em Portugal, novos regimentos dos juízes dos Contos. (08.04) EmPortugal,  a  Lei  Mental  (reforma  na  administração  pública:  lei  sobre  ajustiça,  o  senhorialismo  e  as  terras  da  coroa,  com  a  exceção  da  casa  deBarcelos — pertencente pela doação de 1401 ao filho bastardo de D. João Ide  Portugal,  D.  Afonso).  (10.04)  Em  Portugal,  novos  regimentos  dos

Capitães de Ceuta. (02.05) Em Portugal, proibição de cartas senhoriais deprivilégios.  (?) Uma nova  frota militar  terá  sido organizada em Portugalcom  um  objetivo:  as  Canárias.  Expedição  portuguesa  na  costa  africana.Negociações  entre  Portugal  e Castela  (conseqüência  do  Pacto  de TorresNovas, de 1432).

1435 —  (02.09)  Em Portugal,  novos  regimentos  dos  juízes  de Monteiro‐Mor. (?) É fundado o seguro marítimo na Espanha. Início do saneamentoda moeda  portuguesa:  D.  Duarte  I  de  Portugal  faz  cunhar  as  primeirasmoedas  de  ouro  e  de  boa  prata  que  se  viam  desde  os  tempos  de  D.Fernando: o escudo e o real. Concílio de Basiléia: os castelhanos (o bispode  Burgos,  Alonso  de  Cartagena)  argumentam  ao  papa  sobre  osportugueses  e  a  questão  das  Canárias.  Expedição  portuguesa  na  costaafricana.

1436 —  (06.01)  Em Portugal,  novos  regimentos  dos  Besteiros  do  Conto.(20.01)  Em  Portugal,  Leis  sobre  portagem.  (Março)  Cortes  de  Évora,  asegunda  do  reinado  de D. Duarte  I  de  Portugal. Objetivo:  obter  fundospara  a  projetada  expedição  a Marrocos.  (19.08)  Em Portugal,  Leis  sobrejudeus.  (08.09) Bula papal Rex Regum:  o  papa Eugênio  IV  concede  a D.Duarte I de Portugal os direitos e os privilégios de cruzada contra o Islã.(15.09) Bula papal Romanus Pontifex:  Eugênio  IV  concede  as  Canárias  aPortugal.  (06.11)  Bulas  Romani  Pontifics  e Dudum  cum  ad  nos:  o  papaEugênio IV, por pressão da coroa castelhana, volta atrás na bula de 15.09 ea revoga. (05.12) Em Portugal, Leis sobre judeus. Expedição portuguesa nacosta africana.

1436‐1441 — Fome em Portugal.

1437  —  (08.02)  Em  Portugal,  novos  regimentos  das  Valas.  (13.04)  EmPortugal, restrições a certas exportações. (03.08) Em Portugal, restrições acertas exportações. (27.08) D. Duarte I de Portugal prepara uma frota com6.000  a  7.000  homens  que  se  reuniu  em  Ceuta,  tendo  como  chefe  daexpedição o  infante D. Henrique.  (13.09) Ataque português  a Tânger: osmarroquinos conseguem repelir todos os assaltos, passando em seguida àofensiva.  (12.10) O  infante D. Henrique decide pela  rendição em Tânger,comprometendo‐se a restituir Ceuta. Como penhor da entrega, o infanteD.  Fernando,  o  infante  Santo,  mestre  de  Avis,  ficou  em  poder  dosmuçulmanos. (17.10) A expedição militar portuguesa derrotada em Tângerregressa a Portugal, via Ceuta. (?) Expedição portuguesa na costa africana.

1437‐1441 — Peste em Portugal.

1437‐1439 — Em Portugal, epidemia de peste.

