Criterios Microbiológicos Para a Avaliação da Qualidade de Alimentos
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CRITÉRIOS MICROBIOLÓGICOS PARA AVALIAÇÃO DA
QUALIDADE DE ALIMENTOS
Universidade Federal Fluminense- UFF
Profa Luciana M. R. Esper
Page 2
SUMÁRIO
Introdução
Planos de amostragem
Micro-organismos a serem pesquisados
Metodologia analítica
Padrões e normas
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Inúmeros fatores que determinam a qualidade de um alimento:
● Sensoriais ● Físico-químicos● Nutricionais
ProcessamentoVida útil
● Microbiológicos
Permite avaliar quanto:
Riscos à saúde da populaçãoArmazenamento
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Quais micro-organismos?Como ?
O que é aceitável ou inaceitável?
Quantidade a ser analisada?
Para correta análise microbiológica e análise dos resultados, é necessário que critérios sejam estabelecidos avaliação segura e válida.
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Os critérios de avaliação são estabelecidos:
● Legislação de cada país (Obrigatórios)
● Determinados pela indústria de alimentos (Orientação/programa interno de controle de qualidade)
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Itens que compõe um critério microbiológico:
• Plano de amostragem
• Definição dos micro-organismos a serem estudados em cada produto
• Metodologia analítica a ser adotada
•Padrões, normas e especificações que definirão se o produto será aprovado ou rejeitado
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1. Plano de amostragem
Os planos de amostragem são desenvolvidos com a finalidade de avaliar as condições de qualidade de lotes e permitir um julgamento sobre a sua aceitação ou rejeição. Seleção de amostra (produtos) de forma confiável para ser analisada como representante de um todo.
Justificativa:
● custo da inspeção é elevado
● inspeção 100% e cansativa
● inspeção 100% é impraticável
● Inspeção é destrutiva
Risco: aceitar produto inaceitável ou rejeitar produto aceitável
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● Recomendações da International Commissionon Microbiological Specifications of Foods
(ICMSF)
No Brasil, a legislação recomenda o plano de amostragem do ICMSF e os padrões microbiológicos sanitários são estabelecidos para diversas categorias de alimentos - RDC 12, de 2 de janeiro de 2001, da ANVISA, legislações do Ministériode Agricultura e Pecuária (MAPA).
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Tipos de plano de amostragem:
Duas classes: quando a unidade amostral a ser analisada pode ser classificada como ACEITÁVEL ou INACEITÁVEL
Três classes: quando a unidade amostral a ser analisada pode ser classificada como ACEITÁVEL, QUALIDADE INTERMEDIÁRIA ACEITÁVEL ou INACEITÁVEL
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Como escolher um Plano de Amostragem?Como escolher um Plano de Amostragem?
Micro-organismo
Presença / Ausência Contagem
Plano de duas classes Plano de três classes
n, c, m, MÉ possível aceitar a presença?
Não-Aceitável
- Qualidade intermediária aceitável - Inaceitávelc= 0
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DefiniDefiniççõesões
N (lote): N (lote): número total de unidades
n (unidade amostral): é o número de unidades a serem colhidas aleatoriamente de um mesmo lote e analisadas individualmente.
m: é o limite mínimo que, em um plano de três classes, separa o lote aceitável do produto ou lote com qualidade intermediária aceitável.
M: é o limite máximo que, em plano de três classes, M separa o lote com qualidade intermediária aceitável do lote inaceitável. Valores acima de M são inaceitáveis
c: é o número máximo aceitável de unidades de amostras com contagens entre os limites de m e M (plano de três classes). Nos casos em que o padrão microbiológico seja expresso por "ausência", c é igual a zero, aplica-se o plano de duas classes.
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Exemplo:
RDC N° 12 DE 01/02/2001-ANVISA
QUEIJOS DE MUITA ALTA UMIDADE: UMIDADE > 55% (Ex: Minas frescal)
MICRO-ORGANISMO TOLERÂNCIA PARA AMOSTRA
INDICATIVA
TOLERÂNCIA PARA AMOSTRA REPRESENTATIVA
n c m M
Coliformes a 45 °C 5 x 102 5 2 5 x 10 5 x 102
Estaf. coag.Positiva/g
5 x 102 5 1 102 5 x 102
Salmonella sp/25g Aus 5 0 Aus -
L. monocytogenes/25g Aus 5 0 Aus -
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2. Definição dos micro-organismos que devem ser estudados
É importante conhecer os micro-organismos que devem ser pesquisados em cada produto.
Através das características do alimentos, susceptibilidade à contaminação, ocorrência, risco epidemiológico legislação pertinente.
