Crítica da Bíblia

download Crítica da Bíblia

of 2

Transcript of Crítica da Bíblia

Desenvolvimento Histrico da Crtica textual / Baixa Crtica A histria do texto Bblico na Igreja pode ser dividida em vrios perodos, a saber: Perodo de Reduplicao, Padronizao do texto, Cristalizao e o Perodo de Crtica e Reviso. O perodo de reduplicao (at 325) A partir do sculo III a.C., os estudiosos de Alexandria tentaram restaurar os textos dos poetas e proseadores gregos. Foi nesta poca que surgiu a Septuaginta (LXX). Apesar de Alexandria ser o maior centro intelectual do mundo naquela poca no houve basicamente nenhuma crtica textual verdadeira o texto Bblico, foi, antes, um perodo de reduplicao de manuscritos, em vez de avaliao de textos. Durante a segunda metade do sculo I, os livros do Novo Testamento vieram a perder-se devido alguns fatores histricos e tambm pelo tempo, mas antes de perecer, foram providencialmente recopiados, e circulavam pelas igrejas. As primeiras cpias foram feitas ao redor de 95 d.C. A qualidade de uma cpia dependia da capacidade do escriba. Quando o perodo apostlico estava chegando ao fim os imperadores Dcio e Diocleciano organizaram perseguies imperiais contra os cristo e s Escrituras Sagradas que eram confiscadas e destrudas. Por isso, os cristos costumavam fazer cpias de quaisquer manuscritos que possussem, sendo estas cpias feitas por amadores, facilitava a entrada de erros no texto. Neste mesmo perodo a igreja de Alexandria iniciara um trabalho pioneiro em sua rea geogrfica: comparava textos e os publicava, de modo que se criou um trabalho bsico de crtica textual. O perodo de padronizao (325-1500) Ao longo desse perodo, as revises crticas dos textos eram relativamente raras, exceto pelos esforos de estudiosos como Jernimo (c. 340-420) e Alcuno de Iorque (735-804). Todavia, o perodo especial entre 500 e 1000 testemunhou a obra massortica no texto do Antigo Testamento, de que resultou no Texto massortico. O imperador Constantino escreveu a Eusbio de Cesaria, dando-lhe instrues para que providenciasse 50 exemplares das Escrituras Crists, isto gerou um novo perodo no contexto dos escritos sagrados, foi o perodo da padronizao do texto, quando o Novo Testamento comeou a ser copiado com todo o cuidado e fidelidade, a partir dos manuscritos existentes. Todavia, revises oficiais, planejadas com o mximo cuidado, eram relativamente raras. Visto que assim se desenvolveu a padronizao do texto, houve pouca necessidade de classificar, avaliar e criticar os primeiros manuscritos do Novo Testamento. O resultado foi que o texto bblico permaneceu relativamente intocado por todo o perodo. Por volta de 1454, Johann Gutenberg desenvolveu o sistema de imprensa, e assim abriu a porta para os esforos favorveis a uma crtica mais cuidadosa do texto, durante a era da Reforma. O perodo de cristalizao (1500-1648) No perodo da Reforma, o texto bblico entrou no perodo de cristalizao, assumindo a forma impressa em lugar da manuscrita. Com frequncia esses textos eram publicados em vrios lnguas tais como: Poliglota complutense, Poliglota de Anturpia, Poliglota de Parise a Poliglota de Londres. Desidrio Erasmo (c. 1466-1536), de Roterd, estudioso e humanista holands, teve a honra de editar o primeiro Novo Testamento grego que veio a pblico. Bruce M. Metzger afirma em sua obra The text of the New testament [O texto do Novo Testamento], que o texto de Erasmo, o qual posteriormente se tornaria a base do chamado Textus receptus, no se baseou em manuscritos primitivos, mas em textos que no passaram por uma reviso confivel; consequentemente, seus textos bsicos no eram dignos de confiana.

Apesar disso, ao redor de 1519 tornou-se necessria nova edio. Essa segunda edio tornou-se a base da traduo que Lutero fez da Bblia para o alemo, embora ele usasse apenas mais um manuscrito em seu trabalho. Roberto Estfano, impressor da corte real em Paris, publicou o Novo Testamento grego em 1546, em 1549, em 1550 e em 1551. A terceira edio (1550) foi a primeira edio que continha um aparato crtico, ainda que fossem meros quinze manuscritos. Essa edio baseou-se na quarta edio de Erasmo, e foi a base do Textus receptus. Sendo publicada, essa terceira edio haveria de tornar-se o principal texto da Inglaterra. Em sua quarta edio, Estfano divulgou sua converso ao protestantismo e implantou a diviso do texto em versculos. O perodo de crtica e de reviso (1648 at o presente) No encerramento da era da Reforma, a Bblia passou por um perodo de crtica e de reviso que, na verdade, se compe de trs perodos curtos, os quais citamos: Preparao, Progresso e Purificao. O perodo de preparao (1648-1831) Caracterizou-se pela reunio e pela classificao de textos bblicos. Nesta mesma poca, John Mill reimprimiu o texto de Estfano, de 1550, e acrescentou cerca de 30 000 variantos tiradas de quase cem manuscritos. Essa obra foi uma contribuio monumental para os estudiosos subsequentes, porque lhes proporcionou uma base ampla de evidncias textuais confiveis. O perodo de progresso (1831-1881) aquele em que surgiu a crtica construtiva, que se salientou no agrupamento de textos. Neste tempo um estudioso chamado Gaspar Rene Gregory completou a ltima edio do Novo Testamento grego de Tischendorf, essa obra foi fonte principal de textos, da qual os estudiosos ainda dependem, bem como a base do catlogo universalmente aceito de manuscritos. O perodo de purificao (1881 at o presente)