1438 — (Janeiro‐fevereiro) Cortes de Leiria  (terceira e última do reinadode D. Duarte  I  de Portugal). Objetivo:  tratar da  liberdade do  infante D.Fernando e da possível cedência de Ceuta aos mouros. (Março) O infanteD. Henrique permanece até esse mês em Ceuta, instalando‐se a seguir noAlgarve. (09.09) Epidemia de peste em Portugal: morte do rei D. Duarte Ide Portugal, o Eloqüente, de peste (reinou apenas cinco anos). Seu filho,D. Afonso tem apenas 6 anos; o país é governado pela viúva, D. Leonor deAragão  (regência).  (Novembro)  Cortes  de  Torres  Novas:  Regimento  doReino  de  1438:  proposta  do  infante  D.  Henrique;  é  uma  constituiçãodestinada  a  vigorar  até  que  D.  Afonso  atinja  a maioridade  política,  em1446. Estabelece que o poder seja partilhado pela rainha, pelo  infante D.Pedro,  duque  de  Coimbra,  pelo  conde  de  Arraiolos  e  por  umas  "cortesrestritas" de  celebração anual. Assim, D. Leonor  foi  regente  sozinha porapenas 3 meses. Em Portugal, carta régia de proteção aos bretões.

1438‐1439 — Alberto II, rei alemão.

1438‐1439 — Regência de D. Leonor de Aragão,  viúva de D. Duarte  I dePortugal.

1438‐1441 — Em Portugal, maus anos agrícolas e o espectro da fome.

1439‐1449 — Antipapa Félix V, de Savóia.

1439  —  Os  Açores  começam  a  ser  povoados.  (Julho)  Começam  asdivergências  abertas  entre  D.  Leonor  de  Castela  e  D.  Pedro,  duque  deCoimbra, por motivo da nomeação de um servidor do arcebispo de Bragapara  escrivão  da  Câmara  do  Porto.  (Setembro)  Agitações  em  Lisboa,semelhantes às de 1383‐1385. (Dezembro a Janeiro 1440) Cortes de Lisboa:o  regimento de Torres Novas  é  anulado e o  infante D. Pedro, duque deCoimbra, é declarado por pressão do povo "Regedor e Defensor do Reino",tal como o pai. Mais tarde, é também designado tutor e curador do rei. Arainha  tenta  resistir,  auxiliada  por  forças  internas  e  pela  promessa  deajuda  de  seus  irmão  de Aragão.  Foge  para  Castela,  é  despojada  de  seusbens e morre em Toledo (1445). O regente D. Pedro  faz uma declaraçãopró‐nobiliárquica nas Cortes de Lisboa, além de recusar o oferecimento deuma estátua sua nos estaus da capital.

1439‐1448 — Regência do infante D. Pedro, duque de Coimbra.

1440 — (1o. Semestre) Aliança entre o  infante D. Pedro e os adversáriosdos infantes de Aragão: Um contingente de 200 homens sob o comandode  D.  Duarte  de  Meneses  entra  em  Castela  para  ajudar  o  mestre  deSantiago,  Gutierre  de  Sotomayor  (partidário  de  A.  Álvaro  de  Luna)  edestrói  Zalamea  de  la  Serena  (Badajoz),  reforçando  as  guarnições  doscastelos de Magacela  e Benquerencia de  la Serena  (Badajoz).  (09.05) Osirmãos  do  regente  D.  Pedro  são  nomeados  fronteiros  para  as  zonasameaçadas de invasão: D. Henrique para a Beira, D. João para o Alentejo eD. Afonso para o Entre‐Douro‐e‐Minho e Trás‐os‐Montes. (Setembro) Omarechal Vasco Fernandes Coutinho (inimigo do regente D. Pedro desdeo  início) é promovido a  1o. Conde de Marialva.  (Outubro) D. Leonor deCastela,  a  rainha  viúva de Portugal,  busca  refúgio  em Sintra,  depois  emAlmerim,  e  por  fim  em  Ponte  de  Sor  e  no  Crato,  terras  da  Ordem  doHospital,  cujo  prior,  D.  Frei  Nuno  Gonçalves  de  Góis  a  apoiava.(Dezembro)  D.  Leonor  de  Castela,  sentindo‐se  sem  apoio  interno,abandona  o  país,  acolhe‐se  em  Albuquerque  e  solicita  o  auxílio  dosirmãos. O infante D. Pedro é proclamado regente.