O ICMSF classifica os alimentos em 5 categorias diferentes:
1.Contaminantes em geral, reduzem a vida útil, sem risco à saúde.Cont. total, Bolores e leveduras
2. Perigo indireto e baixo, IndicadoresColiformes, Enterobacteriaceae
3. Perigo moderado: risco direto, distrib. LimitadaS.aureus, B.cereus, C.perfringens tipo A.
4.Perigo sério: risco direta, moderado, difusão extensa.Salmonella Thyphimurium, Shiguella, Vibrio
5. Perigo severo: risco direto e grave.C.botulinum, Salmonella Cholerasuis
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Condição de uso / consumo do produto
ICMSF 2001ICMSF 2001 Condições reduzem o risco
Condições mantémo risco inalterado
Condições aumentam o risco
Contaminantes em geral, reduzem a vida útil, sem risco àsaúde.Cont. total, Bolores e leveduras
n=5 c=33 classes
n=5 c=23 classes
n=5 c=1 3 classes
Perigo indireto e baixoColiformes, Enterobacteriaceae
n=5 c=3 3 classes
n=5 c=2 3 classes
n=5 c=1 3 classes
Perigo moderado: risco direto, distrib. LimitadaS.aureus, B.cereus, C.perfringenstipo A.
n=5 c=2 3 classes
n=5 c=1 3 classes
n=10 c=1 3 classes
Perigo sério: grave s/ risco de vida, dur. moder.Salmonella Thyphimurium, Shiguella, Vibrio
n=5 c=02 classes
n=10 c=0 2 classes
n=20 c=0 2 classes
Perigo severo: risco vida, seqüela crônica, dur. LongaC.botulinum, SalmonellaCholerasuis
n=15 c=0 2 classes
n=30 c=0 2 classes
n=60 c=0 2 classes
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3. Definição da metodologia analítica a ser adotada
A escolha do melhor método vai depender do critériomicrobiológico adotado.
● Análise para verificar atendimento a padrões microbiológicos legais Métodos legalmente aprovado devem ser empregados.
● Análise para monitoramento de sistemas de qualidade, controle interno métodos reconhecidos e aceitos pelos responsáveis pelo controle
● Análise de produtos para exportação e importação métodos internacionalmente reconhecidos devem ser
utilizados.
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RDC N° 12 DE 01/02/2001-ANVISA
“As metodologias para amostragem, colheita, acondicionamento,
transporte e para análise microbiológica de amostras de produtos
alimentícios devem obedecer ao disposto pelo Codex Alimentarius;
"International Commission on Microbiological Specifications for Foods"
(I.C.M.S.F.); "Compendium of Methods for the Microbiological
Examination of Foods" e "Standard Methods for the Examination of Dairy
Products" da American Public Health Association (APHA)";
"Bacteriological Analytical Manual" da Food and Drug Administration ,
editado por Association of Official Analytical Chemists (FDA/AOAC), em
suas últimas edições e ou revisões, assim como outras metodologias
internacionalmente reconhecidas”.
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► Coliformes termotolerantes (45ºC); Estafilococos coagulasepositiva; Salmonella; Bolores e leveduras, Bacillus cereus : métodos recomendados pela APHA, 2001.
► Listeria: método recomendado pelo Canadian Health Product andFood Branch, 2001.
Determinações microbiológicas de ricotas :
Exemplo:
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4. Estabelecimento dos padrões, normas e especificações
Os critérios microbiológicos podem ser:
obrigatórios não pode ser desobedecido destruição do produto, reprocessamento, devolução ao fabricante, suspensão da licença para comercialização , medidas legaispor parte dos orgãos competentes
Padrão microbiológico: é um critério obrigatório pois faz parte de uma lei oude uma regulamentação administrativa
Ex: RDC N° 12 DE 01/02/2001-ANVISA (Regulamento técnico sobre padrõesmicrobiológicos para alimentos
RDC Nº 275, de 22/09/2005, estabelece o regulamento técnico de características microbiológicas para água mineral natural e água natural
Regulamento (Comunidade Européia) No 1441/2007, relativo a critérios microbiológicos aplicáveis aos gêneros alimentícios
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● critério de orientação controle indústria alerta sobrepossíveis problemas no processamento, armazenamento, distribuição e comercialização dos produtos sem providências tão drásticascomo os obrigatórios
-Normas microbiológicas: monitorar os pontos críticos de controle de todo processo produtivo, estabelecido pela própria indústria / variaconforme responsável da qualidade, pode ser mais rigida do que a legislação
- Especificações microbiológicas: critérios utilizados no comércio de alimentos.Acordo estabelecido entre fornecedor e comprador.
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BIBLIOGRAFIA
● FRANCO, B. D. G.M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. [S.I.]: Editora Atheneu,2002, 196 pg
● ICMSF. Microorganisms in Foods 2: Sampling for Microbiological Analysis: Principles and Specific Applications . 2nd ed. (1986). Toronto: University of Toronto Press.
● JAY, J.M. Microbiologia de Alimentos, 6ª ed. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2005, 711p.
● SILVA, N. et al. Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos. 4 ed. São Paulo, 2010
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