1440‐1493 — Frederico III, rei alemão.

1441 — (09.03) Em Portugal, Lei sobre a moeda. (25.05) Esponsais entre afilha do  regente D. Pedro, D.  Isabel e o  rei, D. Afonso V de Portugal. Omatrimônio  só  se  consumará  em  06.05.1447,  dada  a  tenra  idade  dosesposados.  (Novembro) O regente e  infante D. Pedro procura seu meio‐irmão,  o  conde  de  Barcelos,  em  Lamego  para  um  acordo,  e  evita  umaguerra civil em Portugal  (sobre a questão do exílio da rainha, D. Leonorde Castela). O conde havia firmado um pacto com o infante de Aragão, D.Henrique e com o rei de Navarra, também irmão da rainha.

1442 —  (27.04)  Em  Portugal,  Regimento  do Monteiro‐Mor.  (30.09)  EmPortugal, Lei sobre processo cível. (18.10) Súbito falecimento do infante D.Diogo, filho do recentemente falecido infante D. João: ambos detinham ocargo  de  condestável.  (Novembro?)  D.  Afonso  é  feito  1o.  Duque  deBragança,  sendo‐lhe  aumentado  consideravelmente  o  patrimôniosenhorial.

1443 — (Janeiro) Nomeação do filho primogênito do regente D. Pedro, D.Pedro, de 12 anos, para condestável. (31.01) Em Portugal, Lei sobre alcaidese  prisões.  (03.03)  Em  Portugal,  Regimento    do  Chanceler‐Mor.  (05.06)

Falecimento, no cativeiro, do  infante D. Fernando, mestre da Ordem deAvis (que havia sido derrotado em Tânger, em 1437,  ficando preso desdeentão). Em Portugal, carta régia de proteção aos ingleses.

1444 — (29.03) Nomeação do  filho primogênito do regente D. Pedro, D.Pedro,  para  o mestrado  de  Avis.  (23.05)  O  infante  D.  Fernando,  jovemirmão  do  rei,  é  nomeado  pelo  regente  D.  Pedro  mestre  da  Ordem  deSantiago  (que  do  infante  D.  João  passara  a  seu  filho  D.  Diogo).  EmPortugal, carta régia de proteção aos bretões e ingleses.

1445 —  (18.02)  Morte  de  D.  Leonor  de  Aragão,  viúva  de  D.  Duarte  dePortugal,  em Toledo. Fim do problema da  regência de D. Pedro.  (23.03)Em  Portugal,  repressão  aos  abusos  dos  donatários.  (19.05)  Vitória  deOlmedo:  D.  Álvaro  de  Luna  assegura  ao  regente  de  Portugal  a  pazdefinitiva para a questão de sua regência. (18.08) O conde de Arraiolos, D.Fernando,  filho  do  duque  de  Bragança,  é  feito  governador  de  Ceuta.Casamento de Joana, irmã de Afonso (V) de Portugal, com Henrique IV deCastela.  Em  Portugal,  carta  régia  de  proteção  aos  bretões,  castelhanos,biscainhos e galegos.

1445‐1446 — Fome em Portugal.

1445‐1454 — Reinado (20o.) de Ebn Ostman, de Granada.

1446  —  (Janeiro)  Cortes  de  Lisboa:  maioridade  legal  de  Afonso  V  dePortugal  (D.  Pedro  é  mantido  no  governo).  Oposição  do  duque  deBragança à D. Pedro.  (09.10) D.  Sancho de Noronha  (inimigo  fidagal doregente D.  Pedro),  irmão  do  arcebispo  de  Lisboa,  recebe  o  título  de  1o.Conde de Odemira.  (28.07) Em Portugal, o regente do reino e duque deCoimbra, D. Pedro, promulga as Ordenações Afonsinas,  primeiro  códigojurídico  geral  dos  portugueses,  cuja  compilação  tinha  sido  empreendidapelo rei D. Duarte. Em Portugal, carta régia de proteção aos castelhanos,biscainhos  e  galegos.  Em  Portugal,  mau  ano  agrícola.  Participação  dosmesteirais na Câmara de Tavira.    

1447 — Reunião prelatícia em Portugal. Casamento de D. Isabel, filha doinfante D. João (e sobrinha do rei D. Duarte), mestre de Santiago, com orei  João  II  de  Castela  (segundas  núpcias).  D.  Leonor  de  Aragão  recebeSintra de D. Duarte, como arra

1447‐1455 — Papado de Nicolau V, de Sarzana.

1448 — (04.03) Em Portugal, a Legislação sobre coutos. Em Portugal, cartade  proteção  aos  ingleses.  (11.07) D.  Pedro  (ex‐regente),  dispensado  pelosobrinho, o rei D. Afonso V de Portugal, abandona o poder e retira‐se parao seu ducado. (Setembro) Face às reclamações dos antigos partidários darainha  D.  Leonor  de  Castela,  D.  Afonso  V  de  Portugal  ordena  asconfirmações das terras, bens e ofícios recebidos desde o falecimento deD. Duarte I de Portugal.

1448‐1453 — Epidemia de peste em Portugal.

1448‐1481 — Reinado de Afonso V, o Africano, de Portugal.

1449 —  (Abril)  D.  Pedro  impede  a  passagem  pelo  seu  feudo  das  forçasarmadas do duque de Bragança (seu inimigo), chamado a Lisboa pelo rei.Afonso  V  de  Portugal  rompe  abertamente  com  D.  Pedro,  acusando  dedesobediência, e ordena a prisão de seus partidários. (05.05) O duque deCoimbra  parte  em  direção  à  Corte  (e  à  morte).  (19.05)  Batalha  deAlfarrobeira  (entre o rei Afonso V de Portugal e seu tio e ex‐regente, D.Pedro), perto de Lisboa: morte do infante D. Pedro, ex‐regente do reino.

1450‐1455 — Negociação  e  casamento  de D.  Beatriz,  filha  do  infante D.Pedro, com Adolfo Von Kleve.

1451 — Portugal relembra D. João I de Avis como o "pai dos portugueses".Cortes em Portugal — as primeiras do pós‐regência. Em Portugal, o condede  Ourém  passa  a  1o.  Marquês  de  Valença.  Casamento  da  infanta  D.Leonor  (irmã  do  rei  Afonso  V  de  Portugal)  com  o  imperador  alemãoFrederico III.

1452 — Nascimento de Fernando II de Aragão (futuro 20o. rei).

1452‐1455 — Fome em Portugal.

1453 — O infante D. Fernando, irmão do rei, recebeu o título de 1o. duquede Beja.

1454 — Morte  de  João  II,  14o.  rei  de  Castela,  filho  de  Henrique  III  deCastela.

1454‐1456 — Reinado (21o.) de Ebn Ismail, de Granada.

1454‐1474 — Reinado (15o.) de Henrique IV de Castela, filho de João II deCastela.

1455 — Cortes  em Portugal. O papa Calisto  III manda  tanger  à  cruzadacontra  os  turcos  todos  os  sinos  cristãos.  Em  Portugal,  o  conde  deArraiolos passa a marquês de Vila Viçosa. Casamento de D. Joana, irmã deAfonso V de Portugal, com o rei Henrique IV de Castela.

1455‐1456 — Afonso V de Portugal faz equipar navios e recruta homens dearmas  com  o  objetivo  de  intervir  no  Mediterrâneo  para  uma  cruzadacontra os turcos. Com essa finalidade, uma frota luso‐italiana parte para oLevante.

1455‐1458 — Papado de Calisto III, valenciano.

1456 — Afonso V de Portugal revoga (brevemente) o "beneplácito régio"instituído por D. Pedro I de Portugal quando este era ainda  infante (verano 1355). Cortes em Portugal. Casamento de D. João, filho do infante D.Pedro, com Carlota de Lusignan, rainha de Chipre. D. Jaime, filho do ex‐regente D. Pedro, ascende a cardeal na Itália, além de arcebispo de Lisboa(embora nunca tenha regressado a Portugal).

1456‐1458 — Peste em Portugal.

1456‐1482  — Reinado (22o.) de Moulay Hacen, de Granada.

1457 — Afonso V  de  Portugal  decide  combater  em Marrocos.  Surge  emPortugal os cruzados de ouro quase puro (23 3/4 quilates), entrando emcirculação uma boa moeda de prata (real grosso e meio real grosso).

1458 — (30.09) Uma frota de 220 velas parte do Sado e de outros pontosda  costa portuguesa  levando o  rei,  o  idoso  infante D. Henrique  e  a  finaflor da nobreza portuguesa. (16.10) Os portugueses chegam ao Marrocos eatacam Alcácer Ceguer.  (18.10) Conquista portuguesa de Alcácer Ceguer.(24.10)  Alcácer  Ceguer  é  integrado  às  conquistas  portuguesas.(Novembro) Os marroquinos tentam reconquistar Alcácer Ceguer. Mortede Afonso V, o Magnânime, 18o. rei de Aragão.

1458‐1464 — Papado de Pio II, sienês.

1458‐1479— Reinado (19o.) de João II, de Aragão.

1459  —  Assembléias  parlamentares  em  Portugal.  (Março  a  Julho)  Osportugueses  fortificam  Alcácer  Ceguer.  (Julho)  Durante  53  dias  osmarroquinos cercam Alcácer Ceguer (pela segunda vez). Participação dosmesteirais na Câmara de Évora.

1459‐1461 — Fome em Portugal.

1460 — Morte do infante D. Henrique. D. Álvaro de Castro recebe o títulode  1o.  conde  de  Monsanto.  (Verão)  É  preparada  outra  expediçãoportuguesa ao Marrocos, que falha.

1461‐1483 — Luís IX, rei da França. Eduardo IV, rei da Inglaterra.

1463 —  (?) D.  Fernando,  filho  do  segundo  duque  de  Bragança  recebe  otítulo  de  conde  de  Guimarães.  (Novembro)  Mais  uma  expediçãoportuguesa é preparada ao Marrocos, e também falha (D. Afonso V comum  contingente  de  10.000  homens  tenta  apoderar‐se  de  Tânger,  edemora‐se em Ceuta até março de 1464).

1463‐1464 — Portugal tenta conquistar Tânger, mas desiste.

1464 — D. Henrique de Meneses recebe o título de 1o. conde de Valença.(Março) Afonso V de Portugal esteve em risco de ser capturado ou mortopelos marroquinos,  e  é  salvo  por D.  Duarte  de Meneses,  que morre  norecontro. Uma expedição portuguesa  (3a.)  é preparada ao Marrocos quetambém  falha.  D.  Pedro,  condestável  do  reino  de  Portugal  e mestre  daOrdem de Avis aceita um convite para se candidatar ao reino de Aragão eparte, mesmo contra a vontade do rei Afonso V. Peste em Portugal.

1464‐1466       — Intervenção portuguesa na Catalunha e breve realeza docondestável  D.  Pedro,  mestre  de  Avis  e  filho  do  ex‐regente  D.  Pedro,vencido em Alfarrobeira (1449). A Ordem de Avis e seus freires apóiam acausa do condestável D. Pedro.

1464‐1471       — Papado de Paulo II, veneziano.

1465          — Assembléias parlamentares em Portugal.

1466                  — Pero Vaz de Melo recebe o título de 1o. conde de Atalaia.Morte de D. Pedro, mestre de Avis e pretendente ao trono de Aragão.

1467‐1468       — Fome em Portugal.

1468          — Assembléias parlamentares em Portugal.

1469          — O infante D. Fernando conquista Anafé (atual Casablanca),mas logo abandona, por situar‐se desconfortavelmente ao sul. D. Afonso,filho do segundo duque de Bragança recebe o título de 1o. conde de Faro.

1470                                 — D. Fernando,  filho do  segundo duque de Bragançarecebe o título de duque de Guimarães.

1471          — Discurso dos povos portugueses, afirmando que Santa Joananão  podia  escolher  a  vida monástica.  (15.08)  Afonso  V  parte  de  Lisboacom frota de ataque (mais de 477 embarcações e quase 30.000 homens).(20.08) A expedição ancora em Arzila. (24.08) Portugal conquista Arzila eocupa a praça tangerina — os mouros a abandonaram. (28.08) Afonso V,conquista  Tânger.  Com  essas  conquistas  africanas  intitula‐se  "Rei  dePortugal  e  dos Algarves  d'aquém e  d'além‐mar  em África"  (era  dono deCeuta, Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger). D. Afonso de Vasconcelos recebeo título de 1o. conde de Penela. D. Henrique de Meneses recebe o título de1o. conde de Loulé. D. João Galvão, bispo de Coimbra, recebe o título de1o. conde de Santa Comba.

1471‐1484 — Papado de Sisto IV, de Savona.

1472 — D.  João Galvão,  bispo de Coimbra  e  1o.  conde de  Santa Comba,recebe o título de 1o. conde de Arganil. Peste em Portugal.

1472‐1473 — Cortes de Coimbra‐Évora. Fome em Portugal.

1473‐1478 — D. João, filho do segundo duque de Bragança, 1o. marquês deMontemor‐o‐Novo.

1473 — D. Leonor, ainda infanta, recebe Sintra de D. João II de Portugal,como arra.

1474 —  (Dezembro) Morte  de Henrique  IV,  15o.  rei  de Castela,  filho  deJoão II de Castela.

1474‐1504 — Reinado de Isabel e Fernando V, reis da Espanha.

1475 — Afonso V de Portugal entrega ao príncipe D.  João o pelouro dasnavegações  e  comércio  atlânticos.  Com  a  morte  de  Henrique  IV  deCastela, Afonso V de Portugal volta‐se para a Península Ibérica e acaricia aidéia  de  tornar‐se  imperador  das  Espanhas:  invade  Castela  (Batalha  doToro) e sofre uma derrota. D. João Fernandes da Silveira recebe o título de1o. barão de Alvito. Lopo de Albuquerque recebe o título de 1o. conde dePenamacor. Participação dos mesteirais na Câmara do Porto (com direitoa voto).

1475‐1478 — Fome em Portugal.

1476 — Leonel de Lima  recebe o  título de  1o.  visconde de Vila Nova deCerveira.  Lopo de Almeida  recebe o  título de  1o.  conde de Abrantes. D.Pedro Álvares de Soto Maior recebe o título de 1o. conde de Caminha. Ruide Melo recebe o título de 1o. conde de Olivença.

1477‐1494 — Peste em Portugal.

1479 — Reinado  (23o.)  da  rainha  Leonor,  de Navarra. Morre  no mesmoano. Morte de João II, 19o. rei de Aragão

1479‐1481 — Reinado (24o.) de Francisco Febo, de Navarra.

1479‐1516 — Reinado (20o.) de Fernando II de Aragão.

1481 — Morte de Francisco Febo, 24o.  rei de Navarra. Na Vila de Sintra,morte de Afonso V, o Africano, de Portugal, aos 49 anos de idade.

1481‐1482  —  Cortes  de  Évora‐Viana  —  as  primeiras  de  D.  João  II  dePortugal.

1481‐1495 — Reinado de D. João II de Portugal.

1481‐1512 — Reinado (25o.) de Catarina (e D. João de Aragão), de Navarra.

1482‐1492 — Reinado (23o.) de Abou Abdilehi (Boabdil), de Granada.

1483 — Eduardo V, rei da Inglaterra.

1483‐1485 — Ricardo III, rei da Inglaterra.

1483‐1498 — Carlos VIII, rei da França.

1484‐1488 — Fome em Portugal.

1484‐1492 — Papado de Inocêncio VIII, genovês.

1485‐1509 — Henrique VII, rei da Inglaterra.

1490‐1491 — Fome em Portugal.

1492 — Através de Bragança entram muitos judeus fugitivos de Castela.

1492‐1503 — Papado de Alexandre VI, valenciano.

1493‐1519 — Maximiliano I, rei alemão.

1494‐1496 — Fome em Portugal.

1495‐1521 — Manuel I, rei de Portugal.

1498 — Criação da confraria de Nossa Senhora da Misericórdia de Lisboa,por iniciativa de D. Leonor, regente durante a ausência de seu irmão, D.Manuel I, que se encontrava em Castela.

1497  —  Em  Portugal,  conversão  forçada  dos  judeus.  Em  Bragança,predominam os cristãos‐novos.

1498‐1515 — Luís XII, rei da França.

1503 — Papado de Pio III, sienês.

1503‐1513 — Papado de Júlio II, de Savona.

1504‐1506 — Reinado (2o.) de Filipe I e rainha Joana, da Espanha.

1506‐1516 — Regência de Fernando V da Espanha.

1509‐1547 — Henrique VIII, rei da Inglaterra.

1512  —  Junção  dos  reinos  de  Castela  e  Aragão.  O  rei  de  Portugal,  D.Manuel, confirma o foral de Amieira do Crato à Ordem do Hospital.

1513‐1521 — Papado de Leão X, florentino.

1515‐1547— Francisco I, rei da França.

1516 — Morte de Fernando II, 20. rei de Aragão.

1516‐1517 — Regência do Cardeal Cisneros, da Espanha.

1516‐1556 — Carlos I, rei da Espanha.

1519‐1556 — Carlos V, rei alemão.

1521‐1557 — João III, rei de Portugal.

1522‐1523 — Papado de Adriano VI, de Utrecht.

1523‐1534 — Papado de Clemente VII, florentino.

1534‐1549 — Papado de Paulo III, romano.

1547‐1553 — Eduardo VI, rei da Inglaterra.

1547‐1559 — Henrique II, rei da França.

1550‐1555 — Papado de Júlio III, romano.

1553‐1558 — Maria I, rainha da Inglaterra.

1555‐1559 — Papado de Paulo IV, napolitano.

1556‐1564 — Fernando I, rei alemão.

1556‐1598 — Filipe II, rei da Espanha.

1557‐1578 — Sebastião I, rei de Portugal.

1558‐1603 — Elizabeth I, rainha da Inglaterra.

1559‐1560 — Francisco II, rei da França.

1559‐1565 — Papado de Pio IV, milanês.

1560‐1574 — Carlos IX, rei da França.

1564‐1576 — Maximiliano II, rei alemão.

1566‐1572 — Papado de São Pio V, alexandrino.

1572‐1585 — Papado de Gregório XIII, bolonhês.

1574‐1589 — Henrique III, rei da França.

1576‐1612 — Rodolfo II, rei alemão.

1578‐1580 — Henrique (cardeal), rei de Portugal.

1580‐1598 — Filipe da Espanha, rei de Portugal.

1585‐1590 — Papado de Sisto V, de Grottamare.

1589‐1610 — Henrique IV, rei da França.

1590 — Papado de Urbano VII, romano.

1590‐1591 — Papado de Gregório XIV, cremonense.

1591 — Papado de Inocêncio IX, bolonhês.

1592‐1605 — Papado de Clemente VIII, florentino.

1598‐1621 — Filipe III, rei da Espanha.

 

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